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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL II


– 2018/01 -
Professora: Dra. Solange dos Santos Silva
E-mail: solange.silva@ufrgs.br
Monitora: Joice Maciel de Oliveira
Análise de Conteúdo

◦ Um conjunto de técnicas de análise de


comunicação visando obter, por
procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição de conteúdo das mensagens,
indicadores (qualitativos ou não) que
permitam a inferência de conhecimentos
relativos as condições de produção/
recepção dessas mensagens. (2011, p. 42).
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo.
Lisboa: Edições 70, 1994.
Professora de Psicologia da Universidade Paris V
Análise de Conteúdo
◦ Referência da disciplina:
MORAES, Roque. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p.
7-32, 1999.

• Metodologia de análise de dados qualitativos = um conjunto de passos


segundo os quais pode ser concebida e aplicada. Destaca-se neste sentido a
categorização, descrição e interpretação como etapas essenciais desta
metodologia de análise.
• Exploração qualitativa de mensagens e informações = metodologia de
pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de
documentos e textos.
• Ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de
seus significados num nível que vai além de uma leitura comum.
Análise de Conteúdo
◦A matéria-prima da • Um texto contém
análise de conteúdo pode muitos significados!
constituir-se de qualquer
material oriundo de (a) o sentido que o autor pretende expressar pode coincidir
comunicação verbal ou com o sentido percebido pelo leitor do mesmo;
não-verbal - trabalho de (b) o sentido do texto poderá ser diferente de acordo com
compreensão, cada leitor;
interpretação e (c) um mesmo autor poderá emitir uma mensagem, sendo
inferência que diferentes leitores poderão captá-la com sentidos
diferentes;
(d) um texto pode expressar um sentido do qual o próprio
autor não esteja consciente.
Análise de Conteúdo
 Interpretação pessoal por parte do pesquisador. Não é possível uma
leitura neutra. Toda leitura se constitui numa interpretação.

• Fundamentar-se numa explicitação • 1) Quem fala?


clara de seus objetivos ao utilizar a • 2) Para dizer o que?
análise de conteúdo: • 3) A quem?
Esta classificação se baseia numa • 4) De que modo?
definição original de Laswell, em que este • 5) Com que finalidade?
caracteriza a comunicação a partir de • 6) Com que resultados?
seis questões:
Análise de Conteúdo

Com base em Roque Moraes, o processo de Análise


de Conteúdo é constituído por cinco etapas:
Estas cinco etapas
1 - Preparação das informações; precisam ser
necessariamente
2 - Unitarização ou transformação do conteúdo em
unidades; precedidas das
definições normais que
3 - Categorização ou classificação das unidades em
categorias; acompanham um
projeto de pesquisa!
4 - Descrição;
5 - Interpretação.
Análise de Conteúdo
Etapa 1: 1.1-Identificar as diferentes amostras de
Preparação informação a serem analisadas.
1.2-Iniciar o processo de codificação dos materiais

2.1 - Definir a unidade de análise.


Etapa 2: 2.2 - Reler todos os materiais e identificar neles as unidades
Unitarização de análise.
2.3 - Isolar cada uma das unidades de análise.
2.4 - Definir as unidades de contexto.
Análise de Conteúdo
A categorização é um procedimento de
agrupar dados considerando a parte
comum existente entre eles.

Etapa 3:
Uma operação de classificação dos
elementos de uma mensagem seguindo
Categorização determinados critérios.

Deve fundamentar-se numa definição


precisa do problema, dos objetivos e
dos elementos utilizados na análise de
conteúdo.
Análise de Conteúdo
Etapa 3: • Válidas, pertinentes ou adequadas.:
Categorização Adequação se refere aos objetivos da análise.
A validade ou pertinência exige que todas as
categorias criadas sejam significativas e úteis em
termos do trabalho proposto, sua problemática,
Antes de mais nada as seus objetivos e sua fundamentação teórica.
categorias necessitam
ser: • Princípio da exaustividade ou
inclusividade: Possibilitar a categorização
de todo o conteúdo significativo definido
de acordo com os objetivos da análise.
Análise de Conteúdo
Etapa 3: • Critério da homogeneidade:
Categorização Significa poder afirmar que todo o conjunto é
estruturado em uma única dimensão de
análise.

Antes de mais nada as • Critério de exclusividade ou exclusão


categorias necessitam mútua: cada elemento possa ser classificado
ser: em apenas uma categoria

• Critério de objetividade, consistência


ou fidedignidade: critério de objetividade ou
consistência está
Análise de Conteúdo
Uma pesquisa numa abordagem qualitativa:
• Para cada uma das categorias será produzido um texto síntese
em que se expresse o conjunto de significados presentes nas
diversas unidades de análise incluídas em cada uma delas.
Etapa 4: Geralmente é recomendável que se faça uso intensivo de
Descrição “citações diretas” dos dados originais.
• De um modo geral a organização desta descrição será
determinada pelo sistema de categorias construído ao longo
da análise.
• Expressar os significados captados e intuídos nas mensagens
analisadas.
Análise de Conteúdo

• Análise de Conteúdo não deve se limitar á descrição.


• Compreensão mais aprofundada do conteúdo das
mensagens através da inferência e interpretação.
Etapa 5:
• O analista de conteúdo exercita com maior profundidade
Interpretação este esforço de interpretação e o faz não só sobre
conteúdos manifestos pelos autores, como também sobre os
latentes, sejam eles ocultados consciente ou
incoscientemente pelos autores.
Análise de Conteúdo
Etapa 5:
Interpretação Uma delas relaciona-se a estudos com uma
fundamentação teórica claramente explicitada a
priori. Nesses estudos a interpretação é feita através
de uma exploração dos significados expressos nas
categorias da análise numa contrastação com esta
No movimento fundamentação.
interpretativo podemos
salientar duas
vertentes: Na outra vertente a teoria é construída com base
nos dados e nas categorias da análise. A teoria
emerge das informações e das categorias.
Análise de Conteúdo
POSSIBILIDADES DE ABORDAGENS:

Tipo de Conteúdo que Dedutiva, Verificatória, Indutiva, Gerativa,


se propõe a analisar: Enumerativa e Objetiva. Construtiva e
• Conteúdo manifesto Parte de uma teoria Subjetiva. Busca
• Conteúdo latente estabelecida a priori, chegar a uma teoria,
precede a análise. emerge da análise.

A análise de conteúdo, numa abordagem qualitativa, ultrapassa o nível


manifesto, articulando o texto com o contexto psicossocial e cultural.
Análise de Conteúdo
◦ Referência da disciplina:
MINAYO, M. C. (2002). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Editora Vozes Limitada.

• Análise de Conteúdo: Muito mais do


Graduação em
Sociologia
que um conjunto de técnicas.
(1978), graduação • Verificação de Hipóteses e/ou
em Ciências questões. Através da Análise de
Sociais mestrado
em Antropologia
Conteúdo podemos encontrar respostas
Social pela (1985) para as questões formuladas e também
e doutorado em podemos confirmar ou não as
Saúde Pública
pela Fundação
afirmações estabelecidas.
Oswaldo Cruz • Descoberta do que está por trás dos
(1989). conteúdos manifestos.
Análise de Conteúdo
UNIDADES DE ANÁLISE
• Unidades de Contexto: imprime
• Unidades de Registro: significado às unidades de análises. É
Elementos obtidos através da a parte mais ampla do conteúdo a ser
decomposição do conjunto da analisado
mensagem. Podemos utilizar a • Elaboração de categorias – ideia de
palavra, a frase ou oração, o Classe ou Série. Trabalhar com elas
tema, etc. significa agrupar elementos, ideias ou
Personagem de uma narrativa expressões em torno de um conceito
C (etnia, nacionalidade, capaz de abranger tudo isso.
religião...), o acontecimento • Podem ser estabelecidas antes ou após o
relatado e o documento; trabalho de campo.
Análise de Conteúdo
1º) Um único princípio de classificação

Três Princípios de 2º) Conjunto de categorias deve ser exaustivo,


classificação para ou seja, deve permitir a inclusão de qualquer
estabelecermos resposta numa das categorias do conjunto.
conjuntos de 3º) As categorias do conjunto devem ser
CATEGORIAS: mutuamente exclusivas, ou seja, uma resposta
não pode ser incluída em mais de duas
categorias.

Após a formulação das Articular os dados com as categorias gerais, definidas


categorias: na fase anterior.
Análise de Conteúdo
Exemplo de Categorização: • Dentro dessa linha, trabalharíamos com a
categoria geral, entre outras de representação
• Tema de Pesquisa: Trabalho e social – entendida como pensamentos, ações e
Lazer sentimento que expressam a realidade em que
• Objetivo: Analisar como se vivem as pessoas, servindo para explicar,
configuram as relações entre justificar e questionar essa realidade.
trabalho e lazer para os • A partir dessa base, façamos de conta que um
operários de uma fábrica. de nossos procedimentos de investigação seria
• Objetivo Específico: a entrevista e uma das questões a serem
Identificar o significado de pesquisadas junto aos operários seria a
lazer segundo a opinião dos seguinte: O que é lazer para você? Fale
trabalhadores. livremente sobre isso.
Análise de Conteúdo
• Continuação do Exemplo de
categorização:

Conjunto de três categorias


• Após o relacionadas ao lazer:
trabalho de - Menciona lazer como algo em
campo, oposição ao trabalho (respostas
suponhamos “B” e “C”)
que tenhamos - Menciona lazer como diversão
as seguintes (respostas “A” e “E”)
respostas: - Não menciona nada sobre o
assunto (resposta “D”).
Análise de Conteúdo
Cronologicamente existem três fases da Análise de Conteúdo:

1º) Organização do
material. De acordo 2º) Aplicação. 3º) Tratamento dos
com os objetivos e Momento de dados (quanti ou
questões de estudos, aplicarmos o que foi qualitativo). Nessa
definimos a unidade de definido na fase fase devemos
registro, unidade de anterior. Fase longa, desvendar o
contexto, trechos fazer várias leituras do conteúdo subjacente
significativos e mesmo material. ao que está sendo
categorias manifesto.
Referências
◦ BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1994.

◦ MINAYO, M. C. (2002). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Editora Vozes Limitada.

◦ MORAES, Roque. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999.
Obrigada!
Boa noite.

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