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Papiloscopista Policial
ÍNDICE
1. - Língua Portuguesa
1.1. - Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). ....................................................................................... 01
1.2. - Sinônimos e antônimos............................................................................................................................................................................ 09
1.3. - Pontuação. ............................................................................................................................................................................................... 09
1.4. - Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que
imprimem às relações que estabelecem........................................................................................................................................................... 11
1.5. - Concordância verbal e nominal. .............................................................................................................................................................. 28
1.6. - Regência verbal e nominal. ..................................................................................................................................................................... 21
1.7. - Colocação pronominal. ............................................................................................................................................................................ 11
1.8. - Crase. ...................................................................................................................................................................................................... 10
2. - Noções de Direito
2.1. - Constituição Federal: artigos 1.º a 14, 37, 41 e 144. ............................................................................................................................... 01
2.2. - Direitos Humanos - conceito e evolução histórica. .................................................................................................................................. 06
2.2.1. - Estado Democrático de Direito. ............................................................................................................................................................ 06
2.2.2. - Direitos Humanos e Cidadania. ............................................................................................................................................................ 06
2.3. - Direito Penal: ........................................................................................................................................................................................... 28
2.3.1. - Crime e contravenção. .......................................................................................................................................................................... 53
2.3.2. - Crime doloso e crime culposo............................................................................................................................................................... 54
2.3.3. - Crime consumado e crime tentado. ...................................................................................................................................................... 54
2.3.4. - Excludentes de ilicitude. ....................................................................................................................................................................... 57
2.3.5. - Desistência voluntária, arrependimento eficaz e arrependimento posterior. ........................................................................................ 57
2.3.6. - Dos Crimes contra a Vida - artigos 121 a 128. ..................................................................................................................................... 57
2.3.7. - Das Lesões Corporais - artigo 129. ...................................................................................................................................................... 58
2.3.8. - Dos Crimes contra o Patrimônio - artigos 155 a 180. ........................................................................................................................... 58
2.3.9. - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral - artigos 312 a 327. ............................................ 61
2.4. - Legislação: ............................................................................................................................................................................................... 62
2.4.1. - Lei n.º 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro). .................................................................................................................................. 62
2.4.2. - Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo (Lei Complementar n.º 207 de 05.01.1979, Lei Complementar n.º 922/02 e
Lei Complementar n.º 1.151/11). ...................................................................................................................................................................... 90
2.4.3. - Lei nº 12.037 de 1º. De outubro de 2009 (Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado). ................................... 114
2.4.4. - Lei Federal n.º 12.527 de 18.11.2011 (Lei de Acesso à Informação) e Decreto Estadual n.º 58.052 de 16.05.2012. ...................... 100
3. - Noções de Criminologia
3.1. - Criminologia: conceito, método, objeto e finalidades. ............................................................................................................................. 01
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3.2. - Evolução histórica, teorias e escolas criminológicas. .............................................................................................................................. 01
3.3. - Fatores condicionantes e desencadeantes da criminalidade. ................................................................................................................. 26
3.4. - Vitimologia. .............................................................................................................................................................................................. 42
3.5. - Prevenção do delito. ................................................................................................................................................................................ 49
4. - Noções de Lógica
4.1. - Razão e proporção. ................................................................................................................................................................................. 01
4.2. - Grandezas proporcionais. ........................................................................................................................................................................ 02
4.3. - Porcentagem. ........................................................................................................................................................................................... 03
4.4. - Regras de três simples. ........................................................................................................................................................................... 04
4.5. - Teoria dos conjuntos................................................................................................................................................................................ 04
4.6. - Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e irracionais). ............................................................................................ 04
4.7. - Operações com conjuntos numéricos...................................................................................................................................................... 04
4.8. - Verdades e mentiras. ............................................................................................................................................................................... 25
4.9. - Sequências lógicas com números, letras e figuras. ................................................................................................................................ 25
4.10. - Problemas com raciocínio lógico, compatíveis com o nível fundamental completo. ............................................................................. 25
5. - Noções de Informática
5.1. - MS-Windows 7: instalação e configuração, conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de
transferência, manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos. ........ 01
5.2. - MS-Office 2010. ....................................................................................................................................................................................... 10
5.2.1. - MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes, colunas,
marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras, numeração de páginas e inserção de objetos. .................... 10
5.2.2. - MS-Excel 2010: definição, barra de ferramentas, estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e
gráficos, elaboração de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, inserção de objetos e classificação de dados. ................... 12
5.2.3. - Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. .............................................. 18
5.2.4. - Internet: Conceito, provedores, protocolos, navegação na Internet, links, sites, buscas, vírus. .......................................................... 18
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APOSTILAS OPÇÃO
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO-LITERÁRIOS) do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto TEXTO NARRATIVO
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen- ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui dos fatos.
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
da fonte e na identificação do autor. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
heroína, personagem principal da história.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a xemplo:
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
resses entre as personagens. que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
nos sombrios por vir”.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- Exemplo:
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
cionados ao principal. no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- (José Lins do Rego)
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- TEXTO DESCRITIVO
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
narrativo.
Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, unificada.
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
to que aconteceu depois. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo pouco.
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
espírito. transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
zado por : vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
tiva que é feito em 1a pessoa. cial e econômico .
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: infor- Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
mação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto por um patrulheiro.
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor-
dado. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
quem? como? quando? por quê e para quê?.
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni- O Artigo de Opinião
cas, as resenhas de espetáculos. Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida-
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários considerado, ou merece ser, objeto de debate.
aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla- Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e
mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire- as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
mos a eles em outro momento. posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuida- divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
da, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações,
ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia
descrevem experimentos. dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação
referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o
que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces- nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara
sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que
concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o distinguem frequentemente o discurso direto.
que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma
planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro,
suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi-
luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares,
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. etc.
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao nutrem-se do liberalismo’
registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado. Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam nutriam -se do liberalismo'
com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
planta crescerá mais rápido. enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
emissor.
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
manchas marrons devido ao excesso de umidade. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi-
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen- Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese,
cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes
as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabe-
etapas do processo. lecida entre os fatos e a conclusão.
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. pronomes retos:
• Esta casa é antiga. (esta) Convidei ELE (errado)
• Meu livro é antigo. (meu) Chamaram NÓS (errado)
Convidei-o. (certo)
Classificação dos Pronomes Chamaram-NOS. (certo)
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
de tratamento: ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; reto seu emprego como complemento:
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; Informaram a ELE os reais motivos.
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; Emprestaram a NÓS os livros.
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- Eles gostam muito de NÓS.
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
trem, nada, cada, algo. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- errado seu emprego como complemento:
terrogativas. Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
PRONOMES PESSOAIS
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
curso: preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
1ª pessoa: quem fala, o emissor. MIM e TI:
Eu sai (eu) Ninguém irá sem EU. (errado)
Nós saímos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
binações possíveis são as seguintes:
Vossa Santidade V.S. papas me+o=mo me + os = mos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados te+o=to te + os = tos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores lhe+o=lho lhe + os = lhos
nos + o = no-lo nos + os = no-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
cês. lhes + o = lho lhes + os = lhos
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o Emprego dos Demonstrativos
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta. 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- fala).
gem escrita. Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Isto que carregamos pesa 5 kg.
PRONOMES POSSESSIVOS b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- Este coração não pode me trair.
indo-lhes a posse de alguma coisa. Esta alma não traz pecados.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Tudo se fez por este país..
livro pertence a 1ª pessoa (eu) c) Para indicar o momento em que falamos:
Eis as formas dos pronomes possessivos: Neste instante estou tranquilo.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Deste minuto em diante vou modificar-me.
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Um dia destes estive em Porto Alegre.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa qual se inclui o momento em que falamos:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Nesta semana não choveu.
você). Neste mês a inflação foi maior.
Este ano será bom para nós.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Este século terminará breve.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este assunto já foi discutido ontem.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Tudo isto que estou dizendo já é velho.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Só posso lhe dizer isto: nada somos.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
suas mãos). quem se fala):
Não me respeitava a adolescência. Esse documento que tens na mão é teu?
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. Isso que carregas pesa 5 kg.
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Esse teu coração me traiu.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Essa alma traz inúmeros pecados.
1. Cálculo aproximado, estimativa: Quantos vivem nesse pais?
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história jamos distância:
O nosso homem não se deu por vencido. O povo já não confia nesses políticos.
Chama-se Falcão o meu homem Não quero mais pensar nisso.
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Eu cá tenho minhas dúvidas Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Cornélio teve suas horas amargas O que você quer dizer com isso?
4. Afetividade, cortesia
Como vai, meu menino? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo falamos:
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- Um dia desses estive em Porto Alegre.
tes de família. Comi naquele restaurante dia desses.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
de. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando te.
não sabia o que dizer. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS Aquele documento que lá está é teu?
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
coisa designada em relação à pessoa gramatical. b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas. século, para exprimir que o tempo já decorreu.
Observações: FLEXÕES
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
O médico de quem falo é meu conterrâneo. si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo te ao da palavra mas;
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- Está correto o contido apenas em
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (A) II e IV.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
Alexandre de Moraes, numa perspectiva mais constitucionalista e pre- É que a dignidade parece-nos um valor aglutinante, embora não supe-
ferindo a expressão direitos humanos fundamentais, considera-os como rior hierarquicamente, dos valores da liberdade, da igualdade, da fraterni-
sendo o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano dade e da solidariedade humanas. Ou seja, não pode haver dignidade com
que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua liberdade abusivamente cerceada, nem na desigualdade, nem nos contra-
proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condi- valores da fraternidade e da solidariedade. No dizer de Eduardo Bittar e
ções mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana. [14] Guilherme Assis de Almeida [18], a dignidade da pessoa humana é o valor
inspirador e constitutivo dos Direitos Humanos. E ao mesmo tempo em que
Perez Luño, um dos poucos a enfrentar o desafio de refletir, analisar, aponta uma direção, a meta a ser atingida pelo corpus juris dos Direitos
desenvolver, fundamentar e sintetizar um conceito de direitos humanos que Humanos, é sua própria "força-motriz", constituindo-se verdadeira invarian-
considere as suas dimensões históricas, axiológicas e normativas, propõe te axiológica.
que os direitos humanos sejam entendidos como sendo um conjunto de
faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as Um preconceito negativo: uma grave distorção dos direitos huma-
exigências da dignidade, da liberdade e da igualdade humanas, as quais nos ou o discurso "antidireitos humanos".
devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em Um preconceito com grave carga negativa que vem sendo difundido,
nível nacional e internacional. [15] desde os anos 80, acerca dos direitos humanos, é a ideia distorcida que
insiste em descrever os direitos humanos como instrumento de "proteção
Edilsom Farias, inspirado no conceito de Perez Luño, atualiza-o, acres- dos bandidos contra a polícia". Tal deturpação vem quase sempre acompa-
centa-lhes os valores fraternidade ou solidariedade, declinando que os nhada das retóricas perguntas: "e os direitos humanos das vítimas?" ou
direitos humanos podem ser aproximadamente entendidos como constituí- "por que esse pessoal dos direitos humanos não defende as vítimas desses
dos pelas posições subjetivas e pelas instituições jurídicas que, em cada bandidos?".
momento histórico, procuram garantir os valores da dignidade da pessoa
humana, da liberdade, da igualdade e da fraternidade ou da solidariedade. Tal preconceito carrega dois problemas. Primeiro: a tentativa de aprisi-
[16] onar os direitos humanos às questões meramente policiais e, segundo, em
consequência, estigmatizar os defensores dos direitos humanos como
Norberto Bobbio [17] indica o itinerário de desenvolvimento dos direitos "protetores de bandidos".
humanos, ensinando que estes nascem como direitos naturais universais,
Ora, as questões policiais enfrentadas pelos direitos humanos constitu-
desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando cada Constitu-
em apenas pequena parte (situada no âmbito dos direitos civis) de seu
ição incorpora Declarações de Direitos), para finalmente encontrarem sua
amplo conteúdo. José Reinaldo de Lima Lopes [19] esclarece que os casos
plena realização como direitos positivos universais.
de defesa dos direitos humanos de meados da década de 70 para cá só
parcialmente se referem a questões policiais. A sua imensa maioria – não
A expressão e o conceito aqui propostos.
noticiada pela grande imprensa – esteve concentrada nas chamadas ques-
Considerando tais posicionamentos, adotamos a expressão direitos
tões sociais (direito à terra e à moradia, direitos trabalhistas e previdenciá-
humanos, por sua amplitude, eis que aqui nos referimos, principalmente,
rios, direitos políticos, direitos à saúde, à educação, etc). E no decorrer da
ao estudo dos Direitos Humanos protegidos no âmbito da comunidade
segunda metade da década de 80, principalmente nos anos de 1985 a
internacional, numa visão universalista ou internacionalista.
1988, as organizações de defesa dos direitos humanos multiplicaram
informações sobre a Constituição e a Constituinte, inclusive apresentando
Quanto ao conceito, adotaremos aquele apresentado por Perez Luño,
proposta (incluída no regimento interno do Congresso Constituinte) de
com o acréscimo dos valores fraternidade e solidariedade proposto por
emendas ao projeto de Constituição por iniciativa popular. Assim, a tentati-
Edilsom Farias. Porém, em nossa proposta, tais valores são distintos e não
va de restringir os direitos humanos às questões policiais é, senão carrega-
entendidos como tendo igual significado ou representativos do mesmo
da de ignorância quanto ao amplo conteúdo e alcance dos direitos huma-
momento histórico, mas reveladores de diferentes e novas dimensões dos
nos, motivada de má-fé por grupos de poder historicamente obstruidores do
direitos humanos e refletindo o seu processo histórico evolutivo.
irreversível processo evolutivo dos direitos humanos.
Esclarecendo melhor: Perez Luño justifica que incluiu em seu conceito Quanto ao questionamento referente às vítimas, José Reinaldo de Lima
de direitos humanos os valores da dignidade, da liberdade e da igualdade Lopes [20] também esclarece que os direitos humanos buscam defender a
por considerar que foram sempre em torno deles que os direitos humanos pessoa humana não de um indivíduo qualquer, isolado, atomizado, mas do
foram historicamente reivindicados. Edilsom Farias, por sua vez, comparti- exercício abusivo do poder, principalmente das instituições do poder políti-
lhando com tal perspectiva, acrescenta os valores da fraternidade ou da co, econômico, social e cultural. Ainda segundo José Reinaldo de Lima
solidariedade, justificando que tal se dá em virtude de que tais valores Lopes [21], a expressão direitos humanos refere-se aos conflitos entre as
fundamentam os direitos humanos de terceira geração/dimensão, estes não pessoas humanas e as organizações de poder: o Estado, o mercado,
mencionados no conceito de Perez Luño. Tal acréscimo nos parece certo e organizações burocráticas, impessoais, havendo sempre uma situação de
oportuno. Todavia, o valor da solidariedade parece-nos, hoje, fundamentar desequilíbrio estrutural de forças entre a vítima e o violador, sendo aquela
os direitos humanos em sua quarta geração/dimensão, já por muitos anun- permanente e estruturalmente subordinada a este. Assim, a relação de
ciada, emergindo das reflexões sobre temas referentes ao desenvolvimento conflito criminoso x polícia é enxergada pelos direitos humanos como
auto-sustentável, à paz mundial, ao meio ambiente global saudável e relação pessoa humana (criminoso) x Estado (polícia), não sendo permitido
ecologicamente equilibrado, aos direitos relacionados à biotecnologia, à ao Estado (polícia) abusar do poder (prisões ilegais, torturas, etc) contra as
bioengenharia e à bioética, bem como às questões relativas ao desenvol- pessoas (mesmo consideradas "criminosas").
vimento da cibernética, da realidade virtual, da chamada era digital, numa Deste modo, temos uma questão de direitos humanos quando se tem
perspectiva holística dos direitos humanos. uma relação de poder geradora de desigualdade e discriminação, em que a
parte hipossuficiente/vulnerabilizada desta relação é discriminada, subjuga-
Assim, os direitos humanos seriam hoje um conjunto de faculdades e da, coagida, submetida, forçada abusivamente aos interesses e/ou vonta-
Pois bem, a globalização – ou mundialização, como preferem alguns – a) Estados nacionais e poder público estatal
é um fenômeno polifacetado, também conforme já consignado. Isto quer Com a concentração de prerrogativas tais quais as de imposição tribu-
dizer o intercâmbio intensificado que a caracteriza não se limita a um as- tária, administração da justiça e poderio militar nas mãos do soberano,
pecto da vida, possuindo várias dimensões, por assim dizer. [05] expropriados os antigos estamentos da participação do poder [12], o exercí-
cio do poder se consolidou na esfera pública. Assim a questão da limitação
Assim, é possível falar-se em globalização econômica, ao lado de glo- do poder volta-se centralmente para os Estados nacionais. [13]
balização cultural, da globalização política e assim por diante. Embora,
portanto, sejam distinguíveis diferentes aspectos do fenômeno da globali- Não se desconhece, por evidente, a permanência de certas formas de
zação, isto não está a significar que eles sejam estanques e incomunicá- poder – notadamente do relevante poder econômico – no âmbito privado. O
veis. Ao contrário, a globalização econômica influencia fortemente as que se necessita frisar, neste passo, é que, em um primeiro momento, a
demais dimensões do fenômeno. [06] questão da limitação do poder em sua acepção sociológica (vide notas de
fim), volta-se essencialmente, se não unicamente, aos entes estatais.
O fenômeno da globalização econômica é o ponto de partida para a
migração do poder que se verifica na recente história mundial, migração Os poderes privados, essencialmente econômicos, são, inicialmente,
esta que está a reclamar uma verdadeira redefinição da questão político- controlados pela intervenção dos Estados nacionais, mais ou menos signifi-
jurídica da limitação do poder nas sociedades humanas contemporâneas. cativamente conforme o lugar, a época, os contextos e conjunturas sócio-
político-econômicas.
A globalização econômica, axial para o deslocamento do poder que se É assim que surge, por exemplo, a regulação estatal do trabalho, con-
vai abordar, consiste na intensificação sem precedentes no intercâmbio de substanciada na legislação trabalhista, a qual, por período significativo da
bens e serviços ao redor do mundo, como já visto. história recente da humanidade limitou – e continua, em certa medida, a
fazê-lo – consideravelmente o exercício do poder por entes privados.
John Gray a definiu como "a expansão mundial da produção industrial
e de novas tecnologias promovida pela mobilidade irrestrita do capital e a É exatamente contra este tipo de intervenção que logra, com êxito, in-
total liberdade do comércio". [07] surgir-se o pensamento neoliberal.
Tal globalização somente é possível, de um lado, pelas novas tecnolo- b)Organismos internacionais, transnacionais, megacorporações e
gias às quais já se fez referência – especialmente em sede de comunica- poder privado
ções e transportes – e, de outro, por uma severa redefinição do panorama Com o fenômeno da globalização econômica e o advento de empresas
mundial em termos de fronteiras e soberania dos Estados. transnacionais, multinacionais e conglomerados ou holdings espalhadas
pelos cinco continentes, surge um novo panorama no que diz respeito ao
Para que a globalização econômica se fizesse possível fez-se imperati- exercício do poder.
va uma readequação das relações inter-estatais em escala global, de modo
a, eliminando barreiras jurídicas, tributárias, alfandegárias e o mais, permi- Algumas empresas chegando a níveis de acumulação de capital es-
tir-se o amplo intercâmbio de mercadorias e serviços que a caracteriza. pantosamente altos, superando os orçamentos de muitos Estados nacio-
nais inteiros, passam a influenciar pesadamente a atuação estatal, a relati-
Assim a globalização econômica não prescindiu, para seu advento e a- vizar as possibilidades dos Estados nacionais de lançar mão dos tradicio-
firmação, de um programa político e teórico que lhe embasasse e preparas- nais mecanismos de regulação da economia – tão caros ao Estado Social
se o terreno social, cultural e político para sua aparição. ou welfare state – e deflagrar um processo de migração do poder da esfera
pública para a esfera privada. [14]
O instrumento teórico a embasar a globalização econômica é o conjun-
to de teorias econômicas conhecido como neoliberalismo. [08] A maximização da repercussão pública de decisões privadas [15] defla-
grada pela nova situação mundial, em que uma grande corporação pode,
O neoliberalismo consiste em um movimento de reação político-teórico facilmente, fechar sua unidade ou suas unidades em um determinado país,
contra o Estado social e sua intervenção na economia. Assim, condena a transferindo-as para outros onde encontre situações mais favoráveis –
intervenção estatal na economia, atribui – como o faziam as escolas liberais salários mais baixos ou tributos menos gravosos – acaba por gerar signifi-
das quais descende – a auto-regulação dos mercados. [09] cativos e crescentes constrangimentos ao poder decisório e interventivo
estatal na economia. [16]
Preconiza, para tanto, um Estado de formatação mínima, que somente
exerça funções bem definidas como estatais para tais correntes – tais quais Não raro muitos Estados são obrigados a ajustar seus ordenamentos
segurança pública e administração da justiça –, bem como a formação de jurídicos à nova realidade mundial, em face de uma competição ou concor-
um mercado mundial, com supressão das barreiras à circulação de bens e rência global, concorrência direta do novel caráter transnacional das corpo-
serviços ao redor do globo, de modo a permitir que o mercado mundial rações, o que significa, ao fim e ao cabo, na minoração de direitos sociais,
assim instaurado, por seus mecanismos próprios, como a concorrência como os trabalhistas e previdenciários, v.g., na concessão de isenções e
global assim instaurada, regule a si mesmo. [10] imunidades tributárias e outros benefícios vários.
Tais teorias são o vetor político-teórico da globalização econômica, Verifica-se, na contemporaneidade e partout uma impossibilidade dos
tendo atuado tanto dentro das academias quanto junto aos governos e, Estados tomarem decisões soberanas e livres de constrangimentos, por
através da mídia, junto à massa da população, possibilitando a formação de parte dos interesses privados das empresas transnacionais, em domínios
um ambiente cultural e ideologicamente propício ao advento da globaliza- como o social, por exemplo. [17]
ção econômica e, consequentemente, a instauração de uma concorrência
global. Mas não apenas as transnacionais acabam por conseguir impor suas
preferências aos Estados, em detrimento da soberania estatal nacional no
3.Migrações do poder (Kraft, kratos): do poder público estatal ao processo de tomada de decisões. Outros organismos extra (ou ultra) esta-
poder privado ultra-estatal. tais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, passam a
A alteração das relações sócio-econômicas e da divisão do trabalho em ter um poder cada vez mais significativo e, ao fim e ao cabo, dão o coup de
nível global, engendrada pela globalização econômica informada pelas grâce em qualquer possibilidade de autonomia estatal.
teorias neoliberais repercutiu severamente na conformação dos Estados,
notadamente após a década de 80 do século XX, causando, como se verá Com efeito, a renegociação das dívidas externas dos diversos países
no presente item, uma significativa migração do poder da esfera pública em desenvolvimento, bem como a concessão de novos créditos, fica su-
para esferas privadas e mesmo para novas esferas, de natureza equívoca, bordinada ao denominado princípio da condicionalidade, através do qual os
4.Da limitação do poder. Por lo demás, todo el proceso de integración económica mundial que
a)Da limitação do poder público estatal: constitucionalismo, poli- llamamos ‘globalización’ bien puede ser entendido como un vacío de
cracia, democracia. Derecho público producto de la ausência de límites, reglas y controles
A limitação do poder, até a consolidação do quadro rapidamente ex- frente a la fuerza, tanto de los Estados con mayor potencial militar
posto nos itens precedentes, teve como seu centro de atenção o Estado como de los grandes poderes económicos privados [23] (destaques
nacional, territorialmente delimitado. [19] ausentes do original).
As formas de limitação do exercício do poder pelo soberano ou pelo Identifica, assim, Ferrajoli a falta de regulação e limitação dos poderes,
Estado são várias, podendo-se destacar dois tipos, a saber, de um lado, a tanto estatais e públicos quanto extra-estatais e privados, na nova conjuntu-
engenharia institucional do próprio Estado – seu projeto orgânico – e, de ra sócio-econômica e política global. Prossegue:
outro, a imposição direta de limites a seu atuar.
A falta de instituciones a la altura de las nuevas relaciones, el Derecho
No primeiro grupo inserem-se as conformações estatais voltadas a re- de la globalización viene modelándose cada día más, antes que en las
duzir, mitigar ou neutralizar a concentração de poder em mãos de um ou de formulas públicas, generales y abstractas de la ley, en las privadas del
uns poucos indivíduos, órgãos ou grupos. contrato, signo de una primacía incontrovertibile de la economia sobre
la politica y del mercado sobre la esfera pública. De tal manera que la
Assim, as ideias de separação dos poderes pelas suas funções, seu
regresión neoabsolutista de la soberanía externa (unicamente) de las
exercício como um sistema de freios e contrapesos – checks and balances
grandes potencias está acompañada de una paralela regresión neoabso-
-, os sistemas parlamentaristas, a ideia do controle de constitucionalidade e
lutista de los poderes económicos transnacionales, un neoabsolutismo
dos tribunais constitucionais, por exemplo, constituem arranjos institucio-
regresivo y de retorno que se manifiesta en la ausencia de reglas abierta-
nais engendrados no espírito de impedir a apropriação monocrática do
mente asumida por el actual anarco-capitalismo globalizado, como una
poder. A democracia assenta-se sobre as mesmas premissas de distribui-
suerte de nueva grundnorm del nuevo orden económico internacional
ção do poder. [20]
(negritos ausentes do original, itálicos do original). [24]
A par dos arranjos institucionais com a finalidade de limitação do poder,
outra forma distinta de se buscar atingir tal finalidade é aquela da imposição O mesmo sentir se manifesta em Boaventura de Sousa Santos, citado
de limites ao soberano ou ao Estado. Assim a ideia de direitos e liberdades por Abili Lázaro Castro de Lima, segundo quem
individuais, de direitos fundamentais e de direitos humanos oponíveis ao [a] perda da centralidade institucional e de eficácia reguladora dos Es-
Estado constitui exatamente o exemplo por excelência de tal vertente da tados nacionais, por todos reconhecida, é hoje um dos obstáculos mais
limitação do poder. resistentes à busca de soluções globais. É que a erosão do poder dos
Estados nacionais não foi compensada pelo aumento de poder de qualquer
Aqui surgem as vedações e os limites ao exercício do jus puniendi es- instância transnacional com capacidade, vocação e cultura institucional
tatal, assim como as isenções e imunidades tributárias, e toda uma gama voltadas para a resolução solidária dos problemas globais. De fato, o cará-
de direitos, liberdades e garantias que representam, inicialmente, exata- ter dilemático da atuação reside precisamente no fato da perda de eficácia
mente a dimensão dita negativa, ou seja, a imposição de um não-agir ao dos Estados nacionais se manifestar antes na incapacidade destes para
Estado, a imposição de limites ao atuar estatal, ao exercício do poder construírem instituições internacionais que colmatem e compensem esta
estatal. perda de eficácia. [25]
b)Da limitação do poder privado e extra ou ultra-estatal: constran- Com efeito, é de ser creditado ao Direito Internacional Público, assim
gimentos e incapacidade dos Estados nacionais. como ao Direito Constitucional, o mérito dos avanços até hoje verificados
Tendo migrado o poder do Estado para entes privados ou ultra- em matéria de limitação do poder e de seu exercício em face dos Estados
nacionais, pelos fenômenos complexos sucintamente resumidos linhas nacionais.
atrás, resta observar que todas as técnicas e teorias acerca da limitação do
poder acabam por ficar em descompasso para com a nova realidade posta. O Direito Constitucional, não apenas no que se refere à engenharia do
[21]
Estado como, especialmente, na instituição dos direitos e garantias funda-
mentais, limitações por excelência do poder estatal, desempenhou papel
Com efeito, inúmeros dos arranjos institucionais como a democracia, relevantíssimo nesta seara.
bem como relativos às simples limitações ao agir estatal, como os direitos e
garantias individuais, acabam por ficar desatualizados e inermes em face O mesmo se diga em relação ao Direito Internacional Público, nele
de novas formas de exercício de poder privado em proporções dantes compreendidos o Direito Internacional Humanitário, o Direito Internacional
desconhecidas. dos Direitos Humanos e ainda o Direito dos Refugiados, cuja atuação foi
decisiva tanto para processos de redemocratização quanto para o combate
Se, de um lado, a política se esvazia de conteúdo por força das restri-
ao poder abritrário em situações extremas de guerra-civil, genocídio e o
ções às escolhas possíveis pela imposição de parâmetros heterônomos
mais.
pelo Banco Mundial e pelo FMI [22], dentre outros elementos, por um lado, e
se, por outro lado, os direitos trabalhistas e sociais naufragam em face da
Ocorre que todo o arcabouço teórico-prático, seja de Direito Constitu-
incapacidade dos Estados nacionais em oporem-se, eficazmente, às multi-
cional, seja de Direito Internacional Público, encontra-se centrado na figura
nacionais, é preciso constatar a mudança de panorama na geopolítica do
do Estado nacional, ora como agente executor do poder público a ser
poder mundial e contextualizar as teorias e práticas da limitação do poder à
limitado, ora como agente limitador dos poderes privados.
nova realidade, como condição de possibilidade da própria limitação.
Vista a atual incapacidade dos Estados nacionais em fazer frente efi-
Se, de um lado, não se deve abrir mão das conquistas obtidas quanto à
cazmente aos novos poderes privados, em face dos constrangimentos que
limitação do poder público, não se deve, por outro lado, permanecer inerme
estes lhes impõem, resta como desafio, especialmente ao Direito Interna-
em relação ao exercício do poder privado, fazendo-se necessária a busca,
Assim, a oponibilidade dos direitos fundamentais, sua vinculatividade, Sobre o tema, assim discorre Antônio Augusto Cançado Trindade:
dar-se-ia, figurativamente, em duas direções: verticalmente – relação Certos direitos humanos têm validade erga omnes, no sentido de que
particular x Estado – e horizontalmente – relação particular x particular. [29] são reconhecidos em relação ao Estado, mas também necessariamente
"em relação a outras pessoas, grupos ou instituições que poderiam impedir
À toda evidência a recepção de uma tal teoria variou entre posturas o seu exercício. [35]
que foram da efusiva aceitação à rejeição completa. Os detratores da ideia
da Drittwirkung baseiam-se no argumento de que tal teoria acaba por levar O autor arrola diversos instrumentos internacionais de direitos humanos
a uma concepção totalizante da ordem jurídica, sujeitando os particulares a que contêm dispositivos que sustentam a oponibilidade dos direitos huma-
restrições severas e admitindo qualquer conteúdo, bem como que seria nos neles consagrados perante particulares e observa as recentes evolu-
incompatível com outros bens ou valores constitucionalmente tutelados, tais ções doutrinária e jurisprudencial em tal sentido. [36]
quais a autonomia privada [30], havendo quem aí vislumbrasse uma colisão
de direitos fundamentais. Em outro tomo de sua obra Tratado de Direito Internacional dos Di-
reitos Humanos, Cançado Trindade conclui pela crescente conscientiza-
Com efeito, uma das principais dificuldades enfrentadas pela teoria da
ção da
Drittwirkung é o delineamento dos limites a oponibilidade dos direitos fun-
(...) necessidade premente de defender os direitos humanos contra os
damentais (Grundrechte) aos particulares, bem como das circunstâncias de
abusos do poder público, assim como de todo outro tipo de poder: os
tal oponibilidade. Em outras palavras, como (de que modo) e em que medi-
direitos humanos têm sido e devem continuar a ser consistentemente
da se dá a vinculação de particulares aos direitos fundamentais. [31]
defendidos contra todos os tipos de dominação. [37]
Cabe observar que, em sendo as circunstâncias fáticas influentes so-
bre o direito, se a teoria da oponibilidade irrestrita dos direitos fundamentais Pois bem, são construtos como o da Drittwirkung ou Eficácia erga om-
aos particulares permanece extremamente controversa, a oponibilidade de nes dos direitos humanos fundamentais, juntamente com outros, como a
tais direitos em situações de desequilíbrio ou assimetria entre os privados ideia de Jus Cogens das normas internacionais protetivas de direitos hu-
em questão – relações entre hipossuficientes e hipersuficientes – já é mais manos que se reputam, no presente trabalho, aptos a fornecer o supedâneo
tranquilamente aceita. teórico inicial para a construção de uma teoria dos direitos humanos fun-
damentais contemporizada e contextualizada no atual ambiente globaliza-
Passando, portanto, ao largo da discussão acerca da eventual vincula- do, apta a iniciar uma resposta ao crescimento vertiginoso do poder privado
ção de particulares em condições de (sempre relativa) igualdade, de se na atualidade (neo-hipertrofia esferas privadas de poder).
observar mais detidamente a plausibilidade das teses que propugnam pela
oponibilidade dos direitos e garantias fundamentais a particulares que Reputa-se, concludentemente, que os direitos humanos podem e de-
exerçam poder, de uma forma ou de outra. vem ser considerados oponíveis tanto contra o Estado – sua eficácia dita
vertical, clássica – quanto contra particulares em sede de relações interpri-
Com efeito, quando se questiona da oponibilidade dos direitos funda- vadas – sua eficácia interprivada, nova –, em face do crescimento do poder
mentais em uma relação entre um particular, v.g. um consumidor, e uma privado e da migração de parcelas consideráveis do poder outrora público
grande corporação, como, v.g., uma instituição financeira ou uma compa- para âmbitos privados de decisão, situação esta a revelar uma assimetria
Em síntese, resgatando o quanto visto: os sistemas de limitação do po- É fato que se deve reconhecer que hoje, ao lado do desafio dos orga-
der, consistentes basicamente em arranjos institucionais (como a democra- nismos internacionais encarregados da proteção dos direitos humanos
cia e o constitucionalismo) e limitações (consistentes em direitos, liberda- fundamentais no sentido de impor o Direito Internacional dos Direitos Hu-
des, imunidades) foi engendrado com vistas a um panorama sócio- manos a entes (ainda) não sujeitos a uma jurisdição externa de direito
econômico e político diverso do atual, profundamente alterado pela globali- público – os Estados – surge o desafio de fazê-lo, também, em relação a
zação econômica e pelo ideário neoliberal que lhe serve de sustentáculo. entes de natureza privada sem vinculação a qualquer espaço territorial
nacional definido – as transnacionais – e outros agentes extra ou ultra-
Segundo Abili Lázaro Castro de Lima, o Estado nacional territorialmen- estatais exercentes de parcelas cada vez mais crescentes de poder e cujas
te delimitado perde seu sentido como espaço de luta e conquista políticas e ações e decisões afetam e podem afetar, cada dia mais, os direitos já
de defesa de direitos, em face da nova ordem instaurada. [38] consagrados e os arranjos institucionais, como a democracia, tão dificilmen-
te burilados.
Quanto às temáticas dos direitos humanos e direitos e garantias fun-
damentais, o Direito Constitucional e o Direito Internacional dos Direitos A solução ao problema posto, em um espaço desterritorializado e privo,
Humanos acabam por revelar-se defasados. A assertiva deve ser bem portanto, de uma jurisdição propriamente dita, e ainda, envolvendo agentes
compreendida: sua atualidade e importância ímpares diante do poder tão poderosos a ponto de serem capazes de constranger e impor suas
público continuam intocadas. Apenas passa a transparecer uma insuficiên- decisões e determinações aos Estados nacionais, evidentemente não
cia quanto às respostas necessárias em face dos novos poderes (ou con- poderá ser realizada dentro de um ordenamento jurídico circunscrito a tal
trapoderes) privados e extra-estatais. espaço territorialmente delimitado e informado pela lógica, outrora válida e
hoje relativizada, dos Estados nacionais.
Antônio Augusto Cançado Trindade já havia constatado a lacuna e
chamado a atenção para a necessidade de sua resolução: Diante do quadro até aqui traçado, pode-se cogitar algumas possibili-
Com efeito, o fato de os instrumentos de proteção internacional em dades de desenvolvimento, no âmbito dos futuros tratados internacionais de
nossos dias voltarem-se essencialmente à prevenção e punição de viola- direitos humanos, de soluções ao problema que ora se buscou expor e,
ções dos direitos humanos cometidas pelo Estado (seus agentes e órgãos) dentro do possível, enfrentar.
revela uma grave lacuna: a da prevenção e punição de violações dos
direitos humanos por entidades outras que o Estado, inclusive por simples a)Novos sujeitos passivos de obrigações internacionais: os pode-
particulares e mesmo por autores não-identificados. Cabe examinar com res privados.
mais atenção o problema e preencher esta preocupante lacuna. A solução Preliminarmente, parece que a resposta à hipertrofia do poder nas es-
que se vier a dar a este problema poderá constribuir decisivamente ao feras privadas transnacionalizadas (como, e.g., as transnacionais) passa,
aperfeiçoamento dos mecanismos de proteção internacional da pessoa necessariamente, pelo desenvolvimento da tendência em introduzir os
humana, tanto os de proteção dos direitos humanos stricto sensu quanto os particulares como sujeitos ativos e passivos de Direito Internacional Público
de Direito Internacional Humanitário. [39] e, notadamente pela inclusão, doravante, nos tratados internacionais de
direitos humanos, de disposições expressas e inequívocas assecuratórias
As mudanças às quais se faz referência não retiram, portanto, em nada de oponibilidade dos direitos humanos em face de agentes privados poten-
e por nada, a relevância das conquistas e dos avanços teóricos e práticos cialmente violadores de suas disposições.
no particular, antes o reafirmam e exigem atenção redobrada para sua
preservação, seu aperfeiçoamento, incremento e expansão. A ideia, quanto a este ponto, é, essencialmente, incluir os poderes pri-
vados no polo passivo das obrigações instauradas pelos instrumentos
É exatamente a necessidade de expansão, aperfeiçoamento e incre- internacionais de direitos humanos, independentemente de ratificação dos
mento, tanto da temática dos direitos humanos quanto dos direitos e garan- tratados pelos mesmos – o que seria absurdo –, o que remete, imediata-
tias fundamentais, nos âmbitos, respectivamente, do Direito Internacional mente, ao próximo tópico.
Público e do Direito Constitucional, e conjugadamente, interagindo ambos,
que se busca evidenciar com o presente trabalho. b)Direitos Humanos como Jus Cogens.
Evidentemente a oponibilidade erga omnes, em face de terceiros (a-
Todo o arcabouço teórico-prático, de teorias e instituições voltadas à
gentes não estatais), privados exercentes de poder (econômico ou de outra
limitação do poder permanece hígido e atual, mas aparece fragilizado
natureza, como midiático, e.g.) não dependeria, como salientado no item
enquanto não se desenvolver, através de teorias como a do Drittwirkung ou
precedente, de ratificação de novéis instrumentos internacionais de direitos
da oponibilidade erga omnes dos direitos humanos fundamentais, o cabedal
humanos por parte destes.
teórico e prático-jurídico para fazer face ao poder privado, prevalecente
com o advento e a afirmação do processo de globalização econômica. A ideia é a de que os direitos humanos devem ser considerados, tanto
em face dos Estados e, com razão ainda maior, em relação aos poderes
Deve ser, portanto, preocupação premente do Direito Internacional dos
privados, Jus Cogens, isto é, direito imperativo, cogente e peremptório,
Direitos Humanos, doravante, colmatar a lacuna do vazio a que se referem
independente da vigência do princípio pacta sunt servanda que informa o
Ferrajoli e Cançado Trindade, nomeado globalização, fazendo face aos
direito dos tratados.
novos megapoderes privados transnacionais e/ou extra ou ultra-estatais,
buscando impor-lhes limites. Mais uma vez, quanto ao particular, o magistério de Antônio Augusto
Cançado Trindade:
Trata-se, por evidente, de tarefa hercúlea, que não será facilmente a- Em suma e conclusão, nosso propósito deve residir em definitivo no
dimplida e que oferecerá àqueles indivíduos e organismos que a ela se desenvolvimento doutrinário e jurisprudencial das normas peremptórias do
dedicarem dificuldades incomensuráveis. Dificuldades como aquelas outro- direito internacional (jus cogens) e das correspondentes obrigações erga
SEXTA PARTE
Artigo 48.º Convenção Americana de Direitos Humanos ("Pacto de San José da
1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos os Estados membros Costa Rica").
da Organização das Nações Unidas ou membros de qualquer das suas
agências especializadas, de todos os Estados Partes no Estatuto do Tribu- CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (1969)
nal Internacional de Justiça, bem como de qualquer outro Estado convidado PREÂMBULO
pela Assembleia Geral das Nações Unidas a tornar-se parte no presente Os Estados Americanos signatários da presente Convenção,
Pacto. Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do
2. O presente Pacto está sujeito a ratificação e os instrumentos de ratifica- quadro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de
ção serão depositados junto do secretário-geral das Nações Unidas. justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
3. O presente Pacto será aberto à adesão de todos os Estados referidos no Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não
parágrafo 1 do presente artigo. derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato
4. A adesão far-se-á pelo depósito de um instrumento de adesão junto do de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que
secretário-geral das Nações Unidas. justificam uma proteção internacional, de natureza convencional,
5. O secretário-geral das Nações Unidas informará todos os Estados que coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados
assinaram o presente Pacto ou que a ele aderiram acerca do depósito de americanos;
cada instrumento de ratificação ou de adesão. Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da
Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana dos
Artigo 49.º Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do
1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito Homem, e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos
junto do secretário-geral das Nações Unidas do trigésimo quinto instrumen- internacionais, tanto de âmbito mundial como regional;
to de ratificação ou de adesão. Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos
2. Para cada um dos Estados que ratificarem o presente Pacto ou a ele Humanos, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do
aderirem, após o depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada
adesão, o dito Pacto entrará em vigor três meses depois da data do depósi- pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como
to por parte desse Estado do seu instrumento de ratificação ou adesão. dos seus direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana
Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à própria Carta
Artigo 50.º da Organização de normas mais amplas sobre os direitos econômicos,
As disposições do presente Pacto aplicam-se sem limitação ou excepção sociais e educacionais e resolveu que uma Convenção Interamericana
alguma a todas as unidades constitutivas dos Estados federais. sobre Direitos Humanos determinasse a estrutura, competência e processo
dos órgãos encarregados dessa matéria;
Artigo 51.º Convieram no seguinte:
1. Qualquer Estado Parte no presente Pacto pode propor uma emenda e PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
depositar o respectivo texto junto do secretário-geral da Organização das Capítulo I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
Nações Unidas. O secretário-geral transmitirá então quaisquer projectos de Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
emenda aos Estados Partes no presente Pacto, pedindo-lhes para indicar 1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os
se desejam a convocação de uma conferência de Estados Partes para direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno
examinar estes projectos e submetê-los a votação. Se pelo menos um terço exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem
dos Estados se declararem a favor desta convenção, o secretário-geral discriminação alguma, por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião,
convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social,
Unidas. Qualquer emenda adoptada pela maioria dos Estados presentes e posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
votantes na conferência será submetida, para aprovação, à Assembleia 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
Geral das Nações Unidas. Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
2. As emendas entrarão em vigor quando forem aprovadas pela Assembleia Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda
Geral das Nações Unidas e aceites, em conformidade com as suas respec- não estiver garantido por disposições legislativas ou de outra natureza, os
tivas leis constitucionais, por uma maioria de dois terços dos Estados Estados-partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas
Partes no presente Pacto. constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas
3. Quando as emendas entrarem em vigor, elas são obrigatórias para os legislativas ou de outra natureza que forem necessárias para tornar efetivos
Estados Partes que as aceitaram, ficando os outros Estados Partes ligados tais direitos e liberdades.
pelas disposições do presente Pacto e por todas as emendas anteriores Capítulo II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
que aceitaram. Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade
Artigo 52.º jurídica.
Independentemente das notificações previstas no parágrafo 5 do artigo Artigo 4º - Direito à vida
48.°, o secretário-geral das Nações Unidas informará todos os Estados 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito
referidos no parágrafo 1 do citado artigo: deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção.
a) Acerca de assinaturas apostas no presente Pacto, acerca de instrumen- Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
tos de ratificação e de adesão depostos em conformidade com o artigo 2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só
48.°; poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença
final de tribunal competente e em conformidade com a lei que estabeleça tal
Segundo a autora supracitada, "o Direito não pode mais ser considera- A NORMA PENAL EM BRANCO E SEUS LIMITES TEMPORAIS
do como uma totalidade de regras postas, acabadas, mas passa a mostrar-
se como um conjunto de princípio e normas de ação, em contínua mudan- Texto extraído do Jus Navigandi
Cumpre-nos, inicialmente, formar alguns conceitos, fundamentais para E, quando não se atinge este desiderato, caem por terra as garantias
a boa apreensão do tema que ora se discute. constitucionais e abrem-se as raias para o arbítrio estatal, com a criação
excessiva de normas penais abertas e tipos incompreensíveis.
Deste modo, estabeleceremos, dentre outras, o que se deve entender
por norma penal em branco, bem como, qual é o atual sistema de validade 2. A NORMA PENAL EM BRANCO.
temporal da norma penal incriminadora. 2.1. Conceito.
Não obstante, existem situações em que, seja pelo caráter da conduta
Atentos para os novos paradigmas do Direito Penal, cuja inauguração que se quer regular, seja por questão de técnica legislativa, não se pode
em nosso ordenamento em muito se deve à Constituição Federal de 1988, descrever exaustivamente todas a descrição da norma incriminadora.
iniciamos a explanação tratando da necessidade de que a norma incrimi-
nadora seja bem redigida, de modo que represente instrumento de garanti- Tal fato ocorre quando existem particularidades na conduta desvalora-
a, mormente se considerarmos que a norma penal em branco, se mal da que a classificam como de contínua mutação. Deste modo, não se pode
utilizada, pode escapar deste preceito. empregar, simplesmente, uma norma legal (em sentido formal) para sua
regulação que, pela sua própria origem, é naturalmente engessada.
Enfim, não se pode olvidar da necessidade premente de se aplicar o
Direito Penal sempre sob uma ótica garantista, buscando afinar a ciência É o caso por exemplo das normas penais que regulam os crimes con-
com os ditames da nova ordem constitucional. tra a economia popular (Lei 1.521/51) que se submetem à contínua flutua-
ção dos preços. É cediço que um tipo penal descritivo de um crime contra a
1.A NECESSIDADE DE UM TIPO PENAL BEM DEFINIDO. economia popular pode rapidamente ficar ultrapassado, bastando, para
Em 1764, Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, já vislumbrava, de- isso, uma mera alteração na situação econômica do país. E, uma atualiza-
certo influenciado pelos ideais iluministas de sua época, a necessidade de ção legislativa, de tão delongada, certamente seria inócua.
que as normas proibitivas fossem descrições precisas e pormenorizadas
das condutas tidas como ilícitas, no intento de impedir a submissão do Para corrigir estas distorções, criou-se o que se denomina de norma
povo ao despotismo de um Estado opressor. penal em branco, alcunha dada pela primeira vez por Karl Binding (blan-
kettstrafgesetze), ao identificar normas que possuíam sanções previstas
De fato, tal preocupação adquire, na época contemporânea, importân- mas cuja incriminação dependiam da existência de outra norma.
cia sempre presente, mormente diante do que se convencionou chamar de
"Direito Penal de Garantia", que se preocupa, em síntese, com a defesa do De fato, nada mais é que um tipo penal incompleto, carente de aplica-
status libertatis do jurisdicionado, na tentativa do controle dos mecanismos ção por si só, que busca sua completude em outra norma. Nesta modalida-
de coerção estatais. de de normas, apenas se depreende o sentido exato da descrição da
conduta ali contida quando conhecemos a norma complementar.
Neste contexto, devemos entender o tipo penal como opção de um po-
vo em vedar determinada conduta considerada nociva aos bens comuns, Sua importância, como se demonstrou, é a manutenção do preceito
devendo possuir, sempre que possível, a mais límpida redação, a fim de básico, que pode ser adaptado a novas realidades apenas com a modifica-
impedir a ambiguidade e a multiplicidade de interpretações que, decerto, ção da norma complementar, geralmente sujeita a processo elaborativo
poderiam ser usadas contra este próprio povo. mais simplificado.
Neste jaez, exsurge aqui uma das mais importantes funções da norma Não se pode confundir norma penal em branco com a norma penal a-
incriminadora, qual seja, a função de garantia, expressa na possibilidade berta, que, no dizer de Damásio de Jesus [03] é aquela "que não apresenta
que todo cidadão tem de saber previamente qual conduta sua, e de que a descrição típica completa e exige uma atividade valorativa do Juiz. Nele,
modo, pode vir a ser alvo da sanção estatal. o mandamento proibitivo inobservado pelo sujeito não surge de forma
clara, necessitando ser pesquisado pelo julgador no caso concreto". Seriam
Ainda como expressão do garantismo, a nossa atual ordem constitu- tipos penais abertos, por exemplo, os delitos culposos.
2.2. Classificação das normas penais em branco. 3.2. Disciplina diversa: a lei penal excepcional ou temporária.
As normas penais em branco podem ser classificadas, segundo a me- Lei penal excepcional é aquela que se destina a regular situações ex-
lhor doutrina, em normas penais em branco em sentido lato (impróprias ou traordinárias da vida em social, como revoluções, calamidades públicas, ou
homogêneas) e em sentido estrito (próprias ou heterogêneas). mesmo guerras. Seu período de vigência é dependente da duração do
fenômeno anormal que se propôs a regular.
As primeiras são aquelas cuja norma complementadora advém da
mesma instância legislativa do tipo penal. Ou seja, como a definição dos Lei temporária, segundo a lição de Adilson Mehmeri [07], "é a que nasce
crimes é de competência legislativa privativa da União (art. 22, I, da Consti- com período de vigência pré-fixado, para o tempo necessário de duração
tuição Federal) e vige em nosso sistema o princípio da reserva legal (art. do objeto a que ela se destina. Por isso ela tem que ser específica, enunci-
5°, XXXIX, CF), forçoso admitirmos que a norma penal em branco em ando o prazo de sua vitalidade".
sentido lato é aquela cuja norma complementadora é uma Lei Federal.
As leis penais excepcionais ou temporárias, justamente por sua natu-
O exemplo mais citado na doutrina é o do art. 237, do Código Penal reza de transitoriedade, são submetidas a uma disciplina especial quanto à
Pátrio, que tem a seguinte redação: "contrair casamento, conhecendo a sua vigência temporal.
existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena –
detenção, de três meses a um ano". Consoante o art. 3°, do Código Penal Pátrio, são aplicáveis aos fatos
praticados durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação. São
Percebe-se, portanto, que a subsunção deste tipo penal a uma conduta exceções, portanto, à regra da retroatividade da lex mitior posterior.
criminosa exige a precisa compreensão do que é considerado causa de
nulidade absoluta do matrimônio, circunstância que somente pode ser Tal regime especial, longe de constituir ofensa ao art. 5, XL, da Consti-
respondida se visitarmos o art. 1.521, da Lei 10.406/02 (novel Código Civil) tuição da República, é uma necessidade imposta para regulação de deter-
que descreve os impedimentos matrimoniais. minadas condutas.
Por sua vez são consideradas normas penais em branco em sentido De fato, elas perderiam toda a utilidade se lhe fossem aplicadas as re-
estrito (heterogêneas ou próprias) aquelas em que a norma complementa- gras gerais de retroação. Bastaria pensar que, como são normas com
dora é oriunda de uma outra fonte legiferante, seja o Poder Executivo vigência determinada, para escapar da sanção, o réu apenas precisaria
(regulamentos, instruções, etc.), ou os Poderes Legislativo Estaduais, atrasar o curso processual de modo que somente fosse condenado após
Municipais, etc. sua revogação [08].
O exemplo clássico é do art. 12, da Lei 6368/76, que incrimina a con- Partilha do mesmo entendimento Celso Delmanto [09], quando afirma
duta de tráfico ilícito de entorpecentes. A definição do que é ou não subs- que "elas perderiam toda a sua força intimidativa, caso o agente já soubes-
tância entorpecente e estabelecida por Portaria da DIMED, vinculada ao se, de antemão, que, após cessada a anormalidade (no caso das leis
Ministério da Saúde. excepcionais) ou findo o período de vigência (das leis temporárias), acaba-
ria impune pela aplicação do principio da retroatividade".
São tidas por próprias porque efetivamente atendem a finalidade das
normas penais em branco, qual seja, a de adequar o tipo penal sem neces- Na realidade, não se vislumbra ofensa ao princípio da retroação mais
sidade de um vagaroso processo legiferante. benéfica (art. 5°, XL, CF), de modo que nos filiamos ao magistério de
Guilherme de Souza Nucci [10] e Damásio de Jesus [11], que pregam que a
3. BREVE ESCORÇO SOBRE A NORMA PENAL E SEUS LIMITES norma penal excepcional ou temporária possui, como elemento do tipo, o
TEMPORAIS. fator "tempo", de modo que, ao deixar de viger, não lhe sucede nenhuma
3.1. A Extra-atividade, ultratividade e retroatividade da norma penal. lei nova, mas apenas existe o retorno daquela que regulava a situação
A retroatividade ocorre quando uma norma penal vigente no presente anteriormente. Por serem normas diferentes, não incidiria a regra constitu-
alcança situações passadas, o que a difere da ultratividade, que se dá cional. [12]
quando uma lei penal continua sendo aplicada a uma conduta, mesmo
após ter cessado sua vigência. Por outro lado, ocorre o fenômeno da extra- 4. O PROBLEMA DA NORMA PENAL EM BRANCO E SEUS LIMI-
atividade quando uma norma penal reúne as duas características esposa- TES TEMPORAIS.
das. Não se encontra uniformidade, entre os autores brasileiros, acerca da
validade temporal da norma penal em branco.
A regra geral, insculpida no art. 5°, XL, da CF, que foi adotada pelo
Código Penal, em seu art. 2°, é que a lei penal nunca retroagirá salvo para Alguns são defensores da impossibilidade absoluta de retroação da
beneficiar o réu. É o que se denomina correntemente na doutrina de retroa- norma complementadora, outros se posicionam pela necessidade imperio-
tividade da lex mitior, que se aplica aos fatos pretéritos mesmo não sendo sa de retroatividade, quando a norma tiver conteúdo mais benéfico.
a lei da data do fato.
Por outro lado, há quem postule por uma solução intermediária, ora
Nem a coisa julgada é empecilho, pois já decidiu o Colendo STF que pregando a retroação, ora negando-a, muito embora assim procedam sob
"a lei nova se aplica, no que favorecer o agente, até mesmo já havendo premissas díspares.
condenação transitada em julgado" [05].
Em verdade, percebe-se, na doutrina, duas espécies de critérios: os
O fenômeno da retroação, por óbvio, não se aplica às leis mais gravo- que trabalham apenas sobre a possibilidade de retroação ou não, e aque-
sas. Nestes casos, a regra é a irretroatividade, aplicando-se a lei mais les que admitem a retroação, porém com ressalvas ou justificativas diver-
antiga, muito embora esteja revogada, pois "não pode haver retroatividade gentes.
prejudicial ao réu" [06].
4.1. A questão da retroatividade.
Percebe-se, destarte, que a lex mitior é a única que tem extra- O primeiro ponto que se impõe é o que tange a possibilidade de retro-
Por outro lado, a irretroatividade, como já exposto (v. 4.2, supra), não No entanto, nada impede o legislador de, numa situação de excepcio-
fere o regramento constitucional, vez que o fator tempo é elemento inte- nalidade, criar uma norma penal em branco homogênea, que seja marcada
grante do tipo da norma penal em branco, de modo que a norma que lhe pela temporariedade. Deste modo, estaríamos diante de uma norma penal
sucede é diversa e não regulará exatamente a mesma matéria, não crian- em branco homogênea e irretroativa. Falha o critério, portanto, neste as-
do, pois, uma "exceção" a exceção da retroatividade benéfica. pecto.
Por isso, nossa opinião é intermediária. Posicionamos-nos pela admis- Partindo do mesmo entendimento, se manifesta Fernando Capez [22],
são da ultratividade da norma penal em branco, somente em determinados ao discorrer que "não interessa se o complemento advém de lei ou de ato
casos, que adiante se aclarará, aplicando-se aos demais a regra geral do infralegal, pois a retroatividade depende exclusivamente do caráter tempo-
art. 5°, XL, da Constituição Federal, numa espécie de retroação condicio- rário ou definitivo da norma."
nada.
4.2.3. Nossa posição.
4.2. Critérios para a adoção da retroatividade da norma penal em bran- Partindo do entendimento de que a norma complementadora, sem
co. sombra de dúvida, integra o tipo penal e tem natureza penal, devemos
4.2.1. O critério de Mirabete e Damásio de Jesus. entender que qualquer alteração no complemento da norma altera a si
Feito o posicionamento acerca da possibilidade condicionada de retro- própria. Resta contudo, definir em que circunstância se dá a retroação.
ação da norma penal em branco, cabe-nos, agora, identificar os critérios
que permitem diferenciar as normas penais em branco que podem retroagir A melhor opção é entender que a norma penal em branco retroagirá
com a alteração dos seus complementos. sempre, independentemente de sua natureza homogênea ou heterogênea,
se for mais benéfica ao réu e não contiver essência de norma excepcional
A primeira acepção sobre o tema nos é dada pelo Prof. Damásio de ou temporária.
Jesus [17], referendado por Mirabete [18].
Em verdade, existem normas incriminadoras, carentes de complemen-
Aduzem que somente tem influência a alteração do complemento se to, que nitidamente, tem características de norma excepcional (v. supra,
importar em modificação substantiva do tipo penal e não quando modifique item 3.2), devendo-lhes, pois, serem submetidas à disciplina do art. 3°, do
circunstância que não comprometa a norma em branco. Código Penal.
De forma mais esclarecedora, Mirabete salienta que "de acordo, com Partilhando deste entendimento, o STF assim já se manifestou, muito
Soler, só tem importância a variação da norma complementar na aplicação embora utilize outras premissas: "em princípio, o art. 3° do Código Penal se
retroativa da lei penal em branco quando esta provoca uma real modifica- aplica à norma penal em branco, na hipótese de o ato normativo que a
ção da figura abstrata do direito penal, e não quando importe a mera modi- integra ser revogado ou substituído por outro mais benéfico ao infrator, não
ficação de circunstância que, na realidade, deixa subsistente a norma se dando, portanto, a retroatividade. Essa aplicação só não se faz quando
penal." a norma, que complementa o preceito penal em branco, importa real modi-
ficação da figura abstrata nele prevista ou se assenta em motivo perma-
Data venia, o conceito de alteração da figura do tipo penal é deveras nente, insusceptível de modificar-se por circunstâncias temporárias ou
fluido e de difícil aplicação, mormente se partirmos da premissa que a excepcionais, como sucede quando do elenco de doenças contagiosas se
norma complementadora sempre faz parte do tipo penal. Sempre que retira uma por se haver demonstrado que não tem ela tal característica" [23]
houver alteração da norma complementadora, estaremos alterando a (grifo nosso).
definição da conduta tida como criminosa.
O que se pretende, em verdade, demonstrar é que a regra geral da re-
Ademais, parece-nos que não existe base legal para se pensar desta troação benéfica é perfeitamente aplicável às normas penais em branco,
forma. desde que, não possuam caráter excepcional ou temporário.
4.2.2. O critério de Pierangeli e Alberto Silva Franco. Por exemplo, a norma do art. 237, do Código Penal Pátrio, que tem a
Outra acepção é a defendida por Pierangeli [19] e Alberto Silva Franco seguinte redação: "contrair casamento, conhecendo a existência de impe-
[20]. dimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena – detenção, de três
meses a um ano". O preceito complementador não possui, de forma algu-
Informações bibliográficas: Leis temporárias são as que possuem vigência previamente fixada pelo
legislador.
MODESTO, Danilo Von Beckerath. A norma penal em branco e seus
limites temporais . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 817, 28 set. 2005. Leis excepcionais são as que vigem durante situações de emergência.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7345>. Acesso
em: 27 mar. 2008. Essas espécies de lei tem ultratividade, ou seja, aplicam-se ao fato
cometido sob o seu império, mesmo depois de revogadas pelo decurso do
tempo ou pela superação do estado excepcional.
A lei penal no tempo.
A RETROATIVIDADE E A LEI PENAL EM BRANCO
Revogada a norma complementar (decreto, portaria, regulamento,
INTRODUÇÃO etc.), não desaparecerá o crime. O que foi revogado ou alterado é a norma
De acordo com o princípio tempus regit actum, a lei rege, em geral, os complementar e não a lei. Para os que entendem a norma complementar
fatos praticados durante a sua vigência. Não pode, em tese, alcançar fatos integra a lei penal, sendo ela excepcional ou temporária possui também o
ocorridos em período anterior ao início de sua vigência nem ser aplicada caráter de ultratividade diante do art. 3º do CP.
àqueles ocorridos após a sua revogação. Entretanto, por disposição ex-
pressa do próprio diploma legal, é possível a ocorrência da retroatividade e Assim, pode-se concluir que há de se fazer uma distinção: a) se a
da ultratividade da lei. Denomina-se retroatividade o fenômeno pelo qual norma penal em branco tem caráter excepcional ou temporário, aplica-se o
uma norma jurídica é aplicada a fato ocorrido antes do início de sua vigên- art. 3º do CP, sendo a norma complementar ultrativa; b)se, ao contrário,
cia e ultratividade à aplicação dela após a sua revogação. não tem ela caráter temporário ou excepcional, aplica-se o art. 2º, parágra-
fo único, ocorrendo a abolitio criminis.
PRINCÍPIOS DA LEI PENAL NO TEMPO
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA TEMPO DO CRIME
A primeira hipótese trata da lei nova que torna típico fato anteriormente Necessário se torna saber qual é o tempo do crime, ou seja, a ocasião,
não incriminado. Nessa hipótese a lei penal e irretroativa. o momento, a data em que se considera praticado o delito para a aplicação
da lei penal a seu autor.
ABOLITIO CRIMINIS
Ocorre a chamada abolitio criminis quando a lei nova já não incrimina Três são as teorias a respeito da determinação do tempo do crime. Pe-
fato que anteriormente era considerado como ilícito penal. A nova lei, que la teoria da atividade, considera-se como tempo do crime o momento da
se presume ser mais perfeita que a anterior, demonstrando não haver conduta (ação ou omissão). Pela teoria do resultado (ou do efeito), consi-
mais, por parte do estado, interesse na punição do autor de determinado
Noções de Direito 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dera-se tempo do crime o momento de sua consumação, não se levando a teoria do resultado (ou do efeito), em que se considera para a a-
em conta a ocasião em que o agente praticou a ação. Por fim, a teoria plicação da lei o local da consumação (ou do resultado) do crime;
mista considera como tempo do crime tanto o momento da conduta como o a teoria da ubiquidade (ou da unidade mista), pela qual se entende
d resultado. como lugar do crime tanto o local da conduta como o do resultado.
O princípio da nacionalidade (ou de personalidade) cogita da aplicação Em todas essas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira,
da lei do país de origem do agente, pouco importando o local onde o crime ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
foi praticado. O estado tem o direito de exigir que o seu cidadão no estran-
geiro tenha determinado comportamento (nacionalidade ativa - somente se EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
considera, se o autor do delito é nacional, sem se cogitar da vítima; nacio- O inciso II, do art. 7º, prevê três hipóteses de aplicação da lei brasileira
nalidade passiva - exige, para a aplicação da lei penal, que sejam nacio- a autores de crimes cometidos no estrangeiro. São os casos de extraterrito-
nais o autor e o ofendido do ilícito penal. rialidade condicionada, pois dependem dessas condições:
Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri-
Pelo princípio da proteção (da competência real, de defesa), aplica-se mir. Utilizou-se o princípio da justiça ou competência universal;
a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional, sem qualquer consi- Crimes praticados por brasileiro. Tendo o país o dever de obrigar o
deração a respeito do local onde foi praticado o crime ou da nacionalidade seu nacional a cumprir as leis, permite-se a aplicação da lei brasi-
do agente. leira ao crime por ele cometido no estrangeiro. Trata-se do disposi-
tivo da aplicação do princípio da nacionalidade ou personalidade
Pelo princípio da competência universal (ou da justiça cosmopolita), o ativa;
criminoso deve ser julgado e punido onde for detido, segundo as leis deste Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
país, não se levando em conta o lugar do crime, a nacionalidade do autor cantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro
ou o bem jurídico lesado. e aí não sejam julgados. Inclui-se no CP o princípio da representa-
ção.
Por fim há o princípio da representação, subsidiário, que determina a
aplicação da lei do país quando, por deficiência legislativa ou desinteresse A aplicação da lei brasileira, nessas três hipóteses, fica subordinada a
de outro que deveria reprimir o crime, este não o faz, e diz respeito aos todas as condições estabelecidas pelo § 2º do art. 7º. Depende, portanto,
delitos cometidos em aeronaves ou embarcações. das condições a seguir relacionadas:
Entrada do agente no território nacional;
TERRITORIALIDADE Ser o fato punível também no país em que foi praticado. Na hipóte-
Prevê o art. 5º do CP: "aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de con- se de o crime ter sido praticado em local onde nenhum país tem ju-
venções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no risdição (alto mar, certas regiões polares), é possível a aplicação
território nacional". É evidente, portanto, que a nossa legislação consagra, da lei brasileira.
como base para a aplicação da lei penal no espaço, o princípio da territoria- Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira au-
lidade. toriza a extradição.
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro moti-
CONCEITO DE TERRITÓRIO
vo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Em sentido estrito (material), território abrange o solo (e subsolo) sem
solução de continuidade e com limites reconhecidos, as águas interiores, o
O art. 7º, § 3º, prevê uma última hipótese da aplicação da lei brasileira:
mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo.
a do crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. É ainda
um dispositivo calcado na teoria de proteção, além dos casos de extraterri-
Território por extensão (ou ficção) - para os efeitos penais, consideram-
torialidade incondicionada. Exige o dispositivo em estudo, porém, além das
se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
condições já mencionadas, outras duas:
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde
- que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição (po-
quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasi-
de ter sido requerida, mas não concedida;
leiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva-
- que haja requisição do ministro da justiça.
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar.
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
LUGAR DO CRIME
Considerando que, sendo possível a aplicação da lei brasileira a cri-
Para a aplicação da regra da territorialidade é necessário entretanto,
mes cometidos em território de outro país, ocorrerá também a incidência da
que se esclareça qual é o lugar do crime:
lei estrangeira, dispõe o código como se deve proceder para se evitar a
teoria da atividade (ou da ação), em que o lugar do crime é o local dupla posição. Cumprida a pena pelo sujeito ativo do crime no estrangeiro,
da conduta criminosa (ação ou omissão);
As leis penais devem ser interpretadas de forma declarativa estrita, ou Infração penal - elementos, espécies
até com preocupação restritiva. Não devem nunca ser interpretadas de 1 - Definição
forma ampliativa ou extensiva, a fim de não se ferir o princípio da Ocorre quando uma pessoa pratica qualquer conduta descrita na lei e,
legalidade dos delitos e das penas (nullum crimen, nulla poena sine lege). através dessa conduta, ofende um bem jurídico de uma terceira pessoa.
Ou seja, as infrações penais constituem determinados comportamentos
Mas há duas espécies permitidas de interpretação extensiva.
humanos proibidos por lei, sob a ameaça de uma pena.
A primeira é a interpretação analógica intra legem, ou seja, dentro da
lei, em que o próprio texto legal indica a aplicação da analogia em relação Sujeito Ativo ou agente: é aquele que ofende o bem jurídico protegido
a alguma circunstância. Exemplo é o art. 28, II, do Código Penal, que fala por lei. Em regra só o ser humano maior de 18 anos pode ser sujeito
em “álcool ou substância de efeitos análogos”, ou o art. 171 do Código ativo de uma infração penal. A exceção acontece nos crimes contra o
O fato típico subdivide-se em: A lei das contravenções penais, de 3 de outubro de 1941, prevê con-
I– conduta, seja dolosa ou culposa, tanto comissiva quanto omissiva; travenções contra a pessoa, o patrimônio, a incolumidade, a paz e a fé
II – resultado, exigível nos crimes em que este seja indispensável, ou públicas, a organização do trabalho, a polícia de costumes e a administra-
seja, crimes materiais; ção pública. São exemplos de contravenção: fabrico, comércio e porte de
III – nexo causal, relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado armas, sem licença da autoridade; exploração da credulidade pública;
(também só presente nos crimes materiais); alarme falso; uso ilegítimo de uniforme ou distintivo; exploração de jogos
IV – tipicidade, que é a perfeita correlação entre o fato concreto e a ou de loteria não autorizada; mendicância por ociosidade ou cupidez;
Crime Doloso
Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo;
constitui elemento subjetivo do tipo (implícito). 2.3.3. - Crime consumado e crime tentado.
Presentes os requisitos da consciência e da vontade, o dolo possui os Crime Tentado
seguintes elementos: Tentativa é a execução iniciada de um crime, que não se con-
a) consciência da conduta e do resultado; suma por circunstâncias alheias à vontade do agente; seus elemen-
b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resulta- tos são o início da execução e a não-consumação por circunstâncias
do; alheias à vontade do agente.
c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
Quando o processo executório é interrompido por circunstâncias
No dolo direto, o sujeito visa a certo e determinado resultado, ex: o a- alheias à vontade do agente, fala-se em tentativa imperfeita ou tenta-
gente desfere golpes de faca na vítima com intenção de matá-la; se projeta tiva propriamente dita; quando a fase de execução é integralmente
de forma direta no resultado morte; há dolo indireto quando a vontade do realizada pelo agente, mas o resultado não se verifica por circuns-
sujeito não se dirige a certo e determinado resultado; possui duas formas: tâncias alheias à sua vontade, diz-se que há tentativa perfeita ou
a) dolo alternativo: quando a vontade do sujeito se dirige a um outro re- crime falho.
sultado; ex: o agente desfere golpes de faca na vítima com intenção alter-
nativa: ferir ou matar; São infrações que não admitem tentativa:
b) dolo eventual: ocorre quando o sujeito assume o risco de produzir o a) os crimes culposos;
resultado, isto é, admite a aceita o risco de produzi-lo. b) os preterdolosos;
c) as contravenções;
No dolo de dano o sujeito quer o dano ou assume o risco de produzi-lo d) os omissivos próprios;
(dolo direto ou eventual); no de perigo o agente não quer o dano nem e) os unissubsistentes;
assume o risco de produzi-lo, desejando ou assumindo o risco de produzir f) os crimes habituais;
um resultado de perigo (o perigo constitui resultado). g) os crime que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como
a participação em suicídio;
Dolo genérico é a vontade de realizar fato descrito na norma penal in- h) os permanentes de forma exclusivamente omissiva;
criminadora; dolo específico é a vontade de praticar o fato e produzir um fim i) os crimes de atentado.
especial.
No crime continuado só é admissível a tentativa dos crimes que
Crime Culposo o compõe; o todo não a admite.
Quando se diz que a culpa é elemento do tipo, faz-se referência à i-
nobservância do dever de diligência; a todos no convívio social, é determi- Em se tratando de crime complexo, a tentativa ocorre com o co-
nada a obrigação de realizar condutas de forma a não produzir danos a meço de execução do delito que inicia a formação da figura típica ou
terceiros; é o denominado cuidado objetivo; a conduta torna-se típica a com a realização de um dos crimes que o integram.
partir do instante em que não se tenha manifestado o cuidado necessário
nas relações com outrem, ou seja, a partir do instante em que não corres- Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime con-
ponda ao comportamento que teria adotado uma pessoa dotada de discer- sumado, diminuída de um a dois terços; a diminuição de uma a dois
nimento e prudência, colocada nas mesmas circunstâncias que o agente; a terços não decorre da culpabilidade do agente, mas da própria gravi-
inobservância do cuidado necessário objetivo é o elemento do tipo. dade do fato constitutivo da tentativa; quanto mais o sujeito se apro-
xima da consumação, menor deve ser a diminuição da pena (1/3);
São elementos do fato típico culposo, a conduta humana e voluntária, quando menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser a
de fazer ou não fazer, a inobservância do cuidado objetivo manifestada atenuação (2/3).
através da imprudência, negligência ou imperícia, a previsibilidade objetiva,
a ausência de previsão, o resultado involuntário, o nexo de causalidade e a A desistência voluntária consiste numa abstenção de atividade: o
tipicidade. sujeito cessa o seu comportamento delituoso; assim, só ocorre antes
de o agente esgotar o processo executivo.
Imprudência é a prática de um fato perigoso; ex: dirigir veículo em rua
movimentada com excesso de velocidade. Arrependimento eficaz tem lugar quando o agente, tendo já ulti-
mado o processo de execução do crime, desenvolve nova atividade
Negligência é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao impedindo a produção do resultado.
ato realizado; ex: deixar arma de fogo ao alcance de uma criança.
Quanto ao arrependimento posterior, nos termos do artigo 16 do
Imperícia é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. Código Penal, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça
à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento
Na culpa inconsciente o resultado não é previsto pelo agente, embora da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
previsível; é a culpa comum que se manifesta pela imprudência, negligência reduzida de um a dois terços.
ou imperícia. Na culpa consciente o resultado é previsto pelo sujeito, que
espera levianamente que não ocorra ou que pode evitá-lo. Crime impossível é também chamado de quase-crime; tem disci-
plina jurídica contida no artigo 17 do Código Penal, segundo o qual
Conceito
É aquele que, pela ineficácia absoluta do meio empregado ou pela im- 2.3.4. - Excludentes de ilicitude.
propriedade absoluta do objeto material, é impossível de consumar-se.
De forma sintética, podemos verificar que as excludentes de ilicitude
Hipóteses de crime impossível são aplicadas a prática de infração penal – já estudado –, o qual engloba os
a) ineficácia absoluta do meio: o meio empregado ou o instrumento conceitos de crime e contravenção.
utilizado para a execução do crime jamais o levará à consumação. Ex.: um A posição doutrinária majoritária exige que a infração penal seja um fa-
palito de dente para matar um adulto, uma arma de fogo inapta a efetuar to típico e antijurídico, desta forma as excludentes de ilicitude visam retirar
disparos ou uma falsificação grosseira, facilmente perceptível, são meios o segundo elemento, sopesando bens jurídicos que estejam em conflito ou
absolutamente ineficazes. afastando a culpabilidade e/ou a punibilidade.
Obs.: A ineficácia do meio, quando relativa, leva à tentativa e não ao A antijuridicidade consiste na falta de autorização da ação típica.
crime impossível. Ex.: um palito é meio relativamente eficaz para matar um
recém-nascido, perfurando-lhe a moleira; Damásio diz que a antijuricidade é sempre material, constituindo a le-
são de um interesse penalmente protegido.
b) pela impropriedade absoluta do objeto: a pessoa ou coisa sobre A antijuricidade pode ser subjetiva e objetiva. Pode ser subjetiva, de
as quais recai a conduta são absolutamente inidôneas à produção de algum acordo com essa teoria, pois o ordenamento jurídico é composto de ordens
resultado lesivo. Ex.: matar um cadáver, ingerir substância abortiva imagi- e proibições, constituindo fato ilícito a desobediência a tais normas. Essas
nando-se grávida, comprar cocaína ao invés de talco, furtar alguém que ordens e proibições são dirigidas à vontade das pessoas imputáveis.
não tem um único centavo no bolso etc. A antijuricidade objetiva, a ilicitude corresponde à qualidade que possui
Obs.: A impropriedade não pode ser relativa, pois nesse caso haverá o fato de contrariar uma norma.
tentativa. Assim, se a pessoa ainda se encontrava viva, embora prestes a
morrer, também haverá homicídio tentado, e não crime impossível. Do
mesmo modo, se o punguista enfia a mão no bolso errado, houve circuns- 2.3.5. - Desistência voluntária, arrependimento eficaz
tância meramente acidental que não toma impossível o crime, respondendo
também por tentativa. e arrependimento posterior.
Delito putativo por erro de tipo Desistência voluntária e arrependimento eficaz(Redação dada pela
Distinção: no erro de tipo, o agente não sabe, devido a um erro de a- Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
preciação da realidade, que está cometendo um delito (compra cocaína Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na exe-
pensando ser talco; mata uma pessoa achando que é um animal etc.); no cução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
delito putativo por erro de tipo, o agente quer praticar um crime, mas devido praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ao desconhecimento da situação de fato, comete um irrelevante penal (a
mulher acha que está grávida e ingere a substância abortiva; o agente atira Arrependimento posterior(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
em um cadáver supondo-o vivo etc.). É o contrário, portanto: no primeiro o 11.7.1984)
autor não quer cometer um crime, enquanto no segundo ele quer, mas não Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pes-
consegue. soa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
O delito putativo por erro de tipo constitui crime impossível pela impro- dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
priedade absoluta do objeto.
Delito putativo por obra do agente provocador (também chamado 2.3.6. - Dos Crimes contra a Vida - artigos 121 a 128.
de crime de flagrante preparado, delito de ensaio ou experiência)
A polícia ou terceiro (agente provocador) prepara uma situação, na Homicídio simples
qual induz o agente a cometer o delito (investigadora grávida pede para Art 121. Matar alguém:
médico fazer aborto ilegal e depois o prende em flagrante; detetive simula Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
querer comprar maconha e prende o traficante etc.). Nessa situação o autor
é o protagonista de uma farsa que, desde o início, não tem a menor chance Caso de diminuição de pena
de dar certo. Por essa razão, a jurisprudência considera a encenação do § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
flagrante preparado uma terceira espécie de crime impossível, entendendo social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
não haver crime ante a atipicidade do fato (Súmula n. 145 do STF). O crime injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
é impossível não pela ineficácia do meio ou impropriedade do objeto, mas terço.
pelo conjunto das circunstâncias exteriores adrede preparadas que tomam Homicídio qualificado
totalmente impossível ao sujeito atingir o momento consumativo. § 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
Teorias: torpe;
a) sintomática: se o agente demonstrou periculosidade, deve ser II - por motivo fútil;
punido; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
16) Marta, professora de ciências. abriu um consultório médico e estava 26) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou
atendendo normalmente meus pacientes, já que segundo a Constitu- contra ilegalidade ou abuso do poder, são:
ição é livre o exercício de qualquer trabalho. Neste caso Marta: a) assegurados aos juízes, devendo ser recolhida taxa fixada em lei
a) poderá continuar a atender seus pacientes sem problemas b) assegurados aos menores impúberes independente de pagamento
b) deverá continuar a atender seus pacientes, pois só eles podem de taxas
atestar sua capacidade c) assegurados a todos, independentemente de pagamento de taxas
c) não poderá exercer a profissão de médica pois não atende as qualifi- d) facultativos a quem deles necessite, devendo ser recolhida a taxa
cações profissionais estabelecidas por lei fixada em lei
d) todas as alternativas estão corretas
27) Do Poder Judiciário, a apreciação de lesão ou ameaça a direito:
17) Segundo a Constituição Federal é livre a locomoção no território a) será excluída por lei
nacional: b) a lei não excluirá
a) em qualquer tempo b) em tempo de calamidade púbica c) a lei deverá afastar
c) em tempo de paz d) em tempo de guerra d) n.d.a.
18) Todos podem reunir-se pacificamente, em locais abertos ao público
28) É preceito constitucional que a lei não prejudicará:
Independentemente de autorização, dado que não frustrem outra re-
a) direito adquirido
união anteriormente convocada para o mesmo local, e estejam:
b) ato jurídico perfeito
a) desarmados
c) coisa julgada
b) convocando pessoas para guerra
d) todas as alternativas estão corretas
c) com intuito de provocar greve
d) com intenção revolucionária
19) Um grupo de pessoas pretendo organizar um associação de Morado- 29) Walber, um importantíssimo empresário brasileiro, dono de umas das
res de Vila Madalena, neste caso a Constituição: maiores fortunas do país, cometeu crime de lesão corporal culposa,
a) veda a criação de associações de qualquer natureza ao bater seu carro em cruzamento na Av. Paulista, e ferindo leve-
b) dá plena liberdade para criação de associações para fins lícitos mente o motorista do outro veículo. O Presidente da República ao
c) não protege qualquer tipo de associação saber de tal fato, ordenou que fosse criado um juízo especial para
d) somente aceita as associações de caráter para-militar cuidar deste caso. Segundo a Constituição isso:
a) não será possível, pois não poderá existir juízo ou tribunal de exce-
ção
20) Poderão ser criadas associações, na forma da lei e cooperativas,
b) será possível, pois em caso de crimes culposos existe a possibilida-
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento, inde-
de de se criar um juízo especial
pendente de:
c) é pouco provável que o Presidente da República interfira neste caso,
a) negociações coletivas
mas caso queira seria perfeitamente legal
b) pagamento de impostos
d) n.d.a.
c) autorização
d) elaboração de estatuto
30) Para a Constituição Federal a educação é considerada:
a) direito social b) dever social
21) Para que uma associação seja compulsoriamente dissolvida, será
c) obrigação social d) garantia individual
necessário:
a) uma decisão judicial com trânsito em julgado
b) uma liminar judicial
c) um processo com sentença final RESPOSTAS
d) uma sentença sem trânsito em julgado
01. A 11. B 21. A
22) Associar-se ou permanecer associado é considerado pela Constitui- 02. A 12. D 22. C
ção Federal: 03. C 13. A 23. B
a) uma obrigação 04. A 14. C 24. D
b) um dever 05. B 15. B 25. A
c) uma faculdade 06. C 16. C 26. C
d) uma necessidade 07. D 17. C 27. B
08. A 18. A 28. D
23) Têm legitimidade para representar seus filiados. judicial ou extrajudi- 09. D 19. B 29. A
cialmente: 10. C 20. C 30. A
a) qualquer pessoa
b) as entidades associativas, quando expressamente autorizadas
Noções de Direito 116 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nologia tem fins científicos e o Direito Penal fins normativos, o que significa
que a Criminologia, livre de amarras com o passado, deve opor-se às
estruturas sociais determinantes da grande criminalidade ou em si mesmo
criminosas.
Além de impressões digitais, normalmente encontram-se no local do Leonardo Rabelo de Matos Silva
crime impressões de diferentes origens, capazes de levar à identificação de advogado, mestrando em Direito pela UNIG/RJ
seu autor, como as de dentes em frutas, de pés descalços ou calçados, de
instrumentos. Marcas de pneus permitem estabelecer sua marca, tipo e A criminologia define-se, em regra como sendo o estudo do crime e do
desgaste, possibilitando a identificação do veículo, o cálculo da velocidade criminoso, isto é: criminalidade. A Criminologia, o estudo do crime e dos
e o sentido do deslocamento. As impressões de pés descalços, pelas criminosos, dentro de um recorte causal — explicativo, informado de ele-
dimensões e particularidades, são fonte segura de informação; nas de pés mentos naturalísticos (psicofísicos), ‘‘é ciência social ou não será ciência’’
calçados, consideram-se a forma e disposição dos relevos, as peças metá-
licas ou de borracha que os guarneçam e a intensidade do uso. Os sulcos Não é uma ciência independente, mas atrelada à Sociologia, à aprecia-
permitem aos peritos dizer se a pessoa estava andando ou correndo. ção científica da organização da sociedade humana. Ao lado da Sociologia,
se mostra numa condição de contrastante de ‘‘uma das mais jovens e uma
Manchas de sangue, de esperma, de fezes, de muco, de graxa e de das mais velhas ciências’’.
tinta constituem material relevante. A análise das manchas de sangue,
secas ou não, permitem determinar de que parte do corpo se originam e de Jovem e livre até da rotulação relativamente recente do respectivo vo-
quem. A identificação dos pêlos, embora difícil, é de grande importância. cábulo, um termo híbrido, por Augusto Comte, do latim socius, amigo ou
Nos mamíferos, há o pêlo propriamente dito e a penugem, podendo-se companheiro, e do grego logos, ciência. Velha, uma vez que a análise da
determinar a espécie animal, a região e o sexo do animal de que provém e vida gregária dos seres humanos já era praticada de vários modos pela
sua idade provável. Antropologia, bem antes de sua aparição no panorama cultural.
O estudo dos ferimentos da vítima pode apontar o tipo de arma utiliza- No entanto, não só do pensamento sociológico se sustenta a Crimino-
da no crime. Poeiras são recolhidas das vestes, calçados, cabelos, de sob logia, que, pelo contrário, possui aparência eminentemente multidisciplinar,
as unhas, armas e utensílios e, uma vez determinada sua composição, sempre se enriquecendo com diferentes ciências posicionadas à sua volta e
podem dar indicações sobre o delito, a vítima e o suspeito, e até sobre o áreas do conhecimento afins ou afluentes.
local de proveniência de ambos. O retrato falado, hoje feito muitas vezes
com a ajuda de computador, visando à identificação dos criminosos, tem A maioria vai listada adiante: primus inter pares, o Direito Penal, ramo
largo emprego. da Dogmática Jurídica que definem quais condutas tipificam crimes ou
contravenções, estabelecendo as respectivas penas; a Medicina Legal (aí
Descobre-se a origem de fabricação de uma arma de fogo, compreendida a Psiquiatria Forense), aplicação específica das ciências
médicas, paramédicas e biológicas ao Direito; Psicologia Criminal, cuja
quando não evidente, através dos bancos de prova. Os registros
matriz é a Psicologia (comum), ciência ocupada com a mente humana,
policiais facilitam a identificação do proprietário. O raiamento das seus estados e processos: a Antropologia Criminal (Ferri, Lombroso e
pistolas automáticas imprime aos projéteis elementos individualiza- Garofalo), que assume para si a responsabilidade de pesquisar e desenhar
dores exatos, possibilitando determinar o tipo e a própria arma de supostos perfis dos infratores penais, a partir de disposições anatômicas e
que foram disparados; igualmente reveladora é a percussão da estigmas somáticos particulares, hoje um pouco desprovida do crédito que
agulha do cão na espoleta do cartucho. Essas características so- foi desfrutado antigamente; a Sociologia Criminal (subdivisão da Sociologia,
mam-se nas armas automáticas às marcas do extrator e do batente filiada à Sociologia Jurídica), fundada por Enrico Ferri, que visualiza o ilícito
do ejetor que expele a cápsula depois do disparo. Quase sempre penal como fenômeno gerado no desenvolvimento do convívio, em escala
engraxadas, as impressões nelas encontradas são colhidas por ampla, dos homens, analisando a importância direta ou indireta do ambien-
te social na formação da personalidade de cada um; a Psicosociologia
processo fotográfico. Criminal, subordinada a Psicosociologia, suma psicológica dos fatos soci-
Mesmo quando muito se haja batendo neste caudal das possíveis cau- Desde que integremos estas noções, de que, na gênese criminal, de-
sas do delito, tanto no campo da biologia, quanto no da mesologia, ainda vem ser considerados os falares bio e mesológicos, e também o falar ético
devemos confessar que a gênese delitual continua a oferecer pontos pe- leva-nos a admitir, todavia, uma separação das capacidades que podem
numbrosos. De onde, as palavras de Roberto Lyra Filho. apreciar e decidir sobre a forma de atuação e sobre a ordenação dos seus
respectivos valores. É que os fatores bio-mesológicos - que procuram
É que não há fatores específicos para o crime, que o venham a ocasio- explicar a gênese criminosa - são de apreciação criminológica estrita; ao
nar dentro de um determinismo irreversível - nem do ponto de vista endó- posso que o fator ético - onde se insere a condição que procura justificar a
Há aqui toda uma infinita problemática penitenciária, que dependerá De um ponto de vista ético, todavia, não deve se afastar esse trata-
das possibilidades efetivas de cada país e região; mas sempre se devendo mento: deve ele dar ao criminoso - sem que assim ele se sinta deprimido,
manter uma certa segurança e atenção para com o tipo especial de popula- ou deformado, ou mesmo sensibilizado - a noção da necessidade da sua
ção com que se vai lidar, sem nos deixar seduzir por facilitações generosas, recuperação moral, desde que o ponto de partida da sua ação agressiva
mas imprudentes, e sem deixarmos de considerar que, no início de tudo, contra a sociedade se reconheceu sempre no animus que pôs ao serviço
sempre se parte de uma ação anti-social praticada, cuja responsabilidade da mentalidade criminosa de que se deixou assenhorear o seu espírito.
moral cabe a - quem a efetivou, sem excusa bastante para ela, como o Tudo o mais que se possa fazer do ponto de vista médico, psicológico,
julgamento o deve haver definido. Nunca os regimes penitenciários devem pedagógico em um enfoque holístico, enfim, ressocializante, deve-se apoiar
assumir liberalidades excessivas, e até às vezes anunciadas quase com na base de uma sólida, tão sólida quanto possível, reconstrução ética da
excesso, que toca as raias de uma espécie de propaganda. Recentemente, sua personalidade. Se não houver a mudança da mente (a metanoia, dos
o noticiário dos canais de televisão deu conhecimento de suas penitenciá- gregos), se não houver a sideração da vontade no sentido de se robustecer
rias que se projetam em cidades do Interior de São Paulo, com tantas a âmago anímico da personalidade, tudo o mais pode entrar em falência,
vantagens para o welfare of the offender (piscinas, quadras de vários pode a qualquer momento ser, de novo, submetido às forças crímino-
esportes, enxadrismo, cinema, TV, etc.) que o locutor de um dos canais, impelentes e por elas dominado - e a reincidência se manifestar.
causticamente, comentou: o problema que está surgindo é o número ex-
cessivo de telefonemas para essas cidades, de numerosos interessados Portanto, dê-se a ênfase maior na reeducação e no fortalecimento do
em saber o que é necessário realizar para se ingressar e obter vagas núcleo moral da personalidade; ou seja, daquele núcleo que é o que define
nessas instituições... exatamente a natureza humana de que somos participantes. A partir daí,
então, dê-se ao tratamento todo o conteúdo de um processo reeducativo,
A justiça, que hoje vê bem e julga melhor, deve cercar-se de serenida- recuperador, ressocializante, indo alcançar todos os ângulos da personali-
de, competência e profundo conhecimento, para saber o que deve ser feito dade e mirando a volta de delinquente ao convívio social, com todas as
de melhor - mas sempre com a extrema seriedade, que a superioridade da implicações que daí decorrem, inclusive, e principalmente, a atenção que
sua posição de suprema sabedoria e equanimidade deve saber atender e deva ser dada aos deveres sociais e à integração de uma pessoa na comu-
Dois óbices têm sido levantados contra esse ideal da pena indetermi- -o0o-
nada: um decorrente ainda de um remanescente espírito retributivo, que
deseja para uma espécie de crimes, uma pena mais severa que para outras Enrique Cury, em sua "Contribuição ao Estudo da Pena", deixa bem
espécies de delitos; o outro óbice provém de uma ideia - a ser corrigida - de claro que os estudos criminológicos, pertinentemente ao fundamento e às
que a execução penal passada, das mãos do Juiz, para as mãos do técni- finalidades da sanção penal, longe de terem chegado a um denominador
co. comum, ainda estão entregues a diversas teorias conflitantes, que tentam
explicar o "por que" e o "para que" da punição (ou não é punição, mas
Quanto ao primeiro desses argumentos contrários à pena indetermina- tentativa de recuperação para o convívio social?) do indivíduo que infringe
da, deve-se informar que o tipo de delito praticado nem sempre correspon- as regras de conduta de cunho penal.
de à deformação da personalidade ocorrida no criminoso; às vezes, sim,
desde logo se tem uma noção de gravidade do comprometimento dessa O autor afirma, mesmo, que nós, juristas,
personalidade, como ocorre na hediondez de certos crimes; mas pode "carecemos de imaginação criadora, porque depois da fatigante luta
acontecer o contrário, isto é, de um pequeno delito seja, todavia, a primeira para nos desembaraçarmos das penas corporais, nosso elenco de sanções
manifestação de uma personalidade bastante agressiva. ficou reduzido, quase que exclusivamente, às penas privativas da liberdade
e – mas em menor escala – às pecuniárias".
Justifica-se plenamente que a pena indeterminada seja dotada nas
nossas leis penais, desde que atendidos os pontos fundamentais anterior- Em nosso entender, a Criminologia não se deve apegar, tão somente,
mente referidos, ou seja: que a sua indeterminação não fique fora da com- à intensidade do dano causado pelo fato delituoso; seus estudos devem ter
petência judicante, a qual deliberará sobre a extinção da medida punitiva, como escopo a possibilidade da obtenção de resultados úteis para a socie-
desde que proposta pelos auxiliares técnicos do Juiz. dade. E resultados úteis para a sociedade somente poderão ser considera-
dos aqueles que levem à redução da criminalidade, porque todo e qualquer
Na realidade, a pena fixa é contrária à boa recuperação dos crimino- incremento em seus índices nada mais poderá significar do que mais um
sos, ao marcar limites artificiais à mesma, e apenas decorrentes da quanti- passo em direção à completa falência da utilização do sistema repressivo
dade do delito praticado. E deixando de lado a personalidade do réu, e sua como instrumento de controle social.
capacidade de recuperação ético-social, mesmo quando esteja em vigência
o artigo 42 do Código Penal, até hoje não atendido adequadamente quanto A Criminologia dependerá portanto das contribuições das diversas ci-
"aos antecedentes e à personalidade do agente, à intensidade do dolo ou ências auxiliares, tais como a Sociologia, para a compreensão e a determi-
grau da culpa, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime". nação de seus objetivos.
Juarez Cirino dos Santos, em brilhante monografia intitulada "A Crimi-
Não fique sem dizer que, também na apreciação criminológico-clínica nologia da Repressão" (Forense, 1979), identifica o crime como produto da
do delinquente, deve entrar em cogitação a natureza do delito praticado; é desorganização social, cujos indicadores são:
um dos elementos centrais que informa a observação do criminoso. "a) o incremento das formas de existência e de comportamento desvi-
antes, como o crime, a doença mental, o alcoolismo, o uso de drogas, a
Mesmo que fossem aceitos e praticados estes preceitos, sempre cabe- delinquência juvenil, etc; b) as condições de trabalho pobres, e o paradoxo
rá plenamente a manutenção da liberdade condicional, para os que hajam da tecnologia como fator de miséria (e não de progresso) social, gerando
estado segregados do convívio social. E isto porque ela representa, nos desemprego, ligado, por sua vez, àquelas formas de comportamento desvi-
dizeres de Flamínio Fávero, a convalescença penal, isto é, aquele período ante. Na origem dessas condições, a industrialização, a urbanização e as
de prova em que se verifica se o delinquente já se encontra efetivamente migrações entre os centros de produção".
em condições de conviver em sociedade de maneira sintônica, e não a-
gressiva. Problema de crucial importância para a própria definição dos lindes da
Criminologia, e que tem seduzido os estudiosos, é o do direito de resistên-
O neo-ecletismo penal pretende dar todo o valor, que é inconstante, à cia, em relação à própria segurança do Estado.
evolução da Criminologia Clínica e na investigação científica das causas da
criminalidade, até onde elas possam ser rastreadas e reconhecidas. Mas Com efeito, se em relação ao chamado criminoso comum, a Criminolo-
quer reivindicar a necessidade de se valorizar a atenção para os aspectos gia aconselha determinadas medidas, quais as perspectivas aconselháveis
morais do ente humano, que devem ser devidamente computados: em relação aos chamados "crimes políticos", para a manutenção do contro-
a) para a indispensável avaliação da responsabilidade moral pelo ato le social?
praticado, em termos de uma justificação, ou não, de tal ato;
b) para o reaparelhamento do núcleo moral do delinquente, a fim de A justa e equilibrada "punição" do criminoso político poderá evitar que
aumentar-lhe as resistências futuras aos falares crímino- ele se transforme em mártir, como frequentemente acontece, em virtude da
impelentes que no porvir venham a agir de novo sobre o indivíduo. arbitrariedade ou da ignorância dos julgadores, devendo-se observar, neste
ponto, que o Direito Penal, no tocante aos delitos políticos, pune tão so-
Deixar de dar, entretanto, toda a ênfase que merece este núcleo Moral mente a tentativa, porque as revoluções, quando vitoriosas, deixam de ser
do ser humano é incidir num erro fundamental, visto que a explicação crimes para serem apenas acontecimentos históricos.
científica da gênese do delito não afasta a necessidade de se enfocar este Fernando Lima
outro aspecto da questão, que, no homem, é primordial.
Tanto o Direito Penal como Criminologia estudam o crime, porém, o en- Daí, porque seja salutar a corrente que defende a unificação de todas
foque dado por uma e por outra, relativo ao delito é diferente. Pois enquan- as ramificações da Criminologia principalmente unindo a Clínica com a
to que o Direito Penal é ciência normativa sendo a destinada a administrar Sociológica formando o que chamaríamos de Criminalidade Integrada, ou
a repressão social ao crime através das normas punitivas que ele mesmo seja, biopsicossociológica.
elabora. Muito útil seria a referida Criminologia Integrada colaborando realmente
para que o Poder Público arquitetasse uma Política Criminal hábil a conse-
Já a Criminologia é ciência causal-explicativa, como bem enfatiza Or- guir a prevenção e eficaz repressão ao crime.
lando Soares e tem por objeto a incumbência de não só se preocupar com
o crime, mas também conhecer o criminoso, montando esquemas de O Direito Penal é pautado pelos legisladores para defender a socieda-
combate à criminalidade, agindo não só de maneira preventiva como sobre- de dos comportamentos típicos e desviantes. O objeto de estudo do Direito
tudo de forma terapêutica para cuidar dos criminosos e evitar-lhes a reinci- Penal é a culpabilidade em lato sensu. O objeto da Criminologia é o estudo
dência. da periculosidade, visando a pesquisa teórica da etiologia do crime.
Na Criminologia traça-se uma análise do crime, pesquisando suas cau- Embora que alguns doutrinadores detratores do Direito Penal expres-
sas geratrizes bem como estuda o perfil antropológico, social e cultural do sem que o Direito Penal é carecedor de objeto próprio de estudo, que vive
criminoso. oscilante entre o crime, o criminoso, a pena ou até a segurança social.
Por ser ciência normativa, valorativa e finalista, o Direito Penal é basi-
Apesar do Direito Penal e a Criminologia utilizarem a mesma matéria- camente abstrato e se preocupa em coibir o delito enquanto fenômeno
prima (que é o crime), o método é diverso o que o torna legítimo concluir individual ou coletivo, não se preocupando com a prevenção criminal.
que não corresponde ao mesmo objeto da ciência normativa penal.
A natureza do Direito Penal é repressiva e se finda com a aplicação e
Efetivamente como esclarece Israel Drapkin em sua obra Manual de execução da pena.Daí a necessidade de outras ciências que visam auxiliar
Criminologia, a Criminologia usa efetivamente métodos biológicos e socio- o Direito Penal além de lhe assegurar a própria existência.
lógicos e exemplifica : "se a Biologia é uma ciência, não há razão para que
não o seja a Criminologia que utiliza o seu método." É uma utopia desejar a solução da equação crime-criminoso apenas a-
través do Direito Penal, sem a valorosa colaboração da Criminologia, da
Utiliza-se do método experimental, naturalístico, indutivo para o estudo Psicologia e da Sociologia (isto sem exaurir o rol de ciências capazes
do criminoso, o que não é suficiente para conhecer as causas da criminali- também de efetivamente de elucidar o resultado da referida equação).
dade. Também recorre-se aos métodos estatísticos, históricos e sociológi-
cos. Há quem enxergue na Criminologia com a matização de verdadeira fi-
losofia do crime e do criminoso, mas tendo como valores primaciais a
Portanto, a Criminologia utiliza dois métodos distintos (um oriundo da criminalidade e a sociedade.
Biologia e, outro da Sociologia). Estuda o crime como fato biopsicossocial e
o criminoso. Não fica adstrita ao terreno científico, por este não teria por si A pesquisa científica do crime inclui a perquirição de suas causas e ca-
só o poder de explicar o fenômeno delinquencial e sua vasta caudal de racterísticas, de sua prevenção e do controle de sua incidência. Kinberg
causas(entre elas:a natureza social, biológica, psicológica e até psiquiátri- aponta a Criminologia como a ciência que tem por objeto não somente o
ca). A condição de ciência da Criminologia foi abordada pelo Congresso fenômeno natural da prática do crime, como também o fenômeno da luta
Internacional de Criminologia realizado há menos de 20 anos em Belgra- contra o crime.
do(Iugoslávia, na época) onde chegou-se ao seguinte consenso:
Já Edwin Frey posiciona a Criminologia como a "teoria dos fatos do
A delinquência é um fenômeno social complexo que tem suas leis pró- criminoso" e Roland Grassberger como "sistema das ciências auxiliares do
prias e que surge num meio sócio-cultural determinado, não podendo ser Direito Penal sobre as causas, provas e prevenção do crime."Enrique Cury,
tratada com regras gerais, mas sim particulares de acordo com cada região. penalista chileno, conceitua como "ciência causal-explicativa do delito".
Contrapondo a posição unitária da Criminologia, a Escola Austríaca Parafraseando Alison Smale, jornalista do The New York Times, nos
adota a concepção enciclopédica e considera a Criminologia como um dez anos que se seguiram ao fim das URSS houve uma explosão dos
compacto de diversas disciplinas particulares que pesquisam a realidade crimes internacionais e personagens sombrios do Leste e do Oeste euro-
criminal, os fatos do processo e luta contra o crime. peu não perderam tempo em estabelecer ligações, num quadro que só
agora os governos começam a combater.
A Criminologia igualmente se relaciona com as ciências criminais pois o
Direito Penal lhe delimita o objeto; o Direito Processual Penal inquire a Os russos fazem as famosas lavagens de dinheiro passando por mi-
ocorrência do ato criminal e se interessa pelo exame da personalidade do núsculos ilhas do Pacífico, nas quais há uma centena de bancos. Os che-
delinquente; o Direito Penitenciário, através de seus laboratórios de Biotipo- fões dos cartéis do tráfico de drogas da Colômbia acumulam recursos tão
logia, regula o programa de ressocialização; a Medicina Legal,a Polícia vastos que podem adquiri um submarino soviético só para transportar
Judiciária e a Policiologia colaboram efetivamente na investigação científica cocaína até aos EUA.
da materialidade do crime.
O capitalismo e o comunismo que outrora serviam de camisa ideológica
As ciências penais em seu todo orbitam envolta dos elementos: crime, e intelectual para americanos e soviéticos e permitiam que ambos os lados
delinquente e a pena. A criminologia é a ciência autônoma porque possui se sentissem justificados quando utilizavam representantes condenáveis
um objeto perfeitamente delimitado: os fatos objetivos da prática do crime e para combater na sua guerra fria. Que não foi de modo algum uma guerra
da luta contra a criminalidade. particular pois afetava ao mundo inteiro.
A Criminologia Científica compreende conceitos, teorias, métodos so- A transformação dos aparatchiks em gangsteres ou em lavadores de
bre a criminalidade como fenômeno individual e social, a par, de atentar dinheiro nas ex-repúblicas soviéticas e nos Bálcãs é apenas um dos exem-
para o delinquente, para a vítima e para o sistema penal. plos mais notório.
A Criminologia Clínica consiste na aplicação pragmática do conheci- O crime internacional recebeu relevante estímulo até dos próprios paí-
mento teórico da Criminologia Geral, sem que tal fato desvirtue o caráter ses onde os representantes lutavam.
autônomo daquela, conquanto intimamente ligadas a ambas as Criminolo-
gias. O fim da guerra fria trouxe paradoxalmente uma explosão de cresci-
mento financeiro internacional.
A observação científica é um dos poderosos métodos da Criminologia
Clínica, seguida de interpretação no caso de diagnóstico criminológico, As nações ricas que apostaram na economia global nova e mais aberta
ainda na fase do tratamento reeducativo, antes, portanto, da classificação por meio do crescimento das comunicações e da redução de barreiras
penitenciária ou início do programa de reeducação do delinquente. comerciais e financeiras também produziram um cassino global onde é
possível se movimentar dinheiro de um lado para o outro de forma fácil e
Destinada à profilaxia criminal indireta, não se pode esquecer o papel instantânea.
reservado à Medicina, principalmente para alcançar a plenitude do adágio"
mens sana in corpore sano". É óbvio que o poder dos ricos criminosos tendem a prejudicar muitíssi-
mo os Estados fracos e a criminalidade ganha feição de um dos desafios
Quanto à profilaxia direta ao crime em particular na estrutura mental da reais pela administração.
cogitatio criminosa, sobrevém também as normas de ordem coibitiva: a
inexorabilidade da Justiça Penal, apenamentos compatíveis, processo Aliás, em recente relatório do Conselho Nacional de Inteligência dos
terapêutico e tratamento médico adequado para restabelecer ou melhorar a EUA evidencia que tal poder dos criminosos representa uma grave ameaça
saúde do doente-criminoso. à segurança americana.
A transmutação do mundo num grande aldeia global com o fim das rí- Evidencia-se que o crime organizado internacional se tornou cada vez
gidas fronteiras, onde todos possam compartilhar interesses pessoais, maior e segundo Handelman, os grupos criminoso se infiltraram no governo
inovações tecnológicas e científicas num desenvolvimento equilibrado de local, no regional e, por fim até mesmo, no governo central.
todas as nações, são algumas das propostas pretendidas pela globaliza-
ção. O Ocidente distribuía ajuda em grande quantidade na esperança de
que as falidas sociedade comunistas renascessem como democracias de
Todavia a própria ONU reconhece que a globalização está concentran- mercado livre e os novos ricos investissem no setor interno.
do renda tornando os países ricos, mais ricos e os pobres, mais miseráveis.
Daí o crescente terrorismo e a expansão de seitas político-religiosas radi- Ao revés, a antiga inteligência empobreceu e se tornou altamente cor-
cais e ortodoxas. ruptível e venal.Tal relatório contendo sérias advertências sobre o poder
Com a globalização se avulta novas formas de violência e de criminalidade, dos criminosos ricos intitulado: "Tendências Globais 2015" dá uma noção
como a pirataria, o neofascismo, o neonazismo, os hackers, crackers, das dimensões da economia ilegal, sublinhando que o tráfico de drogas
hooligans, serial killer, crimes ambientais, cibernéticos e o avantajado continua a ser, de longe, o principal fator, com receita anual estimada entre
crescimento do tráfico de entorpecentes(incluindo aí a popularização das US$ 100 bilhões e US$ 300 bilhões.
chamadas drogas sintéticas).
A importância da teoria contemporânea da personalidade está em de-
Sem fronteiras, a criminalidade adquire contornos sofisticados e dotado monstrar o indivíduo como um ser que procura alvos e propósitos, inobstan-
de aparato tecnológico, e, os crimes são cometidos em um país e os crimi- te se reconheça que o seu comportamento possa ter determinantes consci-
nosos se escondem em outro, transferem dinheiro sujo de um país para entes e inconscientes. Freud, Mirray e Jung dão maior ênfase aos fatores
outro; praticam o tráfico de mulheres, crianças, armas e drogas. inconscientes na conduta, ao passo que Lewein, Alport, Goldstein e Roger,
não só valorizam as motivações inconscientes e só são consideradas
Discute-se assim a criação de uma legislação penal internacional que importantes no indivíduo anormal.
uniforme o tratamento jurídico dado a tais crimes, inerente a sua geografia
Pode-se dizer que a ciência moderna, desde Descartes e Bacon, e al- E quanto ao método? Já que toda ciência se alicerça num procedimen-
cançando Kuhn e Popper, é um modo específico e qualificado de conheci- to de obtenção do conhecimento, como critério de validação e aceitação
Com efeito, o pleno exercício do controle previsto no art.129, inciso VII, 6.Uma conclusão
da CF/88, exige o domínio de dados ou informações a respeito da natureza Poder-se-ia elencar um amplo conjunto de aspectos em que a Crimino-
e da execução da atividade policial. Isso significa que o Promotor deve logia ainda pode ser de grande utilidade para um desempenho otimizado
conhecer a realidade dos departamentos de polícia, como a função policial dentro das funções ministeriais. De qualquer modo, se o Promotor de
vem sendo desempenhada por seus agentes, que fatores sociais, econômi- Justiça incluir na sua atividade institucional a exploração desse vasto
cos, políticos e morais, além dos jurídicos, porventura influenciam o cotidia- manancial de conhecimentos, decerto sua atuação se tornará mais abran-
no da prevenção e repressão dos delitos. gente, dinâmica, coerente e, sobretudo, apta a verdadeiramente promover a
justiça.
Em outro plano, esses elementos permitem que o Promotor analise de
maneira mais completa e abrangente as notícias inseridas nos autos de um Referências bibliográficas
inquérito policial, ou seja, o titular da ação penal poderá fundamentar me-
lhor suas manifestações relativamente à requisição de novas diligências ou ALBEGARIA, Jason. Criminologia: teoria e prática, Rio de Janeiro: Ai-
o arquivamento daquela peça inquisitiva. de, 1988.
DIAS, Jorge de Figueiredo; ANDRADE, Manuel da Costa. Criminologia:
4. Atos infracionais e medidas sócio-educativas o homem delinquente e a sociedade criminógena, Coimbra: Coimbra Edito-
Na seara da proteção à infância e à juventude, de igual modo a Crimi- ra, 1997.
nologia pode ser importante fonte de subsídios. A título de exemplo, lem- FERNANDES, Newton; FERNANDES, Valter. Criminologia integrada,
bra-se o instituto da remissão. Nessa hipótese, a ciência criminológica se 2ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
mostra capaz de auxiliar o Promotor de Justiça na análise e sopesamento GARCIA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; GOMES, Luiz Flávio. Crimino-
dos valores e circunstâncias relacionados ao adolescente infrator, isto é, logia: introdução a seus fundamentos teóricos, introdução às bases crimino-
sua personalidade voltada ou não para a delinquência, o contexto social em lógicas da Lei 9.099/95 – lei dos juizados especiais criminais, 4ª ed., São
que ele se acha inserido, sua relação com a família, a escola e a comuni- Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
dade, bem assim a natureza e repercussão social do ato imputado ao OLIVEIRA, Frederico Abrahão de. Manual de Criminologia, 2ª ed., Por-
adolescente. to Alegre: Sagra, 1996.
OLIVEIRA, Marcus Vinícius Amorim de. Guia de Estudo de Criminolo-
Como se sabe, poucas informações nesse sentido poderão ser encon- gia, 2ª ed., Fortaleza (mimeo), 2003.
tradas nos autos do procedimento em mãos do Promotor de Justiça. Maior OMNÈS, Roland. Filosofia da Ciência Contemporânea, São Paulo:
riqueza de detalhes só poderá ser amealha através da oitiva informal do UNESP, 1996.
adolescente. Nessa ocasião, e tendo em vista que o Estatuto da Criança e ZORRILLA, Carlos González. Para que sirve la Criminologia? Nuevas
do Adolescente deixa de oferecer mecanismos específicos para condução aportaciones al debate sobre sus funciones, São Paulo: RBCCrim, n.°6,
dessa audiência, o agente ministerial haverá de se cercar, em primeiro abr-jun/1994, pp.7/25.
lugar, do bom senso, e mais ainda, das ideias, conceitos e conclusões
produzidos pelo saber criminológico, em especial, no tocante à delinquência
Notas
infanto-juvenil.
A reforma levada a efeito encampou conceitos do Finalismo Welzenia- Segundo assertoa Fernando Capez, "os questionamentos dirigiram-se
no, modificando substancialmente o perfil da parte geral, que era baseada à injustificável desconsideração da vontade humana na apreciação do fato
na doutrina causalista. típico, por parte dos causalistas." (09)
Na doutrina causalista, ou causal-naturalista, a ação "é um processo Em substituição, surgiu a teoria Finalista da Ação, tendo por corifeu
mecânico, muscular e voluntário (porque não é um ato reflexo), em que se máximo Hans Welzel, e cujos postulados representaram significativas
prescinde do fim a que essa vontade se dirige. Basta que se tenha a certe- alterações na estruturação da teoria do delito. A propósito leciona Luiz
za de que o agente atuou voluntariamente, sendo irrelevante o que queira, Luisi: "Diferente é o embasamento do tipo penal na doutrina finalista. Para
para se afirmar que praticou ação típica." (02) esta, a realidade – e nela se inclui a atividade humana - não é amorfa e
caótica. Pelo contrário, é ordenada e prenhe de sentido. A ação humana é
Conforme pondera Miguel Reale Júnior, "o dolo para a teoria tradicional realidade, portanto, já organizada, e com um contexto ontológico definido,
é espécie de culpabilidade, constituindo o vínculo entre o agente e o even- antes de sua disciplina jurídica. Como consectário, é evidente que os
to. O dolo é a vontade da ação, mas não a integra; é apenas uma qualidade conceitos normativos, isto é, os da lei, bem como os elaborados pelo juiz,
que lhe é atribuída posteriormente. Dolo e culpa são qualidades atribuíveis ou pela ciência do direito, não transformam, dando ordenação e sentido a
à ação conforme a natureza do nexo psicológico que une o agente ao uma realidade heterogênea e desorganizada, mas encontrando uma reali-
evento." (03) dade com estrutura ontológica que a faz organizada, e mesmo cheia de
valores, limitam-se à descrição dessa realidade. Essa concepção da reali-
Como lembra Luiz Luisi, "esta forma de conceber a ação como uma dade e do conhecimento que está na base da doutrina finalista da ação e
modificação física causada pela vontade do agente divide a ação em três do consequente entendimento do contexto e nuanças do tipo penal, tem
momentos: a vontade, a manifestação desta vontade através de um fazer suas premissas em uma interpretação ontologistizante das categorias
ou não fazer, e o resultado, vale dizer, a decorrente modificação do mundo kantianas, bem como na fenomenologia de Edmund Husserl e na evidente
externo. Não se indaga, no entanto, do conteúdo da vontade, isto é, do que – embora, de certo modo, minimizada pelo Professor de Bonn - presença
o agente realmente quis. Basta a voluntariedade da conduta, ou, na lingua- do ontologismo de Nicolai Hartmann." (10)
gem de Franz von Liszt, a manifestação da vontade consistente ‘na realiza-
ção ou na omissão voluntárias de um movimento do corpo.’" (04) E acrescen- Além destas premissas teóricas, menciona Cezar Roberto Bittencourt,
ta: "A doutrina naturalista da ação, no fundo, é um produto do positivismo "o próprio Welzel admite que para a elaboração da doutrina da ação final,
filosófico, isto é, de uma concepção da realidade limitada aos fenômenos foi decisiva a teoria da ação desenvolvida por Samuel von Puffendorf
sensorialmente apreensíveis e da ciência como simples captação das (1636-1694), cujas raízes remontam a Aristóteles." (11)
relações de sucessão ou semelhança dos fatos uns com os outros. A
realidade humana é –segundo esta concepção do pensamento filosófico do O ontologismo presente também é mencionado por Francisco de Assis
século XIX- reduzida a fenômenos naturais predeterminados (entre elas a Toledo que escreve, reportando-se a Welzel: "Parte a doutrina em exame
ciência do direito), se reduzem à pesquisa de leis que expressam as rela- de um conceito ontológico de ação humana. E assim procede por conside-
ções de semelhança ou de sucessão, constantes e obrigatórias entre os rar, sem rodeios, que o ordenamento jurídico também tem seus limites.
dados. Os conceitos em que se traduz a legalidade da natureza retratam a Pode ele selecionar e determinar quais os dados da realidade que quer
realidade atual, isto é, o ôntico reduzido ao sensorialmente apreensível. E, valorar e vincular a certos efeitos (efeitos jurídicos), mas não pode ir além
sendo o tipo penal a conceitualização da realidade natural da ação, isto é, a disso, porque não pode modificar os dados da própria realidade, quando
subsunção em conceitos do ôntico da conduta, reduzida ao fatual, somente valorados e incluídos nos tipos delitivos. Isso significa que a ciência penal,
poderá ser ele –como consectário inelutável do entendimento da ação embora tenha sempre como ponto de partida o tipo delitivo (Tatbestand),
como mera modificação da realidade física, causada pela vontade- de necessita transcendê-lo para descer à esfera ontológica, e, com isso,
caráter rigorosamente objetivo, uma vez que nesta forma de conceber a conseguir corretamente compreender o conteúdo dos conceitos e igualmen-
ação não tem guarida o axiológico e o subjetivo." (05) te o das valorações jurídicas. Ora, o resultado dessa descida, uma vez
empreendida, é a revelação da estrutura ‘finalista’ a ação humana, que não
Também Francisco de Assis Toledo salienta que esta corrente "reflete, pode ser negada nem modificada pelo direito, ou pelo legislador." (12)
como facilmente se observa, a influência das ideias positivistas, dominantes
em fins do século XIX, que empreendiam transportar para a área das Na concepção da Teoria Finalista da Ação, leciona Júlio Fabbrini Mira-
ciências humanas, psicologia, história, direito etc) os métodos e as leis das bete, "como o todo comportamento do homem tem uma finalidade, a condu-
ciência da natureza, cujos resultados jamais cessaram de deslumbrar o ta é uma atividade final humana e não um comportamento simplesmente
homem." (06) causal. Como ela é um Fazer (ou não fazer) voluntário, implica necessaria-
mente uma finalidade. Não se concebe vontade de nada ou para nada, e
Já Miguel Reale Júnior identifica os elementos que contribuíram para sim dirigida a um fim" (13).
alicerçar a teoria normativa da culpabilidade, que está relacionada ao
causalismo. Segundo o penalista "além do liberalismo contribuíram para a Complementa o insigne Francisco de Assis Toledo afirmando que "pre-
elaboração da concepção psicológica da culpabilidade a influência do cisamente por considerarmos a ação humana um fenômeno ético-social, é
naturalismo sobre o direito penal e a doutrina da tipicidade tal como formu- que damos um passo além para nela também identificar, de um ponto de
lada por Beling." (07) vista jurídico, a finalidade, o seu aspecto teleológico, como nota fundamen-
tal." (14)
A proposição de estruturação dogmática de uma teoria da ação pres-
cindindo do aporte do elemento subjetivo é reflexo da busca de uma ciência Embora ainda se observem ecos do causalismo mesmo na parte geral
universalista e neutra, baseada na perspectiva de verdades absolutas que do Código Penal, a adoção do finalismo alterou substancialmente a estrutu-
podem ser descortinadas pela aplicação do método cientifico então vigente, ração dogmática da teoria do delito.
fato, aliás, que se repercutiu em todos os campos do direito.
A teoria em exame sofre várias críticas, sendo a mais contundente a re- A imputabilidade pode ser conceituada, desta forma, conforme leciona
lativa ao fato de ser a culpa normativa, e não psicológica, especialmente a Fernando Capez, como "a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e
culpa inconsciente. (37) de determinar-se de acordo com este entendimento" (49).
De fato, o dever de cuidado parte de uma previsão valorativa efetuada Poderíamos, assim, afirmar que a imputabilidade é a pertinência subje-
pela norma. O paradigma de cuidado violado é normativo. tiva do delito sob o prisma ético.
Outro grande problema reside nas causas de exclusão da culpabilidade No que tange à imputabilidade, verifica-se que a legislação pátria ado-
não obstante permaneça o dolo. Sãos os casos, por exemplo, de incidência tou o critério do sistema biopsicológico. (50)
de coação moral irresistível.
A potencial consciência da ilicitude suscita uma série de dificuldades,
Em verdade, a descoberta dos elementos subjetivos do tipo foi o fator pois está relaciona a proibições diretas ou indiretas e como bem pondera
decisivo para o abandono da teoria psicológica. A respeito, pertinente o Francisco de Assis Toledo para certas proibições, "os delitos que lhes
magistério de Luiz Flávio Gomes, verbis: "Com a descoberta dos elementos correspondem são autênticos mala prohibita, e não mala in se, portanto
subjetivos do injusto, enunciados por Hegler e Max Ernest Mayer e desen- inacessíveis ao leigo (certos delitos falimentares, delitos de sonegação
volvidos por Mezger, comprovou-se que há dado subjetivo que pertence ao fiscal etc)." (51)
injusto ao mesmo tempo em que há dado subjetivo que não pertence à
culpabilidade; com isso, caiu por terra a clássica bipartição do delito em Esta constatação conduz o preclaro penalista a uma indagação formu-
parte objetiva (injusto) e parte subjetiva (culpabilidade)." (38) lada nos seguintes termos: "Como exigir-se, nesse caso, por parte do
agente, que se supõe não ser jurista, motivar-se pelo conhecimento da
Como lembra Miguel Reale Júnior, "a culpabilidade psicológica não norma, ou pela socialialidade, ou pela imoralidade de uma conduta total-
respondia, na verdade, ao imperativo de individualização e eticização da mente neutra ou, ainda, que encontre sua ‘consciência’ profana, com algum
responsabilidade." (39) esforço, o que nela nunca esteve e não está?"
Com o advento da teoria finalista, o dolo e a culpa são expungidos da É por isso que "a fim de se evitarem abusos, o legislador erigiu como
culpabilidade para o tipo. Surge a teoria normativa pura da culpabilidade, a requisito da culpabilidade não o conhecimento do caráter injusto do fato,
partir do desenvolvimento dos estudos Reinhard Frank (40) e sob os influxos mas a possibilidade de que o agente tenha esse conhecimento no momento
da teoria teleológica do delito, acerca da qual apostila Luiz Flávio Gomes: da ação ou omissão." (52)
"A teoria teleológica do delito, ligada à teoria do conhecimento da filosofia
do neokantismo, que revigora o método da significação e a valoração das E note-se que a análise cinge-se à possibilidade de consciência "no
ciências hermenêuticas, constituiu o maior golpe às concepções causais contexto de uma situação concreta reconstruída por quem emite o juízo", de
naturalistas fundamentadoras do sistema Liszt-Beling. Significou a teoria modo que "se era impossível ao agente conhecer a antijuridicidade de seu
em destaque a última modificação do sistema naturalista, caracterizando-se atuar, não poderia ele conformar a sua vontade à vontade da norma, inexis-
pela visão normativa de valor do Direito Penal. É o abandono do naturalis- tindo motivação para tal adequação." (53)
mo ou positivismo para a introdução no Direito penal do normativismo Na verdade, a potencial consciência da ilicitude remanesce no campo
axiológico." (41) da ficção quando contraposta à realidade, figurando como um subterfúgio
Observamos, desta forma, que "segundo a orientação finalista, a au- Mas, esclarece Luiz Luisi, há uma distinção entre estas teorias materia-
sência de conhecimento da proibição não afasta o dolo natural, mas exclui, lizada no fato de que para os defensores da teoria naturalista a conduta é
isto sim, a culpabilidade -no caso de erro de proibição invencível. Porém, se vista como "mera realidade físico-psicológica, sem qualquer matiz axiológi-
se tratar de um erro de proibição vencível, a culpabilidade atenua-se, co, enquanto que os teóricos da doutrina social da ação a vêem como uma
sempre quando não se tratar de um erro grosseiro, ou, melhor dito, de um realidade valorada." (66)
simulacro de erro." (54)
A teoria psicológico-normativa da culpabilidade precede o finalismo,
A exigibilidade de conduta diversa, ou exigibilidade de obediência do que surgiu na década de trinta, e tem seu marco nos estudos de Reinhardt
Direito, "não é um juízo sobre o aspecto psicológico do agente, mas antes Frank, no ano de 1907.
um juízo acerca de uma situação concreta objetiva, na qual assume rele-
vância, perante o direito, o valor que anima o agente." (55) O contexto histórico do período sob o prisma jurídico-filosófico é sinteti-
zado por Cezar Roberto Bitencourt, verbis: "A elaboração normativa da
Através da incidência deste critério, "o agente autor de um injusto penal culpabilidade produziu-se no contexto cultural da superação do positivismo-
só pode ser reprovado se, nas circunstâncias em que praticou a conduta, naturalista e sua substituição pela metodologia neokantiana do chamado
lhe era possível exigir comportamento diverso, conforme ao Direito." (56) conceito neoclássico de delito. Sintetizando, em toda a evolução da teoria
normativa da culpabilidade ocorre algo semelhante ao que aconteceu com
Sob a conformação legislativa, as hipóteses de inexigibilidade de con- a teoria do injusto. No injusto, naquela base natural-causalista, acrescen-
duta diversa amoldam-se aos casos de coação moral irresistível e obediên- tou-se a teoria dos valores; ao positivismo do século XIX, somou-se sim-
cia hierárquica a ordem não manifestamente ilegal, nos termos do artigo 22 plesmente o neokantismo da primeira metade do século XX. Na culpabili-
do Código Penal. (57) dade, a uma base naturalista-psicológica acrescenta-se também a teoria
dos valores, primeiro com Frank, de forma vaga e difusa, posteriormente
4-Teorias Intermediárias com maior clareza, com os autores já citados. Com isso, se superpõe na
A evolução do natural-causalismo para o finalismo não se deu de forma culpabilidade um critério de caráter eticizante e de nítido cunho retributivo."
abrupta. Medeia uma fase de transição representada pelas teorias social da (67)
Com efeito, "a teoria social da ação surgiu como uma via intermediária, 5- Teorias do Dolo e da Culpa
por considerar que a direção da ação não se esgota na causalidade e na As teorias do dolo e da culpa relacionam-se com a disciplina do erro no
determinação individual, devendo ser questionada a direção da ação de âmbito do direito penal e sofreram influência com a adoção do finalismo.
forma objetivamente genérica." (60) Tanto as teorias do dolo como as da culpabilidade têm por pressuposto um
dolo normativo, e, por conseguinte, somente podem ser alvitradas a partir
Um dos mais marcantes aspectos da teoria social da ação reside no fa- da adoção da teoria psicológico-normativa da culpabilidade. (72)
to de que "a partir da ideia de que o tipo legal abarca sempre uma ação ou
omissão anti-social, decorre uma importante consequência: se o aspecto A teoria extremada do dolo tem por consequência uma tratativa unifi-
social integra o fato típico, para que o agente pratique uma infração penal é cada do erro de tipo e do erro de proibição. Como o dolo faz parte da
preciso que, além da vontade de realizar todos os elementos contidos na culpabilidade, nele estando a consciência da ilicitude, exista erro de tipo ou
norma penal, tenha também a intenção de produzir um resultado social- de proibição (inevitáveis), será sempre excluído o dolo, podendo haver a
mente relevante" (61) de modo que "a ação socialmente adequada está punição pelo delito culposo, se houver. (73) De fato, haja erro sobre os
desde o início excluída do tipo penal, porque se realiza dentro do âmbito de elementos que constituem o tipo ou sobre a licitude da conduta, restará
normalidade social, ao passo que a ação amparada por uma causa de sempre afastado o dolo, e, portanto, a culpabilidade dolosa, remanescendo
justificação só não é crime, apesar de socialmente inadequada, em razão intacta a possibilidade da culpabilidade culposa.
de uma autorização especial para a realização da ação típica." (62)
O grande problema detectado na teoria extremada reside no fato de
Parte-se, portanto, do raciocínio de que "como o Direito Penal só comi- que não são todos os tipos que admitem modalidade culposa.
na pena as condutas socialmente danosas e como socialmente relevante é
toda conduta que afeta a relação do indivíduo para com o seu meio, sem Assim, a teoria limitada do dolo "substitui o conhecimento atual da ilici-
relevância social, não há relevância jurídico-penal. Só haverá fato típico, tude pelo conhecimento potencial" (74), ou equiparou aquela à "cegueira
portanto, segundo a relevância social da ação" (63), não se podendo, porém, jurídica" ou "inimizade ao direito" (75). Esta última construção, atribuída a
"confundir adequação social com o princípio da insignificância" (64). Mezger, sofreu severas críticas por se distanciar das conquistas do direito
penal do fato e da culpabilidade, permitindo uma punição pela conduta de
A teoria social da ação situa-se, conceitualmente, entre a teoria causa- vida, em verdadeiro direito penal do autor.
Na faixa de 0 aos 19 anos, observou-se taxa de 45,94 por 100.000 A violência cometida por pessoas de quem à criança ou adolescente
habitantes, com destaque para o crescimento dos homicídios. Desses espera amor, respeito e compreensão é um importante fator de risco que
óbitos, 67% foram provocados por armas de fogo. afeta o desenvolvimento da auto-estima, da competência social e da capa-
cidade de estabelecer relações interpessoais, potencializando a fixação de
Em 1999 e 2000, ocorreu a maior onde demográfica da população um autoconceito negativo e uma visão pessimista do mundo. Pode-se
jovem na historia do Brasil, contudo o país mantinha a desigualdade social, afirmar que a representação social que o individuo tem de si próprio na
a baixa escolaridade e a extrema concentração de rende, que atingiam as adolescência está associada à experiência de violência no universo relacio-
famílias e faziam sofrer uma multidão de adolescentes que enfrentavam a nal. Por este motivo, incentivar os jovens a terem uma “autovisão” positiva,
concorrência e as restrições do mercado de trabalho simultaneamente à mesmo tendo que superar todas as dificuldades e barreiras existentes, é de
elevada pressão da sociedade de consumo. As pessoas tinham renda vital importância.
média mensal familiar de até meio salário mínimo, a situação era de pobre-
za extrema. POTENCIAL RECONHECIDO
O adolescente deve perceber que está sendo reconhecido o seu po-
“TER” É O IMPORTANTE tencial, devendo ser fortalecida sua auto-estima e deve-se estimulá-lo a
E os jovens vivem em uma sociedade que valoriza, de forma extre- compreender seus próprios limites, assim como os das pessoas que o
ma, o consumo de bens: As pessoas são avaliadas pelo que possuem e cercam e da sociedade mais ampliada.
consomem e não pelo que elas são.
Constitui-se num desafio o trabalho contra a violência, já tão inscrita
Nessa sociedade, é fácil imaginar que os jovens, por não consegui- nas relações sociais, sobretudo nas familiares.
rem se enquadrar nos padrões impostos pelo consumismo e não vislumbra-
rem futuro algum, procurem formas criminosas para não se sentirem dis- Os adolescentes almejam carinho, afeto e atenção.
criminados e fora da sociedade, que impõe de forma tão materialista “ que
para ser, tem que ter”. Cabe aos profissionais que se deparam cotidianamente com essas
crianças e adolescentes sensibilizar-se com suas amargas histórias e
A violência que atinge crianças e adolescentes, no plano interpesso- acreditar no poder de superação desses seres que sofrem, oferecendo-lhes
al, especialmente no ambiente familiar e escolar também merece especial proteção e um atendimento eficiente, demonstrando apreço e compreensão
atenção. pela sua pessoa e oficializando a denúncia.
Crianças que recebem tratamento doentio físico ou emocional, abuso Só assim a violência poderá ser atenuada e poderão ser subtraídos
sexual, negligencia ou outro tipo de exploração que resulte em danos reais os fatores de risco que deterioram gravemente a vida.
ou potenciais para a saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade,
no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder, A segurança pública não depende tão somente da ação da Polícia,
podem ter problemas psicológicos, se tornando violenta, e podem cometer da Justiça ou do sistema penitenciário, e a redução da criminalidade e da
atos impróprios ou criminosos. violência é, cada vez mais, objeto de atuação da sociedade civil organizada
como um todo, através de diversas entidades ou até mesmo atitudes indivi-
Um estudo domiciliar constatou que um em quatro jovens residentes duais.
no Rio de Janeiro, independentemente do estrato social a que pertençam,
sofrem violência física na família, desde tapas, socos, empurrões até for- A violência não é um fenômeno novo na sociedade brasileira e os
mas mais lesivas de violência, como agressão com armas. Um total de crimes, na medida em que não são resolvidos, vão se acumulando nos
1,1% dos jovens dos estratos populares vivenciou ameaça ou foi efetiva- poros da história, comprometendo o Estado de Direito, em sua dimensão
mente agredido com arma de fogo, em suas famílias. pública e privada. Os horrores se sucedem no dia-a-dia ,e a violência não é
somente aquela que produz cadáveres, que mutila corpos e destrói a
Outro estudo que investigou a violência física familiar entre escolares materialidade; ela é também aterradora, quando se reveste de desrespeito
de Duque de Caxias, no Estado do Rio de janeiro, detectou a existência do à dignidade humana.
problema em 49,4% dos adolescentes na escola pública, e 45% na escola
privada. Nesse universo, inúmeras violações aos direitos dos seres humanos
mais fundamentais são cometidas no cumprimento das penas, maculando o
Situações sociais frequentemente associadas à violência familiar são entorno cultural da sociedade contemporânea, sobretudo em razão de suas
o abuso de drogas, gravidez precoce, fracasso escolar, delinquência, desigualdades, uma vez que, dentre outros indicadores, o grau de civiliza-
suicídio, agressões escolares e entre pares, depressão e prostituição. Um ção de um país é medido pelo respeito dispensado aos seres humanos,
fator complicador para a compreensão da violência e de suas consequên- livres ou presos.
cias é o fato de que ela não se reduz a um conjunto de práticas objetivas,
Vivemos um dos piores momentos da nossa história, com a deflagra-
mas também engloba representações pessoais. As percepções individuais
ção das mais variadas crises, seja de mercado ou de mercadoria humana,
e sociais da violência são elos cruciais na compreensão da gênese do
onde impera uma totalidade de problemas que passam pelo desemprego,
problema. Uma vez que a violência se constitui no âmbito das relações
decadência das instituições responsáveis pela educação, saúde e moradia,
humanas, passa, muitas vezes, a ser encarada como parte da natureza do
corrupção generalizada, descrédito nas ideologias, desrespeito ao meio
ser humano.
ambiente e crime organizado, apenas para citar alguns. Isto tudo gera o
aumento da criminalidade que, se não for tratada de maneira adequada,
A forma como um adolescente se vê, seus valores, sua competência
volta-se contra a própria sociedade, que passa a viver sob o signo do medo
e o mundo que o cerca pode ser afetada pelo grau de violência a que é
e da insegurança.
submetido ao longo da vida.
Na busca desesperada de uma suposta tranquilidade social, advoga-
Acredita-se que a experiência de violência tenha um importante pa- se por medidas repressivas de extrema severidade, e a sanção penal
pel no julgamento que o adolescente faz de si e dos outros. passou a ser considerada como indispensável para a solução dos conflitos
sociais.
Nesse sentido, o impacto da convivência familiar sobre o crescimento
e desenvolvimento infanto-juvenil é o elo fundamental para a formação do Em 17 de agosto de 2000, o general Alberto Cardoso, então ministro-
indivíduo. A comunicação entre pais e filhos e a vitimização física, sexual e chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,
As teorias podem ser úteis também para a especificação dos concei- Existe um banco de dados valioso na Escandinávia, com informação
tos mais gerais subjacentes ao potencial de violência, tais como baixo desde 1905, sobre crianças adotadas. O registro compreende mais de 100
autocontrole ou vínculos frágeis com a sociedade. Elas também podem mil indivíduos com dados detalhados sobre os pais verdadeiros, a família
ajudar na determinação das maneiras pelas quais uma pessoa potencial- de adoção e a história dessas pessoas do berço até a morte.
mente violenta interage com os fatores circunstanciais, gerando atos violen-
tos... Na Universidade da Califórnia reuniram informação sobre filhos mas-
culinos com irmãos que tiveram a mesma mãe e o mesmo pai, e também
Diante de uma ocasião para a violência, o fato de uma pessoa vir ou com irmãos de pai desconhecido ou irmãos apenas por parte de mãe. As
não a praticá-la dependerá dos processos cognitivos (de pensamento), que crianças eram adotadas, viviam em lares diferentes e nunca conheceram
incluem o exame dos custos e benefícios da violência e das probabilidades seus irmãos ou pais naturais. Os resultados foram impressionantes e
e riscos a ela associados, tais como percebidos pela pessoa, e também os mostraram que a criminalidade não é apenas questão de experiência de
repertórios comportamentais acumulados. Supõe-se também que as con- vida. Tem algo a ver com predisposição transmitida geneticamente.
sequências da violência (vantagens, castigo, rótulos etc.) possam ter efeitos
retro-alimentadores num processo de conhecimento sobre o potencial de O estudo de gêmeos fraternos e idênticos mostrou que a probabili-
violência a longo prazo e sobre os processos decisórios (por exemplo, dade da pessoa ser condenada por algum crime durante sua vida estava
influenciando as percepções subjetivas de custos, benefícios e probabilida- normalmente ao redor de 2,5% (uma pessoa em 40).
des)...
Entretanto, onde um gêmeo era delinquente a probabilidade do gê-
A ideia básica da prevenção centrada nos riscos é muito simples: i- meo fraterno também ser criminoso era de 33%.
dentificar os principais fatores de risco da criminalidade e implementar No caso de gêmeos idênticos (univitelinos) a probabilidade subia
métodos preventivos visando combatê-los. Muitas vezes, há também a para 69%.
tentativa correlata de identificar os principais fatores de proteção contra o
crime e implementar métodos preventivos destinados a fortalecê-lo ... Desequilíbrio bioquímico
“:Violência nas Escolas e Políticas Públicas.: Eric Debarbieux e Catherine Uma palestra do Dr. Carl Pfeiffer, que durante 20 anos havia realiza-
Blaya (Orgs.) do estudos de esquizofrenia, mudou tudo o que estávamos fazendo. Suge-
riu que focalizássemos o metabolismo dos metais — principalmente do
ASPECTOS GENÉTICOS E BIOQUÍMICOS DA CRIMINALIDADE cobre, zinco, lítio e cobalto. De pesquisas com oligoelementos ele obteve
William Walsh muitas informações sobre as causas da doença mental.
Realizando pesquisas nos Argonne National Laboratories, decidi com Fizemos um estudo de irmãos escolhendo pares em que um irmão
meus colegas fazer algo mais do que escrever artigos que ficariam juntando era delinquente e o outro, vivendo na mesma casa, perfeitamente normal e
Pessoas do tipo A apresentavam acessos de violência, mas após a Indivíduos com personalidade do tipo B
explosão sentiam remorso. Indivíduos do tipo B eram sempre desagradá- O tipo B costuma ser agressivo; briga constantemente, não tem
veis e perversos, segundo pais e professores. Não sentiam remorso, eram consciência alguma e sente absoluta falta de remorso. É um mentiroso
anti-sociais — desde a primeira infância. patológico. Desde a infância, muitas pessoas do tipo B sentem uma fasci-
nação pelo fogo. Frequentemente são cruéis com animais e pessoas.
Indivíduos com personalidade do tipo A Dormem apenas 3 ou 4 horas por noite.
Em termos de oligoelementos, o indivíduo do tipo A (infrator ocasio-
nal) tem níveis extremamente baixos de zinco e níveis elevados de Indivíduos com personalidade sociopática do tipo B (infrator perma-
cobre. Cálcio e magnésio são ou muito altos ou muito baixos, nunca nor- nente) são os mais assustadores, desde pequenos. São exatamente o
mais. Se tiveram contato com produtos tóxicos, frequentemente têm níveis contrário quanto ao nível de cobre. Em vez de ser extremamente alto como
muito altos de chumbo e cádmio. O cádmio é um forte tóxico para o sistema no tipo A, o nível de cobre é extremamente baixo e os níveis de sódio e
nervoso e o chumbo também afeta a função cerebral. potássio são elevados. Também tendem a ser sensíveis a tóxicos e os
níveis de chumbo e cádmio, cálcio e magnésio costumam ser altos, en-
Os sintomas típicos são uma personalidade maravilhosa, comporta- quanto os níveis de zinco e manganês são baixos.
mento maravilhoso e, de repente, um episódio de comportamento terrível,
pouco controle do "stress", violência. Depois que o episódio de violência Charles Manson, o famoso assassino, nos convidou para fazer um
acaba, ficam com muito remorso da sua falta de controle. Alergia, acne e teste. Seu nível de cobre é um dos mais baixos que constatamos em
queimaduras de sol são constantes. Rendimento escolar baixo, problemas 150.000 pessoas examinadas.
de aprendizagem, dificuldade de atenção são muito comuns neste grupo.
Nível altíssimo de cádmio
Como exemplo tivemos um garoto de nove anos de Tacoma, EUA. James Huberty, que atirou em 24 pessoas no McDonalds, em Ysidro,
Ele vivia perto da fundição de minérios Asarco Smelter, fonte de muitos Califórnia, era um tipo B clássico. Seu nível de cádmio era o mais alto
tóxicos. Seu nível de cobre estava muito elevado, seu nível de zinco muito que encontramos num ser humano.
baixo e a relação zinco/cobre era de 1 para 1, quando o ideal é 8 a 12 por
1. A deficiência de zinco torna o cobre muito tóxico. O cobre, um ele- Esta informação, de certa forma, confortou a família — ele não era
mento altamente irritante quando atinge níveis altos, provoca hiperexcitação louco, mas estava sendo afetado pelo nível anormal desse neurotóxico,
e comportamento irracional. adquirido trabalhando durante 19 anos soldando ligas muito ricas em cád-
mio. Era um bom pai até dois anos antes do massacre. Foi encaminhado
O menino foi acusado de tentativa de assassinato aos 9 anos. Já ti- para tratamento psiquiátrico mas, como de costume, começou a receber
nha tomado 8 tipos diferentes de medicamentos e, no momento, tomava medicamentos fortes e sua bioquímica não foi levada em consideração,
Ritalin. Após um tratamento de quatro meses, o nível de cobre ainda estava apesar do seu histórico médico e uma cirurgia renal indicarem envenena-
elevado, mas o nível de zinco começou a subir. Um ano mais tarde, seu mento por cádmio. O médico legista chamou a atenção para o fato de que o
exame de cabelo mostrou níveis normais. Desde então, este garoto — que cádmio é uma substância letal que provoca morte por falha renal. Quando
todo mundo previa passar o resto dos dias numa instituição — terminou o examinaram o histórico de J. Hubert, verificaram que havia estado no
colégio com notas excelentes, participou de vários esportes e ganhou uma pronto-socorro duas vezes nos meses antes da chacina no McDonald’s
bolsa para a universidade, onde se formou. Seu tratamento custou uns 20 devido a falha renal. Escreveu n o pedido de demissão do trabalho que os
dólares em nutrientes durante um mês e meio. Depois, houve apenas vapores da solda o estavam enlouquecendo.
ênfase na melhoria da alimentação. Se esse resultado pudesse ser multipli-
cado aos milhares... Isso também vale para agrotóxicos e produtos químicos — tudo o
que é tóxico para o organismo humano se torna muito mais tóxico ainda na
Na Universidade McGill, analisaram crianças com e sem problemas presença do cádmio.
de aprendizagem. Observaram que as crianças com problemas tinham Nos cigarros há cádmio — na realidade, são a maior fonte de cádmio
níveis muito mais altos de cádmio e taxas mais baixas de zinco do que na nossa sociedade. Nos anos 20 e 30, as mulheres começaram a fumar e
as crianças sem problemas. Muitas crianças delinquentes e adultos trans- o cádmio começou a passar para o tecido da placenta, onde ocorre o
gressores têm um histórico de problemas de aprendizagem na escola. primeiro contato do feto com essa substância. O cádmio interfere na absor-
ção e utilização do zinco pelo feto, o que pode continuar e aumentar após o
É possível identificar estes padrões já na criança pequena. Às vezes, nascimento, quando o bebê é exposto aos níveis de cádmio do ar ambien-
o laboratório que realiza a análise do cabelo chama os médicos para per- te. Portanto, existe uma relação entre cádmio e fumaça de cigarro e os
guntar se a criança apresenta problemas de comportamento. Os médicos problemas de comportamento e aprendizagem.
ficam admirados que os problemas possam ser determinados dessa forma.
O café é a segunda maior fonte de cádmio. Farinha branca refinada é
Examinamos e tratamos centenas de crianças com problemas de outra fonte importante, porque o zinco protetor é removido dos grãos,
comportamento e percebemos que muitas também tinham dificuldades de enquanto o cádmio, no centro, permanece.
aprender e eram hiperativas. Muitas crianças do tipo A melhoraram de
forma notável. Houve diversos casos de crianças em classes especiais Nível alto de manganês
devido a baixo desempenho ou hiperatividade, que, após alguns meses de O manganês pode ser outro fator de violência, segundo um estudo
tratamento, eram transferidas, já normais, para as classes comuns — e um da Escola de Medicina Irvine, da Universidade da Califórnia. Descobriram
a dois anos mais tarde passavam para classes de superdotados. que infratores que apresentam mais que 7 ppm de manganês no cabelo
tinham um histórico de violência. Querendo comprovar os resultados,
Alto teor de cádmio e chumbo fizerem uma pesquisa comparando a população normal com uma grande
Após a publicação do nosso trabalho, fomos convidados a participar população de presos. Descobriram que havia muito mais manganês entre a
de autópsias e perícias. O chefe de medicina legal de Oklahoma nos cha- população criminosa que entre a população normal.
mou para realizar uma análise de oligoelementos no assassino P. Sherril
após a chacina no correio. Sua personalidade era do tipo A extremo. Seu Médicos homeopatas conseguem bons resultados na remoção de
desequilíbrio cobre / zinco era muito grave e seu nível de sódio estava metais tóxicos do organismo. Normalmente, após um ano de tratamento,
Há alguma crença de que o Transtorno de Conduta seja mais frequente Atualmente os sociólogos têm se mostrado mais dispostos a considerar
nas classes sociais mais baixas, notadamente em famílias que apresentam, como fatores causais a integração entre características individuais e forças
concomitantemente, instabilidade familiar, desorganização social, alta ambientais (veja elementos históricos em Personalidade Criminosa). Cer-
mortalidade infantil e incidência mais alta de doenças mentais graves. tamente devem influenciar no desenvolvimento do Transtorno de Conduta
as atitudes e comportamentos familiares, assim como a exclusão sócio-
Entretanto, essa não é uma opinião unânime, acreditando-se que entre econômica, a má distribuição de rendas, a inversão dos valores, a desestru-
o comportamento delinquencial das classes mais baixas e mais altas hajam tura familiar e mais um sem número de ocorrências sociais, políticas e
diferenças apenas no modo de apresentação do comportamento, sugerindo econômicas propaladas por pesquisadores das mais variadas áreas.
assim uma falsa ideia de que os mais pobres têm mais esse transtorno. De qualquer forma essas tentativas de explicações causais são sempre
muito vagas e imprecisas. É difícil estabelecer claras relações causais entre
A prevalência do Transtorno de Conduta tem aumentado nas últimas condições familiares adversas e caóticas com delinquência pois, como se
décadas, podendo ser superior em circunstâncias urbanas, em comparação exige em medicina, não se observa constância satisfatória dessa regra e,
com a rural. As taxas variam amplamente, mas têm sido registradas, para muitas vezes, jovens provenientes de famílias conturbadas ou mesmo sem
Observa-se, variavelmente em diversas estatísticas, que muitos pais de Denomina-se crime comum quanto ao sujeito ativo aquele que pode
delinquentes sofrem de psicopatologias‚ assim como histórias de crianças ser praticado por qualquer pessoa, sem que esta tenha que apresentar uma
com perturbações comportamentais graves podem revelar, muitas vezes, especial condição ou qualidade para que possa figurar como pessoa juridi-
um quadro de abuso físico e/ou sexual por adultos, geralmente os pais e camente capaz de praticar determinado crime. Exemplifica-se com o crime
padrastos. de homicídio. Este crime pode ser praticado por qualquer indivíduo, homem
ou mulher, jovem ou idoso, padre, advogado, médico, servidor público,
Existem estudos mostrando relações entre certos tipos de violência e- político, juiz, etc.
pisódica e transtornos do SNC (veja Violência e Psiquiatria), particularmen-
te do sistema límbico. Alguns portadores de Transtornos de Conduta po- Crime comum quanto ao sujeito passivo, por sua vez, é aquele que po-
dem mostrar, no exame clínico, sinais e sintomas indicativos de algum tipo de ter como vítima, lesado ou ofendido, qualquer pessoa, pois que a figura
de disfunção cerebral. delituosa prevista no Código não exige especial condição ou qualidade do
sujeito que sofre com a prática da infração. Como exemplo temos a mesma
Uma das ocorrências neuropsiquiátricas mais comumente encontradas figura típica do homicídio.
nos Transtornos de Conduta é o de Hiperatividade com Déficit de Atenção,
outras vezes o diagnóstico se confunde com casos atípicos de depressão Crime comum, tendo em conta o delito em si mesmo analisado, sem
grave em crianças e adolescentes. levarmos em consideração o sujeito que o pratica ou que sofre os efeitos da
atuação criminosa, é aquele que não pode ser classificado como especial.
Tratamento Assim, crime comum é aquele que não apresenta determinada qualidade
Um dos fatores que mais desanimam a psiquiatria em relação aos por- em si mesmo que o diferencie de modo peculiar dos demais. Sua configu-
tadores de Transtornos de Conduta é o fato de não haver nenhum trata- ração genérica é do mesmo teor que as demais figuras típicas, não reve-
mento efetivo e reconhecido especificamente para esse estado. Este é um lando na sua estrutura e constituição uma peculiaridade que o torne desta-
fator que contribui, significativamente, para alguns autores não considera- cado, especial. Esta qualidade, esta condição, este apanágio qualificador
rem este modo de reagir à vida como doença. Tratar-se-ia de uma altera- do título especial tem-se em função da natureza militar ou política (respon-
ção qualitativa do caráter que caracteriza uma maneira de ser, não exata- sabilidade) da infração. Logo, concluímos que se um certo delito analisado
mente um processo ou desenvolvimento patológico. não apresentar natureza e razões de foro político ou militar, tratar-se-á de
crime comum. Tomando-se o mesmo exemplo do homicídio, tal crime não
Evidentemente quando esse Transtorno de Conduta reflete uma de- tem em si mesmo natureza política ou militar em sua constituição. Bem
pressão subjacente ou uma Hiperatividade o tratamento é dirigido para verdade que o homicídio pode ter sido cometido por razões políticas (caso
esses estados patológicos de base e, é claro, o prognóstico é substancial- Carter) ou militares (como na guerra). Estes, porém, são fatores exógenos
mente melhor (veja tratamento da Depressão Infantil e da Hiperatividade). à configuração do delito em si mesmo. Não são suficientes para qualificar o
Outros programas têm tentado lidar com o comportamento disruptivo des- crime como político ou militar, pois não consideram a própria natureza da
sas crianças com fármacos, tais como o carbonato de lítio, a carbamazepi- infração, mas sim fatores externos que levaram certo indivíduo ao cometi-
na ou antidepressivos, conforme o caso. O sucesso não tem sido muito mento do crime.
animador
Fonte: Ballone GJ - Transtornos de Conduta - in. PsiqWeb, Internet, disponível 3. O que é crime especial?
em <http://www.psiqweb.med.br> revisto em 2004. R.3-Crime especial é aquele que não é comum e tem em consideração
a natureza da própria infração. Assim, fala-se em crime de natureza espe-
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES cial tomando-se em conta o fato de que o delito constitui-se de elementos
Felipe Vieira incomuns, não habitualmente encontrados nos delitos em geral, peculiari-
dades que o qualificam e o tornam destacado dos demais. Esta denomina-
1.Quais são os critérios utilizados para a classificação dos delitos, ção "especial" não supõe maior gravidade ou potencial ofensivo da infração
e quais os seus desdobramentos? frente àqueles que são denominados "comuns". Também não determina o
R.1-Os delitos podem ser classificados fundamentalmente sob duas ó- título de especial as qualidades, condições ou circunstâncias apresentadas
ticas, a saber: a legal e a doutrinária. pelos sujeitos ativo ou passivo do crime. O crime é denominado especial
porque na constelação das infrações criminais existem aquelas que se
A classificação legal levará em conta como a lei interpreta a infração. destacam das demais por uma particular característica de teor político ou
Tem-se, então, para essa perspectiva a classificação legal do fato e a militar. São figuras delituosas que necessitam de "ambiente" próprio para
classificação legal da infração. O fato é legalmente classificado como crime que possam florescer. Os denominados crimes comuns, por sua vez brotam
ou então como contravenção. A classificação legal da infração, por sua vez, em "ambiente" natural, comum, vulgar.
classificará o crime tendo em conta o bem jurídico afetado pela conduta
delituosa. Assim, classifica-se legalmente a infração observando-se o seu 4.O que é crime próprio?
nomem iuris genérico e específico, ou seja, crime contra a vida (genérico) – R.4-O critério que autoriza a denominação de crime próprio tem por ba-
homicídio (específico). se o sujeito ativo ou o sujeito passivo do delito. Seja num ou noutro, a
denominação "próprio" se dá em razão das qualidades e condições especi-
A classificação doutrinária é fruto da observação criteriosa de elemen- ais apresentadas pelos sujeitos. Assim, crime próprio quanto ao sujeito
tos que se mostrem comuns em certos crimes, ou somente em alguns ativo é aquele que tem exige do agente certos requisitos naturais ou sociais
deles, e que possibilitam uma abordagem didática, teórica e analítica acer- que o tornam capaz de figurar como sujeito executor daquele crime. Exem-
ca de seu conteúdo, forma e modo de execução. Assim, a classificação plifica-se com os crimes que exigem a condição de "funcionário público"
doutrinária tem autonomia para criar seu próprio sistema de abordagem para que possa o indivíduo perpetrar a infração.
sobre a figura típica e, inclusive, criticar os modelos apresentados pelos
legisladores em suas codificações. Nesse sentido é bom registrarmos que o Crime próprio quanto ao sujeito passivo, por sua vez, é aquele cuja fi-
legislador deve evitar positivar concepções doutrinárias, pois que a figura gura típica exige uma especial condição ou qualidade do indivíduo para que
petrificada em um código torna-se alvo dos avanços das concepções críti- possa sofrer os efeitos da atuação criminosa de certo agente. Assim, ho-
cas sobre a matéria, o que pode conduzir o documento legal a uma desmo- mem não é sujeito capaz de figurar como sujeito passivo no crime de
ralização e consequente desautorização de seus comandos. estupro.
Podemos comprovar a situação de desprestígio da vítima, como cida- Estudos realizados demonstram que a Vitimologia é uma ciência multi-
dã, numa interpretação sistemática da Constituição Federal, pois se sobre o disciplinar e que nasceu a principio incorporada a Criminologia. Mas esse
acusado temos várias referências à direitos e garantias fundamentais (art. estudo não se limita somente ao campo do Direito Penal, passando tam-
5o, CF), por outro lado, não encontramos proteções à vítima nesse terreno. bém por vários outros ramos das ciências sociais como a Sociologia Crimi-
nal e a Psicologia Criminal.
Muito, uma referência à uma hipotética lei no Ato de Disposições Cons-
Sobre a evolução dos estudos vitimológicos explana Oswaldo Henrique
titucionais Transitórias, art. 245, que disporá sobre as hipóteses e condi-
Duek Marques(A perspectiva da Vitimologia, 2001, p. 380) "A grande re-
ções em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e dependentes
descoberta da vítima, veio com o sofrimento, perseguição e discriminação
carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da respon-
das vítimas de o Holocausto, e, foi com os crimes perpetrados pelo nazis-
sabilidade civil do autor do ilícito.
mo, que começou a surgir na metade do século passado com mais serie-
dade os estudos ligados à vítima. Deste modo, então somente após a
A norma programática acima (de aplicação futura duvidosa) traz séria
Segunda Guerra Mundial os criminólogos do mundo todo passaram a se
injustiça por não proteger as vítimas de crimes culposos, deixando-as
interessar mais sobre os estudos ligados às vítimas. Diante de tanto sofri-
desamparadas pelo Poder Público. A fim de se coibir tal injustiça material
mento, o mundo começou a se preocupar de como viveriam essas vítimas e
deve ser incluída a proteção das vítimas de crimes culposos nas mesmas
o que estava sendo feito por elas".
condições acima referidas.
Desde então, muitos estudos sobre a vítima e o delito, foram sendo re-
Não existe cidadania se não é proporcionada à vítima o mesmo "trata- alizados em todo o mundo. Henry Ellemberg, em 1954, deu uma considerá-
mento assistencial" que o Estado recebe quando da prática de um crime, vel contribuição através de um artigo denominado "Relaciones pscicológi-
pois a vítima, como cidadã, é o elemento estrutural do Estado Democrático cas entre el criminal y su víctima’’. Outro artigo importante foi escrito por
de Direito. Paul Cornil em (1958/59) com o nome de "Contribuição da Vitimologia para
as ciências criminológicas’’. (Paul Cornil. Contribution de la Victimologie aux
Informações bibliográficas: sciences criminologiques, em ´´Revue de Droit Pénal et de Criminologie´´,
Brusela, 1958/9, p.587, apud Elias Neumam. Victimologia, El rol de la
CALHAU, Lélio Braga. Vítima, Direito Penal e cidadania . Jus Navi- víctima em los delitos convencionales y no convencionales, 1984, p.32).
gandi, Teresina, ano 3, n. 31, maio 1999. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1124>. Acesso em: 23 set. Na América Latina, o venezuelano José Rafael Mendoza, tratou o tema
2008. em um trabalho chamado "La importancia de la víctima em relacion con los
delitos por imprudencia o culposos del automovilismo", em 1953, e, sobre
CÓDIGO PENAL tudo Luis Jiménez de Asúa, que no Instituto de Direito Penal e Criminologia
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à condu- da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, realizou em
ta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 1958 em um seminário de doutorado que dirigia, um grande trabalho de
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabele- investigação junto a vários discípulos(Elias Neumam. Victimologia, El rol de
cerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção la víctima em los delitos convencionales y no convencionales, 1984, p.32-
do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 33).
I- as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, Jiménez de Asúa foi o primeiro jurista a falar sobre o assunto na
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previs- América Latina. Desta maneira, foi se desenvolvendo no mundo um grande
tos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) estudo e preocupação sobre o tema, em países europeus, em Israel e
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberda- sobre tudo nos Estados Unidos e Japão.
de;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No nosso entendimento, o resultado mais importante com os estudos
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra vitimológicos é que foi sendo constatado que nem sempre o autor do crime
espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, e a vítima estavam de lados opostos.
de 11.7.1984)
Nesse sentido salienta o vitimólogo argentino Elías Neuman (Victimolo-
VITIMOLOGIA gía – El rol de la víctima em los delitos convencionales y no convenciona-
Lineamentos à luz do art. 59, caput, do Código Penal brasileiro les, 1984, p. 22): "Vale dizer que a vítima pode constituir-se em fator de-
Texto extraído do Jus Navigandi sencadeante na etiologia do crime e assumir em certos casos e circunstân-
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5061 cias uma postura que integre o delito. É preciso visualizar deixando de lado
o preconceito de sua inocência. O sujeito passivo: morto humilhado, física
Sandro D'Amato Nogueira ou moralmente, não é sempre sinônimo de inocência, completa ".
conciliador do Juizado Especial Cível de Guarulhos, membro Colabo-
rador do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), pós-graduando pela Muito se tem discutido por criminólogos do mundo todo que estudam a
Escola Superior de Direito Constitucional Vitimologia se ela já pode ser considerada uma ciência autônoma. Alguns
penalistas a consideram uma ciência auxiliar da criminologia, alguns so-
1.CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES. mente um ramo da criminologia. A questão norteadora é podermos saber
Trataremos, pois, no presente trabalho, de discorrer sobre o Instituto da se Vitimologia pode ser considerada uma ciência autônoma ou não.
Vitimologia, uma ciência que tem como objetivo principal o estudo da vítima
Existem atualmente três grandes grupos internacionais bem definidos
de uma forma global. Ademais, nesse estudo aprofundado do comporta-
acerca da discussão sobre a natureza científica da Vitimologia.(Tipologias,
mento da vítima é possível analisar sua personalidade, seu comportamento
Centro de Difusion da la Victimologia, 2002).
na gênese do crime, seu consentimento para a consumação de delito, suas
a) Os tratadistas, que consideram a Vitimologia uma ciência autôno-
relações com o delinquente(vitimizador) e também a possível reparação de
ma.
danos sofridos.
b) Uma corrente que é formada por aqueles que consideram que a Vi-
timologia é uma parte da Criminologia.
Somos sabedores que o Direito Penal desde a escola clássica sempre
c) Aqueles que negam a autonomia e a existência da Vitimologia.
concentrou seus estudos no trinômio delinquente-pena-crime, mas após o
d) Consideram a Vitimologia como uma ciência autônoma, com obje-
Holocausto a preocupação com a vítima então começaria a mudar. Deste
to, método e fim próprios.
modo, o direito penal evoluiu muito nos últimos anos, e os estudos sobre o
e) Negam não só a autonomia, mas a existência da Vitimologia.
Fases do Iter Victimae, segundo a esquematização elaborada pelo 6. O ART. 59, CAPUT DO CP E A APLICAÇÃO DA PENA.
próprio Edmundo de Oliveira em sua obra Vitimologia e o Direito Penal – O Diante do que discoree o artigo 59, caput, então passou a ser dever do
crime precipitado pela vítima, 2001, p. 101, in verbis: magistrado na dosimetria da pena, analisar o comportamento da víti-
ma(antes e depois do delito)como circunstância judicial na individualização
Intuição (intuito)A primeira fase do Iter Victimae é a intuição, quando se da pena imposta ao acusado.
planta na mente da vítima a ideia de ser prejudicado, hostilizada ou imolada
por um ofensor. As circunstâncias judiciais são muito importantes, pois é através delas
que o juiz fixa a (pena base), obedecido o disposto no art. 59; considera-se
2. CONCEITO E OBJETO Luiz Flávio Gomes e Antônio García-Pablos de Molina escrevem o se-
Vitimologia é o estudo da vítima em seus diferentes aspectos. Eduardo guinte a respeito do abandono da vítima:
Mayr conceitua vitimologia como sendo "O abandono da vítima do delito é um fato incontestável que se mani-
"...o estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, que do festa em todos os âmbitos: no Direito Penal (material e processual), na
ponto de vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social Política Criminal, na Política Social, nas próprias ciências criminológicas.
e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua inter-relação com o Desde o campo da Sociologia e da Psicologia social, diversos autores, têm
vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos".(apud RIBEIRO, denunciado esse abandono: O Direito Penal contemporâneo – advertem –
2001, p. 30) acha-se unilateral e equivocadamente voltado para a pessoa do infrator,
relegando a vítima a uma posição marginal, ao âmbito da previsão social e
Percebe-se, então, que a vitimologia é muito mais do que o estudo da do Direito Civil material e processual".(GOMES E MOLINA, 2000, p. 73)
influência da vítima na ocorrência do delito, pois estuda os vários momen-
tos do crime, desde a sua ocorrência até as suas consequências. Esse "esquecimento" da vítima perdurou por muito tempo no direito
brasileiro e somente em data recente a situação vem se revertendo. Algu-
Entre os objetivos finais da vitimologia destacamos os seguintes: evi-
mas leis editadas nos últimos dez anos procuraram introduzir instrumentos
denciar a importância da vítima; explicar a conduta da vítima; medidas para
e penas para garantir a reparação do dano.
reduzir a ocorrência do dano; e assistência às vítimas, onde incluímos a
reparação dos danos causados pelo delito.
A seguir trataremos de algumas dessas leis.
É com este último aspecto que nos preocuparemos mais neste texto.
4. A REPARAÇÃO DO DANO NA LEGISLAÇÃO ESPECIAL
3. Síntese histórica da reparação do dano no Brasil Como vimos, há muito tempo a legislação brasileira tem se preocupado
As ordenações Filipinas, que tiveram vigência no Brasil entre os anos com a vítima, mas com exceção do Código Criminal do Império, isso tem
de 1603 e 1830, traziam as ideias de reparação e multa, mas isso tudo era sido feito de maneira muito insipiente.
muito confuso e não visavam "claramente à indenização, nem mesmo
Diante disso, há que se destacar a Lei 9.099/95, que deu maior ênfase
quando os bens do criminoso sofriam confiscação da coroa".(apud FER-
à reparação do dano às vítimas. Segundo Luiz Flávio Gomes ocorreu a
NANDES, 1995, p. 161)
"redescoberta da vítima".(1997, p. 423). O mesmo autor conclui que
Com a proclamação da República e a outorga da Constituição de 1824, "... a lei 9.099/95, no âmbito da criminalidade pequena e média, intro-
impôs o legislador constituinte a obrigação de um Código Criminal do duziu no Brasil o chamado modelo consensual de Justiça Criminal. A priori-
Império. Assim, em 1830 é editado código com esta denominação, a partir dade agora não é o castigo do infrator, senão sobretudo a indenização dos
de projeto de Bernardino Gonzaga. Tido como um código avançado para a danos e prejuízo causados pelo delito em favor da vítima".(GOMES, op. cit.,
época, previu a ação civil no processo criminal: p. 430)
"O sistema era o da cumulação obrigatória, mas podia o ofendido, ex-
Isso fica evidente quando analisamos os novos institutos trazidos pela
cepcionalmente, usar da via civil contra o delinquente desde o momento do
referida lei. Falaremos, em primeiro lugar, da composição civil, prevista nos
Noções de Criminologia 46 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
artigos 71 a 74 da Lei 9.099/95. Estabeleceu o legislador que o juiz deve, 5. Perspectivas para a reparação do dano
sempre que existir dano, buscar a composição civil, destacando que a Mesmo diante dos últimos avanços da vitimologia no campo da repara-
composição civil implica renúncia ao direito de queixa ou representação. ção do dano, muito ainda precisa ser feito. Embora a Lei 9.099/95 e as
Fica clara a intenção do legislador de estimular a composição civil e por outras leis acima referidas tenham trazido importantes instrumentos para a
consequência a reparação do dano, pois o autor do fato, não aceitando a busca da reparação, o certo é que em todas elas há a previsão de que a
composição, fica sob o risco da ação penal, preferindo muitas vezes reali- reparação do dano só será obrigatória quando o agente tiver meios de fazê-
zar o acordo civil a sofrer a sanção penal. lo. No Brasil pobre em que vivemos, onde a situação dos réus reflete a
situação do país, não há dúvida de que a maioria deles são pessoas pobres
Outra forma de valorizar a vítima prevista na lei 9.099/95 foi ampliar o e incapazes de reparar o dano. Diante disso, todo e qualquer avanço no
número de crimes que dependem de representação, pois o art. 88 estabe- campo da reparação do dano esbarra na impossibilidade material dos réus.
lece que dependem de representação os crimes de lesão corporal dolosa Já em 1973, Edgar de Moura Bittencourt escreveu o seguinte:
leve e lesão corporal culposa. Segundo Scarance Fernandes, a conse- "Quando o infrator tem recursos, é simples a restauração do equilíbrio
quência disso é que "cresce a dependência do Estado, em sua atividade econômico, com a correlata ação de indenização, que a lei civil outorga ao
persecutória, à vontade da vítima e, por consequência, aumenta a possibili- ofendido contra seu ofensor. Mas quando este não tem com que indenizar
dade de o autor do fato reparar o dano que foi causado pelo crime, visando ou pelo menos com o que indenizar cabalmente (talvez esta seja a maioria
evitar a acusação".(2002, p. 212) dos casos), restará a injustiça social, pelo desequilíbrio econômi-
co".(BITTENCOURT, op. cit., p. 34)
A lei 9.099/95 instituiu no Brasil a suspensão condicional do processo.
Por este instituto, o processo fica suspenso pelo prazo de 02 a 04 anos e o Solução interessante poderia ser a instituição de um fundo de repara-
autor do crime tem de cumprir algumas condições. Entre elas está a repa- ção de danos às vítimas, constituído da receitas obtidas com as multas e
ração do dano à vítima (art. 89, § 1º, I). Fica evidente, mais uma vez, a com verbas estatais. O Estado, em última instância, tem por obrigação
intenção do legislador de incentivar a reparação do dano e vincular alguns garantir os bens jurídicos e, em caso de lesão, deve promover a sua indeni-
benefícios a sua ocorrência. zação.
Embora os progressos trazidos pela lei 9.099/95, no tocante à repara- Registramos que no 1º Congresso Internacional de Vitimologia, realiza-
ção do dano, sejam elogiáveis, não podemos deixar de destacar alguns do em Jerusalém, foi recomendado que as nações criassem um instrumen-
pontos relativos à vitimologia que devem ser corrigidos.O primeiro e mais to oficial de compensação para as vítimas de crime, independente da
importante deles é o do momento da representação nos crimes de ação reparação do dano por parte do próprio criminoso.(cf. FERNANDES &
penal pública, condicionada à representação. Segundo a lei, a representa- FERNANDES, 1995, p. 464)
ção deve ser feita em audiência preliminar, na presença do autor do fato.
Isso faz com que a vítima, já perturbada com o delito, sinta-se ainda mais Falando a respeito do tema, Scarance Fernandes relata o seguinte:
constrangida. A não representação é muitas vezes fruto deste constrangi- "Crescem os fundos de indenização. Preocupam-se os países em
mento. Imagine-se alguém que tenha sido ameaçado de morte e que tenha criar estímulos para que o delinquente repare o dano, prevendo-se progra-
de representar contra o autor da ameaça na frente do juiz. Se existia algu- mas de reparação e de conciliação tendentes a evitar a imposição da pena,
ma inimizade, isto somente iria exacerbá-la. estimulando-se a reparação como pena para pequenos delito ou como
sanção substitutiva, Acentua-se visível inclinação para admitir que entida-
Acreditamos que essa situação deve ser corrigida pela legislação ou des coletivas, associações, sindicatos, possam defender, em sede penal,
mesmo pelo Juiz. Não obtida a composição civil, o juiz deve ouvir a vítima interesses civis. A temática da responsabilidade por ato ilícito evolui de uma
sem a presença do autor. Não há razão alguma para que o autor presencie postura individualista, para um sentido coletivista, diante do contínuo pro-
o momento da representação, devendo ele ser trazido novamente à audi- gresso das teorias sobre socialização dos riscos na sociedade".(1995, p.
ência quando da transação penal, ato que é personalíssimo e exige a sua 161) (grifos no original)
presença.
Note-se a necessidade de que a multa penal, originariamente destina-
Outra lei que se preocupou com a vítima foi a lei 9.503/98 que instituiu da a ressarcir o prejuízo da vítima, volte a ter esta destinação.
o Código de Trânsito. Nela, no art. 297, o legislador fez previsão da imposi-
ção de multa reparatória, "que consiste no pagamento, mediante depósito Desde os primeiros tempos, os pagamentos impostos ao agente ou os
judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com bens que lhe eram confiscados revertiam em parte para a vítima e em parte
base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver para o rei, os senhores feudais, a Igreja e o Estado. Na Idade Média, paula-
prejuízo material resultante do crime". tinamente, as multas e os bens confiscados passam a ficar exclusivamente
para a Igreja, os senhores feudais e os reis. Essa situação se consolidou
Com base neste dispositivo, o juiz pode impor o pagamento de multa com o fortalecimento do Estado e a multa passou a ser destinada à Admi-
reparatória ao réu, desde que tenha ocorrido prejuízo material à(s) víti- nistração Pública. Entre nós, a multa é destinada ao fundo penitenciário.
ma(s), sendo certo que este valor será revertido à vítima e não poderá ser
superior ao prejuízo demonstrado no processo. Ocorre que a obrigação de cuidar do sistema penitenciário deve ser a-
tribuída ao Estado, não sendo razoável que as multas pagas pelos acusa-
A lei 9.605, de 12.2.98, criou no âmbito dos crimes contra o meio ambi- dos e sentenciados sejam destinadas a esse fim. Muito melhor do que um
ente a pena da prestação pecuniária, que segundo a lei consiste no paga- Fundo Penitenciário, é a constituição de um Fundo de Reparação à vítima.
mento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada, com fim
social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo A nosso ver, este é o caminho da evolução e a perspectiva é de um
nem superior a 360 salários mínimos. sistema garantidor da reparação do dano. Somente com a constituição de
um Fundo de Reparação à vítima, o Estado dará resposta eficaz à popula-
Com redação semelhante, a lei 9.714, de 25.11.98, que modificou a re- ção que exige um sistema adequado, e que garanta o ressarcimento do
dação de vários artigos que tratavam das penas restritivas de direitos, criou dano causado pela criminalidade, pois em última instância é o Estado quem
a pena da prestação pecuniária. Segundo o art. 45, § 1º do Código Penal, deve garantir a segurança da população.
com a redação dada pela lei acima referida, a prestação pecuniária consiste
no pagamento em dinheiro à vítima e seus dependentes de importância 6. CONCLUSÕES
fixada pelo juiz. Vários são os aspectos da vitimologia e procuramos abordar exclusi-
vamente um deles, a reparação do dano. Vimos que o Código de 1830 deu
Percebemos, então, que a legislação pátria, especialmente a partir da grande ênfase à reparação do dano, mas que os demais Códigos não
lei 9.099/95, preocupou-se muito com a vítima e com a reparação do dano, tiveram a mesma preocupação. Ao contrário, houve um esquecimento da
sendo este rumo a ser seguido pela vitimologia. vítima.
V. BASES DE UMA MODERNA POLÍTICA CRIMINAL DE PREVEN- É importante salientar que a dominação do sexo masculino em relação
ÇÃO DE DELITOS. do sexo feminino se expressa na forma como meninos e meninas são
Uma moderna política criminal de prevenção do delito deve levar em educados e socializados, os meninos aprendem a ter comportamentos
conta as seguintes bases: agressivos de domínio do mundo público, enquanto, espera-se que as
1) O objetivo último de uma eficaz política de prevenção não consiste meninas sejam sensíveis e capazes de desempenhar funções domésticas.
em erradicar o crime, senão em controlá-lo razoavelmente.
2) No marco de um Estado social e democrático de Direito, a preven- Os impactos da violência sexual na saúde física e mental nas mulheres
ção do delito suscita inevitavelmente o problema dos “meios” ou apresentam-se nas formas de: DST, lesões de maior ou menor gravidade,
“instrumentos” utilizados, assim como dos “custos” sociais da pre- inflamações pélvicas, gravidez indesejada, aborto espontâneo, dor pélvica
venção. crônica, dores de cabeça persistentes, problemas ginecológicos, abuso de
3) Prevenir significa intervir na etiologia do problema criminal, neutra- álcool e drogas, asma, síndrome de irritação intestinal, stress, depressão,
lizando suas “causas”. ansiedade, disfunções sexuais, distúrbios alimentares, tentativa de suicídio,
4) A efetividade dos programas de prevenção deve ser programada a entre outras.
médio e longo prazo.
5) A prevenção deve ser contemplada, antes de tudo, como preven- A maioria das mulheres foi educada achando que o sexo faz parte das
ção “social” e “comunitária”, precisamente porque o crime é um obrigações do sexo feminino nas relações afetivas, dessa forma, acabam
problema social e comunitário. por naturalizar o sexo forçado, não identificando as situações de violência
6) A prevenção do delito implica em prestações positivas, contribui- sexual. Para prevenir a violência sexual, é importante buscar ouvir as
ções e esforços solidários que neutralizem situações de carência, mulheres e identificar se estão em situação de violência sexual, além de
conflitos, desequilíbrios, necessidades básicas. suspeitar de sinais desse tipo de violência.
7) A prevenção científica e eficaz do delito, pressupõe uma definição
mais complexa e aprofundada do “cenário criminal“, assim como Tipos de prevenção
nos fatores que nele interagem. • prevenção primária deve realizar abordagens que visam a evitar
8) Pode-se também evitar o delito mediante a prevenção da reinci- a violência sexual antes que ela ocorra, refletindo sobre as atitudes
dência. Mas, desde logo, melhor que prevenir “mais” delitos, seria e práticas culturais que reforçam a desigualdade de gênero como
“produzir” ou “gerar”menos criminalidade. causa da violência sexual
• prevenção secundária deve realizar respostas mais imediatas à
VI . BIBLIOGRAFIA violência sexual, tais como assistência pré-hospitalar, serviços de
García - Pablos de Molina, Antonio. emergência, tratamento de doenças sexualmente transmitidas a-
Criminologia: uma introdução a seus fundamentos teóricos / An- pós uma violência sexual e oferta de contracepção de emergência
tonio García - Pablos de Molina; tradução de Luiz Flávio Gomes. - São • prevenção terciária deve assegurar a assistência em longo prazo
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1992. no caso de violência sexual, tais como reabilitação e reintegração,
e tenta diminuir o trauma ou reduzir a invalidez de longo prazo as-
sociada à violência
INSTITUTO SÃO PAULO CONTRA A VIOLÊNCIA
No momento em que as mulheres se sentem confortáveis para expor
O Instituto São Paulo Contra a Violência foi fundado em 25 de novem-
situação de violência sexual, os serviços de saúde devem proteger e apoiar
bro de 1997, como resultado do seminário "São Paulo Sem Medo", realiza-
as mulheres em situação de violência sexual. As ações dos serviços de
do pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo,
saúde servem para reduzir a ocorrência futura da violência sexual e modifi-
Fundação Roberto Marinho e Rede Globo de Televisão. O seminário reuniu
car sua origem.
especialistas e representantes de organizações governamentais e não
governamentais que apontaram a necessidade de políticas, programas e
As iniciativas de grupos de apoio têm se mostrado de grande auxílio
ações mais eficazes para reduzir a violência e aumentar a segurança dos
para as mulheres que vem tentando romper com o ciclo da violência e que
cidadãos em São Paulo. Foi enfatizada a importância da criação de uma
também estão se recuperando de uma violência sexual.
organização da sociedade civil para colaborar com os governantes na
formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas e
Os grupos de ajuda com agressores dirigidos à mudança de atitude
programas de combate e prevenção da violência.
também são uma importante estratégia de prevenção.
A partir do estímulo oferecido pelo seminário, lideranças do setor priva-
do, sociedade civil, instituições financeiras, e meios de comunicação cria- SOCIEDADE SE MOBILIZA CONTRA A VIOLÊNCIA
ram o Instituto São Paulo Contra a Violência para desenvolvimento de A quem cabe a segurança pública? Até pouco tempo atrás a única res-
projetos de redução da violência no Estado de São Paulo. posta seria: "ao poder público", representado pela polícia, justiça ou siste-
ma penitenciário. Hoje, a redução da criminalidade e da violência é, cada
O Instituto São Paulo Contra a Violência é uma OSCIP - Organização vez mais, objeto de atuação direta da sociedade civil organizada, através
da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, que promove de diversas entidades. A maioria delas trabalha com a prevenção, justa-
parcerias com o Estado ou com organizações não-governamentais para mente para preencher um vácuo deixado pelas agências estatais. As expe-
identificação e resolução dos problemas relativos à segurança dos cida- riências vão desde projetos nas escolas, aulas de cidadania nas comunida-
dãos, melhoria da qualidade de vida da população e desenvolvimento des carentes até campanhas pela paz. Essa mobilização social deu início à
comunitário no Estado de São Paulo. formação de Organizações Não Governamentais (ONG's) contra a violên-
cia. Grande parte delas surgiu como resposta a um momento de forte
O ISPCV enfatiza a importância de ações integradas em quatro áreas tensão.
estratégicas
Em 17 de dezembro de 1993, no Rio de Janeiro, milhares de pessoas
melhoria dos serviços de segurança pública.
vestidas de branco fizeram dois minutos de silêncio e pediram paz, após o
melhoria dos serviços de justiça criminal. assassinato de oito meninos junto à Igreja da Candelária e a chacina de 21
melhoria do sistema correcionário (Penitenciário e Fundação Ca- pessoas em Vigário Geral. Daí nasceu, entre outros, o Viva Rio.
sa).
desenvolvimento de políticas sociais e urbanas de prevenção. Em agosto de 1997, estudantes de direito da Universidade de São Pau-
lo (USP) lançaram a campanha Sou da Paz para chamar a atenção da
Os trabalhos desenvolvidos pelas ONG's envolvem diferentes parcei- Campanhas pelo desarmamento
ros, desde voluntários, associações de moradores e de classe, empresas e A maior destruição de armas no mundo em um só dia ocorreu no dia 24
governos. O Instituto São Paulo Contra a Violência lançou em novembro de de junho passado, no Rio de Janeiro, organizada pelo governo do Estado
2000, o Fórum Metropolitano de Segurança Pública de São Paulo que em parceria com o Viva Rio. Cerca de 20 mil pessoas participaram da
reúne 39 prefeitos da Grande São Paulo. O objetivo, de acordo com a cerimônia de destruição de 100 mil armas de fogo. O ato foi celebrado na
secretária executiva do Fórum, Carolina Ricardo, é uma atuação articulada Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio Ilícito de Armas Leves,
que permita identificar os problemas ligados à violência em cada município. ocorrida no período de 9 a 20 de julho, em Nova York, como "exemplar",
não só pela quantidade de armas, mas principalmente pela participação
O Fórum é dividido em quatro Grupos de Trabalho que elaboram dire- popular. Foi bom para mudar um pouco da imagem do país, que é campeão
trizes nas áreas de Violência, Informação Criminal, Guarda Municipal e mundial de casos de mortes relacionados com o emprego de armas de
Comunicação Social. "A complexidade do tema demanda diversas ações fogo.
que devem conjugar esforços, envolvendo todas as prefeituras e, principal-
mente, atingindo a comunidade local", afirma Carolina Ricardo. Nos meses Apesar do impacto positivo no âmbito internacional, a campanha rece-
de novembro e dezembro, o Fórum Metropolitano realizará cinco seminá- beu algumas críticas. A principal era de que estavam sendo destruídas
rios sobre a prevenção à violência. Os encontros serão nos municípios de apenas armas antigas. Para o coordenador de desarmamento do Viva Rio,
Suzano, Santo André, Barueri, Mairiporã e São Paulo. Antônio Rangel, o tempo de uso das armas não invalida a importância do
movimento. "Uma arma de 40 anos mata da mesma forma que uma nova.
O Disque Denúncia (0800 15 63 15), um projeto do Instituto São Paulo Além disso com a destruição eliminamos os riscos de desvios ou aluguel de
Contra a Violência em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança armas", diz. Algumas das armas destruídas foram apreendidas até cinco
Pública, comemorou um ano de aniversário no último 31 de outubro. Ele é vezes consecutivas, revelando que há frequentes desvios dos depósitos da
uma central de atendimento telefônico através da qual qualquer pessoa, Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos para o circuito criminal.
com absoluta garantia de anonimato, pode fornecer informações sobre
crimes, colaborar com a polícia na prevenção e contribuir para a resolução Para conseguir destruir tal quantidade de armas, o Viva Rio teve que
dos problemas de segurança pública. A denúncia é analisada e encami- enfrentar uma batalha judicial. Pela lei, as armas só podem ser destruídas
nhada ao setor competente da polícia, que informa ao denunciante as após 20 anos de concluído processo judicial. Através de negociações com
providências adotadas e os resultados. o Ministério da Justiça, Tribunal Estadual de Justiça e Procuradoria de
Justiça foi possível reduzir o prazo para cinco anos. Se o prazo fosse ainda
Em um ano, o serviço recebeu 25.428 denúncias. Em 2001, os meses menor poderia ser realizado um novo ato nas mesmas proporções. "Ainda
com maior volume de denúncias foram março (2.428) e outubro (2.124). Até temos no depósito 100 mil armas com menos de cinco anos de processo
19 de outubro, foram presas 893 pessoas, recapturados 95 fugitivos, evita- que poderiam ser destruídas", afirma Rangel.
das 15 fugas, recuperados 81 veículos, apreendidos 57 veículos, localiza-
dos 13 desmanches, apreendidas 221 armas, 17.572 bens e abertos 68 A importância das atividades do Viva Rio e do Sou da Paz pelo desar-
inquéritos policiais. mamento foi reconhecida também pelo governo brasileiro. A prova disso é
que essas duas ONG's integraram a delegação brasileira na Conferência da
As perspectivas do Instituto São Paulo Contra a Violência para o pró- ONU. O Brasil foi um dos 10 países em todo o mundo que convidou ONG's
ximo ano são ampliar a divulgação com campanhas na mídia, expandir o para compor sua comitiva. Os participantes da Conferência se compromete-
serviço para o interior do Estado e aperfeiçoar o software de sistema de ram em implementar na América Latina mecanismos de controle do tráfico
busca. "As denúncias aumentam com a melhor divulgação do serviço e do ilegal de armas. A Conferência terá continuidade, nos dias 19 a 21 de
número telefônico do Disque Denúncia. Por esta razão vamos iniciar uma novembro, no Chile.
nova campanha e esperamos com isso reavivar a memória da população",
A luta pelo desarmamento deverá ser ampliada. Nos dias 21 a 23 de
diz Ronildo Machado, do Fórum.
junho foi realizado, no Rio de Janeiro, o 1º Seminário de ONG's do Brasil e
do Mercosul sobre redução de Armas Leves. O evento reuniu 29 entidades
Ação preventiva
do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. "Estamos persua-
A melhoria das relações comunitárias e a educação para a cidadania
dindo ONG's que trabalham com outras formas de violência a incluir em
são essenciais na prevenção da violência. Não é à toa que a maioria dos
suas agendas a luta contra a proliferação de armas", explica Antônio Ran-
projetos das ONG's são desenvolvidos no ambiente escolar.
gel. De acordo com o coordenador do Viva Rio, a formação de entidades
que trabalham com essa questão na América do Sul é nova, ao contrário da
O Instituto Sou da Paz atua no projeto Grêmio em Forma, que faz parte
América Central, onde já atuam nessa área mais de 90 organizações da
da pesquisa Paz na Escola, realizada em parceria com o Instituto Latino-
sociedade civil.
Americano das Nações Unidas (Ilanud).
Algumas das campanhas de desarmamento têm o objetivo de conven-
O projeto Grêmio em Forma prevê a criação de material de apoio à cri-
cer a população de que ter uma arma em casa não garante a proteção da
ação de grêmios, como o Caderno Grêmio em Forma, escrito a partir de
família, mas a expõe ao risco. Com essa finalidade, o Viva Rio lançou em
conversas com educadores, visitas a escolas e debates com alunos, para
maio passado, no Dia das Mães, a campanha Arma Não! Ela ou Eu. Mulhe-
descobrir suas dúvidas. O projeto é desenvolvido em algumas escolas
res que perderam seus filhos e parentes com o uso de armas de fogo estão
públicas do bairro Jardim Ângela, região da cidade de São Paulo com altos
à frente do movimento. A participação das mães também é fundamental na
índices de violência. As atividades incluem oficinas para debater questões
campanha Mãe, Desarme seu Filho. A intenção é incentivar o desarmamen-
de direitos humanos, violência e cidadania.
to dos jovens, apelando para a ação das mães. Em breve será lançada uma
ampla campanha de divulgação do tema com filmes publicitários na TV.
01. Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser 09. A televisão tem sido tema de muita discussão em relação as cenas
vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica de violência realísticas. Muitas vezes, quase simultaneamente, expõe
e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do em suas programações, nos telejornais, telenovelas e seriados. A
necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por grande infiltração da televisão em todos os lares pode rapidamente
sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva difundir alguns dos tipos de violência.
de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa
ou ente. 10. Criminologia é uma ciência empírica que se ocupa do crime, do
delinquente, da vítima e do controle social do delitos.
02. Algumas formas de violência, especialmente a violência física, a
agressão propriamente dita, causando danos materiais ou 11. Baseia-se na observação, nos fatos e na prática, mais que em
fisiológicos, caracterizam-se pela intensidade comparativamente alta, opiniões e argumentos, é interdisciplinar e, por sua vez, formada por
assim como pela instantaneidade. Porém tendo pouca perenidade. outra série de ciências e disciplinas, tais como a biologia, a
Existem inúmeras variações da violência física (ou ainda, sub- psicopatologia, a sociologia, política, etc.
variedades), como o estupro, o assassinato e/ou o antigo (e
desusado) duelo. 12. Quando surgiu, a criminologia tratava de explicar a origem da
03. A violência psicológica consiste em um comportamento (não-físico) delinquência, utilizando o método das ciências, o esquema causal e
específico por parte do agressor. Seja este agressor um indivíduo ou explicativo, ou seja, buscava a causa do efeito produzido. Pensou-se
um grupo específico num dado momento ou situação. que erradicando a causa se eliminaria o efeito, como se fosse
suficiente fechar as maternidades para o controle da natalidade.
04. Muitas vezes, o tratamento desumano tais como: rejeição,
depreciação, indiferença, discriminação, desrespeito, punições 13. Academicamente a Criminologia começa com a publicação da obra
(exageradas) podem ser consideradas um grave tipo de violência. de Cesare Lombroso chamada "L'Uomo Delinquente", em 1876. Sua
Esta modalidade, muitas vezes não deixa (inicialmente) marcas tese principal era a do delinquente nato.
visíveis no indivíduo, mas podem levar à graves estados psicológicos
e emocionais. Muitos destes estados podem se tornar irrecuperáveis 14. Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em
em um indivíduo, de qualquer idade, antes saudável. Rousseau, a criminologia deveria procurar a causa do delito na
sociedade; baseado em Lombroso, para erradicar o delito
05. As crianças, são mais expostas a violência psicológica, tendo em deveríamos encontrar a eventual causa no próprio delinquente e não
vista que dispõem de menos recursos que lhe garantam a proteção. no meio. Enquanto um extremo que procura todas as causas de toda
O ambiente familiar e a escola tem sido os locais mais reportados. criminalidade na sociedade, o outro, organicista, investigava o
Pais e parentes próximos podem desencadear uma situação arquétipo do criminoso nato (um delinquente com determinados
conflituosa. Na escola, os colegas, professores ou mesmo o sistema traços morfológicos)
escolar podem ser os causadores de situações de constrangimento.
06. Em todas as sociedades existe a violência contra a mulher. Dados 15. Isoladamente, tanto as tendências sociológicas, quanto as orgânicas
Mundiais da OMS (Organização Mundial da Saúde), e nacionais fracassaram. Hoje em dia fala-se no elemento bio-psico-social. Volta
(Brasil), indicam números impressionantes sobre este tipo de a tomar força os estudos de endocrinologia, que associam a
violência. Qualquer ato violento que cause em dano ou sofrimento de agressividade do delinquente à testosterona (hormônio masculino),
natureza física, sexual ou psicológicas. Incluindo ameaças, a coerção os estudos de genética ao tentar identificar no genoma humano um
ou a privação de liberdade, na vida pública ou privada. A violência possível conjunto de "genes da criminalidade", e ainda há os que
contra a mulher engloba várias formas de violência, inclusive atribuem a criminalidade meramente ao ambiente, como fruto de
psicológica, não só o estupro. O abuso sexual de meninas no lar ou transtornos como a violência familiar, a falta de oportunidades, etc.
fora dele, a violência por parte do marido, assédio e intimidações
sexuais no local de trabalho ou instituições educacionais, a 16. Vitimologia é o estudo da vítima em seus diversos planos. Estuda-se
prostituição forçada, entre outros. No Brasil os assassinatos de a vítima sob um aspecto amplo e integral: psicológico, social,
mulheres, cometidos por seus companheiros ou mesmo parentes econômico, jurídico.
próximos tem também atingindo números impressionantes. A
violência contra a mulher é em geral, praticada pelo marido, 17. Apesar de várias obras anteriores que faziam referência ao
namorado ou ex-companheiro. comportamento da vítima nos crimes Fritz R. Paasch opina no
sentido de que o verdadeiro fundador da doutrina da vítima, ou
07. A pedofilia (também chamada de paedophilia erótica ou vitimologia, é B. Mendelsohn, advogado em Jerusalém. Através de
pedosexualidade) é uma parafilia na qual a atracção sexual de um seus trabalhos de Sociologia Jurídica (Etudes Internacionales de
indivíduo adulto está dirigida primariamente para crianças pré- Psycho-Sociologie Criminelle (1956), La Victimologie, Science
púberes ou ao redor da puberdade. A palavra pedofilia vem do grego Actuaelle (1957)) colocaram em destaque a conveniência de estudo
παιδοφιλια < παις (que significa "criança") e φιλια ("amizade"). A da vítima sob diversos ângulos, quais sejam, Direito Penal,
2. RAZÃO
Na expressão acima, a e c são chamados de antecedentes e b e d de
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 20 habitantes, 5
consequentes.
são analfabetos", "De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática", "Um dia
de sol, para cada dois de chuva".
A proporção também pode ser representada como a : b : : c : d. Qual-
quer uma dessas expressões é lida assim: a está para b assim como c está
Em cada uma dessas. frases está sempre clara uma comparação entre
para d. E importante notar que b e c são denominados meios e a e d,
dois números. Assim, no primeiro caso, destacamos 5 entre 20; no segun-
extremos.
do, 2 entre 10, e no terceiro, 1 para cada 2.
Exemplo:
Todas as comparações serão matematicamente expressas por um
quociente chamado razão. 3 9
A proporção = , ou 3 : 7 : : 9 : 21, é
Teremos, pois:
7 21
De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos. lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9 está para 21.
Temos ainda:
5 3 e 9 como antecedentes,
Razão =
20 7 e 21 como consequentes,
7 e 9 como meios e
De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática. 3 e 21 como extremos.
2 3.1 Propriedade fundamental
Razão =
10 O produto dos extremos é igual ao produto dos meios:
Outro exemplo de número, que admite representação decimal infinita e 3. Representação dos conjuntos
periódica, é 2,35474747... Um conjunto pode ser representado de três maneiras:
por enumeração de seus elementos;
Observação Importante por descrição de uma propriedade característica do conjunto;
Todos os números que tenham representação decimal finita ou infinita através de uma representação gráfica.
e periódica são números racionais, ou seja, pertencem a Q.. Um conjunto é representado por enumeração quando todos os seus
elementos são indicados e colocados dentro de um par de chaves.
4. Conjunto dos números reais:
Há números que não admitem representação decimal finita nem Exemplo:
representação decimal infinita e periódica, como, por exemplo: a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado pelos
n = 3,14159265... algarismos do nosso sistema de numeração.
2 = 1,4142135... b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, 1, j,1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z )
indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto.
3 = 1,7320508... c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos,
5 = 2,2360679... porém apresenta lei de formação bem clara, podemos representa-
lo, por enumeração, indicando os primeiros e os últimos
Estes números não são racionais: n Q, 2 Q, 3 Q, elementos, intercalados por reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ;
98 ) indica o conjunto dos números pares positivos, menores do
5 Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar, por enumeração,
Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que conjuntos com infinitas elementos que tenham uma lei de
possuem uma representação decimal infinita e não-periódica. formação bem clara, como os seguintes:
D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números inteiros não
Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com IR, negativos;
o seguinte conjunto: E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos números
IR = ( x Í x é racional ou x é irracional ) inteiros;
F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números ímpares
Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números positivos.
racionais com o conjunto dos números irracionais.
A representação de um conjunto por meio da descrição de uma propri-
Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que o edade característica é mais sintética que sua representação por enumera-
número zero foi excluído de um conjunto. ção. Neste caso, um conjunto C, de elementos x, será representado da
seguinte maneira:
Exemplo: N * = { 1 ; 2; 3; 4; .. .} ; o zero foi excluído de N. C = { x | x possui uma determinada propriedade }
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui uma
Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os determinada propriedade:
números negativos foram excluídos de um conjunto.
Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de Z. Exemplos
a) O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser representado por
Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que os descrição da seguinte maneira: A = { x | x é algarismo do nosso
números positivos foram excluídos de um conjunto. sistema de numeração }
Resolução
Por esse tipo de representação gráfica, chamada diagrama de Euler- a) n(A) = 4
Venn, percebemos que x C, y C, z C; e que a C, b C, c b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote letras, possui
apenas seis letras distintas entre si.
C, d C. c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a C: c e C e d e C
d) observe que:
Exercícios resolvidos 2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
Sendo A = {1; 2; 4; 4; 5}, B={2; 4; 6; 8} e C = {4; 5}, assinale V 4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
(verdadeiro) ou F (falso): 6 = 2 . 3 é o 3º par positivo
a) 1 A ( V ) l) 1 A ou 1 B ( V ) 8 = 2 . 4 é o 4º par positivo
b) 1 B ( F ) m) 1 A e 1 B ( F ) . .
c) 1 C ( F ) n) 4 A ou 4 B ( V ) . .
d) 4 A ( V ) o) 4 A e 4 B ( V ) . .
e) 4 B ( V ) p) 7 A ou 7 B ( F ) 98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
f) 4 C ( V ) q) 7 A e 7 B ( F ) logo: n(D) = 49
g) 7 A ( F ) e) As duas retas, esquematizadas na figura, possuem apenas um ponto
h) 7 B ( F ) comum.
i) 7 C ( F ) Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário.
Represente, por enumeração, os seguintes conjuntos: 6. Igualdade de conjuntos
a) A = { x | x é mês do nosso calendário } Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indicaremos com A
b) B = { x | x é mês do nosso calendário que não possui a letra r } = 8, se ambos possuírem os mesmos elementos. Quando isto não ocorrer,
c) C = { x | x é letra da palavra amor } diremos que os conjuntos são diferentes e indicaremos com A B.
d) D = { x | x é par compreendido entre 1e 11}
Exemplos .
e) E = {x | x2 = 100 }
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
d) {a;e;i;o;u} {a;e;i;o}
e) { x | x2 = 100} = {10; -10}
f) { x | x2 = 400} {20}
7. Subconjuntos de um conjunto
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se
Resolução
todo elemento, que pertencer a A, também pertencer a B.
a) A = ( janeiro ; fevereiro; março; abril; maio ; junho; julho ; agosto ;
setembro ; outubro ; novembro ; dezembro ) .
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o conjunto A estará
b) B = (maio; junho; julho; agosto )
"totalmente dentro" do conjunto B:
c) C = (a; m; o; r )
d) D = ( 2; 4; 6; 8; ia )
e) E = ( 10; -10 ), pois 102 = 100 e -(-102) = 100 .
2. Intersecção de conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de A com B, e
indicamos com A B, ao conjunto constituído por todos os elementos que
pertencem a A e a B. Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos de B,
estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas vezes; o que,
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair uma
intersecção dos conjuntos, temos: vez os 5 elementos de A n B; teremos então:
n(A B) = n(A) + n(B) - n(A B) ou seja:
n(A B) = 20 + 30 – 5 e então:
n(A B) = 45.
4. Conjunto complementar
Dados dois conjuntos A e B, com B A, chamamos de conjunto
complementar de B em relação a A, e indicamos com C A B, ao conjunto A -
Exemplos B.
a) {a;b;c} {d;e} =
b) {a;b;c} {b;c,d} = {b;c} Observação: O complementar é um caso particular de diferença em
c) {a;b;c} {a;c} = {a;c} que o segundo conjunto é subconjunto do primeiro.
Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no exemplo a, Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras o
dizemos que os conjuntos são disjuntos. complementar de B em relação a A, temos:
Exercícios resolvidos
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t), determinar os
seguintes conjuntos:
a) A B f) B C
b) A B g) A B C
c) A C h) A B C
Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f}
d) A C i) (A B) U (A C)
e) B C
PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS A adição de números inteiros possui as seguintes propriedades:
O zero não é um número positivo nem negativo. Todo número positivo Isto significa que o zero é elemento neutro para a adição.
é escrito sem o seu sinal positivo.
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10 Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} 4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
N é um subconjunto de Z. Se a é um número inteiro qualquer, existe um único número oposto ou
simétrico representado por (-a), tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a)
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Cada número inteiro pode ser representado por um ponto sobre uma Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
reta. Por exemplo:
5ª) COMUTATIVA
Se a e b são números inteiros, então:
... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ... a+b=b+a
... C’ B’ A’ 0 A B C D ...
Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número zero. -2 = -2
Nas representações geométricas, temos à direita do zero os números SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
inteiros positivos, e à esquerda do zero, os números inteiros negativos. Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para 5ºC, sofrendo, por-
tanto, um aumento de 8ºC, aumento esse que pode ser representado por:
Observando a figura anterior, vemos que cada ponto é a representação (+5) - (-3) = (+5) + (+3) = +8
geométrica de um número inteiro.
Portanto:
Exemplos: A diferença entre dois números dados numa certa ordem é a soma do
ponto C é a representação geométrica do número +3 primeiro com o oposto do segundo.
ponto B' é a representação geométrica do número -2
Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS 2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
1) A soma de zero com um número inteiro é o próprio número inteiro: 0 3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7
+ (-2) = -2
Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eliminando os parênte-
2) A soma de dois números inteiros positivos é um número inteiro posi- ses
tivo igual à soma dos módulos dos números dados: (+700) + (+200) = - (+4 ) = -4 - ( -4 ) = +4
+900
Observação:
3) A soma de dois números inteiros negativos é um número inteiro ne- Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais podem ser resumidos do
gativo igual à soma dos módulos dos números dados: (-2) + (-4) = -6 seguinte modo:
(+)=+ +(-)=-
4) A soma de dois números inteiros de sinais contrários é igual à dife- - (+)=- - (- )=+
rença dos módulos, e o sinal é o da parcela de maior módulo: (-800) +
(+300) = -500 Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
- (+3) = -3 +(+1) = +1
ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS
A soma de três ou mais números inteiros é efetuada adicionando-se todos PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO
os números positivos e todos os negativos e, em seguida, efetuando- A subtração possui uma propriedade.
se a soma do número negativo.
FECHAMENTO: A diferença de dois números inteiros é sempre um
Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) = número inteiro.
(+17) + (-11) = +6
MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é a mesma que vi-
No conjunto Z dos números inteiros são válidas as seguintes proprie- mos para a multiplicação:
dades: (+):(+)=+ (+):( -)=-
(- ):( -)=+ ( -):(+)=-
1ª) FECHAMENTO
Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8 Z Exemplos:
Então o produto de dois números inteiros é inteiro. ( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2
(+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4
2ª) ASSOCIATIVA
Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 ) PROPRIEDADE
POTÊNCIA DE POTÊNCIA Para escrever um número na forma fatorada, devemos decompor esse
[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15 número em fatores primos, procedendo do seguinte modo:
Para calcular uma potência de potência, conservamos a base da pri- Dividimos o número considerado pelo menor número primo possível de
meira potência e multiplicamos os expoentes . modo que a divisão seja exata.
POTÊNCIA DE UM PRODUTO Dividimos o quociente obtido pelo menor número primo possível.
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )]4 = ( -2 )4 . (+3 )4 . ( -5 )4
Para calcular a potência de um produto, sendo n o expoente, elevamos Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo menor número
cada fator ao expoente n. primo possível, até que se obtenha o quociente 1.
Observação: 1
Não confundir -32 com ( -3 )2, porque -32 significa -( 3 )2 e portanto: Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
-3 = -( 3 )2 = -9
2
Um número composto pode ser escrito sob a forma de um produto de 3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e escrevemos o produto
fatores primos. obtido na linha correspondente.
PROPRIEDADES (para a 0, b 0)
NÚMEROS NATURAIS
m: p
1ª)
m
a n a n: p 15
310 3 32
A reta dos números naturais
2ª)
n
ab n a n b 6 2 3 Consideremos uma régua numerada de 1 a 30.
4 Nela estão representados os números naturais de 1 a 30, ou seja, o
5 5
3ª)
n
a:b n a :n b 4 4 conjunto dos números naturais de 1 a 30. O conjunto dos números naturais
16 16 é infinito e é assim representado:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ,9, 10, 11, 12, .........}
4ª) a
m
n
m an x3
5
3 x5
Sucessivas ampliações dos campos numéricos
Você já tem algum conhecimento o respeito dos campos ou conjuntos
5ª)
m n
a mn
a 6
3 3 12
numéricos com os quais iremos trabalhar nesta unidade. Mostraremos
como se ampliam sucessivamente esses conjuntos, a partir do conjunto N,
EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS INTEIROS ENVOLVENDO e também como se acrescentam outras propriedades para as operações
AS QUATRO OPERAÇÕES como elementos dos novos conjuntos.
Para calcular o valor de uma expressão numérica com números intei- O CONJUNTO N E SUAS PROPRIEDADES
ros, procedemos por etapas.
Seja o conjunto N:
N = { 0, 1, 2, 3. ... , n, ...}
1ª ETAPA:
a) efetuamos o que está entre parênteses ( )
b) eliminamos os parênteses Você deve se lembrar que este conjunto tem sua origem a partir de
2ª ETAPA: conjuntos finitos e eqüipotentes: a uma classe de todos os conjuntos eqüi-
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ] potentes entre si associou-se o mesmo cardinal, o mesmo número e a
b) eliminamos os colchetes mesma representação ou numeral.
3º ETAPA:
a) efetuamos o que está entre chaves { } Propriedades das operações em N
b) eliminamos as chaves Para expressar matematicamente as propriedades das operações em
N e nos sucessivos conjuntos, usaremos a notação usual e prática dos
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na seguinte ordem: quantificadores. São eles:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que aparecem.
• x significa “qualquer que seja x é o quantificador universal e signi-
2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que aparecem.
fica “qualquer que seja”;
3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem.
• x significo “existe x” é o quantificador existencial e significo “existe”.
Exemplos: O símbolo | x significa “existe um único x”.
1) 2 + 7 . (-3 + 4) =
2 + 7 . (+1) = 2+7 =9 ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO
Fechamento
2) (-1 )3 + (-2 )2 : (+2 ) = Fechamento
a, b N, a + b = c N a, b N, a . b = c N
-1+ (+4) : (+2 ) =
-1 + (+2 ) =
-1 + 2 = +1 Comutativa Comutativa
a, b N, a + b = b + a a, b N, a . b = b . a
3) -(-4 +1) – [-(3 +1)] =
-(-3) - [-4 ] =
+3 + 4 = 7 Associativo Associativa
a, b, c N, a + (b + c) = (a + a, b, c N, a . (b . c) = (a
4) –2( -3 –1)2 +3 . ( -1 – 3)3 + 4 b) + c . b) . c
-2 . ( -4 )2 + 3 . ( - 4 )3 + 4 =
Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição Quando pretendemos determinar um número natural em certos tipos de
a, b, c N, a . (b + c) = a . b + a . c problemas, procedemos do seguinte modo:
- chamamos o número (desconhecido) de x
- escrevemos a igualdade correspondente
- calculamos o seu valor
OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
Exemplos:
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 1) Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31?
Solução:
Veja a operação: 2 + 3 = 5 . Seja x o número desconhecido. A igualdade correspondente será:
x + 15 = 31
A operação efetuada chama-se adição e é indicada escrevendo-se o
sinal + (lê-se: “mais") entre os números. Calculando o valor de x temos:
x + 15 = 31
Os números 2 e 3 são chamados parcelas. 0 número 5, resultado da x = 31 - 15
operação, é chamado soma. x = 16
2 parcela
+ 3 parcela Quando um número passa de um lado para outro da igualdade ele mu-
5 soma da de sinal.
A adição de três ou mais parcelas pode ser efetuada adicionando-se o 2) Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11. Qual é esse núme-
terceiro número à soma dos dois primeiros ; o quarto número à soma dos ro?
três primeiros e assim por diante. Solução:
3+2+6 = Seja x o número desconhecido. A igualdade correspondente será:
5 + 6 = 11 x - 25 = 11
x = 11 + 25
Veja agora outra operação: 7 - 3 = 4 x = 36
Quando tiramos um subconjunto de um conjunto, realizamos a opera- Passamos o número 25 para o outro lado da igualdade e com isso ele
ção de subtração, que indicamos pelo sinal - . mudou de sinal.
7 minuendo
- 3 subtraendo 3) Qual o número natural que, adicionado a 8, é igual a 20?
4 resto ou diferença Solução:
x + 8 = 20
0 minuendo é o conjunto maior, o subtraendo o subconjunto que x = 20 - 8
se tira e o resto ou diferença o conjunto que sobra. x = 12
Somando a diferença com o subtraendo obtemos o minuendo. Dessa 4) Determine o número natural do qual, subtraindo 62, obtemos 43.
forma tiramos a prova da subtração. Solução:
4+3=7 x - 62 = 43
x = 43 + 62
EXPRESSÕES NUMÉRICAS x = 105
1º Efetuamos as operações indicadas dentro dos parênteses; Os números 3 e 4 são chamados fatores. O número 12, resultado da
2º efetuamos as operações indicadas dentro dos colchetes; operação, é chamado produto.
3º efetuamos as operações indicadas dentro das chaves. 3 X 4 = 12
2) 18 + { 72 – [ 43 + (35 - 28 + 13) ] } =
Por convenção, dizemos que a multiplicação de qualquer número por 1
Lógica 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
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é igual ao próprio número.
Essa divisão não é exata e é chamada divisão aproximada.
A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0.
ATENÇÃO:
A multiplicação de três ou mais fatores pode ser efetuada multiplican- 1) Na divisão de números naturais, o quociente é sempre menor ou
do-se o terceiro número pelo produto dos dois primeiros; o quarto numero igual ao dividendo.
pelo produto dos três primeiros; e assim por diante. 2) O resto é sempre menor que o divisor.
3) O resto não pode ser igual ou maior que o divisor.
3 x 4 x 2 x 5 = 4) O resto é sempre da mesma espécie do dividendo. Exemplo: divi-
12 x 2 x 5 dindo-se laranjas por certo número, o resto será laranjas.
24 x 5 = 120 5) É impossível dividir um número por 0 (zero), porque não existe
um número que multiplicado por 0 dê o quociente da divisão.
EXPRESSÕES NUMÉRICAS
PROBLEMAS
Sinais de associação
O valor das expressões numéricas envolvendo as operações de adi- 1) Determine um número natural que, multiplicado por 17, resulte
ção, subtração e multiplicação é obtido do seguinte modo: 238.
- efetuamos as multiplicações X . 17 = 238
- efetuamos as adições e subtrações, na ordem em que aparecem. X = 238 : 17
X = 14
1) 3.4 + 5.8- 2.9= Prova: 14 . 17 = 238
=12 + 40 - 18
= 34 2) Determine um número natural que, dividido por 62, resulte 49.
x : 62 = 49
2) 9 . 6 - 4 . 12 + 7 . 2 = x = 49 . 62
= 54 - 48 + 14 = x = 3038
= 20
3) Determine um número natural que, adicionado a 15, dê como
Não se esqueça: resultado 32
Se na expressão ocorrem sinais de parênteses colchetes e chaves, e- x + 15 = 32
fetuamos as operações na ordem em que aparecem: x = 32 - 15
1º) as que estão dentro dos parênteses x =17
2º) as que estão dentro dos colchetes
3º) as que estão dentro das chaves. 4) Quanto devemos adicionar a 112, a fim de obtermos 186?
x – 112 = 186
Exemplo: x = 186 - 112
22 + {12 +[ ( 6 . 8 + 4 . 9 ) - 3 . 7] – 8 . 9 } x = 74
= 22 + { 12 + [ ( 48 + 36 ) – 21] – 72 } =
= 22 + { 12 + [ 84 – 21] – 72 } = 5) Quanto devemos subtrair de 134 para obtermos 81?
= 22 + { 12 + 63 – 72 } = 134 – x = 81
= 22 + 3 = - x = 81 - 134
= 25 - x = - 53 (multiplicando por -1)
x = 53
DIVISÃO Prova: 134 - 53 = 81
3x = 3 . 7 = 21 (o outro número). 1ª) para multiplicar potências de mesma base, conserva-se a base e
Resposta: 7 e 21 adicionam-se os expoentes.
am . an = a m + n
14) Pedro e Marcelo possuem juntos 30 bolinhas. Marcelo tem bo- Exemplos: 32 . 38 = 32 + 8 = 310
linhas a mais que Pedro. Quantas bolinhas tem cada um? 5 . 5 6 = 51 + 6 = 57
Pedro: x
Marcelo: x + 6 2ª) para dividir potências de mesma base, conserva-se a base e sub-
x + x + 6 = 30 ( Marcelo e Pedro) traem-se os expoentes.
2 x + 6 = 30 am : an = am - n
2 x = 30 - 6 Exemplos:
2 x = 24 37 : 33 = 3 7 – 3 = 74
x = 24 : 2 510 : 58 = 5 10 – 8 = 52
x = 12 (Pedro)
Marcelo: x + 6 =12 + 6 =18 3ª) para elevar uma potência a um outro expoente, conserva-se base
e multiplicam-se os expoentes.
Exemplo: (32)4 = 32 . 4 = 38
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES
4ª) para elevar um produto a um expoente, eleva-se cada fator a es-
Sinais de associação: se expoente.
O valor das expressões numéricas envolvendo as quatro operações é (a. b)m = am . bm
obtido do seguinte modo:
- efetuamos as multiplicações e as divisões, na ordem em que apa- Exemplos:
recem; (4 . 7)3 = 43 . 73 ; (3. 5)2 = 32 . 52
- efetuamos as adições e as subtrações, na ordem em que apare-
cem;
RADICIAÇÃO
Exemplo 1) 3 .15 + 36 : 9 =
= 45 + 4 Suponha que desejemos determinar um número que, elevado ao qua-
= 49 drado, seja igual a 9. Sendo x esse número, escrevemos:
X2 = 9
Exemplo 2) 18 : 3 . 2 + 8 - 6 . 5 : 10 =
= 6 . 2 + 8 - 30 : 10 = De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou seja:
= 12 + 8 - 3 = 32 = 9
= 20 - 3
Respostas: 18) A soma de dois números é 428 e a diferença entre eles é 34. Qual
a) 8 b) 11 é o número maior? (231)
c) 24 d) 60
e) 11 f) 76 19) Pensei num número e juntei a ele 5, obtendo 31. Qual é o núme-
g) 12 h) 18 ro? (26)
i) 8 j) 21
20) Qual o número que multiplicado por 7 resulta 56? (8)
02) Calcule o valor das expressões:
a) 23 + 32 = 21) O dobro das balas que possuo mais 10 é 36. Quantas balas pos-
b) 3 . 52 - 72 = suo? (13).
c) 2 . 33 - 4. 23 =
d) 53 - 3 . 62 + 22 - 1 = 22) Raul e Luís pescaram 18 peixinhos. Raul pescou o dobro de
e) (2 + 3)2 + 2 . 34 - 152 : 5 = Luís. Quanto pescou cada um? (12 e 6)
f) 1 + 72 - 3 . 24 + (12 : 4)2 =
PROBLEMAS
Respostas:
a) 17 b) 26 Vamos calcular o valor de x nos mais diversos casos:
c) 22 d) 20
e) 142 f) 11 1) x + 4 = 10
Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inversa da adição:
03) Uma indústria de automóveis produz, por dia, 1270 unidades. Se x = 10 - 4
cada veículo comporta 5 pneus, quantos pneus serão utilizados x=6
ao final de 30 dias? (Resposta: 190.500)
2) 5x = 20
04) Numa divisão, o divisor é 9,o quociente é 12 e o resto é 5. Qual é Aplicando a operação inversa da multiplicação, temos:
o dividendo? (113) x = 20 : 5
x=4
05) Numa divisão, o dividendo é 227, o divisor é 15 e o resto é 2.
Qual é o quociente? (15) 3) x - 5 = 10
Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inversa da subtração:
06) Numa divisão, o dividendo é 320, o quociente é 45 e o resto é 5. x = 10 + 5
Qual é o divisor? (7) x =15
6 Exemplos.
3 2 5 2 7 3 3 5 1 1
Indicamos por: a) b)
6 6 6 15 15 15 4 6 8 2
273 18 20 3 12
15 24 24 24 24
12 4 18 20 3 12
15 5 24
2 53
6 24
1 3
Exemplo: e
3 4
1 4
A fração é equivalente a .
3 12
3 9
Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes ha- A fração equivalente .
churamos 2). 4 12
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES
b) Frações com numeradores iguais b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador de-
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que pois soma ou subtrai.
tiver maior denominador. Ex:
7 7 7 7 1 3 2
Ex.: ou 1) = mmc. (2, 4, 3) = 12
4 5 5 4 2 4 3
(12 : 2).1 (12 : 4).3 (12.3).2 6 9 8 23
c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente di-
ferentes. 12 12 12
Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos: 4 2
2) = mmc. (3,9) = 9
2 1 3 9
denominadores iguais (ordem decrescente)
3 3 (9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10
4 4 9 9 9
numeradores iguais (ordem crescente)
5 3
Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numeradores
por um número diferente de zero. das frações entre si, assim como os seus denominadores.
Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fra- Exemplo:
ção é irredutível. Exemplo: 2 3 2 3 6 3
18 : 2 9 : 3 3 . x
5 4 5 4 20 10
12 : 2 6 : 3 2 Exercícios: Calcular:
2 5 2 3 4 1 3 2 1
Fração irredutível ou simplificada. 1) 2) 3)
9 36
5 4 5 2 3 5 5 3 3
Exercícios: Simplificar 1) 2) 10 5 24 4 4
12 45 Respostas: 1) 2) 3)
3 4 12 6 30 5 15
Respostas: 1) 2)
4 5
DIVISÃO DE FRAÇÕES
Redução de frações ao menor denominador comum
Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo in-
verso da Segunda.
1 3
Ex.: e 4 2 4 3 12 6
3 4 Exemplo: : .
5 3 5 2 10 5
Calcular o mmc (3,4) = 12
Exercícios. Calcular:
1 3 12 : 3 1 12 : 4 3 temos:
e = e 4 2 8 6 2 3 4 1
3 4 12 12 1) : 2) : 3) :
3 9 15 25 5 5 3 3
4 9
e 20
12 12 Respostas: 1) 6 2) 3) 1
1 4 3 9 9
A fração é equivalente a . A fração equivalente .
3 12 4 12
POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES
Exemplo:
Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo:
2 4 3
? numeradores diferentes e denominadores diferentes 2 23 8
3 5 3
= m.m.c.(3, 5) = 15 3
3 27
(15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? = (ordem crescente) Exercícios. Efetuar:
15 15 15 15 2 4 2 3
3 1 4 1
1) 2) 3)
4 2 3 2
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
1) Adição e Subtração 16 16 72
a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numera-
dores e conserva-se o denominador comum. RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES
2 5 1 2 5 1 8
Ex: Extrai raiz do numerador e do denominador.
3 3 3 3 3
b) 4,6:2
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3
0
Exercícios. Efetuar as operações: Para tornar um número decimal 10, 100, 1000..... vezes maior, desloca-
1) 0,357 + 4,321 + 31,45 se a vírgula para a direita, respectivamente, uma, duas, três, . . . casas
2) 114,37 - 93,4 decimais.
3) 83,7 + 0,53 - 15, 3 2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
3) 68,93 0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825
Exemplos: A seguir vem Bertrand Russel a A.N. Witehead (1861-1947), com uma
das mais importantes obras deste século Principia Matemática, em três
a) 0,5 - Lê-se: "cinco décimos".
volumes.
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
Entre o grande número de lógicos atuais, mencionamos, Kurt Godel e
centésimos".
Alfred Tarski. A Godel deve-se a primeira demonstração de completividade
c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos e vinte e um
da Lógica elementar e da incompletividade de sistemas mais complexos,
milésimos".
como a impossibilidade da existência de um sistema axiomático completo e
consistente para a Aritmética usual.
2) Um número decimal não muda o seu valor se acrescentarmos ou
suprimirmos zeros â direita do último algarismo. A Tarski deve-se muito no que respeita ao progresso dos estudos lógi-
Exemplo. 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " ....... cos. Dentre as suas contribuições, destaca-se, a definição semântica de
verdade, que tem aplicações em numerosos campos da Matemática, com
3) Todo número natural pode ser escrito na forma de número decimal, repercussões na Filosofia.
colocando-se a vírgula após o último algarismo e zero (ou zeros) a
sua direita. É difícil dar hoje uma ideia da ampliação do campo de estudos da lógi-
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00... ca, quanto às pesquisas e possibilidades, mas o que é certo é que um
conhecimento preliminar ainda que intuitivo é necessário em quase todos
os ramos de conhecimento.
Sabe-se que a lógica teve sua maior desenvoltura na Filosofia, cami-
4.8. - Verdades e mentiras. 4.9. - Sequências lógicas nhando pela Linguística, Matemática e Ciência da Computação.
com números, letras e figuras. 4.10. - Problemas com
A Lógica na Ciência da Computação
raciocínio lógico, compatíveis com o nível funda- Segundo John Nolt (et al., 1991), "A lógica pode ser estudada de dois
mental completo. pontos de vista: a formal e a informal. Lógica formal é o estudo das formas
de argumento, modelos abstratos comuns a muitos argumentos distintos.
HISTÓRIA DA LÓGICA Lógica informal é o estudo de argumentos particulares em linguagem
A história da lógica começa com os trabalhos do filósofo grego Aristóte- natural e do contexto no qual eles ocorrem." Cabe aqui ressaltar que os
les (384-322 a.C.) de Estagira (hoje Estavro), na Macedônia, não se conhe- dois pontos de vista não são opostos, mas se complementam.
cendo precursores de sua obra, no mundo antigo.
Do ponto de vista da ciência da computação, que se trabalha com o
sentido semântico dos operadores lógicos (princípio de bivalência - verda-
Mais tarde, foram reunidos os trabalhos na obra denominada Organon,
de, falso) a lógica formal predomina.
onde encontramos no capítulo Analytica Priora a parte essencial da Lógica.
Esta disciplina nos introduzirá no mundo da lógica computacional (Ci-
Para Aristóteles, o raciocínio (dedutivo) reduz-se essencialmente ao ti- ência da Computação). Assim, veremos alguns conceitos e teremos a ideia
po determinado que se denomina silogismo. da abrangência do mesmo.
Você está viajando e fura um pneu de seu carro. Encosta-o e para. Se- Origens. A lógica foi desenvolvida de forma independente e chegou a
rá que você é capaz de descrever todos os passos desde a parada do carro certo grau de sistematização na China, entre os séculos V e III a.C., e na
até o pneu trocado? Índia, do século V a.C. até os séculos XVI e XVII da era cristã. Na forma
como é conhecida no Ocidente, tem origem na Grécia.
Dê um tempo! Tente ... pegue uma folha e descreva passo a passo ...
depois prossiga a leitura. O mais remoto precursor da lógica formal é Parmênides de Eleia, que
formulou pela primeira vez o princípio de identidade e de não contradição.
Se você tentou, agora responda algumas perguntas: Seu discípulo Zenão foi o fundador da dialética, segundo Aristóteles, por ter
Você desligou o carro? empregado a argumentação erística (arte da disputa ou da discussão) para
Você ligou o alerta? refutar quem contestasse as teses referentes à unidade e à imobilidade do
Você tirou o sinto de segurança? ser.
Você abriu a porta do carro?
Você puxou o freio de mão? Os sofistas, mestres da arte de debater contra ou a favor de qualquer
Você levou a chave para abrir o porta-malas? opinião com argumentos que envolviam falácias e sofismas, também con-
Você verificou se o socorro estava cheio? tribuíram para a evolução da lógica, pois foram os primeiros a analisar a
estrutura e as formas da linguagem. Foi sobretudo em vista do emprego
Teríamos N detalhes que muitas vezes fizemos intuitivamente e não vicioso do raciocínio pelos sofistas que o antecederam que Aristóteles foi
nos preocupamos com isso, no entanto, quando os descrevemos chegamos levado a sistematizar a lógica.
a esquecer muitos deles. A lógica seria a sequência detalhada e clara do
fato. Sócrates definiu o universal, ou essência das coisas, como o objeto do
conhecimento científico e, com isso, preparou a doutrina platônica das
Quando alguém pergunta qual é a soma de 20 + 30, o resultado multi- ideias. Ao empregar o diálogo como método de procura e descobrimento
plicado por 4 e este resultado dividido por dois, você faz os cálculos "de das essências, antecipou a dialética platônica, bem como a divisão dos
cabeça", no entanto você geralmente segue um raciocínio, uma lógica, universais em gêneros e espécies (e das espécies em subespécies), o que
como: permitiu situar ou incluir cada objeto ou essência no lugar lógico correspon-
- Primeiro, obter o resultado da soma (20+30=50) que chamaremos dente.
de resultado 1.
- Segundo, pegar o resultado 1 que é 50 e multiplica por 4 Lógica aristotélica. Aristóteles é considerado o fundador da lógica for-
(50*4=200) assim, chamaremos este de resultado 2. mal por ter determinado que a validade lógica de um raciocínio depende
- Terceiro, pegar o resultado 2 que é 200 e dividir por 2 (200/2=100) somente de sua forma ou estrutura, e não de seu conteúdo. Introduziu a
que chamaremos de resultado 3. análise da quantificação dos enunciados e das variáveis, realizou o estudo
- Quarto, responder o resultado 3 para quem o perguntou, que neste sistemático dos casos em que dois enunciados implicam um terceiro,
caso é 100. estabeleceu o primeiro sistema dedutivo ou silogístico e criou a primeira
lógica modal, que, ao contrário da lógica pré-aristotélica, admitia outras
Raciocínio Lógico possibilidades além de "verdadeiro" e "falso".
Veja a seguinte charada!!!
No século II da era cristã, as obras de Aristóteles sobre lógica foram
Existe um rio a ser atravessado por três pessoas que pesam 50, 50 e reunidas por Alexandre de Afrodísia sob a designação geral de Órganon.
100 Kg. Para atravessar este rio, as três pessoas dispõe de uma canoa que Inclui seis tratados, cuja sequência corresponde à divisão do objeto da
leva no máximo 100 Kg por viagem. Esta canoa tem que ser conduzida, isto lógica. Estuda as três operações da inteligência: o conceito, o juízo e o
é, ela não anda sozinha. Eis a questão, como estas pessoas chegam no raciocínio.
outro lado da margem? É um problema com resolução simples.
Conceito é a mera representação mental do objeto. Juízo é um ato
Depois de resolver este problema ou alguém lhe mostrar a solução, vo- mental de afirmação ou de negação de uma ideia a respeito de outra, isto é,
cê é capaz de resolver problemas semelhante a este ou outros do gênero e da coexistência de um sujeito e um predicado. Raciocínio é a articulação de
até mais complexos. vários juízos. O objeto próprio da lógica não é o conceito nem o juízo, mas
o raciocínio, que permite a progressão do pensamento. Em outras palavras,
Esta é uma forma de "despertar" o Raciocínio Lógico. É impossível al- não há pensamento estruturado quando se consideram ideias isoladas.
guém lhe ensinar a lógica, pois ela já está em você, o máximo que se pode
Em Perí hermeneías (Da interpretação), um dos tratados do Órganon,
fazer é torná-la consciente.
Aristóteles estuda a proposição, que é a expressão verbal do juízo. O juízo
é verdadeiro quando une na proposição o que está unido na realidade, ou
LÓGICA
separa, na proposição, o que está realmente separado. A verdade é, assim,
Com o aparecimento dos diversos sistemas filosóficos e depois de dis-
a adequação ou a correspondência entre o juízo e a realidade. Esse tratado
seminado pela Grécia antiga o gosto pelas teorias racionais abstratas,
procura principalmente determinar as oposições possíveis entre as proposi-
impôs-se a necessidade de uma ciência que disciplinasse a argumentação
ções.
e o pensamento, estabelecendo critérios de validade e veracidade das
proposições. A partir do juízo de existência ou de realidade, considerado primordial,
Aristóteles estabelece as seguintes modalidades de oposição e de nega-
Uma nova atitude em relação à lógica surgiu no século XVI com Petrus Lógica no século XX. Quando, no início do século XX, Bertrand Russell
Ramus (Pierre de La Ramée), lógico antiaristotélico e reformador educacio- se dispôs a mostrar que a aritmética era uma extensão da lógica, foi benefi-
nal. Ramus descreveu a lógica como a "arte de discutir" e distinguiu-a da ciado pelas pesquisas anteriores de Giuseppe Peano, matemático e lógico
gramática e da retórica que, a seu ver, concentravam-se nas questões italiano que, no fim do século XIX e início do XX, questionara noções primá-
relativas ao estilo. De acordo com Ramus, a lógica deveria tratar de concei- rias da aritmética. Após escrever The Principles of Mathematics (1903;
tos, juízos, inferências e provas, nessa ordem de prioridade. Entre as Princípios da matemática), Russell produziu, em cooperação com o tam-
inferências, incluía os silogismos categóricos e hipotéticos. bém britânico Alfred North Whitehead, a monumental Principia Mathematica
(1910-1913), que se tornou um clássico da lógica. A obra, em três volumes,
As divisões da lógica sugeridas por Ramus foram adotadas pelos jan- reuniu os resultados das pesquisas sobre lógica e fundamentos da mate-
senistas Antoine Arnauld e Pierre Nicole, autores de La Logique: ou l'art de mática que vinham sendo realizadas desde a época de Leibniz e tornou-se
penser (1662), traduzido e publicado em inglês em 1851 sob o título The o ponto de partida para a evolução da lógica no século XX.
Port-Royal Logic (A lógica de Port-Royal). As duas primeiras de suas quatro
A visão da matemática como continuação da lógica, sem uma linha de-
partes trazem poucas contribuições originais, muito mais no campo da
limitadora clara entre as duas disciplinas, como defendeu Russell, chamou-
epistemologia que da lógica. A terceira, sobre o raciocínio, trata da validade
se logicismo. A essa abordagem se opõem o intuicionismo, associado aos
dos silogismos. Na quarta parte, sobre o método, a obra Elementos de
nomes de Luitzen Egbertus Jan Brouwer, matemático holandês, e seu
Euclides é recomendada como modelo do método científico. Como René
discípulo Arend Heyting, e o formalismo, fundado por David Hilbert.
Descartes, fundador da filosofia moderna, os autores insistiam que, em
qualquer investigação científica, termos obscuros ou equívocos devem ser Bertrand Russell afirmou que há duas vertentes da pesquisa em mate-
definidos; que somente termos perfeitamente conhecidos devem ser usa- mática: uma visa à expansão, e a outra explora os fundamentos. O mesmo
dos em definições; que somente verdades auto-evidentes devem ser usa- se pode dizer sobre qualquer outra disciplina, mas na exploração dos
das como axiomas; e que todas as proposições que não são auto-evidentes fundamentos de uma ciência o pesquisador volta a encontrar a lógica, pois
devem ser confirmadas com o auxílio de axiomas, definições e proposições todas as ciências que pretendem descrever e comprovar algum aspecto da
já comprovados. Apesar de competir com uma concepção inteiramente realidade fazem uso do vocabulário lógico. Isso quer dizer que a lógica,
nova da lógica apresentada por Leibniz, racionalista alemão, as ideias localizada no ponto mais alto de uma hierarquia de ciências, pode ser
expostas pela lógica de Port-Royal mantiveram sua reputação durante o entendida como a mais abstrata e mais geral descrição da realidade.
século XIX. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
SILOGISMO
Lógica moderna. Com Leibniz, no século XVII, teve início a lógica mo-
A doutrina do silogismo desenvolvida pelo filósofo grego Aristóteles no
derna, que se desenvolveu em cooperação com a matemática. Leibniz
século IV a.C. constituiu até a era moderna o principal instrumento da
influenciou seus contemporâneos e sucessores com um ambicioso plano
lógica.
para a lógica, que para ele deixava de ser "uma diversão para acadêmicos"
e começava a tomar a forma de uma "matemática universal". Seu plano
Silogismo, segundo a definição de Aristóteles, é uma expressão propo-
propunha uma linguagem universal baseada num alfabeto do pensamento
sicional na qual, admitidas certas premissas, delas resultará, apenas por
(ou characteristica universalis), um cálculo geral do raciocínio e uma meto-
serem o que são, outra proposição diferente das estabelecidas anterior-
dologia geral.
mente. O termo vem do grego syllogismós, que significa argumento ou
A linguagem universal, na visão de Leibniz, seria como a álgebra ou raciocínio. Posteriormente, a terminologia tradicional passou a definir essa
como uma versão de ideogramas chineses, formada de sinais básicos operação lógica como um argumento formado de três proposições -- duas
representativos de noções não analisáveis. Noções complexas seriam premissas e uma conclusão -- que apresentam a forma "sujeito-predicado".
representadas por conjuntos apropriados de sinais que, por sua vez, repre-
sentariam a estrutura de noções complexas e, em última análise, a noção Indubitavelmente, o silogismo é a forma mais simples de demonstração
de realidade. ou de argumento inferencial. É sempre precedido de uma pergunta: quer-se
saber se um dado predicado convém ou não, necessariamente, a um
Uma das contribuições mais positivas de Leibniz para o desenvolvi- sujeito. A resposta, quando está de acordo com as regras do silogismo, é
mento da lógica foi a aplicação bem-sucedida dos métodos matemáticos à rigorosa e necessariamente certa. O exemplo mais clássico é o seguinte:
interpretação da silogística aristotélica. Outra foi sua proposta de um "cálcu- "Todo animal é mortal; todo homem é animal; logo, todo homem é mortal."
lo de adição real", em que demonstra que partes da álgebra são passíveis
de interpretação não aritmética. Sua forma de interpretação se comprovaria As duas premissas, estruturadas segundo a fórmula "sujeito-
adequada mesmo à intrincada regra da rejeição proposta para os silogis- predicado", são denominadas maior e menor. Por meio delas, dois termos
mos pelo polonês Jerzy Stupecki, da escola de lógica de Varsóvia, na (maior e menor) são postos em relação com um terceiro (médio). No exem-
década de 1940. plo citado, "mortal" é o termo de maior extensão, e portanto o termo maior.
O termo de menor extensão, chamado termo menor, é "homem". O termo
Na segunda metade do século XIX, foram lançados os alicerces para médio, que contém ambos, é "animal". Por ser afirmativo, esse tipo de
os mais notáveis progressos da história da lógica. Merece menção a obra silogismo é chamado categórico e se baseia na lei de generalização do
do matemático francês Joseph-Diez Gergonne, cuja grande inovação foi a universal para o particular. Os termos que compõem cada premissa são
expansão do vocabulário do silogismo e a proposição de novos tipos de sempre os mesmos -- maior e médio na premissa maior, menor e médio na
inferência baseados na expansão. A axiomatização de seu trabalho, no premissa menor -- mas sua ordem pode mudar. O termo médio pode assu-
entanto, coube ao lógico John Acheson Faris, de Belfast. Também trouxe- mir quatro posições diferentes, segundo as quais se definem as quatro
ram contribuições importantes o metafísico escocês William Hamilton e os "figuras" do silogismo. Tais figuras, em função do caráter e das combina-
ingleses George Bentham, botânico, e Augustus De Morgan. ções de suas proposições (universais ou particulares, afirmativas ou negati-
vas) dão lugar aos 23 tipos de silogismo conhecidos como silogismos
Ainda no século XIX, as novas ideias de George Boole, matemático au- modais.
todidata, representaram um grande progresso para a lógica. A chamada
álgebra de Boole foi aprimorada por vários pesquisadores, entre eles o Os chamados silogismos hipotéticos são mais complexos que os cate-
economista e lógico britânico William Stanley Jevons; o lógico, engenheiro góricos e os modais, ainda que derivem das mesmas leis. A denominação
e filósofo americano Charles Sanders Peirce; e o lógico e matemático se explica devido à ocorrência de premissas hipotéticas, que de acordo
alemão Ernst Schröder. Coube, porém, ao matemático e filósofo alemão com sua forma podem ser condicionais ou disjuntivas. Uma formulação
Gottlob Frege estabelecer a relação entre os dois sistemas lógicos tratados clássica de silogismo hipotético condicional seria, por exemplo: se P então
por Boole, e outros importantes estudos relativos à teoria da linguagem e à Q; se Q então não R; logo, se P então não R.
V F V V F F
V F F F V F
F F F
F V V
F V F
Disjunção
F F V Chama-se disjunção de duas proposições p e q a proposição represen-
F F F tada por p ou q, cujo o valor lógico é a verdade (V) quando ao menos uma
das proposições p e q é verdadeira e a falsidade (F) quando as proposições
Analogamente, observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de p e q são ambas falsas.
quatro em quatro para a primeira proposição p, de dois em dois para a p q pq
segunda proposição q e de um em um para a terceira proposição r, e que, V V V
além disso, VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV e FFF sãos os arranjos
ternários com repetição dos dois elementos V e F. V F V
F V V
Notação F F F
O valor lógico de uma proposição simples p indica-se por V(p). Assim,
exprime-se que p é verdadeira (V), escrevendo: V(p) = V.
Analogamente, exprime-se que p é falsa (F), escrevendo: V(p) = F.
Exemplos: Disjunção Exclusiva
p: o sol é verde; Chama-se disjunção exclusiva de duas proposições p e q a proposição
q: um hexágono tem nove diagonais; representada simbolicamente por p V q, que se lê: "ou p ou q" ou "p ou q,
r: 2 é raiz da equação x² + 3x - 4 = 0 mas não ambos", cujo valor lógico é a verdade (V) somente quando p é
V(p) = F verdadeira ou q é verdadeira, mas não quando p e q são ambas verdadei-
V(q) = V ras, e a falsidade (F) quando p e q são ambas verdadeiras ou falsas.
V(r) = F p q q
V V F
OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES
Operações Lógicas Fundamentais V F V
Quando pensamos, efetuamos muitas vezes certas operações sobre F V V
proposições, chamadas operações lógicas. As operações lógicas obede-
F F F
cem regras de um cálculo, denominado cálculo proposicional, semelhante
ao da aritmética sobre números
Negação Condicional
Chama-se negação de uma proposição p a proposição representada Chama-se proposição condicional ou apenas condicional uma proposi-
por "não p", cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falso e falsidade ção representada por "se p então q", cujo valor lógico é a falsidade (F) no
quando p é verdadeiro. caso em que p é verdadeira e q é falsa e a verdade (V) nos demais casos.
p ~p p~p V V F V F V V
V F F
F V F F F V V
F V F
V V V V V V V V V V V
F F V V V F V V V V V
V F V V V V V V
(b) Comutativa : p q q p
p q pq qp pqqp V F F V V F V V
F V V V V V V V
V V V V V
F V F V V V V V
V F F F V
F F V F V V V V
F V F F V
F F F F F F F V
F F F F V
As colunas 5 e 7 são equivalentes
(c) Associativa : (p q) r p (q r) (d) Identidade : p t t e p c p
F F F F F F F V V V F V V V F V
V V V V V V V V V V V F V
V V F F V V V V V F F F F
V F V F V V V V F V V V V
V F F F V V V V F F V V V
F V V V V V V V
As colunas 3 e 5 são equivalentes
F V F F F V F F Argumentos e suas validades
As proposições P1, P2,..., P dizem-se as premissas do argumento, e a O fluxograma constitui um método alternativo para as Tabelas-verdade
proposição final Q diz-se a conclusão do argumento. na verificação da validade de um argumento, no qual se ilustra o raciocínio
utilizado.
Um argumento de premissas P1, P2,...,P e de conclusão Q indica-se
por: Neste método, para verificação da validade de um argumento ou prova
de um teorema, procede-se da seguinte maneira:
P1, P2,...,P e se lê: "P1P2,...,P acarretam Q". 1. consideram-se as premissas verdadeiras;
2. aplicam-se as definições dos conectivos lógicos para determinar o
Na forma padronizada as premissas invocadas para "servir de justifica- valor lógico da conclusão que deverá se a verdade(V), para que o
tiva", acham-se sobre o traço horizontal e a conclusão do argumento estará argumento seja válido ou o teorema provado;
sob o mesmo traço horizontal.
Caso ocorram situações em que não se possa determinar o valor lógico
Validade de um Argumento da conclusão, ou em que F = V(contradição), o argumento não é válido.
Um argumento P1,P2,...,P Q diz-se válido se e somente se a conclusão
Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P1,P2,...,P são verdadei- O teste de validade de argumentos ou prova de teoremas mediante o
ras. uso do fluxograma pode ser feito pelo método direto ou indireto (por absur-
do).
Portanto, todo argumento válido goza da seguinte característica: A ver- http://mjgaspar.sites.uol.com.br/logica
dade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão.
Deste modo, todo argumento tem um valor lógico, digamos V se é váli- A argumentação é um instrumento sem o qual não podemos compre-
do(correto, legítimo) ou F se é um sofisma(incorreto, ilegítimo). ender melhor o mundo nem intervir nele de modo a alcançar os nossos
objetivos; não podemos sequer determinar com rigor quais serão os melho-
As premissas dos argumento são verdadeiras ou, pelo menos admiti- res objetivos a ter em mente.
das como tal. Aliás, a Lógica só se preocupa com a validade dos argumen- Os seres humanos estão sós perante o universo; têm de resolver os
tos e não com a verdade ou falsidade das premissas e das conclusões. seus problemas, enfrentar dificuldades, traçar planos de ação, fazer esco-
lhas. Para fazer todas estas coisas precisamos de argumentos. Será que a
A validade de um argumento depende exclusivamente da relação exis- Terra está imóvel no centro do universo? Que argumentos há a favor dessa
tente entre as premissas e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado ideia? E que argumentos há contra ela? Será que Bin-Laden é responsável
argumento é válido significa afirmar que as premissas são verdadeiras. pelo atentado de 11 de Setembro? Que argumentos há a favor dessa ideia?
E que argumentos há contra? Será que foi o réu que incendiou proposita-
Regras de inferência usadas para demonstrar a validade dos ar- damente a mata? Será que o aborto é permissível? Será que Cristo era um
gumentos deus? Será que criaremos mais bem-estar se o estado for o dono da maior
parte da economia? Será possível curar o cancro? E a Sida? O que é a
Regra de adição (AD): Regra de simplificação (SIMP): consciência? Será que alguma vez houve vida em Marte?
Queremos respostas a todas estas perguntas, e a muitas mais. Mas as
respostas não nascem das árvores nem dos livros estrangeiros; temos de
i) ii) i) ii) ser nós a procurar descobri-las. Para descobri-las temos de usar argumen-
Regra da conjunção (CONJ): Regra da absorção(ABS): tos. E quando argumentamos podemos enganar-nos; podemos argumentar
bem ou mal. É por isso que a lógica é importante.
A lógica permite-nos fazer o seguinte:
1) Distinguir os argumentos corretos dos incorretos;
2) Compreender por que razão uns são corretos e outros não; e
3) Aprender a argumentar corretamente.
i) ii)
Os seres humanos erram. E não erram apenas no que respeita à in-
Regra modus ponens(MP): Regra modus tollens(MT): formação de que dispõem. Erram também ao pensar sobre a informação de
que dispõem, ao retirar consequências dessa informação, ao usar essa
informação na argumentação. Muitos argumentos inválidos não são enga-
nadores: são obviamente inválidos. Mas alguns argumentos inválidos
parecem válidos. Por exemplo, muitas pessoas sem formação lógica aceita-
riam o seguinte argumento:
Regra do silogismo disjuntivo(SD): Regra do silogismo hipotéti- Tem de haver uma causa para todas as coisas porque todas as coisas
co(SH): têm uma causa.
Contudo, este argumento é inválido. A lógica ajuda-nos a compreender
por que razão este argumento é inválido, apesar de parecer válido. O
argumento é inválido porque ainda que a premissa seja verdadeira, a
i) ii) conclusão pode ser falsa.
Retirado do livro O Lugar da Lógica na Filosofia (Plátano, 2003)
Regra do dilema construtivo(DC): Regra do dilema destrutivo(DD):
Sol.: Sem mais delongas, transcrevamos as INFORMAÇÕES ADICIO- Sol.: Essa é das fáceis! E questão igualzinha a essa aqui já caiu em
NAIS do enunciado e as DECLARAÇÕES. Teremos: mais de uma prova da Esaf. Portanto, fiquemos ligados! É um pontinho a
mais garantido pra nós!
INFORMAÇÕES ADICIONAIS: O que temos que fazer aqui? Temos apenas que analisar uma frase. A
1º) O marido de Sandra mentiu. seguinte:
2º) O marido de Tereza disse a verdade. “Não é verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”
A coisa é bem simples: o que pode talvez entornar um pouco o caldo
DECLARAÇÕES: aqui nessa frase é que o nosso cérebro costuma raciocinar com mais
1º) Nestor: " Marcos é casado com Tereza" facilidade com declarações afirmativas do que com as negativas.
2º) Luís: "Marcos e casado com Regina" Daí, o jeito mais fácil de compreender essa frase é transformando os
3º) Marcos: "Marcos é casado com Sandra" “núcleos negativos” em “núcleos positivos” equivalentes!
Pois bem! Vamos criar a nossa primeira HIPÓTESE. Vamos supor, por Ora, vamos identificar o que seria o primeiro “núcleo negativo” desta
exemplo, que o primeiro da fila, o Nestor, esteja dizendo a verdade. Veja- sentença. Acharam? Claro. São as palavras: “Não é verdade”. Pelo que
mos: poderíamos trocar esse “núcleo”, para que ele ficasse na afirmativa? Pode-
hipótese I ria ser: “É mentira”.
1º) Nestor: " Marcos é casado com Tereza"-------- Verdade Percebamos que “Não é verdade” tem exatamente o mesmo significado
2º) Luís: "Marcos e casado com Regina" ----------- de “É mentira”. A diferença é que um núcleo está na negativa (“não é
3º) Marcos: "Marcos é casado com Sandra"--------
verdade”) e o outro, na afirmativa (“é mentira”).
Meio caminho andado!
Ora, segundo uma das INFORMAÇÕES ADICIONAIS do enunciado,
sabemos que aquele que diz a VERDADE é o marido de Tereza. Daí,
Resta encontrarmos o outro “núcleo negativo” da frase. Achamos? Cla-
decorre que se estamos supondo (nesta primeira HIPÓTESE) que o Nestor
ro: “Não dormem a sesta”. Como poderíamos dizer a mesma coisa, de uma
disse a VERDADE, então teremos que Nestor é o marido de Tereza. Mas,
maneira afirmativa? Poderíamos dizer, por exemplo: “Ficam acordados”.
se assim é, vejamos o que foi que o Nestor, falando a VERDADE, declarou:
Observemos que tanto faz eu dizer “Não dormem”, como dizer “Ficam
“Marcos é casado com Tereza”.
acordados”. São perfeitamente equivalentes!
Percebemos aí um choque de informações! A Tereza estaria sendo ca-
Agora, sim! Vamos transcrever a sentença trazida pelo enunciado e
sada com o Nestor e com o Marcos. E não pode!
depois, reescrevê-la nos moldes das alterações que fizemos. Teremos:
Daí, resta-nos concluir que essa primeira HIPÓTESE falhou! Ou seja,
“Não é verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”
constatamos que Nestor não pode estar dizendo a VERDADE. Partiremos
“É mentira que todos os aldeões daquela aldeia ficam acordados”
para uma nova HIPÓTESE: a de que Nestor está mentindo! Teremos:
Daí, ficou muito fácil deduzir que, para que seja mentira que todas as 05) (ESAF) Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado
pessoas daquela família sejam gordas, basta que uma delas seja magra! a lado em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes
Seria esta a resposta desta questão. fala a verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à
esquerda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está sen-
Ok! E só para ninguém dizer que eu resolvi tudo e não deixei vocês re- tada no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à
solverem nada, eu apresento abaixo um pequeno simulado, só com ques- direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sen-
tões de “verdades e mentiras”, todas elas elaboradas pela ESAF e cobra- tada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à
das em concursos recentes. O gabarito vem no final do simulado. direita são, respectivamente:
Próxima aula, eu falarei sobre um assunto facílimo e que também está a) Janete, Tânia e Angélica
no programa do MPU, que é Diagramas Lógicos. b) Janete, Angélica e Tânia
Um abraço forte a todos e até a próxima! c) Angélica, Janete e Tânia
d) Angélica, Tânia e Janete
SIMULADO DE QUESTÕES DE “VERDADE & MENTIRA” e) Tânia, Angélica e Janete
01) (ESAF) Cinco amigas, Ana, Bia, Cati, Dida e Elisa, são tias ou irmãs GABARITO: 01) D 02) E 03) B 04) E 05) B
de Zilda. As tias de Zilda sempre contam a verdade e as irmãs de
Zilda sempre mentem. Ana diz que Bia é tia de Zilda. Bia diz que Cati DIAGRAMAS LÓGICOS
é irmã de Zilda. Cati diz que Dida é irmã de Zilda. Dida diz que Bia e
Elisa têm diferentes graus de parentesco com Zilda, isto é: se uma é História
tia a outra é irmã. Elisa diz que Ana é tia de Zilda. Assim, o número Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápida passada
de irmãs de Zilda neste conjunto de cinco amigas é dado por: em sua origem.
a) 1 b) 2c) 3d) 4e) 5 O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770, ao escrever
cartas a uma princesa da Alemanha, usou os diagramas ao explicar o
02) (ESAF) Percival encontra-se à frente de três portas, numeradas de 1
significado das quatro proposições categóricas:
a 3, cada uma das quais conduz a uma sala diferente. Em uma das
Todo A é B.
salas encontra-se uma linda princesa; em outra, um valioso tesouro;
Algum A é B.
finalmente, na outra, um feroz dragão. Em cada uma das portas en-
Nenhum A é B.
contra-se uma inscrição:
Algum A não é B.
• Porta 1: “Se procuras a linda princesa, não entres; ela está atrás da
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John Venn (1834 –
porta 2.”
1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas, utilizando sempre círculos.
• Porta 2: “Se aqui entrares, encontrarás um valioso tesouro; mas
Desta forma, hoje conhecemos como diagramas de Euler/Venn.
cuidado: não entres na porta 3 pois atrás dela encontra-se um feroz
dragão.”
Tipos
• Porta 3: “Podes entrar sem medo pois atrás desta porta não há
Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois diferentes
dragão algum.”
conjuntos:
Alertado por um mago de que uma e somente uma dessas inscrições
é falsa (sendo as duas outras verdadeiras), Percival conclui, então,
Indica que um conjunto
corretamente que atrás das portas 1, 2 e 3 encontram-se, respecti-
está completamente
vamente:
contido no outro, mas o
a) o feroz dragão, o valioso tesouro, a linda princesa
inverso não é verdadeiro.
b) a linda princesa, o valioso tesouro, o feroz dragão
c) o valioso tesouro, a linda princesa, o feroz dragão
d) a linda princesa, o feroz dragão, o valioso tesouro
e) o feroz dragão, a linda princesa, o valioso tesouro
03) (ESAF) Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obtiveram os
Solução: A resposta correta é a letra a) porque toda sardinha é peixe e 04 O carro azul é maior do que o vermelho e o vermelho é menor do
não existe relação entre os dois com aquário. que o amarelo. Qual o maior dos carros?:
a) o vermelho;
b) o amarelo;
2) Considere as seguintes opções de diagramas e indique aquele que c) o azul;
resolve o exercício: bebê, ser infantil, recém-nascido. d) o azul e o amarelo;
e) impossível responder.
a) b) c) d) e)
05. O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este
mais rapidamente do que o azul. Qual o carro que está se movimen-
tando com maior velocidade?:
a) o amarelo;
b) o azul;
Solução: A resposta correta é a letra d) porque todo recém-nascido é c) o vermelho;
bebê e um ser infantil e, todo bebê é um ser infantil. d) o vermelho e o azul;
e) impossível responder.
07. João e José têm, juntos, 125 anos. João tem 11 anos menos que
Solução: A resposta correta é a letra c), onde o círculo do meio repre- Júlio e 7 mais que José. Quantos anos tem Júlio?:
senta o pó de café. a) 83;
b) 77;
c) 71:
4) Considere as seguintes opções de diagramas e indique aquele que d) 66:
resolve o exercício: jovens, estudantes, bonitos. e) 59.
12. Qual o número que, acrescido da 3, dá metade de 9 vezes um oitavo 25 Para "exasperação":
de 32?: a) alisamento;
a) 15; b) espera;
b) 16; c) evocação;
c) 21; d) exatidão;
d) 27; e) irritação.
e) 34;
13. Esta a situação: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala 26 está para assim como está para
de aula: são Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está
numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao lado de a) b) c) d) e)
Marina e Matilde, ao lado de Marisa
Este o esquema para responder:
Para quantidades Para nomes 27 Uma família gastou 1/4 de seu salário mensal em alimentação e 1/3
a) =1 a) = Mariana do restante em pagamento de prestações. Que porcentagem de salá-
b) =2 b) = Maria rio lhe restou?:
c) =3 c) = Matilde a) 15% b) 25%; c) 35%; d) 45%; e) 50%.
d) =4 d) = Marina
e) =5 e) = Marisa 28. 32 42 52...21 31 41.....40 50 _
a) 24; b) 30; c) 33; d) 60; e) 63.
E estas as perguntas:
Quantas estão entre Marina e Marisa?: 29. Sendo este quadro um código - linhas e colunas -, o que está repre-
14. Quem está no meio?: sentando a fórmula 45551142?
15. Quem está entre Matilde e Mariana?: a) Ele; b) Fae; c) lNRl; d) Deus; e) Jesus.
16 Quem está entre Marina e Maria?:
17 Quantas estão entre Marisa e Mariana? 30. Descobriu-se num código, até então secreto, que o número 12=8=4
realmente significava 9=5=1. Daí, como se espera que esteja escrito
18 Imagine dois recipientes opacos, com a forma de garrafa de boca "revolução" :
estreita, que vamos chamar A e B. E bolas brancas e pretas, que po-
dem ser colocadas nos recipientes e que irão ser retiradas como se
fosse um sorteio . O problema é este: de qual recipiente você terá
mais chance de retirar uma bola preta numa. primeira e única tentati-
va, havendo, em A 2 bolas pretas e 4 brancas em B 3 bolas pretas e
7 brancas? Opções:
a) do A;
b) do B;
c) é indiferente;
d) impossível responder por falta de dados;
e) impossível responder por estarem os dados mal colocados.
a) vibapegia; b) tgyqnxebq;
19. O mesmo problema, com as mesmas opções anteriores: havendo, c) obslirzxl; d) sfxpmvdbp; e) uhzroyfdr.
em A 4 bolas pretas e 8 brancas em B 6 bolas pretas e 12 brancas.
2. Todo R é S
ora, P não é S
logo, P não é R,
3. Todo S é P
todo S é O
logo, algum P é O. CO = correio CL = casa de lanches
L = livraria P = panificadora
4. Todo P é O C = casa B = banco
todo O é R
logo, P é R. a) é indiferente;
b) livraria - correio - casa de lanches - panificadora - banco;
5. Nenhum S é T c) banco - panificadora - casa de lanches - livraria - correio;
.....ora, R é T d) livraria - casa de lanches - panificadora - correio - banco:
.....logo, R não é S. e) correio - panificadora - casa de lanches - livraria - banco.
E assinale conforme as seguintes opções 40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para:
a) Todos os raciocínios são verdadeiros; a) mocidade;
b) São falsos os raciocínios 4 e 5; b) imaturidade;
c) São verdadeiros apenas os de números 1 e 3; c) cansaço
d) São falsos todos os raciocínios; d) cãs;
e) Nenhum dos casos anteriores. e) morte.
35. O contrário do contrário de exato é: 41. Precoce está para cedo assim como tardio está para:
a) duvidoso; a) inverno;
b) provável; b) manhã;
c) inexato; c) serôdio;
d) errado; d) inoportuno;
e) certo. e) inicial.
Resposta – A – Lendo direitinho o enunciado vemos claramente que o Resposta: C – O contrário de grande é pequeno.
carro amarelo anda mais depressa.
04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3 então y = 7". F V V F V V
Pode-se concluir que:
a) se x 3 antão y 7 F F V V V V
b) se y = 7 então x = 3
c) se y 7 então x 3 Temos que "Não P implica em Q" é equivalente a "Não Q implica em
d) se x = 5 então y = 5 P", ou seja, se um bar à beira-mar não está aberto, então choveu. Logo, (e)
e) se x = 7 então y = 3 é a opção correta.
RESPOSTA: C
4) A negação da sentença "se você estudou lógica, então você acertará 9) Cinco colegas foram a um parque de diversões e um deles entrou
esta questão" é: sem pagar. Apanhados por um funcionário do parque, que queria sa-
a) se você não acertar esta questão, então você não estudou lógica. ber qual deles entrou sem pagar, eles informaram:
b) você não estudou lógica e acertará esta questão. - "Não fui eu, nem o Manuel", disse Marcos.
c) se você estudou lógica, então não acertará esta questão. - "Foi o Manuel ou a Maria", disse Mário.
d) você estudou lógica e não acertará esta questão. - "Foi a Mara", disse Manuel.
- "O Mário está mentindo", disse Mara.
Para que o enunciado seja uma Negação... E como trata-se de - "Foi a Mara ou o Marcos", disse Maria.
uma implicação então... A primeira proposição deverá ser posi- Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas mentiu, con-
tiva e a segunda negativa... opção correta letra D. clui-se logicamente que quem entrou sem pagar foi:
a) Mário
5) Se Joaquim não joga futebol, ele estuda. Se Joaquim joga futebol, b) Marcos
ele faz amizades. Se Joaquim não estuda, ele não faz amizades. Se c) Mara
Joaquim faz amizades, ele não estuda. Então, conclui-se que Joa- d) Manuel
quim:
a) joga futebol e faz amizades, mas não estuda.
28) Suponha que exista uma pessoa que só fala mentiras às terças, 35) Maria vai de carona no carro de sua amiga e se propõe a pagar a
quartas e quintas-feiras, enquanto que, nos demais dias da semana, tarifa do pedágio, que é de R$ 3,80. Verificou que tem no seu porta-
só fala a verdade. Nessas condições, somente em quais dias da se- níqueis moedas de todos os valores do atual sistema monetário bra-
mana seria possível ela fazer a afirmação "Eu menti ontem e também sileiro, sendo: duas moedas do menor valor, três do maior valor e
mentirei amanhã."? uma moeda de cada um dos outros valores. Sendo assim, ela tem o
a) Terça e quinta-feira. suficiente para pagar a tarifa e ainda lhe sobrarão:
b) Terça e sexta-feira. a) doze centavos.
c) Quarta e quinta-feira. b) onze centavos.
d) Quarta-feira e sábado. c) dez centavos.
29) Paulo, João, Beto, Marcio e Alfredo estão numa festa. Sabendo-se d) nove centavos.
que cada um deles possui diferentes profissões: advogado, adminis-
trador, psicólogo, físico e médico. Temos: o advogado gosta de con- 36) Existem três caixas I, II e III contendo transistores. Um técnico cons-
versar com beto, Marcio e João, mas odeia conversar com o médico tatou que:
Beto joga futebol com o físico Paulo, Beto e Marcio jogam vôlei com se passasse 15 transistores da caixa I para a caixa II, esta ficaria com
o administrador Alfredo move uma ação trabalhista contra o médico. 46 transistores a mais do que a caixa I tinha inicialmente;
Podemos afirmar que Paulo é.... se passasse 8 transistores da caixa II para a caixa III, esta ficaria com
a) Paulo é o advogado, João é o administrador 30 transistores a mais do que a caixa II tinha inicialmente.
b) Alfredo é o advogado, Paulo é o médico. Se o total de transistores nas três caixas era de 183, então o número
c) Marcio é o psicólogo, Alfredo é o médico inicial de transistores em:
d) Beto é o físico, Alfredo é o administrador a) I era um número par.
b) II era um número ímpar.
30) Considerando-se que todos os Gringles são Jirnes e que nenhum c) III era um número menor que 85.
Jirnes é Trumps, a afirmação de que nenhum Trumps pode ser Grin- d) I e III era igual a 119.
gles é:
a) Necessariamente verdadeira. 37) Para asfaltar 1 quilômetro de estrada, 30 homens gastaram 12 dias
b) Verdadeira, mas não necessariamente. trabalhando 8 horas por dia, enquanto que 20 homens, para asfalta-
39) Luís é prisioneiro do temível imperador Ivan. Ivan coloca Luís à frente 44) A seção "Dia a dia", do Jornal da Tarde de 6 de janeiro de 1996,
de três portas e lhe diz: “Atrás de uma destas portas encontra-se trazia esta nota:
uma barra de ouro, atrás de cada uma das outras, um tigre feroz. Eu "Técnicos da CETESB já tinham retirado, até o fim da tarde de on-
sei onde cada um deles está. Podes escolher uma porta qualquer. tem, 75 litros da gasolina que penetrou nas galerias de águas pluvi-
Feita tua escolha, abrirei uma das portas, entre as que não escolhes- ais da Rua João Boemer, no Pari, Zona Norte. A gasolina se espa-
te, atrás da qual sei que se encontra um dos tigres, para que tu lhou pela galeria devido ao tombamento de um tambor num posto de
mesmo vejas uma das feras. Aí, se quiseres, poderás mudar a tua gasolina desativado."
escolha”. Luís, então, escolhe uma porta e o imperador abre uma das De acordo com a nota, a que conclusão se pode chegar a respeito da
portas não-escolhidas por Luís e lhe mostra um tigre. Luís, após ver quantidade de litros de gasolina vazada do tambor para as galerias
a fera, e aproveitandose do que dissera o imperador, muda sua esco- pluviais?
lha e diz: “Temível imperador, não quero mais a porta que escolhi; a) Corresponde a 75 litros.
quero, entre as duas portas que eu não havia escolhido, aquela que b) É menor do que 75 litros.
não abriste”. A probabilidade de que, agora, nessa nova escolha, Lu- c) É maior do que 75 litros.
ís tenha escolhido a porta que conduz à barra de ouro é igual a: d) É impossível ter qualquer ideia a respeito da quantidade de
a) 1/2. gasolina.
b) 1/3.
c) 2/3. 45) Certo dia, durante o expediente do Tribunal de Contas do Estado de
d) 2/5. Minas Gerais, três funcionários Antero, Boris e Carmo executaram as
tarefas de arquivar um lote de processos, protocolar um lote de do-
40) Num concurso para preencher uma vaga para o cargo de gerente cumentos e prestar atendimento ao público, não necessariamente
administrativo da empresa M, exatamente quatro candidatos obtive- nesta ordem. Considere que:
ram a nota máxima. São eles, André, Bruno, Célio e Diogo. Para de- - cada um deles executou somente uma das tarefas mencionadas;
cidir qual deles ocuparia a vaga, os quatro foram submetidos a uma - todos os processos do lote, todos os documentos do lote e todas as
bateria de testes e a algumas entrevistas. Ao término dessa etapa, pessoas atendidas eram procedentes de apenas uma das cidades:
cada candidato fez as seguintes declarações: Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia, não respectivamente;
André declarou: Se Diogo não foi selecionado, então Bruno foi - Antero arquivou os processos;
selecionado. - os documentos protocolados eram procedentes de Belo Horizonte;
Bruno declarou: André foi selecionado ou eu não fui selecionado. - a tarefa executada por Carmo era procedente de Uberlândia.
Célio declarou: Se Bruno foi selecionado, então eu não fui sele- Nessas condições, é correto afirmar que:
cionado. a) Carmo protocolou documentos.
Diogo declarou: Se André não foi selecionado, então Célio foi. b) a tarefa executada por Boris era procedente de Belo Horizonte.
c) Boris atendeu às pessoas procedentes de Uberaba.
Admitindo-se que, das quatro afirmações acima, apenas a declara- d) as pessoas atendidas por Antero não eram procedentes de Uberaba.
ção de Diogo seja falsa, é correto concluir que o candidato selecio-
nado para preencher a vaga de gerente administrativo foi: 46) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não existiria. Lenin
a) Célio existiu. Logo,
b) André a) Lenin e Rasputin não existiram.
c) Bruno b) Lenin não existiu.
d) Diogo c) Rasputin existiu.
d) Rasputin não existiu.
41) Os 61 aprovados em um concurso, cujas notas foram todas distintas, 47) Assinale a alternativa correspondente ao número de cinco dígitos no
foram distribuídos em duas turmas, de acordo com a nota obtida no qual o quinto dígito é a metade do quarto e um quarto do terceiro dígito.
concurso: os 31 primeiros foram colocados na turma A e os 30 se- O terceiro dígito é a metade do primeiro e o dobro do quarto. O segun-
guintes na turma B. As médias das duas turmas no concurso foram do dígito é três vezes o quarto e tem cinco unidades a mais que o quin-
calculadas. Depois, no entanto, decidiu-se passar o último colocado to.
da turma A para a turma B. Com isso: a) 17942
a) A média da turma A melhorou, mas a da B piorou. b) 25742
b) A média da turma A piorou, mas a da B melhorou. c) 65384
c) As médias de ambas as turmas melhoraram. d) 86421
d) As médias de ambas as turmas pioraram.
48) De quantos modos é possível formar um subconjunto, com exatamente
42) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, 3 elementos, do conjunto {1 ,2,3,4,5,6} no qual NÃO haja elementos
independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um e- consecutivos?
xemplo de tautologia é: a) 4
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo b) 6
Aplicações
Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos modos distintos
ela pode se vestir?
Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com os al-
Solução: garismos 1, 2, 3 e 4?
A escolha de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras diferentes e a de
uma saia, de 3 maneiras diferentes. Solução:
Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo e, para
Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a escolha da blusa e cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que não é permitida
saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema; a repetição. Assim, o número total de possibilidades é: 4 . 3 =12
4 . 3 = 12 modos diferentes
Solução:
Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de A a B e
depois outro, de B a C.
Aplicações
1) Calcular:
a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4
Quantos são os números de 3 algarismos distintos? Solução:
a) A7,1 = 7 c) A7,3 = 7 . 6 . 5 = 210
Solução: b) A7,2 = 7 . 6 = 42 d) A7,4 = 7 . 6 . 5 . 4 = 840
Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 possibilida-
des para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não pode ser igual a Resolver a equação Ax,3 = 3 . Ax,2.
zero. Para o segundo algarismo, temos também 9 possibilidades, pois um
deles foi usado anteriormente. Solução:
x . ( x - 1) . ( x – 2 ) = 3 . x . ( x - 1)
Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, pois dois de- x ( x – 1) (x –2) - 3x ( x – 1) =0
les já foram usados. O numero total de possibilidades é: 9 . 9 . 8 = 648
x( x – 1)[ x – 2 – 3 ] = 0
Esquema:
x = 0 (não convém)
ou
x = 1 ( não convém)
ou
x = 5 (convém)
S = 5
Quantos números entre 2000 e 5000 podemos formar com os
algarismos pares, sem os repetir?
Quantos números de 3 algarismos distintos podemos escrever com os
Solução: algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?
Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como os
números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o primeiro Solução:
algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas possibilidades Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o principio fundamental
para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três para o terceiro e duas da contagem. Utilizando-se a fórmula, o número de arranjos simples é:
paia o quarto. A9, 3 =9 . 8 . 7 = 504 números
O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48 Observação: Podemos resolver os problemas sobre arranjos simples
usando apenas o principio fundamental da contagem.
Esquema:
FATORIAL
Definição:
Chama-se fatorial de um número natural n, n 2, ao produto de todos
os números naturais de 1 até n. Assim :
n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n 2 (lê-se: n fatorial)
1! = 1
0! = 1
ARRANJOS SIMPLES
Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial:
Introdução:
n!
Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 algarismos distin- AN,P , pn e p,n lN
tos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números são : n p !
12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43
Aplicações
Observe que os números em questão diferem ou pela ordem dentro do
Calcular:
agrupamento (12 21) ou pelos elementos componentes (13 24).
Cada número se comporta como uma sequência, isto é : 8! n!
a) 5! c) e)
(1,2) (2,1) e (1,3) (3,4) 6! (n - 2)!
5! 11! 10 !
A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo simples. b) d)
4! 10 !
Definição:
Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se arranjo simples dos n Solução:
elementos de /, tomados p a p, a toda sequência de p elementos distintos, 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120
escolhidos entre os elementos de l ( P n). 5! 5 4!
5
4! 4!
O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a p, é
indicado por An,p
Solução:
( n 2 ) ( n 1 ) n !- ( n 1 ) n !
4
n!
d) considerando a sílaba TRE como um único elemento, devemos
n ! ( n 1 ) n 2 - 1 permutar entre si 6 elementos,
4
n!
n + 1 = 2 n =1
(n + 1 )2 = 4
n + 1 = –2 n = –3(não convém)
Esses números diferem entre si somente pela posição de seus elemen- Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi especificada
tos. Cada número é chamado de permutação simples, obtida com os alga- a ordem:
rismos 1, 2 e 3.
Definição:
Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação simples
dos n elementos de l a toda a sequência dos n elementos.
O número de permutações simples de n elementos é indicado por Pn. Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser dispostas
de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos
OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n . P6 . P3 anagramas. Então:
P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas
Fórmula:
Aplicações
Lógica 54 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes. Assim: 5 4 3 2!
p52,1,1 60 anagramas
2!
COMBINAÇÕES SIMPLES
Introdução:
Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos, conforme a
figura.
PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS REPETIDOS
2 são iguais a a
2a
,a
2 ,...
2 ,a2 Só temos 6 retas distintas ( AB, BC, CD, AC, BD e AD) por-
2 que AB e BA, . . . , CD e DC representam retas coincidentes.
. . . . . . . . . . . . . . . . .
r
a a
,
ra,
r...
,ar Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem subconjuntos do
r são iguais a conjunto formado por A, B, C e D.
r
sendo ainda que: 1 2 . . . r = n, e indicando-se por Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se combinação sim-
ples dos n elementos de /, tomados p a p, a qualquer subconjunto
pn (1, 2, . . . r ) o número das permutações simples dos n elemen- de p elementos do conjunto l.
tos, tem-se que:
Assim,1
temos: 2 11
Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um conjunto de 5
elementos?
5! 5 4 3!
C5,3 10 subconjuntos
n! 3! 2! 3! 2 1
pn (1, 2, . . . r )
1 ! ! . . . r !
Cn,3 4
obter n, tal que
Cn,2 3
n=6 convém
C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por Como evento é um conjunto, podemos aplicar-lhe as operações entre
seis pontos C4,2 é o maior número de retas possíveis de serem conjuntos apresentadas a seguir.
determinadas por quatro pontos . União de dois eventos - Dados os eventos A e B, chama-se união de A e
B ao evento formado pelos resultados de A ou de B, indica-se por A B.
PROBABILIDADE
Sendo n(A) o número de elementos do evento A, e n(E) o número de e-
lementos do espaço amostral E (A E), a probabilidade de ocorrência do
evento A, que se indica por P(A), é o número real:
OBSERVAÇÕES:
Dizemos que n(A) é o número de casos favoráveis ao evento A e n(E) o
número de casos possíveis.
Esta definição só vale se todos os elementos do espaço amostral tiverem
a mesma probabilidade.
A é o complementar do evento A.
Se A B = , dizemos que os eventos A e B são mutuamente exclusivos,
isto é, a ocorrência de um deles elimina a possibilidade de ocorrência do outro. Propriedades:
Aplicações
No lançamento de duas moedas, qual a probabilidade de obtermos cara
em ambas?
Evento complementar – Chama-se evento complementar do evento A
Solução:
àquele formado pelos resultados que não são de A. indica-se por A . Espaço amostral:
E = {(C, C), (C, R), (R, C), (R,R)} n(E).= 4
Evento A : A = {(C, C)} n(A) =1
n( A ) 1
Assim: P ( A )
n(E ) 4
n ( A B)
P(B / A )
n (A)
Multiplicação de probabilidades:
Justificativa: A probabilidade da intersecção de dois eventos A e B é igual ao produto
Sendo n (A B) e n (A B) o número de elementos dos eventos A da probabilidade de um deles pela probabilidade do outro em relação ao
B e A B, temos que: primeiro.
n( A B) = n(A) +n(B) – n(A B)
n( A B) n( A ) n(B) n( A B) Em símbolos:
n(E) n(E) n(E) n(E)
A barra de tarefas do Windows 7 conta com uma grande atualização Para compatibilidade com programas corporativos de pequenas e mé-
gráfica. Agora o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, dias empresas, o novo sistema operacional conta com suporte ao modo
apenas passando o mouse sobre o item minimizado. Windows XP, que pode ser baixado no site da Microsoft.
Área de trabalho bagunçada? Muitas janelas abertas? Basta selecionar Livre-se de spywares, malwares, adwares e outras pragas virtuais com
a janela deseja, clicar na barra de títulos e sacudir. Todas as outras janelas o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais simples de
serão minimizadas automaticamente. ser configurado e usado.
Windows Firewall
Esse novo recurso permite a criação de listas de atalhos para acesso Para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Fire-
mais dinâmico aos documentos, sites e programas usados com mais fre- wall do Windows. Agora com configuração de perfis alternáveis, muito útil
quência. Além da atualização automática, é possível fixar os atalhos favori- para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi
tos, para que não sejam trocados. pública ou conexões residências.
do
Notas Autoadesivas
A cada versão do Windows, a Microsoft prepara novas imagens para
As notas autoadesivas servem para colar lembretes na área de traba-
papéis de parede, com o Windows 7 não poderia ser diferente. E ainda há
lho. Podem ser digitadas ou manuscritas, caso o computador possua Tablet
uma novidade, o novo sistema operacional permite a configuração de
ou tela sensível ao toque.
apresentação de slides para planos de fundo, trocando as imagens automa-
ticamente.
Central de Ações
Chega de balões de alerta do Windows atrapalhando os aplicativos. O
A barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora Windows 7 conta com a central de ações, recurso configurável que permite
é interativa. Permite a fixação de ícones em determinado local, a reorgani- a escolha do que pode ou não pode interferir no sistema durante as aplica-
zação de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniatu- ções.
ras na própria barra.
Flip 3D
Diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra la- Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcio-
teral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário redimensione, arraste nal também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com realismo para cada
e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas. janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.
O gerenciador de jogos do Windows 7 permite a conexão com feeds de Novo menu Iniciar
atualizações e novas aplicações da Microsoft, registra vitórias, derrotas e Comando de voz (inglês)
outras estatísticas. O novo sistema operacional conta ainda com a volta de Leitura nativa de Blu-Ray e HD DVD
três jogos online do Windows XP, Damas, Espadas e Gamão, todos refor- Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows Media Pla-
mulados e redesenhados. yer, integrado ao Windows Explorer
Arquitetura modular, como no Windows Server 2008
O novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows (Paint
de áudio e vídeo, além do suporte a TVs online de várias qualidades, e WordPad, por exemplo), como no Office 2007.
incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas Aceleradores no Internet Explorer 8
bibliotecas locais, o TurboScroll. Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM
UAC personalizável
Além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem tam- Melhor desempenho
bém com o Windows Backup, que permite a restauração de documentos e Gerenciador de Credenciais
arquivos pessoais, não somente os programas e configurações. Boot otimizado e suporte a boot de VHDs (HDs Virtuais)
Instalação do sistema em VHDs
Uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a com-
patibilidade total com a tecnologia do toque na tela, o que inclui o acesso a GADGETS
pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos. Os Gadgets colocam informação e diversão, como notícias, fotos, jo-
gos e as fases da Lua diretamente na sua área de trabalho.
Os usuários do Windows Vista sofriam com a interface pouco intuitiva No Windows Vista, os gadgets foram agrupados na Barra Lateral. O
do assistente para conexão de redes sem fio. No Windows 7 isso acabou, o Windows 7 os liberta na tela, onde é possível movê-los e redimensioná-los
sistema simples permite o acesso e a conexão às redes com poucos cli- como você preferir.
ques. Arraste um gadget para perto da borda da tela – ou outro gadget – e
observe como ele se ajusta direitinho no lugar, para um visual melhor.
Janelas abertas no caminho dos seus gadgets? Use o Peek para que eles
Para quem não gosta de teclado e mouse, o Windows 7 vem com muito reapareçam instantaneamente.
mais compatibilidade com a tecnologia Tablet. Conta com reconhecimento
Fonte: www.bishost.com.br
de manuscrito e de fórmulas matemáticas, digitalizando-as.
Como funciona
Ao criarmos um ponto de retorno dentro da Restauração do Sistema,
fazemos com que o computador memorize todas as configurações ineren-
tes ao funcionamento da máquina, o que em geral acontece no registro do
Windows.
Desta forma, temos a segurança de poder voltar atrás quando instala-
mos um aplicativo danoso à saúde do sistema operacional. Criar um ponto
de restauração no Windows 7 é muito fácil e demanda poucos segundos de
atenção. Siga os seguintes passos para realizar o processo:
2. Clique em Novo.
3. Em Modelos Disponíveis, siga um destes procedimentos:
Clique em Modelos de Exemplo para selecionar um
modelo disponível em seu computador.
3. Escolha o ponto de sua preferência e clique para avançar:
Observação Para baixar um modelo listado no Office.com, é preciso es-
tar conectado à Internet.
4. Clique duas vezes no modelo que você deseja.
SALVAR E REUTILIZAR MODELOS
Se você alterar um modelo baixado, poderá salvá-lo em seu computador e
usá-lo novamente. É fácil localizar todos os seus modelos personalizados,
clicando em Meus modelos na caixa de diálogo Novo Documento. Para
salvar um modelo na pasta Meus modelos, siga este procedimento:
1. Clique na guia Arquivo.
Excluir um documento
1. Clique na guia Arquivo.
Em alguns casos podem ser necessários diversos minutos para retor- 2. Clique em Abrir.
nar o seu Windows 7 a um ponto anterior no tempo. Para problemas 3. Localize o arquivo que você deseja excluir.
causados por aplicativos instalados e danos feitos ao registro, a tarefa
recupera o bom funcionamento do computador na grande maioria dos 4. Clique com o botão direito no arquivo e clique em Excluir no
casos. menu de atalho.
Fonte: computerdicas
Adicionar um título
A melhor maneira de adicionar títulos no Word é aplicando estilos. Você
5.2. - MS-Office 2010. pode usar os estilos internos ou pode personalizá-los.
5.2.1. - MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, Aplicar um estilo de título
edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, 1. Digite o texto do seu título e selecione-o.
fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, 2. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique no estilo deseja-
tabelas, impressão, controle de quebras, numeração de do. Se não conseguir ver o estilo que deseja, clique no botão
páginas e inserção de objetos.
Mais para ampliar a galeria Estilos Rápidos.
Abrir um novo documento e começar a digitar
1. Clique na guia Arquivo. Observação É possível ver como o texto selecionado irá aparentar com
um estilo específico colocando seu ponteiro sobre o estilo que deseja
visualizar.
Observação Se o estilo que você deseja não aparecer a Galeria de Es-
tilos Rápidos, pressione CTRL+SHIFT+S para abrir o painel de tarefas
Aplicar estilos. Em Nome do estilo, digite o nome do estilo que deseja. A
lista mostra apenas os estilos já usados no documento, mas é possível
2. Clique em Novo.
digitar o nome de qualquer estilo definido para o documento.
3. Clique duas vezes em Documento em branco.
O que é o Excel?
Excel é um programa de planilhas do sistema Microsoft Office. Você
pode usar o Excel para criar e formatar pastas de trabalho (um conjunto de 3. Em Modelos Disponíveis, clique no modelo de pasta de trabalho
planilhas) para analisar dados e tomar decisões de negócios mais bem que você deseja usar.
informadas. Especificamente, você pode usar o Excel para acompanhar
dados, criar modelos de análise de dados, criar fórmulas para fazer cálculos
desses dados, organizar dinamicamente os dados de várias maneiras e
apresentá-los em diversos tipos de gráficos profissionais.
Cenários comuns de uso do Excel incluem:
Contabilidade Você pode usar os poderosos recursos de cálculo do
Excel em vários demonstrativos de contabilidade financeira; por exemplo,
de fluxo de caixa, de rendimentos ou de lucros e perdas. Dicas
Orçamento Independentemente de as suas necessidades serem pes- Para uma pasta de trabalho nova e em branco, clique duas vezes em
soais ou relacionadas a negócios, você pode criar qualquer tipo de orça- Pasta de Trabalho em Branco.
mento no Excel; por exemplo, um plano de orçamento de marketing, um Para uma pasta de trabalho com base em uma existente, clique em
orçamento de evento ou de aposentadoria. Novo a partir de existente, navegue para o local da pasta de trabalho
Cobrança e vendas O Excel também é útil para gerenciar dados de desejada e clique em Criar Novo.
cobrança e vendas, e você pode criar facilmente os formulários de que Para uma pasta de trabalho com base em um modelo, clique em Mode-
precisa; por exemplo, notas fiscais de vendas, guias de remessa ou pedi- los de exemplo ou Meus modelos e selecione o modelo desejado.
dos de compra.
Relatórios Você pode criar muitos tipos de relatórios no Excel que refli-
tam uma análise ou um resumo de dados; por exemplo, relatórios que Início rápido: inserir dados em uma planilha
medem desempenho de projeto, mostram variação entre resultados reais e Para trabalhar com dados em uma planilha, primeiramente insira esses
projetados, ou ainda relatórios que você pode usar para previsão de dados. dados nas células da planilha. Em seguida, convém ajustar os dados para
Planejamento O Excel é uma ótima ferramenta para criar planos pro- torná-los visíveis e exibi-los exatamente da forma como você deseja.
fissionais ou planejadores úteis; por exemplo, um plano de aula semanal, Como?
de pesquisa de marketing, de imposto para o final do ano, ou ainda plane-
1. Inserir os dados
jadores que ajudam a organizar refeições semanais, festas ou férias.
Clique em uma célula e, em seguida, digite os dados nessa célula.
Acompanhamento Você pode usar o Excel para acompanhamento de
dados de uma folha de ponto ou de uma lista; por exemplo, uma folha de Pressione ENTER ou TAB para mover para a próxima célula.
ponto para acompanhar o trabalho, ou uma lista de estoque que mantém o Dica Para inserir dados em uma nova linha de uma célula, insira uma
controle de equipamentos. quebra de linha pressionando ALT+ENTER.
Usando calendários Por causa de seu espaço de trabalho semelhante Para inserir uma série de dados, como dias, meses ou números pro-
a grades, o Excel é ideal para criar qualquer tipo de calendário; por exem- gressivos, digite o valor inicial em uma célula e, em seguida, na próxima
plo, um calendário acadêmico para controlar atividades durante o ano célula, digite um valor para estabelecer um padrão.
Para ajustar a largura de coluna e a altura de linha para adaptar auto- 2. Alterar a cor e o alinhamento do texto
maticamente o conteúdo de uma célula, selecione as colunas ou linhas Selecione a célula ou o intervalo de células que contém (ou conterá) o
desejadas e, na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em Formato.
texto que você deseja formatar. Você também pode selecionar uma ou mais
partes do texto dentro de uma célula e aplicar cores de texto diferentes a
essas seções.
Para alterar a cor de texto nas células selecionadas, na guia Página I-
nicial, no grupo Fonte, clique na seta ao lado de Cor da Fonte e em
Cores do tema ou Cores Padrão, clique na cor que você deseja usar.
Em Tamanho da Célula, clique em Ajustar Largura da Coluna Au- Observação Para aplicar uma cor diferente das cores de tema e cores
tomaticamente ou Ajustar Altura da Linha Automaticamente. padrão disponíveis, clique em Mais Cores e defina a cor a ser usada na
Dica Para ajustar automaticamente de forma rápida todas as colunas guia Padrão ou Personalizada da caixa de diálogo Cores.
ou linhas da planilha, clique no botão Selecionar Tudo e, em seguida, Para alterar o alinhamento do texto nas células selecionadas, na guia
clique duas vezes em qualquer borda entre os dois títulos de coluna ou Página Inicial, no grupo Alinhamento, clique na opção de alinhamento
linha. desejada.
3. Formatar os dados Por exemplo, para alterar o alinhamento horizontal de conteúdos de cé-
Para aplicar formatação numérica, clique na célula que contém os nú-
meros que você deseja formatar e, na guia Página Inicial, no grupo Núme- lula, clique em Alinhar Texto à Esquerda , Centro ou Alinhar o
ro, clique na seta ao lado de Geral e clique no formato desejado. Texto à Direita .
Atalho de teclado Você também pode pressionar CTRL+L ou C- 1. Use a caixa de diálogo Pesquisar para inserir texto ou números a
TRL+T.Se o intervalo selecionado contiver dados que você deseja exibir serem pesquisados
como cabeçalhos da tabela, marque a caixa de seleção Minha 2. Marque e desmarque as caixas de seleção para mostrar os valo-
tabela tem cabeçalhos na caixa de diálogo Formatar como Ta- res encontrados na coluna de dados
bela. 3. Use critérios avançados para encontrar valores que atendam a
Observações condições específicas
Cabeçalhos de tabela exibirão nomes padrão se você não marcar a Para selecionar por valores, na lista, desmarque a caixa de seleção
caixa de seleção Minha tabela tem cabeçalhos. É possível alterar os (Selecionar Tudo). Isso desmarca todas as caixas de seleção. Em segui-
nomes padrão selecionando o cabeçalho padrão que você deseja substituir da, selecione apenas os valores desejados e clique em OK para ver os
e digitando o texto desejado. resultados.
Ao contrário de listas no Microsoft Office Excel 2003, uma tabela não Para pesquisar texto na coluna, digite o texto ou números na caixa de
tem uma linha especial (marcada com *) para a rápida adição de novas diálogo Pesquisar. Como opção, use caracteres curinga, como asterisco (*)
linhas. ou ponto de interrogação (?). Pressione ENTER para ver os resultados.
Início rápido: filtrar dados usando um filtro automático Início rápido: classificar dados usando um filtro automático
A filtragem de informações em uma planilha possibilita encontrar valo- Ao classificar informações em uma planilha, você pode ver os dados
res rapidamente. Você pode filtrar uma ou mais colunas de dados. Com a como desejar e localizar valores rapidamente. Você pode classificar um
filtragem, é possível controlar não apenas o que ver, mas também o que intervalo ou uma tabela de dados em uma ou mais colunas de dados; por
excluir. Você pode filtrar com base nas opções escolhidas em uma lista, ou exemplo, pode classificar funcionários primeiro por departamento e, em
criar filtros específicos focados exatamente nos dados desejados. seguida, por sobrenome.
Você pode pesquisar texto e números ao filtrar, usando a caixa de diá- Como?
logo Pesquisar na interface de filtro. 1. Selecionar os dados que deseja classificar
Durante a filtragem de dados, linhas inteiras serão ocultadas se valores Selecione um intervalo de dados, como A1:L5 (várias linhas e colunas)
de uma ou mais colunas não atenderem aos critérios de filtragem. Você ou C1:C80 (uma única coluna). O intervalo pode incluir títulos que você
pode filtrar valores numéricos ou texto, filtrar por cor, para células que criou para identificar colunas ou linhas.
tenham formatação de cores aplicada ao plano de fundo ou ao texto dessas
células.
Como?
1. Selecione os dados a serem filtrados
2. Classificar rapidamente
Selecione uma única célula na coluna em que deseja classificar.
=3+7 Adiciona dois números Início rápido: criar gráficos com seus dados
Um gráfico é uma representação visual de seus dados. Usando ele-
=B1+C1+D1 Adiciona os valores em três células
mentos como colunas (em um gráfico de colunas) ou linhas (em um gráfico
=ABS(-3) Converte um número em seu valor positivo de linhas), um gráfico exibe uma série de dados numéricos em um formato
gráfico.
A INTRANET
Dica Se você não conseguir ver as Ferramentas de Gráfico, clique em Com a introdução do Mosaic em 1993, algumas empresas mostraram
qualquer local dentro do gráfico para ativá-las. interesse pela força da Web e desse programa. A mídia noticiou as primei-
ras organizações a criar webs internas, entre as quais a Lockheed, a Hu-
ghes e o SÃS Instituto. Profissionais provenientes do ambiente acadêmico
5.2.3. - CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELE- sabiam do que as ferramentas da Internet eram capazes e tentavam avali-
TRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS, ANEXA- ar, por meio de programas pilotos, seu valor comercial. A notícia se espa-
ÇÃO DE ARQUIVOS. 5.2.4. - INTERNET: CONCEITO, lhou, despertando o interesse de outras empresas.
PROVEDORES, PROTOCOLOS, NAVEGAÇÃO NA INTER- Essas empresas passaram a experimentar a Internet, criando gateways
NET, LINKS, SITES, BUSCAS, VÍRUS. (portal, porta de entrada) que conectavam seus sistemas de correio eletrô-
nico com o resto do mundo. Em seguida, surgiram os servidores e navega-
O que é uma Intranet? dores para acesso à Web. Descobriu-se então o valor dessas ferramentas
Vamos imaginar que você seja o diretor de informática de uma compa- para fornecer acesso a informações internas. Os usuários passaram a
nhia global. A diretora de comunicações precisa de sua ajuda para resolver colocar seus programas e sua documentação no servidor da web interna,
um problema. Ela tem de comunicar toda a política da empresa a funcioná- protegidos do mundo exterior. Mais tarde, quando surgiram os grupos de
rios em duas mil localidades em 50 países e não conhece um meio eficaz discussão da Internet, percebeu-se o valor dos grupos de discussão inter-
para fazê-lo. nos. Este parece ser o processo evolutivo seguido por muitas empresas.
1. O serviço de correio é muito lento.
2. O correio eletrônico também consome muito tempo porque exige Antes que pudéssemos perceber, essas ‘internets internas’ receberam
atualizações constantes dos endereços dos funcionários. muitos nomes diferentes. Tornaram-se conhecidas como webs internas,
3. O telefone é caro e consome muito tempo, além de apresentar o clones da Internet, webs particulares e webs corporativas. Diz-se que em
mesmo problema do caso anterior. 1994 alguém na Amdahl usou o termo Intranet para referir-se à sua Internet
4. O fax também é muito caro e consome tempo, pelas mesmas ra- interna. A mídia aderiu ao nome e ele passou a ser usado. existiam outras
zões. pessoas que também usavam isoladamente esse termo. Acredito que esta
5. Os serviços de entrega urgente de cartas e pacotes oferecido por seja uma daquelas ideias que ocorrem simultaneamente em lugares dife-
algumas empresas nos Estados Unidos não é prático e é bastante rentes. Agora é um termo de uso geral.
dispendioso em alguns casos.
6. A videoconferência também apresenta um custo muito alto. CRESCIMENTO DAS INTRANETS
A Internet, a Web e as Intranets têm tido um crescimento espetacular.
Você já agilizou a comunicação com pessoas fora da empresa disponi- A mídia costuma ser um bom indicador, a única maneira de não ouvir falar
bilizando um site Web externo e publicando informações para a mídia e do crescimento da Internet e da Web é não tendo acesso a mídia, pois
analistas. Com essas mesmas ferramentas, poderá melhorar a comunica- muitas empresas de pequeno e praticamente todas de médio e grande
ção com todos dentro da empresa. De fato, uma Internei interna, ou Intra- porte utilizam intranets. As intranets também são muito difundidas nas
net, é uma das melhores coisas para proporcionar a comunicação dentro escolas e nas Faculdades.
das organizações.
QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DAS INTRANETS?
Simplificando, trata-se de uma Internet particular dentro da sua organi- A aplicabilidade das Intranets é quase ilimitada. Você pode publicar in-
zação. Um firewall evita a entrada de intrusos do mundo exterior. Uma formações, melhorar a comunicação ou até mesmo usá-la para o groupwa-
Intranet é uma rede interna baseada no protocolo de comunicação TCP/IP, re. Alguns usos requerem somente páginas criadas com HTML, uma lin-
o mesmo da Internet. Ela utiliza ferramentas da World Wide Web, como a guagem simples de criação de páginas, mas outras envolvem programação
linguagem de marcação por hipertexto, Hypertext Markup Language (HT- sofisticada e vínculos a bancos de dados. Você pode fazer sua Intranet tão
ML), para atribuir todas as características da Internet à sua rede particular. simples ou tão sofisticada quanto quiser. A seguir, alguns exemplos do uso
As ferramentas Web colocam quase todas as informações a seu alcance de Intranets:
mediante alguns cliques no mouse. Quando você da um clique em uma • Correio eletrônico
página da Web, tem acesso a informações de um outro computador, que • Diretórios
pode estar em um país distante. Não importa onde a informação esteja: • Gráficos
você só precisa apontar e dar um clique para obtê-la. Um procedimento • Boletins informativos e publicações
simples e poderoso. • Veiculação de notícias
Pelo fato de as Intranets serem de fácil construção e utilização, tornam- • Manuais de orientação
se a solução perfeita para conectar todos os setores da sua organização • Informações de benefícios
para que as informações sejam compartilhadas, permitindo assim que seus • Treinamento
funcionários tomem decisões mais consistentes, atendendo melhor a seus • Trabalhos à distância (job postings)
clientes. • Memorandos
• Grupos de discussão
HISTÓRIA DAS INTRANETS • Relatórios de vendas
De onde vêm as Intranets? Vamos começar pela história da Internet e • Relatórios financeiros
da Web, para depois abordar as Intranets. • Informações sobre clientes
• Planos de marketing, vídeos e apresentações
Noções de Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Informações de produto Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre
• Informações sobre desenvolvimento de produto e esboços computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de
• Informações sobre fornecedores redes, até o surgimento da Internet, que hoje pode interligar computadores
• Catálogos de insumos básicos e componentes de todo o planeta.
• Informações de inventario
• Estatísticas de qualidade É claro que, além do custo da conexão, o candidato a internauta preci-
• Documentação de usuários do sistema sa ter um computador e uma linha telefônica ou conexão de banda larga. O
• Administração da rede software necessário para o acesso geralmente é fornecido pelo provedor.
• Gerência de ativos
• Groupware e workflow Da Rede Básica à Internet
A comunicação entre computadores torna possível desde redes sim-
COMO SE CONSTITUEM AS INTRANETS? ples até a Internet. Isso pode ser feito através da porta serial, uma placa de
Cada Intranet é diferente, mas há muito em comum entre elas. Em al- rede, um modem, placas especiais para a comunicação Wireless ou as
gumas empresas, a Intranet é apenas uma web interna. Em outras, é uma portas USB ou Firewire.. O backbone – rede capaz de lidar com grandes
rede completa, que inclui várias outras ferramentas. Em geral, a Intranet é volumes de dados – dá vazão ao fluxo de dados originados deste forma.
uma rede completa, sendo a web interna apenas um de seus componentes. 1. A porta serial é um canal para transmissão de dados presente em
Veja a seguir os componentes comuns da Intranet: praticamente todos os computadores. Muitos dispositivos podem
• Rede ser conectados ao computador através da porta serial, sendo que o
• Correio eletrônico mais comum deles é o mouse. A porta serial pode também ser u-
• Web interna sada para formar a rede mais básica possível: dois computadores
• Grupos de discussão interligados por um cabo conectado a suas portas seriais.
• Chat 2. Para que uma rede seja realmente útil, é preciso que muitos com-
• FTP putadores possam ser interligados ao mesmo tempo. Para isso, é
• Gopher preciso instalar em cada computador um dispositivo chamado pla-
• Telnet ca de rede. Ela permitirá que muitos computadores sejam interliga-
dos simultaneamente, formando o que se chama de uma rede lo-
Rede cal, ou LAN (do inglês Local Area Network). Se essa LAN for ligada
Inicialmente abordaremos a rede, que é a parte mais complexa e es- à Internet, todos os computadores conectados à LAN poderão ter
sencial de uma Intranet. Ela pode constituir-se de uma ou de várias redes. acesso à Internet. É assim que muitas empresas proporcionam a-
As mais simples são as locais (local área network — LAN), que cobrem um cesso à Internet a seus funcionários.
único edifício ou parte dele. Os tipos de LANs são: 3. O usuário doméstico cujo computador não estiver ligado a nenhu-
- Ethernet. São constituídas por cabos coaxiais ou cabos de par ma LAN precisará de um equipamento chamado modem. O mo-
trançado (tipo telefone padrão) conectados a um hub (eixo ou pon- dem (do inglês (modulator / demodulator) possibilita que computa-
to central), que é o vigilante do tráfego na rede. dores se comuniquem usando linhas telefônicas comuns ou a ban-
- Token Ring. Também compostas de cabos coaxiais ou de par tran- da larga. O modem pode ser interno (uma placa instalada dentro
çado conectados a uma unidade de junção de mídia (Media Atta- do computador) ou externo (um aparelho separado). Através do
chment Unit — MAU), que simula um anel. Os computadores no modem, um computador pode se conectar para outro computador.
anel revezam-se transmitindo um sinal que passa por cada um de Se este outro computador for um provedor de acesso, o usuário
seus dispositivos, permitindo a retransmissão. doméstico também terá acesso à Internet. Existem empresas co-
- Interface de fibra para distribuição de dados (Siber Distributed Data merciais que oferecem esse serviço de acesso à Internet. Tais em-
Interface). Essas redes usam cabos de fibra ótica em vez dos de presas mantêm computadores ligados à Internet para esse fim. O
par trançado, e transmitem um sinal como as redes Token Ring. usuário faz uma assinatura junto a um provedor e, pode acessar o
LANs sem fio (wireless) são uma tecnologia emergente, porém caras e computador do provedor e através dele, a Internet. Alguns prove-
indicadas apenas para casos em que haja dificuldade de instalação de uma dores cobram uma taxa mensal para este acesso.
rede com cabos.
A História da Internet
SURGE A WEB Muitos querem saber quem é o “dono” da Internet ou quem ou quem
A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo- administra os milhares de computadores e linhas que a fazem funcionar.
ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o Para encontrar a resposta, vamos voltar um pouco no tempo. Nos anos 60,
acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos quando a Guerra Fria pairava no ar, grandes computadores espalhados
entre informações. Quando você dá um clique em uma frase ou palavra de pelos Estados Unidos armazenavam informações militares estratégicas em
hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o função do perigo de um ataque nuclear soviético.
computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu Surgiu assim a ideia de interconectar os vários centros de computação
escritório ou do outro lado do mundo. de modo que o sistema de informações norte-americano continuasse
A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para a funcionando, mesmo que um desses centros, ou a interconexão entre dois
localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages dão deles, fosse destruída.
acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, imagem, O Departamento de Defesa, através da ARPA (Advanced Research
som e/ou vídeo. Projects Agency), mandou pesquisar qual seria a forma mais segura e
Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al- flexível de interconectar esses computadores. Chegou-se a um esquema
guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super- chamado chaveamento de pacotes. Com base nisso, em 1979 foi criada a
computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA), semente do que viria a ser a Internet. A Guerra Fria acabou, mas a herança
da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da daqueles dias rendeu bastante. O que viria a ser a Internet tornou-se uma
Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na rede voltada principalmente para a pesquisa científica. Através da National
Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para Science Foundation, o governo norte-americano investiu na criação de
seus computadores; a partir daí, a Web decolou. backbones, aos quais são conectadas redes menores.
Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares,
INTERNET todos interligados. A eles são conectadas redes menores, de forma mais ou
Computador e Comunicação menos anárquica. É nisso que consiste a Internet, que não tem um dono.
O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais impor-
tante para a comunicação. Isso ocorre porque todos eles, independente- Software de Comunicação
mente de marca, modelo, tipo e tamanho, têm uma linguagem comum: o Até agora, tratamos da comunicação entre computadores do ponto de
sistema binário. vista do equipamento (hardware). Como tudo que é feito com computado-
Segurança
Com relação à segurança,
1. A partir da versão 1.5 as atualizações para o Firefox são automáti-
cas, liberando o usuário de prestar atenção a alertas de segurança
e aviso de novas correções para o navegador.
CORREIO ELETRÔNICO
Organizar por Conversação. Se você receber muitos emails diaria- Como criar uma conta de e-mail
mente, poderá se beneficiar da opção de agrupamento denominada Orga- Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte:
nizar por Conversação. O modo de exibição Organizar por Conversação 1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do
mostra a lista de mensagens de uma forma orientada a conversação ou administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor de
"segmentada". Para que você leia os emails com mais rapidez, esse modo e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails.
de exibição mostra primeiro apenas as mensagens não lidas e marcadas 2. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office
com Sinalizadores Rápidos. Cada conversação pode ser ainda mais ex- Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP (Hy-
pandida para mostrar todas as mensagens, inclusive os emails já lidos. pertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da conta
Para organizar as mensagens dessa forma, clique em Organizar por Con- e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para POP3 e
versação no menu Exibir. IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geralmente
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
Pastas de Pesquisa. As Pastas de Pesquisa contêm resultados de
pesquisa, atualizados constantemente, sobre todos os itens de email cor- Vamos à configuração:
respondentes a critérios específicos. Você pode ver todas as mensagens 3. No menu Ferramentas, clique em Contas.
não lidas de cada pasta na sua caixa de correio em uma Pasta de Pesquisa
denominada "Emails Não Lidos". Para ajudá-lo a reduzir o tamanho da
caixa de correio, a Pasta de Pesquisa "Emails Grandes" mostra os maiores
emails da caixa de correio, independentemente da pasta em que eles estão
armazenados. Você também pode criar suas próprias Pastas de Pesquisa:
escolha uma pasta na lista de modelos predefinidos ou crie uma pesquisa
com critérios personalizados e salve-a como uma Pasta de Pesquisa para
uso futuro.
Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma mensagem
de e-mail em outros arquivos de seu computador no formato de e-mail
(.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html).
Abrir anexos
Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte:
1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de papel no ca-
beçalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do arquivo.
Salvar anexos
Observação:
Cada usuário pode criar várias contas de e-mail, repetindo o procedi-
mento descrito acima para cada conta.
Compartilhar contatos
Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pesso-
as) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um contato
fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos
compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer sal-
endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook. O var.
catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identida- 4. Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa abai-
des: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o xo é onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique em
compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos "Procurar" e escolha outra pasta ou arquivo.)
compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode 5. Clique em Salvar.
criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato
existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos comparti- Como redigir um e-mail
lhados. A competitividade no mundo dos negócios obriga os profissionais a
1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços. uma busca cada vez maior de um diferencial em sua qualificação. Sabe-se
Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visuali- da importância de uma boa comunicação em nossos dias. Quantos não
zando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exi- vivem às voltas com e-mails, atas, cartas e relatórios?
bir de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos. A arte de se comunicar com simplicidade é essencial para compor
qualquer texto. Incluímos aqui todas e quaisquer correspondências comer-
ciais, empresariais ou via Internet (correio eletrônico).
3. Selecione a opção Conta de Correio Eletrônico e clique em Se- 6. No campo Nome de utilizador:, digite seu login (sem @usp.br no fi-
guinte. nal) do email USP. No campo Nome de utilizador do servidor SMTP:
,digite seu login novamente. Logo após, clique em Seguinte.
Tipos de redes
Do ponto de vista da maneira com que os dados de uma rede são
compartilhados podemos classificar as redes em dois tipos básicos:
• Ponto-a-ponto: que é usado em redes pequenas;
• Cliente/servidor: que pode ser usado em redes pequenas ou em
redes grandes.
Redes Ponto-a-Ponto
Esse é o tipo mais simples de rede que pode ser montada, praticamen-
te todos os Sistemas Operacionais já vêm com suporte a rede ponto-a-
ponto (com exceção do DOS). Nesse tipo de rede, dados e periféricos
podem ser compartilhados sem muita burocracia, qualquer micro pode
facilmente ler e escrever arquivos armazenados em outros micros e tam-
bém usar os periféricos instalados em outros PC‘s, mas isso só será possí-
vel se houver uma configuração correta, que é feita em cada micro. Ou
seja, não há um micro que tenha o papel de servidor da rede, todos micros
podem ser um servidor de dados ou periféricos.
Problemas
Os problemas ou desvantagens da utilização desta topologia podem
ser resumidos nos seguintes:
• Utilização de uma grande quantidade e metragem de cabos. Em
grandes instalações de rede será preciso um cabo para conectar
cada computador ao hub. Dependendo da distância que o hub fica
dos computadores, a metragem e a quantidade de cabos, pode se
tornar significativa.
• Perda de Conexão na falha do hub. Se, por qualquer razão, o hub
for desativado ou falhar, todos os computadores ligados a este hub
Comunicação vão perder a conexão uns com os outros.
Os computadores na topologia de barramento enviam o sinal para o
backbone que é transmitido em ambas as direções para todos os computa- Anel
dores do barramento. Numa topologia em anel os computadores são conectados numa estru-
Problemas com o barramento tura em anel ou um após o outro num circuito fechado. A comunicação é
feita de computador a computador num sentido único (horário) através da
conexão em anel.
Uma característica importante desta topologia é que cada computador
recebe a comunicação do computador anterior e retransmite para o próximo
computador.
Funcionamento
Na topologia de anel a comunicação entre os computadores é feita a-
través de um processo denominado passagem de token ou bastão. Um
sinal especial denominado Token (bastão) circula pelo anel no sentido
horário e somente quando recebe o token é que um computador transmite
seu sinal. O sinal circula pelo anel até chegar ao destino, passando por
todos os outros computadores. Só após receber de volta o sinal é que o
computador libera o token permitindo assim que outro computador possa se
Terminador com defeito ou solto: Se um terminador estiver com defeito, comunicar.
solto, ou mesmo se não estiver presente, os sinais elétricos serão retorna- Problemas
dos no cabo fazendo com que os demais computadores não consigam O único problema da topologia de anel é a dependência total do anel
enviar os dados. físico implementado, sendo que se for rompido ou comprometido, a comu-
nicação em todo o anel é interrompida.
Noções de Informática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Como uma placa de expansão conectada em um slot vazio do
computador.
Conector de mídia
Baseado na mídia a ser utilizada cada placa adaptadora de rede pode
apresentar os seguintes conectores responsáveis para ligar a mídia.
• RJ45 – o mais comum utilizado com cabo de par-trançado
• BNC – mais antigo, uti
Malha • AUI – utilizado com adaptadores para coaxial ThickNet
Na topologia em malha os computadores estariam conectados uns aos • ST/SC – utilizados para fibra óptica
outros diretamente formando um desenho semelhante a uma trama ou
malha. Padrão
Uma placa adaptadora de rede pode utilizar um dos seguintes padrões
de rede hoje utilizados:
• Etthenert - o mais utilizado
• Token Ring – mais antigo – em desuso
• FDDI – utilizado em redes de fibra óptica MAN
• WLAN – redes sem fio
Funcionamento Velocidade
A topologia em malha não é utilizada para conexão de computadores, Dentro de cada padrão existem diferentes velocidades de transmissão
pois implicaria em múltiplas conexões a partir de cada computador, o que como por exemplo no caso de Ethernet:
numa grande rede se tornaria inviável. Mas esta topologia pode ser encon- • GigaBit Ethernet – 1000 Mbits/s
trada na conexão de componentes avançados de rede tais como roteado- • Standard Ethernet – 10 Mbits/s
res, criando assim rotas alternativas na conexão de redes. • Fast Ethernet – 100 Mbits/s
01) O que é o Windows e qual a sua finalidade? 12) O Windows dispõe de um acessório que simula um CD-Player. Qual é
a) ambiente gráfico que tem como objetivo facilitar a vida do usuário. este acessório?
b) aplicativo com recursos avançados. a) WordPad
c) gerenciador de arquivos que manipula dados e pastas. b) Paint
d) n.d.a. c) FreeCell
d) multimídia
02) São propriedades do periférico Mouse:
a) soltar, formatar, ampliar 13) Para iniciar a Agenda, devemos acionar:
b) copiar, direcionar, maximizar. a) iniciar, acessórios, programas
c) apontar, clicar e arrastar, b) iniciar, programas, aplicativos
d) n.d.a. c) iniciar, programas, acessórios
d) n.d.a.
03) O botão INICIAR do Windows serve para:
a) reduzir e ampliar uma janela
b) iniciar o Windows 14) Porque não podemos desligar o computador, sem antes encerrar uma
c) abrir aplicativos, configurar o Windows, abrir documentos, etc. sessão:
d) n.d.a. a) para não interromper a impressão
b) para não perder dados valiosos ou danificar arquivos abertos
04) Quais os ícones de dimensionamento de janelas: c) para não interromper os vínculos com aplicativos
a) iniciar, gerenciar e fechar d) n.d.a.
b) maximizar, minimizar e restaurar
c) abrir, explorar e localizar 15) O Paint, o Word Pad, a Agenda e os Jogos são:
d) n.d.a. a) aplicativos do Windows
b) menus do Windows
05) Para alterar o tamanho de uma janela, basta: c) janelas do Windows
a) clicar em sua borda até que apareça uma seta de duas pontas, arras- d) n.d.a.
tando para os lados ou para o centro
b) clicar em seu centro, movimentando-a para os lados 16) O Excel é:
c) clicar em sua barra de título e arrastá-la a) planilha eletrônica
d) clicar no botão “maximizar” do lado direito da barra de título b) processador de texto
c) filtro
d) n.d.a.
06) Os comandos dos Windows são geralmente organizados em:
a) caixas de diálogo 17) Qual o comando de atalho para abrir um documento no Excel?
b) janelas a) crtl +a+o
c) menus b) ctrl+p
d) n.d.a. c) ctrl+a
d) n.d.a.
07) Para alterar a exibição das janelas, deve-se acionar:
a) meu computador 18) No Excel o botão abrir encontra-se na:
b) área de trabalho a) barra de entrada
c) barra de tarefas b) barra de ferramentas
d) n.d.a. c) barra lateral
d) n.d.a.
08) Uma caixa de diálogo permite: 19) No Excel o comando CTRL+B é usado para:
a) acionar um menu a) salvar um arquivo
b) abrir um aplicativo Windows b) sair do Excel
c) controlar janelas, formatação de documentos, etc. c) imprimir o documento
d) n.d.a. d) n.d.a.