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OSPERCEVEJO TEATRO CONTEMPORANEO SE“NARRATIVAS cal ote deed, Do LIVRO PARA O PALCO? FORMAS DE INTERAGAO ENTRE O EPICO LITERARIO E O TEATRAL Lui Artiur NUNES ito de uma tendéneia O ensaio propie-se como relilo © reflexiio a resp te significativ: wea: ada teatralizagio da encenagao contempo de obras litenitias de fieglo sem Wansposigao de género, preservando 3 wey autoral nara sor em dois de seus t texto registra procedimentos adotados pelo thosd do Nelse Teatro épico; ator rapsedo; paleo ¢ literatura; transposigao de xé etoriais: a encenagao de onze contos coligidos de A vida como ela ,, de Henry James ovela A fera na selv Rodrigues, ¢ dt teatralidade Este texto propde-se como um relato de uma modalidade de experimentagiio mente sistemiitica ao longo de meu eatral cultivada de forma constante © crescent de descrever ¢ compreender uma exereicio profissional como encenador. Trate determinada prética, tentando vé-la_niio como experiénei enquanto gesto criative inseride numa linha de investigagio das mais significativas idiossineratica, mas sim a cena Contemporanca nissa basica € levar ao palco, ao inves de uma pega deamaturgica, uma Sua ps obra de pura épica literaria: relato ficcional — romance, conto, novela, Fabula, epo- — ou qualquer outra forma que @ género {para usar uma clo sua expFeES- terminologia obsoleta} tenha assumide ao longo da histéria, presen sio original, E importante dissociar esta proposta da tradicional “adaptagao ‘© transporte total do modo narrativo para odramitico. Trata- teatro”, onde se efetw p de transposigao de género que jamente o sacrili- wreta necess av de um exerci LUIZ ARTHUR NUNES ¢ formado cm Diregio Teatral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UPRGS), Mestre em Teatro pela State University off New York (SUNY}e PhD. em Teatro pela City University of New York (CUNY), Professor Tiularsdo Departamento de Diregio Teatral edo Programa de Pos-Graduagae er Teatro da UNIRIO. i OPERCTVEIO S. 9, Axo 8, 2000, 394 51 tral ¢ drarmaturgo, 40 cio de uma linguagem em favor de outra, ainda que se busquem salvar, nesta oper Jos e ideoldgicos do texto-matriz. Deste modo, a vor do \0, 08 contetidos Imagin: autor desaparece, transmudada nas vozes dialogadas dos personagens. Em COntMApOsigO, Hossa proposta fay questi de conservar o discurso autoral (nari dada na crenga de que € possivel desco- ica, capa de render instigante D ele.), fi descrigd0, comentario, reflen ralidade inerente © speci ‘brir nele um lugdes: de finguagem cénica, A fala autoral - 0 cnunciado narmative ~ € confindo aqui ao ator. Fste, gragas a nar, que Ihe possibilita saltar fora do eommunicagio mil isso, resy: 1a forma ¢ mundo ficcional para conta-Lo, descrevé-lo ou comenti-to, Foi este um privilégio a dlisposigao do stor de teatro grego, romano, medieval, elizabetano e do Siglo de Oro 1. Quando imo como dogma 0 ovident espanhol, s6 para enumcrar alguns momentos dat historia do te comega a forjar-se a gradual mas avassaladora imposigio do ilusion da arte dramiética, falar diretamente para a platéia, por implicar nunaa evasdio explict tado espago do imaginirio, passou a sor condenada como pritica eépiirin e destruide tica, da verossimilhanga, da ilusdy perfeita, A aluagdio narrativa, sat da puree dram consageada pela cultura oficial portanto, foi hanida da cena ~ pelo menos da aturgia © da encenagio operada neste século, veto A renowagio radical da dra reabilitar 0 ator marrador, que aqui chamaremos de “ator rapsodo”, numa a obs ielache anti Hs seus ancesitais. © restabelecimento da teatra ionista a partir du hibridizacio da forma dranuitica co los épicos e posticas é, sem di- proced uma das maiores conquistas da revolugio sofrida pelo paleo contemporiines. movimento leveu, nas dltimas décadas, ao desenvolvimento da pratica da vaguardando sua cpicidade constitutiva. » Lite: de textos de feg ria, O discurso narrative direto € assumido integralmente: os atores tornamese portaevo~ ves do autor-contador Este ipo de experimentagao tem gerado um incontavel niimero de rwealizagoes alamente significativas desde seus primeiros ensatos nos anos 70, na Franga, com os nloine Vitez, e, na Inglaterra, com a montagem de hos do envenador J Nicolas Nickleby, de Charles Dickens, pela Royal Shakespeare Company. Jean-Pierre flexo de umi Sarrazaec' explica a presenga do romance no teatro curopeu como necessicace do encenador de se dirigir diretamente ao ptiblico sem passar pel intermediagay do didlogo. Sarrazac julga deteetar av um renascimento do “impulse se fascinio pelo rapseidico” que remonta a Homero, Jd Anne Ubersfeld® enxerga alo narrativo explicit um desejo de romper com at camisa de forga da continuidade a convencional, sub: uindo-a pelo enguanto cixo estruturador da narrativa drat lato descontinuo do rom: Ince, COM suas rUptUFAS, espagamentos ¢ idas € vindas ma mc Jo, no fluxo temporal € no percurso espacial. Dono de uma nova liberdade de manipulagdo da ficgiio, o encenador se Langa na exploragtio de um enun ciado flexivel, fragmentério, multiforme, que the dé acesso a inesperadas zonas de significado ¢ de ressonancia poética no campo da mais pura teatralidade © Brasil no demorou muito para se arriscar na aventura de extrair teatro: da lendario litcratura. Um dos pioneiros foi certamente Antunes Filho, & Macunaima. Seria exaustive listar todos 0s que enyeredaram por esta trilha, Mas nao podemos deixar de destacar a trajetéria directorial de Bia Lessa, composta quase que totalmente por romances tcatralizados, como Orlando, de Virginia Woolf, Os posses sos, de Dostoievski, Viagem ao centro da terra, ¢ ne € O hamen ser que lidades, de Robert Musil. No Rio de Janciro, uma das experiéneias mais fecundas foi nulher carioca aos 22 anox, romance de Joao de Minas, que Aderbal Freire-Filho aleo sem nenhum corte ou pas no teragiio do texto original. Cumpre nfo esquecer também as lentativas vens talentos da dire 80 teatral, como Vere fa Sarapatha, como Je Guimaries Rosa e Mleavsino e Nieoleta, historia andnima da tradigio oral medie val, montados respec tivamente por Luiz Carlos Vasconcellos ¢ André Paes Leme snulné Paes Leme. Fou 41 42 Explicitado e contextualizade o objeto desta nossa reflexdo ¢ definidas as pre- ssas de order estética em que se fundamenta, tentaremos olhil-lo mais de perto a fim de discernir 0s processos, descrever os procedimentos ¢ apreciar seus resultados. tor delimitar o campo de investigagao: cleger um corpe de obra I de andlise abundante ¢ relevante, Como apontamos logo de ini- Para tanto, faz-se que oferega materia cio, fizermos a opgie de nos debruyar sobre a nossa propria produgao artistica, nao por petonal, mas justamente por considerd-la tipica, exemplar enquanto ex- er seus julyicla exes ploragao de uma prética jd suficientemente consolidada a ponto de estabel proprios paradigmas, Que outra matéria proporctonard melhores condigdes de estuddo do que aqucla que nds mesmos construfmos? Que Fabricagdes estéticas conhecemox nas profunda e minuciosamente do que as que foram gestadas longamente, quase jo sagrado de nossa arte? Por ndo se tratar, em . no exer sompre obsessivame Jcnhum momento, de um julgamento critico, acreditamos evitar o perigo da parcia- lidade ¢ da auto-indulgéneia, Queremos tao somente discernir ay configuragdes for- mais, nio para apreciar seu Valor artistic, mas para surpreender os mecanismos, dlindmica e a sistemstica que as caracterizam como pertencentes a um conjunto maior da pradugdo estética/teatral contemporanea. Nossas eriagGes para a cena merecem ser estudadas enquanto manifestagdes de um movimento, uma praxis que vé no jogo nvencao leririo © texto cénico unta via de revitalizagao interativo entre texto dramaturgica © cénica. eleger a propria pes- ssa explicagdo nos parece necessiria; 0 pesquisador, quisa como objeto de reflexao, tem como objetivo compreender, com as ferramentas da operagio cientifica, aquilo que construiu com as da intuigao artistica, na esperanga de poder ilurni de ser tachado de narcis de conhecimento, Os frutos que porventura venha a colher destinam-se Thados com a coletividade de praticantes, estudiosos e amantes da arte a que serve Dito isso, vamos ao que interessa, Considero espetiiculo A vida como ele de onze hist6rias da famosa série de Nelson Rodrigues, responder certas perguntas. Mesmo correndo 0 eu esforgo direcionase para a produgio ser compasti- aalgumas quest sta ou auto-centrado, encenagio de uma selec como uma das minhas mais frutiferas incursdes pelo territério da teatratidade 6pica Novamente nao estamos falando de qualidade artistica, A releviincia desta experién- cia deve-se ao fato de ter propiciado a exploragiio de um rico arsenal de procedimen- tose soluges de linguagem cénica A preservagaio do discurso autoral se impunha no apenas como estratégia programatica, Com efeito, a narragio de Nelson Rodrigues ¢ to saborosa, os comen- 0 fais ante, a imagética tao poderosa, que irios tio agudos ¢ iluminadores, 0 estilo suprimir esta voe seria desperdigar wm tesouro. Distribui-a entre meus oito atores Nara Ken N cle Figueiredo Sta rapsodos, » em cada hist6ria com uma forma distinta de veiculi-la. Uma pri meira sistematizagho desses expedientes distingue dois tipos biisicos de atuagio rapsédiva: o ator cumprinido exclusivamente 4 funglio de narrador da fabula, & ma Ja odo o tempo exterior A esfera da ficgdo, ¢ 0 ator altern papéis de contador ¢ de per zen, entrando ne espago dram ico para parlicipai io, para loge a seguir saltar fora dele ¢ comentié-la, ‘Chamemos o primeiro tipo de narrador puro. Sua operagio, por sua vez, podia se processar de duas mancitas diversas, Numa primeira, cle narra “do lado de fora »ntemplando ncnte colocado na periferia do campo agiio do seu exterior, espaci de atuagdo. Na outa, ainda impedido de penetrar na fiegao, invade, no entanto, 0 espago fisico onde ela transcorre, chegando quase a disputar o territéirio com os perso- nagens. Enquanto que 0 primeiro narrador, por forga de sua posigao afastada, tende a imprimir um tom mais distaneiado ao relato, o segundo, devido 4 proximidade, faz sua ago gestual e verbal incidir poderosamente sobre as criaturas imaginarias. O » bem mais incisive ria narrada, sua presenga invasiva funciona como um come O texto emitido A distineia vem carregado de imparcialidade, enquanto que a fale proferida no coragdo mesmo do drama, ainda que resguardada pela impermeabilidade de um narrador interessado, entre 0s planos do épico © do dramatic, sai ¢ julgamento, desejoso de emitir sua opiniao, se 43 ‘A instncia em que 0 ator se repartia na dupla fungao de narrar e representar 0 drama, acima mencionada, resultava num efeito de grande teatralidade. © vaivém entre 0 pica ¢ 0 dramético, 0 vestir ¢ 0 desvestir da mascara do personagem, o trin- sito para dentro para fora da fabula eriavam um movimento cheio de surpresas, Imagens cintitavam ¢ significados brotavam desta fricgo entre modos de express Go contrastantes. O- ato narrativo € uma operagio a distincia sobre matéria narra 10 da, ao passo que a performance dramatica s6 pode acontecer no cere da mesma, O salto af é grande e arriscado, Ao trocar da primeira pessoa do drama para a terceira pessoa do relato, 0 ator estava fazendo, na verdade, uma piructa ousada ¢ espetacular. O que acontece, porém, se a narrago vai para a boca de um personagem ¢ tudo acomtece agora na primeira pessoa? Este foi mais um dos expedientes utilizados no espeticulo. © personagem, mesmo falande de si mesmo, contando sua hist6ria, per- manece fora dela. Por mats envolvide que esteja com os falos € os seres marrados. a postura épica é, por natureza, distanciada. Nlio obstante, este envolvimento & suf onfiguragio. O ene para instaurar urn espe Ges que alteram toda a pe a desempenho ganba um tom mais aquecido, que afets a propria leitura do persona- scm, obrigando 0 espectitor « redimensionar sua empatia € avaliag#o do mesmo. . foi necesssiria uma intervengiio mais violenta no Para fazer o persomagem martar: texto original, onde o marrador onisciente reina absoluto. Afligiu-nos inicialmente essa liberdade, sentida como umn desrespeito ao autor, wma deturpag’io da obra. O ganho em expressividade, porém, dissipou os escripules, Nos contos assim adaptados, o sujeito ficcional narrador podia ser © persona- gem principal ou uma figura secundiria 4 trama. No segundo caso, configurava-se como um observador da ago, com a qual mantinha um compromisse menor do que no caso do protagonista contador. © médico da familia, que acompanha o seu drama uma oportunidade perfeita para © alé participa do mesmo de forma epissdica, « testar essa modalidade de awuagiio, onde © confident da tipologia tradictonal se mis- io mais moderna — em termos de téoni ura & funga dramattirgica ~ do personagen la comentarista, Observar © comentar implicam necessariamente num ponto de afastado, Je quando € 0 herdi a nos comunicar suas vicissitudes, temos um denso A relagio emotiva que narrador estabelece com a envolvimento com o dram: a interfere na transmissdio da mesma. O parhos que impregna o relato maiéria ni 10 dos Fatos. impede a objetividade, deturpa a v Nestes, Jirios expedientes épicos experimentados em A vida como ela é,0 alo narrative verbal podia ser monopolizado por um s6 contador ao Hongo de toda a his! ria, fosse cle narrador exterior ou personagem narrador, Em determinados momen- tos, entretanto, 6 relato era distribuide por uma quantidade maior de falantes, agindo dle Toneadi fivedie, Q marten amc omisciente ahcofure satu at Eebula comanckandy autoritariamente o seu desenrofar, mecunet: Uiteres subiisgen, Nats tanks soit porsonagens comme manipuladar tade-perdetiss d Aa ein grupo. ety compensagio, ess suprembient se bili, erate sa lustoria, Se wind Porcini este cafe era Compote ds pessettagets artes 9 sauevicene annie mvs. \ppresetntindie itty es oe ara pessoal, o comErl le Lorn estelbuageinta 1 petstmatic: riuHipls ponte de vista pessoais. es ARUN emery J unaa verso solidknente unavoca dis tales abvenir Ch naactaclor salisisy giro stivigaivae a "verdade”. e\amia ude diteremtes eats te a hartagor supa ne nriguiccunnentey du signi treads. gules G. desta tormat, suscitancey aim Rosine qremdo sebmetida a Hiherdade poetics dit teansposigiey dit ike sutoral gs ou prance pessoa © a sta pubverizagii entre ovitiplos comadores. o texte Fechouranccinshaufa: Sempre: ane WINer ee IMA es etre ns desenfialos conn traces fraries © ecendnnaiees: Beles se re nnsvinnnibadla e pet se cha roe neTin ants tse stow estrenmis, nas abituckes radigats, Mh powct ames sobre es Ganiter ou ¢* senimomts, ot nsteaspoegan pote Cn chr antermatihate doy personagemt ive fae potty de arsenal cle ecuarsens ataratty sd oa AMR seus COntS Cont aN tuioa Cr pawketemer iting teatral de Nelson tesa trance estictmanmmenty atmarrida de episialioy bres ey y impactamtes. Veit concentinls no. Pushes toser Sertiis ct sthunehany infativel de bom te, wey oh pees & Hece' os der vider center clan tune ante tal pores patie at sh desc wet dh des » palers yon Maas deles Sa praiticiumemte cemay prontts pi sedutarente martial otra bis filer ene Festa fac dnlaale aiiee sy etrvont hhadhe por mus entrar day meses prebissas de preservice at epic aduce vost a dhncane Vieemescheasnnvektide Hemy fames.¢ esmdusida por anne marrador que mervancaey at subjetivivkile de setts dhois persenagens capes come eampo de ¢ Weniscrenty teal an a substiinc ian uit agtin, Ot Pies mmentes Inturiones: Lazer emogiions esttsan din) miter jyorguline peadtinte mos recesses dey pensanmenter © ah narnavks O-eebates dnetospectt ess deumima st maior parte dar bilbiwaiyare Becton Janta-ke tal e qual pans.o pales poskeris corner ee rises ade posite nuns isete ee lade de miaiores reset tas ale excesivimente intebvetiializsidhs ¢ Btertries, despr nator Cearente eke teatralihule, Nessa epgho for tranypottastis part a primera poe SiMe te Hoy onic rene perses fe fepaticloentre us protagonists, substininis erdual ucaniscientes, conbecedores niin apenas ske svar propre Gabe nner ioe at cis tambon, minaculosamente det dorseu pareetrs, Fal estralyssts cine pat Pranstorngescescestensa Hala conoligicat can um diahige de marrigeies © cometitatios " fay mais Coniltzemte Como patho, Crantindes a 46 Proposta dos personagens terem acesso ao mundo psiquico um do outro tira qualquer verossimilhanga ao ato narrative que realizam, Na hist6ria de James, sio seres que mal se compreendem a si mesmo, incapazes de penettar to fundo na sua propria subjetividade, quanto mais na do outro, Transgredindo toda légicae as convengdes da narratividade, porém, no nosso espexiculo, eles narravam como personagens, sem nunca ab; donar a instancia ficcional, O resultado, perceptivel jai nos primeiros en- saios, comprovou-se eficar © poderosamente sugestivo. A alterndincia do didlogo produzido na atwalidade dramitica da contracenagio com as falas de narragio Introspectiva € onisciente, provocava um cfeito perturbador e fascinante ao mesmo tempo, Avs poucos, fomos pereebendo que o que tornava aceitavel e imeressante esta impressio resullante de que, ao saltarem do solugio aparenteménte inaccitivel era a ‘0, onde vivem a incapacidade de compreender ¢ controlar suas Vi- presente dramai das, para o plano da narrativa, da visualizago épica onisciente, os personagens cendiam a um espago privilegiado, intemporal, de onde podiam contemplar-se a si agdio de seu fracasso exis- mos € 10 OULD Com pleno entendimento ¢ calma ac ncial, Restava a pergunta: pars quem narram estes seres? Seu olhar nunca encarava diretamente o puiblico, Fixays airio, numa distincia ou — quem sabe? = num se mum ouvinte imaginario¢ inescrutdyel. Contudo, ocasionalmente, acontecia de direcionarem Has ¢picas uM para o outro, olhando-se mesmo nos othos. Novamente a suis plausibilidade caia por terra. E novamente a misteriosa kigica do teatro fez com que este recurso surtisse efeito, Nesses momentos, eles nao pareciam se escutarem, mas 0 plicas narrativas, chocando-se contra a cegueira do ouvin- ontetido iluminador ck a_uma sensacio de profunda e dolorosa ironia nesta aventura de extrair teatro de uma historia feita de te, prove Uma outra dificuld: onde a agio exterior —reduzi- tealidades intangiveis ¢ de estremecimentos interiore: cra a escasser da matéria dialgica

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