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FACULDADE DE DIREITO
Salvador
2010
Maurício Barreto Costa
Salvador
2010
RESUMO
Este trabalho apresenta uma proposta de pesquisa na área do direito esportivo, que
tem como objetos o caso do jogador belga de futebol Jean-Marc Bosman e a Lei 9.615, de 24
de março de 1988, mais conhecida como Lei Pelé. Tais fatos influenciaram consideravelmente
os negócios e contratos entre jogadores e clubes de futebol e acabaram desencadeando
diversas situações inéditas ao Direito. A pesquisa tem por objetivo geral constatar se o advento
do caso Bosman e a promulgação da Lei Pelé beneficiaram efetivamente os jogadores
profissionais de futebol em suas relações com os clubes. A pesquisa teórica é feita por meio do
estudo de casos apresentados, análise da legislação pertinente e de obras sobre o tema. A partir
disso, é esperado que esta pesquisa contribua para as discussões sobre o assunto.
1 TEMA ..................................................................................................................................... 4
1.1 Delimitação do objeto........................................................................................................... 4
1.2 Problema de pesquisa ........................................................................................................... 4
1.3 Justificativa da pesquisa ....................................................................................................... 6
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 6
2.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 6
2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................7
3 HIPÓTESE DE PESQUISA ............................................................................................... 7
3.1 Delimitação da hipótese ....................................................................................................7
3.2. Variáveis da hipótese ......................................................................................................... 7
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 7
4.1 Técnica de pesquisa ............................................................................................................ 7
4.2 Procedimentos de pesquisa ................................................................................................. 8
4.3 Fontes de pesquisa .............................................................................................................. 8
4.4 Fases da pesquisa................................................................................................................ 8
5 CRONOGRAMA................................................................................................................. 9
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 9
6.1 Bibliografia básica preliminar ............................................................................................ 9
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1 TEMA
Este projeto tem como objetos o caso do jogador belga de futebol Jean-Marc
Bosman e a Lei 9.615, de 24 de março de 1988, mais conhecida como Lei Pelé.
Os objetos deste trabalho são analisados e discutidos com o propósito de
entender os fatos que os originaram e as conseqüências que causaram, no âmbito jurídico,
sobre a relação jogadores e clubes de futebol.
aquela temporada. Por essa razão, o jogador ingressou, em 8 de agosto de 1990, com uma ação
junto a um Tribunal de 1ª Instância de Liège, contra o RCL, requerendo, dentro outros pleitos,
que os demandados ficassem proibidos de impedir a sua liberdade de contratação.
Durante o trâmite processual, outras organizações, tais como FIFA e UEFA,
passaram a integrar a demanda. Desta maneira, o Tribunal de 1ª instância de Liège, em 11 de
junho de 1992, declarou procedentes as ações propostas por Bosman contra a RCL, a liga
belga e a UEFA, determinando a inaplicabilidade das normas relativas à transferências e às
cláusulas de nacionalidade, sancionando o comportamento destas três organizações.
Por conseguinte, por conta dos fatos surgidos no processo, formulou-se ao
Tribunal de Justiça da Comunidade Européia uma indagação: “Os artigos 48, 85 e 86 do
Tratado de Roma de 25 de Março de 1957 devem ser interpretados no sentido de que proíbem
que um clube de futebol exija e receba o pagamento de um montante em dinheiro pela
contratação, por um novo clube empregador, de um dos seus jogadores cujo contrato tenha
chegado ao fim?”.
A partir do tema proposto, a Corte concluiu que a necessidade de pagamento de
uma compensação financeira a que os clubes empregadores estão obrigados a pagar para
contratar um jogador proveniente de outro clube está a afetar diretamente as possibilidades
deste para encontrar um emprego, bem como suas respectivas condições. Assim, profere que o
art. 48 do Tratado se aplica as regulamentações adotadas por associações desportivas como a
URBSFA, a FIFA e a UEFA, o que, por conseguinte, acarreta as mesmas a obrigação de
observar, em caso de transferência, a desnecessidade de pagamento de indenização por um
clube a outro quando o contrato do jogador já tenha terminado.
A importante decisão regula que quando atingido o termo final do contrato de um
jogador de futebol profissional com o seu clube, e sendo esse jogador cidadão de um dos
Estados-membros da União Européia, o clube antigo não pode impedir o jogador de assinar
um novo contrato com outro clube noutro Estado-membro, de modo que o clube cedente não
poderá mais exigir uma compensação financeira no caso de transferência do jogador.
Esta decisão acabou desagradando clubes, federações e confederações, mas,
mesmo assim, fora observada em todas as negociações envolvendo transferência de jogadores.
Tratando do caso brasileiro, a Lei 9.615, de 24 de março de 1998, que, por ter sido
elaborada e aprovada pelo Congresso Nacional durante o período no qual o Sr. Edson Arantes
do Nascimento esteve ocupando o Ministério Extraordinário dos Esportes, acabou ganhando a
alcunha de "Lei Pelé", veio com o objetivo de reunir normas gerais sobre o desporto,
introduzindo algumas mudanças significativas no futebol, dentre as quais, sem dúvida alguma,
destaca-se o § 2º do art. 28, o qual, em uma simples disposição, revoluciona o futebol
brasileiro. Isto porque o citado parágrafo estabelece que “o vínculo desportivo do atleta com a
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entidade contratante tem natureza acessória ao respectivo vínculo de emprego...”. Isto é, traz a
extinção do instituto do passe, consagrado pela Lei 6.354/76.
O passe, segundo o art. 11 da lei nº 6.354/76, é “a importância devida por um
empregador a outro, pela cessão do atleta durante a vigência do contrato ou depois de seu
término, observadas as normas desportivas vigentes”. A FIFA, no art. 14 do seu Regulamento
de Transferência de Jogadores de Futebol, em disposição similar, declara que quando um
jogador não vinculado celebra um contrato com um novo clube, seu antigo clube terá direito a
uma indenização de promoção e/ou formação. Esta indenização de formação ou promoção
nada mais é do que a aquisição, mediante pagamento de uma quantia, do vínculo desportivo do
atleta.
Nos contratos firmados sob a vigência da Lei Pelé, por conseguinte da inexistência
do vínculo desportivo, não existe mais a possibilidade do clube, ao final do contrato, negociar
o atleta recebendo do clube interessado uma indenização pelo pagamento do passe. Poderá o
clube apenas, da mesma forma como ocorre no futebol europeu, receber indenização no caso
de rescisão antecipada do contrato, pelo jogador, mediante o pagamento da cláusula de
rescisão previamente fixada no contrato, nos termos do § 3º do art. 28 da Lei 9.615.
Assim, dado o objeto desta pesquisa, a sua situação problema diante da relevância do
tema na atual conjuntura futebolística é: o caso Bosman, com suas conseqüências na Europa, e a
vigência da Lei Pelé no Brasil, beneficiaram efetivamente os jogadores profissionais de futebol
em suas relações contratuais com os clubes?
2 OBJETIVOS
3 HIPÓTESE DE PESQUISA
4 METODOLOGIA
O tipo de pesquisa pode ser considerado como de análise e estudo dos casos
sobre o tema em questão, bem como as posições da jurisprudência e da doutrina quanto da
resposta ao problema.
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A análise bibliográfica está prevista para ocorrer nas obras da doutrina acerca
do tema.
A análise documental deve ocorrer nos textos da Constituição Federal e da
legislação codificada na área de direito desportivo.
A análise comparativa está voltada para a opinião da doutrina européia acerca das
conseqüências da Lei Bosman.
5 CRONOGRAMA
FASE MESES
1 2 3 4 5 6 7
Aprofundamento de leituras
Análise bibliográfica
Análise documental
Análise conceitual comparativa
Revisão dos resultados
Redação do relatório
Apresentação
6 REFERÊNCIAS
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 12ª ed., São Paulo:
Saraiva, 1996.
PERRY, Valed. Crônica de uma Certa Lei do Desporto, 1ª ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris,
1999.
KRIEGER, Marcilio. Lei Pelé e Legislação Brasileira Desportiva Anotadas, 1ª Ed., Rio de
Janeiro: Forense, 1999.
Pearson, Geoff. The Bosman Case, EU Law and the Transfer System. Liverpool: Football
Industry Group, University of Liverpool, 2008.