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discutidas e à relevância do interesse público envolvido, como bem expressa o art. 102, I, “f”
da Constituição Federal, a seguir transcrito:
CF/88:
1
CF/88: Art. 201. (...) § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes
de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
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nesse cadastro federal pode sujeitá-la a efeitos gravosos, com desdobramentos para a
transferência de recursos. 3. Em cognição primária e precária, estão presentes o sinal do
bom direito e o perigo da demora. 4. Medida liminar referendada.
(STF. AC 3775 MC-Ref / DF. Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA. Julgamento:
07/10/2015. Órgão Julgador: Tribunal Pleno)
Exercício:2018
UF:DF
Ente: Governo do Distrito Federal
Nº Análise:A133768/2017
Item de Análise: Rev. Seg. Massa em Desacordo com a Legislação
Tipo de Documento: SPPS. Revisão Plano de Custeio e de Segreg. de Massa
Descrição do Item de Análise: O critério em questão dá cumprimento ao art. 22. da
Portaria MPS nº 403 de 10 de dezembro de 2008, que complementa o art. 25 da mesma
Portaria, em que determina (in verbis): "Observado o disposto no artigo 25, o RPPS que
implementar a segregação da massa, somente poderá alterar os seus parâmetros ou
desfazê-la, mediante prévia aprovação da SPS."
Fundamentação Legal: Arts. 1º, I e 9º da Lei nº 9.717/1998; art. 5º, § 14, da Portaria
MPS nº 204/2008 e art. 20 a 21 da Portaria MPS nº 403/2008
Orientações:
Conclusão do Item de Análise
Introdução: Trata-se notificação relativa a irregularidade no processo de Revisão de
Segregação da Massa relativo ao RPPS do Governo do Distrito Federal a partir da
aprovação da Lei Complementar nº932/2017.
Elementos Analisados: Lei Complementar Distrital nº 932/2017 e Portaria MPS nº
403/2008.
Análise da situação: Conforme apontado Nota Técnica SEI nº 4/2017/SPPPS/SPREV-
MF.
Conclusão da Análise: Conforme apontado Nota Técnica SEI nº
4/2017/SPPPS/SPREV-MF, o ente federativo deverá promover o saneamento das
irregularidades apontadas nesta Nota Técnica, no prazo determinado nesta notificação,
ficando sujeito a irregularização no critério do Equilíbrio Financeiro e Atuarial.
Situação do Item da Análise: Notificação sem resposta. Prazo expirado. Situação
irregular
Data da situação do item de análise:26/12/2017
Anexos:
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Arquivos/Pareceres
Nota técnica SEI nº4_2017_CGACI_SRPPS_SPREV-MF.pdf
Ofício SEI nº46_2017_SPREV-MF.pdf
Dados da Notificação
Nº Notificação: 050981.01/2017
Data Notificação: 08/11/2017
Prazo para Resposta (Dias): 45 dias
Data de Preclusão: 26/12/2017
Introdução: Trata-se notificação relativa a irregularidade no processo de Revisão de
Segregação da Massa relativo ao RPPS do Governo do Distrito Federal a partir da
aprovação da Lei Complementar nº932/2017.
Elementos Analisados: Lei Complementar Distrital nº 932/2017 e Portaria MPS nº
403/2008.
Análise da situação: Conforme apontado Nota Técnica SEI nº 4/2017/SPPPS/SPREV-
MF.
Texto da Notificação: Fica o ente federativo NOTIFICADO de que, conforme análise
realizada a partir das informações constantes no Demonstrativo de Resultado da
Avaliação Atuarial - DRAA, foi constatado o descumprimento das normas aplicáveis às
avaliações e reavaliações atuariais dos Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS,
estabelecidas pela Portaria MPS nº 403, de 10.12.2008, e dos parâmetros e as diretrizes
gerais para organização e funcionamento dos RPPS.
Consequências em caso de não atendimento: O não atendimento implicará em
irregularização junto ao Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência
Social - CADPREV, no critério “Equilíbrio Financeiro e Atuarial”, com fundamento na
Lei nº 9.717, de 27.11.1998, na Portaria MPS nº 402, de 10.12.2008, e Portaria MPS nº
204, de 10.07.2008, resultando na suspensão da emissão do Certificado de Regularidade
Previdenciária - CRP
Informações adicionais para regularização: Constantes da Nota Técnica SEI nº
4/2017/SPPPS/SPREV-MF.
Histórico de Notificações do Item de Análise
regime de financiamento para todo o RPPS, nos moldes do que era comum
anteriormente à edição da Lei nº 9.717/98;
d) que o Fundo Solidário Garantidor teria sido criado para financiar o déficit
financeiro e atuarial do Fundo Financeiro deficitário, constituindo-se um fundo dentro
de um fundo, construção aparentemente destinada a justificar operações que não
apresentam fundamentação nas normas gerais de organização e funcionamento dos
RPPS, impressão que é corroborada quando se tem em conta a proposta originalmente
encaminhada pelo GDF à Câmara Legislativa que determinava, em seu art. 46, que as
disponibilidades financeiras do DFPREV existentes na data de publicação daquela lei
seriam incorporadas ao Fundo Financeiro (sem trânsito, portanto, por qualquer outro
fundo);
Decreto nº 3.788/2001:
§ 2º O CRP será cancelado por reforma da decisão judicial que fundamentou sua emissão ou por
emissão indevida.
§ 3º Excepcionalmente, a SPS poderá fornecer certificado específico para cumprimento de
decisão judicial nos casos em que se determine a suspensão de irregularidades relacionadas à Lei
nº 9.717, de 1998, ou a regularização da situação do ente federativo quanto ao regime próprio de
previdência social nos cadastros da União. (Incluído pela Portaria MPS nº 1, de 06/01/2011)
Art. 3º Para acompanhamento e supervisão dos regimes de previdência social da União, dos
Estados do Distrito Federal e dos Municípios, a SPS desenvolverá e manterá o Sistema de
Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social - CADPREV.
(...)
Art. 4º O CRP será exigido nos seguintes casos:
I - realização de transferências voluntárias de recursos pela União;
II - celebração de acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como recebimento de
empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da
Administração direta e indireta da União;
III - liberação de recursos de empréstimos e financiamentos por instituições financeiras federais;
e
IV - pagamento dos valores devidos pelo Regime Geral de o Previdência Social - RGPS, em
razão do disposto na Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999.
§ 1 º Aplica-se o disposto neste artigo aos requerimentos para realização de operações de crédito
interno e externo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do art. 21, inciso
VIII, da Resolução nº 43, de 2001, do Senado Federal.
§ 2º Para fins de aplicação do inciso I, excetuam-se as transferências relativas às ações de
educação, saúde e assistência social.
§ 3º O responsável pela realização de cada ato ou contrato previsto nos incisos do caput deverá
juntar ao processo pertinente, ou atestar nos autos, a verificação da validade do CRP do ente da
federação beneficiário ou contratante, no endereço eletrônico do Ministério da Previdência
Social - MPS na rede mundial de computadores - Internet, mencionando seu número e data de
emissão.
§ 4º O servidor público que praticar ato com a inobservância responderá civil, penal e
administrativamente, nos do disposto no § 3º termos da lei.
§ 5º O CRP cancelado nos termos do art. 2º, § 2 , continuará disponível para consulta com a
indicação do motivo de seu cancelamento.
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CF/88: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...) II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
3
CF/88: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)
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Constituição Federal:
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto
se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)
I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
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I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o
falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite,
caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003)
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se
o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão
fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no §
3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
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§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Assim, devem ser afastados os poderes fixados à UNIÃO pelos artigos 7º, 8º e
9º da Lei nº 9.717/98, a saber:
Lei nº 9.717/98:
Art. 7º O descumprimento do disposto nesta Lei pelos Estados, Distrito Federal e Municípios e
pelos respectivos fundos, implicará, a partir de 1º de julho de 1999:
Constituição Federal:
TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Qualquer ingerência que a UNIÃO realize sobre os RPPS dos entes regionais
que interfira no modo de gerenciamento do RPPS, impondo formas de organização dos órgãos
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gestores dos fundos previdenciários, bem como formas de financiamento e custeio do regime
previdenciário deve ser considerada inconstitucional por exorbitar a competência da UNIÃO
em matéria de Regime Próprio de Previdência Social.
Constituição Federal:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.
Ref, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 01.8.2013, Dje 9.8.2013
e na AC 2973 MC, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira Turma, Dje 07.3.2012).
Quanto à pretendida antecipação dos efeitos da tutela, anoto que este Supremo Tribunal,
em casos análogos, ainda que referentes a outros cadastros de inadimplentes, tem
igualmente deferido tutela de urgência para o específico fim de evitar ou remover a
inscrição de membro da Federação, considerados os prejuízos decorrentes para o
exercício das funções primárias do ente político, sobretudo no tocante à continuidade
da execução das políticas públicas. Tem-se por configurada, nessa linha, a presença de
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Confira-se o seguinte precedente,
da lavra do eminente decano desta Corte:
Do voto ali proferido pelo Ministro Edson Fachin, extraio o seguinte trecho:
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Tal entendimento vem sendo reiterado pela jurisprudência desta Corte Suprema. Cito as
ementas de alguns outros julgados:
Ante o exposto, defiro parcialmente, ad referendum do Plenário desta Corte (art. 5º,
IV, c/c art. 21, V, do RISTF), a antecipação dos efeitos da tutela, para determinar que
a União suspenda a inscrição dos autores nos seus cadastros de inadimplentes
(CADPREV), em decorrência dos fatos alegados nestes autos (reversão, para o
Fundo Financeiro de Previdência, de valores relativos ao superávit apresentado pelo
Fundo Previdenciário do Distrito Federal - DFPREV apurado na avaliação atuarial de
2016, realizada com fundamento na Lei Complementar distrital nº 920/2016), bem
como emita o regular Certificado de Regularidade Previdenciária - CRP, se este
for o exclusivo motivo de sua negativa.
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É por esse motivo que os autores pugnam, nesta oportunidade, pela concessão
de antecipação dos efeitos da tutela pretendida, haja vista que se trata de utilização de normas
infralegais por parte da União para impor indevidas restrições aos Estados, conduta essa
inconstitucional de arvorar-se no exercício de um poder de polícia e de fixar sanções
administrativas em face dos entes federativos na gestão do seu RPPS.
redefinição da data de corte que deve ser aplicada para separação dos grupos de
participantes), pois, nestes casos, produzindo forte impacto na estrutura de custeio dos
fundos e no modelo de financiamento do sistema, a reordenação pretendida necessita
ser validada tecnicamente com vistas a que seja aferido se a iniciativa observa as normas
aplicáveis e se assegura a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
43. Para tanto, deverá o ente federativo encaminhar justificativa técnica
demonstrando a viabilidade orçamentária e financeira da segregação da massa
modelada segundo os novos parâmetros que se pretende adotar e a avaliação
atuarial em que a iniciativa tenha sido objeto de estudo e figure como alternativa
ao equacionamento do deficit atuarial, nos termos do que dispõem os §§ 4° e 5° do
art. 20 da Portaria MPS n° 403, de 2008.
44. Ao analisar a justificativa técnica, com os fluxos das receitas e despesas do plano
financeiro e do plano previdenciário, a SPREV verifica se a proposta implica redução
dos aportes destinados ao RPPS ou é contrária à capitalização necessária para assegurar
a eficiência e economicidade do sistema, exigindo, se for o caso, a comprovação dos
requisitos elencados no dispositivo acima.
45. O GDF não cumpriu o procedimento previsto no art. 22 da Portaria MPS n° 403, de
2008, acima transcrito, já que encaminhou para apreciação da CLDF proposta que
resultou na edição da Lei Complementar n° 932, de 2017, sem antes submeter as
alterações ali pretendidas à aprovação prévia desta Secretaria, transgressão que o
Executivo distrital perpetra, uma vez mais, repetindo-se expediente por ele adotado
quando do encaminhamento das proposições que vieram a se transformar na Lei
Complementar n° 899, de 2015, e na Lei Complementar n° 920, de 2016.
46. Face ao exposto, conclui-se que o Governo do Distrito Federal, mais uma vez, não
observou a regra prevista no art. 22 da Portaria MPS n° 403, de 2008, regra prudencial,
fundamentada no art. 9º da Lei 9.717, de 1998, que objetiva que os entes federativos
comprovem que alterações no regramento do regime próprio de previdência social dos
seus servidores atendem ao princípio constitucional do equilíbrio financeiro e atuarial,
evitando-se que sejam promovidas alterações na modelagem atuarial dos regimes
previdenciários que possam levá-los à situação ou a modelo anteriores à edição, em
1998, da norma geral que regula esses regimes, como parece ser, agora, o caso das
mudanças que estão sendo promovidas pela Lei Complementar N° 932, de 2017.
(...)
Com efeito, tais razões não prosperam, haja vista que o Distrito Federal,
buscando solucionar a sua grave crise fiscal e previdenciária, e diante do fato de não ter evoluído
a reforma da Previdência no âmbito federal, aprovou uma profunda reforma em seu sistema
previdenciário.
O Fundo Solidário Garantidor, por sua vez, não possui natureza jurídica de fundo
previdenciário, em sua essência etimológica e técnica, mas sim, corresponde a um fundo de
solvência ou reserva patrimonial garantidora para assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial do
Fundo Financeiro de Previdência Social (repartição simples) ou do Fundo Capitalizado dos
Servidores do Distrito Federal. É importante observar esse traço diferencial quanto à natureza
jurídica do Fundo Solidário Garantidor, cotejando-o com a natureza jurídica diferenciada dos
demais fundos previdenciários do Distrito Federal, pois não estaria o mesmo submetido às
regras de investimentos fixadas pela Resolução CMN 3922/2010, mas apenas a regras de
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LC 109/2001 (União)
Constituição Federal:
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo
e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Deflui daí que não possuem fundamento jurídico eventuais alegações que
conduzam ao entendimento de que não poderia o Distrito Federal rever a forma de organização
e custeio do seu RPPS.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam
regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de
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cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem
concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei
de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos
de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá
ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação
do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
(...)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para
os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142,
§ 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
E ainda, a Constituição Federal (art. 249 CF) faculta aos entes federativos que
instituíram seu RPPS a criar um fundo capitalizado para o custeio do plano de benefícios.
É importante reafirmar que não estão os entes federativos que instituíram seus
RPPS obrigados a realizar o custeio do regime previdenciário dos seus servidores efetivos
através do regime de capitalização, sendo possível manter o pagamento das prestações
previdenciárias através do regime financeiro de caixa, como ocorre com a folha de pagamento
dos servidores ativos.
CONCLUSÕES
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Brasília, 7 de junho de 2018.