Professional Documents
Culture Documents
Araguaia
Europa
Paraguai
Peru
FLÁVIO DE CARVALHO
EXPEDICIONÁRIO
Expeditioner
Curadoria
Amanda Bonan
Renato Rezende
09.01-04.03.2018
CAIXA Cultural
São Paulo
ISBN: 978-85-9582-017-3
I. Arte brasileira . 2. Arte contemporânea. 3. Flávio de
Carvalho I. Costa da Mata, Larissa II. Maia, Ana Maria
III. Rezende, Renato IV. Stigger, Veronica
34 Peru
34 Araguaia
56 Amazônia
Peru, 1947
Peru, 1947
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Peru, 1947
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Peru, 1947
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Peru, 1947
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Araguaia, 1956
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
Amazônia, 1958
Fundo Flávio de Carvalho
CEDAE/UNICAMP
FLÁVIO DE CARVALHO
EXPEDICIONÁRIO
Renato Rezende
EUROPA (1934)
Inglaterra, França, Bélgica, Itália, Checoslováquia,
Polônia, Hungria, Áustria, Portugal
FLÁVIO DE CARVALHO NA
SELVA AMAZÔNICA
Veronica Stigger
E acrescenta ainda:
[...]
53 Ibidem, p. 118.
54 Ibidem, p. 120.
55 Ibidem, p. 120.
1 Lema da presidência de Juscelino 7 Brazil Builds: Architecture new and old é 13 Em 1928, enquanto participava do
Kubitschek, que governou o Brasil de um projeto de 1942, composto por exposição concurso para a nova sede do Palácio
1956 a 1961, com o intuito de desenvolver e livro, com curadoria de Philip Goodwin, do Governo de São Paulo, nos quais os
rapidamente alguns setores produtivos no Museum of Modern Art (MoMA) de Nova concorrentes usavam pseudônimos, Flávio
do país. Em apenas cinco anos, além de York. Com o intuito de divulgar a produção de Carvalho escreveu para o Diário da Noite
construir Brasília, faria obras de melhoria na arquitetônica brasileira, principalmente a forjando ser um leitor do jornal que desejava
energia, nos transportes, na alimentação, que desponta no país após a concepção e o publicar suas impressões sobre os projetos.
na indústria de base e na educação. O início da construção do edifício do Ministério Aquele era um jeito de o artista-arquiteto
chamado “Plano de Metas” embutia no da Educação e da Saúde (1936-1945) no advogar em causa própria. O leitor inventado
slogan populista “50 anos em 5” a ambição Rio de Janeiro, a mostra reuniu trabalhos dizia ser engenheiro e atestava a qualidade
de retirar o país do subdesenvolvimento de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso de Efficácia, proposta enviada justamente
ainda naquele mandato. Eduardo Reidy, Rino Levi, Vilanova Artigas, por Flávio de Carvalho (Cf. LEITE, Rui
entre outros. Após Nova York, Brazil Builds Moreira, op. cit., 2004, p. 2).
2 RIBEIRO, Ana Paula Goulart; foi exibida, entre 1943 e 1945, em Londres
SACRAMENTO, Igor; ROSO, Marco. História e várias cidades da América do Norte e do 14 LEITE, Rui Moreira, op. cit., 2004, p. 4.
da televisão no Brasil: do início aos dias de Brasil.
hoje. São Paulo: Contexto, 2010, p. 17. 15 No livro Experiência nº 2, escrito
8 Luiz Carlos Daher, em sua dissertação em 1931 para relatar o episódio em que
3 Francisco Ciccillo Matarazzo, em São sobre a tendência expressionista da Flávio de Carvalho caminhou em uma
Paulo, e um grupo presidido por Raymundo obra plástica e arquitetônica de Flávio de procissão religiosa no sentido contrário aos
Ottoni de Castro Maia, no Rio de Janeiro. Carvalho, alega que nos desenhos de fiéis, o autor afirma que seu objetivo era:
bailados o artista concebe a dança como, “desvendar a alma dos crentes por meio
4 Criado dentro da agenda do MAM, o a um só tempo, “síntese” e “estilização”, de um reagente qualquer que permitisse
evento se chamava inicialmente Bienal do representação e desnaturalização do estudar a reação nas fisionomias, nos
Museu de Arte Moderna de São Paulo. movimento vital. (Cf. DAHER, Luiz gestos, no passo, no olhar, sentir enfim o
Assim o foi até 1963, quando Ciccillo Carlos. “Flávio de Carvalho: arquitetura e pulso do ambiente, palpar psiquicamente
Matarazzo, patrono e colecionador da expressionismo”. Dissertação de mestrado. a emoção tempestuosa da alma coletiva,
instituição, desistiu de continuar mantendo São Paulo, Universidade de São Paulo, registrar o escoamento dessa emoção,
o museu e doou seu acervo para a 1982, p. 130.) provocar a revolta para ver alguma coisa
Universidade de São Paulo, dando origem do inconsciente”. (CARVALHO, Flávio de.
ao Museu de Arte Contemporânea (MAC). 9 Além de Flávio e Di, Antonio Gomide e Experiência nº 2: uma possível teoria e uma
Daí por diante, o evento bianual passou Carlos Prado também foram responsáveis experiência: realizada sobre uma procissão
a ser organizado de forma autônoma pelo CAM. (Cf. TOLEDO, J. Flávio de de Corpus Christi. Rio de Janeiro: Editora
pela Fundação Bienal de São Paulo. (Cf. Carvalho: o comedor de emoções. Nau, 2001, p. 16.)
CHAIMOVICH, Felipe. “O museu nômade”. Campinas: Brasiliense e Editora da
In: FABRIS, Annateresa; CHAIMOVICH, Universidade Estadual de Campinas, 1994, 16 O Teatro Oficina, de José Celso
Felipe; LAGNADO, Lisette; OSORIO, Luiz p. 131). Martinez Correia, nasceria só em 1958, no
Camillo (org.), op. cit., pp. 55-62) Centro Acadêmico XI de Agosto, do Largo
10 LEITE, Rui Moreira. “Flavio de São Francisco, com a intenção de fazer um
5 Na abertura do Congresso Internacional Carvalho: media artists avant la lettre”. In: novo teatro, crítico ao aburguesamento do
Extraordinário de Críticos de Arte, que Mário KAC, Eduardo. A radical intervention: the Teatro Brasileiro de Comédia e também
Pedrosa organizou em 1959 em torno da Brazilian contribution to the International ao nacionalismo do Teatro de Arena. (Cf.
construção da nova capital brasileira, ele Electronic Art Movement. Projeto especial Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em:
afirmou que “Brasília não é puro artifício da revista Leonardo On-Line, vol. 37, nº 2, <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
alheio à história do país”, “é um escalão 2004. Disponível em: <http://www.leonardo. grupo112413/teatro-oficina>. Acesso em:
decisivo desta história” –, rumo à asserção info/isast/spec.projects/MoreiraLeite/ 1/7/2015.)
central, copiosamente repisada pela moreiraleite.html>. Acesso em: 01/07/2015.
historiografia: “O nosso passado não é fatal, 17 KAC, Eduardo. In: LEITE, Rui Moreira,
pois nós o refazemos todos os dias. E bem 11 Os Salões de Maio ainda contavam op. cit., 2004, p. 5.
pouco preside ele ao nosso destino. Somos, com a idealização de Quirino da Silva e uma
pela fatalidade mesma de nossa formação, comissão formada por Geraldo Ferraz, Paulo 18 CARVALHO, Flávio de. “As cidades no
condenados ao moderno”. (Cf. PEDROSA, de Magalhães, Irene Bojano e Madeleine amanhecer do século e o novo homem”. In:
Mário. In: “Cidade Nova: síntese das artes”. Roux (Cf. LEITE, Rui Moreira. “Flávio de Diário de S. Paulo, coluna “Casa, homem,
Congresso Internacional de Críticos de Arte. Carvalho (1899-1973): entre a experiência paisagem”, 25/12/1955.
LOBO, Maria da Silveira; SEGRE, Roberto e a experimentação”. Tese de doutorado.
(org.). Rio de Janeiro: Docomomo, 2009, São Paulo, Universidade de São Paulo, 19 Flávio escreveu cinco textos
p. 29). 1994, p. 76.). relacionados ao tema “O dever telúrico do
homem”.
6 No escritório Barros de Oliva, Flávio de 12 O artista colecionou essas cartas
Carvalho ficou de 1923 a 1925, e no Ramos em um álbum que figura atualmente no 20 CARVALHO, Flávio de. “A paisagem
de Azevedo, de 1925 a 1927. fundo de pesquisa dedicado à sua obra, na sorridente e a floresta – a descida da árvore
Universidade Estadual de Campinas. – origens do direito de propriedade”. In:
Diário de S. Paulo, coluna “Casa, homem,
paisagem”, 5/2/1956.
Na legenda original,
lê-se: “Quadro
de cerimônia
propiciatória, onde
a árvore substitui
o pênis nas suas
funções. Vemos a
chuva benéfica e
fertilizadora,
resultado do contato
do pênis (árvore) com
o céu ou mulher. No
chão, um homem ereto
exibe o seu desejo
sexual a uma mulher
em atitude de coito.
(Fotos da Expedição
Frobenius à África).”
Flávio de Carvalho, O
mecanismo da emoção
amorosa (1934-1952),
p. 172.
40 I did not yet find any mention by Flávio 60 Ibidem, p. 131. Among illustrations,
de Carvalho himself to this incursion through anonymous texts, classified ads, letters to
the Amazon rainforest as Experiência nº 4 61 Ibidem, p. 147. the reader and signed articles, Flávio de
[Experiment n. 4]. Carvalho featured in the Brazilian press
62 ANDRADE, Oswald de. “A marcha promoting avant-garde ideas and eliciting
41 I discuss this experiment in more das utopias”. In: A utopia antropofágica, reactions from audiences since the turn of
detail in the essay “Vacina antropofágica”. São Paulo: Globo, Secretaria de Estado da the 1930s. Between 1955 and 1956, he
In: CASTRO ROCHA, João Cézar de, e Cultura, 1990, p. 163. embarked on one of his most systematic
RUFFINELLI, Jorge (ed.). Antropofagia forays into the press, in which he articulated
Hoje? Oswald de Andrade em Cena, São 63 Flávio de Carvalho stated at a conference his architect’s drawing board and the writing
Paulo: É Realizações, 2011, pp. 601–10. at USP’s Architecture and Urbanism College, of a newspaper column, “Casa, Homem,
in 1963: “They say there are no cannibals Paisagem” [House, Man, Landscape], in the
42 CARVALHO, Flávio de. A origem animal in the upper Amazon region, but there are newspaper Diário de S. Paulo. In a series
de Deus. São Paulo: Difusão Europeia do cannibals, and we have had contact with of texts and illustrations, the artist, architect
Livro, p. 55. several tribes that practice cannibalism in the and cultural operator, designed ways for
upper Amazon. The Shiriana people are one a modern city that would culminate in his
43 CARVALHO, Flávio de. “Flávio de of them. The Waimiri of our previous contact Experiência Nº 3 [Experiment No. 3].
Carvalho por ele mesmo”. In: Flávio de are also cannibals” (“Flávio de Carvalho por While, in these initiatives
Carvalho. São Paulo: MAM, 2010, p. 44. Ele Mesmo” cit., p. 43). dating back to the first half of the twentieth
century, newspapers and magazines and
44 CARVALHO, Flávio de. “Motim na 64 CARVALHO, Flávio de. “Na fronteira soon television were all tested as part of
Amazônia”, unpublished typewritten text, com o perigo,” unpublished typewritten text, the public sphere, there were numerous
CEDAE collection, UNICAMP. CEDAE collection, UNICAMP. efforts towards the cosmopolitanization of
the main cities of Brazil. The real estate
45 CARVALHO, Flávio de. “Flávio de race to inaugurate Brasília, the new capital
Carvalho por ele mesmo”, op. cit., p. 46. city, ratified throughout the country the
developmentalist march of the “50 years
46 TOLEDO, J. Flávio de Carvalho: o in 5.”1 The goal was not only to modernize
comedor de emoções, op. cit., p. 463. the urban space and lifestyle, but mainly to
educate the population to keep up with the
47 Published in Diário de S. Paulo, Sep changes.
24, 1936. On September 18, 1950, the
country’s first television station, TV Tupi
48 CARVALHO, Flávio de. “A única arte Difusora, was inaugurated in São Paulo.2
que presta é a arte anormal”. In: Flávio de Not surprisingly, Assis Chateaubriand, the
Carvalho: 100 Anos de um Revolucionário patron of this venture and an industrialist
Romântico, Rio de Janeiro: CCBB, 1999, who owned the media conglomerate
p. 72. Diários Associados, also commissioned
the foundation of the São Paulo Museum of
49 CARVALHO, Flávio de. Os ossos do Art (MASP) in 1947. With the Modern Art
mundo, São Paulo: Antiqua, 2005, pp. 61–2; Museums of Rio de Janeiro and São Paulo
CARVALHO, Flávio de. “Ciência e Lirismo”. (MAM), opened in 1948, once again by
In: Diário de S. Paulo, Sep 10, 1935 private patrons,3 and the Art Department of
[interview with Roger Caillois]; TOLEDO, J., the Municipal Library of São Paulo (1945),
Flávio de Carvalho: o comedor de emoções, MASP adhered to the art-collection-and-
op. cit., p. 756. exhibition modern paradigms after consulting
with the couple Pietro and Lina Bo Bardi.
50 FREITAS, Valeska. “Flávio de Carvalho, In addition, the museum devoted itself to
leitor dos ‘gráficos da cultura’”. In: MATTAR, organising an educational programme of
Denise (ed.), Flávio de Carvalho: 100 Anos courses and “didactic exhibitions.”
de um Revolucionário Romântico, op. cit., These events, as well as
p. 62. the creation of the São Paulo International
Art Biennial in 1951,4 constituted the
51 CARVALHO, Flávio de; BRETON, urgency that the art circuit shared with
André. “Surrealismo: entrevistando André the press at that moment: an urgency to
Breton”. In: Cultura, a. I, n. 5, São Paulo, reach (and to some extent control) the
Feb–Mar 1939, p. 9. masses. On the institutional scale, there
was an anxiety to accelerate the pace of
52 CLIFFORD, James. “On Ethnographic development and bring Brazil up to a level
Surrealism”. In: The Predicament of Culture: closer to the world powers, Europe and
Twentieth-Century Ethnography, Literature, the United States. This march, according
and Art. Cambridge, Mass., and London: to critic Mário Pedrosa, would have
Harvard University Press, 2002. “doomed [the country] to modernity,”5
that is, guaranteed modernization, even if
53 Ibidem, p. 118. disregarding popular participation. On the
scale of individuals or groups of artists,
54 Ibidem, p. 120. symptoms or oppositions to the institutional
model emerged. Taking advantage of their
55 Ibidem, p. 120. loopholes and risking misunderstanding,
these specific initiatives circumscribed the
56 FOSTER, Hal. “The Artist as modern – in its chronological threshold with
Ethnographer”. In: The Return of the Real, the contemporary – in a problematic not
Cambridge, Mass.; London: The MIT Press, only aesthetic, but also ethical and political.
1996, pp. 175 and 180-203 respectively. Not only in museums and galleries, but, of
course, also in the mass media.
57 CLIFFORD, James. “On Ethnographic
Surrealism”, op. cit., p. 129.