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Centro Universitário Adventista de São Paulo, Graduação Engenharia Civil
Est. Municipal Pastor Walter Boger, km 3,4, CEP 13165-000, Engenheiro Coelho-SP-Brasil
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Resumo
O presente artigo objetiva exibir as propriedades físicas e mecânicas do concreto
de pós reativos (CPR), apresentando materiais, estudos e resultados de testes. O CPR
também conhecido como concreto de ultra alto desempenho tende a apresentar uma
resistência elevada se levado em consideração os fatores encontrados em laboratório,
como: dosagem; temperatura e cura. Sua resistência, se acompanhados os parâmetros
corretos pode até ser comparado ao aço, mas por precisar de um controle rígido sobre
sua produção possui uma aplicação limitada no canteiro de obras.
Abstract
The present article aims to show the physical and mechanical properties of
concrete reactive powders (CPR), presenting materials, studies and test results. CPR also
known as ultra high performance concrete tends to exhibit high resistance if taken into
account factors found in the laboratory, such as: dosage; temperature and cure. Its
resistance, if accompanied by the correct parameters can even be compared to steel, but
because it requires a rigid control over its production has a limited application in the
construction site.
1 Introdução
As principais características que devem ser apresentadas por este concreto é alta
trabalhabilidade, alta resistência e alta durabilidade. Segundo Vanderlei (2004, p.8) sua
resistência “está numa faixa de resistência à compressão entre 200MPa e 800Mpa”,
devido a isso, existe uma analogia do CUAD com a rocha em referência a rua resistência,
porém com moldagem mais fácil. Também com o Aço referente as suas características
mecânicas como resistência a tração, deformação e ductilidade. Esse tipo de concreto é
de aspecto auto adensável e dispensa o uso de vibradores. Um detalhe interessante é a
não utilização do agregado graúdo, definindo-o como uma argamassa. Mas para
especialista e pesquisadores pode-se considerá-lo como concreto, pois sua função
estrutural é eminente e comprovada.
Em princípio seu uso era conveniente para fins estruturais e militares, mas sua
capacidade abrange muito mais áreas, como edifícios altos, tabuleiros de ponte de grande
vão, vigas, colunas, passarelas, pré-fabricados de túneis, ou placas de revestimentos de
fachada, cilindros para laminação, projéteis, além de ser ideal para obras em ambientes
agressivos como plataformas marítimas e usinas nucleares.
2 Materiais
2.1 Cimento
É um aglomerante hidráulico, ou seja, entra em processo de hidratação e
endurecimento em contato com a água. Formado basicamente pela queima do clínquer e
adição de gesso. Sendo o material mais imprescindíveis na produção do concreto. O
indicado é um cimento sem Aluminato Tricálcico (C3A) ou com baixo teor, em
consequência da elevada liberação do calor de hidratação. O mais utilizado no CPR é o
CPV ARI, devido a sua alta resistência inicial e alto grau de finura. Emprega-se também o
tipo CP I, mas seu uso não é tão comum por conta da sua não comercialização.
(VANDERLEI, 2004).
2.2 Agregados
Um dos motivos pelo qual se uso o agregado é para preenchimento, sendo
caracterizado como material inerte ao concreto, ou seja, não sofre grandes reações
químicas em contato com água. Segundo Helene; Terzian (apud SERAFIM; LICETTI,
2012) as características relevantes do agregado para a composição do concreto incluem
porosidade, distribuição granulométrica, absorção de água, forma e textura superficial,
resistência a compressão e módulo de elasticidade.
O agregado também pode ser um elo fraco devido a Zona de Transição por ser a área
mais fraca e mais complexa do concreto. Sua porcentagem no volume do concreto
costuma ser de 60 á 80% (SERAFIM; LICETTI, 2012).
2.3 Areia
Segundo Vanderlei (2004, p.18), “a areia pode ser obtida pelo peneiramento do pó
resultante da pedra britada (areia fina artificial) [...], ou simplesmente extraindo areia
natural com granulometria pequena”. O tipo de areia empregada ao CUAD é de aspecto
muito fino, com dimensões mínimas de 0,15 e máxima de 0,6 mm (VANDERLEI, 2004).
2.4 Aditivos
São utilizados para mudar algumas características físicas, que naturalmente não
poderiam ser vistas, facilitando seu manuseio no estado fresco e aumentando a
trabalhabilidade (BINA, 1999).
2.4.1 Superplastificante
De acordo com Serafim; Licetti (2012) os superplastificante são usados como
redutores de água, possibilitando o aumento da fluidez e menor consumo de água de
amassamento, diminuindo-a de 20 e 30% (apud HARTMANN, 2003; MEHTA &
MONTEIRO, 2008). Garantindo ao concreto uma relação água cimento reduzida, em
consequência uma melhor resistência.
2.5 Adições
As adições normalmente são acrescentadas ao cimento pelas fábricas cimenteiras ou
podem ser acrescentadas no momento da produção do concreto. Normalmente
adicionados em quantidades relativamente grandes, que variam de 20 a 70% por massa
de material cimentício total (SERAFIM; LICETTI, 2012, p.28). Assim como os Aditivos as
Adições são empregas com a finalidade de aprimorar o desempenho do concreto.
Segundo Serafim; Licetti (apud VANDERLEI, 2004, p.49), “no CPR as taxas de fibras
variam de 0 a 4%, mas em média são aplicados valores da ordem de 2% também em
relação à massa do concreto”, com comprimentos na ordem de 13mm e diâmetro de
0,15mm.
3 Características Físicas
O conceito central em giro do CPR nas palavras de Fávero (2016) foi baseado no
refinamento da matriz do concreto convencional de alta resistência, procurando diminuir
sua heterogeneidade intrínseca, suprimindo as zonas de transição na base dos
agregados graúdos, limitando a porosidade da matriz, entre outros.
Para Fávero (2016) tal ato levou à eliminação dos materiais mais graúdos, com
granulometrias maiores (em geral Ø > 1,0 mm) e de formas mais divergentes, levando ao
preenchimento dos vazios restantes utilizando apenas materiais granulares com maior
finura. Isso se deu pelo emprego de técnicas de empacotamento de partículas e a
redução substancial da água presente na mistura, o que empregou um grande avanço em
sua conceituação e técnica.
Uma vez resolvida a questão da microestrutura granular Fávero (2016) estabelece que
o prosseguimento do raciocínio se partiu para a inclusão de um reforço que pudesse
garantir maiores resistências à tração, flexão e tenacidade ao material, e também, de
alguma forma, contrabalançar a diminuição no módulo de elasticidade causada pela
ausência dos agregados maiores. Estas características de desempenho são o resultado
de melhorias nas propriedades microestruturais da matriz mineral aliadas ao controle da
ligação entre a matriz e as fibras.
Alguns dos princípios básicos para o desenvolvimento do CPR. Eles podem ser
descritos, resumidamente, como (RICHARD & CHEYREZY, 1995 apud FÁVERO, 2016):
• aumento da ductilidade pela utilização de fibras: como a matriz do CPR é muito frágil,
fibras de aço ou orgânicas (de carbono ou de vidro, por exemplo) têm de ser adicionadas
para se obter um melhor comportamento à flexão sob tensão.
Efetuar a mistura e a moldagem de tal maneira a gastar o menor tempo possível entre
os procedimentos.
Em suma “a aplicação dos três primeiros princípios produz uma matriz com alta
resistência à compressão, mas com baixa ductilidade. Uma resposta a este problema é a
incorporação de fibras de aço, que também impõe resistência à tração” (VANDERLEI,
2004).
Os agregados graúdos são eliminados e substituídos por areia fina com o tamanho
dos grãos não excedendo 2mm. A relação entre o diâmetro máximo do agregado do CPR
e do CAD é:
Para Rodrigues (2009, pág. 10) em CPR, a redução no tamanho do agregado graúdo
a um fator em torno de 50 (ex. 400mm ao invés de 20mm), provoca redução do tamanho
das microfissuras de origens:
3.2.2 Durabilidade
Segundo a ISO 6241 (1984), a durabilidade é o resultado da interação entre a
estrutura, o ambiente e as condições de uso, operação e manutenção. Fávero (2016, pág.
58) relata “a durabilidade não pode ser considerada como uma propriedade intrínseca à
estrutura ou ao material, de modo que uma mesma estrutura pode desempenhar
diferentes funções de durabilidade no tempo dependendo das condições a que é
submetida. ”
Ficando assim estabelecido por Mehta (2014), uma baixa permeabilidade significa a
não penetração de agentes agressivos no interior do material, fazendo com que o mesmo
não seja degradado. Dessa forma, a permeabilidade pode ser um excelente parâmetro
para qualificar a durabilidade de um determinado material.
dez vezes maior em termos de tração. Com adições de fibras o CPR obtém ductibilidade
e tenacidade elevada, podendo chegar a 250 vezes a de um CAD (VANDERLEI, 2004, p.
20).
O concreto de pós reativos pode ser classificado em CPR200, para aqueles com
resistência entre 170MPa e 230MPa, e CPR800 com resistência a compressão entre
500MPa e 800MPa. (VANDERLEI, 2004 apud RICHARD, 1996). As características
mecânicas para as duas classes estão dispostas na Tabela 1
Vanderlei (2004)
Vanderlei (2004)
A resistência à tração para o CPR de classe 200 varia entre 25MPa e 60MPa, e para
de classe 800 os valores variam entre 45MPa e 102MPa, de acordo com o volume de
fibras incorporado (VANDERLEI & GIONGO, 2006). A resistência a tração do CPR é
conferida pelas fibras, está resistência é de tal relevância que possibilita a eliminação de
armaduras passivas, já que por si só resiste aos esforços solicitantes, tento
comportamento similar ao do aço (TUTIKIAN et al., 2011). Tutikian (2011) conclui que
está independência permite que as peças sejam menos robustas, dando um aspecto de
leveza as estruturas.
4.3 Durabilidade
O concreto de pós reativos tem uma organização particularmente densa, com uma
composição de poros inconstantes, ocasionando altos índices de impenetrabilidade
(VICENTE, 2004). Este mesmo fato proporciona alta resistência ao ataque de fatores
externos.
Como escrito por Romel Dias Vanderlei e José Samuel Giongo (2006), para a
produção do CPR, alguns princípios devem ser seguidos, como:
5.1 Dosagem
Como definido por Vanderlei e Giongo (2006), foram adotadas três relações
água/cimento nas quais não foi notada diferença exagerada na resistência à compressão.
Mas, notou-se um aumento da resistência à compressão com o aumento da relação a/c,
possivelmente conferido à falta de hidratação das partículas do cimento. A relação está
representada na figura 1.
5.2.3 Fibras
As proporções de fibras em quantidade de volume para o ensaio foram: 0%, 0,5%, 1%,
2%, 3% e 4%, acrescentadas para estudo da influência na resistência à compressão, sob
cura com temperatura de 80°C por 16 horas e ensaiados em 7, 14, 28, 63, e 91 dias
(VANDERLEI; GIONGO, 2006). Os resultados das fibras estão expressos na figura 2.
A partir de ensaios feitos por Vanderlei e Giongo (2006), é possível constatar que a
resistência à compressão aumenta à medida que a temperatura eleva, independente da
relação água/cimento, como representado na figura 3.
5.3 Ensaio
Para obtenção do valor da resistência mecânica dos corpos de prova, foram feitos
ensaios de compressão axial com controle de deslocamento e flexão a 4 pontos
(VANDERLEI; GIONGO, 2006).
Com os resultados obtidos por Vanderlei e Giongo (2006), conclui-se que a resistência
à compressão tende a crescer com o tempo. Corpos-de-prova sem fibras apontam
aumento da resistência até os 28 dias, permanecendo estável após esta data. Corpos-de-
prova com fibras a resistência à compressão estabiliza-se a partir dos 7 dias de idade. A
adição de fibras em conjunto com a cura térmica, proporcionam um aumento da
resistência nos primeiros dias como pode ser visto na tabela 3.
Após a análise dos ensaios realizados, pode ser identificado deformações máximas na
tração equivalente aos limites elásticos. Os resultados podem ser analisados através da
tabela 4 (VANDERLEI; GIONGO, 2006).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, percebe-se que a alta resistência apresentada pelo concreto só pode ser
alcançada sob as mesmas condições encontradas em laboratório, sendo difícil a
reprodução do mesmo em canteiro de obras. Um avanço importante na tecnologia
concreto, mas que ainda não é muito utilizada.
7 REFERÊNCIAS
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Paulo, v. 1, n. 38, p.01-10, jan. 1999
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