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O AUTISMO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR

Santos, Vamelma Santana dos.1

RESUMO Este artigo tem como propósito compreender as dificuldades do aluno autista no processo
de aprendizagem escolar e conhecer algumas sugestões para que o professor desenvolva um
método de forma ampla e objetiva ao trabalhar com esta criança especial. A importância do educador
em conhecer muito sobre o autismo e o impacto que esta anomalia causa, no processo de
aprendizagem, é imprescindível que o educador estude e aborde sobre a definição deste transtorno,
suas características, e como o diagnostico é realizado. É necessária uma equipe multidisciplinar
especializada no assunto. Na sequência, discutir o direito da inclusão escolar da criança autista,
estendendo-se essa inclusão nas aulas de educação física. Nesse processo, o educador tem
fundamental importância, figurando-se como um agente que contribuirá para que o aluno autista se
enquadre no seu meio e viva com mais dignidade. As leis que regem o tema resguardam o direito do
aluno autista a um ensino qualitativo.

Palavras-chave: Autismo. Aprendizagem, Escola.

ABSTRACT This article aims to understand the difficulties of the autistic student in the process of
school learning and to know some suggestions for the teacher to develop a method in a broad and
objective way when working with this special child. The importance of the educator to know much
about autism and the impact that this anomaly causes in the learning process is essential for the
educator to study and discuss the definition of this disorder, its characteristics, and how the diagnosis
is made. A multidisciplinary team specializing in the subject is required. In the sequence, to discuss
the right of the school inclusion of the autistic child, extending this inclusion in the classes of physical
education. In this process, the educator has fundamental importance, figuring as an agent that will
help the autistic student to fit in his environment and live with more dignity. The laws that govern the
subject protect the right of the autistic student to a qualitative teaching.

1. INTRODUÇÃO

O autismo é causador de muitos distúrbios em vários aspectos,


principalmente nas interações sociais. De acordo com Mirenda, Donnellan & Yoder
(1983), tais distúrbios podem ser observados já no início da vida; o contato "olho a
olho" é anormal antes mesmo de completar o primeiro ano de vida, dentre outras
características. Isso prova que não é uma tarefa muito difícil de identificar, entretanto
muitos pais têm medo de descobrir que tem uma criança diferente e não buscam
auxílio por receio do diagnóstico e, muitas vezes, quando buscam, os profissionais
não estão capacitados para dar um diagnóstico preciso.

A busca pelo diagnóstico é longa e árdua. Há quem diga que a culpa é da


mãe, aumentando, ainda mais, a indecisão, a dúvida e a insegurança. Quando
finalmente o diagnóstico vem, a negação é a primeira reação dos pais: "Não, não
pode ser, isto não é verdade! Não meu filho!" (Santos, 2008, p.26)

1
Graduada em Nutrição, Graduanda em Pedagogia, Instituto de ensino Tecnológico, IET E-mail:
vamelma@yahoo.com.br
Diante desta realidade, é necessário que o educador se prepare para receber
a criança com necessidades especiais, de forma que possa adaptá-la ao contexto
escolar, para desenvolver melhor sua aprendizagem e encaminhá-la a um
psicopedagogo. Pois ele dará continuidade ao diagnóstico desta criança, isto
envolverá todos os profissionais necessários e a família do aluno, para que este
possa viver em sociedade como uma pessoa normal e sendo compreendido em
suas diferenças.

De acordo com BORALLI (2007), existe uma total desatenção para com a
formação adequada de profissionais das áreas de Medicina, Psicologia, Pedagogia,
Fonoaudiologia, dentre outras.

A partir dai, torna-se indispensável uma pesquisa que atenda a necessidade


de mostrar ao educador algumas formas de identificar o autismo através das
características apresentadas por tal transtorno mental para que ele venha trabalhar
com esta criança de maneira eficaz para o seu desenvolvimento mental.

Primeiro, deve ser exposto o conceito de autismo e suas principais


características através de pesquisas bibliográficas e de objetivo exploratório. Em
seguida, relatar e estudar um caso real, que mostre as possibilidades de
aprendizagem e socialização de uma criança autista.

2. CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO

Autismo é um conceito novo. Por ainda não ter uma causa específica definida,
é chamado de Síndrome (conjunto de sintomas) e como em qualquer síndrome o
grau de comprometimento varia do mais severo ao mais brando e atinge qualquer
classe social, em todo o mundo.

Para Suplino (2005), o autismo é um problema neurobiológico que se


manifesta normalmente em crianças antes dos dois anos e meio de idade e quanto à
prevalência é mais comum em meninos que em meninas. As crianças se mostram
aparentemente indiferentes ou, até mesmo, avessas a demonstrações de afeto e ao
contato físico, embora às vezes surja mais tarde uma ligação mais estreita com pais
ou certos adultos. O desenvolvimento da fala nessas crianças é lento e anormal,
senão ausente, caracterizando-se pela repetição daquilo que é dito por terceiros ou
pela substituição das palavras por sons.
O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), diagnóstico
totalmente diferenciado de um quadro psicótico, passou a classificar esta condição
com uma síndrome e referir se à mesma como Autismo Infantil Precoce, ela
apresenta as principais dificuldades de contato com pessoa, desejo obsessivo de
manter as situações sem alterações, ligação especial com objetos. (SUPLINO, 2005,
p.16).

Atualmente o autismo é muito divulgado, o número de diagnostico cresce a


cada dia e acontece em idades cada vez mais precoces, e sempre surpreende,
devido à variedade de sintomas que pode apresentar. A criança apresenta falta de
reação a sons e dor, é incapaz de reconhecer situações perigosas, dificuldade de se
relacionar, na linguagem e alterações de comportamento. A criança autista tem a
aparência normal e ao mesmo tempo um perfil de desenvolvimento irregular.

O autismo, intriga e angustia as famílias nas quais se impõe, pois a


pessoa portadora de autismo, geralmente, tem uma aparência harmoniosa
e ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom
funcionamento em algumas áreas enquanto outras se encontram bastante
comprometidas. (MELLO, 2007, p. 12).

Os autistas têm dificuldades em se comunicar e interagir socialmente, quase


sempre são agitados, e vivem em uma rotina. Não olham nos olhos de outras
pessoas e demoram de falar, isso quando falam. Segundo o neurologista José
Salomão Shchwartzman, mais de 70% dos casos não são diagnosticados, pois os
pediatras não sabem diagnosticar. Quando o diagnóstico chega, algumas famílias
não querem aceitar que o filho tem um sério comprometimento individual, e
procuram ajuda em diversos lugares, outras preferem não querer enxergar que o
filho é autista. Existem alguns passos indicados pela AMA – Associação de Amigos
do Autista, que os pais ao receberem o diagnóstico de autismo devem seguir para
lidar da melhor maneira possível com esse transtorno.

3. CARACTERÍSTICAS

O autismo se apresenta antes dos três anos de idade e em três importantes


domínios do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a
imaginação. Dá se o nome tríade.

3.1.1 Desvios qualitativos da comunicação


São chamados assim pela dificuldade em utilizar todos os aspectos da
comunicação verbal e não verbal. Incluindo gestos, expressões faciais, linguagem
corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal, ou ausência de uso de gestos
muito precário: uma ausência de expressão facial incompreensível para os outros,
às vezes usam linguagem verbal, repetitiva e não comunicativa. Chamamos de
(ecolalia imediata) quando a criança repete o que lhe foi dito, e (ecolalia tardia)
quando a criança repete frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias.

3.1.2 Desvios qualitativos na sociabilização

É o Ponto crucial no autismo e o mais fácil de confundir. Significa a


dificuldade de relacionamento com os outros, a incapacidade de sentir gostos e
emoções e diferenciar as pessoas.

Muitas vezes a criança autista é muito afetiva, elas abraçam as pessoas


mexem nos cabelos e até beijam, mais esta postura é um ato involuntário, sem
diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Segundo Mirenda, Donnellan & Yoder
(1983), “os distúrbios na interação social dos autistas podem ser observados desde
o início da vida. Com autistas típicos, o contato ‘olho a olho’ já se apresenta anormal
antes do final do primeiro ano de vida”. Muitas crianças olham de canto de olho ou
por alguns segundos. A maioria delas não demonstram posturas antecipatórias
pelos seus pais, podendo resistir ao toque ou ao abraço.

Pais de autistas descrevem seus bebês como “felizes quando deixados


sozinhos”, “como se estivessem dentro de uma concha”, “sempre em seu próprio
mundo”.

3.1.3 Desvios qualitativos na imaginação

Caracterizam-se por rigidez e inflexibilidade e se estendem às áreas do


pensamento, linguagem e comportamentos estes ás vezes obsessivos e ritualísticos,
compreensões literais da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades
em processos criativos.

Esta dificuldade percebe-se pela forma de brincar desprovida de criatividade


e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança autista passa horas
a fio analisando a textura de um brinquedo, e se fascinam por objetos ou elementos
como zíperes ou cabelos, calendários ou animais pré-históricos. As mudanças de
rotina, como de casa, dos móveis, ou mesmo um trajeto, perturbam bastante o
autista. Os autistas mantêm rotinas e rituais próprios. É comum repetirem alguns
movimentos, como abanar as mãos e rodopiar (movimentos estereotipados).
Algumas preferem ordenar ou alinhar objetos; Outras se fixam em temas restritos,
como horários fixos, determinadas atividades ou compromissos.

4. CAUSAS DO AUTISMO

A medicina aponta algumas causas, razoavelmente bem demarcado de


possibilidades. São elas:

 Fenilcetonúria não tratada;


 Viroses durante a gestação, principalmente durante os três primeiros meses;
 Toxoplasmose;
 Rubéola;
 Anoxia e traumatismos no parto;
 Patrimônio genético.

Há casos em que o autismo é causado por causas ligadas a fatores


genéticos. Nos casos de autismo associado a retardo mental profundo e severo, as
causas podem estar mais ligadas a danos cerebrais do que a fatores genéticos.

5. APRENDIZAGEM ESCOLAR

Proporcionar oportunidades a uma criança autista a conviver com outras


crianças da mesma faixa etária facilita o desenvolvimento de suas capacidades
interativas e impede um isolamento contínuo. Este convívio as leva a adquirir
interesses no processo de aprendizagem social. Para este resultado ser positivo
requer um processo de dedicação, atenção e respeito às singularidades de cada
criança. As crianças com desenvolvimento típico fornecem, entre outros aspectos,
modelos de interação para as crianças com autismo, ainda que a compreensão
social destas últimas seja difícil (CAMARGO, 2009).

A inclusão das pessoas com autismo é um movimento de luta por seus


familiares buscando os direitos do autista a um lugar na sociedade. Tudo depende
do aluno. Porque é ele que precisa se adaptar e buscar alternativas para se integrar,
sendo que para esta inclusão o papel do social é se preparar e se modificar para
receber o aluno com deficiência.
6. EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA O AUTISTA

A criança autista tem dificuldade em aprender e em se sociabilizar, isto


acontece por ele obtém uma consciência pobre da outra pessoa e em muitos casos,
pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, pré-requisitos cruciais para o
aprendizado, e por não conhecer o lugar de outro e de suas perspectivas. Desde os
primeiros dias de vida um bebê autista dirige sua atenção indistintamente para
pessoas e para objetos, isso faz com que perca oportunidades de aprendizado,
refletindo em um atraso do desenvolvimento.

Os pais e os profissionais estão cientes das dificuldades que as crianças


autistas têm em ambientes educacionais. Existem programas alternativos e
estratégias de intervenção. Para ajudar a desenvolver as habilidades
comportamentais para melhorar o rendimento educacional.

A organização é difícil para alunos com autismo. O desenvolvimento de


hábitos sistemáticos e rotinas de trabalho tem sido uma estratégia eficaz para
minimizar estas dificuldades em organizar. Os alunos com rotinas de trabalho
estabelecidas da esquerda para a direita, de cima para baixo, não param de
trabalhar para planejar onde começar e como prosseguir.

A distração é outro problema comum dos alunos com autismo. A criança


autista reage aos ruídos, mesmo de barulhos distantes. Até mesmo o ruir do lápis do
professor na mesa. Identificar o que distrai o aluno é o primeiro passo para ajudá-lo.
Para alguns são estímulos visuais, enquanto para outros podem ser auditivos. As
avaliações cuidadosas das distrações individuais são essenciais. Depois de
avaliadas, as modificações ambientais podem ser feitas: podem envolver a
disposição física, apresentação de tarefas e outras possibilidades na área de
trabalho.

Outra dificuldade que o autista tem, é sequenciar atividades e tarefas, eles


não podem se lembram da ordem precisa, porque se atém de forma concreta a
detalhes e não veem relação entre elas. As instruções visuais podem ser
proveitosas para o aluno autista, fazendo com que ele se lembre da ordem
adequada a seguir. A figura visual permanece atual e concreta, mostrando a seguir a
sequência desejada.
A parceria entre os pais e profissionais especializados, é importante para
melhorar a interação e generalização do aluno com autismo. Quanto maior for este
empenho pela coordenação entre a casa e a escola, maior a probabilidade do aluno
aplicar o que aprender a (situações/contextos/ambientes) diferentes. As abordagens
e a ênfase em habilidades semelhantes são formas que os pais juntos com
profissionais colaborem para melhorar as habilidades de seus alunos.

Um ensino de base comunitária é também importante para desenvolver as


habilidades de generalização, o objetivo final é um treinamento bem sucedido. As
atividades devem estar disponíveis nos programas educacionais: como passeios
regulares ao campo real com uma frequência crescente conforme eles ficam mais
velhos, as oportunidades de trabalhos na comunidade, e atividades de lazer na
comunidade.

7. O PAPEL DO PROFESSOR

As crianças autistas não compreendem como se estabelecem as relações de


amizade. Cabe ao professor conscientizar e desenvolver esta relação. Por exemplo,
algumas não têm amigos, enquanto outras pensam que todos em sua sala de aula
são seus amigos. Os alunos podem trazer consigo um conjunto de situações
emocionais intrínsecas ou extrínsecas, trazer alguns problemas para escola de sua
própria constituição emocional (ou personalidade) ou apresentar emoções de suas
vivências sociais e familiares.

Como cada criança com autismo processa a informação e quais são as


melhores estratégias de ensino devido à singularidade de seus pontos fortes,
interesses e habilidades em potencial? - Um professor hábil pode abrir a porta para
várias oportunidades. Os adultos com o autismo que trabalham em bibliotecas, com
computadores, em restaurantes, e muitos outros ambientes; são evidências de que,
se tiverem instrução adequada, podem se tornar adultos produtivos. Infelizmente
ainda falta o reconhecimento de muitos programas de educação que poderiam
priorizar os pontos fortes e déficits singulares deste grupo enigmático de aprendizes.

A principal possibilidade para uma melhoria constante é uma maior


consideração das suas singularidades e mais treinamento para profissionais para
ajudá-los a entender seus estilos de aprendizagem.
8. COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS
AUTISTAS?

Com base em Carothers e Taylor (2004), o objetivo da educação de uma


criança autista é o de aumentar sua independência, a fim de proporcionar mais
segurança ao executar tarefas do cotidiano, além de melhorar a qualidade de vida
da criança e de seus familiares.

Os ambientes fundamentais para o aprendizado da criança autista é em casa


e na escola. É melhor ensinar as habilidades de rotina no ambiente natural, mais
nem sempre é possível. Fazer as tarefas mais simples como; comer sozinho, usar o
banheiro, escovar os dentes, fazem muita diferença na qualidade de vida do autista.
É preciso incentivar a criança a se vestir sozinha, se servir, comer, beber e assim
por diante. Esses requisitos estimula a criança a desenvolver sua oralidade. Este
trabalho deve ser feito devagar, mediante a lentidão da criança autista. E sempre
incentivar e elogiar cada avanço da criança. É importante que os pais participem
nesse processo de aprendizagem, levá-los para passear em lugares públicos onde
possam brincar livremente, caminhar e ter contato com outras crianças, eles
responsáveis por grande parte da aprendizagem do filho. É importante planejar
essas atividades, para que tenham controle da situação e não sejam surpreendidos
por imprevistos. A criança autista tende a fixar rotinas, isso pode ser favorável a ela.
A rotina é importante, mais é necessário considerar que o autista deve aprender a
aceitar mudanças. Os pais e os professores devem fazer pequenas mudanças na
vida diária da criança, inicialmente uma de cada vez, como: mudar o caminho de ir á
escola, tentar mudar a carteira onde a criança senta na escola, dentre outras. De
acordo com Carothers e Taylor (2004), existem algumas técnicas que têm certa
eficácia para a aprendizagem de crianças autistas. São as técnicas de
aprendizagem que se utilizadas de maneira adequada podem fazer muita diferença
na vida dessas crianças.

- Modelagem através de gravação de vídeo – gravar o aluno executando uma


atividade, assim o vídeo pode ser repetido várias vezes, essa técnica pode ser
usada para ensinar crianças com autismo a fazerem compras no mercado, por
exemplo.
- Rotina de atividades pictográficas - Ilustrações como fotos, desenhos, etc.,
para compor estágios de uma tarefa, para que o aluno siga as instruções e complete
a tarefa, essa técnica é possível ensinar como fazer tarefas domésticas, de escritório
e lavanderia.

- Participação e Orientação de Colegas - Outras crianças são usadas como


modelos para o ensino de habilidades funcionais na comunidade para alunos com
autismo. Através dessa técnica crianças com autismo aprenderama pegar livros da
biblioteca, comprar itens em um bazar e atravessar a rua.

Técnicas como estas são aplicadas na escola e dão continuidade em casa, é


interessante, parentes e vizinhos colaborarem. Gravar o irmão de uma criança com
autismo mostrando como e o que vestir para ir à escola, uma atividade como
arrumar a cama, fotografando tudo e com legenda.

Segundo Mello (2007), existe técnicas desenvolvidas para o tratamento de


crianças autistas em casa e/ ou em clínicas de tratamento, que se aplicadas de
maneira correta e consciente podem ser eficientes na reabilitação destas crianças,
principalmente as que começam o tratamento cedo. Abaixo serão descritas algumas
delas.

- Comunicação facilitada – Feita através do uso de um teclado que pode ser


de máquina de escrever ou computador, onde o autista transmite seus pensamentos
com ajuda do facilitador que lhe oferece o necessário suporte físico.

- Integração Auditiva – Nessa técnica a criança ou adulto ouve música,


através de fones com algumas frequências de som eliminadas através de filtros. De
acordo com Berard esse tratamento ajudaria a criança a adaptar-se a sons intensos.

Depoimentos de alguns pais afirmam ter obtido sucesso com este tratamento.

- Integração Social – Semelhante à integração auditiva. Ela é feita através de


toques, massagens e outros equipamentos como balanços, bolas terapêuticas etc.
Ela visa integrar informações que chegam ao corpo da criança como brincadeiras
que envolvem movimentos, equilíbrio e sensações.

Movimentos Sherborne – “Relation Play” – Método idealizado pela professora


de educação física Veronica Sherborne, que visa desenvolver o autoconhecimento
através da consciência de seu corpo e do espaço que a cerca, pelo ensino do
movimento consciente. Essa técnica possibilita interação entre os pais e familiares
com as crianças autistas, algo que não é fácil.

As técnicas desenvolvidas no tratamento de crianças autistas são de grande


objetividade, mais existem alguns aspectos que devem ser considerados. Mesmo
sendo um tratamento é realizado auxiliado por programas em função da evolução da
criança, podem ser alvos de tratamento de intervenção precoce com indivíduos com
Síndrome de Aspeger.

Mesmo considerando que o tratamento é realizado com auxilio de programas


individuais em função da evolução de cada criança, os seguintes aspectos podem
ser fundamentais como alvos preferenciais de tratamento em um programa de
intervenção precoce com indivíduos com Síndrome de Aspeger. Devemos
procurar o antes possível desenvolver: a autonomia e a independência; a
comunicação não verbal; os aspectos sociais como imitação, aprender a esperar a
vez e jogos em equipe; a flexibilização das tendências repetitivas; as habilidades
cognitivas e acadêmicas; ao mesmo tempo é importante: trabalhar na redução dos
problemas de comportamento; utilizar tratamento farmacológico se necessário;
que a família receba orientação e informação; que os professores recebam
assessoria e apoio necessários. (MELLO, 2007, p.28)

As escolas devem estar preparadas para que os alunos com autismo ou com
alguma necessidade educativa se desenvolva como cidadãos capazes de pensar,
aprender, construir e tomar decisões.

As crianças autistas podem frequentar escola regular, porém nelas ainda


existem carências, surgindo assim à necessidade de se procurar outra instituição
que ofereça ensino especial.

Os professores reconhecem mais não conseguem identificar o problema e as


necessidades das crianças autistas porque elas conseguem ler mais não sabem do
que se trata, conseguem resolver problemas matemáticos sem entender o
enunciado. É necessária a preparação dos profissionais, da comunidade educativa
que fazem parte da vida da criança autista para que dessa forma os alunos
aprendam e sejam inseridos na sociedade.

As dificuldades que as crianças autistas enfrentam podem ser superadas,


com acompanhamento especializado, utilização de técnicas bem aplicadas de
acordo com a necessidade de cada criança. A aprendizagem deve ser estimulada
pelos professores, e indispensavelmente pelos pais pois são eles os maiores
companheiros do dia a dia destas crianças.

9. CONCLUSÃO

A criança autista precisa de cuidados especiais, o apoio da família e de


especialistas é fundamental para o seu desenvolvimento. A criança precisa se sentir
amada e protegida, É preciso de tempo, paciência, calma,desempenho incentivo, e
motivação para uma criança autista aprender, pois dela é diferente e deve ser
respeitado.

Este transtorno é uma enfermidade do contato e da comunicação. e, para


ajudar pessoas com autismo a funcionar mais adaptativamente em nossa cultura, é
necessário conceber programas tendo como base os pontos fortes e déficits
fundamentais do autismo que afetam o aprendizado e as interações no dia a dia.

A educação é umas das ferramentas para desenvolver uma criança autista.


Através da educação essas crianças aprenderão tanto matérias acadêmicas quanto
atividades do cotidiano. A aprendizagem da criança autista não é fácil, contudo fica
evidente que com dedicação e amor estas crianças podem alcançar uma vida mais
independente e com qualidade.

O trabalho do educador é ver o mundo do autista através de seus olhos, e


usar esta perspectiva para integrá-lo ao nosso mundo de uma forma independente.
Para este entendimento e desenvoltura é preciso planejar programas educacionais
efetivos com a finalidade de vencer o desafio deste transtorno.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- http://www.pedagogia.com.br/artigos/autismo/index.php?pagina=1
- http://neuroconecta.com.br/autismo-em-meninas-por-que-e-mais-dificil-diagnosticar/
- https://www.webartigos.com/artigos/o-autista-na-aprendizagem-escolar/146272
- https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc12-3.pdf
- https://pedagogiaaopedaletra.com/o-aluno-autista-e-o-processo-de-aprendizagem/

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