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Arquitectura expressionista

Torre Einstein por Erich Mendelsohn.

A arquitectura expressionista foi um movimento arquitectónico que se desenvolveu na


Europa setentrional durante as primeiras décadas do século XX paralelamente às artes
visuais representativas do Expressionismo.

O termo "Arquitectura expressionista" inicialmente descrevia as actividades das


vanguardas alemã, neerlandesa, austríaca, checa e dinamarquesa desde 1910 até
aproximadamente 1924. Subsequentes redefinições estenderam o termo até 1905 e
também ampliaram seu campo de acção para o restante da Europa. Hoje em dia, o
conceito ampliou-se de tal modo, que chega a referir-se à arquitectura de qualquer período
ou localização que apresente algumas das qualidades do movimento original tais como;
distorção, fragmentação ou a comunicação de emoção violenta ou sobrecarga[1]

O estilo foi caracterizado por uma adopção pré-modernista de novos materiais, inovação
formal e volumes extremamente incomuns, algumas vezes inspirados nas formas
biomórficas naturais, algumas vezes por uma nova técnica oferecida pela grande produção
de tijolos, aço e especialmente vidros. Muitos arquitectos expressionistas lutaram na
Primeira Guerra Mundial e suas experiências, combinadas com as agitações política e
social que seguiram-se à Revolução Espartaquista de 1919, resultaram em uma
perspectiva utópica e em uma visão romântica do socialismo[2] As condições económicas
limitaram severamente o número de construções entre 1914 e o meio da década de
1920,[3] fazendo com que muitos dos mais importantes trabalhos expressionistas
permanecessem como projectos no papel, tais como a Arquitectura Alpina de Bruno Taut e
os Formspiels de Hermann Finsterlin. Construções de exposições efémeras eram
numerosas e altamente significativas durante este período. A cenografia para teatro e
cinema possibilitou uma outra saída para a imaginação expressionista[4] e foi fonte de
renda suplementar para muitos projectistas que tentaram desafiar convenções em um
clima económico severo.
Eventos importantes na arquitetura expressionista incluem; a Exposição Werkbund de
1914 em Colônia, a conclusão e temporada teatral do Grosses Schauspielhaus, Berlim em
1919, as cartas Glass Chain, e as atividades da Amsterdam School. O principal marco
permanente existente do Expressionismo é a Torre Einstein de Erich Mendelsohn em
Potsdam. Em 1925, a maioria dos principais arquitectos do Expressionismo tais como;
Bruno Taut, Erich Mendelsohn, Walter Gropius, Mies van der Rohe e Hans Poelzig,
juntamente com outros expressionistas das artes visuais, haviam-se voltado para o
movimento da Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade), uma aproximação mais prática e
que rejeitou a agitação emocional do expressionismo. Poucos, particularmente Hans
Scharoun, continuaram o trabalho explorando a linguagem expressionista.[5]

Em 1933, depois da tomada do poder pelos Nazistas na Alemanha, a arte expressionista


foi proscrita como Arte degenerada.[5] Até mesmo os estudiosos da década de 1970[6]
chegaram a depreciar a influência dos expressionistas no International style, porém isto
tem sido reavaliado nos últimos anos.

Arquitectura expressionista em Portugal


O arquitecto Jorge Ferreira Chaves projectou no início dos anos 60 a Pastelaria Mexicana,
um "notabilíssimo exemplo que levou aos limites, para a época e em Portugal, as
tendências expressionistas criadas no interior do Movimento Moderno desde o princípio do
século XX (… )"; "desenvolve um sentido fenomenológico do conceber a arquitectura que
atinge um ponto alto, até excepcional, na História da Arquitectura em Portugal.”.[7] "Foi
durante a década de 1960 que o arquitecto desenvolveu um traço específico, reconhecível
nas obras da Misericórdia de Lisboa. Traço presente no recurso a perfis de linha quebrada
e (...) ângulos não rectos, integrados brilhantemente no exemplo de «obra total» que foi a
Mexicana e também no corpo de lojas que estende a Rua da Penha de França sob o
edifício, com as suas coberturas ziguezagueantes; ou na reinterpretação moderna de
motivos da tradição vernácula portuguesa, de que o Hotel Garbe constitui súmula
exemplar."[8]
A arquitectura expressionista se desenvolveu no clima agitado do pós-guerra alemão.
Havia uma crise estilística manifesta à medida que vieram a tona duas tendências
principais: por um lado, os experimentos feitos pelo art nouveau haviam encorajado
uma visão extravagante que, embora se restringisse as inovações decorativas e não
estruturais, havia certamente ajudado a fazer da fantasia um componente válido do
design. Por outro lado, a tecnologia estava oferecendo uma gama de materiais modernos
que pareciam ditar um estilo mais severo: vigas de ferro, concreto armado e vidro em
chapas. Bruni Taut fez uso desses novos materiais, especialmente o vidro, pelo qual
tinha uma atracão particular, daí veio o Pavilhão de Vidro, uma espécie de colmeia
circular de telhas de vidro coloridas, onde os visitantes ficam suspensos sobre uma
plataforma circular, enquanto um feixe de lentes rotativas lança raios de luz coloridos
sobre todas as superfícies. Esse pavilhão é considerado obra importante da arquitectura
expressionista, bom como o teatro Grosses Schauspielhaus (1919) do arquitecto Hans
Poelzig em Berlim. Seu interior é como uma simulação arquitectónica de uma caverna
subterrânea com milhares de estalactites penduradas no teto.
A Torre Einstein de Erich Mendelsohn, no entanto, é a chave da arquitectura
expressionista. Trata-se de um observatório em concreto armado, com superfícies
curvas em forma de uma espiral a partir da torre central e as janelas dispostas ao redor
formando ângulos rectos para suavizar a angularidade dentro do fluxo rítmico. No
projecto, Mendelsohn determinou a função específica do edifício; a partir dessa
especificação modelou o bloco, sua forma plástica; seu planeamento é simétrico e
baseado no aparato académico de eixos principais e secundários. Assim, entende-se que
o edifício já não é concebido como uma combinação de planos, mas sim como um bloco
unitário escavado, uma espécie de ‘corpo’ de alvenaria e cimento.

Grosses Schauspielhaus – Hans Poelzig

O Expressionismo foi caracterizado por uma adopção pré-modernista de novos


materiais, inovação formal e volumes extremamente incomuns, algumas vezes
inspirados nas formas biomórficas naturais, algumas vezes por uma nova técnica
oferecida pela grande produção de tijolos, aço e especialmente vidros. Muitos arquitetos
expressionistas lutaram na Primeira Guerra Mundial e suas experiências, combinadas
com as agitações política e social que seguiram-se à Revolução Espartaquista de 1919,
resultaram em uma perspectiva utópica e em uma visão romântica do socialismo. As
condições económicas severamente limitaram o número de construções entre 1914 e o
meio da década de 1920, fazendo com que muitos dos mais importantes trabalhos
expressionistas permanecessem como projectos no papel.
Arquitectura Expressionista

A arquitectura ocorre tardiamente em relação aos demais acontecimentos


literários e artísticos ligados à esfera do Expressionismo. Apenas a partir de
1914 verificam-se alguns eventos que se manifestam de modo episódico, mas de
um movimento coeso pode-se falar apenas no primeiro pós-guerra. Nesse
momento, a atitude dos arquitectos ligados ao Expressionismo será marcada
pela critica à aproximação da arte com o processo de industrialização, tendo
como contraponto a busca de um novo homem, de um novo mundo. Mundo
vislumbrado na utopia do retorno ao convívio harmonioso com a natureza,
revelado na pureza e perfeição do cristal, ou na transparência do vidro.

O Expressionismo gravita cronologicamente em torno da Primeira Guerra


Mundial e busca reagir à crise política e social decorre do conflito. Contudo,
acreditar que Expressionismo decorre da crise intelectual proveniente da guerra
e de suas sequelas é pouco. O mais correcto é pensar que a guerra amadureceu
certas características latentes, que conferiram intensidade ao Expressionismo
alemão no começo dos anos de 1920. É também necessário observar que o
anseio por uma nova sociedade e um novo homem, temas caros ao
Expressionismo, irá encontrar continuidade no programa do nacional-
socialismo.

Fenómeno que ocorre principalmente no interior da cultura alemã,


manifesta-se como contraponto à adesão de artistas e intelectuais aos benefícios
e inovações trazidas pelo crescente processo de industrialização e busca reagir à
crise política e social provocada pela guerra. Já na primeira década do século
XX, a Alemanha tinha conduzido seus esforços no sentido de dotar o produto da
indústria alemã da qualidade necessária para competir no mercado europeu.

Em 1914, a exposição do Werkbund em Colônia representou uma fractura


ideológica no interior da associação (Werbund é uma associação criada em 1907
e formada por empresários industriais e arquitectos, tinha como finalidade
colocar o produto alemão em condições de competir no mercado europeu ). De
um lado, verificava-se a aceitação colectiva da forma normativa, posição
liderada por Muthesius, e, de outro, fazia-se a defesa, principalmente pelo
arquitecto Henry van de Velde ( 1863-1957), da “vontade de forma” (
Kunstwollen) expressiva, afirmada por Van de Velde em seu texto de 1903, “ A
Linha”, em que faz a apologia da linha expressiva como intimamente ligada ao
seu criador e marcada pela individualidade.
Ainda nessa exposição, Bruno Taut (1880-1938) irá construir um pavilhão de
vidro, onde pretendia exaltar as possibilidades técnicas e expressivas desse
material, mas, sobretudo, oferecer a representação de um futuro ideal, mundo
utópico pré-figurado em algumas obras do escritor Paul Scheerbart. No pavilhão
proposto por Taut, a luz era filtrada através da cúpula construída em lâminas de
vidro e também nas paredes formadas por blocos de vidro translúcido, que
conformavam uma sala circular; uma escada central e outras duas dispostas nas
laterais enfatizavam a centralidade do espaço. No edifício, a transparência do
vidro desempenha um papel fundamental e preconiza, simbolicamente, a
proposta de uma nova época.

Scheerbart ( 1863-1915) propõe, em seus romances metafísicos, uma


arquitetura de cristal destinada a transformar o globo terrestre numa única obra
de arte. Em Glasarchitectur, primeiro texto expressionista inteiramente
dedicado â arquitectura, é exaltado o sonho de uma “arquitectura de vidro”
capaz de constituir o instrumento de liberação material e moral da humanidade.
O vidro exaltado por Scheerbart e por Taut apresenta-se carregado de
simbologia. Sua transparência é vista como a alegoria de uma nova pureza
colectiva, obtida pela rarefacção da matéria. Simboliza, assim, a passagem do
pesado para o leve e representa também a alegoria da liberação cósmica.

Em trabalho apresentado no Congresso do Werkbund, em 1914, dedicado ao


tráfico urbano, Peter Behrens ( 186-1940) caracteriza, a partir da leitura cinética
da cidade, a necessidade de um instrumento novo capaz de dominar o caos
metropolitano: a uniformidade da tipologia. A adopção do tipo arquitectónico
mostra a vontade de denominar uma realidade cada vez mais menos
controlável, mas indica também a indiferença aos valores, que corresponde à
atitude blasé de que fala Simmel em seu ensaio “ A Metrópole e a Vida Mental”,
publicado em 1903
Nesse texto, Simmel analisa o fundamento psicológico do homem
metropolitano, submetido à intensificação da vida nervosa, proveniente de uma
rápida e ininterrupta sequência de impressões. Com tal excesso de estímulos, o
indivíduo metropolitano reage com um alto poder de abstracção intelectual.
Dessa forma, anonimato e indiferença convergem na constituição do tipo
específico do indivíduo metropolitano, o homem blasé.
Em contraposição à abstracção da metrópole, já no final do século anterior, o
sociólogo Ferninand Tönnies tinha publicado o livro Comunidade e Sociedade (
1887), no qual a sociedade organizada é contraposta à comunidade primitiva. A
comunidade de Tönnies é a vila organizada em unidades de vizinhança e
baseada no costume e na memória. A sua obra encaminha para a nostalgia de
um mundo rural e, a partir de seu socialismo romântico, pode-se explicar parte
da ideologia anti-urbana da arquitectura moderna, dos subúrbios americanos às
cidades-jardim europeias. Nesse confronto com a metrópole, também cabem as
propostas utópicas dos expressionistas.
Contudo, a mesma raiz posteriormente também se prestará à mística nazista da
terra e do sangue.

Assim, vemos fermentar, no interior da cultura alemã, a dualidade entre


civilização e cultura. É própria da civilização, noção francesa universalizante, a
ideia de tipo ou padrão que direcciona grande parte da produção arquitectónica
moderna. Civilização e cidade compartilham a mesma origem etimológica e
assinalam a ênfase no urbano. Cultura, ao contrário, extrai sua raiz da
agricultura, da terra e das tradições locais e irá aliar-se, nesse momento, ao
medievismo místico e à poética do cristal cantada pelos expressionistas.

As características da metrópole serão relacionadas com aquelas da sociedade


de massa. A metrópole não é mais como a cidade tradicional, o lugar da
memória colectiva, mas a do evento transitório. Diante da metrópole, os
intelectuais ligados ao Expressionismo irão evocar a infância da humanidade
como momento mítico no qual o homem e natureza não estão ainda
contrapostos.

Frank Lloyd Wright (Richland Center, 8 de junho de 1867 — Phoenix, 9 de abril de


1959) foi um arquitecto, escritor e educador estadunidense. Um dos conceitos centrais
em sua obra é o de que o projecto deve ser individual, de acordo com sua localização
e finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com Louis Sullivan, um dos pioneiros
em arranha-céus da Escola de Chicago. Responsável por mais de mil projectos[1] dos
quais mais de quinhentos construídos. Wright influenciou os rumos da arquitectura
moderna com suas ideias e obras e é considerado um dos arquitectos mais
importantes do século XX.
Antes de se tornar um dos maiores arquitectos de todos os tempos, ele estudou
engenharia e, faltando poucas semanas para sua graduação, abandonou o curso e foi
trabalhar em Chicago como desenhista no escritório de Silsbee, um arquitecto de
renome. Tornou-se a figura chave da arquitectura orgânica, exemplificada pela Casa
da Cascata, um desdobramento da arquitectura moderna que se contrapunha ao
International style europeu. Foi o líder da Prairie School, movimento da arquitectura ao
qual pertencem os projectos da Robie House e a Westcott House, e também
desenvolveu o conceito de Usonian home, do qual a Rosenbaum House é um
exemplo. Sua obra inclui exemplos originais e inovadores de edifícios dos mais
diferentes tipos, incluindo escritórios, templos, escolas, hotéis e museus.
Frequentemente detalhava também os elementos a serem empregados no interior de
suas construções, tais como mobília e vitrais.

Prairie House

Darwin D. Martin House, Buffalo, Nova Iorque.

Os projectos residenciais realizados por Wright entre 1900 e 1917 são


conhecidos como Prairie Houses, em português casas-pradaria, assim
denominadas porque sua conformação é considerada complementar à
paisagem ao redor de Chicago. Estas casas eram estruturas horizontalizadas,
baixas, com telhados inclinados, silhueta simples e limpa, com chaminés
disfarçadas, saliências e terraços, utilizando-se materiais rústicos.
Aparentemente estas casas são as primeiras a apresentarem o sistema de
planta aberta, ou seja a estrutura é livre das paredes, permitindo múltiplas
opções de divisões internas.
A maneira como Wright organizava o espaço interior nos edifícios
residenciais e públicos é uma das características únicas de seu estilo, visível e
reconhecível na escolha dos materiais estruturais e de acabamento, bem como
na disposição das aberturas. Um bom exemplo é o Unity Temple, sede da
congregação Universalista Unitária em Oak Park. Unitariano durante toda sua
vida, e membro do Unity Temple, Wright ofereceu seus serviços à assembleia
depois que sua igreja se incendiara em 1904. A comunidade concordou em
contratá-lo e ele trabalhou no edifício entre 1905 e 1908. Wright acreditava que
a escala humana deveria ser considerada a parte mais importante na
concepção de todo projeto.

Hillside Home School, 1902, Taliesin, Spring Green, Wisconsin.

Em consequência da amizade entre Wright e Darwin D. Martin, um executivo


da Larkin Soap Company, muitos exemplos do trabalho de Wright nesta fase
localizam-se em Buffalo, no estado de Nova Iorque. Em 1902, a Larkin
Company decidiu construir um novo edifício administrativo. Wright foi a Buffalo
e desenhou não somente os primeiros esboços para o Larkin Administration
Building, terminado em 1904 e demolido em 1950, mas também as casas de
três dos executivos da companhia: George Barton House, em 1903; Darwin D.
Martin House, em 1904; William Heath House, em 1905; e mais tarde, em
1926, a propriedade Graycliff, em Derby, NY.
A Westcott House, construída em Springfield, Ohio, entre 1907 e 1908,
personifica não somente o projeto inovativo do Prairie Style de Wright, mas
igualmente reflete sua paixão pela cultura e arte japonesas nos característicos
traços de tradição oriental do projecto. É a única Prairie house construída em
Ohio e representa uma evolução importante do conceito Prairie de Wright. A
casa possui uma longa pérgula, que mede mais de trinta metros, coberta por
intrincada treliça de madeira, ligando um depósito e a garagem isolados ao
corpo principal da casa, uma característica presente somente em alguns dos
projectos mais tardios do período Prairie Style de Wright.
Não se sabe exactamente quando Wright projetou a Westcott House; pode ter
sido diversos meses antes ou mais de um ano após retornar de sua primeira
visita ao Japão em 1905. Wright criou dois projetos separados para a casa;
ambos estão incluídos em Studies and Executed Buildings of Frank Lloyd
Wright, publicados por Ernst Wasmuth na Alemanha, em 1910 e 1911. Este
trabalho de dois volumes contém mais de cem litografias de projectos de
Wright e é geralmente referido como Wasmuth Portfolio.
Outras casas de Wright consideradas obras-primas do período Prairie tardio,
de 1907 a 1909, são a Frederick Robie House em Chicago e a Avery Coonley
House em Riverside, Illinois. A Robie House, com suas elevadas linhas de
cantaria do telhado, suportadas por uma longa canaleta de aço com quase 40
metros, é a mais dramática. Suas salas de estar e de jantar formam um espaço
virtualmente ininterrupto. Este edifício exerceu profunda influência nos jovens
arquitectos europeus após a Primeira Guerra Mundial e é chamado às vezes
de pedra angular do modernismo. Entretanto, o trabalho de Wright era
desconhecido pelos arquitetos europeus até a publicação do Wasmuth
Portfolio.
Seus principais trabalhos foram a Casa da Cascata (também conhecida
por Casa Kaufman e considerada a residência moderna mais famosa do
mundo) e a sede do Museu Solomon R. Guggenheim em Nova Iorque, uma
estrutura sem precedentes, que criou um novo paradigma na arquitectura de
museus.

The Prairie Style

In 1893, Frank Lloyd Wright founded his architectural practice in Oak Park, a quiet,
semi-rural village on the Western edges of Chicago. It was at his Oak Park Studio
during the first decade of the twentieth century that Wright pioneered a bold new
approach to domestic architecture, the Prairie style. Inspired by the broad, flat
landscape of America’s Midwest, the Prairie style was the first uniquely American
architectural style of what has been called “the American Century.”

During his early years in Chicago, Wright did not operate in a vacuum. His work was
supported and often enhanced by a group of pioneering Midwestern architects at work
in and around Chicago. This group, which Wright would later refer to as “The New
School of the Middle West,” included George Elmslie, Myron Hunt, George Washington
Maher, Dwight Perkins, William Gray Purcell, Thomas Talmadge, and Vernon Watson,
as well as Wright’s later associates Marion Mahony, Walter Burley Griffin, William
Drummond and Francis Byrne. These talented individuals honed their skills while
working under the leading architects of nineteenth-century Chicago. Inspired by the
teachings of Wright’s mentor, Louis Sullivan, the architects of the Prairie School sought
to create a new, democratic architecture, free from the shackles of European styles,
and suited to a modern American way of living.
At the time Wright founded his practice American domestic architecture remained
mired in the past. House styles were derived from the architecture of old Europe.
Lavish buildings of Gothic Revival, French Empire, and Italianate form lined the streets
of America’s cities. For Wright, the houses he witnessed around him, derived as they
were from the styles of other countries and other cultures, were unsuited to the
American landscape. “What was the matter with the kind of house I found on the
prairie?” he asked, “Just for a beginning, let’s say that house lied about everything. It
had no sense of Unity … To take any one of those so-called ‘homes’ away would have
improved the landscape and cleared the atmosphere… My first feeling therefore had
been a yearning for simplicity.”

A masterful architectural designer, Wright developed a unique vocabulary of space,


form, and pattern that represented a dramatic shift in design from the traditional houses
of the day. Characterized by dramatic horizontal lines and masses, the Prairie buildings
that emerged in the first decade of the twentieth century evoke the expansive
Midwestern landscape. The buildings reflect an all-encompassing philosophy that
Wright termed “Organic Architecture.” By this Wright meant that architecture should be
suited to its environment and be a product of its place, purpose and time. First
developed in 1894, when Wright was establishing his practice in Chicago, this
philosophy of design would inform his entire career.

In the fall of 1909, with construction underway on his Prairie style masterpiece, the
Frederick C. Robie House, Wright left America for Europe to work on the publication of
a substantial monograph of the buildings and projects designed during his Chicago
years. The result was the Wasmuth Portfolio of 1910, which introduced Wright’s work
to Europe and influenced a generation of international architects. On his return to
America in 1910, Wright continued to explore concepts of organic architecture defined
during his Chicago years, but would seek new influences beyond that of the Midwest
prairie.

FRANK LLOYD WRIGHT E AS PRAIRIE HOUSES

Este trabalho consiste em expor algumas, das várias obras, de um dos arquitectos mais
importantes do século XX, FRANK LLOYD WRIGHT.

Wright nasceu em 8 de Junho de 1867 e faleceu aos 91 anos em 9 de Abril de 1959.No início
de sua carreira, em 1887, trabalhou para o estúdio de Alder & Sullivan até 1893, quando abre
seu estúdio pessoal em Chicago. Inicia assim a carreira mais extraordinária que teve um
arquitecto de nosso tempo, no qual construiu mais de 300 edifícios e influenciou
duradouramente ao menos três gerações de arquitectos.

A primeira parte (1900 a 1917) da atividade de Wright, compreende numerosas casas


residenciais para famílias únicas, as chamadas PRAIRIE HOUSES e poucos edifícios de outros
géneros.

As PRAIRIE HOUSES eram constituídas de longas linhas horizontais baixas que se


desenvolviam paralelamente ao lado plano do terreno. Os vastos telhados se esparramavam em
direcção ao entorno e amarravam as varandas, o porte-cochère e os principais volumes em uma
unidade assimétrica e dinâmica. As janelas eram reduzidas a meros filtros de luz- havia poucas
paredes sólidas- e os espaços internos estavam interligados. Muitos dos móveis eram embutidos,
e o carácter dos interiores era de conforto, sem abrir mão da elegância. No coração da casa
estava a área da lareira e todos os diversos espaços da casa eram distribuídos a partir desse
elemento centrípeto. Havia também um controle axial e hierarquia, mas as rotações e
assimetrias eram articuladas com tais eixos em uma arquitetura de planos superpostos e
deslizantes animados por intensos ritmos.

A Casa Ward Willits, de 1902, construída em Highland Park, um subúrbio de Chicago, foi
uma das primeiras da fase madura da obra de Wright. Nela ele tentou as várias peças do tipo
“Casa dos Prados” e vinte anos depois, ele fez uma análise dessa época e tentou colocar em
palavras os princípios orientadores de seus projetos domésticos:

Primeiro.

Reduzir ao máximo o número de partes necessárias da casa e de recintos separados, e fazer


com que todos se juntem como um espaço fechado divido, de modo que a luz, o ar e a vista
estejam em todos os lugares, dando uma sensação de unidade.

Segundo.

Associar a edificação como um todo ao seu sítio através da extensão e ênfase de todos os
planos paralelos ao solo, mas mantendo os pisos afastados da maior parte do sítio, deixando,
como conseqüência, a melhor parte para ser usada em conexão com a vida da casa. Planos
nivelados e ampliados eram considerados úteis, nesse contexto.

Terceiro.

Eliminar cómodos e casas do tipo caixote ao fazer com que todas as paredes se tornem
anteparos tetos, pisos e divisórias devem fluir entre si como uma grande pele espacial, apenas
com subdivisões internas. Faça todas as proporções da casa mais deliberadamente humanas,
com menos espaços residuais na estrutura e estruturas mais adequadas aos materiais, tornando o
interior mais habitável. Liberal é a palavra certa. Linhas retas estendidas ou aerodinâmicas eram
úteis para isso.

Quarto.

Elevar o insalubre pavimento de subsolo em relação ao nível do solo, tirando-o totalmente


para fora, como um baixo pedestal para a posição viva da casa, tornando as próprias fundações
visíveis, como uma baixa plataforma de alvenaria na qual a edificação deveria se apoiar.

Quinto.

Harmonizar todas as aberturas necessárias para o “exterior” ou “interior” com as boas


proporções humanas, e fá-las ocorrer naturalmente sejam isoladas ou como uma série no
esquema geral da edificação. Em geral elas aparecem como “anteparos contra a luz”, e não
como paredes, pois toda s “Arquitectura” da casa era basicamente o modo no qual tais aberturas
apareciam em tais paredes quando agrupadas em torno dos cómodos, como divisórias. Assim, o
cómodo era a expressão arquitectónica essencial, e não deveria haver furos nas paredes, como
furos em uma caixa, pois isso não seria adequado à “plástica” ideal. Fazer furos seria violência.

Sexto.

Eliminar a combinação de diferentes materiais, preferindo sempre que possível, um único


material; não usar ornamentos que não tenham surgido da natureza do material, para fazer toda a
edificação mais clara e mais expressiva como um local para se viver e dar à concepção da
edificação a ênfase reveladora adequada. Linhas geométricas ou retas eram naturais às máquinas
empregadas na construção civil, assim os interiores recebiam esse caráter com facilidade.

Sétimo.

Incorporar todos os sistemas de aquecimento, insolação e tubulação de água e esgoto, de modo


que se tornassem elementos constitutivos da própria edificação. Essas instalações se tornaram
arquitetônicas e, com esse esforço, o ideal de uma arquitetura orgânica estava em ação.

Oitavo.

Incorporar como arquitetura orgânica- sempre que possível- o mobiliário, fazendo desse uma
unidade com a edificação, e projetando-o em termos simples, para a produção com o uso de
máquinas. Novamente, todas as linhas deveriam ser retas e as formas, retangulares.

Nono.

Eliminar o decorador. Ele só sabia fazer curvas e eflorescências, ou então era completamente
‘histórico’.”

Essa análise não significa um sistema rígido e pré- estabelecido, ao contrário, permitia uma
base firme a partir da qual experimentar. A flexibilidade foi demonstrada nos diferentes
tamanhos de residência. Muitas de suas primeiras casas eram modestas, mas com a sua
reputação em alta passou a projectar também para milionários.
Prairie Houses

Diferentemente do que o nome pode sugerir, não se trata de casas rurais (Prairie Houses
que dizer “casas da pradaria”) mas de casas urbanas nos subúrbios de diversas cidades nos
estados de Wisconsin [Spring Green] e Illinois [Chicago]. O nome reflecte a característica de
sua implantação horizontal em grande área plana. Nos dez primeiros anos do século XX, Frank
Lloyd Wright construiu mais de cem Prairie Houses. Eram casas para famílias abastadas,
situadas em áreas verdes, funcionais, com uma articulação volumétrica e uma sintaxe espacial
muito próprias. Geralmente com partido em cruz ou duplo “T”, envolvendo a lareira – centro
de força e ponto de cruzamento dos eixos imaginários. As áreas se sucedem de acordo com
sua conveniência recíproca. Apresentavam lajes com grandes balanços e telhados pouco
inclinados, e longos renques de janelas em sequência.

As paredes divisórias eram reduzidas a um mínimo indispensável, para criar a fluidez espacial
desejada. As portas e janelas tradicionais – vazios recortados nas paredes – são requalificadas,
para participar do discurso integral das formas. Estes pontos vão ser adoptados pelo
Neoplasticismo. A dominância horizontal e o uso de poucos materiais, geralmente tijolos
cerâmicos ou pedra, criavam a devida ligação com o ambiente externo. A decoração interior
evitava apliques, e explorava as linhas construtivas. O mobiliário era incorporado aos
elementos construtivos.

A obra multivalente de Wright tem como ponto de partida uma multiplicidade de influências
que vão desde o classicismo e o gosto pelos padrões decorativos de Sullivan – a quem
chamava seu Leiber Meister (mais amado mestre) – à arquitectura vernacular inglesa, ligada ao
movimento Arts & Crafts europeu, de que tomou conhecimento através da obra de Henry
Hobson Richardson, um dos decanos da Escola de Chicago, grande inspirador de Sullivan. É
também marcante a ligação com a arquitectura tradicional japonesa, cujos traços estão em
toda sua obra e cujo primeiro contacto se deu provavelmente na Exposição Mundial
Colombiana de Chicago, em 1893, com a reconstrução do Templo Ho-o-Den como pavilhão
japonês. Não se pode desprezar ainda o fascínio pelos blocos Fröebel, um brinquedo dos
tempos de criança, que vão inspirar a articulação volumétrica de muitos de seus edifícios,
sobretudo as Prairie Houses.

Não foi somente Frank Lloyd Wright quem projetou Prairie Houses, mas também outros
arquitectos americanos, como William Drummond, Walter Burley Griffin, Geolge Maher,
Purcell and Elmslie, mas com Wright estas tornaram-se um sistema consequente e relacionado
à evolução de sua obra, da arquitectura americana e mesmo da arquitectura ocidental, dadas
as ligações com os arquitectos holandeses.

As Prairie Houses desenvolveram-se em sintonia com os ideais do movimento Arts and


Crafts, iniciado no final do século XIX na Inglaterra por William Morris, entre outros.
Constituiu-se de certa maneira o braço americano deste movimento, trazido da Europa por
Henry Hobson Richardson e Louis Sullivan, Buscava-se então uma alternativa à estética
clássica, então dominante na arquitectura. O movimento Arts And Crafts inspirou-se na
arquitectura vernacular inglesa. O marco inicial deste movimento em arquiteturo foi a casa de
William Morris projectadas por Philip Webb .

Apesar da ligação com a arquitectura vernacular, teve também, com Frank Lloyd Wright uma
inspiração abstracta, ligada ao apreço que este tinha pelas composições feitas com blocos
Fröbel. As Prairie Houses constituiram-se ainda uma tentativa de desenvolver um estilo norte-
americano de arquitectura nativa, que não compartilhasse elementos de design e vocabulário
estético com estilos anteriores de arquitectura clássica europeia.

Frank Lloyd Wright era um crítico das casas de sua época, cuja compartimentação era
fechada e confinada. Desenvolveu então um modo de projectar casas articuladas
horizontalmente e com espaços interiores abertos e fluidos. Os quartos eram muitas vezes
divididos por painéis de vitrais, especialmente concebidos. Os interiores, salvo em áreas em
que era absolutamente necessário, consistiam-se em espaços entrelaçados, separados não por
portas, mas por ângulos de visão cuidadosamente elaborados. Os espaços interiores se
desdobravam, em vistas dramáticas e sempre surpreendentes.

Funcionalmente, em substituição à rígida simetria clássica, compunha seus conjuntos


atendo-se à conveniência recíproca das peças, como também faziam os arquitectos ingleses do
Arts and Crafts. Tratava-se de um sistema indutivo de projecção, do particular para o geral, o
que resultava em uma forma aberta e assimétrica. Wright chamou este modo de projectar de
orgânico.
Muito se fala também na relação das Prairie Houses wrightianas com os quatro elementos,
ar, terra, água e fogo. De fato, era um princípio de sua composição a lareira central, quase
sempre de pedra, larga e firmemente plantada no centro da composição. Desta lareira, todos
os elementos se irradiavam, como se tal fosse a fonte de vida da casa. Depois desse núcleo,
havia espaços abertos ao ar, e outros fechados.

Embora ainda clássica na composição, reflectindo uma disciplina compacta, esta casa
contém alguns traços distintivos do futuro estilo Prairie, como a marcada horizontalidade, a
banda de janelas no pavimento superior, e o telhado pouco inclinado.

A Willits House é uma das mais conhecidas e celebradas Prairie Houses. Nela aparece
claramente amadurecida toda a poética Prairie: planta orgânica, telhados pouco inclinados, faixas
de janelas agrupadas, horzontalidade marcante.

Uma das obras mais famosas, não somente de Frank lloyd Wright, como também da
arquitetura americana do Século XX, que mostra com clareza todos os elementos do estilo
prairie levados à perfeição: grandes balanços, telhados com pouca inclinação, volumes
entrelaçados, extensas linhas horizontais.

Projectada para sua secretária e auxiliar, que mais tarde viria a ser a primeira mulher a
receber grau de Mestre em Arquitetura nos Estados Unidos, esta casa é um dos melhores
exemplos da planta prairie cruciforme, com o estilo já amadurecido, e todos os elementos
característicos presentes.

Residência de verão de Wright em Spring Green, Wisconsin, começou a ser construida em


1911.após deixar sua primeira esposa, Catherine Tobin, e sua casa e estúdio em Oak Park. A
principal motivação por trás da partida de Wright era seu caso com Mamah Borthwick Cheney,
ex-esposa de um de seus clientes, Edwin Cheney. Sua residência de inverno, Taliesin West
ficava em Scottdale, Arizona.
Casa da Cascata
Considerada uma das mais famosas casas do mundo, a Casa da Cascata (em
inglês: Fallingwater house) ou Casa Kaufmann (nome da família de seu primeiro
proprietário) é uma residência localizada a 50 milhas a sudeste de Pittsburgh, em Bear
Run, na Estrada Rural 1, secção Mill Run de Stewart Township, Condado de Fayette,
nas Laurel Highlands dos Montes Allegheny, Estado da Pensilvânia, Estados Unidos.
O edifício foi projectado em 1934 pelo arquitecto Frank Lloyd Wright, considerado o
introdutor da arquitectura moderna no seu país, e construída em 1936 no sudoeste
rural da Pensilvânia. No entanto, a sua principal característica é o facto de ter sido
erguida parcialmente sobre uma pequena queda de água, servindo-se dos elementos
naturais ali presentes (como pedras, vegetação e a própria água) como constituintes
da composição arquitectónica. Assim como várias outras obras de Wright, foi
construída com materiais experimentais para a época.
O proprietário era o homem de negócios Edgar Kaufmann Sr., cujo filho Edgar Jr.,
fora aluno de arquitectura de Wright. Foi construída no meio dum bosque, no interior
duma propriedade da família. Originalmente utilizada como residência de veraneio da
família, a casa hoje é um museu.

Edgar Kaufmann Sénior foi um bem sucedido homem de negócios de Pittsburgh e


fundador da loja de departamentos Kaufmann's. O seu filho, Edgar Kaufmann, Jr. ,
estudou arquitectura com Wright brevemente.

Edgar Sr. tinha sido levado pelo seu filho e por Wright a pormenorizar os custos da
sua utópica cidade modelo. Quando o estudo ficou completo, foi exposto na loja de
departamentos Kaufmann’s e Wright foi um convidado na casa de Kaufmann, “La
Tourelle”, uma obra-prima franco-normanda que o célebre arquitecto local Benno
Janssen (1874-1964) tinha criado para Edgar J. Kaufmann, no elegante subúrbio de
Fox Chapel, em 1923. Os Kaufmanns e Wright apreciavam bebidas refrescantes em
La Tourelle quando Wright, que nunca perdia uma oportunidade para encantar um
potencial cliente, disse a Edgar Jr., num tom de voz que o seu pai pudesse ouvir,
"Edgar, esta casa não é digna dos seus pais…" A observação despertou o interesse
de Kaufmanns para algo mais digno. A Casa da Cascata seria o resultado final.
Os Kaufmanns possuíam algumas propriedades fora de Pittsburgh com uma queda
de água e algumas cabanas. Quando as cabanas nos seus campos se tinham
deteriorado ao ponto de algo precisar de ser reconstruído, o Sr. Kaufmann contactou
Wright.
Em Novembro de 1934, Wright visitou Bear Run. Pediu um mapa mapa topográfico
da área em volta da queda de água, o qual recebeu em Março de 1935. Este mapa foi
preparado pela Fayette Engineering Company de Uniontown e incluiu todos os
rochedos, árvores e topografia. Demorou nove meses para que as suas ideias para o
sítio se cristalizassem num projeto que rapidamente foi esboçado por Wright a tempo
para uma visita de Kaufmann a Taliesin East em Setembro de 1935.[1][2] Foi então que
Kaufmann tomou consciência que o projecto de Wright previa que a casa fosse
construída por cima da cascata,[3] em vez de abaixo da mesma como tinha esperado .

Projecto e Construção

Vista da casa sobre a cascata.

O projecto estrutural da Casa da Cascata foi empreendido por Wright em


associação com Mendel Glickman e William Wesley Peters, que tinha sido
responsável pelo projecto das revolucionárias colunas que foram um elemento do
projecto de Wright para o Johnson Wax Building.
Planos preliminares foram emitidos a Kaufmann para aprovação no dia 15 de
Outubro de 1935,[5] após o que Wright fez mais uma visita ao local e previu um custo
estimado para o seu cliente. Em Dezembro de 1935 foi aberta uma velha pedreira a
oeste da água para fornecer as pedras necessárias para as paredes da casa. Wright
apenas fez visitas periódicas ao sítio durante a construção, designando Robert
Mosher, que era um dos seus aprendizes, como seu representante permanente no
local[5] Os projectos finais do trabalho foram emitidos por Wright em Março de 1936,
com as obras a começar na ponte e na casa principal em Abril desse ano.
A construção foi atormentada por conflitos entre Wright, Kaufmann e o empreiteiro da
construção. O edifício está feito de tal forma que as quedas de água podem ser
ouvidas do seu interior, mas as quedas só podem ser vistas quando se está de pé na
varanda do piso mais alto. Este tipo de mistério de arquitectura geométrica intrigou
mesmo o próprio arquitecto Wright.
Kaufmann mandou rever o projecto de Wright a uma firma de engenheiros consultores
pondo em dúvida se Wright tinha experiência suficiente no uso de betão armado.
Depois de receber o relatório, Wright ficou ofendido e pediu imediatamente a
Kaufmann a devolução dos seus desenhos e indicou que se retirava do projeto.
Kaufmann pediu desculpas e o relatório de engenharia foi posteriormente enterrado
dentro duma parede de pedra da casa.[5]
Depois duma visita ao local, Wright rejeitou, em Junho de 1936, o trabalho de
betão para a ponte, a qual teve que ser reconstruída.
Para os pavimentos em consola, Wright e a sua equipa usou vigas integrais
invertidas com a placa plana na face inferior formando o tecto do espaço abaixo. O
empreiteiro, Walter Hall, que também era engenheiro, produziu cálculos
independentes e defendeu que se devia aumentar o reforço da placa do primeiro
andar. Wright rejeitou o empreiteiro. Enquanto algumas fontes afirmam que foi o
empreiteiro que, silenciosamente, dobrou a quantidade de reforço de acordo com
outras, foi a pedido de Kaufmann que os seus engenheiros consultores redesenharam
o reforço de Wright e dobraram a quantidade de aço especificado por Wright. Este aço
adicional não só acrescentou peso à placa como foi instalado tão próximo que o
concreto muitas vezes não conseguia preencher adequadamente o espaço entre o
aço, o que enfraqueceu a placa. Além disso, o empreiteiro não construiu uma ligeira
inclinação ascendente na cofragem para a consola compensar a adaptação e a sua
deflexão depois de o betão ter secado e da cofragem ter sido removida. Como
resultado, a consola desenvolveu um abatimento perceptível. Ao tomar conhecimento
disto, Wright substituiu temporariamente Mosher por Edgar Tafel.
Os engenheiros consultores, com a aprovação de Kaufmann, fizeram que o
empreiteiro instalasse uma parede de apoio sobre a principal viga de suporte para o
terraço oeste. Quando Wright descobriu isso durante uma visita ao local, fez com que
Mosher, discretamente, removesse a linha superior de pedras. Quando Kaufmann,
mais tarde, confessou o que tinha sido feito, Wright mostrou-lhe o que Mosher tinha
feito e salientou que a consola se tinha mantido em teste, sob carga, durante o mês
anterior sem o apoio da parede.
Em Outubro de 1937 a casa principal estava concluída.
Custo
Na época da sua construção, a Casa da Cascata custou um total de 155.000
dólares, repartidos da seguinte forma[1]: 75.000 para a casa, 22.000 para os
acabamentos e mobiliário, 50.000 para casa de hóspedes, garagem e alojamentos dos
criados e 8.000 para os honorários do arquitecto. Contando com a inflação, estes
custos traduzem-se em cerca de 2,4 milhões de dólares em 2010.[10]
Uso da casa

A Casa da Cascata foi a casa de fim-de-semana da família entre 1937 e 1963.


Nesse ano, Kaufmann, Jr., doou a propriedade ao Western Pennsylvania
Conservancy. Em 1964, o edifício foi aberto ao público como museu e, desde então,
mais de seis milhões de pessoas já visitaram a casa. Actualmente, recebe mais de
cento e vinte mil visitantes por ano.
Estilo

Vista geral do edifício.

A Casa da Cascata ergue-se como uma das maiores obras-primas de Wright tanto
pelo seu dinamismo como pela sua integração com a impressionante envolvência
natural. A paixão de Wright pela arquitectura japonesa foi fortemente reflectida no
projecto da Casa da Cascata, particularmente na importância da interpretação dos
espaços interiores e exteriores e na forte ênfase colocada na harmonia entre o homem
e a natureza. Tadao Ando disse uma vez: "Eu penso que Wright aprendeu o mais
importante aspecto da arquitectura, o tratamento de espaço, da arquitectura japonesa.
Quando visitei a Casa da Cascata na Pensilvânia, encontrei essa mesma sensibilidade
de espaço. Mas havia ali os sons adicionais da natureza que me atraíram".
A extensão do génio de Wright em integrar cada detalhe deste projecto apenas
pode ser sugerido nas fotografias. Esta residência privada organicamente projectada
foi pensada para ser um refúgio natural para os seus proprietários. A casa é bem
conhecida pela sua ligação com o lugar: está construída no topo duma queda de água
activa que corre por baixo da casa. A lareira com fogão a lenha na sala de estar é
composta por rochedos encontrados no sítio e sobre os quais a casa foi construída —
um conjunto de pedras que foi deixado no local sobressai ligeiramente através do
pavimento da sala de estar. Wright tinha pensado inicialmente que estas rochas
seriam cortadas rente ao chão, mas este tinha sido um dos pontos favoritos da família
para apanhar sol, pelo que o Sr. Kaufmann insistiu que fossem deixadas como
estavam. Os pavimentos de pedra foram encerados, enquanto o fogão de lenha foi
deixado ao natural, dando a impressão de rochas secas sobressaindo dum riacho.

Interior da Casa da Cascata, com uma área de estar, à esquerda, com mobiliário
projectado por Wright.
A integração com o cenário estende-se até aos pequenos detalhes. Por exemplo,
onde o vidro encontra as paredes de pedra não existe friso de metal; em vez disso, o
vidro é calafetado directamente na pedra. Existem escadas que descem directamente
para a água. Na "ponte" que liga a casa principal ao edifício dos hóspedes e dos
criados, uma rocha natural pinga água para dentro, a qual é então directamente
devolvida. Os quartos são pequenos, alguns mesmo com tectos baixos, talvez para
encorajar as pessoas a saírem para as áreas sociais abertas, molhes e espaços
exteriores.
O riacho activo (que pode ser ouvido constantemente por toda a casa), redondezas
imediatas e paredes e terraços em consola de pedra extraída localmente (lembrando
as formações rochosas vizinhas) destinam-se a estar em harmonia, em linha com o
interesse de Wright em fazer edifícios que eram mais orgânicos e os quais, desse
modo, pareciam estar mais envolvidos com as redondezas. Apesar da queda de água
poder ser ouvida por toda a casa, não pode ser vista sem se sair ao exterior. O
projecto incorpora amplas extensões de janelas e as varandas estão fora das salas
principais dando uma sensação de proximidade das redondezas. O clímax
experiencial ao visitar a casa é uma escadaria interior que desce da sala de estar
permitindo um acesso directo à correnteza abaixo da casa.

Vista do exterior.

As opiniões de Wright sobre o que devia ser a entrada têm sido questionadas;
ainda, a porta que Wright considerava ser a porta principal está escondida num canto
e é bastante pequena. A ideia de Wright para a grande fachada desta casa é a da
perspectiva de todas as famosas fotografias do edifício, olhando para cima a partir do
riacho, vendo o canto oposto à entrada principal.
Na encosta acima da casa principal existe uma coberta para quatro carros (apesar dos
Kaumanns terem pedido uma garagem), alojamentos para os criados e um quarto de
hóspedes. Este edifício exterior anexo foi construído um ano depois usando a mesma
qualidade de materiais e a mesma atenção aos detalhes da casa principal. Logo acima
fica uma pequena piscina de seis pés de profundidade, continuamente alimentada por
água natural, a qual depois flui para o riacho abaixo. Através dum truque visual
comparando as paredes da piscina com a paisagem mais além, a piscina parece não
ter nível, embora, de facto, o tenha. A coberta foi, sob direcção de Kaufmann, Jr.,
fechada posteriormente para ser usada pelos visitantes da Casa da Cascata, que
geralmente se reúnem ali no final das visitas guiadas. Kaufmann, Jr. projetou ele
próprio os interiores, mas com as especificações encontradas noutros interiores da
casa projectados por Wright.
Reconhecida por muitos profissionais como a melhor obra de arquitectura dos Estados
Unidos, a Casa da Cascata (Fallingwater, na definição original em inglês), foi construída em
integração ao curso de água que passa pela propriedade localizada no Sudoeste do estado da
Pensilvânia. Idealizada pelo arquitecto e urbanista Frank Lloyd Wright, já falecido, a construção
foi pensada em três andares como se estivesse entre as árvores, as rochas, o rio e a cascata.
A obra, construída entre 1936 e 1939, impulsionou a carreira do arquitecto, que desafiou a
crítica da época, marcada pelo início de uma nova geração no modernismo europeu. O preço da
construção chegou a ser avaliado em US$ 155 mil. O custo da restauração, no entanto, que se
fez necessário devido ao risco registado na estrutura da casa com o passar do tempo, superou os
US$ 11 milhões.
Desafiando a natureza, parte da rocha na qual a casa está construída se eleva no interior da
sala de estar. Além disso, uma área projectada em ângulo recto combina extensões com a
natureza. Na parte exterior, a construção também impõe traços de horizontalidade,
principalmente nas varandas.

A obra une concreto, aço, pedras e vidro. A maioria dos materiais utilizados faz parte da
região onde o imóvel foi inserido, em uma iniciativa que uniu a criatividade de Wright ao desejo
do Edgar J. Kaufmann, proprietário de um retiro na montanha, que custeou o imóvel. A família
costumava passar férias na região, em Bear Run, e foi seduzida pela possibilidade de ter uma
casa próxima da cascata. Porém, o arquitecto foi mais longe e decidiu fazer a construção na
cascata, conforme contou o próprio Wright em uma das suas últimas entrevistas concedidas nos
EUA.
O desejo de Wright era de criar uma composição unificada e orgânica. Em função disso, a
construção recebeu tinta resistente aos desafios ambientais do local em que está inserida. A
construção faz parte do conjunto do património histórico dos EUA. Foi entregue à Conservação
Ocidental da Pensilvânia (WPC, em inglês) em 1963, pela família de Kaufmann, após o
falecimento do patriarca. Em 2002, a construção recebeu um grande reparo estrutural, para
evitar o colapso e a sua deflexão futura.
Depois disso, desde 1964, reabriu as portas como museu. Actualmente, a casa é visitada por
milhões de pessoas de todo o mundo, interessadas na obra e na reserva natural Bear Run de 5
mil hectares do WPC. Somente em 2015, foram recebidos 167.270 visitantes no local.

Lidando com a natureza


O original e belo retiro na montanha foi comissionado por Edgar J. Kaufmann, um
rico proprietário de uma loja de departamentos em Pittsburgh, e por sua mulher,
Liliane Kaufmann.

Kaufmann havia pensado em uma casa com vista para a cascata Bear Run, mas
Wright insistiu: "Quero que viva na cascata, não que apenas olhe para ela".

Dessa forma, depois de vários meses de conversas com Kaufmann, Wright deu asas
à criatividade e começou os projectos.

Nas ideias, se via uma casa de três andares com uma área prolongada como uma
consola sobre a cascata, com um design arrojado, combinando concreto, aço, vidro e
pedras do lugar.

Era como se a casa estivesse entre as árvores, as rochas, o rio e a cascata.


Sua ousadia no uso das consolas (elementos salientes numa parede, com forma
variável) criou discordâncias entre o arquitecto e seu cliente, e Wright chegou a
ameaçar desistir do projecto.

Mas a parte virada para o rio começou a afundar assim que o concreto foi removido.
A umidade se infiltrava e as luzes do teto gotejavam.
Ainda assim, Liliane, até então cética em relação ao design, começou a apreciar a
beleza da Fallingwater e sua estrutura.

Em carta enviada a Wright, ela disse que viu da janela "uma árvore com galhos nus
entrelaçados" e a classificou como "um substituto mais que satisfatório para cortinas".

A Casa da Cascata era, sem dúvida, uma proposta muito diferente de tudo o que ele
havia feito até aquele momento.

Wright, que desenhou cada detalhe da casa, embutiu muitos dos móveis às paredes -
uma forma de tornar a grande obra-prima "à prova de clientes".

Le Corbusier
Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo pseudónimo de Le
Corbusier (La Chaux-de-Fonds, 6 de Outubro de 1887 — Roquebrune-Cap-Martin, 27
de Agosto de 1965), foi um arquitecto, urbanista, escultor e pintor de origem suíça e
naturalizado francês em 1930.[1] É considerado, juntamente com Frank Lloyd Wright,
Alvar Aalto, Mies van der Rohe e Oscar Niemeyer, um dos mais importantes
arquitectos do século XX. Conhecido por ter sido o criador da Unité d'Habitation,
conceito sobre o qual começou a trabalhar na década de 1920.[2]
Aos 29 anos mudou-se para Paris, onde adoptou o seu pseudónimo, que foi buscar ao
nome do seu avô materno, originário da região de Albi.[3][4] A sua figura era marcada
pelos seus óculos redondos de aros escuros. Morreu por alcoolismo, em 27 de agosto
de 1965.

Formação[editar | editar código-fonte]


A importância de Le Corbusier advém, em grande parte, do seu enorme poder de
síntese.
Nas viagens que fez a várias partes do mundo, Le Corbusier contactou com estilos
diversos, de épocas diversas. De todas estas influências, captou aquilo que
considerava essencial e intemporal, reconhecendo em especial os valores da
arquitetura clássica grega, como da Acrópole de Atenas.
Le Corbusier projectou a sua primeira casa com dezoito anos, em 1905, na sua cidade
natal, La Chaux-de-Fonds, conhecida pela produção de relógios. Foi, aliás, essa a sua
primeira actividade profissional. Nasceu numa família calvinista, onde recebeu uma
formação moral que acentuava os contrastes entre o Bem e o Mal. Kenneth Frampton
defende que esta atitude mental tê-lo-ia influenciado no sentido da "dialéctica"
presente na sua obra (o diálogo entre o sólido e o vazio, a luz e a sombra).

Obra
Unidade de habitação em Berlim

Le Corbusier lançou, em seu livro Vers une architecture (Por uma arquitetura, na
tradução em português), as bases do movimento moderno de características
funcionalistas. A pesquisa que realizou envolvendo uma nova forma de enxergar a
forma arquitectónica baseado nas necessidades humanas revolucionou (juntamente
com a actuação da Bauhaus na Alemanha) a cultura arquitectónica do mundo inteiro.
Sua obra, ao negar características histórico-nacionalistas, abriu caminho para o que
mais tarde seria chamado de international style ou estilo internacional, que teria
representantes como Ludwig Mies van der Rohe, Walter Gropius, e Marcel Breuer. Foi
um dos criadores dos CIAM (Congrès Internationaux d'Architecture Moderne).
A sua influência estendeu-se principalmente ao urbanismo. Foi um dos primeiros a
compreender as transformações que o automóvel exigiria no planejamento urbano. A
cidade do futuro, na sua perspectiva, deveria consistir em grandes blocos de
apartamentos assentes em pilotis, deixando o terreno fluir debaixo da construção, o
que formaria algo semelhante a parques de estacionamento. Grande parte das teorias
arquitectónicas de Le Corbusier foram adaptadas pelos construtores de apartamentos
nos Estados Unidos.
Le Corbusier defendia, jocosamente, que, "por lei, todos os edifícios deviam ser
brancos", criticando qualquer esforço artificial de ornamentação. As estruturas por ele
idealizadas, de uma simplicidade e austeridade espartanas, nas cidades, foram
largamente criticadas por serem monótonas e desagradáveis para os peões. A cidade
de Brasília foi concebida segundo as suas teorias.
Depois da sua morte, os seus detractores têm aumentado o tom das críticas,
apelidando-o de inimigo das cidades. É, no entanto, absolutamente, um nome de
referência na história da arquitectura contemporânea.

Os Cinco Pontos Da Arquitectura

Os Cinco pontos da Nova Arquitectura são o resultado da pesquisas realizada nos anos iniciais da
carreira do arquiteto Charles-Edouard Jeanneret conhecido pelo pseudônimo de Le Corbusier . Sua forma final
foi publicada em 1926 na revista francesa L'Esprit Nouveau. Um ou mais dos pontos são utilizados em alguns
projetos anteriores a esta publicação e aparecerão pela primeira vez na Casa Cook, em 1926. É na Villa
Garches e na Villa Savoye, no entanto, que estes serão utilizados de forma mais expressiva. Estes conceitos
permitiram tornar os elementos constitutivos do projeto independentes uns dos outros, possibilitando a maior
liberdade de criação.
Os 5 pontos
1. Planta Livre: através de uma estrutura independente permite a livre locação das paredes, já que estas
não mais precisam exercer a função estrutural.
2. Fachada Livre: resulta igualmente da independência da estrutura. Assim, a fachada pode ser projetada
sem impedimentos.
3. Pilotis: sistema de pilares que elevam o prédio do chão, permitindo o trânsito por debaixo do mesmo.
4. Terraço Jardim: "recupera" o solo ocupado pelo prédio, "transferindo-o" para cima do prédio na forma
de um jardim.
5. Janelas em fita: possibilitadas pela fachada livre, permitem uma relação desimpedida com a paisagem.

O sucesso dos cinco pontos

O sucesso dos cinco pontos foi tal que, com o tempo, estes deixaram de ser associados apenas a Le
Corbusier e se tornaram cânones da arquitectura moderna. Assim, arquitectos de países diversos adoptaram os
preceitos parcial ou integralmente em seus projetos. No Brasil, o prédio do Ministério da Educação e Saúde
Pública, projecto de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, entre outros, (com a consultoria de Le Corbusier), utiliza
integralmente os cinco pontos arquitectónicos.

Os cinco pontos da nova arquitetura

Entre as contribuições de Le Corbusier à formulação de uma nova linguagem arquitectónica para o século
XX se encontram estes cinco pontos, formalizados no projeto da "Villa Savoye":

Construção sobre pilotis.

Ao tornar todas as construções suspensas, cria-se no ambiente urbano uma perspectiva nova. Uma inédita
relação "interno-externo" criar-se-ia entre observador e morador.

Terraço-jardim.

Não mais os telhados do passado. Com o avanço técnico do betão-armado (concreto no Brasil), seria possível
aproveitar a última laje da edificação como espaço de lazer.

Planta livre da estrutura

A definição dos espaços internos não mais estaria atrelada à concepção estrutural. O uso de sistemas viga-
pilar em grelhas ortogonais geraria a flexibilidade necessária para a melhor definição espacial interna possível.

Fachada livre da estrutura

Consequência do tópico anterior. Os pilares devem ser projetados internamente às construções, criando
recuos nas lajes de forma a tornar o projeto das aberturas o mais flexível. Deveriam ser abolidos quaisquer
resquícios de ornamentação.

Janela em fita

Localizada a uma certa altura, de um ponto ao outro da fachada, de acordo com a melhor orientação solar.
Quem foi Le Corbusier e qual sua contribuição para a
arquitectura?

Entre os arquitectos mais famosos e reconhecidos no mundo, o suíço Charles


Edouard-Jeanneret-Gris destaca-se como pioneiro do movimento modernista e um dos
principais influenciadores teóricos da arquitetura de todos os tempos. Charles não
ficou conhecido pelo nome, mas sim pelo pseudônimo, Le Corbusier. Polémico, muitas
vezes odiado e incompreendido, também foi idolatrado, sendo um dos(…)
Entre os arquitectos mais famosos e reconhecidos no mundo, o suíço Charles
Edouard-Jeanneret-Gris destaca-se como pioneiro do movimento modernista e um dos
principais influenciadores teóricos da arquitectura de todos os tempos.

Charles não ficou conhecido pelo nome, mas sim pelo pseudónimo, Le Corbusier.
Polémico, muitas vezes odiado e incompreendido, também foi idolatrado, sendo um
dos primeiros arquitectos a se tornar celebridade — um starchitect, mescla de star
(estrela) e architect (arquiteto).

Separamos as principais características do arquitecto e, ainda, fatos sobre a sua


vida pessoal, obras mais importantes e influência na arquitectura actual. Quer
conhecer mais sobre Le Corbusier? Não deixe de ler este artigo!

A influência de Le Corbusier na arquitetura

Le Corbusier foi muito mais do que arquitecto. Ele actuou também na área
académica e intelectual, aplicou seu conhecimento em diversas artes e deixou seus
pensamentos registrados em publicações e artigos de revistas.

Para a arquitectura, deixou mais de 30 obras pelo mundo, importantes teorias e


práticas avançadas, que até hoje guiam obras e projectos de urbanismo e paisagismo.
O arquitecto é conhecido por elaborar processos de construção racionalistas e
funcionais, além de desenvolver, por exemplo, tácticas que possibilitam paredes
mais leves por meio de técnicas modernas de concreto armado.
Le Corbusier utilizava referências estéticas e conceituais que ele reuniu em viagens
por todo o mundo — principalmente Europa, América do Sul, África e Oriente Médio —
, e as aplicava em suas obras, considerando o que ele acreditava ser mais apropriado
e condizente com seus conceitos de arquitectura.

O planeamento urbano de muitas cidades europeias e africanas, como Argel, capital


da Argélia, contou com a visão revolucionária de Corbu, que foi um dos primeiros a
antecipar como o automóvel tomaria espaço nos centros urbanos e pensar a
importância da orientação da engenharia e da arquitectura para aspectos naturais e
para a integração com a natureza.

As características e vida pessoal do arquitecto

Charles Edouard-Jeanneret-Gris nasceu no dia 6 de Outubro de 1887, em uma


pequena cidade suíça, chamada La Chaux-de-Fonds. O arquitecto viveu grande parte
de sua vida na França, inclusive se tornou cidadão francês após o casamento, mas a
sua cidade natal teve grande valor para o desenvolvimento de suas concepções
arquitetônicas e da própria carreira.

La Chaux-de-Fonds está localizada a 10 km da fronteira da Suíça com a França e se


tornou conhecida como a capital mundial dos relógios, uma vez que detinha cerca de
metade da produção e exportação de todos os relógios produzidos no mundo, no início
do século XX.

Le Corbusier teve muito contacto com essa indústria durante a infância e


adolescência. Foi justamente a produção industrial o primeiro factor que pode ter
influenciado, ainda que indirectamente, sua percepção sobre a acção da arquitectura
no quotidiano. Corbu definia uma residência como “uma máquina de morar”. Para ele,
as máquinas apresentam uma função além da utilitária, passando a representar uma
forma de expressão artística.
O segundo factor é que a cidade de La Chaux, anos antes de seu nascimento, tinha
sido reconstruída após um incêndio devastar grande parte dos edifícios. O novo
planejamento urbano propôs vias mais largas e uma disposição das ruas que
privilegiasse a luz natural. Assim, as construções foram alinhadas para estarem mais
expostas à radiação solar e continham grandes janelas, que facilitavam a entrada de
luz.

Em contrapartida, anos depois, Corbu declara publicamente seu desprezo pela cidade
natal.

O contato de Le Corbusier com a arte teve início quando o arquitecto completou 13


anos: ele entrou para uma escola de arte com o objectivo de se formar escultor e
entalhador. Aos 15 anos, já demonstrava talento e recebeu um prémio pelo desenho
de um relógio.

Sua habilidade chamou a atenção de um de seus professores, que era formado pela
Escola de Belas Artes de Paris. O professor, então, apresentou para Corbu a área de
arquitectura.

O arquitecto franco-suíço se casou em 1930 com uma modelo francesa, Yvonne


Gallis, passando a ser cidadão francês. Em 1940, quando Paris foi tomada pelos
alemães, o arquitecto fechou seu escritório e se mudou para o sul da França. Os anos
posteriores foram marcados por novos contactos no exterior, aumentando o prestígio
mundial de Corbu e alavancando o movimento modernista.

Os projectos de reconstrução das cidades destruídas foram definitivos para a sua


carreira, e de 1945 a 1949 ele actuou como consultor para tais assuntos. Seu
reconhecimento como um dos arquitectos mais influentes aconteceu apenas na fase
final de sua vida, entre 1950 e 1965, ano de seu falecimento.
O início da carreira profissional

O primeiro projecto registado do arquitecto é a casa de um fabricante de relógio.

Após inaugurar essa nova jornada, escolhendo a arquitectura como profissão,


Corbu inicia uma série de viagens para cidades europeias, começando pela região da
Toscana e passando depois por Budapeste, Munique, Viena, Paris e outras. Em um
dos relatos, Corbu comenta a “arquitectura humana” das celas dos monges em um
mosteiro da Toscana. As viagens foram feitas em 1907 e, para o arquitecto, eram uma
maneira de adquirir conhecimento.

Em 1908, o artista começa a estagiar em um escritório em Paris. Por dois anos,


trabalha com os irmãos Perret, reconhecidos pelo pioneirismo e modernidade das
construções de concreto armado, técnica muito utilizada em toda a sua carreira.
A partir de 1910, Corbu passa uma temporada na Alemanha, trabalhando como
desenhista em um estúdio, tendo grande influência da construção moderna. Os
próximos anos são de mais descobertas e aprendizados: o arquitecto viajou por
grande parte da Europa Central e Oriental, com destaque à arquitectura clássica grega
e às mesquitas de Istambul.

Entre 1912 e 1914, Le Corbusier participou de eventos da Escola de Chaux-de-


Fonds como professor. Também projectou residências, uma cidade-jardim e a
reconstrução de cidades francesas, que foram destruídas durante a Primeira Guerra
Mundial.

No ano de 1917, o arquitecto se muda definitivamente para Paris e se arrisca na


pintura e em novos ofícios. Corbu fez associações com importantes figuras da época,
como o pintor Amédée Ozenfant, com quem publicou o artigo “Après le cubisme” —
importante crítica ao movimento cubista, valorizando a forma rigorosa de cada objecto
e fundamentando o início da corrente purista.

O nome Le Corbusier começou a ser usado nessa época, na assinatura de seus


quadros. O pseudónimo é derivado do sobrenome de seu bisavô, Lecorbésier.
A parceria com Ozenfant acarretou no lançamento da revista “L’Esprit Nouveau”, a
qual se tornou um dos principais meios de actuação do artista, uma vez que o
mercado de arquitectura estava em baixa e quase não havia encomendas e projectos.
Ficou conhecido, portanto, pela vanguarda parisiense, mesmo sem muitas obras
construídas. Tal reconhecimento possibilitou alguns projetos, a maioria casas de
campo, restritas à elite francesa.

Corbu ainda lançou um livro, publicado em 1923, “Vers une Architecture” (“Por uma
arquitectura”), no qual aborda 5 pontos e fundamentos que são as bases do
movimento modernista.

Aos 35 anos, se associa a seu primo, Pierre Jeanneret, e, juntos, montam um


escritório de arquitectura, tendo oportunidade de explorar os conceitos e as ideias
desenvolvidas por anos (principalmente o conceito de casa como “máquina de morar”).
O trabalho desenvolvido no escritório, em meados dos anos 30, rendeu muitos
projectos na Europa e fora, como na África e América do Sul, inclusive no Brasil.

Suas principais obras pelo mundo

O arquitecto deixou pouco mais de 30 obras construídas pelo mundo. Entre elas,
cerca de 17 estão incluídas na lista da UNESCO de Patrimónios Mundiais da
Humanidade. As mais importantes são:

1. UNITÉS D’HABITATION

Localizado em Marselha, na França, essa obra é um dos exemplares que formam


um conjunto de edifícios modulares que fazia parte do projecto de reconstrução do
país após a Segunda Guerra Mundial, acrescido de um exemplar em Berlim, na
Alemanha Oriental.

O primeiro e mais famoso edifício é o de Marselha e foi construído entre 1947 e


1953. A importância do projecto é percebida pela inspiração em uma das obras mais
famosas: Ville Radieuse (Cidade Radiante). O arquitecto reflectiu seu sonho de
construir espaços que conseguissem integrar o ser humano à natureza e ao meio, o
que era considerado por muitos uma utopia.

A cidade foi pensada seguindo o padrão do corpo humano, formado por


construções em blocos, com livre circulação no andar térreo e espaços verdes em
volta. O desenho constituía linearmente o formato de um corpo humano: coluna,
membros e cabeça — conceito proposto pelos estudos de Corbu acerca das
proporções do corpo humano e do Modulor.

O Modulor, uma das contribuições de Le Corbusier, é um sistema que referencia as


medidas modulares com base nas proporções de um indivíduo de 1,83 m — altura
média observada em estudos da época por todo o mundo. O sistema visava fugir dos
modelos de medidas comuns e era fundamentado em outras teorias, como a
proporção áurea e a sequência de Fibonacci.

O cenário económico e social como consequência da guerra exigiu que as


construções fossem mais “brutas”, utilizando materiais mais simples, baratos e
resistentes, como o concreto. O movimento deu início à arquitectura conhecida como
brutalista, com traços simplistas, construções em bloco e com capacidade de suprir as
necessidades sociais.

2. VILLA SAVOYE

O desenho modernista e as janelas em formato de fita são características marcantes


da casa, construída em 1929. Projectada nos moldes do conceito de casa como
máquina de morar, não chegou a exercer essa função. Foi usada no período da guerra
pelo exército alemão e, posteriormente, pelo americano, e foi deixada em ruínas até
1963, quando o governo francês a reconstruiu e a declarou como património
arquitectónico.

3. PAVILLON SUISSE

A obra, que em português significa Pavilhão Suíço, é um edifício da Cidade


Universitária de Paris e foi construído para ser um alojamento de estudantes. Le
Corbusier e Pierre Jeanneret enfrentaram uma série de desafios durante a construção,
entre eles a dificuldade financeira da universidade, o terreno e as tensões entre a
França e a Suíça.

O prédio surpreende pela modernidade e pelas características próprias, que também


seguem os 5 pontos de Corbu. Com grande área aberta no espaço do térreo, em um
efeito de flutuação, o edifício é cercado por jardins, concreto e estrutura com
elementos pouco sofisticados.

4. PALÁCIO DA ASSEMBLEIA

Uma das construções que mais se destacam fora do eixo europeu é o Palácio da
Assembleia, localizado na Índia, em Chandigarh. A cidade foi redesenhada por Le
Corbusier, contando com a ajuda de Jeanneret, e é o único projecto de urbanismo
executado pelo arquitecto. O projecto começou em 1951 e foi até 1965, com sua
morte.

A qualidade do projecto fascina, a arquitectura moderna é apresentada de diversas


maneiras em jardins, avenidas largas e parques, incluindo características de outras
artes, como a pintura e a escultura. Toda a cidade é subdividida em sectores
independentes, com infra-estrutura própria. O acesso é facilitado e tudo está a 10
minutos a pé. E, ainda hoje, com mais de um milhão de habitantes, mantém infra-
estrutura capaz de atender às necessidades modernas.

Junto de outros edifícios simbólicos do governo, o Palácio da Assembleia compõe


todo o paisagismo da cidade e é um edifício de concreto aparente com formas
inusitadas. Grandes pilares integram a fachada e sustentam a calha em horizontal, o
interior permite a adequação dos escritórios nas laterais do prédio para que o centro
possa ser utilizado pelo público e a cobertura é acessível para todos, possibilitando
contacto com o exterior do prédio.

5. CAPELA NOTRE-DAME-DU-HAUT

A capela começou a ser construída em 1950 e foi terminada em 1955, em um sítio


na França. Está localizada na colina de Bourlémont, em Ronchamp, sobre ruínas de
um santuário medieval destruído em 1944.
O início da parceria entre o arquitecto e os fiel que encomendaram a capela foi
reportado como difícil. O motivo foram as divergências ideológicas, já que o arquitecto
era ateu e tinha ideias modernistas, e o clero possuía convicções opostas ao proposto.
O arquitecto, depois, é autorizado a compor a obra da maneira que desejasse.

A capela é formada por um salão principal e três câmaras mais reservadas e um


altar no exterior, além de colectores de água, devido à escassez da região. As formas
retas e circulares se completam em um exterior de concreto com tons escurecidos e
em um interior naturalmente iluminado.

O portfólio de Corbu é composto por outras obras envolvendo edifícios religiosos,


como o convento de Sainte-Marie-de-la-Tourette e a igreja de Saint-Pierre de Firminy.

6. VILLA ROCHE

A residência foi projectada para um banqueiro suíço, Raoul La Roche, e serviu como
espaço de exposições e galeria em Paris. A estrutura apresenta um formato
diferenciado, como se fosse um agrupamento de estruturas distintas unidas por
rampas, escadarias e terraços.

O uso de muitas cores no interior é descrito por Corbu como “Corbusier color-
space”: tons como azul, cinza, vermelho e turquesa em conjunto com o branco,
presente em todo o espaço, interno e externo.
Corbu descreve a obra como “pitoresca, cheia de movimento, mas que requer uma
clássica hierarquia para discipliná-la”.

O projeto com maior destaque

Ville Radieuse ou Cité Radieuse (Cidade Radiante) é o projeto que sumariza todos os
elementos e ideais propostos por Le Corbusier, tendo em vista o contexto social da
época em que foi apresentado. O projecto de paisagismo e urbanismo não chegou a
ser concretizado, mas exerceu influência em outras obras e na actuação do arquitecto.
A proposta foi feita em 1924 e de forma ambiciosa, pois era o plano de uma cidade
ideal para Le Corbusier. A cidade valoriza a livre circulação, espaços abertos
integrados com a natureza, construções em blocos altos e o sistema modular.

O plano também foi publicado em um livro e não tinha como objectivo apenas a
melhoria da qualidade de vida dos moradores, mas também o desenvolvimento de
uma sociedade melhor. A cidade seria subdividida em áreas segregadas, com foco
comercial, de negócios, de lazer e, por fim, residencial. Cada área foi projectada para
conseguir receber certa quantidade de pessoas.

As residências, conhecidas como unités, seriam apartamentos pré-fabricados,


distribuídos em edifícios nos bairros residenciais, funcionando como uma vila vertical.
Espaços funcionais, como lavadeiras, ficariam no piso térreo e áreas sociais, na
cobertura. Os blocos seriam circundados por parques e áreas verdes, privilegiando a
luz natural e o conforto.

Passagem pelo Brasil

A primeira passagem do arquitecto pelo Brasil foi em 1929, visitando as capitais, Rio
de Janeiro e São Paulo. A viagem teve início em Buenos Aires, Argentina, e percorreu
outras cidades da América do Sul.

O contacto com o mercado e com profissionais estrangeiros se deu a partir da


vontade do franco-suíço em focar projectos de paisagismo e urbanismo. Projetos
residenciais, como a Villa Savoye, já o tornava reconhecido por arquitectos em todo o
mundo e, para expandir os horizontes, o arquitecto se voltou para projectos de
construção e reconstrução de cidades.

O mercado estrangeiro possibilitava maior contacto com o que o arquitecto queria,


assim ele participou de congressos e encontros internacionais e realizou projectos na
Rússia e Suíça, por exemplo. O contacto com a América do Sul foi uma grande
oportunidade para impulsionar o salto na carreira.
Foi recepcionado por Victoria Ocampo, escritora argentina, e Paulo Prado,
fazendeiro de café e escritor, influente na política brasileira. Poucos projectos
residenciais foram discutidos ou propostos, não rendendo em oportunidades efectivas,
devido às dificuldades pela distância e outros empecilhos. Corbu, então, teve grande
participação em eventos e conferências da área, além de entrar em contato com
arquitectos que já utilizavam referências modernas em suas obras.

Anos depois, com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (MES)


durante o governo Vargas, em meio a tramas e apoio do ministro, Lúcio Costa
assumiu o projecto de construção da sede do MES, um dos ministérios de maior
importância para o governo da época. Le Corbusier foi escolhido como consultor.

Corbu também foi chamado para o projecto do campus de uma universidade que o
MES pretendia fundar, que serviria de modelo para as demais do país. No meio de
mais confusões e disputas, o arquitecto foi contratado somente como conferencista em
1936.

Os dois projectos foram rejeitados pelas comissões designadas — apenas o


projecto da sede do ministério se manteve, mas foi adaptado pela equipe de Lúcio
Costa. A equipe contava com arquitectos ex-alunos da ENBA, entre eles Carlos Leão,
Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Oscar Niemeyer. Niemeyer foi escolhido por Le
Corbusier para preparar alguns desenhos que serviriam para as demonstrações
visuais das conferências.
Em 1962, Corbusier veio pela última vez ao Brasil, para conhecer Brasília e o plano
urbanístico de Lúcio Costa, junto de exemplares de Niemeyer.

Sua contribuição para a teoria artística

As diversas publicações do arquitecto tiveram contribuição imensa para o campo


teórico e são peças notáveis até hoje.
Os 5 pontos da Nova Arquitectura são princípios fundamentais para compreender as
obras do arquitecto. Em 1926, na revista L’Esprit Nouveau, Le Corbusier publicou a
forma final da teoria, composta pelos pontos: planta livre, fachada livre, pilotis, terraço
jardim e janelas em fita.

De maneira resumida, a planta livre diz respeito à livre movimentação e possibilidade


das paredes, que seguindo as técnicas construtivas do arquitecto, deixam de exercer
função estrutural. Seguindo, a fachada livre, também devido à independência da
estrutura, é um espaço sem impedimentos que pode ser projectado com vários
arranjos.
O pilotis é formado pelo sistema de pilares sem impedimentos que permite a livre
circulação no espaço térreo das construções, melhor visibilidade e sensação de
segurança. O terraço-jardim é uma das formas de utilizar a cobertura, muitas vezes
pouco aproveitada nos edifícios, além de reintegrar o espaço verde que foi perdido
pela construção.

As janelas em fita são, talvez, a característica mais marcante, possibilitadas pela


variedade de arranjos da estrutura. Podem seguir a orientação solar para melhor
iluminação e aproveitamento da vista e da paisagem.

O livro já citado, “Vers une Architecture” (“Por uma arquitectura”), conta com outras
publicações de grande importância para o campo. Entre eles, ensaios escritos por
Corbu expondo teorias da acção da arquitectura, a visão do arquitecto sobre o
modernismo e críticas à arquitectura da época, por exemplo.

O legado deixado para os profissionais da área

Arquitectos actuais são muito influenciados pela participação e influência de Corbu


não só no campo prático da arquitectura, mas também em teorias e desenvolvimento
de novas práticas.

Em suma, Le Corbusier pensava a arquitectura como elemento que auxilia a


constituição social e que, por isso, deveria ter uma função prática e conjunta ao
ambiente das cidades, envolvendo também o planeamento urbano e paisagístico do
lugar. Acreditava que a arquitectura pode resolver problemas e melhorar questões
sociais.

Além disso, ele desenvolveu uma série de técnicas construtivas com pilares de
cimento armado, tirando a função estrutural das paredes e permitindo um interior
adaptado para necessidades. Criou também o sistema de medidas proporcionais,
Modulor, orientando obras e pinturas.

O resultado de todos os conceitos do arquitecto é obras que até hoje se fazem


condizentes com o cenário, antecipando problemas como o grande número de
automóveis, o crescimento das cidades e a integração com a natureza.

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