IX Encontro da Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências 14 a 16 de abril de 2014 - IBUSP
Linha de Pesquisa : ( x ) 1-CEC; ( ) 2-EA; ( ) 3- CTSA; ( ) 4-(FP); ( ) 5-HFC; ( ) 6-TIC; 7-( )DC
O Ensino de Física no Brasil no período entre a LDB/1961 e a LDB/1996
Maria Neuza Almeida Queiroz ; Yassuko Hosoume neuza.queiroz@ifnmg.edu.br, yhosoume@if.usp.br Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Pirapora Universidade de São Paulo Palavras Chave: Ensino de Física; Propostas Curriculares, Projetos de Ensino e Livros Didáticos. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, promulgada em 1961 (LDB/1961), representou um marco na Educação nacional provocando significativas modificações no ensino de ciências de um modo geral. As reformas anteriores – 1930 e 1942 - determinavam programas mínimos para todas as disciplinas, elaborados por equipes do Colégio D. Pedro II no Rio de Janeiro. Com a LDB/1961, as propostas de conteúdos são descentralizadas e concede-se aos Estados e suas escolas, a flexibilidade para definir currículos mais ajustados às peculiaridades regionais. Nesse contexto, as disciplinas de cunho científico ganharam mais força com o aumento de suas cargas horárias nas escolas secundárias (KRASILCHIK, 2000). Almejou-se uma formação mais ampla para os cidadãos, que além de propedêutica, preparasse também para a vida social, especialmente para atender a um mercado produtivo mais desenvolvido tecnologicamente. O conhecimento científico foi posto como aspecto essencial nesse ideário de formação, justificado pelas demandas de um país sensibilizado pela “moderna economia industrial” (NUNES, 1962, p.119). O movimento de reforma no ensino de ciências promoveu a experimentação de projetos de ensino de Física no Brasil, que contribuíram de forma influente para a abertura do campo de pesquisa na área (NARDI, 2005; MARTINS & HOSOUME, 2007). Um desses projetos é estrangeiro, os outros originados no Brasil. Citamos aqui os de maior projeção: O PSSC (Physical Science Study Committe) na década de 1960, os projetos PEF (Projeto de Ensino de Física), FAI (Física Auto-instrutivo), PEBEF (Projeto Brasileiro para o Ensino de Física) na década de 1970 e o GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física) na década de 1980, entre outros. Paralelamente à elaboração desses projetos, em cumprimento à LDB/1961, várias secretarias estaduais elaboraram seus currículos específicos para o ensino de 1º e 2º Graus. Além dos projetos e dos currículos específicos oficiais, evidencia-se a presença dos livros didáticos na maioria das salas de aulas – são as propostas curriculares reais (Goodson, 1995; Wuo, 2000) – são eles os verdadeiros guias de ensino do professor. Nesse período a produção de livros didáticos também é apoiada pelo governo federal, através de órgãos vinculados ao MEC (HÖFLING, 2006). Com a pesquisa objetivamos uma melhor compreensão de como se deu o ensino de Física no Brasil no período de 1961 a 1996, em que estão presentes os projetos nacionais e internacionais, propostas curriculares estaduais e livros didáticos de diversos autores. Investigaremos tais materiais e suas adesões nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, pioneiros nas inovações educacionais desde a década de 1920 (MOREIRA, 2001). Utilizaremos de fontes primárias e secundárias, e, nesse momento do estudo, dispomos dos Projetos de Ensino mencionados, algumas propostas curriculares oficiais, livros, artigos e trabalhos de dissertações e teses, que contribuirão para a compreensão do contexto de elaboração dos materiais objeto de estudo. Estamos analisando os projetos PEF e FAI em relação à proposta curricular paulista e livros didáticos da década de 70, para o tema específico de Mecânica. Os resultados parciais serão submetidos na forma de artigo ao XV Encontro de Pesquisa em Ensino de Física - 2014. _____________________________ GOODSON, Ivor. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 1995. HÖFLING, E. M.. A trajetória do Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação no Brasil. In: Fracalanza, Hilário e Megid Neto, Jorge. (Org.). O Livro Didático de Ciências no Brasil. Campinas: Editora Komedi, 2006, p. 19-31. KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino de Ciências. São Paulo em Perspectiva, vol. 14 n. 1. São Paulo, Jan./Mar. 2000, p. 85-93. MARTINS, Maria Inês; HOUSOME, Yassuko. Livros didáticos de Física no Brasil: editoras, autores e conteúdos disciplinares: da Reforma Capanema à LDB de 1996. In: Simpósio Internacional: Livro Didático – Educação e História. Atas. FEUSP: São Paulo, 2007, p. 1106 – 1123. MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa. Currículos e programas no Brasil. Campinas: Papirus, 2001. NARDI, Roberto. Memórias da educação em Ciências no Brasil: a pesquisa em ensino de Física. Investigações em ensino de Ciências. Porto Alegre, v. 10, n. 1, 2005. NUNES, Maria Thetis. Ensino Secundário e Sociedade Brasileira. Rio de Janeiro: ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), 1962. WUO, Wagner. A Física e os livros: uma análise do saber em Física nos livros didáticos adotados para o ensino médio. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2000.