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O CARÁTER SISTÊMICO DA HOMOFOBIA DENTRO DE EIXOS SOCIAIS COMPROMETIDOS COM A

FORMAÇÃO HUMANA E SERVIÇOS ESSENCIAIS

Há uma política na educação hoje à respeito do espaço viável da orientação sexual dos
professores em sala de aula; ela é muito reveladora de padrões gerais da sociedade sobre o
mesmo tópico e também de alguns outros temas relacionados como feminismo, machismo,
identidade de gênero e transsexualidade.

O machismo afeta gays homens e gays mulheres de formas distintas.

Essas questões são muito difíceis de serem abordadas em nosso país porque não são sequer
ouvidas por quem já não se interessa por elas e há alguma coisa da cognição humana que
repele mudança; essa só vem com esforço.

São questões pouco respeitadas em nosso país e o despontar de uma delas já traz rechaço e
ridicularização. Porém, se alguma questão humana que não lhe toca diretamente está sendo
levantada por alguém, o fato de ela não lhe tocar não diminui a razão pela qual a questão
existe. Uma manifestação vem com um desejo de mudança e de trabalho pelo bem-estar
humano. Muitos teóricos que pensam esses temas não são levados a sério e isso é mais uma
representação do movimento de exclusão que ocorre em escalas diferentes.

Em linhas gerais, é uma orientação dada aos professores de não se abordar temas de ordem
política ou temas ditos polêmicos, porque de alguma forma não haveria razão de ser nisso
dentro de um ambiente por vezes comprometido com estudo de um tópico que não guardaria
relação com pontos políticos.

A ideia foge ao que diz buscar, porque longe de evitar conflitos e temas polêmicos, ela impede
que um professor vivencie aspectos intrínsecos ao seu bem-estar, físico e mental, e trabalhe
de forma fiel a quem ele realmente é assim confortável e pertencer a um grupo de
determinada orientação sexual não anule outros aspectos da identidade de ninguém, porém é
um aspecto que é condenado e ridicularizado rotineiramente; posicionar-se pelo calar da
afirmação de uma sexualidade marginalizada é um ato político.

Posicionar-se de forma a reforçar padrões de gênero binário e desde muito consolidado e


inviabilizar que outras identidades que não são reforçadas continuamente pela mídia, pelas
famílias numa idade mais tenra do indivíduo, pela igreja e por todas as instituições é sim uma
posição política.
Ridicularizar a posição de quem está lutando para conseguir ser quem é em paz e trabalhar é
um ato político e se vê isso na academia, se via isso em faculdades, em famílias, entre amigos,
no transporte público, no serviço público.

Afinal, temos que nos assumir sempre. A cada emprego, a cada relação, a cada novo contato
banal por vezes no ônibus o assumir senão é feito por nós com palavras, ele é feito por quem
fala conosco e por vezes nota e com os olhos já assevera algum julgamento, por vezes tem
relações até violentas.

Também é um ato político

A política vem tanto de quem pensa a educação dos alunos junto aos professores, seja o corpo
pedagógico de escolas e cursos quanto pelo lado dos pais e de alguns segmentos que pensam
a educação no país, e ela é pautada basicamente sobre a falta de necessidade de se abordar
isso.

Gostaria honestamente que se pensasse um pouco sobre o que seria abordar uma orientação
sexual. Existem aspectos nossos, enquanto seres humanos, que comunicam nossa
personalidade, nossa natureza e nossos valores sem que os controlemos todos; é das coisas da
experiência humana a impossibilidade dum controle total sobre quem somos em convívio
social; nunca conviveremos efetivamente conosco senão nas limitações claras disso.

inviabilizando transparência na relação dos indivíduos dentro do ambiente de sala que é um


dos primeiros a afetar os valores dos indivíduos todos. Há uma orientação de não se abordar
temas ditos polêmicos em função de um receio de desagrado dos profissionais

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