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11/06/2011

Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão –FAINTVISA


Departamento de Farmácia
Bacharelado em Ciências Farmacêuticas

Alucinógenos

Profª Drª Diana Malta

Alucinógenos
São substâncias químicas que produzem
mudança na percepção, no pensamento e no
estado de ânimo (provocam alucinações).
Também conhecidas como:
•Psicodélicas
•Psicomiméticos
•Psicodislépticos
•Ilusiogênico

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Alucinógenos
• Embora as alucinações se manifestem
geralmente por alterações visuais, elas também
podem ser: auditivas (percepção de sons irreais),
olfativas, gustativas (percepção de sabores irreais
e normalmente desagradáveis) e táteis
(vinculada ao tato e que geralmente têm caráter
obsessivo e desagradável).

Alucinógenos-Classificação

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Alucinógenos-Classificação

Alucinógenos-Classificação

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Alucinógenos-Classificação

LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Derivado da ergotamina (alcalóide do “ergot”),
produto do metabolismo do fungo Claviceps
purpurea.

Claviceps purpurea – “esporão do centeio”


Europa e América do Norte

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LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Sintetizado em 1938 pelo químico suíço Albert
Hofmann que trabalhava na Sandoz. Investigar
possíveis usos terapêuticos de compostos
obtidos do ergot.

LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Histórico
LSD-25

•LSD (1938)
estudo com animais – não promissores
•1943 – Hofmann decidiu retornar seus estudos com o
LSD
-exposição acidental: primeira experiência com LSD.

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LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


HISTÓRICO
“Após 40 minutos, eu percebia os seguintes sintomas em meu laboratório:
tontura leve, agitação, dificuldade em concentração, distúrbios visuais,
hilaridade espontânea...mais tarde, perdi a noção de tempo. Percebi com
espanto que meu ambiente estava progressivamente alterando. Meu
campo visual oscilava e tudo parecia deformado. Espaço e tempo
tornaram-se mais desorganizados e fui tomado por um intenso temor de
estar saindo de minha consciência. A pior parte é que eu estava
claramente consciente da minha condição...ocasionalmente, eu sentia
como se estivesse fora do corpo...pensei que ia morrer. Meu ego parecia
suspenso em algum lugar no espaço, de onde via meu corpo deitado no
sofá...eu estava particularmente impressionado como o barulho de uma
gota caindo de uma torneira ou uma palavra dita se transformava em
ilusões ópticas...

LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


•Década de 50 - sem encontrar uso terapêutico,
a Sandoz tornou o LSD-25 disponível para
pesquisas na área de psicoterapia.
-Ajudaria pacientes a verbalizar seus problemas.
-Modelo de estudo para a psicose.
LSD (DIETILAMIDA DO ÁCIDO LISÉRGICO)

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LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


HISTÓRICO
•Anos 60 Timothy Leary (psicológo – Harward)
-Demitido da Universidade de Harward por envolver seus
alunos com experimentos com LSD. – “papa do LSD”

Beatles: “Lucy in the Sky with Diamonds”


“Pinte você mesmo em um barco em um rio
Com pés de tangerina e céus de marmelada
Alguém o chama, você responde muito lentamente
Uma menina com olhos de caleidoscópio
Flores de celofane amarelo e verde
Sobressaindo sobre sua cabeça
Procure a menina com o sol nos olhos
e ela se foi Lucy no céu com diamantes”

LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Padrão de uso
•Geralmente oral/ administração sublingual
•Doses 25-50µg, mas podem chegar a 300µg.
•Selos ou micropontos

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LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Selos de LSD

LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Selos de LSD

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LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Padrão de uso
• Raramente usado todos os dias
• consumo esporádico
• universitários, arRstas, classe média alta
• idade: 18-23 anos
• início maconha; 4 a 6 meses mais tarde - LSD
• consumo com amigos; raramente isolados
• crenças mágico-místicas
• aRtudes não agressivas
• sensibilidade à arte, música, senRmentos humanos

LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Estágios de ação:
-Período de latência (0,5 a 3h).
-Modificações físicas (sensação de frio, suor, midríase, dor de cabeça).
-Período intermediário (medo, angústia).
-Período de síndrome psíquica e afetiva.
-Modificação do tempo vivido.
-Modificação da sensação de espaço.
-Modificação das sensações do próprio corpo.
-Modificações afetivas
-Modificações do curso do pensamento.
-Alucinações (principalmente visuais) - cores vívidas, imagens distorcidas.
Sinestesia.

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LSD- Dietilamina do Ácido Lisérgico


Representação de um indivíduo
distorcido pelo LSD. O desenho
foi feito por um indivíduo sob o
efeito da droga e que
representou como lhe pareceu
seu corpo na hora (Biblioteca
Científica Life, 1965)

LSD- Dietilamina do
Ácido Lisérgico

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LSD – MECANISMO DE AÇÃO

• Mecanismo exato ainda não é conhecido

• Atua sobre vários subtipos de receptores 5-HT, e no SNC


como agonista dos receptores pré-sinápticos 5-HT2
mimetizando efeitos do sistema serotoninérgico.

• córtex cerebral: humor, cognição, percepção.

Outros Efeitos
• Duração dos efeitos psicodélicos: 6-8 horas.
• Dose letal: 14.000 µg. Mortes atribuídas ao uso de
LSD são resultado de acidentes, homicídios ou suicídios.
• Estado psicótico crônico ou persistente,
• Recorrente desordem afetiva (depressão),
• Exacerbação de problemas psiquiátricos pré-
existentes,
• Alteração na personalidade (‘burnout’),
• “Bad trip”
• “Flashbacks”.

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“Flashbacks”
Recorrências fragmentares (episódios de curta duração) de
efeitos alucinógenos (distorções visuais, intensificação de
uma cor percebida, aparente movimento de um objeto fixo)
que ocorre quando o indivíduo fez uso de alucinógenos no
passado.

“Bad trip”
Terminologia usada por usuários para designar efeitos
adversos do uso de alucinógenos (sentimento de perda de
controle, distorções da imagem do corpo, alucinações
bizarras e aterrorizantes, medo da morte, desespero, pânico,
tendência suicida).Alguns sintomas físicos também podem ser
incluídos como suor, palpitação, náuseas, parestesia.

Tolerencia- LSD
• Desenvolve rapidamente (TAQUIFILAXIA) – ef.
comportamentais
• 100 µg – 5 dias seguidos
• Nenhum efeito após 5º dia
• Sensibilidade retorna após intervalo equivalente
• TOLERÂNCIA CRUZADA:
• Existe entre LSD e mescalina, psilocibina.
•NÃO EXISTE ENTRE LSD, anfetamina,
escopolamina, THC.

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Dependência e Síndrome de
Abstinência - LSD
• Potencial para induzir dependência é muito
baixo.
• NÃO SÃO REFORÇADORES PRIMÁRIOS.
• Em geral, não dão origem a padrão de uso
repetido
por períodos prolongados.
• Não ocorre síndrome de abstinência após
interrupção de uso

PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME

+ =
Chacrona Cipó Jagube Hoasca, Daime, Yajé,
Natema, Vegeta
Plantas amazônicas

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PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME

PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME
•DMT: estruturalmente semelhante à serotonina. Ação agonista
serotoninérgica produz uma série de alterações cognitivas,
sensoriais e emocionais.
Ocorre sinergismo: a DMT seria oxidada pela MAO periférica, a
qual está inibida pelas beta-carbolinas, acarretando aumento
de sua absorção. Isso causa sensação de bem-estar ao
indivíduo, impulso sexual e alucinações (visualização de
animais, comunicação com
divindades ou demônios e vôos para lugares distantes).
-Os efeitos iniciais são caracterizados por vertigem, náuseas e
euforia

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PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME
Linguagem Quéchua: AYA = espírito, alma. HUASCA = vinho
USO RELIGIOSO:
•Utilizada em rituais indígenas para “liberar a alma de seu
confinamento corporal”.
•Seitas religiosas:
União do Vegetal (UDV) e Santo Daime

ILUMINÓGENO

PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME
USO RELIGIOSO DA AYAHUASCA
Amparado por lei:
CONSELHO NACIONAL ANTIDROGAS
em Resolução de 04 de novembro de 2004
“...reconhece a legitimidade, juridicamente, do uso
religioso da ayahuasca, e que o processo de
legitimação iniciou-se a mais de dezoito anos, com a
suspensão provisória das espécies vegetais que a
compõem, das listas da Divisão de Medicamentos-
DIMED, por resolução do Conselho Federal de
Entorpecentes-CONFEN...

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PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME
USO RELIGIOSO DA AYAHUASCA
•Homens e mulheres (13 a 90 anos)

EFEITOS A LONGO PRAZO:


A avaliação psicológica de usuários de longo prazo não encontrou evidências de
prejuízos nas atividades mentais. Funções cognitivas, fluência verbal, habilidade
matemática, motivação, bem-estar emocional e personalidade foram alguns dos
parâmetros avaliados no estudo.

CALLAWAY, J.C. et al. Pharmacokinectics of Hoasca alkaloids in healthy


humans. J. Ethnopharmacol., v.65, p.243-256, 1999.

•No entanto, para indivíduos com tendências a quadros psicóticos, seu


uso implica atenção espec

PLANTAS ALUCINÓGENAS
AYAHUASCA – ‘CHÁ DO SANTO DAIME
TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA

O fenômeno de tolerância pode ser observado após seu uso regular, porém
não tem sido constatado potencial de causar dependência. Ao contrário, a
ayahuasca tem sido sugerida como adjunto no tratamento da dependência
ao álcool e outras drogas de abuso .

MCKENNA, D.J. Clinical investigations of the therapeutic potential of


ayahuasca: rationale and regulatory challenges. Pharmacol. Ther., v. 102,
p.111-129, 2004

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PLANTAS ALUCINÓGENAS
PEYOTE – Lophophora williamsii

PLANTAS ALUCINÓGENAS
PEYOTE – Lophophora williamsii
ORIGEM:
Rituais sagrados dos astecas e outros indígenas mexicanos.
Atualmente: legalmente disponível para uso em rituais religiosos nos EUA:
Native American Church.

FARMACOCINÉTICA:
•Rapidamente absorvido, concentrações
atingem o cérebro de 30-90 min.
•Efeitos de uma dose simples persiste por 10
horas.
EFEITOS:
•Efeitos simpatomiméticos (hiperreflexia dos
membros, tremores), alucinações
visuais (luzes coloridas, desenhos geométricos,
animais e ocasionalmente
pessoas).

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PLANTAS ALUCINÓGENAS
NOZ MOSCADA – Myristica fragran

EFEITOS:
•Ingestão de grandes quantidades (2 colheres de chá) induz euforia,
alucinações visuais, reações psicóticas agudas, despersonalização
(após 2 a 5 horas).
•Vômitos, náuseas, tremores, dores no corpo, convulsões.
•Não há problemas em seu uso na culinária – pequenas quantidades

COGUMELOS ALUCINÓGENOS
PSILOCYBE

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COGUMELOS ALUCINÓGENOS
PSILOCYB

COGUMELOS ALUCINÓGENOS
PSILOCYB

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ALUCINÓGENOS
PROVENIENTES DE ANIMAIS

PSICODÉLICOS ANTICOLINÉRGICOS

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PSICODÉLICOS ANTICOLINÉRGICOS
Atropa Belladonna:

•ÁTROPOS: deusa grega do destino –


cortava a “linha da vida”
•Belladonna: “mulher graciosa” – pupila
dilatada era considerada como sinal de
beleza.
•Relacionado com bruxaria na Idade
Média. Fonte de veneno.

Entre as plantas temos as popularmente


conhecidas como Saia Branca, Lírio, Trombeta,
Trombeteira, Zabumba, Cartucho, Estramônio,
entre outras.

Brugmansia suaveolens

OUTROS ANTICOLINÉRGICOS

Também são usados anticolinérgicos em altas doses como o


Thrihexafenidol (Artane) e o Biperideno (Akineton)

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PSICODÉLICOS ANTICOLINÉRGICOS
Mecanismo de Ação
• Atropina e escopolamina são antagonistas de
receptores de acetilcolina. Bloqueiam o acesso de
acetilcolina a esses receptores.
Efeitos
•Boca seca, reduz sudorese, aumenta a temperatura
corporal, pupilas
dilatadas, visão embaçada, taquicardia.
•SNC: euforia, amnésia, confusão mental, perda de
atenção e
consciência, delírio – padrão de abuso não repetitivo.
•Em doses altas: parada respiratória, coma e morte.

PSICODÉLICOS ANESTÉSICOS

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PSICODÉLICOS ANESTÉSICOS
FENCICLIDINA:

•Introduzida como analgésico-anestésico na década de 50; seu uso foi


descontinuado pois causava reações psiquiátricas adversas como
agitação, euforia, delírio, desorientação e alucinações.
•A partir de 1960, seu uso foi restrito à medicina veterinária.
•No mercado ilícito recebeu o nome de PCP (peace pill). Também
conhecido como pó de anjo e “hog”.
•Aparece na forma de pós, cápsulas, comprimidos e cristais (utilizada
pelas vias oral, intravenosa, intranasal e pulmonar).

MECANISMO DE AÇÃO:
•Age como antagonista de receptores N-metil-D-aspartato (NMDA),
um
dos tipos de receptores glutamatérgicos

PSICODÉLICOS ANESTÉSICOS

FENCICLIDINA:

•Sintomas característicos do abuso (doses normais de 7 a 10 mg):


alienação, fala arrastada e incoerente, perda de coordenação seguida de
sensação de força e invulnerabilidade, olhar vago, movimento rápido de
olhos, alucinações auditivas e distorção de imagens.

•Uso contínuo: paranóia, hostilidade e esquizofrenia (podendo se


manifestar com uma única dose em alguns casos).

•PCP é a única droga psicodélica em que foi verificado padrão de


autoadministração em macacos. De fato, o padrão compulsivo também é
visto em humanos. PCP parece estimular o centro de recompensa do
cérebro (dopamina).

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PSICODÉLICOS ANESTÉSICOS

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