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Universidade Agostinho Neto – Dei de Arquitectura

História das Cidades 3

Obras de
Stirling, Gowan
e Smithsons
Analise Crítica

Francisco de Assis da Silva Docente: Adélio Tchiteculo


Grupo Júnior
Nº 5 Jesualdo Joaquim Domingos
Ventura
Índice
I. História James Stirling e Movimento Pós-Moderno .......... 2
II. Influências da Arquitectura de James Stirling .................... 4
III. Características da arquitectura de James Stirling ............... 4
IV. Obras de James Stirling ....................................................... 5
V. História e filosofia de James Gowan no Funcionalismo
Brutalista ............................................................................. 8
VI. A Faculdade de Engenharia de Leicester ........................... 9
VII. Ham Commom Flats ......................................................... 12
VIII. Arquitectura Brutalista ....................................................... 15
IX. História e Filosofia dos Smithsons no Brutalismo ............ 16
X. Robin Hood Gardens ......................................................... 17
XI. Escola de Hunstanton ........................................................ 21
XII. Conclusão .......................................................................... 23
XIII. Referências Bibliográficas................................................. 24
História James Stirling e Movimento Pós-Moderno
Arquiteto, nasceu em Glasgow, Escócia, aos 22 de abril de 1926. Recebeu o seu diploma
de arquitectura da Universidade de Liverpool Escola de Arquitectura em 1950. Entre 1950 e 1952
faz pós-graduação em Londres, frequentando a School of Town Planning and Regional Research
- Escola de Planejamento Urbano e Pesquisa Regional. Começa mesmo seu trabalho em 1953 na
empresa de Lyon, Israel e Ellis, onde James Stirling foi Assistente Sénior (1950-1956). Em 1956,
James Stirling firmou uma parceria com James Gowan com base em uma comissão para o
desenvolvimento de apartamentos privados em Ham Common, na periferia de Londres, juntos
tinham um atelier e trabalhos de grande qualidade. A empresa de James Stirling e Gowan James
durou até 1963. Após o que James Stirling praticado sozinho (1964-1970). Em 1971, James Stirling
formou uma parceria com Michael Wilford. A empresa é atualmente James Stirling, Michael
Wilford e Associados.

Viveu um período onde era difícil se encontrar empregos, por isso participou de muitos
concursos. Em 1981 ganhou o prêmio Pritzker, sendo o prêmio mais conceituado de Arquitectura.
Ficou famoso na década de oitenta. Stirling morreu em Londres no dia 25 de junho de 1992.

É considerado um homem polêmico, em primeiro lugar por suas teorias sobre a


arquitectura pós-moderna. ‘É o protagonista do pós-modernismo, as suas obras são polémicas
abertas contra a cristalização do Modernismo. O que impressiona no primeiro lugar em Stirling é
sua capacidade de reflexão sobre a arquitectura, e segundo ao querer demonstrar a negação
contraria ao Modernismo. A arquitectura pós-moderna é uma critica a arquitectura moderna, com
várias novas propostas, se inicia em 1960 e vai até 1990. James faz parte do período onde o Pós-
Modernismo está no auge, onde mostra seu interesse pela cultura popular, ao classicismo, e pensa
em uma nova composição arquitetônica onde se aplica o contexto (novo e antigo).

A retrospectiva começou com a citação de ícones da história da arquitectura. Entre 1959 e 1963 e,
assim, muito antes do conceito Pós-Modernismo ter sido cunhado, Stirling concebeu, juntamente
com James Gowan, o Instituto de Engenharia da Universidade de Leicester. A forma global do
edifício em forma de torre, com a caixa do anfiteatro enviesada adossada à parte da frente, parece
praticamente copiada de uma vista então frequentemente publicada do Clube dos Trabalhadores
Rusakow, erigido pelo construtivista Russo Konstantin Melnikov em 1928, em Moscovo. Os
pilares com capitéis em tronco de cone que surgem pela primeira vez em 1971, no edifício da sede
da Olivetti, em Milton Keynes, EUA, e se tornaram na imagem de marca do atelier de James
Stirling e Michael Wilford, fundado no mesmo ano, podem ser lidos como uma citação

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extremamente simplificada dos pilares fungiformes do edifício da Johnson Wax Company em
Racine, Wisconsin concluído por Frank Lloyd Wright em 1939.

A Galeria Estatal de Esturgada (1977-1984) de Stirling é uma verdadeira “pedreira” de citações


Históricas. A alternância de pedras naturais em várias cores faz alusão à arquitectura das igrejas
medievais de Pisa, de influência árabe. A sequência de salas corresponde a uma “enfilade” neo-
barroca. Stirling reúne uma entrada com uma cobertura desconstrutivista, arcos quebrados góticos,
colunatas quase classicizantes e pormenores da Bauhaus em torno de uma cópia da rotunda de
Schinkel do Altes Museum de Berlim, numa colagem colorida. Na planta do Centro de ciências de
Berlim, Sir James junta, em 1986, todo um conjunto de arquétipos da história da arquitectura: uma
basílica em forma de cruz, uma “stoa” grega, um campanário medieval, um teatro da Antiguidade
Clássica.

Ao contrário de muitos aderentes da moda do Pós-Modernismo, Stirling nunca utilizou o estilo


pelo estilo. Todas as envolventes arquitectónicas aparentes tão cheias de significado do Centro de
Ciências estão cheias por escritórios sempre iguais, sem que seja prejudicada a sua utilização. A
basílica do Centro não alberga nada mais do que instalações sanitárias e a habitação do porteiro. A
verdadeira afirmação desde edifício às riscas azuis celeste e cor de rosa não é nada mais do que
polemização do paradigma do modernismo, da unidade entre a forma e função.

Com a ampliação concluída em 1985 da Tate Gallery em Londres, Stirling criticou outro ideal do
Modernismo, ou seja, o de mostrar a estrutura. A fachada apresenta uma quadrícula composta por
alvenaria e superfícies rebocadas, que nada tem em comum com a estrutura em betão armado
existente no interior. Enquanto as salas de exposição se concentram totalmente em apresentar
obras de J.M.W. Turner sob uma luz natural, o exterior procura integrar-se no contexto dos
edifícios envolventes – uma exigência que o Modernismo fixado sobre si próprio tinha sempre
descuidado. Em simultâneo, as cores fortes e o efeito espectacular da entrada da Clore Wing
chamam, através da arquitectura, a atenção do público, coisa que as pintutas expostas, por si só,
nunca teriam conseguido. Este valor lúdico também é um ideal que o Modenismo sempre recusou.

Uma experiência chave frequentemente divulgada pelo próprio Stirling foi a sua visita, como
estudante, à Villa Rotonda de Palladio. O reboco tinha estalado nas colunas. Aquilo que parecia
ser mármore revelava-se como sendo construído apenas em tijolo, daí a sua reflexão de que:
poderia aquele facto alterar a qualidade arquitectónica da obra?

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Influências da Arquitectura de James Stirling

James striling faz parte do movimento Pós-Moderno, ele escala ideias do Brutalismo de
Le Corbusier nas fachadas de tijolos e betão armado.

Fundou um atelier (empresa) e realização, em parceria, de um conjunto de trabalhos de grande


qualidade (baseados nos estudos de Le Corbusier, em Paris).

Originalidade dentro dessa tradição é a distinção de Stirling: no velho “tempos modernos”,


ângulos de 45 graus nas plantas e cortes; hoje, surpreendentes justas posições e transposições das
referências clássicas e do século XIX.

Em três países – Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos – influenciou o desenvolvimento da


arquitectura através da qualidade de seu trabalho.

O classicismo lúdico da sua arquitectura marca um, dos caminhos da arquitectura na segunda metade
do século XIX, o transforma num dos melhores arquitetos pós-modernistas.

O seu trabalho começou no momento em que o movimento Moderno ainda estava em


ascensão e as suas variações, ângulos, detalhes eram extraordinariamente originais.
“Hoje ele está na vanguarda dos novos movimentos, que inclui a alusão histórica e
análise contextual.” Pritzker Prize, 1981.

Características da arquitectura de James Stirling

Entre as várias considerações de Stirling através de suas propostas arquitetônicas era a


variedade dos seus elementos utilizados em suas obras, como o concreto armado e o tijolo maciço,
que poderia resumir na utilização de variados materiais, e não atrelado a uma só tipologia.

Primeiros projetos de Stirling, especialmente para Cambridge e Oxford, muitas vezes


enfatizou conceito sobre as necessidades estéticas e utilitárias Seus últimos trabalhos apareceram
mais formais, devido à sua influência pós-moderno classicismo. Criticado por sua habilidade de
continuamente alterar seus princípios fundamentais de arquitectura, Stirling usa uma abordagem
de design experimental que mostra o compromisso pouco para um estilo particular.

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Stirling viu o vernáculo funcional e comercial de Liverpool como uma fonte para um tipo
mais familiar e testada pelo tempo de projeto, assim começou a usar materiais locais, como o tijolo
vermelho, para modificar o vidro e aço estrutural dos edifícios universitários em Cambridge e
Leicester feito no final dos anos 50 e começo dos 60, sem sacrificar a repensar radical do programa
e do espaço que o modernismo incentivado. Nos anos 70, ele foi combinar a tecnologia prática e
racionalismo funcional da prática modernista, com uma relação mais consciente de um edifício
para a sua cultura e comunidade.

Obras de James Stirling


Nome: Museu de Arte - Neue Staatsgalerie

Ano: 1977-1984

Estilo: Pós-Moderno

Localização: Stuttgart – Alemanha

Construída por James Stirling com parceria


de Michael Wilford, Staatsgalerie de
Stuttgart é talvez o mais interessante museu
desenhado na prolífica década de oitenta do
século XX, conhecida por "década dos
museus".

O projeto constituiu uma ampliação do


edifício existente, a Alte Staatsgalerie uma
estrutura de recorte clássico inaugurada em
1843, onde se pretendia expor uma das
melhores coleções alemãs de trabalhos de Picasso, e hoje expõe obras que vão da idade média até
o século XX.
Seu projeto imediatamente adjacente ao Alte Staatsgalerie e conectado a ele ao nível da galeria
por uma ponte com a perfeita integração topográfica, o terraço com a paisagem inclinada, sua
idéia original de inclusão de uma passarela pública através do complexo do museu, e sua
integração respeitosa dos elementos existentes históricos da Staatsgalerie Velha.

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Neue Staatsgalerie(novo edifício) possui uma
grande quantidade de trabalhos, como pinturas e
esculturas do século XX. O museu é formado
por um conjunto fragmentado de volumes dos
quais de destaca um tambor cilíndrico central
que contém um pátio fechado e um corpo
quebrado que delimita três dos lados do museu.

Figura 1: Planta Baixa Neue Staatsgalerie

Um percurso público que atravessa o museu, contornando o pátio circular, conduz às traseiras do
edifício que ficam a uma cota mais alta. Esta solução de percursos urbanos em rampa, alinhando
pelo conceito corbusiano de "promenade architecturale", é precisamente um dos temas
recorrentes da arquitetura de Stirling.

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A rampa além de dar acesso a edificação
circular, leva ao pátio também circular
que se assemelha ao Coliseu, a
arquitetura pós-modernista é inserida
com traços da arquitetura greco-romana,
podemos verificar o uso de elementos
como arcos e colunas, também estão
expostas esculturas classicistas que
lembram o cenário do século IV. Esses
componentes entram em contraste com o portal vermelho e recuado no chão, o museu reúne
soluções tradicionais e contemporâneas para a boa relação humana com o meio.
Em termos estilísticos, Stirling inverte o
uso dos elementos tradicionais,
manipulando-os de forma maneirista e
sofisticada. Os corrimãos das rampas,
que assumem cromatismos fortes,
contêm o sistema de iluminação exterior.
Tal como os envidraçados com
caixilharias verdes, estes elementos
atenuam a rigidez e convencionalidade
do revestimento pétreo.

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História e filosofia de James Gowan no
Funcionalismo Brutalista
Arquitectura funcionalista (1945-1966), é descrita como um período intermitente entre o
modernismo e o que foi chamado de pós-modernismo. Este período é simplificado como sendo
o estilo dominante sendo ao mesmo tempo submetido a um intenso questionamento, nele
podemos identificar temas significantes: a integração de preocupações humanísticas com um
legado funcionalista, uma reflexão de alguns pré e anti conceitos modernistas, como a
monumentalidade, e que este funcionalismo perde a sua posição de dominador para as novas
correntes intelectuais como o estruturalismo e a sociologia.

James Gowan nasceu em Glasgow aos 18 de outubro de 1923. Começou o seu treino arquitectural
na escola de Arte “Mackintosh” (1940-42) onde existia um foco na tecnologia. Ao invés da
poderosa influência de Collin Rowe que influenciou Stirling para o classicismo histórico, Gowan
foi encorajado a apreciar o estilo Gótico. A composição clássica era completamente usada nas
escolas de arquitectura durante o período das Belas Artes e entre as guerras. Gowan desenhou uma
cripta gótica para a catedral de Glasgow e submeteu o desenho para a capela gótica, para gowan a
arquitectura gótica era mais funcional e mais adaptável em relação ao clássico. O mesmo descreve
o design como “uma forma medieval de fazer as coisas” e assim sendo apropria-se da teoria de
Wittkower sobre a riqueza do gótico e como este se assenta em 6 pilares:

1) Selvagem;
2) Mutável;
3) Naturalista
4) Grotesca
5) Rígida
6) Redundante

A conduta modesta de Gowan combinada com uma atitude crítica, preenche as expectativas do
seu caracter com uma veia lírica que dá vida a sua personalidade.

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A Faculdade de Engenharia de Leicester

O trabalho do Arquitecto atravessa desde blocos sociais austeros até aos planos sonhadores sobre
o rio Tamisa. Nisto Gowan acompanha Stirling nos seus primeiros projectos, culminando na
celebração do Edifício de Engenharia na Universidade de Leicester em 1963., apesar de ter
recebido poucos créditos devido a sua separação logo após a conclusão do edifício, Gowan
trabalhou sozinho na obscuridade.

Considerado o primeiro edifício pós-modernista na Inglaterra, a faculdade de Engenharia


representa uma verdadeira mudança, longe da doutrina funcionalista da era pós-guerra, ao
contrário celebrando feitos dinâmicos e estruturais de geometria quase que forçada, o que ficou
conhecido como “Engineering style”. Este com uma construção quase que monolítica em tijolo
vermelho e uma cobertura cristalina no bloco de workshop, parecido como uma fila de toblerones.

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Nele quase que uma sensibilidade gótica ao design, com colunas de concreto alargadas no final
agarrando a torre de escritórios e laboratórios como arcobotantes O edifício representa o que
Gowan sempre se referiu como “O estilo para o trabalho”, uma ideia tirada do crítico Reyner
Banham na sua revisão ao projecto. “O edifício prevalece, pois, trabalho e estilo sejam
inseparáveis”. O carácter emerge com uma força enorme dos ossos da estrutura e a função o
protege. É considerado assim um dos projectos que mais influenciou o período.

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Ham Commom Flats

Foi um dos primeiros projectos da co-autoria de Gowan e Stirling em Londres. Acabado em 1958,
os edifícios tinham expressão forte em tijolos e betão exposto tal como o projecto da faculdade de
Leicester, numa oposição a maior parte da arquitectura leve e utilitária britânica daquele período.
Este conjunto de blocos depois ficou conhecido como o auge do novo movimento brutalista.

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Gowan teve uma ambição de melhorar a arquitectura moderna utilizando referência formais pré-
século XX, como por exemplo castelos, isto pode ser observado na sala de jantar diminuitiva do
Brunswick Park School em Camberbell (1958-60), com um movimento espiral com coberturas
inclinadas em bancos de vegetação.

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Arquitectura Brutalista

Brutalismo é um nome habitualmente utilizado para indicar a tendência arquitectónica que se


manifesta a partir de meados do século XX.

A arquitetura brutalista refere-se a um estilo geométrico dinâmico que é maciço, monolítico,


bloqueado e, tipicamente, contém quantidades copiosas de concreto derramado.

A arquitectura brutalista foi um movimento arquitectónico desenvolvido por arquitetos


modernos em meados das décadas de 50 e 60. O brutalismo desenvolveu-se a partir de uma
radicalização de determinados preceitos modernos, foi um estilo arquitetônico popular no meio
do século 20. Caracterizado por construções gigantescas, angulosas, de concreto, tem seu nome
derivado da expressão “béton brut” (“betão bruto”, por nós conhecido como betão armado”), foi
famosamente usado pelo arquiteto, pintor, urbanista e escritor francês Le Corbusier.

A ideia do movimento é fazer construções despojadas, mostrando o esqueleto de betão armado


sem nenhum tipo de acabamento, revelando até mesmo a impressão deixada pela madeira que foi
usada para criar a armação.

Primeira geração.

Protagonistas do MM. (pensam suas obras a partir de 1910).

W. Gropius; Mies van der rohe; Le Corbusier; Mendelsohn; Rietveld e Frank L. Wright.

Segunda geração.

Discipulos dos mestres (começam a sua actividade nos anos 30).

Alvar Aalto; Fuller Nervi; Johnson e Oscar Niemeyer.

Terceira geração.

(Começam a sua actividade importante no pôsguerra, años 50).

Luis Kahn; Saarinen; Tange; Utzon; Alison Smithson e Peter Smithson

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História e Filosofia dos Smithsons no Brutalismo

Peter Smithson nasceu em Stockton-on-Tees (Yorkshire) 18 de setembro de 1923, e Alison


Smithson (nascido Gill) - Sheffield em 22 de junho de 1928.

Peter Smithson estudou arquitectura na universidade de Durham entre 1939 e 1948, juntamente
com um programa no Departamento de Planejamento Urbano da Universidade de 1946 a 1948.
Alison estudou arquitetura na mesma universidade entre 1944 e 1949. Os arquitetos se conheceram
enquanto estudavam na Universidade de Durham.

Em 1949 eles se casaram e, desde então, trabalharam constantemente como co-autores, tendo
estabelecido em 1950 seu próprio escritório. Tiveram três filhos Simon, Samantha e Soraya, dos
seus três filhos Simon também é arquiteto. Peter e Alison Smithson são um par de arquitetos
ingleses que lançaram as bases para o brutalismo, uma das tendências mais influentes na arquitetura
da segunda metade do século XX. A equipe produziu um revolucionário estilo arquitetônico,
baseado no minimalismo tecnológico. Enquanto seus edifícios eram idéias arquitetônicas
fundamentais, os Smithsons ganharam reconhecimento e fama principalmente porque faziam
parte do chamado "Team of Ten", que subverteu a filosofia antiga.

Estavam entre os líderes da nova geração de arquitetos (o "Grupo dos Dez"), buscando superar o
estilo internacional abstrato idealismo (o então dominante na arquitectura vanguardista), devido a
projetar decisões, mais especificamente ligados às questões sociais e ambientais do cotidiano; no
10º Congresso do CIAM (“Congresso Internacional de Arquitetura Moderna") em Dubrovnik
(1956), o "Grupo dos Dez" foi alocado em uma união separado. Sob essas condições, a primeira
grande (e, ao mesmo tempo, sabemos) o produto de Smithson, uma escola em Hunstanton
(Norfolk, 1949-1954), adquiriu o caráter de um manifesto, acertando sua deliberada "rude" para
revelar toda a tecnologia de construção - estrutura de aço, alvenaria e até mesmo fiação
elétrica, demonstrativamente mostrado nas paredes. Mais tarde, esse "novo brutalismo" (como
essas tendências apelidadas de críticas) adquiriu uma aparência mais harmoniosa, mas manteve a
carcaça acentuada e os contrastes plásticos afiados das estruturas espiritualmente conjugadas com
seus arredores. Entre outros edifícios, Peter e Alison Smithson são o complexo de escritórios e
residenciais de The Economist em Londres (1959-1964), os Robin Hood Gardens (1972, ambos
em Londres), o St. Hilda College em Oxford (1970)), uma série de novos edifícios da Universidade
em Bath (1978-1984, 1989). As publicações de Peter e Alison Smithson, que proclamam a idéia de
intercâmbio contínuo entre imagens arquitetônicas e o ambiente histórico e social, também tiveram
uma grande ressonância.

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Robin Hood Gardens

Este edifício controverso, projetado pelos arquitetos Alison e Peter Smithson, no final da década
de 1960, foi defendido como uma reinvenção da habitação social, uma tentativa de materializar o
conceito de "ruas no céu" com os longos corredores em altura realizados dentro dos blocos de
concreto. Também foi rotulado como "planejamento desumano" ou "esgoto social" por seus
detratores.

Construído em Poplar, em East London, foi desenvolvido em um distrito de Hamlet de Tawer. O


complexo está situado perto da estação DLR Blackwall, perto da Torre Balfron, ambos exemplos
muito claros da arquitetura Brutal.

Desde o momento em que começou a ser habitada, os problemas relacionados à habitabilidade


das habitações não cessaram, bem como a marginalidade e a delinquência que está escondida em
seus recessos.

Apesar dos problemas que Robin Hood Gardens desencadeia social e socialmente, é um design
que faz parte da mitologia da arquitetura contemporânea, especialmente porque é assinado por
alguns dos mais influentes teóricos e designers da segunda metade do século XX.

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Nesta construção existem dois conceitos fundamentais: o edifício alto imerso no verde e o prédio
como um elo de rua das relações sociais do bairro, a circulação de veículos é totalmente excluída
da área de design.

O projeto foi realizado em uma área do leste de Londres um tanto urbanisticamente e socialmente
degradado. A ideia consistiu na construção de dois enormes blocos de concreto que flanqueavam
uma zona verde central obtida a partir do enchimento dos escombros do trabalho.

Uma das características do projeto foi o acesso às casas que se realiza através de longos corredores
externos, excluindo rigidamente a circulação de veículos em toda a área do complexo.

O complexo residencial, é formado por dois longos blocos de contentores, um oposto ao outro,
no qual se localiza a estrada de maior tráfego, exercendo assim os edifícios um efeito de barreira
que protege o grande espaço interior e que o terreno onde foram construídos é exposto ao trânsito
por três de seus lados.

Um dos blocos tem dez andares e outros sete, reunindo um total de 213 apartamentos em torno
de uma área central do jardim, alguns em um andar, outros duplex. Nos apartamentos, os quartos
e as cozinhas estão localizados em direção ao interior verde, longe do ruído, deixando as passarelas
de acesso e salas ao lado do ruído da rua.

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Todos os três andares abrem amplas varandas que foram projetadas com a idéia de que eles
serviriam para o jogo infantil e reuniões de bairro, como ruas tradicionais, semelhante à que
realizou Le Corbusier em seu Unite d'habitation de Marselha.

Sua particularidade são os morros gramados criados a partir da terra proveniente das escavações
e de restos de construção.

A estrutura dos edifícios é feita de ferro e coberta com elementos pré-fabricados de concreto
armado, portas e marcenarias são feitas de madeira, as varandas colocadas a cada três andares
foram fechadas com barras de ferro por segurança as instalações do edifício são aparentes pelo
teto.A pequena colina que faz parte da área do jardim foi criada com detritos que sobraram da
construção.

A cor e o peso do concreto aparente, e a modulação marcada pelas esquadrias de vidro são as
causas de sua unidade. No entanto, as fachadas com vistas ao jardim apresentam uma sutil
diferenciação: o emprego da cor azul em paredes laterais e elementos metálicos. Sob uma vista em
escorço fica clara essa estratégia.

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Uma grande área verde, protegida da azáfama do exterior, onde as crianças podem brincar e viver
ao ar livre. Mas também resgatar o conceito de rua como uma área de passagem e reunião, bem
como os amplos corredores de edifícios, o jardim é enrugado por ruas, algumas acima, com seus
quadrados e espaços comunitários.

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Escola de Hunstanton

A Escola Hunstanton foi construída na cidade do mesmo nome, no condado de Norfolk, no leste
da Inglaterra.

O projecto iniciou em 1949 e concluído em 1954, a Escola Hunstanton é um resumo da


experimentação arquitectónica pós-guerra na Grã-Bretanha, bem como a crescente aceitação da
modernidade pelas autoridades públicas do país.

Este edifício destacou-se por sua extraordinária austeridade, teve um orçamento rigoroso e sua
clareza formal, expressou o desejo dos arquitetos para mostrar o essencial da estrutura e materiais
utilizados.

A construção da Escola Hunstanton, considerada como o manifesto do novo movimento


brutalista, é lembrada como o projeto em que esse termo foi usado pela primeira vez e como a
única saída para o movimento modernista de acordo com um manifesto de Alison e Peter
Smithson. Neste manifesto eles expressaram que "é em respeito aos materiais onde a raiz do Novo
Brutalismo é ... uma compreensão da afinidade que pode ser estabelecida entre a construção e o
homem ..."

Arquitetos desde o início estabeleceram seu interesse em encontrar uma relação entre cultura,
indústria e sociedade. Peter Smithson observou que a forma da escola "é ditada por um estudo
cuidadoso das necessidades educacionais e requisitos formais puros ...".

As qualidades deste edifício podem ser sintetizadas em: legibilidade formal da planta, exibição clara
da estrutura e avaliação dos materiais em suas qualidades inerentes, como "são encontrados".

O edifício tem bordas claras e definidas e uma simetria próxima na composição de suas fachadas
principais. Ele apresenta uma planimetria formalista ordenada por eixos de simetria,
concretamente a escola Hunstanton tem uma simetria biaxial que é rapidamente perceptível de
fora.

É um edifício construído do jeito que parece, não importa o que tenha sido dito sobre honestidade
estrutural ou construtiva, a maioria dos edifícios no movimento moderno parece ser feita de uma
substância vítrea e é feita de tijolo ou concreto. Hunstanton parece ter sido feito de vidro, tijolos
e concreto e foi fabricado com esses materiais.

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Todos os materiais apareceram como estavam, não
pintados, e até mesmo instalações elétricas e tubos
foram deixados à vista. Os Smithsons declararam sua
intenção de renunciar ao sistema de grandes
elementos padronizados e optar pelo uso de
componentes da produção industrial inglesa.

A estrutura da estrutura foi concebida em aço pré-


soldado, com pavimentos e placas de concreto pré-
fabricadas.

Diferentes materiais foram utilizados nos solos. Nas


salas de aula e oficinas foram colocadas telhas de plástico preto ou marrom escuro nos corredores
de circulação de terrazzo e pavimento de madeira no salão principal e academia. Os pátios
interiores e as áreas de recreação foram cobertas de grama e lajes de concreto.

Nos painéis de fachada cega, bem como no salão central, fechando as vistas para o andar superior,
no ginásio, nos tetos das salas de aula ou nos edifícios auxiliares, utilizavam tijolos amarelados
vistos com toques de uma camada branca. para reduzir a sua porosidade.

Nas fachadas
cobrindo as
salas de aula, as
fachadas foram
estruturadas
com painéis de
vidro da mesma
altura que os
espaços que
protegem, o que
permitiu a entrada da luz natural, mas também o calor do sol direto no verão e o frio inverno,
tornando as condições para os alunos não desejados durante grande parte do ano. Os caixilhos das
portas eram de aço galvanizado não pintado.

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Conclusão

Podemos concluir que o trabalho desenvolvido entre as décadas de 50 e 70 produziram resultados


de uma arquitectura que culminou em inspiração para arquitectos a volta do mundo, o betão
exposto, a face cristalina do vidro e o tijolo cozido foram materiais marcantes da época e que
deram características de impacto ao novo movimento brutalista; neste mesmo período foi quase
que o unânime também a decisão de trabalhar com os materiais de construção expostos como uma
crítica ao que era produzido em outros lugares, daí vermos, tubulações, instalações elétricas e
materiais de construção expostos por todo o edifício quase que como uma obra de arte, pura e
sem atalhos. O trabalho de Stirling ficou marcado em livros e trabalhos como um dos expoentes
máximos da arquitectura britânica e um dos percursores do brutalismo com a Faculdade de
Leicester, que produziu em parceria de James Gowan, arquitecto do mesmo período, mas que ao
contrário do seu colega, cuja o talento estava nos alçados e perspectivas, o trabalho de Gowan se
centrava no ensino de mentes que marcaram outros períodos da arquitectura (Richard Rogers,
Peter Cook e Quinlan Terry). Neste mesmo período temos também o trabalho de Peter e Alison
Smithson que são considerados o casal do brutalismo com obras que inspiram arquitectos por
volta do mundo, suas fachadas puras, rectas, de sólidos geométricos, com materiais de construção
expostos, quase como se a estrutura fosse o alçado da edificação marca o trabalho deste casal.

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Referências Bibliográficas

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1984.jpg&imgrefurl=http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/lopreto/index.php/arte-
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OBRAS DE STIRLING, GOWAN E SMITHSONS - [SELECIONAR DATA] 24


OBRAS DE STIRLING, GOWAN E SMITHSONS - [SELECIONAR DATA] 25

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