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Advocacia Pública.
Professor Roberto Figueiredo
Procurador do Estado da Bahia.
Presidente da Associação de Procuradores do Estado da Bahia triênio 2016/2018.
Mestre em Direito Econômico pela UFBA
Instagram: @Roberto_Civil
Periscolpe: @Roberto_Civil
Twitter: @Roberto_Civil
Facebook: Roberto Figueiredo (Professor)

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

1. Noções gerais sobre o Decreto-Lei nº 4.657/42. A Alteração Terminológica: Lei Federal nº 12.376/10. O Código
de Normas (uma norma legal sobre as normas legais). Estrutura. Teoria Geral da Norma x Direito Internacional.

2. Vigência da lei. A existência e a vigência das normas legais. A questão da vacatio legis. Inaplicabilidade aos
atos administrativos (art. 5º, Decreto nº 572/1890) e às Emendas Constitucionais (Ex: EC nº 66/10). Princípio da
Vigência Sincrônica (Carlos Roberto Gonçalves) x Princípio da Vigência Progressiva (Lei Federal nº 3071/16).
Mudança de lei e período de vacatio legis (§ 3º, art. 1º, LINDB).

Art. 1º da LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias após oficialmente
publicada.

§ 1º Nos estados estrangeiros a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de
oficialmente publicada.
§ 2º Revogado.
§ 3º Se antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação do seu texto, destinada a correção, o prazo deste
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto da lei já em vigor consideram-se lei nova.

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Exemplos de Autodeclaração!

Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei Federal nº 13.146 de 06 de julho de 2015:

“Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial”.

Lei da Mediação. Lei Federal nº 13.140 de 26 de julho de 2015:

“Art. 47. Esta Lei entra em vigor após decorridos cento e oitenta dias de sua publicação oficial”.

Lei da Arbitragem. Lei Federal nº 13.129 de 26 de maio de 2015:

“Art. 5o Esta Lei entra em vigor após decorridos 60 (sessenta) dias de sua publicação oficial”.

Novo Código de Processo Civil. Lei Federal nº 13.105 de 16 de março de 2015

“Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial”.

Como o Supremo Tribunal Federal já entendeu a matéria?

Quinta-feira, 19 de novembro de 2015.


Mantidas obrigações a escolas particulares previstas no Estatuto da Pessoa com Deficiência

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu medida cautelar na Ação de Inconstitucio-
nalidade (ADI) 5357, ajuizada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) contra
dispositivos do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) que tratam de obrigações dirigidas às esco-
las particulares.
A Confederação requeria a suspensão da eficácia do parágrafo primeiro do artigo 28 e caput do artigo 30 da nor-
ma, que estabelecem a obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem a inserção de pessoas com deficiên-
cia no ensino regular e prover as medidas de adaptação necessárias sem que ônus financeiro seja repassado às
mensalidades, anuidades e matrículas.
Para a Confenen, a norma estabelece medidas de alto custo econômico para as escolas privadas, violando vários
dispositivos constitucionais, entre eles o artigo 208, inciso III, que prevê como dever do Estado o atendimento
educacional aos deficientes.

Em sua decisão, o ministro Edson Fachin explicou que diversos dispositivos da Constituição Federal, bem como a
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, incorporada ao ordenamento jurídico
brasileiro com status equivalente ao de emenda constitucional (rito previsto no parágrafo 3º do artigo 5º da Consti-
tuição), dispõem sobre a proteção da pessoa deficiente. Para o ministro, “ao menos neste momento processual”, a
lei impugnada atendeu ao compromisso constitucional e internacional de proteção e ampliação progressiva dos
direitos fundamentais e humanos das pessoas com deficiência.
“Se é certo que se prevê como dever do Estado facilitar às pessoas com deficiência sua plena e igual participação
no sistema de ensino e na vida em comunidade, bem como, de outro lado, a necessária disponibilização do ensi-
no primário gratuito e compulsório, é igualmente certo inexistir qualquer limitação da educação das pessoas com
deficiência a estabelecimentos públicos ou privados que prestem o serviço público educacional”, afirmou o minis-
tro.

Apesar de o serviço público de educação ser livre à inciativa privada, ressaltou o relator, “não significa que os
agentes econômicos que o prestam possam fazê-lo de forma ilimitada ou sem responsabilidade”.
Ele explicou que a autorização e avaliação de qualidade do serviço é realizada pelo Poder Público, bem como é
necessário o cumprimento das normas gerais de educação previstas, inclusive, na própria Constituição.
“Tais requisitos [inclusão das pessoas com deficiência], por mandamento constitucional, aplicam-se a todos os
agentes econômicos, de modo que há verdadeiro perigo inverso na concessão da cautelar. Corre-se o risco de se
criar às instituições particulares de ensino odioso privilégio do qual não se podem furtar os demais agentes
econômicos. Privilégio odioso porque oficializa a discriminação”, afirmou o ministro em sua decisão.
Sobre os prejuízos econômicos alegados pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, o ministro
disse que a Lei 13.146/2015 foi publicada em 7/7/2015 e estabeleceu prazo de 180 dias para entrar em vigor (ja-
neiro de 2016), o que afastaria a pretensão acautelatória.

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Dessa forma, o ministro Edson Fachin indeferiu a medida cautelar, por entender ausentes a plausibilidade jurídico
do pedido e o perigo da demora. A decisão será submetida a referendo pelo Plenário do STF.
Lei Complementar nº 95/98, Art. 8º, § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam
período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no
dia subseqüente à sua consumação integral. (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Dia da publicação + Prazo = Dia da Vigência.

Atenção!

A forma de contagem do prazo da vacatio legis é distinta da forma de contagem dos prazos no direito civil (art.
132, CC).

Dica do art. 219 do NCPC: “Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis”. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

Código Civil

Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo,
e incluído o do vencimento.

§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata cor-
respondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Como o tema é abordado nos tribunais superiores?

A prorrogação dos prazos em casos de recesso forense: Informativo 550 do STJ.

3. Princípio da continuidade e a revogação da lei. Modalidades de revogação.


Princípio da Supremacia da Lei. A Lei Complementar nº 95/98, art. 9º. Distinção entre revogação e inconstitucio-
nalidade. Inexistência do desuetudo.

Art. 2o da LINDB. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica
a lei anterior.

Lei Complementar nº 95/98,


Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pe-
quena repercussão.
[...]
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorri-
dos (o número de) dias de sua publicação oficial’ . (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Art. 9º A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas.

Em síntese:

a) lei superior (critério hierárquico: Lex superior derrogat legi inferior) – Uma norma superior prevalece sobre
uma norma inferior;
b) lei especial (critério da especialidade: Lex specialis derrogat legi generali) – Uma norma especial prevale-
ce sobre uma norma geral;
c) lei nova (critério cronológico: Lex posterior derrogat legi priori) – Uma norma posterior prevalece sobre
uma norma anterior.

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4. Repristinação.

Artigo 2º da LINDB, § 3o, Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

4.1 Distintação entre repristinação e efeito repristinatório.


Repristinação oblíqua ou indireta em controle concentrado de constitucionalidade realizado pelo STF.
Art. 11 da Lei Federal nº 9.868/1999. Efeito oblíquo ou indireto da decisão (STF no RE 517.789-AL).

Art. 27 da Lei 9.868/97. Poderá o STF, ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em
vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, por maioria de dois terços de seus mem-
bros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julga-
do ou de outro momento que venha a ser fixado. Aqui, não há de se falar em repristinação.

Aplicação prática!

1. (CESPE/07) A lei nova que estabelece disposições gerais revoga as leis especiais anteriores que dis-
põem sobre a mesma matéria pois não pode ocorrer conflito de leis, ou seja, aquele em que diversas leis
regem a mesma matéria.

2. (CESPE/08) A derrogação é a supressão total da lei.

3. (CESPE/08) Considerar-se-á revogada uma lei até então vigente quando uma lei nova aprovada, segun-
do as regras do processo legislativo, passar a regulamentar inteiramente a mesma matéria de que tratava
a lei anterior, inda que a lei nova não declare expressamente.

5. Obrigatoriedade da norma. Proibição da alegação de erro de direito. Admissibilidade excepcional do erro de


direito (CC, art. 139, III e 1561), Lei de Contravenções Penais (art. 8º) e Código Penal (art. 65, II). A questão das
leis cogentes e das leis dispositivas (autonomia privada)

LINDB, Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

CÓDIGO CIVIL. Art. 139. O erro é substancial quando: [...] III - sendo de direito e não implicando recusa à aplica-
ção da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

CÓDIGO PENAL. Circunstâncias atenuantes


Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). II - o
desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS

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Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusaveis, a pena pode deixar de ser
aplicada.

6. Integração e interpretação normativa. A vedação ao non liquet imposta ao juiz (art. 4 da LINDB). A inexistência
de lacunas no sistema jurídico. Métodos de colmatação (integração): analogia, costumes e princípios gerais do
direito. Ordem hierárquica e preferencial.
LINDB: Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princí-
pios gerais de direito.

Analogia legis e a analogia juris. Exemplos. Indignidade x Deserdação (art. 499, 1816 x 1961) e a ADPF 132.

CÓDIGO CIVIL. Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação,
se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais
do vendedor.
Restrição do uso da analogia: Direito Penal e Tributário.

A distinção entre analogia e interpretação ampliativa. Ex: CC, art. 157, § 2º. Lesão x Estado de Perigo. Enunciado
148 do CJF.

Custumes praeter legem (integração) x secundum legem (aplicação da lei): CC, art. 445, §2º. Costume contra
legem (abuso do direito).

A prova dos costumes. Art. 14 da LINDB.

NCPC, art. 376. “A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor
e a vigência, se assim o juiz determinar”.

A admissibilidade excepcional do uso da equidade. A equidade judicial como método integrativo excepcional (CLT
art. 8º e 140, p.u. do NCPC). A equidade legal (CF 194, p.u. inciso V e CC, art. 413 e 944, p.u.).

NCPC: “O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”.

Aplicação Prática!

4. (Procurador do Estado/Acre/2012) “No Direito brasileiro, a equidade possui apenas função interpretati-
va”.

5. (CESPE/2013) A proibição do non liquet não é dirigida ao juiz.

6. (Procurador do Estado/Acre/2012) “A analogia, assim como o costume e os princípios gerais do direito,


tem função integrativa no sistema jurídico brasileiro”.

7. Aplicação da lei no tempo e no espaço. Conflitos da lei no tempo e os métodos de solução. A questão da ultrati-
vidade da norma (CC, 2041 e STF, súmula 112). A irretroatividade da lei. A territorialidade mitigada.

LINDB, Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído
pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquê-
les cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº
3.238, de 1957)

O direito adquirido, a coisa julgada (a relativização): STJ, REsp. 226.436/PR e a ausência de direito adquirido à
regime jurídico estatutário e o ato jurídico perfeito e a sua relativização (CC, 2.039).

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A questão da ultratividade da norma: CC art. 2041 e STF, súmula 112. O art. 1.897 do CC.

Aplicação Prática!

7. (Procurador do Município/Rio Grande do Norte/2011) “Em qualquer atividade de interpretação legal deve
se considerar os fins sociais visados”.

A Súmula 205 do Superior Tribunal de Justiça e a teoria da retroatividade motivada.

A filtragem constitucional (controle de constitucionalidade e de convencionalidade). O respeito à soberania. Revo-


gação do parágrafo único: art. 15, LINDB (STF, Pleno. Petição Avulsa 11/MG, Relator Ministro Celso de Melo,
Informativo STF 121.)

STF, súmula 420: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado”.

A competência do STJ para a exequatur.


A territorialidade moderada ou mitigada.

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade,
o nome, a capacidade e os direitos de família.

§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às
formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de
ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio
conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se
este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, re-
querer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de co-
munhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Reda-
ção dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no
Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a efi-
cácia das sentenças estrangeiras no país.
O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interes-
sado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a
fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em
que se encontre.

Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estive-
rem situados.

§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se
destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observa-
da, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desapa-
recido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

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§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do côn-
juge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Atenção!

O que é principio do Prélévement?

É a regra pela qual pode ser feita distinção entre o brasileiro e o estrangeiro com o objetivo de ser aplicada a lei
mais benéfica ao brasileiro (Ex: Art. 10 §1 LINDB e Art. 5º XXXI, da CF/88).

A exequatur e a EC 45.

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser
cumprida a obrigação.

§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei
brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao
objeto das diligências.

Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:

a) haver sido proferida por juiz competente;


b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi
proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal).
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia
no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

A novidade do Divórcio Administrativo no Estrangeiro.

Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos
filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de
1957).

§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio con-
sensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quan-
to aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha
dos bens comuns e à pensão alimentícia e,
ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado
quando se deu o casamento. (Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013).
§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de
petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio,
não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.

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GABARITO

Questão 1 – letra F
Questão 2 – letra F
Questão 3 – letra V
Questão 4 – letra F
Questão 5 – letra F
Questão 6 – letra V
Questão 7 – letra V

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