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Fichamento

Henrique Magalhães – Humor em Pílulas: a força criativa das tiras brasileiras

PRINCÍPIOS:

O humor esteve na gênese dos quadrinhos em vários países do mesmo modo que a origem
desse gênero artístico fundou-se e expandiu-se com a massificação dos jornais, no final do
século XIX. O jornalismo ilustrado foi uma estretégia para se alcançar um maior número de
leitores e os quadrinhos serviram para consolidar a ampliação do público. Sua linguagem
baseada na imagem e na síntese do texto foi, mormente, um fator de sedução que
contribuiu para o acesso aos jornais por um público que estava fora do círculo restrito de
letrados. (07)

FORMA:

As tiras humorísticas contam uma história completa, trazendo o clímax no último quadrinho.
São na verdade uma gag, uma piada que pode ser ingênua ou crítica, aproximando-se do teor
do cartum e da charge. Mas elas podem ser também seriadas, apresentando aventuras em
capítulos diários. Neste caso , procuram criar um clima de suspense no último quadro, gerando
expectativa no leitor para o acompanhamento da história. (17)

Em termos formais, as tiras são pequenas histórias em quadrinhos, em geral compostas por
três ou quatro quadros no sentido horizontal; eventualmente elas podem aparescer n osentido
vertical. A história tem uma sequência, uma lógica narrativa e um desenvolvimento que leva a
um desfecho quase sempre surpreendente ou inesperado. Embora a tira seja uma história
contada em alguns quadrinhos, por vezes encontramos tiras com um só quadro, numa
aproximação com a expressão gráfica do cartum e da charge. (17)

SOBRE O HUMOR:

Henrique Magalhãs fundamenta a interpretação da utilização do humor – ao que nos


permitimos arescentar que da mesma forma se dá com a ironia – a partir da compreensão do
processo dialético que caracteriza de forma contundente os processos da comunicação: “No
humor o discurso tem duas mãos; a mensagem transmitida pelo emissor necessita, de forma
imperativa, contar com a participação do receptor, sendo a resposta da audiência fundamental
para que se efetive a comunicação” (2006, P.07-08). Se faz necessário estabelecer um elo de
cumplicidade entre os atores do processo comunicativo, entre os dois lados do discurso, “que
leva a uma catarse e complementaridade, estabelecendo o diálogo” (idem). Nos casos em que
a manifestação – como se dá em uma tirinha, por exemplo – se estabelece vinculada a um
caráter universal, terá a virtude de transcender nacionalidades e fomentar esse processo em
escala geral. Por outro lado, quando se volta à abordagem de pautas de interesse apenas local
e particularizadas, pode tornar-se intraduzíel e exercer seu potencial comunicativo apenas
junto a um nicho de interesse ou localização limitada. Em ambos os casos é importante
estarmos atentos para o que refere Magalhães, pois o objetivo da mensagem “depende da
cumplicidade entre emissor e receptor, onde o código que se estabelece permeia uma
realidade comum” (idem).

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