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ICT527 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS II

Profa. Jaqueline Costa


Sala 04 – J137
jaqueline.martins@unifal-mg.edu.br

Horário de atendimento:
5ª feira - 15:00 às 16:00h
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ICT527 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS II

Tópicos
 Definições;
 Classificação dos Trocadores de Calor;

 Tipos de Trocadores de Calor;

 Coeficiente Global de Transferência de Calor;

 Método da Média Logarítmica das Diferenças de


Temperatura para Análise dos Trocadores de
Calor;
 Distribuição de Temperaturas nos Trocadores de
Calor
 Trocadores de calor casco e tubo
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ICT527 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS II

DEFINIÇÃO

Um Trocador de Calor é definido como um equipamento que


efetua a operação de transferência de calor (troca térmica)
entre dois fluidos, possibilitando aquecê-los ou resfriá-los.

(Kern, 1980; Kakaç; Liu, 1998 ; Araújo, 2002; Incropera et al., 2008)

T.C entre dois fluidos

 Os fluidos podem ser colocados em contato direto (mistura de


duas correntes);

 Os fluidos podem ser separados por uma parede sólida


(e assim nunca se misturam !!!)
Objeto do nosso
estudo !!!
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DEFINIÇÃO
Trocador de Calor Genérico
(Escoamento Concorrente)

Saída de
Saída de Fluido Fluido
Lado do Casco

Entrada de
Fluido

Entrada de Fluido
Lado do Tubo
CLASSIFICAÇÃO
Quanto a função desempenhada no processo
CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO
TROCADORES / Recuperam calor entre duas correntes do
RECUPERADORES processo à temperaturas diferentes;
Removem calor latente de um vapor; o
CONDENSADORES
fluido frio normalmente utilizado é a água;
Utilizados para resfriar uma corrente do
RESFRIADORES processo. Emprego de um fluido
refrigerante;
Utilizados para aquecer uma corrente do
AQUECEDORES processo. Fluido aquecedor: normalmente
vapor de água saturado ou óleo térmico;
Fornecem energia na forma de vapor (calor
REFERVEDORES
latente) para colunas de destilação;
Utilizados para a evaporação de água ou
EVAPORADORES outros solventes para concentrar uma
solução.
CLASSIFICAÇÃO
Quanta a geometria apresentada

SUPERFÍCIES
TUBULAR PLACAS ESTENDIDAS
CLASSIFICAÇÃO
Quanta a direção do escoamento
Área troca
térmica

Fluido 2
Concorrente

Área troca Fluido 1 Fluido 1


térmica

Contracorrente
Fluido 2

Fluxo
Fluido 1
cruzado Fluido 2
TIPOS DE TROCADORES DE CALOR
TROCADOR DE CALOR DUPLO TUBO

Constituído por dois tubos concêntricos, geralmente com dois trechos retos e com
conexões apropriadas nas extremidades de cada tubo, para dirigir os fluidos de uma
seção reta para a outra.

Representação:
Buchas Buchas Buchas
Curva de retorno


Cabeçote de retorno

o Escoamento de fluido no tubo interno e espaço anular;


o Troca de calor ocorre através da parede do tubo interno;
o Área de troca térmica calculada a partir das seções retas.
Trocador de calor duplo tubo
Considerações relevantes:

 Tubo interno pode ser liso ou aletado;


 Recomenda-se tubos aletados quando o h do fluido que escoa
pelo espaço anular é muito baixo (metade de h do outro fluido);
 Os fluidos podem operar em contracorrente ou paralelo;
 Usados para pequenas áreas de troca térmica;

Principais vantagens:

 Facilidade de construção, montagem e manutenção;


 Prático para ampliação de escala (instalação de área adicional em
unidade existente);
 Fácil acesso para limpeza em ambos os lados de escoamento;
 Indicado para aplicações que envolvam baixas vazões e alta
temperaturas e pressões (30,5 bar).
Trocador de calor duplo tubo

Principais desvantagens:
 Ocupam grande espaço físico para pouca área de troca térmica
fornecida;
 Apresentam elevado custo por unidade de área de troca térmica,
o que os tornam não atrativos;
TIPOS DE TROCADORES DE CALOR
TROCADOR DE CALOR DE PLACAS

Consiste de um suporte em que placas independentes de metal, sustentadas por


barras, são presas por compressão, entre uma extremidade móvel e outra fixa. Entre
placas adjacentes formam-se canais por onde os fluidos escoam.

Representação:

o A troca de calor se dá através de cada


placa, de um lado tem-se o fluido frio e o
do outro, o quente;
o Introduzidos em 1930 na indústria de
alimentos (facilidade de limpeza);
o Ampliação da faixa operacional a partir da
década de 1960.
Trocador de calor de placas

Partes de um trocador de placas:

PLACAS

 Confeccionadas em aço inox 316 (mais comum), titânio, ligas de titânio-


paládio, entre outros;
 Apresentam superfícies com corrugações. Superfície corrugada !!!

Finalidade:
o Maior resistência à placa;
o Maior turbulência aos fluidos em
escoamento;
o Permitem que haja pontos de
 Dimensão da maior placa: 4,3 m x 1,1 m; contato entre as placas.
 Área de troca térmica: 0,01 m2 a 3,6 m2
Trocador de calor de placas

JUNTAS DE VEDAÇÃO
 Responsáveis pelo direcionamento dos fluidos dentro do trocador (impedem
a mistura entre eles e evitam vazamentos);
 Confeccionadas por materiais flexíveis (normalmente elastômeros).

BOCAIS

 Utilizados para a entrada e saída dos fluidos;


 Localizados em um ou em ambos extremos do trocador.
Trocador de calor de placas
Principais vantagens:

 Facilidade de acesso à superfície de troca térmica (melhor limpeza);


 Flexibilidade (possibilidade de adição ou remoção de placas);
 Fornecem grandes áreas de troca térmica, ocupando pouco espaço;
 Podem operar com mais de dois fluidos (pasteurização);
 Obtenção de elevados valores de h devido às corrugações (Re 10-400
presença de regime turbulento);
 Baixa incrustação devido as altas turbulências;
 Não é necessário isolamento térmico (apenas as bordas das placas).

Principais desvantagens:
 Recomendado para T.C líquido-líquido (mesma pressão);
 Operação em temperatura e pressão moderadas (180ºC a 260 ºC – < 30 bar);
 Vazão máxima de 2500 m3 /h (para bocais de até 400 mm).
Trocador de calor de placas
TIPOS DE TROCADORES DE CALOR
TROCADORES DE CALOR COMPACTOS

Tipicamente utilizados quando se deseja uma elevada área de transferência de calor


por unidade de volume e, normalmente, um dos fluidos de operação é um gás !!!

Representação:

Radiadores automotivos
Trocadores de calor compactos

 Operação com correntes líquidas: razão > 400 m2 / m3


 Operações com correntes gasosas: razão > 700 m2 / m3
 Razão entre área de superfície de troca térmica e o volume do
trocador de calor é denominada densidade de área (β);
 Densidade de área para radiador automotivo (β = 1000 m2 / m3 );

Principais vantagens:

 Alta efetividade (possibilidade de trabalhar com menores aproximações de T);


 Menor volume de trocador (comparado com casco e tubo);
 Menor volume de fluido (retém menos fluido em seu interior);
 Consome menos energia (opera com menores ΔT entre os fluidos).
TIPOS DE TROCADORES DE CALOR
TROCADORES DE CALOR CASCO E TUBO

São trocadores de calor constituídos por um casco cilíndrico, contendo um conjunto de


tubos (trocador multitubular) colocados paralelamente ao eixo longitudinal do casco.

Representação:
Trocadores de calor casco e tubo

 É o mais comumente empregado na indústria química;


 Utilizado para amplas faixas de vazão, temperatura e pressão
(> 30 bar; > 260 ºC);
 É o único que pode ser aplicado a processos que necessitam de
grandes áreas de troca térmica ( > 5000 m2 );
 Possibilita operações com fluidos corrosivos;
 Pode ser operado com líquidos, gases ou vapores.

ESTE TIPO DE TROCADOR DE CALOR SERÁ


ESTUDADO COM DETALHES
Trocadores de calor casco e tubo
LADO CASCO

LADO TUBO

CHICANAS
(baffles)

Aumento das taxas de


TC
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)

Um trocador de calor tipicamente envolve dois


fluidos separados por um sólido. Calor é
transferido do fluido quente para a parede por
convecção, através da parede por condução e
da parede para o fluido frio por convecção.

O circuito térmico desta configuração envolve


duas resistências convectivas e uma condutiva.

Subscrito “i” interno


Subscrito “o” externo
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
ln( D0 / Di )
Rt ,condutiva 
2 Lk

1
Rt ,convectiva 
hA

A0   D0 L Ai   Di L

A resistência térmica total (Rt), em que k = condutividade térmica e L = comprimento


do tubo:

1 ln Do / Di  1
∑Rt  Ri  Rparede  Ro  h A  2Lk  h A
i i o o
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
INCRUSTAÇÃO (FOULING)

 As resistências ao fluxo de calor, até o momento, não levaram em


consideração um fenômeno que ocorre com o passar do tempo, a
incrustação;
 Causa: depósito de material sobre a tubulação (ou placa), resultando na
formação de uma camada sólida adicional que, na maioria das vezes,
afeta a eficiência do trocador de calor.

Antes

Depois
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)

Rincrustração= lado interno do tubo Rincrustração= lado externo do tubo

O que pode provocar:

o Sedimentação de material sólido;


o Corrosão do próprio material do trocador de calor; Maior perda de
carga
o Processo de cristalização.
Menor
desempenho
Maior
Incrustação resistência
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
A incrustração é levada em conta através de fatores empíricos de
correção, Rf,i e Rf,o que representam as resistências térmicas das
películas incrustradas, interna e externa, multiplicada pela respectiva
área superficial:

R f ,i  Rincrustração,i Ai
De modo geral

R f ,i R f ,o
R f ,0  Rincrustração,i A0 Rincrustração  
Ai Ao

1 1 R f ,i ln Do / Di  R f ,o 1
∑R t  UA  h A  A  2Lk  A  h A
i i i o o o
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
A equação geral para o projeto de um trocador de calor é dada por:

o q – quantidade de calor trocado; q  U A T


o U – coeficiente global de troca térmica (W/ m2 oC);
o T – diferença de temperatura entre os dois fluido para a toda a superfície A.

Na análise de Trocadores de calor é conveniente combinarmos todas as


resistências térmicas, desde o fluido frio até o quente, em um único termo, e
expressar o calor trocado na forma:

T Rt = somatório resistências térmicas = Rtotal:


q
Rt Portanto: 1
∑R t  UA
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
Para a geometria em questão (tubos concêntricos):

q  UAT  U i Ai T  U o Ao T
1 1 1
 
UA U i Ai U o Ao

Lembrando da resistência térmica total:

1 1 1 1 1
   Rtotal   R parede   R f ,i  R f , o
UA U i Ai U o Ao hi Ai ho A0

Resistência convectiva
Resistência condutiva
Resistência incrustação
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
O coeficiente global pode ser baseado tanto na área externa
quanto na área interna, as quais, em geral, não são iguais
entre si.

Note que: Ui.Ai = UoAo Mas: Ui  Uo A não ser que: Ai = Ao

Quando a espessura da parede do tubo é pequena e a condutividade térmica do


material é alta (QUE É O CASO USUAL NA PRÁTICA!!) podemos desprezar a
resistência térmica da parede e também considerar que as áreas interna e externa
são aproximadamente iguais:
Ausência de
1 1 1 incrustração
  R parede   Rincrustração
UA hi Ai ho A0
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)

1 1 1
 
U hi ho

 Em que : U  Ui  Uo;
 Os coeficientes convectivos (h) devem ser determinados a partir de
relações discutidas na TC por convecção (Fundamentos)

O coeficiente global de T.C (U) é dominado pelo menor coeficiente convectivo !!!
COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)

Quando um dos coeficientes é muito menor do que o outro, suponhamos:

hi  ho 1 hi  1 ho U  hi

 Desta forma, a menor coeficiente convectivo cria um “gargalo” no


processo de transferência de calor;

 Esta situação acontece frequentemente quando um dos fluidos é um


gás e o outro é um líquido. Nestes casos, recomenda-se usar aletas no
lado do gás visando aumentar a taxa de T.C neste lado.
COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR (U)
Valores representativos do coeficiente global
de transferência de calor

Fatores de Incrustação representativos

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