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Alexandre Camaru
Arte de Capa
Bruna Hasegawa dos Santos
Copyright© Fábio Araújo Oliveira
6604/3 – 100 – 64 – 2017
Oliveira, Fábio
Segredos, verdades e mentiras / Fábio Oliveira. - -
2 ed. - - São Paulo : Scortecci, 2016
ISBN 978-85-366-4493-6
15-10491CDD-869.8
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Amor em segredo
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“Tome o que merece, maldita!!!”
aquele bicho que o atraía? Nas putas, ele não pensava. Nem
mesmo em Magali, que sempre o aceitava como cliente.
Magali voltou para a rua onde trabalhava. Já era qua-
se quatro horas da manhã. Ela não estava alegre, nem triste.
Encontrou Tanuxa, o travesti negro que comandava o comér-
cio sexual daquela rua. A puta pagou a comissão do dia à
18 sua cafetina, conversou muito pouco com ela e com as outras
putas que estavam por ali. Não encontrou mais Jéssica, Rita e
Thalita, então resolveu ir para casa. Tirou da sua bolsa o seu
sobretudo, vestiu e foi embora, pensando em Jorge. Mais tar-
de, tinha de trabalhar mais...
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Segredos, verdades e mentiras
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A minha Primeira Comunhão
29
Segredos da vida e da morte
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Abrir a porta
hora dessa?
– Bom dia, meu amor!
– Diga logo, que eu sei que coisa boa não é!
– Vem morar comigo, arrumei toda a minha casa pra
você!
A mulher não estava segura sobre que atitude tomar,
38 mas, depois de conversar muito, duvidar do pedido, impor
condições e chorar de emoção, aceitou o convite. Depois fize-
ram sexo e, na cama mesmo, planejaram passar a lua de mel na
cidade da família dela, no interior do Paraná. Gastariam todo
o dinheiro do empréstimo para realizarem os seus desejos.
“Ainda dá tempo pra abrir portas em nossas vidas”, disse Seu
Carlos. E Cassandra gargalhou de felicidade!
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Entre pai e filho
42
A mulher e o piolho
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O destino de Gabriel
muito caro.
Gabriel resolveu sair da rodoviária, para tentar encon-
trar o seu tio. Perguntou a algumas pessoas onde ficava a saída
para a rua. Uma delas lhe indicou um caminho. O jovem se-
guiu a indicação, desceu uma escada e chegou ao passeio. Viu
alguns hotéis e alguns bares. Entrou em um desses botecos e
52 pediu uma dose de cachaça. Bebia em pé mesmo, encostado
no balcão. O bar tinha gente, mas não estava cheio. Logo con-
versava com um desconhecido, contando a sua situação:
– Você é maluco, rapaz! Sem endereço você nunca vai
achar seus parentes nessa cidade!
– Mas é tão grande assim, cara!!!
– Isso aqui parece o mar, nunca acaba! Você anda, anda,
anda, e nunca chega ao fim!
– Mas tenho fé em encontrar!!
Depois de o jovem retirante beber por poucas horas,
saiu dali e foi caminhar pelas redondezas. Já era mais de meia-
-noite. Andou até encontrar algumas pessoas que viviam na
rua. Conversou com algumas delas e contou novamente a sua
situação. Também ouviu o que os outros tinham para desa-
bafar. Gabriel estava começando a conhecer São Paulo por
meio de histórias de ilusão, abandono, solidão, sofrimento,
resistência e persistência. Acabou dormindo ali mesmo, para
economizar o resto de dinheiro e também para continuar ten-
do algum tipo de companhia naquela madrugada.
O desamparo seria a sua moradia a partir de então.
E dele o jovem não sairia mais. Nessa condição conhece-
ria ruas, avenidas, túneis, viadutos, feiras livres, mercados,
praças, calçadas, marquises. Conheceria o frio, a insônia,
a fome, privações de todos os tipos. Por fim, conheceria a Segredos, verdades e mentiras
morte prematuramente.
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O vento e o mar
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Buquê de flores
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Contato com o Autor
faoliveira@ig.com.br
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