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Capítulo 12

Ethernet
1. Introdução

A norma IEEE 802.3 refere-se a uma família de redes locais baseadas no protocolo de acesso ao
meio CSMA/CD, que sugere uma forma para permitir a comunicação de várias estações através do mesmo
meio físico, utilizando um canal broadcast.
A norma 802.3 especifica uma família inteira de sistemas CSMA/CD, rodando a velocidades que
variam de 1 a 10 Mbit/s em vários meios físicos. O protocolo Ethernet é uma das possíveis implementações
da norma 802.3.
A Ethernet praticamente tomou conta do mercado de LANs com fio. Na década de 1980 e início da
década de 1990, ela enfrentou muitos desafios de outras tecnologias LAN, incluindo Token Ring, FDDI e
ATM. Algumas dessas outras tecnologias conseguiram conquistar uma parte do mercado de LANs durante
alguns anos. Mas, desde sua invenção, em meados da década de 1970, a Ethernet continuou a se
desenvolver e crescer e conservou sua posição dominante no mercado. Hoje, ela é de longe a tecnologia
preponderante de LAN com fio e é provável que continue assim no futuro próximo. Podemos dizer que a
Ethernet está sendo para a rede local o que a Internet tem sido para a rede global.

2. Estrutura do Quadro Ethernet

O quadro Ethernet é mostrado na Figura 2. Podemos aprender muito sobre a Ethernet examinando
o quadro Ethernet. Para colocar nossa discussão de quadros Ethernet em um contexto tangível, vamos
considerar o envio de um datagrama IP de um hospedeiro a outro, estando os dois na mesma LAN
Ethernet. Embora a carga útil do nosso quadro Ethernet seja um datagrama IP, aproveitamos para comentar
que um quadro Ethernet também pode carregar outros pacotes de camada de rede. Seja o adaptador do
remetente, adaptador A, com o endereço MAC AA-AA-AA-AA-AA-AA; seja o adaptador receptor, adaptador
B, com o endereço MAC BB-BB-BB-BB-BB-BB. O adaptador remetente encapsula o datagrama IP dentro
de um quadro Ethernet e passa o quadro à camada física. O adaptador recebe o quadro da camada física,
extrai o datagrama IP e o passa para a camada de rede. Nesse contexto, vamos examinar os seis campos
do quadro Ethernet.

Figura 2 - Estrutura do quadro Ethernet.

Campo de dados (46 a 1500 bytes) – Esse campo carrega o datagrama IP. A unidade máxima de
transferência (MTU) da Ethernet é 1500 bytes. Isso significa que, se o datagrama IP exceder 1500
bytes, o hospedeiro terá de fragmentar o datagrama. O tamanho mínimo do campo de dados é 46
bytes. Isso significa que, se um datagrama IP tiver menos do que 46 bytes, o campo de dados terá de
ser “recheado” de modo a completar os 46 bytes. Quando se usa recheio (stuffing), os dados passados
à camada de rede contém o recheio, bem como um datagrama IP. A camada de rede usa o campo de
comprimento do cabeçalho do datagrama IP para remover o recheio.

Endereço de destino (6 bytes) – Esse campo contém os endereços MAC do adaptador de destino,
BB-BB-BB-BB-BB-BB. Quando o adaptador B recebe um quadro Ethernet cujo endereço de destino é
ou BB-BB-BB-BB-BB-BB, ou o endereço de broadcast MAC, ele passa o conteúdo do campo de dados
para a camada de rede. Se receber um quadro com qualquer outro endereço MAC, ele o descartará.

Endereço da fonte (6 bytes) – Esse campo contém o endereço MAC do adaptador que transmite o
quadro para a LAN, neste exemplo, AA-AA-AA-AA-AA-AA.

Campo de tipo (2 bytes) – O campo de tipo permite que a Ethernet multiplexe protocolos de camada
de rede. Para entender isso, é preciso ter em mente que hospedeiros podem usar outros protocolos de
camada de rede além do IP. Na verdade, um dado hospedeiro pode suportar vários protocolos de
camada de rede e usar protocolos diferentes para aplicações diferentes. Por essa razão, quando o
quadro Ethernet chega ao adaptador B, o adaptador B precisa saber para qual protocolo de camada de
rede ele deve passar (isto é, demultiplexar) o conteúdo do campo de dados. O IP e outros protocolos de
camada de rede (por exemplo, Novell IPX ou AppleTalk) têm seu próprio número de tipo padronizado.
Verificação de redundância cíclica (CRC) (4 bytes) – Como discutido em aulas anteriores, a
finalidade do campo CRC é permitir que o adaptador receptor, o adaptador B, detecte se algum erro foi
introduzido no quadro, isto é, se os bits do quadro foram trocados. Entre as causas de erro nos bits
estão a atenuação da amplitude do sinal e a energia eletromagnética ambiente que penetra nos cabos e
placas de interface Ethernet. A detecção de erros é realizada como segue. Quando o hospedeiro A
monta o quadro Ethernet, ele calcula um campo de CRC, que é obtido de um mapeamento dos outros
bits no quadro (exceto os bits do preâmbulo). Quando o hospedeiro B recebe o quadro, ele aplica o
mesmo mapeamento ao quadro e verifica se o resultado do mapeamento é igual ao que está no campo
de CRC. Essa operação é denominada, no hospedeiro receptor, verificação de CRC. Se a verificação
de CRC falhar (isto é, se o resultado do mapeamento não for igual ao conteúdo do campo de CRC),
então o hospedeiro B saberá que há um erro no quadro.

Preâmbulo (8 bytes) – O quadro Ethernet começa com um campo de preâmbulo de 8 bytes. Cada um
dos primeiros 7 bytes do preâmbulo tem um valor de 10101010; o último byte é 10101011. Os primeiros
7 bytes do preâmbulo servem para “despertar” os adaptadores receptores e sincronizar seus relógios
com o relógio do remetente. Por que os relógios poderiam estar fora de sincronia? Não esqueça que o
adaptador A visa transmitir o quadro a 10 Mbps, 100 Mbps ou 1 Gbps, dependendo do tipo de LAN
Ethernet. Contudo, como nada é absolutamente perfeito, o adaptador A não transmitirá o quadro
exatamente a mesma velocidade-alvo; sempre haverá alguma variação em relação à velocidade-alvo,
uma variação que não é conhecida a priori pelos outros adaptadores da LAN. Um adaptador receptor
pode sincronizar com o relógio do adaptador A simplesmente sincronizando os bits dos primeiros 7
bytes do preâmbulo. Os dois últimos bits do oitavo byte do preâmbulo (os primeiros dois 1s
consecutivos) alertam o adaptador B de que “algo importante” está chegando. Quando o hospedeiro B
percebe os dois 1s consecutivos, sabe que os próximos 6 bytes são o endereço de destino. Um
adaptador pode perceber quando um quadro termina simplesmente detectando a ausência de cadeia de
bits.

2.1. Espaço entre Quadros

Como o campo de dados do quadro usado em redes Ethernet é variável (pode ter entre 46 e 1500
bytes), o tamanho do quadro Ethernet é variável. O tamanho mínimo de um quadro Ethernet é de 72 bytes e
o tamanho máximo, 1526 bytes.
Se dois quadros forem enviados em seqüência e não houver colisões, haverá um “espaço em
branco” entre esses dois quadros, chamado gap, que dura 9,6 s.
Supondo uma rede Ethernet padrão de 10 Mbps, esse tempo entre um quadro e outro (gap)
corresponde a 12 bytes.
Com isso, para efeitos de cálculos práticos do desempenho de redes Ethernet, devemos levar esse
espaço em consideração. Com isso, na prática, o tamanho mínimo de um quadro Ethernet é de 84 bytes e o
tamanho máximo, 1538 bytes.
Dessa mesma maneira é fácil calcularmos que o número de quadros por segundo em uma rede
Ethernet varia entre 14880 quadros por segundo (quando o quadro transfere 46 bytes de dados) e 812,74
quadros por segundo (quando o quadro transfere 1500 bytes de dados), levando-se em conta uma rede
Ethernet padrão de 10 Mbps.

3. Codificação Manchester

A Ethernet usa transmissão em banda-base, isto é, o adaptador envia um sinal digital diretamente
ao canal broadcast. Muitas tecnologias Ethernet também usam a codificação Manchester, como mostra a
Figura 3. Com codificação Manchester cada bit contém uma transição; um 1 tem uma transição de cima
para baixo, ao passo que um 0 tem uma transição de baixo para cima. A razão para o uso da codificação
Manchester é que os relógios nos adaptadores remetentes e receptores não estão perfeitamente
sincronizados, o receptor pode delinear cada bit e determinar se é um 1 ou um 0. A codificação Manchester
é mais uma operação de camada física do que de camada de enlace; contudo, descrevemos essa operação
aqui porque ela é muito usada na Ethernet.
A idéia da codificação Manchester é muito interessante. Como você pode ver, sempre haverá uma
transição de tensão (troca de 0 para 1 ou de 1 para 0) a cada bit de dados que é transmitido. Com isso,
esse sistema faz com que seja desnecessária a transmissão de um sinal de clock para a sincronização
entre a máquina transmissora e a máquina receptora.
Por exemplo, em uma rede Ethernet operando a 10 Mbps, haverá 10 milhões de transições de
tensão por segundo na transmissão de um dado. Com isso, a placa de rede receptora pode facilmente gerar
o clock de 10 MHz (10 milhões de pulsos por segundo) que é necessário para sincronizar as duas placas de
rede (transmissora e receptora) a partir do próprio dado que está sendo recebido. O mesmo é válido para
outras taxas de transferência, como 100 Mbps e 1 Gbps.
Podemos explicar essa sincronização de outra forma: a placa de rede receptora precisa saber onde
começa e onde termina cada bit que está recebendo, ou seja, precisa verificar se o valor que está sendo
recebido é 0 ou 1 exatamente no meio do sinal 0 ou 1. Como sempre há uma transição de tensão, e essa
transição ocorre sempre exatamente na metade do tempo de transmissão de cada bit, fica muito fácil para o
receptor saber onde começa e termina cada bit: sempre onde há uma variação de tensão é o meio do
período de transmissão de um valor 0 ou 1.

Figura 3 – Codificação Manchester.

4. Um Serviço Não Confiável Não Orientado para Conexão

Todas as tecnologias Ethernet fornecem serviço não orientado para conexão à camada de rede. Isto
é, quando o adaptador A quer enviar um datagrama ao adaptador B, o adaptador A encapsula o datagrama
em um quadro Ethernet e envia o quadro à LAN, sem se conectar previamente a B.
Todas as tecnologias Ethernet fornecem um serviço não confiável à camada de rede.
Especificamente, quando o adaptador B recebe um quadro do adaptador A, ele submete o quadro a uma
verificação de CRC, mas não envia um reconhecimento quando um quadro passa na verificação CRC nem
um reconhecimento negativo quando um quadro não passa na verificação de CRC. Quando um quadro não
passa na verificação de CRC, o adaptador B simplesmente o descarta. Assim, o adaptador A não tem a
mínima idéia se o quadro que transmitiu passou na verificação CRC. Essa falta de transporte confiável (na
camada de enlace) ajuda a tornar a Ethernet simples e barata. Mas também significa que a seqüência de
datagramas passada à camada de rede pode ter lacunas.

5. Cabeamento

Os padrões de cabeamento Ethernet são expressos no seguinte formato:

[Taxa máxima de transmissão][Tipo de transmissão][Tipo do cabo]

Taxa máxima de transmissão: é expressa em Mbps.


Tipo de transmissão: o tipo de transmissão usado em redes Ethernet é do tipo unicanal
(baseband) e, por isso, você encontrará o termo “Base”.
Tipo do cabo: No caso do cabo coaxial, é expresso o comprimento máximo do cabo, “2” para
cabo coaxial fino (arredondamento do limite máximo desse cabo, que é de 185 metros por
segmento) e “5” para cabo coaxial grosso (já que esse cabo possui um limite de 500 metros por
segmento). O par trançado sem blindagem é expresso com um “T” (de Twisted pair). E a fibra
ótica é expressa com um “F”. A exceção fica por conta das fibras óticas operando a 1 Gbps,
onde é usada a nomenclatura “SX” para indicar o uso de luz com um comprimento de onda
curto (Short) e “LX” para indicar o uso de luz com um comprimento de onda longo (Long).

Assim, temos os seguintes padrões de cabos em redes Ethernet:

10Base2: Cabo coaxial fino, com limite de comprimento de 185 metros por segmento. Opera a
10 Mbps.
10Base5: Cabo coaxial grosso, com limite de comprimento de 500 metros por segmento. Opera
a 10 Mbps.
10BaseT: Cabo par trançado sem blindagem, com limite de comprimento de 100 metros por
segmento. Opera a 10 Mbps.
10BaseFL: Fibra ótica multimodo, com limite de comprimento de 2 Km por segmento. Opera a
10 Mbps.
100BaseT: Cabo par trançado sem blindagem, com limite de comprimento de 100 metros por
segmento, operando a 100 Mbps. Esse padrão é também chamado Fast Ethernet.
100BaseFX: Fibra ótica multimodo, operando a 100 Mbps (padrão também conhecido como
Fast Ethernet). Possui um limite de comprimento de 412 metros por segmento, caso seja usada
apenas uma fibra e comunicação half-duplex. Caso sejam usadas duas fibras, a comunicação
usada é full-duplex e o limite de comprimento passa a ser de 2 Km por segmento. Pode-se usar
também fibras óticas monomodo no padrão 100BaseFX. Nesse caso o limite de comprimento é
bem maior (20 Km ou até mais).
1000BaseT: Cabo par trançado sem blindagem, operando a 1 Gbps. Esse padrão é também
chamado Gigabit Ethernet. O limite de comprimento é de 100 metros por segmento.
1000BaseSX: Fibra ótica multimodo operando a 1 Gbps (Gigabit Ethernet). O limite de
comprimento do cabo é de 220 metros por segmento. Esse é o padrão mais usado na
montagem de redes Gigabit Ethernet usando fibras óticas.
1000BaseLX: Esse padrão de fibras óticas permite um comprimento maior do cabo: 550 metros
caso seja usada uma fibra ótica multimodo ou 5 Km caso seja usada uma fibra ótica
monomodo.

6. Topologias

As redes Ethernet podem usar basicamente dois tipos de topologia: linear (também chamado de
barramento), onde todos os micros são ligados fisicamente a um mesmo cabo, em estrela, onde todos os
micros são ligados a um mesmo cabo através de um dispositivo concentrador, como um hub. Independente
do tipo de topologia usada, uma coisa é certa: todos os dispositivos da rede, direta ou indiretamente, estão
conectados a um mesmo cabo.

6.1. Topologia Linear

Nesse tipo de topologia todos os micros são ligados fisicamente a um mesmo cabo. Como todos os
micros estão compartilhando o mesmo cabo, fica bastante claro que nenhum micro pode usar o cabo
enquanto uma comunicação está sendo efetuada.
A grande desvantagem da topologia linear é que, se o cabo partir, todos os micros deixam de ter
acesso à rede. Normalmente não precisa ser um rompimento visível: basta que o cabo apresente mau-
contato para a rede deixar de funcionar.
Fisicamente falando, a topologia linear é implementada usando cabo coaxial. A maneira com que a
topologia linear é implementada na prática varia um pouco de acordo com o tipo de cabo coaxial usado.
Quando o cabo coaxial fino é usado, as máquinas são conectadas ao cabo da rede através de um
conector BNC “T”. Nas pontas do cabo é necessário instalar um terminador resistivo de 50 ohms. As placas
de rede para cabo coaxial fino já possuem um transceiver interno e, com isso, elas já possuem um plug
BNC para a conexão do conector em “T”.
A topologia linear funciona da mesma forma no cabo coaxial grosso. A diferença é que as placas de
rede não possuem transceivers internos para esse tipo de cabo, sendo necessária a instalação na porta AUI
da placa de rede. Outra diferença é que, enquanto o cabo coaxial fino utiliza conectores do tipo BNC, o
cabo coaxial grosso usa conectores do tipo N.

6.2. Topologia em Estrela

A topologia em estrela utiliza um periférico concentrador, normalmente um hub, interligando todas


as máquinas da rede. Só que essa ligação em estrela é apenas física. Logicamente, ou seja, dentro do hub,
a rede continua funcionando como se ela fosse uma rede com topologia linear. Isso significa que, quando
um micro envia um quadro para outro, todos os micros recebem esse quadro ao mesmo tempo, não
podendo enviar dados enquanto o cabeamento estiver ocupado.
Outro periférico concentrador, chamado switch (chaveador) pode ser utilizado. Esse equipamento
estabelece somente a conexão entre a máquina de origem e a máquina de destino, não replicando os
quadros recebidos por toda a rede. Esse equipamento é muito mais complexo que o hub e, por isso, mais
caro. É comumente usado em redes onde esteja havendo uma taxa muito alta de colisões a ponto de estar
afetando o desempenho da rede, ou então em redes preocupadas com segurança (já que é mais seguro
enviar um quadro somente para o seu destinatário do que replicá-lo para a rede inteira).
A grande vantagem da topologia em estrela é a sua flexibilidade. Como possui um periférico
concentrador, caso um dos cabos da rede de rompa, apenas a comunicação entre o hub e a máquina na
qual o cabo estava conectando será interrompida; a rede continuará funcionando perfeitamente, ao
contrário do que ocorre na topologia linear.
Outra vantagem é o uso do cabeamento estruturado. O limite do comprimento depende do cado
usado. Redes com topologia em estrela são usadas por redes usando cabos do tipo par trançado (redes
Ethernet normalmente utilizam par trançado sem blindagem) e fibra ótica.
7. Desempenho

Em uma rede Ethernet, quanto maior a carga, maior o número de colisões que estão acontecendo.
Esse aumento de colisões provoca uma diminuição no desempenho do sistema como um todo, pois a
estação deverá fazer várias tentativas até conseguir transmitir seu quadro, diminuindo a taxa global de
transmissão.

8. CSMA/CD: O Protocolo de Acesso Múltiplo da Ethernet

Quando os nós estão interconectados com um hub a LAN Ethernet é uma verdadeira LAN de
broadcast – isto é, quando um adaptador transmite um quadro, todos os adaptadores na LAN recebem o
quadro. Como pode empregar broadcast, a Ethernet precisa de um protocolo de acesso múltiplo – ela usa o
famoso protocolo de acesso múltiplo CSMA/CD. O CSMA/CD faz o seguinte:

1. Um adaptador pode começar a transmitir a qualquer tempo, ou seja, não são usados
compartimentos.
2. Um adaptador nunca transmite um quadro quando percebe que algum outro adaptador está
transmitindo, ou seja, ele usa detecção de portadora.
3. Um adaptador que está transmitindo aborta sua transmissão quando percebe que algum outro
adaptador está transmitindo, ou seja, usa detecção de colisão.
4. Antes de tentar uma retransmissão, um adaptador espera um período de tempo aleatório que é
caracteristicamente pequeno em comparação com o tempo de transmissão de um quadro.

Esses mecanismos conferem ao CSMA/CD um desempenho muito melhor, em ambiente LAN, do


que o do slotted ALOHA. De fato, se o atraso máximo de propagação entre estações for muito pequeno, a
eficiência do CSMA/CD poderá ficar próxima a 100 por cento.
A estação detecta colisão comparando o dado que ela está enviando com o dado que passa pelo
barramento. Caso seja diferente é sinal de que aconteceu uma colisão. A colisão é um processo normal nas
redes Ethernet, e é resolvido em microsegundos, pois as estações envolvidas no processo esperam um
tempo aleatório para retransmitir o quadro de dados.
Quando uma colisão é detectada, o transceiver envia um sinal avisando a interface de rede. Se a
colisão é detectada bem no início do quadro, a interface espera até o preâmbulo ter sido completamente
transmitido, enviando para a rede um sinal de 4 bytes (32 bits) indicando colisão (jam signal). Nesse ponto a
interface interrompe a transmissão e entra no algoritmo de recuperação de colisão, esperando um tempo
aleatório para tentar novamente.
O tempo aleatório que é esperado pelas estações obedece a um algoritmo conhecido como backoff
exponencial, que funciona da seguinte forma: após a primeira colisão, a estação espera um tempo
randômico equivalente a 0 ou 1 períodos de contenção. Caso transmita e ocorra nova colisão, a estação
espera de 0 a 3 períodos de contenção, e assim por diante enquanto ocorrer colisão (o período randômico
varia de 0 a 2n – 1) (onde n é o número de colisões). Se ocorrerem 10 colisões seguidas, o intervalo
randômico é congelado em um máximo de 1023 períodos de contenção. Se acontecerem 16 colisões
seguidas, é reportado um erro para a estação que está tentando transmitir.
O tempo de contenção é definido como duas vezes o tempo que a mensagem leva para se
propagar de um extremo ao outro do condutor, ou seja, é o equivalente a 64 bytes ou 512 bits. Note que a
duração de um bit é diferente dependendo da velocidade do Ethernet, sendo de 0,1 s para 10Mbit/s e 0,01
s para 100Mbit/s.
O tempo de contenção significa o máximo tempo que uma estação demora em detectar se houve
colisão na sua mensagem. Assim, passado esse tempo, ela tem certeza que não sofrerá interferência de
outras estações. Em outras palavras, suponha uma estação em um extremo do cabo iniciando uma
transmissão no instante t0. Algum tempo depois ( ), os primeiros bits da mensagem vão atingir a
extremidade oposta do cabo. Se uma segunda estação na extremidade oposta do cabo ouvir o meio físico
um pequeno instante antes de t0 + , ela vai achar que o meio está livre e vai começar sua transmissão. A
segunda estação vai detectar quase imediatamente a colisão, mas a primeira estação só vai detectar esta
colisão quando os bits enviados pela segunda estação estiverem chegando nela (t0 + + ). É por isso que o
tempo de contenção é igual a 2 .
A tabela a seguir mostra os tempos de espera da interface de rede de 10Mbit/s no caso de colisão.

Colisão N Números Tempo


randômicos randômico
1 0...1 0...51,2 s
2 0...3 0...153,6 s
3 0...7 0...358,4 s
4 0...15 0...768 s
5 0...31 0...1,59 ms
6 0...63 0...3,23 ms
7 0...127 0...6,50 ms
8 0...255 0...13,1 ms
9 0...511 0...26,2 ms
10-15 0...1023 0...52,4 ms
16 N/A Descarta quadro

Uma estação não transmite vários pacotes intermitentemente, sendo obrigada a esperar um tempo
conhecido como gap, equivalente a 12 bytes ou 96 bits. Esta medida serve para liberar o meio físico e
permitir que outras estações também possam enviar seus pacotes.
Em redes Ethernet Full-duplex, o protocolo CSMA/CD é desligado.

9. Tecnologias Ethernet

Em 2004, as tecnologias Ethernet mais comuns era a 10BaseT e a 100BaseT, que usam pares de
fios trançados de cobre em topologia estrela e têm velocidades de transmissão de 10 Mbps e 100 Mbps,
respectivamente. Essas tecnologias Ethernet estão padronizadas pelos grupos de trabalho IEEE 802.3. Por
essa razão, uma LAN Ethernet quase sempre é denominada LAN 802.3.
Cada adaptador em cada nó tem uma conexão direta, ponto-a-ponto com um hub. Essa conexão
consiste em dois pares de fios trançados de cobre, um para transmitir e outro para receber. Na extremidade
da conexão, há um conector RJ-45, parecido com o conector RJ-11 usado para telefones comuns. Tanto
para a 10BaseT quanto para a 100BaseT, o comprimento máximo da conexão entre um adaptador e um
hub é 100 metros; assim, a distância máxima entre quaisquer dois nós é 200 metros.
Um hub é um dispositivo de camada física que atua sobre bits individuais, em vez de sobre quadros,
e tem duas ou mais interfaces. Quando um bit, representando um 0 ou um 1, chega de uma interface, o
repetidor simplesmente recria o bit, reforça sua energia e transmite o bit para todas as outras interfaces. É
importante ter em mente que repetidores não implementam detecção de portadora ou qualquer outra parte
do CSMA/CD; um repetidor repete um bit que está entrando em todas as interfaces de saída mesmo que
haja energia de sinal em algumas dessas interfaces. Como repetidores fazem transmissão broadcast de
bits, cada adaptador em uma Ethernet 10/100 BaseT pode (1) sondar o canal para determinar se ele está
ocioso e (2) detectar uma colisão enquanto está transmitindo.
Hubs também oferecem características de gerenciamento de rede. Por exemplo, se um adaptador
está funcionando mal e envia continuamente quadros Ethernet, a Ethernet 10/100BaseT continuará a
funcionar, porque o hub detectará o problema e desconectará internamente o adaptador que está
funcionando mal. Além disso, a maioria dos hubs pode reunir informações e repassá-las para um
hospedeiro que está conectado diretamente ao hub. Os administradores de rede podem usar essas
informações não só para depurar e corrigir problemas, mas também para planejar como a LAN deverá
evoluir no futuro.
Hoje, muitos adaptadores Ethernet são adaptadores de 10/100 Mbps. Isso significa que podem ser
usados tanto para a tecnologia 10BaseT como para a 100BaseT. A 100BaseT caracteristicamente utiliza
par trançado de categoria 5 (um par trançado de alta qualidade com muitas tranças). Diferentemente da
rede 10BaseT, a rede 100BaseT não usa a codificação Manchester, mas uma codificação mais eficiente,
denominada 4B5B: todo grupo de cinco períodos de relógio é usado para enviar 4 bits com a finalidade de
fornecer transições suficientes para permitir sincronização de relógio.
Mencionamos brevemente aqui as tecnologias Ethernet 10 Mbps e 100 Mbps podem empregar
enlaces de fibra. Um enlace de fibra é frequentemente utilizado para interconectar hubs que estão em
prédios diferentes no mesmo campus. A fibra é cara devido ao custo dos conectores, mas tem uma
excelente imunidade a ruído. Os padrões IEEE 802 permitem que uma LAN tenha um alcance geográfico
mais amplo quando se usa fibra para conectar os nós de backbone.

9.1. Gigabit Ethernet e Ethernet 10Gbps

A rede Gigabit Ethernet é uma extensão dos muito bem-sucedidos padrões 10 Mbps e 100 Mbps.
Oferecendo uma velocidade bruta de 1000 Mbps, a Gigabit Ethernet mantém total compatibilidade com a
imensa base instalada de equipamentos Ethernet. A Gigabit Ethernet apresenta o seguinte padrão de
funcionamento, denominado IEEE 802.3z:
Usa o formato-padrão do quadro Ethernet e é compatível com as tecnologias 10BaseT e 100BaseT.
Isso permite fácil integração da Gigabit Ethernet com a base instalada de equipamentos Ethernet.
Permite enlaces ponto-a-ponto, bem como canais broadcast compartilhados. Enlaces ponto-a-ponto
usam comutadores, ao passo que canais broadcast usam hubs, como descrito anteriormente para a
10BaseT e para a 100BaseT. No jargão da Gigabit Ethernet, os hubs são denominados
distribuidores com buffer.
Utiliza CSMA/CD para canais broadcast compartilhados. Para conseguir eficiência aceitável, a
distância máxima entre os nós deve ser severamente limitada.
Permite operação full-duplex a 1000 Mbps em ambas as direções para canais ponto-a-ponto.
Como a 10BaseT e a 100BaseT, a Gigabit Ethernet tem topologia em estrela, tendo como centro um
hub ou um comutador. A Gigabit Ethernet serve frequentemente como backbone para interconectar
múltiplas LANs Ethernet de 10 Mbps e de 100 Mbps. Operando inicialmente sobre fibra ótica, a Gigabit
Ethernet também pode usar cabeamento UTP categoria 5.
A 10-Gigabit Ethernet ampliou ainda mais a popular tecnologia Ethernet com produtos que surgiram
em 2001. Além disso, o padrão da 10-Gigabit Ethernet, 802.3ae, estende a tecnologia Ethernet aos enlaces
ponto-a-ponto de WANs.

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