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Colesterol
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Colesterol é um álcool policíclico de cadeia longa, Colesterol
usualmente considerado um esteroide, encontrado nas Alerta sobre risco à saúde
membranas celulares e transportado no plasma sanguíneo
de todos os animais. É um componente essencial das
membranas celulares dos mamíferos. O colesterol é o
principal esterol sintetizado pelos animais. Pequenas
quantidades são também sintetizadas por outros eucariotas
como fungos, porém alguns procariotas como certas
bactérias também são capazes de sintetizá-lo.
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Fisiologia
Função
O colesterol é necessário para construir e manter as membranas celulares; regula a fluidez da membrana em diversas
faixas de temperatura. O grupo hidroxil presente no colesterol interage com as cabeças fosfato da membrana celular,
enquanto a maior parte dos esteroides e da cadeia de hidrocarbonetos estão mergulhados no interior da membrana.
Algumas pesquisas recentes indicam que o colesterol pode atuar como um antioxidante.[3] O colesterol também ajuda
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na fabricação da bílis (que é armazenada na vesícula biliar e ajuda a digerir gorduras), e também é importante para o
metabolismo das vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas A, D, E e K. Ele é o principal precursor para a síntese
de vitamina D e de vários hormônios esteroides (que incluem o cortisol e a aldosterona nas glândulas suprarrenais, e
os hormônios sexuais progesterona, os diversos estrógenos, testosterona e derivados).
Recentemente, o colesterol também tem sido relacionado a processos de sinalização celular, pela hipótese seria um
dos componentes das chamadas "jangadas lipídicas" na membrana plasmática. Também reduz a permeabilidade da
membrana plasmática aos íons de hidrogênio e sódio.[4]
Síntese e ingestão
O colesterol é necessário para o funcionamento normal da
membrana plasmática de células de mamíferos, sendo
sintetizado no retículo endoplasmático das células ou derivado
da dieta, sendo que na segunda fonte é transportado pela via
sanguínea pelas lipoproteínas de baixa densidade e é
incorporado pelas células através de endocitose mediada por
receptores em fossas cobertas de clatrina na membrana
plasmática, e então hidrolizados em lisossomas.
Regulação
A biossíntese do colesterol é regulada diretamente pelos níveis presentes do mesmo, apesar dos mecanismos de
homeostase envolvidos ainda serem apenas parcialmente compreendidos. Uma alta ingestão de colesterol da dieta
leva a uma redução global na produção endógena, enquanto que uma ingestão reduzida leva ao efeito oposto. O
principal mecanismo regulatório é a sensibilidade do colesterol intracelular no retículo endoplasmático pela proteína
de ligação ao elemento de resposta a esterol (SREBP). Na presença do colesterol, a SREBP se liga a outras duas
proteínas: SCAP (SREBP-cleavage activating protein) e Insig1. Quando os níveis de colesterol caem, a Insig-1 se
dissocia do complexo SREBP-SCAP, permitindo que o complexo migre para o aparelho de Golgi, onde a SREBP é
clivada pela S1P e S2P (site 1/2 protease), duas enzimas que são ativadas pela SCAP quando os níveis de colesterol
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estão baixos. A SREBP clivada então migra para o núcleo e age como um fator de transcrição para se ligar ao elemento
regulatório de esterol (SRE) de diversos genes para estimular sua transcrição. Entre os genes transcritos estão o
receptor LDL e o HMG-CoA redutase. O primeiro procura por LDL circulante na corrente sanguínea, ao passo que o
HMG-CoA redutase leva a uma produção endógena aumentada de colesterol.[5]
Uma grande parte deste mecanismo foi esclarecida pelo Dr. Michael S. Brown e Dr. Joseph L. Goldstein nos anos
1970s. Eles receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina por seu trabalho em 1985.[5]
A quantidade média de colesterol no sangue varia com a idade, tipicamente aumentando gradualmente até a pessoa
chegar aos sessenta anos de idade. Parece haver variações sazonais nos níveis de colesterol em humanos, aumentando,
em média, no inverno.[6]
Excreção
O colesterol é excretado do fígado na bile e é reabsorvido nos intestinos. Dentro de certas circunstâncias, quando está
mais concentrado, como na vesícula biliar, ele se cristaliza e é um dos principais constituintes da maioria das pedras
na vesícula biliar, embora possam ser formadas, menos frequentemente, pedras de lecitina e bilirrubina na vesícula
biliar.
Fluidos corporais
O colesterol é minimamente solúvel em água; não podendo se dissolver e ser transportado diretamente na corrente
sanguínea, que é à base de água. Ao invés, ele é transportado na corrente sanguínea pelas lipoproteínas, que são
solúveis em água e carregam o colesterol e triglicerídeos internamente. As apolipoproteínas que formam a superfície
de uma dada partícula de lipoproteína determinam de que células o colesterol será removido e para onde ele será
fornecido.
As maiores lipoproteínas, que transportam principalmente gorduras da mucosa intestinal para o fígado, são chamadas
de quilomícrons. Elas carregam principalmente gorduras na forma de triglicerídeos e colesterol. No fígado, as
partículas de quilomícron liberam triglicerídeos e um pouco de colesterol. O fígado converte os metabólitos dos
alimentos não queimados em lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e secreta-as no plasma onde são
convertidas em partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e ácidos graxos não esterificados, que podem
afetar outras células do corpo. Em indivíduos saudáveis, as relativamente poucas partículas de LDL são de tamanho
grande. Em contraste, números aumentados de partículas de LDL de baixa densidade (sdLDL) são fortemente
associados com a presença de doença ateromatosa nas artérias. Por esta razão, o LDL é considerado o "colesterol
ruim".
O programa nacional de educação sobre o colesterol nos Estados Unidos, de 1987, sugere que o níveis de colesterol
total no sangue sejam:
Importância clínica
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Hipercolesterolemia
O termo hipercolesterolemia refere-se a níveis aumentados de colesterol na corrente sanguínea. Condições com
elevadas concentrações de partículas LDL oxidadas, especialmente partículas LDL pequenas, estão associadas com a
formação de ateromas nas paredes das artérias, uma condição conhecida como aterosclerose, que é a principal causa
de doença coronariana cardíaca e outras formas de doença cardíaca. Em contraste, as partículas de HDL
(especialmente HDL grandes) têm sido identificadas como um mecanismo pelo qual o colesterol e mediadores
inflamatórios podem ser removidos do ateroma. As taxas aumentadas de HDL estão relacionadas a taxas menores de
progressão e até mesmo regressão dos ateromas.
Os níveis elevados de frações de lipoproteínas, LDL, IDL e VLDL são considerados aterogênicos (propensos a causas
aterosclerose). Os níveis destas frações, ao invés do nível de colesterol total, se relacionam com o aumento e a
progressão de aterosclerose. Desta maneira, o nível de colesterol total pode estar dentro dos limites normais, embora
composto principalmente de pequenas partículas de LDL e de HDL, o que, sob estas condições, faria com que as taxas
de crescimento de ateromas continuariam altas. Em contraste, entretanto, se o número de partículas LDL é baixo
(principalmente de partículas grandes) e uma grande porcentagem de partículas de HDL é grande, então as taxas de
crescimento de ateromas são geralmente baixas, até mesmo negativas, para qualquer concentração de colesterol total.
Estes efeitos são ainda mais complicados pela concentração relativa de dimetilarginina assimétrica (ADMA) no
endotélio, já que a ADMA "regula para baixo" ("down-regulation") a produção de óxido nítrico, um relaxante do
endotélio. Consequentemente, níveis altos de ADMA, associados com níveis aumentados de LDL oxidadas
proporcionam um fator de risco aumentado à doença cardiovascular. A Associação Americana do Coração relaciona os
seguintes níveis de colesterol sanguíneos totais em jejum e o risco para doenças cardíacas:[7]
Os pacientes devem estar conscientes que a maioria dos métodos de examinação para LDL não medem realmente o
LDL em seus sangue, uma partícula de tamanho muito menor. Por razões de custo, os valores de LDL têm sido
estimados usando-se a fórmula Friedewald: [colesterol total] − [HDL total] − 20% do valor de triglicerídios = LDL
estimado. A base disto é que o colesterol total é definido como a soma de HDL, LDL e VLDL. Geralmente somente o
colesterol total, o HDL e os triglicerídios são realmente medidos. O VLDL é estimado a quinta parte (1/5) dos
triglicerídios. É importante estar em jejum por pelo menos 8-12 horas antes do exame de sangue porque os níveis de
triglicerídios variam significativamente com a ingesta de alimentos.
Cada vez mais existem evidências clínicas que fortemente sustentam o maior valor de predição dos exames mais
sofisticados que medem tanto as concentrações de partículas de LDL e HDL e tamanho, ao contrário dos exames
comuns citados acima.
Hipocolesterolemia
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Os níveis anormalmente baixos de colesterol são chamados de hipocolesterolemia. As pesquisas sobre as causas desta
condição são relativamentes limitadas: enquanto alguns estudos sugerem uma relação com a depressão, câncer e
hemorragia cerebral, ainda não se sabe ao certo se os níveis baixos de colesterol são a causa destas condições ou se são
um epifenômeno.[1] (http://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=1208)
Fontes na dieta
Na alimentação humana, o colesterol é encontrado nas gorduras animais:
todos os alimentos que contêm gorduras animais possuem colesterol, ao
passo que os alimentos que não contêm gorduras animais são isentos de
colesterol ou possuem quantidades inexpressivas. As principais fontes de
colesterol na dieta incluem os ovos, carne de vaca, de galinha e de
porco.[8][9][10]
Imagens adicionais
Modelo espacial da
molécula de colesterol…
Referências
1. «Safety (MSDS) data for cholesterol» (http://physchem.ox.ac.uk/MSDS/CH/cholesterol.html). Consultado em 20
de outubro de 2007
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colesterol#Fun%C3%A7%C3%A3o 6/7
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2. «Estrutura Química dos Esteroides. Química dos Esteroides - Mundo Educação» (http://mundoeducacao.bol.uol.c
om.br/quimica/estrutura-quimica-dos-esteroides.htm). Mundo Educação. Consultado em 18 de julho de 2016
3. Smith LL. Another cholesterol hypothesis: cholesterol as antioxidant. Free Radic Biol Med 1991;11:47-61. PMID
1937129.
4. Haines, TH. Do sterols reduce proton and sodium leaks through lipid bilayers? Prog Lipid Res 2001:40:299 – 324.
PMID 11412894.
5. Anderson RG. (2003). «Joe Goldstein and Mike Brown: from cholesterol homeostasis to new paradigms in
membrane biology.». Trends Cell Biol. 13: 534 – 9. PMID 14507481 (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14507
481)
6. Ockene IS, Chiriboga DE, Stanek EJ 3rd, Harmatz MG, Nicolosi R, Saperia G, Well AD, Freedson P, Merriam PA,
Reed G, Ma Y, Matthews CE, Hebert JR. (2004). «Seasonal variation in serum cholesterol levels: treatment
implications and possible mechanisms.». Arch Intern Med. 164: 863 – 70. PMID 15111372 (https://www.ncbi.nlm.n
ih.gov/pubmed/15111372)
7. « "About cholesterol" - American Heart Association» (http://www.americanheart.org/cholesterol/about.jsp)
8. «Nutrition and Your Health: Dietary Guidelines for Americans. Table E-18. Dietary Sources of Cholesterol Listed in
Decreasing Order» (http://www.health.gov/dietaryguidelines/dga2005/report/HTML/table_e18.htm)
9. BRAGAGNOLO, Neura; RODRIGUEZ-AMAYA, Délia (abril de 2002). «Teores de colesterol, lipídios totai e ácidos
graxos em cortes de carne suína» (http://www.scielo.br/pdf/%0D/cta/v22n1/a18v22n1.pdf) (PDF)
10. «Composição Química do Colesterol. Química do Colesterol - Brasil Escola» (http://brasilescola.uol.com.br/quimic
a/composicao-quimica-colesterol.htm). Brasil Escola. Consultado em 18 de julho de 2016
11. Ostlund RE, Racette, SB, and Stenson WF (2003). «Inhibition of cholesterol absorption by phytosterol-replete
wheat germ compared with phytosterol-depleted wheat germ». Am J Clin Nutr. 77 (6): 1385-1589.
PMID 12791614 (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12791614)
Ver também
Triglicerídios
Perfil lipídico
Ligações externas
Cardiol - Colesterol (http://sociedades.cardiol.br/socerj/publico/dica-colesterol.asp) (em português)
SBPC/ML - Colesterol (http://www.sbpc.org.br/comunicacao/sala.imprensa.php?id=4&tp=2) (em português)
www.LDLHDL.info (http://www.LDLHDL.info) (em inglês)
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