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Questões éticas e horizontes da

prática
• O psicólogo e a lógica adversarial

• Neutralidade, imparcialidade, isenção


O psicólogo e a lógica adversarial
• Parte A X Parte B
• SHINE, S. A Espada de Salomão.
• E então, quando o psicólogo é procurado diretamente pela parte,
ele considera quem como seu cliente? A parte que o procura, pede
sua avaliação psicológica e seu relatório e o paga? Ou o advogado,
para quem irá tal avaliação para dele fazer uso, sem dar nenhuma
satisfação ao psicólogo? Estas perguntas não podem ser
respondidas a partir da amostra de trabalhos, pois elas não
abordam tal questão.
• Arriscamos sugerir que quando a solicitação é feita ao
psicólogo em consultório, habituado ao enquadre
clínico, este irá considerar seu cliente a pessoa que ele
avaliou.

• Ao considerá-lo responsável (paciente/cliente) pelo


que fizer com o relatório que lhe entregar, estará
ignorando o destinatário último deste trabalho (juiz),
bem como o contexto (jurídico) em que seu relatório
psicológico será apreciado.
• Se perguntássemos a este psicólogo que tipo de
trabalho ele estaria fazendo, provavelmente ele
responderia que o seu trabalho é de ‘psicologia clínica’.

• Ele pode ser levado a pensar dessa maneira porque


associa o que fez ao psicodiagnóstico clássico ou
porque entende que tudo que faz em seu consultório,
necessariamente será “psicologia clínica”. p. 67
Neutralidade, imparcialidade, isenção
• PRADO, LÍDIA REIS de ALMEIDA. Neutralidade e
imparcialidade dos juízes?
• Jerome Frank. Law and the Modern Mind.
• “Ora, os homens pensam, comumente, sem o uso do
silogismo, os fatos nunca são observados diretamente
pelo juiz, que tem deles um conhecimento indireto,
através dos depoimentos das testemunhas, da análise
dos documentos, das opiniões dos peritos etc.
• Destaque que o juiz, ao analisar um
depoimento, deixa-se influir,
inconscientemente, por fatores
emocionais de simpatia, de antipatia,
que se projetam sobre as testemunhas,
os advogados e as partes”. p. 304
• “É também ultrapassada a concepção de um
juiz indiferente ao resultada da causa e sem
qualquer preocupação com o alcance da justiça.
O magistrado empenhado em bem exercer sua
profissão, que em a virtude da prudência, não
pode ficar indiferente ao resultado da contenda
e alheio à busca da justiça em cada caso”. p. 304
Neutralidade
• LAPLANCHE & PONTALIS. Vocabulário de Psicanálise.
• Uma das qualidades que definem a atitude do analista
no tratamento.
• O analista deve ser neutro quanto aos valores
religiosos, morais e sociais, isto é, não dirigir o
tratamento em função de um ideal qualquer e abster-
se de qualquer conselho;
• Neutro quanto às manifestações transferenciais,
o que se exprime habitualmente pela fórmula
“não entrar no jogo do paciente”;
• Por fim, neutro quanto ao discurso do analisando,
isto é, não privilegiar a priori, em função de
preconceitos teóricos, um determinado
fragmento ou um determinado tipo de
significações.
Imparcialidade

• O princípio da imparcialidade faz com que a


ação judicial não seja instrumento através do
qual o julgador, resguardado pelo seu cargo,
favoreça uma das partes, em detrimento da
outra.

• Art. 134 do CPC.


Impedimento

• Circunstância que priva o juiz do exercício de


suas funções em determinado caso, devido à
relação com o objeto da causa.
Suspeição
• O juiz é suspeito quando ligado direta ou
indiretamente a cada uma das partes por interesse,
ódio ou afeição.
• Consiste na desconfiança, dúvida, receio de que o juiz,
ainda quando honesto e probo, não terá condições
psicológicas de julgar com isenção, devido a sua
relação com qualquer das partes (TORNAGHI apud
PRADO)
Isenção
• SIDNEY SHINE

• shine@usp.br

• 5583-3374

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