Objetivos de Tratar os Efluentes: Remoção de Sólidos em Suspensão
Remoção de Matéria orgânica e inorgânica; Remoção de organismos
patogênicos; Remoção de nutrientes.
Tipos de tratamento: É a resolução CONAMA 357/05 que determina os padrões
para lançamento de efluentes em corpos hídricos.; Tratamento Preliminar >
Tratamento Primário > Tratamento Secundário > Tratamento Terciário
Tratamento Preliminar: Consiste na remoção de sólidos grosseiros e de areia.
Finalidade de remoção de sólidos grosseiros: Proteger as unidade
subsequentes; Proteger as bombas e tubulações; Proteger os corpos receptores.
Finalidade de remoção de areia: Evitar abrasão nas bombas e tubulações; Evitar
obstrução das tubulações; Facilitar o transporte do líquido.
Gradeamento: Os dispositivos de remoção de sólidos grosseiros, são barras de
ferro ou aço, posicionadas no canal de chegada dos esgotos na estação de
tratamento. As grades devem permitir o escoamento dos esgotos sem produzir
grandes perdas de carga.
Classificação dos sistemas de gradeamento: Definições NBR 12.209 – Elaboração
de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos
sanitários. Dimensão das barras: Largura: 4 mm a 10 mm; Comprimento: 25 mm
a 75 mm; Inclinação das barras verticais ou inclinadas; Limpeza manual: 45º ou
60º Limpeza mecanizada: 70º a 90º
Velocidades no sistema de gradeamento: Velocidade no canal a montante da
grade (aproximação), maior do que 0,4 m/s. Velocidade de passagem: limpeza
manual 0,6 m/s a 0,9 m/s; Velocidade de passagem: limpeza mecanizada 0,6 m/s
a 1,2 m/s;
Sistema De Gradeamento: Detalhes Construtivos: PNB-569 e PNB-570.
Dispositivos de remoção de sólidos grosseiros: Grades de barras curvas,
Peneiras estáticas, Peneiras de tambor rotativo.
Caixas De Areia: Objetivo: Remoção de areia através de sedimentação, sem que
haja remoção conjunta de sólidos orgânicos.; Características das partículas a
serem removidas (“Areia”); Diâmetro efetivo: 0,2 mm a 0,4 mm; Massa Específica:
2.650 kg/m3; Velocidade de sedimentação: 2,0 cm/s.
Dispositivos de remoção: Manuais ou mecânicos (Bandeja de aço removidas por
talha e carretilha ou bombeamento).
Quantidade e destino do material retido: 30 a 40 l/1.000 m3 de esgoto.
Destino do material retido: Aterro Sanitário.
Tipos de Caixas de Areia: Tipo canal com velocidade constante controlada por
Calha Parshall; Secção quadrada em planta, com remoção mecanizada de lodo;
Caixa de areia aerada.
Operação da caixa de areia: Limpeza quando a areia ocupar metade da altura ou
dois terços de seu comprimento total
Controle: Quantidade de material removido por m3 de esgoto; Teor de umidade;
Teor de sólidos voláteis.
TRATAMENTO PRIMÁRIO
Objetivos: Remoção de Sólidos orgânicos sedimentáveis; Remoção de Óleos;
Remoção de graxas; Remoção de espuma.
Processos: Sedimentadores (Decantadores Primários) > Floculação > Coagulação
> Sistemas Anaeróbios.
Tratamento Primário: As AR, após passarem pelas unidades de tratamento
preliminar, podem conter, ainda, grande quantidade de sólidos em suspensão
não grosseiros, os quais podem ser parcialmente removidos em unidades de
sedimentação; A remoção destes sólidos por processos de sedimentação implica
em redução da carga de DBO dirigida para o tratamento secundário, onde a
remoção é, de certa forma, mais custosa.
Finalidades: Evitar obstruções dos coletores, rede hidráulica, poros de filtros,
capeamento de flocos biológicos em sistemas de lodos ativados, emissores das
águas e poros do solo; Evitar aderência em peças especiais da rede hidráulica;
Evitar acúmulo nas unidades de tratamento → odores desagradáveis,
proliferação de moscas e pertubações nos dispositivos de tratamento; e Evitar
efeitos anti-estéticos em corpos receptores.
Como acontece: Separação sólido/líquido por flutuação (inverso da
sedimentação); O princípio de funcionamento é o mesmo de um tanque de
sedimentação, com a única diferença no sentido de deslocamento das partículas
que se quer separar é contrário.
SEDIMENTAÇÃO
Objetivos: Remoção de sólidos em suspensão; Não retidos nas peneiras ou
grades; Por deposição; Clarificar o efluente.
Remoção no tratamento primário: 60% dos sólidos; 30% DBO. Remoção da
turbidez; Remoção de cor e compostos orgânicos; Remoção de algas.
Sedimentação: A sedimentação é uma operação unitária que pode
atuar como componente do tratamento primário e do
tratamento secundário de águas residuárias;
A remoção de material particulado suspenso deverá ocorrer em sedimentadores
ou decantadores primários, enquanto que a remoção de flocos biológicos ou
coagulados deve ocorrer em sedimentadores ou decantadores secundários.
A água deve fluir vagarosamente, de forma a permitir que os sólidos em
suspensão, de maior massa específica que o líquido em tratamento, possam
sedimentar, gradualmente, no fundo do tanque.
A remoção de material particulado suspenso deverá ocorrer em sedimentadores
ou decantadores primários, enquanto que a remoção de flocos biológicos ou
coagulados deve ocorrer em sedimentadores ou decantadores secundários;
Essa massa de sólidos é denominada lodo primário bruto.
Tipos de Decantadores: Alguns critérios de dimensionamento para decantadores
circulares: Diâmetros de 10 a 60 m; Profundidade de 2,0 a 3,0 m; Declividade do
piso em torno de 8% em direção ao poço de lodo.
Decantadores circulares apresentam vantagens em relação aos retangulares:
menor custo de equipamentos; menor custo de manutenção;
Desvantagem: Maiores dificuldades de construção, sendo compensatório apenas
no tratamento de grandes vazões.
Considerações da ABNt 12.209/1992: ETE com vazões de dimensionamento
maiores que 250 𝑙⁄𝑠 devem ter mais de um decantador primário;
O tempo de detenção hidráulica para a vazão média deve ser inferior a 6 h e,
para a vazão máxima, superior a 1 h;
A tubulação de remoção do lodo deve ter ∅≥150 𝑚𝑚 e declividade mínima de
3%;
Quando a remoção de lodo é mecanizada, o dispositivo de remoção deve ter
velocidade igual ou inferior a 20 mm/s no caso de decantador retangular e
velocidade periférica igual ou inferior a 40 mm/s no caso de decantador circular;
Filtração: Retenção física de sólidos em meio filtrante; Substâncias porosas (areia,
cascalho, carvão, etc.); Passagem perpendicular ao meio filtrante.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
Objetivos do tratamento: Remoção de Matéria Orgânica
Lagoas facultativas:
Características: É o sistema de lagoas mais simples; Depende unicamente de
fenômenos naturais; Simples construção (movimentação de terra e preparação
de taludes); Fluxo contínuo.
Classificação: Primárias: recebem esgoto bruto; Secundária: recebe o efluente de
uma unidade precedente.
Funcionamento: Parte da matéria orgânica em suspensão (DBO particulada)
tende a sedimentar, formando o lodo de fundo que é decomposto por
microrganismos anaeróbios gerando gás carbônico, metano e outros compostos;
A fração inerte (não biodegradável) permanece na camada de fundo; e
A matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) juntamente com a matéria orgânica
em suspensão de pequenas dimensões (DBO finamente particulada) não
sedimenta e permanece dispersa na massa líquida.
Critérios de projeto: Profundidade:
Lagoas rasas – aspectos: Tem profundidades inferiores a 1,0 m; Podem se
comportar como totalmente aeróbias; A área requerida é bem elevada para
cumprir o requisito do tempo de detenção; A penetração de luz ao longo da
profundidade é praticamente total;
A baixa profundidade pode levar ao desenvolvimento de uma vegetação
emergente que é um potencial abrigo para larvas de mosquitos; São mais
afetadas pelas variações da temperatura ambiente; A produção de algas é
maximizada e o pH é normalmente elevado, acarretando a precipitação de
fosfatos e a dessorção de amônia (remoção de nutrientes);
Lagoas profundas - aspectos
Possibilitam um maior tempo de detenção para a estabilização da matéria
orgânica;
A performance é mais estável e menos afetada pelas condições ambientais,
produzindo um efluente mais com qualidade mais uniforme durante o ano;
Taxa de remoção de DBO e mortandade de patógenos mais reduzida na camada
inferior por permanecer em condições anaeróbias.
Há maior volume de armazenamento do lodo;
Arranjos de lagoas facultativas
Células em série Um sistema de lagoas em série, com um determinado tempo de
detenção total, possui uma maior eficiência do que uma lagoa única, com o
mesmo tempo de detenção total. A implicação de tal é que, para uma mesma
qualidade do efluente, pode-se ter uma menor área ocupada com um sistema de
lagoas em série
Células em paralelo Em princípio, um sistema de lagoas em paralelo possui a
mesma eficiência que uma lagoa única. No entanto, o sistema possui uma maior
flexibilidade e garantia, no caso de se ter de interromper o fluxo para uma lagoa,
devido a algum problema ou eventual manutenção (embora deva ser rara). Desta
forma, o funcionamento do sistema não será interrompido.

Acúmulo de lodo
O lodo acumulado no fundo da lagoa é resultado dos sólidos em suspensão do
esgoto bruto, incluindo areia, mais microrganismos (bactérias e algas)
sedimentados. A fração orgânica do lodo é estabilizada anaerobicamente, sendo
convertida em água e gases. Com isso, o volume acumulado é menor que o
volume sedimentado.

Lagoas Anaeróbias
Reduz a área total requerida; Tem menores dimensões porém é mais profunda (3
a 5 m); Devido às menores dimensões, a ocorrência de fotossíntese é
praticamente nula; As bactérias anaeróbias têm uma taxa metabólica e de
reprodução mais lenta do que as bactérias aeróbias; O sistema de lagoas
anaeróbias-lagoas facultativa tem eficiência similar ou apenas ligeiramente
superior à de lagoa facultativa única; Não requerem qualquer equipamento
especial e têm um consumo de energia praticamente desprezível; Eficiência de
remoção de DBO: 50 a 70%; Necessita de uma unidade posterior de tratamento
devido à DBO; efluente elevada, sendo as lagoas facultativas as mais utilizadas
O sistema [lagoa anaeróbia + lagoa facultativa] requer área total 45 a 70 % menor
que de uma [lagoa facultativa] única; No caso de ocorrerem eventuais problemas
operacionais conduzem à liberação de gás sulfídrico (odores fétidos);
Maus odores: no caso do sistema estar bem equilibrado, não ocorre a geração de
maus odores; pH próximo à neutralidade: sulfetos na forma do íon bissulfeto (HS-
) que não gera odores; pH baixo: maus odores.

Etapas da conversão anaeróbia: Liquefação e formação de ácidos; É promovida

pelas bactérias acidogênicas; Não há remoção de DBO; Ocorre a conversão da
matéria orgânica a outras formas (moléculas mais simples e depois ácidos).
Formação de metano; Promovida pelas bactérias metanogênicas; Nesta etapa
ocorre a remoção de DBO; A matéria orgânica, na forma dos ácidos produzidos
na primeira etapa, é convertida a metano, gás carbônico e água, principalmente;
O carbono orgânico é removido pelo fato do metano (CH4) escapar para a
atmosfera;

Profundidade: É elevada para garantir a predominância das condições

anaeróbias, evitando que a lagoa trabalhe como facultativa Quanto mais
profunda a lagoa, melhor! H = 3,0 a 5,0 m
Acúmulo de lodo: Devem ser limpas Quando a camada de lodo atingir
aproximadamente 1/3 da altura útil; Remoção de um certo volume anualmente,
em um determinado mês, de forma a incluir a etapa de limpeza de uma forma
sistemática na estratégia operacional da lagoa.
Características: É um sistema predominantemente aeróbio; Têm dimensões
mais reduzidas que as lagoas facultativas ou o sistema de lagoas anaeróbias
seguidas por lagoas facultativas; Menos simples em termos de manutenção e
operação devido à introdução da mecanização; Redução dos requisitos de área;

Diferença em relação à lagoa facultativa convencional:Forma de suprimento de

oxigênio; • Lagoa facultativa: fotossíntese; • Lagoa aerada facultativa: aeradores

Lagoas Facultativas aeradas

Profundidade: Deve satisfazer os seguintes critérios: • Compatibilidade com o
sistema de aeração; • Necessidade de uma camada aeróbia de Aspectos a
serem levados em consideração:

• Os aeradores devem ser distribuídos homogeneamente pela zona aerada da

lagoa;

• No caso de lagoas predominantemente retangulares, pode-se ter um maior

número de aeradores ou aeradores mais potentes na região próxima à entrada,
onde a demanda de oxigênio é maior;

• Aeradores contíguos devem ter sentidos de rotação opostos, isto é, um deve

ter o sentido horário e o outro anti-horário;

• Menor aeração na região final da lagoa para reduzir a perda de sólidos;

aproximadamente 2 m para oxidar os gases da decomposição do lodo de fundo

Valores usualmente adotados: H = 2,5 a 4,0 m.
Aspectos a serem levados em consideração: • Os aeradores devem ser
distribuídos homogeneamente pela zona aerada da lagoa; • No caso de lagoas
predominantemente retangulares, pode-se ter um maior número de aeradores
ou aeradores mais potentes na região próxima à entrada, onde a demanda de
oxigênio é maior; • Aeradores contíguos devem ter sentidos de rotação opostos,
isto é, um deve ter o sentido horário e o outro anti-horário; • Menor aeração na
região final da lagoa para reduzir a perda de sólidos;