You are on page 1of 312

Polícia Civil

Papiloscopista Policial

ÍNDICE
1. - Língua Portuguesa
1.1. - Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). ....................................................................................... 01
1.2. - Sinônimos e antônimos............................................................................................................................................................................ 09
1.3. - Pontuação. ............................................................................................................................................................................................... 09
1.4. - Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que
imprimem às relações que estabelecem........................................................................................................................................................... 11
1.5. - Concordância verbal e nominal. .............................................................................................................................................................. 28
1.6. - Regência verbal e nominal. ..................................................................................................................................................................... 21
1.7. - Colocação pronominal. ............................................................................................................................................................................ 11
1.8. - Crase. ...................................................................................................................................................................................................... 10

2. - Noções de Direito
2.1. - Constituição Federal: artigos 1.º a 14, 37, 41 e 144. ............................................................................................................................... 01
2.2. - Direitos Humanos - conceito e evolução histórica. .................................................................................................................................. 06
2.2.1. - Estado Democrático de Direito. ............................................................................................................................................................ 06
2.2.2. - Direitos Humanos e Cidadania. ............................................................................................................................................................ 06
2.3. - Direito Penal: ........................................................................................................................................................................................... 28
2.3.1. - Crime e contravenção. .......................................................................................................................................................................... 53
2.3.2. - Crime doloso e crime culposo............................................................................................................................................................... 54
2.3.3. - Crime consumado e crime tentado. ...................................................................................................................................................... 54
2.3.4. - Excludentes de ilicitude. ....................................................................................................................................................................... 57
2.3.5. - Desistência voluntária, arrependimento eficaz e arrependimento posterior. ........................................................................................ 57
2.3.6. - Dos Crimes contra a Vida - artigos 121 a 128. ..................................................................................................................................... 57
2.3.7. - Das Lesões Corporais - artigo 129. ...................................................................................................................................................... 58
2.3.8. - Dos Crimes contra o Patrimônio - artigos 155 a 180. ........................................................................................................................... 58
2.3.9. - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral - artigos 312 a 327. ............................................ 61
2.4. - Legislação: ............................................................................................................................................................................................... 62
2.4.1. - Lei n.º 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro). .................................................................................................................................. 62
2.4.2. - Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo (Lei Complementar n.º 207 de 05.01.1979, Lei Complementar n.º 922/02 e
Lei Complementar n.º 1.151/11). ...................................................................................................................................................................... 90
2.4.3. - Lei nº 12.037 de 1º. De outubro de 2009 (Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado). ................................... 114
2.4.4. - Lei Federal n.º 12.527 de 18.11.2011 (Lei de Acesso à Informação) e Decreto Estadual n.º 58.052 de 16.05.2012. ...................... 100

3. - Noções de Criminologia
3.1. - Criminologia: conceito, método, objeto e finalidades. ............................................................................................................................. 01

1 Papiloscopista Policial
3.2. - Evolução histórica, teorias e escolas criminológicas. .............................................................................................................................. 01
3.3. - Fatores condicionantes e desencadeantes da criminalidade. ................................................................................................................. 26
3.4. - Vitimologia. .............................................................................................................................................................................................. 42
3.5. - Prevenção do delito. ................................................................................................................................................................................ 49

4. - Noções de Lógica
4.1. - Razão e proporção. ................................................................................................................................................................................. 01
4.2. - Grandezas proporcionais. ........................................................................................................................................................................ 02
4.3. - Porcentagem. ........................................................................................................................................................................................... 03
4.4. - Regras de três simples. ........................................................................................................................................................................... 04
4.5. - Teoria dos conjuntos................................................................................................................................................................................ 04
4.6. - Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e irracionais). ............................................................................................ 04
4.7. - Operações com conjuntos numéricos...................................................................................................................................................... 04
4.8. - Verdades e mentiras. ............................................................................................................................................................................... 25
4.9. - Sequências lógicas com números, letras e figuras. ................................................................................................................................ 25
4.10. - Problemas com raciocínio lógico, compatíveis com o nível fundamental completo. ............................................................................. 25

5. - Noções de Informática
5.1. - MS-Windows 7: instalação e configuração, conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de
transferência, manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos. ........ 01
5.2. - MS-Office 2010. ....................................................................................................................................................................................... 10
5.2.1. - MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes, colunas,
marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras, numeração de páginas e inserção de objetos. .................... 10
5.2.2. - MS-Excel 2010: definição, barra de ferramentas, estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e
gráficos, elaboração de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, inserção de objetos e classificação de dados. ................... 12
5.2.3. - Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. .............................................. 18
5.2.4. - Internet: Conceito, provedores, protocolos, navegação na Internet, links, sites, buscas, vírus. .......................................................... 18

2 Papiloscopista Policial
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO


PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO
CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA.

O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO


NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS
MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO.

ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A


DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA
APOSTILAS OPÇÃO, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS.

INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES


NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO,
NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO
COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE,
www.apostilasopcao.com.br, NO LINK “ERRATAS”, A MATÉRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS
GRATUITAMENTE O CONTEÚDO ALTERADO NA VERSÃO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES.

CASO HAJA ALGUMA DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE


DESTA DEVE ACESSAR O SITE www.apostilasopcao.com.br, E ENVIAR SUA DÚVIDA, A QUAL SERÁ
RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSÍVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
E POSSÍVEIS ERRATAS.

TAMBÉM FICAM À DISPOSIÇÃO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) 2856-6066,


DENTRO DO HORÁRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS.

EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS


PRAZOS ESTITUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O


ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
alternativa mais completa.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO-LITERÁRIOS) do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto TEXTO NARRATIVO
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da  As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen- ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui dos fatos.
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
da fonte e na identificação do autor. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
heroína, personagem principal da história.

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
contracena em primeiro plano. sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-  Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
ção. a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
em 1a pessoa ou 3a pessoa.
O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor- Formas de apresentação da fala das personagens
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
três maneiras de comunicar as falas das personagens.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não  Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e vés do diálogo.
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- Exemplo:
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
perante os acontecimentos. verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
 Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po- No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
desenlace ou desfecho. os verbos de locução podem ser omitidos.

Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,  Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a xemplo:
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
resses entre as personagens. que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
nos sombrios por vir”.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,  Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
 Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- Exemplo:
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
cionados ao principal. no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- (José Lins do Rego)
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- TEXTO DESCRITIVO
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
narrativo.
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, unificada.
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
to que aconteceu depois. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo pouco.
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu  Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
espírito. transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
 Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
zado por : vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às  Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
tiva que é feito em 1a pessoa. cial e econômico .

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
partes mais típicas desse todo. análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
típicos. do ponto de vista de algo/alguém.
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
TEXTO DISSERTATIVO vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- mação textual.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
do o contexto. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
 Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- são).
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-
unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan-
propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias
relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num
alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
dão tornem esta produção altamente evocativa.
sencadeia a conclusão.
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in-
texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer
espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese
possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
e opinião.
mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é
rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
a obra ou ação que realmente se praticou.
junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou
na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
uma relação interdiscursiva e intertextual.
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
respeito de algo.
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
O TEXTO ARGUMENTATIVO utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
Baseado em Adilson Citelli que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
oposição, tudo isto em forma de piada.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
tipo de texto solicitado. concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TIPOLOGIA TEXTUAL enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história
familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa-
do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade:
interlocutores. são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo
indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido,
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressa-
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo damente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impaci-
falamos sozinhos. entemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40."
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
existem tipos textuais e gêneros textuais. pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado que não intervém nem como ator nem como testemunha.
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as
personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem,
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acon-
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e tecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
Dissertação.
A Novela
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
prosa. personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
conceituam como gêneros textuais as diversas situações
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como A Obra Teatral
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer
dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte personagens.
O Conto Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar
neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita-
das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da
mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio;
sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo.
segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que
Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito
moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os
que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
turnos de palavras.
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa-
si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio
ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os
(secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os
atores orientam sua interpretação.
núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as
cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
características destes personagens, assim como para as indicações de temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama-
das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias
temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre- que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações
sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro).
apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os predicado não verbal.
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
O Poema
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na
muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele-
interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam
vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma
na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos
silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos
diálogos.
labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende
ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer
seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da
Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica-
epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar ções do texto.
ensinamentos morais (como nas fábulas).
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publica-
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro ção para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a
das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen- primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali- textos.
dade depende desta distribuição.
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à posição adotada pela redação.
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama- A Notícia
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu- pessoas.
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
similares.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois
existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo
poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País,
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo
são considerados dissílabos. de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não
aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes
combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar-
temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira
vinculada ao tema central. pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o
nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso
de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação país ou minha cidade).
de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos,
metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade:
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar
de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas
TEXTOS JORNALÍSTICOS fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador ( que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao
jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função discurso direto, como, por exemplo:
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos
que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, Deputados durante a próxima semana .
condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades
produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.

De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: infor- Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
mação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto por um patrulheiro.
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor-
dado. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
quem? como? quando? por quê e para quê?.
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni- O Artigo de Opinião
cas, as resenhas de espetáculos. Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida-
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários considerado, ou merece ser, objeto de debate.
aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla- Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e
mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire- as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
mos a eles em outro momento. posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuida- divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
da, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-

Língua Portuguesa 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri-
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma vados.
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma
início do texto. garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de
quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos propostas e de réplicas.
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
argumentos usados na validade da tese. as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas
derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica,
comentários. e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das
palavras.
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam
uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a
frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen- que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam
tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor- os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-
mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo
a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, polissêmico nesse contexto.
opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as A Definição
fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e
condicionais. Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. através de um processo de sinonímia.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias men- "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
cionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite
ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais
opiniões como positivas ou negativas. qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem:
Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do
A Reportagem Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para terminar o inverno.
informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura- Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real
chave para o conhecimento deste tópico. Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publica- introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
ção e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a aten- traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
ção dos leitores. unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. te antes de terminar o inverno".
A Entrevista As definições contêm, também, informações complementares relacionadas,
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o
uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat.
fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas,
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim;
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais
sobre as declarações do entrevistado. diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias
diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias,
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante
incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversa- barras paralelas e /ou números.
ção possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas

Língua Portuguesa 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
continuar em exercício; adiar o término de. observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
A Nota de Enciclopédia do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama A Monografia
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-
tude desta expansão. Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu- base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, qualificados ou de especialistas no tema.
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.
As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem-
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
dades: terrestres e aquáticos. gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua- esta valorização fique explícita.
gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que
responde às exigências de concisão e de precisão. Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema
a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugan-
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de do seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primei-
adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas ras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as
no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas
qualidades próprias daquilo a que se referem. nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido apresentação da bibliografia.
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto
ligação - ser, estar, parecer, etc. que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons-
O Relato de Experimentos truções de discurso direto ou de discurso indireto.

Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações,
ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia
descrevem experimentos. dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação
referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o
que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces- nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara
sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que
concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o distinguem frequentemente o discurso direto.
que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma
planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro,
suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi-
luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares,
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. etc.

A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao nutrem-se do liberalismo’
registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado. Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam nutriam -se do liberalismo'
com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
planta crescerá mais rápido. enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
emissor.
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
manchas marrons devido ao excesso de umidade. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi-
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen- Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese,
cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes
as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabe-
etapas do processo. lecida entre os fatos e a conclusão.

O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.

Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.),
relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os a outra, desenvolve as instruções.
dados e para avaliar sua coerência.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual-
A Biografia mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompa-
nhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com
verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a
ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja farinha com o açúcar).
ação foi qualificada como relevante na história.
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectivi- expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
dade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições tempo- visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
rais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
etc. quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen- momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de pode intervir outro membro da equipe.
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação TEXTOS EPISTOLARES
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito
importância que a eles atribui. com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho.
Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig-
de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a
personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
reprovados pela opinião pública. das características contidas no texto.
TEXTOS INSTRUCIONAIS Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização
espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida. formal.
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais A Carta
cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão
amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade; As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu-
então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para expressiva e apelativa).
introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e
deveres das partes envolvidas. Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é,
aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio- amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimen- tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
tos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e dimensão expressiva da mensagem.
sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de
produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instru- Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci-
ções. do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer
marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam
As Receitas e as Instruções múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas
que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação
organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que
um móvel, consertar um objeto, etc. refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati-
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
A Solicitação
A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a interpretações.
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
emprego, uma vaga em uma escola, etc. Observe os exemplos:
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou Denotação
não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre As estrelas do céu.
ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a Vesti-me de verde.
abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e conside- O fogo do isqueiro.
ração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o
maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes Conotação
textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, As estrelas do cinema.
Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto O jardim vestiu-se de flores.
Politécnico a fim de solicitar-lhe...) O fogo da paixão.
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- figurado:
se a...). Construí um muro de pedra - sentido próprio
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primei- Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
ro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que A água pingava lentamente – sentido próprio.
reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por
frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em
algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; PONTUAÇÃO
por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua
apelação. Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
pausas da linguagem oral.
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um
amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto
de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen- PONTO
volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta comuns ele é chamado de simples.
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira
que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita- PONTO DE INTERROGAÇÃO
ção de bolsas de estudo, etc. É usado para indicar pergunta direta.
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Onde está seu irmão?
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
A mim ?! Que idéia!
SINÔNIMOS E ANTONIMOS
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Quanto à significação, as palavras podem ser: É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
1. Sinônimas - quando apresentam sentidos semelhantes: falecer e Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
morrer, belo e bonito; longe e distante, etc. Ó jovens! Lutemos!
2. Antônimas - quando têm significação oposta: triste e alegre, bondade
e maldade, riqueza e pobreza. VÍRGULA
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
3. Homônimas - quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico sa na fala. Emprega-se a vírgula:
mas são diferentes quanto ao significado. • Nas datas e nos endereços:
Os homônimos podem ser: São Paulo, 17 de setembro de 1989.
a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia (homógrafos) e a Largo do Paissandu, 128.
mesma pronúncia (homófonos): • No vocativo e no aposto:
cura (padre) - cura (do v. curar) Meninos, prestem atenção!
verão (estação) - verão (verbo ver) Termópilas, o meu amigo, é escritor.
são (sadio) - são (verbo ser) • Nos termos independentes entre si:
b) imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas pronúncia diferente O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
(homógrafos) ou a mesma pronúncia mas grafia diferente (homó- • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
fonos). Exemplos: selo (substantivo) - selo (verbo selar) / ele (pro- caso é usado o duplo emprego da vírgula:
nome) - ele (letra) Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
4. Parônimas - quando se assemelham na forma mas têm significados droeira.
diferentes. • Após alguns adjuntos adverbiais:
Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar (distinguir) / discente No dia seguinte, viajamos para o litoral.
(relativo a alunos) - docente (relativo a professores)

Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
da vírgula: • Em casos de ironia:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
• Após a primeira parte de um provérbio. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos: PARÊNTESES
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.
RETICÊNCIAS "Sede assim qualquer coisa.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. serena, isenta, fiel".
Não me disseste que era teu pai que ... (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• Para realçar uma palavra ou expressão. • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. fora das órbitas. Amália se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... (G. Figueiredo)
• Quando se intercala num texto uma idéia ou indicação acessória:
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
fome."
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
(C. Lispector)
alguma simetria entre si.
• Para isolar orações intercaladas:
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
"Estou certo que eu (se lhe ponho
cido, guardando consigo a ponta farpada. "
Minha mão na testa alçada)
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
Sou eu para ela."
interior.
(M. Bandeira)
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia: O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de alguma nota (observação).
passageiros do vôo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que". BARRA
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
or:
abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
CRASE
TRAVESSÃO
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Crase é a fusão da preposição A com outro A.
palavras ou frases Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
– "Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria? EMPREGO DA CRASE
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). • em locuções adverbiais:
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra à vezes, às pressas, à toa...
vez. • em locuções prepositivas:
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma em frente à, à procura de...
coisa". (M. Palmério). • em locuções conjuntivas:
• Usa-se para separar orações do tipo: à medida que, à proporção que...
– Avante!- Gritou o general. • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. as
Fui ontem àquele restaurante.
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
uma cadeia de frase: Refiro-me àquilo e não a isto.
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói.
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
ASPAS • diante de substantivos próprios femininos:
São usadas para: Dei o livro à(a) Sônia.
• Indicar citações textuais de outra autoria.
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: A:
Há quem goste de “jazz-band”. Viajaremos à Colômbia.
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
• Para enfatizar palavras ou expressões: • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. neza, etc.

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Viajaremos a Curitiba. a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
modifique. lho, corrida, tristeza beleza altura.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
Às 8 e 15 o despertador soou. rio, cidade, pais, menino, aluno
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo- b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
da” ou "maneira": Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
Aos domingos, trajava-se à inglesa. cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
Referia-se à Casa Gebara. que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). fada, bruxa, saci.
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
Voltou à terra onde nascera. existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
Mas: portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
Os marinheiros vieram a terra. trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
O comandante desceu a terra. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o tivos
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: trabalhar - trabalho
Vou até a (á ) chácara. correr - corrida
Cheguei até a(à) muralha alto - altura
• A QUE - À QUE belo - beleza
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
ocorrerá crase: FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
Houve um palpite anterior ao que você deu. a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
Houve uma sugestão anterior à que você deu. portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
ocorrerá crase. florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
Não gostei do filme a que você se referia. c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
Não gostei da peça a que você se referia. tempo, sol.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
de:
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos. COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
de seres da mesma espécie.
NÃO OCORRE CRASE
• antes de nomes masculinos: Veja alguns coletivos que merecem destaque:
Andei a pé. alavão - de ovelhas leiteiras
Andamos a cavalo. alcateia - de lobos
• antes de verbos: álbum - de fotografias, de selos
Ela começa a chorar. antologia - de trechos literários escolhidos
Cheguei a escrever um poema. armada - de navios de guerra
• em expressões formadas por palavras repetidas: armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
Estamos cara a cara. arquipélago - de ilhas
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: assembleia - de parlamentares, de membros de associações
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. atilho - de espigas de milho
Escrevi a Vossa Excelência. atlas - de cartas geográficas, de mapas
Dirigiu-se gentilmente à senhora. banca - de examinadores
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
Não falo a pessoas estranhas. bando - de aves, de pessoal em geral
Jamais vamos a festas. cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTAN- cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
TIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, AD- cancioneiro - de poemas, de canções
VÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICA- caravana - de viajantes
ÇÃO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES EN- cardume - de peixes
clero - de sacerdotes
TRE AS ORAÇÕES). COLOCAÇÃO PRONOMINAL colmeia - de abelhas
concílio - de bispos
SUBSTANTIVOS conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
congregação - de professores, de religiosos
congresso - de parlamentares, de cientistas
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no- conselho - de ministros
me aos seres em geral. consistório - de cardeais sob a presidência do papa
São, portanto, substantivos.
Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
constelação - de estrelas pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
corja - de vadios tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
elenco - de artistas juge, a pessoa, a criatura.
enxame - de abelhas Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxoval - de roupas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
falange - de soldados, de anjos São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
farândola - de maltrapilhos o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
fato - de cabras o teorema o ágape a análise a usucapião
fauna - de animais de uma região o trema o caudal a cal a bacanal
feixe - de lenha, de raios luminosos o edema o champanha a cataplasma a líbido
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
flora - de vegetais de uma região o lança-perfume o formicida a comichão a hélice
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o fibroma o guaraná a aguardente
girândola - de fogos de artifício o estratagema o plasma
o proclama o clã
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
junta - de bois, médicos, de examinadores Mudança de Gênero com mudança de sentido
júri - de jurados Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
legião - de anjos, de soldados, de demônios Veja alguns exemplos:
malta - de desordeiros o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
manada - de bois, de elefantes o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
matilha - de cães de caça o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
ninhada - de pintos o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
nuvem - de gafanhotos, de fumaça o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
panapaná - de borboletas o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
pelotão - de soldados
penca - de bananas, de chaves Plural dos Nomes Simples
pinacoteca - de pinturas 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
plantel - de animais de raça, de atletas casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
quadrilha - de ladrões, de bandidos 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
ramalhete - de flores a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
réstia - de alhos, de cebolas corações; grandalhão, grandalhões.
récua - de animais de carga b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
romanceiro - de poesias populares guardiães.
resma - de papel c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
revoada - de pássaros cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
súcia - de pessoas desonestas Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
vara - de porcos de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
vocabulário - de palavras ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,


Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
grau. 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
fens (ou hífenes).
Gênero Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini- 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
Podemos classificar os substantivos em: 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma fósseis; réptil, répteis.
para o masculino, outra para o feminino: Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
aluno/aluna homem/mulher ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
menino /menina carneiro/ovelha 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
padrinho/madrinha bode/cabra burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
cavaleiro/amazona pai/mãe São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os subs-
tantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, os ônix.
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o substan-
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se tivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo primitivo:
em: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezitos.
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. Substantivos só usados no plural
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
afazeres anais
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
arredores belas-artes
mea
cãs condolências
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
confins exéquias
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
férias fezes
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
núpcias óculos
estudante, este dentista.
olheiras pêsames
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Plural dos Nomes Compostos
1. Somente o último elemento varia: Principais Sufixos Diminutivos
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara- ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão- montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo homúncula, apícula, velhusco.
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Observações:
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
rabo, burros-sem-rabo;
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
banana-maçã, bananas-maçã.
zinho, pequenito.
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
3. Ambos os elementos são flexionados:
diferentes para designar o sexo:
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
bode - cabra genro - nora
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
burro - besta padre - madre
compromissos.
carneiro - ovelha padrasto - madrasta
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
cão - cadela padrinho - madrinha
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
cavalheiro - dama pai - mãe
caras-pálidas.
compadre - comadre veado - cerva
frade - freira zangão - abelha
São invariáveis:
frei – soror etc.
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não- ADJETIVOS
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
desocupa-o-copo;
FLEXÃO DOS ADJETIVOS
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
perde-ganha, os perde-ganha.
Gênero
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Adjetivos Compostos alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
americanos; cívico-militar, cívico-militares. melhante a dos substantivos.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. Número
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- a) Adjetivo simples
dos-mudos > surdas-mudas. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. substantivos simples:
pessoa honesta pessoas honestas
regra fácil regras fáceis
Graus do substantivo
homem feliz homens felizes
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
podem ser: sintéticos ou analíticos.
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas
Principais sufixos aumentativos acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, camisa verde-clara camisas verde-claras
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros
ça.

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observações: cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
blusa azul-marinho blusas azul-marinho íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
variam: manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
menina surda-muda meninas surdas-mudas pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Graus do Adjetivo próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
pressas em dois graus: sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
- o comparativo salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
- o superlativo simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Comparativo velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, Adjetivos Gentílicos e Pátrios
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: Argélia – argelino Bagdá - bagdali
- Comparativo de igualdade: Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Bóston - bostoniano Braga - bracarense
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
- Comparativo de superioridade: Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. bucarestense Campos - campista
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. Cairo - cairota Caracas - caraquenho
- Comparativo de inferioridade: Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- bricense Cuiabá - cuiabano
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
- Superlativo absoluto Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Egito - egípcio capixaba
Esta cidade é poluidíssima. Equador - equatoriano Évora - eborense
Esta cidade é muito poluída. Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
- Superlativo relativo Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
outros seres: Gabão - gabonês Galiza - galego
Este rio é o mais poluído de todos. Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Este rio é o menos poluído de todos. Goiânia - goianense Granada - granadino
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- Macapá - macapaense Macau - macaense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
ABSOLUTO Marajó - marajoara Minho - minhoto
RELATIVO Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
bom melhor ótimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
melhor Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
mau pior péssimo Pequim - pequinês Pisa - pisano
pior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
grande maior máximo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
maior Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
pequeno menor mínimo São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
menor São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
acre - acérrimo ágil - agílimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo Locuções Adjetivas
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PRONOMES EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre- ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. Considera-se errado seu emprego como complemento:
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome Convidaram ELE para a festa (errado)
substantivo. Receberam NÓS com atenção (errado)
• Ele chegou. (ele) EU cheguei atrasado (certo)
• Convidei-o. (o) ELE compareceu à festa (certo)

Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. pronomes retos:
• Esta casa é antiga. (esta) Convidei ELE (errado)
• Meu livro é antigo. (meu) Chamaram NÓS (errado)
Convidei-o. (certo)
Classificação dos Pronomes Chamaram-NOS. (certo)
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
de tratamento: ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; reto seu emprego como complemento:
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; Informaram a ELE os reais motivos.
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; Emprestaram a NÓS os livros.
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- Eles gostam muito de NÓS.
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
trem, nada, cada, algo. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- errado seu emprego como complemento:
terrogativas. Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
PRONOMES PESSOAIS
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
curso: preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
1ª pessoa: quem fala, o emissor. MIM e TI:
Eu sai (eu) Ninguém irá sem EU. (errado)
Nós saímos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
binações possíveis são as seguintes:
Vossa Santidade V.S. papas me+o=mo me + os = mos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados te+o=to te + os = tos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores lhe+o=lho lhe + os = lhos
nos + o = no-lo nos + os = no-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
cês. lhes + o = lho lhes + os = lhos

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos 3. No interior do verbo - mesóclise
a, as. Observar-te-ei sempre.
me+a=ma me + as = mas
te+a=ta te + as = tas Ênclise
- Você pagou o livro ao livreiro? Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
- Sim, paguei-LHO. ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que direto ou indireto.
representa o livreiro) com O (que representa o livro). O pai esperava-o na estação agitada.
Expliquei-lhe o motivo das férias.
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
indiretos: 1. Quando o verbo iniciar a oração:
O menino convidou-a. (V.T.D ) Voltei-me em seguida para o céu límpido.
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) Como eu achasse muito breve, explicou-se.
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as 3. Com o imperativo afirmativo:
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de Companheiros, escutai-me.
verbos transitivos diretos: 4. Com o infinitivo impessoal:
Eu lhe vi ontem. (errado) A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Nunca o obedeci. (errado) destino na mesa.
Eu o vi ontem. (certo) 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
Nunca lhe obedeci. (certo) E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, franco.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
finitivo: Próclise
Deixei-o sair. Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
Vi-o chegar. 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
Sofia deixou-se estar à janela. interrogativos e conjunções.
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
vendo as orações reduzidas de infinitivo: Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Quem lhe ensinou esses modos?
Quem os ouvia, não os amou.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Que lhes importa a eles a recompensa?
A mim, ninguém me engana. Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
A ti tocou-te a máquina mercante. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- Papai do céu o abençoe.
mo vicioso e sim ênfase. A terra lhes seja leve.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, Em se animando, começa a contagiar-nos.
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia: Mesóclise
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
Vós sois minha salvação, meu Deus! e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
precedidos de palavras que reclamem a próclise.
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Dir-se-ia vir do oco da terra.
falamos dessa pessoa:
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Mas:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
COLOCAÇÃO DE PRONOMES enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise
O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias.
O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise
O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias.

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico Os pronomes demonstrativos são estes:
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
cartes ." AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Tenho-me levantado cedo. MESMO (e variações), próprio (e variações)
Não me tenho levantado cedo. SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)

O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o Emprego dos Demonstrativos
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta. 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- fala).
gem escrita. Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Isto que carregamos pesa 5 kg.
PRONOMES POSSESSIVOS b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- Este coração não pode me trair.
indo-lhes a posse de alguma coisa. Esta alma não traz pecados.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o Tudo se fez por este país..
livro pertence a 1ª pessoa (eu) c) Para indicar o momento em que falamos:
Eis as formas dos pronomes possessivos: Neste instante estou tranquilo.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Deste minuto em diante vou modificar-me.
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Um dia destes estive em Porto Alegre.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa qual se inclui o momento em que falamos:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Nesta semana não choveu.
você). Neste mês a inflação foi maior.
Este ano será bom para nós.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Este século terminará breve.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este assunto já foi discutido ontem.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Tudo isto que estou dizendo já é velho.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Só posso lhe dizer isto: nada somos.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
suas mãos). quem se fala):
Não me respeitava a adolescência. Esse documento que tens na mão é teu?
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. Isso que carregas pesa 5 kg.
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Esse teu coração me traiu.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Essa alma traz inúmeros pecados.
1. Cálculo aproximado, estimativa: Quantos vivem nesse pais?
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história jamos distância:
O nosso homem não se deu por vencido. O povo já não confia nesses políticos.
Chama-se Falcão o meu homem Não quero mais pensar nisso.
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Eu cá tenho minhas dúvidas Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Cornélio teve suas horas amargas O que você quer dizer com isso?
4. Afetividade, cortesia
Como vai, meu menino? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo falamos:
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- Um dia desses estive em Porto Alegre.
tes de família. Comi naquele restaurante dia desses.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
de. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando te.
não sabia o que dizer. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS Aquele documento que lá está é teu?
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
coisa designada em relação à pessoa gramatical. b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas. século, para exprimir que o tempo já decorreu.

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou sempre um substantivo sem artigo.
variações) para a primeira: Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos
e aquela tranquila. de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, Tenho tudo quanto quero.
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: Leve tantos quantos precisar.
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
Com um frio destes não se pode sair de casa. 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
Nunca vi uma coisa daquelas. EM QUE.
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
reforçativo:
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas. PRONOMES INDEFINIDOS
7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de
ISSO ou AQUELE (e variações). modo vago, impreciso, indeterminado.
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. Exemplos:
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os Algo o incomoda?
homens superiores. Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Não faças a outrem o que não queres que te façam.
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Quem avisa amigo é.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Encontrei quem me pode ajudar.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Ele gosta de quem o elogia.
Tal era a situação do país. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
Não disse tal. CERTAS.
Tal não pôde comparecer. Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como PRONOMES INTERROGATIVOS
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
ou OUTRO TAL: modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Suas manias eram tais quais as minhas. Exemplos:
A mãe era tal quais as filhas. Que há?
Os filhos são tais qual o pai. Que dia é hoje?
Tal pai, tal filho. Reagir contra quê?
É pronome substantivo em frases como: Por que motivo não veio?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Quem foi?
Não creio em tal (= tal coisa) Qual será?
Quantos vêm?
PRONOMES RELATIVOS Quantas irmãs tens?
Veja este exemplo:
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. VERBO
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
casa é um pronome relativo.
CONCEITO
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. as no tempo.
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
No exemplo dado, o antecedente é casa. ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Outros exemplos de pronomes relativos: gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. Assim fiz. Morreram.”
O lugar onde paramos era deserto. (Clarice Lispector)
Traga tudo quanto lhe pertence. Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
Leve tantos ingressos quantos quiser. a) Estado:
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
Eis o quadro dos pronomes relativos: b) Mudança de estado:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem c) Fenômeno:
os quais as quais Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quanto quanta quantas onde estado e fenômeno, situando-se no tempo.
quantos

Observações: FLEXÕES
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
O médico de quem falo é meu conterrâneo. si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• a ação de cantar. c) agente e paciente do fato expresso:
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). O carroceiro machucou-se.
• o número gramatical (plural). (sujeito agente e paciente)
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). O verbo está na voz reflexiva.
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
passado (indicativo). rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Falo - Estudam.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. fora do radical.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: Falamos - Estudarei.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser cantei - cantarei – cantava - cantasse.
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme- nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
cemos. c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela tado - morto - enxugado - enxuto.
adormece. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles gação.
adormecem. verbo ser: sou - fui
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ir: vou - ia
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
A cachorra Baleia corria na frente. 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . O Nino apareceu na porta.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
pedido to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
Corra na frente, Baleia. a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, etc.
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: Garoava na madrugada roxa.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Fecho os olhos, agito a cabeça. Houve um espetáculo ontem.
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele Há alunos na sala.
em que se fala: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
Fechei os olhos, agitei a cabeça. claros.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. Fazia dois anos que eu estava casado.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o Faz muito frio nesta região?
presente.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Veja o esquema dos tempos simples em português: O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Presente (falo) 3ª pessoa do singular - quando significa:
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) 1) EXISTIR
Imperfeito (falava) Há pessoas que nos querem bem.
Mais- que-perfeito (falara) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Futuro do presente (falarei) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
do pretérito (falaria) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Presente (fale) 2) ACONTECER, SUCEDER
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Futuro (falar) Não haja desavenças entre vós.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
dos tempos simples. Há meses que não o vejo.
Infinitivo impessoal (falar) Haverá nove dias que ele nos visitou.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Particípio (falado) Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: pretérito imperfeito, e não no presente:
a) agente do fato expresso. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
O carroceiro disse um palavrão. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
(sujeito agente) Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
O verbo está na voz ativa. Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
b) paciente do fato expresso: 4) REALIZAR-SE
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. Houve festas e jogos.
(sujeito paciente) Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
O verbo está na voz passiva. Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e Ele andava à toa.
seguido de infinitivo): Nós vendíamos sempre fiado.
Em pontos de ciência não há transigir. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
Não há contê-lo, então, no ímpeto. por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Não havia descrer na sinceridade de ambos. Era uma vez...
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. - um fato presente em relação a outro fato passado.
E não houve convencê-lo do contrário. Eu lia quando ele chegou.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se. c) Pretérito Perfeito
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de ocorrido, concluído.
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): Estudei a noite inteira.
De há muito que esta árvore não dá frutos. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o
De há muito não o vejo. momento presente.
Tenho estudado todas as noites.
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com d) Pretérito mais-que-perfeito
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
pessoa do singular: relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
Vai haver eleições em outubro. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
Começou a haver reclamações. e) Futuro do Presente
Não pode haver umas sem as outras. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Parecia haver mais curiosos do que interessados. futuro em relação ao momento em que se fala.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. Irei à escola.
f) Futuro do Pretérito
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
construída de três modos: - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Hajam vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista os livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
Haja vista aos livros desse autor. - Seria realmente agradável ter de sair?
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA vezes, ironia.
- Daria para fazer silêncio?!
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
sentido da frase.
Modo Subjuntivo
Exemplo:
a) Presente
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
Outros exemplos:
b) Pretérito Imperfeito
Os calores intensos provocam as chuvas.
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
hipótese, uma condição.
Eu o acompanharei.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Ele será acompanhado por mim.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Todos te louvariam.
e) Pretérito Perfeito
Serias louvado por todos.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Prejudicaram-me.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Fui prejudicado.
características do modo subjuntivo).
Condenar-te-iam.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Serias condenado.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
a) Presente
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
lamente.
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
e) Futuro
Eles estudam silenciosamente.
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estão estudando silenciosamente.
ído em relação a outro fato futuro.
- uma ação habitual.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O homem é mortal. VERBOS IRREGULARES
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. DAR
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
maior realce à narrativa. Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
É o chamado presente histórico ou narrativo. Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
Amanhã vou à escola.
Qualquer dia eu te telefono. MOBILIAR
b) Pretérito Imperfeito Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
AGUAR Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Presente do subjuntivo
diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,
dissesse
MAGOAR Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Particípio dito
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa- Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
ram
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem FAZER
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
APIEDAR-SE Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais- Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
vos, apiadam-se Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
vos, apiedem-se Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,
fizessem
MOSCAR Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
quem PERDER
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
RESFOLEGAR Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
resfolgam PODER
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
resfolguem Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
NOMEAR puderam
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
nomeavam pudessem
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
ram Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Gerúndio podendo
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Particípio podido
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
imperativo negativo
COPIAR
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam PROVER
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
reis, copiaram Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem reis, proveram
ODIAR Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove-
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam riam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
odiaram
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
CABER Gerúndio provendo
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Particípio provido
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, QUERER
coubéreis, couberam Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
coubessem reis, quiseram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
imperativo negativo quisessem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
CRER
REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis,
ríeis, requereriam
disseram
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, AGREDIR
requeiram Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
requerêsseis, requeressem, Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I.
requerem
Gerúndio requerendo Particípio requerido COBRIR
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
REAVER Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
Presente do indicativo reavemos, reaveis Particípio coberto
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve- Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
ram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvé- FALIR
reis, reouveram Presente do indicativo falimos, falis
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvésse- Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
mos, reouvésseis, reouvessem Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
reouverem Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen- Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
ta a letra v Presente do subjuntivo não há
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
SABER Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Imperativo afirmativo fali (vós)
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Imperativo negativo não há
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
soubéreis, souberam Gerúndio falindo
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Particípio falido
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
soubessem FERIR
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
VALER Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham MENTIR
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
TRAZER Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram FUGIR
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
trouxéreis, trouxeram Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam IR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
trouxessem Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
rem Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Gerúndio trazendo Particípio trazido Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
VER Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Gerúndio indo
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Particípio ido
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem OUVIR
Particípio visto Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
ABOLIR Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Particípio ouvido
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram PEDIR
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
aboliram Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Presente do subjuntivo não há Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
abolissem POLIR
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Imperativo negativo não há Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Infinitivo impessoal abolir REMIR
Gerúndio abolindo Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Particípio abolido Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I.

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
RIR Advérbios Interrogativos
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Palavras Denotativas
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Gerúndio rindo
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
Particípio rido
Conjuga-se como rir: sorrir 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Você lá sabe o que está dizendo, homem...
VIR Mas que olhos lindos!
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Veja só que maravilha!
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
NUMERAL
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham O numeral classifica-se em:
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem - cardinal - quando indica quantidade.
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem - ordinal - quando indica ordem.
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem - multiplicativo - quando indica multiplicação.
Gerúndio vindo - fracionário - quando indica fracionamento.
Particípio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Exemplos:
SUMIR Silvia comprou dois livros.
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Antônio marcou o primeiro gol.
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

ADVÉRBIO Algarismos Numerais


Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad- nos cos tivos
vérbio, exprimindo uma circunstância.
I 1 um primeiro simples -
Os advérbios dividem-se em:
II 2 dois segundo duplo meio
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
dobro
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
te, através, defronte, aonde, etc. III 3 três terceiro tríplice terço
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- IX 9 nove nono nônuplo nono
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, X 10 dez décimo décuplo décimo
mal, quase, apenas, etc. XI 11 onze décimo onze avos
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. primeiro
6) NEGAÇÃO: não. XII 12 doze décimo doze avos
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, segundo
provavelmente, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
terceiro
Há Muitas Locuções Adverbiais XIV 14 quatorze décimo quatorze
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- quarto avos
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XV 15 quinze décimo quinze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, quinto
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. sexto avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom XVII 17 dezessete décimo dezessete
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge- sétimo avos
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis- XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. oitavo
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. avos
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. XX 20 vinte vigésimo vinte avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
etc.
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
simo avos

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta CONJUNÇÃO
simo avos
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
avos
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos Conjunções Coordenativas
mo 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no
XC 90 noventa nonagésimo noventa entanto, etc.
avos 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc.
C 100 cem centésimo centésimo 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência.
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc.
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen- Conjunções Subordinativas
tos tésimo tésimo 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
tos simo simo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
mo mo 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- etc.
tos simo simo 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté- 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
simo simo 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- forma que, de modo que, etc.
tos mo mo 9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
M 1000 mil milésimo milésimo etc.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Emprego do Numeral
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) Examinemos estes exemplos:
Luis X (décimo) ano I (primeiro) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
Pio lX (nono) século lV (quarto) 2º) Os livros ensinam e divertem.
3º) Saímos de casa quando amanhecia.
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) uma conjunção.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) orações: são também conjunções.
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
XX Salão do Automóvel (vigésimo) mesma oração.
VI Festival da Canção (sexto)
lV Bienal do Livro (quarta) No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
conjunção E é coordenativa.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
emprego do ordinal. outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
Hoje é primeiro de setembro QUANDO é subordinativa.
Não é aconselhável iniciar período com algarismos As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois As conjunções coordenativas podem ser:
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o Não aprovo nem permitirei essas coisas.
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. Os livros não só instruem mas também divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
as flores.
ARTIGO 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. sar disso, em todo caso.
Dividem-se em Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
• definidos: O, A, OS, AS Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
geral. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
terminado). Hoje não atendo, em todo caso, entre.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. são como (ou conforme) dizem.
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Ou você estuda ou arruma um emprego. (Machado de Assis)
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
"Já chora, já se ri, já se enfurece." forma que, de maneira que, sem que, que (não).
(Luís de Camões) Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
As árvores balançam, logo está ventando. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Afastou-se depressa para que não o víssemos.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Fiz-lhe sinal que se calasse.
causar incêndios. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
tivo: À medida que se vive, mais se aprende.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
(Jorge Amado) Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Observação:
Conjunções subordinativas
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
(Maria José de Queirós)
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que,
Abrangem as seguintes classes:
assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
Venha quando você quiser.
que, uma vez que, desde que.
Não fale enquanto come.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
efeito).
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
Como estivesse de luto, não nos recebeu.
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
Desde que é impossível, não insistirei.
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Cavalcânti)
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
10) Integrantes: que, se.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
Sabemos que a vida é breve.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
Veja se falta alguma coisa.
(= como).
Observação:
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Paulo Mendes Campos)
Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
(Antônio Olavo Pereira)
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
"E pia tal a qual a caça procurada."
tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
(Amadeu de Queirós)
to. Assim, a conjunção que pode ser:
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
1) Aditiva (= e):
(Carlos Drummond de Andrade)
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
2) Explicativa (= pois, porque):
Os governantes realizam menos do que prometem.
Apressemo-nos, que chove.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
3) Integrante:
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Diga-lhe que não irei.
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
4) Consecutiva:
(= embora não).
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
Onde estavas, que não te vi?
Beba, nem que seja um pouco.
5) Comparativa (= do que, como):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
A luz é mais veloz que o som.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Ficou vermelho que nem brasa.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
6) Concessiva (= embora, ainda que):
afirmações.
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
Beba, um pouco que seja.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
7) Temporal (= depois que, logo que):
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
Ficaremos sentidos, se você não vier.
8) Final (= pare que):
Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
9) Causal (= porque, visto que):
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
que os mosquitos se opusessem."
Coaraci)
(Ferreira de Castro)

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe- sujeito.
disse. (sem que = embora não) Meus amigos estão atrapalhados.
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
(sem que = se não,caso não) tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
(sem que = que não) 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) vão para o singular ou para o plural.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
PREPOSIÇÃO precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
Já estudei o primeiro e segundo livros.
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter- 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
segundo, um subordinado ou consequente. 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
Exemplos: que se referem.
Chegaram a Porto Alegre. Ela mesma veio até aqui.
Discorda de você. Eles chegaram sós.
Fui até a esquina. Eles próprios escreveram.
Casa de Paulo. 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
Muito obrigado. (masculino singular)
Preposições Essenciais e Acidentais Muito obrigada. (feminino singular).
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e invariável quando é advérbio.
ATRÁS. Quero meio quilo de café.
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou- Minha mãe está meio exausta.
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, É meio-dia e meia. (hora)
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-
segundo, senão, tirante, visto, etc. tivo a que se referem.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
A expressão em anexo é invariável.
INTERJEIÇÃO Trouxe em anexo estas fotos.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
ser: Vocês falaram alto demais.
- alegria: ahl oh! oba! eh! O combustível custava barato.
- animação: coragem! avante! eia! Você leu confuso.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Ela jura falso.
- aplauso: bravo! viva! bis! 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
- desejo: tomara! oxalá! sofrem variação normalmente.
- dor: aí! ui! Esses pneus custam caro.
- silêncio: psiu! silêncio! Conversei bastante com eles.
- suspensão: alto! basta! Conversei com bastantes pessoas.
Estas crianças moram longe.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo Conheci longes terras.
valor de uma interjeição.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
CONCORDÂNCIA VERBAL
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
CASOS GERAIS
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL 2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
O pessoal ainda não chegou.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL A turma não gostou disso.
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante Um bando de pássaros pousou na árvore.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
Principais Casos de Concordância Nominal Os Estados Unidos são um grande país.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em Os Lusíadas imortalizaram Camões.
gênero e número com o substantivo. Os Alpes vivem cobertos de neve.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão Flores já não leva acento.
normalmente para o plural. O Amazonas deságua no Atlântico.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
para o masculino plural. no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. temente.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
próximo: A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
Trouxe livros e revista especializada. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- sujeito paciente.
mo. Vende-se um apartamento.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. Vendem-se alguns apartamentos.

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
verbo para a 3ª pessoa do singular. concorda com o pronome.
Precisa-se de funcionários. A ciência, mestres, sois vós.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no Em minha turma, o líder sou eu.
singular e o verbo no singular ou no plural.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. apenas um deles deve ser flexionado.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
Mais de um jurado fez justiça à minha música.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
calmente do outro.
sujeito.
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
Deu uma hora.
adjetivos).
Deram três horas.
Bateram cinco horas.
Exemplos:
Naquele relógio já soaram duas horas.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
PARA = passagem
Ela é que faz as bolas.
A regência verbal trata dos complementos do verbo.
Eu é que escrevo os programas.
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
um pronome relativo. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
Fui eu que fiz a lição • pretender (transitivo indireto)
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí- No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
veis. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
• que: Fui eu que fiz a lição. 2. OBEDECER - transitivo indireto
• quem: Fui eu quem fez a lição. Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
• o que: Fui eu o que fez a lição. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na Já paguei um jantar a você.
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
este sua impessoalidade. Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Prefiro Comunicação à Matemática.

CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.


1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos Informei-lhe o problema.
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
RECER concordam com o predicativo. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Tudo são esperanças. Assisto em Porto Alegre.
Aquilo parecem ilusões. • amparar, socorrer, objeto direto
Aquilo é ilusão. O médico assistiu o doente.
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- Assistimos a um belo espetáculo.
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Que são florestas equatoriais? Assiste-lhe o direito.
Quem eram aqueles homens?
8. ATENDER - dar atenção
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com Atendi ao pedido do aluno.
a expressão numérica. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
São oito horas. Atenderam o freguês com simpatia.
Hoje são 19 de setembro.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
A moça queria um vestido novo.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
fica no singular. O professor queria muito a seus alunos.
Três batalhões é muito pouco.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Todos visamos a um futuro melhor.
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. • APONTAR, MIRAR - objeto direto
Maria era as flores da casa. O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
O homem é cinzas. • pör o sinal de visto - objeto direto
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
concorda com o predicativo. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Dançar e cantar é a sua atividade. Devemos obedecer aos superiores.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. Desobedeceram às leis do trânsito.

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
• exigem na sua regência a preposição EM conformidade com a norma culta.
O armazém está situado na Farrapos. Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
santes, como resistência e flexibilidade.
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Essas tuas justificativas não procedem. componentes para a indústria.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
com a preposição DE. componentes para a indústria.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani (C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. ponentes para a indústria.
O secretário procedeu à leitura da carta. (D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
componentes para a indústria.
14. ESQUECER E LEMBRAR
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
componentes para a indústria.
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
Esqueceram-se da reunião de hoje.
ele está empregado conforme o padrão culto.
Lembrei-me da sua fisionomia.
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
• pagar - Pago o 13° aos professores. (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
• dar - Daremos esmolas ao pobre. (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. correta em:
• pedir - Pedi um favor ao colega. (A) As características do solo são as mais variadas possível.
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
O amor implica renúncia. (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
COM: O professor implicava com os alunos 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi- flexão de grau.
ção EM: Implicou-se na briga e saiu ferido (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: te as férias.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
como sujeito: vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di- 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
ficuldade, será objeto indireto. estatal ciência e tecnologia.
Custou-me confiar nele novamente. (A) à ... sobre o ... do ... para
Custar-te-á aceitá-la como nora. (B) a ... ao ... do ... para
(C) à ... do ... sobre o ... a
(D) à ... ao ... sobre o ... à
PROVA SIMULADA (E) a ... do ... sobre o ... à
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(C) O processo foi julgado em segunda estância. (A) ao ... a ... à (B) àquele ... à ... à
(D) O problema passou despercebido na votação. (C) àquele...à ... a (D) ao ... à ... à
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. (E) àquele ... a ... a
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. norma culta.
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
(C) A colega não se contera diante da situação. trarão grandes benefícios às pesquisas.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. com o meio ambiente.
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: vendo projetos na área médica.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. sentadas pelos economistas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. litoral ou aproveitam férias ali.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo te ao da palavra mas;
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- Está correto o contido apenas em
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (A) II e IV.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
dos galhos da velha árvore. investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(A) Quem podou? e Quando podou? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? (A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
(D) Que vizinho? e Que galhos? (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
(E) Quando podou? e Podou o quê? (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- RESPOSTAS
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento 01. D 11. B 21. B
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- 02. A 12. A 22. A
ção em: 03. C 13. C 23. C
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. 04. E 14. E 24. E
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. 05. A 15. C 25. D
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. 06. B 16. A 26. E
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. 07. D 17. B 27. B
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. 08. E 18. E 28. C
09. C 19. D 29. D
25. Felizmente, ninguém se machucou. 10. D 20. A 30. B
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
Considere: ___________________________________
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de ___________________________________
modo; ___________________________________
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
fato; ___________________________________
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
___________________________________
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
Está correto o contido apenas em _______________________________________________________
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV. _______________________________________________________
(C) I, III e IV. _______________________________________________________
(D) II, III e IV.
(E) III, IV e V. _______________________________________________________
_______________________________________________________
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
indicando concessão, é: _______________________________________________________
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado.
_______________________________________________________
(C) assim que recebeu o prêmio. _______________________________________________________
(D) porque conseguiu um desconto.
(E) apesar do preço muito elevado. _______________________________________________________
_______________________________________________________
27. É importante que todos participem da reunião.
O segmento que todos participem da reunião, em relação a _______________________________________________________
É importante, é uma oração subordinada
_______________________________________________________
(A) adjetiva com valor restritivo.
(B) substantiva com a função de sujeito. _______________________________________________________
(C) substantiva com a função de objeto direto.
(D) adverbial com valor condicional. _______________________________________________________
(E) substantiva com a função de predicativo. _______________________________________________________
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe- _______________________________________________________
lecida pelo termo como é de _______________________________________________________
(A) comparatividade. (B) adição.
(C) conformidade. (D) explicação. (E) consequência. _______________________________________________________

29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de


_______________________________________________________
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão _______________________________________________________
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos _______________________________________________________
possíveis franqueados. _______________________________________________________
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
relaciona corretamente as ideias do texto, é: _______________________________________________________
(A) digo ... portanto ... mas
_______________________________________________________
(B) como ... pois ... mas
(C) ou seja ... embora ... pois _______________________________________________________
(D) ou seja ... mas ... portanto
(E) isto é ... mas ... como _______________________________________________________

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati-
va, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe-
Constituição Federal: artigos 1.º a 14, 37, 41 e 144 netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
TÍTULO I judicial;
Dos Princípios Fundamentais XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações tele-
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indisso- gráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
Democrático de Direito e tem como fundamentos: de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296,
I - a soberania; de 1996)
II - a cidadania; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, aten-
III - a dignidade da pessoa humana; didas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
V - o pluralismo político. sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po-
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, sair com seus bens;
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais a-
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa bertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
do Brasil: frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
II - garantir o desenvolvimento nacional; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades caráter paramilitar;
sociais e regionais; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, se- independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
xo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. funcionamento;
Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou
internacionais pelos seguintes princípios: ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
I - independência nacional; caso, o trânsito em julgado;
II - prevalência dos direitos humanos; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
III - autodeterminação dos povos; associado;
IV - não-intervenção; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,
V - igualdade entre os Estados; têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen-
VI - defesa da paz; te;
VII - solução pacífica dos conflitos; XXII - é garantido o direito de propriedade;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por ne-
X - concessão de asilo político. cessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra- prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, Constituição;
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
TÍTULO II poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeniza-
Dos Direitos e Garantias Fundamentais ção ulterior, se houver dano;
CAPÍTULO I XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na- débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País meios de financiar o seu desenvolvimento;
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica-
propriedade, nos termos seguintes: ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter- que a lei fixar;
mos desta Constituição; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à re-
não em virtude de lei; produção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
degradante; que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonima- respectivas representações sindicais e associativas;
to; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais,
da indenização por dano material, moral ou à imagem; à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo asse- distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológi-
gurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a co e econômico do País;
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; XXX - é garantido o direito de herança;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli- XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será re-
giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; gulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Noções de Direito 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas meios e recursos a ela inerentes;
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilí-
Estado; (Regulamento) citos;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
de taxas: sentença penal condenatória;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação
contra ilegalidade ou abuso de poder; criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de di- LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
reitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; não for intentada no prazo legal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
ameaça a direito; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es-
e a coisa julgada; crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
lhe der a lei, assegurados: comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
a) a plenitude de defesa; pessoa por ele indicada;
b) o sigilo das votações; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
c) a soberania dos veredictos; permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; advogado;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prévia cominação legal; prisão ou por seu interrogatório policial;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade ju-
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e li- diciária;
berdades fundamentais; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas depositário infiel;
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon- LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omiti- se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
rem; locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito lí-
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De- quido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quan-
mocrático; do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até a) partido político com representação no Congresso Nacional;
o limite do valor do patrimônio transferido; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre ou- constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
tras, as seguintes: interesses de seus membros ou associados;
a) privação ou restrição da liberdade; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
b) perda de bens; norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
c) multa; constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
d) prestação social alternativa; à cidadania;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
XLVII - não haverá penas: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
84, XIX; governamentais ou de caráter público;
b) de caráter perpétuo; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
c) de trabalhos forçados; cesso sigiloso, judicial ou administrativo;
d) de banimento; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
e) cruéis; que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a- Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mo- isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
ral; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam que comprovarem insuficiência de recursos;
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei:
lei; a) o registro civil de nascimento;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político b) a certidão de óbito;
ou de opinião; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data",
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autorida- e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regula-
de competente; mento)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi- LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados
do processo legal; a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Noções de Direito 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci-
têm aplicação imediata. mento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não exclu- dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
em outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de traba-
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. lho;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº dolo ou culpa;
45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo) XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucio- rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba-
nal nº 45, de 2004) lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
CAPÍTULO II a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
DOS DIREITOS SOCIAIS 25/05/2000)
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 25/05/2000)
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou- XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e cri-
tros que visem à melhoria de sua condição social: térios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelec-
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização tual ou entre os profissionais respectivos;
compensatória, dentre outros direitos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
III - fundo de garantia do tempo de serviço; na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com mora- XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empre-
dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e gatício permanente e o trabalhador avulso.
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores do-
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; mésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX,
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do traba- XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
lho; Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o se-
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou a- guinte:
cordo coletivo; I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que perce- sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
bem remuneração variável; Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qual-
valor da aposentadoria; quer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mes-
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; ma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten- interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
ção dolosa; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune- individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
definido em lei; categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional contribuição prevista em lei;
nº 20, de 1998) V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações cole-
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a tivas de trabalho;
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organi-
(vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) zações sindicais;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos inin- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do re-
terruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; gistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cometer falta grave nos termos da lei.
cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organiza-
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço ção de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi-
a mais do que o salário normal; ções que a lei estabelecer.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com Art. 9º .É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhado-
a duração de cento e vinte dias; res decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; devam por meio dele defender.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá so-
específicos, nos termos da lei; bre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
de trinta dias, nos termos da lei; Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregado-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas res nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissio-
de saúde, higiene e segurança; nais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu- Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegu-
bres ou perigosas, na forma da lei; rada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
XXIV - aposentadoria; promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Noções de Direito 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO III II - o pleno exercício dos direitos políticos;
DA NACIONALIDADE III - o alistamento eleitoral;
Art. 12. São brasileiros: IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
I - natos: V - a filiação partidária; Regulamento
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais VI - a idade mínima de:
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, e Senador;
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Brasil; Distrito Federal;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Dis-
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou ve- trital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer d) dezoito anos para Vereador.
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Dis-
II - naturalizados:> trito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigi- curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subse-
das aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por quente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
um ano ininterrupto e idoneidade moral; § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condena- renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
ção penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação dada § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) reeleição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da ati-
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: vidade;
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autori-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; dade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
III - de Presidente do Senado Federal; para a inatividade.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
V - da carreira diplomática; os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
VI - de oficial das Forças Armadas. moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitu- candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
cional nº 23, de 1999) do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitu-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude cional de Revisão nº 4, de 1994)
de atividade nociva ao interesse nacional; § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleito-
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela ral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasilei- má-fé.
ro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em ...
seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Po-
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedece-
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federati- rá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
va do Brasil. eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitu-
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o cional nº 19, de 1998)
hino, as armas e o selo nacionais. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasi-
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter sím- leiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
bolos próprios. estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
CAPÍTULO IV nº 19, de 1998)
DOS DIREITOS POLÍTICOS II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
mediante: em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
I - plebiscito; lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitu-
II - referendo; cional nº 19, de 1998)
III - iniciativa popular. III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: prorrogável uma vez, por igual período;
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
II - facultativos para: aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
a) os analfabetos; convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
b) os maiores de setenta anos; emprego, na carreira;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos
o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
I - a nacionalidade brasileira;

Noções de Direito 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
assessoramento;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de
1998) subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação participação de qualquer delas em empresa privada;
sindical; XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, ser-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites defini- viços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
dos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concor-
1998) rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, manti-
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para das as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admis- permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
são; à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determina- XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
do para atender a necessidade temporária de excepcional interesse públi- Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
co; Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integra-
§ 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, da, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada nº 42, de 19.12.2003)
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento) § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa-
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e nhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais § 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nu-
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, lidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na adminis-
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em tração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em ge-
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o ral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislati- avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
vo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluí-
Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, do pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou a-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) busivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judi- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) sem prejuízo da ação penal cabível.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pratica-
serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos dos por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empre- § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
gos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agen-
deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação tes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regres-
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) so contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o aces-
disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de so a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
1998) de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Emenda Constitucio- § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
nal nº 19, de 1998) entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Incluí- contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
da pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional
com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucio- nº 19, de 1998)
nal nº 34, de 2001) I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitu-
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e cional nº 19, de 1998)
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de econo- II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obri-
mia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- gações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitu-
mente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº cional nº 19, de 1998)
19, de 1998) III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, den- nº 19, de 1998)
tro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os de- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às soci-
mais setores administrativos, na forma da lei; edades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autori- União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
zada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda
de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as Constitucional nº 19, de 1998)
áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentado-
de 1998) ria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de
cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na

Noções de Direito 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.(Redação dada pela
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.(Incluído pela Emenda Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei,
de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indeni- ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela
zatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
2005) § 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o § 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o § 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças au-
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distri- xiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias
tais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
2005) § 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos
... responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores § 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso públi- à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
co. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pe- relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído
la Emenda Constitucional nº 19, de 1998) pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Direitos Humanos - conceito e evolução histórica.
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Estado Democrático de Direito.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, Direitos Humanos e Cidadania.
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) DIREITOS HUMANOS: CONCEITOS E PRECONCEITOS
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, Texto extraído do Jus Navigandi
será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzi- http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9225
do ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo Alci Marcus Ribeiro Borges
de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) advogado em Teresina (PI), especialista em Educação em Direitos
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor Humanos pela UFPI/ESAPI, especialista em Infância e Violência pela USP,
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo professor de Direitos Humanos do Instituto Camillo Filho, professor de
de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação Direito da Criança e do Adolescente da Escola Superior de Magistratura do
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Piauí
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa Para começar.
finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Conceitos são ideias elaboradas, organizadas e desenvolvidas a res-
... peito de um assunto e exigem análise, reflexão e síntese [01]. Mas, geral-
mente, antes de chegarmos a um conceito, formamos um preconceito.
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA O preconceito é uma primeira compreensão, em geral, parcial, incom-
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabi- pleta, fosca, de alguma coisa. Uma opinião formada sem reflexão. Talvez,
lidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da por isso, muitos preconceitos têm um sentido negativo. O preconceito pode
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: ser um ponto de partida que, se for bem desenvolvido, pode tornar-se um
I - polícia federal; conceito, ou seja, um conhecimento mais amplo e completo. O preconceito
II - polícia rodoviária federal; só se torna negativo quando ficamos nele, sem desenvolvê-lo. Aí ele nos
III - polícia ferroviária federal; limita, nos impede de ver as coisas de uma maneira mais desenvolvida,
IV - polícias civis; ampla, transparente.
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, orga- Assim, para chegarmos ao conceito mais recente de direitos humanos,
nizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se precisamos, portanto, começar pelos preconceitos e tentar desenvolvê-los.
a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em de- Dos preconceitos aos conceitos de direitos humanos.
trimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades São diversos os preconceitos referentes aos direitos humanos. Vamos
autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática começar por alguns que são revelados nas várias expressões usadas para
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão unifor- designar os direitos humanos, tais como direitos naturais, direitos individu-
me, segundo se dispuser em lei; ais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades públi-
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, cas, direitos fundamentais do homem e direitos humanos fundamentais.
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; José Afonso da Silva [02] esclarece que não se aceita mais com tanta
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de frontei- facilidade a ideia de que os direitos humanos sejam confundidos com os
ras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) direitos naturais, provenientes da natureza das coisas, inerentes à natureza
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da U- da pessoa humana; direitos inatos que cabem ao homem só pelo fato de
nião. ser homem, mas que são direitos positivos, históricos e culturais, que
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e encontram seu fundamento e conteúdo nas relações sociais materiais em
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, cada momento histórico.

Noções de Direito 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Norberto Bobbio [03], manifestando seu descrédito quanto a se conse- e instrumentais) para direitos humanos operacionais (subsidiários dos
guir elaborar um conceito preciso de direitos humanos e sobre as diversas principais, fundamentais no sentido estrito em que dão concreção a seus
tentativas de definição, afirma que a ideia de que os direitos humanos são principais, instrumentando-os para os realizar), sempre, porém, em graus
direitos naturais, os que cabem ao homem enquanto homem é meramente sucessivos, mas contínuos, de modo que, nessa interação, todo o humano
tautológica, não servindo para traduzir seu verdadeiro significado e seu continua a ser fundamental, assim como todo fundamental continua a ser
preciso conteúdo. Acrescenta ainda que a enfática expressão "direitos do humano, sem separação, enfatiza.
homem", tomada nesta perspectiva, pode provocar equívocos, já que faz Edilsom Farias [07] indica que, a despeito dessa semelhança, importa
pensar na existência de direitos que pertencem a um homem essencial e assinalar que ultimamente vem-se utilizando a expressão direitos funda-
eterno, de cuja contemplação derivaríamos o conhecimento infalível dos mentais para referir-se à dimensão constitucional desses direitos, reservan-
seus direitos e deveres. No entanto, contrapõe, os direitos humanos são o do-se a aplicação da expressão diretos humanos para aludir-se à dimensão
produto não da natureza, mas da civilização humana; enquanto direitos internacional dos mesmos, ou seja, quando proclamados em declarações e
históricos, eles são mutáveis, ou seja, suscetíveis de transformação e demais tratados internacionais.
ampliação.
Diversos conceitos de direitos humanos.
As expressões direitos individuais e direitos públicos subjetivos refe- Assim, tomando como ponto de partida as reflexões acima e, confir-
rem-se à concepção individualista da pessoa humana, no Estado liberal, mando a tradicional polissemia que caracterizam as tentativas de conceitu-
exprimindo a situação jurídica subjetiva do indivíduo em relação ao Estado, ação dos direitos humanos, apresentam-se múltiplos conceitos, quase
sendo geralmente empregada para denominar uma parte dos direitos todos construídos e desenvolvidos a partir de diferentes concepções e
fundamentais, qual seja, a dos direitos civis concernentes à vida, à liberda- preconceitos.
de, à segurança e à propriedade, por isso não são suficientes para traduzir
a amplitude dos diretos humanos. Extrai-se de Vieira de Andrade [08] que essa pluralidade conceitual dos
direitos humanos pode ser justificada pela diversidade de perspectivas a
As expressões liberdades fundamentais e liberdades públicas igual- partir das quais eles são considerados.
mente carregam estreitas ligações com as concepções de tradição indivi-
dualista dos direitos individuais e dos direitos públicos subjetivos. Referem- Segundo Vieira de Andrade [09], foi numa perspectiva filosófica ou jus-
se, geralmente, apenas às liberdades individuais clássicas – direitos civis - naturalista que os direitos humanos foram primeiramente considerados, ou
e às denominadas liberdades políticas – os direitos políticos -, sendo, seja, traduzidos, em primeira dimensão, pelo direito natural, vistos, pois,
portanto, limitantes e insuficientes para indicar o abrangente conteúdo dos como direitos de todas as pessoas humanas, em todos os tempos e em
direitos humanos, nos quais estão também contidos os direitos sociais, todos os lugares, sendo, portanto, absolutos, imutáveis, anespaciais e
econômicos, culturais e ambientais. atemporais. Nesta maneira de ver, são paradigmas axiológicos, anteriores e
superiores ao Estado e à própria Sociedade. Para ele, esta perspectiva não
Contra o termo direitos fundamentais do homem, alega-se que o termo desapareceu, sendo a ela que às vezes se recorre ainda hoje, sempre que
"do homem" já não é suficientemente indicativo de toda a espécie humana, há deficiências ou dificuldades na aplicação das normas positivas referen-
ou seja, abrangente dos dois gêneros/sexos, em face da evolução, inclusive tes aos direitos humanos.
no direito, da situação da mulher, e, seguindo-se a tendência dominante na
ordem jurídica e social é preferível utilizar-se a expressão "pessoa huma- Numa segunda perspectiva, impulsionada pelos efeitos do pós-guerra
na". (II Grande Guerra), os direitos humanos são concebidos como direitos de
todas as pessoas, em todos os lugares, sendo declarados, pactuados e
A expressão direitos humanos fundamentais, ao coligir, num mesmo convencionados para serem promovidos e protegidos no âmbito da comu-
termo, direitos humanos e direitos fundamentais, pode parecer redundante, nidade internacional, numa visão universalista ou internacionalista.
reduplicativa, vez que ambas referem-se aos mesmos objetos e conteúdos.
E numa terceira perspectiva, os direitos humanos são entendidos como
Paulo Bonavides [04] entende que quem diz direitos humanos, diz direi- direitos das pessoas ou de certas categorias de pessoas, num determinado
tos fundamentais, e quem diz estes diz aqueles, sendo aceitável a utiliza- tempo e lugar, mais precisamente em seus estados nacionais, como direi-
ção das duas expressões indistintamente, como sinônimas. Porém, afirma tos positivos, constitucionalizados, tornando-se, assim, por meio da consa-
que razões de vantagem didática recomendam, para maior clareza e preci- gração constitucional, direitos fundamentais, caracterizando uma visão
são, o uso das duas expressões com leve variação de percepção, sendo a constitucionalista de tais direitos. Hoje, impulsionados por esse movimento
fórmula direitos humanos, por suas raízes históricas, adotada para referir- constitucionalista, já não existem notícias de constituições que não apre-
se aos direitos da pessoa humana antes de sua constitucionalização ou sentem disposições que destaquem os direitos fundamentais como direitos
positivação nos ordenamentos nacionais, enquanto direitos fundamentais humanos constitucionalizados.
designam os direitos humanos quando trasladados para os espaços norma-
tivos. Assim, basta breve e simples passeio na doutrina e vamos encontrar
diversos conceitos de direitos humanos de inspiração jusnaturalista, ou
J.J.Gomes Canotilho aduz que direitos humanos e direitos fundamen- universalista, ou constitucionalista, e até mesmo conceitos híbridos, conju-
tais são termos utilizados, no mais das vezes, como sinônimos. Entretanto, gando elementos de mais de uma perspectiva, na tentativa de elaboração
segundo a origem e o significado, podem ter a seguinte distinção: direitos conceitual mais precisa. Vejamos.
do homem são direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos
(dimensão jusnaturalista-universalista): direitos fundamentais são os direi- Segundo João Batista Herkenhoff direitos humanos são, modernamen-
tos do homem, jurídico-institucionalmente garantidos e limitados espacio- te entendidos, "aqueles direitos fundamentais que o homem possui pelo
temporalmente. Os direitos humanos arrancariam da própria natureza fato de ser homem, por sua natureza humana, pela dignidade que a ela é
humana e daí o seu caráter inviolável, intemporal e universal: os direitos inerente." [10]
fundamentais seriam os direitos objetivamente vigentes numa ordem jurídi- Selma Regina Aragão também conceitua os direitos humanos como
ca concreta. [05] sendo "os direitos em função da natureza humana, reconhecidos univer-
salmente pelos quais indivíduos e humanidade, em geral, possam sobrevi-
Sérgio Resende de Barros [06], por sua vez, não aceita separação entre ver e alcançar suas próprias realizações". [11]
direitos humanos e direitos fundamentais e contrapõe o entendimento de
que sejam institutos jurídicos distintos, vez que essa dicotomia retira huma- Maria Victória Benevides entende, na mesma linha, que os direitos hu-
nidade ao fundamental e fundamentalidade ao humano. No entanto, consi- manos são aqueles direitos comuns a todos os seres humanos, sem distin-
dera que os direitos humanos devem ser distinguidos dentro de uma escala ção de raça, sexo, classe social, religião, etnia, cidadania política ou julga-
de fundamentalidade, ao longo da qual se vai dos que prefere denominar mento moral. São aqueles que decorrem do reconhecimento da dignidade
direitos humanos principais (porque basilares, fundamentais em sentido intrínseca a todo ser humano. Independem do reconhecimento formal dos
amplo em que dão princípio e fundamento a seus direitos mais particulares poderes públicos – por isso são considerados naturais ou acima e antes da

Noções de Direito 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lei -, embora devam ser garantidos por esses mesmos poderes. [12] instituições que, em cada momento histórico, buscam concretizar as
exigências da dignidade, da liberdade, da igualdade, da fraternidade e
Tobeñas, agregando novos elementos ao conceito, afirma que direitos da solidariedade humanas, as quais devem ser reconhecidas positi-
humanos são aqueles direitos fundamentais da pessoa humana – conside- vamente, em todos os níveis.
rada tanto em seu aspecto individual como comunitário – que correspon-
dem a esta em razão de sua própria natureza (de essência ao mesmo Numa versão mais sintética, ainda podemos considerar os direitos hu-
tempo corpórea, espiritual e social) e que devem ser reconhecidos a respei- manos como sendo um conjunto de faculdades e instituições que, em
tados por todo poder e autoridade, inclusive as normas jurídicas positivas, cada momento histórico, buscam concretizar as exigências da digni-
cedendo, não obstante, em seu exercício, ante as exigências do bem dade da pessoa humana, as quais devem ser reconhecidas positiva-
comum" [13] mente em todos os níveis.

Alexandre de Moraes, numa perspectiva mais constitucionalista e pre- É que a dignidade parece-nos um valor aglutinante, embora não supe-
ferindo a expressão direitos humanos fundamentais, considera-os como rior hierarquicamente, dos valores da liberdade, da igualdade, da fraterni-
sendo o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano dade e da solidariedade humanas. Ou seja, não pode haver dignidade com
que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua liberdade abusivamente cerceada, nem na desigualdade, nem nos contra-
proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condi- valores da fraternidade e da solidariedade. No dizer de Eduardo Bittar e
ções mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana. [14] Guilherme Assis de Almeida [18], a dignidade da pessoa humana é o valor
inspirador e constitutivo dos Direitos Humanos. E ao mesmo tempo em que
Perez Luño, um dos poucos a enfrentar o desafio de refletir, analisar, aponta uma direção, a meta a ser atingida pelo corpus juris dos Direitos
desenvolver, fundamentar e sintetizar um conceito de direitos humanos que Humanos, é sua própria "força-motriz", constituindo-se verdadeira invarian-
considere as suas dimensões históricas, axiológicas e normativas, propõe te axiológica.
que os direitos humanos sejam entendidos como sendo um conjunto de
faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as Um preconceito negativo: uma grave distorção dos direitos huma-
exigências da dignidade, da liberdade e da igualdade humanas, as quais nos ou o discurso "antidireitos humanos".
devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em Um preconceito com grave carga negativa que vem sendo difundido,
nível nacional e internacional. [15] desde os anos 80, acerca dos direitos humanos, é a ideia distorcida que
insiste em descrever os direitos humanos como instrumento de "proteção
Edilsom Farias, inspirado no conceito de Perez Luño, atualiza-o, acres- dos bandidos contra a polícia". Tal deturpação vem quase sempre acompa-
centa-lhes os valores fraternidade ou solidariedade, declinando que os nhada das retóricas perguntas: "e os direitos humanos das vítimas?" ou
direitos humanos podem ser aproximadamente entendidos como constituí- "por que esse pessoal dos direitos humanos não defende as vítimas desses
dos pelas posições subjetivas e pelas instituições jurídicas que, em cada bandidos?".
momento histórico, procuram garantir os valores da dignidade da pessoa
humana, da liberdade, da igualdade e da fraternidade ou da solidariedade. Tal preconceito carrega dois problemas. Primeiro: a tentativa de aprisi-
[16] onar os direitos humanos às questões meramente policiais e, segundo, em
consequência, estigmatizar os defensores dos direitos humanos como
Norberto Bobbio [17] indica o itinerário de desenvolvimento dos direitos "protetores de bandidos".
humanos, ensinando que estes nascem como direitos naturais universais,
Ora, as questões policiais enfrentadas pelos direitos humanos constitu-
desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando cada Constitu-
em apenas pequena parte (situada no âmbito dos direitos civis) de seu
ição incorpora Declarações de Direitos), para finalmente encontrarem sua
amplo conteúdo. José Reinaldo de Lima Lopes [19] esclarece que os casos
plena realização como direitos positivos universais.
de defesa dos direitos humanos de meados da década de 70 para cá só
parcialmente se referem a questões policiais. A sua imensa maioria – não
A expressão e o conceito aqui propostos.
noticiada pela grande imprensa – esteve concentrada nas chamadas ques-
Considerando tais posicionamentos, adotamos a expressão direitos
tões sociais (direito à terra e à moradia, direitos trabalhistas e previdenciá-
humanos, por sua amplitude, eis que aqui nos referimos, principalmente,
rios, direitos políticos, direitos à saúde, à educação, etc). E no decorrer da
ao estudo dos Direitos Humanos protegidos no âmbito da comunidade
segunda metade da década de 80, principalmente nos anos de 1985 a
internacional, numa visão universalista ou internacionalista.
1988, as organizações de defesa dos direitos humanos multiplicaram
informações sobre a Constituição e a Constituinte, inclusive apresentando
Quanto ao conceito, adotaremos aquele apresentado por Perez Luño,
proposta (incluída no regimento interno do Congresso Constituinte) de
com o acréscimo dos valores fraternidade e solidariedade proposto por
emendas ao projeto de Constituição por iniciativa popular. Assim, a tentati-
Edilsom Farias. Porém, em nossa proposta, tais valores são distintos e não
va de restringir os direitos humanos às questões policiais é, senão carrega-
entendidos como tendo igual significado ou representativos do mesmo
da de ignorância quanto ao amplo conteúdo e alcance dos direitos huma-
momento histórico, mas reveladores de diferentes e novas dimensões dos
nos, motivada de má-fé por grupos de poder historicamente obstruidores do
direitos humanos e refletindo o seu processo histórico evolutivo.
irreversível processo evolutivo dos direitos humanos.
Esclarecendo melhor: Perez Luño justifica que incluiu em seu conceito Quanto ao questionamento referente às vítimas, José Reinaldo de Lima
de direitos humanos os valores da dignidade, da liberdade e da igualdade Lopes [20] também esclarece que os direitos humanos buscam defender a
por considerar que foram sempre em torno deles que os direitos humanos pessoa humana não de um indivíduo qualquer, isolado, atomizado, mas do
foram historicamente reivindicados. Edilsom Farias, por sua vez, comparti- exercício abusivo do poder, principalmente das instituições do poder políti-
lhando com tal perspectiva, acrescenta os valores da fraternidade ou da co, econômico, social e cultural. Ainda segundo José Reinaldo de Lima
solidariedade, justificando que tal se dá em virtude de que tais valores Lopes [21], a expressão direitos humanos refere-se aos conflitos entre as
fundamentam os direitos humanos de terceira geração/dimensão, estes não pessoas humanas e as organizações de poder: o Estado, o mercado,
mencionados no conceito de Perez Luño. Tal acréscimo nos parece certo e organizações burocráticas, impessoais, havendo sempre uma situação de
oportuno. Todavia, o valor da solidariedade parece-nos, hoje, fundamentar desequilíbrio estrutural de forças entre a vítima e o violador, sendo aquela
os direitos humanos em sua quarta geração/dimensão, já por muitos anun- permanente e estruturalmente subordinada a este. Assim, a relação de
ciada, emergindo das reflexões sobre temas referentes ao desenvolvimento conflito criminoso x polícia é enxergada pelos direitos humanos como
auto-sustentável, à paz mundial, ao meio ambiente global saudável e relação pessoa humana (criminoso) x Estado (polícia), não sendo permitido
ecologicamente equilibrado, aos direitos relacionados à biotecnologia, à ao Estado (polícia) abusar do poder (prisões ilegais, torturas, etc) contra as
bioengenharia e à bioética, bem como às questões relativas ao desenvol- pessoas (mesmo consideradas "criminosas").
vimento da cibernética, da realidade virtual, da chamada era digital, numa Deste modo, temos uma questão de direitos humanos quando se tem
perspectiva holística dos direitos humanos. uma relação de poder geradora de desigualdade e discriminação, em que a
parte hipossuficiente/vulnerabilizada desta relação é discriminada, subjuga-
Assim, os direitos humanos seriam hoje um conjunto de faculdades e da, coagida, submetida, forçada abusivamente aos interesses e/ou vonta-

Noções de Direito 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
des da outra parte, como nas relações de poder entre mercado x consumi- 2006.p.XXXI/XXXII.
dor , homem x mulher (relações de gênero), adulto x criança, branco x
preto, rico x pobre, hetero x homo, sadio x doente, pessoa não-deficiente x Informações bibliográficas:
pessoa com deficiência, pessoa jovem x pessoa idosa e até mesmo na
BORGES, Alci Marcus Ribeiro. Direitos humanos: conceitos e preconceitos. Jus
relação espécie humana x outras espécies. Em todas essas relações de
Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1248, 1 dez. 2006. Disponível em:
poder, os direitos humanos buscam a defesa da parte hipossuficien- <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9225>. Acesso em: 17 maio 2009.
te/vulnerabilizada, sendo, portanto direitos das vítimas, das vítimas de GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA, NEOLIBERALISMO E DIREITOS
abuso de poder. HUMANOS. DESAFIOS DIANTE DA NOVA REALIDADE GLOBAL
Texto extraído do Jus Navigandi
CANÇADO TRINDADE enfatiza: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11044
O Direito dos Direitos Humanos não rege as relações entre iguais; ope-
ra precisamente em defesa dos ostensivamente mais fracos. Nas relações Luís Fernando Sgarbossa
entre desiguais, posiciona-se em favor dos mais necessitados de proteção. Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mem-
Não busca um equilíbrio abstrato entre as partes, mas remediar os efeitos bro da Société de Législation Comparée (SLC) em Paris (França) e da
do desequilíbrio e das disparidades. Não se nutre das barganhas da reci- Associazione Italiana di Diritto Comparato (AIDC), em Florença (Itália),
procidade, mas se inspira nas considerações de ordre public em defesa dos seção italiana da Association Internationale des Sciences Juridiques (AISJ),
interesses superiores, da realização da justiça. É o direito de proteção dos em Paris (França). Especialista em Direito Constitucional, Professor de
mais fracos e vulneráveis, cujos avanços em sua evolução histórica se têm Graduação e Pós-Graduação em Direito.
devido em grande parte à mobilização da sociedade civil contra todos os Geziela Jensen
tipos de dominação, exclusão e repressão. Neste domínio de proteção, as Mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de
normas jurídicas são interpretadas e aplicadas tendo sempre presentes as Ponta Grossa (UEPG). Membro da Société de Législation Comparée (SLC),
necessidades prementes de proteção das supostas vítimas ". [22] em Paris (França) e da Associazione Italiana di Diritto Comparato (AIDC),
Logo, os direitos humanos não são neutros, mas tomam partido da em Florença (Itália), seção italiana da Association Internationale des Scien-
pessoa humana e buscam proteger, promover e zelar pela sua dignidade, ces Juridiques (AISJ), em Paris (França). Especialista em Direito Constitu-
eis que qualquer desrespeito à pessoa humana (independentemente de sua cional. Professora de Graduação e Pós-graduação em Direito.
condição) significa amesquinhar, empobrecer e desrespeitar toda a huma-
nidade, porquanto cada pessoa humana, em sua imagem, reflete toda a 1.Introdução
humanidade. A limitação do poder [01], de seu exercício, tem sido um dos desafios do
pensamento e da práxis política já há longa data. Os mais célebres exem-
NOTAS plos dos primeiros limites impostos ao exercício do poder datam já do
Século XIII.
1 SÁTIRO, Angélia e WUENSCH, Ana Miriam. Pensando melhor. Iniciação
ao Filosofar. São Paulo:Saraiva, 1997. p. 11; Tal limitação deu-se tanto pela engenharia orgânica ou institucional dos
2 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 7ª Estados, com criações como, por exemplo, a tripartição dos poderes ou o
ed.rev e ampl. de acordo com a nova Constituição. São Paulo:Editora constitucionalismo, como com a imposição de limites específicos à atuação
Revista dos Tribunais, 1991. p. 157;
estatal, através da instituição de direitos – inicialmente individuais –, imuni-
3 BOBBIO, Norberto. A era dos Direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio
dades e inviolabilidades ao poder impositivo, ao jus puniendi estatal e assim
de Janeiro:Campus, 1992. p. 17-32;
4 BONAVIDES, Paulo. Os Direitos Humanos e a Democracia. In Direitos por diante.
Humanos como Educação para a Justiça. Reinaldo Pereira e Silva org.
São Paulo:LTr, 1998. p. 16; Vislumbra-se, desde logo, que a questão da limitação do poder se co-
5 CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. loca, desde seus primórdios, como limitação do poder do soberano, ulteri-
5ª ed. Coimbra: Almedina, 2002. p. 369; ormente, portanto, como limitação do poder público estatal, razão da carga
6 BARROS, Sérgio Resende de. Direitos Humanos: paradoxo da civiliza- significativa das ideias correlatas à imposição de limites ao poder no âmbito
ção. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. p. 36-48; do Direito Público – para os sistemas que conhecem tal distinção. [02]
7 FARIAS, Edilsom. Liberdade de Expressão e Comunicação: teoria e pro-
teção constitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. p. Mudanças historicamente recentes na economia e na sociedade, espe-
27; cificamente o advento do fenômeno multifacetado denominado globaliza-
8 ANDRADE, José Carlos Vieira de. Os Direitos Fundamentais na Constitu- ção, causaram alterações que se revelam extraordinariamente significativas
ição Portuguesa. Coimbra: Almedina, 1987. p. 11; para o tema da limitação do exercício do poder, tema este que mantém,
9 ANDRADE, José Carlos Vieira de. op.cit. p. 12-30; como nunca, sua atualidade, como se verá neste rápido estudo.
10 HERKENHOFF, João Batista. Curso de Direitos Humanos. v I. São Pau-
lo: Acadêmica, 1994. p. 30; 2.Globalização econômica e neoliberalismo: conceituação e con-
11 ARAGÃO, Selma Regina. Direitos Humanos na ordem mundial. Rio de
textualização
Janeiro:Forense, 2000. p. 105;
A globalização é compreendida como um fenômeno recente em termos
12 BENEVIDES, Maria Victória. Cidadania e Justiça. In revista da FDE. São
Paulo, 1994; históricos, consistente na crescente intensificação de intercâmbios os mais
13 BENEVIDES, Maria Victória. Op.cit.; variados entre pontos distantes do globo terreste – daí seu nome.
14 MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais: teoria geral.
4ª ed. São Paulo:Atlas, 2002. p. 39;
No magistério de Abili Lázaro Castro de Lima, tal tipo ideal se caracte-
15 PEREZ LUÑO, Antonio Enrique. Derechos Humanos, estado de derecho riza por "uma crescente interconexão em vários níveis da vida cotidiana a
y Constitución. 3ª ed. Madri: Teccnos, 1990. p. 48. (tradução livre); diversos lugares longínquos do mundo". [03]
16 FARIAS, Edilsom. op.cit p. 26;
É fenômeno intimamente ligado às novas tecnologias de comunicação,
17 BOBBIO, Norberto. op. cit. P. 30-32;
18 BITTAR, Eduardo Carlos Bianca e ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso informação e transporte, que permitiram intercâmbios de ordem vária em
de Filosofia do Direito. São Paulo:Atlas, 2001. p. 454-456; uma escala planetária absolutamente sem precedentes na história da
19 LOPES, José Reinaldo de Lima. Direito, Utopia e Justiça. Rio de Janeiro: humanidade.
Coleção Seminários nº 09. Instituto de Apoio Jurídico Popular. Fase. p.
14; Evidentemente os diversos intercâmbios havidos ao redor do globo, en-
20 LOPES, José Reinaldo de Lima. op. cit. p. 13; tre os mais diversos povos, civilizações, culturas e grupamentos humanos,
21 LOPES, José Reinaldo de Lima. op. cit. p. 13-14; não é fenômeno recente. O que caracteriza a globalização e lhe confere
22 Antônio Augusto Cançado Trindade na apresentação do livro de Flávia sua especificidade, sua particularidade, é exatamente a extensão e a
Piovesan. PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional intensidade sem precedentes dos intercâmbios, à qual já se referiu e a qual,
internacional. 7 ed. rev. ampl.. e atual. São Paulo: Saraiva, em grande parte, somente se faz possível por força das novas tecnologias

Noções de Direito 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a que também já se fez referência. [04] extra ou ultra-estatais. [11]

Pois bem, a globalização – ou mundialização, como preferem alguns – a) Estados nacionais e poder público estatal
é um fenômeno polifacetado, também conforme já consignado. Isto quer Com a concentração de prerrogativas tais quais as de imposição tribu-
dizer o intercâmbio intensificado que a caracteriza não se limita a um as- tária, administração da justiça e poderio militar nas mãos do soberano,
pecto da vida, possuindo várias dimensões, por assim dizer. [05] expropriados os antigos estamentos da participação do poder [12], o exercí-
cio do poder se consolidou na esfera pública. Assim a questão da limitação
Assim, é possível falar-se em globalização econômica, ao lado de glo- do poder volta-se centralmente para os Estados nacionais. [13]
balização cultural, da globalização política e assim por diante. Embora,
portanto, sejam distinguíveis diferentes aspectos do fenômeno da globali- Não se desconhece, por evidente, a permanência de certas formas de
zação, isto não está a significar que eles sejam estanques e incomunicá- poder – notadamente do relevante poder econômico – no âmbito privado. O
veis. Ao contrário, a globalização econômica influencia fortemente as que se necessita frisar, neste passo, é que, em um primeiro momento, a
demais dimensões do fenômeno. [06] questão da limitação do poder em sua acepção sociológica (vide notas de
fim), volta-se essencialmente, se não unicamente, aos entes estatais.
O fenômeno da globalização econômica é o ponto de partida para a
migração do poder que se verifica na recente história mundial, migração Os poderes privados, essencialmente econômicos, são, inicialmente,
esta que está a reclamar uma verdadeira redefinição da questão político- controlados pela intervenção dos Estados nacionais, mais ou menos signifi-
jurídica da limitação do poder nas sociedades humanas contemporâneas. cativamente conforme o lugar, a época, os contextos e conjunturas sócio-
político-econômicas.
A globalização econômica, axial para o deslocamento do poder que se É assim que surge, por exemplo, a regulação estatal do trabalho, con-
vai abordar, consiste na intensificação sem precedentes no intercâmbio de substanciada na legislação trabalhista, a qual, por período significativo da
bens e serviços ao redor do mundo, como já visto. história recente da humanidade limitou – e continua, em certa medida, a
fazê-lo – consideravelmente o exercício do poder por entes privados.
John Gray a definiu como "a expansão mundial da produção industrial
e de novas tecnologias promovida pela mobilidade irrestrita do capital e a É exatamente contra este tipo de intervenção que logra, com êxito, in-
total liberdade do comércio". [07] surgir-se o pensamento neoliberal.

Tal globalização somente é possível, de um lado, pelas novas tecnolo- b)Organismos internacionais, transnacionais, megacorporações e
gias às quais já se fez referência – especialmente em sede de comunica- poder privado
ções e transportes – e, de outro, por uma severa redefinição do panorama Com o fenômeno da globalização econômica e o advento de empresas
mundial em termos de fronteiras e soberania dos Estados. transnacionais, multinacionais e conglomerados ou holdings espalhadas
pelos cinco continentes, surge um novo panorama no que diz respeito ao
Para que a globalização econômica se fizesse possível fez-se imperati- exercício do poder.
va uma readequação das relações inter-estatais em escala global, de modo
a, eliminando barreiras jurídicas, tributárias, alfandegárias e o mais, permi- Algumas empresas chegando a níveis de acumulação de capital es-
tir-se o amplo intercâmbio de mercadorias e serviços que a caracteriza. pantosamente altos, superando os orçamentos de muitos Estados nacio-
nais inteiros, passam a influenciar pesadamente a atuação estatal, a relati-
Assim a globalização econômica não prescindiu, para seu advento e a- vizar as possibilidades dos Estados nacionais de lançar mão dos tradicio-
firmação, de um programa político e teórico que lhe embasasse e preparas- nais mecanismos de regulação da economia – tão caros ao Estado Social
se o terreno social, cultural e político para sua aparição. ou welfare state – e deflagrar um processo de migração do poder da esfera
pública para a esfera privada. [14]
O instrumento teórico a embasar a globalização econômica é o conjun-
to de teorias econômicas conhecido como neoliberalismo. [08] A maximização da repercussão pública de decisões privadas [15] defla-
grada pela nova situação mundial, em que uma grande corporação pode,
O neoliberalismo consiste em um movimento de reação político-teórico facilmente, fechar sua unidade ou suas unidades em um determinado país,
contra o Estado social e sua intervenção na economia. Assim, condena a transferindo-as para outros onde encontre situações mais favoráveis –
intervenção estatal na economia, atribui – como o faziam as escolas liberais salários mais baixos ou tributos menos gravosos – acaba por gerar signifi-
das quais descende – a auto-regulação dos mercados. [09] cativos e crescentes constrangimentos ao poder decisório e interventivo
estatal na economia. [16]
Preconiza, para tanto, um Estado de formatação mínima, que somente
exerça funções bem definidas como estatais para tais correntes – tais quais Não raro muitos Estados são obrigados a ajustar seus ordenamentos
segurança pública e administração da justiça –, bem como a formação de jurídicos à nova realidade mundial, em face de uma competição ou concor-
um mercado mundial, com supressão das barreiras à circulação de bens e rência global, concorrência direta do novel caráter transnacional das corpo-
serviços ao redor do globo, de modo a permitir que o mercado mundial rações, o que significa, ao fim e ao cabo, na minoração de direitos sociais,
assim instaurado, por seus mecanismos próprios, como a concorrência como os trabalhistas e previdenciários, v.g., na concessão de isenções e
global assim instaurada, regule a si mesmo. [10] imunidades tributárias e outros benefícios vários.

Tais teorias são o vetor político-teórico da globalização econômica, Verifica-se, na contemporaneidade e partout uma impossibilidade dos
tendo atuado tanto dentro das academias quanto junto aos governos e, Estados tomarem decisões soberanas e livres de constrangimentos, por
através da mídia, junto à massa da população, possibilitando a formação de parte dos interesses privados das empresas transnacionais, em domínios
um ambiente cultural e ideologicamente propício ao advento da globaliza- como o social, por exemplo. [17]
ção econômica e, consequentemente, a instauração de uma concorrência
global. Mas não apenas as transnacionais acabam por conseguir impor suas
preferências aos Estados, em detrimento da soberania estatal nacional no
3.Migrações do poder (Kraft, kratos): do poder público estatal ao processo de tomada de decisões. Outros organismos extra (ou ultra) esta-
poder privado ultra-estatal. tais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, passam a
A alteração das relações sócio-econômicas e da divisão do trabalho em ter um poder cada vez mais significativo e, ao fim e ao cabo, dão o coup de
nível global, engendrada pela globalização econômica informada pelas grâce em qualquer possibilidade de autonomia estatal.
teorias neoliberais repercutiu severamente na conformação dos Estados,
notadamente após a década de 80 do século XX, causando, como se verá Com efeito, a renegociação das dívidas externas dos diversos países
no presente item, uma significativa migração do poder da esfera pública em desenvolvimento, bem como a concessão de novos créditos, fica su-
para esferas privadas e mesmo para novas esferas, de natureza equívoca, bordinada ao denominado princípio da condicionalidade, através do qual os

Noções de Direito 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
organismos internacionais em questão conseguem impor reestruturações e inicialmente em nível teórico e, ato contínuo, na luta para a implantação, de
ajustes econômicos àqueles países tão significativos a ponto de restar mecanismos de limitação e controle do exercício do poder pelos agentes
muito pouco espaço para qualquer decisão autômoma por parte dos emer- privados em nível internacional.
gentes. [18]
Deste modo, o que hora se vê é uma espécie de refluxo à situação an- 5.Luigi Ferrajoli: globalização como vazio do Direito Internacional
terior à configuração do Estado moderno, qual seja, uma situação em que o Público.
poder (ou a soberania) é compartilhado entre a esfera pública e várias Após abordar, em recente estudo, a crise dos modelos que denomina
esferas privadas. A diferença reside na amplitude da questão: passou-se forte e débil de Estado de Direito (Estado legislativo de Direito e Estado
dos feudos da Idade Média aos grandes impérios mundiais das megacorpo- Constitucional de Direito, respectivamente), o jurista italiano Luigi Ferrajoli
rações. definiu a globalização como um vazio de Direito [Internacional] Público:

4.Da limitação do poder. Por lo demás, todo el proceso de integración económica mundial que
a)Da limitação do poder público estatal: constitucionalismo, poli- llamamos ‘globalización’ bien puede ser entendido como un vacío de
cracia, democracia. Derecho público producto de la ausência de límites, reglas y controles
A limitação do poder, até a consolidação do quadro rapidamente ex- frente a la fuerza, tanto de los Estados con mayor potencial militar
posto nos itens precedentes, teve como seu centro de atenção o Estado como de los grandes poderes económicos privados [23] (destaques
nacional, territorialmente delimitado. [19] ausentes do original).
As formas de limitação do exercício do poder pelo soberano ou pelo Identifica, assim, Ferrajoli a falta de regulação e limitação dos poderes,
Estado são várias, podendo-se destacar dois tipos, a saber, de um lado, a tanto estatais e públicos quanto extra-estatais e privados, na nova conjuntu-
engenharia institucional do próprio Estado – seu projeto orgânico – e, de ra sócio-econômica e política global. Prossegue:
outro, a imposição direta de limites a seu atuar.
A falta de instituciones a la altura de las nuevas relaciones, el Derecho
No primeiro grupo inserem-se as conformações estatais voltadas a re- de la globalización viene modelándose cada día más, antes que en las
duzir, mitigar ou neutralizar a concentração de poder em mãos de um ou de formulas públicas, generales y abstractas de la ley, en las privadas del
uns poucos indivíduos, órgãos ou grupos. contrato, signo de una primacía incontrovertibile de la economia sobre
la politica y del mercado sobre la esfera pública. De tal manera que la
Assim, as ideias de separação dos poderes pelas suas funções, seu
regresión neoabsolutista de la soberanía externa (unicamente) de las
exercício como um sistema de freios e contrapesos – checks and balances
grandes potencias está acompañada de una paralela regresión neoabso-
-, os sistemas parlamentaristas, a ideia do controle de constitucionalidade e
lutista de los poderes económicos transnacionales, un neoabsolutismo
dos tribunais constitucionais, por exemplo, constituem arranjos institucio-
regresivo y de retorno que se manifiesta en la ausencia de reglas abierta-
nais engendrados no espírito de impedir a apropriação monocrática do
mente asumida por el actual anarco-capitalismo globalizado, como una
poder. A democracia assenta-se sobre as mesmas premissas de distribui-
suerte de nueva grundnorm del nuevo orden económico internacional
ção do poder. [20]
(negritos ausentes do original, itálicos do original). [24]
A par dos arranjos institucionais com a finalidade de limitação do poder,
outra forma distinta de se buscar atingir tal finalidade é aquela da imposição O mesmo sentir se manifesta em Boaventura de Sousa Santos, citado
de limites ao soberano ou ao Estado. Assim a ideia de direitos e liberdades por Abili Lázaro Castro de Lima, segundo quem
individuais, de direitos fundamentais e de direitos humanos oponíveis ao [a] perda da centralidade institucional e de eficácia reguladora dos Es-
Estado constitui exatamente o exemplo por excelência de tal vertente da tados nacionais, por todos reconhecida, é hoje um dos obstáculos mais
limitação do poder. resistentes à busca de soluções globais. É que a erosão do poder dos
Estados nacionais não foi compensada pelo aumento de poder de qualquer
Aqui surgem as vedações e os limites ao exercício do jus puniendi es- instância transnacional com capacidade, vocação e cultura institucional
tatal, assim como as isenções e imunidades tributárias, e toda uma gama voltadas para a resolução solidária dos problemas globais. De fato, o cará-
de direitos, liberdades e garantias que representam, inicialmente, exata- ter dilemático da atuação reside precisamente no fato da perda de eficácia
mente a dimensão dita negativa, ou seja, a imposição de um não-agir ao dos Estados nacionais se manifestar antes na incapacidade destes para
Estado, a imposição de limites ao atuar estatal, ao exercício do poder construírem instituições internacionais que colmatem e compensem esta
estatal. perda de eficácia. [25]

b)Da limitação do poder privado e extra ou ultra-estatal: constran- Com efeito, é de ser creditado ao Direito Internacional Público, assim
gimentos e incapacidade dos Estados nacionais. como ao Direito Constitucional, o mérito dos avanços até hoje verificados
Tendo migrado o poder do Estado para entes privados ou ultra- em matéria de limitação do poder e de seu exercício em face dos Estados
nacionais, pelos fenômenos complexos sucintamente resumidos linhas nacionais.
atrás, resta observar que todas as técnicas e teorias acerca da limitação do
poder acabam por ficar em descompasso para com a nova realidade posta. O Direito Constitucional, não apenas no que se refere à engenharia do
[21]
Estado como, especialmente, na instituição dos direitos e garantias funda-
mentais, limitações por excelência do poder estatal, desempenhou papel
Com efeito, inúmeros dos arranjos institucionais como a democracia, relevantíssimo nesta seara.
bem como relativos às simples limitações ao agir estatal, como os direitos e
garantias individuais, acabam por ficar desatualizados e inermes em face O mesmo se diga em relação ao Direito Internacional Público, nele
de novas formas de exercício de poder privado em proporções dantes compreendidos o Direito Internacional Humanitário, o Direito Internacional
desconhecidas. dos Direitos Humanos e ainda o Direito dos Refugiados, cuja atuação foi
decisiva tanto para processos de redemocratização quanto para o combate
Se, de um lado, a política se esvazia de conteúdo por força das restri-
ao poder abritrário em situações extremas de guerra-civil, genocídio e o
ções às escolhas possíveis pela imposição de parâmetros heterônomos
mais.
pelo Banco Mundial e pelo FMI [22], dentre outros elementos, por um lado, e
se, por outro lado, os direitos trabalhistas e sociais naufragam em face da
Ocorre que todo o arcabouço teórico-prático, seja de Direito Constitu-
incapacidade dos Estados nacionais em oporem-se, eficazmente, às multi-
cional, seja de Direito Internacional Público, encontra-se centrado na figura
nacionais, é preciso constatar a mudança de panorama na geopolítica do
do Estado nacional, ora como agente executor do poder público a ser
poder mundial e contextualizar as teorias e práticas da limitação do poder à
limitado, ora como agente limitador dos poderes privados.
nova realidade, como condição de possibilidade da própria limitação.
Vista a atual incapacidade dos Estados nacionais em fazer frente efi-
Se, de um lado, não se deve abrir mão das conquistas obtidas quanto à
cazmente aos novos poderes privados, em face dos constrangimentos que
limitação do poder público, não se deve, por outro lado, permanecer inerme
estes lhes impõem, resta como desafio, especialmente ao Direito Interna-
em relação ao exercício do poder privado, fazendo-se necessária a busca,

Noções de Direito 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cional Público, a limitação, em níveis global, do exercício do poder privado nhia telefônica, a teoria da Drittwirkung ganha maior aceitação.
e extra-estatal no novo contexto mundial.
Konrad Hesse, por exemplo, inicialmente cauteloso em relação à Dritt-
Por outro lado, um dos construtos teóricos que parecer constituir uma wirkung [32] assim se manifesta, ao examinar a influência do poder na rela-
das bases de uma possível resposta ao problema que ora se coloca – qual ção interprivada em questão, numa perspectiva mediata, admitindo a inci-
seja, o da limitação de um poder fora de um ambiente de subordinação dência imediata na ausência ou insuficiência da intermediação legislativa:
territorialmente delimitado – advém exatamente da teoria da constituição,
mais especificamente da teoria dos direitos fundamentais, embora não seja, Ao contrário, os direitos fundamentais influenciam as prescrições jurídi-
em absoluto, desconhecido no Direito Internacional dos Direitos Humanos. co-privadas tanto mais eficazmente quanto mais se trata da proteção da
É a tal construto que se dedicará o próximo tópico. liberdade pessoal contra o exercício de poder econômico ou social. [...] Não
é o sentido do estar livre das vinculações dos direitos fundamentais, san-
6.Drittwirkung: eficácia horizontal dos direitos humanos funda- cionar jurídico-constitucionalmente exercício destruidor de liberdade de
mentais e poderes privados ultra-estatais. poder econômico ou social. Se a legislação não, ou só incompletamente,
"Alega-se que o Direito Internacional visa somente os atos dos Estados tem em conta essa situação, então as regulações correspondentes devem
soberanos e que não prevê sanções para os delinquentes individuais. ser interpretadas ‘na luz dos direitos fundamentais’. Se não é possível
Pretende-se, ainda, que quando o ato incriminado é perpetrado em nome trazer ao efeito os direitos fundamentais por esse caminho, ou faltam até
de um Estado, os executantes não são pessoalmente responsáveis; que regulações legais, então devem os tribunais a proteção desses direitos – no
eles são cobertos pela soberania do Estado. O Tribunal não pode aceitar exercício do dever de proteção estatal (supra, número de margem 350) –
nem uma, nem outra dessas teses. Admite-se, há muito, que o Direito das garantir." [33]
Gentes impõe deveres e responsabilidades às pessoas físicas." (Anais dos
Julgamentos do Tribunal Internacional de Nuremberg). [26] Exatamente porque o exercício do poder – seja ele público, seja ele
privado – encontra-se intimamente ligado aos direitos e garantias funda-
Causou aceso debate, em tempos relativamente recentes, a afirmação mentais (e aos direitos humanos), que buscam, por definição, limitá-lo. [34]
das teorias relativas à denominada eficácia horizontal dos direitos funda-
mentais – Horizontalwirkung –, também denominada Drittwirkung, ou seja, Poder-se-ia afirmar, parafraseando até certo ponto um célebre autor
literalmente eficácia perante terceiros, ou ainda eficácia dos direitos, liber- tedesco em outro contexto, que quão mais presente estiver na relação a
dades e garantias na ordem jurídica privada (Geltung der Grundrechte in questão do exercício de poder entre um particular em relação a outro, tanto
der Privatrechtsordnung). [27] mais razão haverá para que se admita a incidência da Drittwirkung ou
eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
A ideia propugnada por seus defensores é, essencialmente, a de que,
em sendo os direitos fundamentais o ápice normativo e axiológico das A ideia de oponibilidade de direitos fundamentais (ou humanos) a parti-
atuais cartas constitucionais e, se tendo em mente a primazia da Constitui- culares ou a agentes não-estatais não é estranha ao Direito Internacional,
ção, substância mesma do princípio da constitucionalidade, bem como a como já afirmado. Ali, tal ideia é nomeada eficácia erga omnes, ou seja,
dimensão objetiva dos direitos fundamentais, juntamente com outros fun- eficácia contra todos dos direitos humanos o que, em última análise, outra
damentos teóricos, estes impõe-se não apenas em face do Estado, impon- coisa não é senão a própria ideia de eficácia contra terceiros (literalmente,
do limites à sua atuação, mas também aos particulares em suas relações Drittwirkung), ou seja, contra terceiros que não sejam o Estado ou seus
privadas. [28] agentes.

Assim, a oponibilidade dos direitos fundamentais, sua vinculatividade, Sobre o tema, assim discorre Antônio Augusto Cançado Trindade:
dar-se-ia, figurativamente, em duas direções: verticalmente – relação Certos direitos humanos têm validade erga omnes, no sentido de que
particular x Estado – e horizontalmente – relação particular x particular. [29] são reconhecidos em relação ao Estado, mas também necessariamente
"em relação a outras pessoas, grupos ou instituições que poderiam impedir
À toda evidência a recepção de uma tal teoria variou entre posturas o seu exercício. [35]
que foram da efusiva aceitação à rejeição completa. Os detratores da ideia
da Drittwirkung baseiam-se no argumento de que tal teoria acaba por levar O autor arrola diversos instrumentos internacionais de direitos humanos
a uma concepção totalizante da ordem jurídica, sujeitando os particulares a que contêm dispositivos que sustentam a oponibilidade dos direitos huma-
restrições severas e admitindo qualquer conteúdo, bem como que seria nos neles consagrados perante particulares e observa as recentes evolu-
incompatível com outros bens ou valores constitucionalmente tutelados, tais ções doutrinária e jurisprudencial em tal sentido. [36]
quais a autonomia privada [30], havendo quem aí vislumbrasse uma colisão
de direitos fundamentais. Em outro tomo de sua obra Tratado de Direito Internacional dos Di-
reitos Humanos, Cançado Trindade conclui pela crescente conscientiza-
Com efeito, uma das principais dificuldades enfrentadas pela teoria da
ção da
Drittwirkung é o delineamento dos limites a oponibilidade dos direitos fun-
(...) necessidade premente de defender os direitos humanos contra os
damentais (Grundrechte) aos particulares, bem como das circunstâncias de
abusos do poder público, assim como de todo outro tipo de poder: os
tal oponibilidade. Em outras palavras, como (de que modo) e em que medi-
direitos humanos têm sido e devem continuar a ser consistentemente
da se dá a vinculação de particulares aos direitos fundamentais. [31]
defendidos contra todos os tipos de dominação. [37]
Cabe observar que, em sendo as circunstâncias fáticas influentes so-
bre o direito, se a teoria da oponibilidade irrestrita dos direitos fundamentais Pois bem, são construtos como o da Drittwirkung ou Eficácia erga om-
aos particulares permanece extremamente controversa, a oponibilidade de nes dos direitos humanos fundamentais, juntamente com outros, como a
tais direitos em situações de desequilíbrio ou assimetria entre os privados ideia de Jus Cogens das normas internacionais protetivas de direitos hu-
em questão – relações entre hipossuficientes e hipersuficientes – já é mais manos que se reputam, no presente trabalho, aptos a fornecer o supedâneo
tranquilamente aceita. teórico inicial para a construção de uma teoria dos direitos humanos fun-
damentais contemporizada e contextualizada no atual ambiente globaliza-
Passando, portanto, ao largo da discussão acerca da eventual vincula- do, apta a iniciar uma resposta ao crescimento vertiginoso do poder privado
ção de particulares em condições de (sempre relativa) igualdade, de se na atualidade (neo-hipertrofia esferas privadas de poder).
observar mais detidamente a plausibilidade das teses que propugnam pela
oponibilidade dos direitos e garantias fundamentais a particulares que Reputa-se, concludentemente, que os direitos humanos podem e de-
exerçam poder, de uma forma ou de outra. vem ser considerados oponíveis tanto contra o Estado – sua eficácia dita
vertical, clássica – quanto contra particulares em sede de relações interpri-
Com efeito, quando se questiona da oponibilidade dos direitos funda- vadas – sua eficácia interprivada, nova –, em face do crescimento do poder
mentais em uma relação entre um particular, v.g. um consumidor, e uma privado e da migração de parcelas consideráveis do poder outrora público
grande corporação, como, v.g., uma instituição financeira ou uma compa- para âmbitos privados de decisão, situação esta a revelar uma assimetria

Noções de Direito 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
entre agentes hiper-suficientes ou dominadores extra-estatais e sujeitos de ra enfrentada pelo então incipiente Direito Internacional Público, em um
direito hipossuficientes ou dominados. contexto ainda de poderes públicos encarnados em Estados nacionais, e
como aquelas até o presente momento não resolvidas, mas que, nem por
Resta saber de que forma se poderia fazer a imposição de tais direitos isso, representaram razão suficiente para o abandono da ideia de um
aos novos agentes potencialmente violadores de direitos humanos funda- controle internacional e supra-nacional do exercício do poder, sempre
mentais, em face do quadro de impotência estatal para tanto, bem como ameaçador dos direitos e liberdades, seja este poder público ou privado.
qual seria o órgão com capacidade e recursos para tanto.
Mudam os atores em cena, muda o peso de cada agente, talvez, mas a
7.Conclusão: desafios do Direito Internacional dos Direitos Huma- questão permanece a mesma, vale dizer, buscar e propugnar pela adoção
nos em face das migrações do poder. Da nova feição dos tratados de soluções para o já antigo e ainda tão atual problema do controle e da
internacionais de direitos humanos em face dos poderes privados e limitação do poder em um ambiente em que, diversamente do nacional, não
extra-estatais. vige a lógica da subordinação, mas uma lógica de coordenação.

Em síntese, resgatando o quanto visto: os sistemas de limitação do po- É fato que se deve reconhecer que hoje, ao lado do desafio dos orga-
der, consistentes basicamente em arranjos institucionais (como a democra- nismos internacionais encarregados da proteção dos direitos humanos
cia e o constitucionalismo) e limitações (consistentes em direitos, liberda- fundamentais no sentido de impor o Direito Internacional dos Direitos Hu-
des, imunidades) foi engendrado com vistas a um panorama sócio- manos a entes (ainda) não sujeitos a uma jurisdição externa de direito
econômico e político diverso do atual, profundamente alterado pela globali- público – os Estados – surge o desafio de fazê-lo, também, em relação a
zação econômica e pelo ideário neoliberal que lhe serve de sustentáculo. entes de natureza privada sem vinculação a qualquer espaço territorial
nacional definido – as transnacionais – e outros agentes extra ou ultra-
Segundo Abili Lázaro Castro de Lima, o Estado nacional territorialmen- estatais exercentes de parcelas cada vez mais crescentes de poder e cujas
te delimitado perde seu sentido como espaço de luta e conquista políticas e ações e decisões afetam e podem afetar, cada dia mais, os direitos já
de defesa de direitos, em face da nova ordem instaurada. [38] consagrados e os arranjos institucionais, como a democracia, tão dificilmen-
te burilados.
Quanto às temáticas dos direitos humanos e direitos e garantias fun-
damentais, o Direito Constitucional e o Direito Internacional dos Direitos A solução ao problema posto, em um espaço desterritorializado e privo,
Humanos acabam por revelar-se defasados. A assertiva deve ser bem portanto, de uma jurisdição propriamente dita, e ainda, envolvendo agentes
compreendida: sua atualidade e importância ímpares diante do poder tão poderosos a ponto de serem capazes de constranger e impor suas
público continuam intocadas. Apenas passa a transparecer uma insuficiên- decisões e determinações aos Estados nacionais, evidentemente não
cia quanto às respostas necessárias em face dos novos poderes (ou con- poderá ser realizada dentro de um ordenamento jurídico circunscrito a tal
trapoderes) privados e extra-estatais. espaço territorialmente delimitado e informado pela lógica, outrora válida e
hoje relativizada, dos Estados nacionais.
Antônio Augusto Cançado Trindade já havia constatado a lacuna e
chamado a atenção para a necessidade de sua resolução: Diante do quadro até aqui traçado, pode-se cogitar algumas possibili-
Com efeito, o fato de os instrumentos de proteção internacional em dades de desenvolvimento, no âmbito dos futuros tratados internacionais de
nossos dias voltarem-se essencialmente à prevenção e punição de viola- direitos humanos, de soluções ao problema que ora se buscou expor e,
ções dos direitos humanos cometidas pelo Estado (seus agentes e órgãos) dentro do possível, enfrentar.
revela uma grave lacuna: a da prevenção e punição de violações dos
direitos humanos por entidades outras que o Estado, inclusive por simples a)Novos sujeitos passivos de obrigações internacionais: os pode-
particulares e mesmo por autores não-identificados. Cabe examinar com res privados.
mais atenção o problema e preencher esta preocupante lacuna. A solução Preliminarmente, parece que a resposta à hipertrofia do poder nas es-
que se vier a dar a este problema poderá constribuir decisivamente ao feras privadas transnacionalizadas (como, e.g., as transnacionais) passa,
aperfeiçoamento dos mecanismos de proteção internacional da pessoa necessariamente, pelo desenvolvimento da tendência em introduzir os
humana, tanto os de proteção dos direitos humanos stricto sensu quanto os particulares como sujeitos ativos e passivos de Direito Internacional Público
de Direito Internacional Humanitário. [39] e, notadamente pela inclusão, doravante, nos tratados internacionais de
direitos humanos, de disposições expressas e inequívocas assecuratórias
As mudanças às quais se faz referência não retiram, portanto, em nada de oponibilidade dos direitos humanos em face de agentes privados poten-
e por nada, a relevância das conquistas e dos avanços teóricos e práticos cialmente violadores de suas disposições.
no particular, antes o reafirmam e exigem atenção redobrada para sua
preservação, seu aperfeiçoamento, incremento e expansão. A ideia, quanto a este ponto, é, essencialmente, incluir os poderes pri-
vados no polo passivo das obrigações instauradas pelos instrumentos
É exatamente a necessidade de expansão, aperfeiçoamento e incre- internacionais de direitos humanos, independentemente de ratificação dos
mento, tanto da temática dos direitos humanos quanto dos direitos e garan- tratados pelos mesmos – o que seria absurdo –, o que remete, imediata-
tias fundamentais, nos âmbitos, respectivamente, do Direito Internacional mente, ao próximo tópico.
Público e do Direito Constitucional, e conjugadamente, interagindo ambos,
que se busca evidenciar com o presente trabalho. b)Direitos Humanos como Jus Cogens.
Evidentemente a oponibilidade erga omnes, em face de terceiros (a-
Todo o arcabouço teórico-prático, de teorias e instituições voltadas à
gentes não estatais), privados exercentes de poder (econômico ou de outra
limitação do poder permanece hígido e atual, mas aparece fragilizado
natureza, como midiático, e.g.) não dependeria, como salientado no item
enquanto não se desenvolver, através de teorias como a do Drittwirkung ou
precedente, de ratificação de novéis instrumentos internacionais de direitos
da oponibilidade erga omnes dos direitos humanos fundamentais, o cabedal
humanos por parte destes.
teórico e prático-jurídico para fazer face ao poder privado, prevalecente
com o advento e a afirmação do processo de globalização econômica. A ideia é a de que os direitos humanos devem ser considerados, tanto
em face dos Estados e, com razão ainda maior, em relação aos poderes
Deve ser, portanto, preocupação premente do Direito Internacional dos
privados, Jus Cogens, isto é, direito imperativo, cogente e peremptório,
Direitos Humanos, doravante, colmatar a lacuna do vazio a que se referem
independente da vigência do princípio pacta sunt servanda que informa o
Ferrajoli e Cançado Trindade, nomeado globalização, fazendo face aos
direito dos tratados.
novos megapoderes privados transnacionais e/ou extra ou ultra-estatais,
buscando impor-lhes limites. Mais uma vez, quanto ao particular, o magistério de Antônio Augusto
Cançado Trindade:
Trata-se, por evidente, de tarefa hercúlea, que não será facilmente a- Em suma e conclusão, nosso propósito deve residir em definitivo no
dimplida e que oferecerá àqueles indivíduos e organismos que a ela se desenvolvimento doutrinário e jurisprudencial das normas peremptórias do
dedicarem dificuldades incomensuráveis. Dificuldades como aquelas outro- direito internacional (jus cogens) e das correspondentes obrigações erga

Noções de Direito 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
omnes de proteção do ser humano. Mediante este desenvolvimento logra- ou dos ‘dominados’), e de fato as influencia de tal modo que estas ações, num
remos transpor os obstáculos dos dogmas do passado e criar uma verda- grau socialmente relevante, se realizam como se os dominados tivessem feito
deira ordre public internacional baseada no respeito e observância dos do próprio conteúdo do mandado a máxima de suas ações (‘obediência’). WE-
BER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva.
direitos humanos. Só assim nos aproximaremos da plenitude da proteção
v. 2. Trad. Regis Barbosa e Karen E. Barbosa. Brasília: Editora da Universidade
internacional do ser humano. [40] de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004, p. 187-
191. Wilson Steinmetz, após frisar, com Bobbio, o caráter relacional do poder,
Em resumo, a ideia singela aqui contida e sustentada – de repercus- situa este como espécie do gênero influência, valendo-se das lições de Robert
sões significativas – é a de normas de direitos humanos imperativas – e Dahl: "a influência [...] é uma relação entre atores, na qual um ator induz outros
não apenas obrigatórias [41] – oponíveis a terceiros que não serão partes no atores a agirem de um modo que, em caso contrário, não agiriam", concluindo
tratado (poderes privados), oponibilidade esta sobre cuja efetividade e cujo com Bobbio, citado por Dahl: "O poder de A implica a não-liberdade de B", "a li-
sancionamento incumbirá aos Estados-partes no tratado, conforme se berdade de A implica o não-poder de B". Observa, por fim, que o poder "é um
fenômeno social em sentido amplo, porque se manifesta nas múltiplas relações
defende no item sucessivo. [42]
sociais, sejam elas verticais, sejam elas horizontais." STEINMETZ, Wilson. A
vinculação dos particulares a direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros,
Por fim, resta enfrentar aquele que talvez constitua o ponto nevrálgico 2004, p. 86 e p. 89.
da temática ora tratada, a saber, a forma de imposição dos direitos huma- 02 É sabido que a distinção entre direito público e direito privado, central aos
nos fundamentais e de sanção por comportamentos que caracterizem sistemas de matriz romanista, é desconhecida no sistema anglo-americano, a
violação aos mesmos por parte dos poderes privados, especialmente os Common Law. Neste sentido, SGARBOSSA, Luís Fernando. JENSEN, Geziela.
transnacionais. Elementos de Direito Comparado. Ciência, política legislativa, integração e
prática judiciária. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2008, pp. 108 e
c)Sanções coletivas pelos Estados-parte 116.
03 LIMA, Abili Lázaro Castro de. Globalização econômica, política e direito.
Como visto, o principal óbice à imposição, pelos Estados nacionais, de
Análise das mazelas causadas no plano político-jurídico. Porto Alegre: Sergio
limitações consistentes em direitos fundamentais ou direitos humanos aos Antonio Fabris Editor, 2002, p. 127.
novos poderes privados tem sido sua natureza transnacional, a qual, atra- 04 LIMA, Abili Lázaro Castro de. Idem, p. 125.
vés da repercussão pública das decisões privadas e da mobilidade espacial 05 Idem, p. 126.
tem redundado na imposição de constrangimentos à soberania estatal. 06 Ibidem.
07 Idem, p. 139.
A imposição dos direitos humanos fundamentais aos poderes privados 08 Idem, p. 156.
transnacionais somente pode se dar em um âmbito supranacional ou inter- 09 Sobre o tema do individualismo e do liberalismo, oportuna a lição de Nicholas
nacional, como, por exemplo, no âmbito do Sistema Global de Proteção dos Barr: "Por analyser l’Etat-providence, Il est utile de distinguer trois grands cou-
rants théoriques, individualiste, libéral et collectiviste. L’individualisme s’inscrit à
Direitos Humanos – onusiano – ou dos Sistemas Regionais de Proteção.
bien des égards dans la lingée directe du ‘libéralisme pur’ du XIXe siècle, mal-
gré, nous allons le constater, d’importantes différences entre les partisans des
Para tanto, pode-se cogitar a instituição, nos novéis tratados interna- ‘droits naturels’ et les individualistes ‘empiriques’. Les premiers (Nozick, par e-
cionais de direitos humanos, de órgãos especializados de fiscalização no xemple) jugent l’intervention de l’Etat moralement contreindiquée, sauf dans des
âmbito dos referidos Sistemas, dentre cujas atribuições encontrem-se circonstances très precises. Les seconds, notamment des auteurs tels que Ha-
aquelas de imposição de sanções aos agentes privados autores de condu- yek et Friedman, sont héritiers moderns, de la tradition libérale classique; ils
tas tipificadas como violadoras de direitos humanos. s’élèvent contre l’intervention de l’Etat non pas pour des raisons morales, mais
parce qu’elle conduit à une réduction globale du bien-être. Dans les deux cas, ils
A questão que se põe, nesse passo, é o tipo de sanção aplicável aos analysent la société en considerant ses membres isolément (et non en termes
poderes privados em referência para fazer valer os direitos humanos contra de groupe ou de classe sociale), donnent une large place à la liberté individuelle
os mesmos. et soutiennent résolument la propriété privée et les mécanismes du marché. Le
rôle de l’Etat en matière de fiscalité et de redistribution se trouve ainsi étroite-
As sanções devem ser compatíveis com a natureza, os interesses e as ment circonscrit." Ou seja: "Para analisar o Estado-providência é útil distinguir
três grandes correntes teóricas, a individualista, a liberal e a coletivista. O indivi-
suscetibilidades dos agentes violadores. Assim, pode-se cogitar de sanções
dualismo inscreve-se a bem dizer na linhagem direta do ‘liberalismo puro’ do
como as aplicadas pelos Estados, coletivamente, no âmbito da Organiza- Século XIX, não obstante, como nós iremos constatar, a existência de importan-
ção Mundial do Comércio, os embargos econômicos, por exemplo. tes diferenças entre os partidários dos ‘direitos naturais’ e os individualistas ‘em-
píricos’. Os primeiros (Nozick, por exemplo) julgam a intervenção do Estado mo-
Agentes econômicos privados, cujas condutas venham a ser conside- ralmente contra-indicada, exceto em circunstâncias muito precisas. Os segun-
radas como atentatórias aos direitos humanos fundamentais – como viola- dos, notadamente autores como Hayek e Friedman, são herdeiros modernos da
ções diretas ou ainda indiretas, através da imposição de constrangimentos tradição liberal clássica: eles se levantam contra a intervenção do Estado não
à soberania dos Estados onde suas unidades estejam sediadas, por exem- em nome de razões morais, mas porque ela conduz a uma redução global do
plo – parecem ser suscetíveis a sanções econômicas, aplicadas por um bem-estar. Em ambos os casos, eles analisam a sociedade considerando seus
organismo internacional e executadas obrigatoriamente por todos os Esta- membros isoladamente (e não em termos de grupo ou classe social), dão um
amplo espaço à liberdade individual e sustentam resolutamente a propriedade
dos signatários dos patos elaborados com tal finalidade.
privada e os mecanismos de mercado. O papel do Estado em matéria de fiscali-
dade e redistribuição encontra-se, assim, estritamente delimitado." Tradução li-
Esta é uma das possíveis soluções – ainda que de difícil execução, por
vre dos autores. BARR, Nicholas. Les théories politiques de la justice sociale.
óbvio – ao problema crescente da hipertrofia dos poderes privados transna- HOLCMAN, Robert. La protection sociale: príncipes, modèles, nouveaux dé-
cionais. Outras podem ser engendradas. fis. Paris: La Documentation française. Problèmes politiques et sociaux, n. 793,
14 nov 1997, pp. 29-30.
Em rápida síntese, o que se busca propor diante do problema colocado 10 Abili Lázaro Castro de. Op. cit., p. 159.
é que os poderes privados passem a ser considerados sujeitos passivos em 11 A migração do poder é uma metáfora aqui eleita que pode ser substituída, se
relação às obrigações relativas aos direitos humanos, com base na Drittwir- preferir o leitor, pela ideia de um significativo aumento do poder na esfera priva-
kung ou eficácia erga omnes destes últimos, e que a observância dos da.
direitos humanos pelos mesmos seja imposta pelo conjunto dos países 12 WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. 5. ed. Trad. Waltensir Dutra. Rio de
signatários de novos instrumentos internacionais de proteção dos direitos Janeiro: LTC Editora, 2002, p. 155 e seguintes. Em Economia e Sociedade cit.,
p. 217 e seguintes.
humanos, através da execução de sanções de natureza econômica, espe- 13 Max Weber afirma que o Estado, assim como as formações políticas que o
cialmente, impostas por um organismo internacional. precederam, é "uma relação de dominação de homens sobre homens, apoiada
no meio da coação legítima (quer dizer, considerada legítima)". Segundo Weber
Notas o Estado não é definido por aquilo que faz, mas pelo seu meio específico, qual
seja, a coação física, que, embora não seja seu meio normal ou único, é seu
01 Para Weber, dominação no sentido genérico de poder seria "a possibilidade de meio específico. Assim, Weber define Estado como "aquela comunidade huma-
impor ao comportamento de terceiros a vontade própria". Weber define domina- na que, dentro de determinado território – este, o ‘território’, faz parte da quali-
ção em sentido estrito como caso especial do poder, definindo-a como "uma si- dade característica –, reclama para si (com êxito) o monopólio da coação física
tuação de fato, em que uma vontade manifesta (‘mandado’) do ‘dominador’ ou legítima", sendo considerado "a única fonte do ‘direito’ de exercer coação". WE-
dos ‘dominadores’ quer influenciar as ações de outras pessoas (do ‘dominado’ BER, Max. Op. cit., pp. 525-526.

Noções de Direito 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
14 LIMA, Abili Lázaro Castro de. Op. cit., p. 163, nota de rodapé n. 385. 1º, Convenção Americana de Direitos Humanos, art. 1º (1), Convenção sobre a
15 Aqui somos instados a fazer referência a uma das teorias do governo pelo eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, art. 2º (1) (d), Con-
capital, a saber, aquela da dependência estrutural do Estado em relação ao ca- venção Europeia de Direitos Humanos, art. 17, dentre outros instrumentos.
pital: "Mas a mais ousada das teorias, por ser a menos contingente, argumenta 37 CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. Tratado de Direito Internacional
que não importa quem são os governantes, o que querem e quem representam. dos Direitos Humanos. v. II. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1999,
Tampouco importa como o Estado é organizado e o que ele é legalmente capaz p. 413.
ou incapaz de fazer. Os capitalistas não precisam sequer se organizar e agir co- 38 LIMA, Abili Lázaro Castro de. Op. cit., p. 204.
letivamente: é suficiente que busquem cegamente seus estreitos interesses pri- 39 Idem, p. 371.
vados para levar qualquer governo a respeitar os limites impostos pelas conse- 40 CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. Op. cit. (v. II), pp. 419-420.
quências públicas de suas decisões privadas. PRZEWORSKY, Adam. Estado e 41 Sobre a noção de Jus Cogens, ver FRIEDRICH, Tatyana Scheila. As normas
Economia no Capitalismo. Trad. Angelina C. Figueiredo e Paulo Pedro Z. Bas- imperativas de Direito Internacional Público. Jus Cogens. Belo Horizonte: E-
tos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995, p. 88. ditora Fórum, 2004, pp. 31 e seguintes.
16 Idem, pp. 152-154. 42 Vale conferir o magistério de Tatyana Scheila Friedrich, discorrendo sobre os
17 Idem, p. 188. direitos humanos como jus cogens: "A consolidação de direitos humanos como
18 Abili Lázaro Castro de Lima quem sintetiza a questão: "Ocorre que, na maioria jus cogens, ao nosso ver, está condicionada a duas mudanças estruturais do
das vezes, o auxílio financeiro é submetido a condições específicas, prática co- cenário internacional: o reconhecimento do indivíduo como sujeito de direito in-
nhecida como ‘princípio da condicionalidade’. Contudo, tais estipulações restrin- ternacional e de sua capacidade jurídica para interpor, perante as cortes nacio-
gem sobremaneira a capacidade dos Estados definirem as suas políticas, ou se- nais ou internacionais, ação relacionada à violação de direito internacional. [...]
ja, cerceando ou restringindo a participação dos cidadãos na definição dos des- Por outro lado, assiste-se ao ressurgimento da ideia do indivíduo como sujeito
tinos da sociedade, colocando, inclusive, em risco às instituições que promovem do direito internacional, sobretudo a partir da segunda metade do século XX."
o bem-estar da população e ameaçando a soberania do Estado." Op. cit., p. 216 Vislumbra-se, desse modo, quão intimamente relacionadas estão a temática dos
e seguintes. direitos humanos como Jus cogens e a participação de entes extra-estatais e
19 STEINMETZ, Wilson. Op. cit., p. 84. privados como sujeitos ativos e passivos das obrigações decorrentes do Direito
20 "A introdução da problemática das práticas cotidianas nos leva a entender a Internacional dos Direitos Humanos. Idem, p. 106.
democracia enquanto uma prática que é transformada pelas mudanças estrutu-
rais da modernidade. Tanto a democracia quanto a cidadania passam a ser Informações bibliográficas:
consideradas enquanto rupturas com formas de poder privado incompatíveis
com a relações impessoais introduzidas no Estado moderno. Elas são parte do SGARBOSSA, Luís Fernando; JENSEN, Geziela. Globalização econômica, neo-
trade-off no qual a introdução de restrições no nível do trabalho e das práticas liberalismo e direitos humanos. Desafios diante da nova realidade global. Jus Navi-
administrativas são compensados pelo estabelecimento de limitações à ação gandi, Teresina, ano 12, n. 1716, 13 mar. 2008. Disponível em:
dos agentes econômicos e administrativos." AVRITZER, Leonardo. A moralida- <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11044>. Acesso em: 17 maio 2009.
de da democracia. Ensaios em Teoria habermasiana e Teoria democrática.
São Paulo: Perspectiva; Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1996, p. 139.
21 WILSON STEINMETZ. Op. cit., p. 85: "Contudo, a teoria dos direitos fundamen-
tais como limites ao poder carece, em parte, de atualidade quando reduz o fe- Direitos Humanos.
nômeno do poder somente ao poder do Estado." Declaração Universal dos Direitos do Homem.
22 Abili Lázaro Castro de Lima: "No âmbito da globalização, verificamos que ocorre
uma considerável diminuição da participação popular no palco político (uma vez Adoptada e proclamada pela Assembleia Geral na sua Resolução 217A
que as decisões da política local estão cada vez mais atreladas às esferas mun- (III) de 10 de Dezembro de 1948.
dializadas) e, neste contexto, perde-se um locus para conquista, defesa e exer-
cício dos direitos que vai, progressivamente, se desvanecendo." Op. cit., p. 204.
23 FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro del "Estado de Derecho" In CARBONELL,
Preâmbulo
Miguel. Neoconstitucionalismos. Madri: Editorial Trotta, 2003, p. 22. Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
24 Ibidem. Após a passagem citada, Ferrajoli questiona-se sobre o porvir do Estado membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis consti-
de Direito e especula sobre a possibilidade de um terceiro modelo, que denomi- tui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
na modelo ampliado de Estado de Direito (p. 22), propugnando pela comple- Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do
mentação da integração econômico-política por uma integração jurídico- homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da
institucional, consistente no desenvolvimento de um constitucionalismo sem Es- Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos
tado, uma ordem constitucional ampliada ao nível supranacional, à altura dos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado
novos espaços supraestatais, vale dizer, um constitucionalismo europeu e um
constitucionalismo internacional (pp. 24 e 27).
como a mais alta inspiração do homem;
25 LIMA, Abili Lázaro Castro de. Op. cit., p. 199. Considerando que é essencial a proteção dos direitos do homem atra-
26 LAMBERT, Jean-Marie. Curso de Direito Internacional Público. Parte Geral. vés de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em
v. II. 2. ed. Goiânia: Kelps, 2001, pp. 274-275. supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
27 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de rela-
Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2003, p. 1286. Ver, por todo, SARLET, ções amistosas entre as nações;
Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. 6. ed. rev., atual. e Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam,
ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editor, 2006, p. 392 e seguintes. de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no
28 Sobre os fundamentos embasadores das teorias que propugnam pela eficácia
horizontal v. STEINMETZ, Wilson. Op. cit., p. 100 e seguintes.
valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mu-
29 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Op. cit., p. 1286. lheres e se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instau-
30 STEINMETZ, Wilson. Op. cit., p. 189 e seguintes. rar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
31 Idem, p. 21. Considerando que os Estados membros se comprometeram a promo-
32 "Se os direitos fundamentais, como direitos subjetivos, são direitos de defesa ver, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito
contra os poderes estatais, então isso univocamente fala contra um ‘efeito dian- universal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;
te de terceiros’". HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades
República Federal da Alemanha (Grundzuge des Verfassungsrechts der Bun- é da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
desrepublik Deutschland). Trad. Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 1998, p. 282.
A Assembleia Geral
33 HESSE, Konrad. Idem, p. 286. Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem co-
34 São exemplos de poder privado o dos megragrupos industriais e comerciais, mo ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de
nacionais e (sobretudo) multinacionais, megagrupos financeiros, megagrupos que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constan-
midiáticos, associações e sindicatos com grande poder de barganha e organiza- temente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desen-
ções criminosas, e, até mesmo, movimentos sociais. Os exemplos são de STE- volver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas
INMETZ, Wilson. Op. cit., p. 88. progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a
35 CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. Tratado de Direito Internacional sua aplicação universais e efetivos tanto entre as populações dos próprios
dos Direitos Humanos. v. I. 2. ed. rev. e atual. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 2003, p. 375.
Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdi-
36 Idem, p. 371 e seguintes. São referidos pelo autor os seguintes documentos: ção.
Pato Internacional dos Direitos Civis e Políticos, art. 2º, 1, Convenção sobre os Artigo 1.º
Direitos da Criança, art. 2º (1), Convenção Europeia de Direitos Humanos, art. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em di-

Noções de Direito 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
reitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religi-
outros em espírito de fraternidade. ão. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos
Artigo 2.º iguais.
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades 2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consenti-
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeada- mento dos futuros esposos.
mente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou 3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem di-
outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qual- reito à protecção desta e do Estado.
quer outra situação. Artigo 17.º
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto polí- 1. Toda a pessoa, individual ou colectivamente, tem direito à proprie-
tico, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da dade.
pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
sujeito a alguma limitação de soberania. Artigo 18.º
Artigo 3.º Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de
Artigo 4.º convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção,
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino,
o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 5.º Artigo 19.º
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o
desumanos ou degradantes. que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de
Artigo 6.º procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os luga- ideias por qualquer meio de expressão.
res da sua personalidade jurídica. Artigo 20.º
Artigo 7.º 1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual pro- pacíficas.
teção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discrimina- 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
ção que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal Artigo 21.º
discriminação. 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negó-
cios públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de repre-
Artigo 8.º sentantes livremente escolhidos.
Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacio- 2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às
nais competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais funções públicos do seu país.
reconhecidos pela Constituição ou pela lei. 3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públi-
Artigo 9.º cos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodica-
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado. mente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo proces-
Artigo 10.º so equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja Artigo 22.º
equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança
que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos,
acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida. sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à coopera-
Artigo 11.º ção internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada
1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente país.
até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um Artigo 23.º
processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
sejam asseguradas. condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento desemprego.
da sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou 2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por tra-
internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a balho igual.
que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido. 3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfató-
Artigo 12.º ria, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignida-
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua de humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de pro-
família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua tecção social.
honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem
direito a protecção da lei. 4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindica-
Artigo 13.º tos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus interesses.
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua Artigo 24.º
residência no interior de um Estado. Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente,
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encon- a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas
tra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país. pagas.
Artigo 14.º Artigo 25.º
1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe as-
beneficiar de asilo em outros países. segurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo re- alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda
almente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no
aos fins e aos princípios das Nações Unidas. desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros
Artigo 15.º casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade. da sua vontade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem 2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência espe-
do direito de mudar de nacionalidade. ciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da
mesma protecção social.
Artigo 16.º Artigo 26.º
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratui-

Noções de Direito 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ta, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O caso de a violação ter sido cometida por pessoas agindo no exercício das
ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser suas funções oficiais;
generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos b) Garantir que a competente autoridade judiciária, adminis-trativa ou
em plena igualdade, em função do seu mérito. legislativa, ou qualquer outra autoridade competente, segundo a legislação
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana do Estado, estatua sobre os direitos da pessoa que forma o recurso, e
e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve desenvolver as possibilidades de recurso jurisdicional;
favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e c) Garantir que as competentes autoridades façam cumprir os resultados de
todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das qualquer recurso que for reconhecido como justificado.
actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de Artigo 3.º
educação a dar aos filhos. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar o
Artigo 27.º direito igual dos homens e das mulheres a usufruir de todos os direitos civis
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultu- e políticos enunciados no presente Pacto.
ral da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e
nos benefícios que deste resultam. Artigo 4.º
2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais liga- 1. Em tempo de uma emergência pública que ameaça a existência da
dos a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria. nação e cuja existência seja proclamada por um acto oficial, os Estados
Artigo 28.º Partes no presente Pacto podem tomar, na estrita medida em que a situa-
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano inter- ção o exigir, medidas que derroguem as obrigações previstas no presente
nacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as Pacto, sob reserva de que essas medidas não sejam incompatíveis com
liberdades enunciados na presente Declaração. outras obrigações que lhes impõe o direito internacional e que elas não
Artigo 29.º envolvam uma discriminação fundada unicamente sobre a raça, a cor, o
1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é sexo, a língua, a religião ou a origem social.
possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade. 2. A disposição precedente não autoriza nenhuma derrogação aos artigos
2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém 6.º, 7.º, 8.º, parágrafos 1 e 2, 11.º, 15.º, 16.º e 18.º.
está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusiva- 3. Os Estados Partes no presente Pacto que usam do direito de derrogação
mente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades devem, por intermédio do secretário-geral da Organização das Nações
dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem Unidas, informar imediatamente os outros Estados Partes acerca das
pública e do bem-estar numa sociedade democrática. disposições derrogadas, bem como os motivos dessa derrogação. Uma
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos nova comunicação será feita pela mesma via na data em que se pôs fim a
contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas. essa derrogação.
Artigo 30.º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de Artigo 5.º
maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o 1. Nenhuma disposição do presente Pacto pode ser interpretada como
direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado implicando para um Estado, um grupo ou um indivíduo qualquer direito de
a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados. se dedicar a uma actividade ou de realizar um acto visando a destruição
dos direitos e das liberdades reconhecidos no presente Pacto ou as suas
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. limitações mais amplas que as previstas no dito Pacto.
2. Não pode ser admitida nenhuma restrição ou derrogação aos direitos
PRIMEIRA PARTE fundamentais do homem reconhecidos ou em vigor em todo o Estado Parte
Artigo 1.º no presente Pacto em aplicação de leis, de convenções, de regulamentos
1. Todos os povos têm o direito a dispor deles mesmos. Em virtude deste ou de costumes, sob pretexto de que o presente Pacto não os reconhece
direito, eles determinam livremente o seu estatuto político e dedicam-se ou reconhece-os em menor grau.
livremente ao seu desenvolvimento económico, social e cultural.
2. Para atingir os seus fins, todos os povos podem dispor livremente das TERCEIRA PARTE
suas riquezas e dos seus recursos naturais, sem prejuízo de quaisquer Artigo 6.º
obrigações que decorrem da cooperação económica internacional, fundada 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deve ser prote-
sobre o princípio do interesse mútuo e do direito internacional. Em nenhum gido pela lei: ninguém pode ser arbitrariamente privado da vida.
caso pode um povo ser privado dos seus meios de subsistência. 2. Nos países em que a pena de morte não foi abolida, uma sentença de
3. Os Estados Partes no presente Pacto, incluindo aqueles que têm a morte só pode ser pronunciada para os crimes mais graves, em conformi-
responsabilidade de administrar territórios não autónomos e territórios sob dade com a legislação em vigor, no momento em que o crime foi cometido
tutela, são chamados a promover a realização do direito dos povos a dispo- e que não deve estar em contradição com as disposições do presente
rem de si mesmos e a respeitar esse direito, conforme às disposições da Pacto nem com a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de
Carta das Nações Unidas. Genocídio. Esta pena não pode ser aplicada senão em virtude de um juízo
definitivo pronunciado por um tribunal competente.
SEGUNDA PARTE 3. Quando a privação da vida constitui o crime de genocídio fica entendido
Artigo 2.º que nenhuma disposição do presente artigo autoriza um Estado Parte no
1. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a respeitar e a presente Pacto a derrogar de alguma maneira qualquer obrigação assumi-
garantir a todos os indivíduos que se encontrem nos seus territórios e da em virtude das disposições da Convenção para a Prevenção e a Re-
estejam sujeitos à sua jurisdição os direitos reconhecidos no presente pressão do Crime de Genocídio.
Pacto, sem qualquer distinção, derivada, nomeadamente, de raça, de cor, 4. Qualquer indivíduo condenado à morte terá o direito de solicitar o perdão
de sexo, de língua, de religião, de opinião política, ou de qualquer outra ou a comutação da pena. A amnistia, o perdão ou a comutação da pena de
opinião, de origem nacional ou social, de propriedade ou de nascimento, ou morte podem ser concedidos em todos os casos.
de outra situação. 5. Uma sentença de morte não pode ser pronunciada em casos de crimes
2. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a adoptar, de cometidos por pessoas de idade inferior a 18 anos e não pode ser executa-
acordo com os seus processos constitucionais e com as disposições do da sobre mulheres grávidas.
presente Pacto, as medidas que permitam a adopção de decisões de 6. Nenhuma disposição do presente artigo pode ser invocada para retardar
ordem legislativa ou outra capazes de dar efeito aos direitos reconhecidos ou impedir a abolição da pena capital por um Estado Parte no presente
no presente Pacto que ainda não estiverem em vigor. Pacto.
3. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a:
a) Garantir que todas as pessoas cujos direitos e liberdades reconhecidos Artigo 7.º
no presente Pacto forem violados disponham de recurso eficaz, mesmo no

Noções de Direito 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ninguém será submetido à tortura nem a pena ou a tratamentos cruéis, 3. Os direitos mencionados acima não podem ser objecto de restrições, a
inumanos ou degradantes. Em particular, é interdito submeter uma pessoa não ser que estas estejam previstas na lei e sejam necessárias para prote-
a uma experiência médica ou científica sem o seu livre consentimento. ger a segurança nacional, a ordem pública, a saúde ou a moralidade públi-
cas ou os direitos e liberdades de outrem e sejam compatíveis com os
Artigo 8.º outros direitos reconhecidos pelo presente Pacto.
1. Ninguém será submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico de escra- 4. Ninguém pode ser arbitrariamente privado do direito de entrar no seu
vos, sob todas as suas formas, são interditos. próprio país.
2. Ninguém será mantido em servidão.
3: Artigo 13.º
a) Ninguém será constrangido a realizar trabalho forçado ou obrigatório; Um estrangeiro que se encontre legalmente no território de um Estado
b) A alínea a) do presente parágrafo não pode ser interpretada no sentido Parte no presente Pacto não pode ser expulso, a não ser em cumprimento
de proibir, em certos países onde crimes podem ser punidos de prisão de uma decisão tomada em conformidade com a lei e, a menos que razões
acompanhada de trabalhos forçados, o cumprimento de uma pena de imperiosas de segurança nacional a isso se oponham, deve ter a possibili-
trabalhos forçados, infligida por um tribunal competente; dade de fazer valer as razões que militam contra a sua expulsão e de fazer
c) Não é considerado como trabalho forçado ou obrigatório no sentido do examinar o seu caso pela autoridade competente ou por uma ou várias
presente parágrafo: pessoas especialmente designadas pela dita autoridade, fazendo-se repre-
i) Todo o trabalho não referido na alínea b) normalmente exigido de um sentar para esse fim.
indivíduo que é detido em virtude de uma decisão judicial legítima ou que
tendo sido objecto de uma tal decisão é libertado condicionalmente; Artigo 14.º
ii) Todo o serviço de carácter militar e, nos países em que a objecção por 1. Todos são iguais perante os tribunais de justiça. Todas as pessoas têm
motivos de consciência é admitida, todo o serviço nacional exigido pela lei direito a que a sua causa seja ouvida equitativa e publicamente por um
dos objectores de consciência; tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido pela lei, que
iii) Todo o serviço exigido nos casos de força maior ou de sinistros que decidirá quer do bem fundado de qualquer acusação em matéria penal
ameacem a vida ou o bem-estar da comunidade; dirigida contra elas, quer das contestações sobre os seus direitos e obriga-
iv) Todo o trabalho ou todo o serviço formando parte das obrigações cívicas ções de carácter civil. As audições à porta fechada podem ser determina-
normais. das durante a totalidade ou uma parte do processo, seja no interesse dos
Artigo 9.º bons costumes, da ordem pública ou da segurança nacional numa socieda-
1. Todo o indivíduo tem direito à liberdade e à segurança da sua pessoa. de democrática, seja quando o interesse da vida privada das partes em
Ninguém pode ser objecto de prisão ou detenção arbitrária. Ninguém pode causa o exija, seja ainda na medida em que o tribunal o considerar absolu-
ser privado da sua liberdade a não ser por motivo e em conformidade com tamente necessário, quando, por motivo das circunstâncias parti-culares do
processos previstos na lei. caso, a publicidade prejudicasse os interesses da justiça; todavia qualquer
2. Todo o indivíduo preso será informado, no momento da sua detenção, sentença pronunciada em matéria penal ou civil será publicada, salvo se o
das razões dessa detenção e receberá notificação imediata de todas as interesse de menores exigir que se proceda de outra forma ou se o proces-
acusações apresentadas contra ele. so respeita a diferendos matrimoniais ou à tutela de crianças.
3. Todo o indivíduo preso ou detido sob acusação de uma infracção penal 2. Qualquer pessoa acusada de infracção penal é de direito presumida
será prontamente conduzido perante um juiz ou uma outra autoridade inocente até que a sua culpabilidade tenha sido legalmente estabelecida.
habilitada pela lei a exercer funções judiciárias e deverá ser julgado num 3. Qualquer pessoa acusada de uma infracção penal terá direito, em plena
prazo razoável ou libertado. A detenção prisional de pessoas aguardando igualdade, pelo menos às seguintes garantias:
julgamento não deve ser regra geral, mas a sua libertação pode ser subor- a) A ser prontamente informada, numa língua que ela com-preenda, de
dinada a garantir que assegurem a presença do interessado no julgamento modo detalhado, acerca da natureza e dos motivos da acusação apresen-
em qualquer outra fase do processo e, se for caso disso, para execução da tada contra ela;
sentença. b) A dispor do tempo e das facilidades necessárias para a preparação da
4. Todo o indivíduo que se encontrar privado de liberdade por prisão ou defesa e a comunicar com um advogado da sua escolha;
detenção terá o direito de intentar um recurso perante um tribunal, a fim de c) A ser julgada sem demora excessiva;
que este estatua sem demora sobre a legalidade da sua detenção e ordene d) A estar presente no processo e a defender-se a si própria ou a ter a
a sua libertação se a detenção for ilegal. assistência de um defensor da sua escolha; se não tiver defensor, a ser
5. Todo o indivíduo vítima de prisão ou de detenção ilegal terá direito a informada do seu direito de ter um e, sempre que o interesse da justiça o
compensação. exigir, a ser-lhe atribuído um defensor oficioso, a título gratuito no caso de
não ter meios para o remunerar;
Artigo 10.º e) A interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e a obter a
1. Todos os indivíduos privados da sua liberdade devem ser tratados com comparência e o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas
humanidade e com respeito da dignidade inerente à pessoa humana. condições das testemunhas de acusação;
2: f) A fazer-se assistir gratuitamente de um intérprete, se não compreender
a) Pessoas sob acusação serão, salvo circunstâncias excepcionais, sepa- ou não falar a língua utilizada no tribunal;
radas dos condenados e submetidas a um regime distinto, apropriado à sua g) A não ser forçada a testemunhar contra si própria ou a confessar-se
condição de pessoas não condenadas; culpada.
b) Jovens sob detenção serão separados dos adultos e o seu caso será 4. No processo aplicável às pessoas jovens a lei penal terá em conta a sua
decidido o mais rapidamente possível. idade e o interesse que apresenta a sua reabilitação.
3. O regime penitenciário comportará tratamento dos reclusos cujo fim 5. Qualquer pessoa declarada culpada de crime terá o direito de fazer
essencial é a sua emenda e a sua recuperação social. Delinquentes jovens examinar por uma jurisdição superior a declaração de culpabilidade e a
serão separados dos adultos e submetidos a um regime apropriado à sua sentença em conformidade com a lei.
idade e ao seu estatuto legal. 6. Quando uma condenação penal definitiva é ulteriormente anulada ou
quando é concedido o indulto, porque um facto novo ou recentemente
Artigo 11.º revelado prova concludentemente que se produziu um erro judiciário, a
Ninguém pode ser aprisionado pela única razão de que não está em situa- pessoa que cumpriu uma pena em virtude dessa condenação será indem-
ção de executar uma obrigação contratual. nizada, em conformidade com a lei, a menos que se prove que a não
revelação em tempo útil do facto desconhecido lhe é imputável no todo ou
Artigo 12.º em parte.
1. Todo o indivíduo legalmente no território de um Estado tem o direito de 7. Ninguém pode ser julgado ou punido novamente por motivo de uma
circular livremente e de aí escolher livremente a sua residência. infracção da qual já foi absolvido ou pela qual já foi condenado por senten-
2. Todas as pessoas são livres de deixar qualquer país, incluindo o seu. ça definitiva, em conformidade com a lei e o processo penal de cada país.

Noções de Direito 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. O exercício deste direito só pode ser objecto de restrições previstas na
Artigo 15.º lei e que são necessárias numa sociedade democrática, no interesse da
1. Ninguém será condenado por actos ou omissões que não constituam um segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública e para prote-
acto delituoso, segundo o direito nacional ou internacional, no momento em ger a saúde ou a moralidade públicas ou os direitos e as liberdades de
que forem cometidos. Do mesmo modo não será aplicada nenhuma pena outrem. O presente artigo não impede de submeter a restrições legais o
mais forte do que aquela que era aplicável no momento em que a infracção exercício deste direito por parte de membros das forças armadas e da
foi cometida. Se posteriormente a esta infracção a lei prevê a aplicação de polícia.
uma pena mais ligeira, o delinquente deve beneficiar da alteração. 3. Nenhuma disposição do presente artigo permite aos Estados Partes na
2. Nada no presente artigo se opõe ao julgamento ou à condenação de Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho respeitante
qualquer indivíduo por motivo de actos ou omissões que no momento em à liberdade sindical e à protecção do direito sindical tomar medidas legisla-
que foram cometidos eram tidos por criminosos, segundo os princípios tivas que atentem ou aplicar a lei de modo a atentar contra as garantias
gerais de direito reconhecidos pela comunidade das nações. previstas na dita Convenção.

Artigo 16.º Artigo 23.º


Toda e qualquer pessoa tem direito ao reconhecimento, em qualquer lugar, 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito
da sua personalidade jurídica. à protecção da sociedade e do Estado.
2. O direito de se casar e de fundar uma família é reconhecido ao homem e
Artigo 17.º à mulher a partir da idade núbil.
1. Ninguém será objecto de intervenções arbitrárias ou ilegais na sua vida 3. Nenhum casamento pode ser concluído sem o livre e pleno consentimen-
privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua corres-pondência, nem to dos futuros esposos.
de atentados ilegais à sua honra e à sua reputação. 4. Os Estados Partes no presente Pacto tomarão as medidas necessárias
2. Toda e qualquer pessoa tem direito à protecção da lei contra tais inter- para assegurar a igualdade dos direitos e das responsabilidades dos espo-
venções ou tais atentados. sos em relação ao casamento, durante a constância do matrimónio e a-
quando da sua dissolução. Em caso de dissolução, serão tomadas disposi-
Artigo 18.º ções a fim de assegurar aos filhos a protecção necessária.
1. Toda e qualquer pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de
consciência e de religião; este direito implica a liberdade de ter ou de adop- Artigo 24.º
tar uma religião ou uma convicção da sua escolha, bem como a liberdade 1. Qualquer criança, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, língua,
de manifestar a sua religião ou a sua convicção, individualmente ou conjun- religião, origem nacional ou social, propriedade ou nascimento, tem direito,
tamente com outros, tanto em público como em privado, pelo culto, cum- da parte da sua família, da sociedade e do Estado, às medidas de protec-
primento dos ritos, as práticas e o ensino. ção que exija a sua condição de menor.
2. Ninguém será objecto de pressões que atentem à sua liberdade de ter ou 2. Toda e qualquer criança deve ser registada imediatamente após o nas-
de adoptar uma religião ou uma convicção da sua escolha. cimento e ter um nome.
3. A liberdade de manifestar a sua religião ou as suas convicções só pode 3. Toda e qualquer criança tem o direito de adquirir uma nacio-nalidade.
ser objecto de restrições previstas na lei e que sejam necessárias à protec-
ção de segurança, da ordem e da saúde públicas ou da moral e das liber- Artigo 25.º
dades e direitos fundamentais de outrem. Todo o cidadão tem o direito e a possibilidade, sem nenhuma das discrimi-
4. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a nações referidas no artigo 2.º e sem restrições excessivas:
liberdade dos pais e, em caso disso, dos tutores legais a fazerem assegurar a) De tomar parte na direcção dos negócios públicos, directa-mente ou por
a educação religiosa e moral dos seus filhos e pupilos, em conformidade intermédio de representantes livremente eleitos;
com as suas próprias convicções. b) De votar e ser eleito, em eleições periódicas, honestas, por sufrágio
universal e igual e por escrutínio secreto, assegurando a livre expressão da
Artigo 19.º vontade dos eleitores;
1. Ninguém pode ser inquietado pelas suas opiniões. c) De aceder, em condições gerais de igualdade, às funções públicas do
2. Toda e qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão; este direito seu país.
compreende a liberdade de procurar, receber e expandir informações e
ideias de toda a espécie, sem consideração de fronteiras, sob forma oral ou Artigo 26.º
escrita, impressa ou artística, ou por qualquer outro meio à sua escolha. Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação,
3. O exercício das liberdades previstas no parágrafo 2 do presente artigo a igual protecção da lei. A este respeito, a lei deve proibir todas as discrimi-
comporta deveres e responsabilidades especiais. Pode, em conse-quência, nações e garantir a todas as pessoas protecção igual e eficaz contra toda a
ser submetido a certas restrições, que devem, todavia, ser expressa-mente espécie de discriminação, nomeadamente por motivos de raça, de cor, de
fixadas na lei e que são necessárias: sexo, de língua, de religião, de opinião política ou de qualquer outra opini-
a) Ao respeito dos direitos ou da reputação de outrem; ão, de origem nacional ou social, de propriedade, de nascimento ou de
b) À salvaguarda da segurança nacional, da ordem pública, da saúde e da qualquer outra situação.
moralidade públicas.
Artigo 20.º Artigo 27.º
1. Toda a propaganda em favor da guerra deve ser interditada pela lei. Nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as
2. Todo o apelo ao ódio nacional, racial e religioso que constitua uma pessoas pertencentes a essas minorias não devem ser privadas do direito
incitação à discriminação, à hostilidade ou à violência deve ser interditado de ter, em comum com os outros membros do seu grupo, a sua própria vida
pela lei. cultural, de professar e de praticar a sua própria religião ou de empregar a
sua própria língua.
Artigo 21.º QUARTA PARTE
O direito de reunião pacífica é reconhecido. O exercício deste direito só Artigo 28.º
pode ser objecto de restrições impostas em conformidade com a lei e que 1. É instituído um Comité dos Direitos do Homem (a seguir denominado
são necessárias numa sociedade democrática, no interesse da segurança Comité no presente Pacto). Este Comité é composto de dezoito membros e
nacional, da segurança pública, da ordem pública ou para proteger a saúde tem as funções definidas a seguir.
e a moralidade públicas ou os direitos e as liberdades de outrem. 2. O Comité é composto de nacionais dos Estados Partes do presente
Pacto, que devem ser personalidades de alta moralidade e possuidoras de
Artigo 22.º reconhecida competência no domínio dos direitos do homem. Ter-se-á em
1. Toda e qualquer pessoa tem o direito de se associar livremente com conta o interesse, que se verifique, da participação nos trabalhos do Comité
outras, incluindo o direito de constituir sindicatos e de a eles aderir para a de algumas pessoas que tenham experiência jurídica.
protecção dos seus interesses. 3. Os membros do Comité são eleitos e exercem funções a título pessoal.

Noções de Direito 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 29.º Artigo 35.º
1. Os membros do Comité serão eleitos, por escrutínio secreto, de uma lista Os membros do Comité recebem, com a aprovação da Assembleia Geral
de indivíduos com as habilitações previstas no artigo 28.° e nomeados para das Nações Unidas, emolumentos provenientes dos recursos financeiros
o fim pelos Estados Partes no presente Pacto. das Nações Unidas em termos e condições fixados pela Assembleia Geral,
2. Cada Estado Parte no presente Pacto pode nomear não mais de dois tendo em vista a importância das funções do Comité.
indivíduos, que serão seus nacionais.
3. Qualquer indivíduo será elegível à renomeação. Artigo 36.º
O secretário-geral das Nações Unidas porá à disposição do Comité o
Artigo 30.º pessoal e os meios materiais necessários para o desempenho eficaz das
1. A primeira eleição terá lugar, o mais tardar, seis meses depois da data da funções que lhe são confiadas em virtude do presente Pacto.
entrada em vigor do presente Pacto.
2. Quatro meses antes, pelo menos, da data de qualquer eleição para o Artigo 37.º
Comité, que não seja uma eleição em vista a preencher uma vaga declara- 1. O secretário-geral das Nações Unidas convocará a primeira reunião do
da em conformidade com o artigo 34.°, o secretário-geral da Organização Comité, na sede da Organização.
das Nações Unidas convidará por escrito os Estados Partes no presente 2. Depois da sua primeira reunião o Comité reunir-se-á em todas as ocasi-
Pacto a designar, num prazo de três meses, os candidatos que eles pro- ões previstas no seu regulamento interno.
põem como membros do Comité. 3. As reuniões do Comité terão normalmente lugar na sede da Organização
3. O secretário-geral das Nações Unidas elaborará uma lista alfabética de das Nações Unidas ou no Departamento das Nações Unidas em Genebra.
todas as pessoas assim apresentadas, mencionando os Estados Partes
que as nomearam, e comunicá-la-á aos Estados Partes no presente Pacto Artigo 38.º
o mais tardar um mês antes da data de cada eleição. Todos os membros do Comité devem, antes de entrar em funções, tomar,
4. Os membros do Comité serão eleitos no decurso de uma reunião dos em sessão pública, o compromisso solene de cumprir as suas funções com
Estados Partes no presente Pacto, convocada pelo secretário-geral das imparcialidade e com consciência.
Nações Unidas na sede da Organização. Nesta reunião, em que o quórum
é constituído por dois terços dos Estados Partes no presente Pacto, serão Artigo 39.º
eleitos membros do Comité os candidatos que obtiverem o maior número 1. O Comité elegerá o seu secretariado por um período de dois anos. Os
de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados membros do secretariado são reelegíveis.
Partes presentes e votantes. 2. O Comité elaborará o seu próprio regulamento interno; este deve, todavi-
a, conter, entre outras, as seguintes disposições:
Artigo 31.º a) O quórum é de doze membros;
1. O Comité não pode incluir mais de um nacional de um mesmo Estado. b) As decisões do Comité são tomadas por maioria dos membros presen-
2. Nas eleições para o Comité ter-se-á em conta a repartição geográfica tes.
equitativa e a representação de diferentes tipos de civilização, bem como
dos principais sistemas jurídicos. Artigo 40.º
1. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a apresentar
relatórios sobre as medidas que houverem tomado e dêem efeito aos
Artigo 32.º direitos nele consignados e sobre os progressos realizados no gozo destes
1. Os membros do Comité são eleitos por quatro anos. São reelegíveis no direitos:
caso de serem novamente propostos. Todavia, o mandato de nove mem- a) Dentro de um ano a contar da data de entrada em vigor do presente
bros eleitos aquando da primeira votação terminará ao fim de dois anos; Pacto, cada Estado Parte interessado;
imediatamente depois da primeira eleição, os nomes destes nove membros b) E ulteriormente, cada vez que o Comité o solicitar.
serão tirados à sorte pelo presidente da reunião referida no parágrafo 4 do 2. Todos os relatórios serão dirigidos ao secretário-geral das Nações Uni-
artigo 30.° das, que os transmitirá ao Comité para apreciação. Os relatórios deverão
2. À data da expiração do mandato, as eleições terão lugar em conformida- indicar quaisquer factores e dificuldades que afectem a execução das
de com as disposições dos artigos precedentes da presente parte do Pacto. disposições do presente Pacto.
3. O secretário-geral das Nações Unidas pode, após consulta ao Comité,
Artigo 33.º enviar às agências especializadas interessadas cópia das partes do relató-
1. Se, na opinião unânime dos outros membros, um membro do Comité rio que possam ter relação com o seu domínio de competência.
cessar de cumprir as suas funções por qualquer causa que não seja por 4. O Comité estudará os relatórios apresentados pelos Estados Partes no
motivo de uma ausência temporária, o presidente do Comité informará o presente Pacto, e dirigirá aos Estados Partes os seus próprios relatórios,
secretário-geral das Nações Unidas, o qual declarará vago o lugar que bem como todas as observações gerais que julgar apropriadas. O Comité
ocupava o dito membro. pode igualmente transmitir ao Conselho Económico e Social essas suas
2. Em caso de morte ou de demissão de um membro do Comité, o presi- observações acompanhadas de cópias dos relatórios que recebeu de
dente informará imediatamente o secretário-geral das Nações Unidas, que Estados Partes no presente Pacto.
declarará o lugar vago a contar da data da morte ou daquela em que a 5. Os Estados Partes no presente Pacto podem apresentar ao Comité os
demissão produzir efeito. comentários sobre todas as observações feitas em virtude do parágrafo 4
Artigo 34.º do presente artigo.
1. Quando uma vaga for declarada em conformidade com o artigo 33.º e se
o mandato do membro a substituir não expirar nos seis meses que seguem Artigo 41.º
à data na qual a vaga foi declarada, o secretário-geral das Nações Unidas 1. Qualquer Estado Parte no presente Pacto pode, em virtude do presente
avisará os Estados Partes no presente Pacto de que podem designar artigo, declarar, a todo o momento, que reconhece a competência do Comi-
candidatos num prazo de dois meses, em conformidade com as disposi- té para receber e apreciar comunicações nas quais um Estado Parte pre-
ções do artigo 29.º, com vista a prover a vaga. tende que um outro Estado Parte não cumpre as suas obrigações resultan-
2. O secretário-geral das Nações Unidas elaborará uma lista alfa-bética das tes do presente Pacto. As comunicações apresentadas em virtude do
pessoas assim apresentadas e comunicá-la-á aos Estados Partes no presente artigo não podem ser recebidas e examinadas, a menos que
presente Pacto. A eleição destinada a preencher a vaga terá então lugar, emanem de um Estado Parte que fez uma declaração reconhecendo, no
em conformidade com as relevantes disposições desta parte do presente que lhe diz respeito, a competência do Comité. O Comité não receberá
Pacto. nenhuma comunicação que interesse a um Estado Parte que não fez uma
3. Um membro do Comité eleito para um lugar declarado vago, em confor- tal declaração. O processo abaixo indicado aplica-se em relação às comu-
midade com o artigo 33.°, faz parte do Comité até à data normal de expira- nicações recebidas em conformidade com o presente artigo:
ção do mandato do membro cujo lugar ficou vago no Comité, em conformi- a) Se um Estado Parte no presente Pacto julgar que um outro Estado
dade com as disposições do referido artigo. igualmente Parte neste Pacto não aplica as respectivas disposições, pode

Noções de Direito 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
chamar, por comunicação escrita, a atenção desse Estado sobre a questão. Estado que não é parte no presente Pacto, nem de um Estado Parte que
Num prazo de três meses a contar da recepção da comunicação o Estado não fez a declaração prevista no artigo 41.°
destinatário apresentará ao Estado que lhe dirigiu a comunicação expli- 3. A Comissão elegerá o seu presidente e adoptará o seu regulamento
cações ou quaisquer outras declarações escritas elucidando a questão, que interno.
deverão incluir, na medida do possível e do útil, indicações sobre as regras 4. A Comissão realizará normalmente as suas sessões na sede da Organi-
de processo e sobre os meios de recurso, quer os já utilizados, quer os que zação das Nações Unidas ou no Departamento das Nações Unidas em
estão em instância, quer os que permanecem abertos; Genebra. Todavia, pode reunir-se em qualquer outro lugar apropriado, o
b) Se, num prazo de seis meses a contar da data de recepção da comuni- qual pode ser determinado pela Comissão em consulta com o secretário-
cação original pelo Estado destinatário, a questão não foi regulada satisfa- geral das Nações Unidas e os Estados Partes interessados.
toriamente para os dois Estados interes-sados, tanto um como o outro terão 5. O secretariado previsto no artigo 36.° presta igualmente os seus serviços
o direito de a submeter ao Comité, por meio de uma notificação feita ao às comissões designadas em virtude do presente artigo.
Comité bem como ao outro Estado interessado; 6. As informações obtidas e esquadrinhadas pelo Comité serão postas à
c) O Comité só tomará conhecimento de um assunto que lhe é submetido disposição da Comissão e a Comissão poderá pedir aos Estados Partes
depois de se ter assegurado de que todos os recursos internos disponíveis interessados que lhe forneçam quaisquer informações comple-mentares
foram utilizados e esgotados, em conformidade com os princípios de direito pertinentes.
internacional geralmente reconhecidos. Esta regra não se aplica nos casos 7. Depois de ter estudado a questão sob todos os seus aspectos, mas em
em que os processos de recurso excedem prazos razoáveis; todo o caso num prazo mínimo de doze meses após tê-la admitido, a Co-
d) O Comité realizará as suas audiências à porta fechada quando examinar missão submeterá um relatório ao presidente do Comité para transmissão
as comunicações previstas no presente artigo; aos Estados Partes interessados:
e) Sob reserva das disposições da alínea c), o Comité põe os seus bons a) Se a Comissão não puder acabar o exame da questão dentro de doze
ofícios à disposição dos Estados Partes interessados, a fim de chegar a meses, o seu relatório incluirá somente um breve apontamento indicando a
uma solução amigável da questão, fundamentando-se no respeito dos que ponto chegou o exame da questão;
direitos do homem e nas liberdades fundamentais, tais como os reconhece b) Se chegar a um entendimento amigável fundado sobre o respeito dos
o presente Pacto; direitos do homem reconhecido no presente Pacto, a Comissão limitar-se-á
f) Em todos os assuntos que lhe são submetidos o Comité pode pedir aos a indicar brevemente no seu relatório os factos e o entendimento a que se
Estados Partes interessados visados na alínea b) que lhe forneçam todas chegou;
as informações pertinentes; c) Se não se chegou a um entendimento no sentido da alínea b), a Comis-
g) Os Estados Partes interessados visados na alínea b) têm o direito de se são fará figurar no seu relatório as suas conclusões sobre todas as maté-
fazer representar, aquando do exame da questão pelo Comité, e de apre- rias de facto relativas à questão debatida entre os Estados Partes interes-
sentar observações oralmente e ou por escrito; sados, bem como a sua opinião sobre as possibilidades de uma solução
h) O Comité deverá apresentar um relatório num prazo de doze meses a amigável do caso. O relatório incluirá igualmente as observações escritas e
contar do dia em que recebeu a notificação referida na alínea b): um processo verbal das observações orais apresentadas pelos Estados
i) Se uma solução pôde ser encontrada em conformidade com as disposi- Partes interessados;
ções da alínea e), o Comité limitar-se-á no seu relatório a uma breve expo- d) Se o relatório da Comissão for submetido em conformidade com a alínea
sição dos factos e da solução encontrada; c), os Estados Partes interessados farão saber ao presidente do Comité,
ii) Se uma solução não pôde ser encontrada em conformidade com as num prazo de três meses após a recepção do relatório, se aceitam ou não
disposições da alínea e), o Comité limitar-se-á, no seu relatório, a uma os termos do relatório da Comissão.
breve exposição dos factos; o texto das observações escritas e o processo 8. As disposições do presente artigo devem ser entendidas sem prejuízo
verbal das observações orais apresentadas pelos Estados Partes interes- das atribuições do Comité previstas no artigo 41.°
sados são anexados ao relatório. 9. Todas as despesas dos membros da Comissão serão repartidas igual-
Em todos os casos o relatório será comunicado aos Estados Partes interes- mente entre os Estados Partes interessados, na base de estimativas forne-
sados. cidas pelo secretário-geral das Nações Unidas.
2. As disposições do presente artigo entrarão em vigor quando dez Estados 10. O secretário-geral das Nações Unidas está habilitado, se necessário, a
Partes no presente Pacto fizerem a declaração prevista no parágrafo 1 do prover às despesas dos membros da Comissão antes de o seu reembolso
presente artigo. A dita declaração será deposta pelo Estado Parte junto do ter sido efectuado pelos Estados Partes interessados, em conformidade
secretário-geral das Nações Unidas, que transmitirá cópia dela aos outros com o parágrafo 9 do presente artigo.
Estados Partes. Uma declaração pode ser retirada a todo o momento por
meio de uma notificação dirigida ao secretário-geral. O retirar de uma Artigo 43.º
comunicação não prejudica o exame de todas as questões que são objecto Os membros do Comité e os membros das comissões de conciliação ad
de uma comunicação já transmitida em virtude do presente artigo; nenhuma hoc que forem designados em conformidade com o artigo 42.º têm direito
outra comunicação de um Estado Parte será aceite após o secretário-geral às facilidades, privilégios e imunidades reconhecidos aos peritos em mis-
ter recebido notificação de ter sido retirada a declaração, a menos que o sões da Organização das Nações Unidas, conforme enunciados nas perti-
Estado Parte interessado faça uma nova declaração. nentes secções da Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das
Nações Unidas.
Artigo 42.º
1: Artigo 44.º
a) Se uma questão submetida ao Comité em conformidade com o artigo As disposições relativas à execução do presente Pacto aplicam-se, sem
41.° não foi regulada satisfatoriamente para os Estados Partes, o Comité prejuízo dos processos instituídos em matéria de direitos do homem, nos
pode, com o assentimento prévio dos Estados Partes interessados, desig- termos ou em virtude dos instrumentos constitutivos e das convenções da
nar uma comissão de conciliação ad hoc (a seguir denominada Comissão). Organização das Nações Unidas e das agências especializadas e não
A Comissão põe os seus bons ofícios à disposição dos Estados Partes impedem os Estados Partes de recorrer a outros processos para a solução
interessados a fim de chegar a uma solução amigável da questão, baseada de um diferendo, em conformidade com os acordos internacionais gerais ou
sobre o respeito do presente Pacto; especiais que os ligam.
b) A Comissão será composta de cinco membros nomeados com o acordo
dos Estados Partes interessados. Se os Estados Partes interessados não Artigo 45.º
conseguirem chegar a um enten-dimento sobre toda ou parte da composi- O Comité apresentará cada ano à Assembleia Geral das Nações Unidas,
ção da Comissão no prazo de três meses, os membros da Comissão relati- por intermédio do Conselho Económico e Social, um relatório sobre os seus
vamente aos quais não chegaram a acordo serão eleitos por escrutínio trabalhos.
secreto de entre os membros do Comité, por maioria de dois terços dos QUINTA PARTE
membros do Comité. Artigo 46.º
2. Os membros da Comissão exercerão as suas funções a título pessoal. Nenhuma disposição do presente Pacto pode ser interpretada em sentido
Não devem ser naturais nem dos Estados Partes interessados nem de um limitativo das disposições da Carta das Nações Unidas e das constituições

Noções de Direito 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
das agências especializadas que definem as respectivas responsabilidades b) Da data em que o presente Pacto entrará em vigor, em conformidade
dos diversos órgãos da Organização das Nações Unidas e das agências com o artigo 49.º, e da data em que entrarão em vigor as emendas previs-
especializadas no que respeita às questões tratadas no presente Pacto. tas no artigo 51.º
1. O presente Pacto, cujos textos em inglês, chinês, espanhol, francês e
Artigo 47.º russo fazem igualmente fé, será deposto nos arquivos da Organização das
Nenhuma disposição do presente Pacto será interpretada em sentido Nações Unidas.
limitativo do direito inerente a todos os povos de gozar e usar plenamente 2. O secretário-geral das Nações Unidas transmitirá uma cópia certificada
das suas riquezas e recursos naturais. do presente Pacto a todos os Estados visados no artigo 48.°

SEXTA PARTE
Artigo 48.º Convenção Americana de Direitos Humanos ("Pacto de San José da
1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos os Estados membros Costa Rica").
da Organização das Nações Unidas ou membros de qualquer das suas
agências especializadas, de todos os Estados Partes no Estatuto do Tribu- CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (1969)
nal Internacional de Justiça, bem como de qualquer outro Estado convidado PREÂMBULO
pela Assembleia Geral das Nações Unidas a tornar-se parte no presente Os Estados Americanos signatários da presente Convenção,
Pacto. Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do
2. O presente Pacto está sujeito a ratificação e os instrumentos de ratifica- quadro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de
ção serão depositados junto do secretário-geral das Nações Unidas. justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
3. O presente Pacto será aberto à adesão de todos os Estados referidos no Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não
parágrafo 1 do presente artigo. derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato
4. A adesão far-se-á pelo depósito de um instrumento de adesão junto do de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que
secretário-geral das Nações Unidas. justificam uma proteção internacional, de natureza convencional,
5. O secretário-geral das Nações Unidas informará todos os Estados que coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados
assinaram o presente Pacto ou que a ele aderiram acerca do depósito de americanos;
cada instrumento de ratificação ou de adesão. Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da
Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana dos
Artigo 49.º Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do
1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito Homem, e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos
junto do secretário-geral das Nações Unidas do trigésimo quinto instrumen- internacionais, tanto de âmbito mundial como regional;
to de ratificação ou de adesão. Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos
2. Para cada um dos Estados que ratificarem o presente Pacto ou a ele Humanos, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do
aderirem, após o depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada
adesão, o dito Pacto entrará em vigor três meses depois da data do depósi- pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como
to por parte desse Estado do seu instrumento de ratificação ou adesão. dos seus direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana
Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à própria Carta
Artigo 50.º da Organização de normas mais amplas sobre os direitos econômicos,
As disposições do presente Pacto aplicam-se sem limitação ou excepção sociais e educacionais e resolveu que uma Convenção Interamericana
alguma a todas as unidades constitutivas dos Estados federais. sobre Direitos Humanos determinasse a estrutura, competência e processo
dos órgãos encarregados dessa matéria;
Artigo 51.º Convieram no seguinte:
1. Qualquer Estado Parte no presente Pacto pode propor uma emenda e PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
depositar o respectivo texto junto do secretário-geral da Organização das Capítulo I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
Nações Unidas. O secretário-geral transmitirá então quaisquer projectos de Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
emenda aos Estados Partes no presente Pacto, pedindo-lhes para indicar 1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os
se desejam a convocação de uma conferência de Estados Partes para direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno
examinar estes projectos e submetê-los a votação. Se pelo menos um terço exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem
dos Estados se declararem a favor desta convenção, o secretário-geral discriminação alguma, por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião,
convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social,
Unidas. Qualquer emenda adoptada pela maioria dos Estados presentes e posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
votantes na conferência será submetida, para aprovação, à Assembleia 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
Geral das Nações Unidas. Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
2. As emendas entrarão em vigor quando forem aprovadas pela Assembleia Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda
Geral das Nações Unidas e aceites, em conformidade com as suas respec- não estiver garantido por disposições legislativas ou de outra natureza, os
tivas leis constitucionais, por uma maioria de dois terços dos Estados Estados-partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas
Partes no presente Pacto. constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas
3. Quando as emendas entrarem em vigor, elas são obrigatórias para os legislativas ou de outra natureza que forem necessárias para tornar efetivos
Estados Partes que as aceitaram, ficando os outros Estados Partes ligados tais direitos e liberdades.
pelas disposições do presente Pacto e por todas as emendas anteriores Capítulo II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
que aceitaram. Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade
Artigo 52.º jurídica.
Independentemente das notificações previstas no parágrafo 5 do artigo Artigo 4º - Direito à vida
48.°, o secretário-geral das Nações Unidas informará todos os Estados 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito
referidos no parágrafo 1 do citado artigo: deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção.
a) Acerca de assinaturas apostas no presente Pacto, acerca de instrumen- Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
tos de ratificação e de adesão depostos em conformidade com o artigo 2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só
48.°; poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença
final de tribunal competente e em conformidade com a lei que estabeleça tal

Noções de Direito 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente. recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre a
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido.
abolido. O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os
políticos, nem a delitos comuns conexos com delitos políticos. mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da inadimplemento de obrigação alimentar.
perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem Artigo 8º - Garantias judiciais
aplicá-la a mulher em estado de gravidez. 1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, dentro de um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente,
indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração
casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de
pendente de decisão ante a autoridade competente. seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal outra natureza.
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua
psíquica e moral. inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes
cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve garantias mínimas:
ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano. a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente. intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação
circunstâncias excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento formulada;
adequado à sua condição de pessoas não condenadas. c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser preparação de sua defesa;
separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido
rapidez possível, para seu tratamento. por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em
6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a particular, com seu defensor;
reforma e a readaptação social dos condenados. e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou servidão e tanto acusado não se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do
estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em prazo estabelecido pela lei;
todas as suas formas. f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras
obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;
privativa de liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a
não pode ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, confessar-se culpada; e
imposta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
afetar a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do recluso. 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos natureza.
deste artigo: 4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
em cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para
judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados preservar os interesses da justiça.
sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade
executarem não devem ser postos à disposição de particulares, Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no
companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado; momento em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo direito aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a
de consciência, qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o
daquele; delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o deliquente deverá
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que dela beneficiar-se.
ameacem a existência ou o bem-estar da comunidade; Artigo 10 - Direito à indenização
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal haver sido condenada em sentença transitada em julgado, por erro
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. judiciário.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade
causas e nas condições previamente fixadas pelas Constituições políticas 1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao
dos Estados-partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. reconhecimento de sua dignidade.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em
arbitrários. sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
detenção e notificada, sem demora, da acusação ou das acusações 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou
formuladas contra ela. tais ofensas.
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião
demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião.
exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças,
ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar
Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto
comparecimento em juízo. em público como em privado.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou 2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas que possam
tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de
legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a mudar de religião ou de crenças.
detenção forem ilegais. Nos Estados-partes cujas leis prevêem que toda

Noções de Direito 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças 4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apropriadas para
está sujeita apenas às limitações previstas em lei e que se façam assegurar a igualdade de direitos e a adequada equivalência de
necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e
públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas. por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, serão adotadas as
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos disposições que assegurem a proteção necessária aos filhos, com base
e pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com unicamente no interesse e conveniência dos mesmos.
suas próprias convicções. 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do
Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão casamento, como aos nascidos dentro do casamento.
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de Artigo 18 - Direito ao nome
expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou
informações e ideias de qualquer natureza, sem considerações de ao de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar a todos esse
fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, direito, mediante nomes fictícios, se for necessário.
ou por qualquer meio de sua escolha. Artigo 19 - Direitos da criança
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar Toda criança terá direito às medidas de proteção que a sua condição
sujeito à censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser de menor requer, por parte da sua família, da sociedade e do Estado.
expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para Artigo 20 - Direito à nacionalidade
assegurar: 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas; 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde houver nascido, se não tiver direito a outra.
ou da moral públicas. 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, nem
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias e meios do direito de mudá-la.
indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel Artigo 21 - Direito à propriedade privada
de imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos 1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei pode
usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios subordinar esse uso e gozo ao interesse social.
destinados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e opiniões. 2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o pagamento de indenização justa, por motivo de utilidade pública ou de
objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da interesse social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei.
infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. 3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de exploração do homem
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda pelo homem, devem ser reprimidas pela lei.
apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à Artigo 22 - Direito de circulação e de residência
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. 1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território de um Estado
Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta tem o direito de nele livremente circular e de nele residir, em conformidade
1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou ofensivas com as disposições legais.
emitidas em seu prejuízo por meios de difusão legalmente regulamentados 2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país,
e que se dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão inclusive de seu próprio país.
de difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei. 3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser restringido, senão
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras em virtude de lei, na medida indispensável, em uma sociedade
responsabilidades legais em que se houver incorrido. democrática, para prevenir infrações penais ou para proteger a segurança
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públicas, ou
empresa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma os direitos e liberdades das demais pessoas.
pessoa responsável, que não seja protegida por imunidades, nem goze de 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser
foro especial. restringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de interesse
Artigo 15 - Direito de reunião público.
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício 5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for
desse direito só pode estar sujeito às restrições previstas em lei e que se nacional e nem ser privado do direito de nele entrar.
façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse da 6. O estrangeiro que se encontre legalmente no território de um
segurança nacional, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a Estado-parte na presente Convenção só poderá dele ser expulso em
saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais decorrência de decisão adotada em conformidade com a lei.
pessoas. 7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território
Artigo 16 - Liberdade de associação estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou comuns
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins conexos com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e
ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, com as Convenções internacionais.
desportivos ou de qualquer outra natureza. 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às restrições previstas outro país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou à liberdade
em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao pessoal esteja em risco de violação em virtude de sua raça, nacionalidade,
interesse da segurança nacional, da segurança e da ordem públicas, ou religião, condição social ou de suas opiniões políticas.
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
das demais pessoas. Artigo 23 - Direitos políticos
3. O presente artigo não impede a imposição de restrições legais, e 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e
mesmo a privação do exercício do direito de associação, aos membros das oportunidades:
forças armadas e da polícia. a) de participar da condução dos assuntos públicos, diretamente ou por
Artigo 17 - Proteção da família meio de representantes livremente eleitos;
1. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e deve ser b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas
protegida pela sociedade e pelo Estado. por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a livre
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem expressão da vontade dos eleitores; e
casamento e de constituírem uma família, se tiverem a idade e as c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções
condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em que não públicas de seu país.
afetem estas o princípio da não-discriminação estabelecido nesta 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades, a que se
Convenção. refere o inciso anterior, exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
3. O casamento não pode ser celebrado sem o consentimento livre e residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação,
pleno dos contraentes. por juiz competente, em processo penal.

Noções de Direito 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 24 - Igualdade perante a lei Nenhuma disposição da presente Convenção pode ser interpretada no
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm sentido de:
direito, sem discriminação alguma, à igual proteção da lei. a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou indivíduo, suprimir
Artigo 25 - Proteção judicial o gozo e o exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista;
qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que
que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais possam ser reconhecidos em virtude de leis de qualquer dos Estados-
reconhecidos pela Constituição, pela lei ou pela presente Convenção, partes ou em virtude de Convenções em que seja parte um dos referidos
mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam Estados;
atuando no exercício de suas funções oficiais. c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano
2. Os Estados-partes comprometem-se: ou que decorrem da forma democrática representativa de governo;
a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração
do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos internacionais
recurso; da mesma natureza.
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e Artigo 30 - Alcance das restrições
c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e
decisão em que se tenha considerado procedente o recurso. exercício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não podem ser
aplicadas senão de acordo com leis que forem promulgadas por motivo de
Capítulo III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS interesse geral e com o propósito para o qual houverem sido estabelecidas.
Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos
Os Estados-partes comprometem-se a adotar as providências, tanto no Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta Convenção, outros
âmbito interno, como mediante cooperação internacional, especialmente direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com os processos
econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena estabelecidos nos artigo 69 e 70.
efetividade dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e
sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Capítulo V - DEVERES DAS PESSOAS
Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos
dos recursos disponíveis, por via legislativa ou por outros meios 1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a
apropriados. humanidade.
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais,
Capítulo IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem comum, em uma
APLICAÇÃO sociedade democrática.
Artigo 27 - Suspensão de garantias
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que PARTE II - MEIOS DE PROTEÇÃO
ameace a independência ou segurança do Estado-parte, este poderá Capítulo VI - ÓRGÃOS COMPETENTES
adotar as disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados Artigo 33 - São competentes para conhecer de assuntos relacionados
às exigências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-partes
desta Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis com nesta Convenção:
as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante
discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, denominada a Comissão; e
religião ou origem social. b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos a Corte.
determinados nos seguintes artigos: 3 (direito ao reconhecimento da
personalidade jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 Capítulo VII - COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS
(proibição da escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da HUMANOS
retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da Seção 1 - Organização
família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à Artigo 34 - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-
nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das garantias indispensáveis se-á de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade moral e
para a proteção de tais direitos. de reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
3. Todo Estado-parte no presente Pato que fizer uso do direito de Artigo 35 - A Comissão representa todos os Membros da Organização
suspensão deverá comunicar imediatamente aos outros Estados-partes na dos Estados Americanos.
presente Convenção, por intermédio do Secretário Geral da Organização Artigo 36 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal,
dos Estados Americanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, pela Assembleia Geral da Organização, a partir de uma lista de candidatos
os motivos determinantes da suspensão e a data em que haja dado por propostos pelos governos dos Estados-membros.
terminada tal suspensão. 2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos,
Artigo 28 - Cláusula federal nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado-membro
1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído como Estado da Organização dos Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de
federal, o governo nacional do aludido Estado-parte cumprirá todas as três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado
disposições da presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre diferente do proponente.
as quais exerce competência legislativa e judicial. Artigo 37 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e
2. No tocante às disposições relativas às matérias que correspondem à só poderão ser reeleitos um vez, porém o mandato de três dos membros
competência das entidades componentes da federação, o governo nacional designados na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo depois
deve tomar imediatamente as medidas pertinentes, em conformidade com da referida eleição, serão determinados por sorteio, na Assembleia Geral,
sua Constituição e com suas leis, a fim de que as autoridades competentes os nomes desses três membros.
das referidas entidades possam adotar as disposições cabíveis para o 2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de um
cumprimento desta Convenção. mesmo país.
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles Artigo 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à
uma federação ou outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que expiração normal do mandato, serão preenchidas pelo Conselho
o pato comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para Permanente da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto da
que continuem sendo efetivas no novo Estado, assim organizado, as Comissão.
normas da presente Convenção. Artigo 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à
Artigo 29 - Normas de interpretação aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu próprio Regulamento.

Noções de Direito 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão devem ser c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de
desempenhados pela unidade funcional especializada que faz parte da outro processo de solução internacional; e
Secretaria Geral da Organização e deve dispor dos recursos necessários d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a
para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela Comissão. nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas
Seção 2 - Funções ou do representante legal da entidade que submeter a petição.
Artigo 41 - A Comissão tem a função principal de promover a 2. As disposições das alíneas “a” e “b” do inciso 1 deste artigo não se
observância e a defesa dos direitos humanos e, no exercício de seu aplicarão quando:
mandato, tem as seguintes funções e atribuições: a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América; processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham
b) formular recomendações aos governos dos Estados-membros, sido violados;
quando considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos
progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de
e seus preceitos constitucionais, bem como disposições apropriadas para esgotá-los; e
promover o devido respeito a esses direitos; c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados
c) preparar estudos ou relatórios que considerar convenientes para o recursos.
desempenho de suas funções; Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível toda petição ou
d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe proporcionem comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
informações sobre as medidas que adotarem em matéria de direitos a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo 46;
humanos; b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria Geral da por esta Convenção;
Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados- c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for
membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, dentro manifestamente infundada a petição ou comunicação ou for evidente sua
de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que lhes solicitarem; total improcedência; ou
f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício d) for substancialmente reprodução de petição ou comunicação
de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 anterior, já examinada pela Comissão ou por outro organismo internacional.
desta Convenção; e Seção 4 - Processo
g) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral da Organização Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na
dos Estados Americanos. qual se alegue a violação de qualquer dos direitos consagrados nesta
Artigo 42 - Os Estados-partes devem submeter à Comissão cópia dos Convenção, procederá da seguinte maneira:
relatórios e estudos que, em seus respectivos campos, submetem a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação,
anualmente às Comissões Executivas do Conselho Interamericano solicitará informações ao Governo do Estado ao qual pertença a autoridade
Econômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência e apontada como responsável pela violação alegada e transcreverá as partes
Cultura, a fim de que aquela zele para que se promovam os direitos pertinentes da petição ou comunicação. As referidas informações devem
decorrentes das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e ser enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Comissão ao
cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos, considerar as circunstâncias de cada caso;
reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo fixado sem que
Artigo 43 - Os Estados-partes obrigam-se a proporcionar à Comissão sejam elas recebidas, verificará se existem ou subsistem os motivos da
as informações que esta lhes solicitar sobre a maneira pela qual seu direito petição ou comunicação. No caso de não existirem ou não subsistirem,
interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer disposições desta mandará arquivar o expediente;
Convenção. c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improcedência da
petição ou comunicação, com base em informação ou prova
Seção 3 - Competência supervenientes;
Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não- d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de
governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros comprovar os fatos, a Comissão procederá, com conhecimento das partes,
da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham a um exame do assunto exposto na petição ou comunicação. Se for
denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado-parte. necessário e conveniente, a Comissão procederá a uma investigação para
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do seu cuja eficaz realização solicitará, e os Estados interessados lhe
instrumento de ratificação desta Convenção, ou de adesão a ela, ou em proporcionarão, todas as facilidades necessárias;
qualquer momento posterior, declarar que reconhece a competência da e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer informação
Comissão para receber e examinar as comunicações em que um Estado- pertinente e receberá, se isso for solicitado, as exposições verbais ou
parte alegue haver outro Estado-parte incorrido em violações dos direitos escritas que apresentarem os interessados; e
humanos estabelecidos nesta Convenção. f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar a uma
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem ser solução amistosa do assunto, fundada no respeito aos direitos
admitidas e examinadas se forem apresentadas por um Estado-parte que reconhecidos nesta Convenção.
haja feito uma declaração pela qual reconheça a referida competência da 2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada uma
Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma comunicação contra um investigação, mediante prévio consentimento do Estado em cujo território
Estado-parte que não haja feito tal declaração. se alegue houver sido cometida a violação, tão somente com a
3. As declarações sobre reconhecimento de competência podem ser apresentação de uma petição ou comunicação que reúna todos os
feitas para que esta vigore por tempo indefinido, por período determinado requisitos formais de admissibilidade.
ou para casos específicos. Artigo 49 - Se se houver chegado a uma solução amistosa de acordo
4. As declarações serão depositadas na Secretaria Geral da com as disposições do inciso 1, “f”, do artigo 48, a Comissão redigirá um
Organização dos Estados Americanos, a qual encaminhará cópia das relatório que será encaminhado ao peticionário e aos Estados-partes nesta
mesmas aos Estados-membros da referida Organização. Convenção e posteriormente transmitido, para sua publicação, ao
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação apresentada de Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos. O referido
acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será relatório conterá uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada.
necessário: Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á proporcionada a mais
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição ampla informação possível.
interna, de acordo com os princípios de Direito Internacional geralmente Artigo 50 - 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que
reconhecidos; for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da exporá os fatos e suas conclusões. Se o relatório não representar, no todo
data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado ou em parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer deles
da decisão definitiva; poderá agregar ao referido relatório seu voto em separado. Também se

Noções de Direito 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
agregarão ao relatório as exposições verbais ou escritas que houverem 2. A Corte designará seu Secretário.
sido feitas pelos interessados em virtude do inciso 1, “e”, do artigo 48. 3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir às reuniões
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos quais que ela realizar fora da mesma.
não será facultado publicá-lo. Artigo 59 - A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as proposições funcionará sob a direção do Secretário Geral da Organização em tudo o
e recomendações que julgar adequadas. que não for incompatível com a independência da Corte. Seus funcionários
Artigo 51 - 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos serão nomeados pelo Secretário Geral da Organização, em consulta com o
Estados interessados do relatório da Comissão, o assunto não houver sido Secretário da Corte.
solucionado ou submetido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo Artigo 60 - A Corte elaborará seu Estatuto e submetê-lo-á à aprovação
Estado interessado, aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, da Assembleia Geral e expedirá seu Regimento.
pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, sua opinião e conclusões Seção 2 - Competência e funções
sobre a questão submetida à sua consideração. Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comissão têm direito de
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um prazo submeter um caso à decisão da Corte.
dentro do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe competir para 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário
remediar a situação examinada. que sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a 50.
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto da Artigo 62 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do seu
maioria absoluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não as medidas instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em
adequadas e se publica ou não seu relatório. qualquer momento posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de
pleno direito e sem convenção especial, a competência da Corte em todos
Capítulo VIII - CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS os casos relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção.
Seção 1 - Organização 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de
Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos reciprocidade, por prazo determinado ou para casos específicos. Deverá
Estados-membros da Organização, eleitos a título pessoal dentre juristas ser apresentada ao Secretário Geral da Organização, que encaminhará
da mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de cópias da mesma a outros Estados-membros da Organização e ao
direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício Secretário da Corte.
das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso, relativo à
sejam nacionais, ou do Estado que os propuser como candidatos. interpretação e aplicação das disposições desta Convenção, que lhe seja
2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade. submetido, desde que os Estados-partes no caso tenham reconhecido ou
Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e reconheçam a referida competência, seja por declaração especial, como
pelo voto da maioria absoluta dos Estados-partes na Convenção, na preveem os incisos anteriores, seja por convenção especial.
Assembleia Geral da Organização, a partir de uma lista de candidatos Artigo 63 - 1. Quando decidir que houve violação de um direito ou
propostos pelos mesmos Estados. liberdade protegidos nesta Convenção, a Corte determinará que se
2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três candidatos, assegure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violados.
nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado-membro Determinará também, se isso for procedente, que sejam reparadas as
da Organização dos Estados Americanos. Quando se propuser um lista de consequências da medida ou situação que haja configurado a violação
três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional do Estado desses direitos, bem como o pagamento de indenização justa à parte
diferente do proponente. lesada.
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer
anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de
designados na primeira eleição expirará ao cabo de três anos. que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que
Imediatamente depois da referida eleição, determinar-se-ão por sorteio, na considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem
Assembleia Geral, os nomes desse três juízes. submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não haja expirado, Artigo 64 - 1. Os Estados-membros da Organização poderão consultar
completará o período deste. a Corte sobre a interpretação desta Convenção ou de outros tratados
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o término dos seus concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos.
mandatos. Entretanto, continuarão funcionando nos casos de que já Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados
houverem tomado conhecimento e que se encontrem em fase de sentença no capítulo X da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada
e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos juízes eleitos. pelo Protocolo de Buenos Aires.
Artigo 55 - 1. O juiz, que for nacional de algum dos Estados-partes em 2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da Organização, poderá
caso submetido à Corte, conservará o seu direito de conhecer do mesmo. emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de internas e os mencionados instrumentos internacionais.
nacionalidade de um dos Estados-partes, outro Estado-parte no caso Artigo 65 - A Corte submeterá à consideração da Assembleia Geral da
poderá designar uma pessoa de sua escolha para integrar a Corte, na Organização, em cada período ordinário de sessões, um relatório sobre as
qualidade de juiz ad hoc. suas atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum for da recomendações pertinentes, indicará os casos em que um Estado não
nacionalidade dos Estados-partes, cada um destes poderá designar um juiz tenha dado cumprimento a suas sentenças.
ad hoc.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo 52. Seção 3 - Processo
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o mesmo interesse Artigo 66 - 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.
no caso, serão considerados como uma só parte, para os fins das 2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião unânime
disposições anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá. dos juízes, qualquer deles terá direito a que se agregue à sentença o seu
Artigo 56 - O quorum para as deliberações da Corte é constituído por voto dissidente ou individual.
cinco juízes. Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso
Artigo 57 - A Comissão comparecerá em todos os casos perante a de divergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpretá-
Corte. la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja
Artigo 58 - 1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, na apresentado dentro de noventa dias a partir da data da notificação da
Assembleia Geral da Organização, pelos Estados-partes na Convenção, sentença.
mas poderá realizar reuniões no território de qualquer Estado-membro da Artigo 68 - 1. Os Estados-partes na Convenção comprometem-se a
Organização dos Estados Americanos em que considerar conveniente, pela cumprir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes.
maioria dos seus membros e mediante prévia aquiescência do Estado 2. A parte da sentença que determinar indenização compensatória
respectivo. Os Estados-partes na Convenção podem, na Assembleia Geral, poderá ser executada no país respectivo pelo processo interno vigente para
por dois terços dos seus votos, mudar a sede da Corte. a execução de sentenças contra o Estado.

Noções de Direito 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e mesma e mediante aviso prévio de um ano, notificando o Secretário Geral
transmitida aos Estados-partes na Convenção. da Organização, o qual deve informar as outras partes.
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-parte interessado
Capítulo IX - DISPOSIÇÕES COMUNS das obrigações contidas nesta Convenção, no que diz respeito a qualquer
Artigo 70 - 1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, ato que, podendo constituir violação dessas obrigações, houver sido
desde o momento da eleição e enquanto durar o seu mandato, das cometido por ele anteriormente à data na qual a denúncia produzir efeito.
imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito
Internacional. Durante o exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos Capítulo XI -
privilégios diplomáticos necessários para o desempenho de suas funções. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos juízes Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos
da Corte, nem dos membros da Comissão, por votos e opiniões emitidos no Artigo 79 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário Geral
exercício de suas funções. pedirá por escrito a cada Estado-membro da Organização que apresente,
Artigo 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a membro da
incompatíveis com outras atividades que possam afetar sua independência Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário Geral
ou imparcialidade, conforme o que for determinado nos respectivos preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
Estatutos. encaminhará aos Estados-membros da Organização, pelo menos trinta dias
Artigo 72 - Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão antes da Assembleia Geral seguinte.
honorários e despesas de viagem na forma e nas condições que Artigo 80 - A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre os
determinarem os seus Estatutos, levando em conta a importância e candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo 79, por votação
independência de suas funções. Tais honorários e despesas de viagem secreta da Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que
serão fixados no orçamento-programa da Organização dos Estados obtiverem maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos
Americanos, no qual devem ser incluídas, além disso, as despesas da representantes dos Estados-membros. Se, para eleger todos os membros
Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu próprio da Comissão, for necessário realizar várias votações, serão eliminados
projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral, por sucessivamente, na forma que for determinada pela Assembleia Geral, os
intermédio da Secretaria Geral. Esta última não poderá nele introduzir candidatos que receberem maior número de votos.
modificações. Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos Humanos
Artigo 73 - Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme Artigo 81 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário Geral
o caso, cabe à Assembleia Geral da Organização resolver sobre as pedirá a cada Estado-parte que apresente, dentro de um prazo de noventa
sanções aplicáveis aos membros da Comissão ou aos juízes da Corte que dias, seus candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
incorrerem nos casos previstos nos respectivos Estatutos. Para expedir O Secretário Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos
uma resolução, será necessária maioria de dois terços dos votos dos apresentados e a encaminhará aos Estados-partes pelo menos trinta dias
Estados-membros da Organização, no caso dos membros da Comissão; e, antes da Assembleia Geral seguinte.
além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes na Convenção, se Artigo 82 - A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os candidatos
se tratar dos juízes da Corte. que figurem na lista a que se refere o artigo 81, por votação secreta dos
Estados-partes, na Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os
PARTE III - DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta
Capítulo X - ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA, dos votos dos representantes dos Estados-partes. Se, para eleger todos os
PROTOCOLO E DENÚNCIA juízes da Corte, for necessário realizar várias votações, serão eliminados
Artigo 74 - 1. Esta Convenção está aberta à assinatura e à ratificação sucessivamente, na forma que for determinada pelos Estados-partes, os
de todos os Estados-membros da Organização dos Estados Americanos. candidatos que receberem menor número de votos.
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á
mediante depósito de um instrumento de ratificação ou adesão na DECRETO No 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992
Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos. Esta Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pato de
Convenção entrará em vigor logo que onze Estados houverem depositado São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.
os seus respectivos instrumentos de ratificação ou de adesão. Com Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pato de São
referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou que a ela aderir José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de
ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do depósito do seu novembro de 1969, apensa por cópia ao presente decreto, deverá ser
instrumento de ratificação ou adesão. cumprida tão inteiramente como nela se contém.
3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-membros da Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato internacional, em 25
Organização sobre a entrada em vigor da Convenção. de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declaração
Artigo 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea d ,
conformidade com as disposições da Convenção de Viena sobre o Direito não incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da Comissão
dos Tratados, assinada em 23 de maio de 1969. Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência
Artigo 76 - 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e a Comissão e a expressa do Estado”.
Corte, por intermédio do Secretário Geral, podem submeter à Assembleia Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Geral, para o que julgarem conveniente, proposta de emendas a esta
Convenção.
2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que as ratificarem, 2.3. - Direito Penal.
na data em que houver sido depositado o respectivo instrumento de
ratificação, por dois terços dos Estados-partes nesta Convenção. Quanto PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL
aos outros Estados-partes, entrarão em vigor na data em que eles 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - "Não há crime sem lei anterior que
depositarem os seus respectivos instrumentos de ratificação. o defina, nem pena sem previa cominação legal - nullum crimen,
Artigo 77 - 1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31, qualquer nulla poena sine lege - art 5, inciso XXXIX. Só a lei pode definir
Estado-parte e a Comissão podem submeter à consideração dos Estados-partes crimes e cominar penas, por exemplo: Medida Provisória ou Lei De-
reunidos por ocasião da Assembleia Geral projetos de Protocolos adicionais a esta legada não podem criar crimes e cominar penas. Cabe somente ao
Convenção, com a finalidade de incluir progressivamente, no regime de proteção Legislador Federal (Deputados Federais e Senadores da Repúbli-
da mesma, outros direitos e liberdades. ca) a criação de normas penais, sendo inteiramente vedado a cria-
2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades de sua entrada em ção de normas penais pelos legisladores dos Estados Membros e
vigor e será aplicado somente entre os Estados-partes no mesmo. do Município.
Artigo 78 - 1. Os Estados-partes poderão denunciar esta Convenção 2. PRINCÍPIO DA EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS FAVO-
depois de expirado o prazo de cinco anos, a partir da data em vigor da RÁVEL: A lei penal não retroagirá ou ultra-agirá, salvo para benefi-
ciar o réu. A lei mais favorável e pois extra ativa.

Noções de Direito 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA: A individualização rados por outros remédios constitucionais (mandado de segurança e habe-
da pena faz-se em três etapas: COMINAÇÃO, APLICAÇÃO E E- as data, como se verá adiante).
XECUÇÃO. COMINAÇÃO: O legislador deve criar para cada caso
uma pena. APLICAÇÃO: O juiz deve analisar o culpado, fixar uma Seu sujeito ativo é a pessoa, nacional ou estrangeiro, e pode ser impe-
pena base, entre o grau-máximo e o grau mínimo, depois analisar trado mesmo por incapaz, sendo desnecessária a intervenção de advoga-
os arts. 61 e 62 do C.P, para ver se a agravantes, e os arts. 65 e 66 do.
para ver se a atenuantes, e agravará ou atenuará a pena-base. Em
seguida, observará a existência de causas especiais de aumento Seu sujeito passivo é a autoridade responsável pela ilegalidade ou a-
ou de diminuição da pena, chegando a pena definitiva. EXECU- buso de poder, de que resulte a coação ou violência (ou a ameaça delas)
ÇÃO: A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a- na liberdade de locomoção. Discute-se sobre a possibilidade de particular
cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. vir a ser sujeito passivo de habeas corpus. A matéria não é pacífica, mas,
4. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL OU DA PERSO- em alguns casos, os Tribunais têm concedido a ordem, como, por exemplo,
NALIDADE DA PENA: Nenhuma pena passará da pessoa do con- contra síndico de condomínio, para permitir a entrada ou a saída de pesso-
denado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do as, ou contra diretor clínico de hospital, para liberar paciente retido por falta
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos suces- de pagamento do débito hospitalar.
sores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido. A pena não pode ser estendida aos sucessores do O habeas corpus pode ser preventivo ou liberatório. No primeiro caso,
condenado. previne-se a coação, e, no segundo, é utilizado quando a coação já se
5. PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS: No Brasil a pena máxima consumou.
e de trinta anos.
6. PRINCÍPIO DO RESPEITO AO PRESO: E assegurado aos presos Diz expressamente a Constituição que “não caberá habeas corpus em
o respeito à integridade física e moral. relação a punições disciplinares militares” (art. 142, § 2º).
7. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA: " Ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal OS VALORES CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA PENAL: BREVES
condenatória", todos são inocentes até que se prove o contrário. CONSIDERAÇÕES
Ninguém pode ser punido por presunções, mas apenas por fatos
reais. André Heidrich Moui - bacharel em Direito, pós-graduando em Direito
Penal Empresarial pela Univali, em Itajaí (SC) Jus Navegandi – Doutrina
Garantias criminais
Seu objeto é a tutela da liberdade pessoal, incluindo-se as constantes O objeto deste pequeno artigo é a abordagem da repercussão dos
dos seguintes incisos do art. 5º: proibição de juízes ou tribunais de exceção princípios e valores fundamentais do Estado Social Democrático de Direito,
(inciso XXXVII); julgamento dos crimes dolosos contra a vida pelo Tribunal insculpidos na Carta Constitucional de 1988, que levam a uma nova roupa-
do Júri (inciso XXXVIII), notando-se o fortalecimento da instituição do júri gem do Direito Penal e seus postulados. Para tanto, partir-se-á do conceito
pelos princípios da plenitude da defesa, sigilo das votações e soberanias e das características do Direito Constitucional Penal, imprescindíveis para
dos veredictos; garantia do juiz competente (incisos LIII e LXI); comunica- situar o leitor na abordagem do tema.
ção de toda prisão ao juiz competente (inciso LXII); o contraditório e a
ampla defesa, que se estendem ao processo administrativo (inciso LV); O presente encontra-se delimitado, precipuamente, na obra intitulada
anterioridade da lei penal (inciso XL), individualização da pena (inciso Fundamentação Constitucional do Direito Penal, de autoria de Márcia
XLVI); personalização da pena (inciso XLV); proibição de penas de bani- Dometila Lima de Carvalho, à qual unimos algumas considerações da
mento, prisão perpétua, trabalhos forçados e de morte; salvo, neste último doutrina estrangeira de Francesco C. Palazzo, mentor intelectual da nova
caso, em caso de guerra declarada (inciso XLVII); proibição de prisão civil perspectiva do Direito Penal frente ao Direito Constitucional e forte inspira-
por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescu- dor dos autores pátrios que tratam do tema.
sável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel (inciso LXVII); proibi-
ção da não-extradição de estrangeiro em razão de crime político, ou de É difícil aquilatar, em um primeiro momento, toda a extensão do tema
opinião, e em caso algum de brasileiro (incisos LI e LII); presunção de proposto, sobretudo porque essa nova perspectiva ainda é pouco explora-
inocência (inciso LVII), com a proibição de identificação criminal do civil- da no universo jurídico-científico.
mente, identificado, salvo nas hipóteses previstas em lei (inciso LVIII);
vedação e punição da tortura (inciso XLIII); vedação e punição do racismo Antes de conceituar o Direito Constitucional Penal cumpre ressaltar
(inciso XLII). que o Direito é uno, costumeiramente dividido em diversos ramos, por
Observe-se que a Constituição considera crimes imprescritíveis a práti- questões meramente didáticas, facilitando a abordagem dos seus diversos
ca do racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a subtemas.
ordem constitucional e o Estado Democrático, rompendo assim com tradi-
ção de nosso Direito, que sempre considerou o decurso do tempo como Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, o Direito Constitucional "é o
causa de extinção da punibilidade. conhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental do Esta-
do. Isto é, conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à
Dentro das garantias criminais, avulta o habeas corpus, que, como se forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do
viu, é considerado remédio constitucional. poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua atuação" .
O habeas corpus tutela a liberdade de locomoção: “conceder-se habe- Para José Afonso da Silva, o Direito Constitucional "é o ramo do Direito
as corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas funda-
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou mentais do Estado" .
abuso de poder” (art. 5º, LXVIII).
Enfim, numa concepção de caráter predominantemente jurídico, o Di-
Instituto originário da Inglaterra medieval, o habeas corpus surgiu com reito Constitucional constitui-se num conjunto de normas e princípios que,
a Magna Carta de 1215, reaparecendo depois no Bill of Rights, e no Habe- organizados sistematicamente, disciplinam a organização jurídico-política
as Corpus Act, de 1679. do Estado, e servem de paradigma à legislação infra-constitucional, que lhe
deve obediência.
No Brasil, o habeas corpus não era previsto na Constituição do Império
de 1824, tendo sido instituído pela Constituição Republicana de 1891. O Direito Constitucional Penal, por sua vez, compõe-se de regras e
princípios que, consagrados pela Lei Máxima, regem os fatos incriminados
O seu objeto é a tutela da liberdade de locomoção, ou seja, ir, vir e fi- pela lei penal e as consequências jurídicas deles decorrentes, norteando o
car, sendo excluídos de sua proteção os direitos públicos subjetivos, ampa- sistema jurídico-penal vigente.

Noções de Direito 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ça".
As principais garantias constitucionais de caráter penal estão consubs-
tanciadas, precipuamente, segundo a doutrina tradicional, nas garantias da Para que isso ocorra, ela sugere que "qualquer ofensa a bem jurídico,
inexistência de crime sem lei anterior que o defina (anterioridade), bem protegido penalmente seja cotejada com os princípios constitucionais.
como na inexistência de pena sem prévia cominação legal (legalidade ou Deixa, assim, a ofensa aos citados bens, de ter relevância penal, se os
tipicidade penal), previstas no art. 5º, inciso XXXIX, da Carta Magna vigen- princípios constitucionais não restarem por ela arranhados".
te.
Assim, em última análise, uma conduta incriminada pela lei penal so-
Inegável que tais postulados constituem pressuposto necessário à se- mente será considerada crime se lesar algum dos valores constitucionais
gurança jurídica que deve permear as relações jurídicas de cunho penal. protegidos, ofendendo dessa forma a almejada justiça social.
Porém, não podemos esquecer que tais garantias são também assegu-
radas pelo próprio Código Penal, em seu artigo 1º, bem assim, o princípio Descabe, aqui, fazer maiores comentários ao conteúdo dos já mencio-
constitucional da irretroatividade da lei penal, exceto quando em benefício nados princípios e valores fundamentais do Estado Democrático de Direito,
do réu (art. 2º). modelo adotado pela atual constituição, uma vez que eles já encontram um
adequado desenvolvimento doutrinário.
Não se pretende, com o exposto, desmerecer a constitucionalização de
tais regras, fenômeno de suma importância, que inclusive tem sido adotado O que se pretende é mostrar que eles também devem ser aplicados ao
no direito estrangeiro, que de há muito nos serve de fonte inspiradora, mas Direito Penal, sob pena de inconstitucionalidade das normas penais que
sim ressaltar que ao lado desses princípios, e tanto quanto eles, também não os observarem.
merecem atenção os princípios constitucionais que informam o Direito
Penal – se é que não merecem muito maior atenção. É certo que há uma relutância doutrinária em rever os dogmas penais
à luz da nova ordem constitucional. Tal se deve, provavelmente, à biparti-
Para ser mais claro, há distinção entre os princípios constitucionais e ção inconsciente do Direito Penal, em dois setores distintos e tenuemente
as normas de direito penal constitucional. As últimas traduzem a constitu- comunicáveis, como apontado por Ramos: "há um Direito Penal ‘técnico’,
cionalização de normas de conteúdo tipicamente penal (geralmente estatu- ocupado principalmente com a teoria do crime e um Direito Penal ‘político’,
ídas pela legislação ordinária), visando a uma maior estabilidade de seu ocupado com a teoria da pena e com os princípios penais. Cada qual se
conteúdo. Aquelas (as primeiras) representam os princípios ou valores preocupa com suas tarefas, esquecido do outro" .
constitucionais que repercutem na esfera penal.
Diante da nova perspectiva apontada, mais condizente com o Estado
Sinalizando a diferença entre os "princípios de direito penal constitu- Social Democrático de Direito, sancionado pela Lei Maior, deverá haver um
cional" e "princípios (ou valores) constitucionais pertinentes à matéria processo de despenalização e outro, inverso, de penalização das condutas
penal", PALAZZO, afirma que: colidentes com os valores constitucionais tutelados.
"Os primeiros apresentam um conteúdo típico e propriamente penalís-
tico (legalidade do crime e da pena, individualização da responsabilidade Referindo-se a tal situação, Márcia Dometila Lima de Carvalho afirma
etc.) e, sem dúvida, delineiam a ‘feição constitucional’ de um determinado que devem ser banidos do Código Penal, por exemplo, tipos penais como o
sistema penal, a prescindir, eventualmente, do reconhecimento formal num de casa de prostituição (art. 229), rufianismo (art. 230), adultério (art. 240)
texto constitucional. Tais princípios, que fazem parte, diretamente, do e curandeirismo (art. 284), não condizentes com o estado de tolerância
sistema penal, em razão do próprio conteúdo, têm, ademais, características vigente no Estado Democrático de Direito, que não deve sancionar penal-
substancialmente constitucionais, enquanto se circunscrevam dentro dos mente os fatos mais afetos à moral.
limites do poder punitivo que situam a posição da pessoa humana no
âmago do sistema penal; em seguida, vincam os termos essenciais da Por outro lado, a autora afirma que "no balanço dos bens jurídicos dig-
relação entre indivíduo e Estado no setor delicado do direito penal" . nos de proteção, ganham mais força os pertinentes à defesa da ordem
econômico-social, cultural e ambiental, hierarquicamente superiores, pela
Os princípios constitucionais penais, acima referidos, são todos aque- Constituição, aos clássicos crimes contra o patrimônio, por exemplo" .
les que expressam os objetivos fundamentais do Estado Democrático de
Direito, bem como os seus valores supremos como a dignidade da pessoa Diante do que foi exposto, a visão de delito deve ser vista de uma nova
humana e a idéia de justiça social, a serem necessariamente observados forma, mais consentânea com o desiderato constitucional e, portanto, mais
pelo Direito Penal, sob pena de carecer de fundamentação constitucional. justa. Porém, há um longo caminho a ser percorrido pela doutrina penal
para que essa pretensão seja adequadamente alcançada e plenamente
Esta é a opinião de Márcia Dométila de Lima Carvalho que conclui: compreendida.
"... a não fundamentação de uma norma penal em qualquer interesse
constitucional, implícito ou explícito, ou o choque mesmo dela com o espíri- Analogia: consiste em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a
to que perambula pela Lei Maior, deveria implicar, necessariamente, na disposição relativa a um caso semelhante; para que seja permitido o seu
descriminalização ou não aplicação da norma penal. Por outro lado, se a uso, exige-se a ocorrência dos seguintes requisitos: a) que o fato conside-
ameaça aos valores jurídicos constitucionais é que demonstra a necessi- rado não tenha sido regulado pelo legislador; b) este, no entanto, regulou
dade da repressão penal, em detrimento, mesmo, dos direitos e garantias situação que oferece relação de coincidência de identidade com o caso não
fundamentais do cidadão, assegurados também pelo texto constitucional, a regulado; c) o ponto comum às duas situações constitui o ponto determi-
hierarquia dos bens jurídicos, protegidos penalmente, não poderá deixar de nante na implantação do princípio referente à situação considerada pelo
guardar íntima relação com a hierarquia dos valores jurídico- julgador.
constitucionais. Lícito, pois, concluir que a disfuncionalidade, antinomia,
enfim, falta de harmonia entre a norma penal concretizada e a justiça Analogia legal (legis): atua quando o caso não previsto é regulado
positivada ou almejada pela Constituição, deve ser traduzida como incons- por um preceito legal que rege um semelhante; é a que compreende uma
titucionalidade". argumentação trabalhada sobre textos da norma penal, quando se verifica
a insuficiência de sua redação.
Mas, como o Direito Penal irá incorporar esse papel sem despojar-se
da sua tradicional função de tutela dos bens jurídicos protegidos? Ou seja, Analogia jurídica (juris): ocorre quando se aplica à espécie não pre-
como irá atingir a implementação dos valores constitucionais sem abrir mão vista em lei, e com a qual não há norma que apresenta caracteres seme-
de sua dogmática fechada? lhantes, um princípio geral de direito.

Segundo a autora supracitada, "o Direito não pode mais ser considera- A NORMA PENAL EM BRANCO E SEUS LIMITES TEMPORAIS
do como uma totalidade de regras postas, acabadas, mas passa a mostrar-
se como um conjunto de princípio e normas de ação, em contínua mudan- Texto extraído do Jus Navigandi

Noções de Direito 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7345 cional traz, em seu art. 5°, XXXIX, o Princípio da Legalidade que, aplicado
à disciplina penal, institui que todo tipo penal deve, necessariamente decor-
Danilo Von Beckerath Modesto rer de lei em sentido formal, ou seja, fruto de deliberação legislativa.
advogado em Salvador (BA), pós-graduando em Direito Penal e Pro-
cessual Penal, professor do curso IBES Não é de outro modo que se expressa o Prof. Juarez Tavares [01] ao a-
firmar que "o princípio da legalidade, inserido no art. 5°, XXXIX, da Consti-
"Quando as leis forem fixas e literais, quando só confiarem ao magis- tuição da República, pelo qual se exige uma exata descrição da conduta
trado a missão de examinar os atos dos cidadãos, para decidir se tais atos criminosa, tem por escopo evitar possa o direito penal transformar-se em
são conformes ou contrários à lei escrita; quando, enfim, a regra do justo e instrumento arbitrário, orientado pela conduta de vida ou pelo ânimo".
do injusto, que deve dirigir em todos os seus atos o ignorante e o homem
instruído, não for um motivo de controvérsia, mas simples questão de fato, Ademais, isso só não basta, é necessário que a lei seja clara, sob pena
então não mais se verão os cidadãos submetidos ao jugo de uma multidão de violação do princípio da taxatividade. Tal princípio, na visão de Luis
de pequenos tiranos, tanto mais insuportáveis quanto menor é a distância Regis Prado [02], "significa que o legislador deve redigir a disposição legal
entre o opressor e o oprimido; tanto mais cruéis quanto maior resistência de modo suficientemente determinado para uma mais perfeita descrição do
encontram, porque a crueldade dos tiranos é proporcional, não às suas fato típico (lex certa)". E conclui sua lição dizendo que "tem ele, assim, uma
forças, mas aos obstáculos que se lhes opõem; tanto mais funestos quanto função garantista, pois o vínculo do Juiz a uma lei taxativa o bastante
ninguém pode livrar-se do seu jugo senão submetendo-se ao despotismo constitui uma autolimitação do poder punitivo-judiciário e uma garantia de
de um só." (Beccaria, Cesare. Dos delitos e das Penas). igualdade".

INTRODUÇÃO. Portanto, a escorreita definição das condutas criminosas é dever de


Cuidaremos, aqui, de tema delicado na doutrina e jurisprudência pá- um Estado Democrático de Direito justo e que queira atender os mais
trias, qual seja, a questão referente às alterações da lei penal em branco e lídimos anseios de segurança jurídica.
de sua norma complementadora e seus reflexos na aplicabilidade da lei
penal no tempo. No entanto, a completa definição da conduta criminosa é tarefa árdua
atribuída à pena do legislador, e que muitas vezes é inatingível, como
Várias correntes existem sobre o tema, tentando de alguma forma es- ocorre, exempli gratia, quando o Direito Penal é utilizado em matéria ina-
tabelecer critérios para que se possa aplicar ou não as regras gerais de dequada a seus objetivos, utilizado mais como prima ratio que como ultima
retroação a uma modalidade de norma tão repleta de particularidades. ratio.

Cumpre-nos, inicialmente, formar alguns conceitos, fundamentais para E, quando não se atinge este desiderato, caem por terra as garantias
a boa apreensão do tema que ora se discute. constitucionais e abrem-se as raias para o arbítrio estatal, com a criação
excessiva de normas penais abertas e tipos incompreensíveis.
Deste modo, estabeleceremos, dentre outras, o que se deve entender
por norma penal em branco, bem como, qual é o atual sistema de validade 2. A NORMA PENAL EM BRANCO.
temporal da norma penal incriminadora. 2.1. Conceito.
Não obstante, existem situações em que, seja pelo caráter da conduta
Atentos para os novos paradigmas do Direito Penal, cuja inauguração que se quer regular, seja por questão de técnica legislativa, não se pode
em nosso ordenamento em muito se deve à Constituição Federal de 1988, descrever exaustivamente todas a descrição da norma incriminadora.
iniciamos a explanação tratando da necessidade de que a norma incrimi-
nadora seja bem redigida, de modo que represente instrumento de garanti- Tal fato ocorre quando existem particularidades na conduta desvalora-
a, mormente se considerarmos que a norma penal em branco, se mal da que a classificam como de contínua mutação. Deste modo, não se pode
utilizada, pode escapar deste preceito. empregar, simplesmente, uma norma legal (em sentido formal) para sua
regulação que, pela sua própria origem, é naturalmente engessada.
Enfim, não se pode olvidar da necessidade premente de se aplicar o
Direito Penal sempre sob uma ótica garantista, buscando afinar a ciência É o caso por exemplo das normas penais que regulam os crimes con-
com os ditames da nova ordem constitucional. tra a economia popular (Lei 1.521/51) que se submetem à contínua flutua-
ção dos preços. É cediço que um tipo penal descritivo de um crime contra a
1.A NECESSIDADE DE UM TIPO PENAL BEM DEFINIDO. economia popular pode rapidamente ficar ultrapassado, bastando, para
Em 1764, Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, já vislumbrava, de- isso, uma mera alteração na situação econômica do país. E, uma atualiza-
certo influenciado pelos ideais iluministas de sua época, a necessidade de ção legislativa, de tão delongada, certamente seria inócua.
que as normas proibitivas fossem descrições precisas e pormenorizadas
das condutas tidas como ilícitas, no intento de impedir a submissão do Para corrigir estas distorções, criou-se o que se denomina de norma
povo ao despotismo de um Estado opressor. penal em branco, alcunha dada pela primeira vez por Karl Binding (blan-
kettstrafgesetze), ao identificar normas que possuíam sanções previstas
De fato, tal preocupação adquire, na época contemporânea, importân- mas cuja incriminação dependiam da existência de outra norma.
cia sempre presente, mormente diante do que se convencionou chamar de
"Direito Penal de Garantia", que se preocupa, em síntese, com a defesa do De fato, nada mais é que um tipo penal incompleto, carente de aplica-
status libertatis do jurisdicionado, na tentativa do controle dos mecanismos ção por si só, que busca sua completude em outra norma. Nesta modalida-
de coerção estatais. de de normas, apenas se depreende o sentido exato da descrição da
conduta ali contida quando conhecemos a norma complementar.
Neste contexto, devemos entender o tipo penal como opção de um po-
vo em vedar determinada conduta considerada nociva aos bens comuns, Sua importância, como se demonstrou, é a manutenção do preceito
devendo possuir, sempre que possível, a mais límpida redação, a fim de básico, que pode ser adaptado a novas realidades apenas com a modifica-
impedir a ambiguidade e a multiplicidade de interpretações que, decerto, ção da norma complementar, geralmente sujeita a processo elaborativo
poderiam ser usadas contra este próprio povo. mais simplificado.

Neste jaez, exsurge aqui uma das mais importantes funções da norma Não se pode confundir norma penal em branco com a norma penal a-
incriminadora, qual seja, a função de garantia, expressa na possibilidade berta, que, no dizer de Damásio de Jesus [03] é aquela "que não apresenta
que todo cidadão tem de saber previamente qual conduta sua, e de que a descrição típica completa e exige uma atividade valorativa do Juiz. Nele,
modo, pode vir a ser alvo da sanção estatal. o mandamento proibitivo inobservado pelo sujeito não surge de forma
clara, necessitando ser pesquisado pelo julgador no caso concreto". Seriam
Ainda como expressão do garantismo, a nossa atual ordem constitu- tipos penais abertos, por exemplo, os delitos culposos.

Noções de Direito 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
atividade, ou seja, aplica-se a fatos futuros, se lhe sobrevier lei mais gravo-
Vale ressaltar, também, a diferença entre norma penal em branco e as sa, ou retroage, caso substitua uma lex severior.
leis penais incompletas ou imperfeitas, que são aquelas que possuem, Pode ocorrer, ainda, durante a sucessão das leis penais no tempo, que
apenas, o preceito incriminador (conduta proibida), remetendo o intérprete determinada conduta deixe de ser considerada crime, fenômeno este ao
a outra norma para se conhecer a sanctio juris. Luis Regis Prado cita como qual se dá o nome de abolitio criminis, que tem o condão de extirpar todos
exemplo de norma penal imperfeita a contida na Lei 2.889/56 – Lei do os efeitos penais da sentença condenatória. No entanto, continuam subsis-
Genocídio [04]. tindo seus efeitos civis, mormente o direito à reparação (art. 2°,CP).

2.2. Classificação das normas penais em branco. 3.2. Disciplina diversa: a lei penal excepcional ou temporária.
As normas penais em branco podem ser classificadas, segundo a me- Lei penal excepcional é aquela que se destina a regular situações ex-
lhor doutrina, em normas penais em branco em sentido lato (impróprias ou traordinárias da vida em social, como revoluções, calamidades públicas, ou
homogêneas) e em sentido estrito (próprias ou heterogêneas). mesmo guerras. Seu período de vigência é dependente da duração do
fenômeno anormal que se propôs a regular.
As primeiras são aquelas cuja norma complementadora advém da
mesma instância legislativa do tipo penal. Ou seja, como a definição dos Lei temporária, segundo a lição de Adilson Mehmeri [07], "é a que nasce
crimes é de competência legislativa privativa da União (art. 22, I, da Consti- com período de vigência pré-fixado, para o tempo necessário de duração
tuição Federal) e vige em nosso sistema o princípio da reserva legal (art. do objeto a que ela se destina. Por isso ela tem que ser específica, enunci-
5°, XXXIX, CF), forçoso admitirmos que a norma penal em branco em ando o prazo de sua vitalidade".
sentido lato é aquela cuja norma complementadora é uma Lei Federal.
As leis penais excepcionais ou temporárias, justamente por sua natu-
O exemplo mais citado na doutrina é o do art. 237, do Código Penal reza de transitoriedade, são submetidas a uma disciplina especial quanto à
Pátrio, que tem a seguinte redação: "contrair casamento, conhecendo a sua vigência temporal.
existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena –
detenção, de três meses a um ano". Consoante o art. 3°, do Código Penal Pátrio, são aplicáveis aos fatos
praticados durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação. São
Percebe-se, portanto, que a subsunção deste tipo penal a uma conduta exceções, portanto, à regra da retroatividade da lex mitior posterior.
criminosa exige a precisa compreensão do que é considerado causa de
nulidade absoluta do matrimônio, circunstância que somente pode ser Tal regime especial, longe de constituir ofensa ao art. 5, XL, da Consti-
respondida se visitarmos o art. 1.521, da Lei 10.406/02 (novel Código Civil) tuição da República, é uma necessidade imposta para regulação de deter-
que descreve os impedimentos matrimoniais. minadas condutas.

Por sua vez são consideradas normas penais em branco em sentido De fato, elas perderiam toda a utilidade se lhe fossem aplicadas as re-
estrito (heterogêneas ou próprias) aquelas em que a norma complementa- gras gerais de retroação. Bastaria pensar que, como são normas com
dora é oriunda de uma outra fonte legiferante, seja o Poder Executivo vigência determinada, para escapar da sanção, o réu apenas precisaria
(regulamentos, instruções, etc.), ou os Poderes Legislativo Estaduais, atrasar o curso processual de modo que somente fosse condenado após
Municipais, etc. sua revogação [08].

O exemplo clássico é do art. 12, da Lei 6368/76, que incrimina a con- Partilha do mesmo entendimento Celso Delmanto [09], quando afirma
duta de tráfico ilícito de entorpecentes. A definição do que é ou não subs- que "elas perderiam toda a sua força intimidativa, caso o agente já soubes-
tância entorpecente e estabelecida por Portaria da DIMED, vinculada ao se, de antemão, que, após cessada a anormalidade (no caso das leis
Ministério da Saúde. excepcionais) ou findo o período de vigência (das leis temporárias), acaba-
ria impune pela aplicação do principio da retroatividade".
São tidas por próprias porque efetivamente atendem a finalidade das
normas penais em branco, qual seja, a de adequar o tipo penal sem neces- Na realidade, não se vislumbra ofensa ao princípio da retroação mais
sidade de um vagaroso processo legiferante. benéfica (art. 5°, XL, CF), de modo que nos filiamos ao magistério de
Guilherme de Souza Nucci [10] e Damásio de Jesus [11], que pregam que a
3. BREVE ESCORÇO SOBRE A NORMA PENAL E SEUS LIMITES norma penal excepcional ou temporária possui, como elemento do tipo, o
TEMPORAIS. fator "tempo", de modo que, ao deixar de viger, não lhe sucede nenhuma
3.1. A Extra-atividade, ultratividade e retroatividade da norma penal. lei nova, mas apenas existe o retorno daquela que regulava a situação
A retroatividade ocorre quando uma norma penal vigente no presente anteriormente. Por serem normas diferentes, não incidiria a regra constitu-
alcança situações passadas, o que a difere da ultratividade, que se dá cional. [12]
quando uma lei penal continua sendo aplicada a uma conduta, mesmo
após ter cessado sua vigência. Por outro lado, ocorre o fenômeno da extra- 4. O PROBLEMA DA NORMA PENAL EM BRANCO E SEUS LIMI-
atividade quando uma norma penal reúne as duas características esposa- TES TEMPORAIS.
das. Não se encontra uniformidade, entre os autores brasileiros, acerca da
validade temporal da norma penal em branco.
A regra geral, insculpida no art. 5°, XL, da CF, que foi adotada pelo
Código Penal, em seu art. 2°, é que a lei penal nunca retroagirá salvo para Alguns são defensores da impossibilidade absoluta de retroação da
beneficiar o réu. É o que se denomina correntemente na doutrina de retroa- norma complementadora, outros se posicionam pela necessidade imperio-
tividade da lex mitior, que se aplica aos fatos pretéritos mesmo não sendo sa de retroatividade, quando a norma tiver conteúdo mais benéfico.
a lei da data do fato.
Por outro lado, há quem postule por uma solução intermediária, ora
Nem a coisa julgada é empecilho, pois já decidiu o Colendo STF que pregando a retroação, ora negando-a, muito embora assim procedam sob
"a lei nova se aplica, no que favorecer o agente, até mesmo já havendo premissas díspares.
condenação transitada em julgado" [05].
Em verdade, percebe-se, na doutrina, duas espécies de critérios: os
O fenômeno da retroação, por óbvio, não se aplica às leis mais gravo- que trabalham apenas sobre a possibilidade de retroação ou não, e aque-
sas. Nestes casos, a regra é a irretroatividade, aplicando-se a lei mais les que admitem a retroação, porém com ressalvas ou justificativas diver-
antiga, muito embora esteja revogada, pois "não pode haver retroatividade gentes.
prejudicial ao réu" [06].
4.1. A questão da retroatividade.
Percebe-se, destarte, que a lex mitior é a única que tem extra- O primeiro ponto que se impõe é o que tange a possibilidade de retro-

Noções de Direito 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ação das normas penais em branco, em virtude da mudança de seus Segundo tais autores, a alteração de um complemento de uma norma
complementos. penal em branco homogênea sempre teria efeitos retroativos, vez que, a
No Brasil, Paulo José da Costa Jr. [13] e Basileu Garcia [14] postulam que norma complementar, como lei ordinária que é, também foi submetida a
o complemento da norma penal em branco deve sempre retroagir, desde rigoroso e demorado processo legislativo.
que mais benéfica para o acusado, tendo em vista o mandamento constitu-
cional e o direito de liberdade do cidadão. A situação, contudo, se inverte quando se tratar de norma penal em
branco heterogênea.
Em sentido contrário, surge a lição de Frederico Marques [15], para
quem a alteração da norma complementadora terá, sempre, efeitos irre- Neste caso, "a situação se modifica para comportar duas soluções.
troativos, por não admitir a revogação das normas em consequência da Quando a legislação complementar não se reveste de excepcionalidade e
revogação de seus complementos. nem traz consigo a sua auto-revogação, como é caso das portarias sanitá-
rias estabelecedoras das moléstias cuja notificação é compulsória, cujo
A nosso sentir, nenhuma das soluções é satisfatória. prazo para cumprimento da determinação legal é variável consoante a
A primeira peca por retirar do Estado, por exemplo, importante meca- gravidade da moléstia, que, v.g., no caso do cólera, deve ser imediata, mas
nismo de controle, capaz de regular situações gravosas na economia, que em relação a outras doenças pode ser feita ate os três meses comple-
tornado inócua qualquer intervenção penal do Estado nesta seara. Nesta tados, a legislação complementar, então, pela sua característica, se revo-
mesma linha é a lição de Pierangeli [16], que afirma que sua adoção "deixa- gada ou modificada, poderá conduzir também à descriminalização" [21].
ria o consumidor inteiramente desprotegido e o Estado sem meio idôneo
para combater a perniciosa especulação, em detrimento da comunidade." Apesar do brilhantismo da lição dos supracitados mestres, verifica-se
que esta não seria a melhor solução.
A segunda corrente claudica por não emprestar relevância penal à
norma complementadora, de modo que desconsidera a possibilidade desta Quanto ao critério da excepcionalidade do complemento, nada temos a
influir definitivamente sobre a criminalização da conduta, a ponto de gerar emendar. De fato, sem dúvida, tal critério nos parece o mais consentâneo
um abolitio criminis. com a realidade, sendo, inclusive, o esposado pelo Colendo STF.

Por outro lado, a irretroatividade, como já exposto (v. 4.2, supra), não No entanto, nada impede o legislador de, numa situação de excepcio-
fere o regramento constitucional, vez que o fator tempo é elemento inte- nalidade, criar uma norma penal em branco homogênea, que seja marcada
grante do tipo da norma penal em branco, de modo que a norma que lhe pela temporariedade. Deste modo, estaríamos diante de uma norma penal
sucede é diversa e não regulará exatamente a mesma matéria, não crian- em branco homogênea e irretroativa. Falha o critério, portanto, neste as-
do, pois, uma "exceção" a exceção da retroatividade benéfica. pecto.

Por isso, nossa opinião é intermediária. Posicionamos-nos pela admis- Partindo do mesmo entendimento, se manifesta Fernando Capez [22],
são da ultratividade da norma penal em branco, somente em determinados ao discorrer que "não interessa se o complemento advém de lei ou de ato
casos, que adiante se aclarará, aplicando-se aos demais a regra geral do infralegal, pois a retroatividade depende exclusivamente do caráter tempo-
art. 5°, XL, da Constituição Federal, numa espécie de retroação condicio- rário ou definitivo da norma."
nada.
4.2.3. Nossa posição.
4.2. Critérios para a adoção da retroatividade da norma penal em bran- Partindo do entendimento de que a norma complementadora, sem
co. sombra de dúvida, integra o tipo penal e tem natureza penal, devemos
4.2.1. O critério de Mirabete e Damásio de Jesus. entender que qualquer alteração no complemento da norma altera a si
Feito o posicionamento acerca da possibilidade condicionada de retro- própria. Resta contudo, definir em que circunstância se dá a retroação.
ação da norma penal em branco, cabe-nos, agora, identificar os critérios
que permitem diferenciar as normas penais em branco que podem retroagir A melhor opção é entender que a norma penal em branco retroagirá
com a alteração dos seus complementos. sempre, independentemente de sua natureza homogênea ou heterogênea,
se for mais benéfica ao réu e não contiver essência de norma excepcional
A primeira acepção sobre o tema nos é dada pelo Prof. Damásio de ou temporária.
Jesus [17], referendado por Mirabete [18].
Em verdade, existem normas incriminadoras, carentes de complemen-
Aduzem que somente tem influência a alteração do complemento se to, que nitidamente, tem características de norma excepcional (v. supra,
importar em modificação substantiva do tipo penal e não quando modifique item 3.2), devendo-lhes, pois, serem submetidas à disciplina do art. 3°, do
circunstância que não comprometa a norma em branco. Código Penal.

De forma mais esclarecedora, Mirabete salienta que "de acordo, com Partilhando deste entendimento, o STF assim já se manifestou, muito
Soler, só tem importância a variação da norma complementar na aplicação embora utilize outras premissas: "em princípio, o art. 3° do Código Penal se
retroativa da lei penal em branco quando esta provoca uma real modifica- aplica à norma penal em branco, na hipótese de o ato normativo que a
ção da figura abstrata do direito penal, e não quando importe a mera modi- integra ser revogado ou substituído por outro mais benéfico ao infrator, não
ficação de circunstância que, na realidade, deixa subsistente a norma se dando, portanto, a retroatividade. Essa aplicação só não se faz quando
penal." a norma, que complementa o preceito penal em branco, importa real modi-
ficação da figura abstrata nele prevista ou se assenta em motivo perma-
Data venia, o conceito de alteração da figura do tipo penal é deveras nente, insusceptível de modificar-se por circunstâncias temporárias ou
fluido e de difícil aplicação, mormente se partirmos da premissa que a excepcionais, como sucede quando do elenco de doenças contagiosas se
norma complementadora sempre faz parte do tipo penal. Sempre que retira uma por se haver demonstrado que não tem ela tal característica" [23]
houver alteração da norma complementadora, estaremos alterando a (grifo nosso).
definição da conduta tida como criminosa.
O que se pretende, em verdade, demonstrar é que a regra geral da re-
Ademais, parece-nos que não existe base legal para se pensar desta troação benéfica é perfeitamente aplicável às normas penais em branco,
forma. desde que, não possuam caráter excepcional ou temporário.

4.2.2. O critério de Pierangeli e Alberto Silva Franco. Por exemplo, a norma do art. 237, do Código Penal Pátrio, que tem a
Outra acepção é a defendida por Pierangeli [19] e Alberto Silva Franco seguinte redação: "contrair casamento, conhecendo a existência de impe-
[20]. dimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena – detenção, de três
meses a um ano". O preceito complementador não possui, de forma algu-

Noções de Direito 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ma, natureza excepcional. Desta forma, alguém que contraiu casamento xatividade.
conhecendo de impedimento que, hoje, não mais é causa de anulação do 2. Existem situações em que, seja pelo caráter da conduta que se
matrimônio, teve sua punibilidade extinta pelo art. 107, III, do Código Penal quer regular, seja por questão de técnica legislativa, não se pode
Pátrio. descrever exaustivamente todas a descrição da norma incrimina-
dora. Nestas circunstâncias o legislador se vale de um tipo penal
No entanto, aquele que violou tabela de preços, esteve sujeito a uma incompleto denominado de norma penal em branco.
norma excepcional, e, consoante art. 3°, CP, será punido por esta, não 3. Norma penal em branco é um tipo penal incompleto, carente de a-
obstante tal tabelamento possa já ter sido revogado ou substituído por plicação por si só, que busca sua completude em outra norma, e
outro com valores reduzidos. apenas se depreende o sentido exato da descrição da conduta ali
contida quando conhecemos a norma complementar.
No sentido que vai no texto, o STF já decidiu que é "complemento da 4. Sua importância é a manutenção do preceito básico, que pode ser
norma penal em branco passa a integrar, indubitavelmente, o conteúdo da adaptado a novas realidades apenas com a modificação da norma
conduta censurada, formando um todo, de forma que a alteração de uma complementar, geralmente sujeita a processo elaborativo mais
parte, como resultado de uma nova valoração jurídica do mesmo fato, tem simplificado.
repercussão total e imediata, não se aplicando, ao caso em exame, a 5. Podem ser classificadas em normas penais em branco em sentido
solução que a jurisprudência vem dando às hipóteses de tabelamento de lato (impróprias ou homogêneas) e em sentido estrito (próprias ou
preços, já que estas têm realmente caráter excepcional, vez que são edita- heterogêneas). Aquelas ocorrem quando o complemento advém da
das como forma de disciplinar o mercado em situações especiais, revelan- mesma esfera legislativa da norma principal, estas, quando a nor-
do que se trata mesmo da hipótese prevista no art. 3° do CP. [24]" ma complementar é oriunda de instância diversa, como o Poder
Executivo ou o Poder Legislativo dos Estados e Municípios.
4.5. A questão do Cloreto de Etila. 6. A retroatividade de uma norma penal ocorre quando está vigente
Discussão acalorada sobre o tema diz respeito ao Cloreto de Etila, ma- no presente e alcança situações passadas, o que difere da ultrati-
téria-prima do lança-perfume, que, pelo curto período de oito dias, foi vidade, que se dá quando uma lei penal continua sendo aplicada a
retirada da lista F2 – Lista das Substâncias Psicotrópicas de uso proscrito uma conduta, mesmo após ter cessado sua vigência.
no Brasil, e incluída na Lista D2 – Lista de Insumos Químicos Utilizados 7. Lei penal excepcional é aquela que se destina a regular situações
como Precursores para Fabricação e Síntese de Entorpecentes e/ou Psico- extraordinárias da vida em social, enquanto lei temporária é aquela
trópicos. que contém prazo certo de duração.
8. A lei penal excepcional ou temporária tem efeito ultrativo, ou seja,
O Cloreto de Etila foi retirado da lista no dia 7 de dezembro de 2000, se aplica no futuro, muito embora possa não mais estar vigendo
data da publicação da resolução RDC n° 104, e recolocado pela publicação (art. 3°, do Código Penal).
do Diário Oficial do dia 15 de dezembro de 2000. 9. Com relação às normas penais em branco, percebe-se, na doutri-
na, duas espécies de critérios: os que trabalham apenas sobre a
Em suma, tal substância química deixou de ser considerada entorpe- possibilidade de retroação ou não, e aqueles que admitem a retro-
cente, embora durante um curto período de tempo, de modo que, todos ação, porém com ressalvas ou justificativas divergentes.
aqueles condenados pelo art. 12, da lei 6368/76, flagrados portando lança- 10. A melhor opção é pela admissão da ultratividade da norma penal
perfume, tiveram sua punibilidade extinta. em branco, somente em determinados casos, aplicando-se aos
demais a regra geral do art. 5°, XL, da Constituição Federal, numa
Outra conclusão não se pode ter. espécie de retroação condicionada.
Como a norma insculpida no art. 12, da lei 6368/76 não contém precei- 11. Dentre os critérios de aplicação da retroação da norma penal em
to excepcional ou temporário algum, se aplica perfeitamente o fenômeno branco, destacam-se os de Mirabete e Damásio, que pregam so-
da abolito criminis, descriminalizando todos os fatos precedentes. mente tem influência a alteração do complemento se importar em
modificação substantiva do tipo penal e não quando modifique cir-
Neste jaez, Guilherme de Souza Nucci [25] verbera que "durante, apro- cunstância que não comprometa a norma em branco. Por sua vez,
ximadamente, uma semana, no final de 2000, o cloreto de etila foi retirado aduzem Pierangeli e Alberto Silva Franco que a alteração de um
da relação de substâncias de uso proibido, por razões de incentivo a outros complemento de uma norma penal em branco homogênea sempre
setores da indústria, que utilizariam o produto. Foi o suficiente para gerar a teria efeitos retroativos, ao invés da norma heterogênea, que retro-
aplicação retroativa da abolitio criminis verificada." agiria a depender de seu caráter excepcional.
12. A melhor opção, contudo, é entender, em síntese, que a norma
No mesmo sentido, Luis Flávio Gomes ressalta que "a republicação da penal em branco retroagirá sempre, independentemente de sua
Resolução 104 alterou completamente o texto anterior. Logo, é uma verda- natureza homogênea ou heterogênea, se for mais benéfica ao réu
deira lei nova. Sendo mais severa, vale tão-somente para fatos ocorridos a e não contiver essência de norma excepcional ou temporária.
partir dela. A republicação evidentemente não tem eficácia retroativa por- 13. O Cloreto de Etila foi retirado da lista no dia 7 de dezembro de
que é prejudicial aos réus" [26]. Segue sua exposição afirmando que "todos 2000, data da publicação da resolução RDC n° 104, e recolocado
os fatos envolvendo lança-perfume ocorridos no nosso país até 14.12.2000 pela publicação do Diário Oficial do dia 15 de dezembro de 2000.
estão completamente fora de qualquer consequência jurídico-penal relacio- Deste modo, sem sombra de dúvidas, ocorreu a extinção da puni-
nada com a Lei de Tóxicos. Pode eventualmente a conduta configurar bilidade de todos aqueles condenados pelo tráfico desta substân-
contrabando, caso se comprove a importação do produto. Mas droga ilícita cia.
não pode ser considerada (até 14.12.00)." [27] 14. Tal fato se deu, por óbvio, porque a norma do art. 12, da lei
6368/76, não tem caráter excepcional ou temporário.
Pode-se até argumentar que houve falha na publicação da Resolução,
mas o fato é que o cidadão não pode responder pelos equívocos do Esta- NOTAS
do, muito menos diante de uma perspectiva garantista. Além do mais,
como se veda a revisão pro societate, uma vez extinta a punibilidade não 01 TAVARES, Juarez. Teoria do Injusto Penal. 3.ed. Belo Horizonte:
existe mais possibilidade de se punir o acusado pelo mesmo crime. Del Rey, 2003.
02 PRADO, Luis Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. vol 1, parte
CONCLUSÃO. geral. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2002
Do exposto, podemos extrair as seguintes conclusões: 03 JESUS, Damásio E. de. Normas penais em branco, tipos abertos e
1. Devemos entender o tipo penal como opção de um povo em vedar elementos normativos. Jus Navigandi, Teresina, a. 5, n. 51, out.
determinada conduta considerada nociva aos bens comuns, de- 2001. Disponível em: . Acesso em: 04 set. 2005.
vendo possuir, sempre que possível, a mais límpida redação, a fim 04 Ob. Cit.
de impedir a ambiguidade, a multiplicidade de interpretações, res- 05 STF, RE 102.932, DJU 10.5.85, p. 6855.
saltar a função garantista do tipo penal e atender o principio da ta- 06 TACrSP, Ap. 384.807, j. 23.1. 85.

Noções de Direito 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
07 MEHMERI, Adilson. Noções Básicas de Direito Penal. São Paulo: fato, retroage para alcança-lo.
Ed. Saraiva, 2000.
08 No mesmo sentido: Exposição de Motivos do Código Penal de Não há abolitio criminis se a conduta praticada pelo acusado e prevista
1940, n° 08. na lei revogada e ainda submissível a outra lei penal em vigor. Pela abolitio
09 DELMANTO, Celso, et alii. Código Penal Comentado. 6ª ed. Rio de criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos penais,
Janeiro: Ed. Renovar, 2002. permanecendo apenas os civis.
10 Nesse sentido: NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Co-
mentado. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2003. NOVATIO LEGIS IN PEJUS
11 JESUS, Damásio E. Direito Penal. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002. A terceira hipótese refere-se à nova lei mais severa a anterior. Vige, no
12 Em sentido contrário: ZAFFARONI, Eugenio Raúl. PIERANGELI, caso, o princípio da irretroatividade da lei penal "a lei penal não retroagirá,
José Henrique. Manual de Direito Penal Brasileiro. São Paulo: Ed. salvo para beneficiar o réu".
Revista dos Tribunais, 2002 - que defendem que a disposição legal
do art. 3°, do CP, é de duvidosa constitucionalidade, posto que a NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
exceção do art. 5°, XL, da Carta Magna tem caráter absoluto e não A última hipótese é a da lei nova mais favorável que a anterior. Além
admite outras exceções. da abolitio criminis, a lei nova pode favorecer o agente de várias maneiras.
13 COSTA JR., Paulo José da. Comentários ao Código Penal. São "A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
Paulo: Ed. Saraiva, 2002. fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada
14 GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. São Paulo: Max em julgado
Limonad, 1980.
15 MARQUES, José Frederico. Tratado de Direito Penal. São Paulo: LEI INTERMEDIÁRIA
Saraiva, 2000. Em caso de vigência de três leis sucessivas, deve-se ressaltar que
16 PIERANGELI, José Henrique. Escritos jurídico-penais. São Paulo: sempre será aplicada a lei mais benigna, entre elas: a posterior será retroa-
Editora Revista dos Tribunais, 1999. tiva quando às anteriores e a antiga será ultrativa em relação àquelas que
17 Ob. Cit. a sucederem. Se, entre as leis que se sucedem, surge na intermediária
18 MIRABETE, Julio Fabrinni. Manual de Direito Penal – Parte Geral. mais benigna, embora não seja nem a do tempo do crime nem daquele em
São Paulo: Atlas, 2003. que a lei vai ser aplicada, essa lei intermediária mais benévola aplicada,
19 Ob. Cit. segundo art. 2º do CP.
20 FRANCO, Alberto Silva, et al. Código Penal e sua Interpretação Ju-
risprudencial. São Paulo: Ed. RT, 2004. CONJUGAÇÃO DE LEIS
21 Ob. Cit. Com a aplicação hipotética das duas leis em confronto, se poderá es-
22 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol 1. São Paulo: Ed. colher a mais benigna.
Saraiva, 2004.
23 STF – HC 73.168-6 – Rel. Min. Moreira Alves, DJU 15.03.1996, p. COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DA LEI MAIS BENÉFICA
7.204. A aplicação da lei mais favorável cabe ao magistrado que presidir o
24 STF, Lex 164/331, Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma. processo enquanto não houver proferido sentença, ou, se o feito já estiver
25 Ob. Cit. sentenciado, ao Tribunal que julgar eventual recurso.
26 GOMES, Luis Flávio. Descriminalização do Cloreto de Etila. Dispo-
nível em: LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS
http://www.proomnis.com.br/public_html/article.php?story=2004101 De acordo com o art. 3º do CP, a lei excepcional ou temporária embora
1090629544. Acessado em: 12 de setembro de 2005. decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que as
27 Ob. Cit. determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Informações bibliográficas: Leis temporárias são as que possuem vigência previamente fixada pelo
legislador.
MODESTO, Danilo Von Beckerath. A norma penal em branco e seus
limites temporais . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 817, 28 set. 2005. Leis excepcionais são as que vigem durante situações de emergência.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7345>. Acesso
em: 27 mar. 2008. Essas espécies de lei tem ultratividade, ou seja, aplicam-se ao fato
cometido sob o seu império, mesmo depois de revogadas pelo decurso do
tempo ou pela superação do estado excepcional.
A lei penal no tempo.
A RETROATIVIDADE E A LEI PENAL EM BRANCO
Revogada a norma complementar (decreto, portaria, regulamento,
INTRODUÇÃO etc.), não desaparecerá o crime. O que foi revogado ou alterado é a norma
De acordo com o princípio tempus regit actum, a lei rege, em geral, os complementar e não a lei. Para os que entendem a norma complementar
fatos praticados durante a sua vigência. Não pode, em tese, alcançar fatos integra a lei penal, sendo ela excepcional ou temporária possui também o
ocorridos em período anterior ao início de sua vigência nem ser aplicada caráter de ultratividade diante do art. 3º do CP.
àqueles ocorridos após a sua revogação. Entretanto, por disposição ex-
pressa do próprio diploma legal, é possível a ocorrência da retroatividade e Assim, pode-se concluir que há de se fazer uma distinção: a) se a
da ultratividade da lei. Denomina-se retroatividade o fenômeno pelo qual norma penal em branco tem caráter excepcional ou temporário, aplica-se o
uma norma jurídica é aplicada a fato ocorrido antes do início de sua vigên- art. 3º do CP, sendo a norma complementar ultrativa; b)se, ao contrário,
cia e ultratividade à aplicação dela após a sua revogação. não tem ela caráter temporário ou excepcional, aplica-se o art. 2º, parágra-
fo único, ocorrendo a abolitio criminis.
PRINCÍPIOS DA LEI PENAL NO TEMPO
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA TEMPO DO CRIME
A primeira hipótese trata da lei nova que torna típico fato anteriormente Necessário se torna saber qual é o tempo do crime, ou seja, a ocasião,
não incriminado. Nessa hipótese a lei penal e irretroativa. o momento, a data em que se considera praticado o delito para a aplicação
da lei penal a seu autor.
ABOLITIO CRIMINIS
Ocorre a chamada abolitio criminis quando a lei nova já não incrimina Três são as teorias a respeito da determinação do tempo do crime. Pe-
fato que anteriormente era considerado como ilícito penal. A nova lei, que la teoria da atividade, considera-se como tempo do crime o momento da
se presume ser mais perfeita que a anterior, demonstrando não haver conduta (ação ou omissão). Pela teoria do resultado (ou do efeito), consi-
mais, por parte do estado, interesse na punição do autor de determinado
Noções de Direito 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dera-se tempo do crime o momento de sua consumação, não se levando  a teoria do resultado (ou do efeito), em que se considera para a a-
em conta a ocasião em que o agente praticou a ação. Por fim, a teoria plicação da lei o local da consumação (ou do resultado) do crime;
mista considera como tempo do crime tanto o momento da conduta como o  a teoria da ubiquidade (ou da unidade mista), pela qual se entende
d resultado. como lugar do crime tanto o local da conduta como o do resultado.

Art. 4º "Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis- EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA


são, ainda que outro seja o momento do resultado". O art. 7º do CP prevê a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos
no estrangeiro. São os casos de extraterritorialidade da lei penal.
Quanto ao termo inicial do prazo de prescrição, determina-se que a
prescrição começa a correr do dia em que o crime se consumou. Na deca- O inciso I refere-se aos casos de extraterritorialidade incondicionada,
dência, o prazo é contado do dia em que o ofendido veio a saber quem é o uma vez que é obrigatória a aplicação da lei brasileira ao crime cometido
autor do crime ou, em se tratando de ação privada subsidiária, do dia em fora do território brasileiro.
que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
As hipóteses direito inciso I, com exceção da última (d), fundadas no princípio
de proteção, são as consignadas nas alíneas a seguir enumeradas:
A lei penal no espaço.  Contra a vida ou a liberdade do presidente da república.
 Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do distrito federal, de
INTRODUÇÃO estado, de território, de município, de empresa pública, sociedade
Pode um crime violar interesses de dois ou mais países, quer por ter de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder
sido a ação praticada no território de um e a consumação dar-se em outro. público;
 Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
PRINCÍPIOS DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO  De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
O princípio da territorialidade prevê a aplicação da lei nacional ao fato Brasil. Nesta última hipótese adotou-se o princípio da justiça ou
praticado no território do próprio país. competência universal.

O princípio da nacionalidade (ou de personalidade) cogita da aplicação Em todas essas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira,
da lei do país de origem do agente, pouco importando o local onde o crime ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
foi praticado. O estado tem o direito de exigir que o seu cidadão no estran-
geiro tenha determinado comportamento (nacionalidade ativa - somente se EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
considera, se o autor do delito é nacional, sem se cogitar da vítima; nacio- O inciso II, do art. 7º, prevê três hipóteses de aplicação da lei brasileira
nalidade passiva - exige, para a aplicação da lei penal, que sejam nacio- a autores de crimes cometidos no estrangeiro. São os casos de extraterrito-
nais o autor e o ofendido do ilícito penal. rialidade condicionada, pois dependem dessas condições:
 Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri-
Pelo princípio da proteção (da competência real, de defesa), aplica-se mir. Utilizou-se o princípio da justiça ou competência universal;
a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional, sem qualquer consi-  Crimes praticados por brasileiro. Tendo o país o dever de obrigar o
deração a respeito do local onde foi praticado o crime ou da nacionalidade seu nacional a cumprir as leis, permite-se a aplicação da lei brasi-
do agente. leira ao crime por ele cometido no estrangeiro. Trata-se do disposi-
tivo da aplicação do princípio da nacionalidade ou personalidade
Pelo princípio da competência universal (ou da justiça cosmopolita), o ativa;
criminoso deve ser julgado e punido onde for detido, segundo as leis deste  Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-
país, não se levando em conta o lugar do crime, a nacionalidade do autor cantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro
ou o bem jurídico lesado. e aí não sejam julgados. Inclui-se no CP o princípio da representa-
ção.
Por fim há o princípio da representação, subsidiário, que determina a
aplicação da lei do país quando, por deficiência legislativa ou desinteresse A aplicação da lei brasileira, nessas três hipóteses, fica subordinada a
de outro que deveria reprimir o crime, este não o faz, e diz respeito aos todas as condições estabelecidas pelo § 2º do art. 7º. Depende, portanto,
delitos cometidos em aeronaves ou embarcações. das condições a seguir relacionadas:
 Entrada do agente no território nacional;
TERRITORIALIDADE  Ser o fato punível também no país em que foi praticado. Na hipóte-
Prevê o art. 5º do CP: "aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de con- se de o crime ter sido praticado em local onde nenhum país tem ju-
venções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no risdição (alto mar, certas regiões polares), é possível a aplicação
território nacional". É evidente, portanto, que a nossa legislação consagra, da lei brasileira.
como base para a aplicação da lei penal no espaço, o princípio da territoria-  Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira au-
lidade. toriza a extradição.
 Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro moti-
CONCEITO DE TERRITÓRIO
vo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Em sentido estrito (material), território abrange o solo (e subsolo) sem
solução de continuidade e com limites reconhecidos, as águas interiores, o
O art. 7º, § 3º, prevê uma última hipótese da aplicação da lei brasileira:
mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo.
a do crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. É ainda
um dispositivo calcado na teoria de proteção, além dos casos de extraterri-
Território por extensão (ou ficção) - para os efeitos penais, consideram-
torialidade incondicionada. Exige o dispositivo em estudo, porém, além das
se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
condições já mencionadas, outras duas:
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde
- que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição (po-
quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasi-
de ter sido requerida, mas não concedida;
leiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva-
- que haja requisição do ministro da justiça.
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar.
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
LUGAR DO CRIME
Considerando que, sendo possível a aplicação da lei brasileira a cri-
Para a aplicação da regra da territorialidade é necessário entretanto,
mes cometidos em território de outro país, ocorrerá também a incidência da
que se esclareça qual é o lugar do crime:
lei estrangeira, dispõe o código como se deve proceder para se evitar a
 teoria da atividade (ou da ação), em que o lugar do crime é o local dupla posição. Cumprida a pena pelo sujeito ativo do crime no estrangeiro,
da conduta criminosa (ação ou omissão);

Noções de Direito 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
será ela descontada na execução pela lei brasileira, quando forem idênti- Penal, que fala em “artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
cas, respondendo efetivamente o sentenciado pelo saldo a cumprir se a
pena imposta no Brasil for mais severa. Se a pena cumprida no estrangeiro Há diferença, portanto, entre analogia e interpretação analógica. A
for superior à imposta no país, é evidente que esta não será executada. analogia é o intuito de abranger fatos semelhantes, não previstos na lei, o
que é vedado em Direito Penal. A interpretação analógica, ao contrário,
No caso de penas diversas, aquela cumprida no estrangeiro atenuará a decorre da própria vontade e indicação da lei penal.
aplicada no Brasil, de acordo com a decisão do juiz no caso concreto, já
que não há regras legais a respeito dos critérios de atenuação que devem A segunda espécie de interpretação extensiva permitida é a
ser obedecidos. interpretação analógica extensiva in bonam partem, ou seja, a favor do réu.
Assim, por exemplo, tem-se admitido a concessão de perdão judicial na
contravenção de falta de habilitação para dirigir veículo (art. 32 da LCP),
Interpretação da lei penal. embora sem previsão legal, por analogia com o crime de lesões corporais
culposas (art. 129, § 8°, do CP).
Quanto ao sujeito, ou seja, quanto à origem de que provém, a interpretação
pode ser autêntica, doutrinária ou jurisprudencial. A maioria dos autores concorda em que, persistindo dúvida irredutível,
depois de aplicados todos os meios de interpretação, deve a questão ser
A interpretação autêntica é dada pela própria lei, a qual no seu texto, resolvida em favor do réu (in dubio pro reo).
num dos seus dispositivos, explica como deve ser entendido determinado
assunto (interpretação autêntica contextual). Resumindo:
 Interpretação da norma penal: o intérprete é o mediador entre o
Assim, por exemplo, o art. 150 do Código Penal diz o que se deve texto da lei e a realidade; a interpretação consiste em extrair o sig-
entender pela palavra “casa” (art. 150, § 4°), ou o que não se deve nificado e a extensão da norma em relação à realidade; é uma o-
entender pela palavra “casa” (art. 150, § 5°). peração lógico-jurídica que se dirige a descobrir a vontade da lei,
em função de todo o ordenamento jurídico e das normas superio-
A interpretação autêntica pode também ser dada por uma outra lei, de res de cultura, a fim de aplicá-las aos casos concretos da vida real.
edição posterior (interpretação autêntica não contextual), embora essa  Interpretação autêntica: diz-se autêntica a interpretação quando
forma não seja usual. procede do próprio órgão de que emana; parte do próprio sujeito
que elaborou o preceito interpretado.
A interpretação autêntica é a única obrigatória, vez que dada por lei.  Interpretação doutrinária: é feita pelos escritores de direito, em
seus comentários às leis.
Outra forma de interpretação, quanto ao sujeito, é a interpretação  Interpretação judicial: é a que deriva dos órgãos judiciários (juí-
doutrinária, que é dada pelos estudiosos, professores e profissionais do zes e tribunais); não tem força obrigatória senão para o caso con-
Direito, através da publicação de artigos, conferências, teses e livros. creto (sobrevindo a coisa julgada).
 Interpretação gramatical, literal ou sintática: é a primeira tarefa
A interpretação jurisprudencial é dada pelos tribunais, através da que deve fazer quem procura interpretar a lei, no sentido de aflorar
reiteração de seus julgamentos. a sua vontade, recorrendo ao que dizem as palavras.
 Interpretação lógica ou telelógica: é a que consiste na indaga-
Quanto ao modo, a interpretação pode ser gramatical, fundada nas ção da vontade ou intenção objetivada pela lei; se ocorrer contradi-
regras gramaticais; teleológica, que visa a descobrir a finalidade com que a ção entre as conclusões da interpretação literal e lógica, deverá a
lei foi editada; lógica, que procura reconstruir o pensamento do legislador; desta prevalecer, uma vez que atenda às exigências do bem co-
histórica, que avalia a conjuntura em que a lei foi editada e as mum e aos fins sociais que a lei se destina.
circunstâncias que provocaram a sua criação; sistemática, que procura a  Interpretação declarativa: a interpretação é meramente declarati-
harmonização da norma com o sistema jurídico como um todo; progressiva, va quando a eventual dúvida se resolve pela correspondência en-
em que se procura compreender a norma levando em conta as tre a letra e a vontade da lei, sem conferir à formula um sentido
transformações havidas não só no direito mas também na sociedade e na mais amplo ou mais estrito.
ciência; de direito comparado, em que se tenta esclarecer melhor o sentido  Interpretação restritiva: se restringe ao alcance das palavras da
da lei através da comparação com a legislação estrangeira. lei até o sentido real; ocorre quando a lei diz mais do que o preten-
dido pela sua vontade.
A interpretação sociológica, como ensina Franco Montoro, “baseia-  Interpretação extensiva: diz-se extensiva a interpretação quando
se na adaptação do sentido da lei às realidades e necessidades sociais”. o caso requer seja ampliado o alcance das palavras da lei para que
Essa adaptação está prevista no art. 5° da Lei de Introdução ao Código a letra corresponda à vontade do texto; ocorre quando o texto legal
Civil, que prescreve: Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a não expressa a sua vontade em toda a extensão desejada; diz
que ela se dirige e às exigências do bem comum” (Introdução à Ciência do menos do que pretendia dizer.
Direito, v. 11/126).  Interpretação analógica: é permitida toda vez que uma cláusula
genérica se segue a uma forma casuística, devendo entender-se
Quanto aos resultados, a interpretação pode ser declarativa, quando que aquela só compreende os casos análogos aos mencionados
se conclui que a letra da lei corresponde exatamente ao pensamento do por esta.
legislador; extensiva, quando se conclui que a lei diz menos do que queria
dizer o legislador; e restritiva, quando se conclui que a lei diz mais do que
queria dizer o legislador, ou quando se procura conter a interpretação
Infração penal: elementos, espécies. Erro de tipo; erro de proibição.
estritamente nos limites da norma.

As leis penais devem ser interpretadas de forma declarativa estrita, ou Infração penal - elementos, espécies
até com preocupação restritiva. Não devem nunca ser interpretadas de 1 - Definição
forma ampliativa ou extensiva, a fim de não se ferir o princípio da Ocorre quando uma pessoa pratica qualquer conduta descrita na lei e,
legalidade dos delitos e das penas (nullum crimen, nulla poena sine lege). através dessa conduta, ofende um bem jurídico de uma terceira pessoa.
Ou seja, as infrações penais constituem determinados comportamentos
Mas há duas espécies permitidas de interpretação extensiva.
humanos proibidos por lei, sob a ameaça de uma pena.
A primeira é a interpretação analógica intra legem, ou seja, dentro da
lei, em que o próprio texto legal indica a aplicação da analogia em relação Sujeito Ativo ou agente: é aquele que ofende o bem jurídico protegido
a alguma circunstância. Exemplo é o art. 28, II, do Código Penal, que fala por lei. Em regra só o ser humano maior de 18 anos pode ser sujeito
em “álcool ou substância de efeitos análogos”, ou o art. 171 do Código ativo de uma infração penal. A exceção acontece nos crimes contra o

Noções de Direito 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
meio ambiente onde existe a possibilidade da pessoa jurídica ser anos.
sujeito ativo, conforme preconiza o Art. 225, § 3º da Constituição Federal. d) Reincidência: de acordo com o Art. 7º do Decreto-Lei 3.688/41, é
Art. 225 [...]. possível a reincidência nas contravenções. Ou seja, a reincidência ocorrerá
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente após a prática de crime ou contravenção no Brasil e após a prática de crime
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais no estrangeiro. Não há reincidência após a prática de contravenção no
e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os da- estrangeiro.
nos causados. “Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contra-
Sujeito Passivo: pode ser de dois tipos. O sujeito passivo formal é venção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado,
sempre o Estado, pois tanto ele como a sociedade são prejudicados quan- no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
do as leis são desobedecidas. O sujeito passivo material é o titular do bem contravenção.”
jurídico ofendido e pode ser tanto pessoa física como pessoa jurídica. 4 – Semelhança no estudo dos crimes e contravenções.
OBS.: É possível que o Estado seja ao mesmo tempo sujeito pas- Vimos que em termos práticos existem algumas diferenças entre crime
sivo formal e sujeito passivo material. Como exemplo, podemos citar o e contravenção, porém, não podemos falar o mesmo sobre a essência
furto de um computador de uma repartição pública. dessas infrações. Tanto a contravenção como o crime, substancialmente,
OBS.: Princípio da Lesividade: uma pessoa não pode ser, ao são fatos típicos, ilícitos e, para alguns, culpáveis.
mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo de uma infração penal. Ou seja, possuem a mesma estrutura.
O princípio da lesividade diz que, para haver uma infração penal, a le- 5 – Crimes Hediondos
são deve ocorrer a um bem jurídico de alguém diferente do seu causador, Diferente do que costuma se pensar no senso comum, juridicamente,
ou seja, a ofensa deva extrapolar o âmbito da pessoa que a causou. crime hediondo não é o crime praticado com extrema violência e com
Dessa forma, se uma pessoa dá vários socos em seu próprio rosto (au- requintes de crueldade e sem nenhum senso de compaixão ou misericórdia
tolesão), não há crime de lesão corporal (Art. 129 do CP), pois não foi por parte de seus autores, mas sim um dos crimes expressamente
ofendido o bem jurídico de uma terceira pessoa. previstos na Lei nº 8.072/90. Portanto, são crimes que o legislador
Entretanto, a autolesão pode caracterizar o crime de fraude para rece- entendeu merecerem maior reprovação por parte do Estado.
bimento de seguro (Art. 171, § 2o, V do CP) ou criação de incapacidade Os crimes hediondos, do ponto de vista criminológico, são os crimes
para se furtar ao serviço militar (Art. 184 do CPM). que estão no topo da pirâmide de desvaloração criminal, devendo, portanto,
2 – Espécies de Infração Penal ser entendidos como crimes mais graves ou revoltantes, que causam maior
A legislação brasileira, ao definir as espécies de infração penal, apre- aversão à coletividade.
sentou um sistema bipartido. Ou seja, existem apenas duas espécies Do ponto de vista semântico, o termo hediondo significa ato
(crime = delito ≠ contravenção). Situação diferente ocorre com alguns profundamente repugnante, imundo, horrendo, sórdido, ou seja, um ato
países tais como a França e a Espanha que adotaram o sistema tripartido indiscutivelmente nojento, segundo os padrões da moral vigente.
(crime ≠ delito ≠ contravenção). O crime hediondo é o crime que causa profunda e consensual
As duas espécies são: o crime, considerado o mesmo que delito, e a repugnância por ofender, de forma acentuadamente grave, valores morais
contravenção. Entretanto, apesar de existirem duas espécies, os conceitos de indiscutível legitimidade, como o sentimento comum de piedade, de
são bem parecidos, diferenciando-se apenas na gravidade da conduta e no fraternidade, de solidariedade e de respeito à dignidade da pessoa humana.
tipo (natureza) da sanção ou pena. Ontologicamente, o conceito de crime hediondo repousa na idéia de
Com relação à gravidade da conduta, os crimes e delitos se distinguem que existem condutas que se revelam como a antítese extrema dos
por serem infrações mais graves, enquanto que a contravenção refere-se padrões éticos de comportamento social, de que seus autores são
às infrações menos graves, sendo, inclusive, chamadas pelo Direito italiano portadores de extremo grau de perversidade, de perniciosa ou de
de delito anão. periculosidade e que, por isso, merecem sempre o grau máximo de
Referente ao tipo da sanção, a diferença tem origem no Art. 1º da Lei reprovação ética por parte do grupo social e, em consequência, do próprio
de Introdução ao Código Penal (Decreto-Lei 3.914/41). sistema de controle.
Art. 1º - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de Foi aprovada por unanimidade na Câmara dos Deputados um projeto
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cu- de lei que restringe o benefício da progressão de regime para os presos
mulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal condenados por crimes hediondos. O projeto foi apresentado no início de
a que a lei comina, isoladamente, penas de prisão simples ou de 2006, mas a votação só foi retomada por conta da comoção causada com a
multa, ou ambas. Alternativa ou cumulativamente. morte do menino João Hélio Vieites, no Rio de Janeiro.
Por serem os crimes condutas mais graves, então eles são repelidos A lei 11.464/07 mudou a progressão de regime, no caso dos condena-
através da imposição de penas mais graves (reclusão ou detenção e/ou dos aos crimes hediondos e equiparados, dar-se-á após o cumprimento de
multa). As contravenções, por serem condutas menos graves, são sancio- 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quin-
nadas com penas menos graves (prisão simples e/ou multa). tos), se reincidente.
A escolha se determinada infração penal será crime/delito ou contra- São considerados como crimes hediondos:
venção é puramente política, da mesma forma que o critério de escolha dos 1. Homicídio simples, quando em atividade típica de grupo de ex-
bens que devem ser protegidos pelo Direito Penal. Além disso, o que hoje é termínio
considerado crime pode vir, no futuro, a ser considerada infração e vice- (art. 121);
versa. O exemplo disso aconteceu com a conduta de portar uma arma 2. Homicídio qualificado
ilegalmente. Até 1997, tal conduta caracterizava uma mera contravenção, (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);
porém, com o advento da Lei 9.437/97, esta infração passou a ser conside-
rada crime/delito. 3. Latrocínio
3 – Diferenças práticas entre crimes e contravenções (art. 157, § 3o);
a) Tentativa: no crime/delito a tentativa é punível, enquanto que na 4. Extorsão qualificada pela morte
contravenção, por força do Art. 4º do Decreto-Lei 3.688/41, a tentativa não (art. 158, § 2o);
é punível. 5. Extorsão mediante sequestro simples e na forma qualificada
b) Extraterritorialidade: no crime/delito, nas situações do Art. 7º do (art. 159, caput, e §§ 1o, 2o e 3o);
Código Penal, a extraterritorialidade é aplicada, enquanto que nas contra- 6. Estupro
venções a extraterritorialidade não é aplicada. (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);
c) Tempo máximo de pena: no crime/delito, o tempo máximo de cum- 7. Atentado violento ao pudor
primento de pena é de 30 anos, enquanto que nas contravenções, por
(art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);
serem menos graves, o tempo máximo de cumprimento de pena é de 5

Noções de Direito 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8. Epidemia com resultado morte trabalho como um todo; quando individual a afetação jurídica, a competên-
(art. 267, § 1o); cia é da Justiça Comum.
9. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto Ao não se acatar a posição que defendemos, o crime seria de menor
destinado a fins terapêuticos ou medicinais potencial ofensivo na primeira hipótese, em face de ser da competência da
(art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o B, redação dada pela Lei no Justiça Federal (art. 2.º da Lei n. 10.259/01); e não seria de menor potencial
9.677/98); ofensivo no segundo caso, por ser competente para sua apreciação a
Justiça Comum (art. 61 da Lei n. 9.099/95).
10. Genocídio
De modo que o delito mais grave, por atingir um bem jurídico coletivo,
(art.(s). 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889/56, tentado ou consumado). seria absurdamente considerado de menor potencial ofensivo; enquanto o
Existem crimes que não são hediondos, todavia equiparados a esses e outro, de menor lesividade objetiva, por afetar bem jurídico individual, teria
submetidos, portanto, ao mesmo tratamento penal mais severo reservado a a qualificação de crime de maior potencial ofensivo.
esta espécie de delito: Curioso notar que o crime de assédio sexual (art. 216-A do CP), punido
1. Terrorismo; com o máximo de dois anos de detenção, adotada a posição liberal que
2. Tortura e; aqui defendemos, passa a ser da competência do Juizado Especial Crimi-
3. Tráfico ilícito de entorpecentes nal, à revelia da lei que o instituiu (Lei n. 10.224, de 15.5.2001), que, inega-
6 – Crimes de Menor Potencial Ofensivo – segundo Damásio velmente, pretendia não o considerar de menor potencial ofensivo.
Para que as considerações acerca do item anterior tornem de límpida 7 – As Excludentes de Ilicitude da Infração Penal
compreensão, vejamos a posição de Damásio de Jesus acerca dos crimes De forma sintética, podemos verificar que as excludentes de ilicitude
de menor potencial ofensivo: são aplicadas a prática de infração penal – já estudado –, o qual engloba os
De acordo com a Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. conceitos de crime e contravenção.
9.099/95), consideram-se infrações de menor potencial o- A posição doutrinária majoritária exige que a infração penal seja
fensivo, sujeitando-os à sua competência, os crimes aos um fato típico e antijurídico, desta forma as excludentes de ilicitude visam
quais a lei comine pena máxima não superior a um ano (art. retirar o segundo elemento, sopesando bens jurídicos que estejam em
61). conflito ou afastando a culpabilidade e/ou a punibilidade.
Não tínhamos ainda, no âmbito da Justiça Federal, a instituição dos Ju- A antijuridicidade consiste na falta de autorização da ação típica.
izados Especiais Criminais, prevista no art. 98, parágrafo único, da CF, com Damásio diz que a antijuricidade é sempre material, constituindo a le-
redação da EC n. 22, de 18.3.1999. são de um interesse penalmente protegido.
Os Juízes Federais podiam, entretanto, aplicar os institutos da concilia- A antijuricidade pode ser subjetiva e objetiva. Pode ser subjetiva, de
ção civil e criminal (arts. 74 e 76), da representação (art. 88) e da suspen- acordo com essa teoria, pois o ordenamento jurídico é composto de ordens
são condicional do processo (art. 89), todos disciplinados pela Lei n. e proibições, constituindo fato ilícito a desobediência a tais normas. Essas
9.099/95. ordens e proibições são dirigidas à vontade das pessoas imputáveis.
A Lei n. 10.259, de 12.7.2001, criou os Juizados Especiais Criminais na A antijuricidade objetiva, a ilicitude corresponde à qualidade que possui
Justiça Federal, dispondo aplicar-se a eles a Lei n. 9.099/95 (art. 1.º), o fato de contrariar uma norma.
obedecidas duas regras determinadas em seu art. 2.º, caput e parágrafo 7.1 – Causas de Exclusão de Antijuridicidade
único: Júlio Fabbrini Mirabete nos diz que: "a exclusão da antijuridicidade não
1.a) Os Juizados Especiais Criminais Federais somente julgam infra- implica o desaparecimento da tipicidade, devendo-se falar em conduta
ções da competência da Justiça Federal (caput); típica justificada".
2.a) Somente são de sua competência as infrações penais de menor 7.2 – Legítima Defesa
potencial ofensivo (caput). Mirabete define claramente o que seja legítima defesa: "Entende-se em
Conceituando os crimes de menor potencial ofensivo, reza o parágrafo legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
único do mencionado dispositivo: repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem".
‘Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos São requisitos:
desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois a) Agressão injusta, atual ou iminente;
anos, ou multa’.
b) Direitos do agredido ou de terceiro, atacado ou ameaçado de da-
As duas disposições tratam do mesmo tema, qual seja, conceituação no pela agressão;
legal de crime de menor potencial ofensivo. Adotando critério de classifica-
ção de acordo com a quantidade da pena, observa-se que empregam c) Repulsa com os meios necessários;
valorações diversas. d) Uso moderado de tais meios;
Diante disso, de prevalecer a posterior, inegavelmente de direito penal e) Conhecimento da agressão e da necessidade da defesa (vontade
material. Mais benéfica, ampliando o rol dos crimes de menor potencial de defender-se).
ofensivo, derroga a anterior (CF, art. 5.º, XL; CP, art. 2.º, parágrafo único). a) Agressão injusta, atual ou iminente;
Em face disso, entendemos que o parágrafo único do art. 2.º da Lei n. Agressão é o ato que lesa ou ameaça um direito. Implica a idéia de
10.259/01 derrogou o art. 61 da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei violência. Mas nem sempre, nos delitos omissivos não há violência, e
n. 9.099/95). mesmo em certos crimes comissivos, como o furto com destreza, pode
Em consequência, sejam da competência da Justiça Comum ou Fede- inexistir violência.
ral, devem ser considerados delitos de menor potencial ofensivo aqueles Deve a agressão ser atual ou iminente. Não existe legítima defesa
aos quais a lei comine, no máximo, pena detentiva não superior a dois contra agressão futura nem contra a que já cessou. É compreensível a
anos, ou multa; de maneira que os Juizados Especiais Criminais da Justiça legítima defesa nos delitos permanentes.
Comum passam a ter competência sobre todos os delitos a que a norma de Ex.: Sequestro.
sanção imponha, no máximo, pena detentiva não superior a dois anos (até
dois anos) ou multa. Deve também a agressão ser injusta, contra o direito, contra o que é
lícito ou permitido. Opondo-se ao que é ilícito, o defendente atua consoante
Ao não se adotar essa orientação, absurdos poderão ocorrer na práti- o direito. A reação do agredido é sempre preventiva: impede o início da
ca, em prejuízo de princípios constitucionais, como da igualdade e da ofensa ou sua continuidade, que iria produzir maior lesão.
proporcionalidade. Vejamos um exemplo.
b) Direitos do agredido ou de terceiro, atacado ou ameaçado de
Imagine o crime de paralisação de trabalho (art. 201 do CP), ao qual se dano pela agressão;
impõe pena máxima de dois anos de detenção. Como tem entendido a
jurisprudência, o delito só é da competência da Justiça Federal – nos Em relação ao titular do bem jurídico à agressão, há duas formas de
termos do art. 109, VI, da CF – quando o fato atinge a organização do legítima defesa:
i) própria, quando o autor da repulsa é o próprio titular do bem jurídico

Noções de Direito 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
atacado ou ameaçado; às regras do jogo, os seus autores não respondem por crime.
ii) de terceiro, quando a repulsa visa a defender interesse de terceiro. 7.5 – Estrito cumprimento do dever Legal;
Qualquer bem jurídico pode ser protegido através da ofensa legítima, Determina o art.23, III, do CP, que não há crime quando o sujeito
sem distinção entre bens pessoais ou impessoais (vida, honra, patrimônio, pratica o fato em estrito cumprimento de dever legal. É causa de exclu-
etc.). são de antijuricidade.
c) Repulsa com os meios necessários; Há casos em que a lei impõe determinado comportamento, em face do
Somente ocorre a causa de justificação quando a conduta de defesa é que, embora típica a conduta, não é ilícita.
necessária para repelir a agressão. Ex.: prisão em flagrante realizada pelo policial.
A medida da repulsa deve ser encontrada pela natureza da agressão A excludente só ocorre quando há um dever imposto pelo direito objeti-
em face do valor do bem atacado ou ameaçado, circunstâncias em que se vo. O dever pode ser imposto por qualquer lei, seja penal, seja extra penal.
comporta o agente e os meios à sua disposição para repelir o ataque. O A atividade pode ser pública ou privada.
meio escolhido deixará de ser necessário quando se encontrarem à sua É necessário que o sujeito pratique o fato no estrito cumprimento do
disposição outros meios menos lesivos. O sujeito que repele a agressão dever legal. E exige-se que o sujeito tenha conhecimento de que está
deve optar pelo meio produtor do menor dano. praticando o fato em face de um dever imposto pela lei.
d) Uso moderado de tais meios; OBS.: Consentimento do ofendido
O requisito da moderação na reação necessária é muito importante Outros bens jurídicos existem que não são lesados desde que haja
porque delimita o campo em que pode ser exercida a excludente, sem que consentimento do ofendido.
se possa falar em excesso. Encontrado o meio necessário para repelir a
injusta agressão, o sujeito deve agir com moderação. Assim, no furto, a subtração de coisa alheia só se dá contra a vontade
do dono. O dissenso é elemento típico. Faltando ele, não tem o fato típico.
e) Conhecimento da agressão e da necessidade da defesa (querer
defender-se) 7.6 – O excesso Punível (Legítima Defesa);
A legítima defesa exige requisitos de ordem subjetiva: é preciso que o Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em vias de sofrê-la,
sujeito tenha conhecimento da situação de agressão injusta e da necessi- em relação ao meio usado o agente pode encontrar-se em três situações
dade da repulsa. Assim, a repulsa legítima deve ser objetivamente neces- diferentes:
sária e subjetivamente conduzida pela vontade de se defender. Aquele que i) usa de um meio moderado e dentro do necessário para repelir à
se defende tem de conhecer a agressão atual e ter vontade de defesa. A agressão;
falta de requisitos de ordem subjetiva leva à ilicitude da repulsa (fica excluí- Haverá necessariamente o reconhecimento da legítima defesa.
da a legítima defesa). ii) de maneira consciente emprega um meio desnecessário ou usa
Tipos de Legítima Defesa (Subjetiva, Sucessiva e Putativa) imoderadamente o meio necessário;
Legítima defesa subjetiva é o excesso por erro de tipo escusável, que A legítima defesa fica afastada por excluído um dos seus requisitos es-
exclui o dolo e a culpa (CP, art.20, §1o, 1a parte). senciais.
Legítima defesa sucessiva é a repulsa contra o excesso. - imoderação quanto ao uso do meio;
Ex.: A, defendendo-se de agressão injusta praticada por B, comete ex- - emprego de um meio desnecessário.
cesso. Então, de defendente passa a agressor injusto, permitindo a defesa iii) após a reação justa (meio e moderação) por imprevidência ou
legítima de B. conscientemente continua desnecessariamente na ação.
Legítima defesa putativa quando o agente, por erro de tipo ou de pro- No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica demasiada e
ibição plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe encontrar-se em desnecessariamente a reação inicialmente justificada. O excesso poderá
face de agressão injusta. Na legítima defesa putativa, o agente supõe a ser doloso ou culposo. O agente responderá pela conduta constitutiva do
existência da agressão ou sua injustiça. excesso.
7.3 – Estado de necessidade; 7.7 – O excesso Punível (Estado de Necessidade);
Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de interesses Não há de falar-se em excesso punível quando em Estado de Necessi-
protegidos pelo Direito, em que o agente, para salvar um bem próprio ou de dade, pois a elementar dessa excludente consiste no fato do agente não
terceiro, não tem outro caminho senão o de lesar o interesse de outrem. possuir outro meio para execução da conduta.
Diferenças em Legítima Defesa e Estado de Necessidade Desta forma, a condição de estado de necessidade cessa quando o
Legítima Defesa Estado de Necessidade bem jurídico próprio ou de terceiro estão salvaguardados, as condutas
Há ataque ou ameaça de lesão Há conflito entre bens jurídicos posteriores não possuem nexo causal com a primeira, relembremos:
a um bem jurídico “... o agente, para salvar um bem próprio ou de terceiro, não tem
O bem jurídico sofre uma O bem jurídico é exposto a outro caminho senão o de lesar o interesse de outrem”.
agressão perigo 7.8 – O excesso Punível (Estrito Cumprimento do Dever Legal);
Oriundo de agressão humana O perigo pode advir de conduta O excesso também abrange as hipóteses do exercício regular de direi-
humana, força da natureza ou to e do estrito cumprimento do dever legal, embora a realidade prática
de ataque de irracional indique uma raridade fática.
O agredido deve dirigir seu O necessitado pode dirigir sua No estrito cumprimento do dever legal, a construção é a mesma dos
comportamento contra o agres- conduta contra terceiro alheio casos anteriores. Na hipótese da obediência hierárquica o elemento chave
sor ao fato está na "estrita obediência", agindo o subordinado com excesso e por ele
respondendo se for além do determinado pelo superior.
A agressão deve ser injusta Pode ocorrer lesões recíprocas
7.9 – O excesso Punível (Exercício Regular de Direito)
7.4 – Exercício regular do Direito;
No exercício regular do direito o elemento chave está no "exercício
O art.23, parte final, do CP determina que não há crime quando o a-
regular", pelo que deverá atender aos requisitos objetivos traçados pelo
gente pratica o fato no exercício regular de direito.
poder público.
Ex.: Direito de correção do pai em relação ao filho.
OBS.: A excludente ficará afastada se houver uso irregular ou a-
Desde que a conduta se enquadre no exercício de um direito, embora buso de direito e haverá excesso se for além do preconizado. Em
típica, não apresenta o caráter de antijurídica. Exige-se também o requisito ambas as hipóteses o excesso poderá ser doloso ou culposo.
subjetivo: conhecimento de que o fato está sendo praticado no exercício www.jurisway.org.br,
regular de um direito.
Outros exemplos de exercício regular do direito são: intervenções mé-
CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS CRIMES
dicas e cirúrgicas; violência esportiva desde que haja à obediência irrestrita
CRIME MATERIAL

Noções de Direito 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Crime material é aquele em que é necessário além da ação, a preceito proibitivo. A maioria dos tipos penais são comissivos. Exemplo:
ocorrência do resultado naturalístico para que ocorra a sua consumação. furto.
Exemplo: homicídio, estelionato. CRIMES OMISSIVOS
AÇÃO + RESULTADO - CONSUMAÇÃO São os praticados pela abstenção (não fazer) de comportamento
CRIME FORMAL exigido pela norma. E o não fazer o que a lei manda
Crime formal é aquele que se consuma com a simples ação, CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS
independentemente da ocorrência do resultado naturalístico; basta a ação (ou CRIME OMISSIVO PURO)
do agente e a sua vontade de alcançar o resultado. Exemplo: a ameaça Tais crimes somente podem ser praticados mediante um não-fazer o
consuma-se no momento em que a vítima toma o conhecimento da que a lei manda, como por exemplo, o crime de omissão de socorro (CP,
ameaça. artigo 135). Portanto, o omitente só praticará o crime se houver tipo
AÇÃO = CONSUMAÇÂO incriminador descrevendo a omissão como infração formal ou de mera
CRIMES DE MERA CONDUTA conduta.
São aqueles em que a figura típica não contém mais que a descrição CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS OU
da conduta, por não existir explicitamente qualquer referência ao resultado C0MISSIVOS POR OMISSÃO (ART. 13, § 2º, CP)
(naturalístico). São também chamados de crimes de simples atividade. São aqueles em que o agente, por deixar de fazer o que estava obriga-
Exemplo: crime de omissão de notificação de doença (CP, artigo 269). do por lei, produz o resultado. Exemplo: a mãe que deixa de alimentar seu
CRIMES COMUNS filho em face de amamentação (CP, artigo 13, § 2º,”a” - obrigação de
São aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa. A lei não cuidado, proteção ou vigilância).
exige requisito especial. Exemplo: homicídio, furto. Estes crimes só podem ser praticados pela pessoa que tiver, por lei, o
CRIMES PRÓPRIOS dever de evitar o resultado, ou ainda, por aquela que se encontra na
São aqueles que exigem do sujeito ativo determinada condição ou denominada posição de garantidor (garante),que também possui o dever
qualidade, geralmente de ordem funcional, familiar, condição jurídica etc. legal, por força do artigo 13,5 20, “b”, do Código Penal. Como exemplo,
Exemplo: advogado — patrocínio infiel; maternidade — infanticídio; podemos citar o caso da enfermeira paga, ou aquela vizinha que
funcionário público — peculato. voluntariamente se ofereceu para cuidar do recém-nascido. Temos ainda,
CRIMES DE MÃO PRÓPRIA na alínea “c” do § 2º do artigo 13, o dever de agir e evitar o resultado
daquele que criou o risco da ocorrência do resultado. Como exemplo
São chamados crimes de atuação pessoal, aqueles em que todos os clássico, citamos o nadador profissional que convida o banhista bisonho
elementos do tipo penal devem ser realizados pessoalmente pelo agente para uma travessia e não o socorre quando este está se afogando.
(ação personalíssima). Exemplo: falso testemunho (apenas, se admite o
concurso de agentes na modalidade da participação). CRIME PUTATIVO
CRIMES HABITUAIS É o crime imaginário. O sujeito imagina estar praticando uma conduta
ilícita, porém, sua conduta é lícita. Como exemplo, podemos citar o caso da
São aqueles que exigem a habitualidade, e não se consumam a não mulher que ingere substância abortiva, supondo estar grávida. Neste caso
ser por reiteradas violações. Neste caso, a realização isolada da conduta estamos diante de um delito putativo por erro de tipo, que é o crime
descrita no tipo penal não é considerada delituosa. Exemplo: manter casa impossível pela impropriedade absoluta do objeto.
de prostituição, curandeirismo.
CRIME FALHO OU TENTATIVA PERFEITA
CRIMES PERMANENTES
É aquele em que o agente realiza todos os elementos do tipo, mas o
São aqueles em que a consumação de uma única ação ou omissão se resultado acaba não acontecendo por circunstâncias alheias à sua vontade.
prolonga no tempo. Embora já realizada, continua se renovando enquanto o Ex.: o atirador descarrega todas as balas da arma sem atingir a vítima.
agente não cessar a situação ilícita. Exemplo: sequestro.
CRIMES PROGRESSIVOS
O agente encontra-se em permanente estado de flagrância e a
prescrição não flui enquanto durar a permanência. São aqueles que apresentam uma figura típica mais grave em que se
inclui outra menos grave, ou seja, o crime menos grave está contido no de
CRIMES INSTANTÂNEOS maior gravidade. Ex.: homicídio. Não é possível o crime de “matar alguém”
São aqueles que se exaurem no momento em que são consumados, sem que antes exista o de “ofender a integridade corporal ou a saúde de
sem continuidade no tempo. Exemplo: furto, homicídio. outrem” (CP, artigos 121 e 129).
CRIMES INSTANTÂNEOS DE EFEITOS PERMANENTES Neste caso aplica-se princípio da consunção, respondendo o agente
São aqueles em que o resultado da ação ou da omissão são apenas pelo crime de homicídio e não também pelo crime de lesão
irreversíveis, permanecendo no tempo. Assim, o crime consuma-se em um corporal.
momento específico, mas seus efeitos se perpetuam no tempo. Exemplo: CRIMES DE RESPONSABILIDADE
homicídio, sedução. São aqueles que são praticados por agentes que detêm poder político.
CRIMES COMPLEXOS Exemplo: responsabilidade administrativa e penal de prefeitos e
São aqueles que contêm duas ou mais figuras típicas penais; ofendem vereadores.
mais de um bem jurídico. Exemplo: latrocínio roubo + homicídio; Roubo = CRIME A PRAZO
furto + ameaça. A consumação depende de um determinado lapso de tempo, por
CRIMES DE AÇÃO MULTIPLA exemplo, artigo 129,§ 1º, I, do Código Penal, (mais de 30 dias).
São aqueles em que se encontram descritas no tipo duas ou mais CRIMES DE DANO
condutas, ou seja, encontram-se previstas alternativas de condutas, só São aqueles que exigem uma real lesão ao bem juridicamente
havendo necessidade da prática de uma para se realizar o delito. Exemplo: protegido para a sua consumação. Exemplos: homicídio, dano, etc.
induzimento, auxilio e instigação ao suicídio.
CRIMES DE PERIGO
CRIMES UNISSUBJETIVOS
Para que sejam consumados basta a simples possibilidade de causar
São aqueles nos quais a totalidade dos atos típicos pode ser praticada dano. Exemplo: periclitação da vida ou saúde de outrem (CR artigo 132).
por um único agente. Exemplo: homicídio.
São subdivididos em:
CRIMES PLURISSUBJETI VOS
a) crime de perigo concreto: ocorre quando a realização do tipo
São aqueles em que a lei exige mais de um agente para que seja exige uma situação de perigo efetivo;
consumado o delito; são também chamados de crimes de concurso
necessário. Exemplo: quadrilha ou bando; rixa. b) crime de perigo abstrato: ocorre quando a situação de perigo
éabstrata;
CRIMES COMISSIVOS
c) crime de perigo individual: é aquele que atinge apenas uma
São aqueles em que há uma ação positiva (fazer). A ação viola um pessoa ou um número determinado de pessoas, por exemplo,

Noções de Direito 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
perigo de contágio venéreo; VÁRIAS AÇÕES = VÁRIOS RESULTADOS
d) crime de perigo comum ou coletivo: é aquele que somente se Aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que
consuma se for atingido um número indeterminado de pessoas, haja incorrido o agente. No caso de aplicação cumulativa de penas de
por exemplo, incêndio; reclusão e detenção, executa-se primeiro aquela (CR artigo 69, caput). Se
e) crime de perigo atual: é aquele que está acontecendo; forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá
f) crime de perigo iminente: é aquele que está prestes a acontecer; simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as
demais (CP, artigo 69, § 2º).
g) crime de perigo futuro ou mediato: é aquele que pode advir da
conduta, por exemplo, porte de arma de fogo. Já, em se tratando de pena privativa de liberdade, não suspensa por
um dos crimes, ou seja, caso seja fixada uma pena em regime fechado
CRIME ACESSÓRIO (impossibilidade da concessão de sursis) e ao mesmo tempo outra, na
É aquele que depende de outro crime para existir. Como exemplo, mesma sentença, em que será perfeitamente cabível a substituição da
podemos citar o crime de receptação (CP, artigo 180). pena por pena restritiva de direitos, incabível será a aplicação do artigo 44
CRIME PRINCIPAL do CP (art.69,5 10); em contrapartida, este mesmo parágrafo estabelece a
É aquele que existe independentemente de outros. Exemplo: furto. viabilidade de se cumular, quando do reconhecimento do concurso material,
CRIMES DE CONCURSO NECESSÁRIO OU PLURISSUBJETIVO uma pena privativa de liberdade, com suspensão condicional da pena
(sursis) ou mesmo regime aberto (prisão domiciliar) com uma restritiva de
São aqueles que exigem pluralidade de sujeitos ativos, por exemplo,
direitos, isto é, tal parágrafo permite que o condenado cumpra as condições
crime de rixa.
do sursis ao mesmo tempo em que efetua o pagamento da prestação
CRIME MULTITUDINÁRIO pecuniária.
É aquele cometido por influência de multidão, por exemplo, Assim, as penas são somadas aritmeticamente.
linchamento.
CONCURSO FORMAL (ou IDEAL) (ART. 70 CP)
CRIME HEDIONDO (LEI Nº 8.072/90)
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão (idênticas ou
São considerados hediondos os seguintes crimes, tentados ou não), acarreta dois ou mais resultados. Exemplo: o agente atira em “A” e
consumados: Homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de mata “A” e “B”.
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado;
- UMA AÇÃO = VÁRIOS RESULTADOS
latrocínio; extorsão qualificada pela morte; extorsão mediante sequestro e
na forma qualificada; estupro; atentado violento ao pudor; epidemia com Em se tratando de aplicação de pena, aplica-se a mais grave das
resultado morte; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de penas cabíveis, ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
Parágrafo único. Considera-se hediondo o crime de genocídio previsto
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo 69 do
nos artigos 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1956, tentado ou consumado.
Código Penal (concurso material).
Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
Assim, se dois crimes forem frutos de desígnios autônomos, há a
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
somatória de penas, e, em hipótese alguma a pena pode exceder aquela
I - Anistia, graça e indulto; cabível no caso de concurso material (CP, artigo 70, parágrafo único)
II - Fiança e liberdade provisória. CRIME CONTINUADO (ou CONTINUIDADE DELITIVA)
Com relação à liberdade provisória e tráfico de drogas na Lei n.0 8.072/ (ART. 71 CP)
90, há entendimento no sentido contrário:
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
Admite-se, uma vez que o artigo 20, II, é inconstitucional (CF, artigo 5º, mais crimes da mesma espécie, e, pelas condições de tempo, lugar,
LXVI): TJSP, HC 113.259, 6ª Câmara, 28.08.91, Rel. Des. Luiz Betanho; maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes
HC 105.484, RT671/323. serem havidos como continuação do primeiro...
Em caso de condenação, se o acusado estiver preso em decorrência Há várias ações, sendo cada uma um delito já consumado, mas que se
de flagrante, prisão temporária ou preventiva, não se admite a apelação em mostram unidas por uma homogeneidade circunstancial que as transforma,
liberdade, em face da proibição de liberdade provisória. Se o acusado por ficção, em realização de um só crime em desenvolvimento continuado.
encontra-se solto, o juiz pode conceder, fundamentadamente, que o réu re-
Será aplicada a pena de um só dos crimes se idênticas ou a do mais
corra em liberdade.
grave se diversas; aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois
Cabe prisão temporária por 30 (trinta) dias, prorrogáveis por mais 30 terços.
(trinta), se comprovada extrema necessidade.
Trata-se de um benefício ao réu que visa à diminuição do tempo de
A pena deve ser cumprida integralmente em regime fechado. condenação.
DELAÇÃO PREMIADA Parágrafo único: nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
O artigo 7º, da Lei n0 8.072/90, com nova redação dada pelo artigo 1º, § cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
4º da Lei n0 9.269/96, acrescentou ao artigo 1º, §4º, segundo o qual, no considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
crime de extorsão mediante sequestro, caso o mesmo seja praticado em personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
concurso, e o concorrente denunciar o fato à autoridade, possibilitando a aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
liberação do sequestrado, será beneficiado com uma redução de pena que diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do artigo 70
será de um a dois terços. e do artigo 75 do Código Penal.
Não há necessidade de se indagar a motivação da informação remeti- DOLO
da, se arrependimento, remorso, medo, temor, ou qualquer outro, bastando Dolo é a vontade livre e consciente de realizar o comportamento típico,
notícias a respeito do cativeiro e que elas alcancem sucesso. Foi instituída, ou seja, quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo.
assim, a figura da delação no direito penal brasileiro. É, portanto, a intenção inequívoca de produzir o resultado. Crimes dolosos
CONCURSO DE CRIMES são os crimes intencionais.
O concurso de crimes ocorre quando um agente pratica duas ou mais Temos três teorias relacionadas ao dolo, quais sejam: teoria da
infrações penais. vontade, teoria da representação e teoria do assentimento.
Ternos três espécies de concurso de crimes: concurso formal, concurso Para a teoria da vontade o dolo consiste na vontade e na consciência
material e crime continuado. Diz-se também concurso de penas. de praticar o fato típico. Para a teoria da representação, a essência do dolo
CONCURSO MATERIAL (ou REAL) (ART. 69 CP) não estaria tanto na vontade, mas principalmente, na previsão do resultado.
Quando o agente, mediante duas ou mais ações ou omissões Já para a teoria do assentimento, o dolo consistiria no assentimento do
(idênticas ou não), acarreta dois ou mais resultados. Exemplo: furta o carro resultado, isto é, a previsão do resultado com a aceitação dos riscos de
e atropela, por imprudência, terceira pessoa. produzi-lo.

Noções de Direito 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O nosso Código Penal (CP, artigo 18,I), adotou a teoria da vontade e a ESPËCIES DE CULPA
teoria do assentimento: diz-se o crime doloso quando o agente quis o a) Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado, porém, este
resultado (teoria da vontade) ou assumiu o risco de produzi-lo (teoria do era previsível;
assentimento). b) Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera sincera-
Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato mente que este não ocorra. Há no agente a representação da
previsto como crime senão quando o pratica dolosamente (CP, artigo 18, possibilidade do resultado, mas ele a afasta, de pronto, por
parágrafo único). entender que a evitará e que sua habilidade impedirá o evento
ELEMENTOS DO DOLO lesivo previsto;
Os elementos do dolo são: a consciência e a vontade. c) Culpa imprópria (ou por extensão, por equiparação ou por
ESPËCIES DE DOLO assimilação): é aquela em que o agente, por erro de tipo
a) Dolo direto ou determinado: quando o agente visa a determinado inescusável, imagina praticar a conduta licitamente, ou seja, o
resultado. Exemplo: o agente atira com a intenção de matar. agente supõe estar acobertado por uma das excludentes de
ilicitude ou antijuridicidade (legitima defesa, estado de
b) Dolo indireto ou indeterminado: Quando o agente não visa a necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício
resultado certo, determinado. O dolo indireto é subdividido em: regular do direito). Contudo, esse erro poderia ter sido evitado pelo
b. 1) eventual: quando o agente não quer diretamente o resultado, mas emprego de diligência mediana, e, assim, subsiste o
assume o risco de produzi-lo, ou seja, o agente prevê o resultado comportamento culposo;
de sua conduta e não deseja diretamente esse resultado, mas d) culpa presumida: trata-se de uma forma de responsabilidade
segue em frente na conduta assumindo a possibilidade de alcançar objetiva e, portanto, não é prevista na legislação penal. Já o
certo resultado ilícito; Código Penal de 1940, contrariamente, previa a punição por crime
b.2) alternativo: quando a vontade do agente se dirige a um ou outro culposo quando o agente causasse o resultado apenas por ter
resultado. Exemplo: quando o agente dispara uma arma para ferir infringido uma disposição regulamentar, como, por exemplo, dirigir
ou matar. sem habilitação legal, ainda que não houvesse imprudência,
c) Dolo de dano: Quando o agente quer o dano ou assume o risco de negligência ou imperícia;
produzi-lo (causar dano efetivo). e) culpa mediata ou indireta: nesta espécie de culpa, o agente
d) Dolo de perigo: Quando o agente quer ou assume o risco de indiretamente produz o resultado; é o caso de uma pessoa que
colocar a vítima em perigo. A conduta se orienta apenas para a atropela uma criança e, em razão disso, o pai atravessa a rua para
criação de um perigo. Exemplo: crime de perigo de contágio prestar socorro e acaba atropelado por outro veículo.
venéreo (artigo 130 do Código Penal). GRAUS DE CULPA
e) Dolo específico: Quando existe a vontade de produzir um fim Temos três graus de culpa: culpa grave, culpa leve e culpa levíssima.
especial, específico. Exemplo: alteração de limites para o fim de Não há compensação de culpas em Direito Penal.
apropriar-se.
CULPA CONSCIENTE E DOLO EVENTUAL
f) Dolo genérico: Quando há vontade de praticar o fato descrito no
tipo, ou seja, quando a intenção do agente se esgota na produção Na culpa consciente, embora seja o resultado previsto pelo agente,
do fato típico. É o dolo comum. este espera, sinceramente, que jamais irá ocorrer, confiando, destarte, na
sua habilidade. Já, no dolo eventual, o agente também prevê o resultado
CULPA (embora não o deseja), contudo, dá seu assentimento ao resultado. Isto
Segundo Paulo José da Costa Júnior, a culpa é a prática voluntária de posto, tanto na culpa consciente como no dolo eventual o resultado é
urna conduta, sem a devida atenção ou cuidado, da qual deflui um previsível pelo agente, porém, no dolo eventual o agente diz: “tanto faz”,
resultado previsto na lei como crime, não desejado nem previsto, mas enquanto na culpa consciente supõe: “é possível, mas não vai acontecer de
previsível. forma alguma”.
A culpa consiste na prática não intencional do delito, faltando, porém, DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ (ART. 15
ao agente, um dever de atenção, cuidado. Na culpa o agente produz o CP)
resultado por negligência, imprudência ou imperícia. Como estudado anteriormente, dá-se a tentativa quando o resultado
MODALIDADES DE CULPA não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente. Contudo, o
a) negligência: a falta de atenção devida é a desatenção. Exemplo: próprio agente, após iniciada a execução, voluntariamente, pode desistir de
dirigir olhando para a calçada ao invés da rua; passear com prosseguir na mesma (desistência voluntária), ou ainda, pode evitar,
cachorro bravio sem focinheira; também voluntariamente, que o resultado ocorra (arrependimento eficaz).
b) imprudência: quando existe a inobservância da cautela comum, Na desistência voluntária o agente interrompe o processo de execução
exigida em determinados atos. É a prática de ato perigoso. que iniciara, porque assim o quis. Deve a desistência ser voluntária,
Exemplo: dirigir em velocidade superior à permitida no local; embora não necessite ser espontânea, podendo ser provocada por temor,
c) imperícia: é a inobservância dos cuidados específicos a que vergonha, etc.
deveria estar habilitado o agente por falta de aptidão, insuficiência Se o crime for consumado, não há que falar em desistência voluntária.
de conhecimentos técnicos ou teóricos. Exemplo: sair dirigindo Assim, se o agente já realizou todo o processo de execução, mas
sem estar devidamente habilitado. Alguns doutrinadores não impede que o resultado ocorra, estamos diante do arrependimento eficaz.
aceitam este exemplo como sendo imperícia. O arrependimento eficaz também deve ser voluntário, embora não
Em geral os tipos culposos são abertos e, sendo assim, não descrevem necessite ser espontâneo.
a conduta culposa, limitando-se a dizer: “se o crime é culposo, a pena será A maioria dos doutrinadores entende ser tanto a desistência voluntária
de.. como o arrependimento eficaz, causa de exclusão de punibilidade mas, se
Para se saber se houve ou não culpa, necessariamente deverá se os atos anteriores forem típicos, o agente responde por eles.
proceder a um juízo de valor, fazendo-se uma comparação entre a conduta Se o crime for consumado, não há que se falar em arrependimento
do agente no caso concreto e a que um homem de prudência média teria eficaz.
na mesma situação.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR (ART. 16 CP)
ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
Os elementos do crime culposo são: conduta (sempre voluntária), reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou
resultado involuntário, nexo causal, tipicidade, previsibilidade objetiva, queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
ausência de previsão (não existe esse elemento na culpa consciente), terços.
quebra do dever objetivo de cuidado (pela imprudência, imperícia ou
negligência). Para Celso Delmanto, trata-se de causa obrigatória de redução depena
e não mera atenuante e, por isso, pode ocorrer redução de modo a pena

Noções de Direito 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ficar abaixo do mínimo previsto e influir no cálculo da prescrição penal.52 subjetivos e normativos do tipo.
Já ensina Waléria G. Loma Garcia que o arrependimento posterior, Explicamos como exemplo a descrição do crime de furto: subtrair para
atendido seus requisitos, é uma causa obrigatória de redução depena, entre si ou para outrem, coisa alheia móvel (CP, artigo 155).
determinados limites.53 a) elemento objetivo: subtrair coisa móvel;
O ato de reparar ou restituir precisa ser voluntário, embora possa não b) elemento normativo: desconhecer o alcance de expressões usadas,
ser espontâneo. “coisa alheia móvel”;
Assim, os requisitos do arrependimento posterior são: c) elemento subjetivo: para si ou para outrem.
a) ausência de violência ou grave ameaça à pessoa; Ainda, como elementos constitutivos do tipo legal do crime devem ser
b) reparação do dano ou restituição da coisa (na sua integralidade e entendidos, além dos já supracitados, outros, quais sejam: as causas ou
até o recebimento da denúncia ou queixa); circunstâncias que qualificam o crime ou aumentam a pena.56
c) voluntariedade. ESPECIES DE ERRO
Caso a reparação do dano ou a restituição da coisa seja parcial, será O erro de tipo pode ser:
considerada apenas como atenuante conforme preceitua o artigo 65,III, b, a) acidental: refere-se a dados acessórios ou secundários do crime. É
do Código Penal. irrelevante para o tipo penal; não beneficia o agente.
CRIME IMPOSSÍVEL (ART. 17 CP) Exemplo: se o agente pretende furtar uma mala cheia de jóias e, por
Tem-se crime impossível quando, por ineficácia absoluta do meio ou erro, subtrai uma mala cheia de roupas, seu erro é acidental já que, tanto
por absoluta impropriedade do objeto, torna-se impossível a consumação faz subtrair jóias ou roupas, pois ambas as ações caracterizam o crime de
do delito. furto.
O crime impossível é também chamado de tentativa inidônea ou b) essencial: sempre afasta o dolo; refere-se a dados elementares do
inadequada, tentativa impossível ou quase-crime. crime. Pode ser:
Ineficácia absoluta do meio: o meio empregado é absolutamente b.1) Erro essencial inevitável (ou invencível): afasta o dolo e a culpa.
ineficaz. Exemplos: disparar revólver sem munição (é meio absolutamente Nele o sujeito errou, porém, tomou todas as precauções exigíveis dentro
inidôneo para matar alguém); já o revólver com balas velhas (pode ou não dos limites em que se encontrava (CP, artigo 20, la parte);
disparar) é meio relativamente inidôneo e seu uso permite caracterizar a b.2) Erro essencial evitável (ou vencível): afasta o dolo, mas permite a
tentativa de crime. punição a título de culpa caso o fato seja punível também na modalidade da
Impropriedade absoluta do objeto: o objeto material do crime é culpa. Neste caso, o sujeito, embora não agindo com dolo, poderia ter
absolutamente impróprio para que o crime se consume. Exemplos: evitado o erro se tivesse agido tomando os cuidados objetivos necessários
esfaquear cadáver; bater carteira de quem não possui dinheiro; práticas (CR artigo 20, última parte).
abortivas em mulheres não grávidas. Assim, caso o sujeito, por ausência de cuidado, venha a matar uma
O crime impossível está sempre ligado à tentativa, não sendo esta pessoa em vez de um animal, responderá por crime de homicídio culposo,
punida em face da impossibilidade de consumação da infração penal. já que é prevista tal figura delitiva. Contrariamente, se o sujeito
Duas teorias existem a respeito de crime impossível: equivocadamente leva uma mala alheia supondo ser sua, não responderá
a) teoria subjetiva: segundo ela, o que importa é a intenção do agente, por crime algum,já que inexiste a figura culposa do crime de furto.
responsabilizando-o mesmo que o meio ou objeto sejam ineficazes; DESCRIMINANTES PUTATI VÁS (ART. 20, §1º, CP)
b) teoria objetiva: entende ser impossível a tentativa apenas quando o Trata-se de erro de tipo permissivo, ou seja, erro sobre os requisitos
meio ou objeto forem absolutamente impróprios para a consumação. Esta fáticos de uma causa excludente de ilicitude. Neste caso, o agente supõe
teoria é a adotada pelo Código Penal. estar agindo amparado por uma das excludentes de ilicitude ou
Porquanto, uma vez presente a figura do crime impossível, haverá antijuridicidade (legítima defesa, estado de necessidade, estrito
Isenção de pena, sendo portanto, uma exceção à regra da punibilidade da cumprimento do dever legal, exercício regular do direito).
tentativa de crime. Torna-se o fato atípico. Se o erro era inevitável, invencível, não há dolo nem culpa (CP, artigo
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO (ART. 19 CP) 20, §1º, 1ª parte).
O artigo 19 do Código Penal visa a impedir a punição de alguém por Se o erro era evitável, vencível, poderá haver punição a título de culpa
simples responsabilidade objetiva (ausência de dolo ou culpa). Para isso, (CP, artigo 20, § 1º, última parte).
determina que, pelo resultado que agrava especialmente a pena, só Fernando Capez cita como exemplo: o sujeito está assistindo à
responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Isto televisão quando um primo brincalhão surge à sua frente disfarçado de
posto, além do dolo e da culpa, temos uma outra forma de culpabilidade: o assaltante Imaginando uma situação de fato, na qual se apresenta uma
preterdolo ou preterintenção. agressão iminente a direito próprio, o agente dispara contra o colateral,
Assim, o crime qualificado pelo resultado também é denominado crime pensando estar em legítima defesa. A situação justificante só existe em sua
preterdoloso, ou ainda preterintencional. cabeça; por isso diz-se legítima defesa imaginária ouputativa57.
No dizer de Magalhães Noronha, há dois crimes na figura preterdolosa: ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO (ART. 20, § 2º, CP)
o minusdelictum (o que o delinquentequeriapraticar), atribuível a título de Neste caso, o erro é causado por terceiro e, sendo assim, este
dolo, e o majus delictum (o que realmente se vem a verificar), imputado a responderá pelo crime.
título de culpa. Caso o terceiro tenha agido dolosamente, quer dizer intencionalmente,
Portanto, temos o crime preterdoloso quando o agente, por ação ou responderá a título de dolo; se agiu culposamente, poderá responder a
omissão, provoca, por culpa (negligência, imprudência ou imperícia), um título de culpa.
resultado mais grave que o pretendido. Dolo no antecedente e culpa no O provocado, ou seja, o sujeito que agiu pela provocação de terceiro,
consequente. Exemplo: lesão corporal seguida de morte (CR artigo 129, § estará isento de pena caso o erro seja inevitável; se evitável, responderá a
3º). título de culpa por ter deixado de tomar os cuidados objetivos necessários.
Neste caso, o agente é punido pela lesão corporal a título de dolo e ERRO SOBRE A PESSOA (ART. 20, §3º, CP)
pela morte a título de culpa. O erro versa sobre a pessoa: o agente atira em “A” por supor tratar-se
ERRO DE TIPO (ART. 20 CP) de “B”. Neste caso, não ocorre a isenção de pena e, para efeito de
Ignorar é não saber; errar é saber mal (Paulo José da Costa Júnior). qualificadoras, atenuantes, privilégios e agravantes, deve-se considerar
Trata-se do erro (engano, desconhecimento) sobre elemento que constitua a pessoa que o agente pretendia atingir e não a pessoa que foi vitimada.
o tipo (descrição legal do comportamento proibido) penal. Tal fato exclui o ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO OU ERRO DE PROIBIÇÃO (ART.
dolo, mas permite a punição por culpa se houver previsão legal de conduta 21 CP)
culposa. Preceitua o artigo 21 do Código Penal: o desconhecimento da lei é
O erro pode ocorrer sobre os aspectos (elementos) objetivos, inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;

Noções de Direito 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço. culpabilidade (entre elas não haveria nenhuma relação). Trata-se de
Porquanto, o erro sobre a ilicitude do fato, advém de uma equivocada elemento valorativamente neutro. Sua concepção não admitia o
compreensão da lei, levando o agente a pensar erroneamente que o fato é reconhecimento de elementos normativos ou subjetivos do tipo.
permitido. Exemplo: eutanásia. 2ª) Fase do caráter indiciário da ilicitude ou da “ratio cognoscendi”
Se o erro for inevitável, será causa de isenção de pena. Caso o erro (Mayer — 1915): a tipicidade deixa de ter função meramente descritiva,
seja evitável, ou seja, caso haja possibilidade do agente, em virtude das representando um indício da antijuridicidade. Embora se mantenha a
circunstâncias, ter a consciência da ilicitude, a pena será diminuída de um independência entre tipicidade e antijuridicidade, admite-se ser uma indício
sexto a um terço. da outra. Pela teoria de Mayer, praticando-se um fato típico ele se presume
O mero desconhecimento da lei não é causa de isenção de pena. ilícito. Essa presunção, contudo, é relativa, pois admite prova em contrário.
Além disso, a tipicidade não é valorativamente neutra ou descritiva, de
No caso de apropriação de coisa achada, é possível alegar erro de modo que se toma admissível o reconhecimento de elementos normativos e
proibição, em face do desconhecimento geral quanto à tipicidade de tal subjetivos do tipo penal.
conduta; ‘achado não é roubado”.
3ª) Fase da “ratio essendi” da ilicitude (Mezger — 1931): Mezger atribui
ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) (ART. 73 CP) ao tipo função constitutiva da ilicitude, de tal forma que se o fato for lícito,
Opera-se o erro na execução quando o agente, por inabilidade ou será atípico. A ilicitude faz parte da tipicidade. O tipo penal do homicídio
acidente, atinge pessoa diversa da pretendida. Neste caso, apesar do erro, não seria matar alguém, mas matar alguém fora das hipóteses de legítima
não muda o interesse ou o bem protegido pela norma penal. Trata-se de defesa, estado de necessidade etc.
erro de pontaria. Concepção dominante: a de Mayer.
Face ao erro de execução, o agente responde como se tivesse atingido Adequação típica
a pessoa que tencionava atingir e, caso além da vítima equivocada, a
pretendida também seja atingida, aplica-se a regra do concurso formal (CR E o mesmo que tipicidade, ou seja, a relação de subsunção entre o fato
artigo 70). e a norma penal. Há quem pense de modo diverso, afirmando que
tipicidade seria a mera correspondência formal entre o fato e a norma,
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO DELICTI) enquanto a adequação típica, a correspondência que levaria em conta não
(ART. 74 CP) apenas uma relação formal de justaposição, mas a consideração de outros
Ocorre quando o agente, por inabilidade ou acidente, atinge bem requisitos, como o dolo ou a culpa.
jurídico diverso do pretendido. Se é atingida apenas a coisa que não foi Há duas modalidades de adequação típica:
visada, o agente responde por culpa, na hipótese do delito admitir forma
culposa. Caso também ocorra o resultado originariamente pretendido, 1ª) Adequação típica por subordinação imediata ou direta: dá-se
haverá concurso formal. Exemplo: o agente quer quebrar, com uma quando a adequação entre o fato e a norma penal incriminadora é imediata,
pedrada, uma vitrine e atinge a balconista. direta; não é preciso que se recorra a nenhuma norma de extensão do tipo.
Exemplo: alguém efetua dolosamente vários disparos contra a vítima —
este fato se amolda diretamente ao tipo penal incriminador do art. 121 do
CP.
Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal.
2ª) Adequação típica por subordinação mediata ou indireta: o
enquadramento fato/norma não ocorre diretamente, exigindo-se o recurso a
Sujeito ativo (ou agente) é quem pratica a infração penal (o fato). uma norma de extensão para haver subsunção total entre fato concreto e
Sujeito passivo é a pessoa ou entidade que sofre os efeitos da prática da lei penal. Exemplo: se alguém, com intenção homicida, efetua vários
infração. Ë o titular do direito lesado (a vítima), podendo ser pessoa natural disparos de arma de fogo contra outrem e foge, sendo a vítima socorrida e
ou jurídica ou ainda o Estado (crimes contra administração pública). salva a tempo, esse fato não se amolda ao tipo penal do art. 121 (não
Somente o ser humano pode ser sujeito ativo de crime (em princípio). houve morte). Também não se enquadra no art. 129 (lesões corporais)
Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis. Estes ficam sob porque o sujeito agiu com animus necandi (o art. 129 pressupõe animus
a proteção integral do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n0 laedendi). Seria o fato atípico? Não. Para que ocorra o perfeito
8.069/90), e, quando ferem direitos juridicamente tutelados (crime ou enquadramento da conduta com a norma, contudo, será preciso recorrer a
contravenção penal), praticam atos infracionais. uma norma de extensão; no caso, o art. 14, II, que descreve a tentativa. O
Excepcionalmente, pessoas jurídicas podem ser sujeito ativo de crime, mesmo se verifica quando alguém empresta arma de fogo a um homicida,
porém, atualmente, só ocorre quando se tratar de infrações contra o meio que a utiliza posteriormente para cometer o crime. Sua conduta não
ambiente, cometidas por decisão dos dirigentes, no interesse ou benefício encontra correspondência direta com o art. 121 do CP. Novamente é
das mesmas (Lei n.0 9.605/98; CF, artigos 225, § 3º e 173, § 5º). preciso, então, socorrer-se de uma norma de extensão; nesse caso, o art.
29, caput, que pune a participação
Porém, o conceito de culpa, no dizer de Maggiore, é estritamente
pessoal: e a única, verdadeira e não fictícia personalidade é aquela do Tipicidade conglobante (Zaffaroni)
homem, que tem um corpo e uma alma, há uma vontade, uma liberdade, Trata-se de um dos aspectos da tipicidade penal, que se subdividiria
uma responsabilidade, Todo o resto é senão metáfora e ficção. em tipicidade legal (adequação do fato com a norma penal, segundo uma
análise estritamente formal) e tipicidade conglobante. Por meio desta, deve-
se verificar se o fato, que aparentemente viola uma norma penal proibitiva,
não é permitido ou mesmo incentivado por outra norma jurídica (como no
Conceito de crime, fato típico, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. caso das intervenções médico-cirúrgicas, violência desportiva, estrito
cumprimento de um dever legal etc.). Não teria sentido, dentro dessa
Tipicidade perspectiva, afirmar que a conduta do médico que realiza uma cirurgia no
Conceito paciente viola a norma penal do art. 129 do CP (não ofenderás a
É a relação de subsunção entre um fato concreto e um tipo penal previsto integridade corporal alheia) e, ao mesmo tempo, atende ao preceito
abstratamente na lei. Trata-se de uma relação de encaixe, de enqua- constitucional segundo o qual a saúde é um direito de todos (não é lógico
dramento. É o adjetivo que pode ou não ser dado a um fato, conforme dizer que ele viola uma norma e obedece a outra, ao mesmo tempo).
ele se enquadre ou não na lei penal. Por meio da tipicidade conglobante (análise conglobada do fato com
O conceito de tipicidade, como se concebe modernamente, passou a todas as normas jurídicas, inclusive extrapenais), situações consideradas
ser estruturado a partir das lições de Beling (1906), cujo maior mérito foi tradicionalmente como típicas, mas enquadráveis nas excludentes de
distingui-la da antijuridicidade e da culpabilidade. Seus ensinamentos, ilicitude (exercício regular de um direito ou estrito cumprimento de um dever
entretanto, foram aperfeiçoados até que se chegasse à concepção vigente. legal), passariam a ser tratadas como atípicas, pela falta de tipicidade
Jiménez de A sua sistematizou essa evolução, dividindo-a em três fases: conglobante. Com a adoção da teoria da imputação objetiva, tais resultados
(atipicidade de fatos então considerados típicos, porém lícitos) são
1ª) Fase da independência (Beling — 1906): a tipicidade possuía
atingidos sem necessidade dessa construção, que se toma supérflua.
função meramente descritiva, completamente separada da ilicitude e da
Ilicitude

Noções de Direito 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os autores falam normalmente em antijuridicidade. Mas, o que seria Pela teoria psicológico-normativa (Frank, 1907), o dolo e a culpa
antijuridicidade? A resposta é simples, decorre da própria formação da deixam de ser espécies da culpabilidade e passam a ser elementos da
palavra, que é contrariedade ao direito. Assim, para que haja crime, além mesma. Com o acréscimo de mais um elemento, a censurabilidade ou
de típico, o fato deve ser antijurídico. Porém, a denominação não é a mais reprovabilidade, que consiste num juízo de desvalor da conduta.
feliz, visto que todo fato típico é contrário ao direito, portanto, antijurídico. A censurabilidade ou reprovabilidade, por sua vez, para a teoria
Daí a preferência pela denominação ilicitude. psicológico-normativa, tem como seus elementos a imputabilidade, a
A ilicitude pode ser material ou formal. A primeira é dada pelos concei- consciência potencial da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa,
tos sociais, enquanto que a segunda é dada pela lei. Excluir a ilicitude, fatores sem os quais a conduta não é considerada reprovável.
segundo a noção material, importa em excluir o próprio fato típico, visto que A teoria normativa pura (ou teoria da culpabilidade) corres-ponde aos
o fato não é socialmente reprovável. De outro modo, adotando a noção ensinamentos da escola finalista. Dolo e culpa migram da culpabilidade
formal, é possível que se exclua a ilicitude sem excluir o fato típico, existin- para o tipo, através da conduta. E o conteúdo da culpabilidade,”assim
do, portanto, fato típico que não é antijurídico. esvaziada, passa a ser apenas a censurabilidade, cujos requisitos são a
Foi desenvolvido o princípio da adequação social, classificando a imputabilidade, a consciência potencial da ilicitude e a exigibilidade de
adequação social como causa excludente da ilicitude. Como corolário, os conduta diversa.
autores falam em causa supralegal excludente da ilicitude. No entanto, só o O dolo e a culpa como integrantes da culpabilidade
que pode excluir a ilicitude é a lei. Dessa forma, só existem causas exclu- Como já falava Nietzsche, é bom dizer logo duas vezes a mesma coisa,
dentes da ilicitude legais. dando-lhe um pé direito e um pé esquerdo. Pois com uma perna só a
Só é possível falar em análise da ilicitude de determinada conduta, pa- verdade fica de pé, mas com duas ela poderá andar e correr por ai.
ra fins de direito penal, se for típica. Uma vez averiguado tratar-se de A teoria clássica colocava o dolo e a culpa dentro do conceito da
conduta típica, devemos passar apurar se também é ilícita, isto é, se há culpabilidade. O dolo e a culpa em sentido estrito constituíam as duas
uma relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico. espécies da culpabilidade (ou da culpa em sentido amplo). Acrescentava-se
Conforme acima já exposto, somente interessa estudar a ilicitude de um ainda, ao conceito de culpabilidade, a imputabilidade, como pressuposto do
determinado comportamento se, antes de tudo, for típico. Como a aná- dolo e da culpa, e também, segundo alguns autores, a exigibilidade de
lise da ilicitude recai apenas sobre fatos típicos, não podemos esque- conduta diversa.
cer que somente os fatos mais graves para preservação da sociedade A teoria finalista da ação retirou o dolo e a culpa do conceito da
são reprimidos pelo direito penal, segundo princípio da Intervenção Pe- culpabilidade, inserindo-os na ação e em consequência no tipo, vez que a
nal Mínima. ação é o primeiro elemento do tipo. A culpabilidade, esvaziada do dolo e da
Ora, como bem ensinado por Max Ernst Mayer, citado por Damásio de culpa, passou a ter o sentido de censurabilidade, de reprovabilidade, de
Jesus, se determinada conduta é sancionada pelo ordenamento jurídico a desvalor da conduta.
ponto de ser prevista em um tipo penal, quer dizer que uma vez realizado o Os fatores sobre os quais se apóia a censurabilidade são a
fato típico, surge indícios que a conduta viola o ordenamento jurídico, posto imputabilidade, a consciência potencial da ilicitude e a exigibilidade de
que em todos os tipos penais incriminadores existem mandamentos proibi- conduta diversa.
tivos implícitos.
A teoria social da ação, por sua vez, coloca o dolo e a culpa tanto na
Pelo princípio da reserva legal ( nullum crimen, nulla poena sine lege), ação (e no tipo) como na culpabilidade, passando a haver, portanto, o dolo
o que deve vir expresso pela norma penal é a conduta e a pena abstrata- do tipo e o dolo da culpabilidade. O dolo do tipo é indiciério e o dolo da
mente prevista para ela. Assim, por exemplo, o tipo de furto previsto no Art. culpabilidade é a medida do desvalor da intenção. O dolo é o mesmo, visto,
155 do Código Penal consiste em “subtrair, para si ou para outrem, coisa porém, de momentos ou ângulos diversos.
alheia móvel”, sendo que o mandamento proibitivo implícito ou oculto é o
de “ não furtarás”, o mesmo ocorre no exemplo de um sujeito vir a matar A escola clássica adotava a teoria psicológica, enquanto que a escola
alguém, pois sua conduta é prevista no tipo do Art. 121, sendo que este finalista adota a teoria normativa pura. A escola social da ação identifica-se
artigo do Código Penal contém uma regra proibitiva implícita consistente em até certo ponto com a teoria psicológico-normativa de Frank. Mas a dupla
“não matarás”. função do dolo e da culpa, no tipo e na culpabilidade, pertence apenas à
escola social da ação.
Se todo o tipo penal incriminador prevê implicitamente um mandamento
proibitivo, uma vez realizado o tipo, consequentemente o mandamento Imputabilidade
proibitivo de imediato também foi violado. Daí porque, uma vez realizado o A imputabilidade refere-se à capacidade do agente de se lhe atribuir o
comportamento típico, surge indícios de que a conduta realizada era veda- fato e de ser penalmente responsabilizado. Se não houver essa
da pelo ordenamento jurídico, sendo certo falar-se então que o tipo penal, atribuibilidade, considera-se que o indivíduo é inimputável. Imputável,
uma vez realizado no mundo concreto apresenta indícios de ilicitude, ou portanto, é o autor que, no momento da ação, é capaz de entender o
seja, apresenta indícios de que o comportamento fere ou põe em perigo um caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.
interesse tutelado pela norma. A imputabilidade tem a ver com a menoridade penal (idade inferior a 18
Não é correto afirmar que todo fato típico é ilícito, pois na verdade, o ti- anos), com a doença mental, bem como com a embriaguez, assuntos,
po penal apenas apresenta indícios, tendências, de que determinada con- esses, que examinaremos mais adiante.2
duta seja ilícita, pois é possível que o causador do fato típico tenha atuado Consciência potencial da ilicitude
amparado por uma causa excludente de ilicitude (estado de necessidade, A consciência da ilicitude ou da antijuridicidade é outro elemento da
legítima defesa, exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever culpabilidade, na teoria finalista e na teoria social da ação. A teoria
legal), quando então o fato, embora típico, foi licito. tradicional, ao contrário, colocava a consciência da ilicitude como parte
Culpabilidade integrante do dolo.
Para a existência do crime bastam o fato típico e a antijuridicidade. A impo- A consciência da ilicitude não precisa ser efetiva, bastando que seja
sição da pena, como consequência do crime, é que depende ainda da potencial, ou seja, deve-se chegar à conclusão de que o agente, com algum
avaliação da culpabilidade, da questão de dever ou não o agente res- esforço ou cuidado, poderia saber que o fato é ilícito.
ponder pelo fato. Onde fica a consciência da ilicitude?
O conceito de culpabilidade foi se modificando através dos tempos, A sede da consciência da ilicitude varia conforme a escola.
destacando-se três teorias sobre o assunto: a teoria psicológica, a teoria Para a escola tradicional ficava no dolo. Por isso, a teoria tradicional
psicológico-normativa e a teoria normativa pura (ou teoria da culpabilidade). sobre a consciência da ilicitude tem o nome de teoria do dolo. Essa teoria
Pela teoria psicológica, a culpabilidade é a relação psíquica do agente se subdivide em teoria extremada do dolo e teoria limitada do dolo.
com o fato, na forma de dolo ou de culpa, que são as duas espécies da Para o finalismo, porém, a consciência da ilicitude não está no dolo,
culpabilidade. Pressuposto do dolo e da culpa é a imputabilidade mas na culpabilidade. Daí falar-se em teoria da culpabilidade, extremada ou
(compreensão e autodeterminação). Alguns autores dessa escola limitada, como veremos a seguir.
acrescentam também a exigibilidade de outra conduta como parte
Localização da consciência da ilicitude.
integrante da culpabilidade.

Noções de Direito 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Teoria extremada do dolo. Teoria limitada do dolo. punível quando ameaçado com pena. Punibilidade, destarte, nesse sentido,
Teoria extremada da culpabilidade. não tem nada a ver com as consequências jurídicas do crime. Faz parte
Teoria limitada da culpabilidade dele, desde que entendido como fato punível.
A teoria extremada do dolo (a mais antiga) colocava o dolo como espécie O fato pode não ser punível abstratamente ou concretamente.
da culpabilidade (culpabilidade = dolo ou culpa em sentido estrito). A Se o legislador, em abstrato, descrever uma conduta típica e não comi-
consciência da ilicitude fazia parte do dolo, devendo essa consciência nar nenhuma pena (isso ocorria com várias hipóteses que estavam descri-
ser efetiva ou atual e não meramente potencial (Binding, Mezger). tas no art. 95 da Lei 8.212/91), não se trata de crime (porque não existe
A teoria limitada do dolo era semelhante à anterior. Com a diferença de crime no Direito penal brasileiro sem a ameaça de uma pena). Fato sem
que a consciência da ilicitude podia ser potencial, não precisando ser cominação de pena não é (nem sequer abstratamente) crime (porque a
efetiva ou atual. Bastava a mera possibilidade de que o agente pudesse punibilidade faz parte do seu conceito).
obter a consciência da ilicitude com um esforço ou através de atenção mais Pode dar-se que o fato não seja punível concretamente. Exemplo: filho
cuidadosa (Mezger — 2ª fase). que furta pai. Nesse caso, incide a escusa absolutória do art. 181, do CP. O
A teoria extremada da culpabilidade corresponde aos ensinamentos da furto, abstratamente, é crime. Mas concretamente, tendo em vista que foi
escola finalista. O dolo deixa a culpabilidade e migra para o tipo. A cometido pelo filho contra o pai, não é punível. Instaura-se inquérito policial
consciência potencial da ilicitude, que antes fazia parte do dolo, destaca-se (para se registrar o fato), mas não há que se falar em indiciamento. De
dele e passa a integrar o juízo de censura da culpabilidade. outro lado, cabe ao MP pedir o arquivamento (porque não há fato punível
em concreto). Não há que se falar no nascimento do ius puniendi nessa
A teoria limitada da culpabilidade é semelhante à anterior. Com a única situação. Houve um fato (típico e antijurídico), mas falta o terceiro requisito
diferença de divergir no tratamento do erro sobre uma causa de justificação. do fato punível, que é justamente a punibilidade.
Para a teoria extremada da culpabilidade o erro sobre uma causa de Injusto penal, fato punível e culpabilidade: o injusto penal é compos-
justificação é sempre um erro de proibição. to de dois requisitos: fato já valorado como materialmente típico e antijurídi-
Para a teoria limitada da culpabilidade, porém, o erro sobre uma causa co. O fato punível, por seu turno, exige três requisitos: fato materialmente
de justificação tanto pode ser erro de tipo como erro de proibição, típico, antijurídico e punível. A culpabilidade, como se nota, definitivamente,
dependendo da sede em que se localiza o erro, se num elemento do tipo não integra o conceito de crime em nenhum dos dois sentidos expostos.
permissivo3 ou sobre a existência ou limites da causa de justificação. Não pertence à teoria do delito. Mas como pressuposto indeclinável da
Esse detalhe será examinado mais adiante, ao tratarmos do erro sobre pena, é ela que faz a ligação (o elo, ol vínculo) entre a teoria do delito e a
excludente putativa. teoria da pena. Como valoração do objeto, é juízo de reprovação que recai
Exigibilidade de conduta diversa sobre o agente do fato punível.
Outro requisito da culpabilidade é a exigibilidade de conduta diversa. O crime, como se vê, não exprime um conceito unívoco. Pode e deve
Refere-se ao fato de se saber se, nas circunstâncias, seria exigível que ser compreendido ora como injusto penal, ora como fato punível. O primeiro
o acusado agisse de forma diversa. Não haverá pena se, nas tem dois requisitos. O segundo tem três requisitos. De qualquer modo, dele
circunstâncias, foi impossível para o acusado agir de outra forma. não faz parte a culpabilidade (que cumpre no Direito penal o papel de elo
de ligação entre a teoria do delito e a teoria da pena, leia-se, entre o crime
A avaliação deve ser feita em função de um acusado concreto diante
e a pena).
das circunstâncias concretas, com base nos padrões sociais vigentes.
Advertência e re melior perpensa: nos meus trabalhados e escritos
Alguns autores entendem que a exigibilidade de conduta diversa não é
anteriores cheguei em algum momento admitir a culpabilidade como requi-
uma causa geral (ou supralegal) de exclusão da culpabilidade, restringindo-
sito do fato punível. Na verdade, podemos ver esse tema de modo diverso.
se apenas aos casos expressos em lei, como a coação moral irresistível ou
Ela não faz parte do "fato" nem da "punibilidade". Está fora do injusto penal
a obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal.
assim como do fato punível. Vem, cronologicamente falando, depois dos
Outros autores, porém, como Damásio e Toledo, admitem a três requisitos que compõem o fato punível (fato materialmente típico,
exigibilidade de conduta diversa como causa supralegal de exclusão de antijuridicidade e punibilidade). A ela está destinada a função de vincular a
culpabilidade, a ser aplicada de forma excepcional, mas de modo teoria do delito com a teoria da pena (leia-se: o crime com a pena).
independente de previsão legal expressa.
Da punibilidade como expressão do primeiro momento do ius pu-
Parece acertada a segunda corrente. Não há sentido em colocar a niendi: ainda que se trate de fato materialmente típico e antijurídico, não
exigibilidade de outra conduta como requisito da culpabilidade se nunca havendo ameaça de pena, não há que se falar em fato punível. Nessa
puder ser aplicada de forma autônoma. categoria do fato punível, portanto, entram condições ulteriores e externas
Um acórdão entendeu não caracterizado o porte ilegal de arma (art. 19 em relação ao injusto penal (leia-se: ao fato materialmente típico e antijurí-
da LCP) por ser o acusado pessoa de idade avançada e por residir em local dico), que fundamentam ou suspendem ou extinguem o ius puniendi. Quem
infestado de marginais e malfeitores (RT 60 1/329). delibera sobre a oportunidade de se ameaçar com pena ou não um injusto
Tecnicamente, não se poderia invocar o estado de necessidade, pois o penal é o legislador. Da punibilidade, como requisito do fato punível, assim,
perigo não era atual ou iminente, mas apenas latente (possível ou quem cuida é o legislador (que, às vezes, remete ao juiz o encargo de
provável). E nem a absolvição se embasou nessa justificativa. verificar no caso concreto se ela deve persistir, ou não. Isso se dá, por
Diante das circunstâncias, entenderam os julgadores não ser possível exemplo, com o perdão judicial).
exigir que o réu andasse desarmado, aplicando, assim, de modo autônomo, Em regra o injusto penal é ameaçado com pena (é punível). Mas quem
o princípio da inexigibilidade de outra conduta. exerce o juízo de oportunidade sobre isso, como salientamos, são os
Num outro caso, o tribunal entendeu não exigível conduta diversa representantes diretos da soberania popular, que podem afastar essa
quando o acusado derivou seu veículo para a “contramão”, ao se deparar ameaça por razões de política criminal, fundado em critérios de merecimen-
com um veículo tombado na pista, vindo a colidir com um caminhão to de pena e necessidade de pena.
(JTACrimSP 84/270). O ius puniendi (como direito subjetivo do Estado) possui três momen-
Punibilidade tos: (a) direito de ameaçar com pena; (b) direito de aplicar a pena; (c) direito
de executá-la.
Autor: Luiz Flávio Gomes;
A punibilidade, como requisito do fato punível, corresponde ao primeiro
Terceiro requisito do fato punível: a punibilidade (apesar de toda re-
momento e consiste no direito de o Estado (em razão da sua soberania e
sistência da doutrina penal majoritária - Roxin, v.g.) não pode deixar de ser
da sua competência para legislar em matéria penal), por meio de lei (elabo-
admitida como o terceiro requisito do crime, desde que entendido como fato
rada com todas as garantias constitucionais), ameaçar o cidadão com uma
punível. Há um mundo de problemas e questões no Direito penal que só
pena, com a finalidade de evitar que ele venha a violar a norma penal
podem ser resolvidos dentro dessa categoria. De outro lado, tanto nossa
respectiva.
Constituição como nossas leis penais a ela fazem referência em todo
momento (CP, art. 31, 97 etc.). Punibilidade, pretensão punitiva e pretensão executória: compro-
vado que o fato é ameaçado (em tese) com pena, assim como a ausência
Consiste no seguinte: o fato (materialmente típico e antijurídico) só é
de causas de impunibilidade, estamos diante de um fato punível. Em tese,

Noções de Direito 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cuida-se de fato punível. Mas isso não permite desde logo qualquer atua- plo, a ausência de uma condição objetiva de punibilidade. Cuida-se de
ção do Estado contra um agente concreto. condição exigida pelo legislador para que o fato se torne punível e que está
Seu direito de perseguir ou de apurar o fato bem como o de aplicar a fora do injusto penal (logo, fora do dolo do agente). Chama-se condição
pena respectiva (esse constitui o segundo momento do ius puniendi) só objetiva justamente porque independe do dolo ou da culpa do agente.
passa a existir concretamente quando alguém viola a norma penal. Dito de Exemplo: no art. 7º, § 2º, "b" está dito que a lei penal brasileira aplica-se
outra maneira: com a violação da norma penal o direito de punir em abstra- para fato ocorrido no exterior se descrito como crime no país em que acon-
to (só previsto em lei) transforma-se em direito concreto de punir. teceu. Estar o fato descrito como crime no país que foi palco do ocorrido é
Em linguagem processual, surge para o Estado (nesse instante) uma condição objetiva de punibilidade. Se ausente, o fato deixa de ser punível
pretensão punitiva concreta (para os que admitimos que se possa falar em (no Brasil).
pretensão punitiva no âmbito criminal). O Estado, a partir do momento da Causas suspensivas da punibilidade (da pretensão punitiva): as
violação punível de uma norma penal (desde que constatado um fato causas suspensivas da pretensão punitiva (leia-se: da punibilidade entendi-
materialmente típico, antijurídico e punível) conta com o direito de colocar da como direito de aplicar a pena) só podem acontecer até o trânsito em
em marcha o seu aparato para a investigação do crime e abertura do julgado. Isso se deu, por exemplo, com as Leis 9.964/00 (Refis I) e
devido processo (respeitando-se todas as regras e limitações que o orde- 10.684/03 (Refis II). Todos que ingressaram no Refis (Programa de parce-
namento jurídico impõe). Por meio do devido processo legal (ou, mais lamento de débitos fiscais) contaram com o direito de suspensão da preten-
precisamente, do devido processo penal) pode impor ao responsável a são punitiva (isto é, direito de ver interrompida a atividade persecutória
pena cominada para o delito. estatal, suspendendo-se também a contagem do prazo prescricional).
Aplicada a pena e havendo trânsito em julgado definitivo, fala-se agora Causas extintivas da punibilidade (da pretensão punitiva ou da
não mais em pretensão punitiva, senão em pretensão executória (esse é o pretensão executória): as causas extintivas da punibilidade, que não se
terceiro momento do ius puniendi). confundem com as causas de impunibilidade nem com as suspensivas, ou
A doutrina penal ainda confunde os três momentos do ius puniendi. A eliminam a pretensão punitiva do Estado ou sua pretensão executória. São
punibilidade, entendida como possibilidade de aplicação de um pena, muitas as causas extintivas, sendo que a maior parte delas está prevista no
refere-se à pretensão punitiva (que é o segundo momento do ius puniendi). art. 107 do CP (morte do agente, anistia, abolitio criminis etc.).
A punibilidade compreendida como direito de ameaçar com pena constitui o Podem ocorrer antes do trânsito em julgado final ou após. Se ocorrem
primeiro momento. Nesse sentido não é efeito do crime ou consequência do antes, são causas extintivas da pretensão punitiva. Se se dão depois, são
crime (como alguns autores afirmam), senão parte integrante dele (quando causas extintivas da pretensão executória. A morte do agente, por exemplo,
concebido como fato punível, repita-se). Punibilidade não é a mesma coisa pode dar-se em qualquer um desses momentos. Diga-se o mesmo quanto à
que "pena". A pena é consequência do crime, não a punibilidade (entendida prescrição.
como possibilidade de ameaçar um fato com pena). Punibilidade e condições de procedibilidade: a primeira pertence ao
As causas de extinção da punibilidade (leia-se: da pretensão punitiva fato punível (ao Direito penal). As segundas integram o Direito processual
ou da pretensão executória) não afetam o injusto penal (isto é, o fato mate- penal. São condições exigidas para o regular exercício do direito de ação.
rialmente típico e antijurídico), mas sem sombra de dúvida eliminam o São genéricas ou específicas. As primeiras são exigidas em todas as ações
terceiro requisito do fato punível (a punibilidade), não podendo o Estado a (possibilidade jurídica do pedido, legitimidade para agir, interesse de agir e
partir daí praticar qualquer ato persecutório contra o agente. Ocorrida uma justa causa). As segundas são requeridas em alguns casos (representação
causa de extinção da punibilidade torna-se impossível aplicar contra o da vítima, requisição do Ministro da Justiça etc.).
agente pena ou mesmo medida de segurança (CP, art. 96, parágrafo úni-
co). Aliás, nem processado ele pode ser (CPP, art. 43, II).
Sendo a punibilidade requisito do fato punível, uma vez extinta, não se Excludentes de ilicitude e de culpabilidade.
apaga o injusto penal, mas não há que se falar em fato punível. O sujeito
comete um crime de furto simples, que prescreve em oito anos. Ocorrida a
prescrição (que é causa extintiva da punibilidade), jamais pode o Estado Uma vez já analisado, em síntese, alguns dos aspectos principais da teoria
processar o agente (porque desapareceu a pretensão punitiva). Efeitos do crime, voltamos a atenção para o tema do presente trabalho, mais
distintos possui a extinção da pretensão executória em razão da prescrição. precisamente as excludentes da ilicitude que acima já foram enumeradas
Nesse caso a condenação persiste na vida do agente (para efeito da reinci- como sendo quatro, a saber: Estado de Necessidade, Legítima Defesa,
dência, dos antecedentes criminais) e o que extingue é só o direito de se Exercício Regular de Direito e Estrito Cumprimento do Dever Legal. Note-se
executar a pena (terceiro momento do ius puniendi). Uma coisa, portanto, é que não vamos adentrar ao estudo individual de cada uma dessas exclu-
a punibilidade entendida como direito de ameaçar com pena, outra distinta dentes previstas no Código Penal, nem acerca da existência de outras, as
é a punibilidade compreendida como pretensão punitiva ou pretensão chamadas excludentes supralegais, posto que não são os objetivos deste
executória. texto.
Causas de impunibilidade (ou excludentes da punibilidade): a ten- Cada uma das excludentes têm seus requisitos próprios, a saber:
tativa de contravenção constitui exemplo do que acaba de ser exposto. O Estado de Necessidade exige: 1) Situação de Perigo Atual; 2) Ame-
Nela há um injusto penal (um fato materialmente típico e antijurídico) mas o aça a direito próprio ou alheio; 3) Situação não causada voluntariamente
legislador afastou qualquer ameaça de pena (LCL, art. 4º). Não é punível. pelo sujeito; 4 ) Inexistência do dever legar de afastar o perigo; 5) Inevitabi-
Nessa mesma linha acha-se o ajuste, a determinação ou instigação e o lidade do comportamento lesivo e 6) Inexigibilidade de sacrifício do interes-
auxílio, salvo disposição expressa em contrário, se o fato não chega, pelo se ameaçado.
menos, a ser tentado (CP, art. 31). Quando há expressa disposição em A Legítima Defesa: 1) Agressão Injusta, atual ou Iminente; 2) Direitos
sentido contrário não se aplica o art. 31 (exemplo: quadrilha ou bando). do agredido ou de terceiros atacado ou ameaçado de dano; 3) Uso dos
Pode-se afirmar a mesma coisa em relação às escusas absolutórias meios necessários; 4) Moderação no uso dos meios necessários.
(CP, art. 181, v.g.). Exemplo: crimes patrimoniais ocorridos sem violência O Exercício Regular de um Direito é composto pelo exercício de uma
dentro das relações familiares (filho que furta pai, furto entre cônjuges etc.) prerrogativa conferida pelo ordenamento jurídico.
não são puníveis. Não há que se falar em fato punível. Já o Estrito Cumprimento do Dever Legal é o cometimento de um fato
A imunidade diplomática também é uma causa de impunibilidade (no típico pelo desempenho de uma obrigação legal.
que diz respeito ao Direito penal brasileiro). Se um embaixador estrangeiro Esses são, portanto, os requisitos objetivos das causas excludentes de
cometer um crime no Brasil (isto é, um fato materialmente típico e antijurídi- ilicitude, todavia, segundo boa parte da doutrina brasileira, não são suficien-
co), não responde por ele no nosso país, porque tal imunidade assegura tes para garantir a exclusão, posto que ao lado dos requisitos objetivos de
precisamente que sua responsabilidade penal vai acontecer no seu país de cada uma delas, há, implicitamente um requisito subjetivo, consistente em
origem. O fato por ele cometido é ameaça com pena, porém, essa ameaça saber que se está atuando amparado por uma dessas causas.
não vale para ele aqui no Brasil. O fato não é punível para ele no nosso
Quem apresenta claramente a necessidade do elemento subjetivo ao
país. Em outras palavras: o fato não é punível aqui.
lado dos objetivos, novamente é o professor Damásio de Jesus, que após
Ainda podemos citar como causa de impunibilidade, a título de exem- esclarecer que para a teoria clássica ou causalista da ação, bastava a

Noções de Direito 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
existência dos requisitos objetivos, ensina, em seu Direito Penal, 1º Volu- “Assim como no estado de necessidade e nas demais causas de justi-
me, Parte Geral, Saraiva, 23ª. Edição, página 357, que: ficação, exige-se o elemento intencional que, na legítima defesa, se traduz
“Segundo passamos a entender, nos termos do finalismo, a conduta, no propósito de defender-se. A ação defensiva- já o dissemos- não é uma
para justificar a exclusão da ilicitude, deve revestir-se dos requisitos objeti- fenômeno cego do mundo físico, mas uma verdadeira ação humana. E
vos e subjetivos da discriminante. como tal só se distingue da ação criminosa pelo significado positivo que lhe
Assim, não é suficiente que o fato apresente os dados objetivos da atribui a ordem jurídica. Em uma, isto é, na ação criminosa, dá-se o desva-
causa excludente da antijuridicidade. É necessário que o sujeito conheça a lor da ação; em outra, na ação defensiva, reconhece-se a existência de um
situação justificante”. intenso conteúdo valioso. Em ambas, porém, a orientação de ânimo, a
intencionalidade do agente, é elemento decisivo, pois o fato, que, na sua
Damásio cita como exemplo o sujeito que pretendendo matar seu ini- configuração ou aparência exterior, permanece o mesmo ( exemplo; cau-
migo o encontra em um matagal e sem que ele perceba atira várias vezes, sar a morte de um ser humano), dependendo das circunstâncias e também
matando-o, posteriormente fica provado que a vítima do homicídio tinha aos dos motivos e da intenção do agente, pode ser: homicídio doloso ou culpo-
seus pés uma mulher que estava prestes de ser estuprada pela vítima do so; legítima defesa; excesso doloso, culposo ou excludente de legítima
homicídio e conclui que nessa hipótese o atirador não estará coberto pela defesa; legítima defesa putativa.
legitima defesa de terceiros, porque ele não sabia da situação justificante,
posto que, citando Raul Eugenio Zaffaroni, “as condutas justificantes tam- Como dizer, diante dessa variedade de possibilidades, que a legítima
bém são voltadas para determinada finalidade, portanto, a conduta ampa- defesa é uma fenômeno puramente objetivo?
rada pela justificante deve ser dotada de dolo acerca da situação concreta O certo, a nosso ver, será reconhecer-se que na legítima defesa con-
excludente pelo tipo permissivo”. correm elementos objetivos e subjetivos. Os objetivos já foram examinados
Fernando Capez, em seu Curso de Direito Penal. Volume 1, parte ge- anteriormente. Os últimos- os subjetivos- são os motivos e a intenção do
ral, 8 edição, Saraiva, página 268, deixa claro que o conhecimento da agente que se revelam no intuito de defender-se, no agir “para defender-
situação justificante da situação de perigo é indispensável para configurar o se”, sem com isso se exija uma consciência da ilicitude do fato”.
Estado de Necessidade, conforme abaixo passamos a transcrever: Portanto, à luz dos ensinamentos dos mestres acima citados, pode-
“...se o agente afasta um bem jurídico de uma situação de perigo atual mos concluir que exige-se para a configuração das excludentes de ilicitu-
que não criou por sua vontade, destruindo outro bem, cujo sacrifício era des, além dos requisitos objetivos, o conhecimento da situação justificante,
razoável dentro das circunstâncias, em princípio atuou sob o manto protetor ou seja, que o agente atue sabendo que sua conduta está amparada por
do estado de necessidade. No entanto, o fato será considerado ilícito se uma das situação previstas como excludentes de ilicitude, nesse sentido
desconhecidos os pressupostos daquela excludente. Pouco adianta esta- julgados apresentados por Mirabete, em seu Código Penal Interpretado,
rem presentes todos os requisitos do estado de necessidade se o agente Editora Atlas, folhas 211, do TJBA revelado na RT 594/385 e do TJSP na
não conhecia a sua existência. Se na sua mente ele cometia um crime, ou RT 375/79, contra a necessidade do elemento subjetivo há menção de
seja, se a sua vontade não era salvar alguém, mas provar um mal, inexiste outro julgado do TJSP descrito na RT589/295 e RTJESP 89/359. Jorge
estado de necessidade, mesmo que, por uma incrível coincidência, a ação Luís de Camargo
danosa acabe por salvar algum bem jurídico. Exemplo: o sujeito mata o CAUSAS EXCLUDENTES DE ANTIJURICIDADE; CAUSAS EXCLU-
cachorro do vizinho, por ter latido a noite inteira e impedido seu sono. Por DENTES DE CULPABILIDADE; E ERRO DE PROIBIÇÃO
coincidência, o cão amanheceu hidrófobo e estava prestes a morder o 1 -INTRODUÇÃO
filhinho daquele vizinho ( perigo atual). Como o agente quis produzir um O presente trabalho tem o intuito de esclarecer alguns pontos relativos
dano e não proteger o pequinino, pouco importam os pressupostos fáticos ao assunto tratado nos artigos 23, 24 e 25 do código penal brasileiro. Os
da causa justificadora: o fato será lícito”. artigos em destaque versam sobre os excludentes de antijuridicidade, ou
seja, aquelas situações em que não há crime, mesmo havendo fato típico.
Ainda, dissertando sobre a legítima defesa esclarece que: “mesmo que Exemplo clássico a doutrina é o homem que mata outra para de defen-
haja agressão injusta, atual ou iminente, a legítima defesa estará comple- der. Veremos adiante que se trata de legítima defesa. O fato típico existe
tamente descartada se o agente desconhecia essa situação. Se, na sua (matar alguém), porém não há crime, pois o agente somente agiu de forma
mente, ele queria cometer um crime e não se defender, ainda que, por a se defender, conforme versa o artigo 23, II: "Não há crime quando o
coincidência, o seu ataque acabe sendo uma defesa, será ilícito”. agente pratica o ato em legítima defesa".
Do mesmo modo, analisando o Estrito Cumprimento do Dever Legal, O eminente doutrinador Enrique Bacigalupo nos ensina, em seu livro
afirma que “essa excludente, como as demais, também exige o elemento Manual de Derecho Penal, que: "A antijuridicidade consiste na falta de
subjetivo, ou seja, o sujeito deve ter conhecimento e que está praticando autorização da ação típica. Matar alguém é uma ação típica porque infringe
um fato em face de um dever imposto pela lei, do contrário, estaremos a norma que diz 'não deves matar', esta mesma ação será antijurídica se
diante de um ilícito”. não for praticada sob o amparo de uma causa de justificação".
Finalmente, quando trata do Exercício Regular de um Direito, mencio- Portanto, não é suficiente que o comportamento seja típico, que a con-
na que sua configuração depende de se encontrar no sujeito o elemento duta encontre correspondência num modelo legal, adequando-se o fato à
subjetivo, ou seja, o conhecimento da situação justificante nos seguintes norma penal incriminadora. É necessário que seja ilícito para que sobre ele
termos: “o exercício regular do direito praticado como espírito de mera incida a reprovação do ordenamento jurídico, e que o agente o tenha come-
emulação faz desaparecer a excludente. É necessário o conhecimento de tido com os requisitos da culpabilidade. Em face disso, surge o crime como
toda a situação fática autorizadora da excludente. É esse elemento subjeti- fato típico e antijurídico.
vo que diferencia, por exemplo, o ato de correção executado pelas vias de A antijuricidade pode ser formal e material. Para Asúa a antijuricidade
fato, da injúria real ou lesões, quando o genitor não pensa em corrigir, mas formal é a tipicidade e a antijuricidade material é a própria antijuricidade.
em ofender ou causar lesão”. Não existe ilicitude formal, existe um comportamento típico que pode ou
Por sua vez, o jurista paranaense Luiz Régis Prado, citando Juarez não ser ilícito em face do juízo de valor. Damásio diz que a antijuricidade é
Tavarez, César Roberto Bitencourt e outros, na obra Curso de Direito Penal sempre material, constituindo a lesão de um interesse penalmente protegi-
Brasileiro, 2ª edição, RT, página 243, faz coro no sentido da necessidade do.
da existência do elemento subjetivo nas excludentes de ilicitude, no seguin- A antijuricidade pode ser subjetiva e objetiva. Pode ser subjetiva, de
tes termos: acordo com essa teoria, pois o ordenamento jurídico é composto de ordens
“O elemento subjetivo deve estar presente em todas as causas de justi- e proibições, constituindo fato ilícito a desobediência a tais normas. Essas
ficação, sendo necessário que o sujeito atue não só com conhecimento e ordens e proibições são dirigidas à vontade das pessoas imputáveis.
vontade de que ocorram seus elementos objetivos, mas também com A antijuricidade objetiva, a ilicitude corresponde à qualidade que possui
ânimo ou vontade no sentido da justificante.” o fato de contrariar uma norma. Como afirma Delitala, a antijuricidade deve
Também indicando a necessidade do requisito subjetivo nas excluden- ser determinada objetivamente, independente da culpa ou da imputabilida-
tes, o Ministro Francisco de Assis Toledo, , em seu Princípios Básicos de de do sujeito.
Direito Penal, Saraiva, 5ª. Edição, folhas 205, explica o tema da seguinte 2 - CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE
forma:

Noções de Direito 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Há casos em que o código penal, art.23, I, traz a inscrição "não há cri- Na doutrina estrangeira, Antolisei, Pannain e Manzini manifestavam-se
me quando o agente pratica o fato em estado de necessidade". Assim, no sentido de que a situação de perigo produzida dolosa ou culposamente
embora típico o fato, não há crime em face de ausência da ilicitude. Se esta afasta a justificativa, ao passo que Florian, Maggiore, Battaglini e Asúa
é requisito genérico do delito, a sua ausência opera a própria inexistência entendiam que só a dolosa situação de perigo impede a alegação descrimi-
da infração penal. nante.
Júlio Fabbrini Mirabete nos diz que: "a exclusão da antijuridicidade não Entre nós, Costa e Silva, Basileu Garcia e Aníbal Bruno ensinavam que
implica o desaparecimento da tipicidade, devendo-se falar em conduta só o perigo doloso impede o estado de necessidade. Em campo oposto,
típica justificada". Nélson Hungria, José Frederico Marques e Magalhães Noronha entendiam
Além dos excludentes listados no artigo 23 do CP, existem mais al- que também o perigo culposo impede a alegação de necessidade.
guns, tais como: coação exercida para impedir um suicídio, disposto no art. Para Damásio, somente o perigo causado dolosamente impede que
146, § 3, II do CP. Há uma parte da doutrina que reconhece a existência seu autor alegue encontrar-se em fato necessitado. Explica o autor que
das formas supra legais para justificar uma conduta punível. A mais facil- além da consideração humana, temos apoio no CP, que define a tentativa
mente encontrada em nossa doutrina trata do consentimento do ofendido. empregando a expressão "vontade", que é indicativa de dolo.
Outros como: tratamento médico de pais aos filhos, castigo de professores D) Inexistência de dever legal de arrostar perigo
a alunos, etc. Determina o art.24, §1o, que "não pode alegar estado de necessidade
2.1 - ESTADO DE NECESSIDADE quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo". Assim, é indispensável que
Assim, estado de necessidade é uma situação de perigo atual de inte- o sujeito não tenha, em face das circunstâncias em que se conduz, o dever
resses protegidos pelo Direito, em que o agente, para salvar um bem imposto por lei de sofrer o risco de sacrificar o próprio interesse jurídico.
próprio ou de terceiro, não tem outro caminho senão o de lesar o interesse Ex.: o policial não pode deixar de perseguir malfeitores sob o pretexto de
de outrem. que estão armados e dispostos a resistir, o capitão do navio não pode
Nos termos do art.24 do CP, "considera-se em estado de necessidade salvar-se à custa da vida de um passageiro.
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua Quando o sujeito que tem o dever legal de enfrentar o perigo se encon-
vontade, nem podia de outro meio evitar, direito próprio ou alheio, cujo tra fora de sua atividade específica, não há a obrigação de expor o seu bem
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se". jurídico a perigo de dano, salvo exceções impostas pela própria função.
O estado de necessidade pode ser desdobrado em: a) situação de pe- Se a desproporção entre os bens em colisão é muito considerável não
rigo (ou situação de necessidade); b) conduta lesiva (ou fato necessitado). se pode exigir do sujeito que se deixe imolar. Assim, para a salvaguarda de
São requisitos da situação de perigo: a) um perigo atual; b) ameaça a um bem patrimonial, não se pode exigir do bombeiro que sacrifique a
direito próprio ou alheio; c) situação não causada voluntariamente pelo própria vida.
sujeito; d) inexistência de dever legal de arrostar perigo (CP, art.24, §1o). E) Formas do estado de necessidade
A prática da conduta lesiva exige: a) inevitabilidade do comportamento Tendo em vista a titularidade do interesse protegido, o estado de ne-
lesivo; b) inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado; c) conheci- cessidade pode ser: a) estado de necessidade próprio; b) estado de neces-
mento da situação de fato justificante. A ausência de qualquer requisito sidade de terceiro.
exclui o estado de necessidade. Levando em conta o aspecto subjetivo do agente, pode ser: a) estado
A) Perigo Atual ou Iminente de necessidade real: descrito no art.24 do CP. Exclui a antijuricidade; b)
Perigo atual é o presente, que está acontecendo; iminente é o que está estado de necessidade putativo: resulta da combinação dos arts.24, 20,
preste a desencadear-se. É certo que o CP menciona apenas o primeiro §1o, 1a parte; e 21, caput. Ocorre quando o agente, por erro plenamente
caso. José Frederico Marques observa que "não se inclui aqui o perigo justificado pelas circunstâncias, supõe encontrar-se em estado de necessi-
iminente porque é evidente que não se pode exigir o requisito da iminência dade ou quando, conhecendo a situação de fato, supõe, por erro quanto à
da realização do dano". ilicitude, agir acobertado pela excludente.
Porém, Damásio defende que se o perigo está prestes a ocorrer, não Sob o prisma do terceiro que sofre a ofensa necessária, há duas for-
parece justo que a lei exija que ele espere que se torne real para praticar o mas de estado de necessidade: a) estado de necessidade agressivo; b)
fato necessitado. Só o perigo atual ou iminente permite a conduta lesiva. estado de necessidade defensivo.
Mirabete diz:"não haverá estado de necessidade se a lesão somente é Há estado de necessidade agressivo quando a conduta do sujeito atin-
possível em futuro remoto ou se o perigo já esta confinado". ge um bem jurídico de terceiro inocente. Há estado de necessidade defen-
Assim como um perigo futuro não autoriza a justificativa, não permitirá sivo quando a conduta do sujeito atinge um interesse de quem causou ou
o passado. Deve o perigo ser efetivo, quer pela atualidade, quer pela imi- contribuiu para a produção da situação de perigo.
nência. Tratando-se de excesso, nota-se que o agente se encontrava em situa-
No caso do agente que supõe a existência do perigo, que na realidade ção de necessidade, exorbitando no uso dos meios de execução postos em
não existe ocorre o denominado "estado de necessidade putativo". Se ação para a defesa do bem. Ele vai responder pelo resultado produzido
escusável o erro de tipo, exclui-se o dolo e culpa; se inescusável, o agente durante o excesso: responde pela lesão jurídica que constitui a conduta
responde pelo crime culposo, desde que prevista a modalidade culposa. desnecessária.
Se o erro decorrer de apreciação a respeito da própria existência da Em relação ao excesso, este pode ser doloso ou não intencional. O ex-
causa de justificação ou de seus requisitos normativos, trata-se de erro de cesso inconsciente deriva de erro sobre: a) a situação de fato; ou sobre: b)
proibição. Se escusável, exclui-se a culpabilidade; se evitável, responde o os limites normativos da causa de justificação.
sujeito por crime doloso, com a pena atenuada. 2.2 - LEGÍTIMA DEFESA
A situação de perigo pode ter sido causada por conduta humana ou fa- O artigo 23, II do CP versa sobre a excludente de antijuridicidade "legí-
to natural. Cabe assinalar que o autor de crime permanente ou habitual não tima defesa". Esta ocorre quando o agente se defende de agressão injusta
pode alegar estado de necessidade. utilizando-se de meios compatíveis com os do agressor. Alguns pontos
B) Ameaça a direito próprio ou alheio: estado de necessidade pró- devem ser observados, tais como o excesso punível do agente.
prio e de terceiro Mirabete define claramente o que seja legítima defesa: "Entende-se em
A intervenção necessária pode ocorrer para salvar um bem jurídico do legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
sujeito ou de terceiro. No último caso, não se exige qualquer relação jurídi- repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem".
ca específica entre ambos e não é preciso que ele, terceiro, manifeste Podemos estabelecer dois grupos de teorias que procuram fundamen-
vontade de salvaguardar seu bem jurídico. tar a legítima defesa. O primeiro grupo parte do princípio que o homicídio
É necessário que os interesses em litígio se encontrem protegidos pelo cometido em legítima defesa é voluntário, não se castigando o autor porque
Direito. Se a ordem jurídica nega a proteção a um dos bens jurídicos, fica se fundamenta na conservação da existência.
afastada a ocorrência do estado de necessidade. O segundo grupo fundamente a legítima defesa como exercício de um
C) Situação não causada voluntariamente pelo sujeito direito e causa de justificação. É uma causa de justificação porque não atua
contra o direito quem comete a reação para proteger um direito próprio ou

Noções de Direito 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
alheio ao qual o Estado, em face das circunstâncias, não pode oferecer a No primeiro caso haverá necessariamente o reconhecimento da legíti-
tutela mínima. É a orientação seguida pelo nosso CP, ao afirmar que não ma defesa. No segundo caso a legítima defesa fica afastada por excluído
há crime quando o agente pratica o fato em legítima defesa (art.23, II). um dos seus requisitos essenciais. Note-se que a exclusão pode ocorrer
Nos termos do art.25 do CP, "entende-se em legítima defesa quem, quer por imoderação quanto ao uso do meio, quer pelo emprego de um
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, meio desnecessário.
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem". No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica demasiada e
São requisitos: a) agressão injusta, atual ou iminente; b) direitos do a- desnecessariamente a reação inicialmente justificada. O excesso poderá
gredido ou de terceiro, atacado ou ameaçado de dano pela agressão; c) ser doloso ou culposo. O agente responderá pela conduta constitutiva do
repulsa com os meios necessários; d) uso moderado de tais meios; e) excesso.
conhecimento da agressão e da necessidade da defesa (vontade de defen- G) Legítima defesa subjetiva, legítima defesa sucessiva, legítima
der-se). defesa putativa
A ausência de qualquer dos requisitos exclui a legítima defesa. Legítima defesa subjetiva é o excesso por erro de tipo escusável, que
A) Agressão injusta, atual ou iminente exclui o dolo e a culpa (CP, art.20, §1o, 1a parte). Legítima defesa sucessi-
Agressão é o ato que lesa ou ameaça um direito. Implica a idéia de vio- va é a repulsa contra o excesso. Ex.: A, defendendo-se de agressão injusta
lência. Mas nem sempre, nos delitos omissivos não há violência, e mesmo praticada por B, comete excesso. Então, de defendente passa a agressor
em certos crimes comissivos, como o furto com destreza, pode inexistir injusto, permitindo a defesa legítima de B.
violência. Legítima defesa putativa quando o agente, por erro de tipo ou de proi-
Deve a agressão ser atual ou iminente. Não existe legítima defesa con- bição plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe encontrar-se em
tra agressão futura nem contra a que já cessou. É compreensível a legítima face de agressão injusta. Na legítima defesa putativa, o agente supõe a
defesa nos delitos permanentes, por ex., no sequestro. existência da agressão ou sua injustiça.
Deve também a agressão ser injusta, contra o direito, contra o que é lí- H) Legítima defesa e Estado de necessidade
cito ou permitido. Opondo-se ao que é ilícito, o defendente atua consoante Diferenças:
o direito. i) no estado de necessidade há conflito entre bens jurídicos; na legítima
A reação do agredido é sempre preventiva: impede o início da ofensa defesa há ataque ou ameaça de lesão a um bem jurídico;
ou sua continuidade, que iria produzir maior lesão. ii) no estado de necessidade o bem jurídico é exposto a perigo; na legí-
B) Direitos do agredido ou de terceiro atacado ou ameaçado de tima defesa o interesse sofre uma agressão;
dano pela agressão iii) no estado de necessidade o perigo pode advir de conduta humana,
Em relação ao titular do bem jurídico à agressão, há duas formas de força da natureza ou de ataque de irracional; só há legítima defesa contra
legítima defesa: i) própria, quando o autor da repulsa é o próprio titular do agressão humana;
bem jurídico atacado ou ameaçado; ii) de terceiro, quando a repulsa visa a iv) no estado de necessidade o necessitado pode dirigir sua conduta
defender interesse de terceiro. contra terceiro alheio ao fato; na legítima defesa o agredido deve dirigir seu
Qualquer bem jurídico pode ser protegido através da ofensa legítima, comportamento contra o agressor;
não se fazendo distinção entre bens pessoais ou impessoais (vida, honra, v) na legítima defesa a agressão deve ser injusta; no estado de neces-
patrimônio, etc.). sidade pode ocorrer à hipótese de duas pessoas, titulares de bens juridica-
C) Repulsa com os meios necessários mente protegidos, causarem lesões recíprocas.
Somente ocorre a causa de justificação quando a conduta de defesa é 2.3 - ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL E EXERCÍCIO
necessária para repelir a agressão. REGULAR DO DIREITO
A medida da repulsa deve ser encontrada pela natureza da agressão Estas duas hipóteses estão listadas no art. 23, III do CP, que versa so-
em face do valor do bem atacado ou ameaçado, circunstâncias em que se bre exclusão de ilicitude.
comporta o agente e os meios à sua disposição para repelir o ataque. O A) Estrito cumprimento de dever legal
meio escolhido deixará de ser necessário quando se encontrarem à sua Determina o art.23, III, do CP, que não há crime quando o sujeito prati-
disposição outros meios menos lesivos. O sujeito que repele a agressão ca o fato em estrito cumprimento de dever legal. É causa de exclusão de
deve optar pelo meio produtor do menor dano. antijuricidade.
D) Uso moderado de tais meios Há casos em que a lei impõe determinado comportamento, em face do
O requisito da moderação na reação necessária é muito importante que, embora típica a conduta, não é ilícita. Ex.: prisão em flagrante realiza-
porque delimita o campo em que pode ser exercida a excludente, sem que da pelo policial.
se possa falar em excesso. A excludente só ocorre quando há um dever imposto pelo direito objeti-
Encontrado o meio necessário para repelir a injusta agressão, o sujeito vo. O dever pode ser imposto por qualquer lei, seja penal, seja extrapenal.
deve agir com moderação. A atividade pode ser pública ou privada.
E) Elemento subjetivo da legítima defesa: conhecimento da situa- É necessário que o sujeito pratique o fato no estrito cumprimento do
ção de agressão e da necessidade de defesa dever legal. E exige-se que o sujeito tenha conhecimento de que está
A legítima defesa exige requisitos de ordem subjetiva: é preciso que o praticando o fato em face de um dever imposto pela lei.
sujeito tenha conhecimento da situação de agressão injusta e da necessi- B) Exercício regular do direito
dade da repulsa. Assim, a repulsa legítima deve ser objetivamente neces- O art.23, parte final, do CP determina que não há crime quando o a-
sária e subjetivamente conduzida pela vontade de se defender. Como gente pratica o fato no exercício regular de direito. Ex.: liberdade de censu-
ensina Welzel, a ação de defesa é aquela executada com o propósito de ra prevista no art.142 do CP; direito de correção do pai em relação ao filho.
defender-se da agressão. Aquele que se defende tem de conhecer a agres- Desde que a conduta se enquadre no exercício de um direito, embora
são atual e ter vontade de defesa. A falta de requisitos de ordem subjetiva típica, não apresenta o caráter de antijurídica. Exige-se também o requisito
leva à ilicitude da repulsa (fica excluída a legítima defesa). subjetivo: conhecimento de que o fato está sendo praticado no exercício
F) Excesso regular de um direito.
Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em vias de sofrê-la, Outros exemplos de exercício regular do direito são: intervenções mé-
em relação ao meio usado o agente pode encontrar-se em três situações dicas e cirúrgicas; violência esportiva desde que haja à obediência irrestrita
diferentes: i) usa de um meio moderado e dentro do necessário para repelir às regras do jogo, os seus autores não respondem por crime.
à agressão; C) Consentimento do ofendido
ii) de maneira consciente emprega um meio desnecessário ou usa imo- Outros bens jurídicos existem que não são lesados desde que haja
deradamente o meio necessário; e consentimento do ofendido. Assim, no furto, a subtração de coisa alheia só
iii) após a reação justa (meio e moderação) por imprevidência ou cons- se dá invito domino, isto é, contra a vontade do dono. O dissenso é elemen-
cientemente continua desnecessariamente na ação.

Noções de Direito 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
to típico. Faltando ele, não tem o fato típico. Para que o agente possa ser considerado culpado, deve ser imputável.
Casos existem em que o consentimento do ofendido funciona como Esta se refere "à capacidade do agente de lhe ser atribuído o fato e de ser
excludente da ilicitude. São requisitos de consentimento: uma vontade penalmente responsabilizado".
juridicamente válida e a disponibilidade do bem pelo consenciente. Aníbal Inimputável é aquele que, ao momento da ação ou omissão, era inca-
Bruno ensina: "Os crimes contra o patrimônio constituem a grande catego- paz de entender o caráter lícito ou ilícito de sua conduta. Esta incapacidade
ria de fatos cuja antijuricidade pode ser impelida pelo consentimento. Aí, o de entendimento pode ser atribuída ao agente em função de sua idade, de
interesse predominante é evidentemente de ordem privada, salvo os casos sua formação intelectual, completa ou incompleta ou outra causa momen-
de exceção, em que o interesse público torna o bem irrenunciável. Mesmo tânea (p.ex. embriaguez).
naqueles em que o fato de ser o ato do agente contrário à vontade do Estas pessoas recebem outros tipos de pena, são imputadas penas
ofendido não é elemento do tipo, o consentimento exclui a possibilidade de especiais, em função de sua condição (inimputáveis). As penas variam de
crime, por ausência de antijuricidade. Não há, por exemplo, crime de dano, internação em instituições próprias (manicômios, clínicas de desintoxica-
se o dono da coisa consente na sua destruição, nem viola direito de autor ção) ou casas de abrigo de menores.
quem age com o consentimento do titular do bem". 5 - MENORES DE 18 ANOS
D) Excesso Os menores de 18 anos são protegidos pelo artigo 27 do CP e pelo ar-
O excesso também abrange as hipóteses do exercício regular de direi- tigo 228 da CF/88. São ditos inimputáveis, não lhes cabendo penas co-
to e do estrito cumprimento do dever legal, embora a realidade prática muns. Suas penas estão estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do
indique uma raridade fática. Adolescente, criado especificamente para cuidar destes.
A construção é a mesma dos casos anteriores. Na hipótese da obedi- Assim, os menores de 18 anos são considerados como tendo desen-
ência hierárquica o elemento chave está na "estrita obediência", agindo o volvimento mental incompleto, não sendo totalmente capazes de distinguir
subordinado com excesso e por ele respondendo se for além do determina- entre o lícito e o ilícito. Levando-se e, conta o amplo desenvolvimento
do pelo superior. intelectual de nossa sociedade, discute-se a possibilidade de abaixar a
No exercício regular do direito o elemento chave está no "exercício re- idade penal para 16 ou 17 anos, assim como em outros países como:
gular", pelo que deverá atender aos requisitos objetivos traçados pelo poder Grécia, Nova Zelândia, Argentina, Espanha, Israel e outros.
público. A excludente ficará afastada se houver uso irregular ou abuso de A pessoa passa a ser imputável no dia em que completa 18 anos. Ao
direito e haverá excesso se for além do preconizado. Em ambas as hipóte- primeiro minuto deste dia, o jovem já pode responder criminalmente como
ses o excesso poderá ser doloso ou culposo. adulto pelos crimes praticados.
3 - CONCEITO DE CULPABILIDADE Exemplo: se uma pessoa comete um delito às 23:30 do dia 01/06 e
Devemos atentar para três correntes de pensamento que se formaram completa 18 anos no dia 02/06, este será tratado como inimputável. Porém,
acerca deste conceito: se este mesmo indivíduo comete o delito às 00:01 do dia 02/06, já será
A) Teoria psicológica: Entende a culpabilidade como uma relação psí- julgado como imputável, cabendo-lhe às penas do CP.
quica do agente com o fato, na forma de dolo ou culpa. 6. DOENTES MENTAIS
B) Teoria psicológico-normativa: O dolo e a culpa deixam de ser enca- "Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desen-
radas como formas da culpabilidade, passando a elementos desta. volvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
C) Teoria Normativa pura: Também é denominada Teoria da Culpabili- omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter do fato ou de determi-
dade. Nesta, o dolo e a culpa passam da culpabilidade para o tipo. Esta nar-se de acordo com esse entendimento".
teoria é utilizada pela escola clássica. Os doentes mentais, assim como os menores de 18 anos, são conside-
4 - CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE rados inimputáveis. Os atos ilícitos por eles cometidos são crimes, porém,
Sendo a culpabilidade composta de três elementos: a) imputabilidade; são isentos de pena. O artigo citado cuida dos doentes mentais e das
b) potencial consciência da ilicitude; e c) exigibilidade de conduta diversa. pessoas com desenvolvimento mental incompleto. Os doentes mentais
englobam, entre outros tantos, os psicopatas, os sádicos, masoquistas,
Quando falta algum dos elementos, não subsiste a culpabilidade. O narcisistas e pervertidos sexuais, segundo lição de Júlio Fabbrini Mirabete.
CP, expressamente, prevê as causas excludentes de culpabilidade, que
alguns chamam de dirimentes. Essas causas, excluindo alguns de seus Quando a debilidade é consequência de desenvolvimento mental retar-
elementos, excluem a própria culpabilidade. Embora o crime subsista, não dado, costuma-se dividir os doentes por grau de debilidade. A divisão
sendo culpado o sujeito, deve ser absolvido. ocorre da seguinte forma: cretino, idiota, imbecil e doente mental. A debili-
dade diminui ao longo desta escala.
São as causas excludentes da culpabilidade:
Os silvícolas são considerados inimputáveis por desenvolvimento men-
1a) erro de proibição (art.21, caput); tal incompleto. Não se trata de debilidade mental ou outra doença. São
2a) coação moral irresistível (art.22, 1a parte); assim considerados pelo simples fato de não terem se adaptado à civiliza-
3a) obediência hierárquica (art.22, 2a parte); ção.
4a) inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental in- A análise é feita através de exame pericial, que possa constatar o grau
completo ou retardado (art.26, caput); de debilidade do indivíduo.
5a) inimputabilidade por menoridade penal (art.27, sendo que essa 7 - ERRO DE PROIBIÇÃO
causa está contida no "desenvolvimento mental incompleto"); Ocorre erro de proibição, também chamado Erro sobre a ilicitude do fa-
6a) inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso for- to, aquele que age sem saber que estava agindo contra o direito.
tuito ou força maior (art.28, §1o ). O erro de proibição, ou seja, a falsa convicção da licitude, pode isentar
Essas causas estão relacionadas com os elementos de culpabilidade, de pena, se o erro for inevitável ou diminuí-la de um sexto a um terço, se
i.e., cada uma exclui certo elemento da culpabilidade, e, em consequência, evitável (art.21 do CP).
ela fica excluída. Ex.: o erro de proibição exclui a potencial consciência da Costuma-se definir o erro de proibição não como uma errada compre-
antijuricidade (CP, art.21, parágrafo único). ensão da lei, mas como um "conhecimento profano do direito". Um exemplo
Cabe assinalar aqui que a inimputabilidade é a causa de exclusão da de erro de proibição: "um turista, oriundo de um país em que se permite a
culpabilidade. O CP, em seus arts.26, caput, 27 e 28, §1o , determina os poligamia, o qual se casa aqui novamente, embora ainda sendo casado ,
casos em que a inimputabilidade exclui a culpabilidade. No art.28, diz que por ignorar a existência do crime de bigamia".
não exclui a imputabilidade: "I- a emoção ou a paixão". Assim a circunstân- Neste caso o agente supõe que o seu comportamento é lícito, quando
cia de o sujeito praticar o fato sob o impulso de emoção ou de paixão não não é. Segundo Mirabete, o agente faz "um juízo equivocado sobre aquilo
exclui a culpabilidade. Porém, embora, não excluam a culpabilidade, a que lhe é permitido fazer na vida em sociedade".
emoção e a paixão têm força de diminuir a pena. A) Formas
Para se analisar o grau de culpabilidade do agente, deve-se primeira- O erro de proibição pode ser: a) escusável; b) inescusável.
mente entender o que seja imputabilidade penal e seu inverso, inimputabili-
dade penal. O erro de proibição escusável ou inevitável ocorre quando nele incidiria

Noções de Direito 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
qualquer homem prudente e de discernimento. A contrario sensu do art.21, previsão legal.
parágrafo único do CP, considera-se inevitável o erro se o sujeito atua ou
se omite se a consciência da ilicitude do fato, quando não lhe era possível, A antijuridicidade, que para alguns é sinônimo de ilicitude, é a contra-
nas circunstâncias, ter ou atingir esse conhecimento. riedade do fato típico comparado com a lei, é dizer, o fato contraria o dis-
O erro de proibição inescusável ou evitável ocorre quando o sujeito ne- posto no ordenamento jurídico.
le incide por leviandade, imprudência, descuido etc. O fato típico e lícito verifica-se por exclusão, ou seja, a própria lei penal
B) Erro de proibição: efeitos quanto ao dolo e culpabilidade prevê em que situações o agente poderá praticar uma ação ou omissão
prevista nela como crime, mas que será, também por ela, legitimada.
Erro de proibição é o que incide sobre a ilicitude do fato. O dolo subsis-
te. A culpabilidade, quando o erro é escusável, fica excluída; quando ines- Isto posto, se qualquer desses elementos constitutivos do crime faltar
cusável, atenuada, reduzindo-se a pena de um sexto a um terço (art.21, ao caso concreto, não haverá crime.
caput). No primeiro caso o sujeito é absolvido; no segundo, condenado.
C) Casos de Erro de proibição Importante destacar que alguns importantes doutrinadores acrescen-
O erro de proibição ocorre quando: tam ao conceito analítico a culpabilidade, como seu elemento característi-
"1º) erro ou ignorância de direito: o sujeito sabe o que faz, porém "não co.
conhece a norma jurídica ou não a conhece bem e a interpreta mal" (o
chamado erro de proibição direto; Porém, seguindo o entendimento de Damásio de Jesus, o Código Pe-
2º) suposição errônea da existência de causa de exclusão da ilicitude nal trata da culpabilidade como mero pressuposto de aplicação da pena, ou
não reconhecida juridicamente (erro indireto); seja, a culpabilidade é o quão reprovável é a conduta do agente contrária à
lei.
3º) descriminantes putativas: o sujeito supõe erradamente que ocorre
uma causa excludente da ilicitude (erro indireto)" (Damásio).
Dessa forma, pode haver a prática de uma ação típica e antijurídica, ou
8 – CONCLUSÃO seja, um crime, porém não ser aplicada pena ao sujeito ativo, como nos
Analisando este trabalho, podemos desenvolver a idéia de que coube casos do doente mental (art. 26), ou menores de dezoito anos (art. 27).
ao legislador brasileiro, com grande sabedoria, proteger alguns grupos de
pessoas que não tem capacidade de distinguir o lícito do ilícito. 2. CRIME E CONTRAVENÇÃO
Seria errado punir um indivíduo que não tem controle e consciência so- Crime e contravenção são espécies do gênero infração penal. Essas
bre seus atos, tal como os doentes mentais. A estes e aos outros inimputá- espécies, por sua vez, não possuem diferenças significativas entre si,
veis cabe medida de segurança, que pode ser uma internação ou algo cabendo ao legislador a qualificação de determinado fato como crime ou
neste sentido. como contravenção.
Deve-se rever os conceitos sobre as medidas de segurança como me-
dida alternativa à prisão. No Brasil, as instituições criadas para este fim O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (Decreto-Lei nº
estão super-lotadas, abandonadas. Não há verbas para criar condições 3.914/41) assim os definiu:
dignas de tratamento aos doentes e condições de trabalho aos médicos. O “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
tratamento dado aos já doentes não é eficaz, contribuindo até para a piora ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente
de seus estados clínicos. com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou
Não basta apenas abandonar os doentes em manicômios, local de on-
cumulativamente.”
de estes saem mais loucos ou mortos. Necessitamos, em caráter urgente,
mudar nossos conceitos de prisão como forma de preparar alguém para
Vê-se que a diferença se limita à pena imposta. Ao crime, aplicar-se-ão
voltar a viver em sociedade. F.K.
penas de reclusão, detenção ou multa; às contravenções, prisão simples e
multa, apenas.

2.3.1. - Crime e contravenção. Assim sendo, costuma-se chamar a contravenção de um crime-anão,


um fato de menor potencial lesivo para a sociedade. Porém, o que hoje se
TEORIA DO CRIME considera contravenção, poderá vir a se transformar em crime e vice-versa,
a depender da vontade do legislador.
1. CONCEITO DE CRIME http://pontodosconcursos.com.br/professor
Para bem definir crime, a doutrina tem separado dois aspectos distin-
tos, ou seja, um material, outro formal, também chamado de analítico. Contravenção
Dirigir perigosamente, explorar a caridade, vadiar, participar de associ-
Sob o primeiro enfoque, material, buscam-se as razões ou o porquê de ações secretas e explorar o jogo do bicho são alguns exemplos de contra-
se considerar um fato como crime ou não. Assim, crime é qualquer fato venção.
humano que provoque lesão ou exponha a perigo determinados bens que a
sociedade reputa importantes, a ponto de serem protegidos. Esse fato pode Pela lei brasileira, contravenção é a violação consciente e voluntária de
ser proposital ou não. Isto posto, percebe-se que, sob esse prisma, importa preceito legal ou de direito de outrem, por ação ou omissão, que pode ser
análise dos bens protegidos pelas regras do Direito Penal, ou seja, crime é punida alternativa ou cumulativamente com penas de prisão simples e
a violação de um bem importante para a coletividade e, portanto, protegido multa.
pela lei.
Há diversas teorias que procuram distinguir crime de contravenção. O
Já no aspecto formal, prioriza-se o conjunto de elementos que fazem direito brasileiro considera crime a infração que se pune com reclusão, ou
parte do crime, sem os quais ele não existe. Então, crime é um fato típico e detenção, e multa, alternativa ou cumulativamente; e contravenção, a
antijurídico. Desse modo, faltando algum dos elementos essenciais, não há infração punida com prisão simples e multa, também alternativa ou cumula-
crime. tivamente. A natureza da pena é que distingue contravenção de crime.

O fato típico subdivide-se em: A lei das contravenções penais, de 3 de outubro de 1941, prevê con-
I– conduta, seja dolosa ou culposa, tanto comissiva quanto omissiva; travenções contra a pessoa, o patrimônio, a incolumidade, a paz e a fé
II – resultado, exigível nos crimes em que este seja indispensável, ou públicas, a organização do trabalho, a polícia de costumes e a administra-
seja, crimes materiais; ção pública. São exemplos de contravenção: fabrico, comércio e porte de
III – nexo causal, relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado armas, sem licença da autoridade; exploração da credulidade pública;
(também só presente nos crimes materiais); alarme falso; uso ilegítimo de uniforme ou distintivo; exploração de jogos
IV – tipicidade, que é a perfeita correlação entre o fato concreto e a ou de loteria não autorizada; mendicância por ociosidade ou cupidez;

Noções de Direito 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
importunação ofensiva ao pudor; embriaguez pública e escandalosa; per- Culpa própria é a comum, em que o resultado não é previsto, embora
turbação da tranquilidade alheia; omissão da comunicação de crime; recusa seja previsível; nela o agente não quer o resultado nem assume o risco de
de moeda de curso legal; simulação da qualidade de funcionário público; produzi-lo; na imprópria, o resultado é previsto e querido pelo agente, que
abuso na prática da aviação; exercício ilegal de profissão ou atividade e labora em erro de tipo inescusável ou vencível.
outros. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
A compensação de culpas é incabível em matéria penal; não se con-
funde com a concorrência de culpas; suponha-se que 2 veículos se cho-
quem num cruzamento, produzindo ferimentos nos motoristas e provando-
2.3.2. - Crime doloso e crime culposo. se que agiram culposamente; trata-se de concorrência de culpas; os dois
respondem por crime de lesão corporal culposa.

Crime Doloso
Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo;
constitui elemento subjetivo do tipo (implícito). 2.3.3. - Crime consumado e crime tentado.
Presentes os requisitos da consciência e da vontade, o dolo possui os Crime Tentado
seguintes elementos: Tentativa é a execução iniciada de um crime, que não se con-
a) consciência da conduta e do resultado; suma por circunstâncias alheias à vontade do agente; seus elemen-
b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resulta- tos são o início da execução e a não-consumação por circunstâncias
do; alheias à vontade do agente.
c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
Quando o processo executório é interrompido por circunstâncias
No dolo direto, o sujeito visa a certo e determinado resultado, ex: o a- alheias à vontade do agente, fala-se em tentativa imperfeita ou tenta-
gente desfere golpes de faca na vítima com intenção de matá-la; se projeta tiva propriamente dita; quando a fase de execução é integralmente
de forma direta no resultado morte; há dolo indireto quando a vontade do realizada pelo agente, mas o resultado não se verifica por circuns-
sujeito não se dirige a certo e determinado resultado; possui duas formas: tâncias alheias à sua vontade, diz-se que há tentativa perfeita ou
a) dolo alternativo: quando a vontade do sujeito se dirige a um outro re- crime falho.
sultado; ex: o agente desfere golpes de faca na vítima com intenção alter-
nativa: ferir ou matar; São infrações que não admitem tentativa:
b) dolo eventual: ocorre quando o sujeito assume o risco de produzir o a) os crimes culposos;
resultado, isto é, admite a aceita o risco de produzi-lo. b) os preterdolosos;
c) as contravenções;
No dolo de dano o sujeito quer o dano ou assume o risco de produzi-lo d) os omissivos próprios;
(dolo direto ou eventual); no de perigo o agente não quer o dano nem e) os unissubsistentes;
assume o risco de produzi-lo, desejando ou assumindo o risco de produzir f) os crimes habituais;
um resultado de perigo (o perigo constitui resultado). g) os crime que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como
a participação em suicídio;
Dolo genérico é a vontade de realizar fato descrito na norma penal in- h) os permanentes de forma exclusivamente omissiva;
criminadora; dolo específico é a vontade de praticar o fato e produzir um fim i) os crimes de atentado.
especial.
No crime continuado só é admissível a tentativa dos crimes que
Crime Culposo o compõe; o todo não a admite.
Quando se diz que a culpa é elemento do tipo, faz-se referência à i-
nobservância do dever de diligência; a todos no convívio social, é determi- Em se tratando de crime complexo, a tentativa ocorre com o co-
nada a obrigação de realizar condutas de forma a não produzir danos a meço de execução do delito que inicia a formação da figura típica ou
terceiros; é o denominado cuidado objetivo; a conduta torna-se típica a com a realização de um dos crimes que o integram.
partir do instante em que não se tenha manifestado o cuidado necessário
nas relações com outrem, ou seja, a partir do instante em que não corres- Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime con-
ponda ao comportamento que teria adotado uma pessoa dotada de discer- sumado, diminuída de um a dois terços; a diminuição de uma a dois
nimento e prudência, colocada nas mesmas circunstâncias que o agente; a terços não decorre da culpabilidade do agente, mas da própria gravi-
inobservância do cuidado necessário objetivo é o elemento do tipo. dade do fato constitutivo da tentativa; quanto mais o sujeito se apro-
xima da consumação, menor deve ser a diminuição da pena (1/3);
São elementos do fato típico culposo, a conduta humana e voluntária, quando menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser a
de fazer ou não fazer, a inobservância do cuidado objetivo manifestada atenuação (2/3).
através da imprudência, negligência ou imperícia, a previsibilidade objetiva,
a ausência de previsão, o resultado involuntário, o nexo de causalidade e a A desistência voluntária consiste numa abstenção de atividade: o
tipicidade. sujeito cessa o seu comportamento delituoso; assim, só ocorre antes
de o agente esgotar o processo executivo.
Imprudência é a prática de um fato perigoso; ex: dirigir veículo em rua
movimentada com excesso de velocidade. Arrependimento eficaz tem lugar quando o agente, tendo já ulti-
mado o processo de execução do crime, desenvolve nova atividade
Negligência é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao impedindo a produção do resultado.
ato realizado; ex: deixar arma de fogo ao alcance de uma criança.
Quanto ao arrependimento posterior, nos termos do artigo 16 do
Imperícia é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. Código Penal, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça
à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento
Na culpa inconsciente o resultado não é previsto pelo agente, embora da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
previsível; é a culpa comum que se manifesta pela imprudência, negligência reduzida de um a dois terços.
ou imperícia. Na culpa consciente o resultado é previsto pelo sujeito, que
espera levianamente que não ocorra ou que pode evitá-lo. Crime impossível é também chamado de quase-crime; tem disci-
plina jurídica contida no artigo 17 do Código Penal, segundo o qual

Noções de Direito 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou  De mera conduta: com a ação ou omissão delituosa, isto é não, há
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o resultado naturalístico, mas apenas o evento no sentido normativo.
crime”; há dois casos de crime impossível: Também pode se entender que o tipo faz mensão ao evento, a consu-
a) por ineficácia absoluta do meio; mação se dá com a simples ação. Ex.: na violação de domicílio, uma
b) por impropriedade absoluta do objeto. das formas de consumação é a simples entrada.
 Formais: com a simples atividade, independente do resultado. A con-
Dá-se o primeiro quando o meio empregado pelo agente, pela sumação ocorre com a conduta típica imediatamente anterior à fase do
sua própria natureza, é absolutamente incapaz de produzir o evento; evento, independentemente da produção do resultado descrito no tipo
ex.: o agente, pretendendo matar a vítima mediante propinação de (art. 316 CP).
veneno, ministra açúcar em sua alimentação, supondo-o arsênico;
 Permanentes: o momento consumativo protrai-se no tempo. Se deve
dá-se o segundo caso quando inexiste o objeto material sobre o qual
observar que a consumação se prolonga no tempo, dependente do su-
deveria recair a conduta, ou quando, pela situação ou condição, tor-
jeito. Ex.: no cárcere privado (art. 148), o momento consumativo (priva-
na impossível a produção do resultado visado pelo agente; nos dois
ção ou restrição de locomoção da vítima) perdura até que o ofendido
casos não há tentativa por ausência de tipicidade; para que ocorra o
recupere sua liberdade.
crime impossível, é preciso que a ineficácia do meio e a improprieda-
de do objeto sejam absolutas; se forem relativas, haverá tentativa.  Omissivos próprios: com a abstenção do comportamento devido. Ou
pode se entender, que a consumação ocorre no local e no momento
Antijuricidade é a contradição do fato, eventualmente adequado em que o sujeito ativo deveria agir, mas não o fez, ou até mesmo o
ao modelo legal, com a ordem jurídica, constituindo lesão de um inte- simples comportamento negativo (ou ação diversa), não se condicio-
resse protegido. nando à produção de um resultado ulterior, ocorrendo a consumação
no instante da conduta.
A antijuricidade pode ser afastada por determinadas causas, as  Omissivos impróprios: com a produção do resultado naturalístico,
determinadas causas de exclusão de antijuricidade; quando isso o- como a omissão é formada ou meio de se alcançar um resultado, a
corre, o fato permanece típico, mas não há crime, excluindo-se a ilici- consumação ocorre com o resultado lesivo e não com a simples inativi-
tude, e sendo ela requisito do crime, fica excluído o próprio delito; em dade do agente, como nos delitos omissivos puros. Para uma melhor
consequência, o sujeito deve ser absolvido; são causas de exclusão especificação, é a simples conduta negativa (ou ação diversa) não o
de antijuricidade, previstas no artigo 23 do Código Penal: estado de perfaz, exigindo se um evento naturalístico posterior, a consumação se
necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de dever legal; verifica com a produção do resultado.
exercício regular de direito.  Qualificados pelo resultado: com a produção do resultado agravador,
entendemos que o momento consumativo ocorre no instante da produ-
Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de inte- ção do evento, isto é, quando estiver concretizado o resultado acresci-
resses protegidos pelo direito, em que o agente, para salvar um bem do ao tipo fundamental.
próprio ou de terceiro, não tem outro meio senão o de lesar o inte-
resse de outrem; perigo atual é o presente, que está acontecendo; Iter criminis (etapas ou fases do crime)
iminente é o prestes a desencadear-se. É o caminho do crime, as etapas que deve percorrer:
a. Cogitação: não é punida, nem mesmo externada a terceiro, salvo
Legítima defesa, nos termos do artigo 25 do Código Penal, en- quando constitui ela, de per si, um fato típico.
tende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente os mei- b. Atos preparatórios: são os atos materiais, externos ao agente,
os necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito que passa da cogitação à ação objetiva. Também não são puní-
seu ou de outrem. veis, a não ser quando constituem fatos típicos.
c. Atos de execução: são os atos materiais dirigidos diretamente à
Quanto ao estrito cumprimento do dever legal e exercício regular prática do crime, ou até mesmo quando o bem jurídico começa a
de direito, determina o artigo 23, III, do Código Penal, que não há ser atacado. Nessa fase o agente inicia a realização do núcleo do
crime quando o sujeito pratica o fato em estrito cumprimento do de- tipo e o crime já se torna punível.
ver legal; é causa de exclusão da antijuricidade; a excludente só o- d. Consumação (execução): todos os elementos que se encontram
corre quando há um dever imposto pelo direito objetivo; o artigo 23, descritos no tipo penal foram realizados.
III, parte final, determina que não há crime quando o agente pratica o
fato no exercício regular de direito; desde que a conduta se enquadre CRIMES TENTADOS
no exercício de um direito, embora típica, não apresenta o caráter de Conceito
antijurídica. http://www.centraljuridica.com Não-consumação de um crime, cuja execução foi iniciada, por circuns-
tâncias alheias à vontade do agente. Outros autores entendem como a
CRIMES CONSUMADOS realização incompleta do tipo penal, pois o agente pratica atos de execu-
Conceito ção, mas não ocorre a consumação por circunstâncias contrárias à vontade
É aquele em que foram realizados ou reunidos todos os elementos do agente.
constantes de sua definição legal, ou seja, quando o fato concreto se
subssume no tipo abstrato descrito na lei penal. Natureza jurídica
Norma de extensão temporal da figura típica causadora de adequação
Diferença entre crime consumado e exaurido. típica mediata ou indireta.
O crime exaurido é aquele em que a conduta continua a produzir efei-
tos no mundo concreto, mesmo após ter atingido a consumação. O exauri- Elementos
mento influi na primeira fase da aplicação da pena. Assim, o recebimento a. início de execução
da vantagem indevida no crime de corrupção passiva (art. 317) é o exauri- b. não-consumação
mento do delito que se consumara com a solicitação. c. circunstâncias alheias à vontade do agente

A consumação nas várias espécies de crimes: Formas


 Materiais: com a produção do resultado naturalístico, ou seja, a con- a. imperfeita: há interrupção do processo executório; o agente não
sumação ocorre com o evento natural (morte, lesões, dano etc). Ex.: chega a praticar todos os atos de execução do crime, por circuns-
assim consuma-se o homicídio com a morte da vítima; no aborto com a tâncias alheia à sua vontade, isto é quando o sujeito não consegue
morte do feto. praticar os atos necessários à consumação por interferência exter-
 Culposos: com a produção do resultado naturalístico, onde é preciso a na;
inobservância do dever de cuidado, então se entende que para que ha- b. perfeita ou acabada (também conhecida por crime falho): o
ja consumação é preciso um resultado lesivo típico. agente pratica todos os atos de execução do crime, mas não con-

Noções de Direito 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
suma o crime por circunstâncias alheias à sua vontade, ou seja a abandonada, não são circunstâncias alheias à vontade do agente que
consumação não ocorre embora o agente tenha praticado os atos impedem o resultado; pelo contrário, é a sua própria vontade que evita a
suficientes. consumação. Assim, afasta-se a tentativa e o agente só responde pelos
Obs.: o juiz leva em conta essas espécies no momento de dosar a pe- atos até então praticados (no ex. da desistência voluntária, responde pelo
na da tentativa. delito periclitação da vida – art. 132 do CP; no ex. do arrependimento eficaz
responde por lesões corporais de natureza grave – art. 129, inciso 1o do
Infrações penais que não admitem tentativa CP). Por essa razão, parte da doutrina denomina-as "ponte de ouro".
a. culposas (salvo a culpa imprópria, para parte da doutrina), uma vez Distinção entre ato voluntário e ato espontâneo.
que este depende sempre de um resultado lesivo; A desistência e o arrependimento não precisam ser espontâneos, basta
b. preterdolosas (no latrocínio tentado, o resultado morte era querido que seja voluntário. Por conseguinte, se o agente desistir ou arrepender por
pelo agente; logo, embora qualificado pelo resultado, o latrocínio sugestões ou conselho de terceiros, subsistem a desistência voluntária e o
só poderá ser preterdoloso quando consumado), não é possível a arrependimento eficaz.
tentativa, já que o evento mais grave é atribuído ao agente por me-
ra culpa; ARREPENDIMENTO POSTERIOR
c. contravenções penais (a tentativa não é punida); Natureza jurídica
d. omissivos próprios (são crimes de mera conduta), também não Causa obrigatória de redução de pena.
admitem a tentativa pois não se exige um resultado naturalístico
decorrente da omissão; Conceito
e. habituais (ou há a habitualidade e o crime consuma-se, ou não há Causa de diminuição de pena que ocorre nos crimes cometidos sem
e inexiste crime), não se admite a tentativa pois há reiteração de violência ou grave ameaça à pessoa, em que o agente, voluntariamente
atos e, portanto consumação, ou não há essa habitualidade e os repara o dano ou restituiu a coisa até o recebimento da denúncia ou queixa.
atos são penalmente indiferentes;
f. crimes em que a lei só pune se ocorrer o resultado (CP, art. 122); Requisitos
g. crimes em que a lei pune a tentativa como crime consumado (CP, a. crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa: na
art. 352). jurisprudência, prevalece o entendimento de que a lei só se refere
à violência dolosa, podendo a diminuição ser aplicada aos crimes
Teorias culposos em que há violência, ou mais simplificado é que não é
a. subjetiva: a tentativa deve ser punida da mesma forma que o cri- possível o reconhecimento do arrependimento posterior, no roubo,
me consumado, pois o que vale é intenção do agente; porque esta causa de diminuição de pena não se aplica aos crimes
b. objetiva: a tentativa deve ser punida de forma mais branda que o cometidos com violência ou grave ameaça;
crime consumado, porque objetivamente produziu um mal menor. b. reparação do dano ou restituição da coisa: deve ser integral, a
Essa teoria foi a adotada. não ser que a vítima ou seus herdeiros aceitem parte, renunciando
ao restante;
Critério para a redução da pena c. voluntariedade do agente: o que não significa espontaneidade. A
A pena do crime tentado será a do consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. reparação ou restituição por conselho ou sugestões de terceiros
não impede a diminuição. É admissível o benefício no caso de res-
Quando mais próximo o agente chegar à consumação menor será a sarcimento feito por parente ante a exigência legal de "voluntarie-
redução e vice-versa. Assim, a tentativa branda a redução será sempre dade" e não de "espontaneidade" por tratar-se de causa objetiva
menor em que a vítima sofre ferimentos graves. de redução obrigatória da pena;
d. até o recebimento da denuncia ou queixa: se posterior, é causa
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ atenuante genérica (CP, art. 65, inc. III, b).
São espécies de tentativa abandonada ou qualificada. Nelas o resulta-
do não se produz por força da vontade do agente, ao contrário da tentativa, Outras exceções
em que atuam circunstâncias alheias e essa vontade. São incompatíveis Além do peculato culposo, no qual a reparação do dano leva à extinção
com os crimes culposos, uma vez que se trata de uma tentativa que foi da punibilidade, há outros casos em que não se aplica o benefício do
abandonada. Pressupõe um resultado que o agente pretendia produzir, arrependimento posterior. São eles: (a) no caso da emissão de cheque sem
mas que, em um segundo momento, desistiu ou se arrependeu. suficiente provisão de fundos, a reparação do dano até o recebimento da
denúncia extingue a punibilidade do agente, nos termos da Súmula n. 554
Conceito de desistência voluntária do STE Se o cheque, entretanto, foi preenchido fraudulentamente, o crime
O agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo, será o de estelionato, e a reparação do dano só trará as consequências do
desse modo, a sua consumação. Não é possível nos crimes de mera con- art. 16 (desde que preenchidos todos seus requisitos); (b) no crime de
duta, uma vez que neles a execução é a própria consumação. sonegação fiscal, o pagamento do tributo até o recebimento da denúncia ou
Ex.: O agente tem um revolver municiado com seis projéteis. Efetua 2 queixa também extingue a punibilidade (Lei n. 9.249195, art. 34), (c) final-
(dois) disparos contra a vítima, não a acerta e, podendo prosseguir atiran- mente, nos crimes de ação penal privada e pública condicionada à repre-
do, desiste por vontade própria e vai embora. sentação do ofendido, a composição civil do dano em audiência preliminar
implica em renúncia ao direito de queixa ou de representação, levando
Conceito de arrependimento eficaz também à extinção da punibilidade (Lei n. 9.099/95, art. 74, par. ún.).
O agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do
resultado. Só é possível nos crimes materiais nos quais há resultado natu- Aplicação
ralístico. A norma do arrependimento posterior aplica-se aos crimes dolosos e
Ex.: O agente descarrega sua arma de fogo na vítima, ferindo-a gra- culposos, tentados e consumados, simples, privilegiados ou qualificados.
vemente, mas, arrependendo-se do desejo de matá-la, presta-lhe imediato
e exitoso socorro, impedindo o evento letal. Critério para redução da pena
O critério para a redução da pena, em decorrência do reconhecimento
Arrependimento ineficaz do arrependimento posterior, deve fundamentar-se na presteza do ressar-
Irrelevante. Não traz qualquer consequência, devendo o agente res- cimento do dano, isto é, quando mais rapidamente for feito tal ressarcimen-
ponder pelo crime praticado. to (indenização), tanto maior será a redução. Quanto mais lento o ressarci-
mento, menor a redução. O juiz deve reduzir a pena de 1/3 a 2/3.
Distinção
Na desistência voluntária, o agente interrompe a execução; no arre- Qual deve ser o fator a orientar a maior ou menor redução da pe-
pendimento eficaz, a execução é realizada inteiramente, o resultado é que na?
vem a ser impedido. Consequência: em ambas as formas de tentativa Como a reparação do dano ou a restituição da coisa devem sempre ser

Noções de Direito 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
integrais, este não pode ser o critério. Só resta o da maior ou menor since- b) subjetiva: deve ser punido porque revelou vontade de delinquir.
ridade ou espontaneidade (quanto mais espontâneo o ato, maior a redução) Obs.: As 2 primeiras não se importam com o fato de o resultado
e o da maior presteza e celeridade (quanto mais rápida a reparação ou a jamais poder ocorrer, o que interessa é que o agente demonstrou
restituição, maior a redução). ser perigoso ou revelou intenção perniciosa;
Comunicabilidade a co-autores e participes c) objetiva: não é punido porque objetivamente não houve perigo pa-
Tratando-se de causa objetiva de diminuição de pena, o arrependimen- ra a coletividade. Pode ser objetiva pura ou objetiva temperada.
to posterior não se restringe à esfera pessoal de quem a realiza, tanto que  Objetiva pura: é sempre crime impossível, sejam a ineficácia e a
extingue a obrigação erga omnes. Estende-se, portanto, aos co-autores e impropriedade absolutas ou relativas;
participes, condenados pelo mesmo fato.  Objetiva temperada: só é crime impossível se forem absolutas.
Quando relativas, há tentativa.
CRIME IMPOSSÍVEL  Teoria adotada pelo CP: objetiva, objetiva temperada.
Nomenclatura http://orbita.starmedia.com
O crime impossível é também chamado de tentativa inidônea, tentativa
inadequada ou quase-crime.

Conceito
É aquele que, pela ineficácia absoluta do meio empregado ou pela im- 2.3.4. - Excludentes de ilicitude.
propriedade absoluta do objeto material, é impossível de consumar-se.
De forma sintética, podemos verificar que as excludentes de ilicitude
Hipóteses de crime impossível são aplicadas a prática de infração penal – já estudado –, o qual engloba os
a) ineficácia absoluta do meio: o meio empregado ou o instrumento conceitos de crime e contravenção.
utilizado para a execução do crime jamais o levará à consumação. Ex.: um A posição doutrinária majoritária exige que a infração penal seja um fa-
palito de dente para matar um adulto, uma arma de fogo inapta a efetuar to típico e antijurídico, desta forma as excludentes de ilicitude visam retirar
disparos ou uma falsificação grosseira, facilmente perceptível, são meios o segundo elemento, sopesando bens jurídicos que estejam em conflito ou
absolutamente ineficazes. afastando a culpabilidade e/ou a punibilidade.
Obs.: A ineficácia do meio, quando relativa, leva à tentativa e não ao A antijuridicidade consiste na falta de autorização da ação típica.
crime impossível. Ex.: um palito é meio relativamente eficaz para matar um
recém-nascido, perfurando-lhe a moleira; Damásio diz que a antijuricidade é sempre material, constituindo a le-
são de um interesse penalmente protegido.
b) pela impropriedade absoluta do objeto: a pessoa ou coisa sobre A antijuricidade pode ser subjetiva e objetiva. Pode ser subjetiva, de
as quais recai a conduta são absolutamente inidôneas à produção de algum acordo com essa teoria, pois o ordenamento jurídico é composto de ordens
resultado lesivo. Ex.: matar um cadáver, ingerir substância abortiva imagi- e proibições, constituindo fato ilícito a desobediência a tais normas. Essas
nando-se grávida, comprar cocaína ao invés de talco, furtar alguém que ordens e proibições são dirigidas à vontade das pessoas imputáveis.
não tem um único centavo no bolso etc. A antijuricidade objetiva, a ilicitude corresponde à qualidade que possui
Obs.: A impropriedade não pode ser relativa, pois nesse caso haverá o fato de contrariar uma norma.
tentativa. Assim, se a pessoa ainda se encontrava viva, embora prestes a
morrer, também haverá homicídio tentado, e não crime impossível. Do
mesmo modo, se o punguista enfia a mão no bolso errado, houve circuns- 2.3.5. - Desistência voluntária, arrependimento eficaz
tância meramente acidental que não toma impossível o crime, respondendo
também por tentativa. e arrependimento posterior.
Delito putativo por erro de tipo Desistência voluntária e arrependimento eficaz(Redação dada pela
Distinção: no erro de tipo, o agente não sabe, devido a um erro de a- Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
preciação da realidade, que está cometendo um delito (compra cocaína Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na exe-
pensando ser talco; mata uma pessoa achando que é um animal etc.); no cução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
delito putativo por erro de tipo, o agente quer praticar um crime, mas devido praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ao desconhecimento da situação de fato, comete um irrelevante penal (a
mulher acha que está grávida e ingere a substância abortiva; o agente atira Arrependimento posterior(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
em um cadáver supondo-o vivo etc.). É o contrário, portanto: no primeiro o 11.7.1984)
autor não quer cometer um crime, enquanto no segundo ele quer, mas não Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pes-
consegue. soa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
O delito putativo por erro de tipo constitui crime impossível pela impro- dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
priedade absoluta do objeto.

Delito putativo por obra do agente provocador (também chamado 2.3.6. - Dos Crimes contra a Vida - artigos 121 a 128.
de crime de flagrante preparado, delito de ensaio ou experiência)
A polícia ou terceiro (agente provocador) prepara uma situação, na Homicídio simples
qual induz o agente a cometer o delito (investigadora grávida pede para Art 121. Matar alguém:
médico fazer aborto ilegal e depois o prende em flagrante; detetive simula Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
querer comprar maconha e prende o traficante etc.). Nessa situação o autor
é o protagonista de uma farsa que, desde o início, não tem a menor chance Caso de diminuição de pena
de dar certo. Por essa razão, a jurisprudência considera a encenação do § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
flagrante preparado uma terceira espécie de crime impossível, entendendo social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
não haver crime ante a atipicidade do fato (Súmula n. 145 do STF). O crime injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
é impossível não pela ineficácia do meio ou impropriedade do objeto, mas terço.
pelo conjunto das circunstâncias exteriores adrede preparadas que tomam Homicídio qualificado
totalmente impossível ao sujeito atingir o momento consumativo. § 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
Teorias: torpe;
a) sintomática: se o agente demonstrou periculosidade, deve ser II - por motivo fútil;
punido; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro

Noções de Direito 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Lesão corporal
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro re- Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
curso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; Pena - detenção, de três meses a um ano.
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vanta-
gem de outro crime: Lesão corporal de natureza grave
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
Homicídio culposo II - perigo de vida;
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
Pena - detenção, de um a três anos. IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Aumento de pena § 2° Se resulta:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o I - Incapacidade permanente para o trabalho;
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, II - enfermidade incurável;
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em fla- IV - deformidade permanente;
grante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) V - aborto:
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de Pena - reclusão, de dois a oito anos.
60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar Lesão corporal seguida de morte
a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Lei nº 6.416, de 24.5.1977) Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de Diminuição de pena
segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720/12) § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio terço.
para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou re- Substituição da pena
clusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena
de natureza grave. de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
Parágrafo único - A pena é duplicada: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; Lesão corporal culposa
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capa- § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
cidade de resistência. Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Infanticídio Aumento de pena


Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-
durante o parto ou logo após: póteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei
Pena - detenção, de dois a seis anos. nº 12.720, de 2012)
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho
provoque: Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
Pena - detenção, de um a três anos. § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou,
Aborto provocado por terceiro ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - reclusão, de três a dez anos. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pe-
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: la Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circuns-
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não tâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3
é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consenti- (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
mento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.
Forma qualificada (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumen-
tadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios emprega-
dos para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e
são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 2.3.8. - Dos Crimes contra o Patrimônio -
Aborto necessário artigos 155 a 183.
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro Furto
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consen- Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
timento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.
2.3.7. - Das Lesões Corporais - artigo 129. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a

Noções de Direito 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº
que tenha valor econômico. 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada
Furto qualificado pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
cometido: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denun-
III - com emprego de chave falsa; ciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração
for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou Extorsão indireta
para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da si-
tuação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal
Furto de coisa comum contra a vítima ou contra terceiro:
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação. CAPÍTULO III DA USURPAÇÃO
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor Alteração de limites
não excede a quota a que tem direito o agente. Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal
indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de
CAPÍTULO II DO ROUBO E DA EXTORSÃO coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Roubo § 1º - Na mesma pena incorre quem:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer Usurpação de águas
meio, reduzido à impossibilidade de resistência: I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Esbulho possessório
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante con-
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a curso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. esbulho possessório.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; cominada.
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência,
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co- somente se procede mediante queixa.
nhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transpor- Supressão ou alteração de marca em animais
tado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho a-
1996) lheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liber- Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
dade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, CAPÍTULO IV DO DANO
de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de Dano
vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Extorsão Dano qualificado
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e Parágrafo único - Se o crime é cometido:
com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômi- I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
ca, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. constitui crime mais grave
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com em- III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa conces-
prego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. sionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Redação
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)
3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da víti- Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena
ma, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômi- correspondente à violência.
ca, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-
sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Extorsão mediante sequestro Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para ou-
trem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autorida-
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº de competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
8.072, de 25.7.1990) Pena - detenção, deseis meses a dois anos, e multa.
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o se-
Alteração de local especialmente protegido
questrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de
crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
local especialmente protegido por lei:
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº

Noções de Direito 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ação penal Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
164, somente se procede mediante queixa. qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a
CAPÍTULO V DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
Apropriação indébita pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coi-
Aumento de pena sa alheia como própria;
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a
coisa: Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
I - em depósito necessário; II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a
testamenteiro ou depositário judicial; terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. dessas circunstâncias;

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de Defraudação de penhor


2000) III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re- outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empe-
colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluí- nhado;
do pela Lei nº 9.983, de 2000) Fraude na entrega de coisa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve
nº 9.983, de 2000) entregar a alguém;
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000) Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o
à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença,
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
9.983, de 2000)
II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham in- Fraude no pagamento por meio de cheque
tegrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sa-
prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) cado, ou lhe frustra o pagamento.
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em de-
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. trimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) assistência social ou beneficência.
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, Duplicata simulada
confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não correspon-
e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em da à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço
lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
9.983, de 2000) Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a Lei nº 5.474. de 1968)
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive
acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Abuso de incapazes
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, pai-
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, xão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da na-
tureza Induzimento à especulação
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da
erro, caso fortuito ou força da natureza: simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: devendo saber que a operação é ruinosa:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em Fraude no comércio
parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou
consumidor:
Apropriação de coisa achada I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial- deteriorada;
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá- II - entregando uma mercadoria por outra:
la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso
art. 155, § 2º. de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por
outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como
CAPÍTULO VI DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES precioso, metal de ou outra qualidade:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Estelionato

Noções de Direito 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. rior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exer-
cício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Outras fraudes § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela despro-
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar- porção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 1996)
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o ju- Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
iz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de
ações pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em 9.426, de 1996)
prospecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo
sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na recepta-
ela relativo: ção dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui 9.426, de 1996)
crime contra a economia popular. § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Esta-
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a do, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade
economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951) de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em dobro. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à
assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da socie- CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS
dade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo; Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade; I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegí-
em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia timo, seja civil ou natural.
autorização da assembleia geral; Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da socieda- previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
de, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite; I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
em penhor ou em caução ações da própria sociedade; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios; I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con- emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer; II - ao estranho que participa do crime.
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá
falsa informação ao Governo.
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, 2.3.9. - Dos Crimes Praticados por Funcionário
o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral. Público contra a Administração em Geral -
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"
artigos 312 a 327.
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo
com disposição legal: Peculato
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-
Fraude à execução quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou dani- do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
ficando bens, ou simulando dívidas: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário.
CAPÍTULO VII DA RECEPTAÇÃO
Peculato culposo
Receptação
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em provei-
Pena - detenção, de três meses a um ano.
to próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede
que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
Lei nº 9.426, de 1996)
metade a pena imposta.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 9.426, de 1996) Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercí-
Receptação qualificada(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
cio do cargo, recebeu por erro de outrem:
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pe-
ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada la Lei nº 9.983, de 2000)
pela Lei nº 9.426, de 1996) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
nº 9.426, de 1996) informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo ante- obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:

Noções de Direito 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa- Advocacia administrativa
ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade Violência arbitrária
se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de
ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspon-
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento dente à violência.
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Abandono de função
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
mais grave. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da esta- § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
belecida em lei: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Concussão Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
indevida: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Violação de sigilo funcional
Excesso de exação Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que de-
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou va permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº constitui crime mais grave.
8.137, de 27.12.1990) § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000)
nº 8.137, de 27.12.1990) I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº
Corrupção passiva 9.983, de 2000)
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indire- § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
tamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada nº 9.983, de 2000)
pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da van- Violação do sigilo de proposta de concorrência
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofí- Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
cio, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem: Funcionário público
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
Facilitação de contrabando ou descaminho prego ou função pública.
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de con- § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
trabando ou descaminho (art. 334): ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa presta-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pe- dora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade
la Lei nº 8.137, de 27.12.1990) típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
Prevaricação crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituí-
sentimento pessoal: da pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o 2.4. - Legislação.
ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). 2.4.1. - Lei n.º 9.503/97 (Código de Trânsito Brasilei-
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
ro).
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-

Noções de Direito 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO I Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES organizado poderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 7o,
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território com a interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente interessados,
nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. para o fim específico de facilitar a autuação por descumprimento da legisla-
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e ção de trânsito. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circula- § 1o O convênio valerá para toda a área física do porto organizado, in-
ção, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. clusive, nas áreas dos terminais alfandegados, nas estações de transbordo,
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever nas instalações portuárias públicas de pequeno porte e nos respectivos
dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estacionamentos ou vias de trânsito internas. (Incluído pela Lei nº 12.058,
estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medi- de 2009)
das destinadas a assegurar esse direito. § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamen- Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão os
te, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro respectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviá-
na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garan- rios, estabelecendo os limites circunscricionais de suas atuações.
tam o exercício do direito do trânsito seguro. Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou órgão da
§ 4º (VETADO) Presidência responsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacio- Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão
nal de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela máximo executivo de trânsito da União.
incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente. Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, com sede no
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os lo- Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de
gradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que trânsito da União, tem a seguinte composição:
terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição I - (VETADO)
sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias II - (VETADO)
especiais. III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto;
terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas perten- V - um representante do Ministério do Exército;
centes aos condomínios constituídos por unidades autônomas. VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, Legal;
bem como aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estran- VII - um representante do Ministério dos Transportes;
geiros e às pessoas nele expressamente mencionadas. VIII - (VETADO)
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste IX - (VETADO)
Código são os constantes do Anexo I. X - (VETADO)
XI - (VETADO)
CAPÍTULO II XII - (VETADO)
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO XIII - (VETADO)
Seção I XIV - (VETADO)
Disposições Gerais XV - (VETADO)
Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e enti- XVI - (VETADO)
dades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem XVII - (VETADO)
por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, XVIII - (VETADO)
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, XIX - (VETADO)
habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação XX - um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do
do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de Sistema Nacional de Trânsito;
recursos e aplicação de penalidades. XXI - (VETADO)
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito: XXII - um representante do Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à 9.602, de 1998)
segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça. (Incluído pela Lei
trânsito, e fiscalizar seu cumprimento; nº 11.705, de 2008)
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios § 1º (VETADO)
técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de § 2º (VETADO)
trânsito; § 3º (VETADO)
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações Art. 11. (VETADO)
entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo Art. 12. Compete ao CONTRAN:
decisório e a integração do Sistema. I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as
diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
Seção II II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a
Da Composição e da Competência do Sistema Nacional de Trânsito integração de suas atividades;
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e III - (VETADO)
entidades: IV - criar Câmaras Temáticas;
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sis- V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o funciona-
tema e órgão máximo normativo e consultivo; mento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consulti- VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste
vos e coordenadores; Código e nas resoluções complementares;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Esta- VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a imposição, a
dos, do Distrito Federal e dos Municípios; arrecadação e a compensação das multas por infrações cometidas em
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Esta- unidade da Federação diferente da do licenciamento do veículo;
dos, do Distrito Federal e dos Municípios; IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à apli-
V - a Polícia Rodoviária Federal; cação da legislação de trânsito;
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação,
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. expedição de documentos de condutores, e registro e licenciamento de

Noções de Direito 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
veículos; Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodo-
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e viário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI,
os dispositivos e equipamentos de trânsito; órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos
XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias contra penalidades por eles impostas.
inferiores, na forma deste Código; Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto
XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou
competência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões entidade junto ao qual funcionem.
administrativas; e Art. 17. Compete às JARI:
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal. II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CON- rodoviários informações complementares relativas aos recursos, objetivan-
TRAN, são integradas por especialistas e têm como objetivo estudar e do uma melhor análise da situação recorrida;
oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e execu-
para decisões daquele colegiado. tivos rodoviários informações sobre problemas observados nas autuações e
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
órgãos e entidades executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Fede- Art. 18. (VETADO)
ral e dos Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:
de Trânsito, além de especialistas representantes dos diversos segmentos I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das
da sociedade relacionados com o trânsito, todos indicados segundo regi- normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas
mento específico definido pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou atribuições;
dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito. II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos de-
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior, legados, ao controle e à fiscalização da execução da Política Nacional de
serão representados por pessoa jurídica e devem atender aos requisitos Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
estabelecidos pelo CONTRAN. III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de
§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos pelos Transporte e de Segurança Pública, objetivando o combate à violência no
respectivos membros. trânsito, promovendo, coordenando e executando o controle de ações para
§ 4º (VETADO) a preservação do ordenamento e da segurança do trânsito;
I - (VETADO) IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra
II - (VETADO) a fé pública, o patrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes
III - (VETADO) à segurança do trânsito;
IV - (VETADO) V - supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao com a engenharia, educação, administração, policiamento e fiscalização do
Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE: trânsito e outros, visando à uniformidade de procedimento;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âm- VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de
bito das respectivas atribuições; condutores de veículos, a expedição de documentos de condutores, de
II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências; registro e licenciamento de veículos;
III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilita-
procedimentos normativos de trânsito; ção, os Certificados de Registro e o de Licenciamento Anual mediante
IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trân- delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal;
sito; VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilita-
V - julgar os recursos interpostos contra decisões: ção - RENACH;
a) das JARI; IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores -
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inapti- RENAVAM;
dão permanente constatados nos exames de aptidão física, mental ou X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, defi-
psicológica; nindo os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua
VI - indicar um representante para compor a comissão examinadora de divulgação;
candidatos portadores de deficiência física à habilitação para conduzir XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as o-
veículos automotores; corrências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
VII - (VETADO) XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, educa- educação de trânsito;
ção, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação XIII - coordenar a administração da arrecadação de multas por infra-
de condutores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos ções ocorridas em localidade diferente daquela da habilitação do condutor
do Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN; infrator e em unidade da Federação diferente daquela do licenciamento do
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no veículo;
âmbito dos Municípios; e XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências defini- informações sobre registros de veículos e de condutores, mantendo o fluxo
das nos §§ 1º e 2º do art. 333. permanente de informações com os demais órgãos do Sistema;
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavalia- XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério
ção dos exames, junta especial de saúde para examinar os candidatos à da Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a
habilitação para conduzir veículos automotores. (Incluído pela Lei nº 9.602, elaboração e a implementação de programas de educação de trânsito nos
de 1998) estabelecimentos de ensino;
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão, XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de
não cabe recurso na esfera administrativa. trânsito;
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nome- XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;
ados pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectiva- XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do Sis-
mente, e deverão ter reconhecida experiência em matéria de trânsito. tema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do CONTRAN, a
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados complementação ou alteração da sinalização e dos dispositivos e equipa-
pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente. mentos de trânsito;
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser pes- XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas
soas de reconhecida experiência em trânsito. de projetos de implementação da sinalização, dos dispositivos e equipa-
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE é de mentos de trânsito aprovados pelo CONTRAN;
dois anos, admitida a recondução. XX - expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certifi-

Noções de Direito 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cado de passagem nas alfândegas, mediante delegação aos órgãos execu- de condutores de uma para outra unidade da Federação;
tivos dos Estados e do Distrito Federal; XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e congres- veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
sos nacionais de trânsito, bem como propor a representação do Brasil em art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos
congressos ou reuniões internacionais; órgãos ambientais.
XXII - propor acordos de cooperação com organismos internacionais, Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da U-
com vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segurança e educa- nião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua
ção de trânsito; circunscrição:
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento e espe- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âm-
cialização do pessoal encarregado da execução das atividades de enge- bito de suas atribuições;
nharia, educação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação e adminis- II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de
tração de trânsito, propondo medidas que estimulem a pesquisa científica e pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
o ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua segurança de ciclistas;
realização; III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interestadual e e os equipamentos de controle viário;
internacional; IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as normas e re- suas causas;
quisitos de segurança veicular para fabricação e montagem de veículos, V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo
consoante sua destinação; de trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código marca- trânsito;
modelo dos veículos para efeito de registro, emplacamento e licenciamento; VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CONTRAN, ao de advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas administrativas
ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; cabíveis, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê- VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão coordenador máximo objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
do Sistema Nacional de Trânsito; VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrati-
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao vas cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e
CONTRAN. lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técnica ou IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
administrativa ou a prática constante de atos de improbidade contra a fé penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
pública, contra o patrimônio ou contra a administração pública, o órgão X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Pro-
executivo de trânsito da União, mediante aprovação do CONTRAN, assumi- grama Nacional de Trânsito;
rá diretamente ou por delegação, a execução total ou parcial das atividades XI - promover e participar de projetos e programas de educação e se-
do órgão executivo de trânsito estadual que tenha motivado a investigação, gurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
até que as irregularidades sejam sanadas. XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União dispo- Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na
rá sobre sua estrutura organizacional e seu funcionamento. área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviá- simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários
rios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fornecerão, de condutores de uma para outra unidade da Federação;
obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos para os fins previstos XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pe-
no inciso X. los veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias no art. 66, além de dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais
e estradas federais: locais, quando solicitado;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âm- XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para
bito de suas atribuições; transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacio- circulação desses veículos.
nadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, Parágrafo único. (VETADO)
incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:
medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âm-
remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas bito das respectivas atribuições;
superdimensionadas ou perigosas; II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aperfeiçoa-
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos ser- mento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e cassar Licença de
viços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas; Aprendizagem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação,
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de mediante delegação do órgão federal competente;
segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e trans- III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular,
porte de carga indivisível; registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certifi-
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar cado de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão
ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cum- federal competente;
primento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes
a interdição de construções e instalações não autorizadas; para o policiamento ostensivo de trânsito;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas ad-
trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais pre- ministrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código, excetuadas
ventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal; aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e E- Poder de Polícia de Trânsito;
ducação de Trânsito; VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com
IX - promover e participar de projetos e programas de educação e se- exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando
gurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na objetos;
área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e
simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários a cassação do direito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de

Noções de Direito 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Habilitação; Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à
trânsito e suas causas; simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades pre- dos condutores de uma para outra unidade da Federação;
vistas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em norma do CON- XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Pro-
TRAN; grama Nacional de Trânsito;
XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Pro- XV - promover e participar de projetos e programas de educação e se-
grama Nacional de Trânsito; gurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CON-
XII - promover e participar de projetos e programas de educação e se- TRAN;
gurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CON- XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veí-
TRAN; culos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de de poluentes;
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ciclomotores, veícu-
área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à los de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuan-
simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários do, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações;
de condutores de uma para outra unidade da Federação; XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão hu-
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executi- mana e de tração animal;
vos rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veículos registrados e XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trân-
dos condutores habilitados, para fins de imposição e notificação de penali- sito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN;
dades e de arrecadação de multas nas áreas de suas competências; XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pe-
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pe- los veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido
los veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local,
no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos quando solicitado;
órgãos ambientais locais; XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trân- transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a
sito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN. circulação desses veículos.
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Fede- § 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão
ral: exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de
I - (VETADO) trânsito.
II - (VETADO) § 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Mu-
III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme convênio nicípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme
firmado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou previsto no art. 333 deste Código.
executivos rodoviários, concomitantemente com os demais agentes cre- Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de
denciados; Trânsito poderão celebrar convênio delegando as atividades previstas neste
IV - (VETADO) Código, com vistas à maior eficiência e à segurança para os usuários da
V - (VETADO) via.
VI - (VETADO) Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão prestar
VII - (VETADO) serviços de capacitação técnica, assessoria e monitoramento das ativida-
Parágrafo único. (VETADO) des relativas ao trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as partes,
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos com ressarcimento dos custos apropriados.
Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âm- CAPÍTULO III
bito de suas atribuições; DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para
segurança de ciclistas; o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos propriedades públicas ou privadas;
e os equipamentos de controle viário; II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depo-
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de sitando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando
trânsito e suas causas; qualquer outro obstáculo.
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o
trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamen-
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas to dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da exis-
administrativas cabíveis, por infrações de circulação, estacionamento e tência de combustível suficiente para chegar ao local de destino.
parada previstas neste Código, no exercício regular do Poder de Polícia de Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veícu-
Trânsito; lo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do
VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por in- trânsito.
frações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; obedecerá às seguintes normas:
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrati- I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exce-
vas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lota- ções devidamente sinalizadas;
ção dos veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar; II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista,
penalidades e arrecadando as multas nele previstas; considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago circulação, do veículo e as condições climáticas;
nas vias; III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproxi-
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e marem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de estiver circulando por ela;
segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e trans- b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
porte de carga indivisível; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circula-
ção no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos
Noções de Direito 66 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a que de passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção
eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslo- redobrada ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres.
camento dos veículos de maior velocidade; Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamen- sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem
tos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas visibilidade suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas
especiais de estacionamento; travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização permitindo a
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passa- ultrapassagem.
gem, respeitadas as demais normas de circulação; Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de efetuar ultrapassagem.
polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que
quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição,
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, sua direção e sua velocidade.
observadas as seguintes disposições: Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um desloca-
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximida- mento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com
de dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veícu-
faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário; lo, ou fazendo gesto convencional de braço.
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no pas- Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição
seio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local; de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos.
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha in- Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote
termitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por
urgência; ela estejam transitando.
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a
com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obede- operação de retorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes
cidas as demais normas deste Código; não existirem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, para
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando cruzar a pista com segurança.
em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lo-
da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo tes lindeiros, o condutor deverá:
estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN; I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível;
pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível
estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de
estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda; uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratan-
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certifi- do-se de uma pista de um só sentido.
car-se de que: Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condu-
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra pa- tor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que
ra ultrapassá-lo; transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o as normas de preferência de passagem.
propósito de ultrapassar um terceiro; Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficien- locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela
te para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam
venha em sentido contrário; condições de segurança e fluidez, observadas as características da via, do
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz in- ciclistas.
dicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determina-
braço; ções:
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa,
que deixe livre uma distância lateral de segurança; durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de ori- II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao
gem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto cruzar com outro veículo ou ao segui-lo;
convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período
perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou; de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de utilizada para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente
passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação. ou para indicar a existência de risco à segurança para os veículos que
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso circulam no sentido contrário;
X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do ve-
realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita. ículo quando sob chuva forte, neblina ou cerração;
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:
neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão a) em imobilizações ou situações de emergência;
sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o pro- placa;
pósito de ultrapassá-lo, deverá: VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a fai- veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passa-
xa da direita, sem acelerar a marcha; geiros e carga ou descarga de mercadorias.
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular de passa-
qual está circulando, sem acelerar a marcha. geiros, quando circularem em faixas próprias a eles destinadas, e os ciclos
Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão motorizados deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a noite.
manter distância suficiente entre si para permitir que veículos que os ultra- Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde
passem possam se intercalar na fila com segurança. que em toque breve, nas seguintes situações:
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;
transporte coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembar- II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um con-

Noções de Direito 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo. poderão circular nas vias:
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
por razões de segurança. II - segurando o guidom com as duas mãos;
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constan- III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
temente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as condições CONTRAN.
meteorológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máxi- Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só
mos de velocidade estabelecidos para a via, além de: poderão ser transportados:
I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação I - utilizando capacete de segurança;
sem causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzi- II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar
da; atrás do condutor;
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá an- III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
tes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os CONTRAN.
outros condutores, a não ser que haja perigo iminente; Art. 56. (VETADO)
III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinali- Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de
zação devida, a manobra de redução de velocidade. rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do direito da pista sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles
veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade destinada, proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as
moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar calçadas das vias urbanas.
passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência. Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais faixas de
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorá- trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veícu-
vel, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibili- lo, os ciclomotores deverão circular pela faixa adjacente à da direita.
dade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstru- Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de
indo ou impedindo a passagem do trânsito transversal. bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acos-
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um ve- tamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da
ículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a
imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CON- via, com preferência sobre os veículos automotores.
TRAN. Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá res- poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos
tringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
passageiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou
locomoção de pedestres. entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de
Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada bicicletas nos passeios.
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização,
estacionamento. classificam-se em:
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacio- I - vias urbanas:
namentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao a) via de trânsito rápido;
bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas b) via arterial;
as exceções devidamente sinalizadas. c) via coletora;
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacio- d) via local;
nados ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados fora II - vias rurais:
da pista de rolamento. a) rodovias;
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será b) estradas.
feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por
salvo quando houver sinalização que determine outra condição. meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condi-
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá ções de trânsito.
ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naqueles regula- § 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxi-
mentados por sinalização específica. ma será de:
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veí- I - nas vias urbanas:
culo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via. b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
do lado da calçada, exceto para o condutor. d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às II - nas vias rurais:
estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança do trânsito a) nas rodovias:
estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. 1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automóveis, camionetas
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por e motocicletas; (Redação dada pela Lei nº 10.830, de 2003)
unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implan- 2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e micro-ônibus;
tada e mantida às expensas do condomínio, após aprovação dos projetos 3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição
pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não sobre a via poderá regulamentar, por meio de sinalização, velocidades
houver faixa especial a eles destinada, devendo seus condutores obedecer, superiores ou inferiores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.
no que couber, às normas de circulação previstas neste Código e às que Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velo-
vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. cidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias trânsito e da via.
quando conduzidos por um guia, observado o seguinte: Art. 63. (VETADO)
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transpor-
em grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços tadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CON-
suficientes para não obstruir o trânsito; TRAN.
II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser man- Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e pas-
tidos junto ao bordo da pista. sageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regu-
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só lamentadas pelo CONTRAN.

Noções de Direito 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 66. (VETADO) da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, pedestres.
em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pe-
permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e de- destre em direitos e deveres.
penderão de: § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não
I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de for possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de
entidades estaduais a ela filiadas; rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via; pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros; situações em que a segurança ficar comprometida.
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacio- § 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não
nais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá. for possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rola-
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará mento, será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista,
os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro. em fila única, em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em
locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar
CAPÍTULO III-A comprometida.
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS § 4º (VETADO)
Art. 67-A. É vedado ao motorista profissional, no exercício de sua pro- § 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem
fissão e na condução de veículo mencionado no inciso II do art. 105 deste construídas, deverá ser previsto passeio destinado à circulação dos pedes-
Código, dirigir por mais de 4 (quatro) horas ininterruptas. (Incluído Lei nº tres, que não deverão, nessas condições, usar o acostamento.
12.619, de 2012) (Vigência) § 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedes-
§ 1o Será observado intervalo mínimo de 30 (trinta) minutos para des- tres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deverá assegurar a
canso a cada 4 (quatro) horas ininterruptas na condução de veículo referido devida sinalização e proteção para circulação de pedestres.
no caput, sendo facultado o fracionamento do tempo de direção e do inter- Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções
valo de descanso, desde que não completadas 4 (quatro) horas contínuas de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância
no exercício da condução. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo ele destinadas sempre que estas existirem numa distância de até cinquenta
de direção estabelecido no caput e desde que não comprometa a seguran- metros dele, observadas as seguintes disposições:
ça rodoviária, o tempo de direção poderá ser prorrogado por até 1 (uma) I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá
hora, de modo a permitir que o condutor, o veículo e sua carga cheguem a ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados. (Incluído Lei II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimi-
nº 12.619, de 2012) (Vigência) tada por marcas sobre a pista:
§ 3o O condutor é obrigado a, dentro do período de 24 (vinte e quatro) a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;
horas, observar um intervalo de, no mínimo, 11 (onze) horas de descanso, b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o
podendo ser fracionado em 9 (nove) horas mais 2 (duas), no mesmo dia. agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;
(Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução de veículo de travessia, os pedestres devem atravessar a via na continuação da
apenas o período em que o condutor estiver efetivamente ao volante de um calçada, observadas as seguintes normas:
veículo em curso entre a origem e o seu destino, respeitado o disposto no § a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem
1o, sendo-lhe facultado descansar no interior do próprio veículo, desde que fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
este seja dotado de locais apropriados para a natureza e a duração do b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão
descanso exigido. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
§ 5o O condutor somente iniciará viagem com duração maior que 1 Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas
(um) dia, isto é, 24 (vinte e quatro) horas após o cumprimento integral do delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais
intervalo de descanso previsto no § 3o. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições
(Vigência) deste Código.
§ 6o Entende-se como início de viagem, para os fins do disposto no § Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de
5o, a partida do condutor logo após o carregamento do veículo, conside- controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não te-
rando-se como continuação da viagem as partidas nos dias subsequentes nham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo
até o destino. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) liberando a passagem dos veículos.
§ 7o Nenhum transportador de cargas ou de passageiros, embarcador, Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá,
consignatário de cargas, operador de terminais de carga, operador de obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições
transporte multimodal de cargas ou agente de cargas permitirá ou ordenará de visibilidade, higiene, segurança e sinalização.
a qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza CAPÍTULO V
veículo referido no caput sem a observância do disposto no § 5o. (Incluído DO CIDADÃO
Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por es-
§ 8o (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) crito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinaliza-
Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) ção, fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como
Art. 67-C. O motorista profissional na condição de condutor é respon- sugerir alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a
sável por controlar o tempo de condução estipulado no art. 67-A, com vistas este Código.
na sua estrita observância. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de
Parágrafo único. O condutor do veículo responderá pela não observân- Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e responder, por escrito,
cia dos períodos de descanso estabelecidos no art. 67-A, ficando sujeito às dentro de prazos mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento,
penalidades daí decorrentes, previstas neste Código. (Incluído Lei nº esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, se pertinente, informan-
12.619, de 2012) (Vigência) do ao solicitante quando tal evento ocorrerá.
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer quais as
CAPÍTULO IV atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao Sistema Nacional de
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZA- Trânsito e como proceder a tais solicitações.
DOS CAPÍTULO VI
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passa- DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
gens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever
circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

Noções de Direito 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor insta-
órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito. lado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva faixa de domínio, a
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover, obrigação prevista no art. 77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo
dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o funciona- de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter institucional ou eleito-
mento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabeleci- ral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
dos pelo CONTRAN. Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os crono- conteúdo e o padrão de apresentação das mensagens, bem como os
gramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas procedimentos envolvidos na respectiva veiculação, em conformidade com
por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em as diretrizes fixadas para as campanhas educativas de trânsito a que se
especial nos períodos referentes às férias escolares, feriados prolongados refere o art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
e à Semana Nacional de Trânsito. Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com as con-
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão dições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração punível com as
promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo seguintes sanções: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
com as peculiaridades locais. I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente, II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de qualquer
e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluí-
poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequência do pela Lei nº 12.006, de 2009).
recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito. III – multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) vezes o valor da Unida-
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas de Fiscal de Referência (Ufir), ou unidade que a substituir, cobrada do
escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordena- dobro até o quíntuplo, em caso de reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.006,
das entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de de 2009).
Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas § 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, confor-
respectivas áreas de atuação. me dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da § 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer infração
Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça publicitária até que
de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convê- sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela
nio, promoverá: Lei nº 12.006, de 2009).
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisci- Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Tra-
plinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito; balho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desen-
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas es- volverão e implementarão programas destinados à prevenção de acidentes.
colas de formação para o magistério e o treinamento de professores e Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores ar-
multiplicadores; recadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro Obrigató-
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e rio de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre
análise de dados estatísticos relativos ao trânsito; - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito
aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à inte- para aplicação exclusiva em programas de que trata este artigo.
gração universidades-sociedade na área de trânsito. Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito
Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações
esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso estabelecidas neste capítulo.
de acidente de trânsito.
Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por intermé- CAPÍTULO VII
dio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
na forma estabelecidos no art. 76. Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinali-
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades componentes do zação prevista neste Código e em legislação complementar, destinada a
Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos nos arts. 77-B a condutores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
77-E para a veiculação de mensagens educativas de trânsito em todo o § 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
território nacional, em caráter suplementar às campanhas previstas nos perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compa-
arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). tível com a segurança do trânsito, conforme normas e especificações do
Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção, CONTRAN.
nos meios de comunicação social, de produto oriundo da indústria automo- § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por pe-
bilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsito ríodo prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste Código.
a ser conjuntamente veiculada. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publi-
§ 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos ori- cidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão,
undos da indústria automobilística ou afins: (Incluído pela Lei nº 12.006, de interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do
2009). trânsito.
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, incluídos Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos
os de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legen-
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos das e símbolos que não se relacionem com a mensagem da sinalização.
mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbo-
§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de natu- los ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entida-
reza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do produto, em qual- de com circunscrição sobre a via.
quer das seguintes modalidades: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via
I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qualquer elemento que
II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). prejudique a visibilidade da sinalização viária e a segurança do trânsito,
III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). com ônus para quem o tenha colocado.
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com
V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser sinalizados
§ 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fabricante o com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.
montador, o encarroçador, o importador e o revendedor autorizado dos Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estaciona-
veículos e demais produtos discriminados no § 1o deste artigo. (Incluído mentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entradas e saídas
pela Lei nº 12.006, de 2009). devidamente identificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
Noções de Direito 70 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - verticais; b) elétrico;
II - horizontais; c) de propulsão humana;
III - dispositivos de sinalização auxiliar; d) de tração animal;
IV - luminosos; e) reboque ou semi-reboque;
V - sonoros; II - quanto à espécie:
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor. a) de passageiros:
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua cons- 1 - bicicleta;
trução, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de manuten- 2 - ciclomotor;
ção, enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e horizontalmen- 3 - motoneta;
te, de forma a garantir as condições adequadas de segurança na circula- 4 - motocicleta;
ção. 5 - triciclo;
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser afi- 6 - quadriciclo;
xada sinalização específica e adequada. 7 - automóvel;
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: 8 - microônibus;
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e ou- 9 - ônibus;
tros sinais; 10 - bonde;
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; 11 - reboque ou semi-reboque;
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito. 12 - charrete;
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por i- b) de carga:
nobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta. 1 - motoneta;
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é 2 - motocicleta;
responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, 3 - triciclo;
insuficiência ou incorreta colocação. 4 - quadriciclo;
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à 5 - caminhonete;
interpretação, colocação e uso da sinalização. 6 - caminhão;
7 - reboque ou semi-reboque;
CAPÍTULO VIII 8 - carroça;
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO 9 - carro-de-mão;
E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO c) misto:
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos a serem 1 - camioneta;
adotados em todo o território nacional quando da implementação das 2 - utilitário;
soluções adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a 3 - outros;
serem praticados por todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional de d) de competição;
Trânsito. e) de tração:
Art. 92. (VETADO) 1 - caminhão-trator;
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em pó- 2 - trator de rodas;
lo atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão 3 - trator de esteiras;
ou entidade com circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste 4 - trator misto;
área para estacionamento e indicação das vias de acesso adequadas. f) especial;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos g) de coleção;
e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, III - quanto à categoria:
deve ser devida e imediatamente sinalizado. a) oficial;
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira
de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais ou organismos internacionais acreditados junto ao Governo brasileiro;
definidos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios c) particular;
estabelecidos pelo CONTRAN. d) de aluguel;
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou interromper a e) de aprendizagem.
livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança, Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas,
será iniciada sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsito com configuração e condições essenciais para registro, licenciamento e circula-
circunscrição sobre a via. ção serão estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas aplicações.
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou manu- Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autori-
tenção da obra ou do evento. zação da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito com cir- veículo modificações de suas características de fábrica.
cunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermédio dos meios de Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem
comunicação social, com quarenta e oito horas de antecedência, de qual- alterações ou conversões são obrigados a atender aos mesmos limites e
quer interdição da via, indicando-se os caminhos alternativos a serem exigências de emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambien-
utilizados. tais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora das
§ 3º A inobservância do disposto neste artigo será punida com multa modificações e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo cumpri-
que varia entre cinquenta e trezentas UFIR, independentemente das comi- mento das exigências.
nações cíveis e penais cabíveis. Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de qualquer peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN.
das normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autoridade de trânsito § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou
aplicará multa diária na base de cinquenta por cento do dia de vencimento pela verificação de documento fiscal, na forma estabelecida pelo CON-
ou remuneração devida enquanto permanecer a irregularidade. TRAN.
CAPÍTULO IX § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e
DOS VEÍCULOS peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície das vias, quando
aferido por equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Seção I § 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veícu-
Disposições Gerais los serão aferidos de acordo com a metodologia e na periodicidade estabe-
Art. 96. Os veículos classificam-se em: lecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia legal.
I - quanto à tração: Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar
a) automotor; com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total

Noções de Direito 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
combinado com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem veículos e determinará suas especificações técnicas.
ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade tratora. § 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório
Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso de pneus extralar- proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas
gos, definindo seus limites de peso. previstas neste Código.
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte § 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçado-
de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de peso e dimensões res de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos
estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com com os equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais
circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo, estabelecidos pelo CONTRAN.
válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas § 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do dispos-
necessárias. to neste artigo.
§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especifi- § 5o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo será
cará as características do veículo ou combinação de veículos e de carga, o progressivamente incorporada aos novos projetos de automóveis e dos
percurso, a data e o horário do deslocamento inicial. veículos deles derivados, fabricados, importados, montados ou encarroça-
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por dos, a partir do 1o (primeiro) ano após a definição pelo Contran das especi-
eventuais danos que o veículo ou a combinação de veículos causar à via ou ficações técnicas pertinentes e do respectivo cronograma de implantação e
a terceiros. a partir do 5o (quinto) ano, após esta definição, para os demais automóveis
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser zero quilômetro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles
concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização derivados. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
especial de trânsito, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de § 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo não
segurança consideradas necessárias. se aplica aos veículos destinados à exportação. (Incluído pela Lei nº
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quan- 11.910, de 2009)
do transitar, de modo a evitar o derramamento da carga sobre a via. Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento de segurança
de proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo com a sua especificado pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e registro,
natureza. certificado de segurança expedido por instituição técnica credenciada por
órgão ou entidade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo
Seção II CONTRAN.
Da Segurança dos Veículos Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas
requisitos e condições de segurança estabelecidos neste Código e em neste Código, às condições técnicas e aos requisitos de segurança, higiene
normas do CONTRAN. e conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçado- conceder a exploração dessa atividade.
res de veículos deverão emitir certificado de segurança, indispensável ao Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com
cadastramento no RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo CON- circunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário, o transporte de
TRAN. passageiros em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas as
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a periodici- condições de segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.
dade para que os fabricantes, os importadores, os montadores e os encar- Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a
roçadores comprovem o atendimento aos requisitos de segurança veicular, doze meses, prazo a partir do qual a autoridade pública responsável deverá
devendo, para isso, manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos implantar o serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em con-
testes e ensaios dos sistemas e componentes abrangidos pela legislação formidade com a legislação pertinente e com os dispositivos deste Código.
de segurança veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de seguran- Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao transporte
ça, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas medi- de passageiros só pode ser realizado de acordo com as normas estabeleci-
ante inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas das pelo CONTRAN.
pelo CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características
de gases poluentes e ruído. para competição ou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas
§ 1º (VETADO) com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e horário
§ 2º (VETADO) fixados.
§ 3º (VETADO) Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
§ 4º (VETADO) I - (VETADO)
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em
reprovados na inspeção de segurança e na de emissão de gases poluentes movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os
e ruído. lados.
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decora-
serem estabelecidos pelo CONTRAN: tivos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma
I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CON- de regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
TRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte de passageiros Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou
em percursos em que seja permitido viajar em pé; qualquer outra que possa desviar a atenção dos condutores em toda a
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de trans- extensão do pára-brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em
porte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso risco a segurança do trânsito.
bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, Art. 112.(Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo; Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e fabri-
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, cantes de veículos e autopeças são responsáveis civil e criminalmente por
segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN; danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes
IV - (VETADO) de falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e equipamen-
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e tos utilizados na sua fabricação.
de ruído, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN.
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, tra- Seção III
seira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo. Da Identificação do Veículo
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o con- Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres
dutor e o passageiro do banco dianteiro. (Incluído pela Lei nº 11.910, de gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes,
2009) conforme dispuser o CONTRAN.
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos § 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a
Noções de Direito 72 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
identificar o veículo, seu fabricante e as suas características, além do ano Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-
de fabricação, que não poderá ser alterado. reboque, deve ser registrado perante o órgão executivo de trânsito do
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia auto- Estado ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou residência de
rização da autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas seu proprietário, na forma da lei.
por estabelecimento por ela credenciado, mediante a comprovação de § 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
propriedade do veículo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive o somente registrarão veículos oficiais de propriedade da administração
ano de fabricação. direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas,
executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identi- do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo
ficação de seu veículo. será registrado, excetuando-se os veículos de representação e os previstos
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas no art. 116.
dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as § 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN. Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo de Veículo - CRV de acordo com os modelos e especificações estabeleci-
e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveita- dos pelo CONTRAN, contendo as características e condições de invulnera-
mento. bilidade à falsificação e à adulteração.
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional se- Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o ór-
rão usadas somente pelos veículos de representação pessoal do Presiden- gão executivo de trânsito consultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do
te e do Vice-Presidente da República, dos Presidentes do Senado Federal proprietário os seguintes documentos:
e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento
Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e equivalente expedido por autoridade competente;
do Procurador-Geral da República. II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores,
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Fe- quando se tratar de veículo importado por membro de missões diplomáti-
derais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, cas, de repartições consulares de carreira, de representações de organis-
dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, mos internacionais e de seus integrantes.
dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respec- Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro
tivo chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças de Veículo quando:
Armadas terão placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos I - for transferida a propriedade;
pelo CONTRAN. II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou arrastar maqui- III - for alterada qualquer característica do veículo;
naria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de constru- IV - houver mudança de categoria.
ção ou de pavimentação são sujeitos, desde que lhes seja facultado transi- § 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietá-
tar nas vias, ao registro e licenciamento da repartição competente, devendo rio adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do novo
receber numeração especial. Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico. casos as providências deverão ser imediatas.
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dian- § 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo
teira. Município, o proprietário comunicará o novo endereço num prazo de trinta
§ 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica e fundamen- dias e aguardará o novo licenciamento para alterar o Certificado de Licenci-
tada das respectivas corregedorias e com a devida comunicação aos amento Anual.
órgãos de trânsito competentes, os veículos utilizados por membros do § 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão execu-
Poder Judiciário e do Ministério Público que exerçam competência ou tivo de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM.
atribuição criminal poderão temporariamente ter placas especiais, de forma Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo
a impedir a identificação de seus usuários específicos, na forma de regula- serão exigidos os seguintes documentos:
mento a ser emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo Conse- II - Certificado de Licenciamento Anual;
lho Nacional de Trânsito - CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) III - comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso,
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distri- conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN;
to Federal, devidamente registrados e licenciados, somente quando estri- IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ru-
tamente usados em serviço reservado de caráter policial, poderão usar ído, quando houver adaptação ou alteração de características do veículo;
placas particulares, obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos
legislação que regulamenta o uso de veículo oficial. componentes e agregados adaptados ou montados no veículo, quando
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passa- houver alteração das características originais de fábrica;
geiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição indicativa de VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veí-
sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) culo da categoria de missões diplomáticas, de repartições consulares de
ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em carreira, de representações de organismos internacionais e de seus inte-
desacordo com sua classificação. grantes;
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no Muni-
CAPÍTULO X cípio do registro anterior, que poderá ser substituída por informação do
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL RENAVAM;
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, independente- VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos
mente de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os países com os quais e multas de trânsito vinculados ao veículo, independentemente da respon-
exista acordo ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições deste sabilidade pelas infrações cometidas;
Código, pelas convenções e acordos internacionais ratificados. IX -(Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98, quan-
comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou do houver alteração nas características originais do veículo que afetem a
definitiva de veículos. emissão de poluentes e ruído;
Parágrafo único. Os veículos licenciados no exterior não poderão sair XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e
do território nacional sem prévia quitação de débitos de multa por infrações ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do CONTRAN e do
de trânsito e o ressarcimento de danos que tiverem causado a bens do CONAMA.
patrimônio público, respeitado o princípio da reciprocidade. Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e
CAPÍTULO XI as características originais do veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:
DO REGISTRO DE VEÍCULOS I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de

Noções de Direito 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
veículo nacional; II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa e de segurança;
física; III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centíme-
III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica. tros de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM serão re- traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em
passadas ao órgão executivo de trânsito responsável pelo registro, devendo caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indica-
este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo registrado. das devem ser invertidas;
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou definitivamente IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e
desmontado, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabe- tempo;
lecidos pelo CONTRAN, sendo vedada a remontagem do veículo sobre o V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremida-
mesmo chassi, de forma a manter o registro anterior. des da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia extremidade superior da parte traseira;
seguradora ou do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
estes sucederem ao proprietário. VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa CONTRAN.
do registro após prévia consulta ao cadastro do RENAVAM. Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser afi-
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta comuni- xada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação
cada, de imediato, ao RENAVAM. permitida, sendo vedada a condução de escolares em número superior à
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo capacidade estabelecida pelo fabricante.
enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e ambientais, Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de escolares de-
vinculadas ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas ve satisfazer os seguintes requisitos:
infrações cometidas. I - ter idade superior a vinte e um anos;
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão huma- II - ser habilitado na categoria D;
na, dos ciclomotores e dos veículos de tração animal obedecerão à regula- III - (VETADO)
mentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou residência IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser re-
de seus proprietários. incidente em infrações médias durante os doze últimos meses;
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamenta-
CAPÍTULO XII ção do CONTRAN.
DO LICENCIAMENTO Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi- de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos, para o transporte
reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão de escolares.
executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver regis-
trado o veículo. CAPÍTULO XIII-A
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico. DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, du- (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
rante o exercício, o licenciamento de origem. Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte re-
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veícu- munerado de mercadorias – moto-frete – somente poderão circular nas vias
lo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e especifica- com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos
ções estabelecidos pelo CONTRAN. Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: (Incluído pela Lei nº
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro. 12.009, de 2009)
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados I – registro como veículo da categoria de aluguel; (Incluído pela Lei nº
os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, 12.009, de 2009)
vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do
infrações cometidas. veículo, destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua apro- tombamento, nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de
vação nas inspeções de segurança veicular e de controle de emissões de Trânsito – Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
gases poluentes e de ruído, conforme disposto no art. 104. III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão regulamentação do Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigató-
o Município de destino. rios e de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos ve- § 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de
ículos importados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto alfan- cargas deve estar de acordo com a regulamentação do Contran. (Incluído
degário e o Município de destino. pela Lei nº 12.009, de 2009)
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual. § 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, com exceção do
deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um gás de cozinha e de galões contendo água mineral, desde que com o
prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de auxílio de side-car, nos termos de regulamentação do Contran. (Incluído
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se pela Lei nº 12.009, de 2009)
responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reinci- Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência munici-
dências até a data da comunicação. pal ou estadual de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou para as atividades de moto-frete no âmbito de suas circunscrições. (Incluído
coletivo de passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer pela Lei nº 12.009, de 2009)
serviço remunerado, para registro, licenciamento e respectivo emplacamen-
to de característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo CAPÍTULO XIV
poder público concedente. DA HABILITAÇÃO
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será
CAPÍTULO XIII apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão,
escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:
órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, I - ser penalmente imputável;
exigindo-se, para tanto: II - saber ler e escrever;
I - registro como veículo de passageiros; III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.

Noções de Direito 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão ca- IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do
dastradas no RENACH. CONTRAN;
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à aprendiza- V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da catego-
gem para conduzir veículos automotores e elétricos e à autorização para ria para a qual estiver habilitando-se.
conduzir ciclomotores serão regulamentados pelo CONTRAN. § 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos exa-
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de minadores serão registrados no RENACH. (Renumerado do parágrafo
tração animal ficará a cargo dos Municípios. único, pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 2º (VETADO) § 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessen-
subordinado às condições estabelecidas em convenções e acordos interna- ta e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado.
cionais e às normas do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E, § 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica preliminar
obedecida a seguinte gradação: e complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os
com ou sem carro lateral; demais candidatos apenas no exame referente à primeira habilitação.
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela (Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001)
categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilo- § 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de pro-
gramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista; gressividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transpor- veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do
te de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogra- perito examinador. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
mas; § 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transpor- informação incluída na sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme
te de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do moto- especificações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela
rista; Lei nº 10.350, de 2001)
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unida- Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular, po-
de tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, derão ser aplicados por entidades públicas ou privadas credenciadas pelo
reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilo- órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo
gramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
lugares. (Redação dada pela Lei nº 12.452, de 2011) § 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado de direção defensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente
no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração relacionados com o trânsito.
grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os § 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com
últimos doze meses. validade de um ano.
§ 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo § 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no
automotor da espécie motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste término de um ano, desde que o mesmo não tenha cometido nenhuma
Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração
lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista. (Incluído média.
pela Lei nº 12.452, de 2011) § 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vis-
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de ve- ta a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo anterior, obriga
ículos com mais de uma unidade tracionada, independentemente da capa- o candidato a reiniciar todo o processo de habilitação.
cidade de tração ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei nº 12.452, § 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar
de 2011) os tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão de saúde expedido
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equi- pelas Forças Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, respec-
pamento automotor destinado à movimentação de cargas ou execução de tivamente, da prestação do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela
trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de pavimentação só Lei nº 9.602, de 1998)
podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias Art. 149. (VETADO)
C, D ou E. Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veícu- que não tenha curso de direção defensiva e primeiros socorros deverá a
lo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou eles ser submetido, conforme normatização do CONTRAN.
de produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos: Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados para
I - ser maior de vinte e um anos; operar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso de direção
II - estar habilitado: defensiva, primeiros socorros e outros conforme normatização do CON-
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na TRAN.
categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se trânsito ou de direção veicular, o candidato só poderá repetir o exame
na categoria E; depois de decorridos quinze dias da divulgação do resultado.
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser re- Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante uma co-
incidente em infrações médias durante os últimos doze meses; missão integrada por três membros designados pelo dirigente do órgão
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento executivo local de trânsito, para o período de um ano, permitida a recondu-
de prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do ção por mais um período de igual duração.
CONTRAN. § 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um mem-
Parágrafo único. A participação em curso especializado previsto no in- bro deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo
ciso IV independe da observância do disposto no inciso III. (Incluído pela candidato.
Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) § 2º Os militares das Forças Armadas e Auxiliares que possuírem curso
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá de formação de condutor, ministrado em suas corporações, serão dispen-
realizar exames complementares exigidos para habilitação na categoria sados, para a concessão da Carteira Nacional de Habilitação, dos exames
pretendida. a que se houverem submetido com aprovação naquele curso, desde que
Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames reali- neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
zados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte ordem: § 3º O militar interessado instruirá seu requerimento com ofício do Co-
I - de aptidão física e mental; mandante, Chefe ou Diretor da organização militar em que servir, do qual
II - (VETADO) constarão: o número do registro de identificação, naturalidade, nome,
III - escrito, sobre legislação de trânsito; filiação, idade e categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado de

Noções de Direito 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cópias das atas dos exames prestados. § 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser
§ 4º (VETADO) submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executi-
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação va estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
de seus instrutores e examinadores, que serão passíveis de punição con- § 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de
forme regulamentação a ser estabelecida pelo CONTRAN. trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e examina- sua aprovação nos exames realizados.
dores serão de advertência, suspensão e cancelamento da autorização CAPÍTULO XV
para o exercício da atividade, conforme a falta cometida. DAS INFRAÇÕES
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores serão iden- Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer pre-
tificados por uma faixa amarela, de vinte centímetros de largura, pintada ao ceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do
longo da carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrati-
preta. vas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para aprendiza- Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do
gem, quando autorizado para servir a esse fim, deverá ser afixada ao longo CONTRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas
de sua carroçaria, à meia altura, faixa branca removível, de vinte centíme- próprias resoluções.
tros de largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta. Art. 162. Dirigir veículo:
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Di-
realizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo de trânsito dos rigir:
Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou não à entidade credenciada. Infração - gravíssima;
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para aprendi- Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;
zagem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN, após aprovação II - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir cas-
nos exames de aptidão física, mental, de primeiros socorros e sobre legis- sada ou com suspensão do direito de dirigir:
lação de trânsito.(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Infração - gravíssima;
Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para presta- Penalidade - multa (cinco vezes) e apreensão do veículo;
ção de serviço pelas auto-escolas e outras entidades destinadas à forma- III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de
ção de condutores e às exigências necessárias para o exercício das ativi- categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo:
dades de instrutor e examinador. Infração - gravíssima;
Art. 157. (VETADO) Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei nº 12.217, de Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação;
2010) Vigência IV - (VETADO)
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais
trânsito; de trinta dias:
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado. Infração - gravíssima;
§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendiza- Penalidade - multa;
gem poderá conduzir apenas mais um acompanhante. (Renumerado do Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilita-
parágrafo único pela Lei nº 12.217, de 2010). ção e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
§ 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada durante a VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição,
noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga horária mínima correspon- de prótese física ou as adaptações do veículo impostas por ocasião da
dente. (Incluído pela Lei nº 12.217, de 2010). concessão ou da renovação da licença para conduzir:
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único Infração - gravíssima;
e de acordo com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré- Penalidade - multa;
requisitos estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irre-
CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade gularidade ou apresentação de condutor habilitado.
em todo o território nacional. Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previs-
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Na- tas no artigo anterior:
cional de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo. Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
§ 2º (VETADO) Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anteri-
regulamentada pelo CONTRAN. or.
§ 4º (VETADO) Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir so- art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a conduzi-lo na via:
mente terão validade para a condução de veículo quando apresentada em Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
original. Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.
da autoridade expedidora serão registradas no RENACH. Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra subs-
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, a- tância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº
gregando-se neste todas as informações. 11.705, de 2008)
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
emissão de uma nova via somente será realizada após quitação de débitos Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
constantes do prontuário do condutor. (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 9º (VETADO) Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada tenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no
ao prazo de vigência do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro.
nº 9.602, de 1998) (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Có- Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
digo anterior, será substituída por ocasião do vencimento do prazo para de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei
revalidação do exame de aptidão física e mental, ressalvados os casos nº 12.760, de 2012)
especiais previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mes-
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser sub- mo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições
metido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as de dirigi-lo com segurança:
normas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do reconheci- Infração - gravíssima;
mento da prescrição, em face da pena concretizada na sentença. Penalidade - multa.

Noções de Direito 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de seguran- tar providências para remover o veículo do local, quando necessária tal
ça, conforme previsto no art. 65: medida para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública,
infrator. salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância veículo esteja devidamente sinalizado:
das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código: I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade se- Medida administrativa - remoção do veículo;
ja sanada. II - nas demais vias:
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à se- Infração - leve;
gurança: Penalidade - multa.
Infração - leve; Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:
Penalidade - multa. Infração - média;
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a Penalidade - multa;
via pública, ou os demais veículos: Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - gravíssima; Art. 181. Estacionar o veículo:
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do docu- da via transversal:
mento de habilitação. Infração - média;
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veícu- Penalidade - multa;
los, água ou detritos: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média; II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquenta centímetros a
Penalidade - multa. um metro:
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias: Infração - leve;
Infração - média; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 173. Disputar corrida por espírito de emulação: III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa (três vezes), suspensão do direito de dirigir e apre- Penalidade - multa;
ensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:
remoção do veículo. Infração - média;
Art. 174. Promover, na via, competição esportiva, eventos organizados, Penalidade - multa;
exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles Medida administrativa - remoção do veículo;
participar, como condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trân-
circunscrição sobre a via: sito rápido e das vias dotadas de acostamento:
Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes), suspensão do direito de dirigir e a- Penalidade - multa;
preensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas
remoção do veículo. de poços de visita de galerias subterrâneas, desde que devidamente identi-
Parágrafo único. As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos ficados, conforme especificação do CONTRAN:
condutores participantes. Infração - média;
Art. 175. Utilizar-se de veículo para, em via pública, demonstrar ou exi- Penalidade - multa;
bir manobra perigosa, arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com Medida administrativa - remoção do veículo;
deslizamento ou arrastamento de pneus: VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
Infração - gravíssima; Infração - leve;
Penalidade - multa, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veí- Penalidade - multa;
culo; Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou
remoção do veículo. ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros cen-
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima: trais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo; jardim público:
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo Infração - grave;
para o trânsito no local; Penalidade - multa;
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da Medida administrativa - remoção do veículo;
perícia; IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à en-
IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando de- trada ou saída de veículos:
terminadas por policial ou agente da autoridade de trânsito; Infração - média;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias Penalidade - multa;
à confecção do boletim de ocorrência: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - gravíssima; X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir; Infração - média;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação. Penalidade - multa;
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de Medida administrativa - remoção do veículo;
trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes: XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de ado- Medida administrativa - remoção do veículo;

Noções de Direito 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veí- VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
culos e pedestres: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; IX - na contramão de direção:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;
XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de em- Penalidade - multa;
barque ou desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na X - em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa
inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros - Proibido Parar):
antes e depois do marco do ponto: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de si-
Medida administrativa - remoção do veículo; nal luminoso:
XIV - nos viadutos, pontes e túneis: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 184. Transitar com o veículo:
Medida administrativa - remoção do veículo; I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação ex-
XV - na contramão de direção: clusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso a imóveis
Infração - média; lindeiros ou conversões à direita:
Penalidade - multa; Infração - leve;
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem cal- Penalidade - multa;
ço de segurança, quando se tratar de veículo com peso bruto total superior II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação
a três mil e quinhentos quilogramas: exclusiva para determinado tipo de veículo:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo; Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-
XVII - em desacordo com as condições regulamentadas especificamen- lo:
te pela sinalização (placa - Estacionamento Regulamentado): I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto
Infração - leve; em situações de emergência;
Penalidade - multa; II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização Penalidade - multa.
(placa - Proibido Estacionar): Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
Infração - média; I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro
Penalidade - multa; veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a preferência do veícu-
Medida administrativa - remoção do veículo; lo que transitar em sentido contrário:
XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela Infração - grave;
sinalização (placa - Proibido Parar e Estacionar): Penalidade - multa;
Infração - grave; II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único de circu-
Penalidade - multa; lação:
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - gravíssima;
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará Penalidade - multa.
a penalidade preferencialmente após a remoção do veículo. Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamen-
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de tação estabelecida pela autoridade competente:
segurança na via. I - para todos os tipos de veículos:
Art. 182. Parar o veículo: Infração - média;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento Penalidade - multa;
da via transversal: Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou pertur-
Infração - média; bando o trânsito:
Penalidade - multa; Infração - média;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquenta centímetros a Penalidade - multa.
um metro: Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedo-
Infração - leve; res, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscali-
Penalidade - multa; zação de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro: devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme
Infração - média; sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Penalidade - multa; Infração - gravíssima;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código: Penalidade - multa.
Infração - leve; Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prio-
Penalidade - multa; ridade de passagem devidamente identificada por dispositivos regulamenta-
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trân- res de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
sito rápido e das demais vias dotadas de acostamento: Infração - grave;
Infração - grave; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refú- opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao realizar opera-
gios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e marcas de ção de ultrapassagem:
canalização: Infração - gravíssima;
Infração - leve; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal en-
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veí- tre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista,
culos e pedestres: considerando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do
Infração - média; local da circulação e do veículo:
Penalidade - multa; Infração - grave;

Noções de Direito 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Penalidade - multa. e nas de veículos não motorizados;
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via trans-
ciclovias, ciclo faixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e versal;
divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em lo-
gramados e jardins públicos: cais permitidos:
Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes). Penalidade - multa.
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pe- Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em
quenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança: locais proibidos pela sinalização:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obriga-
de trânsito ou de seus agentes: tória:
Infração - grave; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regula- Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sinali-
mentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o início da mar- zação ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à
cha, a realização da manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou pesagem de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do pedá-
de faixa de circulação: gio:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão de direção, Infração - gravíssima;
quando for manobrar para um desses lados: Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de di-
Infração - média; rigir;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do docu-
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado: mento de habilitação.
Infração - média; Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal lumi-
Penalidade - multa. noso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente esti- exceção dos veículos não motorizados:
ver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda: Infração - grave;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de Infração - gravíssima;
escolares, parado para embarque ou desembarque de passageiros, salvo Penalidade - multa.
quando houver refúgio de segurança para o pedestre: Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for
Infração - gravíssima; interceptada:
Penalidade - multa. I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta outros:
centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta: Infração - gravíssima;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: outros:
I - pelo acostamento; Infração - grave;
II - em interseções e passagens de nível; Penalidade - multa.
Infração - grave; Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo
Penalidade - multa. não motorizado:
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo: I - que se encontre na faixa a ele destinada;
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente; II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde
II - nas faixas de pedestre; para o veículo;
III - nas pontes, viadutos ou túneis; III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruza- Infração - gravíssima;
mentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação; Penalidade - multa.
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opos- IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinaliza-
tos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela: ção a ele destinada;
Infração - gravíssima; V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veí-
Penalidade - multa. culo:
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para a- Infração - grave;
guardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não Penalidade - multa.
houver local apropriado para operação de retorno: Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
Infração - grave; I - em interseção não sinalizada:
Penalidade - multa. a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, présti- b) a veículo que vier da direita;
to, desfile e formações militares, salvo com autorização da autoridade de II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a Prefe-
trânsito ou de seus agentes: rência:
Infração - leve; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 206. Executar operação de retorno: Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente
I - em locais proibidos pela sinalização; posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a segurança de
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis; pedestres e de outros veículos:
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou Infração - média;
canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres Penalidade - multa.

Noções de Direito 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar prefe- Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta
rência de passagem a pedestres e a outros veículos: de forma a perturbar a visão de outro condutor:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de
trânsito rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei nº iluminação pública:
11.334, de 2006) Infração - leve;
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por Penalidade - multa.
cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais con-
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) dutores e, à noite, não manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) a providências necessárias para tornar visível o local, quando:
II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no
por cento) até 50% (cinquenta por cento): (Redação dada pela Lei nº acostamento;
11.334, de 2006) II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imedia-
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) tamente:
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Infração - grave;
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cin- Penalidade - multa.
quenta por cento): (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006) Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utiliza-
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006) do para sinalização temporária da via:
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de di- Infração - média;
rigir e apreensão do documento de habilitação. (Incluído pela Lei nº 11.334, Penalidade - multa.
de 2006) Art. 227. Usar buzina:
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da I - em situação que não a de simples toque breve como advertência ao
velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o pedestre ou a condutores de outros veículos;
trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
permitam, salvo se estiver na faixa da direita: III - entre as vinte e duas e as seis horas;
Infração - média; IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
Penalidade - multa. V - em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas pelo
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível CONTRAN:
com a segurança do trânsito: Infração - leve;
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, présti- Penalidade - multa.
tos e desfiles: Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou fre-
Infração - gravíssima; quência que não sejam autorizados pelo CONTRAN:
Penalidade - multa; Infração - grave;
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da Penalidade - multa;
autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou gestos; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento; Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada; produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada; normas fixadas pelo CONTRAN:
VI - nos trechos em curva de pequeno raio; Infração - média;
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras Penalidade - multa e apreensão do veículo;
ou trabalhadores na pista; Medida administrativa - remoção do veículo.
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes; Art. 230. Conduzir o veículo:
IX - quando houver má visibilidade; I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro
X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou ava- elemento de identificação do veículo violado ou falsificado;
riado; II - transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por
XI - à aproximação de animais na pista; motivo de força maior, com permissão da autoridade competente e na
XII - em declive; forma estabelecida pelo CONTRAN;
XIII - ao ultrapassar ciclista: III - com dispositivo antirradar;
Infração - grave; IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Penalidade - multa; V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de
desembarque de passageiros ou onde haja intensa movimentação de legibilidade e visibilidade:
pedestres: Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com VII - com a cor ou característica alterada;
as especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN: VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando
Infração - média; obrigatória;
Penalidade - multa; IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inope-
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apre- rante;
ensão das placas irregulares. X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pe-
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona, lo CONTRAN;
distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros, placas de identifica- XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso,
ção não autorizadas pela regulamentação. deficiente ou inoperante;
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de XII - com equipamento ou acessório proibido;
emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização al-
polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e terados;
das ambulâncias, ainda que parados: XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo vi-
Infração - média; ciado ou defeituoso, quando houver exigência desse aparelho;
Penalidade - multa. XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publici-

Noções de Direito 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tário afixados ou pintados no para-brisa e em toda a extensão da parte Penalidade - multa;
traseira do veículo, excetuadas as hipóteses previstas neste Código; Medida administrativa - retenção do veículo;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas IX - desligado ou desengrenado, em declive:
ou não, painéis decorativos ou pinturas; Infração - média;
XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legis- Penalidade - multa;
lação; Medida administrativa - retenção do veículo;
XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, X - excedendo a capacidade máxima de tração:
ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o ex-
poluentes e ruído, prevista no art. 104; cesso de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser regulamen-
XIX - sem acionar o limpador de para-brisa sob chuva: tada pelo CONTRAN;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga ex-
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização; cedente.
XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na forma Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X,
estabelecida no art. 136: o veículo que transitar com excesso de peso ou excedendo à capacidade
Infração - grave; máxima de tração, não computado o percentual tolerado na forma do
Penalidade - multa e apreensão do veículo; disposto na legislação, somente poderá continuar viagem após descarregar
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições pre- o que exceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação
vistas neste Código; complementar.
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório re-
lâmpadas queimadas: feridos neste Código:
Infração - média; Infração - leve;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-A, re- Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do do-
lativamente ao tempo de permanência do condutor ao volante e aos interva- cumento.
los para descanso, quando se tratar de veículo de transporte de carga ou Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias,
de passageiros: (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art.
Infração - grave; (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) 123:
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Infração - grave;
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tem- Penalidade - multa;
po de descanso aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identifi-
Art. 231. Transitar com o veículo: cação do veículo:
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; Infração - gravíssima;
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: Penalidade - multa e apreensão do veículo;
a) carga que esteja transportando; Medida administrativa - remoção do veículo.
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando; Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente: veículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização; Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.
III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em
fixados pelo CONTRAN; casos de emergência:
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites esta- Infração - média;
belecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização: Penalidade - multa.
Infração - grave; Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações,
Penalidade - multa; e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua identificação,
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização; quando exigidas pela legislação:
V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando a- Infração - grave;
ferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN: Penalidade - multa;
Infração - média; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus a-
de excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela: gentes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de registro, de
a) até seiscentos quilogramas - 5 (cinco) UFIR; licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua
b) de seiscentos e um a oitocentos quilogramas - 10 (dez) UFIR; autenticidade:
c) de oitocentos e um a um mil quilogramas - 20 (vinte) UFIR; Infração - gravíssima;
d) de um mil e um a três mil quilogramas - 30 (trinta) UFIR; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
e) de três mil e um a cinco mil quilogramas - 40 (quarenta) UFIR; Medida administrativa - remoção do veículo.
f) acima de cinco mil e um quilogramas - 50 (cinquenta) UFIR; Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regularização,
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga ex- sem permissão da autoridade competente ou de seus agentes:
cedente; Infração - gravíssima;
VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela autorida- Penalidade - multa e apreensão do veículo;
de competente para transitar com dimensões excedentes, ou quando a Medida administrativa - remoção do veículo.
mesma estiver vencida: Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veí-
Infração - grave; culo irrecuperável ou definitivamente desmontado:
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
VII - com lotação excedente; Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando Certificado de Licenciamento Anual.
não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com per- Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de
missão da autoridade competente: habilitação do condutor:
Infração - média; Infração - leve;

Noções de Direito 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Penalidade - multa. Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, li- única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal,
cenciamento ou habilitação: sempre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
Infração - gravíssima; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executi- Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de passagei-
vo de trânsito competente a ocorrência de perda total do veículo e de lhe ros carga excedente em desacordo com o estabelecido no art. 109:
devolver as respectivas placas e documentos: Infração - grave;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção para o transbordo.
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos. Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quan-
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: do o veículo estiver parado, para fins de embarque ou desembarque de
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção passageiros e carga ou descarga de mercadorias:
e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Infração - média;
CONTRAN; Penalidade - multa.
II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado I - deixar de manter acesa a luz baixa:
atrás do condutor ou em carro lateral; a) durante a noite;
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda; b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública;
IV - com os faróis apagados; c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de
V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas passageiros, circulando em faixas ou pistas a eles destinadas;
circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança: d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
Infração - gravíssima; II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; forte, neblina ou cerração;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação; III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
VI - rebocando outro veículo; Infração - média;
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente Penalidade - multa.
para indicação de manobras; Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;
em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta Lei; (Redação II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:
dada pela Lei nº 12.2009, de 2009) a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas que regem a b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência, uti-
atividade profissional dos moto taxistas: (Incluído pela Lei nº 12.2009, de lizando pisca-alerta;
2009) c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009) pisca-alerta:
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009) Infração - média;
Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização. (In- Penalidade - multa.
cluído pela Lei nº 12.2009, de 2009) Art. 252. Dirigir o veículo:
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de: I - com o braço do lado de fora;
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre
destinado; os braços e pernas;
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver III - com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a
acostamento ou faixas de rolamento próprias; segurança do trânsito;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a u-
de cuidar de sua própria segurança. tilização dos pedais;
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo an- V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regu-
terior: lamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos
Infração - média; e acessórios do veículo;
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se a- VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem so-
plica às motocicletas e motonetas que tracionem semirreboques especial- nora ou de telefone celular;
mente projetados para esse fim e devidamente homologados pelo órgão Infração - média;
competente.(Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002) Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equi- Infração - gravíssima;
pamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com circuns- Penalidade - multa e apreensão do veículo;
crição sobre a via: Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - grave; Art. 254. É proibido ao pedestre:
Penalidade - multa; I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material. onde for permitido;
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidirão so- II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo
bre a pessoa física ou jurídica responsável. onde exista permissão;
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à se- III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando
gurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terrestre como na houver sinalização para esse fim;
calçada, ou obstaculizar a via indevidamente: IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito,
Infração - gravíssima; ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autori- em casos especiais e com a devida licença da autoridade competente;
dade de trânsito, conforme o risco à segurança. V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subter-
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica rânea;
responsável pela obstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
a via providenciar a sinalização de emergência, às expensas do responsá- Infração - leve;
vel, ou, se possível, promover a desobstrução. Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento) do valor da infração

Noções de Direito 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de natureza leve. dente a 80 (oitenta) UFIR;
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a cir- IV - infração de natureza leve, punida com multa de valor correspon-
culação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no dente a 50 (cinquenta) UFIR.
parágrafo único do art. 59: § 1º Os valores das multas serão corrigidos no primeiro dia útil de cada
Infração - média; mês pela variação da UFIR ou outro índice legal de correção dos débitos
Penalidade - multa; fiscais.
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o § 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador ou índice
pagamento da multa. adicional específico é o previsto neste Código.
CAPÍTULO XVI § 3º (VETADO)
DAS PENALIDADES § 4º (VETADO)
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabe- Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes nú-
lecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às meros de pontos:
infrações nele previstas, as seguintes penalidades: I - gravíssima - sete pontos;
I - advertência por escrito; II - grave - cinco pontos;
II - multa; III - média - quatro pontos;
III - suspensão do direito de dirigir; IV - leve - três pontos.
IV - apreensão do veículo; § 1º (VETADO)
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação; § 2º (VETADO)
VI - cassação da Permissão para Dirigir; § 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem. Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou enti-
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as dade de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infra-
punições originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, ção, de acordo com a competência estabelecida neste Código.
conforme disposições de lei. § 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Fede-
§ 2º (VETADO) ração diversa da do licenciamento do veículo serão arrecadadas e compen-
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou enti- sadas na forma estabelecida pelo CONTRAN.
dades executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e § 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Fede-
habilitação do condutor. ração diversa daquela do licenciamento do veículo poderão ser comunica-
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário das ao órgão ou entidade responsável pelo seu licenciamento, que provi-
do veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os casos de descum- denciará a notificação.
primento de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas § 3º (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
expressamente mencionados neste Código. § 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior,
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas conco- em trânsito no território nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes
mitantemente as penalidades de que trata este Código toda vez que houver de sua saída do País, respeitado o princípio de reciprocidade.
responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será aplicada,
observar, respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for nos casos previstos neste Código, pelo prazo mínimo de um mês até o
atribuída. máximo de um ano e, no caso de reincidência no período de doze meses,
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração re- pelo prazo mínimo de seis meses até o máximo de dois anos, segundo
ferente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condi- critérios estabelecidos pelo CONTRAN.
ções exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e § 1o Além dos casos previstos em outros artigos deste Código e exce-
inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilita- tuados aqueles especificados no art. 263, a suspensão do direito de dirigir
ção legal e compatível de seus condutores, quando esta for exigida, e será aplicada quando o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a
outras disposições que deva observar. contagem de 20 (vinte) pontos, conforme pontuação indicada no art. 259.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorren- (Redação dada pela Lei nº 12.547, de 2011)
tes de atos praticados na direção do veículo. § 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira Nacio-
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte nal de Habilitação será devolvida a seu titular imediatamente após cumprida
de carga com excesso de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando a penalidade e o curso de reciclagem.
simultaneamente for o único remetente da carga e o peso declarado na § 3o A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir eli-
nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido. mina os 20 (vinte) pontos computados para fins de contagem subsequente.
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao transpor- (Incluído pela Lei nº 12.547, de 2011)
te de carga com excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente § 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
de mais de um embarcador ultrapassar o peso bruto total. Art. 262. O veículo apreendido em decorrência de penalidade aplicada
§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis será recolhido ao depósito e nele permanecerá sob custódia e responsabili-
pela infração relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado dade do órgão ou entidade apreendedora, com ônus para o seu proprietá-
na nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal. rio, pelo prazo de até trinta dias, conforme critério a ser estabelecido pelo
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o proprietário do ve- CONTRAN.
ículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, para apre- § 1º No caso de infração em que seja aplicável a penalidade de apre-
sentá-lo, na forma em que dispuser o CONTRAN, ao fim do qual, não o ensão do veículo, o agente de trânsito deverá, desde logo, adotar a medida
fazendo, será considerado responsável pela infração. administrativa de recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual.
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identifi- § 2º A restituição dos veículos apreendidos só ocorrerá mediante o
cação do infrator e sendo o veículo de propriedade de pessoa jurídica, será prévio pagamento das multas impostas, taxas e despesas com remoção e
lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela estada, além de outros encargos previstos na legislação específica.
infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de infrações § 3º A retirada dos veículos apreendidos é condicionada, ainda, ao re-
iguais cometidas no período de doze meses. paro de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não esteja
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no em perfeito estado de funcionamento.
§ 3º do art. 258 e no art. 259. § 4º Se o reparo referido no parágrafo anterior demandar providência
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo que não possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela
com sua gravidade, em quatro categorias: apreensão liberará o veículo para reparo, mediante autorização, assinando
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa de valor corres- prazo para a sua reapresentação e vistoria.
pondente a 180 (cento e oitenta) UFIR; § 5o O recolhimento ao depósito, bem como a sua manutenção, ocor-
II - infração de natureza grave, punida com multa de valor correspon- rerá por serviço público executado diretamente ou contratado por licitação
dente a 120 (cento e vinte) UFIR; pública pelo critério de menor preço. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
III - infração de natureza média, punida com multa de valor correspon- Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:

Noções de Direito 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer ve- § 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto
ículo; nos arts. 271 e 328, no que couber.
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Códi-
previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175; go.
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o
disposto no art. 160. veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expe- § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo
dição do documento de habilitação, a autoridade expedidora promoverá o poderá ser retirado por condutor regularmente habilitado, mediante recolhi-
seu cancelamento. mento do Certificado de Licenciamento Anual, contra recibo, assinalando-se
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de Habili- ao condutor prazo para sua regularização, para o que se considerará,
tação, o infrator poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos desde logo, notificado.
os exames necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo CON- § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor
TRAN. no órgão ou entidade aplicadores das medidas administrativas, tão logo o
Art. 264. (VETADO) veículo seja apresentado à autoridade devidamente regularizado.
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassa- § 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o
ção do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamenta- veículo será recolhido ao depósito, aplicando-se neste caso o disposto nos
da da autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, parágrafos do art. 262.
assegurado ao infrator amplo direito de defesa. § 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais in- tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veícu-
frações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as respectivas penalida- lo transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condi-
des. ções de segurança para circulação em via pública.
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código,
infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, com circunscri-
sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, ção sobre a via.
quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta Parágrafo único. A restituição dos veículos removidos só ocorrerá me-
providência como mais educativa. diante o pagamento das multas, taxas e despesas com remoção e estada,
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do além de outros encargos previstos na legislação específica.
valor da multa prevista no § 3º do art. 258, imposta por infração posterior- Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Per-
mente cometida. missão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres, po- neste Código, quando houver suspeita de sua inautenticidade ou adultera-
dendo a multa ser transformada na participação do infrator em cursos de ção.
segurança viária, a critério da autoridade de trânsito. Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma es- recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
tabelecida pelo CONTRAN: I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação; II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo
II - quando suspenso do direito de dirigir; de trinta dias.
III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuí- Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-
do, independentemente de processo judicial; á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito; I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
em risco a segurança do trânsito; III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser
VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN. sanada no local.
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição para
CAPÍTULO XVII que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às expensas do
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das com- Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao disposto
petências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo liberado após
adotar as seguintes medidas administrativas: sanada a irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.
I - retenção do veículo; Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por li-
II - remoção do veículo; tro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância
V - recolhimento do Certificado de Registro; quando a infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual; a legislação metrológica. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
VII - (VETADO) Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de
VIII - transbordo do excesso de carga; trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de subs- teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos
tância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica; ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influên-
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na fai- cia de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.
xa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
após o pagamento de multas e encargos devidos. § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de § 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada
prática de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluído pela Lei nº mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma
9.602, de 1998) disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produ-
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrati- ção de quaisquer outras provas em direito admitidas. (Redação dada pela
vas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes Lei nº 12.760, de 2012)
terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da § 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabe-
pessoa. lecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a a- a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluído
plicação das penalidades impostas por infrações estabelecidas neste pela Lei nº 11.705, de 2008)
Código, possuindo caráter complementar a estas. Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis,
e a Permissão para Dirigir.
Noções de Direito 84 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
será aplicada a penalidade prevista no art. 209, além da obrigação de número de UFIR fixado no art. 258.
retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória. Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a auto-
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, a apre- ridade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá
ensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplicando-se, além das julgá-lo em até trinta dias.
penalidades em que incorre, as estabelecidas no art. 210. § 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipa- § 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão
do com registrador instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito julgador, dentro dos dez dias úteis subsequentes à sua apresentação, e, se
oficial encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou o entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamen-
unidade armazenadora do registro. to.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do
CAPÍTULO XVIII prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício,
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ou por solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
Seção I Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto
Da Autuação no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor.
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar- § 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido
se-á auto de infração, do qual constará: no parágrafo único do art. 284.
I - tipificação da infração; § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se jul-
II - local, data e hora do cometimento da infração; gada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga,
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espé- atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.
cie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação; Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível; licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autu- ou entidade de trânsito da residência ou domicílio do infrator.
ador ou equipamento que comprovar a infração; Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como no- remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado
tificação do cometimento da infração. das cópias dos prontuários necessários ao julgamento.
§ 1º (VETADO) Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da
ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por notificação da decisão.
equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecno- § 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo
logicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN. responsável pela infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito impôs a penalidade.
relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no pra-
dados a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para zo de trinta dias:
o procedimento previsto no artigo seguinte. I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsi-
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto to da União:
de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses,
policial militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a cassação do documento de habilitação ou penalidade por infrações gravís-
via no âmbito de sua competência. simas, pelo CONTRAN;
Seção II b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordena-
Do Julgamento das Autuações e Penalidades dor-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabele- mais um Presidente de Junta;
cida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito
auto de infração e aplicará a penalidade cabível. estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDI-
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro jul- FE, respectivamente.
gado insubsistente: Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver ape-
I - se considerado inconsistente ou irregular; nas uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios membros.
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação Art. 290. A apreciação do recurso previsto no art. 288 encerra a instân-
da autuação. (Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998) cia administrativa de julgamento de infrações e penalidades.
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietá- Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos
rio do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio termos deste Código serão cadastradas no RENACH.
tecnológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade. CAPÍTULO XIX
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprie- DOS CRIMES DE TRÂNSITO
tário do veículo será considerada válida para todos os efeitos.
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições Seção I
consulares de carreira e de representações de organismos internacionais e Disposições Gerais
de seus integrantes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores,
para as providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa. previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exce- Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso,
ção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
ao proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento. § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o dis-
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para a- posto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,
presentação de recurso pelo responsável pela infração, que não será exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
inferior a trinta dias contados da data da notificação da penalidade. (Incluí- 11.705, de 2008)
do pela Lei nº 9.602, de 1998) I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
anterior será a data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição au-
9.602, de 1998) tomobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
Art. 283. (VETADO) veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do pela Lei nº 11.705, de 2008)
vencimento expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor. III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da multa no prazo esta- em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705,
belecido, seu valor será atualizado à data do pagamento, pelo mesmo de 2008)

Noções de Direito 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaura- I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
do inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
nº 11.705, de 2008) III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pes-
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a ha- soal, à vítima do acidente;
bilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veí-
principal, isolada ou cumulativamente com outras penalidades. culo de transporte de passageiros.
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)
permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automo-
dois meses a cinco anos. tor:
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intima- Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição
do a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permis- qualquer das hipóteses do parágrafo único do artigo anterior.
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de pres-
sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabele- tar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por
cimento prisional. justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida constituir elemento de crime mais grave.
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda medi- Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
ante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate
suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
ou a proibição de sua obtenção. Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fu-
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida gir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alte-
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de rada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
se obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autori- determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
dade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou
de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residen- proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
te. automotor.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Có- § 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído
digo, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação pela Lei nº 12.760, de 2012)
para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de
cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveo-
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, lar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração
quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
sempre que houver prejuízo material resultante do crime. § 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou
demonstrado no processo. outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contra-
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Códi- prova. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
go Penal. § 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será de alcoolemia para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.
descontado. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou
crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco Código:
de grave dano patrimonial a terceiros; Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposi-
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; ção adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
diferente da do veículo; ou a Carteira de Habilitação.
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
o transporte de passageiros ou de carga; corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autori-
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos dade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública
ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de ou privada:
acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou
fabricante; proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada automotor.
a pedestres. Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Per-
Art. 299. (VETADO) missão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
Art. 300. (VETADO) gerando perigo de dano:
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a
fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
Seção II suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou
Dos Crimes em Espécie por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas
Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque
automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação

Noções de Direito 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: para exercerem suas atividades, deverão apresentar, previamente, certidão
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. negativa do registro de distribuição criminal relativamente aos crimes de
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada cinco
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, anos, junto ao órgão responsável pela respectiva concessão ou autoriza-
inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de ção.
pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recupe-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. ração de veículos e os que comprem, vendam ou desmontem veículos,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não inici- usados ou não, são obrigados a possuir livros de registro de seu movimento
ados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o de entrada e saída e de uso de placas de experiência, conforme modelos
processo aos quais se refere. aprovados e rubricados pelos órgãos de trânsito.
§ 1º Os livros indicarão:
CAPÍTULO XX I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos membros do III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;
CONTRAN no prazo de sessenta dias da publicação deste Código. IV - nome, endereço e identidade do comprador;
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir V - características do veículo constantes do seu certificado de registro;
da publicação deste Código para expedir as resoluções necessárias à sua VI - número da placa de experiência.
melhor execução, bem como revisar todas as resoluções anteriores à sua § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente e serão
publicação, dando prioridade àquelas que visam a diminuir o número de encadernados ou em folhas soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão
acidentes e a assegurar a proteção de pedestres. termo de abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e rubricados
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até a data de pela repartição de trânsito, enquanto, no segundo, todas as folhas serão
publicação deste Código, continuam em vigor naquilo em que não conflitem autenticadas pela repartição de trânsito.
com ele. § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos referidos
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta neste artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se verificarem assinala-
do CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta dias contado da das, inclusive, as horas a elas correspondentes, podendo os veículos
publicação, estabelecer o currículo com conteúdo programático relativo à irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos para
segurança e à educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste sua completa regularização.
Código. § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão acesso
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do parágrafo único aos livros sempre que o solicitarem, não podendo, entretanto, retirá-los do
do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e quarenta dias contados da estabelecimento.
publicação desta Lei. § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao realizá-lo e
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo de até a recusa de sua exibição serão punidas com a multa prevista para as
um ano para a adaptação dos veículos de condução de escolares e de infrações gravíssimas, independente das demais cominações legais cabí-
aprendizagem às normas do inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamen- veis.
te. Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passarão a inte-
Art. 318. (VETADO) grar os colegiados destinados ao julgamento dos recursos administrativos
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo CONTRAN, previstos na Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos
continua em vigor o disposto no art. 92 do Regulamento do Código Nacio- recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
nal de Trânsito - Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968. Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito Trânsito proporcionarão aos membros do CONTRAN, CETRAN e CON-
será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de TRANDIFE, em serviço, todas as facilidades para o cumprimento de sua
campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. missão, fornecendo-lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes
Parágrafo único. O percentual de cinco por cento do valor das multas inspecionar a execução de quaisquer serviços e deverão atender pronta-
de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo mente suas requisições.
de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito. Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias após a
Art. 321. (VETADO) nomeação de seus membros, as disposições previstas nos arts. 91 e 92,
Art. 322. (VETADO) que terão de ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de e executivos rodoviários para exercerem suas competências.
aferição de peso de veículos, estabelecendo percentuais de tolerância, § 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo de um
sendo durante este período suspensa a vigência das penalidades previstas ano, após a edição das normas, para se adequarem às novas disposições
no inciso V do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por duzen- estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo.
tos quilogramas ou fração de excesso. § 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exercerão as
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este artigo, competências previstas neste Código em cumprimento às exigências
até a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles estabelecidos pela Lei nº estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo, acompa-
7.408, de 25 de novembro de 1985. nhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou
Art. 324. (VETADO) CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União,
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por cinco anos os do- passando a integrar o Sistema Nacional de Trânsito.
cumentos relativos à habilitação de condutores e ao registro e licenciamen- Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologa-
to de veículos, podendo ser microfilmados ou armazenados em meio mag- das pelo órgão ou entidade competente no prazo de um ano, a partir da
nético ou óptico para todos os efeitos legais. publicação deste Código, devendo ser retiradas em caso contrário.
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmen- Art. 335. (VETADO)
te no período compreendido entre 18 e 25 de setembro. Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente poderão ser fa- aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta dias da
bricados e licenciados veículos que obedeçam aos limites de peso e di- publicação desta Lei, após a manifestação da Câmara Temática de Enge-
mensões fixados na forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser nharia, de Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.
regulamentados pelo CONTRAN. Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e
Parágrafo único. (VETADO) Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
Art. 328. Os veículos apreendidos ou removidos a qualquer título e os Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabrican-
animais não reclamados por seus proprietários, dentro do prazo de noventa tes, ao comerciarem veículos automotores de qualquer categoria e ciclos,
dias, serão levados à hasta pública, deduzindo-se, do valor arrecadado, o são obrigados a fornecer, no ato da comercialização do respectivo veículo,
montante da dívida relativa a multas, tributos e encargos legais, e o restan- manual contendo normas de circulação, infrações, penalidades, direção
te, se houver, depositado à conta do ex-proprietário, na forma da lei. defensiva, primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135 e 136,
Noções de Direito 87 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no soas.
valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.
cinquenta e quatro reais), em favor do ministério ou órgão a que couber a CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação ex-
coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as clusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica.
despesas decorrentes da implantação deste Código. CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a data de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cinquenta centímetros
sua publicação. cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de setembro de não exceda a cinquenta quilômetros por hora.
1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de 10 de novembro de 1972, CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fi-
6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro de 1975, sicamente do tráfego comum.
6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de 1979, 7.031, CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita, de mu-
de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de 1982, 8.102, de dança da direção original do veículo.
10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei nº 237, de 28 CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.
de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a fun-
912, de 2 de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988. ção específica de proporcionar maior segurança ao usuário da via, alertan-
do-o sobre situações de perigo que possam colocar em risco sua integrida-
de física e dos demais usuários da via, ou danificar seriamente o veículo.
ANEXO I ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES necessário para embarque ou desembarque de passageiros.
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições: ESTRADA - via rural não pavimentada.
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento des- ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar
tinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimitada por
para esse fim. lei específica e sob responsabilidade do órgão ou entidade de trânsito
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial competente com circunscrição sobre a via.
militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das ativida- FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais em que
des de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patru- a pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudi-
lhamento. nais, que tenham uma largura suficiente para permitir a circulação de
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos veículos automotores.
alvéolos pulmonares. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas estabe-
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de passagei- lecidas na legislação de trânsito, por meio do poder de polícia administrati-
ros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive o condutor. va de trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades executi-
AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade vos de trânsito e de acordo com as competências definidas neste Código.
executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou impe-
expressamente credenciada. dimento de locomoção na faixa apropriada.
BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter o veí-
centros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo, culo imóvel na ausência do condutor ou, no caso de um reboque, se este se
considerando-se todos os elementos rigidamente fixados ao mesmo. encontra desengatado.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a diminuir
sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomo- a marcha do veículo no caso de falha do freio de serviço.
tor. FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminuição
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamen- da marcha do veículo ou pará-lo.
to de bicicletas. GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, adota-
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos. dos exclusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito nas vias, para
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por li- orientar, indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir
nhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circu- ordens, sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou norma cons-
lação de veículos. tante deste Código.
CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de braço,
não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres adotados exclusivamente pelos condutores, para orientar ou indicar que
e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vege- vão efetuar uma manobra de mudança de direção, redução brusca de
tação e outros fins. velocidade ou parada.
CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou ar- ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à
rastar outro. ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com peso INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsi-
bruto total de até três mil e quinhentos quilogramas. to, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passageiros e Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva
carga no mesmo compartimento. do trânsito.
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurca-
duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias ção, incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou
(canteiro fictício). bifurcações.
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para atender
tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condi- circunstância momentânea do trânsito.
ções sobre suas limitações de geração e multiplicação de momento de LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações do pro-
força e resistência dos elementos que compõem a transmissão. prietário de veículo, comprovado por meio de documento específico (Certifi-
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automotores em cado de Licenciamento Anual).
sinal de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico ou de uma classe. LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela municipalidade
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no transpor- à circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de
te de pequenas cargas. pedestres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões.
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte de car- LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o
ga. veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utilizado número de pessoas, para os veículos de passageiros.
na sinalização de vias e veículos (olho-de-gato). LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte de pes-
Noções de Direito 88 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e que com elas se limita. do caminhão mais o seu reboque ou reboques.
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de
grande distância do veículo. advertência, destinada a indicar aos demais usuários da via que o veículo
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via diante está imobilizado ou em situação de emergência.
do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de veícu-
condutores e outros usuários da via que venham em sentido contrário. los, identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais usuá- relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
rios da via, que se encontram atrás do veículo, que o condutor está apli- PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado ou
cando o freio de serviço. suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e,
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo desti- eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas
nada a indicar aos demais usuários da via que o condutor tem o propósito e legalmente instituídas como sinais de trânsito.
de mudar de direção para a direita ou para a esquerda. POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás do Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados
veículo e advertir aos demais usuários da via que o veículo está efetuando com a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à
ou a ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré. segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de
da via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó. uma superfície líquida qualquer.
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a pre- REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo au-
sença e a largura do veículo. tomotor.
MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar a posi- REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de regula-
ção em que o veículo está no momento em relação à via. mentação pelo órgão ou entidade competente com circunscrição sobre a
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas, marca- via, definindo, entre outros, sentido de direção, tipo de estacionamento,
ções, símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas, apostos ao pavi- horários e dias.
mento da via. REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, destinada
MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capaci- ao uso de pedestres durante a travessia da mesma.
dade para até vinte passageiros. RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side- RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.
car, dirigido por condutor em posição montada. RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção original
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor de veículos.
em posição sentada. RODOVIA - via rural pavimentada.
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja carroçaria SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apóia na sua
seja fechada e destinada a alojamento, escritório, comércio ou finalidades unidade tratora ou é a ela ligado por meio de articulação.
análogas. SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utili-
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do zam de placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispo-
sol. sitivos auxiliares, apitos e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade pa- dirigir o trânsito dos veículos e pedestres.
ra mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de adaptações com SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segu-
vista à maior comodidade destes, transporte número menor. rança colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo, pelo adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos
tempo estritamente necessário ao carregamento ou descarregamento de veículos e pedestres que nela circulam.
animais ou carga, na forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos a-
de trânsito competente com circunscrição sobre a via. gentes da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos de passagem dos veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando
conceitos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de estacio- sinalização existente no local ou norma estabelecida neste Código.
namento e parada na via, de forma a reduzir as interferências tais como TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e
veículos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente atrapalhan- equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda
do o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expres-
condutores. so em quilogramas.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estri- TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, quatro, ou
tamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passagei- seis rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automóvel ou camionete,
ros. utilizado em geral em atividades turísticas como alojamento, ou para ativi-
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via e dades comerciais.
uma linha férrea ou trilho de bonde com pista própria. TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas e a-
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à fren- nimais nas vias terrestres.
te de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocida- TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa
de, mas em faixas distintas da via. demarcada para outra.
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho agrícola,
de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos. de construção e pavimentação e tracionar outros veículos e equipamentos.
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em des- ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo
nível aéreo, e ao uso de pedestres. que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último ca- de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de origem.
so, separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferên- UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do seu u-
cias, destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, so, inclusive fora de estrada.
de ciclistas. VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados, sendo
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal um deles automotor.
com o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circu-
livre circulação e evitando acidentes. le por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural. viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao pavi- para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos
mento, constituído da soma da tara mais a lotação. conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido ao pa- elétrico).
vimento pela combinação de um caminhão-trator mais seu semi-reboque ou VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga, po-

Noções de Direito 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dendo transportar dois passageiros, exclusive o condutor. Artigo 4º - Para efeito de entrosamento dos órgãos policiais contará a
VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabricado há administração superior com mecanismos de planejamento, coordenação e
mais de trinta anos, conserva suas características originais de fabricação e controle, pelos quais se assegurem tanto a eficiência quanto a complemen-
possui valor histórico próprio. tariedade das ações, quando necessárias à consecução dos objetivos
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o primeiro policiais.
um veículo automotor e os demais reboques ou equipamentos de trabalho Artigo 5º - Os direitos, deveres, vantagens e regime de trabalho dos po-
agrícola, construção, terraplenagem ou pavimentação. liciais civis e militares, bem como as condições de ingresso às classes,
VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao séries de classes, carreiras ou quadros são estabelecidos em estatutos.
transporte de carga com peso bruto total máximo superior a dez mil quilo- Artigo 6º - É vedada, salvo com autorização expressa do Governador
gramas e de passageiros, superior a vinte passageiros. em cada caso, a utilização de integrantes dos órgãos policiais em funções
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de estranhas ao serviço policial, sob pena de responsabilidade da autoridade
pessoas e suas bagagens. que o permitir.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte simultâ-
neo de carga e passageiro. Parágrafo único – É considerado serviço policial, para todos os efeitos
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, com- legais, inclusive arregimentação, o exercício em cargo, ou funções de
preendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central. natureza policial, inclusive os de ensino a esta legados.
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos espe- Artigo 7º - As funções administrativas e outras de natureza não policial
ciais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta serão exercidas por funcionário ou por servidor, admitido nos termos da
aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. legislação vigente não pertencente às classes, séries de classes, carreiras
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível, geral- e quadros policiais.
mente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às Parágrafo único – Vetado.
vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da Artigo 8º - As guardas municipais, guardas noturnas e os serviços de
cidade. segurança e vigilância, autorizados por lei, ficam sujeitos à orientação,
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que controle e fiscalização da Secretaria da Segurança Pública, na forma de
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, regulamentação específica.
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não sema-
TÍTULO II
forizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.
VIA RURAL - estradas e rodovias. Da Polícia Civil
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos CAPÍTULO I
à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmen- Das Disposições Preliminares
te por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão. Artigo 9º - Esta lei complementar estabelece as normas, os direitos, os
VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destinadas deveres e as vantagens dos titulares de cargos policiais civis do Estado.
à circulação prioritária de pedestres.
Artigo 10 – Consideram-se para fins desta lei complementar:
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma depres-
são de terreno ou servir de passagem superior. I – classe: conjunto de cargos públicos de natureza policial da mesma
denominação e amplitude de vencimentos;
II – série de classes: conjunto de classes da mesma natureza de traba-
lho policial, hierarquicamente escalonadas de acordo com o grau de com-
2.4.2. - Lei Orgânica da Polícia do Estado de São plexidade das atribuições e nível de responsabilidade;
Paulo (Lei Complementar n.º 207 de 05.01.1979, Lei III – carreira policial: conjunto de cargos de natureza policial civil, de
Complementar n.º 922/02 e Lei Complementar n.º provimento efetivo.
1.151/11). Artigo 11 – São classes policiais civis aquelas constantes do anexo que
faz parte integrante desta lei complementar.
TÍTULO I Artigo 12 – As classes e as séries de classes policiais civis integram o
Quadro da Secretaria da Segurança Pública na seguinte conformidade:
Da Polícia do Estado de São Paulo
I – na Tabela I (SQC–I):
Artigo 1º - A Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública,
responsável pela manutenção, em todo o Estado, da ordem e da segurança a) Delegado Geral de Polícia;
pública internas, executará o serviço policial por intermédio dos órgãos b) Diretor Geral de Polícia (Departamento Policial);
policiais que a integram. c) Assistente Técnico de Polícia;
Parágrafo único – Abrange o serviço policial a prevenção e investiga- d) Delegado Regional de Polícia;
ção criminais, o policiamento ostensivo, o trânsito e a proteção em casos de e) Diretor de Divisão Policial;
calamidade pública, incêndio e salvamento.
f) Vetado;
Artigo 2º - São órgãos policiais, subordinados hierárquica, administrati- g) Vetado;
va e funcionalmente ao Secretário da Segurança Pública:
h) Assistente de Planejamento e Controle Policial;
I – Polícia Civil;
i) Vetado;
II – Polícia Militar
j) Delegado de Polícia Substituto;
§ 1º - Integrarão também a Secretaria da Segurança Pública os órgãos
de assessoramento do Secretário da Segurança, que constituem a adminis- l) Escrivão de Polícia Chefe II;
tração superior da Pasta. m) Investigador de Polícia Chefe II;
§ 2º - A organização, estrutura, atribuições e competência pormenori- n) Escrivão de Polícia Chefe I;
zada dos órgãos de que trata este artigo serão estabelecidos por decreto, o) Investigador de Polícia Chefe I;
nos termos desta lei e da legislação federal pertinente. II – na Tabela II (SQC-II):
Artigo 3º - São atribuições básicas: a) Chefe de Seção (Telecomunicação Policial);
I – Da Polícia Civil – o exercício da Polícia Judiciária, administrativa e b) Encarregado de Setor (Telecomunicação Policial);
preventiva especializada; c) Chefe de Seção (Pesquisador Dactiloscópico Policial);
II – Da Polícia Militar – o planejamento, a coordenação e a execução d) Encarregado de Setor (Pesquisador Dactiloscópico Policial);
do policiamento ostensivo, fardado e a prevenção e extinção de incêndios.
e) Encarregado de Setor (Carceragem);

Noções de Direito 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
f) Chefe de Seção (Dactiloscopista Policial); IX – para os de Escrivão de Polícia Chefe I: ser ocupante do cargo de
g) Encarregado de Setor (Dactiloscopista Policial); Escrivão de Polícia III ou II;
III – na Tabela III (SQC-III): X – para os de Investigador de Polícia Chefe I: ser ocupante do cargo
a) os das séries de classe de: de Investigador de Polícia III ou II;
1. Delegado de Polícia; XI – para os de Delegado de Polícia de 5ª Classe: ser portador de Di-
ploma de Bacharel em Direito;
2. Escrivão de Polícia;
XII – suprimido.
3. Investigador de Polícia;
XIII – para os de Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia: ser por-
b) os das seguintes classes: tador de certificado de conclusão de curso de segundo grau.
1. Perito Criminal; XIV – para os de Agente Policial: ser portador de certificado de conclu-
2. Técnico em Telecomunicações Policial; são de curso de segundo grau. (NR)
3. Operador de Telecomunicações Policial; Parágrafo único - revogado.
4. Fotógrafo (Técnica Policial); - Inciso XII suprimido pelo artigo 1º da Lei Complementar nº 238, de
5. Inspetor de Diversões Públicas; 27/6/1980.
6. Auxiliar de Necrópsia; - Inciso XIV com redação dada pelo artigo 1º da Lei Complementar nº
7. Pesquisador Dactiloscópico Policial; 858, de 02/9/1999.
8. Carcereiro; - Parágrafo único revogado pelo artigo 10 da Lei Complementar nº 503,
9. Dactiloscopista Policial; de 6/1/1987.
10. Agente Policial; (NR)
- item 10 da alínea "b" do inciso III do artigo 12 com redação dada pelo SEÇÃO II
artigo 1º da Lei Complementar nº 456, de 12/5/1986. Dos Concursos Públicos
11. Atendente de Necrotério Policial. Artigo 16 – O provimento mediante nomeação para cargos policiais ci-
§ 1º - Vetado. vis, de caráter efetivo, será precedido de concurso público, realizado em 3
(três) fases eliminatórias e sucessivas: (NR)
§ 2º - O provimento dos cargos de que trata o inciso II deste artigo far-
se-á por transposição, na forma prevista no artigo 27 da Lei Complementar I – a de prova escrita ou, quando se tratar de provimento de cargos em
nº 180, de 12 de maio de 1978. relação aos quais a lei exija formação de nível universitário, de prova escri-
ta e títulos; (NR)
§ 3º - Vetado.
II – a de prova oral; (NR)
III – a de frequência e aproveitamento em curso de formação técnico-
CAPÍTULO II
profissional na Academia de Polícia. (NR)
Vetado
- artigo 16 e incisos com redação dada pelo artigo 1º da Lei comple-
Artigo 13 – Vetado. mentar nº 268, de 25/11/1981.
Artigo 14 – Vetado: Artigo 17 – Os concursos públicos terão validade máxima de 2 (dois)
I – vetado; anos a reger-se-ão por instruções especiais que estabelecerão, em função
II – vetado; da natureza do cargo:
III – vetado; I – tipo e conteúdo das provas e as categorias dos títulos;
IV – vetado; II – a forma de julgamento das provas e dos títulos;
V - vetado; III – cursos de formação a que ficam sujeitos os candidatos classifica-
§ 1º - vetado. dos;
§ 2º - vetado. IV - os critérios de habilitação e classificação final para fins de nomea-
ção;
§ 3º - Vetado.
V - as condições para provimento do cargo, referentes a:
a) capacidade física e mental;
CAPÍTULO III
b) conduta na vida pública e privada e a forma de sua apuração;
Do Provimento de Cargos
c) diplomas e certificados.
SEÇÃO I
Artigo 18 – São requisitos para a inscrição nos concursos:
Das Exigências para Provimento
I – ser brasileiro;
Artigo 15 – No provimento dos cargos policiais civis, serão exigidos os
seguintes requisitos: II – ter no mínimo 18 (dezoito) anos, e no máximo 45 (quarenta e cinco)
anos incompletos, à data do encerramento das inscrições;
I – para o Delegado Geral de Polícia, ser ocupante do cargo de Dele-
gado de Polícia de Classe Especial (vetado); III – não registrar antecedentes criminais;
II – para os de Diretor Geral de Polícia, Assistente Técnico de Polícia e IV – estar em gozo dos direitos políticos;
Delegado Regional de Polícia, ser ocupante do cargo de Delegado de V – estar quite com o serviço militar;
Polícia de Classe Especial; VI – suprimido.
III – vetado; - Inciso VI do artigo 18 suprimido pelo artigo 1º da Lei Complementar nº
IV – vetado; 538, de 26/5/1988.
V – para os de Diretor de Divisão Policial: ser ocupante, no mínimo, do Parágrafo Único – Para efeito de inscrição, ficam dispensados do limite de
cargo de Delegado de Polícia de 1ª Classe; idade, a que se refere o inciso II, os ocupantes de cargos policiais civis. (NR)
VI – para os de Assistente de Planejamento e Controle Policial: ser o- - Parágrafo único do artigo 18 acrescentado pelo artigo 1º da Lei Com-
cupante, no mínimo, de cargo de Delegado de Polícia de 2ª Classe; plementar nº 350, de 25/6/1984.
VII – para os de Escrivão de Polícia Chefe II: ser ocupante do cargo de Artigo 19 – Observada a ordem de classificação pela média aritmética
Escrivão de Polícia III; das notas obtidas nas provas escrita e oral (incisos I e II do artigo 16), os
VIII – para os de Investigador de Polícia Chefe II: ser ocupante do car- candidatos, em número equivalente ao de cargos vagos, serão matricula-
go de Investigador de Polícia III; dos no curso de formação técnico-profissional específico. (NR)
- Artigo 19 com redação dada pelo artigo 1º da Lei Complementar nº
268, de 25/11/1981.

Noções de Direito 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 20 – Os candidatos a que se refere o artigo anterior serão admi- Artigo 31 – Nenhum policial civil poderá ter exercício em serviço ou u-
tidos, pelo Secretário da Segurança Pública, em caráter experimental e nidade diversa daquela para o qual foi designado, salvo autorização do
transitório para a formação técnico-profissional. Delegado Geral de Polícia.
§ 1º - A admissão de que trata este artigo far-se-á com retribuição e- Artigo 32 – O Delegado de Polícia só poderá chefiar unidade ou serviço
quivalente à do vencimento e demais vantagens do cargo vago a que se de categoria correspondente à sua classe, ou em caso excepcional, à
candidatar o concursando. classe imediatamente superior.
§ 2º - Sendo funcionário ou servidor, o candidato matriculado ficará a- Artigo 33 – Quando em exercício em unidade ou serviço de categoria
fastado do seu cargo ou função-atividade, até o término do concurso junto à superior, nos termos deste artigo, terá o Delegado de Polícia direito à
Academia de Polícia de São Paulo, sem prejuízo do vencimento ou salário percepção da diferença entre os vencimentos do seu cargo e os do cargo
e demais vantagens, contando-se-lhe o tempo de serviço para todos os de classe imediatamente superior.
efeitos legais. Parágrafo único – Na hipótese deste artigo aplicam-se as disposições
§ 3º - É facultado ao funcionário ou servidor, afastado nos termos do do artigo 195 da Lei Complementar nº 180, de 12 de maio de 1978.
parágrafo anterior, optar pela retribuição prevista no § 1º.
Artigo 21 – O candidato terá sua matrícula cancelada e será dispensa- SEÇÃO V
do do curso de formação, nas hipóteses em que: Da reversão “Ex Officio”
I – não atinja o mínimo de frequência estabelecida para o curso; Artigo 34 – Reversão “ex officio” é o ato pelo qual o aposentado rein-
II – não revele aproveitamento no curso; gressa no serviço policial quando insubsistentes as razões que determinam
III – não tenha conduta irrepreensível na vida pública ou privada. a aposentadoria por invalidez.
Parágrafo único – Os critérios para a apuração das condições constan- § 1º - A reversão só poderá efetivar-se quando, em inspeção médica,
tes dos incisos II e III serão fixados em regulamento. ficar comprovada a capacidade para o exercício do cargo.
Artigo 22 – Homologado o concurso pelo Secretário da Segurança Pú- § 2º - Será tomada sem efeito a reversão “ex officio” e cassada a apo-
blica, serão nomeados os candidatos aprovados, expedindo-se-lhes certifi- sentadoria do policial civil que reverter e não tomar posse ou não entrar em
cados dos quais constará a média final. exercício injustificadamente, dentro do prazo legal.
Artigo 23 – A nomeação obedecerá a ordem de classificação no con- Artigo 35 – A reversão far-se-á no mesmo cargo.
curso.
SEÇÃO III CAPÍTULO IV
Da posse Da Remoção
Artigo 24 – Posse é ato que investe o cidadão em cargo público policial Artigo 36 – O Delegado de Polícia só poderá ser removido, de um para
civil. outro município (vetado):
Artigo 25 – São competentes para dar posse: I – a pedido;
I – O Secretário da Segurança Pública, ao Delegado Geral de Polícia; II – por permuta;
II – O Delegado Geral de Polícia, aos Delegados de Polícia; III – com seu assentimento, após consulta;
III – O Diretor do Departamento de Administração da Polícia Civil, nos IV - no interesse do serviço policial, com a aprovação de dois terços do
demais casos. Conselho da Polícia Civil (vetado).
Artigo 26 – A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de Artigo 37 – A remoção dos integrantes das demais séries de classes e
responsabilidade, se foram satisfeitas as condições estabelecidas em lei ou cargos policiais civis, de uma para outra unidade policial, será processada:
regulamento para a investidura no cargo policial civil. I – a pedido;
Artigo 27 – A posse verificar-se-á mediante assinatura de termo em li- II – por permuta;
vro próprio, assinado pelo empossado e pela autoridade competente, após III – no interesse do serviço policial.
o policial civil prestar solenemente o respectivo compromisso, cujo teor será
Artigo 38 – A remoção só poderá ser feita, respeitada a lotação de ca-
definido pelo Secretário da Segurança Pública.
da unidade policial.
Artigo 28 – A posse deverá verificar-se no prazo de 15 (quinze) dias
Artigo 39 – O policial civil não poderá ser removido no interesse do ser-
contados da publicação do ato de provimento, no órgão oficial.
viço, para município diverso do de sua sede de exercício, no período de 6
§ 1º - O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado por mais 15 (seis) meses antes e até 3 (três) meses após a data das eleições.
(quinze) dias, a requerimento do interessado.
Parágrafo único – Esta proibição vigorará no caso de eleições federais,
§ 2º - Se a posse não se der dentro do prazo será tornado sem efeito o estaduais ou municipais, isolada ou simultaneamente realizadas.
ato de provimento.
Artigo 40 – É preferencial, na união de cônjuges, a sede de exercício
Artigo 29 – A contagem do prazo a que se refere o artigo anterior pode- do policial civil, quando este for cabeça do casal.
rá ser suspensa até no máximo de 120 (cento e vinte) dias, a critério do
órgão médico encarregado da inspeção respectiva, sempre que este esta- CAPÍTULO V
belecer exigência para a expedição de certificado de sanidade.
Do Vencimento e Outras Vantagens de Ordem Pecuniária
Parágrafo único – O prazo a que se refere este artigo recomeçará a flu-
SEÇÃO I
ir sempre que o candidato, sem motivo justificado, deixar de cumprir as
exigências do órgão médico. Do Vencimento
SEÇÃO IV Artigo 41 – Aos cargos policiais civis aplicam-se os valores dos graus
das referências numéricas fixados na Tabela I da escala de vencimentos do
Do Exercício
funcionalismo público civil do Estado.
Artigo 30 - O exercício terá início de 15 (quinze) dias, contados:
Artigo 42 – O enquadramento das classes na escala de vencimentos,
I – da data da posse; bem como a amplitude de vencimentos e velocidade evolutiva correspon-
II – da data da publicação do ato no caso de remoção. dente à cada classe policial, são estabelecidos na conformidade do Anexo
§ 1º - Quando o acesso, remoção ou transposição não importar mu- que faz parte integrante desta lei complementar.
dança de município, deverá o policial civil entrar em exercício no prazo de 5
(cinco) dias. SEÇÃO II
§ 2º - No interesse do serviço policial o Delegado Geral de Polícia po- Das Vantagens de Ordem Pecuniária
derá determinar que os policiais civis assumam imediatamente o exercício SUBSEÇÃO I
do cargo. Das Disposições Gerais

Noções de Direito 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 43 – Além do valor do padrão do cargo e sem prejuízo das van- - Artigo 50 e §§ com redação dada pelo artigo 1º da Lei Complementar
tagens previstas na Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, e demais nº 765, de 12/12/1994.
legislação pertinente, o policial civil fará jus às seguintes vantagens pecuni- Artigo 51 – Ao cônjuge ou, na falta deste, à pessoa que provar ter feito
árias: despesa em virtude do falecimento do policial civil, será concedida, a título
I – gratificação por regime especial de trabalho policial; de auxílio-funeral, a importância correspondente a 2 (dois) meses de ven-
II – ajuda de custo, em caso de remoção. cimento.
SUBSEÇÃO II Parágrafo único – O pagamento será efetuado, pela respectiva reparti-
Da Gratificação pelo Regime Especial de Trabalho Policial ção pagadora, no dia em que for apresentado o atestado de óbito pelo
cônjuge ou pessoa a cujas expensas houver sido efetuado o funeral, ou
Artigo 44 – Os cargos policiais civis serão exercidos necessariamente procurador habilitado legalmente, feita a prova de identidade.
em regime especial de trabalho policial, que se caracteriza:
Artigo 52 – O policial civil que sofrer lesões no exercício de suas fun-
I – pela prestação de serviço em jornada de, no mínimo 40 (quarenta) ções deverá ser encaminhado a qualquer hospital público ou particular às
horas semanais de trabalho, em condições precárias de segurança; expensas do Estado.
II – pelo cumprimento de horário irregular, sujeito a plantões noturnos e Artigo 53 – Ao policial civil processado por ato praticado no desempe-
chamados a qualquer hora; nho de função policial, será prestada assistência judiciária na forma que
III – pela proibição do exercício de outras atividades remuneradas, ex- dispuser o regulamento.
ceto as relativas ao ensino e a difusão cultural. Artigo 54 – Vetado
Parágrafo único – A gratificação de que trata este artigo incorpora-se Parágrafo único – Vetado.
ao vencimento para todos os efeitos legais.
Artigo 45 - Pela sujeição ao regime de que trata o artigo anterior, os ti-
tulares de cargos policiais civis fazem jus à gratificação calculada sobre o CAPÍTULO VI
respectivo padrão de vencimento, na seguinte conformidade: (NR) Do Direito de Petição
I - de 140% (cento e quarenta por cento), os titulares de cargos da sé- Artigo 55 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, inde-
rie de classes de Delegado de Polícia, bem como titular do cargo de Dele- pendentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou
gado Geral de Polícia; (NR) abuso de poder e para defesa de direitos. (NR)
II - de 200% (duzentos por cento), os titulares de cargos das demais - Artigo 55 com redação dada pelo inciso I do artigo 1º da Lei Comple-
classes policiais civis.(NR) mentar nº 922, de 02/7/2002.
- Artigo 45 e incisos com redação dada pelo artigo 1º da Lei comple- Parágrafo único - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recu-
mentar nº 491, de 23/12/1986. sar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de respon-
sabilidade do agente. (NR)
SUBSEÇÃO III - Parágrafo único do artigo 55 com redação dada pelo inciso I do artigo
1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
Da Ajuda de Custo em Caso de Remoção
Artigo 56 - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omis-
Artigo 46 – Ao policial civil removido no interesse do serviço policial, de são ou conduta incompatível no serviço policial. (NR)
um para outro município, será concedida ajuda de custo correspondente a
um mês de vencimento. - Artigo 56 com redação dada pelo inciso I do artigo 1º da Lei Comple-
mentar nº 922, de 02/7/2002.
§ 1º - A ajuda de custo será paga à vista da publicação do ato de re-
moção, no Diário Oficial. Artigo 57 - Ao policial civil é assegurado o direito de requerer ou repre-
sentar, bem como, nos termos desta lei complementar, pedir reconsidera-
§ 2º - A ajuda de custo de que trata este artigo não será devida quando ção e recorrer de decisões. (NR)
a remoção se processar a pedido ou por permuta.
- Artigo 57 com redação dada pelo inciso I do artigo 1º da Lei Comple-
mentar nº 922, de 02/7/2002.
SEÇÃO III
Das Outras Concessões CAPÍTULO VII
Artigo 47 – Ao policial civil licenciado para tratamento de saúde, em ra- Do Elogio
zão de moléstia profissional ou lesão recebida em serviço, será concedido Artigo 58 – Entende-se por elogio, para os fins desta lei, a menção no-
transporte por conta do Estado para instituição onde deva ser atendido. minal ou coletiva que deva constar dos assentamentos funcionais do polici-
Artigo 48 – À família do policial civil que falecer fora da sede de exercí- al civil por atos meritórios que haja praticado.
cio e dentro do território nacional no desempenho de serviço, será concedi- Artigo 59 – O elogio destina-se a ressaltar:
do transporte para, no máximo 3 (três) pessoas do local de domicílio ao do
I – morte, invalidez ou lesão corporal de natureza grave, no cumprimen-
óbito (ida e volta).
to do dever;
Artigo 49 – o Secretário da Segurança Pública, por proposta do Dele-
II – ato que traduza dedicação excepcional no cumprimento do dever,
gado Geral de Polícia, ouvido o Conselho da Polícia Civil, poderá conceder
transcendendo ao que é normalmente exigível do policial civil por disposi-
honrarias ou prêmios aos policiais autores de trabalhos de relevante inte-
ção legal ou regulamentar e que importe ou possa importar risco da própria
resse policial ou por atos de bravura, na forma em que for regulamentado.
segurança pessoal;
Artigo 50 - O policial civil que ficar inválido ou que vier a falecer em
III – execução de serviços que, pela sua relevância e pelo que repre-
consequência de lesões recebidas ou de doenças contraídas em razão do
sentam para a instituição ou para a coletividade, mereçam ser enaltecidos
serviço será promovido à classe imediatamente superior. (NR)
como reconhecimento pela atividade desempenhada.
§ 1º - Se o policial civil estiver enquadrado na última classe da carreira,
Artigo 60 – Não constitui motivo para elogio o cumprimento dos deve-
ser-lhe-á atribuída a diferença entre o valor do padrão de vencimento do
res impostos ao policial civil.
seu cargo e o da classe imediatamente inferior. (NR)
Artigo 61 – São competentes para determinar a inscrição de elogios
§ 2º - A concessão do benefício será precedida da competente apura-
nos assentamentos do policial o Secretário da Segurança e o Delegado
ção, retroagindo seus efeitos à data da invalidez ou da morte. (NR)
Geral de Polícia, ouvido no caso deste, o Conselho da Polícia Civil.
§ 3º - O policial inválido nos termos deste artigo será aposentado com
Parágrafo único – Os elogios nos casos dos incisos II e III do artigo 59
proventos decorrentes da promoção, observado o disposto no parágrafo
serão obrigatoriamente considerados para efeito de avaliação de desempe-
anterior.(NR)
nho.
§ 4º - Aos beneficiários do policial civil falecido nos termos deste artigo
será deferida pensão mensal correspondente aos vencimentos integrais, CAPÍTULO VIII
observado o disposto nos parágrafos anteriores. NR)

Noções de Direito 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Dos Deveres, das Transgressões Disciplinares e das Responsabilida- XIII – apresentar-se no trabalho alcoolizado ou sob efeito de substância
des que determine dependência física ou psíquica;
SEÇÃO I XIV – lançar intencionalmente, em registros oficiais, papéis ou quais-
Dos Deveres quer expedientes, dados errôneos, incompletos ou que possam induzir a
Artigo 62 – São deveres do policial civil: erro, bem como inserir neles anotações indevidas;
I – ser assíduo e pontual; XV – faltar, salvo motivo relevante a ser comunicado por escrito no pri-
meiro dia em que comparecer à sua sede de exercício, a ato processual,
II – ser leal às instituições; judiciário ou administrativo, do qual tenha sido previamente cientificado;
III – cumprir as normas legais e regulamentares; XVI – utilizar, para fins particulares, qualquer que seja o pretexto, mate-
IV – zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, especi- rial pertencente ao Estado;
almente daqueles cuja guarda ou utilização lhe for confiada; XVII – interferir indevidamente em assunto de natureza policial, que
V – desempenhar com zelo e presteza as missões que lhe forem confi- não seja de sua competência;
adas, usando moderadamente de força ou outro meio adequado de que XVIII – fazer uso indevido de bens ou valores que lhe cheguem às
dispõe, para esse fim; mãos, em decorrência da função, ou não entregá-los, com a brevidade
VI – informar incontinenti toda e qualquer alteração de endereço da re- possível, a quem de direito;
sidência e número de telefone, se houver; XIX – exibir, desnecessariamente, arma, distintivo ou algema;
VII – prestar informações corretas ou encaminhar o solicitante a quem XX – deixar de ostentar distintivo quando exigido para serviço;
possa prestá-las;
XXI – deixar de identificar -se, quando solicitado ou quando as circuns-
VIII – comunicar o endereço onde possa ser encontrado, quando dos tâncias o exigirem;
afastamentos regulamentares;
XXII – divulgar ou proporcionar a divulgação, sem autorização da auto-
IX – proceder na vida pública e particular de modo a dignificar a função ridade competente, através da imprensa escrita, falada ou televisada, de
policial; fato ocorrido na repartição.
X – residir na sede do município onde exerça o cargo ou função, ou XXIII – promover manifestação contra atos da administração ou movi-
onde autorizado; mentos de apreço ou desapreço a qualquer autoridade;
XI – frequentar, com assiduidade, para fins de aperfeiçoamento e atua- XXIV – referir-se de modo depreciativo as autoridades e a atos da ad-
lização de conhecimentos profissionais, cursos instituídos periodicamente ministração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fim;
pela Academia de Polícia;
XXV – retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qual-
XII – portar a carteira funcional; quer objeto ou documentos da repartição;
XIII – promover as comemorações do “Dia da Polícia” a 21 de abril, ou XXVI – tecer comentários que possam gerar descréditos da instituição
delas participar, exaltando o vulto de Joaquim José da Silva Xavier, o policial;
Tiradentes, Patrono da Polícia;
XXVII – valer-se do cargo com fim, ostensivo ou velado, de obter pro-
XIV – ser leal para com os companheiros de trabalho e com eles coo- veito de qualquer natureza para si ou para terceiros;
perar e manter espírito de solidariedade;
XXVIII – deixar de reassumir exercício sem motivo justo, ao final dos
XV – estar em dia com as normas de interesse policial; afastamentos regulamentares ou, ainda, depois de saber que qualquer
XVI – divulgar para conhecimento dos subordinados as normas referi- destes foi interrompido por ordem superior;
das no inciso anterior; XXIX – atribuir-se qualidade funcional diversa do cargo ou função que
XVII – manter discrição sobre os assuntos da repartição e, especial- exerce;
mente, sobre despachos, decisões e providências. XXX – fazer uso indevido de documento funcional, arma, algema ou
bens da repartição ou cedê-los a terceiro;
SEÇÃO II XXXI – maltratar ou permitir mau trato físico ou moral a preso sob sua
Das Transgressões Disciplinares guarda;
Artigo 63 – São transgressões disciplinares: XXXII – negligenciar na revista a preso;
I – manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas XXXIII – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão ou or-
de notórios e desabonadores antecedentes criminais, salvo por motivo de dem judicial;
serviço; XXXIV – tratar o superior hierárquico, subordinado ou colega sem o
II – constitui-se procurador de partes ou servir de intermediário, perante devido respeito ou deferência;
qualquer repartição pública, salvo quando se tratar de interesse de cônjuge XXXV – faltar à verdade no exercício de suas funções;
ou parente até segundo grau; XXXVI – deixar de comunicar incontinenti à autoridade competente in-
III – descumprir ordem superior salvo quando manifestamente ilegal, formação que tiver sobre perturbação da ordem pública ou qualquer fato
representando neste caso; que exija intervenção policial;
IV – não tomar as providências necessárias ou deixar de comunicar, XXXVII – dificultar ou deixar de encaminhar expediente à autoridade
imediatamente, à autoridade competente, faltas ou irregularidades de que competente, se não estiver na sua alçada resolvê-lo;
tenha conhecimento; XXXVIII – concorrer para o não cumprimento ou retardamento de or-
V - deixar de oficiar tempestivamente nos expedientes que lhe forem dem de autoridade competente;
encaminhados; XXXIX – deixar, sem justa causa, de submeter-se a inspeção médica
VI – neglicenciar na execução de ordem legítima; determinada por lei ou pela autoridade competente;
VII – interceder maliciosamente em favor de parte; XL – deixar de concluir nos prazos legais, sem motivo justo, procedi-
VIII – simular doença para esquivar-se ao cumprimento de obrigação; mentos de polícia judiciária, administrativos ou disciplinares;
IX – faltar, chegar atrasado ou abandonar escala de serviço ou plan- XLI – cobrar taxas ou emolumentos não previstos em lei;
tões, ou deixar de comunicar, com antecedência, à autoridade a que estiver XLII – expedir identidade funcional ou qualquer tipo de credencial a
subordinado, a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo por quem não exerça cargo ou função policial civil;
motivo justo; XLIII – deixar de encaminhar ao órgão, competente, para tratamento ou
X – permutar horário de serviço ou execução de tarefa sem expressa inspeção médica, subordinado que apresentar sintomas de intoxicação
permissão da autoridade competente; habitual por álcool, entorpecente ou outra substância que determine depen-
XI – usar vestuário incompatível com decoro da função; dência física ou psíquica, ou de comunicar tal fato, se incompetente, à
XII – descurar de sua aparência física ou do asseio; autoridade que for;

Noções de Direito 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XLIV – dirigir viatura policial com imprudência, imperícia, negligência ou Artigo 68 – Constitui pena disciplinar a remoção compulsória, que po-
sem habilitação; derá ser aplicada cumulativamente com as penas previstas nos incisos II, III
XLV – manter transação ou relacionamento indevido com preso, pes- e IV do artigo anterior quando em razão da falta cometida houver conveni-
soa em custódia ou respectivos familiares; ência nesse afastamento para o serviço policial.
XLVI – criar animosidade, velada ou ostensivamente, entre subalternos Parágrafo único – Quando se tratar de Delegado de Polícia, para a a-
e superiores ou entre colegas, ou indispô-los de que qualquer forma; plicação da pena prevista neste artigo deverá ser observado o disposto no
XLVII – atribuir ou permitir que se atribua a pessoa estranha à reparti- artigo 36, inciso IV.
ção, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos policiais; Artigo 69 – Na aplicação das penas disciplinares serão considerados a
XLVIII – praticar a usura em qualquer de suas formas; natureza, a gravidade, os motivos determinantes e a repercussão da infra-
ção os danos causados, a personalidade e os antecedentes do agente, a
XLIX – praticar ato definido em lei como abuso de poder; intensidade do dolo ou grau de culpa.
L – aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do Artigo 70 - Para a aplicação das penas previstas no artigo 67 são com-
Presidente da República; petentes:
LI – tratar de interesses particulares na repartição; I - o Governador; (NR)
LII – exercer comércio entre colegas, promover ou subscrever listas de II - o Secretário da Segurança Pública;(NR)
donativos dentro da repartição;
III - o Delegado Geral de Polícia, até a de suspensão; (NR)
LIII – exercer comércio ou participar de sociedade comercial, salvo co-
mo acionista, cotista ou comanditário; IV - o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, até a de suspensão
limitada a 60 (sessenta) dias; (NR)
LIV – exercer, mesmo nas horas de folga, qualquer outro emprego ou
função, exceto atividade relativa ao ensino e à difusão cultural, quando V - os Delegados de Polícia Corregedores Auxiliares, até a de repreen-
compatível com a atividade policial; são. (NR)
LV – exercer pressão ou influir junto a subordinado para forçar determi- - Artigo 70 e incisos com redação dada pelo inciso II do artigo 1º da Lei
nada solução ou resultado. Complementar nº 922, de 02/7/2002.
Artigo 64 – É vedado ao policial civil trabalhar sob as ordens imediatas § 1º - Compete exclusivamente ao Governador do Estado, a aplicação
de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar de função de confi- das penas de demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de
ança e livre escolha, não podendo exceder de 2 (dois) o número de auxilia- aposentadoria ou disponibilidade a Delegado de Polícia. (NR)
res nestas condições. § 2º - Compete às autoridades enumeradas neste artigo, até o inciso III,
inclusive, a aplicação de pena a Delegado de Polícia.(NR)
SEÇÃO III § 3º - Para o exercício da competência prevista nos incisos I e II será
ouvido o órgão de consultoria jurídica. (NR)
Das responsabilidades
§ 4º - Para a aplicação da pena prevista no artigo 68 é competente o
Artigo 65 – O policial responde civil, penal e administrativamente pelo Delegado Geral de Polícia. (NR);
exercício irregular de suas atribuições, ficando sujeito, cumulativamente, às
respectivas cominações. - §§ 1º a 4º do artigo 70 com redação dada pelo inciso II do artigo 1º da
Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
§ 1º - A responsabilidade administrativa é independente da civil e da
criminal. (NR) Artigo 71 – A pena de advertência será aplicada verbalmente, no caso
de falta de cumprimento dos deveres, ao infrator primário.
§ 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com
todos os direitos e vantagens devidas, o servidor absolvido pela Justiça, Parágrafo único – A pena de advertência não acarreta perda de venci-
mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão que mentos ou de qualquer vantagem de ordem funcional, mas contará pontos
negue a existência de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demis- negativos na avaliação de desempenho.
são. (NR) Artigo 72 – A pena de repreensão será aplicada por escrito, no caso de
§ 3º - O processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguar- transgressão disciplinar, sendo o infrator primário e na reincidência de falta
dar decisão judicial por despacho motivado da autoridade competente para de cumprimento dos deveres.
aplicar a pena. (NR) Parágrafo único – A pena de repreensão poderá ser transformada em
- parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 65 acrescentados pelo inciso I do arti- advertência, aplicada por escrito e sem publicidade.
go 2º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. Artigo 73 – A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa)
Artigo 66 – A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou dias, será aplicada nos casos de:
culposo, que importe prejuízo à Fazenda Pública ou a terceiros. I – descumprimento dos deveres e transgressão disciplinar, ocorrendo
Parágrafo único – A importância da indenização será descontada dos dolo ou má fé;
vencimentos e vantagens e o desconto não excederá à décima parte do II – reincidência em falta já punida com repreensão.
valor destes. § 1º - O policial suspenso perderá, durante o período da suspensão,
todos os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo.
CAPÍTULO IX § 2º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá convertê-
Das Penalidades, da Extinção da Punibilidade e das Providências Pre- la em multa, na base de 50% (cinquenta por cento), por dia, do vencimento
liminares (NR) e demais vantagens, sendo o policial, neste caso, obrigado a permanecer
em serviço.
- Capítulo IX com denominação alterada pelo inciso II do artigo 1º da
Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. Artigo 74 – Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
I – abandono de cargo;
SEÇÃO I II – procedimento irregular, de natureza grave;
Artigo 67 – São penas disciplinares principais: III – ineficiência intencional e reiterada no serviço;
I – advertência; IV – aplicação indevida de dinheiros públicos;
II – repreensão; V – insubordinação grave.
III – multa; VI - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 (qua-
IV – suspensão; renta e cinco) dias, interpoladamente, durante um ano. (NR)
V – demissão; - Inciso VI do artigo 74 acrescentado pelo inciso II do artigo 2º da Lei
Complementar nº 922, de 02/7/2002.
VI – demissão a bem do serviço público;
VII – cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Artigo 75 – Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço públi-
co, nos casos de:

Noções de Direito 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I – conduzir-se com incontinência pública e escandalosa e praticar jo- § 3º - O lapso prescricional corresponde:(NR)
gos proibidos; 1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamen-
II – praticar ato definido como crime contra a Administração Pública, a te aplicada; (NR)
Fé Pública e a Fazenda Pública ou previsto na Lei de Segurança Nacional; 2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabí-
III – revelar dolosamente segredos de que tenha conhecimento em ra- vel. (NR)
zão do cargo ou função, com prejuízo para o Estado ou particulares; - § 3º e itens 1 e 2 do artigo 80 com redação dada pelo inciso III do ar-
IV – praticar ofensas físicas contra funcionários, servidores ou particu- tigo 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
lares, salvo em legítima defesa; § 4º - A prescrição não corre: (NR)
V – causar lesão dolosa ao patrimônio ou aos cofres públicos; 1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar deci-
VI – exigir, receber ou solicitar vantagem indevida, diretamente ou por são judicial, na forma do § 3º do artigo 65; (NR)
intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em razão 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser restabe-
destas; lecido. (NR)
VII – provocar movimento de paralisação total ou parcial do serviço po- - § 4º e itens 1 e 2 do artigo 80 com redação dada pelo inciso III do ar-
licial ou outro qualquer serviço, ou dele participar; tigo 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
VIII – pedir ou aceitar empréstimo de dinheiro ou valor de pessoas que § 5º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá de-
tratem de interesses ou os tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua terminar, desde logo, as providências necessárias à apuração da respon-
fiscalização; sabilidade pela sua ocorrência. (NR)
IX – exercer advocacia administrativa. - § 5º do artigo 80 com redação dada pelo inciso III do artigo 1º da Lei
X - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de Complementar nº 922, de 02/7/2002.
entorpecentes e drogas afins e terrorismo; (NR) Artigo 81 – Extingue-se, ainda, a punibilidade:
XI - praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de I – pela morte do agente;
lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; (NR) II – pela anistia administrativa;
XII - praticar ato definido em lei como de improbidade. (NR) III – pela retroatividade de lei que não considere o fato como falta.
- Incisos X, XI e XII do artigo 75 acrescentados pelo inciso II do artigo Artigo 82 – O policial civil que, sem justa causa, deixar de atender a
2º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado prazo certo, terá
Artigo 76 – O ato que cominar pena ao policial civil mencionará, sem- suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração até que satis-
pre, a disposição legal em que se fundamenta. faça essa exigência.
§ 1º - Desse ato será dado conhecimento ao órgão do pessoal, para Parágrafo único – Aplica-se aos aposentados ou em disponibilidade o
registro e publicidade, no prazo de 8 (oito) dias, desde que não se tenha disposto neste artigo.
revestido de reserva. Artigo 83 – Deverão constar do assentamento individual do policial civil
§ 2º - As penas previstas nos incisos I a IV do artigo 67, quando aplica- as penas que lhe forem impostas.
das aos integrantes da carreira de Delegado de Polícia, revestir-se-ão SEÇÃO III
sempre de reserva.
Das Providências Preliminares (NR)
Artigo 77 – Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, se ficar provado que o inativo: - Seção III do Capítulo IX com denominação alterada pelo inciso IV do
artigo 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
I – praticou, quando em atividade, falta para a qual é cominada nesta
lei a pena de demissão ou de demissão a bem do serviço público; Artigo 84 - A autoridade policial que, por qualquer meio, tiver conheci-
mento de irregularidade praticada por policial civil, comunicará imediata-
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública; mente o fato ao órgão corregedor, sem prejuízo das medidas urgentes que
III – aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autoriza- o caso exigir. (NR)
ção do Presidente da República. Parágrafo único - Ao instaurar procedimento administrativo ou de polí-
Artigo 78 – Constitui motivo de exclusão de falta disciplinar a não exigi- cia judiciária contra policial civil, a autoridade que o presidir comunicará o
bilidade de outra conduta do policial civil. fato ao Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria. (NR)
Artigo 79 – Independe do resultado de eventual ação penal a aplicação - Artigo 84 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Com-
das penas disciplinares previstas neste Estatuto. plementar nº 922, de 02/7/2002.
SEÇÃO II Artigo 85 - A autoridade corregedora realizará apuração preliminar, de
Da Extinção da Punibilidade natureza simplesmente investigativa, quando a infração não estiver sufici-
Artigo 80 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: entemente caracterizada ou definida autoria. (NR)
I - da falta sujeita à pena de advertência, repreensão, multa ou suspen- § 1º - O início da apuração será comunicado ao Delegado de Polícia
são, em 2 (dois) anos; (NR) Diretor da Corregedoria, devendo ser concluída e a este encaminhada no
II - da falta sujeita à pena de demissão, demissão a bem do serviço pú- prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
blico e de cassação da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) § 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imedia-
anos; (NR) tamente encaminhar ao Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria relató-
III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição rio das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o término
em abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. (NR) dos trabalhos. (NR)
- Artigo 80 e incisos com redação dada pelo inciso III do artigo 1º da Lei § 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar
Complementar nº 922, de 02/7/2002. fundamentadamente pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância
ou processo administrativo. (NR)
§ 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
- Artigo 85 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
1 - do dia em que a falta for cometida; (NR) Complementar nº 922, de 02/7/2002.
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas Artigo 86 - Determinada a instauração de sindicância ou processo ad-
faltas continuadas ou permanentes. (NR) ministrativo, ou no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou
- § 1º e itens 1 e 2 do artigo 80 com redação dada pelo inciso III do ar- para o serviço policial, poderá o Delegado Geral de Polícia, por despacho
tigo 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. fundamentado, ordenar as seguintes providências: (NR)
§ 2º - Interrompe a prescrição a portaria que instaura sindicância e a I - afastamento preventivo do policial civil, quando o recomendar a mo-
que instaura processo administrativo.(NR) ralidade administrativa ou a repercussão do fato, sem prejuízo de venci-
- § 2º do artigo 80 com redação dada pelo inciso III do artigo 1º da Lei
Complementar nº 922, de 02/7/2002.
Noções de Direito 96 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mentos ou vantagens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três)
única vez por igual período; (NR) testemunhas; (NR)
II - designação do policial acusado para o exercício de atividades ex- II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) di-
clusivamente burocráticas até decisão final do procedimento; (NR) as; (NR)
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas; III - com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competen-
(NR) te para a decisão. (NR)
IV - proibição do porte de armas; (NR) - Artigo 92 e incisos com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
para tomar ciência dos atos do procedimento. (NR) Artigo 93 - O Delegado Geral de Polícia poderá, quando entender con-
- Artigo 86 e incisos com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da veniente, solicitar manifestação do Conselho da Polícia Civil, antes de
Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. opinar ou proferir decisão em sindicância. (NR)
§ 1º - O Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, ou qualquer auto- - Artigo 93 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Com-
ridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou processo plementar nº 922, de 02/7/2002.
administrativo, poderá representar ao Delegado Geral de Polícia para
propor a aplicação das medidas previstas neste artigo, bem como sua SEÇÃO III
cessação ou alteração.(NR) Do Processo Administrativo
§ 2º - O Delegado Geral de Polícia poderá, a qualquer momento, por Artigo 94 - São competentes para determinar a instauração de proces-
despacho fundamentado, fazer cessar ou alterar as medidas previstas so administrativo as autoridades enumeradas no artigo 70, até o inciso IV,
neste artigo. (NR) inclusive. (NR)
§ 3º - O período de afastamento preventivo computa-se como de efeti- Parágrafo único - Quando a determinação incluir Delegado de Polícia,
vo exercício, não sendo descontado da pena de suspensão eventualmente a competência é das autoridades enumeradas no artigo 70, até o inciso III,
aplicada. (NR) inclusive. (NR)
- §§ do artigo 86 com redação dada pelo artigo 1º, IV da Lei Comple- Artigo 95 - O processo administrativo será presidido por Delegado de
mentar nº 922, de 02/7/2002. Polícia, que designará como secretário um Escrivão de Polícia. (NR)
CAPÍTULO X Parágrafo único - Havendo imputação contra Delegado de Polícia, a
Do Procedimento Disciplinar (NR) autoridade que presidir a apuração será de classe igual ou superior à do
SEÇÃO I acusado. (NR)
Das Disposições Gerais - Artigo 95 e parágrafo único com redação dada pelo inciso IV do artigo
Artigo 87 - A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa. Artigo 96 - Não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como
(NR) secretário, amigo íntimo ou inimigo, parente consanguíneo ou afim, em
- Artigo 87 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Com- linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro
plementar nº 922, de 02/7/2002. ou qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado,
Artigo 88 - Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por bem assim o subordinado deste. (NR)
sua natureza, possa determinar as penas de advertência, repreensão, Parágrafo único - A autoridade ou o funcionário designado deverão
multa e suspensão. (NR) comunicar, desde logo, à autoridade competente, o impedimento que
- Artigo 88 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei com- houver. (NR)
plementar nº 922, de 02/7/2002. - Artigo 96 e parágrafo único com redação dada pelo inciso IV do artigo
Artigo 89 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002.
disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena de demissão, demis- Artigo 97 - O processo administrativo deverá ser instaurado por portari-
são a bem do serviço público, cassação de aposentadoria ou disponibilida- a, no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação,
de.(NR) e concluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. (NR)
§ 1º - Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo, § 1º - Da portaria deverá constar o nome e a identificação do acusado,
se o servidor tiver pedido exoneração. (NR) a infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos e indicação
§ 2º - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar das normas infringidas. (NR)
abandono de cargo, se o indiciado pedir exoneração até a data designada § 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, a autoridade
para o interrogatório, ou por ocasião deste. (NR) deverá imediatamente encaminhar ao Delegado de Polícia Diretor da
- Artigo 89 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Corregedoria relatório indicando as providências faltantes e o tempo neces-
Complementar nº 922, de 02/7/2002. sário para término dos trabalhos. (NR)
SEÇÃO II § 3º - Caso o processo não esteja concluído no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria deverá justifi-
Da Sindicância car o fato circunstanciadamente ao Delegado Geral de Polícia e ao Secretá-
Artigo 90 - São competentes para determinar a instauração de sindi- rio da Segurança Pública. (NR)
cância as autoridades enumeradas no artigo 70. (NR) - Artigo 97 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
Parágrafo único - Quando a determinação incluir Delegado de Polícia, Complementar nº 922, de 02/7/2002.
a competência é das autoridades enumeradas no artigo 70, até o inciso IV, Artigo 98 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará
inclusive. (NR) o presidente dia e hora para audiência de interrogatório, determinando a
- Artigo 90 e parágrafo único com redação dada pelo inciso IV do artigo citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver. (NR)
1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. § 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR)
Artigo 91 - Instaurada a sindicância, a autoridade que a presidir comu- 1 - cópia da portaria; (NR)
nicará o fato à Corregedoria Geral da Polícia Civil e ao órgão setorial de
pessoal. (NR) 2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado
pelo advogado do acusado; (NR)
- Artigo 91 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Com-
plementar nº 922, de 02/7/2002. 3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá
ser acompanhada pelo advogado do acusado; (NR)
Artigo 92 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta lei com-
plementar para o processo administrativo, com as seguintes modificações: 4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado da-
(NR) tivo, caso não constitua advogado próprio; (NR)

Noções de Direito 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e reque- § 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
rer provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu inter- nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobriga-
rogatório; (NR) das pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. (NR)
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir exo- - Artigo 105 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
neração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de abandono Complementar nº 922, de 02/7/2002.
de cargo. (NR) Artigo 106 - A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 inquirida pela autoridade do lugar de sua residência, expedindo-se, para
(dois) dias antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimada a defesa. (NR)
hierárquico, ou diretamente, onde possa ser encontrado. (NR) § 1º - Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os escla-
§ 3º - Não sendo encontrado, furtando-se o acusado à citação ou igno- recimentos pretendidos. (NR)
rando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma vez no § 2º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução do proce-
Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do interrogatório. (NR) dimento. (NR)
Artigo 99 - Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no § 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até fi-
interregno entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do acusa- nal decisão; a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será juntada
do, sendo notificado para tal fim. (NR) aos autos.(NR)
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado - Artigo 106 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
do acusado, próprio ou dativo. (NR) Complementar nº 922, de 02/7/2002.
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunciante; antes, po- Artigo 107 - As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à
rém, de ser interrogado, poderá ter ciência das declarações que aquele audiência designada independente de notificação. (NR)
houver prestado. (NR) § 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante
Artigo 100 - Não comparecendo o acusado, será, por despacho, decre- e que não comparecer espontaneamente. (NR)
tada sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do proces- § 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la,
so.(NR) se quiser, levando na mesma data designada para a audiência outra teste-
Artigo 101 - Ao acusado revel será nomeado advogado dativo.(NR) munha, independente de notificação.(NR)
Artigo 102 - O acusado poderá constituir advogado que o representará - Artigo 107 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
em todos os atos e termos do processo. (NR) Complementar nº 922, de 02/7/2002.
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e ter- Artigo 108 - Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de o-
mos do processo, não sendo obrigatória qualquer notificação. (NR) fício ou a requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda conve-
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no Diário Oficial do Es- nientes. (NR)
tado, de que conste seu nome e número de inscrição na Ordem dos Advo- § 1º - As informações necessárias à instrução do processo serão solici-
gados do Brasil, bem como os dados necessários à identificação do proce- tadas diretamente, sem observância de vinculação hierárquica, mediante
dimento. (NR) ofício, do qual cópia será juntada aos autos. (NR)
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou negando-se a cons- § 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o
tituir advogado, o presidente nomeará advogado dativo. (NR) presidente os requisitará, observados os impedimentos do artigo 105. (NR)
§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir advogado para - Artigo 108 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
prosseguir na sua defesa. (NR) Complementar nº 922, de 02/7/2002.
Artigo 103 - Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia- Artigo 109 - Durante a instrução, os autos do procedimento administra-
se o prazo de 3 (três) dias para requerer a produção de provas, ou apresen- tivo permanecerão na repartição competente. (NR)
tá-las. (NR) § 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante simples
§ 1º - Ao acusado é facultado arrolar até 5 (cinco) testemunhas. (NR) solicitação, sempre que não prejudicar o curso do procedimento. (NR)
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente § 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifesta-
por documentos, até as alegações finais. (NR) ção do acusado ou para apresentação de recursos, mediante publicação no
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiência de ins- Diário Oficial do Estado. (NR)
trução. (NR) § 3º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os autos da repar-
Artigo 104 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as tição, mediante recibo, durante o prazo para manifestação de seu represen-
testemunhas arroladas pelo presidente, em número não superior a 5 (cin- tado, salvo na hipótese de prazo comum, de processo sob regime de se-
co), e pelo acusado.(NR) gredo de justiça ou quando existirem nos autos documentos originais de
Parágrafo único - Tratando -se de servidor público, seu comparecimen- difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a per-
to poderá ser solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações manência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despa-
necessárias. (NR) cho motivado. (NR)
- Artigo 104 e parágrafo único com redação dada pelo inciso IV do arti- - Artigo 109 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei
go 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. Complementar nº 922, de 02/7/2002.
Artigo 105 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for Artigo 110 - Somente poderão ser indeferidos pelo presidente, median-
ascendente, descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, com- te decisão fundamentada, os requerimentos de nenhum interesse para o
panheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, esclarecimento do fato, bem como as provas ilícitas, impertinentes, desne-
exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a cessárias ou protelatórias. (NR)
prova do fato e de suas circunstâncias. (NR) - Artigo 110 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Com-
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, fi- plementar nº 922, de 02/7/2002.
cam elas proibidas de depor, observada a exceção deste artigo. (NR) Artigo 111 - Quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos
§ 2º - Ao policial civil que se recusar a depor, sem justa causa, será pe- imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a instauração de novo pro-
la autoridade competente aplicada a sanção a que se refere o artigo 82, cedimento para sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a portaria,
mediante comunicação do presidente. (NR) reabrindo-se oportunidade de defesa. (NR)
§ 3º - O policial civil que tiver de depor como testemunha fora da sede - Artigo 111 com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei Com-
de seu exercício, terá direito a transporte e diárias na forma da legislação plementar nº 922, de 02/7/2002.
em vigor, podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito à autorida- Artigo 112 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à de-
de do domicílio do depoente. (NR) fesa, que poderá apresentar alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias.
(NR)

Noções de Direito 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações finais, o § 6º - O recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que
presidente designará advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. (NR) incorretamente denominado ou endereçado. (NR)
- Artigo 112 e parágrafo único com redação dada pelo inciso IV do arti- Artigo 120 - Caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser re-
go 1º da Lei Complementar nº 922, de 02/7/2002. novado, de decisão tomada pelo Governador do Estado em única instância,
Artigo 113 - O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
dias, contados da apresentação das alegações finais. (NR) Artigo 121 - Os recursos de que trata esta lei complementar não têm
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado, sepa- efeito suspensivo; os que forem providos darão lugar às retificações neces-
radamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões sárias, retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. (NR)
de defesa, propondo a absolvição ou punição e indicando, nesse caso, a
pena que entender cabível. (NR) CAPÍTULO XI
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer ou- Da Revisão do Processo Disciplinar
tras providências de interesse do serviço público. (NR) Artigo 122 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição disci-
- Artigo 113 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei plinar, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciadas, ou vícios
Complementar nº 922, de 02/7/2002. insanáveis de procedimento, que possam justificar redução ou anulação da
pena aplicada. (NR)
Artigo 114 - Relatado, o processo será encaminhado ao Delegado Ge-
ral de Polícia, que o submeterá ao Conselho da Polícia Civil, no prazo de 48 § 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não constitui funda-
(quarenta e oito) horas. (NR) mento do pedido. (NR)
§ 1º - O Presidente do Conselho da Polícia Civil, no prazo de 20 (vinte) § 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento.
dias, poderá determinar a realização de diligência, sempre que necessário (NR)
ao esclarecimento dos fatos. (NR) § 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão in-
§ 2º - Determinada a diligência, a autoridade encarregada do processo deferidos. (NR)
administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para seu cumprimento, abrin- § 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. (NR)
do vista à defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias. (NR) Artigo 123 - A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão.
§ 3º - Cumpridas as diligências, o Conselho da Polícia Civil emitirá pa- (NR)
recer conclusivo, no prazo de 20 (vinte) dias, encaminhando os autos ao Artigo 124 - A instauração de processo revisional poderá ser requerida
Delegado Geral de Polícia. (NR) fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu
§ 4º - O Delegado Geral de Polícia, no prazo de 10 (dez) dias, emitirá curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, sem-
manifestação conclusiva e encaminhará o processo administrativo à autori- pre por intermédio de advogado. (NR)
dade competente para decisão. (NR) Parágrafo único - O pedido será instruído com as provas que o reque-
§ 5º - A autoridade que proferir decisão determinará os atos dela decor- rente possuir ou com indicação daquelas que pretenda produzir. (NR)
rentes e as providências necessárias a sua execução. (NR) Artigo 125 - O exame da admissibilidade do pedido de revisão será fei-
- Artigo 114 e §§ com redação dada pelo inciso IV do artigo 1º da Lei to pela autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver confirmado em
Complementar nº 922, de 02/7/2002. grau de recurso. (NR)
Artigo 115 - Terão forma processual resumida, quando possível, todos Artigo 126 - Deferido o processamento da revisão, será este realizado
os termos lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclu- por Delegado de Polícia de classe igual ou superior à do acusado, que não
são, intimação, data de recebimento, bem como certidões e compromissos. tenha funcionado no procedimento disciplinar de que resultou a punição do
(NR) requerente. (NR)
Parágrafo único - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem Artigo 127 - Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensa-
cronológica da apresentação, rubricando o presidente as folhas acrescidas. mento dos autos originais e notificará o requerente para, no prazo de 8
(NR) (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras provas que
Artigo 116 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual pretenda produzir. (NR)
que não houver influído na apuração da verdade substancial ou diretamente Parágrafo único - No processamento da revisão serão observadas as
na decisão do processo ou sindicância. (NR) normas previstas nesta lei complementar para o processo administrativo.
Artigo 117 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divul- (NR)
gação notas sobre os atos processuais, salvo no interesse da Administra- Artigo 128 - A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a
ção, a juízo do Delegado Geral de Polícia. (NR) classificação da infração, absolver o punido, modificar a pena ou anular o
Artigo 118 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados do processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada.
cumprimento da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não (NR)
mais poderá aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclusive para
efeito de reincidência. (NR) CAPÍTULO XII
Das Disposições Gerais e Finais
SEÇÃO IV
Artigo 129 – Vetado.
Dos Recursos
Artigo 130 – Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos nesta
Artigo 119 - Caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar lei complementar.
penalidade. (NR)
Parágrafo único – Computam -se os prazos excluindo o dia do começo
§ 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados da publica- e incluindo o do vencimento, prorrogando-se este, quando incidir em sába-
ção da decisão impugnada no Diário Oficial do Estado. (NR) do, domingo, feriado ou facultativo, para o primeiro dia útil seguinte.
§ 2º - Tratando-se de pena de advertência, sem publicidade, o prazo Artigo 131 – Compete ao Órgão Setorial de Recursos Humanos da Po-
será contado da data em que o policial civil for pessoalmente intimado da lícia Civil, o planejamento, a coordenação, a orientação técnica e o controle,
decisão. (NR) sempre em integração com o órgão central das atividades de administração
§ 3º - Do recurso deverá constar, além do nome e qualificação do re- do pessoal policial civil.
corrente, a exposição das razões de inconformismo. (NR) Artigo 132 – O Estado fornecerá aos policiais civis, arma, munição, al-
§ 4º - O recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que gema e distintivo, quando for necessária ao exercício de suas funções.
terá o prazo de 10 (dez) dias para, motivadamente, manter sua decisão ou Artigo 133 – É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta ne-
reformá-la. (NR) cessidade de serviço e pelo máximo de 3 (três) anos consecutivos.
§ 5º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será imediata-
mente encaminhada a reexame pelo superior hierárquico. (NR)

Noções de Direito 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 134 - O disposto nos artigos 41, 42, 44 e 45 desta lei comple-
mentar aplica-se aos integrantes da série de classes de Agente de Segu-
rança Penitenciária da Secretaria da Justiça. (NR)
Artigo 135 – Aplicam-se ao funcionários policiais civis, no que não con-
flitar com esta lei complementar as disposições da Lei nº 199, de 1º de
dezembro de 1948, do Decreto-lei nº 141, de 24 de julho de 1969, da Lei nº
10.261, de 28 de outubro de 1968, da Lei nº 122, de 17 de outubro de 1975,
da Lei Complementar nº 180, de 12 de maio de 1978, bem como o regime
de pensão instituído pela Lei nº 4.832, de 4 de setembro de 1958, com suas
alterações posteriores.
Artigo 136 – Esta lei complementar aplicar-se, nas mesmas bases, ter-
mos e condições aos inativos.
Artigo 137 – As despesas decorrentes da aplicação desta lei comple-
mentar, correrão à conta de créditos suplementares que o Poder Executivo
fica autorizado a abrir, até o limite de Cr$ 270.000.000,00 (duzentos e
setenta milhões de cruzeiros).
Parágrafo único – O valor do crédito autorizado neste artigo será cober-
to com recursos de que trata o artigo 43 da Lei federal nº 4.320 de 17 de
março de 1964.
Artigo 138 – Esta lei complementar e suas disposições transitórias en-
trarão em vigor em 1º de março de 1979 revogadas as disposições em
contrário, especialmente a Lei nº 7.626, de 6 de dezembro de 1962, o
Decreto-lei nº 156, de 8 de outubro de 1969, bem como a alínea “a” do
inciso III do artigo 64 e o artigo 182, ambos da Lei Complementar nº 180,
de 12 de maio de 1978.

Das Disposições Transitórias


Artigo 1º - Somente se aplicará esta lei complementar às infrações dis-
ciplinares praticadas na vigência da lei anterior, quando:
I – o fato não for considerado infração disciplinar;
II – de qualquer forma, for mais branda a pena cominada.
Artigo 2º - Os processos em curso, quando da entrada em vigor desta
lei complementar, obedecerão ao rito processual estabelecido pela legisla-
ção anterior.
Artigo 3º - Os atuais cargos de Delegado de Polícia Substituto serão
extintos na vacância.
Parágrafo único – Os ocupantes dos cargos que alude este artigo se-
rão inscritos nos concursos de ingresso na carreira de Delegado de Polícia.
Artigo 4º - Vetado.
Artigo 5º - Vetado.
Parágrafo único – Vetado
Artigo 6º - Vetado
a) vetado;
b) vetado;
c) vetado;
d) vetado.

Noções de Direito 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2.4.4. - Lei Federal n.º 12.527 de 18.11.2011 (Lei de CAPÍTULO II
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Acesso à Informação) e Decreto Estadual n.º 58.052 Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as
de 16.05.2012. normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela
CAPÍTULO I e sua divulgação;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenti-
cidade e integridade; e
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observa-
acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § da a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de
3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. acesso.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre
outros, os direitos de obter:
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes
Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,
Ministério Público; bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informa-
ção almejada;
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as so-
ciedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou a-
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. cumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
públicos;
Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entida-
des privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade
interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades,
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades ci- V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades,
tadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legal- VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utili-
mente obrigadas. zação de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar VII - informação relativa:
o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas,
conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e
seguintes diretrizes: indicadores propostos;
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como ex- b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de con-
ceção; tas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo presta-
II - divulgação de informações de interesse público, independentemen- ções de contas relativas a exercícios anteriores.
te de solicitações; § 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as in-
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da formações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos
informação; ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na admi- do Estado.
nistração pública; § 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser
V - desenvolvimento do controle social da administração pública. ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se: meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados § 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles con-
para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, tidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato adminis-
suporte ou formato; trativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja § 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado
o suporte ou formato; aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamentada,
sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição
Lei.
de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança
da sociedade e do Estado; § 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interes-
sado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identifi-
para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
cada ou identificável;
§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o responsável
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produ-
pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias,
ção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte,
justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
avaliação, destinação ou controle da informação; Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, indepen-
dentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e
âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou
utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
geral por eles produzidas ou custodiadas.
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida,
§ 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão
expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento
constar, no mínimo:
ou sistema;
I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive
telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;
quanto à origem, trânsito e destino;
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos fi-
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o
nanceiros;
máximo de detalhamento possível, sem modificações.
III - registros das despesas;
Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação,
que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma
transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

Noções de Direito 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma dispos-
respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebra- ta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo
dos; não superior a 20 (vinte) dias:
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, proje- I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a
tos e obras de órgãos e entidades; e reprodução ou obter a certidão;
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do
§ 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades acesso pretendido; ou
públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu co-
dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mun- nhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o
dial de computadores (internet). requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da
§ 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamento, remessa de seu pedido de informação.
atender, entre outros, aos seguintes requisitos: § 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez)
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.
informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil § 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do
compreensão; cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrôni- meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que
cos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de necessitar.
modo a facilitar a análise das informações; § 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em forma- total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a
tos abertos, estruturados e legíveis por máquina; possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, deven-
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da in- do, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.
formação; § 5o A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis formato, caso haja anuência do requerente.
para acesso; § 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em for-
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; mato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal,
serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar- poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento
se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu
sítio; e fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de para realizar por si mesmo tais procedimentos.
conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito,
10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade
Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o
186, de 9 de julho de 2008. valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais
§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes utilizados.
ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput
2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informa- todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo
ções relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de
previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 29 de agosto de 1983.
(Lei de Responsabilidade Fiscal).
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documen-
Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado mediante: to cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entida- a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original.
des do poder público, em local com condições apropriadas para: Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interes-
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; sado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas u- público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a
nidades; conservação do documento original.
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de nega-
e tiva de acesso, por certidão ou cópia.
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à partici- Seção II
pação popular ou a outras formas de divulgação. Dos Recursos
CAPÍTULO III Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às ra-
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO zões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a
Seção I decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
Do Pedido de Acesso Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a in- superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no
formações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por qual- prazo de 5 (cinco) dias.
quer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do
a especificação da informação requerida. Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identificação Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternati- II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente
va de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a
oficiais na internet. hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determi- desclassificação;
nantes da solicitação de informações de interesse público. III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabele-
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o cidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
acesso imediato à informação disponível. IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos
previstos nesta Lei.

Noções de Direito 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Con- VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
troladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos to científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou
uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão áreas de interesse estratégico nacional;
impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades
§ 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria- nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providên- VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investiga-
cias necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. ção ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou
§ 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, repressão de infrações.
poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Infor- Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, ob-
mações, a que se refere o art. 35. servado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de in- sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secre-
formação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o ta ou reservada.
requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das com- § 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, confor-
petências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no me a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produ-
art. 35, e do disposto no art. 16. ção e são os seguintes:
§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às au- I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
toridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos II - secreta: 15 (quinze) anos; e
uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a
decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Coman- III - reservada: 5 (cinco) anos.
do. § 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança do
§ 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e fi-
desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à lhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o
Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35. término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reelei-
ção.
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferi-
das no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de docu- § 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser estabe-
mentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes lecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado
Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbi- evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de
tos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado classificação.
sobre o andamento de seu pedido. § 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que
Art. 19. (VETADO). defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de
acesso público.
§ 1o (VETADO).
§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo,
§ 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério
ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério menos restritivo possível, considerados:
Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem
acesso a informações de interesse público. I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Esta-
do; e
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784, de
29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo. II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu
termo final.
CAPÍTULO IV
Seção III
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
Seção I
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de infor-
Disposições Gerais mações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tute- sua proteção.
la judicial ou administrativa de direitos fundamentais. § 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de
condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamen-
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser to, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.
objeto de restrição de acesso. § 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decor- § 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem
rentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la
pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não
público. autorizados.
Seção II Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as nor-
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade mas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento
ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja de informações sigilosas.
divulgação ou acesso irrestrito possam: Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de
território nacional; informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as rela- empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e proce-
ções internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter dimentos de segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei.
sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; Seção IV
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassifica-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou mo- ção
netária do País; Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da adminis-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das tração pública federal é de competência:
Forças Armadas; I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

Noções de Direito 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Presidente da República; Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma
b) Vice-Presidente da República; transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e § 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à
intimidade, vida privada, honra e imagem:
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exte-
rior; I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de si-
gilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de pro-
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titula- dução, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se
res de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de eco- referirem; e
nomia mista; e
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros dian-
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e te de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se
das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, referirem.
ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierar-
quia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão § 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo
ou entidade, observado o disposto nesta Lei. será responsabilizado por seu uso indevido.
§ 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classi- § 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigido
ficação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade quando as informações forem necessárias:
responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou
subdelegação. legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o trata-
§ 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas mento médico;
autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente inte-
pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. resse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da
§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar informação pessoa a que as informações se referirem;
como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à III - ao cumprimento de ordem judicial;
Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, IV - à defesa de direitos humanos; ou
no prazo previsto em regulamento. V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deve- § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e
rá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes ele- imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar
mentos: processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações
I - assunto sobre o qual versa a informação; estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de
II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos fatos históricos de maior relevância.
no art. 24; § 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou informação pessoal.
do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. CAPÍTULO V
24; e DAS RESPONSABILIDADES
IV - identificação da autoridade que a classificou. Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo agente público ou militar:
grau de sigilo da informação classificada. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, re-
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autorida- tardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente
de classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfi-
com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, obser- gurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre
vado o disposto no art. 24. sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do
§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as pecu- exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública;
liaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à in-
agentes públicos. formação;
§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso in-
permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes devido à informação sigilosa ou informação pessoal;
do acesso ou da divulgação da informação. V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro,
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;
prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção. VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, a- sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
nualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes
dados e informações administrativas, nos termos de regulamento: a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 § 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido
(doze) meses; processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas:
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identi- I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, trans-
ficação para referência futura; gressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabeleci-
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informa- dos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou
ção recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
sobre os solicitantes. e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
prevista no caput para consulta pública em suas sedes. § 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente pú-
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informa- blico responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
ções classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos funda- disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
mentos da classificação. de 1992.
Seção V
Das Informações Pessoais

Noções de Direito 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segu-
em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de rança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de
observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: informações sigilosas; e
I - advertência; II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas
II - multa; provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a
III - rescisão do vínculo com o poder público; República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou
qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes.
contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois)
anos; e Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organiza-
ção e funcionamento do NSC.
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a adminis-
tração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novembro
autoridade que aplicou a penalidade. de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante
de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas público.
juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessa-
do, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação
das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quan- máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.
do o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuí-
zos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no § 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação
inciso IV. prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos nesta
Lei.
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência ex-
clusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a § 2o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista
defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de
da abertura de vista. Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos § 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no ca-
danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização put, será mantida a classificação da informação nos termos da legislação
indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a precedente.
apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, asse- § 4o As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não
gurado o respectivo direito de regresso. reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automatica-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou mente, de acesso público.
entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei,
órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração pública
submeta a tratamento indevido. federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente
CAPÍTULO VI subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as
seguintes atribuições:
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informa-
Art. 35. (VETADO). ção, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
§ 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar rela-
que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamen- tórios periódicos sobre o seu cumprimento;
to e a classificação de informações sigilosas e terá competência para:
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao a-
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecre- perfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto cum-
ta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação; primento do disposto nesta Lei; e
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento
ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o dispos- do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
to no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultras- pública federal responsável:
secreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulga-
ção puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à
do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, cultura da transparência na administração pública e conscientização do
observado o prazo previsto no § 1o do art. 24. direito fundamental de acesso à informação;
§ 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação. II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvol-
vimento de práticas relacionadas à transparência na administração pública;
§ 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1o deverá ocor-
rer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no art. III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração
39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos. pública federal, concentrando e consolidando a publicação de informações
estatísticas relacionadas no art. 30;
§ 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reava-
liação de Informações nos prazos previstos no § 3o implicará a desclassifi- IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual
cação automática das informações. com informações atinentes à implementação desta Lei.
§ 5o Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcio- Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no pra-
namento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observado o zo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.
mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposições desta Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
Lei. 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, a- “Art. 116. ...................................................................
cordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações cons- ............................................................................................
tantes desses instrumentos. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envol-
da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento vimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
(NSC), que tem por objetivos: apuração;
.................................................................................” (NR)

Noções de Direito 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990, passa a vi- VIII - desclassificação: supressão da classificação de sigilo por ato da
gorar acrescido do seguinte art. 126-A: autoridade competente ou decurso de prazo, tornando irrestrito o acesso a
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal documentos, dados e informações sigilosas;
ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando IX - documentos de arquivo: todos os registros de informação, em
houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para qualquer suporte, inclusive o magnético ou óptico, produzidos, recebidos ou
apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade acumulados por órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, no
de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de exercício de suas funções e atividades;
cargo, emprego ou função pública.” X - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em le- utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
gislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei, XI - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja
definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9o e na o suporte ou formato;
Seção II do Capítulo III. XII - gestão de documentos: conjunto de procedimentos operações
Art. 46. Revogam-se: técnicas referentes à sua produção, classificação, avaliação, tramitação,
I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e uso, arquivamento e reprodução, que assegura a racionalização e a efici-
II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991. ência dos arquivos;
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data XIII - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados
de sua publicação. para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio,
suporte ou formato;
XIV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identifi-
DECRETO Nº 58.052, DE 16 DE MAIO DE 2012 cada ou identificável;
Regulamenta a Lei federal n° 12.527, de 18 de novembro de 2011, que XV - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restri-
regula o acesso a informações, e dá providências correlatas ção de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segu-
CAPÍTULO I rança da sociedade e do Estado;
Disposições Gerais XVI - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive
quanto à origem, trânsito e destino;
Artigo 1º - Este decreto define procedimentos a serem observados pe-
los órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, e pelas entida- XVII - marcação: aposição de marca assinalando o grau de sigilo de
des privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos estaduais documentos, dados ou informações, ou sua condição de acesso irrestrito,
para a realização de atividades de interesse público, à vista das normas após sua desclassificação;
gerais estabelecidas na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. XVIII - metadados: são informações estruturadas e codificadas que
Artigo 2º - O direito fundamental de acesso a documentos, dados e in- descrevem e permitem gerenciar, compreender, preservar e acessar os
formações será assegurado mediante: documentos digitais ao longo do tempo e referem-se a:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como ex- a) identificação e contexto documental (identificador único, instituição
ceção; produtora, nomes, assunto, datas, local, código de classificação, tipologia
documental, temporalidade, destinação, versão, documentos relacionados,
II - implementação da política estadual de arquivos e gestão de docu-
idioma e indexação);
mentos;
b) segurança (grau de sigilo, informações sobre criptografia, assinatura
III - divulgação de informações de interesse público, independentemen-
digital e outras marcas digitais);
te de solicitações;
c) contexto tecnológico (formato de arquivo, tamanho de arquivo, de-
IV - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da
pendências de hardware e software, tipos de mídias, algoritmos de com-
informação;
pressão) e localização física do documento;
V - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na admi-
XIX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o
nistração pública;
máximo de detalhamento possível, sem modificações;
VI - desenvolvimento do controle social da administração pública.
XX - reclassificação: alteração, pela autoridade competente, da classifi-
Artigo 3º - Para os efeitos deste decreto, consideram-se as seguintes cação de sigilo de documentos, dados e informações;
definições:
XXI - rol de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais: re-
I - arquivos públicos: conjuntos de documentos produzidos, recebidos e lação anual, a ser publicada pelas autoridades máximas de órgãos e enti-
acumulados por órgãos públicos, autarquias, fundações instituídas ou dades, de documentos, dados e informações classificadas, no período,
mantidas pelo Poder Público, empresas públicas, sociedades de economia como sigilosas ou pessoais, com identificação para referência futura;
mista, entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos e
XXII - serviço ou atendimento presencial: aquele prestado a presença
organizações sociais, no exercício de suas funções e atividades;
física do cidadão, principal beneficiário ou interessado no serviço;
II - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida,
XXIII - serviço ou atendimento eletrônico: aquele prestado remotamen-
expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento
te ou à distância, utilizando meios eletrônicos de comunicação;
ou sistema;
XXIV - tabela de documentos, dados e informações sigilosas e pesso-
III - classificação de sigilo: atribuição, pela autoridade competente, de
ais: relação exaustiva de documentos, dados e informações com quaisquer
grau de sigilo a documentos, dados e informações;
restrição de acesso, com a indicação do grau de sigilo, decorrente de
IV - credencial de segurança: autorização por escrito concedida por au- estudos e pesquisas promovidos pelas Comissões de Avaliação de Docu-
toridade competente, que habilita o agente público estadual no efetivo mentos e Acesso - CADA, e publicada pelas autoridades máximas dos
exercício de cargo, função, emprego ou atividade pública a ter acesso a órgãos e entidades;
documentos, dados e informações sigilosas;
XXV - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à pro-
V - criptografia: processo de escrita à base de métodos lógicos e con- dução, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte,
trolados por chaves, cifras ou códigos, de forma que somente os usuários transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
autorizados possam reestabelecer sua forma original; avaliação, destinação ou controle da informação.
VI - custódia: responsabilidade pela guarda de documentos, dados e in- CAPÍTULO II
formações;
Do Acesso a Documentos, Dados e Informações
VII - dado público: sequência de símbolos ou valores, representado em
SEÇÃO I
algum meio, produzido ou sob a guarda governamental, em decorrência de
um processo natural ou artificial, que não tenha seu acesso restrito por Disposições Gerais
legislação específica;

Noções de Direito 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 4º - É dever dos órgãos e entidades da Administração Pública 3. atuar de forma integrada com as Ouvidorias, instituídas pela Lei es-
Estadual: tadual nº 10.294, de 20 de abril de 1999, e organizadas pelo Decreto nº
I - promover a gestão transparente de documentos, dados e informa- 44.074, de 1º de julho de 1999.
ções, assegurando sua disponibilidade, autenticidade e integridade, para § 3º - Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC, independente-
garantir o pleno direito de acesso; mente do meio utilizado, deverão ser identificados com ampla visibilidade.
II - divulgar documentos, dados e informações de interesse coletivo ou Artigo 8º - A Casa Civil deverá providenciar a contratação de serviços
geral, sob sua custódia, independentemente de solicitações; para o desenvolvimento de "Sistema Integrado de Informações ao Cida-
III - proteger os documentos, dados e informações sigilosas e pessoais, dão", capaz de interoperar com o SPdoc, a ser utilizado por todos os órgãos
por meio de critérios técnicos e objetivos, o menos restritivo possível. e entidades nos seus respectivos Serviços de Informações ao Cidadão -
SEÇÃO II SIC.
Da Gestão de Documentos, Dados e Informações Artigo 9º - A Unidade do Arquivo Público do Estado, da Casa Civil, de-
verá adotar as providências necessárias para a organização dos serviços
Artigo 5º - A Unidade do Arquivo Público do Estado, na condição de ór- da Central de Atendimento ao Cidadão - CAC, instituída pelo Decreto nº
gão central do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, é a 54.276, de 27 de abril de 2009, com a finalidade de:
responsável pela formulação e implementação da política estadual de
arquivos e gestão de documentos, a que se refere o artigo 2º, inciso II deste I - coordenar a integração sistêmica dos Serviços de Informações ao
decreto, e deverá propor normas, procedimentos e requisitos técnicos Cidadão - SIC, instituídos nos órgãos e entidades;
complementares, visando o tratamento da informação. II - realizar a consolidação e sistematização de dados a que se refere o
Parágrafo único - Integram a política estadual de arquivos e gestão de artigo 26 deste decreto, bem como a elaboração de estatísticas sobre as
documentos: demandas de consulta e os perfis de usuários, visando o aprimoramento
dos serviços.
1. os serviços de protocolo e arquivo dos órgãos e entidades;
Parágrafo único - Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC deve-
2. as Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a que rão fornecer, periodicamente, à Central de Atendimento ao Cidadão - CAC,
se refere o artigo 11 deste decreto; dados atualizados dos atendimentos prestados.
3. o Sistema Informatizado Unificado de Gestão Arquivística de Docu- Artigo 10 - O acesso aos documentos, dados e informações compreen-
mentos e Informações - SPdoc; de, entre outros, os direitos de obter:
4. os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC. I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,
Artigo 6º - Para garantir efetividade à política de arquivos e gestão de bem como sobre o local onde poderá ser encontrado ou obtido o documen-
documentos, os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual to, dado ou informação almejada;
deverão: II - dado ou informação contida em registros ou documentos, produzi-
I - providenciar a elaboração de planos de classificação e tabelas de dos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a
temporalidade de documentos de suas atividadesfim, a que se referem, arquivos públicos;
respectivamente, os artigos 10 a 18 e 19 a 23, do Decreto nº 48.897, de 27 III - documento, dado ou informação produzida ou custodiada por pes-
de agosto de 2004; soa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus
II - cadastrar todos os seus documentos no Sistema Informatizado Uni- órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
ficado de Gestão Arquivística de Documentos e Informações - SPdoc. IV - dado ou informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
Parágrafo único - As propostas de planos de classificação e de tabelas V - documento, dado ou informação sobre atividades exercidas pelos
de temporalidade de documentos deverão ser apreciadas pelos órgãos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e
jurídicos dos órgãos e entidades e encaminhadas à Unidade do Arquivo serviços;
Público do Estado para aprovação, antes de sua oficialização.
VI - documento, dado ou informação pertinente à administração o pa-
Artigo 7º - Ficam criados, em todos os órgãos e entidades da Adminis- trimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos admi-
tração Pública Estadual, os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC, a nistrativos;
que se refere o artigo 5º, inciso IV, deste decreto, diretamente subordinados
aos seus titulares, em local com condições apropriadas, infraestrutura VII - documento, dado ou informação relativa:
tecnológica e equipe capacitada para: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas,
I - realizar atendimento presencial e/ou eletrônico na sede e nas unida- projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e
des subordinadas, prestando orientação ao público sobre os direitos do indicadores propostos;
requerente, o funcionamento do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC, b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de con-
a tramitação de documentos, bem como sobre os serviços prestados pelas tas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo presta-
respectivas unidades do órgão ou entidade; ções de contas relativas a exercícios anteriores.
II - protocolar documentos e requerimentos de acesso a informações, § 1º - O acesso aos documentos, dados e informações previsto no "ca-
bem como encaminhar os pedidos de informação aos setores produtores ou put" deste artigo não compreende as informações referentes a projetos de
detentores de documentos, dados e informações; pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja
III - controlar o cumprimento de prazos por parte dos setores produto- imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
res ou detentores de documentos, dados e informações, previstos no artigo § 2º - Quando não for autorizado acesso integral ao documento, dado
15 deste decreto; ou informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à
IV - realizar o serviço de busca e fornecimento de documentos, dados e parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
informações sob custódia do respectivo órgão ou entidade, ou fornecer ao parte sob sigilo.
requerente orientação sobre o local onde encontrá-los. § 3º - O direito de acesso aos documentos, aos dados ou às informa-
§ 1º - As autoridades máximas dos órgãos e entidades da Administra- ções neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e
ção Pública Estadual deverão designar, no prazo de 30 (trinta) dias, os do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório res-
responsáveis pelos Serviços de Informações ao Cidadão - SIC. pectivo.
§ 2º - Para o pleno desempenho de suas atribuições, os Serviços de In- § 4º - A negativa de acesso aos documentos, dados e informações ob-
formações ao Cidadão - SIC deverão: jeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no artigo 1º
deste decreto, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medi-
1. manter intercâmbio permanente com os serviços de protocolo e ar- das disciplinares, nos termos do artigo 32 da Lei federal nº 12.527, de 18 de
quivo; novembro de 2011.
2. buscar informações junto aos gestores de sistemas informatizados e § 5º - Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interes-
bases de dados, inclusive de portais e sítios institucionais; sado requerer à autoridade competente a imediata instauração de apuração
preliminar para investigar o desaparecimento da respectiva documentação.

Noções de Direito 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 6º - Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável SEÇÃO IV
pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, Do Pedido
justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Artigo 14 - O pedido de informações deverá ser apresentado ao Servi-
SEÇÃO III ço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou entidade, por qualquer
Das Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso meio legítimo que contenha a identificação do interessado (nome, número
Artigo 11 - As Comissões de Avaliação de Documentos de Arquivo, a de documento e endereço) e a especificação da informação requerida.
que se referem os Decretos nº 29.838, de 18 de abril de 1989, e nº 48.897, Artigo 15 - O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou en-
de 27 de agosto de 2004, instituídas nos órgãos e entidades da Administra- tidade responsável pelas informações solicitadas deverá conceder o acesso
ção Pública Estadual, passarão a ser denominadas Comissões de Avalia- imediato àquelas disponíveis.
ção de Documentos e Acesso - CADA. § 1º - Na impossibilidade de conceder o acesso imediato, o Serviço de
§ 1º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou entidade, em prazo não superior
deverão ser vinculadas ao Gabinete da autoridade máxima do órgão ou a 20 (vinte) dias, deverá:
entidade. 1. comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a
§ 2º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA reprodução ou obter a certidão;
serão integradas por servidores de nível superior das áreas jurídica, de 2. indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do
administração geral, de administração financeira, de arquivo e protocolo, de acesso pretendido;
tecnologia da informação e por representantes das áreas específicas da 3. comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu co-
documentação a ser analisada. nhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o
§ 3º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da
serão compostas por 5 (cinco), 7 (sete) ou 9 (nove) membros, designados remessa de seu pedido de informação.
pela autoridade máxima do órgão ou entidade. § 2º - O prazo referido no § 1º deste artigo poderá ser prorrogado por
Artigo 12 - São atribuições das Comissões de Avaliação de Documen- mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado
tos e Acesso - CADA, além daquelas previstas para as Comissões de o interessado.
Avaliação de Documentos de Arquivo nos Decretos nº 29.838, de 18 de § 3º - Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do
abril de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto de 2004: cumprimento da legislação aplicável, o Serviço de Informações ao Cidadão
I - orientar a gestão transparente dos documentos, dados e informa- - SIC do órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio
ções do órgão ou entidade, visando assegurar o amplo acesso e divulga- interessado possa pesquisar a informação de que necessitar.
ção; § 4º - Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação
II - realizar estudos, sob a orientação técnica da Unidade do Arquivo total ou parcialmente sigilosa, o interessado deverá ser informado sobre a
Público do Estado, órgão central do Sistema de Arquivos do Estado de São possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, deven-
Paulo - SAESP, visando à identificação e elaboração de tabela de docu- do, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.
mentos, dados e informações sigilosas e pessoais, de seu órgão ou entida- § 5º - A informação armazenada em formato digital será fornecida nes-
de; se formato, caso haja anuência do interessado.
III - encaminhar à autoridade máxima do órgão ou entidade a tabela § 6º - Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em
mencionada no inciso II deste artigo, bem como as normas e procedimen- formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso univer-
tos visando à proteção de documentos, dados e informações sigilosas e sal, serão informados ao interessado, por escrito, o lugar e a forma pela
pessoais, para oitiva do órgão jurídico e posterior publicação; qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, proce-
IV - orientar o órgão ou entidade sobre a correta aplicação dos critérios dimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de
de restrição de acesso constantes das tabelas de documentos, dados e seu fornecimento direto, salvo se o interessado declarar não dispor de
informações sigilosas e pessoais; meios para realizar por si mesmo tais procedimentos.
V - comunicar à Unidade do Arquivo Público do Estado a publicação de Artigo 16 - O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito,
tabela de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais, e suas salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade
eventuais alterações, para consolidação de dados, padronização de crité- pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o
rios e realização de estudos técnicos na área; valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais
VI - propor à autoridade máxima do órgão ou entidade a renovação, al- utilizados, a ser fixado em ato normativo pelo Chefe do Executivo.
teração de prazos, reclassificação ou desclassificação de documentos, Parágrafo único - Estará isento de ressarcir os custos previstos no "ca-
dados e informações sigilosas; put" deste artigo todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-
VII - manifestar-se sobre os prazos mínimos de restrição de acesso aos lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da
documentos, dados ou informações pessoais; Lei federal nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
VIII - atuar como instância consultiva da autoridade máxima do órgão Artigo 17 - Quando se tratar de acesso à informação contida em docu-
ou entidade, sempre que provocada, sobre os recursos interpostos relativos mento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser
às solicitações de acesso a documentos, dados e informações não atendi- oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o
das ou indeferidas, nos termos do parágrafo único do artigo 19 deste decre- original.
to; Parágrafo único - Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interes-
IX - informar à autoridade máxima do órgão ou entidade a previsão de sado poderá solicitar que, a suas expensas e sob Grupo Técnico supervi-
necessidades orçamentárias, bem como encaminhar relatórios periódicos são de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
sobre o andamento dos trabalhos. ponha em risco a conservação do documento original.
Parágrafo único - Para o perfeito cumprimento de suas atribuições as Artigo 18 - É direito do interessado obter o inteiro teor de decisão de
Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA poderão convo- negativa de acesso, por certidão ou cópia.
car servidores que possam contribuir com seus conhecimentos e experiên- SEÇÃO V
cias, bem como constituir subcomissões e grupos de trabalho. Dos Recursos
Artigo 13 - À Unidade do Arquivo Público do Estado, órgão central do Artigo 19 - No caso de indeferimento de acesso aos documentos, da-
Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, responsável por dos e informações ou às razões da negativa do acesso, bem como o não
propor a política de acesso aos documentos públicos, nos termos do artigo atendimento do pedido, poderá o interessado interpor recurso contra a
6º, inciso XII, do Decreto nº 22.789, de 19 de outubro de 1984, caberá o decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar de sua ciência.
reexame, a qualquer tempo, das tabelas de documentos, dados e informa-
ções sigilosas e pessoais dos órgãos e entidades da Administração Pública Parágrafo único - O recurso será dirigido à apreciação de pelo menos
Estadual. uma autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impug-
nada, que deverá se manifestar, após eventual consulta à Comissão de

Noções de Direito 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 4. divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da in-
e 12 deste decreto, e ao órgão jurídico, no prazo de 5 (cinco) dias. formação;
Artigo 20 - Negado o acesso ao documento, dado e informação pelos 5. garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis
órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual, o interessado para acesso;
poderá recorrer à Corregedoria Geral da Administração, que deliberará no 6. manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
prazo de 5 (cinco) dias se: 7. indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se,
I - o acesso ao documento, dado ou informação não classificada como por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio;
sigilosa for negado; 8. adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de
II - a decisão de negativa de acesso ao documento, dado ou informa- conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do artigo 17 da Lei
ção, total ou parcialmente classificada como sigilosa, não indicar a autori- federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, artigo 9° da Convenção
dade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto
dirigido o pedido de acesso ou desclassificação; Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, e da Lei estadual n° 12.907, de
III - os procedimentos de classificação de sigilo estabelecidos na Lei 15 de abril de 2008.
federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, não tiverem sido observa- Artigo 24 - Os documentos que contenham informações que se enqua-
dos; drem nos casos referidos no artigo anterior deverão estar cadastrados no
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos re- Sistema Informatizado Unificado de Gestão Arquivística de Documentos e
vistos na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Informações - SPdoc.
§ 1º - O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Artigo 25 - A autoridade máxima de cada órgão ou entidade estadual
Corregedoria Geral da Administração depois de submetido à apreciação de publicará, anualmente, em sítio próprio, bem como no Portal da Transpa-
pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a rência e do Governo Aberto:
decisão impugnada, nos termos do parágrafo único do artigo 19 deste I - rol de documentos, dados e informações que tenham sido desclassi-
decreto. ficadas nos últimos 12 (doze) meses;
§ 2º - Verificada a procedência das razões do recurso, a Corregedoria II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identi-
Geral da Administração determinará ao órgão ou entidade que adote as ficação para referência futura;
providências necessárias para dar cumprimento ao disposto na Lei federal III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informa-
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e neste decreto. ção recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas
Artigo 21 - Negado o acesso ao documento, dado ou informação pela sobre os solicitantes.
Corregedoria Geral da Administração, o requerente poderá, no prazo de 10 Parágrafo único - Os órgãos e entidades da Administração Pública Es-
(dez) dias a contar da sua ciência, interpor recurso à Comissão Estadual de tadual deverão manter exemplar da publicação prevista no "caput" deste
Acesso à Informação, de que trata o artigo 76 deste decreto. artigo para consulta pública em suas sedes, bem como o extrato com o rol
Artigo 22 - Aplica-se, no que couber, a Lei estadual nº 10.177, de 30 de de documentos, dados e informações classificadas, acompanhadas da
dezembro de 1998, ao procedimento de que trata este Capítulo. data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.
CAPÍTULO III Artigo 26 - Os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual
Da Divulgação de Documentos, Dados e Informações deverão prestar no prazo de 60 (sessenta) dias, para compor o "Catálogo
Artigo 23 - É dever dos órgãos e entidades da Administração Pública de Sistemas e Bases de Dados da Administração Pública do Estado de São
Estadual promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em Paulo - CSBD", as seguintes informações:
local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de documentos, I - tamanho e descrição do conteúdo das bases de dados;
dados e informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou II - metadados;
custodiadas. III - dicionário de dados com detalhamento de conteúdo;
§ 1º - Na divulgação das informações a que se refere o "caput" deste IV - arquitetura da base de dados;
artigo, deverão constar, no mínimo:
V - periodicidade de atualização;
1. registro das competências e estrutura organizacional, endereços e
telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; VI - software da base de dados;
2. registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos finan- VII - existência ou não de sistema de consulta à base de dados e sua
ceiros; linguagem de programação;
3. registros de receitas e despesas; VIII - formas de consulta, acesso e obtenção à base de dados.
4. informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os § 1º - Os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual deve-
respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebra- rão indicar o setor responsável pelo fornecimento e atualização permanente
dos; de dados e informações que compõem o "Catálogo de Sistemas e Bases de
Dados da Administração Pública do Estado de São Paulo - CSBD".
5. relatórios, estudos e pesquisas;
§ 2º - O desenvolvimento do "Catálogo de Sistemas e Bases de Dados
6. dados gerais para o acompanhamento da execução orçamentária, da Administração Pública do Estado de São Paulo - CSBD", coleta de
de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; informações, manutenção e atualização permanente ficará a cargo da
7. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - SEADE.
§ 2º - Para o cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, os ór- § 3º - O "Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da Administração
gãos e entidades estaduais deverão utilizar todos os meios e instrumentos Pública do Estado de São Paulo - CSBD", bem como as bases de dados da
legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios Administração Pública Estadual deverão estar disponíveis no Portal do
oficiais da rede mundial de computadores (internet). Governo Aberto e no Portal da Transparência, nos termos dos Decretos nº
§ 3º - Os sítios de que trata o § 2º deste artigo deverão atender, entre 57.500, de 8 de novembro de 2011, e nº 55.559, de 12 de março de 2010,
outros, aos seguintes requisitos: com todos os elementos necessários para permitir sua utilização por tercei-
1. conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à ros, como a arquitetura da base e o dicionário de dados.
informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil CAPÍTULO IV
compreensão; Das Restrições de Acesso a Documentos, Dados e Informações
2. possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrôni- SEÇÃO I
cos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de Disposições Gerais
modo a facilitar a análise das informações;
Artigo 27 - São consideradas passíveis de restrição de acesso, no âm-
3. possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em forma- bito da Administração Pública Estadual, duas categorias de documentos,
tos abertos, estruturados e legíveis por máquina; dados e informações:

Noções de Direito 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - Sigilosos: aqueles submetidos temporariamente à restrição de aces- determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo
so público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da socie- máximo de classificação.
dade e do Estado; § 4º - Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento
II - Pessoais: aqueles relacionados à pessoa natural identificada ou i- que defina o seu termo final, o documento, dado ou informação tornar-se-á,
dentificável, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pes- automaticamente, de acesso público.
soas, bem como às liberdades e garantias individuais. § 5º - Para a classificação do documento, dado ou informação em de-
Parágrafo único - Cabe aos órgãos e entidades da Administração Pú- terminado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da
blica Estadual, por meio de suas respectivas Comissões de Avaliação de informação, e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
Documentos e Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 e 12 deste 1. a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Esta-
decreto, promover os estudos necessários à elaboração de tabela com a do;
identificação de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais, 2. o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu
visando assegurar a sua proteção. termo final.
Artigo 28 - Não poderá ser negado acesso à informação necessária à Artigo 32 - A classificação de sigilo de documentos, dados e informa-
tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. ções no âmbito da Administração Pública Estadual deverá ser realizada
Parágrafo único - Os documentos, dados e informações que versem mediante:
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por I - publicação oficial, pela autoridade máxima do órgão ou entidade, de
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser tabela de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais, que em
objeto de restrição de acesso. razão de seu teor e de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade e
Artigo 29 - O disposto neste decreto não exclui as demais hipóteses le- do Estado ou à proteção da intimidade, da vida privada, da honra e imagem
gais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo indus- das pessoas, sejam passíveis de restrição de acesso, a partir do momento
trial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado de sua produção,
ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o II - análise do caso concreto pela autoridade responsável ou agente
poder público. público competente, e formalização da decisão de classificação, reclassifi-
SEÇÃO II cação ou desclassificação de sigilo, bem como de restrição de acesso à
Da Classificação, Reclassificação e Desclassificação de Documentos, informação pessoal, que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
Dados e Informações Sigilosas a) assunto sobre o qual versa a informação;
Artigo 30 - São considerados imprescindíveis à segurança da socieda- b) fundamento da classificação, reclassificação ou desclassificação de
de ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação de sigilo, os docu- sigilo, observados os critérios estabelecidos no artigo 31 deste decreto,
mentos, dados e informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: bem como da restrição de acesso à informação pessoal;
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do c) indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do
território nacional; evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no artigo 31
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as rela- deste decreto, bem como a indicação do prazo mínimo de restrição de
ções internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter acesso à informação pessoal;
sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; d) identificação da autoridade que a classificou, reclassificou ou des-
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; classificou.
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou mo- Parágrafo único - O prazo de restrição de acesso contar-se-á da data
netária do País; da produção do documento, dado ou informação.
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Artigo 33 - A classificação de sigilo de documentos, dados e informa-
Forças Armadas; ções no âmbito da Administração Pública Estadual, a que se refere o inciso
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimen- II do artigo 32 deste decreto, é de competência:
to científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
áreas de interesse estratégico nacional; a) Governador do Estado;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades b) Vice-Governador do Estado;
nacionais ou estrangeiras e seus familiares; c) Secretários de Estado e Procurador Geral do Estado;
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investiga- d) Delegado Geral de Polícia e Comandante Geral da olícia Militar;
ção ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou
repressão de infrações. II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I deste arti-
go, das autoridades máximas de autarquias, fundações ou empresas públi-
Artigo 31 - Os documentos, dados e informações sigilosas em poder de cas e sociedades de economia mista;
órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, observado o seu
teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II
do Estado, poderão ser classificados nos seguintes graus: deste artigo e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, ou
de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de
I - ultrassecreto; cada órgão ou entidade, observado o disposto neste decreto.
II - secreto; § 1º - A competência prevista nos incisos I e II deste artigo, no que se
III - reservado. refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
§ 1º - Os prazos máximos de restrição de acesso aos documentos, da- pela autoridade responsável a agente público, vedada a subdelegação.
dos e informações, conforme a classificação prevista no "caput" e incisos § 2º - A classificação de documentos, dados e informações no grau de
deste artigo, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas na alínea "d" do inciso I
1. ultrassecreto: até 25 (vinte e cinco) anos; deste artigo deverá ser ratificada pelo Secretário da Segurança Pública, no
2. secreto: até 15 (quinze) anos; prazo de 10 (dez) dias.
3. reservado: até 5 (cinco) anos. § 3º - A autoridade ou outro agente público que classificar documento,
§ 2º - Os documentos, dados e informações que puderem colocar em dado e informação como ultrassecreto deverá encaminhar a decisão de que
risco a segurança do Governador e Vice-Governador do Estado e respecti- trata o inciso II do artigo 32 deste decreto, à Comissão Estadual de Acesso
vos cônjuges e filhos (as) serão classificados como reservados e ficarão à Informação, a que se refere o artigo 76 deste diploma legal, no prazo
sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em previsto em regulamento.
caso de reeleição. Artigo 34 - A classificação de documentos, dados e informações será
§ 3º - Alternativamente aos prazos previstos no § 1º deste artigo, pode- reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamen-
rá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de te superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs-

Noções de Direito 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do Parágrafo único - A pessoa física ou entidade privada que, em razão de
prazo de sigilo, observado o disposto no artigo 31 deste decreto. qualquer vínculo com o poder público executar atividades de tratamento de
§ 1º - O regulamento a que se refere o "caput" deste artigo deverá con- documentos, dados e informações sigilosos e pessoais adotará as provi-
siderar as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto- dências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representan-
ridades ou agentes públicos. tes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações
§ 2º - Na reavaliação a que se refere o "caput" deste artigo deverão ser resultantes da aplicação deste decreto.
examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de Artigo 38 - O acesso a documentos, dados e informações sigilosos, ori-
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. ginários de outros órgãos ou instituições privadas, custodiados para fins de
§ 3º - Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo instrução de procedimento, processo administrativo ou judicial, somente
prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção. poderá ser realizado para outra finalidade se autorizado pelo agente cre-
denciado do respectivo órgão, entidade ou instituição de origem.
SEÇÃO III
SUBSEÇÃO I
Da Proteção de Documentos, Dados e Informações Pessoais
Da Produção, do Registro, Expedição, Tramitação e Guarda
Artigo 35 - O tratamento de documentos, dados e informações pesso-
ais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida Artigo 39 - A produção, manuseio, consulta, transmissão, manutenção
privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias e guarda de documentos, dados e informações sigilosos observarão medi-
individuais. das especiais de segurança.
§ 1º - Os documentos, dados e informações pessoais, a que se refere Artigo 40 - Os documentos sigilosos em sua expedição e tramitação
este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: obedecerão às seguintes prescrições:
1. terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de si- I - deverão ser registrados no momento de sua produção, prioritaria-
gilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de pro- mente em sistema informatizado de gestão arquivística de documentos;
dução, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se II - serão acondicionados em envelopes duplos;
referirem; III - no envelope externo não constará qualquer indicação do grau de
2. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante sigilo ou do teor do documento;
de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante re-
referirem. lação de remessa, que indicará, necessariamente, remetente, destinatário,
§ 2º - Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este arti- número de registro e o grau de sigilo do documento;
go será responsabilizado por seu uso indevido. V - para os documentos sigilosos digitais deverão ser observadas as
§ 3º - O consentimento referido no item 2 do § 1º deste artigo não será prescrições referentes à criptografia.
exigido quando as informações forem necessárias: Artigo 41 - A expedição, tramitação e entrega de documento ultrasse-
1. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou creto e secreto, deverá ser efetuadas pessoalmente, por agente público
legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o trata- credenciado, sendo vedada a sua postagem.
mento médico; Parágrafo único - A comunicação de informação de natureza ultrasse-
2. à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente inte- creta e secreta, de outra forma que não a prescrita no "caput" deste artigo,
resse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da só será permitida excepcionalmente e em casos extremos, que requeiram
pessoa a que as informações se referirem; tramitação e solução imediatas, em atendimento ao princípio da oportuni-
3. ao cumprimento de ordem judicial; dade e considerados os interesses da segurança da sociedade e do Esta-
do, utilizando-se o adequado meio de criptografia.
4. à defesa de direitos humanos;
Artigo 42 - A expedição de documento reservado poderá ser feita me-
5. à proteção do interesse público e geral preponderante. diante serviço postal, com opção de registro, mensageiro oficialmente
§ 4º - A restrição de acesso aos documentos, dados e informações re- designado, sistema de encomendas ou, quando for o caso, mala diplomáti-
lativos à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada ca.
com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que Parágrafo único - A comunicação dos documentos de que trata este ar-
o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas tigo poderá ser feita por outros meios, desde que sejam usados recursos de
para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. criptografia compatíveis com o grau de sigilo do documento, conforme
§ 5º - Os documentos, dados e informações identificados como pesso- previsto nos artigos 51 a 56 deste decreto.
ais somente poderão ser fornecidos pessoalmente, com a identificação do Artigo 43 - Cabe aos agentes públicos credenciados responsáveis pelo
interessado. recebimento de documentos sigilosos:
SEÇÃO IV I - verificar a integridade na correspondência recebida e registrar indí-
Da Proteção e do Controle de Documentos, Dados e Informações Sigi- cios de violação ou de qualquer irregularidade, dando ciência do fato ao seu
losos superior hierárquico e ao destinatário, o qual informará imediatamente ao
Artigo 36 - É dever da Administração Pública Estadual controlar o a- remetente;
cesso e a divulgação de documentos, dados e informações sigilosos sob a II - proceder ao registro do documento e ao controle de sua tramitação.
custódia de seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção contra Artigo 44 - O envelope interno só será aberto pelo destinatário, seu re-
perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autoriza- presentante autorizado ou autoridade competente hierarquicamente superi-
dos. or, observados os requisitos do artigo 62 deste decreto.
§ 1º - O acesso, a divulgação e o tratamento de documentos, dados e Artigo 45 - O destinatário de documento sigiloso comunicará imediata-
informações classificados como sigilosos ficarão restritos a pessoas que mente ao remetente qualquer indício de violação ou adulteração do docu-
tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas mento.
na forma dos artigos 62 a 65 deste decreto, sem prejuízo das atribuições
dos agentes públicos autorizados por lei. Artigo 46 - Os documentos, dados e informações sigilosos serão manti-
dos em condições especiais de segurança, na forma do regulamento inter-
§ 2º - O acesso aos documentos, dados e informações classificados no de cada órgão ou entidade.
como sigilosos ou identificados como pessoais, cria a obrigação para
aquele que as obteve de resguardar restrição de acesso. Parágrafo único - Para a guarda de documentos secretos e ultrassecre-
tos deverá ser utilizado cofre forte ou estrutura que ofereça segurança
Artigo 37 - As autoridades públicas adotarão as providências necessá- equivalente ou superior.
rias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as
normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para trata- Artigo 47 - Os agentes públicos responsáveis pela guarda ou custódia
mento de documentos, dados e informações sigilosos e pessoais. de documentos sigilosos os transmitirão a seus substitutos, devidamente
conferidos, quando da passagem ou transferência de responsabilidade.
SUBSEÇÃO II

Noções de Direito 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Da Marcação de documentos, dados e informações criptografados.
Artigo 48 - O grau de sigilo será indicado em todas as páginas do do- § 1º - A autoridade máxima do órgão ou entidade da Administração Pú-
cumento, nas capas e nas cópias, se houver, pelo produtor do documento, blica Estadual responsável pela custódia de documentos, dados e informa-
dado ou informação, após classificação, ou pelo agente classificador que ções sigilosos e detentor de material criptográfico designará um agente
juntar a ele documento ou informação com alguma restrição de acesso. público responsável pela segurança criptográfica, devidamente credencia-
§ 1º - Os documentos, dados ou informações cujas partes contenham do, que deverá observar os procedimentos previstos no "caput" deste
diferentes níveis de restrição de acesso devem receber diferentes marca- artigo.
ções, mas no seu todo, será tratado nos termos de seu grau de sigilo mais § 2º - O agente público referido no § 1º deste artigo deverá providenciar
elevado. as condições de segurança necessárias ao resguardo do sigilo de docu-
§ 2º - A marcação será feita em local que não comprometa a leitura e mentos, dados e informações durante sua produção, tramitação e guarda,
compreensão do conteúdo do documento e em local que possibilite sua em suporte magnético ou óptico, bem como a segurança dos equipamentos
reprodução em eventuais cópias. e sistemas utilizados.
§ 3º - As páginas serão numeradas seguidamente, devendo a juntada § 3º - As cópias de segurança de documentos, dados e informações si-
ser precedida de termo próprio consignando o número total de folhas a- gilosos deverão ser criptografados, observadas as disposições dos §§ 1º e
crescidas ao documento. 2º deste artigo.
§ 4º - A marcação deverá ser necessariamente datada. Artigo 55 - Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção e
Artigo 49 - A marcação em extratos de documentos, esboços, dese- guarda de documentos, dados e informações sigilosos poderão estar liga-
nhos, fotografias, imagens digitais, multimídia, negativos, diapositivos, dos a redes de comunicação de dados desde que possuam sistemas de
mapas, cartas e fotocartas obedecerá ao prescrito no artigo 48 deste decre- proteção e segurança adequados, nos termos das normas gerais baixadas
to. pelo Comitê de Qualidade da Gestão Pública - CQGP.
§ 1º - Em fotografias e reproduções de negativos sem legenda, a indi- Artigo 56 - Cabe ao órgão responsável pela criptografia de documen-
cação do grau de sigilo será no verso e nas respectivas embalagens. tos, dados e informações sigilosos providenciar a sua descriptação após a
sua desclassificação.
§ 2º - Em filmes cinematográficos, negativos em rolos contínuos e mi-
crofilmes, a categoria e o grau de sigilo serão indicados nas imagens de SUBSEÇÃO IV
abertura e de encerramento de cada rolo, cuja embalagem será tecnica- Da Preservação e Eliminação
mente segura e exibirá a classificação do conteúdo. Artigo 57 - Aplicam-se aos documentos, dados e informações sigilosos
§ 3º - Os esboços, desenhos, fotografias, imagens digitais, multimídia, os prazos de guarda estabelecidos na Tabela de Temporalidade de Docu-
negativos, diapositivos, mapas, cartas e fotocartas de que trata esta seção, mentos das Atividades-Meio, oficializada pelo Decreto nº 48.898, de 27 de
que não apresentem condições para a indicação do grau de sigilo, serão agosto de 2004, e nas Tabelas de Temporalidade de Documentos das
guardados em embalagens que exibam a classificação correspondente à Atividades-Fim, oficializadas pelos órgãos e entidades da Administração
classificação do conteúdo. Pública Estadual, ressalvado o disposto no artigo 59 deste decreto.
Artigo 50 - A marcação da reclassificação e da desclassificação de do- Artigo 58 - Os documentos, dados e informações sigilosos considera-
cumentos, dados ou informações sigilosos obedecerá às mesmas regras da dos de guarda permanente, nos termos dos Decretos nº 48.897 e nº
marcação da classificação. 48.898, ambos de 27 de agosto de 2004, somente poderão ser recolhidos à
Parágrafo único - Havendo mais de uma marcação, prevalecerá a mais Unidade do Arquivo Público do Estado após a sua desclassificação.
recente. Parágrafo único - Excetuam-se do disposto no "caput" deste artigo, os
SUBSEÇÃO III documentos de guarda permanente de órgãos ou entidades extintos ou que
cessaram suas atividades, em conformidade com o artigo 7, § 2º, da Lei
Da Criptografia federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e com o artigo 1º, § 2º, do Decre-
Artigo 51 - Fica autorizado o uso de código, cifra ou sistema de cripto- to nº 48.897, de 27 de agosto de 2004.
grafia no âmbito da Administração Pública Estadual e das instituições de Artigo 59 - Decorridos os prazos previstos nas tabelas de temporalida-
caráter público para assegurar o sigilo de documentos, dados e informa- de de documentos, os documentos, dados e informações sigilosos de
ções. guarda temporária somente poderão ser eliminados após 1 (um) ano, a
Artigo 52 - Para circularem fora de área ou instalação sigilosa, os do- contar da data de sua desclassificação, a fim de garantir o pleno acesso às
cumentos, dados e informações sigilosos, produzidos em suporte magnéti- informações neles contidas.
co ou óptico, deverão necessariamente estar criptografados. Artigo 60 - A eliminação de documentos dados ou informações sigilo-
Artigo 53 - A aquisição e uso de aplicativos de criptografia no âmbito da sos em suporte magnético ou ótico que não possuam valor permanente
Administração Pública Estadual sujeitar-se-ão às normas gerais baixadas deve ser feita, por método que sobrescreva as informações armazenadas,
pelo Comitê de Qualidade da Gestão Pública - CQGP. após sua desclassificação.
Parágrafo único - Os programas, aplicativos, sistemas e equipamentos Parágrafo único - Se não estiver ao alcance do órgão a eliminação que
de criptografia são considerados sigilosos e deverão, antecipadamente, ser se refere o "caput" deste artigo, deverá ser providenciada a destruição
submetidos à certificação de conformidade. física dos dispositivos de armazenamento.
Artigo 54 - Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas e equipa- SUBSEÇÃO V
mentos de criptografia todas as medidas de segurança previstas neste Da Publicidade de Atos Administrativos
decreto para os documentos, dados e informações sigilosos e também os
seguintes procedimentos: Artigo 61 - A publicação de atos administrativos referentes a documen-
tos, dados e informações sigilosos poderá ser efetuada mediante extratos,
I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de assegurar com autorização da autoridade classificadora ou hierarquicamente superior.
uma perfeita execução das operações criptográficas;
§ 1º - Os extratos referidos no "caput" deste artigo limitar-se-ão ao seu
II - elaboração de inventários completos e atualizados do material de respectivo número, ao ano de edição e à sua ementa, redigidos por agente
criptografia existente; público credenciado, de modo a não comprometer o sigilo.
III - escolha de sistemas criptográficos adequados a cada destinatário, § 2º - A publicação de atos administrativos que trate de documentos,
quando necessário; dados e informações sigilosos para sua divulgação ou execução dependerá
IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade competente, de autorização da autoridade classificadora ou autoridade competente
de qualquer anormalidade relativa ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, hierarquicamente superior.
à autenticidade, à legitimidade e à disponibilidade de documentos, dados e SUBSEÇÃO VI
informações sigilosos criptografados;
Da Credencial de Segurança
V - identificação e registro de indícios de violação ou interceptação ou
de irregularidades na transmissão ou recebimento Artigo 62 - O credenciamento e a necessidade de conhecer são condi-
ções indispensáveis para que o agente público estadual no efetivo exercício

Noções de Direito 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de cargo, função, emprego ou atividade tenha acesso a documentos, dados mentos, dados e informações de natureza sigilosa transferidos aos contra-
e informações sigilosos equivalentes ou inferiores ao de sua credencial de tados ou decorrentes da execução do contrato.
segurança. CAPÍTULO V
Artigo 63 - As credenciais de segurança referentes aos graus de sigilo Das Responsabilidades
previstos no artigo 31 deste decreto, serão classificadas nos graus de sigilo Artigo 71 - Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade
ultrassecreta, secreta ou reservada. do agente público:
Artigo 64 - A credencial de segurança referente à informação pessoal, I - recusar-se a fornecer documentos, dados e informações requeridas
prevista no artigo 35 deste decreto, será identificada como personalíssima. nos termos deste decreto, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou
Artigo 65 - A emissão da credencial de segurança compete às autori- fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
dades máximas de órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfi-
podendo ser objeto de delegação. gurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, documento, dado ou infor-
§ 1º - A credencial de segurança será concedida mediante termo de mação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhe-
compromisso de preservação de sigilo, pelo qual os agentes públicos cimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
responsabilizam-se por não revelarem ou divulgarem documentos, dados função pública;
ou informações sigilosos dos quais tiverem conhecimento direta ou indire- III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso a do-
tamente no exercício de cargo, função ou emprego público. cumento, dado e informação;
§ 2º - Para a concessão de credencial de segurança serão avaliados, IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso in-
por meio de investigação, os requisitos profissionais, funcionais e pessoais devido ao documento, dado e informação sigilosos ou pessoal;
dos propostos.
V - impor sigilo a documento, dado e informação para obter proveito
§ 3º - A validade da credencial de segurança poderá ser limitada no pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por
tempo e no espaço. si ou por outrem;
§ 4º - O compromisso referido no "caput" deste artigo persistirá en- VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente documento,
quanto durar o sigilo dos documentos a que tiveram acesso. dado ou informação sigilosos para beneficiar a si ou a outrem, ou em preju-
SUBSEÇÃO VII ízo de terceiros;
Da Reprodução e Autenticação VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes
Artigo 66 - Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC dos órgãos e a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.
entidades da Administração Pública Estadual fornecerão, desde que haja § 1º - Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devi-
autorização expressa das autoridades classificadoras ou das autoridades do processo legal, as condutas descritas no "caput" deste artigo serão
hierarquicamente superiores, reprodução total ou parcial de documentos, apuradas e punidas na forma da legislação em vigor.
dados e informações sigilosos. § 2º - Pelas condutas descritas no "caput" deste artigo, poderá o agen-
§ 1º - A reprodução do todo ou de parte de documentos, dados e infor- te público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
mações sigilosos terá o mesmo grau de sigilo dos documentos, dados e disposto na Lei federal nº 8.429, de 2 de junho de 1992.
informações originais. Artigo 72 - O agente público que tiver acesso a documentos, dados ou
§ 2º - A reprodução e autenticação de cópias de documentos, dados e informações sigilosos, nos termos deste decreto, é responsável pela pre-
informações sigilosos serão realizadas por agentes públicos credenciados. servação de seu sigilo, ficando sujeito às sanções administrativas, civis e
§ 3º - Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos que não pu- penais previstas na legislação, em caso de eventual divulgação não autori-
derem ser reproduzidos integralmente, em razão das restrições legais ou do zada.
seu estado de conservação. Artigo 73 - Os agentes responsáveis pela custódia de documentos e in-
§ 4º - A reprodução de documentos, dados e informações pessoais que formações sigilosos sujeitam-se às normas referentes ao sigilo profissional,
possam comprometer a intimidade, a vida privada, a honra ou a imagem de em razão do ofício, e ao seu código de ética específico, sem prejuízo das
terceiros poderá ocorrer desde que haja autorização nos termos item 2 do § sanções legais.
1º do artigo 35 deste decreto. Artigo 74 - A pessoa física ou entidade privada que detiver documen-
Artigo 67 - O responsável pela preparação ou reprodução de documen- tos, dados e informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o
tos sigilosos deverá providenciar a eliminação de provas ou qualquer outro poder público e deixar de observar o disposto na Lei federal nº 12.527, de
recurso, que possam dar origem à cópia não autorizada do todo ou parte. 18 de novembro de 2011, e neste decreto estará sujeita às seguintes
Artigo 68 - Sempre que a preparação, impressão ou, se for o caso, re- sanções:
produção de documentos, dados e informações sigilosos forem efetuadas I - advertência;
em tipografias, impressoras, oficinas gráficas, ou similares, essa operação II - multa;
deverá ser acompanhada por agente público credenciado, que será res- III - rescisão do vínculo com o poder público;
ponsável pela garantia do sigilo durante a confecção do documento.
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de
SUBSEÇÃO VIII contratar com a Administração Pública Estadual por prazo não superior a 2
Da Gestão de Contratos (dois) anos;
Artigo 69 - O contrato cuja execução implique o acesso por parte da V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
contratada a documentos, dados ou informações sigilosos, obedecerá aos tração Pública Estadual, até que seja promovida a reabilitação perante a
seguintes requisitos: própria autoridade que aplicou a penalidade.
I - assinatura de termo de compromisso de manutenção de sigilo; § 1º - As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão
II - o contrato conterá cláusulas prevendo: ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa
a) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao objeto contra- do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
tado, bem como à sua execução; § 2º - A reabilitação referida no inciso V deste artigo será autorizada
b) obrigação de o contratado adotar as medidas de segurança adequa- somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
das, no âmbito de suas atividades, para a manutenção do sigilo de docu- dade dos prejuízos resultantes e decorrido o prazo da sanção aplicada com
mentos, dados e informações aos quais teve acesso; base no inciso IV.
c) identificação, para fins de concessão de credencial de segurança, § 3º - A aplicação da sanção prevista no inciso V deste artigo é de
das pessoas que, em nome da contratada, terão acesso a documentos, competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
dados e informações sigilosos. facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10
Artigo 70 - Os órgãos contratantes da Administração Pública Estadual (dez) dias da abertura de vista.
fiscalizarão o cumprimento das medidas necessárias à proteção dos docu-

Noções de Direito 113 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 75 - Os órgãos e entidades estaduais respondem diretamente I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias, os recursos organi-
pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou zacionais, materiais e humanos, bem como as demais providências neces-
utilização indevida de documentos, dados e informações sigilosos ou pes- sárias à instalação e funcionamento dos Serviços de Informações ao Cida-
soais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dão - SIC, a que se refere o artigo 7º deste decreto;
dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. II - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a docu-
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou mentos, dados ou informações, de forma eficiente e adequada aos objeti-
entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com vos da Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e deste decreto;
órgãos ou entidades estaduais, tenha acesso a documento, dado ou infor- III - orientar e monitorar a implementação do disposto na Lei federal nº
mação sigilosos ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. 12.527, de 18 de novembro de 2011, e neste decreto, e apresentar relató-
CAPÍTULO VI rios periódicos sobre o seu cumprimento;
Disposições Finais IV - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao a-
Artigo 76 - O tratamento de documento, dado ou informação sigilosos perfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto cum-
resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e primento do disposto neste decreto;
recomendações constantes desses instrumentos. V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a atualização de pes-
Artigo 77 - Aplica-se, no que couber, a Lei federal nº 9.507, de 12 de soal que desempenhe atividades inerentes à salvaguarda de documentos,
novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, dados e informações sigilosos e pessoais.
constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou Artigo 4º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CA-
de caráter público. DA deverão apresentar à autoridade máxima do órgão ou entidade, plano e
Artigo 78 - Cabe à Secretaria de Gestão Pública: cronograma de trabalho, no prazo de 30 (trinta) dias, para o cumprimento
I - realizar campanha de abrangência estadual de fomento à cultura da das atribuições previstas no artigo 6º, incisos I e II, e artigo 32, inciso I,
transparência na Administração Pública Estadual e conscientização do deste decreto. Palácio dos Bandeirantes, 16 de maio de 2012
direito fundamental de acesso à informação;
II - promover treinamento de agentes públicos no que se refere ao de-
senvolvimento de práticas relacionadas à transparência na Administração 2.4.3. - Lei nº 12.037 de 1º. De outubro de 2009 (Dis-
Pública Estadual; põe sobre a identificação criminal do civilmente i-
III - formular e implementar política de segurança da informação, em
consonância com as diretrizes da política estadual de arquivos e gestão de
dentificado).
documentos;
IV - propor e promover a regulamentação do credenciamento de segu- Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação cri-
rança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades da Administração minal, salvo nos casos previstos nesta Lei.
Pública Estadual para tratamento de informações sigilosas e pessoais. Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes do-
Artigo 79 - A Corregedoria Geral da Administração será responsável cumentos:
pela fiscalização da aplicação da Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro I – carteira de identidade;
de 2011, e deste decreto no âmbito da Administração Pública Estadual, II – carteira de trabalho;
sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle interno.
III – carteira profissional;
Artigo 80 - Este decreto e suas disposições transitórias entram em vigor
na data de sua publicação. IV – passaporte;
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS V – carteira de identificação funcional;
Artigo 1º - Fica instituído Grupo Técnico, junto ao Comitê de Qualidade VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
da Gestão Pública - CQGP, visando a promover os estudos necessários à Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos do-
criação, composição, organização e funcionamento da Comissão Estadual cumentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
de Acesso à Informação.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocor-
Parágrafo único - O Presidente do Comitê de Qualidade da Gestão Pú- rer identificação criminal quando:
blica designará, no prazo de 30 (trinta) dias, os membros integrantes do
Grupo Técnico. I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
Artigo 2º - Os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmen-
deverão proceder à reavaliação dos documentos, dados e informações te o indiciado;
classificados como ultrassecretos e secretos no prazo máximo de 2 (dois) III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com infor-
anos, contado do termo inicial de vigência da Lei federal nº 12.527, de 18 mações conflitantes entre si;
de novembro de 2011. IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, se-
§ 1º - A restrição de acesso a documentos, dados e informações, em gundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício
razão da reavaliação prevista no "caput" deste artigo, deverá observar os ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou
prazos e condições previstos na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro da defesa;
de 2011. V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
§ 2º - No âmbito da administração pública estadual, a reavaliação pre- qualificações;
vista no "caput" deste artigo poderá ser revista, a qualquer tempo, pela
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade
Comissão Estadual de Acesso à Informação, observados os termos da Lei
da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identifi-
federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e deste decreto.
cação dos caracteres essenciais.
§ 3º - Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no
"caput" deste artigo, será mantida a classificação dos documentos, dados e Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser
informações nos termos da legislação precedente. juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que
consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
§ 4º - Os documentos, dados e informações classificados como secre-
tos e ultrassecretos não reavaliados no prazo previsto no "caput" deste Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autori-
artigo serão considerados, automaticamente, de acesso público. dade encarregada tomará as providências necessárias para evitar o cons-
trangimento do identificado.
Artigo 3º - No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da vigência deste de-
creto, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade da Administração Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fo-
Pública Estadual designará subordinado para, no âmbito do respectivo tográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em
órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições: flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.

Noções de Direito 114 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação a) pelos Estados Membros
criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do b) pelo Distrito Federal e seus Territórios
perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) c) pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fede-
Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ral
ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por d) pela união dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal
unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
4) A República Federativa do Brasil, constitui-se em:
§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis a) Estado Democrático de Direito
genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das b) Federação Democrática de Direito
pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas c) Estado Socialista de Direito
constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e d) Estado Comunista de Direitos e Deveres
dados genéticos. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos te- 5) Podemos definir Estado como:
rão caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele a) uma ordenação que tem por finalidade essencial a regulamentação
que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos das relações sociais entre pessoas de uma sociedade
nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) b) uma ordenação que tem por fim específico a regulamentação global
§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos das relações sociais entre os membros de uma dada população so-
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devi- bre um dado território
damente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) c) um conjunto de ordenação com finalidade de regular as relações
sócio-econômicas entre as pessoas de uma determinada sociedade
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em a-
d) um conjunto de atribuições que tem por finalidade global a regula-
testados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo
mentação das relações entre o povo e o poder democrático
criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou 6) O Poder que atue numa determinada área dizendo o direito sobre
absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento defini- uma matéria especializada é o Poder:
tivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da a) Legislativo b) Executivo
identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente c) Judiciário d) n.d.a.
provas de sua identificação civil.
Art. 7o-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorre- 7) Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil,
rá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. constituir uma sociedade:
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) a) livre b) justa
Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco c) solidária d) todas as alternativas estão corretas
de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Execu-
tivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 8) Complete a frase: Constitui objetivo fundamental da República Fede-
rativa do Brasil:
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. a) garantir o desenvolvimento nacional
Art. 9º Revoga-se a Lei nº 10.054, de 7 de dezembro de 2000. b) garantir o desenvolvimento internacional
c) garantir emprego a todos
d) a cooperação entre os povos
9) Na relações internacionais, o princípio da independência nacional
PROVA SIMULADA quer dizer:
a) que devemos zelar pelos direitos humanos
1) São considerados direitos fundamentais do homem-indivíduo: b) devemos preservar nossa liberdade e escolher nosso próprio destino
a) aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, garantindo c) não devemos admitir que se intrometam em nosso país
iniciativa e independência aos indivíduos diante dos demais mem- d) somos soberanos, não podemos vincular nosso país a qualquer outro
bros da sociedade política e do próprio Estado; por isso são reco- país
nhecidos como direitos individuais, como é de tradição do Direito
Constitucional brasileiro, e ainda por liberdades civis e liberdades- 10) Segundo nossa Constituição as mulheres são iguais aos homens em:
autonomia. a) direitos b) obrigações
b) aqueles que não reconhecem autonomia aos particulares, garantindo c) direitos e obrigações d) n.d.a.
iniciativa e independência aos indivíduos diante dos demais mem-
bros da sociedade política e do próprio Estado; por isso são reco- 11) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar do fazer alguma coisa
nhecidos como direitos individuais, como é de tradição do Direito senão em virtude de lei, este é um principio constitucional de:
Constitucional brasileiro, e ainda por liberdades civis e liberdades- a) igualdade
autonomia. b) legalidade
c) aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, mas não c) executoriedade.
garantem iniciativa e independência aos indivíduos diante dos de- d) inviolabilidade
mais membros da sociedade política e do próprio Estado; por isso
são reconhecidos como direitos individuais, como é de tradição do 12) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado:
Direito Constitucional brasileiro, e ainda por liberdades civis e liber- a) o livre exercício dos cultos religiosos
dades-autonomia. b) garantia e proteção aos locais de culto
d) aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, garantindo c) garantia a proteção as liturgias
iniciativa e independência aos indivíduos diante dos demais mem- d) todas as alternativas estão corretas
bros da sociedade política, menos do próprio Estado; por isso são
reconhecidos como direitos individuais, como é de tradição do Direito 13) A prestação de assistência religiosa nas entidades militares de
Constitucional brasileiro intervenção coletiva, é
a) assegurada b) vedada c) livre d) plena
2) São considerados Direitos Fundamentais do homem-membro de uma
coletividade: 14) Fátima espalhou Indevidamente que sua tia estava vendendo produ-
a) direitos coletivos b) direitos sociais tos do procedência duvidosa para terceiros, sendo certo que sua tia
c) direitos nacionais d) n.d.a. tinha em mios todas as notas de compra de seus produtos, e não ha-
via nenhuma Irregularidade no seu comércio. Por Isso sua tia perdeu
3) A República Federativa do Brasil é formada: 20% de sua clientela. Neste caso ela deverá:

Noções de Direito 115 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) procurar Fátima para que ela desminta o que falou c) as entidades associativas independentemente da autorização
b) obrigar Fátima a comprar todo produto que não consegui vender d) as cooperativas independente de autorização
c) propor ação de indenização pelo dano moral e material decorrente da
violação de sua honra e imagem 24) O direito de propriedade é garantido para:
d) n.d.a. a) estimular o trabalho
b) preservar a contribuição social
15) Maria estava sentada no sofá de sua residência assistindo televisão, c) garantir a herança da família
quando foi surpreendida por um vendedor de livros em sua saia. d) preservar o estimulo ao trabalho e à contribuição social
Neste caso o vendedor:
a) deveria pedir desculpas por não ter achado a campainha
25) É uma propriedade rural estiver abandonada, ela podará ser desapro-
b) não poderia ter adentrado à casa porque segundo e Constituição a
priada para uma reforma agrária, pois a propriedade deve atender:
casa é asilo inviolável do indivíduo
a) sua função social
c) poderia ter adentrado a casa pois estava no estrito cumprimento de
b) sua função administrativa
seu dever
c) seus empregados
d) poderia ter ultrapassado o portão de entrada, mas nunca adentrado à
d) sua função econômica
sala sem permissão

16) Marta, professora de ciências. abriu um consultório médico e estava 26) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou
atendendo normalmente meus pacientes, já que segundo a Constitu- contra ilegalidade ou abuso do poder, são:
ição é livre o exercício de qualquer trabalho. Neste caso Marta: a) assegurados aos juízes, devendo ser recolhida taxa fixada em lei
a) poderá continuar a atender seus pacientes sem problemas b) assegurados aos menores impúberes independente de pagamento
b) deverá continuar a atender seus pacientes, pois só eles podem de taxas
atestar sua capacidade c) assegurados a todos, independentemente de pagamento de taxas
c) não poderá exercer a profissão de médica pois não atende as qualifi- d) facultativos a quem deles necessite, devendo ser recolhida a taxa
cações profissionais estabelecidas por lei fixada em lei
d) todas as alternativas estão corretas
27) Do Poder Judiciário, a apreciação de lesão ou ameaça a direito:
17) Segundo a Constituição Federal é livre a locomoção no território a) será excluída por lei
nacional: b) a lei não excluirá
a) em qualquer tempo b) em tempo de calamidade púbica c) a lei deverá afastar
c) em tempo de paz d) em tempo de guerra d) n.d.a.
18) Todos podem reunir-se pacificamente, em locais abertos ao público
28) É preceito constitucional que a lei não prejudicará:
Independentemente de autorização, dado que não frustrem outra re-
a) direito adquirido
união anteriormente convocada para o mesmo local, e estejam:
b) ato jurídico perfeito
a) desarmados
c) coisa julgada
b) convocando pessoas para guerra
d) todas as alternativas estão corretas
c) com intuito de provocar greve
d) com intenção revolucionária
19) Um grupo de pessoas pretendo organizar um associação de Morado- 29) Walber, um importantíssimo empresário brasileiro, dono de umas das
res de Vila Madalena, neste caso a Constituição: maiores fortunas do país, cometeu crime de lesão corporal culposa,
a) veda a criação de associações de qualquer natureza ao bater seu carro em cruzamento na Av. Paulista, e ferindo leve-
b) dá plena liberdade para criação de associações para fins lícitos mente o motorista do outro veículo. O Presidente da República ao
c) não protege qualquer tipo de associação saber de tal fato, ordenou que fosse criado um juízo especial para
d) somente aceita as associações de caráter para-militar cuidar deste caso. Segundo a Constituição isso:
a) não será possível, pois não poderá existir juízo ou tribunal de exce-
ção
20) Poderão ser criadas associações, na forma da lei e cooperativas,
b) será possível, pois em caso de crimes culposos existe a possibilida-
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento, inde-
de de se criar um juízo especial
pendente de:
c) é pouco provável que o Presidente da República interfira neste caso,
a) negociações coletivas
mas caso queira seria perfeitamente legal
b) pagamento de impostos
d) n.d.a.
c) autorização
d) elaboração de estatuto
30) Para a Constituição Federal a educação é considerada:
a) direito social b) dever social
21) Para que uma associação seja compulsoriamente dissolvida, será
c) obrigação social d) garantia individual
necessário:
a) uma decisão judicial com trânsito em julgado
b) uma liminar judicial
c) um processo com sentença final RESPOSTAS
d) uma sentença sem trânsito em julgado
01. A 11. B 21. A
22) Associar-se ou permanecer associado é considerado pela Constitui- 02. A 12. D 22. C
ção Federal: 03. C 13. A 23. B
a) uma obrigação 04. A 14. C 24. D
b) um dever 05. B 15. B 25. A
c) uma faculdade 06. C 16. C 26. C
d) uma necessidade 07. D 17. C 27. B
08. A 18. A 28. D
23) Têm legitimidade para representar seus filiados. judicial ou extrajudi- 09. D 19. B 29. A
cialmente: 10. C 20. C 30. A
a) qualquer pessoa
b) as entidades associativas, quando expressamente autorizadas
Noções de Direito 116 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nologia tem fins científicos e o Direito Penal fins normativos, o que significa
que a Criminologia, livre de amarras com o passado, deve opor-se às
estruturas sociais determinantes da grande criminalidade ou em si mesmo
criminosas.

A Criminologia, orientará a Política Criminal na prevenção especial e di-


reta dos crimes socialmente relevantes, na intervenção relativa às suas
manifestações e aos seus efeitos graves para determinados indivíduos e
3.1. - CRIMINOLOGIA: CONCEITO, MÉTODO, famílias.
OBJETO E FINALIDADES. 3.2. - EVOLUÇÃO HISTÓRICA,
TEORIAS E ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS. A Criminologia orientará a Política Social na prevenção geral e indireta
das ações e omissões que, embora não previstas como crimes, merecem a
reprovação máxima; na prevenção geral e indireta dos crimes socialmente
A Criminologia não chegou ainda a um conceito definitivo. Há variân-
relevantes, inclusive o conjunto dos fatos análogos e da respectiva pericu-
cias, as quais se adequam ao objetivo, criando uma balbúrdia terminológica
losidade preparatória; na intervenção relativa às suas manifestações e aos
e confusão conceitual. No entanto, devemos consignar que a Criminologia
efeitos sociais.
Científica seria o conjunto de conceitos, teorias, resultados e métodos que
se referem à criminalidade como fenômeno individual e social, ao delin-
AMPLIAÇÃO DA CRIMINOLOGIA
quente, à vítima e à sociedade e, em certa medida, ao sistema penal.
Um dos problemas mais sérios da Criminologia, até nossos dias, é es-
A interdisciplinaridade da Criminologia é histórica, bastando, para de- tabelecer um conceito criminológico para "crime", com o qual se possa
monstrar isso, dizer que seus fundadores foram um médico (Lombroso), um trabalhar com segurança.
jurista sociólogo (Enrico Ferri) e um magistrado (Raffaele Garofalo).
A definição legal de crime não contenta os criminologistas que buscam
Assim, além de outras, sempre continuam existindo as três correntes: a ampliar os horizontes de estudo, pesquisa, entendimento dos fato-
clínica, a sociológica e a jurídica, que, a nosso ver, antes de buscarem res/causas e efeitos dos atos tidos como criminosos, evitando restringir-se
soluções isoladas, devem caminhar unidas e inter-relacionadas. ao estudo e controle dos indivíduos tidos como criminosos legalmente
definidos. Buscando uma definição de crime que refletisse a realidade de
Para Garcia-Pablos, a Criminologia pode ser definida como "a ciência um sistema legal baseado no poder e no privilégio, recorrem à Sociologia e
empírica e interdisciplinar que se ocupa do crime, do delinquente, da vítima Filosofia para a redefinição do objeto.
e do controle social do comportamento desviado".
A tentativa de se conceituar o "crime" sociologicamente proporciona a
A Criminologia Radial busca "esclarecer a relação crime/formação eco- oportunidade de se ampliar o objeto da investigação criminológica, campo
nômico-social, tendo como conceitos fundamentais as relações de produ- da Criminologia, que cuida também da "conduta desviada", cujo conceito
ção e as questões de poder econômico e político. ainda não está totalmente estabelecido, porém, vai muito além dos estreitos
A Criminologia da Reação Social é definida como "uma atividade inte- limites do conceito jurídico-positivo de delito, servindo ainda para fugir às
lectual que estuda os processos de criação das normas penais e das nor- críticas que consideravam os conceitos anteriores como subjetivos e arbi-
mas sociais que estão relacionados com o comportamento desviante; os trários.
processos de infração e de desvio das normas; e a reação social, formali-
zada ou não, que aquelas infrações ou desvios tenham provocado; e seu O objeto da Criminologia, com a noção da conduta desviada, alargou-
processo de criação, a sua forma e conteúdo e os seus efeitos." se extraordinariamente, num sentido formal e quantitativo, fazendo com que
o seu estrito objeto anterior, o crime, não passe de, apenas, uma das
O campo de interesse da Criminologia Organizacional compreende os condutas desviadas, sendo certo que o estudo destas fornecerá ao crimino-
fenômenos de formação de leis, o da infração às mesmas e os da reação logista elementos para penetrar no conteúdo deste. No entanto, estes
às violações das leis." devaneios propiciaram o desenvolvimento de um conceito radical de "cri-
me", originários dos recentes movimentos criminológicos denominados
A Criminologia Clínica destina-se ao estudo dos casos particulares, Criminologia Crítica, ou Nova Criminologia, ou Criminologia Radical.
com o fim de estabelecer diagnósticos e prognósticos de tratamento, numa
identificação entre a delinquência e a doença. Aliás, a própria denominação O sentimento de que Criminologia não deve ficar reclusa, apenas em
já nos dá ideia de relação médico-paciente. uma de suas tendências, contribui de maneira muito intensa, para frenar,
nos últimos tempos, o desenvolvimento do movimento crítico, que caminha-
A Criminologia da Passagem ao Ato tem como objeto principal a análi- va para o radicalismo.
se dos fatores que influenciam o indivíduo à ação criminosa, sejam eles de
caráter endocrinológicos, biotipológicos, hereditários, genéticos, psiquiátri- O reconhecimento do caráter interdisciplinar e multidisciplinar da Crimi-
cos, psicológicos, social, ecológicos, culturais ou funcionais, etc. nologia e o seu aprofundamento garantem a esta ciência o seu maior
relacionamento e afinidade com a ideologia social e o modelo social. Tal
No seu sentido estrito, Criminologia é o estudo do crime, porém em seu
fato, no entanto, não acontece com frequência nos países em desenvolvi-
sentido amplo, inclui a penalogia e os problemas de prevenção do delito,
mento nos quais as injustiças sociais são notórias e palpáveis. Eduardo
por intermédio de medidas não punitivas.
Mayr
Toda essa gama de posições nos leva à certeza de que a Criminologia,
seja ela qual for, será, necessariamente, multi e interdisciplinar, a partir de CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
um estudo preliminar, descritivo, dos fenômenos da criminalidade. "A Criminologia é um conjunto de conhecimentos que estudam o fenô-
meno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente e sua
O OBJETO conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo" (Sutherland).
O objeto da Criminologia é o crime, suas circunstâncias, seu autor, sua
vítima, e tudo mais que o cerca. OBJETO, NATUREZA E DIVISÃO DA CRIMINOLOGIA
Ciência que, como todas as que abordam algum aspecto da criminali-
O crime é a prática de ato nocivo a outrem, defeso por lei, cujo autor dade, deve tratar do delito, do delinquente e da pena.
estará sujeito à pena imposta também por lei.
Divisão da Criminologia (UNESCO):
A criminologia deve orientar a política social e criminal. A amplitude de  Criminologia Geral (sociológica)
seu objeto não deve limitar seus fins às indagações e cuidados consequen-
 Criminologia Clínica
tes, e nem se preocupar em repressão. Não se deve confundir que a Crimi-

Noções de Criminologia 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PRINCIPAIS ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS o o criminoso como doente social na sua totalidade bio-psico-
Na evolução da Criminologia devem ser consideradas 5 etapas: sociológica
 Fase empírica e mitológica (até o século XV) o diagnóstico, prognóstico, tratamento do criminoso
 O tabu e a reação instintiva de defesa o aumento da tendência aos crimes de astúcia ("crimes de colarinho
branco")
 O delito como desvio anormal da conduta humana (Hipócrates)
Prof. Dr. JORGE PAULETE VANRELL
 Criminalidade fundamentada em causas econômicas (Platão e A-
ristóteles, retomado por Santo Tomás de Aquino) A criminologia é uma ciência empírica que se ocupa do crime, do
 Criminoso se assemelha a doente: reeducação ou cura, caso con- delinquente, da vítima e do controle social do delitos.
trário, expulsão
 As paixões humanas mais importantes que as razões econômicas Baseia-se na observação, nos fatos e na prática, mais que em opiniões
(Aristóteles) e argumentos, é interdisciplinar e, por sua vez, formada por outra série de
 Precursores de Lombroso (Renascimento até 1875) ciências e disciplinas, tais como a biologia, a psicopatologia, a sociologia,
 Filósofos e Pensadores política, etc.
 Penólogos e Penitenciaristas
Quando surgiu, a criminologia tratava de explicar a origem da
 O Marquês de Beccaria delinquência, utilizando o método das ciências, o esquema causal e
 Os Fisiognomistas (estudando os traços do rosto) explicativo, ou seja, buscava a causa do efeito produzido. Pensou-se que
 Os Frenólogos (teoria das localizações cerebrais) erradicando a causa se eliminaria o efeito, como se fosse suficiente fechar
 Os Psiquiatras e Médicos das Prisões as maternidades para o controle da natalidade.
 Philip Pinel (1745-1826)
 Esquirol (1772-1840) monomania (loucura moral = constituição psi- Academicamente a Criminologia começa com a publicação da obra de
copática perversa): o criminoso nato Cesare Lombroso chamada "L'Uomo Delinquente", em 1876. Sua tese
principal era a do delinquente nato.
 Lucas (1805-1885) herança e atavismo
 Período da Antropologia Criminal (1875-1890) Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em
 Cesare Lombroso (1835-1909) Rousseau, a criminologia deveria procurar a causa do delito na sociedade;
 O atavismo baseado em Lombroso, para erradicar o delito deveríamos encontrar a
 As taras: anatômicas, funcionais e psicológicas eventual causa no próprio delinquente e não no meio. Enquanto um
 Classificação Criminológica de Lombroso extremo que procura todas as causas de toda criminalidade na sociedade,
o outro, organicista, investigava o arquétipo do criminoso nato (um
 Delinquentes natos
delinquente com determinados traços morfológicos). (Veja Rousseau,
 Pseudo-delinquentes (delinquentes ocasionais) Personalidade Criminosa)
 Criminalóides (fronteiriços)
 Enrico Ferri (1856-1929) Isoladamente, tanto as tendências sociológicas, quanto as orgânicas
 Classificação de Ferri: Delinquentes natos, loucos, ocasionais, ha- fracassaram. Hoje em dia fala-se no elemento bio-psico-social. Volta a
bituais e passionais tomar força os estudos de endocrinologia, que associam a agressividade do
 Rafaele Garófalo (1852) delinquente à testosterona (hormônio masculino), os estudos de genética
 Sentimentos de altruístas ao tentar identificar no genoma humano um possível conjunto de "genes da
o Piedade (assassinos) criminalidade", e ainda há os que atribuem a criminalidade meramente ao
o Probidade (ladrões) ambiente, como fruto de transtornos como a violência familiar, a falta de
o contra ambos (salteadores) oportunidades, etc.
 Período da Sociologia Criminal (1890-1905) A criminologia é uma ciência empírica que se ocupa do crime, do delin-
 A estatística quente, da vítima e do controle social do delitos. Baseia-se na observação,
 As teorias antropo-sociais (atentam para os fatores endógenos e nos fatos e na prática, mais que em opiniões e argumentos, é interdiscipli-
os exógenos: fatores predisponentes e fatores determinantes) nar e, por sua vez, formada por outra série de ciências e disciplinas, tais
 As teorias sociais propriamente ditas (só atentam para os fatores como a biologia, a psicopatologia, a sociologia, política, etc.
exógenos)
 As teorias socialistas (a influência do fator econômico) Quando nasceu, a criminologia tratava de explicar a origem da delin-
 Período da Política Criminal ou Fase Eclética (1905 até o pre- quência, utilizando o método das ciências, o esquema causal e explicativo,
sente) ou seja, buscava a causa do efeito produzido. Pensou-se que erradicando a
causa se eliminaria o efeito, como se fosse suficiente fechar as maternida-
 A Terza Scuola
des para o controle da natalidade.
 O Direito Penal deve manter-se como ciência independente
 O delito tem várias causas (fatores endógenos e exógenos) Academicamente a Criminologia começa com a publicação da obra de
 Penalistas e Sociólogos devem obter reformas necessárias Cesare Lombroso chamada "L'Uomo Delinquente", em 1876. Sua tese
 A Escola Espiritualista: o livre arbítrio principal era a do delinquente nato.
 A Escola da Política Criminal
 a Antropologia Criminal Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em
Rousseau, a criminologia deveria procurar a causa do delito na sociedade,
 a Estatística Criminal baseado em Lombroso, para erradicar o delito deveríamos encontrar a
 Tendências Modernas eventual causa no próprio delinquente e não no meio. Um extremo que
 Teoria da etiquetagem procura as causas de toda criminalidade na sociedade e o outro, organicis-
o as instituições sociais consolidam as desigualdades ta, investigava o arquétipo do criminoso nato (um delinquente com determi-
o criação de um verdadeiro círculo vicioso de marginalidade nados traços morfológicos).
o hereditário, pois a sociedade recusa a possibilidade de participa-
ção Isoladamente, tanto as tendências sociológicas, quanto as orgânicas
o impossibilidade de o marginal ter acesso aos valores impostos fracassaram. Hoje em dia fala-se no elemento bio-psico-social. Volta a
o futuro de desemprego por predestinação tomar força os estudos de endocrinologia, que associam a agressividade do
o condenado à falta de escolha de interesses e iniciativas delinquente à testosterona (hormônio masculino), os estudos de genética
 Criminologia Clínica ao tentar identificar no genoma humano um possível "gene da criminalida-

Noções de Criminologia 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de", juntamente com os transtornos da violência urbana, de guerra, da O exame da fumaça ajuda a determinar sua causa e o da mancha do
fome, etc. fogo fornece o local de seu início; os traços de fuligem e de carbonização
indicam o caminho seguido pelas chamas. Constituem circunstâncias
Objeto e Método da Criminologia Clínica suspeitas a presença indevida de materiais inflamáveis, a ocorrência injusti-
A Criminologia Clínica deriva da Antropologia Criminal. Contudo, dife- ficada de vários focos e a existência de extintores fora de uso ou bloquea-
rentemente desta, a Criminologia Clínica abandona o conceito de raça, dos.
trocando-o pelo d indivíduo. Os princípios e métodos da Criminologia Clíni-
ca foram definidos no Colóquio de Roma, em 1958, com as finalidades: A documentoscopia visa à busca das falsificações por alterações do-
a) Apreciar a personalidade do delinquente e seu estado perigo- cumentais subtrativas, aditivas ou cronológicas e produções imitando
so - hoje aprecia a personalidade em seu sentido amplo e não só grafismo alheio. A cromatografia é empregada na determinação e identifi-
seu sentido estritamente psicológico. Não mais se fala em “estado cação das tintas de escrever. Há processos que, em determinadas circuns-
perigoso” (exceto em caso de imputabilidade e semi- tâncias, permitem estabelecer a idade correlativa entre tintas aplicadas,
imputabilidade), mas em “prognóstico de reincidência”. fixar a sucessão de traços na escrita, identificar o instrumento empregado,
b) Tratamento do Criminoso - a Criminologia Clínica propõe um reproduzir textos rasurados ou lavados e reconstituir documentos incinera-
“programa de tratamento”, que também representa um avanço so- dos. Pode-se identificar uma caligrafia, as escritas dos semi-analfabetos,
bre a Antropologia Criminal, que fala em “remoção de um quadro dos cegos e dos incapacitados. Nos textos datilografados, caracteriza-se o
patológico”. tipo e máquina utilizada, a época de um escrito e quem foi o datilógrafo, e
c) Acompanhamento da Execução dos Tratamentos - assim como o constata-se a utilização de processos de falsificação da tinta, da impressão
acompanhamento de seus resultados, com três linhas básicas e de papel-moeda, na sua estrutura e característica.
de atuação: diagnóstico, prognóstico e tratamento propria-
mente dito. Os locais de crime devem ser meticulosamente inspecionados,
dada a pluralidade de aspectos, sendo importante resguardá-los até
CRIMINALÍSTICA a chegada dos técnicos. É importante colher fotografias de situação,
O aperfeiçoamento dos métodos científicos tem contribuído para a elu-
que detalhem os aspectos gerais e particulares dos indícios. Na
cidação de muitos crimes. Um simples fio de cabelo ou uma lasca de unha
permitem às vezes que se aponte com certeza um assassino. ocorrência de cadáver, terá relevo informativo sua posição e relação
com o meio. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Criminalística é a técnica que resulta da aplicação de várias ciências à
investigação criminal, colaborando na identificação de criminosos. Seu A CRIMINOLOGIA E A CRIMINALIDADE
objetivo é o estudo de provas periciais referentes a pegadas, manchas, Texto extraído do Jus Navigandi
impressões digitais, projéteis e locais de crime, entre outros indícios. http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4137

Além de impressões digitais, normalmente encontram-se no local do Leonardo Rabelo de Matos Silva
crime impressões de diferentes origens, capazes de levar à identificação de advogado, mestrando em Direito pela UNIG/RJ
seu autor, como as de dentes em frutas, de pés descalços ou calçados, de
instrumentos. Marcas de pneus permitem estabelecer sua marca, tipo e A criminologia define-se, em regra como sendo o estudo do crime e do
desgaste, possibilitando a identificação do veículo, o cálculo da velocidade criminoso, isto é: criminalidade. A Criminologia, o estudo do crime e dos
e o sentido do deslocamento. As impressões de pés descalços, pelas criminosos, dentro de um recorte causal — explicativo, informado de ele-
dimensões e particularidades, são fonte segura de informação; nas de pés mentos naturalísticos (psicofísicos), ‘‘é ciência social ou não será ciência’’
calçados, consideram-se a forma e disposição dos relevos, as peças metá-
licas ou de borracha que os guarneçam e a intensidade do uso. Os sulcos Não é uma ciência independente, mas atrelada à Sociologia, à aprecia-
permitem aos peritos dizer se a pessoa estava andando ou correndo. ção científica da organização da sociedade humana. Ao lado da Sociologia,
se mostra numa condição de contrastante de ‘‘uma das mais jovens e uma
Manchas de sangue, de esperma, de fezes, de muco, de graxa e de das mais velhas ciências’’.
tinta constituem material relevante. A análise das manchas de sangue,
secas ou não, permitem determinar de que parte do corpo se originam e de Jovem e livre até da rotulação relativamente recente do respectivo vo-
quem. A identificação dos pêlos, embora difícil, é de grande importância. cábulo, um termo híbrido, por Augusto Comte, do latim socius, amigo ou
Nos mamíferos, há o pêlo propriamente dito e a penugem, podendo-se companheiro, e do grego logos, ciência. Velha, uma vez que a análise da
determinar a espécie animal, a região e o sexo do animal de que provém e vida gregária dos seres humanos já era praticada de vários modos pela
sua idade provável. Antropologia, bem antes de sua aparição no panorama cultural.

O estudo dos ferimentos da vítima pode apontar o tipo de arma utiliza- No entanto, não só do pensamento sociológico se sustenta a Crimino-
da no crime. Poeiras são recolhidas das vestes, calçados, cabelos, de sob logia, que, pelo contrário, possui aparência eminentemente multidisciplinar,
as unhas, armas e utensílios e, uma vez determinada sua composição, sempre se enriquecendo com diferentes ciências posicionadas à sua volta e
podem dar indicações sobre o delito, a vítima e o suspeito, e até sobre o áreas do conhecimento afins ou afluentes.
local de proveniência de ambos. O retrato falado, hoje feito muitas vezes
com a ajuda de computador, visando à identificação dos criminosos, tem A maioria vai listada adiante: primus inter pares, o Direito Penal, ramo
largo emprego. da Dogmática Jurídica que definem quais condutas tipificam crimes ou
contravenções, estabelecendo as respectivas penas; a Medicina Legal (aí
Descobre-se a origem de fabricação de uma arma de fogo, compreendida a Psiquiatria Forense), aplicação específica das ciências
médicas, paramédicas e biológicas ao Direito; Psicologia Criminal, cuja
quando não evidente, através dos bancos de prova. Os registros
matriz é a Psicologia (comum), ciência ocupada com a mente humana,
policiais facilitam a identificação do proprietário. O raiamento das seus estados e processos: a Antropologia Criminal (Ferri, Lombroso e
pistolas automáticas imprime aos projéteis elementos individualiza- Garofalo), que assume para si a responsabilidade de pesquisar e desenhar
dores exatos, possibilitando determinar o tipo e a própria arma de supostos perfis dos infratores penais, a partir de disposições anatômicas e
que foram disparados; igualmente reveladora é a percussão da estigmas somáticos particulares, hoje um pouco desprovida do crédito que
agulha do cão na espoleta do cartucho. Essas características so- foi desfrutado antigamente; a Sociologia Criminal (subdivisão da Sociologia,
mam-se nas armas automáticas às marcas do extrator e do batente filiada à Sociologia Jurídica), fundada por Enrico Ferri, que visualiza o ilícito
do ejetor que expele a cápsula depois do disparo. Quase sempre penal como fenômeno gerado no desenvolvimento do convívio, em escala
engraxadas, as impressões nelas encontradas são colhidas por ampla, dos homens, analisando a importância direta ou indireta do ambien-
te social na formação da personalidade de cada um; a Psicosociologia
processo fotográfico. Criminal, subordinada a Psicosociologia, suma psicológica dos fatos soci-

Noções de Criminologia 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ais; a Política Criminal, que rastreia e monitora os meios educativos ou Ao lado do desenvolvimento das teorias sobre as causas do delito, são
intimidativos de que dispõe ou deve dispor o Estado, inclusive no terreno da estudados vários modelos correcionais. Assim, a antiga teoria teológica e
elaboração legislativa, para o melhor desempenho, em seu papel de, pre- moral entendia o castigo como uma retribuição à sociedade pelo mal come-
venir e reprimir a criminalidade, procurando ela, paralelamente, fornecer tido. Jeremy Bentham procurou que houvesse uma relação mais precisa
fórmulas para se achar a proporção ideal entre a gravidade da conduta de entre castigo e delito e insistia na fixação de penas definidas e inflexíveis
um determinado criminoso ou contraventor penal e o quantum da sanção a para cada classe de crime, de tal forma que a dor da pena superasse
aplicar-lhe, face a face com a situação concreta, a Lógica Jurídica, no seu apenas um pouco o prazer do delito. No princípio do século XX, a escola
segmento que se dirige para a fenomenologia e a problemática do crime, neoclássica rejeitava as penas fixas e propunha que as sentenças varias-
lastreada na Lógica formal, pura (ciência da razão, em si mesma). sem em função das circunstâncias concretas do delito, como a idade, o
nível intelectual e o estado psicológico do delinquente. A chamada escola
Igualmente, conta a Criminologia com complemento de ciências auxilia- italiana outorgava às medidas preventivas do delito mais importância do
res: a Genética, ciência da hereditariedade; a Demografia, levantamento que às destinadas a reprimi-lo. As tentativas modernas de tratamento dos
numérico populacional (taxas de natalidade e de mortalidade, distribuição delinquentes devem quase tudo à psiquiatria e aos métodos de estudo
de faixas etárias, expectativa de vida, migrações etc.); a Etologia, investiga- aplicados a casos concretos. A atitude dos cientistas contemporâneos é de
ção de natureza científica do comportamento humano, de acordo com as que os delinquentes são indivíduos e sua reabilitação só poderá ser alcan-
leis gerais da Psicologia, levando em conta às múltiplas influências e aco- çada através de tratamentos individuais e específicos.
modações que as circunstâncias ambientais exercem, de ordinário, sobre o
comportamento da pessoa ou da sociedade; a Penalogia (ou Penologia) Entretanto, há na ciência - Criminologia - já um acervo com que se de-
que Francis Lieber, o criador da palavra (1834), conceituou como ‘‘o ramo ve contar, para ir em demanda das novas rotas que se nos deparam. E
das ciências criminais que cuida do castigo do delinquente’’, a Vitimologia, esse acervo já vem sendo colhido em longas décadas de estudo e de
estudo do comportamento da vítima, com avaliação das causas e dos meditação, armazenando largos cabedais que constituem uma bibliografia
efeitos da ação delitiva, esquadrinhada sob o prisma e a interação da dupla inumerável, na qual, ao lado de muito joio, excelentes contribuições se
penal criminoso/vítima, a Estatística, conjunto de métodos matemáticos, podem contar. Todavia, alguns menos ansiosos por avançar sempre na
centrada em dados reais, de que se serve para construir modelos de pro- procura da solução de múltiplas incógnitas que ainda nos enfrentam, crêem
babilidade relativos a indivíduos, grupos ou coisas (por exemplo, defasa- desde logo de assentar a Criminologia em bases suficientemente estáveis.
gem quantitativa ou qualitativa na oferta de empregos), quando, numa fonte
especializada (Estatística Criminal) retrate fatores ou indutores de criminali- O crime apresenta uma transformação, ou ampliação, que de uma for-
dade. "Toda ciência, proclamou Aristóteles, tem por objeto o necessário". ma aceitavelmente denominada "normal", se projeta hoje para configura-
ções que poderiam ser consideradas "anormais". Apenas se deve ponderar
Não é tarefa fácil para a Criminologia lidar com a delinquência constan- que essa atual anormalidade assim se nos apresenta por não terem podido
temente sofisticada, assim como com a violência, que hoje se banalizou. estar os gabaritos normativos acompanhando sempre as transformações
Para ficar mais a par do itinerário, e dos atalhos, que conduzem ao delito, psico-sociais que a época atual oferece, dada à tumultuosa evolução dos
sobretudo nos agregados sociais urbanos de densa população, a Crimino- sistemas de vida e das colisões sociais. E daí desde logo se nos apresenta
logia precisa traçar uma tática eficaz. A criminologia, não trata unicamente um dos problemas básicos da Criminologia: é que ela se desenvolveu a
da pessoa humana, porque o homem é o agente do ato anti- social, mas partir do Direito Criminal, mas, por assim dizer, disciplinada, ou jungida, às
sobre este agente existem várias causas e muitas ainda desconhecidas, condições penais e, ainda, demarcada, em seus horizontes, por uma finali-
que modificarão o caráter essencialmente humano ou antropológico do dade que ia mais às situações pós-delituais, e avança preferentemente
fenômeno. A criminologia é e deve ser considerada de acordo com a maio- para os aspectos punitivos e, depois, recuperados do delinquente.
ria dos estudiosos do assunto, uma ciência pré-jurídica, sua matéria de
estudos é o homem, o seu viver social, suas ações, toda sua evolução, Desta sorte, há uma Criminologia ainda hoje definida como um ramo
como espécie e como indivíduo. Para um estudo completo de criminologia subsidiário do Direito Penal, e que serviria mais para a correta aplicação
devemos estudar tanto a filosofia, sociologia, psicologia, e a ética. Esta desse mesmo Direito; visaria ela ilustrá-lo com os conhecimentos que se
ultima, que vai à base moral da humanidade, daí deve-se entender melhor foram adquirindo quanto à pessoa do criminoso, às condições do crime
o que é essa Moral; pois o Código Penal apóia-se sobre a moral. dentro da dinâmica delituosa e da eventual motivação do ato anti-social,
inclusive pela incorporação da vitimologia hoje de tanta nomeada nos
Esta ciência social que estuda a natureza, a extensão e as causas do círculos científicos.
crime, possui dois objetivos básicos: a determinação de causas, tanto
pessoais como sociais, do comportamento criminoso e o desenvolvimento Tratar-se-á de uma Criminologia que se poderá denominar de pragmá-
de princípios válidos para o controle social do delito. Desde o século XVIII, tica e que, na escala do conhecimento, sempre definida como sendo de
são formuladas várias teorias científicas para explicar as causas do delito. posição pré-jurídica. A partir dos Códigos, e atendendo ao seu espírito,
O médico alemão Franz Joseph Gall procurou relacionar a estrutura cere- busca essa Criminologia oferecer ao aplicador da Lei os meios mais efeti-
bral com as inclinações criminosas. No final do século XIX, o criminologista vos e esclarecidos para que o cumprimento dos dispositivos penais se torne
Cesare Lombroso afirmava que os delitos são cometidos por aqueles que mais cientificamente apoiado e informado.
nascem com certos traços físicos hereditários reconhecíveis, teoria refutada
no começo do século XX por Charles Goring, que fez um estudo comparati- Nessa mesma ordem de aplicação científica dos conhecimentos crimi-
vo entre delinquentes encarcerados e cidadãos respeitadores das leis, nológicos se situou o nosso sábio legislador de 1940 quando, no já citado
chegando à conclusão de que não existem os chamados "tipos criminais" artigo 42 do Código Penal, ainda vigente, preceituou que o Juiz, para
com disposição inata para o crime. Na França, Montesquieu procurou aplicar a pena, deverá atender "aos antecedentes e à personalidade do
relacionar o comportamento criminoso com o ambiente natural e físico. Por agente, à intensidade do dolo ou grau da culpa, aos motivos, às circunstân-
outro lado, os estudiosos ligados aos movimentos socialistas têm conside- cias e consequências do crime".
rado o delito como um efeito derivado das necessidades da pobreza. Ou-
tros teóricos relacionam a criminalidade com o estado geral da cultura, Aí estão, pois, as vias da Criminologia pragmática, auxiliar do Direito,
sobretudo pelo impacto desencadeado pelas crises econômicas, as guer- para assessorá-lo, em matéria de sua competência, e visando a personali-
ras, as revoluções e o sentimento generalizado de insegurança e desprote- zação do tratamento penal. Como nem sempre se pode realizar este exame
ção derivados de tais fenômenos. No século XX, destacam-se as teorias do delinquente antes do julgamento, momento esse que seria idealmente o
elaboradas por psicólogos e psiquiatras, que indicam que cerca de um ótimo pra o levar a efeito – e como é determinado pela Lei, segundo ficou
quarto da população reclusa é composta por psicóticos, neuróticos ou registrado – quando menos deve essa análise do criminoso ser posta de
pessoas instáveis emocionalmente, e outro quarto padece de deficiências triagem suficientemente capaz de apreciar a pluridimensional personalidade
mentais. A maioria dos especialistas, porém, está mais inclinada a assumir do agente anti-social. E dessa análise deverá surgir a orientação a seguir
as teorias do fator múltiplo, de que o delito surge como consequência de no tratamento, para melhor perspectiva de êxito do mesmo, desde que bem
um conjunto de conflitos e influências biológicas, psicológicas, culturais, adequado à personalidade do delinquente e às várias opções que se ofere-
econômicas e políticas. çam dentro do sistema penitenciário existente.

Noções de Criminologia 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Além desta Criminologia pragmática, ainda e sempre ao lado do Direito, geno, nem dentro do ângulo exógeno. Essa identificação de causas especí-
para servi-lo nas suas indagações sobre a criminogênese dos fatos delituo- ficas, como se fossem sintomas patagnomônicos, era a grande ambição do
sos, poder-se-á colocar a Criminologia especulativa, causal da genética, lombrosianismo, para desde logo caracterizar os criminosos. Ao início de
que teria uma posição para-jurídica, cuidando da grande ambição de todos sua carreira, tinha o sábio de Turim essa visão: "um periodista francês,
os criminólogos, ou seja, de indagar e identificar as causas da criminalida- Laveleye, que o conheceu neste estágio de sua crítica científica, registrou a
de. seguinte impressão sobre o emérito investigador, tocada de laivos de
ironia:" Apresentaram-me esta noite um jovem sábio desconhecido, chama-
É a grande meta que os estudos criminogenéticos têm como alvo e que do Lombroso; fala de cenas caracteres pelos quais se poderia reconhecer
- se acaso lá pudéssemos aportar - nos levaria, quiçá, um dia, a poder facilmente o delinquente. Que útil e cômoda descoberta para os juizes de
aplicar, com total sucesso, o velho preceito, que dita: "sublata causa tollitur instrução...
effectus" ideal fagueiro dos estudos criminológicos, mas que tem sido ainda
a miragem fugidia de todas as esperanças causal-explicativas do delito. Buscava-se, então, a solução de um problema de conduta humana
sem atentar holisticamente para o autor desse tal comportamento. Não só a
Recorde-se, ainda uma vez, que, inicialmente, houve a fase biológica disputa de primazias bio ou mesológicas, como também, e principalmente,
estricta; a Somatologia criminal, com os seus tipos lombrosianos, pretendeu a exclusão do núcleo ético da personalidade, entre os núcleos de geração
fornecer a primeira chave para abrir a incógnita criminogenética, chegando- do ato anti-social, levaram a decepções no campo da caracterização natu-
se até à abstração do criminoso nato, que não chegou a vingar. Recolhidos ralística das causas do delito. E só mais moderadamente se volvem as
os contributos desta fase, prosseguiram as esperanças quando se iniciou a mentes dos criminólogos para uma conceituação mais globalizadora da
era endocrinológica, de que nos dá informação assaz completa a monu- gênese delital, incluindo todos os elementos com que se deve contar: os
mental obra de Mariano Ruiz-Funes, Mestre espanhol que, na Faculdade chamados fatores criminogenéticos, e também os fundamentos éticos da
de Direito da Universidade de São Paulo, proferiu o curso "Endocrinologia Y personalidade, sobre os quais agem exatamente aqueles fatores. O "cienti-
criminalidad", de 1929, que marcou época pela amplitude e segurança de ficismo" (expressão com que se busca denominar a falsa posição de uma
seus conceitos. Esta fase funcional das endocrinias, por vez, deu ensejo à ciência daltônica que não sabe ver senão o seu estreito espectro de visada)
concepção biotipológica, já integrada do tipo humano vivente, e que logo se deve-se curvar à evidência de que, se podemos falar, como dizia Di Túllio
desenvolveu para a Biotipologia criminal. E a cada passo, novas esperan- e, fatores crimino-impelentes, devemos também reconhecer, por parte
ças, mas acompanhadas do reconhecimento de que era mister da Psiquia- daquele núcleo ético, a existência de fatores crimino-repelentes. O ato anti-
tria forense, a então recente concepção freudiana, mais euforia dominou o social só resultará se, à ação dos ditos falares que impelem para o crime,
campo da criminogênese - e a Psicanálise criminal dava a entender que se somar à ação consensual do núcleo ético da pessoa sobre a qual eles
tudo estava resolvido a partir de então. agem. Daí que é necessário não nos fixarmos somente na Biologia criminal
e na Sociologia criminal, olvidando que, em cada pessoa, o que realmente
O que estava a se verificar era o entusiasmo que cada "pílula científi- a caracteriza como ser humano é a existência, ainda e sempre vigente, de
ca", cada nova fresta entreaberta, parecia anunciar-se como fórmula final um arbítrio. Não é ele livre na existência do homem, como o é era sua
para a solução da incógnita criminogenética. Mas, a cada nova esperança, essência: mas é sempre, em certa medida capaz de enfrentar a ação dos
depois se verificava que nem tudo estava resolvido, e que só mais um fatores criminogenéticos, E porque, às vezes, cede é que se faz mister
ângulo, de abertura estreita, no caminho cada vez mais longo da via causal julgar o homem inteligentemente, a fim de saber até onde e como agiram os
do delito. E como já foi dito, novas pílulas foram se acrescendo, até à referidos fatores, e até que medida e de maneira o núcleo moral consentiu,
diencefalose, criminógena, até aos conjuntos cromossômicos aberrantes ou se dobrou, à ação dos ditos fatores.
(XYX, XXY etc.), até às indagações citoquímicas, enzimáticas, até... aonde
puderem ser levadas as observações mais agudas de campos cada vez O reconhecimento de uma avaliação globalizante das condições per-
mais miúdos e estreitos. sonalíssimas de cada criminoso, em razão desse conjunto ora referido, leva
a um neo-ecletismo penal. Assim, só será válida a retornada da gênese
Mas desde logo se percebe que a solução bio-criminogenética é um criminal se, às causas endo e exógenas, soubermos anexar o núcleo sobre
dédalo em que se tem perdido a ânsia de resolver o problema apenas por o qual elas agem - ou seja, a essência ética da personalidade - sem cuja
esse lado. E, ademais, desde logo se verificou que só o exame do "uomo consideração a criminogênese clássica, ou ortodoxa, cairá na decepção de
delinquente" não bastava, visto que ele era também produto do meio. E a que nos falava Afrânio Peixoto. Como entender a ação de fatores crimino-
Sociologia se aplicou também aos estudos criminogenéticos, dando origem genéticos sem os coligar à pessoa humana, e ao núcleo dessa pessoa no
á Sociologia Criminal, que se arrogava, por sua vez, a pretensão de Ter em qual, enfim, se delibera? Atualmente, tomadas mais humildes - e sábias,
si a solução sempre tão ambicionada. Já vinha, aliás, de Platão, este pen- por isso - as pretensões criminogenéticas naturalísticas, pode-se passar
samento precursor, "atribuindo os crimes à falta de educação dos cidadãos àquele neo-ecletismo penal, em que, como causas, se escalonam as ambi-
e má organização do Estado", como lembrava oportunamente Afrânio entais, as bio-psíquicas e as éticas (ou volitivas, em termos de deliberação,
Peixoto, em sua "Criminologia". Com Durkhein, Ferri, Lacassagne, Tarde, ou de arbítrio).
Turati, Bataglia, Lafargue, Bebel... desenvolveu-se esta escola que opunha,
ao falar biológico, a gênese social dos delitos. E houve, incrivelmente, um Então, só se podendo caracterizar o ratio crime se, aos fatores endo e
dissídio que pretendeu, cada um do seu lado, impor a conclusão de que o exógenos, se associar o fato ético, esta tripeça - bio-psiquismo, mesologia
fator mesológico, ou o fator biológico, é que determinava prevalentemente o e anuência ética - deverá ser considerada como o conjunto indispensável
crime. Só mais tarde, e agora mais lucidamente, é que veio a prevalecer o para se poder falar em delito, em seu sentido mais exato, científico e com-
princípio de uma globalização de todos os chamados fatores criminogenéti- preensivo de um complexo pessoal que só assim se constitui completamen-
cos que, num caso, podem oferecer predomínio da influência mesológica, te.
num outro caso, podem apontar a biologia como sobressalente, e, em
muitos outros, se verificava certa equivalência na atuação de tais fatores. É desse fato fundamental, mas que se tem mantido sem a devida cono-
Mas sempre se reconhecendo, em todos os casos, a presença de ambos tação consciente de seus elementos constitutivos, que decorre o neo-
esses fatores, como desde Ferri, já se fazia patente. Daí resultou, até, uma ecletismo penal, o qual proclama estas verdades basilares, sem as quais a
classificação de criminosos, que tem feito sucesso, e que é absolutamente Criminologia nunca alcançará uma formulação mais inteligente a adequada
natural em sua formulação. das suas postulações.

Mesmo quando muito se haja batendo neste caudal das possíveis cau- Desde que integremos estas noções, de que, na gênese criminal, de-
sas do delito, tanto no campo da biologia, quanto no da mesologia, ainda vem ser considerados os falares bio e mesológicos, e também o falar ético
devemos confessar que a gênese delitual continua a oferecer pontos pe- leva-nos a admitir, todavia, uma separação das capacidades que podem
numbrosos. De onde, as palavras de Roberto Lyra Filho. apreciar e decidir sobre a forma de atuação e sobre a ordenação dos seus
respectivos valores. É que os fatores bio-mesológicos - que procuram
É que não há fatores específicos para o crime, que o venham a ocasio- explicar a gênese criminosa - são de apreciação criminológica estrita; ao
nar dentro de um determinismo irreversível - nem do ponto de vista endó- posso que o fator ético - onde se insere a condição que procura justificar a

Noções de Criminologia 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
origem do delito - só pode ser apreciada pela capacidade do Juiz. Daí, íntimo dessa disciplina especulativa e de investigação científica. Mas, se for
surge aquela distinção do Prof. López-Rey Y Arrojo, ao recordar que se válida esta atitude, estudemos mais afincadamente esta Ciência Criminoló-
deve distinguir precisamente entre o que tende a explicar, daquilo que pode gica, para podermos oferecer uma cooperação cada vez mais instruída e
justificar uma conduta anti-social. Se escusável, ou não, só o Juiz pode idônea, e sacar dela prestimosas conclusões.
decidir mas, para tanto, deverá ele atender às causas aferíveis que podem
explicar porque a deliberação humana tenha sido mais ou menos compro- Recorde-se que a referida definição assim soa: pena é "o tratamento
metida pela influência dos fatores criminogenéticos endo e exógenos; e até compulsório ressocializante, personalizado e indeterminado".
que o ponto ético teria sido consensual com a prática criminosa.
Retira-se dessa definição um conceito acolhedor da mais atualizada
Por isso, e para isso mesmo, deve ser considerada também, ao lado da doutrina neo-eclética, iniciando-se por caracterizar a pena como tratamento.
Criminologia pragmática (pré-jurídica) e da Criminologia especulativa (para- A introdução dessa expressão - hoje de livre curso para os próprios jus-
jurídica), uma Criminologia crítica ou, melhor, dialética, ao estilo do que o penalistas - desde logo dá a demonstração de como a influência médico-
propõe Roberto Lyra Filho, a cuja posição seria de colocação metajurídica. psicológica foi levada avante e com plena aceitação, em certos aspectos,
Esta Criminologia dialética deve propor a si mesma um estudo das muta- pelos cultores do Direito. Nos nossos dias, já não causa espécie o emprego
ções do conceito social da vida humana. Se voltarmos ao início destas dessa palavra, que traz em seu bojo um conteúdo de índole médica, antro-
considerações, e nos recordarmos de que há uma criminalidade nova, pológica, clínica.
devemos consequentemente ter a decisão de rever os valores sociais,
éticos e jurídicos, em face da sociedade tecnocrática em que ingressamos, Fala-se, pois, em tratamento como um processo a que deve ser sub-
para buscar as formas adequadas para uma reformulação, inclusive estru- metido o criminoso e que visa corrigir os defeitos, que possa haver apre-
tural, das condições anuais da vida humana. sentado em sua personalidade. É claro que o termo até ultrapassa, de
muito, o que em si mesmo quereria traduzir, desde que esse tratamento às
Evidentemente, a tripartição da Criminologia em seções - pragmática vezes em nada será médico, podendo ser apenas pedagógico, ou social. E
(pré-jurídica), especulativa (para-jurídica) e dialética (metajurídica) - não sempre deverá admitir parâmetros jurídico-penais sob os quais ainda e
quererá significar, de forma alguma, que haja uma separação estanque sempre deve permanecer a aplicação da Justiça, segundo o venho defen-
entre esses departamentos; antes, eles se entrosam e entre si estabelecem dendo dentro do neo-ecletismo penal.
uma linha de plena fusão. Apenas, em graus sucessivos, procura-se ampli-
ar progressivamente o estudo e o conhecimento da dificílima e ampla Assim, tratamento será a pena, dentro do amplo conceito ora expendi-
ciência que é a Criminologia, para chegar até a formulação de princípios do, em que entra a atividade médica propriamente dita, mas em que, ao
que solucionem os intrincados problemas da vida contemporânea e preve- lado dela, entra também a pedagogia, o cultivo de uma profissão e que a
jam as possíveis rotas a seguir para uma prevenção mais efetiva dos pessoa humana tem de considerar, como "animal gregário" que é, e que lhe
conflitos humanos, profilaxia essa que, ainda aqui, ou principalmente aqui, impõe o estabelecimento dessa Inter-relação. E isso deve assim ocorrer
é o alvo supremo das nossas cogitações, e que deve pretender chegar até para que o ser humano, no conjunto complexo da sua personalidade, seja
às próprias estruturas e valores fundamentais, a fim de advertir quanto à deveras tratado lá onde o exigir a frincha que permitiu a maior influencia
conveniência ou necessidade de se realizar as mudanças possíveis e crímico-impelente, seja essa debilidade de ordem somático, fisiológico ou
indicadas para se avançar no objetivo de uma Justiça Social mais efetiva. E cultural, além de ética.
só a partir de uma base que considere realisticamente, mais instruidamen-
te, os fatos fundamentais da vida humana hodierna, com todas as suas A prática tem demonstrado que a "prisão não cura, corrompe", segundo
especificações mais compreensivas da conduta dos homens, é que pode- a frase feita que já corre mundo. Mas se a prisão ainda assim se apresenta,
mos fazer prevenção criminal válida - e não ficarmos só na obsessão de é apenas porque ela não se deixou embeber do seu legítimo sentido e da
saber como lutar mais efetivamente contra o delito já praticado, em termos sua verdadeira meta.
de penitenciariarismo, supostamente ressocializante. Assim, se fará a
macro-criminologia de que nos fala, sábia e oportunamente, usando ex- Para que a distorção do tratamento não venha a ocorrer na prisão, le-
pressões trazidas das Ciências Econômicas, Roberto Lyra Filho, indo, vando-a para a perversão moral, é que tanto se está lutando no campo da
então, mais além da micro-criminologia que se atém ao âmbito de estudo doutrina para iluminar uma prática mais sadia. E o que aqui se vem dizen-
apenas do crime e do criminoso. do, quanto ao tratamento, visa exatamente uma prisão que não corrompa,
que não destrua mais o que deve reconstruir. E este último alvo é, sem
No que se refere à Criminologia especulativa, sem dúvida alguma, dúvida, possível, para os legítimos penalistas, cônscios, em verdade, da
necessita-se do seu estudo pormenorizado, fazendo sentir quantas infor- ciência a que servem.
mações úteis se recolhem na análise pluridimensional que busca das
causas do delito, não só em sentido casuístico, e em perspectiva globaliza- E enfim, fale-se em tratamento, sempre como alvo que se sucede ao
dora, em fluxo analítico-sintético, como também em sentido de generaliza- conhecimento da personalidade e ao reconhecimento das suas possíveis
ção dos conceitos que daí decorreram, desse conhecimento individualiza- falhas, deficiências ou defeitos.
do, para prudentes considerações gerais. Dentro desse estudo, outrossim,
é necessário deixar bem patente que cada delinquente deve ser considera- Ainda dentro desse tratamento, deve-se considerar o seu papel disci-
do em seu contorno situacional, de modo a permitir uma avaliação dos plinador, ou seja, criar ou desenvolver no delinquente a necessidade basilar
fatores que possam explicar a sua conduta, e daqueles que a possam de integrar, em sua maneira de ser, uma estrutura disciplinatória de todas
justificar, ou não. Ou seja, sopesar ambos os campos em que se desenvol- as suas vivências, tomando-as sintônicas com a convivência - obrigatória -
ve a atuação humana - o daquele que sofre a ação dos fatores bio- a que somos levados pela própria natureza da nossa vida social.
psicológicos e sociais, e o daquele em que se manifesta o fator deliberativo,
em razão do arbítrio, à luz da ética exigível dentro do "mínimo de moral" Disciplina, outrossim, não quer significar despersonalização, amolga-
que se espera para a conduta humana. mento da vontade, submissão passiva a outrem, e coisas desse tipo. Com
disciplina quer-se significar a conjugação daquilo que somos, em todos os
Por fim, no que se projeta dentro do campo imenso e intensamente se- nossos atributos e prerrogativas, com a necessidade da convivência, que
dutor da Criminologia dialética, há que ensejar um amplo debate em sempre impõe necessárias limitações e normas. O que define uma socie-
busca, ansiosa e plena de inquietude interrogativa, do quanto se possa dade é justamente uma unidade de ordem, que põe sentido, pragmatismo e
vislumbrar dentro da avaliação epistemológica do que, em verdade, possa possibilidade de sobrevivência, de todo um grupo, mas que não pode abolir
continuar a ser admitido e respeitado, e do quanto se deva ciente e consci- necessariamente a personalidade de cada um, antes até lhe dá condições
entemente entender objeto de modificação, de reformulação. de preservação e permanência. Sem essa unidade de ordem, a vida seria
insuportável e o caos social só seria de esperar. E aquilo que se poderia
É evidente que, por sua mesma posição de ciência auxiliar do Direito, a entender como liberdade individual - sempre tão ardorosamente defendida,
Criminologia só poderá ir ao ponto de oferecer a sua colaboração, sem até além dos seus convenientes limites - desapareceria, envolvida a pessoa
pretender dogmatizar, o que seja uma atitude, aliás, contrária ao espírito no turbilhão em que não poderia sequer sobreviver. Daí que a unidade de

Noções de Criminologia 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ordem é indispensável à própria liberdade, garantindo-a, ainda que discipli- impor. Não é conveniente esse caráter que, às vezes, assume uma inautên-
nando-a. tica ciência penitenciária, de uma pieguice falsa e quase consensual com o
delito e o delinquente. O tratamento deve visar o reforço da intimidade
Disciplinado, em que sentido ? No de união, conjugação, cooperação anímica do criminoso, robustecendo caracteres, e não alagando os autores
de esforços e de sacrifícios para o bem comum. Sem esse princípio, a de condutas que já foram agressivas para a sociedade - e que se necessita
liberdade seria licenciosidade, a pessoa passando a ser uma vítima da evitar que reincidam na cedência da vontade. E, para tanto, use-se a com-
solidão que essa própria liberdade então imporia - pois que viver em socie- preensão, o auxílio, a filantropia, o real interesse em tudo fazer para recu-
dade é, essencialmente, conviver (com equivale a junto, e conviver significa perar o criminoso - mas não se desvirtue a rota a seguir por falsas imagens
viver junto). que se afastem da realidade crua da disciplina social e de suas correspon-
dentes responsabilidade. O tratamento deveria buscar a reeducação (corre-
Essa disciplina social precisa ser ensinada e reestruturada em cada ção do caminho a seguir).
criminoso. o seu crime nada mais é do que um ato, afinal, de indisciplina. É
mister que o ensino do respeito e da integração dessa disciplina social seja A personalização da pena foi uma das conquistas mais efetivas do po-
ministrado subjetiva e objetivamente ao delinquente. E até com um cuidado sitivismo penal e decorre diretamente da Antropologia Criminal. Foi a de-
muito zeloso, eis que o criminoso, ao deixar a prisão, certamente vai encon- monstração, feita a partir de Lombroso, de que se deve enfocar o criminoso
trar uma sociedade diversa daquela que ele deixou ao iniciar o cumprimen- em seus caracteres pessoais, diversos em cada indivíduo, quer do ponto de
to da pena, e isso devido ao vertiginoso desenvolvimento da era presente. vista biológico, quer ainda das influências mesológicas que haja recebido, o
Desta forma, acompanhando esse desenvolvimento, é indispensável que o que levou a tentar um tratamento adequado a cada um desses tipos perso-
regime penitenciário coloque com o devido cuidado e com a necessária nalizados de criminosos.
sapiência um sistema disciplinar que prepare o delinquente a compreender
que, sem aquelas limitações indispensáveis para a manutenção desse É bem claro que não deve ser permitido exagero nesse campo, aliás
regime de convivência, sem essa obrigatória disciplina, ao voltar ao conví- como em nenhum outro. Não é rigorosamente necessário que se pormeno-
vio social, este lhe imporá, como resultante da sua própria essência, aque- rize um só tratamento, e exclusivo, para cada um dos criminosos. De fato -
las e até novas limitações. ainda como para os doentes - a terapêutica dispõe de meios que abrangem
grupos humanos com caracteres afins. Há grupos que podem receber um
Esse regime disciplinar começa por impor ao criminoso um tratamento tratamento basicamente comum a todos os seus integrantes. Daí que
compulsório, isto é, um regime que não é adotado espontaneamente, mas sempre se cogitou de estabelecer classificações penitenciadas dos crimino-
que se é obrigado a aceitar e a seguir. Haverá aí um certo ressabio aflitivo, sos, para ensejar um agrupamento de delinquentes de características
e até retribuitivo. Mas não há mal algum em que se mantenha, na dose assimiláveis, para serem enviadas a estabelecimentos de determinado tipo.
adequada, esse caráter também, desde que, enfim, o criminoso é submeti-
do a esse tratamento a partir de um ato anti-social que praticou, em que Na prática, é admissível, porque necessário, que se façam estes gru-
foram feridos interesses, valores, normas, de importância para a manuten- pos de tipos afins. Mas não se creia que essa seja a maneira ideal de
ção da comunidade. E até hoje existe uma corrente que tende para uma enfrentar e resolver o problema terapêutico penal, desde que, bem no
revisão do excesso de liberalidade em termos de regime penitenciário, com âmago dos fatos, está o ser humano, único em seu perfil e na sua coloca-
uma também excessiva preocupação com o welfare of the offender, como ção perante a circunstância ambiental.
se só o bem-estar do delinquente importasse e fosse o motivo e a razão de
ser dos sistemas penitenciários. Esta preocupação mereceu um justo Como, todavia, será impraticável uma distribuição dos delinquentes in-
reparo por parte do Prof.López-Rey Y Arrojo, que não deixou de criticar do até uma personalização assim tão exclusiva, é admitida a divisão dos
esse erro em colocar tanta ênfase naquilo que deve ser apenas um dos estabelecimentos penais em diversos tipos, dentro dos quais se enquadra-
aspectos a considerar no regime prisional - mas não o principal, nem o rão, mais ou menos de acordo com os seus perfis individuais, os diversos
essencial. E que não pode fazer descuidar o que é primordial, que será tipos de personalizados de criminosos.
sempre a recomposição de uma personalidade, inclusive pela compreensão
que ela deva integrar quanto ao erro cometido, pelo qual deve responder Mas não se deixe de dizer que, feita a triagem de acordo com as várias
moralmente também. E então, neste neo-ecletismo penal que deve preva- possibilidades que se ofereçam á administração penitenciária, e enviados
lecer nas modernas perspectivas da Criminologia, não se pode descartar os criminosos para os vários tipos de estabelecimentos mais adequados às
uma retomada de posição quanto a estas implicações éticas do tratamento suas características pessoais, em cada um desses estabelecimentos poder-
penitenciário, no qual se deve menosprezar o campo moral do problema, se-á, e se deverá, ir mais longe na personalização, a partir dos grandes
em termos de tratamento. grupos considerados.

Há aqui toda uma infinita problemática penitenciária, que dependerá De um ponto de vista ético, todavia, não deve se afastar esse trata-
das possibilidades efetivas de cada país e região; mas sempre se devendo mento: deve ele dar ao criminoso - sem que assim ele se sinta deprimido,
manter uma certa segurança e atenção para com o tipo especial de popula- ou deformado, ou mesmo sensibilizado - a noção da necessidade da sua
ção com que se vai lidar, sem nos deixar seduzir por facilitações generosas, recuperação moral, desde que o ponto de partida da sua ação agressiva
mas imprudentes, e sem deixarmos de considerar que, no início de tudo, contra a sociedade se reconheceu sempre no animus que pôs ao serviço
sempre se parte de uma ação anti-social praticada, cuja responsabilidade da mentalidade criminosa de que se deixou assenhorear o seu espírito.
moral cabe a - quem a efetivou, sem excusa bastante para ela, como o Tudo o mais que se possa fazer do ponto de vista médico, psicológico,
julgamento o deve haver definido. Nunca os regimes penitenciários devem pedagógico em um enfoque holístico, enfim, ressocializante, deve-se apoiar
assumir liberalidades excessivas, e até às vezes anunciadas quase com na base de uma sólida, tão sólida quanto possível, reconstrução ética da
excesso, que toca as raias de uma espécie de propaganda. Recentemente, sua personalidade. Se não houver a mudança da mente (a metanoia, dos
o noticiário dos canais de televisão deu conhecimento de suas penitenciá- gregos), se não houver a sideração da vontade no sentido de se robustecer
rias que se projetam em cidades do Interior de São Paulo, com tantas a âmago anímico da personalidade, tudo o mais pode entrar em falência,
vantagens para o welfare of the offender (piscinas, quadras de vários pode a qualquer momento ser, de novo, submetido às forças crímino-
esportes, enxadrismo, cinema, TV, etc.) que o locutor de um dos canais, impelentes e por elas dominado - e a reincidência se manifestar.
causticamente, comentou: o problema que está surgindo é o número ex-
cessivo de telefonemas para essas cidades, de numerosos interessados Portanto, dê-se a ênfase maior na reeducação e no fortalecimento do
em saber o que é necessário realizar para se ingressar e obter vagas núcleo moral da personalidade; ou seja, daquele núcleo que é o que define
nessas instituições... exatamente a natureza humana de que somos participantes. A partir daí,
então, dê-se ao tratamento todo o conteúdo de um processo reeducativo,
A justiça, que hoje vê bem e julga melhor, deve cercar-se de serenida- recuperador, ressocializante, indo alcançar todos os ângulos da personali-
de, competência e profundo conhecimento, para saber o que deve ser feito dade e mirando a volta de delinquente ao convívio social, com todas as
de melhor - mas sempre com a extrema seriedade, que a superioridade da implicações que daí decorrem, inclusive, e principalmente, a atenção que
sua posição de suprema sabedoria e equanimidade deve saber atender e deva ser dada aos deveres sociais e à integração de uma pessoa na comu-

Noções de Criminologia 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nidade; o que importa era receber logo estímulos vários para agir de manei- A forma de atender às necessidades morais da criatura humana tem
ra agressiva, anti-social e criminosa, aos quais é dever resistir. sido apanágio do ensino religioso; e este ensino tem sido facultado nas
instituições penitenciárias com ampla liberdade de crença. Ao lado dele,
Ora, uma corrente de penalistas e criminologistas há muito vem recla- entretanto, complementando-o e abrindo a visão para campos mais amplos,
mando de situação semelhante para a aplicação das penas, naquilo que se deve-se dar toda a oportunidade à instrução moral e cívica, de largo hori-
denomina de pena indeterminada. De fato, um tratamento penal deverá ser zonte, o que não exclui, como disse, a prática do culto religioso, mas que
aplicado até o momento em que um mínimo de recuperação haja sido abrange inclusive os que não se declaram religiosos, ou tenham apenas
obtido, compatível com a volta do criminoso ao convívio social. Passar daí, parcas noções sobre as suas crenças.
é arriscar-se em perder o que se haja alcançado. A doutrina tem repetido,
com carradas de razão, que, tanto as penas de curta duração, quanto
aquelas de longa duração, são prejudiciais para a pessoa do delinquente. Informações bibliográficas:
Ora, desde logo se deduz que essa duração deverá ser idealmente aquela
que leve o indivíduo a obter aquele ótimo de recuperação, nem antes, e SILVA, Leonardo Rabelo de Matos. A criminologia e a criminalidade . Jus Navi-
nem depois. E, assim, estabelecer-se-ia condições para um melhor resulta- gandi, Teresina, ano 7, n. 66, jun. 2003. Disponível em:
do final. <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4137>. Acesso em: 23 set. 2008.

Dois óbices têm sido levantados contra esse ideal da pena indetermi- -o0o-
nada: um decorrente ainda de um remanescente espírito retributivo, que
deseja para uma espécie de crimes, uma pena mais severa que para outras Enrique Cury, em sua "Contribuição ao Estudo da Pena", deixa bem
espécies de delitos; o outro óbice provém de uma ideia - a ser corrigida - de claro que os estudos criminológicos, pertinentemente ao fundamento e às
que a execução penal passada, das mãos do Juiz, para as mãos do técni- finalidades da sanção penal, longe de terem chegado a um denominador
co. comum, ainda estão entregues a diversas teorias conflitantes, que tentam
explicar o "por que" e o "para que" da punição (ou não é punição, mas
Quanto ao primeiro desses argumentos contrários à pena indetermina- tentativa de recuperação para o convívio social?) do indivíduo que infringe
da, deve-se informar que o tipo de delito praticado nem sempre correspon- as regras de conduta de cunho penal.
de à deformação da personalidade ocorrida no criminoso; às vezes, sim,
desde logo se tem uma noção de gravidade do comprometimento dessa O autor afirma, mesmo, que nós, juristas,
personalidade, como ocorre na hediondez de certos crimes; mas pode "carecemos de imaginação criadora, porque depois da fatigante luta
acontecer o contrário, isto é, de um pequeno delito seja, todavia, a primeira para nos desembaraçarmos das penas corporais, nosso elenco de sanções
manifestação de uma personalidade bastante agressiva. ficou reduzido, quase que exclusivamente, às penas privativas da liberdade
e – mas em menor escala – às pecuniárias".
Justifica-se plenamente que a pena indeterminada seja dotada nas
nossas leis penais, desde que atendidos os pontos fundamentais anterior- Em nosso entender, a Criminologia não se deve apegar, tão somente,
mente referidos, ou seja: que a sua indeterminação não fique fora da com- à intensidade do dano causado pelo fato delituoso; seus estudos devem ter
petência judicante, a qual deliberará sobre a extinção da medida punitiva, como escopo a possibilidade da obtenção de resultados úteis para a socie-
desde que proposta pelos auxiliares técnicos do Juiz. dade. E resultados úteis para a sociedade somente poderão ser considera-
dos aqueles que levem à redução da criminalidade, porque todo e qualquer
Na realidade, a pena fixa é contrária à boa recuperação dos crimino- incremento em seus índices nada mais poderá significar do que mais um
sos, ao marcar limites artificiais à mesma, e apenas decorrentes da quanti- passo em direção à completa falência da utilização do sistema repressivo
dade do delito praticado. E deixando de lado a personalidade do réu, e sua como instrumento de controle social.
capacidade de recuperação ético-social, mesmo quando esteja em vigência
o artigo 42 do Código Penal, até hoje não atendido adequadamente quanto A Criminologia dependerá portanto das contribuições das diversas ci-
"aos antecedentes e à personalidade do agente, à intensidade do dolo ou ências auxiliares, tais como a Sociologia, para a compreensão e a determi-
grau da culpa, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime". nação de seus objetivos.
Juarez Cirino dos Santos, em brilhante monografia intitulada "A Crimi-
Não fique sem dizer que, também na apreciação criminológico-clínica nologia da Repressão" (Forense, 1979), identifica o crime como produto da
do delinquente, deve entrar em cogitação a natureza do delito praticado; é desorganização social, cujos indicadores são:
um dos elementos centrais que informa a observação do criminoso. "a) o incremento das formas de existência e de comportamento desvi-
antes, como o crime, a doença mental, o alcoolismo, o uso de drogas, a
Mesmo que fossem aceitos e praticados estes preceitos, sempre cabe- delinquência juvenil, etc; b) as condições de trabalho pobres, e o paradoxo
rá plenamente a manutenção da liberdade condicional, para os que hajam da tecnologia como fator de miséria (e não de progresso) social, gerando
estado segregados do convívio social. E isto porque ela representa, nos desemprego, ligado, por sua vez, àquelas formas de comportamento desvi-
dizeres de Flamínio Fávero, a convalescença penal, isto é, aquele período ante. Na origem dessas condições, a industrialização, a urbanização e as
de prova em que se verifica se o delinquente já se encontra efetivamente migrações entre os centros de produção".
em condições de conviver em sociedade de maneira sintônica, e não a-
gressiva. Problema de crucial importância para a própria definição dos lindes da
Criminologia, e que tem seduzido os estudiosos, é o do direito de resistên-
O neo-ecletismo penal pretende dar todo o valor, que é inconstante, à cia, em relação à própria segurança do Estado.
evolução da Criminologia Clínica e na investigação científica das causas da
criminalidade, até onde elas possam ser rastreadas e reconhecidas. Mas Com efeito, se em relação ao chamado criminoso comum, a Criminolo-
quer reivindicar a necessidade de se valorizar a atenção para os aspectos gia aconselha determinadas medidas, quais as perspectivas aconselháveis
morais do ente humano, que devem ser devidamente computados: em relação aos chamados "crimes políticos", para a manutenção do contro-
a) para a indispensável avaliação da responsabilidade moral pelo ato le social?
praticado, em termos de uma justificação, ou não, de tal ato;
b) para o reaparelhamento do núcleo moral do delinquente, a fim de A justa e equilibrada "punição" do criminoso político poderá evitar que
aumentar-lhe as resistências futuras aos falares crímino- ele se transforme em mártir, como frequentemente acontece, em virtude da
impelentes que no porvir venham a agir de novo sobre o indivíduo. arbitrariedade ou da ignorância dos julgadores, devendo-se observar, neste
ponto, que o Direito Penal, no tocante aos delitos políticos, pune tão so-
Deixar de dar, entretanto, toda a ênfase que merece este núcleo Moral mente a tentativa, porque as revoluções, quando vitoriosas, deixam de ser
do ser humano é incidir num erro fundamental, visto que a explicação crimes para serem apenas acontecimentos históricos.
científica da gênese do delito não afasta a necessidade de se enfocar este Fernando Lima
outro aspecto da questão, que, no homem, é primordial.

Noções de Criminologia 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A CRIMINOLOGIA CONTEMPORÂNEA OU A ESPERANÇA DO É oportuno citar Vitorino Prata que reconhecendo a condição de ciência
CONTROLE DA CRIMINALIDADE da Criminologia, sublinha:
Gisele Leite "Embora o homem seja o mesmo em qualquer parte do mundo, os cri-
O conceito exprime constantemente uma ideia geral da coisa, já a defi- mes têm características diferentes em cada continente, devido à cultura, à
nição exprime uma determinação exata, de objeto e a incidência epistemo- história própria de cada um. Há, pois, um criminologia iugoslava, criminolo-
lógica. gia brasileira, chinesa, enfim, uma criminologia própria de cada raça ou
cada nacionalidade".
A Criminologia estuda a criminalidade e invocando seu significado eti-
mológico do vocábulo, originário do latim crimino (crime) e do grego lo- A feroz escalada da criminalidade contemporânea, nos dias em que vi-
gos(tratado ou estudo). vemos, especialmente no que concerne à prática reiterada de sequestros,
latrocínios, e assassinatos cruéis (como foi o de Tim Lopes), estupro com
Em síntese, a Criminologia seria o tratado do crime, segundo a defini- morte, tráfico de entorpecentes, atribuídos a bandos ou horas altamente
ção de Edwin H. Sutherland: "é o conjunto de conhecimentos que estudam organizados e hierarquizados, fortemente armados, tem resultado num
o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do criminoso, imenso temor generalizado por parte dos cidadãos.
sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo."
Cogita-se até na existência de um poder paralelo da criminalidade até
Já Nelson Hungria traduz: "é o estudo experimental do fenômeno do para enfatizar a decrepitude e a tremenda fragilidade operacional do poder
crime, para pesquisar-lhe a etiologia a tentar a sua debelação por meios Público constituído.
preventivos ou curativos."
Decorrendo do crime, os desajustamentos originados na sociedade re-
O conceito ideal desta disciplina seria aquele capaz de abarcar todos fletindo assim em todos os sus estamentos e segmentos, é imperioso uma
os elementos caracterizadores de sua forma de atuação. Segundo Newton cruzada que tenha por fim a formação de profissionais voltados para a
Fernandes e Valter Fernandes, in Criminologia Integrada, Editora Revista pesquisa criminológica e para o real enfrentamento da criminalidade que
dos Tribunais, 2 ª edição, 2002, "Criminologia é ciência que estuda o fenô- não se restringe à forma repressiva.
meno criminal, a vítima, as determinantes endógenas e exógenas que
isolada ou cumulativamente atuam sobre a pessoa e a conduta do delin- Afonso Sant’anna foi coerente ao denunciar que todos nós que de al-
quente, e os meios laborterapêuticos ou pedagógicos de reintegrá-lo ao guma forma contribui (quer com o silêncio com a prática delituosa de uso
grupamento social". de entorpecentes), matamos Tim Lopes.

Tanto o Direito Penal como Criminologia estudam o crime, porém, o en- Daí, porque seja salutar a corrente que defende a unificação de todas
foque dado por uma e por outra, relativo ao delito é diferente. Pois enquan- as ramificações da Criminologia principalmente unindo a Clínica com a
to que o Direito Penal é ciência normativa sendo a destinada a administrar Sociológica formando o que chamaríamos de Criminalidade Integrada, ou
a repressão social ao crime através das normas punitivas que ele mesmo seja, biopsicossociológica.
elabora. Muito útil seria a referida Criminologia Integrada colaborando realmente
para que o Poder Público arquitetasse uma Política Criminal hábil a conse-
Já a Criminologia é ciência causal-explicativa, como bem enfatiza Or- guir a prevenção e eficaz repressão ao crime.
lando Soares e tem por objeto a incumbência de não só se preocupar com
o crime, mas também conhecer o criminoso, montando esquemas de O Direito Penal é pautado pelos legisladores para defender a socieda-
combate à criminalidade, agindo não só de maneira preventiva como sobre- de dos comportamentos típicos e desviantes. O objeto de estudo do Direito
tudo de forma terapêutica para cuidar dos criminosos e evitar-lhes a reinci- Penal é a culpabilidade em lato sensu. O objeto da Criminologia é o estudo
dência. da periculosidade, visando a pesquisa teórica da etiologia do crime.

Na Criminologia traça-se uma análise do crime, pesquisando suas cau- Embora que alguns doutrinadores detratores do Direito Penal expres-
sas geratrizes bem como estuda o perfil antropológico, social e cultural do sem que o Direito Penal é carecedor de objeto próprio de estudo, que vive
criminoso. oscilante entre o crime, o criminoso, a pena ou até a segurança social.
Por ser ciência normativa, valorativa e finalista, o Direito Penal é basi-
Apesar do Direito Penal e a Criminologia utilizarem a mesma matéria- camente abstrato e se preocupa em coibir o delito enquanto fenômeno
prima (que é o crime), o método é diverso o que o torna legítimo concluir individual ou coletivo, não se preocupando com a prevenção criminal.
que não corresponde ao mesmo objeto da ciência normativa penal.
A natureza do Direito Penal é repressiva e se finda com a aplicação e
Efetivamente como esclarece Israel Drapkin em sua obra Manual de execução da pena.Daí a necessidade de outras ciências que visam auxiliar
Criminologia, a Criminologia usa efetivamente métodos biológicos e socio- o Direito Penal além de lhe assegurar a própria existência.
lógicos e exemplifica : "se a Biologia é uma ciência, não há razão para que
não o seja a Criminologia que utiliza o seu método." É uma utopia desejar a solução da equação crime-criminoso apenas a-
través do Direito Penal, sem a valorosa colaboração da Criminologia, da
Utiliza-se do método experimental, naturalístico, indutivo para o estudo Psicologia e da Sociologia (isto sem exaurir o rol de ciências capazes
do criminoso, o que não é suficiente para conhecer as causas da criminali- também de efetivamente de elucidar o resultado da referida equação).
dade. Também recorre-se aos métodos estatísticos, históricos e sociológi-
cos. Há quem enxergue na Criminologia com a matização de verdadeira fi-
losofia do crime e do criminoso, mas tendo como valores primaciais a
Portanto, a Criminologia utiliza dois métodos distintos (um oriundo da criminalidade e a sociedade.
Biologia e, outro da Sociologia). Estuda o crime como fato biopsicossocial e
o criminoso. Não fica adstrita ao terreno científico, por este não teria por si A pesquisa científica do crime inclui a perquirição de suas causas e ca-
só o poder de explicar o fenômeno delinquencial e sua vasta caudal de racterísticas, de sua prevenção e do controle de sua incidência. Kinberg
causas(entre elas:a natureza social, biológica, psicológica e até psiquiátri- aponta a Criminologia como a ciência que tem por objeto não somente o
ca). A condição de ciência da Criminologia foi abordada pelo Congresso fenômeno natural da prática do crime, como também o fenômeno da luta
Internacional de Criminologia realizado há menos de 20 anos em Belgra- contra o crime.
do(Iugoslávia, na época) onde chegou-se ao seguinte consenso:
Já Edwin Frey posiciona a Criminologia como a "teoria dos fatos do
A delinquência é um fenômeno social complexo que tem suas leis pró- criminoso" e Roland Grassberger como "sistema das ciências auxiliares do
prias e que surge num meio sócio-cultural determinado, não podendo ser Direito Penal sobre as causas, provas e prevenção do crime."Enrique Cury,
tratada com regras gerais, mas sim particulares de acordo com cada região. penalista chileno, conceitua como "ciência causal-explicativa do delito".

Noções de Criminologia 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não é mera ciência, mas também , como ciência aplicada, daí resul- onde foram cometidos, colaborando efetivamente para a redução das
tando a Criminologia Geral e a Clínica. A primeira compara, analisa e dificuldades existentes no combate ao crime sem fronteiras ou globais.
classifica os resultados obtidos no âmbito de cada uma das ciências crimi-
nológicas. E a Criminologia Clínica consiste na aplicação dos métodos e No Brasil mais particularmente em São Paulo(SP), já existe a Delega-
princípios das matérias criminológicas fundamentais e na observação e cia de Polícia Especializada para investigar crimes cometidos através da
tratamento dos delinquentes. internet.

Contrapondo a posição unitária da Criminologia, a Escola Austríaca Parafraseando Alison Smale, jornalista do The New York Times, nos
adota a concepção enciclopédica e considera a Criminologia como um dez anos que se seguiram ao fim das URSS houve uma explosão dos
compacto de diversas disciplinas particulares que pesquisam a realidade crimes internacionais e personagens sombrios do Leste e do Oeste euro-
criminal, os fatos do processo e luta contra o crime. peu não perderam tempo em estabelecer ligações, num quadro que só
agora os governos começam a combater.
A Criminologia igualmente se relaciona com as ciências criminais pois o
Direito Penal lhe delimita o objeto; o Direito Processual Penal inquire a Os russos fazem as famosas lavagens de dinheiro passando por mi-
ocorrência do ato criminal e se interessa pelo exame da personalidade do núsculos ilhas do Pacífico, nas quais há uma centena de bancos. Os che-
delinquente; o Direito Penitenciário, através de seus laboratórios de Biotipo- fões dos cartéis do tráfico de drogas da Colômbia acumulam recursos tão
logia, regula o programa de ressocialização; a Medicina Legal,a Polícia vastos que podem adquiri um submarino soviético só para transportar
Judiciária e a Policiologia colaboram efetivamente na investigação científica cocaína até aos EUA.
da materialidade do crime.
O capitalismo e o comunismo que outrora serviam de camisa ideológica
As ciências penais em seu todo orbitam envolta dos elementos: crime, e intelectual para americanos e soviéticos e permitiam que ambos os lados
delinquente e a pena. A criminologia é a ciência autônoma porque possui se sentissem justificados quando utilizavam representantes condenáveis
um objeto perfeitamente delimitado: os fatos objetivos da prática do crime e para combater na sua guerra fria. Que não foi de modo algum uma guerra
da luta contra a criminalidade. particular pois afetava ao mundo inteiro.

A Criminologia Científica compreende conceitos, teorias, métodos so- A transformação dos aparatchiks em gangsteres ou em lavadores de
bre a criminalidade como fenômeno individual e social, a par, de atentar dinheiro nas ex-repúblicas soviéticas e nos Bálcãs é apenas um dos exem-
para o delinquente, para a vítima e para o sistema penal. plos mais notório.

A Criminologia Clínica consiste na aplicação pragmática do conheci- O crime internacional recebeu relevante estímulo até dos próprios paí-
mento teórico da Criminologia Geral, sem que tal fato desvirtue o caráter ses onde os representantes lutavam.
autônomo daquela, conquanto intimamente ligadas a ambas as Criminolo-
gias. O fim da guerra fria trouxe paradoxalmente uma explosão de cresci-
mento financeiro internacional.
A observação científica é um dos poderosos métodos da Criminologia
Clínica, seguida de interpretação no caso de diagnóstico criminológico, As nações ricas que apostaram na economia global nova e mais aberta
ainda na fase do tratamento reeducativo, antes, portanto, da classificação por meio do crescimento das comunicações e da redução de barreiras
penitenciária ou início do programa de reeducação do delinquente. comerciais e financeiras também produziram um cassino global onde é
possível se movimentar dinheiro de um lado para o outro de forma fácil e
Destinada à profilaxia criminal indireta, não se pode esquecer o papel instantânea.
reservado à Medicina, principalmente para alcançar a plenitude do adágio"
mens sana in corpore sano". É óbvio que o poder dos ricos criminosos tendem a prejudicar muitíssi-
mo os Estados fracos e a criminalidade ganha feição de um dos desafios
Quanto à profilaxia direta ao crime em particular na estrutura mental da reais pela administração.
cogitatio criminosa, sobrevém também as normas de ordem coibitiva: a
inexorabilidade da Justiça Penal, apenamentos compatíveis, processo Aliás, em recente relatório do Conselho Nacional de Inteligência dos
terapêutico e tratamento médico adequado para restabelecer ou melhorar a EUA evidencia que tal poder dos criminosos representa uma grave ameaça
saúde do doente-criminoso. à segurança americana.

A transmutação do mundo num grande aldeia global com o fim das rí- Evidencia-se que o crime organizado internacional se tornou cada vez
gidas fronteiras, onde todos possam compartilhar interesses pessoais, maior e segundo Handelman, os grupos criminoso se infiltraram no governo
inovações tecnológicas e científicas num desenvolvimento equilibrado de local, no regional e, por fim até mesmo, no governo central.
todas as nações, são algumas das propostas pretendidas pela globaliza-
ção. O Ocidente distribuía ajuda em grande quantidade na esperança de
que as falidas sociedade comunistas renascessem como democracias de
Todavia a própria ONU reconhece que a globalização está concentran- mercado livre e os novos ricos investissem no setor interno.
do renda tornando os países ricos, mais ricos e os pobres, mais miseráveis.
Daí o crescente terrorismo e a expansão de seitas político-religiosas radi- Ao revés, a antiga inteligência empobreceu e se tornou altamente cor-
cais e ortodoxas. ruptível e venal.Tal relatório contendo sérias advertências sobre o poder
Com a globalização se avulta novas formas de violência e de criminalidade, dos criminosos ricos intitulado: "Tendências Globais 2015" dá uma noção
como a pirataria, o neofascismo, o neonazismo, os hackers, crackers, das dimensões da economia ilegal, sublinhando que o tráfico de drogas
hooligans, serial killer, crimes ambientais, cibernéticos e o avantajado continua a ser, de longe, o principal fator, com receita anual estimada entre
crescimento do tráfico de entorpecentes(incluindo aí a popularização das US$ 100 bilhões e US$ 300 bilhões.
chamadas drogas sintéticas).
A importância da teoria contemporânea da personalidade está em de-
Sem fronteiras, a criminalidade adquire contornos sofisticados e dotado monstrar o indivíduo como um ser que procura alvos e propósitos, inobstan-
de aparato tecnológico, e, os crimes são cometidos em um país e os crimi- te se reconheça que o seu comportamento possa ter determinantes consci-
nosos se escondem em outro, transferem dinheiro sujo de um país para entes e inconscientes. Freud, Mirray e Jung dão maior ênfase aos fatores
outro; praticam o tráfico de mulheres, crianças, armas e drogas. inconscientes na conduta, ao passo que Lewein, Alport, Goldstein e Roger,
não só valorizam as motivações inconscientes e só são consideradas
Discute-se assim a criação de uma legislação penal internacional que importantes no indivíduo anormal.
uniforme o tratamento jurídico dado a tais crimes, inerente a sua geografia

Noções de Criminologia 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Mas, afinal, qual seria a motivação do crime? mento, apresentando-se como seus elementos imprescindíveis: (a) o rigor
Os partidários extremados das duas correntes(clínicas e sociológicas) metodológico, na medida que a aquisição do saber deve seguir regras
estão absorvidos com os mecanismos motivacionais que dizem respeito preestabelecidas e tidas pelo consenso como adequadas aos objetivos
unicamente as suas respectivas correntes, quando se partissem para uma esperados; (b) a necessidade de experimentação, isto é, de sujeição das
simples associação desses elementos, sem maiores preocupações com a hipóteses construídas a partir da observação da realidade concreta e
obrigatoriedade de considerar este ou aquele motivo, estariam mais con- empírica; (c) a possibilidade de refutação e a transitoriedade, vez que as
cordes com a realidade e contribuindo de forma positiva para o aprimora- hipóteses elaboradas pelo cientista eventualmente serão contrariadas pela
mento da ciência criminológica. realidade dos fatos, de tal maneira que a ciência não pode ser entendida
como um conhecimento fechado e acabado, senão um processo que se
Na verdade, a posição holista está enriquecendo as abordagens princi- complementa e se aperfeiçoa. Afinal, o que hoje é uma certeza científica,
pais criminológicas e procuram explicam o crime. Por derradeiro, cumpre amanhã poderá deixar de sê-la.
assinalar que só uma teoria bem desenvolvida e madura bem acompanha-
das por extensas investigações e pesquisas empíricas poderá vicejar todas A partir dessas premissas, faz-se importante destacar os dois campos
as variáveis possíveis para que finalmente se possa oferecer maior espe- sobre os quais a ciência atualmente se debruça: os fenômenos naturais e
rança na segurança e progresso auto-sustentável (principalmente no com- os sociais. A distinção, embora sem uma separação radical, torna-se até
bate à criminalidade) e, sobretudo com natural vocação social. imprescindível, isto porque os métodos e os objetos de estudos se diferen-
ciam em cada um deles.
UTILIDADE DA CRIMINOLOGIA PARA O PROMOTOR DE
JUSTIÇA A observação da natureza ensejou o surgimento da ciência contempo-
rânea. Os fenômenos naturais estão adstritos ao âmbito do ser, daquilo que
Texto extraído do Jus Navigandi necessariamente deve acontecer, numa relação de causa e efeito, sob
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9673 pena de a hipótese científica ser afastada porque não explica o que aconte-
ceu. Em contrapartida, o palco de atuação das ciências humanas é a pró-
Marcus Vinícius Amorim de Oliveira pria sociedade e o homem que a ela pertence. E dada a complexidade da
promotor de Justiça no Ceará, professor de Direito Processual Penal na natureza humana, até hoje incompreendida em todas as suas verdadeiras
Unifor e de Criminologia na Faculdade Christus, mestre em Direito pela dimensões, não se pode falar em relação necessária de uma causa que
UFC gera um efeito. Há apenas um amplo campo de possibilidades, com ten-
dências mais ou menos fortes e determinantes. Afinal, o homem é essenci-
SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. A natureza científica da Criminologia; 3. almente livre, sendo que a sua conduta nunca será previsível em absoluto
[01]. E é dentre as ciências humanas, também chamadas sociais ou cultu-
Investigação criminal e controle externo da atividade policial; 4. Atos infra-
cionais e medidas sócio-educativas; 5. Outros procedimentos criminais; 6. rais, que o Direito e a Criminologia são encontrados.
Uma conclusão; Referências bibliográficas.
Depois de adequadamente posicionados na seara das ciências sociais,
1. Introdução convém descrever o mecanismo de produção do saber científico. Nesse
Há quem diga que, para compreender o Direito, é necessário estudar sentido, o pesquisador procura observar a realidade social e, confrontando
muito mais do que Direito. A mensagem é clara: a formação do profissional dados obtidos nesse estudo com as ideias tomadas como premissas provi-
das carreiras jurídicas deve passar, necessariamente, pelo contato com sórias, logra alcançar uma hipótese que, se observados os cânones da
outros campos do saber humano, numa abordagem interdisciplinar. Só moderna ciência, pode explicar o fenômeno estudado. Chega-se então à
assim a aplicação e manipulação das normas poderá vir a ser mais dinâmi- teoria, ou seja, aquele corpo de conceitos sistematizados que nos permite
ca, vale dizer, melhor adequada às condições do meio social e com maior conhecer um dado domínio da realidade. A teoria, como se ressaltou, é
grau de eficácia. composta de conceitos, como tal nada mais do que a representação das
propriedades essenciais comuns a um grupo de objetos.
Uma dessas ciências que se apresentam como fiéis aliadas do opera-
dor do Direito, sem dúvida, é a Criminologia. Nesse sentido, poder-se-ia Toda ciência tem uma finalidade, um propósito. Não se busca o conhe-
defini-la como um conjunto de conceitos devidamente sistematizados que cimento das coisas do mundo à toa. Em muitos casos, o objetivo é propor-
tratam da análise do perfil biopsicosocial do criminoso, do fenômeno do cionar maior conforto ao homem, como é o caso das ciências tecnológicas,
crime na sociedade, da participação da vítima no evento criminógeno e dos ou melhorar a sua qualidade de vida, sendo esta a preocupação da medici-
mecanismos de controle social atuantes sobre a criminalidade. na e da educação física. Com a ciência criminológica não haveria de ser
diferente. Logo, acreditamos que a Criminologia apresenta objetivos pró-
Por ora, discorreremos sobre a natureza científica da Criminologia. A prios, a saber: (a) determinação da etiologia do crime, isto é, a procura das
partir daí, tentaremos demonstrar em que áreas do Direito esse ramo do causas, daquilo que origina o crime; (b) análise da personalidade e conduta
conhecimento pode ser útil, e em particular, para o exercício das funções do criminoso, pois é importante saber o que se passa com aquele homem
institucionais do Promotor de Justiça. envolvido com o delito para uma mais ampla visualização do fenômeno; (c)
identificação dos fatores determinantes da criminalidade, isto é, tentar
2. A natureza científica da Criminologia desvendar porque o crime acontece de tal maneira e sob tais circunstân-
Na história da humanidade, a existência mesma do crime e suas con- cias, e ainda, qual a sua abrangência no meio social; (d) proposição de
sequências sempre foi uma preocupação presente. Os atos que infringem meios de prevenção do crime e ressocialização (reencontro) do delinquen-
as normas sociais, sobretudo quando graves e extremamente prejudiciais à te, tudo isso em caráter profilático.
convivência, aí incluídos o homicídio, a lesão corporal ou a ameaça, acarre-
tam intranquilidade e incertezas junto à comunidade, diluindo o sentimento O objeto de estudo da Criminologia, vale dizer, aquela porção da reali-
de justiça, paz e harmonia. Essa situação tornou necessário conhecer com dade sobre a qual ela se lança, é constituído a um só tempo pelo crime,
profundidade o homem que cometia esses delitos e as razões que o leva- pelo criminoso, pelas propostas de sua readequação ao meio comunitário e
ram a tanto. Daí que, no âmbito das ciências humanas ou culturais, o crime pelos mecanismos de controle social que recaem sobre o fenômeno.
e o criminoso também passaram a ser objeto de estudo particular. Assim
nasceu a Criminologia. É certo dizer que o objeto da nossa disciplina não foi concebido dessa
maneira. Trata-se de um alargamento engendrado a partir da experiência
Todavia, antes de tratar da especificidade da Criminologia como ciên- acumulada com o passar dos anos e das teses concebidas por aqueles
cia, convém traçar as características fundamentais do conhecimento cientí- que, ao longo desse tempo, sempre se preocuparam com a problemática
fico, a fim de nos situarmos no vasto território do saber humano. do crime e do criminoso.

Pode-se dizer que a ciência moderna, desde Descartes e Bacon, e al- E quanto ao método? Já que toda ciência se alicerça num procedimen-
cançando Kuhn e Popper, é um modo específico e qualificado de conheci- to de obtenção do conhecimento, como critério de validação e aceitação

Noções de Criminologia 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos resultados, convém determinar como a Criminologia alcança suas do adolescente no meio social, eliminação da gravidade de eventuais
proposições. Nesse sentido, há dois métodos primordiais: o individual e o condutas desviantes, plena materialização do princípio diretivo da proteção
estatístico. integral e garantia do pleno desenvolvimento da pessoa, uma série de
aspectos merecem ser considerados para se chegar à medida sócio-
O primeiro deles, identificado com a Criminologia Clínica, ramo tradi- educativa que se mostre mais apropriada para atingir esses fins.
cional dessa ciência, parte da análise de casos particulares, observando-se
o aspecto biológico (orgânico) e comportamental do indivíduo, seja ele o 5. Outros procedimentos criminais
criminoso, seja a vítima. Utiliza-se basicamente da experimentação e da Além de tudo quanto já foi exposto, no trato dos procedimentos afeitos
indução. O segundo, por sua vez, está ligado à Criminologia Geral, cuja à processualística penal, a análise de todos os elementos componentes do
perspectiva é o estudo de grupos e episódios coletivos, recorrendo à esta- objeto de estudo da Criminologia ajuda a melhor entender e aplicar institu-
tística e aos estudos sociológico e histórico. As teses derivam da dedução tos como o do interrogatório e confissão em juízo, intervenção da vítima
dos dados estatísticos coletados. como assistente da acusação, delação premiada, incidente de insanidade
mental, transação penal, suspensão condicional do processo, medida
Com um objeto de estudo tão abrangente e uma metodologia bastante cautelar de afastamento do agressor na hipótese de violência doméstica
sofisticada, seus propósitos não são menos ambiciosos: a Criminologia se etc. E particularmente no segmento da execução penal, o exame criminoló-
propõe a apresentar estratégias e fornecer informações para definição de gico é importante elemento para concessão de benesses previstas na lei
políticas eficazes de prevenção do crime e, ainda, de tratamento e reade- específica.
quação do delinquente ao meio social.
De fato, em determinadas passagens, a lei remete ao subjetivismo do
Para o Promotor de Justiça, a Criminologia pode oferecer uma variada Promotor de Justiça a aplicação de certos institutos. É o caso da transação
gama de elementos extremamente úteis e enriquecedores da atuação penal e da suspensão condicional do processo. Os requisitos subjetivos
institucional, em várias áreas de interesse. Convém destacar algumas previstos pela legislação não podem ser preenchidos por critérios arbitrários
delas. e opiniões puramente pessoais do agente ministerial. A análise deve se
circunscrever a elementos próprios que possibilitem ou não o enquadra-
3. Investigação criminal e controle externo da atividade policial mento nas hipóteses legais.
No campo da investigação criminal (inquérito policial), a Criminologia
analisa o desempenho das polícias na tarefa de dissuasão e repressão do Por derradeiro, registre-se a relevante contribuição da Criminologia pa-
cometimento de delitos, a problemática das cifras negras (episódios crimi- ra o surgimento de normas próprias destinadas à regulação, enfrentamento
nógenos que escapam à intervenção estatal) e, ainda, a própria participa- e jurisdicionalização dos fenômenos da criminalidade organizada, ambien-
ção dos órgãos policiais como agentes estimuladores da criminalidade tal, tecnológica e do colarinho branco, delinquência juvenil, racismo e outras
enquanto instâncias de controle social formal, como se observa nos relatos formas de preconceito, além das diversas manifestações de violência, quais
de violência policial. Inclusive, o estudo nessa área contribui significativa- sejam, urbana, rural, doméstica, grupal, policial, carcerária e assim por
mente para um exercício mais dinâmico do controle externo. diante.

Com efeito, o pleno exercício do controle previsto no art.129, inciso VII, 6.Uma conclusão
da CF/88, exige o domínio de dados ou informações a respeito da natureza Poder-se-ia elencar um amplo conjunto de aspectos em que a Crimino-
e da execução da atividade policial. Isso significa que o Promotor deve logia ainda pode ser de grande utilidade para um desempenho otimizado
conhecer a realidade dos departamentos de polícia, como a função policial dentro das funções ministeriais. De qualquer modo, se o Promotor de
vem sendo desempenhada por seus agentes, que fatores sociais, econômi- Justiça incluir na sua atividade institucional a exploração desse vasto
cos, políticos e morais, além dos jurídicos, porventura influenciam o cotidia- manancial de conhecimentos, decerto sua atuação se tornará mais abran-
no da prevenção e repressão dos delitos. gente, dinâmica, coerente e, sobretudo, apta a verdadeiramente promover a
justiça.
Em outro plano, esses elementos permitem que o Promotor analise de
maneira mais completa e abrangente as notícias inseridas nos autos de um Referências bibliográficas
inquérito policial, ou seja, o titular da ação penal poderá fundamentar me-
lhor suas manifestações relativamente à requisição de novas diligências ou ALBEGARIA, Jason. Criminologia: teoria e prática, Rio de Janeiro: Ai-
o arquivamento daquela peça inquisitiva. de, 1988.
DIAS, Jorge de Figueiredo; ANDRADE, Manuel da Costa. Criminologia:
4. Atos infracionais e medidas sócio-educativas o homem delinquente e a sociedade criminógena, Coimbra: Coimbra Edito-
Na seara da proteção à infância e à juventude, de igual modo a Crimi- ra, 1997.
nologia pode ser importante fonte de subsídios. A título de exemplo, lem- FERNANDES, Newton; FERNANDES, Valter. Criminologia integrada,
bra-se o instituto da remissão. Nessa hipótese, a ciência criminológica se 2ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
mostra capaz de auxiliar o Promotor de Justiça na análise e sopesamento GARCIA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; GOMES, Luiz Flávio. Crimino-
dos valores e circunstâncias relacionados ao adolescente infrator, isto é, logia: introdução a seus fundamentos teóricos, introdução às bases crimino-
sua personalidade voltada ou não para a delinquência, o contexto social em lógicas da Lei 9.099/95 – lei dos juizados especiais criminais, 4ª ed., São
que ele se acha inserido, sua relação com a família, a escola e a comuni- Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
dade, bem assim a natureza e repercussão social do ato imputado ao OLIVEIRA, Frederico Abrahão de. Manual de Criminologia, 2ª ed., Por-
adolescente. to Alegre: Sagra, 1996.
OLIVEIRA, Marcus Vinícius Amorim de. Guia de Estudo de Criminolo-
Como se sabe, poucas informações nesse sentido poderão ser encon- gia, 2ª ed., Fortaleza (mimeo), 2003.
tradas nos autos do procedimento em mãos do Promotor de Justiça. Maior OMNÈS, Roland. Filosofia da Ciência Contemporânea, São Paulo:
riqueza de detalhes só poderá ser amealha através da oitiva informal do UNESP, 1996.
adolescente. Nessa ocasião, e tendo em vista que o Estatuto da Criança e ZORRILLA, Carlos González. Para que sirve la Criminologia? Nuevas
do Adolescente deixa de oferecer mecanismos específicos para condução aportaciones al debate sobre sus funciones, São Paulo: RBCCrim, n.°6,
dessa audiência, o agente ministerial haverá de se cercar, em primeiro abr-jun/1994, pp.7/25.
lugar, do bom senso, e mais ainda, das ideias, conceitos e conclusões
produzidos pelo saber criminológico, em especial, no tocante à delinquência
Notas
infanto-juvenil.

Outrossim, a Criminologia também se dispõe ao fornecimento de crité-


01 Foi exatamente a dificuldade de determinação da previsibilidade
rios adequados para proposição da medida sócio-educativa mais correta e das condutas do homem que impediu, por muito tempo, que as ci-
justa, se for o caso. Decerto, se a mens legis está direcionada à reinserção ências humanas se firmassem e fossem reconhecidas como tal.

Noções de Criminologia 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Informações bibliográficas:
Caso o cientista não adote essa posição de neutralidade, poderá tor-
OLIVEIRA, Marcus Vinícius Amorim de. A utilidade da criminologia para nar-se um humilde e voluntário servidor do "status quo", cuja tarefa consisti-
o promotor de justiça . Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1370, 2 abr. rá apenas em produzir teorias científicas, para tentar justificar as medidas
2007. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9673>. práticas, sociais, decididas pelos políticos, tal como Hobbes justificou o
Acesso em: 23 set. 2008. Estado Autocrático, com a diferença de que, em geral, esses cientistas não
conseguirão desincumbir-se de suas tarefas com a genialidade do autor do
"Leviathan".
HISTÓRIA NATURAL DO DELITO
O CRIME Assim, a tarefa social do cientista superior e independente aos secta-
Cada sociedade, seja por meio de processos ditos democráticos, en- rismos de valor e de interesse consiste, pelo menos sob o ponto de vista do
volvendo a representação popular para o exercício do governo e a tomada positivismo, em determinar o chamado consenso dos sentimentos, obser-
das deliberações de interesse social por intermédio de mandatários popula- vando as reais necessidades da sociedade e definindo os desvios do
res ou mesmo por vias autocráticas, quando todo o poder do Estado é consenso como defeitos relativos à internalização das normas sociais e
exercido discricionariamente, existindo um grau mínimo de representativi- explicando-os ou como subsocialização, ou como patologia.
dade popular, fixa em suas leis o conceito de crime, passando a tipificar
determinadas condutas como criminosas e passíveis de punição ou da Qualquer que seja a orientação do cientista positivista, neste particular,
aplicação de medidas de segurança. diante dos valores políticos, e qualquer que seja a orientação de seus
trabalhos destinados a explicar a etiologia do crime, a ênfase do enfoque é
Qualquer que seja a teoria que adotemos para justificar a pena (ou sobre o ator desviante: a conduta será explicada por causas ou predisposi-
mesmo a sua ausência), não podemos deixar de reconhecer a finalidade ções internas (explicações biológicas) ou por uma integração cultural defici-
subjacente à normatividade jurídico-penal, que tipificando determinadas ente (explicações sociológicas), mas em ambas as hipóteses, o defeito é
figuras criminosas passa a utilizar todo o aparelhamento judiciário e coerci- individual e não social.
tivo do Estado a serviço do controle social.
O positivismo biológico e sociológico não pode, é evidente, explicar
Para os adeptos do jusnaturalismo, evidentemente, esse não poderia perfeitamente a realidade, pela própria unilateralidade de seus conceitos,
ser o enfoque, posto que a ideia de crime e a caracterização das diversas mas devemos deixar aqui consignado, apenas aflorando o tema, face às
figuras delituosas seria como que universal e imanente à própria personali- limitações de nosso trabalho, o fato de que a esse enfoque unilateral deve
dade humana. suceder uma visão de conjunto do homem, com seu comportamento dito
desviante examinado dentro do próprio contexto social e informada essa
Positivamente considerada, contudo, a conduta humana ou é normal, análise pela própria teoria social e pela teoria política, porque não se pode
e assim não está sujeita a qualquer sanção jurídica, ou é patológica, abstrair da realidade que se nos apresenta, consubstanciada na prática do
possibilitando a aplicação da sanção penal, mas está exatamente na con- ato delituoso, tipificado no Código Penal, toda aquela gama de condicionan-
ceituação do que seja a conduta normal e do que seja a patológica a chave tes e determinantes que somente poderão ser compreendidas, em sua
para o controle de uma determinada sociedade. totalidade e em todas suas implicações mais profundas, por meio de uma
percuciente análise social embasada em critérios científicos político-sociais.
O comportamento criminoso é entendido como um sintoma patológico,
isto é, como um comportamento desconforme com as expectativas morais É claro, assim, que não existe, na realidade, uma "Criminologia" geral,
que regem o organismo coletivo (considerando-se um regime razoavelmen- mas sim uma política social geral, que envolve uma política criminal especí-
te representativo). Tais formas patológicas de comportamento poderão fica, a cujas orientações, propósitos e apelos está ligada a teoria e pesquisa
resultar quer de defeitos individuais congênitos, quer de socialização defici- criminológica admitida como ciência.
ente, resultante de insuficientes esforços da sociedade na transmissão das
normas morais a cada geração. A criminologia de que se fala torna-se, consequentemente, no mais das
vezes, parâmetro legitimador da política social criminal, expressa no siste-
Pode o problema ser solucionado? Como pode a sociedade se defen- ma punitivo legislado e nos processos de sua aplicação.
der, ou defender o interesse da maioria dos indivíduos que a integram?
No Mundo todo e mesmo no Brasil, observam-se cada vez mais clara-
As propostas vão desde a erradicação ou a inocuização dos indivíduos mente indícios de que é chegada a hora de distinguir com exatidão o que é
defeituosos, até programas de eugenia ou aprimoramento biológico ou científico do que é meramente ideológico, no processo de teorização do
moral dos indivíduos patológicos ou depravados. real e em que medida o prestígio da ciência é absorvido pela política, para
que finalmente possamos adotar uma normatização jurídico-penal consen-
Evidentemente, do próprio embasamento político do cientista ou dos tânea com os reais interesses da sociedade, cada vez mais contaminada
legislador poderão resultar soluções as mais díspares, mas o que se tem pela ideia de falência das instituições jurídicas, que decorre evidente da
observado é que, muitas vezes, os cientistas sociais se têm aliado com as própria cotidiana aplicação (ou ausência de) da lei ao caso concreto.
classes dominantes, que lucram com a preservação do "status quo".
A não ser assim, deveremos em breve decretar a completa inocuidade
A pesquisa e a teoria, em Criminologia e em Sociologia do Direito, têm (e até, às vezes, os efeitos contraproducentes) de todo o nosso sistema
feito pouco mais do que prover um fundamento racional para a ordem jurídico-penal repressivo, punitivo e/ou destinado a recuperar o delinquente
estabelecida e justificar, por meio de rebuscados aforismos, as normas para o convívio social, porque de nada valerá simplesmente apenar o
jurídico-penais implantadas, apontando normalmente nobres finalidades indivíduo que é levado a delinquir e que, uma vez cumprida a pena, será
como determinantes dessa normatividade. também quase que forçado a delinquir sempre, mais uma vez, esquecendo
completamente (quer na lei, quer em sua aplicação) certos atos criminosos
Normalmente, no Direito Positivo, uma teoria social que pudesse levar realmente nocivos à sociedade, quase sempre acobertados por cumplicida-
à libertação humana tem sido excluída. As sociedades, na realidade, não des, omissões e conivências de dinheiro ou de Poder. Fernando Lima
parecem visar, com suas normas, ao aperfeiçoamento das relações gregá-
rias, mas tão somente proteger, em geral, interesses imediatos, amiúde A estrutura conceitual do delito e o finalismo
espúrios sob a ótica dos reais interesses sociais. Texto extraído do Jus Navigandi
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6868
O cientista social não pode deixar de ser neutro face à política, posto
que todas as questões de valor ou de interesse pertinem tão somente aos Marcelo Colombelli Mezzomo
políticos, e o criminólogo, no caso, deve-se colocar em uma posição de Juiz de Direito Substituto da 2ª Vara Cível de Erechim (RS)
superioridade e de independência em relação a essas questões.

Noções de Criminologia 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1- A Reforma Penal e o Finalismo Mas o edifício do causalismo de há muito começou a ter suas bases
Em julho de 1984, teve advento a Lei nº 7.209, que alterou a parte ge- desgastadas pela reação ao positivismo. De fato, conforme assertoa Cezar
ral do Código Penal Brasileiro. Conforme consta da exposição de motivos Roberto Bitencourt: "A teoria causal da ação que teve boa acolhida em
da parte especial do Código Penal, constatou-se então que "a pressão dos muitos países, foi praticamente abandonada pela dogmática alemã, come-
índices de criminalidade e suas novas espécies, a constância da medida çando com a advertência de Radbruch que, já no início do século, destacou
repressiva como resposta básica ao delito, a rejeição social dos apenados e que o conceito causal de ação era inaplicável à omissão, conforme já
seus reflexos no incremento da reincidência, a sofisticação tecnológica, que referimos. Falta nesta uma relação de causalidade entre a não realização
altera a fisionomia da criminalidade contemporânea, são fatores que exi- de um movimento corporal e o resultado. Nessas circunstâncias, o conceito
gem o aprimoramento dos instrumentos jurídicos de contenção do crime, causal de ação não pode cumprir a função de elemento básico, unitário, do
ainda os mesmos concebidos pelos juristas da primeira metade do século." sistema da teoria do delito." (08)
(01)

A reforma levada a efeito encampou conceitos do Finalismo Welzenia- Segundo assertoa Fernando Capez, "os questionamentos dirigiram-se
no, modificando substancialmente o perfil da parte geral, que era baseada à injustificável desconsideração da vontade humana na apreciação do fato
na doutrina causalista. típico, por parte dos causalistas." (09)

Na doutrina causalista, ou causal-naturalista, a ação "é um processo Em substituição, surgiu a teoria Finalista da Ação, tendo por corifeu
mecânico, muscular e voluntário (porque não é um ato reflexo), em que se máximo Hans Welzel, e cujos postulados representaram significativas
prescinde do fim a que essa vontade se dirige. Basta que se tenha a certe- alterações na estruturação da teoria do delito. A propósito leciona Luiz
za de que o agente atuou voluntariamente, sendo irrelevante o que queira, Luisi: "Diferente é o embasamento do tipo penal na doutrina finalista. Para
para se afirmar que praticou ação típica." (02) esta, a realidade – e nela se inclui a atividade humana - não é amorfa e
caótica. Pelo contrário, é ordenada e prenhe de sentido. A ação humana é
Conforme pondera Miguel Reale Júnior, "o dolo para a teoria tradicional realidade, portanto, já organizada, e com um contexto ontológico definido,
é espécie de culpabilidade, constituindo o vínculo entre o agente e o even- antes de sua disciplina jurídica. Como consectário, é evidente que os
to. O dolo é a vontade da ação, mas não a integra; é apenas uma qualidade conceitos normativos, isto é, os da lei, bem como os elaborados pelo juiz,
que lhe é atribuída posteriormente. Dolo e culpa são qualidades atribuíveis ou pela ciência do direito, não transformam, dando ordenação e sentido a
à ação conforme a natureza do nexo psicológico que une o agente ao uma realidade heterogênea e desorganizada, mas encontrando uma reali-
evento." (03) dade com estrutura ontológica que a faz organizada, e mesmo cheia de
valores, limitam-se à descrição dessa realidade. Essa concepção da reali-
Como lembra Luiz Luisi, "esta forma de conceber a ação como uma dade e do conhecimento que está na base da doutrina finalista da ação e
modificação física causada pela vontade do agente divide a ação em três do consequente entendimento do contexto e nuanças do tipo penal, tem
momentos: a vontade, a manifestação desta vontade através de um fazer suas premissas em uma interpretação ontologistizante das categorias
ou não fazer, e o resultado, vale dizer, a decorrente modificação do mundo kantianas, bem como na fenomenologia de Edmund Husserl e na evidente
externo. Não se indaga, no entanto, do conteúdo da vontade, isto é, do que – embora, de certo modo, minimizada pelo Professor de Bonn - presença
o agente realmente quis. Basta a voluntariedade da conduta, ou, na lingua- do ontologismo de Nicolai Hartmann." (10)
gem de Franz von Liszt, a manifestação da vontade consistente ‘na realiza-
ção ou na omissão voluntárias de um movimento do corpo.’" (04) E acrescen- Além destas premissas teóricas, menciona Cezar Roberto Bittencourt,
ta: "A doutrina naturalista da ação, no fundo, é um produto do positivismo "o próprio Welzel admite que para a elaboração da doutrina da ação final,
filosófico, isto é, de uma concepção da realidade limitada aos fenômenos foi decisiva a teoria da ação desenvolvida por Samuel von Puffendorf
sensorialmente apreensíveis e da ciência como simples captação das (1636-1694), cujas raízes remontam a Aristóteles." (11)
relações de sucessão ou semelhança dos fatos uns com os outros. A
realidade humana é –segundo esta concepção do pensamento filosófico do O ontologismo presente também é mencionado por Francisco de Assis
século XIX- reduzida a fenômenos naturais predeterminados (entre elas a Toledo que escreve, reportando-se a Welzel: "Parte a doutrina em exame
ciência do direito), se reduzem à pesquisa de leis que expressam as rela- de um conceito ontológico de ação humana. E assim procede por conside-
ções de semelhança ou de sucessão, constantes e obrigatórias entre os rar, sem rodeios, que o ordenamento jurídico também tem seus limites.
dados. Os conceitos em que se traduz a legalidade da natureza retratam a Pode ele selecionar e determinar quais os dados da realidade que quer
realidade atual, isto é, o ôntico reduzido ao sensorialmente apreensível. E, valorar e vincular a certos efeitos (efeitos jurídicos), mas não pode ir além
sendo o tipo penal a conceitualização da realidade natural da ação, isto é, a disso, porque não pode modificar os dados da própria realidade, quando
subsunção em conceitos do ôntico da conduta, reduzida ao fatual, somente valorados e incluídos nos tipos delitivos. Isso significa que a ciência penal,
poderá ser ele –como consectário inelutável do entendimento da ação embora tenha sempre como ponto de partida o tipo delitivo (Tatbestand),
como mera modificação da realidade física, causada pela vontade- de necessita transcendê-lo para descer à esfera ontológica, e, com isso,
caráter rigorosamente objetivo, uma vez que nesta forma de conceber a conseguir corretamente compreender o conteúdo dos conceitos e igualmen-
ação não tem guarida o axiológico e o subjetivo." (05) te o das valorações jurídicas. Ora, o resultado dessa descida, uma vez
empreendida, é a revelação da estrutura ‘finalista’ a ação humana, que não
Também Francisco de Assis Toledo salienta que esta corrente "reflete, pode ser negada nem modificada pelo direito, ou pelo legislador." (12)
como facilmente se observa, a influência das ideias positivistas, dominantes
em fins do século XIX, que empreendiam transportar para a área das Na concepção da Teoria Finalista da Ação, leciona Júlio Fabbrini Mira-
ciências humanas, psicologia, história, direito etc) os métodos e as leis das bete, "como o todo comportamento do homem tem uma finalidade, a condu-
ciência da natureza, cujos resultados jamais cessaram de deslumbrar o ta é uma atividade final humana e não um comportamento simplesmente
homem." (06) causal. Como ela é um Fazer (ou não fazer) voluntário, implica necessaria-
mente uma finalidade. Não se concebe vontade de nada ou para nada, e
Já Miguel Reale Júnior identifica os elementos que contribuíram para sim dirigida a um fim" (13).
alicerçar a teoria normativa da culpabilidade, que está relacionada ao
causalismo. Segundo o penalista "além do liberalismo contribuíram para a Complementa o insigne Francisco de Assis Toledo afirmando que "pre-
elaboração da concepção psicológica da culpabilidade a influência do cisamente por considerarmos a ação humana um fenômeno ético-social, é
naturalismo sobre o direito penal e a doutrina da tipicidade tal como formu- que damos um passo além para nela também identificar, de um ponto de
lada por Beling." (07) vista jurídico, a finalidade, o seu aspecto teleológico, como nota fundamen-
tal." (14)
A proposição de estruturação dogmática de uma teoria da ação pres-
cindindo do aporte do elemento subjetivo é reflexo da busca de uma ciência Embora ainda se observem ecos do causalismo mesmo na parte geral
universalista e neutra, baseada na perspectiva de verdades absolutas que do Código Penal, a adoção do finalismo alterou substancialmente a estrutu-
podem ser descortinadas pela aplicação do método cientifico então vigente, ração dogmática da teoria do delito.
fato, aliás, que se repercutiu em todos os campos do direito.

Noções de Criminologia 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2- Culpabilidade na estrutura dogmática do delito dentro de certos limites, as consequências de sua intervenção no curso
Uma primeira pergunta que assoma como prévia é: a culpabilidade in- causal e dirigi-lo, por conseguintemente, conforme a um plano, à consecu-
tegra ou não o conceito de delito? A questão suscita divergências e ainda é ção de um fim." (23)
objeto de debates. Por vários prismas se pode estabelecer um conceito de
delito. Podemos ter conceitos formais e materiais. Estes últimos podem ser Desta forma, "em seu bojo, como elemento fundante, está o conteúdo
metajurídicos (critério histórico, ou relativista; e critério da razão abstrata, do querer, a intenção, o propósito do agente, vale dizer, o dolo." (24)
ou absolutista), ou jurídicos. Os jurídicos, de seu turno, podem ser unitários, O fundamento desta concepção, lembra, com propriedade, Miguel Rea-
ou sintéticos (de natureza realista ou sociológico; de natureza sociológica, le Júnior, reside em que "todo o agir é um conduzir-se. Toda a ação é fruto
ou positivista; e voluntarista, ou conceito nacional-socialista), ou analíticos, de uma escolha, e toda a escolha é fundada em valores que se põem como
ou dogmáticos. (15) fim de agir. O homem age voltado para um resultado, ou por outras pala-
vras, segundo uma ‘intencionalidade significativa’. O resultado almejado é
Interessa-nos o conceito dogmático. reflexo de uma valoração que constitui o motivo do agir, conscientemente
A propósito do papel da culpabilidade na estrutura do conceito de cri- reconhecido como tal. O fim é sempre valor atualizado, só havendo ação
me, lembra Walter Coelho que "a culpabilidade, em termos tradicionais, quando existe consciência de um fim." (25)
integra a estratificação analítica do delito como fato típico, ilícito e culpável,
sendo, porém, respeitável o novo entendimento de que o crime é apenas o E diante disso, conclui Francisco de Assis Toledo, ressai a diferença
fato típico e ilícito, já que a culpabilidade não integraria o ilícito penal, sendo entre os conceitos clássico e finalista quando, pois "no primeiro, a ação
apenas o pressuposto da punibilidade." (16) humana, depois de desencadeada, é considerada em seus aspectos exter-
nos, numa sequência temporal ‘cega’, de causa e efeito, como algo que se
No mesmo diapasão, Júlio Fabbrini Mirabete apostila que "a culpabili- desprendeu do agente para causar modificações no mundo exterior. No
dade, tida como componente do crime pelos doutrinadores causalistas, é segundo, ela é considerada, em sentido inverso, como algo que se realiza
conceituada pela teoria finalista d ação como a reprovação da ordem jurídi- de modo orientado pelo ‘fim’ (pelo objetivo) antecipado na mente do agente.
ca em face de estar ligado o homem a um fato típico e antijurídico. É, em É uma causalidade dirigida." (26)
última análise, a contradição entre a vontade do agente e a vontade da
norma. Assim conceituada, a culpabilidade não é característica, aspecto ou A ação, na concepção do finalismo, realiza-se em duas fases, consoan-
elemento do crime, e sim mera condição para impor a pena pela reprovabi- te o magistério de Cezar Roberto Bitencourt, a saber: "1a subjetiva (ocorre
lidade da conduta." (17) na esfera intelectiva): a) antecipação do fim que o agente quer realizar
(objetivo pretendido); b) seleção dos meios adequados para a consecução
Diversa, porém, é a posição de Francisco de Assis Toledo, por exem- do fim (meios de execução); c) consideração dos efeitos concomitantes
plo, para quem "dentre as várias definições analíticas que têm sido propos- relacionados à utilização dos meios e o propósito a ser alcançado (conse-
tas por importantes penalistas, parece-nos mais aceitável a que considera quências da relação meio/fim); 2a objetiva (ocorre no mundo real): execu-
as três notas fundamentais do fato-crime, a saber: ação típica (tipicidade), ção da ação real, dominada pela determinação do fim e dos meios na
ilícita ou antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). O crime, nessa esfera do pensamento." (27)
concepção que adotamos, é, pois, ação típica, ilícita e culpável." (18) O tipo finalista é, assim, doloso (adotada a teoria da vontade em rela-
ção ao dolo direito e a teoria do consentimento em relação do dolo eventu-
O mesmo escólio é sufragado por Cezar Roberto Bitencourt, que ex- al), ou culposo, conforme esteja presente ou não a intencionalidade do
pressamente afirma:"Não acompanhamos o entendimento dominante no resultado.
Brasil, segundo o qual, ‘crime é a ação típica e antijurídica’, admitindo a
culpabilidade somente como mero pressuposto da pena." (19) O dolo "é conhecimento dos aspectos objetivos do tipo, é o querer a
sua concreção." (28) Mas chama a atenção Luiz Luisi para o fato de que
De minha parte, alinho-me com os primeiros, pois não me parece que a "dentro deste entendimento, ou seja, o dolo como elemento do tipo penal,
presença da culpabilidade seja imprescindível ao delito, já que há resposta ele é apenas uma realidade psíquica. Não é valorado. É somente o propósi-
penal mesma ante a ausência de culpabilidade (medida de segurança). to, a intenção do agente, sem caracterizá-lo como censurável ou não, isto
é, sem conotações axiológicas." (29)
3- Estrutura da concepção do delito e suas alteração no finalismo
Consideremos ou não a culpabilidade como integrante do delito, o fato A culpa, de seu turno, manifesta-se "na inobservância do dever objetivo
é que a adoção do finalismo produziu modificações extensas na estrutura de cuidado manifestada numa conduta produtora de um resultado não
dogmática do delito. querido, objetivamente previsível" (30) de modo que "o tipo culposo, portanto,
é constituído de uma conduta (e, sendo conduta é finalista), que, por reali-
O tipo na teoria causalista é neutro, ou simplesmente descritivo de uma zada com imprudência, negligência ou imperícia, determina, involuntaria-
realidade fenomênica. Para o causalismo, "em termos bem esquemáticos, mente, uma resultado lesivo ou põe em perigo em bem jurídico protegido
ação é movimento corporal voluntário que causa modificação no mundo pelo direito penal." (31)
exterior. A manifestação de vontade, o resultado e a relação de causalidade
são os três elementos do conceito de ação. Abstrai-se, no entanto, deste o Logo, com a adoção do finalismo, à perspectiva do direito penal, "não
conteúdo da vontade, que é deslocado para a culpabilidade (dolo ou cul- interessam os resultados produzidos sem dolo ou culpa, porque sua razão
pa)." (20) maior de existir funda-se no princípio geral da evitabilidade da conduta, de
modo que só se devem considerar penalmente relevantes as condutas
Deveras, "a Europa, durante todo o século XIX e no início do século propulsionadas pela vontade, pois só estas poderiam ter sido evitadas." (32)
XX, completamente dominada pelo dogmatismo, refletia o sentimento
individualista e liberal do Estado burguês e não via no tipo nenhum conteú- A ilicitude, com a adoção do finalismo, não sofreu grande alteração,
do axiológico, mas uma mera descrição objetiva, com a qual deveria con- mas a culpabilidade sim.
formar-se o fato natural exterior." (21)
Mas, "a concepção belinguiana do tipo objetivo, e o entendimento de Ao causalismo está associada a teoria psicológica da culpabilidade. A
que o subjetivo pertencia integralmente, no contexto estrutural do crime, à respeito, leciona Luiz Flávio Gomes, verbis: "A teoria psicológica da culpabi-
culpabilidade, sofreu as primeiras fissuras com a descoberta dos chamados lidade surge com nitidez no denominado ‘sistema causal-naturalista da
elementos objetivos do injusto do tipo." (22) Na esteira deste movimento, o ação’ de Liszt-Beling, fundamentado detidamente por Radbruch, que ‘fa-
finalismo estabelece um conceito de ação vetorial, ou seja, um tipo onde a zendo-se da causalidade objetiva e do liame subjetivo partes constitutivas
ação é direcionada e dirigida por uma vontade consciente e direcionada a essenciais do delito, dissocia-se sua análise, consequentemente, em dois
um fim. estágios legais, de maneira que a primeira (causalidade) se encontra carac-
terizada na tipicidade e na antijuridicidade, e a última parte (vínculo psicoló-
Para o tipo finalista, "a vontade é a espinha dorsal da ação final, consi- gico) constitui a base da culpabilidade.’" (33)
derando que a finalidade baseia-se na capacidade de vontade de prever,

Noções de Criminologia 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Também Cezar Roberto Bitencourt relaciona a teoria psicológica da A partir da nova concepção, "comprovado que o dolo e a culpa inte-
culpabilidade ao natural-causalismo. Após mencionar que referida teoria gram a conduta, a culpabilidade passa a ser puramente valorativa ou nor-
encontra embasamento na decadência da teoria da liberdade da vontade mativa, isto é puro juízo de valor, de reprovação, que recai sobre o autor do
que sustenta o conceito de culpabilidade do direito natural, afirma: "A teoria injusto penal, excluída de qualquer dado psicológico" (42), ou seja, "deixa a
psicológica da culpabilidade tem estrita correspondência com o naturalis- culpabilidade de ser considerada como aspecto subjetivo do crime (psicoló-
mo-causalista, fundamentando-se ambos no positivismo do século XX. Von gica), que liga o agente ao seu fato, para transformar-se em juízo de repro-
Liszt reduz a ação a um processo causal originado no impulso voluntário. vação, de censura, que se faz ao agente em razão da sua atuação contrária
Nesses termos, ‘culpabilidade é a responsabilidade do autor pelo ilícito que ao direito ou, mais precisamente, em razão de sua ‘formação da vontade
realizou’, ou, em outras palavras, é a relação subjetiva entre o autor e o contrária do dever.’" (43)
fato. No mesmo sentido, Bellavista definiu a culpabilidade como ‘a relação
psicológica entre o agente e a ação que ocasiona um evento querido ou Assim, "a culpabilidade, no finalismo, pode ser resumida como o juízo
não querido, ainda que não previsto, mas previsível. Dentro desta concep- de reprovação pessoal levantado contra o autor pela realização de um fato
ção, a relação subjetiva entre ação e resultado, o dolo e a culpa não só contrário ao Direito, embora houvesse podido atuar de modo diferente de
eram as duas únicas espécies de culpabilidade, como, também, a sua como o fez" (44), ou, por outras palavras, "é uma qualidade da ação antijurí-
totalidade, na medida em que esta não apresentava nenhum outro elemen- dica, dado que o agente possui o poder de optar pelo valor emanado do
to constitutivo." (34) direito", de forma que "culpável é a ação antijurídica que podia ter sido
omitida." (45)
Já Miguel Reale Júnior identifica no naturalismo e no liberalismo os
sustentáculos filosóficos da concepção psicológica da culpabilidade, salien- Em vista desta perspectiva, a culpabilidade é composta por três ele-
tando que "o liberalismo, no desejo de fundamentar eticamente a punição, mentos, quais sejam: a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e
condicionou-se à existência de uma relação psíquica entre o autor e o fato a exigibilidade de conduta diversa.
delituoso, expulsando, outrossim, do campo penal a responsabilidade
objetiva, em razão do que o dado subjetivo passava a ser a ratio da res- A imputabilidade, giza Miguel Reale Júnior, "é pressuposto da ação,
ponsabilidade. Além do liberalismo, contribuíram para a elaboração da pois o inimputável não age, enquanto se compreenda a ação como escolha
concepção psicológica da culpabilidade a influência do naturalismo sobre o entre valores. O ininputável pratica fatos. Desse modo, imputável é o ho-
direito penal e a doutrina da tipicidade tal como formulada por Beling." (35) mem que é livre, que possui liberdade" (46), e, ao questionar-se acerca de
que liberdade se estaria tratando, conclui: "Liberdade não como concebida
Desta forma, para a teoria psicológica, a culpabilidade "só pode estar pelo indeterminismo da escola clássica, para a qual cada fato é considera-
no psiquismo do agente." (36) da isoladamente, desvinculado de seus precedentes, desligado, pois, de
suas razões como que originado do nada." (47)
Verificamos assim, que na teoria da culpabilidade psicológica, o dolo e
a culpa representam a ligação subjetiva do agente com o fato, sem a toma- Realmente, como assertoa Cezar Roberto Bitencourt, reportando ao
da de uma perspectiva axiológica, sendo o dolo e a culpa forma de culpabi- magistério de Mir Puig, "a imputabilidade na orientação finalista, deixou de
lidade, que fica exaurida em seu conteúdo com o acréscimo da imputabili- ser um pressuposto prévio da culpabilidade e converteu-se em condição
dade. central da reprovabilidade." (48)

A teoria em exame sofre várias críticas, sendo a mais contundente a re- A imputabilidade pode ser conceituada, desta forma, conforme leciona
lativa ao fato de ser a culpa normativa, e não psicológica, especialmente a Fernando Capez, como "a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e
culpa inconsciente. (37) de determinar-se de acordo com este entendimento" (49).

De fato, o dever de cuidado parte de uma previsão valorativa efetuada Poderíamos, assim, afirmar que a imputabilidade é a pertinência subje-
pela norma. O paradigma de cuidado violado é normativo. tiva do delito sob o prisma ético.

Outro grande problema reside nas causas de exclusão da culpabilidade No que tange à imputabilidade, verifica-se que a legislação pátria ado-
não obstante permaneça o dolo. Sãos os casos, por exemplo, de incidência tou o critério do sistema biopsicológico. (50)
de coação moral irresistível.
A potencial consciência da ilicitude suscita uma série de dificuldades,
Em verdade, a descoberta dos elementos subjetivos do tipo foi o fator pois está relaciona a proibições diretas ou indiretas e como bem pondera
decisivo para o abandono da teoria psicológica. A respeito, pertinente o Francisco de Assis Toledo para certas proibições, "os delitos que lhes
magistério de Luiz Flávio Gomes, verbis: "Com a descoberta dos elementos correspondem são autênticos mala prohibita, e não mala in se, portanto
subjetivos do injusto, enunciados por Hegler e Max Ernest Mayer e desen- inacessíveis ao leigo (certos delitos falimentares, delitos de sonegação
volvidos por Mezger, comprovou-se que há dado subjetivo que pertence ao fiscal etc)." (51)
injusto ao mesmo tempo em que há dado subjetivo que não pertence à
culpabilidade; com isso, caiu por terra a clássica bipartição do delito em Esta constatação conduz o preclaro penalista a uma indagação formu-
parte objetiva (injusto) e parte subjetiva (culpabilidade)." (38) lada nos seguintes termos: "Como exigir-se, nesse caso, por parte do
agente, que se supõe não ser jurista, motivar-se pelo conhecimento da
Como lembra Miguel Reale Júnior, "a culpabilidade psicológica não norma, ou pela socialialidade, ou pela imoralidade de uma conduta total-
respondia, na verdade, ao imperativo de individualização e eticização da mente neutra ou, ainda, que encontre sua ‘consciência’ profana, com algum
responsabilidade." (39) esforço, o que nela nunca esteve e não está?"

Com o advento da teoria finalista, o dolo e a culpa são expungidos da É por isso que "a fim de se evitarem abusos, o legislador erigiu como
culpabilidade para o tipo. Surge a teoria normativa pura da culpabilidade, a requisito da culpabilidade não o conhecimento do caráter injusto do fato,
partir do desenvolvimento dos estudos Reinhard Frank (40) e sob os influxos mas a possibilidade de que o agente tenha esse conhecimento no momento
da teoria teleológica do delito, acerca da qual apostila Luiz Flávio Gomes: da ação ou omissão." (52)
"A teoria teleológica do delito, ligada à teoria do conhecimento da filosofia
do neokantismo, que revigora o método da significação e a valoração das E note-se que a análise cinge-se à possibilidade de consciência "no
ciências hermenêuticas, constituiu o maior golpe às concepções causais contexto de uma situação concreta reconstruída por quem emite o juízo", de
naturalistas fundamentadoras do sistema Liszt-Beling. Significou a teoria modo que "se era impossível ao agente conhecer a antijuridicidade de seu
em destaque a última modificação do sistema naturalista, caracterizando-se atuar, não poderia ele conformar a sua vontade à vontade da norma, inexis-
pela visão normativa de valor do Direito Penal. É o abandono do naturalis- tindo motivação para tal adequação." (53)
mo ou positivismo para a introdução no Direito penal do normativismo Na verdade, a potencial consciência da ilicitude remanesce no campo
axiológico." (41) da ficção quando contraposta à realidade, figurando como um subterfúgio

Noções de Criminologia 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
utilizado para contornar o insolúvel problema de saber-se o que se passa lista e o finalismo. Da teoria causalista aproxima-se "enquanto ambas
na psique do agente e de considerar-se os inúmeros fatores psicológicos, entendem a conduta como produção de um resultado (modificação do
sociais e circunstanciais que envolvem o delinquente e o fato delituoso. mundo físico, para a última; alteração do mundo circundante social, para a
primeira, causado pela vontade do agente. E ainda se aproximam porque
Mas embora questionável a solução, acaba por ser a única forma de em ambas as doutrinas basta a simples voluntariedade, não integrando o
não deixar portas abertas para a impunidade que grassaria a largos passos contexto da ação o conteúdo do querer do agente, isto é, o que o agente
sob o escudo da alegação de desconhecimento da ilicitude. quis no momento da ação." (65)

Observamos, desta forma, que "segundo a orientação finalista, a au- Mas, esclarece Luiz Luisi, há uma distinção entre estas teorias materia-
sência de conhecimento da proibição não afasta o dolo natural, mas exclui, lizada no fato de que para os defensores da teoria naturalista a conduta é
isto sim, a culpabilidade -no caso de erro de proibição invencível. Porém, se vista como "mera realidade físico-psicológica, sem qualquer matiz axiológi-
se tratar de um erro de proibição vencível, a culpabilidade atenua-se, co, enquanto que os teóricos da doutrina social da ação a vêem como uma
sempre quando não se tratar de um erro grosseiro, ou, melhor dito, de um realidade valorada." (66)
simulacro de erro." (54)
A teoria psicológico-normativa da culpabilidade precede o finalismo,
A exigibilidade de conduta diversa, ou exigibilidade de obediência do que surgiu na década de trinta, e tem seu marco nos estudos de Reinhardt
Direito, "não é um juízo sobre o aspecto psicológico do agente, mas antes Frank, no ano de 1907.
um juízo acerca de uma situação concreta objetiva, na qual assume rele-
vância, perante o direito, o valor que anima o agente." (55) O contexto histórico do período sob o prisma jurídico-filosófico é sinteti-
zado por Cezar Roberto Bitencourt, verbis: "A elaboração normativa da
Através da incidência deste critério, "o agente autor de um injusto penal culpabilidade produziu-se no contexto cultural da superação do positivismo-
só pode ser reprovado se, nas circunstâncias em que praticou a conduta, naturalista e sua substituição pela metodologia neokantiana do chamado
lhe era possível exigir comportamento diverso, conforme ao Direito." (56) conceito neoclássico de delito. Sintetizando, em toda a evolução da teoria
normativa da culpabilidade ocorre algo semelhante ao que aconteceu com
Sob a conformação legislativa, as hipóteses de inexigibilidade de con- a teoria do injusto. No injusto, naquela base natural-causalista, acrescen-
duta diversa amoldam-se aos casos de coação moral irresistível e obediên- tou-se a teoria dos valores; ao positivismo do século XIX, somou-se sim-
cia hierárquica a ordem não manifestamente ilegal, nos termos do artigo 22 plesmente o neokantismo da primeira metade do século XX. Na culpabili-
do Código Penal. (57) dade, a uma base naturalista-psicológica acrescenta-se também a teoria
dos valores, primeiro com Frank, de forma vaga e difusa, posteriormente
4-Teorias Intermediárias com maior clareza, com os autores já citados. Com isso, se superpõe na
A evolução do natural-causalismo para o finalismo não se deu de forma culpabilidade um critério de caráter eticizante e de nítido cunho retributivo."
abrupta. Medeia uma fase de transição representada pelas teorias social da (67)

ação e psicológico-normativa da culpabilidade.


Esta teoria representa a exata transição entre a teoria psicológica e a
A teoria social da ação, ou soziale handlungslehre, "concebida inicial- teoria normativa dita "pura", na medida em que, embora mantenha dolo e
mente por E. Schmidt, como forma de aprimorar o conceito naturalístico de culpa na culpabilidade, não mais os considera como exaurintes da culpabi-
ação de von Liszt, partiu para incorporar igualmente o finalismo de Welzel, lidade, ou seja, não são mais a própria culpabilidade, mas apenas seus
mas, por considerar que este não esgotava todas as condutas jurídico- componentes. Além disso, o dolo e a culpa já não são exclusivamente
penalmente relevantes, findou por unificá-las todas sob a capa larga da naturais, são valorativos. O dolo para a teoria psicológico-normativa é,
‘relevância social.’" (58) portanto, normativo (68), aproximando-se, como ressalta Luiz Flávio Gomes,
do denominado "dolus malus." (69)
A citada teoria "recusa-se a entender a ação como mero fenômeno fisi-
ológico, sob o ponto de vista das ciências naturais. A ação, para o direito Insere-se a exigibilidade de conduta diversa (70), passando a culpabili-
penal, não pode se limitar a ser somente modificação no mundo físico. É dade a ser "reprovabilidade do ato praticado", de modo que "para ser
um conceito valorado, posto que ela somente existe no meio social. É uma culpável não basta que o fato seja doloso ou culposo, mas é preciso que,
realidade que, em síntese, tem basicamente, significação social." (59) além disso, seja censurável o autor." (71)

Com efeito, "a teoria social da ação surgiu como uma via intermediária, 5- Teorias do Dolo e da Culpa
por considerar que a direção da ação não se esgota na causalidade e na As teorias do dolo e da culpa relacionam-se com a disciplina do erro no
determinação individual, devendo ser questionada a direção da ação de âmbito do direito penal e sofreram influência com a adoção do finalismo.
forma objetivamente genérica." (60) Tanto as teorias do dolo como as da culpabilidade têm por pressuposto um
dolo normativo, e, por conseguinte, somente podem ser alvitradas a partir
Um dos mais marcantes aspectos da teoria social da ação reside no fa- da adoção da teoria psicológico-normativa da culpabilidade. (72)
to de que "a partir da ideia de que o tipo legal abarca sempre uma ação ou
omissão anti-social, decorre uma importante consequência: se o aspecto A teoria extremada do dolo tem por consequência uma tratativa unifi-
social integra o fato típico, para que o agente pratique uma infração penal é cada do erro de tipo e do erro de proibição. Como o dolo faz parte da
preciso que, além da vontade de realizar todos os elementos contidos na culpabilidade, nele estando a consciência da ilicitude, exista erro de tipo ou
norma penal, tenha também a intenção de produzir um resultado social- de proibição (inevitáveis), será sempre excluído o dolo, podendo haver a
mente relevante" (61) de modo que "a ação socialmente adequada está punição pelo delito culposo, se houver. (73) De fato, haja erro sobre os
desde o início excluída do tipo penal, porque se realiza dentro do âmbito de elementos que constituem o tipo ou sobre a licitude da conduta, restará
normalidade social, ao passo que a ação amparada por uma causa de sempre afastado o dolo, e, portanto, a culpabilidade dolosa, remanescendo
justificação só não é crime, apesar de socialmente inadequada, em razão intacta a possibilidade da culpabilidade culposa.
de uma autorização especial para a realização da ação típica." (62)
O grande problema detectado na teoria extremada reside no fato de
Parte-se, portanto, do raciocínio de que "como o Direito Penal só comi- que não são todos os tipos que admitem modalidade culposa.
na pena as condutas socialmente danosas e como socialmente relevante é
toda conduta que afeta a relação do indivíduo para com o seu meio, sem Assim, a teoria limitada do dolo "substitui o conhecimento atual da ilici-
relevância social, não há relevância jurídico-penal. Só haverá fato típico, tude pelo conhecimento potencial" (74), ou equiparou aquela à "cegueira
portanto, segundo a relevância social da ação" (63), não se podendo, porém, jurídica" ou "inimizade ao direito" (75). Esta última construção, atribuída a
"confundir adequação social com o princípio da insignificância" (64). Mezger, sofreu severas críticas por se distanciar das conquistas do direito
penal do fato e da culpabilidade, permitindo uma punição pela conduta de
A teoria social da ação situa-se, conceitualmente, entre a teoria causa- vida, em verdadeiro direito penal do autor.

Noções de Criminologia 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em termos práticos, a tratativa conferida pela teoria limitada do dolo ao
erro de tipo e ao erro de proibição é idêntica a da teoria extremada, ou seja, O grande defeito da teoria causalista reside na desconsideração da
são tratados sem distinção quando à consequência: exclusão do dolo e da adequação típica da intenção. Como ressalta Fernando Capez: "dependen-
culpabilidade. do do elemento subjetivo do agente, ou seja, de sua finalidade, a qualifica-
ção jurídica do crime muda completamente (crime doloso, crime culposo ou
Fala-se, também, em uma teoria modificada do dolo, sobre a qual dis- crime preterdoloso). Não se pode, em vista disso, desconhecer que a
serta Luiz Flávio Gomes, in verbis: "Hoje, na dogmática penal europeia, no finalidade, o dolo e a culpa estão na própria conduta. Também neste caso,
entanto, já se fala numa nova teoria limitada do dolo, que consiste basica- pela mera observação externa, alheia ao que se passou na mente do autor,
mente no seguinte: parte-se do pressuposto de que a consciência da ilicitu- não se sabe qual foi o crime praticado." (87)
de faz parte do dolo; assim, o erro de proibição inevitável exclui a consciên-
cia da ilicitude e, em consequência, o dolo; este faz parte da culpabilidade, De fato, as dificuldades restam insuperáveis também em relação à ten-
logo, fica excluída, também, a culpabilidade, bem como a responsabilidade tativa, já que neste caso a ação é dimensionada não pela sua exterioridade,
penal; se evitável o erro de proibição, o agente será punido com a pena do mas, sobretudo, pela intenção. A constatação de uma lesão leve pode
crime doloso, podendo ser atenuada. Aqui reside a distinção entre esta ensejar o reconhecimento de uma simples lesão consumada, de uma lesão
teoria modificada e a tradicional teoria limitada do dolo, pois, para esta, o grave tentada ou de um homicídio tentado. A aferição do delito efetivamen-
erro evitável implica a punição do agente por crime culposo" (76). te perpetrado está, na hipótese, inarredavelmente associada à considera-
ção da intenção do agente.
Com o surgimento do finalismo e frente às críticas que contra elas se
dirigiram, não resistiram às teorias do dolo, cedendo passo às teorias da A teoria social da ação apresenta a dificuldade de valer-se de um con-
culpabilidade (extremada e limitada). (77) ceito de "relevância social" que é de difícil determinação. Se o critério para
estabelecimento do paradigma de relevância social fica a cargo da lei,
Com o transplante do dolo para o tipo, restando a consciência da ilici- então na prática a teoria social nada acresceria ao finalismo, pois tudo se
tude e a exigibilidade de conduta diversa insertos na culpabilidade, estabe- resolveria na tipificação da conduta, onde estaria incluída a avaliação da
lece-se uma dicotomia no tratamento do erro conforme seja de tipo ou de relevância social. Por outro lado, se o critério fica em mãos do julgador,
proibição, a respeito da qual assertoa Cezar Roberto Bitencourt: "Os efeitos abre-se espaço para um subjetivismo incompatível com o princípio da
do erro agora, com esta nova estrutura da conduta punível, dependerão do isonomia legal, pois não tardaria a vermos julgamentos de fatos semelhan-
seu objeto. Se o erro incidir sobre elemento intelectual do dolo, certamente tes de forma diametralmente conforme se operasse em uma ou outra região
o excluirá, chamando-se erro de tipo, por recair sobre um dos elementos do País ou do mesmo Estado, quiçá.
constitutivos do tipo penal. No entanto, se, nas circunstâncias, o erro incidir
sobre potencial consciência da ilicitude, o dolo continuará intacto, afastan- Não é admissível que dentro da base geográfica de aplicação da lei
do, porém, a culpabilidade, posto que ela é elementos constitutivos desta. penal se chegue a aplicações totalmente destoantes de um mesmo disposi-
Este erro sobre a ilicitude chama-se erro de proibição." (78) tivo quando em voga situações idênticas. A relevância social reflete-se na
maior ou menor reprovabilidade da conduta, devendo, portanto, ser avalia-
Desta forma, o erro de tipo "vicia o elemento intelectual do dolo –a pre-
da na seara da culpabilidade, a fim repercutir na dosimetria da reprimenda.
visão- impedindo que o dolo atinja corretamente todos os elementos essen-
A aplicação da teoria social da ação, com exclusão da tipicidade conforme
ciais do tipo. Daí porque essa forma de erro exclui sempre o dolo, que
fosse o juízo de relevância, simplesmente poderia afastar a incidência da lei
agora está no tipo, e não na culpabilidade. Porém, a exclusão do dolo, que
penal a fatos que em outros locais, no mesmo tempo, fossem considerados
é elemento estrutural da ação típica, deixa intacta a culpabilidade, permitin-
típicos, ilícitos e culpáveis.
do a configuração do crime culposo, se houver previsão legal" (79), vale
dizer, se houver tipo culposo. Esta conformação leva Luiz Luisi a afirmar
Neste contexto, se me afigura absolutamente correto o pronunciamento
que o erro de tipo "é, bem vistas as coisas, uma excludente de tipicidade."
(80)
de Fernando Capez quando afirma que "parece um tanto vago e carente de
critérios hermenêuticos seguros afirmar que um comportamento descrito
em um tipo penal não pode ser considerado típico porque não afronta
Já o erro de proibição "anula a consciência da ilicitude que, como se
senso de justiça de determinado grupo social. O tal elemento implícito, que
viu, está agora situada na culpabilidade. Por isso é que o erro de proibição
seria o dano de relevância social, parece prescindir de precisão dogmática,
exclui, quando inevitável, a culpabilidade. E, como não há crime sem culpa-
faltando um método ontológico seguro para estabelecer padrões de segu-
bilidade, esta forma de erro impede a condenação, seja por dolo, seja por
rança na distribuição da jurisdição penal." (88)
culpa. Se o erro for evitável atenua a pena, mas a condenação se impõe."
(81)
Quanto ao finalismo, há o problema dos delitos culposos, onde não se
Para a teoria extremada da culpabilidade, "sobre toda espécie de des- pode falar em uma ação finalista voltada ao resultado delituoso. Tal crítica,
criminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da norma (por erro contudo, não encontra base segura.
de proibição), seja incidente sobre situação fática pressuposto de uma
causa de justificação (por erro de tipo), é sempre tratada como erro de A respeito, pertinente o magistério de Francisco de Assis Toledo, ver-
proibição." (82) bis: "Diante do exposto, parece-nos rematado equívoco (e este é o argu-
mento-chave de alguns críticos) pretender-se que a teoria finalista falharia
É neste ponto que reside a discrepância com a teoria limitada da cul- nos crimes culposos. Não perceberam os que formulam esta crítica que
pabilidade, pois, "para a teoria limitada há distinção entre duas espécies de também aqui, embora de modo diferente, a finalidade da ação humana
erro: uma, a que recai sobre os pressupostos fáticos de uma causa de desempenha papel fundamental. Considere-se, inicialmente, que, se as
justificação, a que considera tratar-se de erro de tipo permissivo; outra, a normas não podem proibir, ou ordenar, meros fenômenos físicos (a morte
que recai sobre a existência ou a abrangência da causa de justificação, a causada por uma faísca elétrica, por um caminhão sem freios), também nos
que considera erro de proibição" (83). Neste caso, sendo erro de tipo permis- crimes culposos (e com mais razão nestes) deve o ordenamento jurídico
sivo, permite-se a punição por crime culposo, se evitável, ao passo que no estar proibindo ou ordenando ações ou omissões, sob pena de se cindir por
erro de proibição, se inevitável, exclui a culpabilidade, e, se evitável, implica inteiro todo o arcabouço normativo do sistema. Depois, faça-se um exame
atenuação da pena. (84) menos superficial dos delitos culposos e se verá que, no centro de todos
eles, está a inobservância de um dever de cuidado (fazer instalações
O Código Penal adotou a teoria limitada da culpabilidade. (85) elétricas de modo que possam expor ao perigo a vida de alguém; dirigir um
caminhão sem freios) ou a violação de uma proibição (dirigir veículo sem a
6- Críticas as teorias da ação e da culpabilidade necessária aptidão), o que já constitui de si mesmo uma conduta voluntária
Nenhuma das teorias analisadas está indene de críticas. A teoria cau- na causa, portanto finalista." (89)
sal-naturalista da ação apresenta falhas em relação aos crimes omissivos e
aos delitos culposos, pois no primeiro caso falta relação de causalidade, e Também Cezar Roberto Bitencourt observa que "nos crimes culposos,
no segundo, o fator decisivo do injusto é o desvalor da ação. (86) compara-se precisamente a direção finalista da ação realizada com a

Noções de Criminologia 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
direção finalista exigida pelo Direito. O fim pretendido pelo agente geral- A conjunção da teoria finalista da ação com a teoria normativa pura re-
mente é irrelevante, mas não os meios escolhidos ou a forma de sua utili- presentam, assim, um importante passo na consolidação de um Direito
zação." (90) Penal da culpabilidade e de um Direito Penal do fato, impedindo a utilização
totalitária da norma penal.
Luiz Luisi, de seu turno, defende a presença de uma ação finalista no
tipo culposo a qual não é atingida por uma falta na sua execução. Diz ele, Mas não podemos olvidar que o finalismo não encerra a evolução da
reportando-se a Welzel: "Em verdade, como foi corretamente assinalado, a teoria do delito, sendo o nosso papel de estudiosos do Direito prosseguir
assinalado, a ação finalista está presente no delito culposo. A finalidade com a investigação científica, com o debate e com o questionamento na
não é um mero conceito abstrato que serve como base para a enunciação busca de uma só meta: um Direito Penal mais humano, porém eficaz en-
de um juízo. Ela tem existência real, já que deve ser representada na mente quanto instrumento de intervenção na realidade social.
do agente, e deve ser querida. No delito culposo a execução da ação é
precedida da representação, bem como da volição do fim atípico. E a ação Notas
se inicia, começa a ser executada em função deste fim. Portanto, existe
basicamente, no delito culposo, a finalidade, não como um momento me- 1 Exposição de motivos da Nova Parte Geral do Código Penal.
ramente normativo, mas como um dado efetivo de uma representação, e 2 Júlio Fabbrini Mirabete. Manual de Direito Penal, 1a ed São Paulo
como conteúdo de uma volição. E, a finalidade ainda está presente, real- Atlas, 1995, v. 1, p. 100.
mente, quando se inicia a execução efetiva da conduta. A rigor, é uma falta 3 Teoria do Delito. Editora Revista dos Tribunais 1998. p. 122.
na execução de uma conduta finalista –falta esta não permitida pela ordem 4 O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação Penal, Sérgio
jurídica, mas efetivamente realizada- que faz com que o propósito perse- Antônio Fabris, 1987, p. 32.
guido não seja alcançado, ocorrendo em seu lugar, o evento lesivo. A ação 5 Op. cit., p. 32-33.
finalista real, portanto, está presente efetivamente, e constitui o núcleo 6 Princípios Básicos de Direito Penal. 5a ed., São Paulo, Editora Sa-
basilar do tipo culposo." (91) raiva, 1994, p. 93. Prossegue o insigne penalista, assinalando que:
"Essa concepção e respectiva orientação metodológica deram co-
Mas não é qualquer ação finalista que interessa ao Direito Penal, e de mo subproduto, na área penal, o que Welzel denomina sistema
fato a ação finalista presente no delito culposo é a que deveria ter sido clássico de Liszt-Beling-Radbruch, responsável pela divisão da a-
evitada ou tomada para evitar um resultado contrário ao Direito (rectius: aos ção humana em dois segmentos distintos: de um lado, o ‘querer in-
fins pretendidos pela norma penal secundária). terno’ do agente; de outro, o ‘processo causal’ visível, isto é, a
conduta corporal do agente e o seu ‘efeito’ ou resultado. Situava-se
Quanto às teorias da culpabilidade, as críticas, que já foram menciona- no injusto o encadeamento causal externo, e, na culpabilidade, to-
das no decorrer da análise de cada uma, advém, basicamente da dificulda- dos os elementos subjetivos, isto é, os elementos internos, aními-
de de sintetizar-se um conceito unificado de culpabilidade, envolvendo dolo cos, do agente." (Op. et loc. cit)
e culpa (teoria psicológica e psicológico-normativa) e pela presença de um 7 Teoria do Delito cit., p. 123.
dolo híbrido (psicológico e normativo), o que conduziu Mezger à teoria da 8 Teoria Geral do Delito, São Paulo, RT, 1997. p. 43. E acrescenta
"conduta de vida". que "em relação aos crimes culposos, a teoria não teve melhor sor-
te com a compreensão de que o decisivo do injusto nos crimes
As teorias da culpabilidade que precederam ao finalismo e a teoria culposos é o desvalor da ação, a doutrina da ação fica também su-
normativa pura da culpabilidade, em suas variantes, verbera Miguel Reale perada."( Op. et. loc. cit.)
Júnior esbarram em três ordens de dificuldades, a saber: "Primeiramente 9 Curso de Direito Penal. Parte Geral, 4a ed., São Paulo, Editora Sa-
por formularem um conceito binado ou ‘centauresco’ de culpabilidade; em raiva, v. 1, 2002, p. 112.
segundo lugar por não determinarem qual o conteúdo da culpabilidade, 10 O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação Penal cit., p.
diferenciando-o da antijuridicidade; e, por fim, pela inclusão ou não da 37-38.
consciência da ilicitude, pois alguns, ao incluí-la, acarretaram a exclusão da 11 Teoria Geral do Delito cit., p. 43.
culpa do conceito de culpabilidade; outros, ao excluí-la, como Delitala e 12 Princípios Básicos de Direito Penal cit., p. 97.
Bettiol, entraram em contradição com o caráter de reprovação, que constitui 13 Manual de Direito Penal cit., p. 100. E conclui: "A conduta realiza-
a essência da culpabilidade." (92) se mediante manifestação da vontade dirigida a um fim. O conteú-
do da vontade está na ação, é a vontade dirigida a um fim, e inte-
Estas críticas conduziram ao acolhimento do finalismo e da teoria nor- gra a própria conduta e assim deve ser apreciada juridicamente.
mativa pura da culpabilidade. Em suma, a vontade constitui elemento indispensável à ação típica
de qualquer crime, sendo o seu próprio cerne. Isso, entretanto, não
7- Conclusões tem o condão de deslocar para o âmbito da ação típica, igualmen-
Em Direito jamais poderemos alimentar a utopia de construções dog- te, o exame do conteúdo de formação dessa vontade, estudo que
máticas definitivas. O Direito Penal é um instrumento de força e de inter- há de se reservar para a culpabilidade."(Op. cit., p. 101)
venção do Estado na sociedade marcado pela máxima coerção. Em sendo 14 Princípios Básicos de Direito Penal cit., p. 99.
a sociedade dinâmica, inserida em um processo de contínua mutação dos 15 Classificação de Walter Coelho. Teoria Geral do Crime. Porto Ale-
valores sociais e culturais, é natural que o Direito Penal também se amolde gre, Sérgio Antônio Fabris editor, 1998, p. 24.
a um gabarito de constante evolução. Quando isso não ocorre ou se pro- 16 Op. cit., p. 37. E conclui: "Sem sombra de dúvidas que o novo en-
cessa em uma velocidade insuficiente, geram-se tensões cujo acúmulo tendimento é mais lógico e convincente, pois o delito, como condu-
culmina com rupturas. ta típica e ilícita, pode ensejar, como resposta final, tanto a ‘pena’
como a ‘medida de segurança’. Podemos, pois, reafirmar, em
A legitimidade da ordem jurídica positivada está relacionada ao grau de perspectiva bem mais acurada e extensiva, que o crime é o fato
eficácia que apta a produzir. Quanto mais consentânea à conformação humano típico e ilícito, em que a culpabilidade é o pressuposto da
axiológica da sociedade a que serve, maior é sua eficácia e maior é sua pena, e a periculosidade o pressuposto da medida de segurança."(
institucionalização por este meio social. Daí a necessidade de constante Op. et loc. Cit).
revisão. 17 Manual cit. p. 96. De notar que a expressão "antijuridicidade" sofre
críticas severas, pois o delito não é antijurídico; pelo contrário, es-
Fruto deste processo foi a reforma penal entabulada em 1984, que com pelha exatamente uma hipótese legalmente prevista, tipificada. Me-
a adoção do finalismo, aproximou o Direito Penal positivo da realidade lhor utilizar ilicitude. Também Damásio de Jesus acena para a a-
científica e social então vigente. doção da teoria dualista, excluindo a culpabilidade como requisito
O causalismo correspondia a uma aplicação indevida de métodos cien- para a existência do crime, e aponta como alinhados a esta con-
tíficos das ciências naturais a Direito, ao passo que o finalismo não descura cepção Celso Delmanto, René Ariel Dotti, José Frederico Marques
dos aportes da moderna criminologia e, sobretudo, da psicologia. e Luiz Flávio Gomes (Código Penal Anotado, 5a edição, São Paulo,
Saraiva, 1995, p. 30).

Noções de Criminologia 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
18 Princípios Básicos de Direito Penal cit., p. 80. 50 Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal, cit.,.. v. 1. p. 211. Fernando
19 Teoria Geral do Delito cit., p. 33. Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral, cit., p. 276. Ad caute-
20 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito, São Paulo, RT, lam, é de se rememorar que a implementação da maioridade civil
1997, p. 41. aos dezoito anos, consoante o Código Civil vigente, em nada afeta
21 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral, 4a ed., São a maioridade penal, embora uma revisão fosse recomendável.
Paulo, Editora Saraiva, v. 1, 2002, p.106. 51 Princípios Básicos de Direito Penal cit., p. 259.
22 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação 52 Fernando Capez. Curso de Direito Penal cit., p. 288.
Penal, Porto Alegre, Sérgio Antônio Fabris, 1987, p. 61. 53 Miguel Reale Júnior. Teoria do Delito cit., p. 147.
23 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito, cit, p. 45. 54 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 176.
24 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação 55 Miguel Reale Júnior. Teoria do Delito cit., p. 151.
Penal, cit, p. 62. 56 Luiz Flávio Gomes. Erro de Tipo e Erro de Proibição, p. 57.
25 Teoria do Delito cit., p. 124-125. 57 A possibilidade de invocação da inexigibilidade de conduta diversa
26 Princípios Básicos de Direito Penal cit., p. 97. embasada em causas extralegais é controvertida na doutrina e na
27 Teoria Geral do Delito cit. p. 44-45.Diversamente, Luiz Luisi obser- jurisprudência, havendo inclinação pela necessária quesitação
va a existência de dois momentos definidos como de natureza voli- quando a tese for submetida a apreciação em tribunal do Júri. A
tiva e de natureza cognitiva. respeito, pertinente uma consulta a LEAL, Saulo Brum. Júri Popu-
28 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação lar, Livraria do Advogado, Porto Alegre, 4a ed. 2001. p. 222 e se-
Penal, cit, p. 63. guintes. De minha parte, manifesto-me contrário à adoção de uma
29 Op. cit. p. 64. causa de exclusão da culpabilidade extralegal, visto que permite
30 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito, cit., p.104. um largo campo de subjetivismo e contribui para a existência de
31 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação julgamentos contraditórios em casos assemelhados. Melhor solu-
Penal cit., p. 75. ção seria a utilização das circunstâncias que podem ensejar a ex-
32 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral, cit., p. 114. clusão por inexigibilidade de conduta diversa na condição de cau-
33 Erro de Tipo e Erro de Proibição, 4a ed., São Paulo, Editora Revis- sas extralegais como circunstâncias de dosimetria da pena. De le-
ta dos Tribunais 1999, p. 36. E complementa:"Para a teoria psico- ge ferenda, poderia ser alvitrada uma causa de diminuição de pe-
lógica da culpabilidade esta é o liame, o vínculo ou o nexo psicoló- na.
gico que liga o agente ou pelo dolo ou pela culpa ao seu fato típico 58 Francisco de Assis Toledo. Princípios Básicos de Direito Penal cit.,
e antijurídico. Ela é vista num plano puramente naturalístico ou psi- p. 104.
cológico, desprovido de qualquer valoração e esgota-se na simples 59 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação
constatação da posição do agente perante sua própria condu- Penal cit., p. 34.
ta."(Op. cit. p. 37) No mesmo diapasão apostila Fernando Capez. 60 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 47.
Curso de Direito Penal. Parte Geral, cit., p. 270 61 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral cit., p. 118.
34 Teoria Geral do Delito cit., p. 161. 62 Op. cit., p. 118-119.
35 Teoria do Delito cit., p. 123. E conclui que nesta concepção "dolo e 63 Júlio Fabbrini Mirabete. Manual de Direito Penal cit., p. 101-102.
culpa são qualidades atribuíveis à ação conforme a natureza do Segundo esta autor, são partidários da teoria social da ação (da
nexo psicológico que une o agente ao evento." (Op. cit., p. 122) ação socialmente adequada, da adequação social ou normativa),
36 Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal cit., p. 222. Johannes Wessels, Eberhardt, Engish Jeschesk, Kienapfel Maoho-
37 Como lembra Fernando Capez: "A culpa não pode integrar a cul- fer, Mezger, R. Lange, Oehler, E. A Wolf, Sabatini, Petrocelli, C Fi-
pabilidade psicológica porque é normativa, e não psíquica" (Curso ore, Soler e entre os juristas brasileiros, Miguel Reale Júnior, Nilo
de Direito penal cit. p. 270). Cezar Roberto Bitencourt faz a mesma Batista e Everardo da Cunha Luna (Op. et loc cit, nota nº 1).
ponderação, asseverando que: "Enfim, a culpa não consiste em al- 64 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral cit., p. 119.
go psicológico, mas em algo normativo: a infração do dever objeti- Lembra o autor que no caso da insignificância "o fato é socialmente
vo de cuidado", e acresce quanto à culpa consciente: "Já na culpa inadequado, mas considerado atípico dada a sua ínfima lesividade;
consciente, tentava-se explicar seu caráter psicológico consideran- na adequação social, a conduta deixa de ser punida porque a soci-
do a presunção de conhecimento do perigo, onde existiria a previ- edade não a reputa mais injusta".
sibilidade, que seria um conceito relacionado ao psicológico. No 65 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação
entanto, a previsibilidade não encerra nenhuma relação psíquica Penal cit., p. 34.
efetiva, mas somente uma mera possibilidade"(Teoria Geral do De- 66 Op. cit. p. 35.
lito cit. p. 163 e 162 respectivamente). 67 Teoria Geral do Delito cit. p. 166. Os autores referidos pelo jurista
38 Erro de Tipo e Erro de Proibição cit. p. 39-40. Apontamentos seme- são, além de Frank, James Goldschimidt, Berthold Freudenthal e
lhantes são feitos por Fernando Capez (Curso cit., p. 270) e Cezar Edmund Mezger.
Roberto Bitencourt Teoria Geral do Delito cit., p. 163. 68 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral cit., p. 271.
39 Teoria do Delito cit. p. 127. Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 166.
40 Júlio Fabbrini Mirabete. Manual de Direito Penal, cit., p.196. 69 Erro de Tipo e Erro de Proibição cit., p. 59.
41 Erro de Tipo e Erro de Proibição cit., p. 55. 70 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 166.
42 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral, cit., p. 272. 71 Francisco de Assis Toledo. Princípios Básicos de Direito Penal cit.,
43 Luiz Flávio Gomes. Erro de Tipo e Erro de Proibição, cit., p. 56. p. 223.
44 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito, cit., p. 170. 72 A respeito, é lapidar a observação de Luiz Flávio Gomes, verbis: "É
45 Miguel Reale Júnior. Teoria do Delito. São Paulo, Editora Revista entre os autores que acolhem o dolus malus (dolo normativo), cuja
dos Tribunais, 1998. p. 146. nota característica consiste em exigir do agente, no momento da
46 Op. cit., p. 146. conduta, não só a consciência e a vontade de realizar os elemen-
47 Idem ibidem. loc. cit. tos integrantes do tipo, como também a consciência atual (real) do
48 Teoria Geral do Delito cit., p. 175. injusto (teoria do conhecimento) que surgem as teorias do dolo, a
49 Curso de Direito Penal cit., p. 273. O citado autor chama a atenção estrita, estrema ou estremada (strenge Vorsatztheorie) e a limitada
para o fato de que: "O agente deve ter condições físicas, psicológi- (eingeschrnnkte Vorsatztheorie)"(Erro de Tipo e Erro de Proibição
cas, morais e mentais de saber que está realizando um ilícito pe- cit., p. 61).
nal. Mas não é só. Além dessa capacidade plena de entendimento, 73 Francisco de Assis Toledo. Princípios Básicos de Direito Penal cit.,
deve ter totais condições de controle sobre sua vontade. Em outras p. 282.
palavras, imputável não é apenas aquele que tem capacidade de 74 Op. cit. p. 283.
intelecção sobre o significado de sua conduta, mas também de 75 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 208.
comando sobre a própria vontade, de acordo com esse entendi- 76 Erro de Tipo e Erro de Proibição cit., p. 67
mento." (Op. et loc. cit)

Noções de Criminologia 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
77 Luiz Flávio Gomes elenca pelo menos três críticas, invocando a- uma ação finalista no delito culposo: "Uma atividade finalista, como
pontamentos de Maurach e Welzel. Seriam elas a distinção notória se demonstrou, está obrigatoriamente na base do delito culposo.
entre dolo e conhecimento da ilicitude, impossibilitando sua reunião Sem ela, aliás, é inviável qualquer forma de fato delituoso. Porém,
sob o mesmo conceito de dolus malus; a dificuldade de aferir-se a este tipo delituoso, ou seja, o tipo culposo, implica uma conduta
consciência atual da ilicitude e o fato de que o dolo pertence à a- que na sua concreção não realiza o fim a que se propôs, por ter si-
ção e é o objeto da reprovação da culpabilidade e não sua parte in- do realizada com negligência, imprudência ou imperícia."(Op. cit.,
tegrante (Erro de Tipo e Erro de Proibição cit., p. 69). p. 99)
78 Teoria Geral do Delito cit., p. 209-210. 92 Teoria do Delito cit., p. 144.
79 Op. cit., p. 210.
80 Luiz Luisi. O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação Informações bibliográficas:
Penal cit., p. 125.
81 Francisco de Assis Toledo. Princípios Básicos de Direito Penal cit., MEZZOMO, Marcelo Colombelli. A estrutura conceitual do delito e o fi-
p. 284. nalismo . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 710, 15 jun. 2005. Disponível
82 Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Geral cit., p. 272. A em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6868>. Acesso em: 23 set.
propósito, lembra Luiz Flávio Gomes que: "Até mesmo nas várias 2008.
hipóteses de erro sobre causas justificantes (= discriminantes puta-
tivas) há sempre erro de proibição, com consequência de excluir DELITO
ou atenuar a culpabilidade sem afetar o dolo do tipo. Assim, por Termo que designa, em direito penal e civil, toda ação ilícita que possa
exemplo, na legítima defesa putativa, atua o agente com dolo resultar numa reparação. Sujeita seu agente às sanções previstas na
sempre: se seu erro era plenamente justificado pelas circunstân- legislação penal e civil.
cias (escusável) não há culpabilidade e, em consequência, não há
responsabilidade penal; de outro lado, se o erro era vencível, ines- TEORIA DO DELITO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE
cusável (=erro que deriva de culpa), há a culpabilidade e a teoria
O CAUSALISMO E FINALISMO
em destaque sustenta que nesta hipótese subsiste a responsabili-
dade penal pelo tipo doloso, com possibilidade de redução da pena
I. Introdução
do crime doloso. É impossível, de acordo com a teoria extremada
Um dos problemas mais complexos da dogmática penal é, decerto, re-
da culpabilidade, a condenação do agente por crime culposo" (Erro
velar quais os elementos gerais para que determinado fato seja expressa-
de Tipo e Erro de Proibição cit., p. 93).
mente afirmado como delito. No capítulo da Teoria Geral do Delito, os mais
83 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 210.
cultos e renomados juristas cuidam de estudar, tentar compreender, consta-
84 O erro de proibição em causas de justificação ou excludentes da i-
tar e explicar os aspectos comuns das mais diversas figuras delitivas. Pode-
licitude pode ser direto ou indireto. O erro de proibição indireto nes-
se dizer que a Teoria Jurídica do Delito, apresentando uma natureza abs-
tes casos também é denominado de "erro de permissão", termino-
trata e generalizadora (1), é sem dúvida "la parte nuclear de todas las
logia atribuída a Jescheck. No erro de proibição direito, o agente
exposiciones de la Parte general (2)" do Direito Penal.
não conhece a norma penal punitiva, a considera inaplicável ou
não vigente (Luiz Flávio Gomes. Erro de Tipo e Erro de Proibição,
Resumidamente, é importante demarcar que, na Teoria Jurídica do De-
4a edição, São Paulo Editora Revista dos Tribunais, 1999, p. 133).
lito, o que se pretende não é verificar quais são os elementos que, isolada-
No caso do erro de proibição indireto, ou de permissão, o equívoco
mente, compõem cada um dos tipos regulados na Parte Especial. Não!
incide "sobre a norma permissiva, ou seja, sobre sua existência,
Conforme assinala o sempre referenciado Jescheck, "la teoría del delito
sobre sua natureza, sobre sua abrangência ou sobre os seus re-
no estudia los elementos de cada uno de los tipos de delito, sino
quisitos, o erro incidirá sobre a própria norma" (Cezar Roberto Bi-
aquellos componentes del concepto de delito que son comunes a
tencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 230).
todos los hechos punibles (3)". Pode, então, aduzir-se que todo o esforço
85 Exposição de motivos da parte geral do Código Penal, item 17.
teórico realizado pela doutrina, nesta matéria, tem sido realizado no sentido
86 Cezar Roberto Bitencourt. Teoria Geral do Delito cit., p. 43.
de investigar quais são exatamente as características gerais que qualificam
87 Curso de Direito Penal. Parte Geral cit., p. 113. Acrescenta, ainda:
um fato como delito.
"Partindo desse pressuposto, distinguiu-se a finalidade da causali-
dade, para, em seguida, concluir-se que não existe conduta típica
Evidentemente que ao tratar desses aludidos pressupostos evoluíram
sem vontade e finalidade, e que não é possível separar-se o dolo e
reflexões em várias vertentes, sob influxo dos mais diversos lastros filosófi-
a culpa da conduta típica, como se fossem fenômenos distintos", e
cos, algumas, inclusive, colidentes em acendrado antagonismo. Entremen-
conclui: "Não se pode mais aceitar a existência de crimes, ignoran-
tes, inobstante as discrepâncias, o certo é que a profusão sistematizada de
do a vontade, como se as pessoas não fossem dotadas de razão e
concepções contribuiu com significativa carga para a consolidação do
de livre-arbítrio e como se todos os resultados, a priori, fossem i-
Direito Penal como Ciência, embora - convenhamos - nesta temática o
dênticos. Não existe conduta relevante para o Direito Penal se não
progresso das ideias esteja a reclamar esforços por novas formulações.
for animada pela vontade humana" (Op. et loc. cit.).
88 Op. cit., p. 120. Igualmente correta a sua conclusão de que: "Em
Em meio a essa ordem de empenho científico, vislumbrando as diver-
um Estado de Direito deve existir a opinabilidade, mas não a trans-
sas correntes de pensamento, o professor Navarrete(4), em sua respeitável
posição desta expressividade a um ordenamento confiado, por ra-
doutrina, assevera que se reconhece, predominantemente, como elementos
zões de seguridade jurídica e de distribuição funcional do trabalho
indispensáveis ao conceito de delito a ação, a tipicidade, a antijuridicida-
social, a um órgão específico como é o poder judiciário".
de e a culpabilidade. Ressalta, porém, que pensadores em minoritária
89 Francisco de Assis Toledo. Princípios Básicos de Direito Penal cit.,
parcela aduzem, ainda, a punibilidade como componente essencial à inte-
p. 102. E acresce o festejado jurista: "Mas, ainda aqui, mesmo que
gração do conceito de crime.
assim não fora, inexistiriam maiores problemas para o finalismo,
pois, conforme observou agudamente Bockelmann, um de seus
O mencionado doutrinador esclarece que se costuma atribuir ao cientis-
críticos, se há dificuldades, na teoria finalista, para subordinar a
ta alemão Franz Von LISZT a distinção entre os elementos: ação, antijuridi-
ação dolosa e culposa a um conceito superior, unitário, o mesmo
cidade e culpabilidade. De outra parte, a ideia de tipicidade se deve às
ocorre nos demais sistemas, pois a natureza oposta do dolo e da
considerações científicas do também penalista alemão Ernst BELING (5).
culpa não deixa de provocar as mesmas dificuldades em todas as
Entretanto, para chegar ao atual ponto de indiscutível avanço científico da
teorias". Conclui o autor mencionando comportamento que deveri-
Teoria Geral do Delito, deve-se ressaltar - ainda que possamos pecar por
am ser "finalisticamente evitados", expressão que sintetiza lapi-
eventual omissão de influências igualmente destacáveis -, que foram de
darmente a aplicação do finalismo ao delito culposo.
fundamental importância, sobretudo, as significativas contribuições teóricas
90 Teoria Geral do Delito cit., p. 46.
de Franz Von Liszt, Ernst Beling, Max Ernst Mayer, Edmund Mezger y
91 O Tipo Penal, a Teoria Finalista e a Nova Legislação Penal cit., p.
Welzel (6).
84. E adiante complementa, retomando a temática da presença de

Noções de Criminologia 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Destarte, foi com apoio nos referidos elementos básicos integrantes da II. Brevísimas considerações sobre a evolução da teoria do delito.
conduta punível - ação, tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade e, para Examinar o curso da evolução histórica dos sistemas da Teoria do Deli-
outros, também a punibilidade (7) - que a mais moderna doutrina pôde to, oferecendo uma investigação bem detalhada, seria tarefa das mais
elaborar definições formais acerca do delito, possibilitando, a margem de gratificantes, porém, igualmente, das mais extenuantes a demandar esfor-
qualquer polêmica, extrair conceitos eminentemente jurídico-científicos. ços que escapam à delimitação dos objetivos a que nos prepusemos.
Neste sentido, lecionam os juristas espanhóis Cobo e Vives: "así, pues, Entretanto, o de que cuidaremos cinge-se tão-só a uma simplificada expo-
toda definición del delito que pretenda ser científica habrá de ser, necesari- sição sobre os traços essenciais do sistema desenvolvido segundo as
amente, una definición básicamente formal (8)". Importante este registro teorias causalistas (conceitos clássico e neoclássico) e finalistas, como se
porque, sob diferentes fundamentos teóricos, a definição de delito foi por verá em sequência.
várias décadas abordada "fuera del ámbito de lo jurídico, para hacerse
filosofía, religión o moral (9)"… De maneira que com a fixação dos elemen- a) O Modelo Causalista. Conceito Clássico de Delito.
tos supracitados, a formulação conceitual de delito passou a ingressar no O sistema causalista foi inaugurado pelos sempre citados juristas Franz
campo das valorações abstratas de caráter exclusivamente jurídico. Tanto é Von Liszt e Ernst Beling, que elaboraram o conceito clássico de delito
que, atualmente, a doutrina agrupa as definições doutrinais em duas impor- (também chamado de conceito natural de ação ou de causalismo valorati-
tantes espécies: as definições doutrinais materiais e as formais (10). vo). Tal modelo surge no final do século XIX e início do século XX, quando
a ciência jurídica via-se impregnada pelos princípios e balizas do pensa-
A distinção entre as definições materiais e formais consiste em que, pa- mento positivista e buscava - a toda evidencia -, muito mais que compreen-
ra as últimas, a elaboração conceitual de delito é construída precisamente der o direito em sua substancia fenomênica, senão tentar explicá-lo. Nesta
sobre o terreno do direito penal positivo. Entre os autores que adotam o época, para alçar a evolução de um ramo do conhecimento humano ao
conceito formal de delito, é de destacar-se, entre outros, Mezger e Antolisei. status de ciência, era de fundamental importância a formulação de leis
De outra parte, os partidários da definição material utilizam critérios que gerais, universais, que se adequassem a suas modalidades, no presente
rompem o limite do direito positivo, lançando-se muitas vezes em uma caso, a todas as formas de delito concebíveis (17).
perspectiva psicológica, filosófica, sociológica etc. Entre inúmeros pensado-
res que propugnam por este campo conceitual, pontificam, entre outros, Inspirado, pois, pelos princípios e métodos das ciências naturais expe-
Carrara, Garófalo e Ferri. rimentais, o sistema Liszt-Beling, utilizando o método analítico do positivis-
mo, elaborou o conceito clássico do delito, sobre as bases mensuráveis e
Portanto, concernentemente à distinção entre estes dois grupos concei- comprováveis empiricamente dos elementos do crime, passando a isolar
tuais, explicam Maurach e Zipf que se distinguem as concepções material e distinguir e tais elementos, enfim, "buscando en cada caso su base empíri-
formal a partir da função que cumpre cada uma. Para estes autores, "el co-descriptiva y diferenciando estrictamente los caracteres objetivos de los
concepto formal de delito describe la extensión concreta de la zona penal y subjetivos (18)". É importante frisar que, em linhas gerais, no entender dos
es por ello determinante para la función de garantía de la ley penal (ver § criadores do sistema enfocado, por parte objetiva entende-se a manifesta-
10). Por el contrario, el concepto material de delito representa la concepción ção do fenômeno criminógeno no mundo externo - lesões ou ameaça a
de la comunidad sobre aquello que puede ser prohibido mediante una bens jurídicos; e por subjetiva compreendem-se os fatores psíquico-
amenaza de pena, de suerte que es un importante instrumento político internos do agente do delito.
criminal. (...) Además, este concepto representa, para la criminología, el Para Liszt, o delito significava um ato culpável - seja doloso ou culposo
criterio mediante el cual dicha disciplina extrae su objeto de investigación a - contrário ao direito, ofensivo à ordem jurídica. Assim, registra a firme
partir de las ciencias primarias (sociología, psicología, etcétera) (11)". doutrina de Muñoz Conde e García Arán, que em Liszt o delito era um
"acto, contrario a derecho, culpable y sancionado con una pena" (19). Ou
Desta forma, observando que o conceito de crime pode apresentar seja, impunha-se um juízo sobre a ação e um outro sobre o sujeito. Porém,
várias definições, a depender dos critérios enfocado pela doutrina, apenas o núcleo da definição do delito se fixava na ação (20) (sentido amplo) que,
a título de curiosidade e para bem confrontar as distintas concepções, o conforme o posicionamento dogmático do classicismo, traduzia-se em uma
conceito de crime, na vertente material de índole filosófica, pode ser esta- manifestação física, em um movimento corpóreo (ação em sentido estrito)
belecido como "(...) es el caso de la famosa definición de Carrara, para (21), do qual resultava modificação do mundo exterior (resultado), este
quien el delito era 'la infracción de la Ley del Estado, promulgada para decorrente do desencadeamento de todo um processo causal unitário, cujo
proteger la seguridad de los ciudadanos, resultante de un acto externo del início consistia na realização de um ato - a mencionada manifestação física
hombre, positivo o negativo, moralmente imputable y políticamente dañoso - e que se exauria com a eclosão de um resultado, registrando-se, pois,
(12)'". Na perspectiva material sociológica, "relevante es la definición de entre um e outro um nexo de causa e efeito.
Garófalo para quien 'el delito social o natural' 'es una lesión de aquella parte
del sentido moral que consiste en los sentimientos altruistas fundamentales Desta forma, os demais elementos do crime se convertiam "en meros
(piedad y probidad) según la medida en que se encuentran en las razas predicados del concepto de acción" (22). Assim, para Franz Von Liszt, os
humanas superiores, cuya medida es necesaria para la adaptación del indispensáveis elementos integrantes do conceito de delito eram, portanto,
individuo a la sociedad (13)'". a ação (compreendida na perspectiva de um processo causal), a antijuridi-
cidade (tal ação teria que ser necessariamente contrária ao direito) e a
De outro lado, inteiramente diversa é a definição formal de delito. Sob culpabilidade (núcleo de balizamento da imputabilidade do agente, bem
este prisma, para alguns juristas, crime é todo fato humano tipicamente com dolo ou da culpa stricto senso) (23).
antijurídico, culpável e punível (14). Para outros - ressalte-se, manejando
sempre os mesmos elementos inicialmente referidos - delito é conceituado O célebre pensador clássico Ernst Beling propôs inserir a tal conceito
como uma ação típica, antijurídica e atribuível (15). Entre outras variações um outro elemento. Introduziu, pois, a noção de tipicidade que, em sua
quanto ao conteúdo e ao continente dos elementos constitutivos do delito, visão, nada mais era que a adequação da conduta (positiva ou negativa) do
há quem proclame que crime é, simplesmente, um fato típico e antijurídico agente ao preceito legal. Assim, classicamente, o delito era concebido
(16). como uma ação típica, antijurídica e culpável. Como asegura Muñoz Con-
de: "En esta consideración del delito como acción típica, antijurídica y
Expostos, a grosso modo, esses conceitos, chega-se, desde logo, à culpable, amenazada con una pena, se agotaban todas las posibilidades de
obvia conclusão de que a matéria que se pretende aqui examinar - como já análisis del hecho punible (24)". A verdade é que, independentemente da
advertimos - é profundamente complexa. Assim, como é evidente, este higidez científica do conceito posto, não há negar, daí surgiram as bases
estudo não tem qualquer pretensão de esgotar a matéria em análise. Ao para o inesgotável debate sobre a definição formal de crime, controvérsia
contrário, são brevíssimas, dir-se-ia sumárias considerações sobre a Teoria que se arrasta aos dias atuais.
Jurídica do Delito, sem qualquer ânimo exaustivo, aqui sucintamente enfo-
cados conceitos e considerações em torno do delito e dos seus elementos, Em face de tais elementos, é imprescindível expor que a tipicidade e a
buscando como a seguir uma epidérmica incursão nas teorias causalistas e antijuridicidade, para o modelo causalista clássico, são requisitos eminen-
finalistas. temente objetivos, sendo na culpabilidade onde se verificam, como exclusi-
vidade, as circunstâncias subjetivas do delito. Portanto, a tipicidade aqui

Noções de Criminologia 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tem caráter meramente descritivo - concepção objetivo-descritiva -, não acción, en la "inervación de las cuerdas bucales", sino en el significado
implicando uma valoração da conduta, senão em uma descrição objetiva de social que se les atribuye (38)".
um determinado processo causal (25). De acordo com essa ideia, M. E.
Mayer, no curso da evolução conceitual do delito, acrescentou que era Outro importante momento do causalismo neokantiano foi marcado pe-
possível reconhecer a tipicidade (26) como "un indicio, pero nada más que los fundamentos da teoria social da ação, que defendia a ação como um
un indicio de la antijuridicidad (...). Por tanto, la tipicidad de la conducta es comportamento humano socialmente relevante (recorre-se a um sentido
un indicio que nos pone en la pista para conocer o advertir que puede ser social). Aqui, a concepção de ação serve de base para desenvolver a
antijurídica, pero tal indicio puede ser confirmado o por el contrario contra- compreensão de tipicidade (39). Tais fundamentos foram defendidos ardo-
dicho o desvirtuado en el ámbito de la antijuridicidad (27)". rosamente por Eberhard Schmidt, discípulo de Liszt e considerado fundador
deste pensamento (40).
A antijuridicidade, observada dentro de uma concepção objetivo-
valorativa, delimita o objeto normativo, revelando que o fato praticado é Também, nesta outra fase do causalismo, os pensadores neoclássicos
contrário ao Direito. Segundo esta concepção clássica, a antijuridicidade passaram a ver e analisar de outra maneira o conceito de tipicidade. Para
implica consequente juízo de desvalor. Há - neste caso- uma valoração eles, este elemento não persiste em sua forma meramente objetiva-
negativa da ação, distinta, portanto, do caráter neutro e meramente descri- descritiva, como afirmavam os teóricos clássicos, introduz-se em sua
tivo da tipicidade. Luzón Peña, com muita precisão, explica que "la antijuri- definição os "elementos normativo, así como elementos de componente
dicidad es, en fin, un juicio valorativo, pero puramente formal; pues basta subjetiva (elementos subjetivos del injusto o del tipo), diferenciados del dolo
con comprobar que la conducta es típica y que no concurre ninguna causa (41)". Neste passo, ainda que prossiga tratada como uma categoria objeti-
de justificación que excepcionalmente la permita, para poder enjuiciarla va, adotando agora um caráter híbrido, ou seja, descritivo e valorativo,
negativamente como antijurídica, sin tener que entrar en razones o conteni- resulta inviável assegurar que a tipicidade é exclusivamente objetiva, como
dos materiales para esa valoración (28)". também se torna insubsistente a assertiva de que só a culpabilidade abran-
Por último, convém consignar que, na plataforma clássico-formal, a ge toda a matriz subjetiva do fenômeno delitivo, no escopo teórico até então
culpabilidade é o aspecto subjetivo do delito. E neste contexto, consiste a defendido pelos causalistas-naturalistas.
culpabilidade no nexo subjetivo que liga o sujeito à conduta típica e antijurí-
dica por ele praticada. Ou seja, trata-se do estado e da relação psicológica Importante destacar que, ao lado da corrente que defendia o caráter
existente entre o agente e o fato (29). Aqui, para além das questões atinen- misto da tipicidade (elementos normativo e valorativo), conforme referido no
tes à imputabilidade do sujeito, as formas anímicas subsistentes de culpabi- parágrafo anterior, outras posições foram expostas como a que defendia
lidade, o dolo e a culpa, esgotam o seu conteúdo. Eis que explica Jescheck: que o tipo (42) era essencialmente valorativo, pois, muito mais que mero
"el concepto de culpabilidad de la estructura clásica del delito aunaba todos indício, resultava na própria antijuridicidade(43).
los procesos espirituales y psíquicos que en relación con el hecho se des-
arrollaban en el interior del autor. La capacidad de culpabilidad fue concebi- A antijuridicidade, para a concepção neokantiana, começou a ser verifi-
da como presupuesto de la culpabilidad, el dolo y la imprudencia fueron cada de forma mais próxima da tipicidade. Por isso, inclusive, introduziu-se
entendidos como 'formas o clases de culpabilidad', y el estado de necesi- a expressão "tipo de injusto". A antijuridicidade também, assim como ocor-
dad fue clasificado como 'causa de exclusión de la culpabilidad (30)'". reu com a tipicidade, deixou de ser tratada como característica exclusiva-
mente objetiva para ser considerada preponderantemente objetiva. Os
b) O Modelo Neokantiano. Conceito Neoclásico. pensadores neokantianos passaram a conceber a antijuridicidade como
A segunda etapa do causalismo foi marcada profundamente por uma elemento verdadeiramente material do delito (44), como nocividade social
revisão crítica e sistemática do conceito causal-naturalista de delito, emba- da conduta, porque importava em lesão ou perigo a bem juridicamente
sada nos pressupostos da filosofia neokantiana. Nessa época, a teoria protegido. Tal concepção possibilitou a realização de várias reflexões, com
causalista atingiu proporções antes imagináveis, transpassando as frontei- enfoque axiológico e teleológico, sobre quais condutas efetivamente devem
ras germânicas, influindo em diversos outros ordenamentos jurídicos (31). ou não ser todas como antijurídicas. Jescheck, de forma magistral, ensina
Nessa fase, pretendendo aperfeiçoar o sistema causalista, seus pensado- que "la consideración material abrió la posibilidad de graduar el injusto
res - cujo mais notável representante foi Mezger - abandonaram o método según la gravedad de la lesión de los intereses. Suponiendo no haya en
empírico - científico naturalismo - de observação e descrição (32), passan- realidad ninguna lesión de intereses, el hecho no puede ser antijurídico. Se
do a tentar compreender, apreender, valorar significados e, em fim, a llegó así, con la ayuda de la doctrina material, a desarrollar nuevas causas
própria obra humana (33), utilizando o método que batizaram como com- de justificación, más allá del círculo de casos reconocidos legalmente, v. g.
preensivo e valorativo. Esclarece Jeschek que "(...) en lugar de la coheren- El estado de necesidad supra legal, que descansa en la consideración de
cia formal de un pensamiento jurídico encerrado en sí mismo se situó ahora que hay utilidad social si en una situación irremediable un bien jurídico de
la aspiración de estructurar el concepto de delito según los fines persegui- superior valor es conservado a costa de otro menos valioso (RG 61, 242
dos por el Derecho penal y las valoraciones en que descansa (teoría tele- [254]) (45)".
ológica del delito) (34)".
Por último, no que se refere à culpabilidade, é importante dizer que es-
Extraído o caráter naturalista, de logo, o elemento da ação deixou de ta também sofreu algumas modificações. Os neokantianos estabeleceram
ser a exclusiva coluna (o sustentáculo) onde se apoiava todo a estrutura da no conceito normativo de culpabilidade a ideia de "juicio de reproche"
teoria do delito, passando, então, o binômio injusto-tipicidade (35) a ser (Frank), abandonando a concepção psicológica, defendida pelos causalis-
considerado, como o fundamento predominante desse sistema. Assim, tas-naturalistas. Esta corrente neoclássica considerava que a concepção
nessa nova vertente, a ação é examinada de forma bem mais ampla (36), psicológica não reunia todas as questões atinentes à culpabilidade como,
definindo-se, em um primeiro momento, como manifestação exteriorizada por exemplo, o caso da culpa inconsciente (46). Também falhava ao depa-
da vontade (37). Tal evolução conceitual rechaça a antiga ideia de que a rar-se com situações em que o autor se apresentava diante de uma situa-
ação era exclusivamente puro movimento corpóreo, como defendia a teoria ção anormal como em circunstâncias de inexigibilidade de outra conduta.
causal-naturalista, pois esta superada definição esquecia situações em que Explica Muñoz Conde que, pelos fundamentos da teoria normativa da
a conduta omissiva, bem assim como não se adequava aos casos em que culpabilidade, "sólo así podía explicarse satisfactoriamente por qué queda-
vem a ocorrer um resultado de tipo ideal ou espiritual como sucede, por ba impune el autor de un hecho antijurídico que había actuado dolosa o
exemplo, com a injúria. Sobre este tema, Muñoz Conde y García Arán, com culposamente, cuando se encontraba en una situación extrema de motiva-
peculiar perspicacia, comenta que "ya en 1904, el filósofo del Derecho y ción anormal o de necesidad (47)".
penalista Gustav Radbruch, discípulo de Von Liszt, demostró la imposibili-
dad de reducir conceptos de acción y omisión a un denominador común al c) O Modelo Finalista
no haber en la omisión movimiento corporal alguno y ser, por esencia, la Frente aos modelos anteriores, a teoria finalista lança a concepção da
negación de una acción. (...). E, igualmente, el sistema fallaba en los delitos ação, outra vez, ao centro do debate teórico, fazendo que repercuta sobre
de mera actividad, porque también en ellos faltaba el movimiento corporal. todo o conteúdo da estrutura da teoria do delito. Os partidários do finalismo
Así, por ejemplo, la esencia de las injurias verbales no radica, como decía (48), adotando posturas lógico-objetivas e inspirados pelas correntes filosó-
Von Liszt, intentando salvar un poco ridículamente el concepto causal de ficas ontologistas, fenomenológicas e jusnaturalista, compreendiam que o

Noções de Criminologia 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ato relevante para o direito penal deveria estar dirigido a um fim (49). A ambiente acadêmico. Entretanto, conforme as linhas mais modernas do
elaboração desta forma de pensamento se deve fundamentalmente ao pensamento científico, deixaremos (pelo menos por agora) de eleger uma
consagrado penalista e filósofo do Direito Hans Welzel, considerado "crea- ou outra corrente, seja no todo ou em parte, porquanto temos que em
dor y padre de la teoría finalista (50)". matéria de conceito de delito não é mais conveniente insistir no debate -
diga-se já superado - entre dogmas exclusivamente causais e finais.
A ação, portanto, agora é entendida como direção a um acontecer real.
Ou seja, é o exercício de uma atividade humana final (ou finalista). Neces- Importantíssimas foram as contribuições das teorias causalistas clássi-
sariamente, ao desenvolver uma ação, o homem - segundo o que afirma cas e neoclássicas, como também os fundamentos da teoria finalista. Ainda
esta teoria - dirige-a conscientemente a um fim. Assim, o sujeito estaria, ao que não espanquem as imensas perplexidades... Mas, pode-se claramente
praticar uma ação, executando um plano - uma meta que transmigra dos observar que ambas estão inseridas em um contexto de sequencial evolu-
desvãos de sua subjetividade para o mundo fenomênico mensurável no ção histórica e científica. Cada uma delas, em seu momento específico,
tempo e no espaço - com finalidade própria e dirigida. Essa posição rompe concorrendo com expressiva carga contributiva para a substancial afirma-
e rechaça por completo as concepções causalistas, que só valoram o ção do direito penal como ciência que é.
objeto sensível enquanto efeito de um fator etiológico posto em movimento
pelo agente (51). Os Profesores Maurach y Zipf concordam que "la finalidad Entretanto, a teoria jurídica do delito segue necessitando de inovações
y la causalidad se diferencian esencialmente por el intercambio de los conceituais que expliquem verdadeiramente o fenômeno do delito, reunindo
momentos lógico-temporales de relación; la segunda es el producto de la suas mais distintas manifestações, com especial atenção, entre outras, às
cadena causal determinada en forma objetiva, cuyas conexiones requieren formas de delitos omissivos e culposos.
una explicación posterior objetiva; la finalidad, que conoce o cree conocer
las leyes de la causalidad en base a la experiencia, valora estos conoci- Para além do causalismo e do finalismo, a doutrina já registra vários
mientos anticipadamente, 'supradeterminando el nexo causal' y toma aque- outros posicionamentos, ampliativos ou contestatórios, como por exemplo,
llos medios que permitirán dirigir el acontecer causal hacia el fin persegui- o modelo funcionalista - em sua concepção tanto teleológica como sistemá-
do: 'la causalidad es ciega, la finalidad vidente, un actuar dirigido desde la tica - que seria tema para outras abordagens, mas que já serve para de-
meta' (Welzel, Lb. 30, y Engisch, op. Cit., 153) (52)". monstrar que o empenho científico na busca por um modelo explicativo da
infração penal não se reduz - e não estanca - aos admiráveis e enriquece-
O ponto nuclear da teoria finalista orbita em torno da consciência do dores, porém hoje ultrapassados, debates pela primazia de uma corrente
fim; da vontade reitora de um acontecer causal (53); da possibilidade de ou outra concepção doutrinária.
prever as consequências de uma conduta.
A verdade é que creio que a abordagem conceitual do delito deve per-
A distancia entre o finalismo e causalismo se alarga de forma ainda sistir ainda mantendo a tradicional tripartição, consistente em tipicidade,
mais drástica ao verificar os fundamentos sobre o tema da tipicidade. Neste antijuridicidade e culpabilidade - o que não é incompatível com a doutrina
aspecto, a teoria final incorpora ao tipo um elemento subjetivo de conexão causal, tampouco com a finalista. De outra parte, no tocante à punibilidade,
mental com o resultado (54); ou seja, o dolo - compreendido como a "finali- entendo que esta categoria deve ser ventilada no âmbito da teoria do crime
dad dirigida a realizar los elementos objetivos del hecho típico - deja de ser não como componente integrante do universo ontológico do delito, mas a
una forma de culpabilidad para convertirse en un elemento (subjetivo) del este enlaçada por sua natural condição de fator consequencial. Isto porque,
injusto típico (55)". Assim, o dolo (56) é desaraigado da culpabilidade para sendo a punibilidade a decorrência legal e socialmente esperada em face
ser "un elemento esencial del injusto típico (57)". Como explicita Quintero, da infração, tal elemento, como consectário que é, não pode, a meu modes-
passa "a integrarse en el juicio de injusto sobre el acto (58)". tíssimo juízo, ser, a um só tempo, causa e consequência. Uma coisa é o
delito em si (causa determinante); outra, e dele bem diversa, é a punibilida-
Em consequência, pode aduzir-se que há uma subjetivação da tipicida- de - a consequência determinada.
de e também da antijuridicidade, que passam a ser qualificadas na própria
ação, onde se baliza, a um só tempo, a manifestação externa e também a Partindo desses elementos aludidos nos parágrafo anteriores, proble-
finalidade da conduta. Portanto, nessa esfera de teorização, a tipicidade e a ma ainda maior complexidade passa a ser onde, afinal, verdadeiramente,
antijuridicidade não podem mais ser consideradas como categorias infundi- há que se "hospedar" o elemento subjetivo do delito, de modo a conciliar as
das por elementos "exclusivamente" ou "predominantemente" objetivos, tal mais diversas inquietações que o avanço dogmático ainda não houve por
como anteriormente o defendiam as correntes clássicas e neoclássicas. De superar.
modo diverso, sob as lentes do finalismo, tipicidade e antijuridicidade en-
gastam em sua essência elementos tanto objetivos como subjetivos (cará- Evidentemente que este estudo não pretende chegar a ditames sobre
ter híbrido). está temática, como previamente alertado. A tanto, seriam, sem qualquer
dúvida, necessárias incursões mais extensivas e exaustivas sobre ângulo
A partir desse contorno, observa-se que o conceito de culpabilidade é de específica e ponderosa investigação, que não é o caso deste estudo.
amplamente desnaturalizado, melhor dizendo, é contundentemente esvazi- Contudo, só para anunciar o tema, instigando, seria de indagar-se: por quê
ado, passando a ser concebida como mero juízo de reprovabilidade. E com dolo e culpa hão de ser, a todo transe, alojados, de par ou isoladamente,
isto literalmente afastado o caráter psicológico que a distinguia, assumindo porém sempre estáticos, em uma só das esferas constitutivas do delito, a
índole puramente normativa. Assim, os elementos que constituem a culpa- tipicidade ou a culpabilidade, que, para esse fim, são hospedeiras mutua-
bilidade, segundo a teoria finalista, cingem-se à exigibilidade de conduta mente excludentes?
conforme a lei, à imputabilidade do agente e à possibilidade (real ou poten-
cial) de conhecer a ilicitude (ou o semblante de ilicitude) do fato praticado. Com efeito, acredito na possibilidade, na perspectiva de num caminho
Neste sentido, o jurista brasileiro Cláudio Brandão explicita que para a que divise os elementos subjetivos do delito como categorias transeuntes,
teoria finalista a "culpabilidade é um juízo puramente normativo que reprova ou seja, que possam estes elementos migrar de um campo a outro, sem
o autor de um fato típico e antijurídico, quando se verificam concomitante- que, a peso disso, se venha desfigurar as formas que as contribuições
mente a potencial consciência de antijuridicidade, a imputabilidade e a doutrinárias prefiniram para a tipicidade e a culpabilidade. O elemento
exigibilidade de outra conduta (59)". Jair Leonardo Lopes, "a culpabilidade é subjetivo da infração pode (ou deveria poder) permear por toda a unidade
o juízo de reprovação que incide sobre a pessoa do agente que, tendo ou do delito, pois, como fluxo anímico que é, transita ao longo da extensão do
podendo ter a consciência da ilicitude de sua conduta, ainda assim, a fenômeno crime, em sua híbrida natureza constitutiva, diga-se, física,
pratica, e, por isso, age de modo contrário ao direito, quando lhe era exigí- psicológica e normativa.
vel, nas circunstâncias em que se encontrava, outra conduta (60)".
O delito tem seu componente "a priori", que nada mais é senão, nos
III. Conclusão casos dolosos, a representação do agente ou, nos casos de culpa, a possi-
Expostos alguns traços sobre as duas principais correntes sobre a teo- bilidade de previsão. Tanto é verdade que, na verificação de delitos dolo-
ria do delito (causalismo e finalismo), esperar-se-ia, decerto, a tomada de sos, à conduta (ação ou omissão ofensivas), deve anteceder o elemento
posição em prol de uma dessas teorias que, como se sabe, conflagram o subjetivo, "a vontade". Entrementes, neste "a priori", só aí, não se esgota.

Noções de Criminologia 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eis que, para exemplificar, considerem-se os casos de excesso doloso. (14) COBO DEL ROSAL, Manuel/ VIVES ANTÓN, Tomás S. Ob. Cit.,
Nessas hipóteses, penso que a vontade pode ser reafirmada ou contida p. 254
pelas forças da censurabilidade, durante o correr do impulso delitivo. (15) MAURACH, Reinhart/ ZIPF, Heinz. Ob. Cit., p. 212
(16) Em esta línea se mueve el jurista brasileño Damásio de Jesus:
Na culpa, por seu turno, esse componente "a priori" enraíza-se numa "Sob o aspecto formal, crime é um fato típico e antijurídico. A
categoria excepcional, que é exatamente a previsibilidade. Uma conduta culpabilidade (...) constitui pressuposto da pena". (DE JESUS,
deflagrada sem as cautelas necessárias, desguarnecida dos cuidados Damásio E. Direito penal - parte geral, 22ª ed., São Paulo, 1999,
objetivos indispensáveis, pode chegar a resultado lesivo não pretendido p. 151).
(um não fim). A previsibilidade é o "a priori", que já agora não está mais na (17) BRANDÃO, Cláudio. Teoria jurídica do crime. Rio de Janeiro: Fo-
vontade, senão no dever de cautela que o homem deve ter ao atuar. Tal rense, 2001, p. 21.
modelo pode ser ampliado para situações de culpa consciente, onde a (18) LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Curso de derecho penal parte
previsibilidade cede à representação de um fim reprovável, embora não o general I. Madrid, 1996, p. 228.
conceba o agente possível de sobrevir, ciente, a todo tempo, de que os (19) MUÑOZ CONDE, Francisco/ GARCÍA ARÁN, Mercedes, Ob. cit,
freios morais estão a exigir dele conduta conforme o direito. Isto porque - p. 226.
deve-se frisar - no agir mediante culpa não se realiza uma finalidade pre- (20) Sobre el concepto de acción expuesto por Von Liszt, el ínclito
tendida (um fim), mas se executa uma conduta previsível, não desejável profesor Luzón Peña, en su conceptuada obra, añade que: "Von
(um não fim), absolutamente alcançável pela auto-censurabilidade, que é Liszt define la acción como inervación muscular producida por la
parâmetro efetivamente estranho à estrutura ortodoxa da tipicidade. energía de un impulso cerebral, que a través del medio natural y
conforme a las leyes causales de la naturaleza provoca una mu-
Assim, em que pese o confronto causalismo x finalismo, o dolo e a cul- tación en el mundo externo perceptible por los sentidos. Y se tra-
pa não são, necessariamente, como vislumbram estas concepções, cada ta de un concepto de acción fundamentalmente objetivo, pues,
uma a seu modo, segmentos estáticos e exclusivos, seja da tipicidade, seja aunque se menciona su origen en la voluntad, no se le presta
da culpabilidade. Ao inverso, são, por assim dizer, migratórios dentro do mayor atención, sino que se destaca el aspecto objetivo de la
espaço conceitual do delito. causación de resultados externos". (LUZÓN PEÑA, Diego- Ma-
nuel, Ob. Cit., p. 228).
Encerrando estes apontamentos feitos como foram, a vagos traços, (21) Advierte MIRA RODRÍGUES: "Para Beling lo esencial de la acci-
sobre as teorias causalista e finalista e suas inestimáveis contribuições à ón es la presencia de una conducta humana guiada por la volun-
conceituação e compreensão do fenômeno crime, importa ressaltar, por fim, tad, pero dejando de un lado la cuestión del contenido de dicha
que o pensamento moderno, não há render-se ao debate emocional de voluntad. Éstes presupuestos serán aceptados posteriormente
preferência por concepções. Não! A ciência do direito penal deve buscar, e por los seguidores de dicha concepción causal como Mezger".
nisto se tem empenhado, o caminho da síntese, sujeita sempre às mais (MIRA RODRÍGUEZ, Carlos Suárez y otros. Manual de derecho
diversas críticas, mas prenunciadoras da sua própria evolução, sobrema- penal, I. Parte general, Tomo I, Madrid, 2002, p. 100).
neira no que se volta ao superior interesse da sociedade. (22) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Manual de derecho
penal, parte general, 2ª Ed., Rev. Amp, 2000, p. 249.
IV. Citações (23) "Estas tres características, acción, antijuridicidad y culpabilidad,
formaban la esencia del concepto de delito, aunque a veces era
(1) COBO DEL ROSAL, Manuel/ VIVES ANTÓN, Tomás S. Derecho necesario, además, añadir algunas características que condicio-
penal. Parte General, 5ª ed., Valencia, 1999, p. 245. naban todavía el castigo, pero que no tenia nada que ver con el
(2) ROXIN, Claus. Derecho penal parte general. Fundamentos. La acto mismo ni con sus elementos, y que debían considerarse se-
estructura de la teoría del delito, 2ª Ed, Madrid, 2003, p. 192. paradamente, las llamadas condiciones objetivas de penalidad,
(3) JESCHECK, Hans-Heinrch. Tratado de derecho penal, parte ge- excusas absolutorias, etc.". (MUÑOZ CONDE, Francisco/ GAR-
neral, 4ª ed., Granada, 1993, p. CÍA ARÁN, Mercedes, Ob. cit, p. 226).
(4) NAVARRETE, Miguel Polaino. Derecho penal, parte general - te- (24) MUÑOZ CONDE, Francisco/ GARCÍA ARÁN, Mercedes, Ob. cit,
oría jurídica del delito, Tomo II, V. I. Bosch, S.A. Barcelona, p. 227.
2000, p. 21. (25) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Ob. Cit., p. 249
(5) NAVARRETE, Miguel Polaino. Ob. Cit,, p. 21 (26) Sobre este tema, explicando el modelo clásico, JESCHECK dice
(6) ROXIN, Claus. Ob. Cit, p. 197. que ahí: "la relación entre tipicidad y juridicidad consistía tan sólo
(7) Aduce Roxin: "En la moderna dogmática del Derecho penal exis- en que la primera sería un 'indício' para la presencia de la antiju-
te en lo sustancial acuerdo en cuanto a que toda conducta puni- ridicidad". (JESCHECK, Hans-Heinrch. Tratado de derecho pe-
ble supone una acción típica, antijurídica, culpable y que cumple nal, parte general, 4ª ed., Granada, 1993, p. 182).
otros eventuales presupuestos de punibilidad". (ROXIN, Claus. (27) LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 229.
Ob. Cit, p. 193.) (28) LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 229.
(8) COBO DEL ROSAL, Manuel/ VIVES ANTÓN, Tomás S. Ob. Cit., (29) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Ob. Cit., p. 249
p. 252. (30) JESCHECK, Hans-Heinrch. Ob. Cit., p. 182.
(9) MUÑOZ CONDE, Francisco/ GARCÍA ARÁN, Mercedes, Dere- (31) "Con la teoría neoclásica del delito alcanzó la Ciencia alemana
cho penal, parte general. 4ª ed., Valencia, 2000, p. 222. del derecho penal un punto álgido de su capacidad de trabajo y
(10) "Desde el punto de vista doctrinal, los diversos modos de definir prestigio internacional. Entonces empezó a influir en Italia,
el delito o bien han tendido a la captación de sus características España, Polonia, Portugal, Grecia, Argentina y Brasil".
materiales, con independencia de la concreta formulación legisla- (JESCHECK, Hans-Heinrch. Ob. Cit., p. 185).
tiva, o bien se han dirigido a precisar las notas que configuran (32) JESCHECK, Hans-Heinrch. Ob. Cit., p. 185.
determinadas acciones como delitos en las diferentes legislacio- (33) LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 230
nes positivas. En el primer caso, pudiéramos hablar de definicio- (34) JESCHECK, Hans-Heinrch. Ob. Cit., p. 184.
nes substanciales del delito y, en el segundo, de definiciones (35) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Ob. Cit., p. 249
formales". (COBO DEL ROSAL, Manuel/ VIVES ANTÓN, Tomás (36) En este sentido: "La doctrina mayoritaria sigue sosteniendo el
S. Ob. Cit., p. 249). concepto causal de acción, pero definido ahora como conducta
(11) MAURACH, Reinhart/ ZIPF, Heinz. Derecho penal, parte general (o comportamiento) humana externa y dependiente de la volun-
I, teoría general Del derecho penal y estructura del hecho puni- tad, o como manifestación de voluntad al exterior". (LUZÓN
ble, 7ª ed. Buenos Aires, 1994, p. 213. PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 231)
(12) COBO DEL ROSAL, Manuel/ VIVES ANTÓN, Tomás S. Ob. Cit., (37) "las nuevas definiciones como conducta o manifestación externa
p. 250 de voluntad son más sobrias, pues se despojan de los matices
(13) COBO DEL ROSAL, Manuel/ VIVES ANTÓN, Tomás S. Ob. Cit., físico-naturalista de la definición como impulso cerebral produc-
p. 251 tor de intervención muscular causante de modificaciones exter-

Noções de Criminologia 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nas perceptibles sensorialmente, que se consideran exagerada- con una nueva esfera, la esfera de la volición". (MORILLA CUE-
mente materialistas y por ello inadecuados para abarcar otros VA, Lorenzo. Metodologia y ciencia penal: Universidad de Gra-
resultados de tipo ideal o espiritual que se presentan en muchos nada, 1993, p 168/169).
delitos (nuevamente aquí aflora la perspectiva normativa), como (49) Puede encontrase en Muñoz Conde: ""la ciencia del Derecho
p.ej. las injurias o las falsedades, o en otras acciones humanas penal - dice Welzel - tiene que partir siempre del tipo..., pero de-
no delictiva)". (LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 231) be luego de ir más allá y descender al ámbito de lo ontológico,
(38) MUÑOZ CONDE, Francisco/ GARCÍA ARÁN, Mercedes, Ob. cit, de lo previamente dado". Este ámbito ontológico que sirve de
p. 227/228. base a la ciencia de Derecho penal que no puede ser otro que el
(39) RAMÍREZ, Juan Bustos. Manual de derecho penal, parte gene- concepto de acción; pero este concepto de acción no es ya, co-
ral, 4ª Ed, amp. Y cor. Barcelona, 1994, p. 233. mo pretendieron los partidarios del sistema tradicional, un con-
(40) In RAMÍREZ, puede se verificar el planteamiento de Eberhard cepto causal, sino final. La acción, ontologicamente considerada
Schmidt sobre el carácter social de la acción: ""Para la comuni- es, según WELZEL, "ejercicio de actividad final"; la finalidad, o el
dad social las acciones se presentan como unidades de sentido carácter final de la acción, se basa en que el hombre, gracias a
social funcional, que han de ser 'entendidas' primeramente como su deber causal, puede prever, dentro de ciertos límites, las con-
son concebidas según las concepciones, experiencias, costum- secuencias posibles de su conducta, asignarse, por tanto, fines
bres de la vida social"". (RAMÍREZ, Juan Bustos. Manual de de- diversos y dirigir su actividad, conforme a un plan, a la consecu-
recho penal, parte general, 4ª Ed, amp. Y cor. Barcelona, 1994, ción de estos fines"" (MUÑOZ CONDE, Francisco/ GARCÍA A-
p. 233). RÁN, Mercedes, Ob. cit, p. 229).
(41) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Ob. Cit., p. 250. (50) LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 236.
(42) En Jescheck: "el tipo no se encuentra situado ya al mismo nivel (51) NAVARRETE, Miguel Polaino. Ob. Cit, p. 239.
de la antijuridicidad, como en el sistema clásico, sino que queda (52) MAURACH, Reinhart/ ZIPF, Heinz. Ob. Cit., p. 255.
reducido a su misión formal de fijar los elementos de la antijuridi- (53) NAVARRETE, Miguel Polaino. Ob. Cit, p. 238.
cidad en la ley penal, mientras que los elementos materiales del (54) MAURACH, Reinhart/ ZIPF, Heinz. Ob. Cit., p. 256
delito siguen siendo ahora, exclusivamente, la antijuridicidad y la (55) MIRA RODRÍGUEZ, Carlos Suárez y otros. Ob. Cit., p. 103.
culpabilidad". JESCHECK, Hans-Heinrch. Ob. Cit., p. 186. (56) Aclaran Muñoz Conde y García Arán: "este concepto de dolo no
(43) Esta posición se mantiene a su vez desde dos perspectivas muy se confunde tampoco con el tradicional dolus malus, que com-
distintas, la concepción del tipo estricto como tipo desvalorado y prendía también el conocimiento de la antijuridicidad, sino que es
la teoría de los elementos negativos del tipo. Para la primera, un dolo natural no valorativo. De ahí que para el finalismo la dis-
uno de cuyo más notables representantes fue Mezeger (...), el ti- tinción entre el conocimiento de la antijuridicidad y dolo sea ya
po no describe una conducta con fines neutros, sino para prohi- una consecuencia natural de sus premisas y que se sitúe al dolo
birla, y la conducta típica esta desvalorada y es ya antijurídica, como elemento natural en el tipo y al conocimiento de la antijuri-
prohibirla, porque lesiona bien jurídico; por tanto, el tipo estricto dicidad como cuestión valorativa en la culpabilidad". (MUÑOZ
fundamenta la antijuridicidad, aunque luego esa antijuridicidad ya CONDE, Francisco/ GARCÍA ARÁN, Mercedes, Ob. cit, p. 230).
existente pueda excepcionalmente ser suprimida por una causa (57) LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 237.
de justificación. Pero, en suma, el tipo es tipo de injusto, y no de- (58) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Ob. Cit., p. 251.
be hablarse de acción típica y antijurídica, sino de acción típica- (59) BRANDÃO, Cláudio. Ob. Cit, p. 143.
mente antijurídica. Para la teoría de los elementos negativos del (60) LEONARDO LOPES, Jair. Curso de direito penal, parte geral. 3ª
tipo (Frank y otros), el tipo también es tipo de injusto y e implica Ed. Rev. Atual.São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,1999,
antijuridicidad, pero porque sólo estamos ante un tipo completo p.139.
si se incluye su parte negativa, implícita en la mayoría de las
descripciones legales, a saber, la ausencia de causas de justifi- Felix Araújo Neto
cación; por ello el indicio del tipo en sentido estricto - o tipo posi- Advogado.
tivo - se ve confirmado por la ausencia de causa de justificación; Doutorando em Direito Penal e Política criminal pela Universidade de
por ello el indicio del tipo en sentido estricto - o tipo positivo - se Granada, Espanha.
ve confirmado por la ausencia de causas de justificación y así la
conducta que encaja en el autentico tipo, en el tipo amplio o
completo (al que se denomina "tipo total de injusto"), es siempre
3.3. - FATORES CONDICIONANTES E DESENCADEANTES
antijurídica y desvalorada. En definitiva, y pese a su distinta fun- DA CRIMINALIDADE
damentación, ambas perspectivas coinciden en entender la tipi-
cidad con carácter valorativo, exactamente igual que la antijuridi- FATORES CONDICIONANTES DA VIOLÊNCIA
cidad, dado que ambas categorías no están separadas, sino es- Podemos elencar um conjunto de fatores predisponentes da violência:
trechamente unidas, ya que si la conducta es típica, también es aglomeramento excessivo de pessoas; crescimento desordenado da cida-
antijurídica". (LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. de; migração exagerada de população da zona rural para o centro urbano;
232/233). carência de saúde, nutrição, religião, escolaridade, emprego, segurança,
(44) QUINTERO OLIVARES, Gonzalo y otros. Ob. Cit., p. 250. justiça social; existência de subemprego, de fanatismo religioso e político,
(45) JESCHECK, Hans-Heinrch. Ob. Cit., p. 186. dentem outros. Acrescenta-se a este rol mais um fator relacionado a violên-
(46) Luzón Peña, tratando de explicar la cuestión de la culpa incons- cia urbana: o grau de desenvolvimento industrial. Fazendo uma compara-
ciente en la teoría clásica, dice: "el agente no es consciente si- ção em nível de países, constatou-se elevação na taxa de homicídios nas
quiera de la peligrosidad de la acción y de la posibilidad de pro- nações ditas em desenvolvimentos, sendo mais baixa nos países menos
ducir el hecho típico, no hay el menor nexo psicológico - ni volu- desenvolvidos e nos países industrializados. Podemos transferir este dado
tas ni conciencia o previsión - que ponga en relación al autor con a nível municipal e concluirmos a sua efetiva aplicabilidade.
el hecho y, sin embargo, hay que afirmar la culpabilidad por ese
hecho". (LUZÓN PEÑA, Diego- Manuel, Ob. Cit., p. 233/234). Existe proporcionalmente uma relação entre crime e desemprego: "uma
(47) MUÑOZ CONDE, Francisco/ GARCÍA ARÁN, Mercedes, Ob. cit, taxa elevada e constante de desemprego que se mantenha muito tempo
p. 228. tenderá a levar para o mundo do crime pessoas - que de outro modo estari-
(48) El destacado Prof. Morilla Cueva, en su conceptuada obra, expli- am participando do mundo do trabalho".
ca: "la crisis del positivismo jurídico conduce en Alemania, una
Contudo estar trabalhando é um elemento inibidor, embora não consti-
vez superada la Guerra y la experiencia nacional-socialista, a
tua garantia alguma contra o cometimento do crime.
una revisión crítica de la filosofía jurídica neokantiana que, en o-
pinión de Welzel, no fue sino una teoría complementaria del pro- Os efeitos do desemprego sobre a criminalidade não são imediatos.
pio positivismo, y que para Cerezo, discípulo español del finalis- Teoricamente, a um período de latência até que o atual desempregado opte
mo welzeliano, solo significo el suplementar el Derecho positivo pelo caminho da prática do ilícito por não haver conseguido se inserir

Noções de Criminologia 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
novamente no mercado de trabalho, ilação valida no tocante a delinquência Segundo Renato Sabbatini, esta teoria explicaria uma tendência tribal
organizada, ao tráfico de drogas, aos crimes contra o patrimônio, que de hostilidade contra pessoas que não pertencem ao nosso grupo social
substituem a forma honesta de subsistir, tendo como fator predisponente a incluindo aí religião, time de futebol que torcemos, família, nacionalidade e
necessidade. outros. A educação e a cultura exercem um papel fundamental em acoplar
a emoção à racionalidade e tornar a hostilidade um ato censurável.
Roque do Brito Alves (ALVES, 1986) apresenta outra visão sobre as
causas da violência, quando afirma que o delito é resultado de múltiplos A violência: onde ela está?
fatores (teoria multifatorial), "sem determinismo, exclusivismo, ou unilatera- Muito antes da Idade Média, no tempo dos Cro-magnons (há mais de
lismos biológicos, psicológicos ou sociológicos na explicação da origem das 40 mil anos atrás) já haviam indícios de cirurgias em cérebros com o uso de
criminalidade". uma técnica conhecida como trepanação, onde o crânio de um homem vivo
era perfurado manualmente sem anestesia. A trepanação foi realizada
A questão da criminalidade e da violência, contudo, não pode mais durante todas as eras, mas não se sabe exatamente porque. É possível
permanecer circunscrita ás questões de policiamento, viaturas e espaço que sejam as antecessoras das psicocirurgias.
prisional. É preciso que a sociedade no País inteiro, discuta as verdadeiras
origens do problema, que são principalmente a crise social e a concentra- Estudando em animais as relações entre comportamento emocional e
ção de renda. agressividade com as estruturas anatômicas do cérebro, cientistas concluí-
ram que os lóbulos (regiões) frontais e temporais são fundamentais no
A onda de insegurança e criminalidade decorre da grave questão controle do comportamento emocional e agressividade. Esta associação
do desemprego, dos salários baixos de oito anos de economia quase permitiu o desenvolvimento da famosa lobotomia, cirurgia no cérebro que
estagnada. Sem crescimento econômico, de pouco valem os "cartões consistia no corte das fibras nervosas que unem o córtex frontal e pré-
do governo" para o gás, para o leite ou para o transporte, pois repre- frontal ao tálamo. A lobotomia foi amplamente empregada em homens,
sentam apenas uma pequena ajuda para milhares de brasileiros que mulheres e crianças para inibir comportamentos agressivos ou qualquer
não encontram emprego e não tem perspectiva. tipo de comportamento indesejado pela sociedade. Apesar de muitos
psiquiatras terem sido terminantemente contra esta intervenção em seres
VIOLÊNCIA EXTREMA PODE TER CAUSAS BIOLÓGICAS humanos, ela foi amplamente empregada no mundo todo nos anos 40.
Fonte: Somente nos anos 50, com a falta de evidências científicas claras a respei-
http://www.comciencia.br/reportagens/violencia/vio08.htm to dos resultados obtidos e as evidências de efeitos colaterais irreversíveis
"A noção tradicional da agressão como um instinto anti-social tem sido em pacientes lobotomizados, foi que esta forma de psicocirurgia passou a
substituída por uma estrutura que a considera uma ferramenta de competi- ser discutida e, mais tarde, proibida.
ção e negociação. Quando a sobrevivência depende de assistência mútua,
a expressão da agressão é contrariada pela necessidade de manter rela- Sabbatini divide a espécie humana em três grupos: o grupo onde está
ções benéficas". situada a maioria dos indivíduos de nossa espécie é um grupo intermediá-
(Frans B. M. de Waal - Science 28/jul/2000) rio, onde estariam aqueles indivíduos que manifestam agressividade dentro
dos limites da tolerabilidade social. Os outros dois grupos representam
Homens estupram mulheres, mulheres matam seus filhos, os apaixo- extremos. Em um extremo estão indivíduos que manifestam uma agressivi-
nados também matam violentamente por amor. As guerras matam muitos e dade muito baixa, e no outro extremo estão os indivíduos extremamente
deixam mutilados homens submetidos à intensa violência.Todos somos violentos. Esses dois grupos são apenas uma pequena parte da humanida-
violentos, uns mais, outros menos. O biomédico da Unicamp, Renato de. Indivíduos de comportamento extremamente violento poderiam apre-
Sabbatini, afirma que "todos os seres humanos tem as sementes da violên- sentar um comportamento aparentemente normal, como os sociopatas.
cia".
Para Sabbatini "violência é agressão". E, certamente, uma palavra es-
O comportamento violento da sociedade humana tem inspirado pesqui- tritamente relacionada à palavra "agressão" é "crime". Ele afirma que mui-
sas em várias áreas de conhecimento, inclusive da biologia. Sabbatini tos assassinos ultraviolentos podem ter anomalias em regiões específicas
considera o homem a espécie mais violenta do planeta e afirma que o da parte frontal do cérebro. O cérebro humano é triúno, ou seja, formado
cérebro humano está relacionado com isso. Geraldo José Ballone, médico por três partes (veja figura) a inferior é a mais primitiva e responsável pelas
psiquiatra da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, chama a ações involuntárias (como a respiração), a parte intermediária, que rege
atenção para a importância do comportamento violento em nossa espécie: nossas emoções, e o cérebro "racional", responsável pela consciência,
"a agressividade, matriz psicofisiológica da agressão, faz parte de nosso aprendizado e linguagem, por exemplo. Na espécie humana, o desenvolvi-
arsenal de comportamentos dirigidos à adaptação. O ser humano não mento do cérebro "racional" é muito acentuado, e é esta região do cérebro
sobreviveria sem a agressividade". que permite a modulação das reações dos indivíduos, que devem ser
resultantes de um equilíbrio entre as necessidades dele e as normas soci-
O que diferenciou nosso cérebro do das demais espécies foi o grande ais. Indivíduos com lesões na região frontal do cérebro podem apresentar
desenvolvimento de uma parte componente do cérebro, o cérebro "racio- comportamentos violentos, ameaçadores e não são capazes de se compor-
nal", que também está presente nos mamíferos superiores, como os prima- tar dentro dos limites da tolerabilidade social.
tas. Essa parte responde por ações voluntárias, de percepção, consciência,
aprendizado e linguagem. No artigo Transcendendo a Mente Tribal, Sílvia O pesquisador observa ainda que "muitos estudos têm mostrado que
Helena Cardoso, psicobióloga da Unicamp, explica que, através do cérebro assassinos criminosos ultraviolentos tem anormalidades no globo frontal",
"racional", expressamos comportamentos e atitudes fundamentais para a mas salienta que "existe razoável evidência que os sociopatas tem uma
nossa sobrevivência. Ela diz que, no passado, a preservação da espécie disfunção no cérebro frontal. Por que e quando esta disfunção aparece
humana e a perpetuação dos genes dependeu fortemente de comporta- ainda é totalmente desconhecido".
mentos territoriais, mecanismos de agressão e defesa, competição e até
genocídios, que fazem parte do tribalismo e que são comandados pela Homens e Mulheres
parte componente mais primitivo do cérebro humano - que se mantém igual Quanto a agressividade masculina e feminina, parece não restar dúvi-
há 100 mil anos -, conhecido como cérebro reptiliano. das de que elas são causadas por fatores diferentes. Pelo menos quando
os aspectos biológicos são considerados.
Nos animais, a agressão representa um elemento para a organização
social (manutenção de hierarquia entre os machos, por exemplo) e pode Diferenças comumente relacionadas ao comportamento agressivo es-
resultar em defesa, fuga ou submissão. Os primatas utilizam a reconciliação tão na quantidade do hormônio testosterona, presente em grandes quanti-
como tática para manter os relacionamentos em equilíbrio. "Geralmente a dades no homem e em pequenas na mulher. Ele é responsável pelas
agressão acaba antes que as relações degringolem", explicou Sabbatini. características masculinas (pêlos no corpo, formação de músculos), apetite
Nos humanos, o mesmo tipo de comportamento também poderia ser identi- sexual e também pela agressividade. De acordo com pesquisa publicada na
ficado. Psychiatry Research por E. Gunilla Stålenheim e colaboradores, diferentes

Noções de Criminologia 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
níveis de testosterona estão clara e diretamente relacionados com o com- nares? Segundo Sabbatini "Não temos ferramentas, métodos de estudo,
portamento anti-social e a criminalidade. Essa correlação também pode ser para unir todos os aspectos envolvidos em uma única pesquisa". Ballone
encontrada com a serotonina, um neurotransmissor (transmite sinais entre chama a atenção para a existência de um número maior de estudos sobre
os neurônios) presente em ambos os sexos, responsável pelas sensações os aspectos sociais atrelados à violência, e, concordando com Sabbatini,
de prazer, distúrbios na alimentação, dependência de cocaína e ligado à afirma que as metodologias sócio-biológicas para estudo da violência
depressão. "Desarranjos no sistema de produção e metabolismo dessa encontram ainda muitas dificuldades.
substância têm sido descritos em pacientes psiquiátricos agressivos, ho-
mens impulsivos e violentos e em suicidas", explicou Dráuzio Varella, Apesar das dúvidas à respeito da interação de fatores biológicos com
médico cancerologista, em artigo publicado na Gazeta Mercantil (01/09/00). sociais e psicológicos, o pesquisador Sabbatini se diz "completamente a
favor de intervenções biológicas para males biológicos". Atualmente, a
A diferente agressividade encontrada em homens e mulheres pode ser neuropiscicocirurgia é praticada em muitos países, sobretudo depois do
devida a evolução do papel exercido por cada um na sociedade desde desenvolvimento de métodos radiocirúrgicos não invasivos que são capa-
tempos remotos. A mulher foi sempre a provedora do lar e da vida, colhia zes de realizar cirurgias cerebrais com maior precisão e causam menos
sementes e plantas e cuidava das crianças enquanto o homem, predador, efeitos colaterais.
saía para caçar. Ambos com funções imprescindíveis para a sobrevivência
da espécie. VIOLÊNCIA NO BRASIL E FATORES CONDICIONANTES
Dr. Geraldo Costa de Vasconcelos Filho
Quando se estuda a incidência de transtornos de conduta, a primeira
vocação de personalidade e comportamento para a violência em crianças, A questão da violência no Brasil nos leva, rapidamente, a refletir nos
Ballone afirma haver uma aproximação crescente nesta incidência entre fatores mais óbvios que realmente também são condicionantes para a
meninos e meninas. Isso pode significar que ambos podem ser violentos, violência, contudo, não expressam, por si só, o contexto mais fiel para o
mas o aspecto social e cultural pode ter atuado como modulador desses problema; como por exemplo: a falta de policiais ou baixo número destes, a
comportamentos. ausência de uma legislação mais severa, desarmamento da população
idônea, etc.
Hoje, de cada 10 detentos, um é mulher. Parece haver uma correlação
muito forte da violência cometida com o fato de 90% dessas mulheres Túlio Kahn assevera:”
estarem relacionadas com drogas. Coramae Ritchey Mann, professor de Uma combinação explosiva de modernização e urbanização acelera-
justiça criminal da Universidade de Indiana (EUA), prevê que em 10 ou 20 dos, desigualdade social, padrões de consumo de primeiro mundo, liberda-
anos a estatística de homens e mulheres criminosos deverá se igualar. de política e ausência de freios morais e religiosas parecem ser os maiores
"Podemos atribuir essa tendência à paridade homem-mulher, em relação à responsáveis pelo fenômeno da violência crescente na América Latina, ao
violência, ao elemento social (cultural) da tríade bio-psico-social. Hoje, as lado da produção de drogas e da economia estagnada em vários países.”.
mulheres conquistam uma mobilidade e espaço sociais do mesmo tamanho
que é atribuído aos homens", explica o psiquiatra Geraldo Ballone. A afirmação de um dos mais importantes criminologistas que o Brasil
possui, encaixa-se perfeitamente à nossa realidade. De fato, devemos
A justiça demonstra certo favorecimento com as mulheres quando as analisar todo um contexto, e não somente este ou aquele motivo que pode
julga por crimes semelhantes aos cometidos por homens. O estereótipo levar à violência a qual já estamos até acostumados a convier no país.
feminino que, geralmente, a enfatizada como vítima, talvez justifique os
23% a mais de chance que o homem tem de ir para a cadeia, como Frank Antes de chegarmos aos fatores que levam à violência ou interferem
Julian, professor de estudos legais da Universidade Estadual de Murray de forma significativa, como o baixo número de policiais nas ruas, o mau-
(EUA) demonstrou em pesquisa. Um dos exemplos mais típicos é a justifi- preparo dos mesmos, salários baixos, etc, devemos nos lançar a fatos e
cativa de um crime ter sido cometido durante a tensão pré-menstrual da situações anteriores; ou seja, o começo da violência, onde ela nasce, por
mulher (TPM). Nesse período há grandes mudanças hormonais, com a que ela se perpetua e tende a aumentar, quem são os responsáveis por
queda nos níveis de serotonina, que resultam em irritabilidade e agressivi- essa violência e o que fazer para combatê-la.
dade. A TPM atinge cerca de 75% das mulheres e em 8% delas os sinto-
mas são muito intensos, segundo dados de Sérgio dos Passos Ramos, Vemos então aí, que o assunto não é tão pontual e simples; que en-
ginecologista e obstetra da Unicamp. Mas é importante lembrarmos que, volve realmente uma combinação explosiva de modernização e urbaniza-
geralmente, um ato violento é precedido de inúmeros fatores que levam ção aceleradas, desigualdade social e tudo aquilo dito por Túlio Kahn,
uma pessoa a cometê-lo.
Vamos analisar então, a violência em um de seus nascedouros, a-
Jeitos diferentes de explicar a violência quela contra as crianças.
Atualmente, já existe conhecimento científico suficiente para atribuir ca-
racterísticas biológicas a comportamentos agressivos, como é o caso de A violência contra as crianças e adolescentes acompanha a história
alterações na concentração de serotonina, nas amígdalas (região do cére- humana, distinguindo-se expressamente em cada cultura.
bro), nos lobos temporais, e outros. Chloe E. Bird e Patrícia P. Rieker,
publicaram um estudo onde chamam a atenção para um fato que está Sabe-se que há dezenas de conflitos étnicos ou políticos violentos
associado aos estudos sobre violência : "A pesquisa médica falhou em atualmente em andamento no mundo, onde milhões de crianças que por
explorar, adequadamente, a combinação de aspectos sociais e biológicos conta desses conflitos resultam seriamente feridas e/ou traumatizadas
nas diferenças da saúde do homem e da mulher. Consequentemente, psicologicamente.
explicações científicas frequentemente provêm de interpretações reducio-
nistas que estas diferenças sejam puramente biológicas ou sociais". No Brasil, é fato que a violência que tira a vida de milhares de crian-
ças e adolescentes, em muitas vezes, resultam de ações ou omissões
Ballone afirma que "hoje em dia, existe mais um elemento para comple- humanas, facilitadas por condicionantes técnicos e sociais inadequados.
tar o aspecto multifatorial da violência, trata-se do modelo bio-psico-social, Muitos acidentes com crianças e adolescentes são passíveis de prevenção
que inclui o elemento psicológico ou psicopatológico. Em termos didáticos, e são fruto da negligencia dos responsáveis, da falta de investimento públi-
o modelo exclusivamente sociológico afirma que "a ocasião faz o ladrão", co e da ausência de controle eficaz do Estado, como por exemplo nos
enquanto o modelo exclusivamente biológico afirma que "o ladrão já está acidentes de transito.
pronto, esperando apenas a oportunidade para roubar". O modelo bio-
psico-social afirma que "a ocasião pode fazer florescer um ladrão e fazê-lo Estudos realizados, com apoio do Conselho Nacional de Desenvol-
roubar". vimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ), nos mostra que no triênio de 1997 a
Mas se este vocábulo tríplice bio-psico-social é tão importante, será 1999, a taxa de mortalidade por causas externas, (fora do ambiente famili-
que existem métodos de estudo que viabilizem pesquisas tão multidiscipli- ar), na faixa etária até 9 anos, foi de 17,2 por 100.000 habitantes, predomi-

Noções de Criminologia 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nando os acidentes causados por efeitos adversos de drogas, medicamen- psicológica ocorrida na família ou cometida por pessoas que são significati-
tos e substancias biológicas, seguidos pelos decorrentes de fogo ou cha- vas para a criança ou adolescente são fatores que interferem na construção
mas, quedas e envenenamentos. da autoconfiança e da confiança nos outros.

Na faixa de 0 aos 19 anos, observou-se taxa de 45,94 por 100.000 A violência cometida por pessoas de quem à criança ou adolescente
habitantes, com destaque para o crescimento dos homicídios. Desses espera amor, respeito e compreensão é um importante fator de risco que
óbitos, 67% foram provocados por armas de fogo. afeta o desenvolvimento da auto-estima, da competência social e da capa-
cidade de estabelecer relações interpessoais, potencializando a fixação de
Em 1999 e 2000, ocorreu a maior onde demográfica da população um autoconceito negativo e uma visão pessimista do mundo. Pode-se
jovem na historia do Brasil, contudo o país mantinha a desigualdade social, afirmar que a representação social que o individuo tem de si próprio na
a baixa escolaridade e a extrema concentração de rende, que atingiam as adolescência está associada à experiência de violência no universo relacio-
famílias e faziam sofrer uma multidão de adolescentes que enfrentavam a nal. Por este motivo, incentivar os jovens a terem uma “autovisão” positiva,
concorrência e as restrições do mercado de trabalho simultaneamente à mesmo tendo que superar todas as dificuldades e barreiras existentes, é de
elevada pressão da sociedade de consumo. As pessoas tinham renda vital importância.
média mensal familiar de até meio salário mínimo, a situação era de pobre-
za extrema. POTENCIAL RECONHECIDO
O adolescente deve perceber que está sendo reconhecido o seu po-
“TER” É O IMPORTANTE tencial, devendo ser fortalecida sua auto-estima e deve-se estimulá-lo a
E os jovens vivem em uma sociedade que valoriza, de forma extre- compreender seus próprios limites, assim como os das pessoas que o
ma, o consumo de bens: As pessoas são avaliadas pelo que possuem e cercam e da sociedade mais ampliada.
consomem e não pelo que elas são.
Constitui-se num desafio o trabalho contra a violência, já tão inscrita
Nessa sociedade, é fácil imaginar que os jovens, por não consegui- nas relações sociais, sobretudo nas familiares.
rem se enquadrar nos padrões impostos pelo consumismo e não vislumbra-
rem futuro algum, procurem formas criminosas para não se sentirem dis- Os adolescentes almejam carinho, afeto e atenção.
criminados e fora da sociedade, que impõe de forma tão materialista “ que
para ser, tem que ter”. Cabe aos profissionais que se deparam cotidianamente com essas
crianças e adolescentes sensibilizar-se com suas amargas histórias e
A violência que atinge crianças e adolescentes, no plano interpesso- acreditar no poder de superação desses seres que sofrem, oferecendo-lhes
al, especialmente no ambiente familiar e escolar também merece especial proteção e um atendimento eficiente, demonstrando apreço e compreensão
atenção. pela sua pessoa e oficializando a denúncia.

Crianças que recebem tratamento doentio físico ou emocional, abuso Só assim a violência poderá ser atenuada e poderão ser subtraídos
sexual, negligencia ou outro tipo de exploração que resulte em danos reais os fatores de risco que deterioram gravemente a vida.
ou potenciais para a saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade,
no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder, A segurança pública não depende tão somente da ação da Polícia,
podem ter problemas psicológicos, se tornando violenta, e podem cometer da Justiça ou do sistema penitenciário, e a redução da criminalidade e da
atos impróprios ou criminosos. violência é, cada vez mais, objeto de atuação da sociedade civil organizada
como um todo, através de diversas entidades ou até mesmo atitudes indivi-
Um estudo domiciliar constatou que um em quatro jovens residentes duais.
no Rio de Janeiro, independentemente do estrato social a que pertençam,
sofrem violência física na família, desde tapas, socos, empurrões até for- A violência não é um fenômeno novo na sociedade brasileira e os
mas mais lesivas de violência, como agressão com armas. Um total de crimes, na medida em que não são resolvidos, vão se acumulando nos
1,1% dos jovens dos estratos populares vivenciou ameaça ou foi efetiva- poros da história, comprometendo o Estado de Direito, em sua dimensão
mente agredido com arma de fogo, em suas famílias. pública e privada. Os horrores se sucedem no dia-a-dia ,e a violência não é
somente aquela que produz cadáveres, que mutila corpos e destrói a
Outro estudo que investigou a violência física familiar entre escolares materialidade; ela é também aterradora, quando se reveste de desrespeito
de Duque de Caxias, no Estado do Rio de janeiro, detectou a existência do à dignidade humana.
problema em 49,4% dos adolescentes na escola pública, e 45% na escola
privada. Nesse universo, inúmeras violações aos direitos dos seres humanos
mais fundamentais são cometidas no cumprimento das penas, maculando o
Situações sociais frequentemente associadas à violência familiar são entorno cultural da sociedade contemporânea, sobretudo em razão de suas
o abuso de drogas, gravidez precoce, fracasso escolar, delinquência, desigualdades, uma vez que, dentre outros indicadores, o grau de civiliza-
suicídio, agressões escolares e entre pares, depressão e prostituição. Um ção de um país é medido pelo respeito dispensado aos seres humanos,
fator complicador para a compreensão da violência e de suas consequên- livres ou presos.
cias é o fato de que ela não se reduz a um conjunto de práticas objetivas,
Vivemos um dos piores momentos da nossa história, com a deflagra-
mas também engloba representações pessoais. As percepções individuais
ção das mais variadas crises, seja de mercado ou de mercadoria humana,
e sociais da violência são elos cruciais na compreensão da gênese do
onde impera uma totalidade de problemas que passam pelo desemprego,
problema. Uma vez que a violência se constitui no âmbito das relações
decadência das instituições responsáveis pela educação, saúde e moradia,
humanas, passa, muitas vezes, a ser encarada como parte da natureza do
corrupção generalizada, descrédito nas ideologias, desrespeito ao meio
ser humano.
ambiente e crime organizado, apenas para citar alguns. Isto tudo gera o
aumento da criminalidade que, se não for tratada de maneira adequada,
A forma como um adolescente se vê, seus valores, sua competência
volta-se contra a própria sociedade, que passa a viver sob o signo do medo
e o mundo que o cerca pode ser afetada pelo grau de violência a que é
e da insegurança.
submetido ao longo da vida.
Na busca desesperada de uma suposta tranquilidade social, advoga-
Acredita-se que a experiência de violência tenha um importante pa- se por medidas repressivas de extrema severidade, e a sanção penal
pel no julgamento que o adolescente faz de si e dos outros. passou a ser considerada como indispensável para a solução dos conflitos
sociais.
Nesse sentido, o impacto da convivência familiar sobre o crescimento
e desenvolvimento infanto-juvenil é o elo fundamental para a formação do Em 17 de agosto de 2000, o general Alberto Cardoso, então ministro-
indivíduo. A comunicação entre pais e filhos e a vitimização física, sexual e chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,

Noções de Criminologia 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
afirmava que a situação de violência no Brasil era tão grave que seria muito pó em bibliotecas e seriam lidos apenas por cientistas. Resolvemos partici-
difícil revertê-la, ou mantê-la sob controle. par de um trabalho comunitário na área de crime e violência. Começamos
na Penitenciária de Statesville — uma das três prisões mais severas dos
Na opinião do general Cardoso, os sindicatos, as igrejas de diferen- EUA, onde estão indivíduos considerados extremamente violentos e incor-
tes religiões, as escolas, as organizações não-governamentais e as famí- rigíveis.
lias, deveriam se engajar nesse movimento contra a violência. “A família
deve ser, ao mesmo tempo, instrumento e vetor dessa cruzada. As igrejas Acreditando que o criminoso é produto da sua vida passada e edu-
têm que se envolver em uma campanha de recuperação de valores espiri- cação, organizamos um programa de assistência nos moldes dos Alcoóli-
tuais”, afirmava ele, e prosseguia: “ O povo tem que se conscientizar da cos Anônimos. Já na saída da prisão, cada um recebe roupa e a indicação
necessidade de lutar pela volta de alguns valores perdidos.” de um emprego.
A posição do general valoriza a família, a igreja e a comunidade, na
Depois de trabalhar durante dois anos com dúzias de indivíduos vio-
formação do caráter da pessoa, e mostra que a melhoria das relações
lentos, descobrimos que nossos conceitos estavam completamente erra-
comunitárias e a educação para a cidadania são essenciais na prevenção
dos. Percebemos que essas pessoas eram diferentes do resto da popula-
da violência.
ção — e que a diferença era fisiológica. Duas colheres de sopa (30 ml) de
A prevenção da violência é que vai gerar, mesmo que em longo pra- cerveja causam deterioração dramática em sua personalidade e muitos
zo, resultados sólidos e duradouros. Deve-se ter em mente que a criança e apresentam graves reações a açúcar, trigo e leite. Constatamos também
o adolescente merecem maior atenção, não só dos organismos oficiais, uma incidência muito elevada de eczema, acne e psoríase.
mas principalmente das famílias, ONG’s, e da sociedade, de forma geral.
Identificando o problema dos jovens e minimizando sua exposição aos Iniciamos, então, com a ajuda dos computadores, uma busca de to-
problemas que os conduzem à violência, reduzirá, de forma eficaz, o núme- das as pesquisas publicadas no mundo sobre anomalias psicológicas,
ro de cidadãos violentos e/ou criminosos. criminologia, violência, psiquiatria avançada, hiperatividade, esquizofrenia
NOTA: Este artigo foi veiculado na edição nº 58, (dezembro / janeiro etc. Descobrimos uma revolução na saúde mental.
2008), da revista Proteger, da Sicurezza Editora Ltda.
Criminologistas e sociólogos famosos falam sobre fatores psicológi-
-o0o- cos (falta de amor, maus tratos, falta de disciplina) e fatores sociológicos
(pobreza, ensino fraco, superpopulação) que levam ao crime. Recentemen-
Dentre os principais fatores psicológicos que levam a prever violência te, no entanto, eles têm dado mais atenção a fatores genéticos e biológicos.
juvenil estão hiperatividade, impulsividade, controle comportamental defici- O interesse maior é voltado aos desequilíbrios químicos. Estudos feitos no
ente e problemas de atenção... Canadá mostram que chumbo, cádmio e outros tóxicos estão mais presen-
tes em pessoas violentas do que em pessoas normais. Também foi desco-
As teorias podem ajudar a explicar como e por que fatores psicológi- berto que cromossomos anormais têm uma influência muito grande, sobre-
cos, tais como impulsividade ou baixa inteligência, fatores familiares como tudo o cromossomo XYY. Pessoas com esse cromossomo têm incidência
supervisão parental deficiente, e fatores socioeconômicos, de vizinhança e 40% superior de criminalidade.
os relativos aos grupos de pares podem influenciar no desenvolvimento do
potencial de violência de um indivíduo. Por exemplo, morar num bairro ruim Comportamento criminoso com irmãos gêmeos
e sofrer privações socioeconômicas, podem, de algum modo, ser a causa Enquanto 15 anos antes todos atribuíam violência e crimes a lares
da deficiência dos cuidados parentais, que, de alguma forma pode causar dissolutos, ocorrências traumáticas ou maus tratos na infância, os estudos
impulsividade e fracasso na escola que, de alguma maneira, podem levar a científicos — principalmente os estudos de adoções — mostravam que isso
um alto potencial de violência. estava absolutamente errado.

As teorias podem ser úteis também para a especificação dos concei- Existe um banco de dados valioso na Escandinávia, com informação
tos mais gerais subjacentes ao potencial de violência, tais como baixo desde 1905, sobre crianças adotadas. O registro compreende mais de 100
autocontrole ou vínculos frágeis com a sociedade. Elas também podem mil indivíduos com dados detalhados sobre os pais verdadeiros, a família
ajudar na determinação das maneiras pelas quais uma pessoa potencial- de adoção e a história dessas pessoas do berço até a morte.
mente violenta interage com os fatores circunstanciais, gerando atos violen-
tos... Na Universidade da Califórnia reuniram informação sobre filhos mas-
culinos com irmãos que tiveram a mesma mãe e o mesmo pai, e também
Diante de uma ocasião para a violência, o fato de uma pessoa vir ou com irmãos de pai desconhecido ou irmãos apenas por parte de mãe. As
não a praticá-la dependerá dos processos cognitivos (de pensamento), que crianças eram adotadas, viviam em lares diferentes e nunca conheceram
incluem o exame dos custos e benefícios da violência e das probabilidades seus irmãos ou pais naturais. Os resultados foram impressionantes e
e riscos a ela associados, tais como percebidos pela pessoa, e também os mostraram que a criminalidade não é apenas questão de experiência de
repertórios comportamentais acumulados. Supõe-se também que as con- vida. Tem algo a ver com predisposição transmitida geneticamente.
sequências da violência (vantagens, castigo, rótulos etc.) possam ter efeitos
retro-alimentadores num processo de conhecimento sobre o potencial de O estudo de gêmeos fraternos e idênticos mostrou que a probabili-
violência a longo prazo e sobre os processos decisórios (por exemplo, dade da pessoa ser condenada por algum crime durante sua vida estava
influenciando as percepções subjetivas de custos, benefícios e probabilida- normalmente ao redor de 2,5% (uma pessoa em 40).
des)...
Entretanto, onde um gêmeo era delinquente a probabilidade do gê-
A ideia básica da prevenção centrada nos riscos é muito simples: i- meo fraterno também ser criminoso era de 33%.
dentificar os principais fatores de risco da criminalidade e implementar No caso de gêmeos idênticos (univitelinos) a probabilidade subia
métodos preventivos visando combatê-los. Muitas vezes, há também a para 69%.
tentativa correlata de identificar os principais fatores de proteção contra o
crime e implementar métodos preventivos destinados a fortalecê-lo ... Desequilíbrio bioquímico
“:Violência nas Escolas e Políticas Públicas.: Eric Debarbieux e Catherine Uma palestra do Dr. Carl Pfeiffer, que durante 20 anos havia realiza-
Blaya (Orgs.) do estudos de esquizofrenia, mudou tudo o que estávamos fazendo. Suge-
riu que focalizássemos o metabolismo dos metais — principalmente do
ASPECTOS GENÉTICOS E BIOQUÍMICOS DA CRIMINALIDADE cobre, zinco, lítio e cobalto. De pesquisas com oligoelementos ele obteve
William Walsh muitas informações sobre as causas da doença mental.

Realizando pesquisas nos Argonne National Laboratories, decidi com Fizemos um estudo de irmãos escolhendo pares em que um irmão
meus colegas fazer algo mais do que escrever artigos que ficariam juntando era delinquente e o outro, vivendo na mesma casa, perfeitamente normal e

Noções de Criminologia 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bom aluno. Nas crianças violentas encontramos, invariavelmente, taxas abaixo do normal. O fator mais importante era o nível elevado de cádmio
anormais de oligoelementos, como o Dr. Pfeiffer havia previsto. e, principalmente, o nível muito alto de chumbo. A Universidade de
Oklahoma apontou o manuseio de munição como principal fonte de chum-
Repetimos a experiência com um grupo bem maior de adultos e cri- bo. Como campeão de tiro da Guarda Nacional, P. Sherril se envenenou
anças. O resultado foi o mesmo. A maioria dos indivíduos violentos apre- inalando o vapor de chumbo saído da espingarda. Um desequilíbrio meta-
sentava um desequilíbrio químico dos tipos A ou B. bólico o tornara mais suscetível a tóxicos.

Pessoas do tipo A apresentavam acessos de violência, mas após a Indivíduos com personalidade do tipo B
explosão sentiam remorso. Indivíduos do tipo B eram sempre desagradá- O tipo B costuma ser agressivo; briga constantemente, não tem
veis e perversos, segundo pais e professores. Não sentiam remorso, eram consciência alguma e sente absoluta falta de remorso. É um mentiroso
anti-sociais — desde a primeira infância. patológico. Desde a infância, muitas pessoas do tipo B sentem uma fasci-
nação pelo fogo. Frequentemente são cruéis com animais e pessoas.
Indivíduos com personalidade do tipo A Dormem apenas 3 ou 4 horas por noite.
Em termos de oligoelementos, o indivíduo do tipo A (infrator ocasio-
nal) tem níveis extremamente baixos de zinco e níveis elevados de Indivíduos com personalidade sociopática do tipo B (infrator perma-
cobre. Cálcio e magnésio são ou muito altos ou muito baixos, nunca nor- nente) são os mais assustadores, desde pequenos. São exatamente o
mais. Se tiveram contato com produtos tóxicos, frequentemente têm níveis contrário quanto ao nível de cobre. Em vez de ser extremamente alto como
muito altos de chumbo e cádmio. O cádmio é um forte tóxico para o sistema no tipo A, o nível de cobre é extremamente baixo e os níveis de sódio e
nervoso e o chumbo também afeta a função cerebral. potássio são elevados. Também tendem a ser sensíveis a tóxicos e os
níveis de chumbo e cádmio, cálcio e magnésio costumam ser altos, en-
Os sintomas típicos são uma personalidade maravilhosa, comporta- quanto os níveis de zinco e manganês são baixos.
mento maravilhoso e, de repente, um episódio de comportamento terrível,
pouco controle do "stress", violência. Depois que o episódio de violência Charles Manson, o famoso assassino, nos convidou para fazer um
acaba, ficam com muito remorso da sua falta de controle. Alergia, acne e teste. Seu nível de cobre é um dos mais baixos que constatamos em
queimaduras de sol são constantes. Rendimento escolar baixo, problemas 150.000 pessoas examinadas.
de aprendizagem, dificuldade de atenção são muito comuns neste grupo.
Nível altíssimo de cádmio
Como exemplo tivemos um garoto de nove anos de Tacoma, EUA. James Huberty, que atirou em 24 pessoas no McDonalds, em Ysidro,
Ele vivia perto da fundição de minérios Asarco Smelter, fonte de muitos Califórnia, era um tipo B clássico. Seu nível de cádmio era o mais alto
tóxicos. Seu nível de cobre estava muito elevado, seu nível de zinco muito que encontramos num ser humano.
baixo e a relação zinco/cobre era de 1 para 1, quando o ideal é 8 a 12 por
1. A deficiência de zinco torna o cobre muito tóxico. O cobre, um ele- Esta informação, de certa forma, confortou a família — ele não era
mento altamente irritante quando atinge níveis altos, provoca hiperexcitação louco, mas estava sendo afetado pelo nível anormal desse neurotóxico,
e comportamento irracional. adquirido trabalhando durante 19 anos soldando ligas muito ricas em cád-
mio. Era um bom pai até dois anos antes do massacre. Foi encaminhado
O menino foi acusado de tentativa de assassinato aos 9 anos. Já ti- para tratamento psiquiátrico mas, como de costume, começou a receber
nha tomado 8 tipos diferentes de medicamentos e, no momento, tomava medicamentos fortes e sua bioquímica não foi levada em consideração,
Ritalin. Após um tratamento de quatro meses, o nível de cobre ainda estava apesar do seu histórico médico e uma cirurgia renal indicarem envenena-
elevado, mas o nível de zinco começou a subir. Um ano mais tarde, seu mento por cádmio. O médico legista chamou a atenção para o fato de que o
exame de cabelo mostrou níveis normais. Desde então, este garoto — que cádmio é uma substância letal que provoca morte por falha renal. Quando
todo mundo previa passar o resto dos dias numa instituição — terminou o examinaram o histórico de J. Hubert, verificaram que havia estado no
colégio com notas excelentes, participou de vários esportes e ganhou uma pronto-socorro duas vezes nos meses antes da chacina no McDonald’s
bolsa para a universidade, onde se formou. Seu tratamento custou uns 20 devido a falha renal. Escreveu n o pedido de demissão do trabalho que os
dólares em nutrientes durante um mês e meio. Depois, houve apenas vapores da solda o estavam enlouquecendo.
ênfase na melhoria da alimentação. Se esse resultado pudesse ser multipli-
cado aos milhares... Isso também vale para agrotóxicos e produtos químicos — tudo o
que é tóxico para o organismo humano se torna muito mais tóxico ainda na
Na Universidade McGill, analisaram crianças com e sem problemas presença do cádmio.
de aprendizagem. Observaram que as crianças com problemas tinham Nos cigarros há cádmio — na realidade, são a maior fonte de cádmio
níveis muito mais altos de cádmio e taxas mais baixas de zinco do que na nossa sociedade. Nos anos 20 e 30, as mulheres começaram a fumar e
as crianças sem problemas. Muitas crianças delinquentes e adultos trans- o cádmio começou a passar para o tecido da placenta, onde ocorre o
gressores têm um histórico de problemas de aprendizagem na escola. primeiro contato do feto com essa substância. O cádmio interfere na absor-
ção e utilização do zinco pelo feto, o que pode continuar e aumentar após o
É possível identificar estes padrões já na criança pequena. Às vezes, nascimento, quando o bebê é exposto aos níveis de cádmio do ar ambien-
o laboratório que realiza a análise do cabelo chama os médicos para per- te. Portanto, existe uma relação entre cádmio e fumaça de cigarro e os
guntar se a criança apresenta problemas de comportamento. Os médicos problemas de comportamento e aprendizagem.
ficam admirados que os problemas possam ser determinados dessa forma.
O café é a segunda maior fonte de cádmio. Farinha branca refinada é
Examinamos e tratamos centenas de crianças com problemas de outra fonte importante, porque o zinco protetor é removido dos grãos,
comportamento e percebemos que muitas também tinham dificuldades de enquanto o cádmio, no centro, permanece.
aprender e eram hiperativas. Muitas crianças do tipo A melhoraram de
forma notável. Houve diversos casos de crianças em classes especiais Nível alto de manganês
devido a baixo desempenho ou hiperatividade, que, após alguns meses de O manganês pode ser outro fator de violência, segundo um estudo
tratamento, eram transferidas, já normais, para as classes comuns — e um da Escola de Medicina Irvine, da Universidade da Califórnia. Descobriram
a dois anos mais tarde passavam para classes de superdotados. que infratores que apresentam mais que 7 ppm de manganês no cabelo
tinham um histórico de violência. Querendo comprovar os resultados,
Alto teor de cádmio e chumbo fizerem uma pesquisa comparando a população normal com uma grande
Após a publicação do nosso trabalho, fomos convidados a participar população de presos. Descobriram que havia muito mais manganês entre a
de autópsias e perícias. O chefe de medicina legal de Oklahoma nos cha- população criminosa que entre a população normal.
mou para realizar uma análise de oligoelementos no assassino P. Sherril
após a chacina no correio. Sua personalidade era do tipo A extremo. Seu Médicos homeopatas conseguem bons resultados na remoção de
desequilíbrio cobre / zinco era muito grave e seu nível de sódio estava metais tóxicos do organismo. Normalmente, após um ano de tratamento,

Noções de Criminologia 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
seus pacientes apresentam níveis muito baixos de elementos tóxicos no implica de um lado, numa transgressão do direito que crianças e adolescen-
exame dos cabelos e significativa mudança de comportamento. tes têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de
desenvolvimento". A respeito da definição acima citada, referem ainda as
Nível de lítio na água autoras:
Outra fascinante correlação existe entre o nível de lítio da água potá-  Todo ato ou omissão significa que o fenômeno pode assumir
vel e o crime, o suicídio e a dependência de heroína (mas não a dependên- forma ativa (ato) ou passiva (omissão), podendo ser praticado por pais
cia de maconha e o consumo de álcool). (biológico ou de afinidade), responsáveis legais (tutores, que podem ser
inclusive padrinhos, etc.) ou parentes (irmãos, avós, tios, primos, etc.).
A taxa de suicídios, homicídios e estupros é significativamente mais Demonstra-se assim a gama ampla de possíveis agressores. Circunscreve
alta em municípios com água potável contendo pouca quantidade ou ne- também a especificidade do fenômeno: violência doméstica, praticada no
nhuma de lítio. Em outro estudo, nenhum prisioneiro testado apresentava lar, um dos tipos de violência familiar (já que esta última expressão pode
mais que 0,12 ppm de lítio, mas a maioria dos habitantes tinha níveis mais abranger também a violência contra mulheres e idosos), diferente, portanto,
altos. O lítio parece contrabalançar os efeitos do manganês e prevenir o da violência extra familiar.
comportamento violento que ele provoca.  Contra crianças e adolescentes... significa que, em nossa socie-
dade são vítimas potenciais, todos os menores de 18 anos (idade legal da
Albuquerque, no Novo México, apresentava os índices mais elevados maioridade), sejam eles crianças (até mais ou menos 12 anos) ou adoles-
de criminalidade nos Estados Unidos no início da década de 70, quando centes (de 12 até 18 anos). Rejeita-se assim a ideia - ainda vigente entre
Alexander Schauss era encarregado da vigilância dos indivíduos após sua certos profissionais, por exemplo, da área da Saúde - de que as vítimas
libertação da prisão. Ao ler estudos mostrando que as taxas de assassinato seriam apenas crianças menores de 1 ano (graças a Síndrome da Criança
e os níveis de lítio na água potável são inversamente proporcionais, ele Espancada, conforme citação anterior).
sugeriu a adição de lítio à água de Albuquerque para reduzir a taxa de  Que sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico
criminalidade. Sua sugestão foi inicialmente recebida com descrença. a vítima... significa que por violência doméstica contra crianças e/ou ado-
Entretanto, a Universidade da Califórnia confirmou a correlação entre baixo lescentes entendemos VIOLÊNCIA SEXUAL, FÍSICA E PSICOLÓGICA;
teor de lítio e crime e também indicou a sugestão de Schauss como solução significa, também, o reconhecimento de que o dano pode ser efetivo ou
possível onde á água contém pouco lítio. potencial (capaz de) e que, enquanto possibilidade de imposição de dano
"Pegamos pessoas que o sistema judiciário considerou impossíveis configura necessariamente um processo de vitimização, isto é, de transfor-
de reabilitar e tratamos alguns, enquanto demos placebo para outros. Os mação de crianças e/ou adolescentes em vítimas ou em "crian-
resultados foram inacreditáveis, em termos de diminuição considerável da ças/adolescentes em estado de sítio".
taxa de reincidência daqueles que tratamos." É preciso lembrar que, na  Implica de um lado numa transgressão do poder/dever de prote-
Califórnia, cerca de 90% de todos os egressos do sistema penitenciário ção do adulto... significa que o fenômeno é uma clara exacerbação do
voltam à prisão no prazo de cinco anos, devido a nova infração. poder de autoridade e do dever de proteção parental que se inscreve na
estrutura mesma da FAMÍLIA enquanto instituição de socialização primal (e
O programa para réus primários da Universidade do Novo México, i- primordial em nossa sociedade) das novas gerações. Neste sentido, as
niciado por Schauss e outros, recebeu em 1989 um prêmio especial de uma diferentes formas de VIOLÊNCIA contra crianças e adolescentes configu-
associação nacional de psiquiatria e foi nomeado "o programa de reabilita- ram um claro ABUSO do poder/dever de proteção familiar de que infância e
ção mais bem-sucedido dos EUA". Após quase 20 anos, apresentava uma adolescência necessitam para desenvolver-se.
taxa de reincidência abaixo de 5%, fazendo jus ao prêmio recebido.  E, de outro, numa coisificação da infância, isto é, numa negação
-o0o- do direito que crianças e adolescentes TÊM de ser tratados como SUJEI-
TOS e PESSOAS em condição peculiar de desenvolvimento... significa o
A violência doméstica é um fenômeno complexo, suas causas são reconhecimento de que o fenômeno é uma violência, tal como definiu Chaui
múltiplas e de difícil definição. No entanto suas consequências são devas- e as referidas autoras: uma relação interpessoal assimétrica, hierárquica de
tadoras para as crianças e adolescentes, vítimas diretas de seus agresso- PODER, implicando num pólo DOMINAÇÃO (pólo adulto) e, no outro obje-
res. Ao contrário do que se pensa, as desigualdades sociais não são fato- talização, coisificação, submissão dos desígnios e desejos do outro (pólo
res determinantes da violência doméstica, pois esta se encontra democrati- criança/adolescente)". (Azevedo e Guerra, 1995).
camente dividida em todas as classes sociais.
A ocorrência de abuso, vitimização física, sexual, psicológica e a ne-
A dificuldade em definir este fenômeno está embasada em suas múl- gligência, praticada contra crianças e adolescentes, depende de fatores
tiplas conceituações nas diversas áreas científicas. Na área médica por psicológicos, sócio-econômicos, culturais e características patológicas do
exemplo, o primeiro estudo realizado foi pelo professor Ambriose Tardieu pai-mãe e filho. Além disso, deve-se levar em consideração o histórico
(1860), que tentou trazer a tona o fenômeno da violência doméstica, o qual familiar dos pais, articulado com o contexto situacional de sua realidade. A
na época não teve repercussão científica, em função do momento sócio- história desta família é composta pelas vivências acumuladas dos pais, que
político vigente. Esta se deu somente em 1962, nos EUA, através dos Drs. antes de gerarem os filhos, estiveram envolvidos nas relações de sua
Kempe e Silvermann, os quais conceitualizaram o fenômeno como sendo própria família, onde adquiriram suas experiências de socialização, que
"Síndrome da Criança Espancada", baseados em evidencias radiológicas. poderão transmitir aos seus filhos, existindo assim a possibilidade da repro-
Nessa época, segundo Gordon (1988), "os movimentos feministas, dos dução de valores. Tudo isso mostra, que conforme a abordagem sócio-
estudantes dos direitos civis, antibelicistas fomentaram questões críticas psico-interacionista, o psicológico é condicionado pelo social, produzindo-se
sobre a santidade da privacidade familiar, a posição privilegiada do homem historicamente.
enquanto chefe de família e a importância da família permanecer unida a
qualquer preço", contribuindo assim para a aceitação dos estudos. Outros fatores também podem facilitar a situação de violência, como
"stress" (desajuste, violência, desemprego, isolamento, excesso de filhos,
Vários teóricos, ofereceram definições sobre o tema, no entanto ne- ameaças à autoridade, valores, criança indesejada ou problemática) e
nhuma dessas teorias conseguiu refletir a conceituação global do fenôme- situações precipitantes (ausência de mãe, rebeldia da criança).
no. Porém estes estudos possibilitaram uma ampla discussão, havendo
uma adesão de outras ciências, como a Psicanálise, a Pediatria e a Psico- Tipos de Violência
logia.  VIOLÊNCIA FÍSICA: "Qualquer ação, única ou repetida, não aci-
dental (ou intencional), cometida por um agente agressor adulto (ou mais
As professoras Dra. Maria Amélia Azevedo e Viviane Guerra velho que a criança ou o adolescente), que lhes provoque consequências
(USP/SP - 1989) através de estudos e pesquisas, foram as que melhor leves ou extremas como a morte". (Claves - Centro Latino-Americano de
conceituaram o fenômeno da violência doméstica contra crianças e adoles- Estudos de Violência e Saúde)
centes, quando definem a mesma como sendo "todo ato ou omissão prati-  VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: "É o conjunto de atitudes, palavras ou
cado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou adolescentes ações para envergonhar, censurar e pressionar a criança de forma perma-
que - sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico a vítima - nente, como: ameaças, humilhações, gritos, rejeição e isolamento". (Claves

Noções de Criminologia 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde) O pavilhão 5 da Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) alberga
 NEGLIGÊNCIA: "Privar a criança de algo de que ela necessita, cerca de 1.600 presos. Vão para lá, os que têm problema de convivência
quando isso é essencial ao seu desenvolvimento sadio. Pode significar com a massa carcerária: estupradores, justiceiros, delatores, craqueiros
omissão em termos de cuidados básicos como: privação de medicamentos, endividados e outros que infringiram a ética do crime. Feito sardinha em
alimentos, ausência de proteção contra inclemência do meio (frio / calor)". lata, cinco, seis e até doze homens dividem xadrezes com pouco mais de
(Claves - Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde) oito metros quadrados de área útil. É a maior concentração de presos da
 ABANDONO: "Caracteriza-se como abandono a ausência do res- cadeia.
ponsável pela criança ou adolescente. Considera-se abandono parcial a
ausência temporária dos pais expondo-a a situações de risco. Entende-se Nos últimos 2 anos, no pavilhão 5 houve apenas uma morte. Morreu
por abandono total o afastamento do grupo familiar, ficando as crianças muito mais gente nos pavilhões menos povoados. Quantas mortes teriam
sem habitação, desamparadas, expostas a várias formas de perigo". (Cla- ocorrido nesses dois anos, caso esses mil e seiscentos homens estivessem
ves - Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde) em liberdade? Entre os primatas, o aumento da densidade populacional
 ABUSO SEXUAL: "Todo ato ou jogo sexual que tem por finalidade não conduz necessariamente à violência desenfreada. Diante da redução
estimular ou usar a criança ou adolescente para obter prazer sexual, como: do espaço físico, criamos leis mais fortes para controlar os impulsos indivi-
falar palavras obscenas, expor órgãos genitais (exibicionismo), olhar a duais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem lógica
criança em sua intimidade (voyerismo), pornografia, carícias nos órgãos evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa
genitais e estupro". (CRAMI-ABCD, 2003). da integridade de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram
descendentes. Definitivamente, não somos como os ratos.
RAÍZES SOCIAIS DA VIOLÊNCIA
Concentração populacional e violência Como já dissemos, a análise que a sociedade costuma fazer da vio-
Em 1962, John Calhoun publicou na revista Scientific American um lência urbana é baseada em fatores emocionais, quase sempre gerados por
estudo que ganhou os jornais diários e teve repercussão no meio científico. um crime chocante, pela falta de segurança nas ruas do bairro, preconceito
No artigo "Densidade Populacional e Patologia Social", o autor relatava um social ou discriminação. As conclusões dos estudos científicos não costu-
experimento sobre as consequências do aumento da população de ratos, mam ser levadas em conta na definição de políticas públicas. Nos últimos
numa gaiola com um comedor na parte central e outros distribuídos pelos anos, foram desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a
cantos. influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associa-
dos às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a
O aumento do número de animais na gaiola provocava sua aglome- armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares,
ração em volta do comedor central, embora houvesse espaço à vontade ao imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na Justiça. A maior
redor dos comedores laterais. Como cada rato queria para si a posição parte dessas pesquisas é conduzida nos Estados Unidos, talvez porque os
mais privilegiada no centro, começavam as disputas. Quanto maior a con- europeus tenham estado menos preocupados com o problema, embora
centração de ratos, maior a violência das brigas: mordidas, ataques sexu- estudos feitos em vinte países da Europa por T. Moffitt, pesquisador do
ais, mortes e canibalismo. King´s College de Londres, deixem claro que a probabilidade de ser assal-
tado nesses países, não é diferente daquela encontrada nos Estados
Naqueles anos 1960, o experimento foi um prato cheio para os com- Unidos. A diferença não está no número, mas nas consequências dos
portamentalistas (behavioristas) e o público em geral. Oferecia uma expli- assaltos: o índice de homicídios é mais alto entre os norte-americanos.
cação simples para a epidemia de violência que a TV começava a mostrar
nas grandes cidades: turbas enfurecidas, polícia, bombas de gás lacrimo- Principais causas sociais da violência
gêneo, saques e as gangues urbanas. Assim como os ratos se matavam A revista Science, já citada muitas vezes, traz uma revisão que re-
por uma posição no meio da gaiola, os homens se agrediam no centro das sume a produção científica americana no campo da violência nas cidades.
cidades, concluíram todos. Vamos usar alguns desses estudos na discussão das causas sociais mais
relevantes da violência urbana:
Durante décadas, a imagem da "gaiola comportamental" de Calhoun 1) Desigualdade econômica - Há muito se admite que a má distri-
contaminou o entendimento das causas da violência urbana: quanto maior buição de renda crie ambiente favorável à disseminação da violência urba-
a concentração de gente nos centros urbanos mais violência, tornou-se na. De fato, a desigualdade parece funcionar como caldo de cultura para a
crença geral. Ninguém lembrou que, no centro de Tóquio apinhado de disseminação do comportamento agressivo. Sociedades que vivem em
gente, uma senhora pode andar tranquila à meia-noite, e que São Paulo ou estado de pobreza generalizada tendem a ser menos violentas do que
Los Angeles, cidades de grande extensão e densidade populacional muito aquelas em que há pequeno número de ricos e uma grande massa de
menor, estão entre as cidades mais violentas do mundo. É o que dá extra- pobres.
polar diretamente para o homem dados obtidos com animais. Apesar de A diferença de poder aquisitivo, no entanto, não é causa única. A
mamíferos, os roedores não são primatas. violência urbana é uma doença multifatorial. As diferenças sociais existen-
tes em nosso país podem explicar por que ocorrem mais crimes no Brasil
Aprendendo com os chimpanzés do que na Suécia, por exemplo. Não explica, porém, por que os índices de
Os primeiros abalos sofridos pela "gaiola comportamental" vieram da criminalidade suecos começaram a aumentar na mesma época que nas
primatologia que começou a nascer nos anos 70. Em 1971, B. Alexander e cidades brasileiras ou americanas. Não explica, também, as razões pelas
E. Roth, do Oregon Regional Primate Research Center, descreveram brigas quais a criminalidade dos grandes centros americanos vem caindo consis-
ferozes e até mortais entre macacos japoneses, quando os animais previa- tentemente de 1992 para cá, período em que a concentração de renda se
mente mantidos em cativeiro eram libertados num espaço 73 vezes maior. agravou naquele país. Além disso, a desigualdade não explica por que num
Em 1982, dois holandeses, F. De Waal e K. Nieuwenhuijsen publicaram um bairro pobre, e até numa mesma família, somente alguns se desviam para o
estudo fundamental com os chimpanzés mantidos na colônia de Arnhem. crime, enquanto os demais respeitam as regras de convivência social.
Nela, os chimpanzés ficavam soltos numa ilha durante o verão e eram 2) Uso de armas - A alta concentração de armamento em certas
recolhidos a uma clausura com calefação nos meses frios. O espaço nesse áreas da cidade cria, segundo J. Fagan, da Universidade de Colúmbia, uma
ambiente fechado ficava reduzido a apenas 5% daquele disponível nos "ecologia do perigo". Depois de entrevistar 400 jovens nos bairros mais
meses quentes, na ilha. Depois de analisar os dados colhidos em centenas perigosos de Nova York, o pesquisador constatou que a violência é real-
de horas de observação de campo, os autores concluíram que, fechados, mente contagiosa. No período de 1985 a 1995, o uso de revólveres nessas
os chipanzés pareciam mais irritados, às vezes, tensos, mas não aberta- comunidades se disseminou como doença transmissível. Jovens desarma-
mente agressivos. dos sentiam-se inseguros e acreditavam que, se carregassem uma arma,
imporiam mais respeito aos adversários. No mundo do crime, as armas são
Os machos dispostos a desafiar a hierarquia complexa das socieda- o poder.
des chimpanzés adotavam postura cautelosa no inverno: curvar-se diante Como os que vivem do crime precisam dispor de armas competiti-
do macho alfa (dominante) e agradar seu pêlo. As diferenças eram acerta- vas em relação às da polícia e de quadrilhas rivais, instala-se nas cidades
das nos meses quentes, na ilha: o número de conflitos agressivos dobrava. uma corrida por armamentos sem fim, responsável pelos ferimentos mais

Noções de Criminologia 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
letais que os plantonistas de hoje enfrentam nos hospitais da periferia de como preferem alguns) a paz voltaria às ruas. Ao contrário, há quem diga
São Paulo, em Washington ou Nova York. que nossas cadeias são centros de pós-graduação e que a sociedade
3) Crack - O crack entrou em Los Angeles em 1984 e espalhou-se ganharia mais construindo escolas do que novos presídios.
pelas cidades americanas. Em diversas delas, o número de crimes come- A verdade é que os índices de encarceramento guardam relação
çou a aumentar já no primeiro ano depois da entrada da droga. A. Blumste- com o número de crimes. R. Rosenfeld, da Universidade de Missouri,
in, diretor do National Consortium on Violence Research, atribui esse au- estudou os índices de homicídios nas áreas mais perigosas de Saint Louis
mento a um fenômeno aparentemente paradoxal: a guerra às drogas. e Chicago. Para cada aumento de 10% na população carcerária, concluiu
Segundo o criminologista, a prisão dos líderes mais velhos do tráfico provo- que havia queda de 15% a 20% nos homicídios.
cou a chegada dos mais jovens ao comando, e "os jovens não estão entre Outros pesquisadores obtiveram resultados bem mais discretos. O
os melhores solucionadores de conflito - sempre brigam". economista S. Levitt, da Universidade de Chicago, estudou as consequên-
Em 1992, tive a oportunidade de presenciar a entrada do crack na cias da pressão que um movimento de defesa dos direitos civis exerceu
Casa de Detenção. Até então, cocaína só era comercializada em pó para sobre o judiciário americano, nos anos 1980. Por causa desse movimento,
injeção endovenosa ou aspiração nasal. O crack, preparação impura obtida em alguns estados americanos os juízes decidiram cortar o número de
a partir da pasta de cocaína, apresentava a vantagem de ser fumado em prisioneiros, enquanto em outros a população de presos continuou a cres-
cachimbo (o que, em tempos de AIDS e hepatite, não era pouco) e de cer. Levitt concluiu que uma queda relativa a 10% da massa carcerária,
custar muito menos, varreu a cocaína injetável do mapa. provocava aumento de 4% na criminalidade.
Como consequência, a cocaína que era distribuída por um peque- Para ilustrar novamente a complexidade de temas como esse, o
no grupo de traficantes mais velhos, com poder aquisitivo suficiente para criminologista R. Rosenfeld, citado há pouco, recomenda cuidado ao consi-
comprá-la, teve o consumo bastante reduzido. Enquanto isso, crescia derar esses dados. O encarceramento não deve ser visto como panaceia
assustadoramente o número de jovens inexperientes que se engajavam no para o crime violento, diz ele na Science. E, continua, a curto-prazo a prisão
comércio barato do crack. A democratização do uso aumentou a demanda tem um "efeito incapacitador", impedindo momentaneamente o prisioneiro
de traficantes, pulverizou o comando, quebrou a ordem interna da cadeia e de praticar novos crimes nas ruas. A longo-prazo, entretanto, índices altos
resultou em aumento de agressões graves e assassinatos. Para ilustrar a de encarceramento podem aumentar os índices de homicídios. Apesar da
complexidade desse tema, há muitos autores que estão de acordo com o grande dificuldade em encontrar alternativas ao modelo prisional clássico, é
ponto de vista acima: a prisão dos traficantes mais velhos, experientes preciso ter claro que o encarceramento em massa é um experimento de
solucionadores de conflitos, não tem impacto significante na redução da consequências mal conhecidas, com potencialidade para fortalecer o crime:
violência e pode até aumentá-la. Os jovens levados a ocupar as posições empobrece e desorganiza famílias, desagrega vínculos sociais, expõe o
vagas tendem a resolver disputas com mais agressividade. presidiário ao contágio com a violência das cadeias e dificulta sua inclusão
4) Quebra dos laços familiares - No mundo todo cresce o número posterior no mercado de trabalho.
de filhos criados sem apoio paterno. São crianças concebidas por mães 7) O caso americano - Comparativamente, as cidades americanas
solteiras ou mulheres abandonadas por seus companheiros. No Brasil, o eram seguras nos anos 1950. A partir de 1960, porém, o gráfico da violên-
problema da gravidez na adolescência é especialmente grave nas áreas cia urbana entrou em ascendência contínua: em 1960, ocorriam 5 homicí-
mais pobres: nas regiões norte e nordeste, de cada três partos uma das dios em cada 100 mil habitantes; em 1990, esse número havia dobrado.
mães está entre 10 e 19 anos. Mesmo no sul e no sudeste, o número de Graças à profunda reorganização que as polícias das grandes ci-
parturientes nessa faixa etária é muito alto: cerca de 25%. Os estudos dades americanas sofreram nos últimos anos, com ênfase especial no
mostram que os filhos dessas jovens apresentam maior probabilidade de combate à corrupção e em programas do tipo "tolerância zero", o número
serem abandonados, mal cuidados e sofrer espancamento doméstico. O de prisões quintuplicou nos últimos 30 anos: em 1960, havia cerca de 100
nascimento dessas crianças sobrecarrega a mãe, provoca abandono dos americanos presos em cada 100 mil habitantes; em 1990, quase 500.
estudos, dificuldade de conseguir emprego e reduz o poder aquisitivo da Curiosamente, os crimes violentos que aumentaram sem parar desde a
família materna, obrigada a manter a criança. década de 1960, em 1992 e 1993, começaram a diminuir de forma signifi-
Além disso, é bem provável que aquelas crianças nascidas com cante no país inteiro, e permanecem em queda até hoje. Muitos interpretam
maior vulnerabilidade a desenvolver comportamentos agressivos, criadas essa queda como resultado da maior eficiência policial, outros atribuem-na
por mães despreparadas para educá-las com coerência, possam tornar-se às menores taxas de desemprego resultantes do desempenho favorável da
emocionalmente reativas e impulsivas, condições de alto risco para a economia americana nos últimos anos.
violência.
5) Encarceramento - Muitos dos programas adotados no mundo Hipótese surpreendente
todo e em nossas Febems para controlar a agressividade juvenil, podem Apesar das especulações, ninguém consegue explicar o acontecido.
ser piores do que simplesmente inúteis. O agrupamento de jovens de Se os aprisionamentos justificassem a queda nas taxas de violência crimi-
periculosidade variável não acalma os mais agressivos: serve de escola nosa, por que apenas em 1992 elas começaram a cair, se os índices de
para os ingênuos. Todos parecem estar de acordo com o fato de que encarceramento aumentaram sem parar desde 1960, enquanto a violência
nossas cadeias funcionam como universidades do crime, mas é importante seguiu sua escalada contínua?
saber que diversos estudos confirmam essa impressão. T. Dishion, do
Oregon Social Learning Center, acompanhou um grupo de 200 adolescen- Da mesma forma, se a redução do desemprego fosse a justificativa,
tes por um período de 5 anos. Os meninos que não fumavam cigarro, por que só a partir de 1992 esse efeito seria detectável, se os Estados
maconha e não bebiam álcool antes dos 14 anos, mas ficaram amigos de Unidos viveram diversas fases de prosperidade nos últimos 30 anos, en-
outros que consumiam essas drogas, tornaram-se usuários dois anos mais quanto a criminalidade crescia sem parar?
tarde, de forma estatisticamente previsível. O autor concluiu: "é um erro
terrível alojar jovens delinquentes no mesmo lugar". Uma fruta estragada Para ilustrar, pela terceira vez, a complexidade desses temas, vamos
parece mesmo contaminar o cesto inteiro, como diziam nossos avós. citar a conclusão a que chegaram dois pesquisadores da Universidade de
Em 1990, P. Chamberlain e seu grupo, do mesmo centro de Ore- Stanford, He e John Donohue, depois de análise criteriosa dos dados
gon, conduziram um estudo com jovens delinquentes de 13 a 14 anos. Ao referentes à progressão da violência americana, a partir de 1970. Segundo
acaso, os meninos foram distribuídos para cumprir pena em dois locais: eles, a principal explicação para a queda da criminalidade ocorrida depois
albergados em instituições ou colocados individualmente em casas de de 1992 a esta data, não foi a prosperidade econômica ou o trabalho polici-
família que recebiam ajuda financeira para mantê-los. Enquanto 57,8% dos al: foi consequência da liberação do aborto nos anos 1970.
meninos institucionalizados fugiram, apenas 30,5% dos que ficaram com as
famílias o fizeram. Um ano depois de serem postos em liberdade, os que Os dados demográficos mostraram aos pesquisadores que as mulhe-
ficaram em casas de família tinham passado 60% a menos de dias na res que praticam abortos são em sua maioria jovens e pobres, subpopula-
cadeia. O custo de manutenção dos jovens em prisões foi cerca de dez ções cujos filhos enfrentarão condições sociais de alto risco para a violên-
vezes maior. cia. Sem a emenda que liberou o aborto em 1973, maior a probabilidade de
6) Índices de encarceramento - No calor da emoção que esse te- mais adolescentes violentos completarem 18 anos em 1991. Sem eles, teria
ma provoca, a sociedade chega a defender posições antagônicas: muitos sido possível a redução da criminalidade descrita a partir de 1992.
acham que se todos os delinquentes fossem para a prisão (ou fuzilados,

Noções de Criminologia 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O trabalho de He e John Donohue despertou fortes reações emocio-  Sociobiocriminoso
nais na comunidade acadêmica. O citado diretor do National Consortium on  Criminoso habitual
Violence Research, A. Blumstein, resumiu essas reações da seguinte
 Criminoso ocasional
maneira, para a revista Science: "É preciso grande habilidade para escrever
um trabalho que enfureça ao mesmo tempo a direita e a esquerda. Os  Criminoso passional
autores conseguiram fazê-lo de forma brilhante". Pelo exposto, fica claro  Criminoso situacional
que nem todos os fatores que afetam a criminalidade podem ser alterados a
curto prazo. Não é fácil construir uma sociedade rica e igual, que eduque de O DELINQUENTE
forma adequada todas as crianças, diga não às drogas de uso compulsivo, Delinquente é aquele que comete crime. É o que vive à margem da lei
encontre alternativas às cadeias, acabe com as armas e aplique justiça com e que por ela é alcançado com a sua ação normativa e sancionadora. Mas
isenção. Como ainda conviveremos por muito tempo com a violência urba- quem comete crime? Quem delinque? Como já vimos na nossa exposição
na, é preciso interpretá-la de forma menos emocional. Não há soluções do segundo capítulo, o crime é um fenômeno complexo.
mágicas para bloquear os fatores biológicos e sociais que aumentam a
probabilidade de um indivíduo resolver seus conflitos pessoais por meio de Para Adolphe Quetelet (1796-1874) “a sociedade encerra dentro de si
métodos violentos. A violência urbana deve ser entendida como doença de os germes de todos os crimes, de certo modo prepara-os, e o criminoso é o
causa multifatorial, contagiosa, com aspectos biológicos e sociais que instrumento que os executa”.
precisam ser estudados cientificamente para podermos desenvolver estra-
tégias seguras de prevenção e tratamento. Drauzio Varella Induvidosamente, Quetelet estava coberto de razão. A estatística nos
mostra, que o maior índice de criminalidade se situa entre negros, pobres,
prostitutas, gays e lésbicas. Notamos ai que são a minoria da qual falamos
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS anteriormente. Mas os poderosos também delinquem, talvez em proporção
(Gassin) menor, porém com maiores efeitos danosos nas suas ações que os excluí-
dos e para eles as sanções são sempre mais abrandadas ou porque deles
Delinquentes Anormais se faz um juízo que inclui um misto de medo e admiração ou porque enten-
 anormalidades somato-psíquicas (oligofrênicos, perversos, carac- de os legisladores que não devam ser tratados como delinquentes. Temos
terológicos, alcoólicos e toxicômanos) como exemplo as leis penais de caráter econômico que criam situações
sempre condicionadas ao cumprimento de alguns requisitos, que obstacula-
 doenças mentais (retardo mental, demência senil, demência pós- rizam a ação penal, ou promovem a suspensão da pretensão punitiva, ou
traumática, psicoses e neuroses)
ainda a extinção da pena – Lei 10.684/03.
Delinquentes Normais
Edwin Sutherland com a teoria da associação diferencial nos mostra
 delinquentes ocasionais que o crime não pode ser definido simplesmente como disfunção ou ina-
 pseudo-delinquentes ou ocasionais puros daptação de pessoas de classes menos desfavorecidas. Nos mostra que o
 criminosos passionais homem aprende a conduta desviada e associa-se com referência nela.
 criminalóides (criminosos habituais em potência)
 delinquentes habituais Com base nessa teoria podemos observar, que o criminoso de colari-
nho branco, definido como aquela pessoa respeitável e de elevado estatuto
 delinquentes habituais propriamente ditos
social, que comete crime no âmbito da sua profissão, sofreu uma socializa-
 delinquentes profissionais ção incorreta e que os valores dominantes do “seio” do grupo, ensinaram-
o juvenis (personalidade em formação, susceptível de evolução) lhes o delito. Assim deduzimos, que para tal criminalidade uma pessoa se
o adultos (personalidade formada e pouco susceptível de evolução) converte em delinquente quando as definições favoráveis à violação da
norma superam as definições desfavoráveis.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS
(Odon Ramos Maranhão) A ação dos chamados “criminosos de colarinho branco” são pautadas
 Ocasional na degeneração da personalidade, na degradação moral assimilada ao logo
 personalidade normal do tempo pelo poder do Poder, pela ambição desmedida, pela falta do
 fator desencadeante poderoso (pulsão intensa) ethos moral, sendo diferente da ação das minorias, que exurge da incompe-
 ato consequente que transcende aos meios contensores dos im- tência e do descaso do Poder Público, do preconceito de uma sociedade
pulsos apodrecida por valores fantasmas.
 Sintomático
Se a sociedade e o Governo, realmente se preocupassem com as mi-
 personalidade com perturbação transitória ou permanente (doença) norias, cada um dando a sua parcela de contribuição para a sua reinserção
 fator desencadeante mínimo ou nulo social, certamente não teríamos um número tão grande de delinquentes, as
 ato vinculado à sintomatologia da doença nossas prisões não estariam tão cheias, bem assim os xadrezes das nos-
 Caracterológico sas delegacias, e aos nossos Juízes não seriam debitadas as mazelas da
 personalidade com defeito constitucional ou formativo do caráter violência.
 fator desencadeante mínimo ou eventual
Mas o que se pode esperar de alguém que não tem mais esperança?
 ato ligado à natureza do caráter do agente
O que se pode esperar de alguém segregado de um contexto no qual
deveria estar inserido até mesmo em respeito à força contributiva da sua
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS
descendência. O que se pode esperar de alguém que é tratado pelo Estado
(Hilário Veiga de Carvalho)
e pela sociedade como verdadeiro inimigo, apenas pela sua condição de
Biocriminoso puro (pseudocriminoso)
ser: de ser podre, negro, doente, idoso, deficiente, desempregado, prostitu-
 Biocriminoso preponderante ído, ignorante?
 Mesobiocriminoso
 Mesocriminoso preponderante Será que não estamos sem perceber, criando para a minoria o verda-
 Mesocriminoso puro (pseudocriminoso) deiro Direito do Inimigo tão defendido por Jakobs e tão repelido pelos
grandes penalistas de bom senso?
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS
(Newton Fernandes & Valter Fernandes) O legislador tem mergulhado o Direito Penal numa seara perigosa, cri-
Biocriminoso ando tipos penais sem, contudo descrevê-los, tornando mais exasperadas
 Sociocriminoso as penas para determinados tipos de delito visando atender a situações de

Noções de Criminologia 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exigência da mídia; restringindo direitos constitucionais a determinados como ser humano, com seus medos, os seus anseios, qualidades, defeitos,
tipos de delinquentes, presumindo prévia e abstratamente o perigo termi- frustrações e possibilidades de escolha de conduta diversa.
nando por criminalizar simples atividade em afronta ao princípio da lesivi-
dade e isto podemos observar em todos os delitos de perigo abstrato. Antes de se jogar alguém numa prisão por motivo insignificante e ainda
que, de grande significância seja o crime, não se pode querer mantê-lo “ad
Não é o Direito Penal o método adequado de combate à fome, a po- eterno” naquele estado em condição subumana, vedando-lhe os direitos
breza, a miséria, a ignorância, tem ele a sua função repressora é verdade, constitucionais quando a própria Carta Magna no seu at. 5º, XLVII, estabe-
porém sobre ele também pesa o múnus da ressocialização e os princípios lece que não haverá pena de morte exceto em caso de guerra declarada,
da fragmentabilidade e subsidiariedade dos quais depreendemos que ele nem prisão perpétua e penas cruéis.
somente, deve ser usado em “ultima ratio” ou seja quando todas as outras
Ninguém é de todo mal, como também ninguém é de todo bom. Quem
ciências não obtiverem êxito na solução dos problemas que se apresentem
de nós não está sujeito a cometer um crime? Tudo depende do momento,
ao Estado.
da situação, das circunstâncias, porque não somos Deuses, não somos
infalíveis e perfeitos, somos apenas seres humanos. Assim, necessário se
Cabe ao Estado, portanto, valer-se dos princípios administrativos, da
faz que se busque não só adequar a conduta do indivíduo à tipicidade da
política criminal e sócio-econômica para o combate à redução do número
norma jurídica, mas que se investigue o que o fragilizou a ponto de levá-lo a
de delinquentes e consequentemente da criminalidade e violência, minimi-
agir de tal e qual maneira.
zando a miséria para resgate da cidadania.
Que se puna o crime como crime e se trate o delinquente como pesso-
Apegue-se o Estado a combater a delinquência educando as suas cri- a, como cidadão, cidadão que se tornou vulnerável por uma série de fatores
anças, retirando-as das sinaleiras e dos viadutos, gerando empregos para sociais que nortearam a sua vida.
os seus pais, dando-lhes moradia digna, valorizando os menos afortunados
como cidadãos, mostrando-lhes a capacidade de ser útil, mostrando-lhes A perfeita compreensão do fato delituoso, no dizer de Roberto Bergalli,
que têm direitos e que estes devem ser respeitados e não tolhidos, mos- não está no fato em si, mas deve ser buscada na sociedade em cujas
trando-lhes que o Estado tem para com eles o dever de proteção e amparo. entranhas podem ser encontradas as causas últimas da criminalidade. O
Fundamento imediato do ato desviado é a ocasião, a experiência ou o
Mostre a sociedade também, que todos têm o seu valor independente desenvolvimento que fazem precipitar esse ato não em um sentido deter-
da origem, da classe social a qual pertençam, das atividades que exerçam, minista, mas no sentido de eleger, com plena consciência, o caminho da
ou da opção de vida que escolheram. desviação como solução dos problemas impostos pelo fato de viver em
uma sociedade caracterizada por contradições.
Vive à margem da lei, àquele que, não mais sente cintilar o brilho da http://www.direitonet.com.br/artigos/x/23/10/2310/
virtude e que não mais se sentindo cidadão, julga nada mais ter a oferecer
à sociedade que o segrega, além do seu rancor, da sua inveja, da sua DELINQUÊNCIA JUVENIL E FAMÍLIA
revolta. Helci Rodrigues Pereira
Despoje um indivíduo de todos os seus valores por ausência de pers- Em geral, a atmosfera familiar contribui bastante para o entretecimento
pectiva de vida, mostre-lhe que não deve ser tratado como os demais do delinquente
cidadãos, mais como um inimigo, apenas porque delinquiu. Mantenha-no
encarcerado não só dentro de uma prisão, mas dentro de si mesmo e o Todo o tipo de delinquente de que se possa tomar conhecimento, de
faça por tempo suficiente para que ele perca todo o seu contato com o seu uma forma ou de outra, mediata ou imediatamente, atual ou remotamente,
meio, todo os laços de afetividade para com a sua família. tem como causas de sua delinquência fatores bio-psíquico-econômicos de
uma sociedade NEUROTIZADA E NEUROTIZANTE.
Mostre a ele que deverá permanecer encarcerado porque sua conduta,
sendo incompatível com o equilíbrio social esperado, o torna perigoso e Seja o criminoso que pratica o delito sem participação do “ego”; seja o
irrecuperável, insusceptível de perdão. Enfim, abandone-o à própria sorte delinquente neurótico, cujas ações estão neuroticamente condicionadas por
em lugar fétido e de condições subumana como são as nossas prisões e ao falha dos mecanismos inibitórios do seu “superego”; seja aquele que age
final poderemos ver quem realmente está agindo como grande, verdadeiro sob pressão de tendências inconscientes, caracterizado por um “querer
e perigoso delinquente, a quem está afeta a marginalização social. indireto” ou “querer inconsciente”; seja o que age sob o impacto de violenta
emoção, como nos crimes passionais: todos os que DELINQUEM, os que
O próprio Lombroso admitiu que as condições da prisão e o contato assumem uma posição anti-social agressiva, foram preparados, direta ou
dos presos com outros criminosos acabavam por criar criminosos habituais indiretamente, pelas estruturas sociais desumanas favorecedoras dos
e ao estudarmos a teoria do Labelling nos faz evidente que o indivíduo desajustes, dos desequilíbrios e dos delitos humanos, de tal forma que,
rotulado de marginalidade começa a interagir com outros que julga seus afinal, a grande delinquente é a própria sociedade. E, sendo a sociedade,
iguais. O Labelling desloca o problema criminológico do plano da ação para no dizer de Ruy Barbosa, a “família amplificada”, resulta daí a sua
o da reação, fazendo com que a verdadeira característica comum dos importância como variável no assunto.
delinquentes seja a resposta das audiências de controle.
À baila o respeitável pronunciamento de STANFORD:
“A maioria dos psicólogos concordariam que os fatores sociais são
Para os autores do Labelling Approach a conduta desviante é o resul-
determinantes significativos de nossos traços de personalidade e, como o
tado de uma reação social e o homem delinquente apenas se distingue do
primeiro dentre eles, vem a família. Uma atmosfera adequada no lar, com
homem comum devido a estigmatização que sofre.
boas relações entre os pais e a criança, é quase essencial ao
desenvolvimento de personalidade bem ajustada. Estudos anteriores de
Em outro artigo, pretendemos nos aprofundar na teoria do Libelling
lares desfeitos fundamentam esta teoria. CYRIL BURT, psicólogo inglês,
Appproach enfocando inclusive a desviação secundária que é gerada pela
descobriu que 58% de delinquentes que observou provinham de famílias
prisão.
divididas pela morte, pelo divórcio ou por ausência dos pais. Somente 25%
de crianças não-delinquentes, de ambientes comparáveis, eram produtos
Conclusão
de lares desfeitos. Estudos posteriores chegaram à mesma conclusão,
Não existem dúvidas que o crime deve ser punido e combatido e que
embora os resultados não sejam sempre tão marcantes (...) HORNELL e B.
os grandes criminosos devem ser segregados da sociedade como forma de
HART, sociólogos, defenderam que o antagonismo constante entre pais
preservação da segurança estatal.
desintegra a personalidade de uma criança”.
É preciso, porém saber equilibrar a balança, colocando de um lado o AUGUST AICHORN, psicólogo vienense, nos informa que as crianças
ato criminoso tipificado na lei, com observância de todos os princípios que de sua instituição para delinquentes vieram, quase que exclusivamente, de
devem nortear a tipicidade material e do outro o delinquente como pessoa, lares desintegrados e desarmoniosos.

Noções de Criminologia 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A psicóloga infantil BERTA W. HARTWICK verificou que as crianças “NINGUÉM ME QUER!” - Eis aí o drama íntimo e o retrato de toda a
pré-escolares oriundas de lares bem integrados e felizes se comportavam tragédia do menor abandonado! Referimo-nos ao abandonado que
cooperativamente e manifestavam equilíbrio emocional e bom ajustamento. perambula pelas ruas da cidade, sem teto e sem amor, e ao abandonado
dentro de casa, tendo, talvez, tudo, menos atenção e afeto, sentindo-se,
PAULO GUSMÃO DOURADO, em seu Manual de Sociologia, destarte, infeliz. A psicologia da canção popular já proclamava: “não é só
corroborando com esta posição relativa à importância no favorecimento ou casa e comida que faz a mulher feliz.
não das tendências desviantes, até delinquentes, escreveu:
“... O abalo sofrido pelos valores familiares (...) os divórcios, as Amor é uma necessidade. Sua falta pode causar um desastre na vida
separações de fato, os novos lares de casamento sem base legal, de uma pessoa.
socialmente tolerados e reconhecidos, os conflitos de gerações, a ausência
de mãe no lar por motivo de trabalho ou por abandono do lar, muitas vezes Quem sabe, a criança ouviu tantas vezes: “você não presta!”; “você
para construir outro, os conflitos entre esposos ou entre concubinos, nunca vai ser nada na vida!”; “você é um malandro!”; “você é um
manifestados, na maioria das vezes, na presença dos filhos, a televisão, relaxado!” que termina por se convencer, e o sendo na realidade.
roubando o tempo do diálogo entre pais e filhos, TODOS ESTES FATORES
se refletem negativamente sobre a personalidade dos filhos, abrindo a porta Um outro adolescente saiu-se com essa exclamação: “Oh! Se
para a DELINQUÊNCIA, para os protestos e as fugas nas drogas ...” algumas pessoas nos tivessem aconselhado em lugar de martelar
nossas cabeças...!”
Pesquisas sociológicas feitas em Nova Iorque, ainda em 1950,
detectaram os seguintes elementos com respeito à relação FAMÍLIA e É o lamento que vem do escrínio, do âmago, do mais profundo de um
DELINQUÊNCIA: adolescente-delinquente. O adulto usa seus critérios e exige tal ou qual
1º - “Os lares desfeitos são mais importantes como origem de crimes comportamento da criança. E martela na sua cabeça. Exige que ela aja
entre as meninas do que entre os meninos”; “como adulto”, não lhe perdoando qualquer deslize ( mas nem sempre lhe
2º - De 322 meninos, 81 tinham sido condenados por delitos como dá exemplo congruente ) e, como martelo, cai sobre o faltoso e o incrimina.
furto e roubo, e os restantes por delinquência sexual. Desses, Desta forma, entre gritos histéricos de repreensões e censuras, cresce o
44% tinham vindo de LARES DESFEITOS; candidato à delinquência, que se revolta contra os seus próprios produtores
3º - O interesse ambiental “predispõe a delinquência com reação ou forjadores.
neurótica, acompanhada, por vezes, de sintomas psiquiátricos.
A delinquência no indivíduo que não esteja sob tensão estaria As estatísticas, em todo o mundo, confirmam a responsabilidade dos
mais associada à anormalidade de personalidade”. pais e do ambiente sócio-familiar no desenvolvimento da personalidade.
Um estudo especial sobre a matéria, realizado numa grande universidade
Não podemos, portanto, olvidar que a família é o cadinho no qual se norte-americana, revelou que 60% dos menores delinquentes têm pais que
desenvolve uma personalidade. bebem excessivamente; 75% experimentaram a permissividade. Aprende-
ram a fazer e fizeram o que quiseram; 60% são oriundos de lares com
Um estudo de 288 meninos e 35 meninas, na Grã-Bretanha, que grande desarmonia interna; 70% têm pais que não se interessam pelos
tinham sido considerados oficialmente delinquentes, revelou que seus pais seus amigos; 80% queixam-se da indiferença da mãe; 60% reclamam da
não cuidaram bem do uso dos serviços médicos e sociais disponíveis; apatia dos pais. Muitos provêm de lares totalmente destruídos. Poucos
viviam em condições habitacionais indesejáveis e mostravam pouco receberam qualquer orientação espiritual/religiosa.
interesse no preparo educacional dos filhos.
Helci Rodrigues Pereira é Pastor, Advogado, Professor, Escritor e tam-
Lamentavelmente, constatamos que os estímulos no lar raramente têm bém autor dos livros "Pastorais", "O Ser Humano - Reflexões" e "Expres-
sido inspiradores e construtivos. Por trás do delinquente, em muitos casos, sões do Recôndito".
não em todos, está a família que não soube transmitir aos seus filhos os
verdadeiros valores da vida e permitiu que essas crianças enchessem suas TRANSTORNO DE CONDUTA (DELINQUÊNCIA)
mentes, suas almas com ilusões, fantasmas, emoções mórbidas e Dentro da psiquiatria da infância e da adolescência, um dos quadros
libidinosas, sem qualquer relação com a realidade. Com isso, não mais problemáticos tem sido o chamado Transtorno de Conduta, anterior-
ousamos dizer que de lares de influências positivas não saiam crianças que mente (e apropriadamente) chamado de Delinquência, o qual se caracteriza
se venham a tornar delinquentes por outros motivos e experiências de vida. por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou
Para compreendermos como se fazem alguns tipos de delinquentes, na desafiadora, por no mínimo seis meses (segundo a CID10). E é um diag-
maioria dos casos, temos de partir das atitudes das gerações adultas em nóstico problemático, exatamente por situar-se nos limites da psiquiatria
relação às mais jovens. com a moral e a ética, sem contar as tentativas de atribuir à delinquência
aspectos também políticos.
LAURO BRETONES, articulista de escol, de uma revista paulista já
esgotada e não mais editada – UNITAS, em trabalho intitulado “COMO VAI Trata-se, sem dúvida, de um sério problema comportamental, entretan-
A FAMÍLIA ?”, nos apresenta alguns pronunciamentos de delinquentes, to, muitos são os autores que se recusam a situá-lo como uma doença,
que trazem luz sobre o fato da influência e responsabilidade familiar na uma patologia capaz de isentar seu portador da responsabilidade civil por
delinquência juvenil. Vejamos alguns: seus atos, responsabilidade esta comum a todos nós.
“ONTEM TIVE A MAIOR AVENTURA DE MINHA VIDA!” - Estas
foram palavras de um adolescente dirigidas à polícia, logo após a De fato, soa estranho a alguns psiquiatras a necessidade de se consi-
perpetração de seu primeiro “crime”. Ele, que não recebera da família derar "doença" um quadro onde o único sintoma é uma inclinação voraz ao
estímulos para experimentar aventuras construtivas e sadias, considera seu delito. No mínimo, seria de bom senso à medicina ter em mente que, para
ato delituoso uma “suprema aventura”. problemas médicos aplicam-se soluções médicas e para problemas éticos...
devem ser aplicadas soluções éticas. Entendam como quiser...
“NÃO TIVE O AMOR QUE UMA CRIANÇA DEVERIA TER TIDO!” -
Para ser considerado Transtorno de Conduta, esse tipo de comporta-
Palavras de um Adolescente-delinquente que foi, no recesso do lar, um
mento problemático deve alcançar violações importantes, além das expec-
carente de amor, um necessitado do afeto que só se pode experimentar
tativas apropriadas à idade da pessoa e, portanto, de natureza mais grave
num lar harmonioso.
que as travessuras ou a rebeldia normal de um adolescente, ainda que
extremamente enfadonhos. Este tipo comportamento delinquencial parece
“MEU PRINCIPAL MOTIVO PARA ROUBAR ERA O DESEJO DE
preocupar muito mais os outros do que a própria criança ou adolescente
FAZER ALGUMA COISA” Quantos adolescentes, hoje, sofrem as
que sofre da perturbação.
consequências de terem tido tudo sem precisar fazer qualquer esforço!
Aprenderam a encontrar tudo pronto. Tudo para eles era ócio e lazer. Esse Seu portador pode não ter consideração pelos sentimentos alheios, di-
tem sido, sempre, um bom caminho para se produzir vidas desajustadas. reitos e bem estar dos outros, faltando-lhe um sentimento apropriado de

Noções de Criminologia 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
culpa e remorso que caracteriza as "boas pessoas". Normalmente há, Adolescência. Ambos os subtipos podem ocorrer de 3 formas: leve, mode-
nesses delinquentes, uma demonstração de comportamento insensível, rada ou severa.
podendo ter o hábito de acusar seus companheiros e tentar culpar qualquer
outra pessoa ou circunstância por suas eventuais más ações. A baixa Tipos Com Início na Infância
tolerância a frustrações das pessoas com Transtorno de Conduta favorece Neste tipo de Transtorno de Conduta um dos critérios de diagnóstico
as crises de irritabilidade, explosões temperamentais e agressividade (veja adiante) é que ele aparece antes dos 10 anos. Os portadores de de
exagerada, parecendo, muitas vezes, uma espécie de comportamento Transtorno de Conduta com Início na Infância são, em geral, do sexo
vingativo e desaforado. masculino, frequentemente demonstram agressividade física para com
outros, têm relacionamentos perturbados com seus pais, irmãos e colegas,
Entende-se por "baixa tolerância a frustrações" uma incapacidade em podem ter concomitantemente um Transtorno Desafiador Opositivo e,
tolerar as dificuldades existenciais comuns a todas as pessoas que vivem geralmente, apresentam sintomas que satisfazem todos os critérios para
em sociedade, uma falta de capacidade em lidar com os problemas do Transtorno de Conduta antes da puberdade. Esses indivíduos (que satisfa-
cotidiano ou com as situações onde as coisas não saem de acordo com o zem todos os critérios para Transtorno de Conduta) estão mais propensos a
desejado. desenvolverem o Transtorno da Personalidade Anti-Social na idade adulta.

Essas crianças ou adolescentes costumam apresentar precocemente Com Início na Adolescência


um comportamento violento, reagindo agressivamente a tudo e a todos, Este tipo de Transtorno de Conduta, ao contrário do anterior, se carac-
supervalorizando o seu exclusivo prazer, ainda que em detrimento do bem- teriza pela ausência de sinais característicos da conduta sociopática antes
estar alheio. dos 10 anos de idade. Em comparação com o Transtorno de Conduta com
Início na Infância, esses indivíduos estão menos propensos a apresentar
Elas podem também exibir um comportamento de provocação, ameaça comportamentos agressivos e tendem a ter relacionamentos mais normais
ou intimidação, podem iniciar lutas corporais frequentemente, inclusive com com seus familiares e colegas. Quanto mais tardio for o início do quadro,
eventual uso de armas ou objetos capazes de causar sério dano físico, menos propensos estão as pessoas de desenvolver um Transtorno da
como por exemplo, tacos e bastões, tijolos, garrafas quebradas, facas ou Personalidade Anti-Social na idade adulta. Aqui a incidência entre homens
mesmo arma de fogo. e mulheres é quase o mesmo.

Outra característica no comportamento do portador de Transtorno de Níveis de Gravidade Leve


Conduta é a crueldade com outras pessoas e/ou com animais. Não é raro No nível leve do Transtorno de Conduta há poucos problemas de com-
que a violência física possa assumir a forma de estupro, agressão ou, em portamento, e tais problemas causam danos relativamente pequenos a
outros casos, homicídio. outros, tais como, por exemplo, mentiras, gazetas à escola, permanência
na rua à noite sem permissão.
O padrão de comportamento no Transtorno de Conduta se caracteriza
pela violação dos direitos básicos dos outros e das normas ou regras Moderado
sociais. Esse comportamento pode ser agrupado em 4 tipos principais: O número de problemas de conduta e o efeito sobre os outros são in-
1. conduta agressiva que causa ameaça ou danos a outras pessoas termediários entre "leves" e "severos", onde já pode haver furtos sem
e/ou animais; confronto com a vítima, vandalismo, uso de fumo e/ou outra droga.
2. conduta não-agressiva, mas que causa perdas ou danos a proprie-
dades; Severo
3. defraudação e/ou furto e; Muitos problemas de conduta estão presentes na forma severa do
4. violações habituais de regras. Transtorno de Conduta, problemas que causam danos consideráveis a
outros, tais como, sexo forçado, crueldade física, uso de arma, roubo com
As perturbações do comportamento no Transtorno de Conduta acabam confronto com a vítima, arrombamento e invasão.
por causar sérios prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou ocupa-
cional, favorecendo uma espécie de círculo vicioso: transtornos de conduta, Classificação
prejuízo sócio-ocupacional, repressões sociais, rebeldia, mais transtorno de Uma das dúvidas de quem não está familiarizado com os Transtornos
conduta. O Transtorno de Conduta é um diagnóstico especialmente infantil de Conduta é saber onde, dentro da psiquiatria, se classificam esses qua-
ou da adolescência pois, depois dos 18 anos, persistindo os sintomas dros. Essa categoria de diagnóstico é classificado naquilo que chamamos
básicos (contravenção), o diagnóstico deve ser alterado para Transtorno da de Transtornos de Comportamentos Disruptivos (TCDs), segundo o
Personalidade Anti-Social. DSM.IV. Os TCDs englobam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperati-
vidade, o Transtorno Desafiador e Opositivo e o Transtorno de Conduta,
Outra característica do Transtorno de Conduta é que esse padrão so- propriamente dito, sob o código 312.8. Na CID.10 os Transtorno de Condu-
ciopático de comportamento costuma estar presente numa variedade de ta são chamados de Distúrbios de Conduta e estão classificados como uma
contextos sociais e não apenas em algumas circunstâncias, ou seja, não só categoria isolada no código (veja) F91.
na escola, não só no lar, só na rua..., por exemplo. O portador desse trans-
Quando dissemos no início que os Transtornos de Conduta se situam
torno causa mal estar e rebuliço na comunidade em geral.
nos limites da psiquiatria com a moral e a ética, é porque o diagnóstico
desses casos se baseia em conceitos sociológicos, uma vez que se pautam
O diagnóstico de Transtorno de Conduta deve ser feito muito cuidado-
nas consequências que as relações sociais divergentes e mal adaptadas
samente, tendo em vista a possibilidade dos sintomas serem indício de
podem ter sobre a arguição das pessoas. O comportamento de portadores
alguma outra patologia, como por exemplo, o Transtorno de Déficit de
de Transtorno de Conduta é definitivamente "mau" para todos os envolvi-
Atenção e Hiperatividade, ou Retardo Mental, Episódios Maníacos do
dos.
Transtorno Afetivo Bipolar ou mesmo a Esquizofrenia. Devido à excelente
capacidade das pessoas com Transtorno de Conduta manipular o ambiente Com frequência o resultado desse tipo de conduta, além dos dissabo-
e dissimular seus comportamentos anti-sociais, o psiquiatra precisa recorrer res à boa convivência social, acabam por determinar investimentos em
a informantes para avaliar com mais precisão o quadro clínico. classes de educação especial, colocações em lares adotivos, hospitais e
clínicas psiquiátricas e programas de tratamento de abuso de substâncias,
Também a destruição deliberada da propriedade alheia é um aspecto cadeias, além da periculosidade social à qual toda sociedade se sujeita.
característico do Transtorno de Conduta, podendo incluir a provocação Mesmo que esses comportamentos da infância e adolescência acabem por
deliberada de incêndios com a intenção de causar sérios danos ou destrui- desaparecer com a idade, muitas vezes deixam importantes cicatrizes
ção de propriedade de outras maneiras, como por exemplo, quebrar vidros policiais, jurídicas, familiares e sociais durante toda a idade adulta. Se eles
de automóveis, praticar vandalismo na escola, etc. Atualmente a psiquiatria persistirem (transformando-se em Transtornos Anti-Social da Personalida-
tende a considerar dois subtipos de Transtorno de Conduta com base na de), a regra será perda de emprego, crimes, prisão e falhas terríveis de
idade de início, isto é, o Tipo com Início na Infância e Tipo com Início na relacionamentos.

Noções de Criminologia 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma vez que os Transtornos de Conduta se apresentam, há uma forte os homens com menos de 18 anos, taxas que variam de 6 a 16%; para as
tendência do entorno sócio-familiar em reagir, e essa resposta da família, mulheres, as taxas vão de 2 a 9%. O Transtorno de Conduta pode se iniciar
da escola, dos pares, do sistema policial e da justiça criminal podem acom- já aos 5 ou 6 anos de idade, mas habitualmente aparece ao final da infância
panhar a pessoa a vida toda, empurrando-o definitivamente para a margina- ou início da adolescência.
lidade.
O início após os 16 anos é raro. Alguns pesquisadores crêem que a
Sintomas maioria dos portadores o Transtorno de Conduta apresenta remissão na
Como dissemos, as pessoas com Transtorno de Conduta costumam ter idade adulta, entretanto, acreditamos que essa visão otimista reflita mais
pouca empatia e pouca preocupação pelos sentimentos, desejos e bem- um erro de diagnóstico que uma evolução benéfica do quadro. O início
estar dos outros. Elas podem ter uma sensibilidade grosseira para as muito precoce indica um pior prognóstico e um risco aumentado de Trans-
questões sentimentais e emocionais (dos outros) e não possuem sentimen- torno Anti-Social da Personalidade e/ou Transtornos Relacionados a Subs-
tos próprios e apropriados de culpa, ética, moral ou remorso. Entretanto, tâncias na vida adulta. As pessoas que não apresentam mais o quadro
como essas pessoas são extremamente manipuladoras e aprendem que a delinquencial depois de adulto eram, exatamente, aquelas que tinham essa
expressão de culpa pode reduzir ou evitar punições, não titubeiam em postura motivada por modismo ou adequação ao grupo social.
demonstrarem remorso sempre que isso resultar em benefício próprio.
De fato, não se tratava de Transtorno de Conduta propriamente dito. É
Por outro lado, costumam delatar facilmente seus companheiros e ten- por isso que muitos indivíduos com Transtorno de Conduta, particularmente
tar culpar outras pessoas por seus atos. Uma característica marcante nesse aqueles com Início na Adolescência e aqueles com sintomas mais leves
quadro é a baixíssima tolerância à frustração, irritabilidade, acessos de conseguem um ajustamento social e profissional satisfatório na idade
raiva e imprudência quando contrariados. O Transtorno de Conduta está adulta. De verdade, uma proporção substancial de pessoas diagnosticadas
frequentemente associado com um início precoce de comportamento com o Transtorno de Conduta continua apresentando, na idade adulta,
sexual, consumo de álcool, uso de substâncias ilícitas e atos imprudentes e comportamentos próprios do Transtorno Anti-Social da Personalidade.
arriscados.
Diagnóstico
Os comportamentos do Transtorno de Conduta podem levar à suspen- O diagnóstico de Distúrbio de Conduta deve ser feito somente se o
são ou expulsão da escola, problemas de ajustamento no trabalho, dificul- comportamento anti-social continuar por um período de pelo menos seis
dades legais, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez não planejada meses, e assim representar um padrão repetitivo e persistente. Devem
e ferimentos por acidentes ou lutas corporais. estar presentes algumas características importantes para o diagnóstico:
1. Roubo sem confrontação com a vítima em mais de uma ocasião
Os sintomas do transtorno variam com a idade, à medida que o indiví- (incluindo falsificação).
duo desenvolve maior força física, capacidades cognitivas e maturidade 2. Fuga de casa durante a noite, pelo menos duas vezes enquanto
sexual. Comportamentos menos severos (por ex., mentir, furtar em lojas, vivendo na casa dos pais (ou em um lar adotivo) ou uma vez
entrar em lutas corporais) tendem a emergir primeiro, enquanto outros (por sem retornar.
ex., roubo, estupro...) tendem a manifestar-se mais tarde. Entretanto, 3. Mentira frequente (por motivo que não para evitar abuso físico ou
existem amplas diferenças entre os indivíduos, sendo que alguns se envol- sexual).
vem em comportamentos mais prejudiciais em uma idade mais precoce. 4. Envolvimento deliberadamente em provocações de incêndio.
5. Gazetas frequentemente na escola (para pessoa mais velha, au-
Curso e Prevalência sência ao trabalho).
O diagnóstico de Transtorno de Conduta é importante, tendo em vista o 6. Violação de casa, edifício ou carro de uma outra pessoa.
grande número de encaminhamentos psiquiátricos motivados por compor- 7. Destruição deliberadamente de propriedade alheia (que não por
tamentos anti-sociais e agressivos, notadamente depois da criação do provocação de incêndio).
Estatuto do Menor e do Adolescente. 8. Crueldade física com animais.
9. Forçar alguma atividade sexual com ele ou ela.
Interessa ao sistema (família, juizado de menores e polícia, nessa or- 10. Uso de arma em mais de uma briga.
dem) que adolescentes problemáticos sejam deixados aos cuidados médi- 11. Frequentemente inicia lutas físicas.
cos e psiquiátricos, poupando à muitos o dissabor de deparar-se com o fato 12. Roubo com confrontação da vítima (por exemplo: assalto, roubo
de "não ter o que fazer". Boa parte da importância do diagnóstico está no de carteira, extorsão, roubo à mão armada).
fato de, muito frequentemente, o Transtorno de Conduta ser um precursor 13. Crueldade física com pessoas.
do Transtorno Anti-social no adulto.
Causas
De modo geral, é muito incomum encontrar um adulto com Transtorno Não está estabelecido ainda uma causa única para o Transtorno de
Anti-social da personalidade na ausência de uma história pregressa Trans- Conduta. Uma multiplicidade de diferentes tipos de estressores sociais e a
torno de Conduta na infância ou adolescência. Apesar dos modismos vulnerabilidade de personalidade parece associado com esses comporta-
atrelados ao comportamento inconsequente e irrequieto da juventude, as mentos anti-sociais. Durante muitos anos, as teorias sobre comportamentos
estatísticas sobre a delinquência refletem o fato de que, embora algum tipo eram de natureza sociológica. O princípio básico desta tendência afirmativa
de comportamento delinquente seja relativamente comum na adolescência, era que jovens socialmente e economicamente desprivilegiados, incapazes
apenas um pequeno percentual de jovens torna-se infrator crônico ou anti- de adquirirem sucesso através de meios legítimos e socialmente aceitos, se
social depois de adulto. voltariam para o crime.

Há alguma crença de que o Transtorno de Conduta seja mais frequente Atualmente os sociólogos têm se mostrado mais dispostos a considerar
nas classes sociais mais baixas, notadamente em famílias que apresentam, como fatores causais a integração entre características individuais e forças
concomitantemente, instabilidade familiar, desorganização social, alta ambientais (veja elementos históricos em Personalidade Criminosa). Cer-
mortalidade infantil e incidência mais alta de doenças mentais graves. tamente devem influenciar no desenvolvimento do Transtorno de Conduta
as atitudes e comportamentos familiares, assim como a exclusão sócio-
Entretanto, essa não é uma opinião unânime, acreditando-se que entre econômica, a má distribuição de rendas, a inversão dos valores, a desestru-
o comportamento delinquencial das classes mais baixas e mais altas hajam tura familiar e mais um sem número de ocorrências sociais, políticas e
diferenças apenas no modo de apresentação do comportamento, sugerindo econômicas propaladas por pesquisadores das mais variadas áreas.
assim uma falsa ideia de que os mais pobres têm mais esse transtorno. De qualquer forma essas tentativas de explicações causais são sempre
muito vagas e imprecisas. É difícil estabelecer claras relações causais entre
A prevalência do Transtorno de Conduta tem aumentado nas últimas condições familiares adversas e caóticas com delinquência pois, como se
décadas, podendo ser superior em circunstâncias urbanas, em comparação exige em medicina, não se observa constância satisfatória dessa regra e,
com a rural. As taxas variam amplamente, mas têm sido registradas, para muitas vezes, jovens provenientes de famílias conturbadas ou mesmo sem

Noções de Criminologia 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
famílias não desenvolvem a delinquência, enquanto seus irmãos, que sujeito ativo, o sujeito passivo ou o próprio delito em sua constituição e
vivenciam o mesmo ambiente, sim. natureza.

Observa-se, variavelmente em diversas estatísticas, que muitos pais de Denomina-se crime comum quanto ao sujeito ativo aquele que pode
delinquentes sofrem de psicopatologias‚ assim como histórias de crianças ser praticado por qualquer pessoa, sem que esta tenha que apresentar uma
com perturbações comportamentais graves podem revelar, muitas vezes, especial condição ou qualidade para que possa figurar como pessoa juridi-
um quadro de abuso físico e/ou sexual por adultos, geralmente os pais e camente capaz de praticar determinado crime. Exemplifica-se com o crime
padrastos. de homicídio. Este crime pode ser praticado por qualquer indivíduo, homem
ou mulher, jovem ou idoso, padre, advogado, médico, servidor público,
Existem estudos mostrando relações entre certos tipos de violência e- político, juiz, etc.
pisódica e transtornos do SNC (veja Violência e Psiquiatria), particularmen-
te do sistema límbico. Alguns portadores de Transtornos de Conduta po- Crime comum quanto ao sujeito passivo, por sua vez, é aquele que po-
dem mostrar, no exame clínico, sinais e sintomas indicativos de algum tipo de ter como vítima, lesado ou ofendido, qualquer pessoa, pois que a figura
de disfunção cerebral. delituosa prevista no Código não exige especial condição ou qualidade do
sujeito que sofre com a prática da infração. Como exemplo temos a mesma
Uma das ocorrências neuropsiquiátricas mais comumente encontradas figura típica do homicídio.
nos Transtornos de Conduta é o de Hiperatividade com Déficit de Atenção,
outras vezes o diagnóstico se confunde com casos atípicos de depressão Crime comum, tendo em conta o delito em si mesmo analisado, sem
grave em crianças e adolescentes. levarmos em consideração o sujeito que o pratica ou que sofre os efeitos da
atuação criminosa, é aquele que não pode ser classificado como especial.
Tratamento Assim, crime comum é aquele que não apresenta determinada qualidade
Um dos fatores que mais desanimam a psiquiatria em relação aos por- em si mesmo que o diferencie de modo peculiar dos demais. Sua configu-
tadores de Transtornos de Conduta é o fato de não haver nenhum trata- ração genérica é do mesmo teor que as demais figuras típicas, não reve-
mento efetivo e reconhecido especificamente para esse estado. Este é um lando na sua estrutura e constituição uma peculiaridade que o torne desta-
fator que contribui, significativamente, para alguns autores não considera- cado, especial. Esta qualidade, esta condição, este apanágio qualificador
rem este modo de reagir à vida como doença. Tratar-se-ia de uma altera- do título especial tem-se em função da natureza militar ou política (respon-
ção qualitativa do caráter que caracteriza uma maneira de ser, não exata- sabilidade) da infração. Logo, concluímos que se um certo delito analisado
mente um processo ou desenvolvimento patológico. não apresentar natureza e razões de foro político ou militar, tratar-se-á de
crime comum. Tomando-se o mesmo exemplo do homicídio, tal crime não
Evidentemente quando esse Transtorno de Conduta reflete uma de- tem em si mesmo natureza política ou militar em sua constituição. Bem
pressão subjacente ou uma Hiperatividade o tratamento é dirigido para verdade que o homicídio pode ter sido cometido por razões políticas (caso
esses estados patológicos de base e, é claro, o prognóstico é substancial- Carter) ou militares (como na guerra). Estes, porém, são fatores exógenos
mente melhor (veja tratamento da Depressão Infantil e da Hiperatividade). à configuração do delito em si mesmo. Não são suficientes para qualificar o
Outros programas têm tentado lidar com o comportamento disruptivo des- crime como político ou militar, pois não consideram a própria natureza da
sas crianças com fármacos, tais como o carbonato de lítio, a carbamazepi- infração, mas sim fatores externos que levaram certo indivíduo ao cometi-
na ou antidepressivos, conforme o caso. O sucesso não tem sido muito mento do crime.
animador
Fonte: Ballone GJ - Transtornos de Conduta - in. PsiqWeb, Internet, disponível 3. O que é crime especial?
em <http://www.psiqweb.med.br> revisto em 2004. R.3-Crime especial é aquele que não é comum e tem em consideração
a natureza da própria infração. Assim, fala-se em crime de natureza espe-
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES cial tomando-se em conta o fato de que o delito constitui-se de elementos
Felipe Vieira incomuns, não habitualmente encontrados nos delitos em geral, peculiari-
dades que o qualificam e o tornam destacado dos demais. Esta denomina-
1.Quais são os critérios utilizados para a classificação dos delitos, ção "especial" não supõe maior gravidade ou potencial ofensivo da infração
e quais os seus desdobramentos? frente àqueles que são denominados "comuns". Também não determina o
R.1-Os delitos podem ser classificados fundamentalmente sob duas ó- título de especial as qualidades, condições ou circunstâncias apresentadas
ticas, a saber: a legal e a doutrinária. pelos sujeitos ativo ou passivo do crime. O crime é denominado especial
porque na constelação das infrações criminais existem aquelas que se
A classificação legal levará em conta como a lei interpreta a infração. destacam das demais por uma particular característica de teor político ou
Tem-se, então, para essa perspectiva a classificação legal do fato e a militar. São figuras delituosas que necessitam de "ambiente" próprio para
classificação legal da infração. O fato é legalmente classificado como crime que possam florescer. Os denominados crimes comuns, por sua vez brotam
ou então como contravenção. A classificação legal da infração, por sua vez, em "ambiente" natural, comum, vulgar.
classificará o crime tendo em conta o bem jurídico afetado pela conduta
delituosa. Assim, classifica-se legalmente a infração observando-se o seu 4.O que é crime próprio?
nomem iuris genérico e específico, ou seja, crime contra a vida (genérico) – R.4-O critério que autoriza a denominação de crime próprio tem por ba-
homicídio (específico). se o sujeito ativo ou o sujeito passivo do delito. Seja num ou noutro, a
denominação "próprio" se dá em razão das qualidades e condições especi-
A classificação doutrinária é fruto da observação criteriosa de elemen- ais apresentadas pelos sujeitos. Assim, crime próprio quanto ao sujeito
tos que se mostrem comuns em certos crimes, ou somente em alguns ativo é aquele que tem exige do agente certos requisitos naturais ou sociais
deles, e que possibilitam uma abordagem didática, teórica e analítica acer- que o tornam capaz de figurar como sujeito executor daquele crime. Exem-
ca de seu conteúdo, forma e modo de execução. Assim, a classificação plifica-se com os crimes que exigem a condição de "funcionário público"
doutrinária tem autonomia para criar seu próprio sistema de abordagem para que possa o indivíduo perpetrar a infração.
sobre a figura típica e, inclusive, criticar os modelos apresentados pelos
legisladores em suas codificações. Nesse sentido é bom registrarmos que o Crime próprio quanto ao sujeito passivo, por sua vez, é aquele cuja fi-
legislador deve evitar positivar concepções doutrinárias, pois que a figura gura típica exige uma especial condição ou qualidade do indivíduo para que
petrificada em um código torna-se alvo dos avanços das concepções críti- possa sofrer os efeitos da atuação criminosa de certo agente. Assim, ho-
cas sobre a matéria, o que pode conduzir o documento legal a uma desmo- mem não é sujeito capaz de figurar como sujeito passivo no crime de
ralização e consequente desautorização de seus comandos. estupro.

2. O que é crime comum? 5.O que é crime de mão própria?


R.2-Define-se crime comum levando-se em conta certas perspectivas, R.5-Crime de mão própria é aquele cuja conduta típica determina que a
ou seja, o crime pode ser classificado como comum tendo em conta o execução não possa ser repassada a terceiros, exigindo que o próprio

Noções de Criminologia 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
indivíduo que cogitou, que idealizou e deseja ver o resultado da atividade por valoração e determinação própria, estabelece ser crime uma mera
criminosa realizada, execute ele mesmo o crime. Assim, o crime de mão atividade comportamental.
própria não admite a autoria mediata.
11.O que é crime comissivo?
6.O que é crime de dano? R.11-Crime comissivo é aquele cuja conduta típica requer um atuar po-
R.6-Na concepção doutrinária, crime de dano é aquele cuja figura típica sitivo da parte do sujeito ativo. Assim, o tipo requer seja o crime praticado
contempla o efetivo prejuízo ou agressão a um bem juridicamente protegi- por um comportamento ativo. São crimes praticados mediante uma ação,
do. Daí dizer-se que crime de dano é aquele que só se consuma com a por uma atividade, um comportamento atuante.
efetiva lesão do bem jurídico.
12.O que é crime omissivo?
7.O que é crime de perigo? R.12-Crime omissivo é aquele que se configura por um deixar de agir,
R.7-Crime de perigo é aquele que se consuma com a tão-só provável por um não fazer quando era esperado que algo fosse feito.
possibilidade do dano.
O crime omissivo divide-se em omissivo próprio e impróprio, sendo o
O perigo pode apresentar-se de várias formas, a saber: presumido, primeiro tomado como aquele de pura omissão, perfazendo-se com a
concreto, individual, comum, atual, iminente ou futuro. simples abstenção da realização de um ato. Nele não se faz alusão ao
resultado fruto da omissão. A omissão em si mesmo é suficiente para a
Denomina-se perigo presumido (ou abstrato) aquele estado que a pró- configuração do delito. É o caso do crime previsto no artigo 135, sob o título
pria lei atribui a presunção do perigo (iure et iure). A lei, neste caso, não de omissão de socorro.
requer que o perigo seja estimado ou percebido no plano natural. A disposi-
ção normativa atua no sentido valorar o perigo, daí porque não precisa ser Os crimes omissivos impróprios (ou impropriamente omissivos, ou co-
provado. A mera constatação da ocorrência do fato previsto em lei supõe a missivos por omissão) são aqueles cuja lei faz atribuir ao omitente a res-
subsunção e passa a exigir a responsabilidade do sujeito ativo. ponsabilidade pelo resultado advindo da sua inércia, da sua inação. O
crime pelo qual responderá o agente é comissivo, mas o sujeito o praticou
Denomina-se perigo concreto aquele cuja configuração apresenta uma por omissão. Nesses crimes, em regra, a simples omissão não constitui
real demonstração da possibilidade de dano. Daí o crime de perigo concre- crime; mas a omissão, por condicionar o surgimento de uma lesão a um
to necessitar ser provado, pois nele o perigo não se presume. bem jurídico que resulta de um fazer, de uma agir, será aquilatada como
uma ação. A lei, assim, equivale o nom facere a um facere.
O perigo individual é o que expõe ao risco de dano o interesse de uma
só pessoa ou de um grupo determinável de pessoas. 13.O que é crime instantâneo?
R.13-Crime instantâneo é aquele cuja consumação se perfaz num só
O perigo comum é aquele que expõe ao risco de dano bens e interes- momento. É o crime sobre o qual o agente não tem domínio sobre o mo-
ses jurídicos de um número indeterminado de pessoas, de tal modo a não mento da consumação, razão pela qual não poder impedir que o mesmo se
se poder individualizar, a priori, os sujeitos que se encontram em situação realize.
de risco com a prática do delito.
No crime instantâneo, atingida a consumação, chega-se a uma etapa
O perigo atual é o que está ocorrendo efetivamente. do iter sobre o qual o sujeito ativo perde domínio da condução do desdo-
bramento causal. Isto porque o que caracteriza o evento consumativo é
O perigo iminente é o que está prestes a acontecer. uma aptidão autônoma de aperfeiçoamento do resultado, independente-
mente da vontade ou intervenção humana.
O perigo futuro é aquele que, embora não existindo no presente, pode
advir em ocasião posterior. 14.O que é crime permanente?
R.14-Crime permanente é aquele cujo momento consumativo se protrai
8.O que é crime material? no tempo segundo a vontade do sujeito ativo do delito. Nesses crimes a
R.8-Crime material é aquele cuja descrição legal se refere ao resultado situação ilícita se prolonga no tempo de modo que o agente tem o domínio
e exige que o mesmo se produza para a consumação do delito. Assim, o sobre o momento consumativo do crime.
crime material é indispensável para a consumação a ocorrência do resulta-
do previsto em lei como ofensivo a um bem penalmente protegido. 15.O que é crime instantâneo de efeitos permanentes?
R.15-Crime instantâneo de efeitos permanentes são aqueles cuja per-
Registro oportuno de se fazer e lembrar é o de não se confundir crime manência dos efeitos não depende do agente. Na verdade, são crimes
material com a concepção material de crime (crime em sentido material), instantâneos que se caracterizam pela índole duradoura de suas conse-
pois que o primeiro representa uma categoria doutrinária atribuída aos quências. É o caso do homicídio, por exemplo.
delitos e o outro representa a noção teórica de fatores jurídicos e extrajurí-
dicos que estimulam ao aparecimento do crime. 16.O que é crime continuado?
R.16-Crime continuado é aquele em que o agente pratica dois ou mais
9.O que é crime formal? crimes da mesma espécie, mediante ação ou omissão, animado pelas
R.9-Crime formal é aquele cuja descrição legal faz referência ao resul- condições de tempo, espaço, circunstâncias, modos de execução, que o
tado mas não exige para a sua consumação que o mesmo se realize. De estimulam a reiterar a mesma conduta, de maneira a constituir todas elas
modo que há uma antecipação valorativa por parte da lei quanto à ofensivi- um todo delitivo. Assim, as diversas condutas aglutinam-se numa só para a
dade ou lesividade. O comportamento em si, tendente à produção de um configuração do denominado crime continuado. Os atos constitutivos do
resultado, ainda que este não se realize, é suficiente para a configuração delito continuado, isoladamente analisados, configuram delitos autônomos,
do delito. mas por razões de política criminal têm-se todos eles como integrantes de
uma só conduta típica, fragmentada em diversos atos componentes de uma
Registro oportuno de se fazer e lembrar é o de que não se deve con- só peça e cenário criminoso.
fundir crime formal com o crime em sentido formal, este último diz respeito
à estrutura do delito como configuração diante dos elementos tipicidade, Rigorosamente não se trata de um só crime, mas sim de concurso de
antijuridicidade e culpabilidade delitos. Como acima consignado, são tratados como integrantes de uma só
ação criminosa por razões de política criminal.
10.O que é crime de mera conduta?
R.10-Crime de mera conduta é aquele cuja lei não faz nenhuma alusão 17.O que é crime principal?
a algum resultado para a configuração do fato típico. Nele não há um R.17-Crimes principal é aquele que, normalmente, não acarreta desdo-
resultado que seja consequência natural da conduta de um sujeito. A lei, bramento e estímulo para o cometimento de outro crime. O crime principal

Noções de Criminologia 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tem vida própria, não sendo ponte para a configuração de outro delito. Teóricos", 2ª Edição, São Paulo, RT, 1997, p. 468, dá a lição cristalina: "No
Assim, por exemplo, do homicídio nada mais se espera. O fato delituoso modelo clássico de Justiça Criminal a vítima foi neutralizada; seu marco de
não é condição necessária ou parte integrante da configuração de outro expectativas é muito pobre; a reparação dos danos não é prioridade, senão
crime. O mesmo não ocorre com a figura da receptação, pois que esta a imposição do "castigo"".
depende de um furto ou roubo, por exemplo, anteriormente praticados.
Agravando essa situação, o nosso sistema penal não traz ainda ne-
18.O que é crime acessório? nhuma forma de amenizar o seu transtorno durante qualquer fase do pro-
R.18-Crime acessório é aquele que para ser configurado depende da cesso punitivo. A situação desumana das vítimas é uma verdadeira "via
prática de outro delito que com ele se filie. O crime acessório não tem vida crucis" criminal que a aflige.
própria pois depende da execução de outro crime para que ele (acessório)
justifique a sua prática. O crime acessório pressupõe a prática de outro Ela sofre com o crime, é destratada com o atendimento, muitas vezes
crime que lhe dá conteúdo e justificativa. É o caso evidente do crime de em péssimas condições realizado nas Delegacias de Polícia. Submete-se
receptação que pela definição de seu próprio tipo penal, artigo 180, discur- ao constrangedor comparecimento ao Poder Judiciário na fase processual,
sa dizendo "adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito na quase totalidade das vezes, desacompanhada de um advogado ou de
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que qualquer pessoa. Encontra, ainda, pelos corredores do fórum, o acusado,
terceiro, de boa fé, a adquira, receba ou oculte". temerosa de uma futura represália que possa lhe acontecer, caso preste
corretamente o seu depoimento.
19.O que é crime condicionado?
R.19-Crime condicionado é aquele que tem a punibilidade condiciona- Somamos a essa situação a aflição e as dúvidas por não ter conheci-
da a um fato exterior e posterior à consumação. Estas condições funcionam mento do andamento do processo criminal em que está envolvida, se existe
como requisitos objetivos para a punibilidade. Exemplo claro deste tipo de uma possibilidade efetiva ou não de ter seu dano reparado algum dia.
situação temos naqueles delitos que para serem apurados e o seu autor
punido dependam de serem satisfeitas as condições representadas no Iniciativa de grande importância foi o "Ato Vítimas de Crime" (VOCA),
corpo do artigo 7o do CP. de 1984 que instituiu um Fundo para as vítimas de crimes, no Departamen-
to do Tesouro dos Estados Unidos, além da criação, pelo Departamento de
20.O que é crime incondicionado? Justiça dos Estados Unidos da América, da agência OVC (Office for Victms
R.20-Crime incondicionado é o que não tem a sua punibilidade atrelada of Crime) para supervisionar diversos programas que beneficiam as vítimas
ao preenchimento de requisitos e situações que viabilizem a apuração e de crimes.
punição do sujeito ativo. Cometido o crime o ius puniendi de pode ser
buscado independentemente de qualquer satisfação procedimental material A OVC fornece fundos para a assistência da vitima, programas de
externa e posterior ao delito. compensação e também dá suporte no treinamentos para educação na
justiça criminal à outros profissionais. Todo ano, milhões de dólares são
3.4. VITIMOLOGIA depositados no Fundo de Assistência das Vítimas (VOCA), oriundos de
diversas rendas ligadas, inclusive, aos diversos programas da justiça crimi-
nal
VÍTIMA, DIREITO PENAL E CIDADANIA
Texto extraído do Jus Navigandi Ainda existem programas de compensação às vítimas dos crimes ad-
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1124 ministrados por todos os Estados da Federação norte americana. Esses
programas proporcionam assistência financeira às vítimas de crimes de
Lélio Braga Calhau ordem federal e estadual. O típico programa de compensação estadual
promotor de Justiça em Minas Gerais, pós-graduado em Direito Penal requer que as vítimas se reportem dos crimes em 3 dias e reivindiquem
pela Universidade de Salamanca (Espanha), mestre em Direito pela Uni- indenização dentro de um período fixo de tempo, normalmente dois anos. A
versidade Gama Filho (RJ), conselheiro do Instituto de Ciências Penais do maior parte dos estados da Federação pode estender esses limites para
Estado de Minas Gerais (ICP) casos necessários.
Um ponto que chama a atenção no sistema criminal brasileiro, de forma A assistência às vítimas inclui, mas não de forma limitada, os seguintes
negativa, é o desamparo que as vítimas recebem da máquina estatal e da serviços: intervenção nas situações de crises, consultas, abrigos de emer-
sociedade civil quando da ocorrência de fatos delituosos. Uma vítima gência, advocacia na justiça criminal, transporte de emergência. Por toda a
criminal é um indivíduo, família ou amigo que sofre ou foi agredida de nação existem aproximadamente 10.000 organizações que proporcionam
alguma forma por uma infração criminal praticada por um agente. auxílios desses e de outros tipos para as vítimas de crimes. Cerca de 2.800
dessas instituições recebem alguma contribuição dos fundos VOCA.
Ao contrário do racional, que seria o fim do sofrimento ou amenização
da situação em face da ação do sistema repressivo estatal, a vítima sofre Esse tipo de iniciativa demonstra , claramente, que os Estados Unidos
danos psíquicos, físicos, sociais e econômicos adicionais, em consequência se conscientizaram que a vítima, como cidadã, deve ser, da mesma forma,
da reação formal e informal derivada do fato. Não são poucos os autores assistida pelo Estado que possui o seu aparato para a defesa do Direito
que afirmam que essa reação traz mais danos efetivos à vítima do que o (Ministério Público, Polícia etc ) quando da ocorrência de um crime.
prejuízo derivado do crime praticado anteriormente.
Iniciativas de menor tamanho, mas em número razoável, existem ainda
Raúl Cervini, in "Os Processos de Descriminalização", Editora RT, São em outros países, demonstrando uma crescente conscientização global a
Paulo, 1995, p. 232, chama esse fenômeno de "sobrevitimização do pro- favor da vítima dos crimes. Vale lembrar que a proteção da vítima encontra
cesso penal" ou "vitimização secundária", quer dizer o dano adicional que raízes no Código de Hammurabi (2000-1750 AC).
causa a própria mecânica da justiça penal formal em seu funcionamento.
Infelizmente, no Brasil, não existe uma cultura própria de estudo da jus-
Se de um lado a vítima não recebe atenção nenhuma do sistema penal tiça criminal e tampouco da vítima criminal. O problema é deixado sempre
ora vigente, com a única exceção do Juizado Especial Criminal, por outro, a para o Estado. Não existe uma discussão séria pela sociedade civil. As
própria sociedade não se preocupa em ampará-la, chegando muitas vezes medidas criminais, muitas vezes, vão de encontro aos reais interesses da
a incentivá-la a manter-se no anonimato, contribuindo dessa forma para o sociedade. Medidas de necessidade social não são sequer estudadas.
aparecimento da malsinada "cifra negra", o grupo formado pela quantidade Existe um certo sentimento de fuga da população quanto a isso. Não se
considerável de crimes que não chegam ao conhecimento do sistema discuti o problema. Supõe-se que o mesmo não exista.
penal.
Dentro desses acontecimentos fica uma advertência de extrema impor-
Luiz Flávio Gomes, in "Criminologia – Introdução a seus Fundamentos tância: em termos de Direito Brasileiro, temos de equacionar nossos pro-

Noções de Criminologia 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
blemas respeitando sempre a dignidade da pessoa humana, fundamento da delito, o autor do delito e principalmente da vítima foi tendo importância
República Brasileira, na forma do artigo 1º, III, da Constituição Federal. crescente em todo o mundo.

Podemos comprovar a situação de desprestígio da vítima, como cida- Estudos realizados demonstram que a Vitimologia é uma ciência multi-
dã, numa interpretação sistemática da Constituição Federal, pois se sobre o disciplinar e que nasceu a principio incorporada a Criminologia. Mas esse
acusado temos várias referências à direitos e garantias fundamentais (art. estudo não se limita somente ao campo do Direito Penal, passando tam-
5o, CF), por outro lado, não encontramos proteções à vítima nesse terreno. bém por vários outros ramos das ciências sociais como a Sociologia Crimi-
nal e a Psicologia Criminal.
Muito, uma referência à uma hipotética lei no Ato de Disposições Cons-
Sobre a evolução dos estudos vitimológicos explana Oswaldo Henrique
titucionais Transitórias, art. 245, que disporá sobre as hipóteses e condi-
Duek Marques(A perspectiva da Vitimologia, 2001, p. 380) "A grande re-
ções em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e dependentes
descoberta da vítima, veio com o sofrimento, perseguição e discriminação
carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da respon-
das vítimas de o Holocausto, e, foi com os crimes perpetrados pelo nazis-
sabilidade civil do autor do ilícito.
mo, que começou a surgir na metade do século passado com mais serie-
dade os estudos ligados à vítima. Deste modo, então somente após a
A norma programática acima (de aplicação futura duvidosa) traz séria
Segunda Guerra Mundial os criminólogos do mundo todo passaram a se
injustiça por não proteger as vítimas de crimes culposos, deixando-as
interessar mais sobre os estudos ligados às vítimas. Diante de tanto sofri-
desamparadas pelo Poder Público. A fim de se coibir tal injustiça material
mento, o mundo começou a se preocupar de como viveriam essas vítimas e
deve ser incluída a proteção das vítimas de crimes culposos nas mesmas
o que estava sendo feito por elas".
condições acima referidas.
Desde então, muitos estudos sobre a vítima e o delito, foram sendo re-
Não existe cidadania se não é proporcionada à vítima o mesmo "trata- alizados em todo o mundo. Henry Ellemberg, em 1954, deu uma considerá-
mento assistencial" que o Estado recebe quando da prática de um crime, vel contribuição através de um artigo denominado "Relaciones pscicológi-
pois a vítima, como cidadã, é o elemento estrutural do Estado Democrático cas entre el criminal y su víctima’’. Outro artigo importante foi escrito por
de Direito. Paul Cornil em (1958/59) com o nome de "Contribuição da Vitimologia para
as ciências criminológicas’’. (Paul Cornil. Contribution de la Victimologie aux
Informações bibliográficas: sciences criminologiques, em ´´Revue de Droit Pénal et de Criminologie´´,
Brusela, 1958/9, p.587, apud Elias Neumam. Victimologia, El rol de la
CALHAU, Lélio Braga. Vítima, Direito Penal e cidadania . Jus Navi- víctima em los delitos convencionales y no convencionales, 1984, p.32).
gandi, Teresina, ano 3, n. 31, maio 1999. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1124>. Acesso em: 23 set. Na América Latina, o venezuelano José Rafael Mendoza, tratou o tema
2008. em um trabalho chamado "La importancia de la víctima em relacion con los
delitos por imprudencia o culposos del automovilismo", em 1953, e, sobre
CÓDIGO PENAL tudo Luis Jiménez de Asúa, que no Instituto de Direito Penal e Criminologia
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à condu- da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, realizou em
ta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 1958 em um seminário de doutorado que dirigia, um grande trabalho de
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabele- investigação junto a vários discípulos(Elias Neumam. Victimologia, El rol de
cerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção la víctima em los delitos convencionales y no convencionales, 1984, p.32-
do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 33).
I- as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, Jiménez de Asúa foi o primeiro jurista a falar sobre o assunto na
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previs- América Latina. Desta maneira, foi se desenvolvendo no mundo um grande
tos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) estudo e preocupação sobre o tema, em países europeus, em Israel e
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberda- sobre tudo nos Estados Unidos e Japão.
de;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No nosso entendimento, o resultado mais importante com os estudos
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra vitimológicos é que foi sendo constatado que nem sempre o autor do crime
espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, e a vítima estavam de lados opostos.
de 11.7.1984)
Nesse sentido salienta o vitimólogo argentino Elías Neuman (Victimolo-
VITIMOLOGIA gía – El rol de la víctima em los delitos convencionales y no convenciona-
Lineamentos à luz do art. 59, caput, do Código Penal brasileiro les, 1984, p. 22): "Vale dizer que a vítima pode constituir-se em fator de-
Texto extraído do Jus Navigandi sencadeante na etiologia do crime e assumir em certos casos e circunstân-
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5061 cias uma postura que integre o delito. É preciso visualizar deixando de lado
o preconceito de sua inocência. O sujeito passivo: morto humilhado, física
Sandro D'Amato Nogueira ou moralmente, não é sempre sinônimo de inocência, completa ".
conciliador do Juizado Especial Cível de Guarulhos, membro Colabo-
rador do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), pós-graduando pela Muito se tem discutido por criminólogos do mundo todo que estudam a
Escola Superior de Direito Constitucional Vitimologia se ela já pode ser considerada uma ciência autônoma. Alguns
penalistas a consideram uma ciência auxiliar da criminologia, alguns so-
1.CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES. mente um ramo da criminologia. A questão norteadora é podermos saber
Trataremos, pois, no presente trabalho, de discorrer sobre o Instituto da se Vitimologia pode ser considerada uma ciência autônoma ou não.
Vitimologia, uma ciência que tem como objetivo principal o estudo da vítima
Existem atualmente três grandes grupos internacionais bem definidos
de uma forma global. Ademais, nesse estudo aprofundado do comporta-
acerca da discussão sobre a natureza científica da Vitimologia.(Tipologias,
mento da vítima é possível analisar sua personalidade, seu comportamento
Centro de Difusion da la Victimologia, 2002).
na gênese do crime, seu consentimento para a consumação de delito, suas
a) Os tratadistas, que consideram a Vitimologia uma ciência autôno-
relações com o delinquente(vitimizador) e também a possível reparação de
ma.
danos sofridos.
b) Uma corrente que é formada por aqueles que consideram que a Vi-
timologia é uma parte da Criminologia.
Somos sabedores que o Direito Penal desde a escola clássica sempre
c) Aqueles que negam a autonomia e a existência da Vitimologia.
concentrou seus estudos no trinômio delinquente-pena-crime, mas após o
d) Consideram a Vitimologia como uma ciência autônoma, com obje-
Holocausto a preocupação com a vítima então começaria a mudar. Deste
to, método e fim próprios.
modo, o direito penal evoluiu muito nos últimos anos, e os estudos sobre o
e) Negam não só a autonomia, mas a existência da Vitimologia.

Noções de Criminologia 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Concordamos com Orlando Soares quando nos diz (Curso de Crimino- Atos preparatórios (conatus remotus) - Depois de projetar mentalmente
logia, 2003, p. 320): "A Discussão do tema evoluiu de tal forma que a a expectativa de ser vítima, passa o indivíduo à fase dos atos preparatórios
matéria ultrapassou os limites da apreciação no âmbito da Criminologia, (conatus remotus), momento em que desvela a preocupação de tornar as
como entendíamos anteriormente, passando assim a se incorporar a cate- medidas preliminares para defender-se ou ajustar o seu comportamento, de
goria de disciplina autônoma, fazendo parte da Enciclopédia das Ciências modo consensual ou com resignação, às deliberações de dano ou perigo
Penais". articulados pelo ofensor.

2. TIPOLOGIA DAS VÍTIMAS. Início da execução(conatus proximus) - Posteriormente, vem a fase do


Classificações de Benjamín Mendelsohn (Tiplogias, Centro de Difusion início da execução (conatus proximus), oportunidade em que a vítima
de la Victímologia, 2002). começa a operacionalização de sua defesa, aproveitando a chance que
dispõe para exercitá-la, ou direcionar seu comportamento para cooperar,
O vitimólogo israelita fundamenta sua classificação na correlação da apoiar ou facilitar a ação ou omissão aspirada pelo ofensor.
culpabilidade entre a vítima e o infrator. É o único que chega a relacionar a Execução (executio) - Em seguida, ocorre a autêntica execução distin-
pena com a atitude vitimal. Sustenta que há uma relação inversa entre a guido-se pela definitiva resistência da vítima para então evitar, a todo custo,
culpabilidade do agressor e a do ofendido, a maior culpabilidade de uma é que seja atingida pelo resultado pretendido por seu agressor, ou então se
menor que a culpabilidade do outro. deixar por ele vitimizar.
1 – Vítima completamente inocente ou vítima ideal: é a vítima incons-
ciente que se colocaria em 0% absoluto da escala de Mendelsohn. Consumação (consummatio) ou tentativa (crime falho ou conatus pro-
É a que nada fez ou nada provocou para desencadear a situação ximus) - Finalmente, após a execução, aparece a consumação mediante o
criminal, pela qual se vê danificada. Ex. incêndio advento do efeito perseguido pelo autor, com ou sem a adesão da vítima.
2 – Vítima de culpabilidade menor ou vítima por ignorância: neste caso Contatando-se a repulsa da vítima durante a execução, aí pode se dar a
se dá um certo impulso involuntário ao delito. O sujeito por certo tentativa de crime, quando a prática do fato demonstrar que o autor não
grau de culpa ou por meio de uma ato pouco reflexivo causa sua alcançou seu propósito (finis operantis) em virtude de algum impedimento
própria vitimização. Ex. Mulher que provoca um aborto por meios alheio à sua vontade.(Edmundo de Oliveira. Vitimologia e dreito penal.
impróprios pagando com sua vida, sua ignorância. 2001, p. 105)
3 – Vítima tão culpável como o infrator ou vítima voluntária: aquelas
que cometem suicídio jogando com a sorte. Ex. roleta russa, suicí- 4. PERIGOSIDADE VITIMAL.
dio por adesão vítima que sofre de enfermidade incurável e que No importante estudo sobre o comportamento da vítima, é relevan-
pede que a matem, não podendo mais suportar a dor (eutanásia) a te discorrermos brevemente sobre a perigosidade vitimal, que é a
companheira(o) que pactua um suicídio; os amantes desespera- etapa inicial da vitimização. Perigosidade vitimal é um estado psíquico
dos; o esposo que mata a mulher doente e se suicida. e comportamental em que a vítima se coloca estimulando a sua vitimi-
4 – Vítima mais culpável que o infrator. zação, ex., a mulher que usa roupas provocantes, estimulando a libido
• Vítima provocadora: aquela que por sua própria conduta incita o in- do estuprador no crime de estupro (Lúcio Ronaldo Pereira Ribeiro.
frator a cometer a infração. Tal incitação cria e favorece a explosão Vitimologia, 2000, p. 36.)
prévia à descarga que significa o crime.
• Vítima por imprudência: é a que determina o acidente por falta de A compreensão do conceito de "Perigosidade Vitimal’’é de suma impor-
cuidados. Ex. quem deixa o automóvel mal fechado ou com as tância para o entendimento dos próximos textos, pois estaremos discorren-
chaves no contato. do dentre outras, da vítima provocadora e de casos de vitimização com o
5 – Vítima mais culpável ou unicamente culpável. consentimento da vítima.
• Vítima infratora: cometendo uma infração o agressor cai vítima ex-
clusivamente culpável ou ideal, se trata do caso de legitima defesa, 5. O ARTIGO 59, CAPUT DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO.
em que o acusado deve ser absolvido. No nosso ordenamento jurídico temos alguns dispositivos constitucio-
• Vítima simuladora: o acusador que premedita e irresponsavelmen- nais e infraconstitucionais que falam sobre a vítima, como o Art. 59, 61, II,
te joga a culpa ao acusado, recorrendo a qualquer manobra com a c, in fine; 65, III, c, do Código Penal e art. 245 da Constituição Federal de
intenção de fazer justiça num erro. 1988. Mas, o nosso estudo se concentra na principal mudança e preocupa-
ção concernente à vítima no Brasil, que ocorreu no ano de 1984 com a
Meldelsohn conclui que as vítimas podem ser classificadas em 3 gran- reforma do Código Penal, o artigo 59, caput.
des grupos para efeitos de aplicação da pena ao infrator: Tal mudança ocorreu com o advento da Lei 7.209, DE 11 DE JULHO
1 – Primeiro grupo: vítima inocente: não há provocação nem outra DE 1984, da Nova Parte Geral do Código Penal, assim passando a vigorar
forma de participação no delito, mas sim puramente vitimal. no Capítulo III – DA APLICAÇÃO DA PENA, o artigo 59, caput com a
2 – Segundo grupo: estas vítimas colaboraram na ação nociva e e- seguinte redação:
xiste uma culpabilidade recíproca, pela qual a pena deve ser Art. 59."O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
menor para o agente do delito (vítima provocadora) social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse-
3 – Terceiro grupo: nestes casos são as vítimas as que cometem por quências do crime, bem como o comportamento da vítima, estabelecerá,
si a ação nociva e o não culpado deve ser excluído de toda pe- conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
na. crime".
3. VITIMOLOGIA, A CIÊNCIA PENAL E O ITER VICTIMAE - PRO- A Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do Código Penal, justifica
CESSO DE VITIMIZAÇÃO. assim, a preocupação com a vítima: ‘’Fez-se referência expressa ao com-
Como aponta Edmundo de Oliveira, "Iter Victimae é o caminho, interno portamento da vítima, erigido, muitas vezes, em fator criminógeno, por
e externo, que segue um indivíduo para se converter em vítima, o conjunto constituir-se em provocação ou estímulo à conduta criminosa, como, em
de etapas que se operam cronologicamente no desenvolvimento de vitimi- outras modalidades, o pouco recato da vítima nos crimes contra os costu-
zação (Vitimologia e direito penal, p.103-4)". mes’’

Fases do Iter Victimae, segundo a esquematização elaborada pelo 6. O ART. 59, CAPUT DO CP E A APLICAÇÃO DA PENA.
próprio Edmundo de Oliveira em sua obra Vitimologia e o Direito Penal – O Diante do que discoree o artigo 59, caput, então passou a ser dever do
crime precipitado pela vítima, 2001, p. 101, in verbis: magistrado na dosimetria da pena, analisar o comportamento da víti-
ma(antes e depois do delito)como circunstância judicial na individualização
Intuição (intuito)A primeira fase do Iter Victimae é a intuição, quando se da pena imposta ao acusado.
planta na mente da vítima a ideia de ser prejudicado, hostilizada ou imolada
por um ofensor. As circunstâncias judiciais são muito importantes, pois é através delas
que o juiz fixa a (pena base), obedecido o disposto no art. 59; considera-se

Noções de Criminologia 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em seguida as circunstâncias atenuantes e agravantes(pena provisória); 9. CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS E PROPOSIÇÕES.
incorpora-se ao cálculo, e finalmente as causas de diminuição e aumento( Diante dos estudos aqui apresentados, podemos concluir que:
pena definitiva). 1. É incontestável a importância hoje da Vitimologia para o Direito
Penal
Nesse sentido, Celso Delmanto, explana: "O comportamento do ofen- 2. Vitimologia é uma ciência autônoma e que pode trabalhar também
dido deve ser apreciado de modo amplo no contexto da censurabilidade do como uma ciência auxiliar a Moderna Criminologia, a Sociologia
autor do crime, não só diminuindo, mas também a aumentando, eventual- Criminal e a Psicologia Criminal.
mente. Não deve ser igual a censura que recai sobre quem rouba as fulgu- 3. Está claro que ainda há muito a se explorar desta ciência tão fasci-
rantes jóias que uma senhora ostenta e a responsabilidade de quem subtrai nante.
donativos, por exemplo, do Exército da Salvação’’(Código Penal Comenta- 4. Vimos que após analisado o comportamento da vítima no julga-
do, 2000, p. 104). mento e aplicação da pena, esta análise vitimológica poderá até
mudar o conteúdo da sentença prolatada, o que é comum nos cri-
7. O CONSENTIMENTO DA VÍTIMA(OFENDIDO). mes sexuais que envolvam o consentimento do ofendido (vítima), a
Um fato importantíssimo que deve ser investigado, é no tocante ao facilitação, instigação e a sua provocação.
consentimento do ofendido(vítima). Dependendo do comportamento do
ofendido, a conduta do sujeito ativo pode resultar em atípica e antijurídica PROPOSIÇÃO: Diante desta incontestável realidade encontrada nos
Uma situação importante de consentimento da vítima, e que deve ser nossos tribunais da vítima coadjuvante na gênese do crime, vislumbramos
analisada pelo magistrado é v.g., nos delitos sexuais, não é raro a contribu- que os operadores do Direito atentem para esse conflito estabelecido a
ição, consciente ou inconsciente da vítima nesses tipos de delitos (atentado partir da dupla penal vítima provocadora-acusado, e que a Vitimologia
violento ao pudor e estupro). contribua para o cuidadoso trabalho de investigação dos fatos apurados
pelo magistrado, para assim não incorrer em um erro judicial, que talvez
José Eulálio Figueiredo de Almeida, comenta: "O consentimento ou a- possa ser incorrigível.
quiescência da ofendida, insista-se, obtém nota de relevo nos crimes sexu-
ais, desde que não tenha sido viciado, porque permite ao Juiz, diante da BIBLIOGRAFIA
confirmação de tal circunstância, declarar a atipicidade da conduta do
acusado ou a sua antijuridicidade. (...) Se, por outro lado, esse consenti- ALMEIDA, José Eulálio Figueiredo de. Sedução: Instituto lendário do código pe-
mento é evidente exclui-se não apenas a ilicitude, mas a tipicidade da nal. Disponível na internte: http://www.elo.com.br/~eulalio, pesquisa realizada em
conduta, isto é, não há delito a punir - nullum crimen sine culpa" (José 10.10.2002.
Eulálio Figueiredo de Almeida. Sedução - Instituto lendário do código penal, CALHAU, Lélio Braga. Vítima e direito penal. Belo Horizonte: Mandamentos, 2002.
2002) CORNIL, Paul. Contribution de la Victimologie aux sciences criminologiques, em
´´Revue de Droit Pénal et de Criminologie´´, Brusela, 1958/59.
DELMANTO, Celso. et alii. Código Penal Comentada. 5ª. ed. Rio de Janeiro,
8. E A "VÍTIMA’’, DEVE SER PUNIDA? Renovar, 2000.
Como já apontado anteriormente, seja através das tipologias, seja atra- FERNANDES, Antônio Scarance. O papel da vítima no processo criminal. São
vés dos casos estudados com consentimento da vítima, pudemos constatar Paulo: Malheiros, 1995.
que existem vítimas provocadoras, que atraem para si uma determinada MARQUES, Oswaldo Henrique Fuek. A perspectiva da Vitimologia, in Atualida-
situação ou desencadeiam algum processo para que se torne vítima de des Jurídicas 3. Saraiva: São Paulo, 2001.
algo ou alguém, o chamado processo de vitimização. MENDELSOHN, Benjamín. Tipologias. Centro de Difusion de la Victimologia.
Disponível na internet: www.geocities.com/fmuraro, pesquisa realizada em
Oportuno que sejam transcritas algumas ementas, para assim, de- 16.10.2002.
NEUMAN, Elías. Victimología y control social, Las víctimas del sistema penal.
monstrar como a jurisprudência vem se pronunciando a respeito de um tem Buenos Aires: Editoral Universidad, 1994.
tão relevante. ————. Victimología, El rol de la víctima em los delitos convencionales y no
convencionales. Buenos Aires: Editoral Universidad, 1984.
EMENTA - Nº 17876 - ESTUPRO – Não caracterização – Nos crimes ————. Victimología supranacional, El acoso a la soberanía. Buenos Aires:
sexuais, a palavra da vítima, para gozar da presunção de veracidade ne- Editoral Universidad, 1995.
cessita ser verossímil, coerente e escudada no bom comportamento anteri- _______. Tipologias. Centro de Difusion de la Victimologia. Disponível na inter-
or – No caso o comportamento da vítima deixa muita a desejar – Absolvição net: www.geocities.com/fmuraro, pesquisa realizada em 16.10.2002.
decretada. (Relator: Celso Limongi – Apelação Criminal 100.223-3 – Candi- OLIVEIRA, Edmundo.Vitimologia e direito penal: o crime precipitado pela vítima.
2.ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
do Mota – 23.01.91) RIBEIRO, Lúcio Ronaldo Pereira. Vitimologia. Revista Síntese de Direito Penal e
Processual Penal, Porto Alegre, v. 1: 30-39, abr./mai. 2000.
EMENTA - Nº 28859 - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR – Não ca- ROXIN, Claus. Derecho Penal – Parte General – Tomo I – Fundamentos. La Es-
racterização – Ausência de violência física – Atos praticados com consen- tructura de La Teoria Del Delito. 2ª. Madrid: Editoral Civitas, 2000.
timento da vítima – Versões apresentadas por esta, que se mostram em SOARES, Orlando. Curso de Criminologia. Rio de Janeiro: Forense
contradições – Réu de porte físico menor que o da ofendida, e que não se
apresentava armado – Comportamentos dos quais não se extrai violência Informações bibliográficas:
reação – Absolvição decretada – Recurso provido. Para que se configure o
delito do artigo 224 do CP a oposição ao ato libidinoso deve ser sincera e NOGUEIRA, Sandro D'Amato. Vitimologia: lineamentos à luz do art. 59, caput,
positiva, manifestando-se por inequívoca resistência, não bastando recusa do Código Penal brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 275, 8 abr. 2004.
meramente verbal ou oposição passiva e inerte, apenas simbólica. (Ap. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5061>. Acesso em: 23
Criminal n. 182.101-3 – São Paulo – 2º Câmara Criminal Férias Julho/95 – set. 2008.
Relator: Prado de Toledo – 12.07.95 – V.U.).
A REPARAÇÃO DO DANO NO DIREITO PENAL BRASILEI-
EMENTA – Nº 71022 - ESTUPRO – Presunção de violência – Vítima RO.
de mau comportamento menos de 14 anos – Relações sexuais mantidas Perspectivas
anteriormente com outros homens – Circunstâncias que elide presunção, Texto extraído do Jus Navigandi
de caráter relativo – Absolvição - Inteligência dos arts. 213 e 224, "a", do http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5242
CP (Ement.) RT 557/322.
Vladimir Brega Filho
No tocante aos crimes sexuais, a participação ou consentimento da ví- mestre em Direito pela ITE-Bauru, doutor em direito pela PUC/SP, co-
tima, é algo muito mais sério do que imaginamos, pois mostramos anteri- ordenador e professor do Programa de Mestrado em Ciências Jurídicas da
ormente com algumas ementas que há casos de absolvição em processos Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho (PR),
que envolvam conjunção carnal, sedução, atentado violento ao pudor, professor das Faculdades Integradas de Ourinhos, promotor de Justiça em
estupro, etc. São Paulo

Noções de Criminologia 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resumo: Após conceituar a vitimologia e historiar a reparação do dano crime (art. 31, § 3º). Ficavam hipotecados os bens do delinquente desde o
do direito brasileiro, apontamos as seguintes conclusões: a) durante muito momento do crime (art. 27), tendo a satisfação do ofendido preferência
tempo houve um "esquecimento da vítima no direito penal brasileiro"; b) o sobre o pagamento das multas (art. 30). Era eminentemente protetivo à
ressurgimento da vítima ocorreu com a edição da lei 9.099/95 (Lei do vítima, estabelecendo mesmo que, na dúvida a respeito do valor a ser
Juizado das Pequenas Causas), que trouxe grandes novidades, entre elas indenizado, a solução devia ser em favor do ofendido (art. 22). Chegava a
a composição civil, a transação penal e a suspensão condicional do pro- prever prisão com trabalho do devedor para ganhar a quantia necessária à
cesso; c) todos esses institutos, se bem utilizados, podem servir para, satisfação do dano (art. 32)".(FERNANDES, op.cit., p. 163)
resolvendo a questão penal, reparar o dano causado pelo delito; d) esses
institutos, porém, não são suficientes para garantir a reparação do dano em Proclamada a República, a matéria passa a ser tratada no Código Pe-
todos os casos, havendo a necessidade do Estado criar mecanismos para nal de 1890 (art. 69, b, 70 e 31). Fica afirmada a independência das ações
que esta reparação seja efetiva; e) a constituição de um Fundo de Repara- civil e penal, regulando o Código Civil a matéria referente à indenização do
ção do Dano é instrumento importante para minimizar os efeitos danosos dano. O Código segue a lei 261, de 1841, que em seu artigo 68, revogou o
dos crimes. artigo 31 do Código Criminal do Império e estabeleceu a independência da
ação civil e penal, mas deu força de coisa julgada civil à sentença penal,
1. INTRODUÇÃO estabelecendo que a decisão sobre a existência do fato e sobre a autoria
Tanto a escola Clássica de Becaria e Fuerbach, como a Escola Positiva não pode mais ser discutida no cível. Esse sistema foi mantido no Código
de Lombroso, Ferri e Garofalo, estavam centradas na tríade delito- Penal de 1940 e até hoje a sentença penal é título executivo na esfera cível
delinquente-pena. Nenhuma dessas correntes levou em consideração o (art. 91, I).
outro componente da relação jurídico-penal que é a vítima. Outros dispositivos, porém, dizem respeito à indenização ou reparação
às vítimas dos crimes. Na suspensão condicional da pena e no livramento
As primeiras manifestações sobre a vítima apareceram na metade do condicional, o criminoso deve reparar o dano para conseguir estes benefí-
século XX, tendo como pioneiro o professor alemão Hans von Hentig, que cios, salvo absoluta impossibilidade de fazê-lo. É o que estabeleciam os art.
publicou na década de 1940 o livro The criminal and victim, onde pela 59, II e 60, III do Código Penal (hoje artigos 81, II e art. 83, IV). Preocupa-se
primeira vez aparece a consideração da vítima como um fator na delin- o legislador não só com a imposição e a execução da pena, mas também
quência. Hans von Hentig analisa a juventude, a velhice, a concupiscência, com a vítima.
a depressão do sujeito passivo como um fator até mesmo decisivo na ação
do delinquente. Outra obra importante foi publicada no ano de 1956, pelo De qualquer forma, percebemos pela análise do Código Penal de 1940
advogado de origem israelita Benjamin Mendelsohn, nela constando um que a referência à reparação do dano é mínima e o que ocorreu durante
artigo sobre "Vitimologia", que era parte de uma obra que projetava, muito muito tempo foi o esquecimento da vítima pelo Direito Penal, preocupando-
mais ampla (Horixons nouveaux bio-psychosociaux. La victimiologie). se exclusivamente com a imposição da pena. Sobre isso, Edgar de Moura
Mendelsohn foi o primeiro a utilizar a expressão vitimologia, hoje consagra- Bittencourt escreve:
da na doutrina. "A pessoa e o infortúnio da vítima estão na lembrança do povo enquan-
to dura a sensação do processo. Há por vezes, dirigida em prol do ofendido
Vários outros estudos foram escritos desde então, sendo possível en- uma onda de caridade, que se mescla com a revolta contra o criminoso. O
contrarmos neles o conceito e os objetos da vitimologia. Após nos referir- processo passa, a condenação subsiste por vários anos. O criminoso é
mos a estes aspectos, nos preocuparemos com um dos aspectos da vitimo- quase sempre lembrado. A vítima cai no esquecimento; quando muito, um
logia, o da reparação do dano, que passará a ser o objeto principal deste ou outro, ilustrado na literatura policial de jornais, guardar-lhe-á o no-
artigo. me".(BITTENCOURT, 197-?, p. 33)

2. CONCEITO E OBJETO Luiz Flávio Gomes e Antônio García-Pablos de Molina escrevem o se-
Vitimologia é o estudo da vítima em seus diferentes aspectos. Eduardo guinte a respeito do abandono da vítima:
Mayr conceitua vitimologia como sendo "O abandono da vítima do delito é um fato incontestável que se mani-
"...o estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, que do festa em todos os âmbitos: no Direito Penal (material e processual), na
ponto de vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social Política Criminal, na Política Social, nas próprias ciências criminológicas.
e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua inter-relação com o Desde o campo da Sociologia e da Psicologia social, diversos autores, têm
vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos".(apud RIBEIRO, denunciado esse abandono: O Direito Penal contemporâneo – advertem –
2001, p. 30) acha-se unilateral e equivocadamente voltado para a pessoa do infrator,
relegando a vítima a uma posição marginal, ao âmbito da previsão social e
Percebe-se, então, que a vitimologia é muito mais do que o estudo da do Direito Civil material e processual".(GOMES E MOLINA, 2000, p. 73)
influência da vítima na ocorrência do delito, pois estuda os vários momen-
tos do crime, desde a sua ocorrência até as suas consequências. Esse "esquecimento" da vítima perdurou por muito tempo no direito
brasileiro e somente em data recente a situação vem se revertendo. Algu-
Entre os objetivos finais da vitimologia destacamos os seguintes: evi-
mas leis editadas nos últimos dez anos procuraram introduzir instrumentos
denciar a importância da vítima; explicar a conduta da vítima; medidas para
e penas para garantir a reparação do dano.
reduzir a ocorrência do dano; e assistência às vítimas, onde incluímos a
reparação dos danos causados pelo delito.
A seguir trataremos de algumas dessas leis.
É com este último aspecto que nos preocuparemos mais neste texto.
4. A REPARAÇÃO DO DANO NA LEGISLAÇÃO ESPECIAL
3. Síntese histórica da reparação do dano no Brasil Como vimos, há muito tempo a legislação brasileira tem se preocupado
As ordenações Filipinas, que tiveram vigência no Brasil entre os anos com a vítima, mas com exceção do Código Criminal do Império, isso tem
de 1603 e 1830, traziam as ideias de reparação e multa, mas isso tudo era sido feito de maneira muito insipiente.
muito confuso e não visavam "claramente à indenização, nem mesmo
Diante disso, há que se destacar a Lei 9.099/95, que deu maior ênfase
quando os bens do criminoso sofriam confiscação da coroa".(apud FER-
à reparação do dano às vítimas. Segundo Luiz Flávio Gomes ocorreu a
NANDES, 1995, p. 161)
"redescoberta da vítima".(1997, p. 423). O mesmo autor conclui que
Com a proclamação da República e a outorga da Constituição de 1824, "... a lei 9.099/95, no âmbito da criminalidade pequena e média, intro-
impôs o legislador constituinte a obrigação de um Código Criminal do duziu no Brasil o chamado modelo consensual de Justiça Criminal. A priori-
Império. Assim, em 1830 é editado código com esta denominação, a partir dade agora não é o castigo do infrator, senão sobretudo a indenização dos
de projeto de Bernardino Gonzaga. Tido como um código avançado para a danos e prejuízo causados pelo delito em favor da vítima".(GOMES, op. cit.,
época, previu a ação civil no processo criminal: p. 430)
"O sistema era o da cumulação obrigatória, mas podia o ofendido, ex-
Isso fica evidente quando analisamos os novos institutos trazidos pela
cepcionalmente, usar da via civil contra o delinquente desde o momento do
referida lei. Falaremos, em primeiro lugar, da composição civil, prevista nos
Noções de Criminologia 46 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
artigos 71 a 74 da Lei 9.099/95. Estabeleceu o legislador que o juiz deve, 5. Perspectivas para a reparação do dano
sempre que existir dano, buscar a composição civil, destacando que a Mesmo diante dos últimos avanços da vitimologia no campo da repara-
composição civil implica renúncia ao direito de queixa ou representação. ção do dano, muito ainda precisa ser feito. Embora a Lei 9.099/95 e as
Fica clara a intenção do legislador de estimular a composição civil e por outras leis acima referidas tenham trazido importantes instrumentos para a
consequência a reparação do dano, pois o autor do fato, não aceitando a busca da reparação, o certo é que em todas elas há a previsão de que a
composição, fica sob o risco da ação penal, preferindo muitas vezes reali- reparação do dano só será obrigatória quando o agente tiver meios de fazê-
zar o acordo civil a sofrer a sanção penal. lo. No Brasil pobre em que vivemos, onde a situação dos réus reflete a
situação do país, não há dúvida de que a maioria deles são pessoas pobres
Outra forma de valorizar a vítima prevista na lei 9.099/95 foi ampliar o e incapazes de reparar o dano. Diante disso, todo e qualquer avanço no
número de crimes que dependem de representação, pois o art. 88 estabe- campo da reparação do dano esbarra na impossibilidade material dos réus.
lece que dependem de representação os crimes de lesão corporal dolosa Já em 1973, Edgar de Moura Bittencourt escreveu o seguinte:
leve e lesão corporal culposa. Segundo Scarance Fernandes, a conse- "Quando o infrator tem recursos, é simples a restauração do equilíbrio
quência disso é que "cresce a dependência do Estado, em sua atividade econômico, com a correlata ação de indenização, que a lei civil outorga ao
persecutória, à vontade da vítima e, por consequência, aumenta a possibili- ofendido contra seu ofensor. Mas quando este não tem com que indenizar
dade de o autor do fato reparar o dano que foi causado pelo crime, visando ou pelo menos com o que indenizar cabalmente (talvez esta seja a maioria
evitar a acusação".(2002, p. 212) dos casos), restará a injustiça social, pelo desequilíbrio econômi-
co".(BITTENCOURT, op. cit., p. 34)
A lei 9.099/95 instituiu no Brasil a suspensão condicional do processo.
Por este instituto, o processo fica suspenso pelo prazo de 02 a 04 anos e o Solução interessante poderia ser a instituição de um fundo de repara-
autor do crime tem de cumprir algumas condições. Entre elas está a repa- ção de danos às vítimas, constituído da receitas obtidas com as multas e
ração do dano à vítima (art. 89, § 1º, I). Fica evidente, mais uma vez, a com verbas estatais. O Estado, em última instância, tem por obrigação
intenção do legislador de incentivar a reparação do dano e vincular alguns garantir os bens jurídicos e, em caso de lesão, deve promover a sua indeni-
benefícios a sua ocorrência. zação.

Embora os progressos trazidos pela lei 9.099/95, no tocante à repara- Registramos que no 1º Congresso Internacional de Vitimologia, realiza-
ção do dano, sejam elogiáveis, não podemos deixar de destacar alguns do em Jerusalém, foi recomendado que as nações criassem um instrumen-
pontos relativos à vitimologia que devem ser corrigidos.O primeiro e mais to oficial de compensação para as vítimas de crime, independente da
importante deles é o do momento da representação nos crimes de ação reparação do dano por parte do próprio criminoso.(cf. FERNANDES &
penal pública, condicionada à representação. Segundo a lei, a representa- FERNANDES, 1995, p. 464)
ção deve ser feita em audiência preliminar, na presença do autor do fato.
Isso faz com que a vítima, já perturbada com o delito, sinta-se ainda mais Falando a respeito do tema, Scarance Fernandes relata o seguinte:
constrangida. A não representação é muitas vezes fruto deste constrangi- "Crescem os fundos de indenização. Preocupam-se os países em
mento. Imagine-se alguém que tenha sido ameaçado de morte e que tenha criar estímulos para que o delinquente repare o dano, prevendo-se progra-
de representar contra o autor da ameaça na frente do juiz. Se existia algu- mas de reparação e de conciliação tendentes a evitar a imposição da pena,
ma inimizade, isto somente iria exacerbá-la. estimulando-se a reparação como pena para pequenos delito ou como
sanção substitutiva, Acentua-se visível inclinação para admitir que entida-
Acreditamos que essa situação deve ser corrigida pela legislação ou des coletivas, associações, sindicatos, possam defender, em sede penal,
mesmo pelo Juiz. Não obtida a composição civil, o juiz deve ouvir a vítima interesses civis. A temática da responsabilidade por ato ilícito evolui de uma
sem a presença do autor. Não há razão alguma para que o autor presencie postura individualista, para um sentido coletivista, diante do contínuo pro-
o momento da representação, devendo ele ser trazido novamente à audi- gresso das teorias sobre socialização dos riscos na sociedade".(1995, p.
ência quando da transação penal, ato que é personalíssimo e exige a sua 161) (grifos no original)
presença.
Note-se a necessidade de que a multa penal, originariamente destina-
Outra lei que se preocupou com a vítima foi a lei 9.503/98 que instituiu da a ressarcir o prejuízo da vítima, volte a ter esta destinação.
o Código de Trânsito. Nela, no art. 297, o legislador fez previsão da imposi-
ção de multa reparatória, "que consiste no pagamento, mediante depósito Desde os primeiros tempos, os pagamentos impostos ao agente ou os
judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com bens que lhe eram confiscados revertiam em parte para a vítima e em parte
base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver para o rei, os senhores feudais, a Igreja e o Estado. Na Idade Média, paula-
prejuízo material resultante do crime". tinamente, as multas e os bens confiscados passam a ficar exclusivamente
para a Igreja, os senhores feudais e os reis. Essa situação se consolidou
Com base neste dispositivo, o juiz pode impor o pagamento de multa com o fortalecimento do Estado e a multa passou a ser destinada à Admi-
reparatória ao réu, desde que tenha ocorrido prejuízo material à(s) víti- nistração Pública. Entre nós, a multa é destinada ao fundo penitenciário.
ma(s), sendo certo que este valor será revertido à vítima e não poderá ser
superior ao prejuízo demonstrado no processo. Ocorre que a obrigação de cuidar do sistema penitenciário deve ser a-
tribuída ao Estado, não sendo razoável que as multas pagas pelos acusa-
A lei 9.605, de 12.2.98, criou no âmbito dos crimes contra o meio ambi- dos e sentenciados sejam destinadas a esse fim. Muito melhor do que um
ente a pena da prestação pecuniária, que segundo a lei consiste no paga- Fundo Penitenciário, é a constituição de um Fundo de Reparação à vítima.
mento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada, com fim
social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo A nosso ver, este é o caminho da evolução e a perspectiva é de um
nem superior a 360 salários mínimos. sistema garantidor da reparação do dano. Somente com a constituição de
um Fundo de Reparação à vítima, o Estado dará resposta eficaz à popula-
Com redação semelhante, a lei 9.714, de 25.11.98, que modificou a re- ção que exige um sistema adequado, e que garanta o ressarcimento do
dação de vários artigos que tratavam das penas restritivas de direitos, criou dano causado pela criminalidade, pois em última instância é o Estado quem
a pena da prestação pecuniária. Segundo o art. 45, § 1º do Código Penal, deve garantir a segurança da população.
com a redação dada pela lei acima referida, a prestação pecuniária consiste
no pagamento em dinheiro à vítima e seus dependentes de importância 6. CONCLUSÕES
fixada pelo juiz. Vários são os aspectos da vitimologia e procuramos abordar exclusi-
vamente um deles, a reparação do dano. Vimos que o Código de 1830 deu
Percebemos, então, que a legislação pátria, especialmente a partir da grande ênfase à reparação do dano, mas que os demais Códigos não
lei 9.099/95, preocupou-se muito com a vítima e com a reparação do dano, tiveram a mesma preocupação. Ao contrário, houve um esquecimento da
sendo este rumo a ser seguido pela vitimologia. vítima.

Noções de Criminologia 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Essa situação só foi modificada com a edição da Lei 9.099/95, que Eduardo Mayr assim conceitua: "Vitimologia é o estudo da vítima no
trouxe importantes modificações no que diz respeito à reparação do dano, que se refere à sua personalidade, quer do ponto de vista biológico,
entre elas a composição civil, a ampliação do rol de delitos que dependem psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como dos
de representação e a suspensão condicional do processo, tendo a repara- meios de vitimização, sua inter-relação com o vitimizador e aspectos
ção do dano como uma das condições. Essas modificações caminham no interdisciplinares e comparativos" (MAYR, Eduardo; PIEDADE, Heitor et al.
sentido da valorização da vítima, tendência atual do direito penal, o que é Vitimologia em debate. São Paulo: RT, 1990, p. 18).
percebido em outras leis editadas recentemente.
A professora Lola Anyar de Castro, renomada criminóloga
Mas todas essas modificações legislativas recentes não serviram para venezuelana, em sua obra Vitimologia - tese de doutorado publicada em
tornar efetiva a reparação dos danos na maioria dos crimes, pois os réus 1969, citando Beniamim Mendelsohn, sintetiza o objeto da Vitimologia nos
são pobres e estão impossibilitados materialmente de reparar o dano. seguintes itens:
Assim, como conclusão principal desta reflexão entendemos que há a 1. Estudo da personalidade da vítima, tanto vítima de delinquente, ou
necessidade de ser criado um Fundo de Reparação do Dano, instituído pelo vítima de outros fatores, como consequência de suas inclinações
Estado, e tendo como receitas dotações do próprio Estado e verbas decor- subconscientes
rentes das penas pecuniárias. 2. Descobrimento dos elementos psíquicos do "complexo
criminógeno" existente na "dupla penal", que determina a
7. BIBLIOGRAFIA aproximação entre a vítima e o criminoso, quer dizer: "o potencial
BITTENCOURT, Edgar de Moura. Vítima. São Paulo: Edição Universi- de receptividade vitimal"
tária de Direito, 197-?. 3. Análise da personalidade das vítimas sem intervenção de um
DUARTE, Luiz Carlos Rodrigues Duarte. Vitimologia e crime organiza- terceiro - estudo que tem mais alcance do que o feito pela
do. Revista Brasileira de Ciências Criminais, ano 4, p. 252/259, out./dez., Criminologia, pois abrange assuntos tão diferentes como os
1996. suicídios e os acidentes de trabalho
FERNANDES, Antonio Scarance. O papel da vítima no processo crimi- 4. Estudo dos meios de identificação dos indivíduos com tendência a
nal. São Paulo: Malheiros, 1995. se tornarem vítimas. Seria possível a investigação estatística de
_______. Processo penal constitucional, 3. ed. São Paulo: Revista dos tabelas de previsão, como as que foram feitas com os delinquentes
Tribunais, 2002. pelo casal Glueck, o que permitiria incluir os métodos
FERNANDES, Newton & FERNANDES, Valter. Criminologia integrada. psicoeducativos necessários para organizar a sua própria defesa
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995. 5. Importancia busca dos meios de tratamento curativo, a fim de
FRAGOSO, Fernando. A vitimização pelo sistema penal e pelas institu- prevenir a recidiva da vítima.
ições penitenciárias. Rio de Janeiro: Revista Forense, v. 305, p. 41/43,
jan/mar., 1989. PROGNÓSTICO CRIMINOLÓGICO.
GARCIA, Carlos Roberto Marcos. Aspectos relevantes da vitimologia.
In: RT/Fasc., v. 769, p. 437/455, nov., 1999. EXAME CRIMINOLÓGICO
GOMES, Luiz Flávio. A vitimologia e o modelo consensual de justiça Exame clínico-morfológico
consensual. In: RT/Fasc v. 745, p. 423/430, nov. 1997.  Biotipologia de Sheldon
GOMES, Luiz Flávio & GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antonio. Crimi- o viscerotônicos
nologia, 3. ed. rev, at. e amp.. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. o somatotônicos
MANZANERA, Luis Rodriguez & MENDES, Nelson Pizzotti. Problemas o cerebrotônicos
criminológicos da atualidade. In: Justicia, v. 173, p. 22/26, jan./mar., 1996.
 Caracteres morfológicos
MARQUES, Oswaldo Henrique Duek. Vitimologia em visão internacio-
o anormalidades
nal. In: RT/Fasc v. 677, p. 455/459, mar. 1992.
o malformações
OLIVEIRA, Edmundo. Vitimologia: tendência ou inclinação para o cri-
o caracteres herdados
me. Revista Brasileira de Ciências Criminais, ano 9, p. 351/369, out./dez.,
2001.  Exame funcional
PELLEGRINO, Laércio. A vitimologia e os direitos humanos. In:
RT/Fasc., v. 637, p. 369/371, nov., 1988.  Exames laboratoriais (hormônios)
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia, assistência às vítimas de cri-  Exames neurológicos (instrumentais)
mes e de abuso de poder. In: Revista do Conselho Nacional de Política  Exame eletroencefalográfico (EEG)
Criminal e Penitenciária, Brasília, I (8): 58-68, jul/dez. 1996.
RIBEIRO, Lúcio Ronaldo Pereira. Vitimologia. Revista Síntese de Direi-  Exame psicológico, avaliando:
to Penal e Processual Penal, nº 7, p. 30/37, abr/mai/2001.  Nível mental do criminoso
o Prova das Matrizes Progressivas de Raven
Informações bibliográficas: o Prova da Intelig6encia Não-Verbal (INV) de Weil
 Traços característicos de sua personalidade
BREGA FILHO, Vladimir. A reparação do dano no Direito Penal brasi- o testes projetivos (TAT, HTP, Rorschach)
leiro. Perspectivas. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 318, 21 maio 2004. o inventários de personalidade (MMPI = Minnesota Multifasic Perso-
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5242>. Acesso nality Inventory)
em: 23 set. 2008.  Grau de agressividade
o PMK (tese psico-mio-kinético) de Mira y López
Vitimologia é o estudo da vítima em seus diversos planos. Estuda-se a
vítima sob um aspecto amplo e integral: psicológico, social, econômico,  Exame psiquiátrico, avaliando:
jurídico.  antecedentes psico-evolutivos:
o desmantelamento do lar
Apesar de várias obras anteriores que faziam referência ao o falta de escolarização
comportamento da vítima nos crimes Fritz R. Paasch opina no sentido de o instabilidade compulsiva na profissão
que o verdadeiro fundador da doutrina da vítima, ou vitimologia, é B. o profissionalização precoce ou subempregos
Mendelsohn, advogado em Jerusalém. Através de seus trabalhos de o institucionalização em casas de reeducação de crianças
Sociologia Jurídica (Etudes Internacionales de Psycho-Sociologie Criminelle o distúrbios precoces do comportamento
(1956), La Victimologie, Science Actuaelle (1957)) colocaram em destaque o desvios de conduta
a conveniência de estudo da vítima sob diversos ângulos, quais sejam, o fugas do lar
Direito Penal, Psicologia e Psiquiatria. o associação a grupos sem atividade laborativa, regularmente defini-
da

Noções de Criminologia 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o perturbações psíquicas de natureza variada apontadas.
 antecedentes jurídico-penais:  O diagnóstico criminológico da periculosidade resulta da análise de
o natureza do delito praticado (c/pessoa, c/patrimônio, c/costumes seus dois momentos:
etc.)  da capacidade criminal
o idade de início da criminalidade (antes ou depois dos 18 anos) o examinar as fases da dinâmica da infração
o número de IPs e de Processos Criminais respondidos o o assentimento ineficaz
o reincidência (genérica e específica) o o assentimento formulado
o a criminalidade no espaço o o período de crise
o participação em bandos ou quadrilhas  da inadaptação social
o tipo de bandos (infanto-juvenis, só de adultos ou mistos) o no exame criminológico pode-se apurar
o qual a efetiva participação no bando (liderança ou chefia ou não) o a motivação
o o grau de êxito
 Exame moral o a diretriz do comportamento delinquencial
 indivíduos morais (assimilam através do binômio ensino- Fonte - Prof. Dr. JORGE PAULETE VANRELL
aprendizagem)
 indivíduos imorais (conhecem as normas ético-morais mas não as 3.5. PREVENÇÃO AO DELITO
obedecem)
 indivíduos amorais (incapazes de assimilarem os princípios ético- Dois modelos teóricos de prevenção do delito: o modelo "clás-
morais)
sico" e o "neoclássico". Exposição e reflexões críticas
 Exame social Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - 26 de Agosto de 2008
 entrevista com Assistente Social
 visitas "sociais" A resposta tradicional ao problema da prevenção do delito é concreti-
zada em dois modelos muito semelhantes: o clássico e o neoclássico.
 Exame histórico Coincidem ambos em supor que o meio adequado para prevenir o delito
 exame indireto análogo à anamnese deve ter natureza "penal" (a ameaça do castigo); que o mecanismo dissua-
 visa reconstruir o passado do criminoso e sório ou contramotivador expressa fielmente a essência da prevenção; e
que o único destinatário dos programas dirigidos a tal fim é o infrator poten-
 desenhar suas relações com seus familiares cial. Prevenção equivale a dissuasão mediante o efeito inibitório da pena.
 pesquisar informações sobre o crime cometido e suas circunstân- As discrepâncias não são acentuadas. O modelo clássico polariza em torno
cias da pena, do seu rigor ou severidade a suposta eficácia preventiva do me-
 conduta do delinquente antes, durante e depois do cometimento do canismo intimidatório. Compartilha, ademais, uma imagem estandardizada
crime e quase linear do processo de motivação e deliberação. O denominado
 condições da prisão espontânea, da fuga e da captura modelo neoclássico, por sua vez, no que pertine à efetividade do impacto
 contatos mantidos e ajudas recebidas dissuasório ou contramotivador, confia mais no funcionamento do sistema
 tipo de socorro ou auxílio prestado à vítima legal, tal como ele é percebido pelo infrator potencial, que na severidade
abstrata das penas. O centro de atenção se desloca, portanto, da lei ao
 se houve confissão e suas características
sistema legal, das penas que o ordenamento contempla à sua efetividade e
tudo isso a partir da concreta e singular percepção do autor, cujo processo
PROGNÓSTICO
motivacional se torna mais complexo.
Predição que se faz com vistas a:
 um diagnóstico inicial e A Criminologia tradicional partiu sempre da eficácia preventiva do cas-
 ao tratamento recomendado ao delinquente tigo. Doutrina, meios de comunicação e opinião pública - esta, em geral,
 prever a possibilidade de recuperação do criminoso pouco informada- assumiram, sem mais, que as leis penais, se são racio-
 informar sobre as possibilidades da eficácia dos tratamentos nais (como o é o infrator potencial médio), têm, em geral, efeitos preventi-
 corretivo-pedagógicos vos sobre a delinquência. De fato, desde a Segunda Guerra Mundial, o
incremento das taxas de criminalidade tem sido respondido com o correlati-
 psicológico
vo aumento das atitudes punitivas da cidadania, estimulada esta última
 psiquiátrico pelos mass media, que potencializam o medo do delito e o desmedido rigor
 laborterápico político-criminal frente ao fenômeno criminal. O panorama criminológico
 combinação de tratamentos contemporâneo oscila entre a confiança cega que depositam no castigo os
autores clássicos e o ceticismo realista que se desprende das investigações
REINCIDÊNCIA CRIMINAL empíricas sobre a eficácia preventiva da pena.
 A condenação prévia
 A falta de personalização da pena a) O modelo clássico
 Diagnósticos que contribuem à eclosão recidivista: De acordo com uma opinião muito generalizada, o Direito Penal simbo-
liza a resposta primária e natural (por excelência) ao delito, a mais eficaz. A
 idade-início da carreira delinquencial (quanto menor, pior é a prog- referida eficácia, ademais, depende fundamentalmente da capacidade
nose)
dissuasória do castigo, isto é, da sua gravidade. Prevenção, dissuasão e
 o número de condenações precedentes (quanto maior, mais eleva- intimidação, conforme tais ideias, são termos correlatos: o incremento da
do o risco) delinquência explica-se pela debilidade da ameaça penal; o rigor da pena
 a natureza dos delitos (o risco é maior nos delitos patrimoniais) se traduz, necessariamente, no correlativo descenso da criminalidade.
 o intervalo entre o 1º e os crimes subsequentes (quanto menor, Pena e delito constituem os dois elementos de uma equação linear. Muitas
mais sério o risco) políticas criminais do nosso tempo (leia-se: políticas penais), de fato, identi-
 o tipo de tratamento penitenciário quando da 1ª prisão (fator pon- ficam-se com este modelo falacioso e simplificador que manipula o medo
derável) do delito, e que trata de ocultar o fracasso da política preventiva (na reali-
dade, repressiva) apelando em vão às "iras" da lei.
PERICULOSIDADE
 Corresponde à maior ou menor intensidade do impulso criminoso O modelo tradicional de prevenção não convence de modo algum, por
com a prevalência de uma das causas endógenas ou exógenas já muitas razões. Antes de tudo, a suposta excelência do Direito Penal como
instrumento preventivo - diante de outras possíveis estratégias - parece

Noções de Criminologia 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mais produto de prejuízos ou pretextos defensistas que de uma serena Nesse cálculo ou avaliação das consequências próximas derivadas da
análise científica da realidade. Pois a capacidade preventiva de um deter- prática do delito, as investigações empíricas parecem ter verificado dois
minado meio não depende de sua natureza (penal ou não penal), senão extremos. Em primeiro lugar, que o infrator - sobretudo, o habitual - adota
dos efeitos que ele produz. Convém recordar, a propósito, que a interven- uma atitude marcadamente mais otimista na ponderação de riscos que o
ção penal possui elevadíssimos custos sociais. E que sua suposta efetivi- cidadão respeitoso das leis. Tal atitude pode-se dever a uma certa distor-
dade está longe de ser exemplar. A pena, na verdade, não dissuade: ate- ção na percepção da realidade, ou "síndrome de otimismo" não justificado,
moriza, intimida. E reflete mais a impotência, o fracasso, a ausência de característico do perfil psicológico do infrator, ou todo o contrário: ao prag-
soluções que a convicção e energia imprescindíveis para abordar os pro- matismo e experiência deste, que lhe permitem valorar com realismo a
blemas sociais. Nenhuma política criminal realista pode prescindir da pena; escassa efetividade do sistema legal e, portanto, a alta probabilidade de
porém, tampouco cabe denegrir a política de prevenção, convertendo-a em cometer o delito impunemente.
mera política penal. Que um rigor desmedido, longe de reforçar os meca-
nismos inibitórios e de prevenir o delito, tem paradoxalmente efeitos crimi- Em segundo lugar, que, por sua vez, o grau de otimismo difere segun-
nógenos, é algo, de outro lado, sobre o que existe evidência empírica. Mais do a natureza do delito e a personalidade correlativa de seu autor. O delin-
dureza, mais Direito Penal, não significa necessariamente menos crime. Do quente sexual, por exemplo, não costuma sequer pensar na possibilidade
mesmo modo que o incremento da criminalidade não pode ser explicado de ser castigado. O delinquente contra o patrimônio e a segurança no
como consequência exclusiva da debilidade das penas ou do fracasso do trânsito, pelo contrário, calcula racionalmente os riscos da prática do delito.
controle social. Mais ainda o faz, sobretudo, o delinquente no âmbito socioeconômico e do
meio ambiente, e, desde logo, as corporações, no particular, quanto ao
O modelo de prevenção clássico, em segundo lugar, revela uma análi- risco da imposição de sanções pecuniárias. No caso do delinquente terro-
se demasiadamente primitiva e simplificadora do processo motivacional e rista, o efeito dissuasório do castigo - incluído o de máximo rigor - depende
do próprio mecanismo dissuasório. menos da percepção subjetiva do autor sobre o risco da imposição daquele
e de sua severidade que no de outros delinquentes.
Professa, com efeito, uma imagem intelectualizada do infrator, quase
algébrica, ingênua, ao supor que a opção delitiva é produto de um balanço Não faltava razão, portanto, a Beccaria quando sustentava já em 1764
entre custos e benefício; de uma fria e refletida decisão racional na qual o que o decisivo não é a gravidade das penas, senão a rapidez (imediatida-
infrator pondera a gravidade da pena cominada ao delito e as vantagens de) com que são aplicadas; não o rigor ou a severidade do castigo, senão
que este lhe pode proporcionar. É o estereótipo do delinquente previdente, sua certeza ou infalibilidade: que todos saibam e comprovem - incluindo o
calculador, que não se coaduna com a realidade; generalizam-se alguns infrator potencial, dizia o autor - que o cometimento do delito implica inevi-
padrões decisionais que não são válidos nem sequer para a delinquência tavelmente a pronta imposição do castigo. Que a pena não é um risco
econômica convencional (e muito menos, desde logo, para a denominada futuro e incerto, senão um mal próximo e certo, inexorável. Pois se as leis
criminalidade "simbólica" ou "expressiva"). nascem para ser cumpridas, temos que concordar com o ilustre milanês
que só a efetiva aplicação da pena confirma a seriedade de sua cominação
O certo é que o infrator indeciso valora e analisa mais as consequên- legal. Que a pena que realmente intimida é a que se executa: e que se
cias próximas e imediatas de sua conduta (v.g., risco de ser preso etc.) que executa prontamente, de forma implacável, e ainda caberia acrescentar a
as finais ou definitivas (gravidade da pena cominada pela lei para o delito). que é percebida pela sociedade como justa e merecida.
Suas previsões e atitudes, ademais, situam-se em planos muito distintos
dos "riscos" improváveis de sofrer aquela pena e dos benefícios seguros O CONCEITO DE "PREVENÇÃO" E SEUS DIVERSOS CONTEÚDOS
derivados do cometimento do fato delitivo. Precisamente porque conta com
a possibilidade de evitar o castigo é que decide cometer o delito. A certeza, Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - 21 de Agosto de 2008
pois, de uns benefícios imediatos, seguros, prevalece sobre a eventualida- Todas as Escolas criminológicas fazem referência à prevenção do deli-
de de alguns riscos que descarta, ou contempla como improváveis, por to. Dizem que não basta "reprimir" o crime, isto é, é necessário antecipar-se
mais graves que estes sejam. a ele, preveni-lo: são afirmações correntes, porém muitas vezes equivoca-
das ou vazias de conteúdo, em razão das inúmeras concepções que sus-
As ciências empíricas, finalmente, demonstraram a complexidade do tentam o conceito de prevenção.
mecanismo dissuasório. Tudo parece indicar que nele intervêm muitas e
diversas variáveis, que interatuam, ademais, de forma nem sempre unifor- a) Prevenção, dissuasão e obstaculização
me. A gravidade nominal do castigo, o rigor da pena, é só uma delas, de Com efeito, um setor doutrinário identifica a prevenção com o mero e-
modo que seu concreto efeito inibitório ou contramotivador depende, em feito dissuasório da pena. Prevenir equivale a dissuadir o infrator potencial
cada caso, do comportamento e interação das demais variáveis. Assim, por com a ameaça do castigo, a contramotivar-lhe. A prevenção, em conse-
exemplo, uma pena de seis anos de privação de liberdade tem, sem dúvida, quência, é concebida como prevenção criminal (eficácia preventiva da
um efeito intimidatório bem distinto nos sempre diferentes processos moti- pena), e opera no processo motivacional do infrator (dissuasão).
vacionais. Mas não é decisiva só a duração do castigo (a duração abstrata
e nominal da pena): a natureza do delito de que se trata, o tipo de infrator, o Outros autores ampliam o conceito de prevenção, salientando que ele
grau de apoio informal que possa receber o comportamento desviado, a compreende o efeito dissuasório mediato, indireto, que pode ser consegui-
rapidez e imediação da resposta, o modo pelo qual a sociedade e o delin- do por meio de instrumentos não-penais, que alteram o "cenário" criminal
quente percebem o castigo (adequação, efetividade) etc. são circunstâncias modificando alguns dos fatores ou elementos do mesmo (espaço físico,
que condicionam decisivamente o poder dissuasório concreto daquele. Em desenho arquitetônico e urbanístico, atitudes das vítimas, efetividade e
outras palavras, uma pena de seis anos de privação de liberdade não rendimento do sistema legal etc.). Pretende-se, assim, colocar travas e
intimida sempre do mesmo modo, nem intimida sempre, nem em todos os obstáculos de todo tipo ao infrator no processo de execução do plano
casos mais do que uma pena privativa de liberdade de dois, três ou de criminal, mediante uma intervenção seletiva no "cenário" do crime que
cinco anos. "encarece", sem dúvida, os custos deste para o infrator (v.g., incremento do
risco, diminuição dos benefícios etc.), com o conseguinte efeito inibitório.
O efeito dissuasório real da pena (da ameaça ou cominação penal) en-
contra-se muito condicionado pela percepção subjetiva do infrator com Para muitos penitenciaristas, finalmente, a prevenção do delito não é
relação à virtualidade da efetiva imposição do castigo, em caso de cometi- um objetivo autônomo da sociedade ou dos poderes públicos, senão o
mento do delito. Determinante será, neste sentido, não a maior ou menor efeito último perseguido pelos programas de ressocialização e reinserção
severidade nominal da pena abstrata, senão a maior ou menor certeza do do condenado. Trata-se, pois, não tanto de evitar o delito, senão de evitar a
risco que associa o delinquente potencial à prática do delito valorando as reincidência do infrator. O conceito de prevenção equipara-se, assim, ao de
circunstâncias concretas do caso (grau de dificuldade que implica a execu- prevenção especial e é muito menos ambicioso, seja em razão do seu
ção do delito, perícia e capacidade própria para levá-la a cabo exitosamen- destinatário (o condenado, não o infrator potencial ou a comunidade jurídi-
te, efetividade real do sistema legal etc.). ca), seja em razão dos efeitos pretendidos (prevenir simplesmente a reinci-
dência do condenado, não evitar a criminalidade), seja, enfim, em razão

Noções de Criminologia 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos meios utilizados para alcançar tal meta (execução da pena e tratamen- certo: evitar a reincidência. Das três modalidades de prevenção é a que
to ressocializador). possui o mais acentuado caráter punitivo. E os programas "reabilitadores",
"ressocializadores", nos quais se concretiza - etiológica, cronológica e
Em sentido estrito, sem embargo, prevenir o delito é algo mais - e tam- espacialmente distante das raízes últimas do problema criminal -, operam
bém algo distinto - que dificultar seu cometimento ou dissuadir o infrator no próprio âmbito penitenciário. A plena determinação e seletividade da
potencial com a ameaça do castigo. Sob o ponto de vista "etiológico", o população destinatária de tais programas, assim como os elevados índices
conceito de prevenção não pode se desvincular da gênese do fenômeno de reincidência, não compensam o déficit etiológico da prevenção terciária,
criminal, isto é, reclama uma intervenção dinâmica e positiva que neutralize suas insuperáveis carências, pois trata-se de uma intervenção tardia (de-
suas raízes, suas "causas". A mera dissuasão deixa essas raízes intactas. pois do cometimento do delito), parcial (só no condenado) e insuficiente
De outro lado, a prevenção deve ser contemplada, antes de tudo, como (não neutraliza as causas do problema criminal).[7]
prevenção "social", isto é, como mobilização de todos os setores comunitá-
rios para enfrentar solidariamente um problema "social". A prevenção do De qualquer modo, não se deve renunciar aos programas de preven-
crime não interessa exclusivamente aos poderes públicos, ao sistema legal, ção terciária em nome de maximalismos conceptuais e prejuízos ideológi-
senão a todos, à comunidade inteira. Não é um corpo "estranho", alheio à cos. Pois, apesar das suas indiscutíveis limitações, são úteis para a obten-
sociedade, senão mais um problema comunitário. Por isso, também con- ção de um objetivo específico: evitar a reincidência. Na verdade, os diver-
vém distinguir o conceito criminológico de prevenção - conceito exigente e sos programas de prevenção primária, secundária e terciária complemen-
pluridimensional - do objetivo genérico, de pouco êxito, por certo, implicita- tam-se e são compatíveis. c) Um modelo sui generis de prevenção: o
mente associado ao conceito jurídico-penal de prevenção especial: evitar a modelo socialista
reincidência do condenado. Pois este último implica uma intervenção tardia
no problema criminal (déficit etiológico); de outro lado, revela um acentuado O problema da prevenção e controle do delito gozou sempre de parti-
traço individualista e ideológico na seleção dos seus destinatários e no cular atenção na Criminologia "socialista", que desde seu princípio se
desenho dos correspondentes programas (déficit social); por fim, concede autodefiniu como ciência prática, aplicada[8] e comprometida com o siste-
um protagonismo desmedido às instâncias oficiais do sistema legal (déficit ma. Nenhum outro modelo criminológico soube desenvolver com tanta
comunitário).[1] convicção a teoria e a práxis do controle social do comportamento desvia-
do, conectando a investigação das "causas" da criminalidade com a minu-
b) Prevenção "primária", "secundária" e "terciária"[2] ciosa elaboração de planos e estratégias de sua prevenção. A Criminologia
Não deve estranhar, por isso, que goze de especial atenção, desde socialista proclamou como objetivo prioritário o seguinte: dar apoio imediato
Caplan, a distinção entre prevenção "primária", "secundária" e "terciária". à "práxis" e colocar seus conhecimentos e experiências à disposição dos
Referida distinção baseia-se em diversos critérios: na maior ou menor órgãos da persecução penal,[9] preocupando-se em "não ficar no meio do
relevância etiológica dos respectivos programas, nos destinatários aos caminho",[10] reprovando com isso o academicismo teórico da Criminologia
quais se dirigem, nos instrumentos e mecanismos que utilizam, nos seus "burguesa", exclusivamente obcecada por "explicar" o delito, em lugar de
âmbitos e fins perseguidos. combatê-lo. Seus porta-vozes oficiais, seguindo o espírito da famosa tese
décima primeira de Marx a Feuerbach, assim como a natureza "instrumen-
Conforme tal classificação, os programas de prevenção primária orien-
tal" da Criminologia a serviço da jurisprudência e "como elemento parcial de
tam-se às mesmas causas, à raiz do conflito criminal, para neutralizá-lo
direção da sociedade"[11] socialista, reiteraram que a função prioritária
antes que o problema se manifeste. Tratam, pois, de criar os pressupostos
daquela ciência não seria "interpretar" a gênese da criminalidade, senão
necessários ou de resolver as situações carenciais criminógenas, procu-
"transformar" as causas econômico-sociais que a produzem. E erradicá-la,
rando uma socialização proveitosa de acordo com os objetivos sociais.[3]
contribuindo para a total implantação do socialismo nas diversas esferas da
Educação e socialização, casa, trabalho, bem-estar social e qualidade de
vida material e ideológica, assim como na própria vida cotidiana.[12]
vida são os âmbitos essenciais para uma prevenção primária, que opera
sempre a longo e médio prazos e se dirige a todos os cidadãos. As exigên-
A Criminologia - na verdade, a Política criminal[13] - socialista conse-
cias de prevenção primária correspondem a estratégias de política cultural,
guiu "êxitos" indiscutíveis na prevenção do delito. Mas é preciso reconhecer
econômica e social, cujo objetivo último é dotar os cidadãos, consoante as
também que o conceito de prevenção ganhou, dentro deste marco ideológi-
palavras de Luderssen,[4] de capacidade social para superar de forma
co, conotações muito singulares.[14] E que o rendimento do controle social
produtiva eventuais conflitos.
não é o único nem o principal indicador de sua qualidade. Também devem
A prevenção primária é, sem dúvida nenhuma, a mais eficaz, a genuína ser ponderados os "custos" e os "riscos" de uma drástica redução dos
prevenção, posto que opera etiologicamente. Mas ela atua a médio e longo índices de criminalidade, quando tais resultados são obtidos mediante
prazo e reclama prestações sociais, intervenção comunitária e não mera determinados meios e com consequências conhecidas (restrição asfixiante
dissuasão. Disso advêm suas limitações práticas. Porque a sociedade da liberdade do cidadão).
sempre procura e reclama por soluções a curto prazo e costuma lamenta-
velmente identificá-las com fórmulas drásticas e repressivas. E os gover- Em todo caso, dogmas anacrônicos como o da "anormalidade" do de-
nantes tampouco demonstram paciência ou altruísmo, ainda mais quando linquente, a historicidade e contingência da desviação criminal, "corpo
oprimidos pela periódica demanda eleitoral e o interessado bombardeio estranho" ao sistema socialista, a natureza exclusivamente patológica e
propagandístico dos forjadores da opinião pública. Poucos estão dispostos disfuncional desta, sua possível e desejável extirpabilidade,[15] atitudes
a envidar esforços e solidariedade para que outros, no futuro, desfrutem de aberrantes como a do absoluto e universal desapreço que merece o infra-
uma sociedade melhor ou usufruam daquelas iniciativas assistenciais.[5] tor,[16] ou políticas criminais agressivas e maximalistas, tais como cruzadas
que pretendem utópica e ilegitimamente erradicar o crime e eliminar o mero
A chamada prevenção secundária, por sua parte, atua mais tarde em risco da desviação dirigindo os processos de socialização do cidadão,
termos etiológicos: não quando - nem onde - o conflito criminal se produz mediante uma presença asfixiante dos mecanismos do controle social, não
ou é gerado, senão quando e onde se manifesta ou se exterioriza. Opera a parecem hoje compatíveis com os pressupostos axiológicos do Estado
curto e médio prazos e se orienta seletivamente a concretos (particulares) "social" e democrático de Direito. Muito menos com os de uma eficaz pre-
setores da sociedade: àqueles grupos e subgrupos que ostentam maior venção do delito e do ótimo rendimento do sistema legal.
risco de padecer ou protagonizar o problema criminal. A prevenção secun-
dária conecta-se com a política legislativa penal, assim como com a ação O espetacular giro experimentado pela Criminologia "burguesa", cada
policial, fortemente polarizada pelos interesses de prevenção geral. Pro- vez mais interessada na prevenção do delito, como demonstram os inúme-
gramas de prevenção policial, de controle dos meios de comunicação, de ros programas dos quais temos notícias,[17] não deve eliminar as profun-
ordenação urbana e utilização do desenho arquitetônico como instrumento das diferenças que separam ambos os modelos criminológicos. Prevenir o
de auto-proteção, desenvolvidos em bairros de classes menos favorecidas, crime significa em um e outro marco político algo muito distinto.
são exemplos de prevenção "secundária".[6] 1. Cf. García-Pablos, A. Tratado de Criminología, cit., p. 880-881.
2. Sobre esta distinção, vide Kaiser, G. Introducción a la criminología, p. 125 e
ss.; Clemente Díaz, M. "La orientación comunitaria en el estudio de la delin-
A prevenção terciária, por último, tem um destinatário perfeitamente i-
cuencia", Psicología social y sistema penal, p. 383 e ss.; García-Pablos, A.
dentificável: é o recluso (população presa), o condenado; e um objetivo Manual de criminología, p. 881 e ss.

Noções de Criminologia 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. Assim, Kaiser, G. Introducción a la criminología, p. 125-126. outros. Entretanto, melhor seria considerá-los como apropriações adaptati-
4. Luderssen, Kriminologie, p. 151 e ss. Cf. Kaiser, G. Introducción a la crimino- vas de uma realidade material de dominação do homem pelo homem, onde
logía cit., p. 126. o Estado constitui o principal mecanismo de opressão face o projeto previ-
5. Cf. García-Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 882.
amente concebido de organização social. É portanto, na perspectiva do
6. Sobre estes programas, vide Cloward, R.; Ohlin, L. Delinquency and oppor-
tunity: a theory of delinquent gangs; Cohen, A. "The delinquent subculture". In: Estado Social e Democrático de Direito, sob a égide e o império da Lei, que
Rubington, E.; Weinberg, M. S. Deviance: the interactionist perspective, p. os mecanismos de controle social devem ser empregados como única
264-265; Scheitzgebel, R. L. "Sucesos privados en lugares públicos". In: Ban- forma de garantir os direitos fundamentais e sociais do cidadão. A pergunta
dura, A.; Ribes, E. Modificación de conducta: análisis de la agresión y de la que se faz é a seguinte: Como garantir tais direitos numa sociedade marca-
delincuencia, p. 91-111. Cf., ainda, Clemente Díaz, M. "La orientación comuni- da pela desigualdade social ? A resposta não é simples, porém pode-se
taria en el estudio de la delincuencia" cit., p. 384 e ss. Cf. García-Pablos, A. arriscar uma intervenção consubstanciada na ideia de construção de cida-
Tratado de criminología cit., p. 883, nota 8. dania. Nos dias de hoje, o modelo clássico de repressão estatal já não
7. Cf. García-Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 883 e ss.
corresponde à realidade extremamente conflituosa reproduzida pelo ritmo
8. Idem, ibidem, sobre a Criminologia "socialista".
9. Vide Kaiser, G. Introducción a la criminología cit., p. 66-67. de vida urbano. Os conflitos, cada vez mais, encontram-se revestidos de
10. Cf. García-Pablos, A. Manual de criminología, p. 884 e ss; Kaiser, G. Intro- características peculiares que não podem sequer sofrer o rigor axiológico
ducción a la criminología cit., p. 67. da classificação, objetivando assim concentrar os esforços de repressão.
11. Assim Gerzenson, A.; Karpee, I.; Kudrazawjew, W. Kriminologie: Lehrbuch. Sem dúvida que, no momento atual, a instituição policial representa muito
Aktuelle Beiträge der Staatsund Rechtswissenschaft, p. 27; Lekschas, J. menos do que representou em tempos idos, no tocante ao controle das
"Theoretiche Grundlagen der Sozialistischen Kriminologie". In: Buchholz, E. et forças sociais oprimidas e marginalizadas. O efeito repressivo não funciona
al. Sozialistischen Kriminologie. Ihre theoretische und methodische mais como resposta às diversificadas demandas conflituosas. Não significa
Grundlegung, p. 76 e ss.
contudo, execrar o aspecto funcional da ação repressiva do Estado e sim
12. Assim Lekschas, J. "Theoretische Grundlagen..." cit., p. 71.
13. Como observa Mergen, A. Die Kriminologie. Eine Systematische Darstellung, redimensioná-la a um plano de efetividade e pronta resposta, primando-se
p. 15 e ss. sempre pelo conjunto de ações preventivas, as quais deverão ser balizadas
14. Desde logo, a prevenção e o controle do delito deixam de ser "problemáticos" pela concepção de parceria comunitária, visto que sem ela a evidência
e não se reservam aos órgãos do Estado, já que se entende que "é coisa do delituosa estará sempre em destaque e o cidadão permanecerá inerte,
povo" e deve ser assumida por todos os agentes sociais como "ação coletiva". fomentando constantemente a síndrome do medo.
Cf. Mergen, A. Die Kriminologie cit., p. 16; García-Pablos, A. Tratado de cri-
minología cit., p. 884 e ss. II. CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRIMINOLOGIA “CLÁSSICA”, “NE-
15. A Criminologia socialista sustenta uma teoria "exógena" da criminalidade (vide
OCLÁSSICA” E A MODERNA CRIMINOLOGIA.
García-Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 885).
16. Sobre referida atitude de "desprezo" absoluto com o infrator, vide Kaiser, G. A Criminologia “clássica” contemplou o delito como enfrentamento for-
Introducción a la criminología cit., p. 69. A partir de pressupostos antropológi- mal, simbólico e direto entre o Estado e o infrator. Nesse contexto, a pre-
cos e culturais bem distintos, a sociedade japonesa cultiva, também, uma tensão punitiva do Estado polariza e esgota a resposta ao fato delituoso
"cultura da vergonha": o delito estigmatiza a própria família, o grupo do infra- prevalecendo à face patológica. A reparação do dano causado á vítima não
tor (vide Benedict, R. The chrysanthemun and the sword). se apresenta como exigência social. Tampouco preocupa a efetiva “reinte-
17. Uns 6.500 programas de prevenção foram constatados nos Estados Unidos, gração” do infrator. A dimensão comunitária do conflito criminal e da res-
no decênio 1965-1975 (Cf. Wright e Dixon, "Community prevention and treat- posta solidária que ele reclama permanecem, portanto, camufladas no nível
ment of juvenile delinquency. A review of evaluations", JResCrim, 1977, p.
de abstração. Em suma, não se pode sequer, dentro deste modelo de
36). Vide, ainda, Kaiser, G. Introducción a la criminología cit., p. 125
análise criminal e político criminal, falar de “prevenção” do delito (“estricto
sensu”), senão de dissuasão penal. Os modelos de prevenção do delito
POLÍTICAS PÚBLICAS - PREVENÇÃO DO DELITO clássico e neoclássico consideram que o meio adequado para prevenir o
delito deve ter natureza “penal” (a ameaça do castigo), ou seja, o mecanis-
PREVENÇÃO DO DELITO mo dissuasório, mediante o efeito inibitório da pena, expressa fielmente a
Síntese do trabalho original de autoria de: Antonio Garcia e Pablos essência da prevenção. A diferença básica entre o modelo “clássico” e
de Molina “neoclássico” de prevenção do delito encontra-se no fato de no modelo
“clássico” a questão da prevenção é polarizada em torno da pena, do seu
I. A PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO “SOCIAL” E “DEMO- rigor ou severidade enquanto que, no modelo neoclássico, a efetividade do
CRÁTICO” DE DIREITO. impacto dissuasório depende mais do funcionamento do sistema legal, tal
O crime deve ser compreendido como um fenômeno social, de nature- como ele é percebido pelo infrator potencial, que na severidade abstrata
za inter pessoal e comunitária. Em linhas gerais o fenômeno criminal está das penas.
associado ao conjunto de fatores intervenientes na constituição de uma
determinada sociedade. Assim é que cada sociedade possui uma espécie Já a moderna Criminologia é partidária de uma imagem mais complexa
ou modalidade própria de delito que caracteriza e sustenta o aspecto de do acontecimento delituoso de acordo com o papel ativo e dinâmico que
universalidade com que é observado tal fenômeno. Torna-se fácil verificar atribui aos seus protagonistas (delinquente, vítima, comunidade) e com a
que raízes empíricas atuais do fenômeno criminal, herdados de uma tradi- relevância acentuada dos muitos fatores que convergem e interagem no
ção sócio - cultural, constituem a base científica para a análise e a interpre- “cenário criminal”. Destaca o lado conflituoso e humano do delito, sua
tação dos mecanismos de organização social que engendraram o compor- aflição, os elevados “custos” pessoais e sociais deste doloroso fenômeno,
tamento delituoso numa dada e referenciada sociedade. cuja aparência patológica, de modo algum nos conduz a uma serena análi-
se de sua origem, nem o imprescindível debate político criminal sobre as
À primeira vista, a solução veementemente reclamada pela sociedade técnicas de intervenção e de seu controle. Neste modelo teórico, o castigo
para a completa extirpação desse “mal”, passa, necessariamente pela do infrator não esgota as expectativas que o fato delitivo desencadeia.
intervenção do Estado, através de seu aparato policial. Contudo, tal per- Nesse sentido, reparar o dano, reintegrar o delinquente e prevenir o crime
cepção falseia o conteúdo real de uma evidência universal ao mesmo são objetivos de primeira magnitude.
tempo em que mascara as forças e os movimentos, histórico e material-
mente constituído num ambiente culturalmente contextualizado. Imputar à III. O CONCEITO DE “PREVENÇÃO” E SEUS DIVERSOS CONTEÚ-
miséria, à má distribuição de renda, a impunidade institucionalizada e a DOS.
tantas outras razões as causas do fenômeno criminal, por si só não contri- Existe um setor doutrinário que identifica a prevenção com o mero efei-
bui efetivamente para o enfrentamento racional que a questão exige. En- to dissuasório da pena. Prevenir equivale a dissuadir o infrator potencial
tender as variáveis e os fenômenos subjacentes que ajudaram a construir o com a ameaça do castigo. A prevenção é concebida com prevenção crimi-
pensamento político, social e econômico brasileiro talvez seja o primeiro nal e opera no processo da motivação do infrator.
passo na tentativa de compreender a complexidade do fenômeno criminal
que assola, em particular, nosso país. Não obstante, outros fenômenos Outros autores ampliam o conceito de prevenção, salientando que ele
sociais merecem destacada importância para a compreensão do assunto compreende o efeito dissuasório mediato, ou seja indireto, que pode ser
em tela, como por exemplo a Religião, as Instituições, a Tecnologia, dentre conseguido por meio de instrumentos não penais que alteram o “cenário”

Noções de Criminologia 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
criminal, modificando alguns dos fatores ou elementos do mesmo (espaço industrializados, que concentra os mais elevados índices de criminalidade:
físico, desenho arquitetônico e urbanístico, atitudes das vítimas, efetividade são áreas muito deterioradas, com péssimas condições de vida, pobre
e rendimento do sistema legal etc.). infra-estrutura, significativos níveis de desorganização social e residência
compulsória dos grupos mais conflituosos e necessitados. O espírito refor-
Para muitos estudiosos do sistema penitenciário, finalmente, a preven- mista desse programa prevê medidas de reordenação e equipamento
ção do delito não é um objetivo autônomo da sociedade ou dos poderes urbano, melhorias infra - estruturais, dotação de serviços públicos básicos
públicos, senão o efeito último perseguido pelos programas de reintegração etc.
e inserção do condenado. Trata-se, pois, não tanto de evitar o delito, senão
evitar a reincidência do infrator. Tal conceito de prevenção equipara-se ao 2) PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO POR MEIO DO DE-
de prevenção especial. Evitar a reincidência do condenado implica em uma SENHO ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO.
intervenção tardia no problema criminal (déficit etiológico). Por outro lado, Tais programas de prevenção orientam-se à reestruturação urbana e
revela um acentuado traço individualista e ideológico na seleção dos seus utilizam o desenho arquitetônico para incidir positivamente no “habitat”
destinatários e no desenho dos correspondentes programas (déficit social). físico e ambiental, procurando neutralizar o elevado risco de influências que
Por fim, concede um papel protagonista desmedido às instâncias oficiais do favorecem o comportamento delituoso ou de se tornar vítima desse com-
sistema legal (déficit comunitário). portamento que ostentam certos espaços, assim como modificar, também
de forma satisfatória, a estrutura “comportamental” do vizinho ou habitante
Contudo, em sentido estrito, prevenir o delito é algo mais. O conceito destes lugares. Assim como o programa de prevenção sobre determinadas
de prevenção do delito não pode desvincular-se da gênese do fenômeno “áreas geográficas”, o programa de prevenção por meio do desenho arqui-
criminal, isto é, reclama uma intervenção dinâmica e positiva que neutralize tetônico e urbanístico não previne o delito, somente o desloca para outras
suas raízes, suas “causas”. A prevenção deve ser contemplada como áreas menos protegidas, deixando intactas as raízes profundas do proble-
prevenção “social”, ou seja, como mobilização de todos os setores comuni- ma criminal e tem uma inspiração policial e defensiva, é dizer, não etiológi-
tários para enfrentar solidariamente um problema “social”. Nesse contexto, ca.
há de se destacar a concepção doutrinária decorrente da classificação dos
níveis de prevenção em primária, secundária e terciária. A distinção baseia- 3) PROGRAMAS DE PREVENÇÃO “VITIMÁRIA”.
se em diversos critérios : na maior ou menor relevância etiológica dos A prevenção orientada para vítimas parte de uma comprovação empíri-
respectivos programas, nos destinatários aos quais se dirigem, nos instru- ca não questionada por ninguém, isto é, o risco de se tornar vítima não se
mentos e mecanismos que utilizam, nos seus âmbitos e fins perseguidos. reparte de forma igual e uniforme na população nem é produto do azar ou
da fatalidade: trata-se de um risco diferenciado, calculável, cuja maior ou
Conforme tal classificação, os programas de prevenção primária orien- menor probabilidade depende de diversas variáveis pessoais, situacionais,
tam-se à raiz do conflito criminal, para neutralizá-los antes que o problema sociais (relacionadas, em princípio, com a própria vítima).
se manifeste. Busca atingir um nível de socialização proveitosa de acordo
com os objetivos sociais. Educação, habitação, trabalho, bem estar social e Os programas de prevenção de orientado para vítimas, potenciais ou
qualidade de vida são os âmbitos essenciais para uma prevenção primária, não, pretendem informar - e conscientizar - as vítimas potenciais dos riscos
que opera sempre a longo e médio prazo e se dirige a todos os cidadãos. que assumem, com a finalidade de fomentar atitudes maduras de respon-
sabilidade, autocontrole, em defesa dos seus próprios interesses. Perse-
A chamada prevenção secundária, por sua parte, atua mais tarde em guem também, uma mudança de mentalidade da sociedade em relação à
termos etiológicos, ou seja, no momento onde se manifesta ou se exteriori- vítima do delito: maior sensibilidade, solidariedade com quem padece as
za o conflito criminal. Opera a curto e médio prazo e se orienta seletivamen- consequências dele.
te a concretos (particulares) setores da sociedade, àqueles grupos e sub-
grupos que ostentam maior risco de padecer ou protagonizar o problema 4) PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO DE INSPIRAÇÃO
criminal. A prevenção secundária conecta-se com a política legislativa POLÍTICO-SOCIAL.
penal, assim como com a ação policial. Uma Política Social progressiva, se converte, então, no melhor instru-
mento preventivo da criminalidade, já que desde o ponto de vista “etiológi-
Programas de prevenção policial, de controle dos meios de comunica- co” - pode intervir positivamente nas causas últimas do problema, do qual o
ção, de ordenação urbana e utilização do desenho arquitetônico como crime é um mero sintoma ou indicador. Os programas com esta orientação
instrumento de autoproteção, desenvolvidos em bairros de classes menos político - social são, na verdade, programas de prevenção “primária”: genu-
favorecidas, são exemplos de prevenção secundária. ína e autêntica prevenção. Pois se cada sociedade tem o crime que mere-
ce, uma sociedade mais justa que assegura a todos os seus membros um
IV. BREVE REFERÊNCIA AOS PRINCIPAIS PROGRAMAS DE PRE- acesso efetivo às cotas satisfatórias de bem - estar e qualidade de vida -
VENÇÃO DO DELITO. em seus diversos âmbitos (saúde, educação e cultura, casa etc.) - reduz
Podemos destacar a existência de dois fatores básicos que contribuí- correlativamente sua intensidade conflituosa assim como as taxas de
ram para a definitiva consolidação de um novo paradigma político - criminal: delinquência. E os reduz, ademais, de modo mais justo e racional, combi-
o da prevenção. Em primeiro lugar, o fracasso indiscutível do modelo nando a máxima efetividade com o menor custo social.
repressivo clássico, baseado em uma política penal dissuasória, como
única resposta ao problema do delito. Em segundo lugar, o próprio progres- 5) PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE DE ORIEN-
so científico e a utilíssima informação que diversas disciplinas reúnem TAÇÃO “COGNITIVA”.
sobre a realidade da delinquência. Se o crime não é um fenômeno casual, Se a aquisição de habilidades cognitivas tem demonstrado ser uma efi-
fortuito, aleatório, isto é se não é um produto do azar ou da fatalidade, caz técnica de intervenção reintegradora, porque isola o delinquente de
senão um acontecimento altamente seletivo, como revelam tais disciplinas influências perversas, parece lógico supor que uma tempestiva aquisição
(o crime tem seu momento oportuno, seu espaço físico adequado, sua pelo jovem de tais habilidades evitaria que este tivesse participação em
vítima propícia etc.), uma informação empírica confiável sobre as principais comportamentos delitivos. Sua eficácia, pois, alcança não só o âmbito da
variáveis do delito abre imensas possibilidades para a sua prevenção intervenção (“tratamento”), senão também o da “prevenção”.
eficaz.
6) PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DA REINCIDÊNCIA.
Dentre os inumeráveis programas de prevenção conhecidos, vejamos Embora este tipo de programa não contemple a prevenção como obje-
uma breve informação sobre os pressupostos teóricos, principais diretrizes tivo específico imediato, haja vista dirigir-se, antes de tudo, ao condenado -
e conteúdos de alguns deles: ou ao infrator - com a pretensão de evitar que o mesmo volte a delinquir.
São, pois, programas de prevenção terciária, que tratam de evitar a reinci-
1) PROGRAMAS DE PREVENÇÃO SOBRE DETERMINADAS “ÁREAS dência do infrator, não de prevenir o “desvio primário”. Muito destes pro-
GEOGRÁFICAS”. gramas, como se verá, pertencem mais à problemática da “intervenção” (ou
Seu pressuposto doutrinário consiste na existência de um determinado “tratamento”) que à prevenção, entendida em sentido estrito. Outros corres-
espaço, geográfica e socialmente delimitado, em todos os núcleos urbanos pondem ao conhecido modelo dos “substitutivos” penais: baseia-se em

Noções de Criminologia 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fórmulas alternativas à intervenção drástica do sistema legal (quando se PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA SEXUAL
trata de conflitos pouco graves) para liberar o infrator do seu inevitável A violência sexual pode ser considerada uma das violências de gênero
impacto gerado por estigmas. já que está baseada na desigualdade entre homens e mulheres.

V. BASES DE UMA MODERNA POLÍTICA CRIMINAL DE PREVEN- É importante salientar que a dominação do sexo masculino em relação
ÇÃO DE DELITOS. do sexo feminino se expressa na forma como meninos e meninas são
Uma moderna política criminal de prevenção do delito deve levar em educados e socializados, os meninos aprendem a ter comportamentos
conta as seguintes bases: agressivos de domínio do mundo público, enquanto, espera-se que as
1) O objetivo último de uma eficaz política de prevenção não consiste meninas sejam sensíveis e capazes de desempenhar funções domésticas.
em erradicar o crime, senão em controlá-lo razoavelmente.
2) No marco de um Estado social e democrático de Direito, a preven- Os impactos da violência sexual na saúde física e mental nas mulheres
ção do delito suscita inevitavelmente o problema dos “meios” ou apresentam-se nas formas de: DST, lesões de maior ou menor gravidade,
“instrumentos” utilizados, assim como dos “custos” sociais da pre- inflamações pélvicas, gravidez indesejada, aborto espontâneo, dor pélvica
venção. crônica, dores de cabeça persistentes, problemas ginecológicos, abuso de
3) Prevenir significa intervir na etiologia do problema criminal, neutra- álcool e drogas, asma, síndrome de irritação intestinal, stress, depressão,
lizando suas “causas”. ansiedade, disfunções sexuais, distúrbios alimentares, tentativa de suicídio,
4) A efetividade dos programas de prevenção deve ser programada a entre outras.
médio e longo prazo.
5) A prevenção deve ser contemplada, antes de tudo, como preven- A maioria das mulheres foi educada achando que o sexo faz parte das
ção “social” e “comunitária”, precisamente porque o crime é um obrigações do sexo feminino nas relações afetivas, dessa forma, acabam
problema social e comunitário. por naturalizar o sexo forçado, não identificando as situações de violência
6) A prevenção do delito implica em prestações positivas, contribui- sexual. Para prevenir a violência sexual, é importante buscar ouvir as
ções e esforços solidários que neutralizem situações de carência, mulheres e identificar se estão em situação de violência sexual, além de
conflitos, desequilíbrios, necessidades básicas. suspeitar de sinais desse tipo de violência.
7) A prevenção científica e eficaz do delito, pressupõe uma definição
mais complexa e aprofundada do “cenário criminal“, assim como Tipos de prevenção
nos fatores que nele interagem. • prevenção primária deve realizar abordagens que visam a evitar
8) Pode-se também evitar o delito mediante a prevenção da reinci- a violência sexual antes que ela ocorra, refletindo sobre as atitudes
dência. Mas, desde logo, melhor que prevenir “mais” delitos, seria e práticas culturais que reforçam a desigualdade de gênero como
“produzir” ou “gerar”menos criminalidade. causa da violência sexual
• prevenção secundária deve realizar respostas mais imediatas à
VI . BIBLIOGRAFIA violência sexual, tais como assistência pré-hospitalar, serviços de
García - Pablos de Molina, Antonio. emergência, tratamento de doenças sexualmente transmitidas a-
Criminologia: uma introdução a seus fundamentos teóricos / An- pós uma violência sexual e oferta de contracepção de emergência
tonio García - Pablos de Molina; tradução de Luiz Flávio Gomes. - São • prevenção terciária deve assegurar a assistência em longo prazo
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1992. no caso de violência sexual, tais como reabilitação e reintegração,
e tenta diminuir o trauma ou reduzir a invalidez de longo prazo as-
sociada à violência
INSTITUTO SÃO PAULO CONTRA A VIOLÊNCIA
No momento em que as mulheres se sentem confortáveis para expor
O Instituto São Paulo Contra a Violência foi fundado em 25 de novem-
situação de violência sexual, os serviços de saúde devem proteger e apoiar
bro de 1997, como resultado do seminário "São Paulo Sem Medo", realiza-
as mulheres em situação de violência sexual. As ações dos serviços de
do pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo,
saúde servem para reduzir a ocorrência futura da violência sexual e modifi-
Fundação Roberto Marinho e Rede Globo de Televisão. O seminário reuniu
car sua origem.
especialistas e representantes de organizações governamentais e não
governamentais que apontaram a necessidade de políticas, programas e
As iniciativas de grupos de apoio têm se mostrado de grande auxílio
ações mais eficazes para reduzir a violência e aumentar a segurança dos
para as mulheres que vem tentando romper com o ciclo da violência e que
cidadãos em São Paulo. Foi enfatizada a importância da criação de uma
também estão se recuperando de uma violência sexual.
organização da sociedade civil para colaborar com os governantes na
formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas e
Os grupos de ajuda com agressores dirigidos à mudança de atitude
programas de combate e prevenção da violência.
também são uma importante estratégia de prevenção.
A partir do estímulo oferecido pelo seminário, lideranças do setor priva-
do, sociedade civil, instituições financeiras, e meios de comunicação cria- SOCIEDADE SE MOBILIZA CONTRA A VIOLÊNCIA
ram o Instituto São Paulo Contra a Violência para desenvolvimento de A quem cabe a segurança pública? Até pouco tempo atrás a única res-
projetos de redução da violência no Estado de São Paulo. posta seria: "ao poder público", representado pela polícia, justiça ou siste-
ma penitenciário. Hoje, a redução da criminalidade e da violência é, cada
O Instituto São Paulo Contra a Violência é uma OSCIP - Organização vez mais, objeto de atuação direta da sociedade civil organizada, através
da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, que promove de diversas entidades. A maioria delas trabalha com a prevenção, justa-
parcerias com o Estado ou com organizações não-governamentais para mente para preencher um vácuo deixado pelas agências estatais. As expe-
identificação e resolução dos problemas relativos à segurança dos cida- riências vão desde projetos nas escolas, aulas de cidadania nas comunida-
dãos, melhoria da qualidade de vida da população e desenvolvimento des carentes até campanhas pela paz. Essa mobilização social deu início à
comunitário no Estado de São Paulo. formação de Organizações Não Governamentais (ONG's) contra a violên-
cia. Grande parte delas surgiu como resposta a um momento de forte
O ISPCV enfatiza a importância de ações integradas em quatro áreas tensão.
estratégicas
Em 17 de dezembro de 1993, no Rio de Janeiro, milhares de pessoas
 melhoria dos serviços de segurança pública.
vestidas de branco fizeram dois minutos de silêncio e pediram paz, após o
 melhoria dos serviços de justiça criminal. assassinato de oito meninos junto à Igreja da Candelária e a chacina de 21
 melhoria do sistema correcionário (Penitenciário e Fundação Ca- pessoas em Vigário Geral. Daí nasceu, entre outros, o Viva Rio.
sa).
 desenvolvimento de políticas sociais e urbanas de prevenção. Em agosto de 1997, estudantes de direito da Universidade de São Pau-
lo (USP) lançaram a campanha Sou da Paz para chamar a atenção da

Noções de Criminologia 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sociedade para a necessidade de combater as armas de fogo. Nesta épo- Em maio de 2000, o Instituto Sou da Paz implantou o projeto Observa-
ca, foram recolhidas mais de 3.500 armas. Em janeiro de 1999 foi criado o tório de Direitos Humanos, nos bairros de Jardim Ângela, Jardim Jacira,
Instituto Sou da Paz com o objetivo de multiplicar as atividades iniciadas na Jardim Comercial e Heliópolis. Durante seis meses, jovens mapearam os
campanha anterior. problemas de suas comunidades. Os grupos trabalharam o direito à educa-
ção, à cultura e lazer, o combate à violência e ao desemprego. As informa-
O Instituto São Paulo contra a Violência surgiu em novembro de 1997, ções levantadas serão cruzadas com os diagnósticos oficiais e formarão os
após o seminário São Paulo Sem Medo, promovido pelo Núcleo de Estudos Relatórios da Cidadania, a serem publicados e encaminhados à ONU.
da Violência, da USP, Fundação Roberto Marinho e Rede Globo de Televi-
são. Nesse encontro foram debatidos as bases de um movimento, mais Ainda no bairro Jardim Ângela, o Instituto Sou da Paz atua no projeto
tarde formalizado oficialmente como instituto, destinado a colaborar com a Espaço Criança Esperança. Uma iniciativa voltada à criação de um centro
sociedade e os governantes na formulação e implementação de políticas e modelo de atendimento de crianças e adolescentes e ao fortalecimento
programas para reduzir a violência. comunitário, como formas de prevenção do crime.

Os trabalhos desenvolvidos pelas ONG's envolvem diferentes parcei- Campanhas pelo desarmamento
ros, desde voluntários, associações de moradores e de classe, empresas e A maior destruição de armas no mundo em um só dia ocorreu no dia 24
governos. O Instituto São Paulo Contra a Violência lançou em novembro de de junho passado, no Rio de Janeiro, organizada pelo governo do Estado
2000, o Fórum Metropolitano de Segurança Pública de São Paulo que em parceria com o Viva Rio. Cerca de 20 mil pessoas participaram da
reúne 39 prefeitos da Grande São Paulo. O objetivo, de acordo com a cerimônia de destruição de 100 mil armas de fogo. O ato foi celebrado na
secretária executiva do Fórum, Carolina Ricardo, é uma atuação articulada Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio Ilícito de Armas Leves,
que permita identificar os problemas ligados à violência em cada município. ocorrida no período de 9 a 20 de julho, em Nova York, como "exemplar",
não só pela quantidade de armas, mas principalmente pela participação
O Fórum é dividido em quatro Grupos de Trabalho que elaboram dire- popular. Foi bom para mudar um pouco da imagem do país, que é campeão
trizes nas áreas de Violência, Informação Criminal, Guarda Municipal e mundial de casos de mortes relacionados com o emprego de armas de
Comunicação Social. "A complexidade do tema demanda diversas ações fogo.
que devem conjugar esforços, envolvendo todas as prefeituras e, principal-
mente, atingindo a comunidade local", afirma Carolina Ricardo. Nos meses Apesar do impacto positivo no âmbito internacional, a campanha rece-
de novembro e dezembro, o Fórum Metropolitano realizará cinco seminá- beu algumas críticas. A principal era de que estavam sendo destruídas
rios sobre a prevenção à violência. Os encontros serão nos municípios de apenas armas antigas. Para o coordenador de desarmamento do Viva Rio,
Suzano, Santo André, Barueri, Mairiporã e São Paulo. Antônio Rangel, o tempo de uso das armas não invalida a importância do
movimento. "Uma arma de 40 anos mata da mesma forma que uma nova.
O Disque Denúncia (0800 15 63 15), um projeto do Instituto São Paulo Além disso com a destruição eliminamos os riscos de desvios ou aluguel de
Contra a Violência em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança armas", diz. Algumas das armas destruídas foram apreendidas até cinco
Pública, comemorou um ano de aniversário no último 31 de outubro. Ele é vezes consecutivas, revelando que há frequentes desvios dos depósitos da
uma central de atendimento telefônico através da qual qualquer pessoa, Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos para o circuito criminal.
com absoluta garantia de anonimato, pode fornecer informações sobre
crimes, colaborar com a polícia na prevenção e contribuir para a resolução Para conseguir destruir tal quantidade de armas, o Viva Rio teve que
dos problemas de segurança pública. A denúncia é analisada e encami- enfrentar uma batalha judicial. Pela lei, as armas só podem ser destruídas
nhada ao setor competente da polícia, que informa ao denunciante as após 20 anos de concluído processo judicial. Através de negociações com
providências adotadas e os resultados. o Ministério da Justiça, Tribunal Estadual de Justiça e Procuradoria de
Justiça foi possível reduzir o prazo para cinco anos. Se o prazo fosse ainda
Em um ano, o serviço recebeu 25.428 denúncias. Em 2001, os meses menor poderia ser realizado um novo ato nas mesmas proporções. "Ainda
com maior volume de denúncias foram março (2.428) e outubro (2.124). Até temos no depósito 100 mil armas com menos de cinco anos de processo
19 de outubro, foram presas 893 pessoas, recapturados 95 fugitivos, evita- que poderiam ser destruídas", afirma Rangel.
das 15 fugas, recuperados 81 veículos, apreendidos 57 veículos, localiza-
dos 13 desmanches, apreendidas 221 armas, 17.572 bens e abertos 68 A importância das atividades do Viva Rio e do Sou da Paz pelo desar-
inquéritos policiais. mamento foi reconhecida também pelo governo brasileiro. A prova disso é
que essas duas ONG's integraram a delegação brasileira na Conferência da
As perspectivas do Instituto São Paulo Contra a Violência para o pró- ONU. O Brasil foi um dos 10 países em todo o mundo que convidou ONG's
ximo ano são ampliar a divulgação com campanhas na mídia, expandir o para compor sua comitiva. Os participantes da Conferência se compromete-
serviço para o interior do Estado e aperfeiçoar o software de sistema de ram em implementar na América Latina mecanismos de controle do tráfico
busca. "As denúncias aumentam com a melhor divulgação do serviço e do ilegal de armas. A Conferência terá continuidade, nos dias 19 a 21 de
número telefônico do Disque Denúncia. Por esta razão vamos iniciar uma novembro, no Chile.
nova campanha e esperamos com isso reavivar a memória da população",
A luta pelo desarmamento deverá ser ampliada. Nos dias 21 a 23 de
diz Ronildo Machado, do Fórum.
junho foi realizado, no Rio de Janeiro, o 1º Seminário de ONG's do Brasil e
do Mercosul sobre redução de Armas Leves. O evento reuniu 29 entidades
Ação preventiva
do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. "Estamos persua-
A melhoria das relações comunitárias e a educação para a cidadania
dindo ONG's que trabalham com outras formas de violência a incluir em
são essenciais na prevenção da violência. Não é à toa que a maioria dos
suas agendas a luta contra a proliferação de armas", explica Antônio Ran-
projetos das ONG's são desenvolvidos no ambiente escolar.
gel. De acordo com o coordenador do Viva Rio, a formação de entidades
que trabalham com essa questão na América do Sul é nova, ao contrário da
O Instituto Sou da Paz atua no projeto Grêmio em Forma, que faz parte
América Central, onde já atuam nessa área mais de 90 organizações da
da pesquisa Paz na Escola, realizada em parceria com o Instituto Latino-
sociedade civil.
Americano das Nações Unidas (Ilanud).
Algumas das campanhas de desarmamento têm o objetivo de conven-
O projeto Grêmio em Forma prevê a criação de material de apoio à cri-
cer a população de que ter uma arma em casa não garante a proteção da
ação de grêmios, como o Caderno Grêmio em Forma, escrito a partir de
família, mas a expõe ao risco. Com essa finalidade, o Viva Rio lançou em
conversas com educadores, visitas a escolas e debates com alunos, para
maio passado, no Dia das Mães, a campanha Arma Não! Ela ou Eu. Mulhe-
descobrir suas dúvidas. O projeto é desenvolvido em algumas escolas
res que perderam seus filhos e parentes com o uso de armas de fogo estão
públicas do bairro Jardim Ângela, região da cidade de São Paulo com altos
à frente do movimento. A participação das mães também é fundamental na
índices de violência. As atividades incluem oficinas para debater questões
campanha Mãe, Desarme seu Filho. A intenção é incentivar o desarmamen-
de direitos humanos, violência e cidadania.
to dos jovens, apelando para a ação das mães. Em breve será lançada uma
ampla campanha de divulgação do tema com filmes publicitários na TV.

Noções de Criminologia 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
MOBILIZAÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA bém devam ser amplamente concedidas oportunidades de estudo e traba-
Por Gilberto Garcia em 2/9/2008 lho para os adolescentes brasileiros e os que, apesar disso, transgridam a
lei, sejam contundentemente penalizados, mesmo os menores, entre 12 e
A revista Veja publicou uma longa matéria, "Crime - As raízes, a impu- 16 anos, na medida em que quem comete um grave delito, através de
nidade, as soluções", na edição nº 1.990. Entretanto, no citado "Percurso medidas sócio-educativas exemplares e de longa duração, algumas já
da cocaína", em nenhum momento foi citado um indispensável tópico, que é previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, como o estudo forçado
o item do consumidor, que fecha o circuito do percurso da droga. Como e/ou penas alternativas junto à comunidade e, inclusive, a privação de
também tem ocorrido com outros meios de comunicação – jornais, revistas, liberdade, se for o caso, estendendo-se o seu cumprimento após a maiori-
rádio ou televisão –, estes, assim como o Estado, através de seus agentes, dade quando o crime assim prescrever, evidentemente em lugares adequa-
só têm enfrentado a temática da violência pelo combate aos atravessadores dos, possibilitando assim sua reinserção social.
que negociam as drogas.
Assim, talvez a mobilização da sociedade deva ser de forma direciona-
Necessitamos, como sociedade, mobilizar-nos contra a violência em da, por exemplo, com a penalização ao dependente de drogas, eis que é
nosso país, a começar pelo esclarecimento de onde vem o financiamento, um doente e, portanto, deveria ser encaminhado a tratamento clínico obri-
especialmente pelas razões, inclusive existenciais, que levam pessoas ao gatório, com penas alternativas ajudando familiares das vítimas da violência
consumo de drogas, lícitas e ilícitas, e, sobretudo nos posicionarmos em e, sobretudo, em função de seu alto poder aquisitivo, imputando-lhe pesa-
prover ajuda, orientação, numa atuação preventiva, tratamento adequado das multas pecuniárias, na medida em que o consumidor é quem financia,
etc., ao mesmo tempo em que se estabeleçam sanções legais pesadas, através de seu grande poder monetário, por via transversa, a violência; é a
especialmente pecuniárias, para os consumidores, no que tange ao cha- ele a quem deve, prioritariamente, ser imputado o custo do combate e aí
mado "consumo social", que é sabidamente o mote maior da existência do estar-se-á afugentado os atravessadores do grande negócio da droga com
grande mercado da venda de drogas no Brasil. eficiência e eficácia, e não "enxugando gelo", como o sistema legal vem
Corroborando estas asseverações, a Junta Internacional de Fiscaliza- enxugando hoje, com inocentes, que não consomem drogas, sendo vitima-
ção de Entorpecentes (Jife), órgão ligado a ONU, através de relatório dos, eis que se ataca a consequência, e não a causa do negócio.
divulgado no início deste ano e timidamente divulgado pela mídia nacional,
com honrosas exceções, como o jornal O Globo, que registrou as "duras Expansão do tráfico
críticas ao governo brasileiro pelo tratamento diferenciado entre usuários e E, ainda, o sistema penal sendo viabilizado para sua função maior que
traficantes na nova lei sobre drogas no país [...]. Pela lei, o usuário pode ser é a ressocialização do apenado, visando com que ele retorne ao convívio
condenado à prisão, mas a punição é sempre convertida em pena alternati- social para dar sua vital contribuição como cidadão de bem após ter cum-
va, como prestação de serviços. [...] Diz o representante da ONU [...] que a prido sua dívida para com a sociedade através da implementação de traba-
condescendência com o usuário enfraquece a capacidade de investigação lho forçado remunerado, objetivando indenizar a família da vítima, ressar-
das polícias sobre o narcotráfico. Sem punição severa, o usuário nunca cimento dos custos do preso ao Estado e para a formação de um fundo
colabora com a polícia [...]". para ser utilizado na liberdade do preso, bem como, cumprimento integral
da pena privativa de liberdade, inexistência de regalias para presos de alta
Usuário é dependente periculosidade e outras medidas operacionais que existem, e funcionam,
Na verdade é importante destacar que este é um assunto altamente em presídios de outros lugares, que têm conseguido manter a violência em
complexo e que não existe uma única solução, nem esta será implementa- níveis suportáveis para o bem da sociedade civil organizada, como por
da num passe de mágica e resolverá tudo imediatamente, na medida em exemplo, Nova York, em seu "Tolerância Zero".
que estamos colhendo, como sociedade, o que foi plantado ao longo dos
anos, especialmente numa sociedade onde muito poucos têm a possibilida- Reiterando esta visão político-institucional, destacamos pequeno trecho
de de ter acesso à escola, trabalho, moradia etc. Na questão da acentuada do artigo publicado no Jornal do Commercio, "O tráfico e o consumo de
desigualdade econômica, na ausência de oportunidades iguais para todos drogas no Brasil", da desembargadora Áurea Pimentel Pereira (TJ-TJ), a
os cidadãos e ainda na exclusão social de diversos setores da sociedade, qual, comentando o relatório citado do órgão da ONU, asseverou: "Não
aos quais tem-se injusta e imoralmente imputado a causa da violência. deixa de ter razão, portanto, o relatório submetido à Junta de Fiscalização
de Entorpecentes, quando credita à leniência com que no Brasil está sendo
O Código Penal é da década de 40, tendo-se tentado uma reforma na tratado o problema do consumo de drogas e expansão do tráfico que as
década de 70, a qual não foi levada a efeito. Possui hoje mais de 60 anos explora, este último, naturalmente, sem condições de ser desmantelado,
e, em que pese terem surgido diversas leis, algumas recentíssimas, como a enquanto existir, como atualmente existe, uma verdadeira multidão de
que considera o usuário de drogas um doente, não podendo ser criminali- usuários que o fortalecem e vivificam.
zado por esta dependência e a nova Lei Maria da Penha, que criminaliza de
forma contundente o agressor de sua esposa, companheira, noiva, namo- Flagelo mundial
rada etc. A crítica feita no relatório procede, em substância, servindo como alerta
para a necessidade da edição, em nosso país, de lei mais severa que –
Percebe-se que a sociedade, numa vertente sociológico-política, em embora não venha, evidentemente, a dispensar, ao usuário de drogas,
uma lei faz a opção por atacar a causa da violência doméstica, ou seja, o tratamento legal rigorosamente igual ao do traficante – o que seria absurdo,
agressor afetivo, e noutra lei a opção por proteger o financiador da violên- preveja a aplicação ao primeiro, de normas legais mais realísticas, capazes
cia, o consumidor de drogas, ataca-se à consequência, e não à causa da de romper a verdadeira parceria de interesses entre um e outro existente..."
violência quando toma posicionamento tímido de ajuda efetiva ao usuário
É interessante perceber que foi justamente uma política legislativa in-
de drogas, eis que segundo os estudiosos ele é um dependente, carecendo
versa adotada em face das drogas que fez o cigarro deixar de fazer parte
de ajuda social, familiar, médica, psicológica etc.
de nossa sociedade, eis que este foi coibido de modo contundente e hoje
temos uma geração que não conhece o cigarro como sendo uma forma de
"Enxugando gelo"
status social, seja pela proibição da mídia, seja pelas proibições de seu uso
De igual forma, tem acontecido o debate com relação à maioridade pe-
em determinados locais, seja pela aversão social que a fumaça desperta,
nal, quando a Constituição Federal de 1988 reduziu a maioridade eleitoral
respeitado o direito de seu usuário utilizá-lo em locais não proibidos, que
concedendo o voto facultativo ao jovem de 16 anos; o Código Civil de 2002
cada vez se tornam mais raros, inclusive pelo custo social no investimento
reduziu de 21 para 18 anos a maioridade civil; a Lei Trabalhista considera
no tratamento de doenças pulmonares; e, especialmente, na recentíssima e
que o adolescente de 16 anos é apto para ser contratado para trabalhar; e
bem-sucedida aprovação da lei de tolerância zero com relação a bebida
ainda estamos discutindo se a maioridade penal deve continuar sendo aos
alcoólica no trânsito, a qual vem trazendo resultados práticos excepcionais,
dezoito anos, quando há muito tempo, desde 1988, já deveria estar em 16
com vidas sendo poupadas.
anos, reconhecendo a maturidade da juventude de hoje.
Fica a sugestão para a tão competente equipe de reportagem da revis-
É claro que ninguém deve achar que esta é a única solução e nem de- ta Veja, ou mesmo de outros potentes veículos de comunicação, comple-
ve ser implementada de forma isolada, até porque entendemos que tam- mentar o excelente texto publicado, inclusive apontando, como inteligente-

Noções de Criminologia 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mente feito na aludida matéria, soluções práticas, bem como enfocando o pedofilia, por sí só, não é um crime, e sim um desvio psicológico e
mercado do consumo de drogas, respondendo a perguntas tais como quem sexual. A pessoa pedófila passa a cometer um crime quando abusa
são os consumidores?, qual o nível de escolaridade?, de renda?, onde sexualmente de crianças ou incentiva a produção de pornografia
estão?, por que consomem?, por que não param de consumir?, como vêem infantil.
as consequências sociais de seu consumo? e, quem sabe, à luz destas e 08. Há uma grande diferença entre: violência institucional e violência
outras respostas, possamos nos mobilizar como sociedade contra uma das espontânea. A institucional, trabalhada e cuidadosamente adaptada
maiores causas da violência no Brasil, a começar pelos consumidores, à situação, é empregada por grupos sociais de maneira sancionada,
visando conscientizá-los de sua responsabilidade maior, e aí nos preca- ou pelo menos é tolerada sem grandes problemas; a outra causa é
vermos com a adoção de medidas que efetivamente resguardem e/ou constituída de pequenos atos e provocações (testes), e às vezes
resgatem, sobretudo, nossos jovens que têm sido vítimas deste flagelo causa vergonha e arrependimento quase que imediatamente após
mundial. cessar. A violência institucional usa-se da propaganda (ou da
comunicação social) para vender uma suposta "naturalidade",
PROVA SIMULADA visando maior aceitação. Ela é típica de guerras, pois nenhuma
guerra se sustenta sem a aceitação por parte do povo de uma
Nas questões que se seguem, assinale: agressão a outro grupo, agressão que é justificada de maneiras mais
C – se a proposição estiver correta engenhosas quanto possível (racismo, "direito natural" a possessões
E – se a mesma estiver incorreta no exterior, revanchismo, etc).

01. Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser 09. A televisão tem sido tema de muita discussão em relação as cenas
vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica de violência realísticas. Muitas vezes, quase simultaneamente, expõe
e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do em suas programações, nos telejornais, telenovelas e seriados. A
necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por grande infiltração da televisão em todos os lares pode rapidamente
sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva difundir alguns dos tipos de violência.
de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa
ou ente. 10. Criminologia é uma ciência empírica que se ocupa do crime, do
delinquente, da vítima e do controle social do delitos.
02. Algumas formas de violência, especialmente a violência física, a
agressão propriamente dita, causando danos materiais ou 11. Baseia-se na observação, nos fatos e na prática, mais que em
fisiológicos, caracterizam-se pela intensidade comparativamente alta, opiniões e argumentos, é interdisciplinar e, por sua vez, formada por
assim como pela instantaneidade. Porém tendo pouca perenidade. outra série de ciências e disciplinas, tais como a biologia, a
Existem inúmeras variações da violência física (ou ainda, sub- psicopatologia, a sociologia, política, etc.
variedades), como o estupro, o assassinato e/ou o antigo (e
desusado) duelo. 12. Quando surgiu, a criminologia tratava de explicar a origem da
03. A violência psicológica consiste em um comportamento (não-físico) delinquência, utilizando o método das ciências, o esquema causal e
específico por parte do agressor. Seja este agressor um indivíduo ou explicativo, ou seja, buscava a causa do efeito produzido. Pensou-se
um grupo específico num dado momento ou situação. que erradicando a causa se eliminaria o efeito, como se fosse
suficiente fechar as maternidades para o controle da natalidade.
04. Muitas vezes, o tratamento desumano tais como: rejeição,
depreciação, indiferença, discriminação, desrespeito, punições 13. Academicamente a Criminologia começa com a publicação da obra
(exageradas) podem ser consideradas um grave tipo de violência. de Cesare Lombroso chamada "L'Uomo Delinquente", em 1876. Sua
Esta modalidade, muitas vezes não deixa (inicialmente) marcas tese principal era a do delinquente nato.
visíveis no indivíduo, mas podem levar à graves estados psicológicos
e emocionais. Muitos destes estados podem se tornar irrecuperáveis 14. Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em
em um indivíduo, de qualquer idade, antes saudável. Rousseau, a criminologia deveria procurar a causa do delito na
sociedade; baseado em Lombroso, para erradicar o delito
05. As crianças, são mais expostas a violência psicológica, tendo em deveríamos encontrar a eventual causa no próprio delinquente e não
vista que dispõem de menos recursos que lhe garantam a proteção. no meio. Enquanto um extremo que procura todas as causas de toda
O ambiente familiar e a escola tem sido os locais mais reportados. criminalidade na sociedade, o outro, organicista, investigava o
Pais e parentes próximos podem desencadear uma situação arquétipo do criminoso nato (um delinquente com determinados
conflituosa. Na escola, os colegas, professores ou mesmo o sistema traços morfológicos)
escolar podem ser os causadores de situações de constrangimento.
06. Em todas as sociedades existe a violência contra a mulher. Dados 15. Isoladamente, tanto as tendências sociológicas, quanto as orgânicas
Mundiais da OMS (Organização Mundial da Saúde), e nacionais fracassaram. Hoje em dia fala-se no elemento bio-psico-social. Volta
(Brasil), indicam números impressionantes sobre este tipo de a tomar força os estudos de endocrinologia, que associam a
violência. Qualquer ato violento que cause em dano ou sofrimento de agressividade do delinquente à testosterona (hormônio masculino),
natureza física, sexual ou psicológicas. Incluindo ameaças, a coerção os estudos de genética ao tentar identificar no genoma humano um
ou a privação de liberdade, na vida pública ou privada. A violência possível conjunto de "genes da criminalidade", e ainda há os que
contra a mulher engloba várias formas de violência, inclusive atribuem a criminalidade meramente ao ambiente, como fruto de
psicológica, não só o estupro. O abuso sexual de meninas no lar ou transtornos como a violência familiar, a falta de oportunidades, etc.
fora dele, a violência por parte do marido, assédio e intimidações
sexuais no local de trabalho ou instituições educacionais, a 16. Vitimologia é o estudo da vítima em seus diversos planos. Estuda-se
prostituição forçada, entre outros. No Brasil os assassinatos de a vítima sob um aspecto amplo e integral: psicológico, social,
mulheres, cometidos por seus companheiros ou mesmo parentes econômico, jurídico.
próximos tem também atingindo números impressionantes. A
violência contra a mulher é em geral, praticada pelo marido, 17. Apesar de várias obras anteriores que faziam referência ao
namorado ou ex-companheiro. comportamento da vítima nos crimes Fritz R. Paasch opina no
sentido de que o verdadeiro fundador da doutrina da vítima, ou
07. A pedofilia (também chamada de paedophilia erótica ou vitimologia, é B. Mendelsohn, advogado em Jerusalém. Através de
pedosexualidade) é uma parafilia na qual a atracção sexual de um seus trabalhos de Sociologia Jurídica (Etudes Internacionales de
indivíduo adulto está dirigida primariamente para crianças pré- Psycho-Sociologie Criminelle (1956), La Victimologie, Science
púberes ou ao redor da puberdade. A palavra pedofilia vem do grego Actuaelle (1957)) colocaram em destaque a conveniência de estudo
παιδοφιλια < παις (que significa "criança") e φιλια ("amizade"). A da vítima sob diversos ângulos, quais sejam, Direito Penal,

Noções de Criminologia 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Psicologia e Psiquiatria. _______________________________________________________

18. Eduardo Mayr assim conceitua: "Vitimologia é o estudo da vítima no _______________________________________________________


que se refere à sua personalidade, quer do ponto de vista biológico, _______________________________________________________
psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como
dos meios de vitimização, sua inter-relação com o vitimizador e _______________________________________________________
aspectos interdisciplinares e comparativos" (MAYR, Eduardo; _______________________________________________________
PIEDADE, Heitor et al. Vitimologia em debate. São Paulo: RT, 1990, p.
18). _______________________________________________________
A professora Lola Anyar de Castro, renomada criminóloga
venezuelana, em sua obra Vitimologia - tese de doutorado publicada
_______________________________________________________
em 1969, citando Beniamim Mendelsohn, sintetiza o objeto da _______________________________________________________
Vitimologia nos seguintes itens:
_______________________________________________________
19. Estudo da personalidade da vítima, tanto vítima de delinquente, ou _______________________________________________________
vítima de outros fatores, como consequência de suas inclinações
subconscientes _______________________________________________________
_______________________________________________________
20. Descobrimento dos elementos psíquicos do "complexo criminógeno"
existente na "dupla penal", que determina a aproximação entre a _______________________________________________________
vítima e o criminoso, quer dizer: "o potencial de receptividade vitimal"
_______________________________________________________
21. Análise da personalidade das vítimas sem intervenção de um terceiro _______________________________________________________
- estudo que tem mais alcance do que o feito pela Criminologia, pois
abrange assuntos tão diferentes como os suicídios e os acidentes de _______________________________________________________
trabalho _______________________________________________________
22. Estudo dos meios de identificação dos indivíduos com tendência a se _______________________________________________________
tornarem vítimas. Seria possível a investigação estatística de tabelas
de previsão, como as que foram feitas com os delinquentes pelo
_______________________________________________________
casal Glueck, o que permitiria incluir os métodos psicoeducativos _______________________________________________________
necessários para organizar a sua própria defesa
_______________________________________________________
23. Importancia busca dos meios de tratamento curativo, a fim de _______________________________________________________
prevenir a recidiva da vítima.
_______________________________________________________
RESPOSTAS
_______________________________________________________
01. C 09. C 17. C
02. C 10. C 18. C _______________________________________________________
03. C 11. C 19. C
04. C 12. C 20. C _______________________________________________________
05. C 13. C 21. C _______________________________________________________
06. C 14. C 22. C
07. C 15. C 23. C _______________________________________________________
08. C 16. C _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Noções de Criminologia 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3 partes de zinco.
2 3
Razão = (ferro) Razão = (zinco).
5 5
3. PROPORÇÃO
Há situações em que as grandezas que estão sendo comparadas po-
dem ser expressas por razões de antecedentes e consequentes diferentes,
4.1. - Razão e proporção. porém com o mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pesquisa
escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevistados, 10 gostam de Matemá-
1. INTRODUÇÃO tica, poderemos supor que, se forem entrevistados 80 alunos da mesma
Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um reajuste de $ 80,00, escola, 20 deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos afirmando
como você reagiria? Acharia caro, normal, ou abaixo da expectativa? Esse que 10 estão representando em 40 o mesmo que 20 em 80.
mesmo valor, que pode parecer caro no reajuste da mensalidade, seria 10 20
considerado insignificante, se se tratasse de um acréscimo no seu salário.
Escrevemos: =
40 80
Naturalmente, você já percebeu que os $ 80,00 nada represen-
A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o nome de
tam, se não forem comparados com um valor base e se não forem ava-
proporção.
liados de acordo com a natureza da comparação. Por exemplo, se a men-
salidade escolar fosse de $ 90,00, o reajuste poderia ser considerado alto;
a c
afinal, o valor da mensalidade teria quase dobrado. Já no caso do salário, Dadas duas razões e , com b e d  0, teremos uma
mesmo considerando o salário mínimo, $ 80,00 seriam uma parte mínima. . b d
a c
A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, vamos estabelecer proporção se = .
regras para comparação entre grandezas. b d

2. RAZÃO
Na expressão acima, a e c são chamados de antecedentes e b e d de
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 20 habitantes, 5
consequentes.
são analfabetos", "De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática", "Um dia
de sol, para cada dois de chuva".
A proporção também pode ser representada como a : b : : c : d. Qual-
quer uma dessas expressões é lida assim: a está para b assim como c está
Em cada uma dessas. frases está sempre clara uma comparação entre
para d. E importante notar que b e c são denominados meios e a e d,
dois números. Assim, no primeiro caso, destacamos 5 entre 20; no segun-
extremos.
do, 2 entre 10, e no terceiro, 1 para cada 2.
Exemplo:
Todas as comparações serão matematicamente expressas por um
quociente chamado razão. 3 9
A proporção = , ou 3 : 7 : : 9 : 21, é
Teremos, pois:
7 21
De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos. lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9 está para 21.
Temos ainda:
5 3 e 9 como antecedentes,
Razão =
20 7 e 21 como consequentes,
7 e 9 como meios e
De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática. 3 e 21 como extremos.
2 3.1 Propriedade fundamental
Razão =
10 O produto dos extremos é igual ao produto dos meios:

c. Um dia de sol, para cada dois de chuva. a c


1 =  ad = bc ; b, c  0
Razão = b d
2
Exemplo:
a 6 24
A razão entre dois números a e b, com b  0, é o quociente ,
b Se = , então 6.96 = 24 . 24 = 576.
ou a : b.
24 96
3.2 Adição (ou subtração) dos antecedentes e consequentes
Nessa expressão, a chama-se antecedente e b, consequente. Outros Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos antecedentes está para
exemplos de razão : a soma (ou diferença) dos consequentes assim como cada antecedente
está para seu consequente. Ou seja:
Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor.
1 a c a +c a c
Razão = Se = , entao = = ,
10 b d b+d b d
a -c a c
Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou todas. ou = =
b-d b d
6
Razão =
6 Essa propriedade é válida desde que nenhum denominador seja nulo.

Lógica 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo: Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de reconhecer a
21 + 7 28 7 natureza da proporção, e destacar a razão. Considere a situação de um
= = grupo de pessoas que, em férias, se instale num acampamento que cobra
12 + 4 16 4 $100,00 a diária individual.
21 7 Observe na tabela a relação entre o número de pessoas e a despesa
=
12 4 diária:
21 - 7 14 7
= =
12 - 4 8 4 Número de 1 2 4 5 10
pessoas

4.2. - Grandezas proporcionais. Despesa 100 200 400 500 1.000


diária ( $ )
1. INTRODUÇÃO:
No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem números, tais co- Você pode perceber na tabela que a razão de aumento do número de
mo: preço, peso, salário, dias de trabalho, índice de inflação, velocidade, pessoas é a mesma para o aumento da despesa. Assim, se dobrarmos o
tempo, idade e outros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situa- número de pessoas, dobraremos ao mesmo tempo a despesa. Esta é
ções mensuráveis como uma grandeza. Você sabe que cada grandeza não portanto, uma proporção direta, ou melhor, as grandezas número de pes-
é independente, mas vinculada a outra conveniente. O salário, por exemplo, soas e despesa diária são diretamente proporcionais.
está relacionado a dias de trabalho. Há pesos que dependem de idade,
velocidade, tempo etc. Vamos analisar dois tipos básicos de dependência Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a quantia a ser gasta
entre grandezas proporcionais. pelo grupo seja sempre de $2.000,00. Perceba, então, que o tempo de
permanência do grupo dependerá do número de pessoas.
2. PROPORÇÃO DIRETA
Grandezas como trabalho produzido e remuneração obtida são, quase Analise agora a tabela abaixo :
sempre, diretamente proporcionais. De fato, se você receber $ 2,00 para
cada folha que datilografar, sabe que deverá receber $ 40,00 por 20 folhas
datilografadas. Número de 1 2 4 5 10
pessoas
Podemos destacar outros exemplos de grandezas diretamente
proporcionais:
Tempo de 20 10 5 4 2
Velocidade média e distância percorrida, pois, se você dobrar a veloci- permanência (dias)
dade com que anda, deverá, num mesmo tempo, dobrar a distância percor-
rida.
Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o tempo de perma-
Área e preço de terrenos. nência se reduzirá à metade. Esta é, portanto, uma proporção inversa, ou
melhor, as grandezas número de pessoas e número de dias são inver-
Altura de um objeto e comprimento da sombra projetada por ele. samente proporcionais.

Assim: 4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS

Duas grandezas São diretamente proporcionais quando, aumen- 4. 1 Diretamente proporcional


tando (ou diminuíndo) uma delas numa determinada razão, a Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de um mesmo objeto,
outra diminui (ou aumenta) nessa mesma razão. sendo que A o fez durante 6 horas e B durante 5 horas. Como, agora, elas
deverão dividir com justiça os $ 660,00 apurados com sua venda? Na
verdade, o que cada um tem a receber deve ser diretamente proporcional
3. PROPORÇÃO INVERSA ao tempo gasto na confecção do objeto.
Grandezas como tempo de trabalho e número de operários para a
mesma tarefa são, em geral, inversamente proporcionais. Veja: Para uma Dividir um número em partes diretamente proporcionais a outros
tarefa que 10 operários executam em 20 dias, devemos esperar que 5 números dados é encontrar partes desse número que sejam
operários a realizem em 40 dias. diretamente proporcionais aos números dados e cuja soma
reproduza o próprio número.
Podemos destacar outros exemplos de grandezas inversamente
proporcionais:
No nosso problema, temos de dividir 660 em partes diretamente pro-
Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você dobrar a veloci- porcionais a 6 e 5, que são as horas que A e B trabalharam.
dade com que anda, mantendo fixa a distância a ser percorrida, reduzirá o
tempo do percurso pela metade. Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A tem a receber, e
de y o que B tem a receber.
Número de torneiras de mesma vazão e tempo para encher um tanque, Teremos então:
pois, quanto mais torneiras estiverem abertas, menor o tempo para comple- X + Y = 660
tar o tanque.

Podemos concluir que: X Y


=
6 5
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando,
aumentando (ou diminuindo) uma delas numa determinada razão, a Esse sistema pode ser resolvido, usando as propriedades de
outra diminui (ou aumenta) na mesma razão. proporção. Assim:

Lógica 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
X + Y segunda turma, 12 homens trabalharam 4 dias, o que seria equivalente a
= Substituindo X + Y por 660, vem: 48 homens trabalhando um dia.
6 + 5
660 X 6  660 Para a empreiteira, o problema passaria a ser, portanto, de divisão
=  X = = 360 diretamente proporcional a 50 (que é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4).
11 6 11
Para dividir um número em partes de tal forma que uma
Como X + Y = 660, então Y = 300 delas seja proporcional a m e n e a outra a p e q, basta
Concluindo, A deve receber $ 360,00 enquanto B, $ 300,00.
divida esse número em partes proporcionais a m . n e p .
4.2 Inversamente proporcional q.
E se nosso problema não fosse efetuar divisão em partes diretamente
proporcionais, mas sim inversamente? Por exemplo: suponha que as duas
pessoas, A e B, trabalharam durante um mesmo período para fabricar e Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes inversamente propor-
vender por $ 160,00 um certo artigo. Se A chegou atrasado ao trabalho 3 cionais a certos números é o mesmo que fazer a divisão em partes
dias e B, 5 dias, como efetuar com justiça a divisão? O problema agora é diretamente proporcionais ao inverso dos números dados.
dividir $160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5, pois deve
ser levado em consideração que aquele que se atrasa mais deve receber Resolvendo nosso problema, temos:
menos.
Chamamos de x: a quantia que deve receber a primeira turma; y: a
Dividir um número em partes inversamente proporcionais a outros quantia que deve receber a segunda turma. Assim:
números dados é encontrar partes desse número que sejam x y x y
diretamente proporcionais aos inversos dos números dados e = ou =
cuja soma reproduza o próprio número. 10  5 12  4 50 48
x + y x
 =
50 + 48 50
No nosso problema, temos de dividir 160 em partes inversamente pro-
porcionais a 3 e a 5, que são os números de atraso de A e B. Vamos forma-
lizar a divisão, chamando de x o que A tem a receber e de y o que B tem a 29400 x
Como x + y = 29400, então =
receber. 98 50
x + y = 160
29400  50
 x =  15.000
x y
Teremos: = Portanto y = 14 400.
1 1
3 5 Concluindo, a primeira turma deve receber $15.000,00 da empreiteira,
e a segunda, $ 14.400,00.
Resolvendo o sistema, temos:
Observação: Firmas de projetos costumam cobrar cada trabalho
x + y x x + y x usando como unidade o homem-hora. O nosso problema é um exemplo em
=  = que esse critério poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria
1 1 1 8 1
+ homem-dia. Seria obtido o valor de $ 300,00 que é o resultado de 15 000 :
3 5 3 15 3 50, ou de 14 400 : 48.
Mas, como x + y = 160, então
160 x
160 1
=   x =
 4.3. - Porcentagem.
8 1
8 3
15 3
15 1. INTRODUÇÃO
15 1 Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha vitrinas,
 x = 160    x = 100 freqüentemente se vê às voltas com expressões do tipo:
8 3 • "O índice de reajuste salarial de março é de 16,19%."
• "O rendimento da caderneta de poupança em fevereiro foi de
Como x + y = 160, então y = 60. Concluindo, A deve receber $ 100,00 e 18,55%."
B, $ 60,00. • "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 381,1351.
• "Os preços foram reduzidos em até 0,5%."
4.3 Divisão proporcional composta
Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreiteira foi contratada pa- Mesmo supondo que essas expressões não sejam completamente
ra pavimentar uma rua. Ela dividiu o trabalho em duas turmas, prometendo desconhecidas para uma pessoa, é importante fazermos um estudo organi-
pagá-las proporcionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira: na zado do assunto porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é ferra-
primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5 dias; na segunda turma, menta indispensável para a maioria dos problemas relativos à Matemática
12 homens trabalharam durante 4 dias. Estamos considerando que os Comercial.
homens tinham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira tinha $
29.400,00 para dividir com justiça entre as duas turmas de trabalho. Como 2. PORCENTAGEM
fazê-lo? O estudo da porcentagem é ainda um modo de comparar números u-
sando a proporção direta. Só que uma das razões da proporção é um
Essa divisão não é de mesma natureza das anteriores. Trata-se aqui fração de denominador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situação
de uma divisão composta em partes proporcionais, já que os números em que você tiver de calcular 40% de $ 300,00, o seu trabalho será deter-
obtidos deverão ser proporcionais a dois números e também a dois outros. minar um valor que represente, em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso
pode ser resumido na proporção:
Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias, produzindo o mes-
mo resultado de 50 homens, trabalhando por um dia. Do mesmo modo, na

Lógica 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
40 x Nesse problema, para estabelecer se as setas têm o mesmo sentido,
 foi necessário responder à pergunta: "Considerando a mesma velocidade,
100 300 se aumentarmos o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são diretamente pro-
Então, o valor de x será de $ 120,00. porcionais.
Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário utilizar Já que a proporção é direta, podemos escrever:
sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer problema dessa 6 900
natureza poderá ser resolvido com regra de três simples. 
8 x
3. TAXA PORCENTUAL
O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é um recur- 7200
so que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o único caminho Então: 6 . x = 8 . 900  x = = 1 200
possível e nem sequer o mais prático. 6
Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, inicialmente, dar Concluindo, o automóvel percorrerá 1 200 km em 8 horas.
nomes a alguns termos. Veremos isso a partir de um exemplo.
Exemplo: Vamos analisar outra situação em que usamos a regra de três.
Calcular 20% de 800.
20 Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h, percorre um certo
Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em 100 partes e tomar espaço durante 8 horas. Qual será o tempo necessário para percorrer o
100 mesmo espaço com uma velocidade de 60 km/h?
20 dessas partes. Como a centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas
partes será 160. Grandeza 1: tempo Grandeza 2: velocidade
Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de principal; 160 de (horas) (km/h)
porcentagem.
Temos, portanto:
 Principal: número sobre o qual se vai calcular a porcentagem. 8 90
 Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 partes do principal.
 Porcentagem: número que se obtém somando cada uma das 100
partes do principal até conseguir a taxa. x 60
A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao calcularmos uma
porcentagem de um principal conhecido, não é necessário utilizar a monta- A resposta à pergunta "Mantendo o mesmo espaço percorrido, se au-
gem de uma regra de três. Basta dividir o principal por 100 e tomarmos mentarmos a velocidade, o tempo aumentará?" é negativa. Vemos, então,
tantas destas partes quanto for a taxa. Vejamos outro exemplo. que as grandezas envolvidas são inversamente proporcionais.
Exemplo: Como a proporção é inversa, será necessário invertermos a ordem dos
Calcular 32% de 4.000. termos de uma das colunas, tornando a proporção direta. Assim:
Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que é a centésima par-
te de 4 000. Agora, somando 32 partes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 60
280 que é a resposta para o problema.
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar o resultado dessa
x 90
32
divisão por 32 é o mesmo que multiplicar o principal por ou 0,32.
100 Escrevendo a proporção, temos:
Vamos usar esse raciocínio de agora em diante : 8 60 8  90
 x = 12
x 90 60
Porcentagem = taxa X principal
Concluindo, o automóvel percorrerá a mesma distância em 12 horas.

Regra de três simples é um processo prático utilizado


4.4. - Regras de três simples. para resolver problemas que envolvam pares de gran-
dezas direta ou inversamente proporcionais. Essas gran-
Retomando o problema do automóvel, vamos resolvê-lo com o uso da dezas formam uma proporção em que se conhece três
regra de três de maneira prática. termos e o quarto termo é procurado.
Devemos dispor as grandezas, bem como os valores envolvidos, de
modo que possamos reconhecer a natureza da proporção e escrevê-la.
Assim: 4.5. - Teoria dos conjuntos. 4.6. - Conjuntos numéri-
Grandeza 1: Grandeza 2: distância percorrida
tempo (km) cos (números naturais, inteiros, racionais e irracio-
(horas) nais). 4.7. - Operações com conjuntos numéricos.
CONJUNTOS NUMÉRICOS
6 900
1. Conjunto dos números naturais
Chamamos de conjunto dos números naturais, e indicamos com lN, o
8 x seguinte conjunto:
lN = { 0; 1; 2; 3; 4; ...}
Observe que colocamos na mesma linha valores que se correspondem:
6 horas e 900 km; 8 horas e o valor desconhecido. 2. Conjunto dos números inteiros
Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes, para indicar a na- Chamamos de conjuntos dos números inteiros, e indicamos com Z, o
tureza da proporção. Se elas estiverem no mesmo sentido, as grandezas seguinte conjunto:
são diretamente proporcionais; se em sentidos contrários, são inversa- Z = { ...; -2; -1; 0; 1; 2;...)
mente proporcionais.

Lógica 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. Conjunto dos números racionais: Exemplo: Z- = { ... ; -2; -1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z.
Chamamos de conjunto dos números racionais, e indicamos com Q, o
seguinte conjunto: Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o
 p  símbolo (-) .
Q  x  | p, q  Z e q  0 Exemplos
 q  a) Z * = { 1; 2; 3; . .. } ; o zero e os negativos foram excluídos de Z.
Observe que os números racionais são aqueles que podem ser escritos b) Z * = { ... ; -3; -2; -1 }; o zero e os positivos foram excluídos de Z.
como quocientes de dois inteiros.
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Exemplos
5
a) =5; logo 5  Q 1. Conceitos primitivos
1 Antes de mais nada devemos saber que conceitos primitivos são
2 noções que adotamos sem definição.
b) = 0,4 ; logo 0,4  Q
5 Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, o de elemen-
15 to e o de pertinência de um elemento a um conjunto. Assim, devemos
c) = 2,5 ; logo 2,5  Q
6 entender perfeitamente a frase: determinado elemento pertence a um
conjunto, sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e
1
d) = 0,333 . . . ; logo 0,333.. .  Q o que significa dizer que um elemento pertence ou não a um conjunto.
3
2. Notação
Observação: Números como 5, 0,4 e 2,5 são números racionais com Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a seguinte notação:
representação decimal finita, ou seja, podemos escrevê-los, em sua forma  os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C, ... ;
decimal, com um número finito de algarismos. O número 0,333..., por sua  os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, x, y, ... ;
vez, é um número racional com representação decimal infinita e periódica,  o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é indicado
ou seja, só podemos escrevê-lo, em sua forma decimal, com um número com x e C;
infinito de algarismos, embora, a partir de um determinado ponto, haja uma  o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto C é
repetição de algarismos até o fim. indicado mm y t C.

Outro exemplo de número, que admite representação decimal infinita e 3. Representação dos conjuntos
periódica, é 2,35474747... Um conjunto pode ser representado de três maneiras:
 por enumeração de seus elementos;
Observação Importante  por descrição de uma propriedade característica do conjunto;
Todos os números que tenham representação decimal finita ou infinita  através de uma representação gráfica.
e periódica são números racionais, ou seja, pertencem a Q.. Um conjunto é representado por enumeração quando todos os seus
elementos são indicados e colocados dentro de um par de chaves.
4. Conjunto dos números reais:
Há números que não admitem representação decimal finita nem Exemplo:
representação decimal infinita e periódica, como, por exemplo: a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado pelos
n = 3,14159265... algarismos do nosso sistema de numeração.
2 = 1,4142135... b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, 1, j,1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z )
indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto.
3 = 1,7320508... c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos,
5 = 2,2360679... porém apresenta lei de formação bem clara, podemos representa-
lo, por enumeração, indicando os primeiros e os últimos
Estes números não são racionais: n Q, 2  Q, 3 Q, elementos, intercalados por reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ;
98 ) indica o conjunto dos números pares positivos, menores do
5  Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar, por enumeração,
Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que conjuntos com infinitas elementos que tenham uma lei de
possuem uma representação decimal infinita e não-periódica. formação bem clara, como os seguintes:
 D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números inteiros não
Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com IR, negativos;
o seguinte conjunto:  E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos números
IR = ( x Í x é racional ou x é irracional ) inteiros;
 F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números ímpares
Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números positivos.
racionais com o conjunto dos números irracionais.
A representação de um conjunto por meio da descrição de uma propri-
Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que o edade característica é mais sintética que sua representação por enumera-
número zero foi excluído de um conjunto. ção. Neste caso, um conjunto C, de elementos x, será representado da
seguinte maneira:
Exemplo: N * = { 1 ; 2; 3; 4; .. .} ; o zero foi excluído de N. C = { x | x possui uma determinada propriedade }
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui uma
Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os determinada propriedade:
números negativos foram excluídos de um conjunto.
Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de Z. Exemplos
a) O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser representado por
Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que os descrição da seguinte maneira: A = { x | x é algarismo do nosso
números positivos foram excluídos de um conjunto. sistema de numeração }

Lógica 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) O conjunto G = { a; e ;i; o, u } pode ser representado por descrição da Exemplo: M = { x | x2 = -25}
seguinte maneira: G = { x | x é vogal do nosso alfabeto } O conjunto vazio é representado por { } ou por .
c) O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado por descrição
da seguinte maneira: H = { x | x é par positivo } Exercício resolvido
Determine o número de elementos dos seguintes com juntos :
A representação gráfica de um conjunto é bastante cômoda. Através a) A = { x | x é letra da palavra amor }
dela, os elementos de um conjunto são representados por pontos interiores b) B = { x | x é letra da palavra alegria }
a uma linha fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha c) c é o conjunto esquematizado a seguir
representam os elementos que não pertencem ao conjunto. d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 )
e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, esquematizadas a
Exemplo seguir :

Resolução
Por esse tipo de representação gráfica, chamada diagrama de Euler- a) n(A) = 4
Venn, percebemos que x  C, y  C, z  C; e que a  C, b  C, c b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote letras, possui
apenas seis letras distintas entre si.
 C, d  C. c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a C: c e C e d e C
d) observe que:
Exercícios resolvidos 2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
Sendo A = {1; 2; 4; 4; 5}, B={2; 4; 6; 8} e C = {4; 5}, assinale V 4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
(verdadeiro) ou F (falso): 6 = 2 . 3 é o 3º par positivo
a) 1  A ( V ) l) 1  A ou 1  B ( V ) 8 = 2 . 4 é o 4º par positivo
b) 1  B ( F ) m) 1  A e 1  B ( F ) . .
c) 1  C ( F ) n) 4  A ou 4  B ( V ) . .
d) 4  A ( V ) o) 4  A e 4  B ( V ) . .
e) 4  B ( V ) p) 7  A ou 7  B ( F ) 98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
f) 4  C ( V ) q) 7  A e 7  B ( F ) logo: n(D) = 49
g) 7  A ( F ) e) As duas retas, esquematizadas na figura, possuem apenas um ponto
h) 7  B ( F ) comum.
i) 7  C ( F ) Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário.
Represente, por enumeração, os seguintes conjuntos: 6. Igualdade de conjuntos
a) A = { x | x é mês do nosso calendário } Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indicaremos com A
b) B = { x | x é mês do nosso calendário que não possui a letra r } = 8, se ambos possuírem os mesmos elementos. Quando isto não ocorrer,
c) C = { x | x é letra da palavra amor } diremos que os conjuntos são diferentes e indicaremos com A  B.
d) D = { x | x é par compreendido entre 1e 11}
Exemplos .
e) E = {x | x2 = 100 }
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
d) {a;e;i;o;u}  {a;e;i;o}
e) { x | x2 = 100} = {10; -10}
f) { x | x2 = 400}  {20}

7. Subconjuntos de um conjunto
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se
Resolução
todo elemento, que pertencer a A, também pertencer a B.
a) A = ( janeiro ; fevereiro; março; abril; maio ; junho; julho ; agosto ;
setembro ; outubro ; novembro ; dezembro ) .
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o conjunto A estará
b) B = (maio; junho; julho; agosto )
"totalmente dentro" do conjunto B:
c) C = (a; m; o; r )
d) D = ( 2; 4; 6; 8; ia )
e) E = ( 10; -10 ), pois 102 = 100 e -(-102) = 100 .

4. Número de elementos de um conjunto Indicamos que A é um subconjunto de B de duas maneiras:


Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de elementos a) A  B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou A está contido
deste conjunto, e indicamos com n lcl, ao número de elementos diferentes em B ou A é parte de B;
entre si, que pertencem ao conjunto. b) B  A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A.
Exemplos
a) O conjunto A = { a; e; i; o; u } Exemplo
é tal que n(A) = 5. Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = {x | x é brasileiro} ; temos
b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que n(B) = 10. então que A  B e que B  A.
c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 99.
Observações:
5. Conjunto unitário e conjunto vazio  Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A  B ou B
Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que n (C) = 1.
Exemplo: C = ( 3 )
 A.
E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que n(C) = 0.  Admitiremos que o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto.

Lógica 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8. Número de subconjuntos de um conjunto dado Resolução
Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos, então este a) A  B = {x; y; z; w; v }
conjunto terá 2n subconjuntos. Exemplo b) A  B = {x }
O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele terá 22 = 4 c) A  C = {x; y;z; u; t }
subconjuntos. d) A  C = {y }
e) B  C={x;w;v;y;u;t}
Exercício resolvido:
f) B  C= 
1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = la; e; 1; o; u ) .
Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o número dos g) A  B  C= {x;y;z;w;v;u;t}
seus subconjuntos será 25 = 32. h) A  B  C= 
i) (A  B)  u (A  C)={x}  {y}={x;y}
Exercícios propostas:
2. Determine o número de subconjuntos do conjunto 2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras os conjuntos:
C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } a) A  B  C
Resposta: 1024 b) (A  B)  (A  C)

3. Determine o número de subconjuntos do conjunto


1 1 1 2 3 3
C=  ; ; ; ; ; 
2 3 4 4 4 5 
Resposta: 32

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS


Resolução
1. União de conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião de A com B,
e indicamos com A  B, ao conjunto constituído por todos os elementos
que pertencem a A ou a B.
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a
interseção dos conjuntos, temos:

3. No diagrama seguinte temos:


n(A) = 20
n(B) = 30
n(A  B) = 5
Exemplos
a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e} Determine n(A  B).
b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d} Resolução
c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}

2. Intersecção de conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de A com B, e
indicamos com A  B, ao conjunto constituído por todos os elementos que
pertencem a A e a B. Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos de B,
estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas vezes; o que,
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair uma
intersecção dos conjuntos, temos: vez os 5 elementos de A n B; teremos então:
n(A  B) = n(A) + n(B) - n(A  B) ou seja:
n(A  B) = 20 + 30 – 5 e então:
n(A  B) = 45.

4. Conjunto complementar
Dados dois conjuntos A e B, com B  A, chamamos de conjunto
complementar de B em relação a A, e indicamos com C A B, ao conjunto A -
Exemplos B.
a) {a;b;c}  {d;e} = 
b) {a;b;c}  {b;c,d} = {b;c} Observação: O complementar é um caso particular de diferença em
c) {a;b;c}  {a;c} = {a;c} que o segundo conjunto é subconjunto do primeiro.

Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no exemplo a, Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras o
dizemos que os conjuntos são disjuntos. complementar de B em relação a A, temos:

Exercícios resolvidos
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t), determinar os
seguintes conjuntos:
a) A  B f) B  C
b) A  B g) A  B  C
c) A  C h) A  B  C
Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f}
d) A  C i) (A  B) U (A  C)
e) B  C

Lógica 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observação: O conjunto complementar de B em relação a A é formado 2) (+3) + (-4) + (+2) + (-8) =
pelos elementos que faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se igualar a (+5) + (-12) = -7
A.

PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS A adição de números inteiros possui as seguintes propriedades:

Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 1ª) FECHAMENTO


.....,} A soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro: (-3) +
(+6) = + 3  Z
Assim, os números precedidos do sinal + chamam-se positivos, e os
precedidos de - são negativos. 2ª) ASSOCIATIVA
Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a + (b + c) = (a + b) +
Exemplos: c
Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....} Exemplo:
Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....} (+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2)
(+3) + (-2) = (-1) + (+2)
O conjunto dos números inteiros relativos é formado pelos números in- +1 = +1
teiros positivos, pelo zero e pelos números inteiros negativos. Também o
chamamos de CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o representamos 3ª) ELEMENTO NEUTRO
pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3, ... } Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a e 0 + a = a

O zero não é um número positivo nem negativo. Todo número positivo Isto significa que o zero é elemento neutro para a adição.
é escrito sem o seu sinal positivo.
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10 Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2

Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} 4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
N é um subconjunto de Z. Se a é um número inteiro qualquer, existe um único número oposto ou
simétrico representado por (-a), tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a)
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Cada número inteiro pode ser representado por um ponto sobre uma Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
reta. Por exemplo:
5ª) COMUTATIVA
Se a e b são números inteiros, então:
... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ... a+b=b+a
... C’ B’ A’ 0 A B C D ...
Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número zero. -2 = -2

Nas representações geométricas, temos à direita do zero os números SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
inteiros positivos, e à esquerda do zero, os números inteiros negativos. Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para 5ºC, sofrendo, por-
tanto, um aumento de 8ºC, aumento esse que pode ser representado por:
Observando a figura anterior, vemos que cada ponto é a representação (+5) - (-3) = (+5) + (+3) = +8
geométrica de um número inteiro.
Portanto:
Exemplos: A diferença entre dois números dados numa certa ordem é a soma do
ponto C é a representação geométrica do número +3 primeiro com o oposto do segundo.
ponto B' é a representação geométrica do número -2
Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS 2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
1) A soma de zero com um número inteiro é o próprio número inteiro: 0 3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7
+ (-2) = -2
Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eliminando os parênte-
2) A soma de dois números inteiros positivos é um número inteiro posi- ses
tivo igual à soma dos módulos dos números dados: (+700) + (+200) = - (+4 ) = -4 - ( -4 ) = +4
+900
Observação:
3) A soma de dois números inteiros negativos é um número inteiro ne- Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais podem ser resumidos do
gativo igual à soma dos módulos dos números dados: (-2) + (-4) = -6 seguinte modo:
(+)=+ +(-)=-
4) A soma de dois números inteiros de sinais contrários é igual à dife- - (+)=- - (- )=+
rença dos módulos, e o sinal é o da parcela de maior módulo: (-800) +
(+300) = -500 Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
- (+3) = -3 +(+1) = +1
ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS
A soma de três ou mais números inteiros é efetuada adicionando-se todos PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO
os números positivos e todos os negativos e, em seguida, efetuando- A subtração possui uma propriedade.
se a soma do número negativo.
FECHAMENTO: A diferença de dois números inteiros é sempre um
Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) = número inteiro.
(+17) + (-11) = +6
MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS

Lógica 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este cálculo pode ser feito diretamente, mas também podemos fazê-lo,
1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS POSITIVOS agrupando os fatores de duas maneiras:
Lembremos que: 3 . 2 = 2 + 2 + 2 = 6 (+2 ) . [(-3 ) . (+4 )] = [(+2 ) . ( -3 )]. (+4 )
Exemplo: (+2 ) . (-12) = (-6 ) . (+4 )
(+3) . (+2) = 3 . (+2) = (+2) + (+2) + (+2) = +6 -24 = -24

Logo: (+3) . (+2) = +6 De modo geral, temos o seguinte:


Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, então: a . (b . c) =
Observando essa igualdade, concluímos: na multiplicação de números (a . b) . c
inteiros, temos:
(+) . (+) =+ 3ª) ELEMENTO NEUTRO
Observe que:
2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É NEGATIVO (+4 ) . (+1 ) = +4 e (+1 ) . (+4 ) = +4
Exemplos:
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12 Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
ou seja: (+3) . (-4) = -12
O número inteiro +1 chama-se neutro para a multiplicação.
2) Lembremos que: -(+2) = -2 4ª) COMUTATIVA
(-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15 Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
e (-4 ) . (+2 ) = - 8
ou seja: (-3) . (+5) = -15
Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos:
(+).(-)=- (-).(+)=- Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . b = b . a isto é, a
ordem dos fatores não altera o produto.
Exemplos :
(+5) . (-10) = -50 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À SUBTRAÇÃO
(+1) . (-8) = -8 Observe os exemplos:
(-2 ) . (+6 ) = -12 (-7) . (+1) (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
= -7 (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS NEGATI-
VOS Conclusão:
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18 Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, temos:
isto é: (-3) . (-6) = +18 a) a . [b + c] = a . b + a . c
A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( - ) . ( - ) = + multiplicação em relação à adição.
b) a . [b – c] = a . b - a . c
Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da
multiplicação em relação à subtração.
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser resumidas na se-
guinte: DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS
(+).(+)=+ (+).(-)=-
(- ).( -)=+ (-).(+)=- CONCEITO
Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multiplicado por 2, dê 16.
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é igual a 0: (+5) . 0 = 0 16 : 2 = ?  2 . ( ? ) = 16

PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS 0 número procurado é 8. Analogamente, temos:


Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) = 1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12
(-20) . (-2 ) . (+3 ) = 2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12
(+40) . (+3 ) = +120 3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) =
(+2 ) . (+3 ) . (-2 ) = A divisão de números inteiros só pode ser realizada quando o quocien-
(+6 ) . (-2 ) = -12 te é um número inteiro, ou seja, quando o dividendo é múltiplo do divisor.

Podemos concluir que: Portanto, o quociente deve ser um número inteiro.


Quando o número de fatores negativos é par, o produto sempre é posi-
tivo. Exemplos:
Quando o número de fatores negativos é ímpar, o produto sempre é ( -8 ) : (+2 ) = -4
negativo. ( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro

PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é a mesma que vi-
No conjunto Z dos números inteiros são válidas as seguintes proprie- mos para a multiplicação:
dades: (+):(+)=+ (+):( -)=-
(- ):( -)=+ ( -):(+)=-
1ª) FECHAMENTO
Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8  Z Exemplos:
Então o produto de dois números inteiros é inteiro. ( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2
(+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4
2ª) ASSOCIATIVA
Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 ) PROPRIEDADE

Lógica 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como vimos: (+4 ) : (+3 )  Z
Portanto, não vale em Z a propriedade do fechamento para a divisão. Para dividir potências de mesma base em que o expoente do dividendo
Alem disso, também não são válidas as proposições associativa, comutati- é maior que o expoente do divisor, mantemos a base e subtraímos os
va e do elemento neutro. expoentes.

POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS POTÊNCIA DE POTÊNCIA


[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15
CONCEITO
Para calcular uma potência de potência, conservamos a base da pri-
A notação
meira potência e multiplicamos os expoentes .
(+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 )
POTÊNCIA DE UM PRODUTO
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )]4 = ( -2 )4 . (+3 )4 . ( -5 )4
é um produto de três fatores iguais
Para calcular a potência de um produto, sendo n o expoente, elevamos
Analogamente:
cada fator ao expoente n.
( -2 )4 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 )
POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
(+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0
é um produto de quatro fatores iguais
e (+2 )5 : (+2 )5 = 1
Portanto potência é um produto de fatores iguais.
Consequentemente: (+2 )0 = 1 ( -4 )0 = 1
Na potência (+5 = +25, temos:
)2
Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.
+5 ---------- base
2 ---------- expoente
Observação:
+25 ---------- potência
Não confundir -32 com ( -3 )2, porque -32 significa -( 3 )2 e portanto
0bservacões :
-32 = -( 3 )2 = -9
(+2 ) 1 significa +2, isto é, (+2 )1 = +2
enquanto que: ( -3 )2 = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
( -3 )1 significa -3, isto é, ( -3 )1 = -3
Logo: -3 2  ( -3 )2
CÁLCULOS
CÁLCULOS
O EXPOENTE É PAR
Calcular as potências O EXPOENTE É PAR
(+2 )4 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)4 = +16 Calcular as potências
( -2 )4 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, (-2 )4 = +16 (+2 )4 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)4 = +16
( -2 )4 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, (-2 )4 = +16
Observamos que: (+2)4 = +16 e (-2)4 = +16
Observamos que: (+2)4 = +16 e (-2)4 = +16
Então, de modo geral, temos a regra:
Então, de modo geral, temos a regra:
Quando o expoente é par, a potência é sempre um número positivo. Quando o expoente é par, a potência é sempre um número positivo.

Outros exemplos: (-1)6 = +1 (+3)2 = +9 Outros exemplos: (-1)6 = +1 (+3)2 = +9

O EXPOENTE É ÍMPAR O EXPOENTE É ÍMPAR


Calcular as potências: Exemplos:
(+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8 Calcular as potências:
isto é, (+2)3 = + 8 1) (+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
( -2 )3 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8 isto é, (+2)3 = + 8
ou seja, (-2)3 = -8 2) ( -2 )3 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
ou seja, (-2)3 = -8
Observamos que: (+2 )3 = +8 e ( -2 )3 = -8 Observamos que: (+2 )3 = +8 e ( -2 )3 = -8
Daí, a regra:
Daí, a regra:
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o mesmo sinal da base. Quando o expoente é ímpar, a potência tem o mesmo sinal da base.
Outros exemplos: (- 3) 3 = - 27 (+2)4 = +16
Outros exemplos: (- 3) 3 = - 27 (+2)4 = +16
PROPRIEDADES
PROPRIEDADES
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE Exemplos: (+2 )3 . (+2 )2 = (+2 )3+22 = (+2 )5
Exemplos: (+2 )3 . (+2 )2 = (+2 )3+22 = (+2 )5 ( -2 )2 . ( -2 )3 . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10
( -2 )2 . ( -2 )3 . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10
Para multiplicar potências de mesma base, mantemos a base e soma-
Para multiplicar potências de mesma base, mantemos a base e soma- mos os expoentes.
mos os expoentes.
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE (+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3
(+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3 ( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4
( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4

Lógica 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para dividir potências de mesma base em que o expoente do dividendo
é maior que o expoente do divisor, mantemos a base e subtraímos os Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: 60 = 2 . 2 . 3 . 5 =
expoentes. 22 . 3 . 5 que é chamada de forma fatorada.

POTÊNCIA DE POTÊNCIA Para escrever um número na forma fatorada, devemos decompor esse
[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15 número em fatores primos, procedendo do seguinte modo:

Para calcular uma potência de potência, conservamos a base da pri- Dividimos o número considerado pelo menor número primo possível de
meira potência e multiplicamos os expoentes . modo que a divisão seja exata.

POTÊNCIA DE UM PRODUTO Dividimos o quociente obtido pelo menor número primo possível.
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )]4 = ( -2 )4 . (+3 )4 . ( -5 )4
Para calcular a potência de um produto, sendo n o expoente, elevamos Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo menor número
cada fator ao expoente n. primo possível, até que se obtenha o quociente 1.

POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO Exemplo:


(+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0 60 2
e (+2 )5 : (+2 )5 = 1
0 30 2
Consequentemente: (+2 )0 = 1 ( -4 )0 = 1
0 15 3
Qualquer potência de expoente zero é igual a 1. 5 0 5

Observação: 1
Não confundir -32 com ( -3 )2, porque -32 significa -( 3 )2 e portanto: Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
-3 = -( 3 )2 = -9
2

Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à direita do número e,


enquanto que: ( -3 )2 = ( -3 ) . ( -3 ) = +9 à direita dessa barra, escrever os divisores primos; abaixo do número
Logo: -3 2  ( -3 )2 escrevem-se os quocientes obtidos. A decomposição em fatores primos
estará terminada quando o último quociente for igual a 1.
MÚLTIPLOS E DIVISORES
Exemplo:
60 2
DIVISIBILIDADE
30 2
Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4, 6 ou 8.
15 3
Ex.: O número 74 é divisível por 2, pois termina em 4.
5 5
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos
1
seus algarismos é um número divisível por 3.
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divisível por 3

Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades é 0 ou 5 DIVISORES DE UM NÚMERO


(ou quando termina em o ou 5).
Consideremos o número 12 e vamos determinar todos os seus diviso-
Ex.: O número 320 é divisível por 5, pois termina em 0. res Uma maneira de obter esse resultado é escrever os números naturais
de 1 a 12 e verificar se cada um é ou não divisor de 12, assinalando os
Um número é divisível por 10 quando o algarismo das unidades é 0 (ou divisores.
quando termina em 0). 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12
= = = = = ==
Ex.: O número 500 é divisível por 10, pois termina em 0.
Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos divisores do nú-
NÚMEROS PRIMOS mero 12, temos:
D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
Um número natural é primo quando é divisível apenas por dois núme-
Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
ros distintos: ele próprio e o 1.
1º) Decompomos em fatores primos o número considerado.
Exemplos:
12 2
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois números dife-
6 2
rentes: ele próprio e o 1.
3 3
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois números dis-
1
tintos: ele próprio e o 1.
• O número natural que é divisível por mais de dois números diferen-
2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores primos e, à sua di-
tes é chamado composto.
reita e acima, escrevemos o numero 1 que é divisor de todos os nú-
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4.
meros.
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divisível apenas
1
por um número (ele mesmo).
12 2
• O número 2 é o único número par primo.
6 2
3 3
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS (FATORAÇÃO) 1

Um número composto pode ser escrito sob a forma de um produto de 3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e escrevemos o produto
fatores primos. obtido na linha correspondente.

Lógica 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x1
12 2 2 O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou mais números,
6 2 chamado de decomposição em fatores primos, consiste das seguintes
3 3 etapas:
1 1º) Decompõem-se em fatores primos os números apresentados.
2º) Determina-se o produto entre os fatores primos comuns e não-
4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos divisores já obti- comuns com seus maiores expoentes. Esse produto é o M.M.C
dos, escrevendo os produtos nas linhas correspondentes, sem re- procurado.
peti-los. Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18)
x1
12 2 2 Decompondo em fatores primos esses números, temos:
6 2 4 12 2 18 2
3 3 6 2 9 3
1 3 3 3 3
1 1
x1
12 2 2 12 = 22 . 3 18 = 2 . 32
6 2 4
3 3 3, 6, 12 Resposta: M.M.C (12, 18) = 22 . 32 = 36
1
Observação: Esse processo prático costuma ser simplificado fazendo-
Os números obtidos à direita dos fatores primos são os divisores do se uma decomposição simultânea dos números. Para isso, escrevem-se os
número considerado. Portanto: números, um ao lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da
D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12} barra vertical, colocada após o último número, escrevem-se os fatores
primos comuns e não-comuns. 0 calculo estará terminado quando a última
Exemplos: linha do dispositivo for composta somente pelo número 1. O M.M.C dos
1) números apresentados será o produto dos fatores.
1
18 2 2 Exemplo:
9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18} Calcular o M.M.C (36, 48, 60)
3 3 9, 18 36, 48, 60 2
1 18, 24, 30 2
9, 12, 15 2
2) 9, 6, 15 2
1 9, 3, 15 3
30 2 2 3, 1, 5 3
15 3 3, 6 1, 1 5 5
5 5 5, 10, 15, 30 1, 1, 1
1
Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 24 . 32 . 5 = 720
D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}
RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS
MÁXIMO DIVISOR COMUM
CONCEITO
Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou mais números o Consideremos o seguinte problema:
maior dos divisores comuns a esses números. Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25.
Solução: (+5 )2 = +25 e ( -5 )2 =+25
Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois números é o cha- Resposta: +5 e -5
mado método das divisões sucessivas (ou algoritmo de Euclides), que
consiste das etapas seguintes: Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de +25.
1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a divisão for exata,
o M.D.C. entre esses números é o menor deles. Outros exemplos:
2ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o menor dos dois Número Raízes quadradas
números) pelo resto obtido na divisão anterior, e, assim, sucessi- +9 + 3 e -3
vamente, até se obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim determi- +16 + 4 e -4
nado, será o M.D.C. dos números considerados. +1 + 1 e -1
+64 + 8 e -8
Exemplo: +81 + 9 e -9
+49 + 7 e -7
Calcular o M.D.C. (24, 32) +36 +6 e -6
O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto é 25 = +5
32 24 24 8 Como 25 = +5 , então:  25  5
8 1 0 3
Agora, consideremos este problema.
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é -25?
Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8
Solução: (+5 )2 = +25 e (-5 )2 = +25
Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado seja -25, isto
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
é,  25 não existe no conjunto Z dos números inteiros.
Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou mais números o
menor dos múltiplos (diferente de zero) comuns a esses números. Conclusão: os números inteiros positivos têm, como raiz quadrada, um
Lógica 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
número positivo, os números inteiros negativos não têm raiz quadrada no -2 . (+16) + 3 . (- 64) + 4 =
conjunto Z dos números inteiros. -32 – 192 + 4 =
220
RADICIAÇÃO
5) (-288) : (-12)2 - (-125) : ( -5 )2 =
A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que an = b. (-288) : (+144) - (-125) : (+25) =
(-2 ) - (- 5 ) = -2 + 5 = +3
n
b  a  an  b 6) (-10 - 8) : (+6 ) - (-25) : (-2 + 7 ) =
(-18) : (+6 ) - (-25) : (+5 ) =
-3 - (- 5) =
5
32  2 - 3 + 5 = +2
5 índice
32 radicando pois 25 = 32 7) –52 : (+25) - (-4 )2 : 24 - 12 =
-25 : (+25) - (+16) : 16 - 1 =
raiz -1 - (+1) –1 = -1 -1 –1 = -3
2 radical
8) 2 . ( -3 )2 + (-40) : (+2)3 - 22 =
3 2 . (+9 ) + (-40) : (+8 ) - 4 =
Outros exemplos : 8 = 2 pois 2 3 = 8
+18 + (-5) - 4 =
3
 8 = - 2 pois ( -2 )3 = -8 + 18 - 9 = +9

PROPRIEDADES (para a  0, b  0)
NÚMEROS NATURAIS
m: p
1ª)
m
a n  a n: p 15
310  3 32
A reta dos números naturais
2ª)
n
ab  n a  n b 6  2 3 Consideremos uma régua numerada de 1 a 30.
4 Nela estão representados os números naturais de 1 a 30, ou seja, o
5 5
3ª)
n
a:b  n a :n b 4 4 conjunto dos números naturais de 1 a 30. O conjunto dos números naturais
16 16 é infinito e é assim representado:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ,9, 10, 11, 12, .........}
4ª)  a
m
n
 m an  x3
5
 3 x5
Sucessivas ampliações dos campos numéricos
Você já tem algum conhecimento o respeito dos campos ou conjuntos
5ª)
m n
a  mn
a 6
3 3 12
numéricos com os quais iremos trabalhar nesta unidade. Mostraremos
como se ampliam sucessivamente esses conjuntos, a partir do conjunto N,
EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS INTEIROS ENVOLVENDO e também como se acrescentam outras propriedades para as operações
AS QUATRO OPERAÇÕES como elementos dos novos conjuntos.

Para calcular o valor de uma expressão numérica com números intei- O CONJUNTO N E SUAS PROPRIEDADES
ros, procedemos por etapas.
Seja o conjunto N:
N = { 0, 1, 2, 3. ... , n, ...}
1ª ETAPA:
a) efetuamos o que está entre parênteses ( )
b) eliminamos os parênteses Você deve se lembrar que este conjunto tem sua origem a partir de
2ª ETAPA: conjuntos finitos e eqüipotentes: a uma classe de todos os conjuntos eqüi-
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ] potentes entre si associou-se o mesmo cardinal, o mesmo número e a
b) eliminamos os colchetes mesma representação ou numeral.
3º ETAPA:
a) efetuamos o que está entre chaves { } Propriedades das operações em N
b) eliminamos as chaves Para expressar matematicamente as propriedades das operações em
N e nos sucessivos conjuntos, usaremos a notação usual e prática dos
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na seguinte ordem: quantificadores. São eles:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que aparecem.
• x significa “qualquer que seja x é o quantificador universal e signi-
2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que aparecem.
fica “qualquer que seja”;
3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem.
• x significo “existe x” é o quantificador existencial e significo “existe”.
Exemplos: O símbolo  | x significa “existe um único x”.
1) 2 + 7 . (-3 + 4) =
2 + 7 . (+1) = 2+7 =9 ADIÇÃO MULTIPLICAÇÃO
Fechamento
2) (-1 )3 + (-2 )2 : (+2 ) = Fechamento
 a, b  N, a + b = c  N  a, b  N, a . b = c  N
-1+ (+4) : (+2 ) =
-1 + (+2 ) =
-1 + 2 = +1 Comutativa Comutativa
 a, b  N, a + b = b + a  a, b  N, a . b = b . a
3) -(-4 +1) – [-(3 +1)] =
-(-3) - [-4 ] =
+3 + 4 = 7 Associativo Associativa
 a, b, c  N, a + (b + c) = (a +  a, b, c  N, a . (b . c) = (a
4) –2( -3 –1)2 +3 . ( -1 – 3)3 + 4 b) + c . b) . c
-2 . ( -4 )2 + 3 . ( - 4 )3 + 4 =

Lógica 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
= 18 + { 72 – [ 43 + 20 ] } =
= 18 + { 72 – 63} =
Elemento Neutro Elemento Neutro
= 18 + 9 = 27
 0  N, tal que  a  N  1  N, tal que  a  N
a+0=0+a=a a.1=1.a=a CÁLCULO DO VALOR DESCONHECIDO

Distributiva da Multiplicação em Relação à Adição Quando pretendemos determinar um número natural em certos tipos de
 a, b, c  N, a . (b + c) = a . b + a . c problemas, procedemos do seguinte modo:
- chamamos o número (desconhecido) de x
- escrevemos a igualdade correspondente
- calculamos o seu valor
OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
Exemplos:
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 1) Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31?
Solução:
Veja a operação: 2 + 3 = 5 . Seja x o número desconhecido. A igualdade correspondente será:
x + 15 = 31
A operação efetuada chama-se adição e é indicada escrevendo-se o
sinal + (lê-se: “mais") entre os números. Calculando o valor de x temos:
x + 15 = 31
Os números 2 e 3 são chamados parcelas. 0 número 5, resultado da x = 31 - 15
operação, é chamado soma. x = 16
2  parcela
+ 3  parcela Quando um número passa de um lado para outro da igualdade ele mu-
5  soma da de sinal.

A adição de três ou mais parcelas pode ser efetuada adicionando-se o 2) Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11. Qual é esse núme-
terceiro número à soma dos dois primeiros ; o quarto número à soma dos ro?
três primeiros e assim por diante. Solução:
3+2+6 = Seja x o número desconhecido. A igualdade correspondente será:
5 + 6 = 11 x - 25 = 11
x = 11 + 25
Veja agora outra operação: 7 - 3 = 4 x = 36

Quando tiramos um subconjunto de um conjunto, realizamos a opera- Passamos o número 25 para o outro lado da igualdade e com isso ele
ção de subtração, que indicamos pelo sinal - . mudou de sinal.
7  minuendo
- 3  subtraendo 3) Qual o número natural que, adicionado a 8, é igual a 20?
4  resto ou diferença Solução:
x + 8 = 20
0 minuendo é o conjunto maior, o subtraendo o subconjunto que x = 20 - 8
se tira e o resto ou diferença o conjunto que sobra. x = 12

Somando a diferença com o subtraendo obtemos o minuendo. Dessa 4) Determine o número natural do qual, subtraindo 62, obtemos 43.
forma tiramos a prova da subtração. Solução:
4+3=7 x - 62 = 43
x = 43 + 62
EXPRESSÕES NUMÉRICAS x = 105

Para sabermos se o problema está correto é simples, basta substituir o


Para calcular o valor de uma expressão numérica envolvendo adição e
x pelo valor encontrado e realizarmos a operação. No último exemplo
subtração, efetuamos essas operações na ordem em que elas aparecem na
temos:
expressão.
x = 105
105 - 62 = 43
Exemplos: 35 – 18 + 13 =
17 + 13 = 30
MULTIPLICAÇÃO
Veja outro exemplo: 47 + 35 - 42 - 15 =
82 - 42 - 15= Observe: 4 X 3 =12
40 - 15 = 25
Quando uma expressão numérica contiver os sinais de parênteses ( ), A operação efetuada chama-se multiplicação e é indicada escrevendo-
colchetes [ ] e chaves { }, procederemos do seguinte modo: se um ponto ou o sinal x entre os números.

1º Efetuamos as operações indicadas dentro dos parênteses; Os números 3 e 4 são chamados fatores. O número 12, resultado da
2º efetuamos as operações indicadas dentro dos colchetes; operação, é chamado produto.
3º efetuamos as operações indicadas dentro das chaves. 3 X 4 = 12

1) 35 +[ 80 - (42 + 11) ] = 3 fatores


= 35 + [ 80 - 53] = X 4
= 35 + 27 = 62 12 produto

2) 18 + { 72 – [ 43 + (35 - 28 + 13) ] } =
Por convenção, dizemos que a multiplicação de qualquer número por 1
Lógica 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
é igual ao próprio número.
Essa divisão não é exata e é chamada divisão aproximada.
A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0.
ATENÇÃO:
A multiplicação de três ou mais fatores pode ser efetuada multiplican- 1) Na divisão de números naturais, o quociente é sempre menor ou
do-se o terceiro número pelo produto dos dois primeiros; o quarto numero igual ao dividendo.
pelo produto dos três primeiros; e assim por diante. 2) O resto é sempre menor que o divisor.
3) O resto não pode ser igual ou maior que o divisor.
3 x 4 x 2 x 5 = 4) O resto é sempre da mesma espécie do dividendo. Exemplo: divi-
12 x 2 x 5 dindo-se laranjas por certo número, o resto será laranjas.
24 x 5 = 120 5) É impossível dividir um número por 0 (zero), porque não existe
um número que multiplicado por 0 dê o quociente da divisão.
EXPRESSÕES NUMÉRICAS
PROBLEMAS
Sinais de associação
O valor das expressões numéricas envolvendo as operações de adi- 1) Determine um número natural que, multiplicado por 17, resulte
ção, subtração e multiplicação é obtido do seguinte modo: 238.
- efetuamos as multiplicações X . 17 = 238
- efetuamos as adições e subtrações, na ordem em que aparecem. X = 238 : 17
X = 14
1) 3.4 + 5.8- 2.9= Prova: 14 . 17 = 238
=12 + 40 - 18
= 34 2) Determine um número natural que, dividido por 62, resulte 49.
x : 62 = 49
2) 9 . 6 - 4 . 12 + 7 . 2 = x = 49 . 62
= 54 - 48 + 14 = x = 3038
= 20
3) Determine um número natural que, adicionado a 15, dê como
Não se esqueça: resultado 32
Se na expressão ocorrem sinais de parênteses colchetes e chaves, e- x + 15 = 32
fetuamos as operações na ordem em que aparecem: x = 32 - 15
1º) as que estão dentro dos parênteses x =17
2º) as que estão dentro dos colchetes
3º) as que estão dentro das chaves. 4) Quanto devemos adicionar a 112, a fim de obtermos 186?
x – 112 = 186
Exemplo: x = 186 - 112
22 + {12 +[ ( 6 . 8 + 4 . 9 ) - 3 . 7] – 8 . 9 } x = 74
= 22 + { 12 + [ ( 48 + 36 ) – 21] – 72 } =
= 22 + { 12 + [ 84 – 21] – 72 } = 5) Quanto devemos subtrair de 134 para obtermos 81?
= 22 + { 12 + 63 – 72 } = 134 – x = 81
= 22 + 3 = - x = 81 - 134
= 25 - x = - 53 (multiplicando por -1)
x = 53
DIVISÃO Prova: 134 - 53 = 81

Observe a operação: 6) Ricardo pensou em um número natural, adicionou-lhe 35, sub-


30 : 6 = 5 traiu 18 e obteve 40 no resultado. Qual o número pensado?
x + 35 - 18 = 40
Também podemos representar a divisão das seguintes manei- x= 40 - 35 + 18
ras: x = 23
Prova: 23 + 35 - 18 = 40
30
30 6 ou 5
6 7) Adicionando 1 ao dobro de certo número obtemos 7. Qual é
5 esse numero?
2 . x +1 = 7
O dividendo (D) é o número de elementos do conjunto que dividimos o 2x = 7 - 1
divisor (d) é o número de elementos do subconjunto pelo qual dividimos o 2x = 6
dividendo e o quociente (c) é o número de subconjuntos obtidos com a x =6:2
divisão. x =3
O número procurado é 3.
Essa divisão é exata e é considerada a operação inversa da multiplica- Prova: 2. 3 +1 = 7
ção.
SE 30 : 6 = 5, ENTÃO 5 x 6 = 30 8) Subtraindo 12 do triplo de certo número obtemos 18. Determi-
nar esse número.
observe agora esta outra divisão: 3 . x -12 = 18
3 x = 18 + 12
32 6 3 x = 30
2 5 x = 30 : 3
32 = dividendo x = 10
6 = divisor
5 = quociente 9) Dividindo 1736 por um número natural, encontramos 56. Qual o
2 = resto valor deste numero natural?

Lógica 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1736 : x = 56 = 17
1736 = 56 . x
56 . x = 1736 POTENCIAÇÃO
x. 56 = 1736
x = 1736 : 56 Considere a multiplicação: 2 . 2 . 2 em que os três fatores são todos
x = 31 iguais a 2.
10) O dobro de um número é igual a 30. Qual é o número? Esse produto pode ser escrito ou indicado na forma 23 (lê-se: dois ele-
2.x = 30 vado à terceira potência), em que o 2 é o fator que se repete e o 3 corres-
2x = 30 ponde à quantidade desses fatores.
x = 30 : 2
x = 15 Assim, escrevemos:
23 = 2 . 2 . 2 = 8 (3 fatores)
11) O dobro de um número mais 4 é igual a 20. Qual é o número ?
2 . x + 4 = 20 A operação realizada chama-se potenciação.
2 x = 20 - 4 O número que se repete chama-se base.
2 x = 16 O número que indica a quantidade de fatores iguais a base chama-se
x = 16 : 2 expoente.
x=8 O resultado da operação chama-se potência.
23 = 8
12) Paulo e José têm juntos 12 lápis. Paulo tem o dobro dos lápis 3 expoente
de José. Quantos lápis tem cada menino? base potência
José: x
Paulo: 2x Observações:
Paulo e José: x + x + x = 12 1) os expoentes 2 e 3 recebem os nomes especiais de quadrado e
3x = 12 cubo, respectivamente.
x = 12 : 3 2) As potências de base 0 são iguais a zero. 02 = 0 . 0 = 0
x=4 3) As potências de base um são iguais a um.
José: 4 - Paulo: 8 Exemplos: 13 = 1 . 1 . 1 = 1
15 = 1 . 1 . 1 . 1 . 1 = 1
13) A soma de dois números é 28. Um é o triplo do outro. Quais 4) Por convenção, tem-se que:
são esses números? - a potência de expoente zero é igual a 1 (a0 = 1, a  0)
um número: x 30 = 1 ; 50 = 1 ; 120 = 1
o outro número: 3x - a potência de expoente um é igual à base (a1 = a)
x + x + x + x = 28 (os dois números) 21 = 2 ; 71 = 7 ; 1001 =100
4 x = 28
x = 28 : 4
PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS
x = 7 (um número)

3x = 3 . 7 = 21 (o outro número). 1ª) para multiplicar potências de mesma base, conserva-se a base e
Resposta: 7 e 21 adicionam-se os expoentes.
am . an = a m + n
14) Pedro e Marcelo possuem juntos 30 bolinhas. Marcelo tem bo- Exemplos: 32 . 38 = 32 + 8 = 310
linhas a mais que Pedro. Quantas bolinhas tem cada um? 5 . 5 6 = 51 + 6 = 57
Pedro: x
Marcelo: x + 6 2ª) para dividir potências de mesma base, conserva-se a base e sub-
x + x + 6 = 30 ( Marcelo e Pedro) traem-se os expoentes.
2 x + 6 = 30 am : an = am - n
2 x = 30 - 6 Exemplos:
2 x = 24 37 : 33 = 3 7 – 3 = 74
x = 24 : 2 510 : 58 = 5 10 – 8 = 52
x = 12 (Pedro)
Marcelo: x + 6 =12 + 6 =18 3ª) para elevar uma potência a um outro expoente, conserva-se base
e multiplicam-se os expoentes.
Exemplo: (32)4 = 32 . 4 = 38
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES
4ª) para elevar um produto a um expoente, eleva-se cada fator a es-
Sinais de associação: se expoente.
O valor das expressões numéricas envolvendo as quatro operações é (a. b)m = am . bm
obtido do seguinte modo:
- efetuamos as multiplicações e as divisões, na ordem em que apa- Exemplos:
recem; (4 . 7)3 = 43 . 73 ; (3. 5)2 = 32 . 52
- efetuamos as adições e as subtrações, na ordem em que apare-
cem;
RADICIAÇÃO
Exemplo 1) 3 .15 + 36 : 9 =
= 45 + 4 Suponha que desejemos determinar um número que, elevado ao qua-
= 49 drado, seja igual a 9. Sendo x esse número, escrevemos:
X2 = 9
Exemplo 2) 18 : 3 . 2 + 8 - 6 . 5 : 10 =
= 6 . 2 + 8 - 30 : 10 = De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou seja:
= 12 + 8 - 3 = 32 = 9
= 20 - 3

Lógica 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A operação que se realiza para determinar esse número 3 é chamada
radiciação, que é a operação inversa da potenciação. 07) Num divisão, o dividendo é 625, o divisor é 25 e o quociente é 25.
Indica-se por: Qual ê o resto? (0)
2
9 3 (lê-se: raiz quadrada de 9 é igual a 3)
08) Numa chácara havia galinhas e cabras em igual quantidade. Sa-
bendo-se que o total de pés desses animais era 90, qual o núme-
Daí , escrevemos: ro de galinhas?
2
9  3  32  9 Resposta: 15 ( 2 pés + 4 pés = 6 pés ; 90 : 6 = 15).

09) O dobro de um número adicionado a 3 é igual a 13. Calcule o


Na expressão acima, temos que:
número.(5)
- o símbolo chama-se sinal da raiz
- o número 2 chama-se índice
10) Subtraindo 12 do quádruplo de um número obtemos 60. Qual é
- o número 9 chama-se radicando
esse número (Resp: 18)
- o número 3 chama-se raiz,
2
- o símbolo 9 chama-se radical 11) Num joguinho de "pega-varetas", André e Renato fizeram 235
pontos no total. Renato fez 51 pontos a mais que André. Quantos
As raízes recebem denominações de acordo com o índice. Por exem- pontos fez cada um? (92 e 143)
plo:
2 12) Subtraindo 15 ao triplo de um número obtemos 39. Qual é o nú-
36 raiz quadrada de 36 mero? (18)
3
125 raiz cúbica de 125
13) Distribuo 50 balas, em iguais quantidades, a 3 amigos. No final
4
81 raiz quarta de 81 sobraram 2. Quantas balas coube a cada um? (16)
5
32 raiz quinta de 32 e assim por diante 14) A diferença entre dois números naturais é zero e a sua soma é
30. Quais são esses números? (15)
No caso da raiz quadrada, convencionou-se não escrever o índice 2.
15) Um aluno ganha 5 pontos por exercício que acerta e perde 3 pon-
Exemplo :
2 49  49  7, pois 72  49 tos por exercício que erra. Ao final de 50 exercícios tinha 130 pon-
tos. Quantos exercícios acertou? (35)
EXERCÍCIOS
16) Um edifício tem 15 andares; cada andar, 30 salas; cada sala, 3
01) Calcule: mesas; cada mesa, 2 gavetas; cada gaveta, 1 chave. Quantas
a) 10 - 10 : 5 = b) 45 : 9 + 6 = chaves diferentes serão necessárias para abrir todas as gavetas?
c) 20 + 40 : 10 = d) 9. 7 - 3 = (2700).
e) 30 : 5 + 5 = f) 6 . 15 - 56 : 4 =
g) 63 : 9 . 2 - 2 = h) 56 - 34 : 17 . 19 = 17) Se eu tivesse 3 dúzias de balas a mais do que tenho, daria 5 e fi-
i) 3 . 15 : 9 + 54 :18 = j) 24 -12 : 4+1. 0 = caria com 100. Quantas balas tenho realmente? (69)

Respostas: 18) A soma de dois números é 428 e a diferença entre eles é 34. Qual
a) 8 b) 11 é o número maior? (231)
c) 24 d) 60
e) 11 f) 76 19) Pensei num número e juntei a ele 5, obtendo 31. Qual é o núme-
g) 12 h) 18 ro? (26)
i) 8 j) 21
20) Qual o número que multiplicado por 7 resulta 56? (8)
02) Calcule o valor das expressões:
a) 23 + 32 = 21) O dobro das balas que possuo mais 10 é 36. Quantas balas pos-
b) 3 . 52 - 72 = suo? (13).
c) 2 . 33 - 4. 23 =
d) 53 - 3 . 62 + 22 - 1 = 22) Raul e Luís pescaram 18 peixinhos. Raul pescou o dobro de
e) (2 + 3)2 + 2 . 34 - 152 : 5 = Luís. Quanto pescou cada um? (12 e 6)
f) 1 + 72 - 3 . 24 + (12 : 4)2 =
PROBLEMAS
Respostas:
a) 17 b) 26 Vamos calcular o valor de x nos mais diversos casos:
c) 22 d) 20
e) 142 f) 11 1) x + 4 = 10
Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inversa da adição:
03) Uma indústria de automóveis produz, por dia, 1270 unidades. Se x = 10 - 4
cada veículo comporta 5 pneus, quantos pneus serão utilizados x=6
ao final de 30 dias? (Resposta: 190.500)
2) 5x = 20
04) Numa divisão, o divisor é 9,o quociente é 12 e o resto é 5. Qual é Aplicando a operação inversa da multiplicação, temos:
o dividendo? (113) x = 20 : 5
x=4
05) Numa divisão, o dividendo é 227, o divisor é 15 e o resto é 2.
Qual é o quociente? (15) 3) x - 5 = 10
Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inversa da subtração:
06) Numa divisão, o dividendo é 320, o quociente é 45 e o resto é 5. x = 10 + 5
Qual é o divisor? (7) x =15

Lógica 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x = 10
4) x : 2 = 4 Resposta: 10.
Aplicando a operação inversa da divisão, temos: PROBLEMA 5
x=4.2 Vera e Paula têm juntas 1.080,00 URV. Vera tem o triplo do que tem
x=8 Paula. Quanto tem cada uma?
Solução:
COMO ACHAR O VALOR DESCONHECIDO EM UM PROBLEMA x + 3x = 1080
4x= 1080
Usando a letra x para representar um número, podemos expressar, em x =1080 : 4
linguagem matemática, fatos e sentenças da linguagem corrente referentes x= 270
a esse número, observe: 3 . 270 = 810
- duas vezes o número 2.x
Resposta: 810,00 e 270,00
- o número mais 2 X+2
PROBLEMA 6
x Paulo foi comprar uma bicicleta e uma bola. Pagou por tudo 5.600,00
- a metade do número
2 URV. Quanto custou cada uma, sabendo-se que a bicicleta é seis ve-
zes mais cara que a bola?
x
- a soma do dobro com a metade do número 2 x  Solução:
2 x + 6x = 5600
7x = 5600
x x = 5600 : 7
- a quarta parte do número
4 x = 800
6 . 800= 4800
PROBLEMA 1
Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31? Resposta: 4.800,00 e 800,00
Solução:
Seja x o número desconhecido PROBLEMA 7
A igualdade correspondente será x + 15 = 31 Repartir 21 cadernos entre José e suas duas irmãs, de modo que cada
menina receba o triplo do que recebe José. Quantos cadernos recebe-
Calculando o valor de x, temos: rá José?
x + 15 = 31 Solução:
x = 31 - 15 x + 3x + 3x = 21
x = 16 7x = 21
Resposta: o número procurado é 16. x = 21 : 7
x =3
PROBLEMA 2 Resposta: 3 cadernos
Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11. Qual é esse número?
Solução: PROBLEMA 8
Seja x o número desconhecido Repartir $ 2.100,00 entre três irmãos de modo que o 2º receba o dobro
do que recebe o 1º e o 3º, o dobro do que recebe o 2º. Quanto recebe-
A igualdade correspondente será rá cada um?
x - 25 = 11 Solução:
Calculando o valor de x x + 2x + 4x = 2100
7x = 2100
x - 25 = 11 x = 2100 : 7
x = 11 + 25 x = 300
x = 36 300 . 2 = 600
Resposta: o número procurado é 36. 300 . 4 =1200

PROBLEMA 3 Resposta: $ 300,00; $ 600,00; $ 1200,00


Adicionando 1 ao dobro de certo número obtemos 7. Qual é esse nú-
mero? PROBLEMA 9
Solução: número desconhecido: x A soma das idades de duas pessoas é 40 anos. A idade de uma é o
Equação: 2 . x + 1 = 7 triplo da idade da outra. Qual a idade de cada uma?
2.x+1=7 Solução:
2x = 7 - 1 3x + x = 40
2x = 6 4x = 40
x=6:2 x = 40 : 4
x=3 x = 10
Resposta: o número procurado é 3. 3 . 10 = 30

PROBLEMA 4 Resposta: 10 e 30 anos.


Subtraindo 12 do triplo de certo número obtemos 18. Determinar esse
número . PROBLEMA 10
Solução: número desconhecido: x triplo desse número: 3x A soma das nossas idades é 45 anos. Eu sou 5 anos mais velho que
igualdade correspondente: 3x - 12 = 18 você. Quantos anos tenho eu?
Resolvendo: x + x + 5 = 45
3x - 12 = 18 x + x= 45 - 5
3x = 18 + 12 2x = 40
3x = 30 x = 20
x = 30 : 3 20 + 5 = 25

Lógica 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 6 9 12 3
Resposta: 25 anos , , , ,   (classe de equivalência da fração: )
1 2 3 4 1
PROBLEMA 11
Sua bola custou $ 10,00 menos que a minha. Quanto pagamos por e- Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele
las, se ambas custaram $ 150,00? definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um repre-
Solução: sentante.

NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL:


0 0
x + x - 10= 150 0     (definido pela classe de equivalência que re-
2x = 150 + 10 1 2
2x = 160 presenta o mesmo número racional 0)
x = 160 : 2 1 2
x = 80 1     (definido pela classe de equivalência que re-
80 - 10 = 70 1 2
presenta o mesmo número racional 1)
Resposta: $ 70,00 e $ 80,00 e assim por diante.

PROBLEMA 12 NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO:


José tem o dobro do que tem Sérgio, e Paulo tanto quanto os dois an- 1 2 3
teriores juntos. Quanto tem cada um, se os três juntos possuem $       (definido pela classe de equivalência que re-
624,00? 2 4 6
Solução: x + 2x + x + 2x = 624 presenta o mesmo número racional 1/2).
6x = 624
x = 624 : 6 NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS
x = 104 a) decimais: quando têm como denominador 10 ou uma potência de
5 7
Resposta: 104,00; 208,00; 312,00 10 = , ,   etc.
10 100
PROBLEMA 13 b) próprias: aquelas que representam quantidades menores do que 1
Se eu tivesse 4 rosas a mais do que tenho, poderia dar a você 7 rosas 1 3 2
e ainda ficaria com 2. Quantas rosas tenho? = , , ,   etc.
Solução: x+4 =7+2 2 4 7
x+4 =9 c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou maiores que 1 =
x =9-4 5 8 9
x =5 , , ,   etc.
Resposta: 5 5 1 5
d) aparentes: todas as que simbolizam um número natural =
20 8
NÚMEROS RACIONAIS  5,  4 , etc.
4 2
e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as frações, com exceção
Os números racionais são representados por um numeral em forma de
daquelas que possuem como denominador 10, 102, 103 ...
a f) frações iguais: são as que possuem os termos iguais =
fração ou razão, , sendo a e b números naturais, com a condição de b
b 3 3 8 8
ser diferente de zero. = ,  , etc.
4 4 5 5
g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao numeral formado
1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números
a  4
naturais, sendo b  0, corresponde um número fracionário .O termo a por uma parte natural e uma parte fracionária;  2  A parte na-
b  7
chama-se numerador e o termo b denominador. 4
tural é 2 e a parte fracionária .
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração 7
de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como h) irredutível: é aquela que não pode ser mais simplificada, por ter
os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números seus termos primos entre si.
racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q. 3 5 3
, , , etc.
Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmen- 4 12 7
te racional? A definição depende das seguintes considerações:
a) O número representado por uma fração não muda de valor quando 4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que não possua termos
multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denomina- primos entre si, basta dividir os dois ternos pelo seu divisor comum.
dor por um mesmo número natural, diferente de zero. 8 8:4 2
Exemplos: usando um novo símbolo:   
 é o símbolo de equivalência para frações 12 12 : 4 3
2 2  5 10 10  2 20 5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES.
     
3 3  5 15 15  2 30 Para comparar duas ou mais frações quaisquer primeiramente convertemos
b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equiva- em frações equivalentes de mesmo denominador. De duas frações
lentes a uma fração dada. que têm o mesmo denominador, a maior é a que tem maior numera-
dor. Logo:

Lógica 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
6 8 9 1 2 3 Observação: A subtração só pode ser efetuada quando o minuendo é
     maior que o subtraendo, ou igual a ele.
12 12 12 2 3 4
(ordem crescente) 2º CASO: Frações com denominadores diferentes:
Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com denominadores di-
De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem ferentes, procedemos do seguinte modo:
menor denominador. • Reduzimos as frações ao mesmo denominador.
7 7 • Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior.
Exemplo:  • Simplificamos o resultado (quando possível).
2 5
Exemplos:
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES 1 2 5 3
1)   2)  
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 3 4 8 6
A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo 4 6 15 12
recai em um dos dois casos seguintes:      
12 12 24 24
15  12
1º CASO: Frações com mesmo denominador. Observemos as figuras 46  
seguintes:   24
12
27 9
10 5  
  24 8
12 6
3 2
6 6 Observações:
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos todas ao mesmo de-
5 nominador e, em seguida, efetuamos a operação.

6 Exemplos.
3 2 5 2 7 3 3 5 1 1
Indicamos por:   a)    b)    
6 6 6 15 15 15 4 6 8 2
273 18 20 3 12
      
15 24 24 24 24
12 4 18  20  3  12
   
15 5 24
2 53

6 24

5 Havendo número misto, devemos transformá-lo em fração imprópria:


6 Exemplo:
1 5 1
3 2  3 
3 12 6
6
7 5 19
5 2 3   
Indicamos por:   3 12 6
6 6 6 28 5 38
  
Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo denominador, pro- 12 12 12
cedemos do seguinte modo: 28  5  38 71
• adicionamos ou subtraímos os numeradores e mantemos o denomi- 
nador comum. 12 12
• simplificamos o resultado, sempre que possível.
Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] e
Exemplos: chaves { }, observamos a mesma ordem:
3 1 3 1 4 1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses;
   2º) as operações no interior dos colchetes;
5 5 5 5 3º) as operações no interior das chaves.
4 8 4  8 12 4
    Exemplos:
9 9 9 9 3
7 3 73 4 2
   
6 6 6 6 3
2 2 22 0
   0
7 7 7 7

Lógica 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 3 5 4
1)        FRAÇÕES EQUIVALENTES
3 4 2 2
 8 9  1 Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma
    quantidade.
 12 12  2
17 1
  
12 2
17 6
  
12 12
11

12
  3 1   2 3
2)5      1  
  2 3   3 4
  9 2   5 3 
 5          1 2 3
  6 6   3 4  Dizemos que:  
2 4 6
 7   20 9 
 5        - Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o nu-
 6   12 12  merador por mesmo número diferente de zero.
 30 7  29 1 2 2 1 3 3
     Ex:   ou . 
 6 6  12 2 2 4 2 3 6
23 29
   Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador,
6 12 por um mesmo número diferente de zero.
46 29
   Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração
12 12
é irredutível.
17

12 Exemplo:
18 2 9 3
:    Fração Irredutível ou Simplificada
NÚMEROS RACIONAIS 12 2 6 6

1 3
Exemplo: e
3 4

Calcular o mmc (3,4): MMC(3,4) = 12


1 3 12 : 3  1 12 : 4  3
e = e temos:
Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unida- 3 4 12 12
de dividida em duas partes iguais e indicamos 1/2. 4 9
onde: 1 = numerador e 2 = denominador e
12 12

1 4
A fração é equivalente a .
3 12

3 9
Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes ha- A fração equivalente .
churamos 2). 4 12

Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração Exercícios:


própria. Observe: 1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações:
1 2
1) 2)
Observe: 4 3
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , ,
8 12 16 6 9 12

COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES

a) Frações de denominadores iguais.


Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que ti-
imprópria. ver maior numerador.

Lógica 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 1 1 3 4 3 43 1
Ex.:  ou    
4 4 4 4 5 5 5 5

b) Frações com numeradores iguais b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador de-
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que pois soma ou subtrai.
tiver maior denominador. Ex:
7 7 7 7 1 3 2
Ex.:  ou  1)   = mmc. (2, 4, 3) = 12
4 5 5 4 2 4 3
(12 : 2).1  (12 : 4).3  (12.3).2 6  9  8 23
c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente di-  
ferentes. 12 12 12
Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos: 4 2
2)  = mmc. (3,9) = 9
2 1 3 9
 denominadores iguais (ordem decrescente)
3 3 (9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10
 
4 4 9 9 9
 numeradores iguais (ordem crescente)
5 3

Simplificação de frações MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES

Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numeradores
por um número diferente de zero. das frações entre si, assim como os seus denominadores.

Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fra- Exemplo:
ção é irredutível. Exemplo: 2 3 2 3 6 3
18 : 2 9 : 3 3 .  x  
  5 4 5 4 20 10
12 : 2 6 : 3 2 Exercícios: Calcular:
2 5 2 3 4  1 3  2 1
Fração irredutível ou simplificada. 1)  2)   3)     
9 36
5 4 5 2 3 5 5 3 3
Exercícios: Simplificar 1) 2) 10 5 24 4 4
12 45 Respostas: 1)  2)  3)
3 4 12 6 30 5 15
Respostas: 1) 2)
4 5
DIVISÃO DE FRAÇÕES
Redução de frações ao menor denominador comum
Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo in-
verso da Segunda.
1 3
Ex.: e 4 2 4 3 12 6
3 4 Exemplo: :  .  
5 3 5 2 10 5
Calcular o mmc (3,4) = 12
Exercícios. Calcular:
1 3 12 : 3  1 12 : 4  3 temos:
e = e 4 2 8 6  2 3  4 1
3 4 12 12 1) : 2) : 3)    :   
3 9 15 25 5 5 3 3
4 9
e 20
12 12 Respostas: 1) 6 2) 3) 1
1 4 3 9 9
A fração é equivalente a . A fração equivalente .
3 12 4 12
POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES
Exemplo:
Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo:
2 4 3
?  numeradores diferentes e denominadores diferentes 2 23 8
3 5    3 
= m.m.c.(3, 5) = 15 3
  3 27
(15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? =  (ordem crescente) Exercícios. Efetuar:
15 15 15 15 2 4 2 3
3  1  4  1
1)   2)   3)     
4 2 3 2
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
1) Adição e Subtração 16 16 72
a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numera-
dores e conserva-se o denominador comum. RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES
2 5 1 2  5 1 8
Ex:     Extrai raiz do numerador e do denominador.
3 3 3 3 3

Lógica 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 4 2
Exemplo:   BASE DE UM SISTEMA DE NUMERAÇÃO
9 9 3 É o conjunto de nomes ou símbolos necessários para representar
qualquer número.
Exercícios. Efetuar:
2 Base 7 - No sistema de base 7, os elementos de um conjunto são con-
1 16 9  1 tados de 7 em 7, por meio dos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Contando-
1) 2) 3)  
9 25 16  2  se os 365 dias do ano de 7 em 7, obtemos o número de semanas num ano.
1 4
Respostas: 1) 2) 3) 1 Base 5 - No sistema de base 5 ou quinário, contamos de 5 em 5, em-
3 5 pregando os algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5.

SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL Base 2 - No sistema de base 2 ou binário contamos de 2 em 2, utili-


zando apenas os algarismos 0 e 1.
Numeração: Processo de representação dos números, utilizando-se
símbolos e palavras. Os computadores eletrônicos empregam o sistema binário, traduzindo
o algarismo 1 por uma lâmpada acesa (circuito fechado) e o algarismo 0 por
Sistema de numeração: É um sistema de contagem ou um conjunto uma lâmpada apagada (circuito aberto). E a leitura dos números é feita no
quadro do computador de acordo com o que as lâmpadas acusam.
de regras para indicarmos os números.

Base de uma contagem: É o número de elementos do agrupamento NÚMEROS DECIMAIS


que se faz para contar os elementos do conjunto.
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc, chama-se fração
Ex.: Quando os palitos de uma caixa de fósforos são contados um a decimal.
um, diz-se que foi empregada a base 1. 3 4 7
Ex: , , , etc
10 100 100
Sistema de número decimal
Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
Principio da posição decimal: Todo algarismo colocado 3
imediatamente à esquerda do outro, representa unidade de ordem, imedia- = três décimos,
tamente superiores a este (10 vezes maior) sendo que o primeiro algarismo 10
à direita representa unidade simples. 4
= quatro centésimos
100
Características fundamentais:
7
1) Base dez, na contagem. = sete milésimos
2) Os dez algarismos: 1, 2, 3, 4, 5, 8, 7, 8, 9, O para formarem os 1000
numerais.
3) O princípio da posição decimal, para a colocação dos algarismos. Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
3 4
Ordens: são as unidades, dezenas, centenas, milhares etc., também =0,3 = 0,04
10 100
chamadas posições.
7
= 0,007
Valor relativo ou posicional de um algarismo: É o número de 1000
unidades simples, dezenas, centenas, milhares, etc., que ele representa de
acordo com sua posição no numeral. Outros exemplos:
34 635 2187
Valor absoluto de um algarismo: É o valor que ele representa quando 1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10
considerado isoladamente.
Note que a vírgula “caminha” da direita para a esquerda, a quantidade
8 1 9 7 ORDENS
de casas deslocadas é a mesma quantidade de zeros do denominador.
7 = unidades – valor absoluto: 7, posicional: 7
9 = dezenas – valor absoluto: 9; posicional: 90
Exercícios. Representar em números decimais:
1 = centenas – valor absoluto: 1; posicional: 100
8 = milhares = valor absoluto: 8; posicional: 8000 35 473 430
1) 2) 3)
10 100 1000
Nota: Os números podem ser representados utilizando-se outras bases
que não a base decimal; tais bases formarão novos sistemas numéricos Respostas: 1) 3,5 2) 4,73 3) 0,430
onde seus elementos diferirão daqueles constituintes do sistema decimal.
Tomando-se um número de determinado sistema como referencial, pode-se Leitura de um número decimal
realizar mudança de base determinando o numeral que lhe será
correspondente na nova base. Ex.:

Nota: símbolo “zero” serve para indicar as ordens vazias. Enquanto os


algarismos de um a nove são chamados de algarismos significativos, “zero”
(0) é chamado algarismo insignificativo.

O conjunto dos números 1, 2, 3, 4, ........,n, que surgiram naturalmente


de um processo de contagem reunido ao conjunto formado pelo “zero” (O),
forma o conjunto dos números naturais, que se escreve:
N = {0, 1, 2, 3, 4, ......., n, ............}

Lógica 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex.:
a) 3:4
3 |_4_
30 0,75
20
0

b) 4,6:2
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3
0

Obs.: Para transformar qualquer fração em número decimal basta divi-


dir o numerador pelo denominador.
Ex.: 2/5 = 2 | 5 , então 2/5=0,4
20 0,4
OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS
Exercícios
Adição e Subtração 1) Transformar as frações em números decimais.
Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou subtraem-se unidades de 1 4 1
mesma ordem. Exemplo 1: 1) 2) 3)
5 5 4
10 + 0,453 + 2,832
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25
10,000
+ 0,453
2) Efetuar as operações:
2,832
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2
_______
3) 45,6 : 1,23
13,285
4) 178 : 4,5-3,4.1/2
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4
Exemplo 2:
47,3 - 9,35
Respostas: 1) 4 2) 129 3) 35,07
47,30
4) 37,855 5) 200,0833....
9,35
______
37,95 Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1000

Exercícios. Efetuar as operações: Para tornar um número decimal 10, 100, 1000..... vezes maior, desloca-
1) 0,357 + 4,321 + 31,45 se a vírgula para a direita, respectivamente, uma, duas, três, . . . casas
2) 114,37 - 93,4 decimais.
3) 83,7 + 0,53 - 15, 3 2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
3) 68,93 0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825

Multiplicação com números decimais DIVISÃO


Para dividir os números decimais, procede-se assim:
1) iguala-se o número de casas decimais;
Multiplicam-se dois números decimais como se fossem inteiros e sepa-
2) suprimem-se as vírgulas;
ram-se os resultados a partir da direita, tantas casas decimais quantos
3) efetua-se a divisão como se fossem números inteiros.
forem os algarismos decimais dos números dados.
Exemplos:
Exemplo: 5,32 x 3,8
 6 : 0,15 = 6,00 0,15
5,32  2 casas,
x 3,8 1 casa após a virgula 000 40
______ Igualam – se as casas decimais.
4256 Cortam-se as vírgulas.
1596 +  7,85 : 5 = 7,85 : 5,00 785 : 500 = 1,57
______
20,216  3 casas após a vírgula Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto 285
Exercícios. Efetuar as operações: Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma vírgula ao quociente
1) 2,41 . 6,3 2) 173,4 . 3,5 + 5 . 4,6 e zeros ao resto
3) 31,2 . 0,753  2 : 4 0,5
Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vírgula no quociente e
Respostas: 1) 15,183 2) 629,9 zero no dividendo
3) 23,4936
 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 = 0,05
DIVISÃO DE NÚMEROS DECIMAIS Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vírgula no quociente e
um zero no dividendo. Como 350 não é divisível por 700, acrescenta-se
Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o divisor e quando o outro zero ao quociente e outro ao dividendo
dividendo for menor que o divisor acrescentamos um zero antes da vírgula
no quociente. Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000

Lógica 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, .... vezes menor, deslo- Os componentes do silogismo aristotélico são sentenças universais ou
ca-se a vírgula para a esquerda, respectivamente, uma, duas, três, ... casas particulares, afirmativas ou negativas, isto é , dos tipos seguintes:
decimais. A: Todos os animais são mortais – universal afirmativa
E: Nenhum animal é imortal – universal negativa
Exemplos: I: Alguns homens são sábios – particular afirmativa
25,6 : 10 = 2,56 O: Alguns homens não são sábios – particular negativa
04 : 10 = 0,4
315,2 : 100 = 3,152 Os silogismo aristotélicos constam de duas premissas e uma conclu-
018 : 100 = 0,18 são: Num premissa "todo X é Y", X e Y são termos.
0042,5 : 1.000 = 0,0425 Ainda na antiguidade grega, temos a Lógica da escola dos estóicos e
0015 : 1.000 = 0,015 megáricos (Euclides de Megara – 400 A.C.). Esta lógica apresenta-se de
modo diferente da aristotélica, pois, esta se liga ao Cálculo dos Predicados,
milhar cente- deze- Unidade déci- centé- milési- ao passo que aquela se refere ao Cálculo Proposicional. Desenvolve as-
na na simples mo simo mo pectos não encontrados em Aristóteles. Pertence a essa escola, Zenão
(336-204 A.C.) que fundou o estoicismo. Crisipo foi o lógico mais fértil
1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001 dessa época. Filo, também, dessa escola, ensinou que um condicional
verdadeiro é a que não tem antecedente verdadeiro e consequente falso,
denominada, também, implicação material. Nesta escola, foram ainda
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL dadas as diferenças entre "ou" inclusivo e o "ou" exclusivo e que
"se..então.." se define em função de "não" e do "ou".
Procedemos do seguinte modo:
1º) Lemos a parte inteira (como um número natural). A Lógica moderna iniciou-se com a obra Investigation of the Laws of
2º) Lemos a parte decimal (como um número natural), acompanhada Thougt, de George Boole (1815 – 1864). Com isto deu novos rumos à
de uma das palavras: Álgebra da Lógica. Paralelamente, Augustus De Morgan (1806-1871)
- décimos, se houver uma ordem (ou casa) decimal desenvolveu, também, a Álgebra da Lógica.
- centésimos, se houver duas ordens decimais;
As ideias de Boole e De Morgan foram objetos de publicações impor-
- milésimos, se houver três ordens decimais.
tantes de Chales Sanders Peirce (1839-1914), nos Estados Unidos.
Exemplos:
Surge, então, Gottlob Frege (1848-1925), "o maior lógico dos tempos
1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e dois décimos".
modernos", segundo Alonzo Church, com sua obra Begriffsschrift, onde
2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros e setenta e cinco
pela primeira vez é desenvolvido axiomaticamente o Cálculo Sentencial,
centésimos".
3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e trezentos e nove usando negação e implicação com conceitos primitivos, seis axiomas e
milésimos''. regras de modus ponens e de substituição.
Observações: Muitas ideias de Frege tratadas de maneira menos sistemática encon-
1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte decimal é lida. tram-se em Peirce.

Exemplos: A seguir vem Bertrand Russel a A.N. Witehead (1861-1947), com uma
das mais importantes obras deste século Principia Matemática, em três
a) 0,5 - Lê-se: "cinco décimos".
volumes.
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
Entre o grande número de lógicos atuais, mencionamos, Kurt Godel e
centésimos".
Alfred Tarski. A Godel deve-se a primeira demonstração de completividade
c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos e vinte e um
da Lógica elementar e da incompletividade de sistemas mais complexos,
milésimos".
como a impossibilidade da existência de um sistema axiomático completo e
consistente para a Aritmética usual.
2) Um número decimal não muda o seu valor se acrescentarmos ou
suprimirmos zeros â direita do último algarismo. A Tarski deve-se muito no que respeita ao progresso dos estudos lógi-
Exemplo. 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " ....... cos. Dentre as suas contribuições, destaca-se, a definição semântica de
verdade, que tem aplicações em numerosos campos da Matemática, com
3) Todo número natural pode ser escrito na forma de número decimal, repercussões na Filosofia.
colocando-se a vírgula após o último algarismo e zero (ou zeros) a
sua direita. É difícil dar hoje uma ideia da ampliação do campo de estudos da lógi-
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00... ca, quanto às pesquisas e possibilidades, mas o que é certo é que um
conhecimento preliminar ainda que intuitivo é necessário em quase todos
os ramos de conhecimento.
Sabe-se que a lógica teve sua maior desenvoltura na Filosofia, cami-
4.8. - Verdades e mentiras. 4.9. - Sequências lógicas nhando pela Linguística, Matemática e Ciência da Computação.
com números, letras e figuras. 4.10. - Problemas com
A Lógica na Ciência da Computação
raciocínio lógico, compatíveis com o nível funda- Segundo John Nolt (et al., 1991), "A lógica pode ser estudada de dois
mental completo. pontos de vista: a formal e a informal. Lógica formal é o estudo das formas
de argumento, modelos abstratos comuns a muitos argumentos distintos.
HISTÓRIA DA LÓGICA Lógica informal é o estudo de argumentos particulares em linguagem
A história da lógica começa com os trabalhos do filósofo grego Aristóte- natural e do contexto no qual eles ocorrem." Cabe aqui ressaltar que os
les (384-322 a.C.) de Estagira (hoje Estavro), na Macedônia, não se conhe- dois pontos de vista não são opostos, mas se complementam.
cendo precursores de sua obra, no mundo antigo.
Do ponto de vista da ciência da computação, que se trabalha com o
sentido semântico dos operadores lógicos (princípio de bivalência - verda-
Mais tarde, foram reunidos os trabalhos na obra denominada Organon,
de, falso) a lógica formal predomina.
onde encontramos no capítulo Analytica Priora a parte essencial da Lógica.
Esta disciplina nos introduzirá no mundo da lógica computacional (Ci-
Para Aristóteles, o raciocínio (dedutivo) reduz-se essencialmente ao ti- ência da Computação). Assim, veremos alguns conceitos e teremos a ideia
po determinado que se denomina silogismo. da abrangência do mesmo.

Lógica 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Segundo o dicionário Aurélio, lógica significa "coerência de raciocínio, Lógica é a ciência que tem por objeto determinar, entre as operações
de ideias. Modo de raciocinar peculiar a alguém, ou a um grupo. Sequência intelectuais orientadas para o conhecimento da verdade, as que são válidas
coerente, regular e necessária de acontecimentos, de coisas." e as que não são. Estuda os processos e as condições de verdade de todo
e qualquer raciocínio. O conhecimento só é científico quando, além de
Um outro conceito seria: a ciência das leis ideais do pensamento e a universal, é metódico e sistemático, ou seja, lógico. Assim, a lógica se
arte de aplicá-los corretamente no processo de investigação e demonstra- entende como método, ou caminho que as ciências trilham para determinar
ção da verdade. e conhecer seu objeto, e como característica geral do conhecimento cientí-
fico.
No nosso dia a dia nos deparamos com vários problemas, nos quais,
usamos a "lógica" de forma "consciente" para resolvê-los, isto é, um racio- Do ponto de vista didático, a lógica se alinha com a metafísica, a ética,
cínio detalhista, minucioso, com bastante clareza, ou, raciocinamos de a estética etc. como disciplina da filosofia. Assim entendida, chama-se mais
forma lógica sem tomarmos conhecimento, intuitivamente. Para que fique propriamente lógica formal, pois não se aplica ao conteúdo do que enuncia,
claro, criemos uma situação!!! mas unicamente aos conceitos, aos juízos e raciocínios.

Você está viajando e fura um pneu de seu carro. Encosta-o e para. Se- Origens. A lógica foi desenvolvida de forma independente e chegou a
rá que você é capaz de descrever todos os passos desde a parada do carro certo grau de sistematização na China, entre os séculos V e III a.C., e na
até o pneu trocado? Índia, do século V a.C. até os séculos XVI e XVII da era cristã. Na forma
como é conhecida no Ocidente, tem origem na Grécia.
Dê um tempo! Tente ... pegue uma folha e descreva passo a passo ...
depois prossiga a leitura. O mais remoto precursor da lógica formal é Parmênides de Eleia, que
formulou pela primeira vez o princípio de identidade e de não contradição.
Se você tentou, agora responda algumas perguntas: Seu discípulo Zenão foi o fundador da dialética, segundo Aristóteles, por ter
Você desligou o carro? empregado a argumentação erística (arte da disputa ou da discussão) para
Você ligou o alerta? refutar quem contestasse as teses referentes à unidade e à imobilidade do
Você tirou o sinto de segurança? ser.
Você abriu a porta do carro?
Você puxou o freio de mão? Os sofistas, mestres da arte de debater contra ou a favor de qualquer
Você levou a chave para abrir o porta-malas? opinião com argumentos que envolviam falácias e sofismas, também con-
Você verificou se o socorro estava cheio? tribuíram para a evolução da lógica, pois foram os primeiros a analisar a
estrutura e as formas da linguagem. Foi sobretudo em vista do emprego
Teríamos N detalhes que muitas vezes fizemos intuitivamente e não vicioso do raciocínio pelos sofistas que o antecederam que Aristóteles foi
nos preocupamos com isso, no entanto, quando os descrevemos chegamos levado a sistematizar a lógica.
a esquecer muitos deles. A lógica seria a sequência detalhada e clara do
fato. Sócrates definiu o universal, ou essência das coisas, como o objeto do
conhecimento científico e, com isso, preparou a doutrina platônica das
Quando alguém pergunta qual é a soma de 20 + 30, o resultado multi- ideias. Ao empregar o diálogo como método de procura e descobrimento
plicado por 4 e este resultado dividido por dois, você faz os cálculos "de das essências, antecipou a dialética platônica, bem como a divisão dos
cabeça", no entanto você geralmente segue um raciocínio, uma lógica, universais em gêneros e espécies (e das espécies em subespécies), o que
como: permitiu situar ou incluir cada objeto ou essência no lugar lógico correspon-
- Primeiro, obter o resultado da soma (20+30=50) que chamaremos dente.
de resultado 1.
- Segundo, pegar o resultado 1 que é 50 e multiplica por 4 Lógica aristotélica. Aristóteles é considerado o fundador da lógica for-
(50*4=200) assim, chamaremos este de resultado 2. mal por ter determinado que a validade lógica de um raciocínio depende
- Terceiro, pegar o resultado 2 que é 200 e dividir por 2 (200/2=100) somente de sua forma ou estrutura, e não de seu conteúdo. Introduziu a
que chamaremos de resultado 3. análise da quantificação dos enunciados e das variáveis, realizou o estudo
- Quarto, responder o resultado 3 para quem o perguntou, que neste sistemático dos casos em que dois enunciados implicam um terceiro,
caso é 100. estabeleceu o primeiro sistema dedutivo ou silogístico e criou a primeira
lógica modal, que, ao contrário da lógica pré-aristotélica, admitia outras
Raciocínio Lógico possibilidades além de "verdadeiro" e "falso".
Veja a seguinte charada!!!
No século II da era cristã, as obras de Aristóteles sobre lógica foram
Existe um rio a ser atravessado por três pessoas que pesam 50, 50 e reunidas por Alexandre de Afrodísia sob a designação geral de Órganon.
100 Kg. Para atravessar este rio, as três pessoas dispõe de uma canoa que Inclui seis tratados, cuja sequência corresponde à divisão do objeto da
leva no máximo 100 Kg por viagem. Esta canoa tem que ser conduzida, isto lógica. Estuda as três operações da inteligência: o conceito, o juízo e o
é, ela não anda sozinha. Eis a questão, como estas pessoas chegam no raciocínio.
outro lado da margem? É um problema com resolução simples.
Conceito é a mera representação mental do objeto. Juízo é um ato
Depois de resolver este problema ou alguém lhe mostrar a solução, vo- mental de afirmação ou de negação de uma ideia a respeito de outra, isto é,
cê é capaz de resolver problemas semelhante a este ou outros do gênero e da coexistência de um sujeito e um predicado. Raciocínio é a articulação de
até mais complexos. vários juízos. O objeto próprio da lógica não é o conceito nem o juízo, mas
o raciocínio, que permite a progressão do pensamento. Em outras palavras,
Esta é uma forma de "despertar" o Raciocínio Lógico. É impossível al- não há pensamento estruturado quando se consideram ideias isoladas.
guém lhe ensinar a lógica, pois ela já está em você, o máximo que se pode
Em Perí hermeneías (Da interpretação), um dos tratados do Órganon,
fazer é torná-la consciente.
Aristóteles estuda a proposição, que é a expressão verbal do juízo. O juízo
é verdadeiro quando une na proposição o que está unido na realidade, ou
LÓGICA
separa, na proposição, o que está realmente separado. A verdade é, assim,
Com o aparecimento dos diversos sistemas filosóficos e depois de dis-
a adequação ou a correspondência entre o juízo e a realidade. Esse tratado
seminado pela Grécia antiga o gosto pelas teorias racionais abstratas,
procura principalmente determinar as oposições possíveis entre as proposi-
impôs-se a necessidade de uma ciência que disciplinasse a argumentação
ções.
e o pensamento, estabelecendo critérios de validade e veracidade das
proposições. A partir do juízo de existência ou de realidade, considerado primordial,
Aristóteles estabelece as seguintes modalidades de oposição e de nega-

Lógica 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção: o animal é; o animal não é; o não-animal é; o não-animal não é. As
proposições simples apresentam as mesmas modalidades. Outro tipo de Perguntar o que é alguma coisa é perguntar qual é a essência dessa
proposições admite maior número de modalidades: o homem é mortal; o coisa, e responder à pergunta é expor essa essência em sua definição.
homem não é mortal; o homem é não-mortal; o homem não é não-mortal; o Aristóteles classifica três espécies de definição: a indemonstrável (a unida-
não-homem é mortal; o não-homem não é mortal etc. de em aritmética, por exemplo); a definição causal ou real; e a definição
nominal. A propósito da definição da espécie, recomenda: (1) só tomar
Os juízos se dividem de acordo com a qualidade, a quantidade, a rela- como características de espécie os atributos que pertencem a sua essên-
ção e a modalidade. Quanto à qualidade, podem ser afirmativos ou negati- cia; (2) apresentar os atributos em ordem, do determinável ao determinan-
vos. Os afirmativos sustentam a conveniência do predicado ao sujeito (o do; (3) dar as indicações necessárias para distinguir o definido de tudo o
homem é racional), enquanto os negativos sustentam a não conveniência que dele difere. A obediência a essas regras permitirá definir, pela indica-
entre eles (o homem não é imortal). De acordo com a quantidade, os juízos ção do gênero próximo e da diferença específica, determinações que, por
podem ser de três tipos: universais, quando o sujeito é tomado em toda sua hipótese, devem conter a essência do objeto definido.
extensão (todo homem é mortal); particulares, quando o sujeito é tomado
Por consistir numa redução à evidência, a demonstração implica a a-
em parte de sua extensão (alguns homens são brasileiros); e individuais ou
preensão dos primeiros princípios, indemonstráveis. No processo que
singulares, situações em que o sujeito é tomado no mínimo de sua exten-
conduz da percepção à ciência, Aristóteles vê que o primeiro momento é a
são (Aristóteles é filósofo).
memória ("persistência da percepção") e o seguinte é a experiência, que é
a lembrança das percepções dos mesmos objetos e a abstração daquilo
Com relação à quantificação do sujeito, distingue-se a compreensão,
que apresentam em comum. A passagem do particular ao universal é
que é o contéudo do conceito, e a extensão, que indica a quantidade de
possível porque o que se percebe no objeto particular não é o que o parti-
objetos aos quais o conceito se aplica. Quanto maior for o conteúdo, ou
culariza, mas os caracteres que tem em comum com objetos semelhantes.
conjunto de atributos característicos do conceito, menor será a extensão.
Ao ascender a universais cada vez mais extensos, chega-se, pela razão
Por exemplo, o conceito "mesa" abrange todos os membros da classe.
intuitiva, aos primeiros princípios da ciência, os axiomas, as definições, os
Quando se acrescenta o atributo "branca", aumenta-se a compreensão,
postulados e as hipóteses. Segundo Aristóteles, é por indução que se
mas limita-se a quantidade de mesas individuais a que se refere e diminui-
aprendem os primeiros princípios, pois é assim que a percepção produz o
se a extensão.
universal.
Do ponto de vista da relação, os juízos se distinguem em categóricos, Lógica na Idade Média. Traduzidos para o latim por Boécio, alguns tra-
hipotéticos e disjuntivos. No juízo categórico, o enunciado independe de tados da obra de Aristóteles passaram a ser usados, na Idade Média, no
condições (Aristóteles é grego); no hipotético, é condicional (se fizer bom ensino da lógica, incluída nas disciplinas dos cursos de direito e teologia. A
tempo, sairemos); no disjuntivo, também condicional, a condição está na esterilidade criativa que predominou durante cerca de cinco séculos só foi
própria predicação (o objeto real é físico ou psíquico). interrompida no século XII com a dialética de Abelardo, teólogo eminente e
controvertido, autor de Sic et non (Sim e não).
De acordo com a modalidade, os juízos podem ser assertóricos, pro-
blemáticos e apodícticos. No juízo assertórico, a validade do enunciado é Durante o século XII, traduções complementares do Órganon de Aristó-
de fato e não de direito (o livro está aberto, mas poderia estar fechado); no teles acrescentaram tópicos desconhecidos da "velha lógica" que foram
problemático, a validade é apenas possível (talvez as injustiças sejam agrupados sob o nome geral de "nova lógica". No século XIII, houve uma
reparadas); no apodíctico a validade é necessária e de direito, e não de fato cisão entre os lógicos: alguns aderiram à ortodoxia aristotélica, enquanto
(dois mais dois são quatro). outros adotaram uma visão mais liberal e, nas escolas de artes e nas
recém-criadas universidades, propuseram a lógica moderna.
Raciocinar, em lógica, significa estabelecer uma relação necessária en-
tre duas proposições ou enunciados. No tratado Analysis próté (Primeiras Guilherme de Sherwood e seu discípulo Pedro Hispano (posteriormente
analíticas), terceira parte do Órganon, Aristóteles estuda o silogismo, cuja papa João XXI), autor do livro sobre lógica mais utilizado nos 300 anos que
doutrina criou, para estabelecer as condições fundamentais do conheci- se seguiram, foram os principais representantes dessa nova tendência.
mento científico. O silogismo é "um argumento do qual, admitidas certas Entre os lógicos do século XIV, deve-se pelo menos mencionar Guilherme
coisas, algo diferente resulta necessariamente de sua verdade, sem que se de Occam, além de Jean Buridan e seu aluno Alberto da Saxônia. No
precise de qualquer outro termo". Aristóteles distingue o silogismo, ou século seguinte, Paulo Vêneto, teólogo agostiniano, produziu uma extensa
dedução, da indução. A dedução vai do universal ao particular, e a indução obra intitulada Logica magna, usada como livro didático durante os séculos
do particular ao universal. Mesmo assim, compreende que a indução é no XV e XVI.
fundo silogística.
No mundo grego, a tradição de parafrasear e comentar os tratados ló-
No tratado do Órganon intitulado Análysis deutera (Segundas analíti- gicos de Aristóteles teve continuidade nas obras de João Filopono e Estê-
cas), Aristóteles estuda a demonstração e a definição. A propósito, indica vão de Alexandria, neoplatonista do século VII, entre outros. Nos séculos XI
os temas possíveis da investigação científica: (1) o que a palavra significa; e XIII, foram produzidos vários compêndios de lógica.
(2) o que o objeto correspondente é; (3) qual a essência desse objeto; (4)
quais são suas propriedades; (5) por que tem essas propriedades. Assim, o Os árabes também cultivaram a lógica e, no início do século IX, já con-
método científico começa com a determinação de um objeto conhecido tavam com traduções de alguns tratados do Órganon de Aristóteles. Entre-
apenas pelo nome, e prossegue com a determinação da essência e da tanto, a produção dos representantes da escola de Bagdá, surgida no
existência do objeto. século seguinte, quase toda perdida, foi criticada pelo filósofo Avicena, que
a considerava exageradamente servil à doutrina de Aristóteles. Avicena
A demonstração é um silogismo científico cujas premissas devem ser
defendeu uma linha mais independente e expressou seu conceito de lógica
verdadeiras, primeiras, indemonstráveis e mais inteligíveis do que a conclu-
no livro Kitab al-shifa (O livro da cura).
são e a causa da conclusão. Os princípios, ou pontos de partida do conhe-
cimento científico, são os axiomas e as teses das diversas ciências, subdi-
O valor da contribuição árabe ao desenvolvimento da lógica não é mui-
vididas em hipóteses e definições. Acrescentam-se ainda os postulados
to grande, exceto pelo fato de ter mantido vivo o interesse na lógica aristo-
que, ao contrário dos tipos de proposição mencionados, só devem ser
télica numa época em que, no Ocidente, era pouco divulgada. No mundo
admitidos depois de demonstrados.
medieval, em que houve a lógica bizantina, a árabe e a escolástica, a
A ciência consiste no encadeamento lógico das proposições que, to- vertente escolástica parece ter trazido as maiores contribuições.
madas isoladamente, não poderiam ser conhecidas como verdadeiras. A
rigor, a demonstração trata de evidenciar, por meio de mediações sucessi- Lógica no Renascimento. A tradição da lógica medieval sobreviveu por
vas, o que é inicialmente admitido como simples hipótese ou suposição. mais três séculos após ter atingido a maturidade no século XIV. Entretanto,
Além da demonstração ou da prova, Aristóteles admite, como forma de o clima intelectual que se estabeleceu no Ocidente com o advento do
conhecimento, os primeiros princípios, que excluem a demonstração. Renascimento e do humanismo não estimulava o estudo da lógica. O

Lógica 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
crescimento das ciências naturais também contribuiu para o abandono da redução da aritmética à lógica. Outra tendência no estudo da lógica e dos
lógica que, como disciplina dedutiva, cedeu lugar às pesquisas metodológi- fundamentos da matemática foi introduzida pelo matemático e filósofo
cas. alemão Georg Cantor.

Uma nova atitude em relação à lógica surgiu no século XVI com Petrus Lógica no século XX. Quando, no início do século XX, Bertrand Russell
Ramus (Pierre de La Ramée), lógico antiaristotélico e reformador educacio- se dispôs a mostrar que a aritmética era uma extensão da lógica, foi benefi-
nal. Ramus descreveu a lógica como a "arte de discutir" e distinguiu-a da ciado pelas pesquisas anteriores de Giuseppe Peano, matemático e lógico
gramática e da retórica que, a seu ver, concentravam-se nas questões italiano que, no fim do século XIX e início do XX, questionara noções primá-
relativas ao estilo. De acordo com Ramus, a lógica deveria tratar de concei- rias da aritmética. Após escrever The Principles of Mathematics (1903;
tos, juízos, inferências e provas, nessa ordem de prioridade. Entre as Princípios da matemática), Russell produziu, em cooperação com o tam-
inferências, incluía os silogismos categóricos e hipotéticos. bém britânico Alfred North Whitehead, a monumental Principia Mathematica
(1910-1913), que se tornou um clássico da lógica. A obra, em três volumes,
As divisões da lógica sugeridas por Ramus foram adotadas pelos jan- reuniu os resultados das pesquisas sobre lógica e fundamentos da mate-
senistas Antoine Arnauld e Pierre Nicole, autores de La Logique: ou l'art de mática que vinham sendo realizadas desde a época de Leibniz e tornou-se
penser (1662), traduzido e publicado em inglês em 1851 sob o título The o ponto de partida para a evolução da lógica no século XX.
Port-Royal Logic (A lógica de Port-Royal). As duas primeiras de suas quatro
A visão da matemática como continuação da lógica, sem uma linha de-
partes trazem poucas contribuições originais, muito mais no campo da
limitadora clara entre as duas disciplinas, como defendeu Russell, chamou-
epistemologia que da lógica. A terceira, sobre o raciocínio, trata da validade
se logicismo. A essa abordagem se opõem o intuicionismo, associado aos
dos silogismos. Na quarta parte, sobre o método, a obra Elementos de
nomes de Luitzen Egbertus Jan Brouwer, matemático holandês, e seu
Euclides é recomendada como modelo do método científico. Como René
discípulo Arend Heyting, e o formalismo, fundado por David Hilbert.
Descartes, fundador da filosofia moderna, os autores insistiam que, em
qualquer investigação científica, termos obscuros ou equívocos devem ser Bertrand Russell afirmou que há duas vertentes da pesquisa em mate-
definidos; que somente termos perfeitamente conhecidos devem ser usa- mática: uma visa à expansão, e a outra explora os fundamentos. O mesmo
dos em definições; que somente verdades auto-evidentes devem ser usa- se pode dizer sobre qualquer outra disciplina, mas na exploração dos
das como axiomas; e que todas as proposições que não são auto-evidentes fundamentos de uma ciência o pesquisador volta a encontrar a lógica, pois
devem ser confirmadas com o auxílio de axiomas, definições e proposições todas as ciências que pretendem descrever e comprovar algum aspecto da
já comprovados. Apesar de competir com uma concepção inteiramente realidade fazem uso do vocabulário lógico. Isso quer dizer que a lógica,
nova da lógica apresentada por Leibniz, racionalista alemão, as ideias localizada no ponto mais alto de uma hierarquia de ciências, pode ser
expostas pela lógica de Port-Royal mantiveram sua reputação durante o entendida como a mais abstrata e mais geral descrição da realidade.
século XIX. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
SILOGISMO
Lógica moderna. Com Leibniz, no século XVII, teve início a lógica mo-
A doutrina do silogismo desenvolvida pelo filósofo grego Aristóteles no
derna, que se desenvolveu em cooperação com a matemática. Leibniz
século IV a.C. constituiu até a era moderna o principal instrumento da
influenciou seus contemporâneos e sucessores com um ambicioso plano
lógica.
para a lógica, que para ele deixava de ser "uma diversão para acadêmicos"
e começava a tomar a forma de uma "matemática universal". Seu plano
Silogismo, segundo a definição de Aristóteles, é uma expressão propo-
propunha uma linguagem universal baseada num alfabeto do pensamento
sicional na qual, admitidas certas premissas, delas resultará, apenas por
(ou characteristica universalis), um cálculo geral do raciocínio e uma meto-
serem o que são, outra proposição diferente das estabelecidas anterior-
dologia geral.
mente. O termo vem do grego syllogismós, que significa argumento ou
A linguagem universal, na visão de Leibniz, seria como a álgebra ou raciocínio. Posteriormente, a terminologia tradicional passou a definir essa
como uma versão de ideogramas chineses, formada de sinais básicos operação lógica como um argumento formado de três proposições -- duas
representativos de noções não analisáveis. Noções complexas seriam premissas e uma conclusão -- que apresentam a forma "sujeito-predicado".
representadas por conjuntos apropriados de sinais que, por sua vez, repre-
sentariam a estrutura de noções complexas e, em última análise, a noção Indubitavelmente, o silogismo é a forma mais simples de demonstração
de realidade. ou de argumento inferencial. É sempre precedido de uma pergunta: quer-se
saber se um dado predicado convém ou não, necessariamente, a um
Uma das contribuições mais positivas de Leibniz para o desenvolvi- sujeito. A resposta, quando está de acordo com as regras do silogismo, é
mento da lógica foi a aplicação bem-sucedida dos métodos matemáticos à rigorosa e necessariamente certa. O exemplo mais clássico é o seguinte:
interpretação da silogística aristotélica. Outra foi sua proposta de um "cálcu- "Todo animal é mortal; todo homem é animal; logo, todo homem é mortal."
lo de adição real", em que demonstra que partes da álgebra são passíveis
de interpretação não aritmética. Sua forma de interpretação se comprovaria As duas premissas, estruturadas segundo a fórmula "sujeito-
adequada mesmo à intrincada regra da rejeição proposta para os silogis- predicado", são denominadas maior e menor. Por meio delas, dois termos
mos pelo polonês Jerzy Stupecki, da escola de lógica de Varsóvia, na (maior e menor) são postos em relação com um terceiro (médio). No exem-
década de 1940. plo citado, "mortal" é o termo de maior extensão, e portanto o termo maior.
O termo de menor extensão, chamado termo menor, é "homem". O termo
Na segunda metade do século XIX, foram lançados os alicerces para médio, que contém ambos, é "animal". Por ser afirmativo, esse tipo de
os mais notáveis progressos da história da lógica. Merece menção a obra silogismo é chamado categórico e se baseia na lei de generalização do
do matemático francês Joseph-Diez Gergonne, cuja grande inovação foi a universal para o particular. Os termos que compõem cada premissa são
expansão do vocabulário do silogismo e a proposição de novos tipos de sempre os mesmos -- maior e médio na premissa maior, menor e médio na
inferência baseados na expansão. A axiomatização de seu trabalho, no premissa menor -- mas sua ordem pode mudar. O termo médio pode assu-
entanto, coube ao lógico John Acheson Faris, de Belfast. Também trouxe- mir quatro posições diferentes, segundo as quais se definem as quatro
ram contribuições importantes o metafísico escocês William Hamilton e os "figuras" do silogismo. Tais figuras, em função do caráter e das combina-
ingleses George Bentham, botânico, e Augustus De Morgan. ções de suas proposições (universais ou particulares, afirmativas ou negati-
vas) dão lugar aos 23 tipos de silogismo conhecidos como silogismos
Ainda no século XIX, as novas ideias de George Boole, matemático au- modais.
todidata, representaram um grande progresso para a lógica. A chamada
álgebra de Boole foi aprimorada por vários pesquisadores, entre eles o Os chamados silogismos hipotéticos são mais complexos que os cate-
economista e lógico britânico William Stanley Jevons; o lógico, engenheiro góricos e os modais, ainda que derivem das mesmas leis. A denominação
e filósofo americano Charles Sanders Peirce; e o lógico e matemático se explica devido à ocorrência de premissas hipotéticas, que de acordo
alemão Ernst Schröder. Coube, porém, ao matemático e filósofo alemão com sua forma podem ser condicionais ou disjuntivas. Uma formulação
Gottlob Frege estabelecer a relação entre os dois sistemas lógicos tratados clássica de silogismo hipotético condicional seria, por exemplo: se P então
por Boole, e outros importantes estudos relativos à teoria da linguagem e à Q; se Q então não R; logo, se P então não R.

Lógica 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A teoria silogística teve grande desenvolvimento durante a Idade Mé- sua demonstração. Enfim, tornou-se prática indicar se em determinado
dia. A distinção entre os termos maior, menor e médio foi elaborada pelos teorema havia sido usado ou não o axioma de escolha.
pensadores escolásticos, que distinguiam três espécies de silogismo:
regulares, irregulares e compostos. Os regulares se constituem dos três Para Kurt Gödel, um sistema matemático que só fosse suficiente para a
termos clássicos. Os irregulares e os compostos se caracterizam por terem aritmética clássica seria necessariamente incompleto. Acrescentou que
termos implícitos (ocultos), ou por terem mais de três proposições. Um qualquer sistema pode ser coerente ao se lhe incorporar o axioma de
exemplo de silogismo irregular, conhecido como entimema, expressa-se na escolha, e assim se mantém quando nele se inclui a negação desse mesmo
frase "penso, logo existo", na qual está subentendida a premissa maior, que axioma. A hipótese de continuidade geral também é coerente com a mate-
poderia ser "tudo o que pensa existe". mática comum, que mantém a coerência quando se lhe acrescentam simul-
taneamente o axioma de escolha e a hipótese de continuidade geral. Essa
Os pensadores renascentistas, no entanto, assim como os racionalistas hipótese propõe uma explicação provável de um fato ou série de fatos cuja
do século XVII, criticaram o silogismo como insuficiente e tautológico. Para verdadeira causa se desconhece.
eles, todas as conclusões se encontram implícitas nas premissas e portanto
nada acrescentam ao conhecimento. A moderna lógica formal, contudo, Sistemas e subsistemas lógicos. No século XX, define-se sistema como
reconheceu o valor histórico do silogismo como instrumento de formaliza- um conjunto cujos elementos estão em interação e no qual prevalecem as
ção e integrou os antigos esquemas silogísticos à lógica quantificativa e à relações recíprocas entre os elementos, e não os elementos em si. Por sua
lógica de classes. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. própria natureza, sistema é um conjunto de partes, o que significa que pode
ser analisado. O conjunto como um todo, porém, não pode ser obtido pela
LÓGICA MATEMÁTICA simples acumulação das partes. A trama das relações entre os elementos
Por influência do pensamento de Aristóteles, a lógica dizia respeito, constitui a estrutura do sistema, ou, o que é a mesma coisa, o mecanismo
tradicionalmente, apenas às proposições da linguagem verbal. A partir do de articulação de suas partes.
século XIX, no entanto, seus princípios foram aplicados à linguagem simbó-
lica da matemática. As grandezas tomadas para descrever um sistema não são sempre as
mesmas. Se uma delas se comporta de forma particular, deve ter proprie-
Lógica matemática é o conjunto de estudos que visam a expressar em
dades que suscitam tal comportamento e dêem lugar a certas regras de
signos matemáticos as estruturas e operações do pensamento, deduzindo-
organização. Os sistemas têm limites precisos, de modo que é possível
as de um pequeno número de axiomas, com o propósito de criar uma
determinar sem ambiguidades se um elemento pretence a um ou a outro
linguagem rigorosa, adequada ao pensamento científico, da qual estejam
sistema.
afastadas as ambiguidades próprias da linguagem comum. Fundamenta-se
na construção de sistemas formais, ou seja, modelos, para cuja definição
Os sistemas classificam-se em fechados, se não permutam matéria
se enunciam certos axiomas (conceitos básicos) e métodos de dedução ou
com o exterior, mesmo que haja permuta de energia para chegar ao equilí-
demonstração.
brio, e abertos, se podem permutar matéria e energia com o exterior e
Evolução histórica. O termo "sistema" foi proposto por Laozi (Lao-tsé) tendem à estabilidade. Os últimos se caracterizam por um comportamento
500 anos antes da era cristã, ao dizer que "uma carroça é mais que a soma não plenamente determinado por uma cadeia causal, nem por puro acaso.
de suas partes", ou seja, que a relação entre os diversos elementos que Os sistemas abertos tendem a se manter no estado em que melhor se
formam a carroça faz com que ela tenha propriedades especiais e diferen- adequam a possíveis perturbações. Essa tendência à estabilidade lhes
tes da soma das propriedades de cada um de seus componentes em permite alcançar um estado final característico a partir de estados iniciais
separado. Aristóteles já assinalara um princípio de abstração ao descrever distintos e caminhos diferentes. A atuação ou comportamento de cada
sistema como um conjunto de funções, características e atributos que subsistema ou componente de um sistema se difunde pelo sistema inteiro.
podem ser definidos. No entanto, o termo lógica matemática denota prefe- Os sistemas são representados formalmente mediante modelos, e chama-
rencialmente o conjunto de regras e raciocínios dedutivos elaborado a partir se simulação a geração de possíveis estados do sistema pelo modelo que
da segunda metade do século XIX. Mediante a eliminação das imprecisões representa.
e erros lógicos da linguagem comum e a adoção de critérios de formaliza-
Conceitos de lógica matemática. O processo dedutivo matemático exi-
ção e emprego de símbolos, a lógica formal converteu-se numa disciplina
ge rigor. O modelo tradicional de um sistema consiste na apresentação das
associada à matemática.
assertivas principais em forma de teoremas, como já o fizera Euclides na
Grécia antiga. Formalmente, dá-se o nome de teorema a uma proposição
Em 1854, George Boole descobriu que os conectivos, ou operadores,
cuja validade se prova por demonstração. Assim, os axiomas, que se
propostos por Aristóteles para as proposições (do tipo "e", "ou", "não" etc.)
definem como primeiros teoremas e se admitem sem demonstração, per-
seguiam regras similares às da soma e da multiplicação. Projetou, então, a
tencem a uma categoria lógica diferente. Os teoremas se demonstram a
chamada álgebra de Boole, que se baseia na lógica binária de "verdadeiro"
partir de outros teoremas, mediante procedimentos de dedução ou indução
e "falso" como alternativas para cada proposição.
nos quais se encadeiam consequências lógicas. A axiomática da matemáti-
ca, e das ciências em geral, constitui o elemento básico para a dedução de
Pouco depois, Georg Cantor criou a teoria dos conjuntos e suas opera-
teoremas derivados, e a escolha adequada dos axiomas é um dos pontos
ções. Definiu conjunto como a união de objetos que satisfazem proprieda-
mais delicados na elaboração dos modelos de qualquer sistema. Um con-
des exprimíveis, e conjunto de conjuntos como um novo conjunto que
junto de axiomas é aceitável, do ponto de vista matemático, quando tem
contém a si mesmo, sendo um de seus próprios elementos. Bertrand Rus-
coerência lógica, o que implica que de um mesmo axioma não é possível
sell detectou o paradoxo desse raciocínio e argumentou que um conjunto
deduzir dois teoremas contraditórios.
pertence à primeira categoria se não contém a si mesmo, e à segunda se
contém a si mesmo como elemento. Assim, se o conjunto A tem como Desenvolvendo certo raciocínio, conclui-se que, além dos axiomas, as
elementos os conjuntos da primeira categoria, não pode, por dedução, próprias regras de dedução deveriam estar sujeitas a variações. Quando os
pertencer a nenhuma das duas categorias mencionadas, ainda que inicial- axiomas e regras de dedução são abertos, fala-se de sistema matemático,
mente se atribuísse uma categoria a cada conjunto. ou formal, que exige que o sistema seja coerente uma vez estabelecido o
método. Quando se pode demonstrar uma proposição ou sua negativa, o
Ernst Zermelo formulou em 1904 um axioma de escolha sobre conjun- sistema é completo. Se um sistema que contém um teorema se altera, a
tos não-vazios, isto é, que contêm elementos. Numa família de conjuntos mesma proposição, ou a que corresponde à nova entidade, passa a ser
não-vazios, qualquer que seja seu tamanho, pode-se escolher ao mesmo duvidosa ou inteiramente falsa. Mesmo que sua validade se mantenha,
tempo um elemento de cada conjunto e considerar o conjunto A, que não seria preciso uma nova demonstração, devido à possibilidade de que os
podia pertencer a nenhuma categoria, como constituído desses elementos. axiomas ou as regras de dedução do sistema tenham perdido sua pertinên-
Com esse axioma puderam ser demonstrados teoremas matemáticos cia.
clássicos carentes de lógica aparente, mas ao mesmo tempo começou a
polêmica quanto à validade dos teoremas demonstrados com base nele, e As regras básicas da lógica matemática exigem a formulação de enun-
a equiparação destes com aqueles que não necessitam desse axioma para ciados, nos quais se definem previamente os conceitos da proposição, e

Lógica 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
predicados ou sentenças matemáticas que empregam os enunciados Exemplo:
descritos anteriormente. a) a lua é um satélite da Terra;
A terminologia e a metodologia da lógica matemática tiveram, ao longo b) O sol é amarelo;
do século XX, importante papel no progresso das novas ciências da infor- c) Brasília é a capital do Brasil.
mática e cibernética. Desde as origens, elas adotaram as estruturas formais
da lógica binária e da álgebra de Boole e empregaram a filosofia de enunci- Princípios Adotados como Regras Fundamentais do Pensamento,
ado-predicado em suas proposições, numa axiomática e num conjunto de na Lógica Matemática
regras hipotético-dedutivas definidas previamente. ©Encyclopaedia Britan- • Princípio da não contradição - uma proposição não pode ser
nica do Brasil Publicações Ltda. verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
• Princípio do terceiro excluído - toda proposição ou é verdadeira
PROPOSIÇÃO ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um
Segundo Quine, toda proposição é uma frase mas nem toda frase é terceiro.
uma proposição; uma frase é uma proposição apenas quando admite um
dos dois valores lógicos: Falso (F)ou Verdadeiro (V). Exemplos: Valores Lógicos das Proposições
1. Frases que não são proposições Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade se a proposição é
o Pare! verdadeira e a falsidade se a proposição é falsa.
o Quer uma xícara de café?
o Eu não estou bem certo se esta cor me agrada Valor Lógico Símbolo de Designação
2. Frases que são proposições
Verdade V
o A lua é o único satélite do planeta terra (V)
o A cidade de Salvador é a capital do estado do Amazonas (F) Falsidade F
o O numero 712 é ímpar (F)
o Raiz quadrada de dois é um número irracional (V) Toda proposição tem um e um só dos valores V, F (de acordo os dois
Composição de Proposições princípios supracitados).
É possível construir proposições a partir de proposições já existentes. Exemplo:
Este processo é conhecido por Composição de Proposições. Suponha a) o mercúrio é mais pesado que a água; valor lógico da proposição:
que tenhamos duas proposições, verdade (V)
1. A = "Maria tem 23 anos" b) o sol gira em torno da Terra; valor lógico da proposição: falsidade
2. B = "Maria é menor" (F)
TIPOS DE PROPOSIÇÃO
Pela legislação corrente de um país fictício, uma pessoa é considerada Simples ou Atômicas - é a proposição que não contém nenhuma ou-
de menor idade caso tenha menos que 18 anos, o que faz com que a tra proposição como parte integrante de si mesma. As proposições simples
proposição B seja F, na interpretação da proposição A ser V. Vamos a são geralmente designadas por letras minúsculas p, q, r, s ..., chamadas
alguns exemplos: letras proposicionais.
1. "Maria não tem 23 anos" (nãoA) Observação: Pode ser usada qualquer letra do alfabeto minúsculo para
2. "Maria não é menor"(não(B)) representar uma proposição simples.
3. "Maria tem 23 anos" e "Maria é menor" (A e B) Exemplo:
4. "Maria tem 23 anos" ou "Maria é menor" (A ou B) p: Oscar é prudente;
5. "Maria não tem 23 anos" e "Maria é menor" (não(A) e B) q: Mário é engenheiro;
6. "Maria não tem 23 anos" ou "Maria é menor" (não(A) ou B) r: Maria é morena.
7. "Maria tem 23 anos" ou "Maria não é menor" (A ou não(B))
8. "Maria tem 23 anos" e "Maria não é menor" (A e não(B)) Composta ou Molecular - é a proposição formada pela combinação
9. Se "Maria tem 23 anos" então "Maria é menor" (A => B) de duas ou mais proposições. São habitualmente designadas por letras
10. Se "Maria não tem 23 anos" então "Maria é menor" (não(A) => maiúsculas P, Q, R, S ..., também denominadas letras proposicionais.
B) Exemplo:
11. "Maria não tem 23 anos" e "Maria é menor" (não(A) e B) p : Walter é engenheiro E Pedro é estudante;
12. "Maria tem 18 anos" é equivalente a "Maria não é menor" (C q : Mauro é dedicado OU Pedro é trabalhador;
<=> não(B)) r : SE Flávio é estudioso ENTÃO será aprovado.
Observação: As proposições compostas são também denominadas
Note que, para compor proposições usou-se os símbolos não (nega- fórmulas proposicionais ou apenas fórmulas. Quando interessa destacar
ção), e (conjunção), ou (disjunção), => (implicação) e, finalmente, <=> que uma proposição composta P é formada pela combinação de proposi-
(equivalência). São os chamados conectivos lógicos. Note, também, que ções simples, escreve-se: P ( p, q, r ...);
usou-se um símbolo para representar uma proposição: C representa a Conectivos - são palavras que se usam para formar novas proposi-
proposição Maria tem 18 anos. Assim, não(B) representa Maria não é ções a partir de outras.
menor, uma vez que B representa Maria é menor. Exemplo:
P: 6 é par E 8 é cubo perfeito;
Algumas Leis Fundamentais Q: NÃO vai chover;
Um proposição é falsa (F) ou verdadei- R: SE Mauro é médico, ENTÃO sabe biologia;
Lei do Meio Excluido
ra (V): não há meio termo. S: o triângulo ABC é isósceles OU equilátero;
T: o triângulo ABC é equilátero SE E SOMENTE SE é equilátero.
Uma proposição não pode ser, simul- São conectivos usuais em lógica Matemática as palavras que estão gri-
Lei da Contradição
taneamente, V e F. fadas, isto é "e", "ou", "não", "se ... então", "... se e somente se ..."
O valor lógico (V ou F) de uma propo-
sição composta é unicamente determi- TABELA VERDADE
Lei da Funcionalidade Proposição simples - Segundo o princípio do terceiro excluído, toda
nada pelos valores lógicos de suas
proposições constituintes. proposição simples p,é verdade ou falsa, isto é, tem o valor lógico verdade
(V) ou o valor lógico falso (F).
PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS p
Proposição - é todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem V
um pensamento de sentido completo, isto é, afirmam fatos ou exprimem F
juízos que formamos a respeito de determinados entes.

Lógica 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Proposição composta - O valor lógico de qualquer proposição com- Assim, "não p" tem valor lógico oposto daquele de p.
posta depende unicamente dos valores lógicos das proposições simples Simbolicamente, a negação de p é indicada com notação "~ p", que se
componentes, ficando por eles univocamente determinados. lê "não p". O valor lógico da negação de uma proposição é, portanto, defini-
do pela seguinte tabela-verdade:
Tabela-Verdade
p ~p
É um dispositivo prático muito usado para a determinação do valor lógi-
co de uma proposição composta. Neste dispositivo figuram todos os possí- V F
veis valores lógicos da proposição composta, correspondentes a todas as F V
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições simples componen-
tes.
ou seja, pelas igualdades
Proposição Composta - 02 proposições simples ~V=Fe~F=V
Assim, por exemplo, no caso de uma proposição composta cujas pro- V (~ p) = ~ V(p)
posições simples componentes são p e q, as únicas possíveis atribuições O valor lógico da negação de p é igual à negação do valor lógico de p.
de valores lógicos a p e a q são: Em linguagem comum a negação efetua-se nos casos mais simples,
antepondo o advérbio "não" ao verbo da proposição dada.
p q
Exemplo:
V V p : o sol é uma estrela
V F ~p : o sol não é uma estrela
F V Outra maneira de efetuar a negação consiste em antepor à proposição
F F dada expressões tais como "não é verdade que", "é falso que".
Observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de dois em dois Exemplo:
para a primeira proposição p e de um em um para a segunda proposição q, q : Carlos é engenheiro
e que, além disso, VV, VF, FV e FF são os arranjos binários com repetição ~q : é falso que Carlos é engenheiro;
dos dois elementos V e F. ~q : não é verdade que Carlos é engenheiro.
~q : não acontece que Carlos é engenheiro.
Proposição Composta - 03 proposições simples
No caso de uma proposição composta cujas proposições simples com- Conjunção
ponentes são p, q e r as únicas possíveis atribuições de valores lógicos a p, Chama-se conjunção de duas proposições p e q a proposição repre-
a q e a r são: sentada por "p e q", cujo valor lógico é a verdade (V) quando as proposi-
p q r ções p e q são verdadeiras e a falsidade (F) nos demais casos.
V V V p q p q
V V F V V V

V F V V F F

V F F F V F
F F F
F V V
F V F
Disjunção
F F V Chama-se disjunção de duas proposições p e q a proposição represen-
F F F tada por p ou q, cujo o valor lógico é a verdade (V) quando ao menos uma
das proposições p e q é verdadeira e a falsidade (F) quando as proposições
Analogamente, observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de p e q são ambas falsas.
quatro em quatro para a primeira proposição p, de dois em dois para a p q pq
segunda proposição q e de um em um para a terceira proposição r, e que, V V V
além disso, VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV e FFF sãos os arranjos
ternários com repetição dos dois elementos V e F. V F V
F V V
Notação F F F
O valor lógico de uma proposição simples p indica-se por V(p). Assim,
exprime-se que p é verdadeira (V), escrevendo: V(p) = V.
Analogamente, exprime-se que p é falsa (F), escrevendo: V(p) = F.
Exemplos: Disjunção Exclusiva
p: o sol é verde; Chama-se disjunção exclusiva de duas proposições p e q a proposição
q: um hexágono tem nove diagonais; representada simbolicamente por p V q, que se lê: "ou p ou q" ou "p ou q,
r: 2 é raiz da equação x² + 3x - 4 = 0 mas não ambos", cujo valor lógico é a verdade (V) somente quando p é
V(p) = F verdadeira ou q é verdadeira, mas não quando p e q são ambas verdadei-
V(q) = V ras, e a falsidade (F) quando p e q são ambas verdadeiras ou falsas.
V(r) = F p q  q
V V F
OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES
Operações Lógicas Fundamentais V F V
Quando pensamos, efetuamos muitas vezes certas operações sobre F V V
proposições, chamadas operações lógicas. As operações lógicas obede-
F F F
cem regras de um cálculo, denominado cálculo proposicional, semelhante
ao da aritmética sobre números

Negação Condicional
Chama-se negação de uma proposição p a proposição representada Chama-se proposição condicional ou apenas condicional uma proposi-
por "não p", cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falso e falsidade ção representada por "se p então q", cujo valor lógico é a falsidade (F) no
quando p é verdadeiro. caso em que p é verdadeira e q é falsa e a verdade (V) nos demais casos.

Lógica 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
p q pq O uso de parênteses
É óbvia a necessidade de usar parêntesis na simbolização
V V V das proposições, que devem ser colocados para evitar qual-
V F F quer tipo de ambiguidade. Assim, por exemplo, a expressão p
F V V  q r dá lugar, colocando parêntesis, às duas seguintes
proposições:
F F V
(i) (p  q)  r
(ii) p  ( q  r)
Bicondicional
Chama-se proposição bicondicional ou apenas bicondicional uma pro- que não têm o mesmo significado lógico, pois na (i) o co-
posição representada por "p se e somente q", cujo valor lógico é a verda- nectivo principal é " ", e na (ii), o conectivo principal é " ".
de(V) quando p e q são ambas verdadeiras ou ambas falsas, e a falsidade
(F) nos demais casos. Por outro lado, em muitos casos, parêntesis podem ser suprimidos, a
p q  q fim de simplificar as proposições simbolizadas, desde que, naturalmente,
V V V ambiguidade alguma venha a aparecer.
V F F A supressão de parêntesis nas proposições simbolizadas se faz medi-
F V F ante algumas convenções, das quais são particularmente importante as
F F V duas seguintes:

A "ordem de precedência" para os conectivos é:


Tabelas-verdade: Tautologia, Contradição e Contingência
(1º) ~ ; (2º)  e  ; (3º)  ; (4º) 
Construção de Tabelas - Verdade
Portanto o conectivo mais "fraco" é "~" e o conectivo mais
Dada várias proposições simples p, q, r , ..., podemos combiná-las pe-
"forte" é " ".
los conectivos lógicos:
Negação ~ Assim, por exemplo, a proposição:
Conjunção  pq  s  r
é uma bicondicional e nunca uma condicional ou uma con-
Disjunção 
junção. Para convertê-la numa condicional há que usar parên-
Condicional  tesis: p (q  s  r)
Bicondicional  e para convertê-la em uma conjunção: (p q  s)  r

Quando um mesmo conectivo aparece sucessivamente


e construir proposições compostas, tais como:
repetido, suprimem-se os parêntesis, fazendo-se a associa-
P(p,q) = ~ p  (p  q) ção a partir da esquerda.
Q(p,q) = (p  ~ q)  q
R(p,q,r) = (p ~ q r )  ~ (q  (p  ~ r)) Exemplo:
((~ (~ (p  q))) (~ p) fica como ~ ~ (p  q )  ~ p
Tabela Verdade de uma Proposição Composta
Então, com o emprego das tabelas verdade das operações lógicas fun- TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTINGÊNCIAS
damentais é possível construir a tabela verdade esta que mostrará exata- Tautologia - Chama-se tautologia toda a proposição composta cuja úl-
mente os casos em que a proposição composta será verdadeira (V) ou tima coluna de sua tabela-verdade encerra somente a letra V (verdadeira).
falsa (F), admitindo-se, como é sabido, que o seu valor lógico só depende Em outros termos, Tautologia é toda proposição composta P(p, q, r...) cujo
dos valores lógicos das proposições simples componentes. valor lógico é sempre (V) verdade, quaisquer que sejam os valores lógicos
das proposições simples componentes.
Números de Linhas de uma Tabela Verdade
O número de linhas da tabela verdade de uma proposição composta Exemplos:
depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado i-
pelo seguinte teorema: ca, conforme se vê pela sua tabela-verdade:
A tabela-verdade de uma proposição composta, com n proposições
simples componentes, contém 2 elevado a n linhas. p ~p
Para se construir a tabela-verdade de uma proposição composta dada, V F F V
procede-se da seguinte maneira: F V F V
a. determina-se o número de linhas da tabela- verdade que se quer
construir;
b. observa-se a precedência entre os conectivos, isto é, determina-se o-
a forma das proposições que ocorrem no problema; gia.
c. aplicam-se as definições das operações lógicas que o problema e- p ~p p~p
xigir.
V F V
Exemplo
Construir a tabela-verdade da proposição: P(p,q) = ~ (p ~ q) F V V
p q ~q p ~ q ~ ( ~ q)
V V F F V Contradição - Chama-se contradição toda a proposição composta cuja
última coluna da sua tabela-verdade encerra somente a letra F (falsidade).
V F V V F Em outros termos, contradição é toda proposição composta P(p, q, r,...)
cujo valor lógico é sempre F (falsidade), quaisquer que sejam os valores
F V F F V lógicos das proposições simples componentes p, q, r, ... Como uma tauto-
F F V F V logia é sempre verdadeira (V), a negação de uma tautologia é sempre falsa
(F), ou seja, é uma contradição, e vice-versa.

Lógica 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
p ~p p~p As colunas 5 e 7 são equivalentes
(d) Identidade: p  t  p e p  c  c
V F F
F V F p t c pt pc ptp pcc

p ~p p~p V V F V F V V
V F F
F V F F F V V
F V F

Contingência - Chama-se contingência toda a proposição composta As colunas equivalentes são 1, 4 e 3, 5.


em cuja última coluna de sua tabela-verdade figuram as letras V e F cada
uma pelo menos uma vez. Propriedades da Disjunção
Em outros termos, contingência é toda proposição composta que não é Sejam p, q e r proposições simples quaisquer e sejam t e c proposições
tautologia nem contradição. As contingências são também denominadas também simples cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e F
proposições contingentes ou proposições indeterminadas. (falsidade).
p ~p p~p (a) Idempotente : p  p  p
V F F p pp ppp
F V V
V V V
Álgebra das proposições
Equivalência Lógica F F V
Diz-se que uma proposição P (p, q, r, ...) é logicamente equivalente ou
apenas equivalente a uma proposição Q (p, q, r, ...), se as tabelas-verdade (b) Comutativa: p  q  q  p
destas duas proposições são idênticas. p q pq qp pqqp
Indica-se que a proposição P (p, q, r, ...) é equivalente a proposição Q
(p, q, r, ...) com a notação V V V V V
P (p, q, r, ...)
Em particular, se as proposições P (p, q, r, ...) e Q (p, q, r, ...) são am- V F V V V
bas tautológicas ou são ambas contradições, então são equivalentes.
Equivalências Notáveis F V V V V
Propriedades da Conjunção
Sejam p, q e r proposições simples quaisquer e sejam t e c proposições F F F F V
também simples cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e F
(c) Associativa: (p  q)  r  p  (q  r)
(falsidade).
(a) Idempotente : p  p  p p q r pq (p  q)  r qr p  (q  r) (p  q)  r

p pp ppp p  (q  r)

V V V V V V V V V V V

F F V V V F V V V V V

V F V V V V V V
(b) Comutativa : p  q  q  p
p q pq qp pqqp V F F V V F V V

F V V V V V V V
V V V V V
F V F V V V V V
V F F F V
F F V F V V V V
F V F F V
F F F F F F F V
F F F F V
As colunas 5 e 7 são equivalentes
(c) Associativa : (p  q)  r  p  (q  r) (d) Identidade : p  t  t e p  c  p

p q r pq (p  q)  r q  r p  (q  r) (p  q)  r  p t c pt pc ptp pcc


p  (q  r)
V V F V V V V
V V V V V V V V
F V F V F V V
V V F V F F F V
As colunas equivalentes são 1, 5 e 2, 4.
V F V F F F F V Propriedades da Conjunção e da Disjunção
(a) Distributivas
V F F F F F F V (i) p  (q  r)  (p  q)  (p  r)
F V V F F V F V p q r q  r p  (q  r) p  q p  r (p  q) 
(p  r)
F V F F F F F V
V V V V V V V V
F F V F F F F V

F F F F F F F V V V F V V V F V

Lógica 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As colunas 4 e 7 são equivalentes
V F V V V F V V
(ii) ~ (p  q)  ~ p  ~ q
V F F F F F F F p q pq ~ (p  q) ~p ~q ~p~q
F V V V F F F F V V V F F F F
F V F V F F F F V F V F F V F
F F V V F F F F F V V F V F F
F F F F F F F F F F F V V V V
As colunas 4 e 7 são equivalentes
As colunas 5 e 8 são equivalentes Condicional
(ii) p  (q  r)  (p  q)  (p  r) pq~pq
p q r q p  (q  p p (p  q)  p q pq ~p ~pq
r r) q r (p  r)

V V V V V V V V V V V F V

V V F F V V V V V F F F F

V F V F V V V V F V V V V

V F F F V V V V F F V V V

F V V V V V V V
As colunas 3 e 5 são equivalentes
F V F F F V F F Argumentos e suas validades

F F V F F F V F REPRESENTAÇÃO DE ARGUMENTOS USANDO O FLUXOGRAMA


Introdução
F F F F F F F F
A quem interessa o estudo da lógica? Aos filósofos? Aos matemáticos?
Aos homens de ciências?
As colunas 5 e 8 são equivalentes
(b) Absorção Proposta: analise as mensagens abaixo e seus argumentos.
(i) p  (p  q)  p Ou você é a favor do presidente ou você é contra a reeleição.
Você não é a favor do presidente.
p q pq p  (p  q) p  (p  q)  p Conclui-se que: Você é contra a reeleição.
Criança que tem brinquedo roletrex é feliz.
V V V V V
A criança é feliz.
V F V V V Conclui-se que: A criança tem brinquedo roletrex.

F V V F V O primeiro argumento tem um erro de falsa dicotomia e o segundo in-


duz a pensar que o antecedente segue do consequente, ou o contrário.
F F F F V
Vivemos no nosso dia-a-dia recebendo mensagens publicitárias através
dos mais diversos meios e argumentando com nossos interlocutores a
As colunas 1 e 4 são equivalentes
respeito dos mais diversos assuntos. Para que não caiamos prisioneiros de
(ii) p  (p  q)  p argumentos enganosos (as falácias) ou de frases ambíguas, faz-se neces-
p q pq p  (p  q) p  (p  q)  p sário um mínimo de conhecimento de lógica. Assim, podemos afirmar que o
estudo da lógica interessa a todos.
V V V V V
Definição de Argumento
V F F V V Consideremos a informação extraída da seção Ciência, do Jornal do
Brasil, de 5 de julho de 1997, a respeito do pouso da sonda Pathfinder, em
F V F F V Marte.
"Um sinal de rádio emitido pela nave para euforia dos cientistas que
F F F F V acompanhavam a missão do centro de controle indicou que a Pathfinder
havia penetrado com sucesso na atmosfera marciana..."
As colunas 1 e 4 são equivalentes
(c) Regras de DE MORGAN (1806 – 1871) Podemos reconstituir esta informação da seguinte maneira:
(i) ~ (p  q)  ~ p  ~ q  Alguns cientistas acompanhavam a missão do centro de controle
(NASA).
p q pq ~ (p  q) ~p ~q ~p~
 Um sinal de rádio foi emitido pela nave (para o centro de controle).
q
 (O sinal de rádio) indicou que a Pathfinder havia penetrado com
V V V F F F F sucesso a atmosfera marciana.
 Os cientistas ficaram eufóricos.
V F F V F V V
Notemos nesta reconstituição que a afirmação "Os cientistas ficaram
F V F V V F V eufóricos" decorre das declarações anteriores. Temos, aí, um argumento.
Sejam P1, P2,...,P e Q proposições quaisquer, simples ou compostas.
F F F V V V V

Lógica 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada sequência fi- A validade de qualquer argumento pode ser demonstrada, verificada e
nita P1, P2,...,P de proposições tem como consequência ou acarreta uma testada mediante Tabelas-verdade, Regra de Inferência, Equivalências e
proposição final Q. Fluxogramas. Nos deteremos, agora, nos fluxogramas.

As proposições P1, P2,..., P dizem-se as premissas do argumento, e a O fluxograma constitui um método alternativo para as Tabelas-verdade
proposição final Q diz-se a conclusão do argumento. na verificação da validade de um argumento, no qual se ilustra o raciocínio
utilizado.
Um argumento de premissas P1, P2,...,P e de conclusão Q indica-se
por: Neste método, para verificação da validade de um argumento ou prova
de um teorema, procede-se da seguinte maneira:
P1, P2,...,P e se lê: "P1P2,...,P acarretam Q". 1. consideram-se as premissas verdadeiras;
2. aplicam-se as definições dos conectivos lógicos para determinar o
Na forma padronizada as premissas invocadas para "servir de justifica- valor lógico da conclusão que deverá se a verdade(V), para que o
tiva", acham-se sobre o traço horizontal e a conclusão do argumento estará argumento seja válido ou o teorema provado;
sob o mesmo traço horizontal.
Caso ocorram situações em que não se possa determinar o valor lógico
Validade de um Argumento da conclusão, ou em que F = V(contradição), o argumento não é válido.
Um argumento P1,P2,...,P Q diz-se válido se e somente se a conclusão
Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P1,P2,...,P são verdadei- O teste de validade de argumentos ou prova de teoremas mediante o
ras. uso do fluxograma pode ser feito pelo método direto ou indireto (por absur-
do).
Portanto, todo argumento válido goza da seguinte característica: A ver- http://mjgaspar.sites.uol.com.br/logica
dade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão.

Um argumento não-válido diz-se um sofisma. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

Deste modo, todo argumento tem um valor lógico, digamos V se é váli- A argumentação é um instrumento sem o qual não podemos compre-
do(correto, legítimo) ou F se é um sofisma(incorreto, ilegítimo). ender melhor o mundo nem intervir nele de modo a alcançar os nossos
objetivos; não podemos sequer determinar com rigor quais serão os melho-
As premissas dos argumento são verdadeiras ou, pelo menos admiti- res objetivos a ter em mente.
das como tal. Aliás, a Lógica só se preocupa com a validade dos argumen- Os seres humanos estão sós perante o universo; têm de resolver os
tos e não com a verdade ou falsidade das premissas e das conclusões. seus problemas, enfrentar dificuldades, traçar planos de ação, fazer esco-
lhas. Para fazer todas estas coisas precisamos de argumentos. Será que a
A validade de um argumento depende exclusivamente da relação exis- Terra está imóvel no centro do universo? Que argumentos há a favor dessa
tente entre as premissas e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado ideia? E que argumentos há contra ela? Será que Bin-Laden é responsável
argumento é válido significa afirmar que as premissas são verdadeiras. pelo atentado de 11 de Setembro? Que argumentos há a favor dessa ideia?
E que argumentos há contra? Será que foi o réu que incendiou proposita-
Regras de inferência usadas para demonstrar a validade dos ar- damente a mata? Será que o aborto é permissível? Será que Cristo era um
gumentos deus? Será que criaremos mais bem-estar se o estado for o dono da maior
parte da economia? Será possível curar o cancro? E a Sida? O que é a
Regra de adição (AD): Regra de simplificação (SIMP): consciência? Será que alguma vez houve vida em Marte?
Queremos respostas a todas estas perguntas, e a muitas mais. Mas as
respostas não nascem das árvores nem dos livros estrangeiros; temos de
i) ii) i) ii) ser nós a procurar descobri-las. Para descobri-las temos de usar argumen-
Regra da conjunção (CONJ): Regra da absorção(ABS): tos. E quando argumentamos podemos enganar-nos; podemos argumentar
bem ou mal. É por isso que a lógica é importante.
A lógica permite-nos fazer o seguinte:
1) Distinguir os argumentos corretos dos incorretos;
2) Compreender por que razão uns são corretos e outros não; e
3) Aprender a argumentar corretamente.
i) ii)
Os seres humanos erram. E não erram apenas no que respeita à in-
Regra modus ponens(MP): Regra modus tollens(MT): formação de que dispõem. Erram também ao pensar sobre a informação de
que dispõem, ao retirar consequências dessa informação, ao usar essa
informação na argumentação. Muitos argumentos inválidos não são enga-
nadores: são obviamente inválidos. Mas alguns argumentos inválidos
parecem válidos. Por exemplo, muitas pessoas sem formação lógica aceita-
riam o seguinte argumento:
Regra do silogismo disjuntivo(SD): Regra do silogismo hipotéti- Tem de haver uma causa para todas as coisas porque todas as coisas
co(SH): têm uma causa.
Contudo, este argumento é inválido. A lógica ajuda-nos a compreender
por que razão este argumento é inválido, apesar de parecer válido. O
argumento é inválido porque ainda que a premissa seja verdadeira, a
i) ii) conclusão pode ser falsa.
Retirado do livro O Lugar da Lógica na Filosofia (Plátano, 2003)
Regra do dilema construtivo(DC): Regra do dilema destrutivo(DD):

RACIOCÍNIO LÓGICO – VERDADES & MENTIRAS

Nos enunciados abaixo, encontraremos uma série de declarações en-


trelaçadas entre si, e que, a princípio, não sabemos se são declarações
verdadeiras ou mentirosas. Facilmente identificaremos que a questão é
Com o auxílio destas dez regras de inferência pode-se demonstrar a uma dessas, de “verdades & mentiras”. Vejamos uma delas abaixo:
validade de um grande número de argumento mais complexos.

Lógica 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
01) (ESAF) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de
um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Per- Logo, você pode perfeitamente criar a HIPÓTESE de que a pessoa que
guntados sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu: mente seja a primeira da fila (a que está fazendo a primeira declaração), no
Armando: "Sou inocente" caso, o Armando. Se você está SUPONDO que o Armando está mentindo,
Celso: "Edu é o culpado" restará perfeitamente claro que as demais pessoas estarão dizendo a
Edu: "Tarso é o culpado" verdade (uma vez que sabemos que só há um mentiroso)!
Juarez: "Armando disse a verdade"
Tarso: "Celso mentiu" Daí, para essa nossa PRIMEIRA HIPÓTESE, podemos até criar um
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os ou- esqueminha. Vejamos:
tros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é:
a) Armando hipótese I
b) Celso  DECLARAÇÕES:
c) Edu 1º) Armando: "Sou inocente" --------------- Mentira
d) Juarez 2º) Celso: "Edu é o culpado" --------------- Verdade
e) Tarso 3º) Edu: "Tarso é o culpado" ---------------- Verdade
4º) Juarez: "Armando disse a verdade" ---- Verdade
Sol.: Pois bem! Questão recente da Esaf, extraída de uma prova de ní- 5º) Tarso: "Celso mentiu" ------------------- Verdade
vel superior. Percebemos que as cinco pessoas envolvidas na trama do
enunciado (Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso) estão fazendo uma E agora, o que fazer? Ora, não podemos esquecer que essas atribui-
declaração! Que pode ser uma verdade ou uma mentira! Como procedere- ções de VERDADE e MENTIRA que fizemos para cada declaração são
mos? apenas uma HIPÓTESE, uma SUPOSIÇÃO. Não sabemos ainda se esta
O primeiro passo será, senão outro, relacionar todas as declarações HIPÓTESE será aquela que resolverá a questão!
feitas no enunciado. Façamos isso: E como poderemos estar certos se esta hipótese servirá para nós?
 Armando: "Sou inocente" TESTANDO-A!
 Celso: "Edu é o culpado" É o que faremos agora. Iremos extrair as CONCLUSÕES desta nossa
 Edu: "Tarso é o culpado" HIPÓTESE criada. Vejamos:
 Juarez: "Armando disse a verdade"
 Tarso: "Celso mentiu" hipótese I
Agora, veremos que, além das declarações, o enunciado dessas ques- 1º) Armando: "Sou inocente" --------------- Mentira
tões de “verdade e mentira” SEMPRE nos fornecerão alguma ou algumas 2º) Celso: "Edu é o culpado" --------------- Verdade
INFORMAÇÕES ADICIONAIS! 3º) Edu: "Tarso é o culpado" ---------------- Verdade
Estas informações adicionais serão a base do raciocínio que iremos 4º) Juarez: "Armando disse a verdade" ---- Verdade
desenvolver para resolver a questão! Em geral, são informações referentes 5º) Tarso: "Celso mentiu" ------------------- Verdade
às pessoas envolvidas na situação do enunciado, ou referentes ao número
de pessoas que estariam mentindo ou dizendo a verdade, em suas decla- CONCLUSÕES:
rações!  Da primeira declaração, extraímos que, se é MENTIRA o que Ar-
Procuremos nesse nosso enunciado, se há e quais são essas informa- mando está dizendo, então, concluímos que: Armando é culpado.
ções adicionais!  Da segunda declaração, extraímos que, se é VERDADE o que
Celso está declarando, então, concluímos que: Edu é culpado.
Achamos? Claro. São as seguintes: Ora, basta analisarmos estas duas primeiras conclusões, e já perce-
1º) O crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa. bemos que elas estão entrando em CHOQUE, estão INCOMPATÍVEIS,
Podemos inclusive traduzir essa informação apenas como sendo: estão CONFLITANTES! E por quê? Porque uma das nossas INFORMA-
 Só há um culpado! ÇÕES ADICIONAIS nos diz que SÓ HÁ UM CULPADO.
Somente estas duas primeiras conclusões já nos levariam a dois cul-
E, teremos ainda:
pados pelo crime, o que não pode acontecer!
2º) Apenas um dos suspeitos mentiu e todos os outros disseram a ver-
Daí, descobrimos que A PRIMEIRA HIPÓTESE NÃO FUNCIONOU!
dade.
Não é com ela que chegaremos à resposta da questão. E quando isso
Traduziremos por:
ocorrer, o que teremos de fazer, então? Teremos, obviamente, de passar a
 Só há um mentiroso!
uma SEGUNDA HIPÓTESE!
Percebamos que, até aqui, nada fizemos, além de reunir os dados do Se na primeira hipótese (que falhou), dissemos que o mentiroso era a
enunciado, com os quais iremos trabalhar a nossa resolução. Mas esse primeira pessoa, podemos perfeitamente agora supor que quem disse a
procedimento é ESSENCIAL! mentira foi a segunda pessoa da fila, aquela que fez a segunda declaração.
Daí, transcrevendo novamente tudo o que vamos precisar para “matar Então, de acordo com essa nova hipótese, teríamos que:
a questão”, teremos:
(hipótese
 INFORMAÇÕES ADICIONAIS: descartada!)
1º) Só há um culpado.
2º) Só há um mentiroso. hipótese I hipótese II
1º) Armando: "Sou inocente" --------------- Mentira Verdade
2º) Celso: "Edu é o culpado" --------------- Verdade Mentira
 DECLARAÇÕES: 3º) Edu: "Tarso é o culpado" --------------- Verdade Verdade
1º) Armando: "Sou inocente" 4º) Juarez: "Armando disse a verdade" -- Verdade Verdade
2º) Celso: "Edu é o culpado" 5º) Tarso: "Celso mentiu" ------------------- Verdade Verdade
3º) Edu: "Tarso é o culpado"
4º) Juarez: "Armando disse a verdade" Para descobrirmos se a HIPÓTESE II servirá para a nossa resolução,
5º) Tarso: "Celso mentiu" teremos que extrair dela as nossas conclusões.
Passemos à resolução propriamente dita! Teremos:
O que faremos agora é CRIAR UMA HIPÓTESE de verdades ou menti- CONCLUSÕES:
ras para as declarações que dispomos, partindo do que nos fornecem as  Da primeira declaração, extraímos que, se é VERDADE o que Ar-
informações adicionais. mando está dizendo, então, concluímos que: Armando é inocen-
te.
Acerca da verdade ou mentira das declarações, o que nos dizem as in-  Da segunda declaração, extraímos que, se é MENTIRA o que Cel-
formações adicionais? Ora, dizem-nos que haverá apenas um mentiroso! so está declarando, então, concluímos que: Edu é inocente.

Lógica 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Da terceira declaração, extraímos que, se é VERDADE o que Edu Sol.: Novamente temos aqui cinco pessoas envolvidas na situação do
está declarando, então, concluímos que: Tarso é culpado. enunciado. Cada qual faz uma declaração, e nós não sabemos, a priori,
 Da quarta declaração, extraímos que, se é VERDADE o que Jua- quem está falando a verdade ou quem está mentindo. Daí, não resta dúvi-
rez está declarando, então, concluímos que: Armando diz a ver- da: estamos diante de uma questão de “verdades & mentiras”.
dade. Neste momento, temos que nos reportar ao ARMANDO, e
confirmar se ele, nesta nossa hipótese, está mesmo dizendo a ver- Aliás, esse nome (“verdades & mentiras”) nem é um nome técnico. Eu
dade! E aí? Armando diz a verdade ou não? Sim, ele diz. Então, é que tenho mania de dar nomes às coisas, e resolvi chamar assim... O
esta nossa quarta conclusão está COERENTE com as demais. importante é que você saiba identificar o tipo de questão, e como resolvê-la.
 Da quinta e última declaração, extraímos que, se é VERDADE o Passemos aos nossos passos de resolução.
que Tarso está dizendo, então, concluímos que: Celso mentiu.
Também aqui nos reportaremos ao CELSO, e conferiremos se ele Reunindo as DECLARAÇÕES e as INFORMAÇÕES ADICIONAIS do
de fato mentiu! E aí, Celso mentiu ou não? Sim! Pela nossa hipóte- enunciado, teremos:
se em análise, Celso de fato mentiu. Deste modo, novamente, não
achamos nenhuma INCOMPATIBILIDADE entre essa conclusão e  INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
as demais. 1º) Só há um que entrou sem pagar.
Feita essa análise, eu pergunto: as conclusões que extraímos da nossa 2º) Só há um mentiroso.
SEGUNDA HIPÓTESE estão COMPATÍVEIS ENTRE SI? Estão de acordo
com o que mandam as INFORMAÇÕES ADICIONAIS? Ou, ao contrário,  DECLARAÇÕES:
estariam entrando em choque umas com as outras? Ora, observamos que 1º) Marcos: "Não foi o Marcos; Não foi o Manuel"
as conclusões são COMPATÍVEIS, e estão plenamente de acordo com as 2º) Mário: "Foi o Manuel ou foi a Maria"
informações adicionais do enunciado. Daí, diremos que esta segunda 3º) Manuel: "Foi a Mara"
hipótese é a que de fato resolve a questão! 4º) Mara: "Mário está mentindo"
5º) Maria: "Foi a Mara ou foi o Marcos"
Quem foi o culpado do crime? O culpado foi Tarso, e somente ele!
Questão respondida! E chegou o momento de criarmos a nossa primeira HIPÓTESE.
Uma observação: se, acaso, ao trabalharmos com a SEGUNDA HIPÓ-
TESE, houvéssemos chegado (como se deu com a primeira hipótese) a Sabendo que só há um mentiroso (informação adicional do enunciado),
conclusões conflitantes entre si, e conflitantes com as informações adicio- podemos dizer que quem mentiu foi, por exemplo, a primeira pessoa a fazer
nais do enunciado, então teríamos que criar uma TERCEIRA HIPÓTESE, e uma declaração. Neste caso, o Marcos. Daí, teríamos que:
passar a analisá-la, tal qual foi feito com as anteriores. E esse processo de hipótese I
criação da hipótese e análise das conclusões iria se repetir, até que che- 1º) Marcos: "Não foi o Marcos; Não foi o Manuel"-- Mentira
gássemos a uma hipótese da qual extrairíamos conclusões compatíveis, 2º) Mário: "Foi o Manuel ou foi a Maria" --------------- Verdade
coerentes entre si, e que estariam de acordo com as informações adicionais 3º) Manuel: "Foi a Mara" -------------------------------- Verdade
4º) Mara: "Mário está mentindo"------------------------ Verdade
do enunciado. 5º) Maria: "Foi a Mara ou foi o Marcos"----------------- Verdade
Dito isso, podemos traçar uma sequência de passos, que podem ser
úteis na resolução de qualquer questão de “verdade & mentira”. Agora, para TESTAR A HIPÓTESE I, tiraremos dela as nossas conclu-
1º Passo) Transcrever todas as DECLARAÇÕES do enunciado; sões:
2º Passo) Transcrever todas as INFORMAÇÕES ADICIONAIS, que
guiarão o nosso raciocínio, durante a resolução; CONCLUSÕES:
3º Passo) Criar uma HIPÓTESE de verdades ou mentiras para as  Da primeira declaração, extraímos que, se é MENTIRA o que Mar-
DECLARAÇÕES, tendo por base o que dispõem as INFORMA- cos está dizendo, então, concluímos que: Foi o Marcos e foi o Manuel.
ÇÕES ADICIONAIS;
4º Passo) Testar a HIPÓTESE criada, extraindo todas as conclusões Pronto! A análise desta HIPÓTESE I morre por aqui mesmo! Nem ire-
dela oriundas, e comparando essas conclusões entre si, e em rela- mos adiante! E por quê? Porque a nossa primeira conclusão já é INCOM-
ção às INFORMAÇÕES ADICIONAIS. PATÍVEL com o que nos diz a INFORMAÇÃO ADICIONAL do enunciado,
 Caso tais conclusões estejam compatíveis entre si, e compatíveis segundo a qual somente uma pessoa entrou sem pagar. E a conclusão
com as informações adicionais, então esta será a HIPÓTESE que acima nos diz que quem entrou sem pagar foi o Marcos e foi o Manuel.
resolverá, de fato, o nosso problema. Duas pessoas, portanto! E não pode!
 Caso contrário, se se verificar que as conclusões extraídas daque-
la HIPÓTESE são incompatíveis entre si, ou que vão de encontro O que concluímos com isso? Que a primeira HIPÓTESE falhou!
ao que prescrevem as informações adicionais, então diremos que Criaremos, pois, uma segunda HIPÓTESE. Já que só há um mentiro-
tal HIPÓTESE falhou! Não serviu para resolver a nossa questão! so, vamos passar a MENTIRA agora para a mão da segunda pessoa da
Nesse caso, CRIA-SE UMA NOVA HIPÓTESE, e reinicia-se o pro- fila, qual seja, o Mário. Teremos, pois, que:
cedimento de análise (4º Passo).
Só isso! (hipótese
Beleza, né não? descartada!)
Questãozinha garantida na prova! Um pontinho a mais pra gente co-
memorar! hipótese I hipótese II
Passemos a mais um exemplo! 1º) Marcos: "Não foi o Marcos; Não foi o Manuel"---
Mentira Verdade
02) (ESAF) Cinco colegas foram a um parque de diversões e um deles -
2º) Mário: "Foi o Manuel ou foi a Maria" --------------- Verdade Mentira
entrou sem pagar. Apanhados por um funcionário do parque, que queria
3º) Manuel: "Foi a Mara" -------------------------------- Verdade Verdade
saber qual deles entrou sem pagar, eles informaram: 4º) Mara: "Mário está mentindo"------------------------ Verdade Verdade
– “Não fui eu, nem o Manuel”, disse Marcos. 5º) Maria: "Foi a Mara ou foi o Marcos"----------------- Verdade Verdade
– “Foi o Manuel ou a Maria”, disse Mário.
– “Foi a Mara”, disse Manuel. Passemos às conclusões desta nova HIPÓTESE. Teremos:
– “O Mário está mentindo”, disse Mara. CONCLUSÕES:
– “Foi a Mara ou o Marcos”, disse Maria.  Da primeira declaração, extraímos que, se é VERDADE o que
Marcos está dizendo, então, concluímos que: Não foi o Marcos e
Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas mentiu, conclui- não foi o Manuel.
se logicamente que quem entrou sem pagar foi:  Da segunda declaração, extraímos que, se é MENTIRA o que Má-
a) Máriob) Marcosc) Marad) Manuele) Maria rio está dizendo, então, concluímos que: Não foi o Manuel e não
foi a Maria.

Lógica 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Da terceira declaração, extraímos que, se é VERDADE o que Ma-
nuel está dizendo, então, concluímos que: Foi a Mara. (hipótese
 Da quarta declaração, extraímos que, se é VERDADE o que Mara descartada!)
está dizendo, então, concluímos que: Mário está mentindo. Aqui,
como já sabemos, temos que parar, e procurar saber se o Mário hipótese I hipótese II
1º) Nestor: " Marcos é casado com Tereza"-- Verdade Mentira
está mesmo mentindo, ou se não está. E aí, de acordo com a nos-
2º) Luís: "Marcos e casado com Regina" -----
sa hipótese II, o Mário está mesmo mentindo? SIM. Vemos, pois, 3º) Marcos: "Marcos é casado com Sandra"-
que esta quarta conclusão está de coerente. Seguimos em frente!
 Da última declaração, extraímos que, se é VERDADE o que Maria Vamos lá! Agora estamos dizendo que o Nestor está falando uma
está dizendo, então, concluímos que: Foi a Mara ou foi o Mar- MENTIRA. Segundo as INFORMAÇÕES ADICIONAIS do enunciado, a
cos. Isso quer dizer que um dos dois entrou no parque sem pagar. pessoa que mente é o marido de Sandra. Logo, a primeira conclusão nossa
Ou um, ou outro! Vamos analisar o que nos dizem as demais con- é a de que Nestor é marido de Sandra.
clusões que extraímos acima, acerca da Mara e acerca do Marcos. Ora, como o Nestor está mentindo (segundo nossa hipótese II), então,
A primeira conclusão nos diz: “Não foi o Marcos”. E a terceira pelo que ele declarou, concluímos que Marcos não é casado com Tereza.
conclusão nos diz: “Foi a Mara”. Então está perfeito! Ou seja, essa Ora, ora: se já sabemos que o Marcos não é casado com a Tereza e
nossa última conclusão (Foi a Mara ou foi o Marcos) está inteira- também não é casado com a Sandra (quem é casado com a Sandra é o
mente de acordo, inteiramente compatível com as demais conclu- Nestor), então só restou uma mulher para ser o par do Marcos. Quem? A
sões. Regina, obviamente. Daí, temos que a nossa segunda conclusão é que o
Enfim, percebemos que a segunda HIPÓTESE, que acabamos de ana- Marcos é casado com Regina.
lisar, forneceu-nos conclusões que não conflitaram entre si, e nem foram Ora, ora, ora: vejamos as declarações acima! Tem alguém que está
incompatíveis com as INFORMAÇÕES ADICIONAIS do enunciado. Em confirmando essa conclusão a que acabamos de chegar? Sim! O Luís está
outras palavras: a HIPÓTESE II funcionou! É ela quem nos dará a resposta dizendo exatamente isso que já constatamos: “Marcos é casado com
da questão. E então, quem foi a pessoa que entrou sem pagar? Foi a Mara. Regina”. Daí, percebemos que o Luís está dizendo a VERDADE! E se Luís
Questão respondida! diz a VERDADE, então, conforme as INFORMAÇÕES ADICIONAIS do
Façamos mais uma! enunciado, ele (Luís) será o marido de Tereza.
03) (ESAF) Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com
Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta ordem). Perguntados Pronto! Chegamos à definição dos três casais:
sobre os nomes das respectivas esposas, os três fizeram as seguintes  Luís é casado com Tereza;
declarações:  Marcos é casado com Regina; e
Nestor: "Marcos é casado com Teresa"  Nestor é casado com Sandra.
Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é Regina"
Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é Sandra" Questão respondida! Vamos pra saideira.
04) (ESAF) Pedro, após visitar uma aldeia distante, afirmou: “Não é
Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido de Teresa verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”. A
disse a verdade, segue-se que as esposas de Luís, Marcos e Nestor são, condição necessária e suficiente para que a afirmação de Pedro seja ver-
respectivamente: dadeira é que seja verdadeira a seguinte proposição:
a)Sandra, Teresa, Regina a) No máximo um aldeão daquela aldeia não dorme a sesta.
b)Sandra, Regina, Teresa b) Todos os aldeões daquela aldeia dormem a sesta.
c)Regina, Sandra, Teresa c) Pelo menos um aldeão daquela aldeia dorme a sesta.
d)Teresa, Regina, Sandra d) Nenhum aldeão daquela aldeia não dorme a sesta.
e) Teresa, Sandra, Regina e) Nenhum aldeão daquela aldeia dorme a sesta.

Sol.: Sem mais delongas, transcrevamos as INFORMAÇÕES ADICIO- Sol.: Essa é das fáceis! E questão igualzinha a essa aqui já caiu em
NAIS do enunciado e as DECLARAÇÕES. Teremos: mais de uma prova da Esaf. Portanto, fiquemos ligados! É um pontinho a
mais garantido pra nós!
 INFORMAÇÕES ADICIONAIS: O que temos que fazer aqui? Temos apenas que analisar uma frase. A
1º) O marido de Sandra mentiu. seguinte:
2º) O marido de Tereza disse a verdade. “Não é verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”
A coisa é bem simples: o que pode talvez entornar um pouco o caldo
 DECLARAÇÕES: aqui nessa frase é que o nosso cérebro costuma raciocinar com mais
1º) Nestor: " Marcos é casado com Tereza" facilidade com declarações afirmativas do que com as negativas.
2º) Luís: "Marcos e casado com Regina" Daí, o jeito mais fácil de compreender essa frase é transformando os
3º) Marcos: "Marcos é casado com Sandra" “núcleos negativos” em “núcleos positivos” equivalentes!
Pois bem! Vamos criar a nossa primeira HIPÓTESE. Vamos supor, por Ora, vamos identificar o que seria o primeiro “núcleo negativo” desta
exemplo, que o primeiro da fila, o Nestor, esteja dizendo a verdade. Veja- sentença. Acharam? Claro. São as palavras: “Não é verdade”. Pelo que
mos: poderíamos trocar esse “núcleo”, para que ele ficasse na afirmativa? Pode-
hipótese I ria ser: “É mentira”.
1º) Nestor: " Marcos é casado com Tereza"-------- Verdade Percebamos que “Não é verdade” tem exatamente o mesmo significado
2º) Luís: "Marcos e casado com Regina" ----------- de “É mentira”. A diferença é que um núcleo está na negativa (“não é
3º) Marcos: "Marcos é casado com Sandra"--------
verdade”) e o outro, na afirmativa (“é mentira”).
Meio caminho andado!
Ora, segundo uma das INFORMAÇÕES ADICIONAIS do enunciado,
sabemos que aquele que diz a VERDADE é o marido de Tereza. Daí,
Resta encontrarmos o outro “núcleo negativo” da frase. Achamos? Cla-
decorre que se estamos supondo (nesta primeira HIPÓTESE) que o Nestor
ro: “Não dormem a sesta”. Como poderíamos dizer a mesma coisa, de uma
disse a VERDADE, então teremos que Nestor é o marido de Tereza. Mas,
maneira afirmativa? Poderíamos dizer, por exemplo: “Ficam acordados”.
se assim é, vejamos o que foi que o Nestor, falando a VERDADE, declarou:
Observemos que tanto faz eu dizer “Não dormem”, como dizer “Ficam
“Marcos é casado com Tereza”.
acordados”. São perfeitamente equivalentes!
Percebemos aí um choque de informações! A Tereza estaria sendo ca-
Agora, sim! Vamos transcrever a sentença trazida pelo enunciado e
sada com o Nestor e com o Marcos. E não pode!
depois, reescrevê-la nos moldes das alterações que fizemos. Teremos:
Daí, resta-nos concluir que essa primeira HIPÓTESE falhou! Ou seja,
“Não é verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”
constatamos que Nestor não pode estar dizendo a VERDADE. Partiremos
“É mentira que todos os aldeões daquela aldeia ficam acordados”
para uma nova HIPÓTESE: a de que Nestor está mentindo! Teremos:

Lógica 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Confira novamente que as duas frases acima são perfeitamente equi- quatro primeiros lugares em um concurso de oratória julgado por
valentes entre si! uma comissão de três juízes. Ao comunicarem a classificação final,
cada juiz anunciou duas colocações, sendo uma delas verdadeira e a
Agora, veja como ficou mais fácil a compreensão. outra falsa:
• Juiz 1: “André foi o primeiro; Beto foi o segundo”
O que o enunciado quer? Ele quer que seja verdadeira essa sentença.
• Juiz 2: “André foi o segundo; Dênis foi o terceiro”
Daí, para que seja mentira que todos os aldeões da aldeia fiquem a- • Juiz 3: “Caio foi o segundo; Dênis foi o quarto”
cordados, basta que apenas um deles, um dos aldeões, durma a sesta! Sabendo que não houve empates, o primeiro, o segundo, o terceiro e
É o que nos diz a opção C, que é a resposta da questão! o quarto colocados foram, respectivamente:
a) André, Caio, Beto, Dênis
Ficou claro? Todos entenderam? Entenderam mesmo? De verdade? b) André, Caio, Dênis, Beto
Então, veja se você é capaz de matar essa frase abaixo: c) Beto, André, Dênis, Caio
d) Beto, André, Caio, Dênis
“Não é verdade que todas as pessoas daquela família não são magras” e) Caio, Beto, Dênis, André
04) (ESAF) Numa ilha há apenas dois tipos de pessoas: as que sempre
Suponha que a questão lhe peça que você identifique qual a condição falam a verdade e as que sempre mentem. Um explorador contrata
suficiente e necessária para que a frase acima esteja correta. um ilhéu chamado X para servir-lhe de intérprete. Ambos encontram
outro ilhéu, chamado Y, e o explorador lhe pergunta se ele fala a
E aí? Ora, e aí que você irá fazer da mesma forma que fizemos na re-
verdade. Ele responde na sua língua e o intérprete diz – Ele disse
solução anterior. Ou seja, você vai tentar transformar os “núcleos negati-
que sim, mas ele pertence ao grupo dos mentirosos. Dessa situação
vos” da sentença em “núcleos afirmativos” correspondentes!
é correto concluir que:
O “não é verdade” você troca por “É mentira”.
a) Y fala a verdade.
E o “não são magras” você troca por “são gordas”.
b) a resposta de Y foi NÃO.
Daí, nossa nova frase, que é perfeita e exatamente correspondente à c) ambos falam a verdade.
anterior, será: d) ambos mentem.
“É mentira que todas as pessoas daquela família são gordas” e) X fala a verdade.

Daí, ficou muito fácil deduzir que, para que seja mentira que todas as 05) (ESAF) Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado
pessoas daquela família sejam gordas, basta que uma delas seja magra! a lado em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes
Seria esta a resposta desta questão. fala a verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à
esquerda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está sen-
Ok! E só para ninguém dizer que eu resolvi tudo e não deixei vocês re- tada no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à
solverem nada, eu apresento abaixo um pequeno simulado, só com ques- direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sen-
tões de “verdades e mentiras”, todas elas elaboradas pela ESAF e cobra- tada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à
das em concursos recentes. O gabarito vem no final do simulado. direita são, respectivamente:
Próxima aula, eu falarei sobre um assunto facílimo e que também está a) Janete, Tânia e Angélica
no programa do MPU, que é Diagramas Lógicos. b) Janete, Angélica e Tânia
Um abraço forte a todos e até a próxima! c) Angélica, Janete e Tânia
d) Angélica, Tânia e Janete
SIMULADO DE QUESTÕES DE “VERDADE & MENTIRA” e) Tânia, Angélica e Janete

01) (ESAF) Cinco amigas, Ana, Bia, Cati, Dida e Elisa, são tias ou irmãs GABARITO: 01) D 02) E 03) B 04) E 05) B
de Zilda. As tias de Zilda sempre contam a verdade e as irmãs de
Zilda sempre mentem. Ana diz que Bia é tia de Zilda. Bia diz que Cati DIAGRAMAS LÓGICOS
é irmã de Zilda. Cati diz que Dida é irmã de Zilda. Dida diz que Bia e
Elisa têm diferentes graus de parentesco com Zilda, isto é: se uma é História
tia a outra é irmã. Elisa diz que Ana é tia de Zilda. Assim, o número Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápida passada
de irmãs de Zilda neste conjunto de cinco amigas é dado por: em sua origem.
a) 1 b) 2c) 3d) 4e) 5 O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770, ao escrever
cartas a uma princesa da Alemanha, usou os diagramas ao explicar o
02) (ESAF) Percival encontra-se à frente de três portas, numeradas de 1
significado das quatro proposições categóricas:
a 3, cada uma das quais conduz a uma sala diferente. Em uma das
Todo A é B.
salas encontra-se uma linda princesa; em outra, um valioso tesouro;
Algum A é B.
finalmente, na outra, um feroz dragão. Em cada uma das portas en-
Nenhum A é B.
contra-se uma inscrição:
Algum A não é B.
• Porta 1: “Se procuras a linda princesa, não entres; ela está atrás da
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John Venn (1834 –
porta 2.”
1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas, utilizando sempre círculos.
• Porta 2: “Se aqui entrares, encontrarás um valioso tesouro; mas
Desta forma, hoje conhecemos como diagramas de Euler/Venn.
cuidado: não entres na porta 3 pois atrás dela encontra-se um feroz
dragão.”
Tipos
• Porta 3: “Podes entrar sem medo pois atrás desta porta não há
Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois diferentes
dragão algum.”
conjuntos:
Alertado por um mago de que uma e somente uma dessas inscrições
é falsa (sendo as duas outras verdadeiras), Percival conclui, então,
Indica que um conjunto
corretamente que atrás das portas 1, 2 e 3 encontram-se, respecti-
está completamente
vamente:
contido no outro, mas o
a) o feroz dragão, o valioso tesouro, a linda princesa
inverso não é verdadeiro.
b) a linda princesa, o valioso tesouro, o feroz dragão
c) o valioso tesouro, a linda princesa, o feroz dragão
d) a linda princesa, o feroz dragão, o valioso tesouro
e) o feroz dragão, a linda princesa, o valioso tesouro
03) (ESAF) Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obtiveram os

Lógica 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
EXERCÍCIOS
Indica que os dois con-
juntos tem alguns ele- 01. Imagine que seu relógio adiante exatamente 4 minutos em 24 horas.
mentos em comum, mas Quando eram 7,30 da manhã, ele marcava 7 horas e 30 minutos e
não todos. meio. Que horas estará marcando quando forem 12 horas do mesmo
dia?:
a) 12 horas, 1 minuto e 15 segundos;
b) 12 horas e 1 minuto;
Indica que não existem c) 12 horas e 45 segundos;
elementos comuns entre d) 12 horas e 30 segundos;
os conjuntos. e) 12 horas e 30 minutos.

02. Quantas dezenas há no número 469?:


Obs: Considere que o tamanho dos círculos não indica o tamanho rela- a) nenhuma
tivo dos conjuntos. b) 4,6;
c) 6;
d) 6,9;
Exercício e) 46.
1) Considere as seguintes opções de diagramas e indique aquele que
resolve o exercício: aquário, peixe, sardinha. 03. Quantos quartos de quilo existem em meia tonelada?:
a) 500;
a) b) c) d) e) b) 1000;
c) 1500;
d) 2000;
e) 2500.

Solução: A resposta correta é a letra a) porque toda sardinha é peixe e 04 O carro azul é maior do que o vermelho e o vermelho é menor do
não existe relação entre os dois com aquário. que o amarelo. Qual o maior dos carros?:
a) o vermelho;
b) o amarelo;
2) Considere as seguintes opções de diagramas e indique aquele que c) o azul;
resolve o exercício: bebê, ser infantil, recém-nascido. d) o azul e o amarelo;
e) impossível responder.
a) b) c) d) e)
05. O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este
mais rapidamente do que o azul. Qual o carro que está se movimen-
tando com maior velocidade?:
a) o amarelo;
b) o azul;
Solução: A resposta correta é a letra d) porque todo recém-nascido é c) o vermelho;
bebê e um ser infantil e, todo bebê é um ser infantil. d) o vermelho e o azul;
e) impossível responder.

3) Considere as seguintes opções de diagramas e indique aquele que


resolve o exercício: pó de café, cappuccino, café expresso. 06. Para que haja uma representação teatral não pode faltar:
a) palco:
a) b) c) d) e) b) bilheteria;
c) ator;
d) auditório;
e) texto.

07. João e José têm, juntos, 125 anos. João tem 11 anos menos que
Solução: A resposta correta é a letra c), onde o círculo do meio repre- Júlio e 7 mais que José. Quantos anos tem Júlio?:
senta o pó de café. a) 83;
b) 77;
c) 71:
4) Considere as seguintes opções de diagramas e indique aquele que d) 66:
resolve o exercício: jovens, estudantes, bonitos. e) 59.

a) b) c) d) e) 08. Na série de números colocada a seguir, sempre que dois algarismos


vizinhos somados proporcionem o total de 10, faça a soma. E indique
o total geral desta forma encontrado.
35546322881374511246678791829:
a) 45:
b) 50:
Solução: A resposta correta é a letra b). c) 60:
d) 70:
e) 80.

Lógica 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
09 Qual o número que colocado no lugar do traço deixará o conjunto 20 ldem, havendo, em 1 bola preta e 3 brancas em B 2 bolas pretas e 5
coerente?: 57 19 38 - 19 38 57 - 38 57 brancas.
a) 19; 21 ldem, havendo, em A 6 bolas pretas e 10 brancas em B 3 bolas
b) 35: pretas e 6 brancas.
c) 38;
d) 57; 22. Considere, agora, três recipientes, permanecendo o mesmo proble-
e) 85; ma: havendo, em A 5 bolas pretas e 10 brancas em B 4 bolas pretas
e 7 brancas em C 2 bolas pretas e 5 brancas. As opções, para este
10 O time azul, jogando uma partida de futebol com o time verde, tem caso 22, são as seguintes:
70% de possibilidade de ganhar, atuando durante o dia; mas sob a a) do A;
luz dos refletores, sua possibilidade (por motivos ignorados) desce b) do B;
para 20%, Qual sua possibilidade ganhar num jogo que terá, dos 90 c) do C;
minutos regulamentares, 18 jogados ainda de dia e 72 disputados já d) é indiferente;
com os refletores acesos: e) é impossível responder.
a) 80%;
b) 60%; 23. Indique entre as opções o melhor sinônimo: Para "pecúlio":
c) 50%; a) roubo;
d) 45%; b) porção;
e) 30%. c) bens;
d) herança;
11. Qual o menor número de carros que nos permite armar o seguinte e) criação.
conjunto de afirmações: Nesta rua vimos passar 2 carros na frente de
2, 2 atrás de 2 e 2 entre 2?: 24. Para "misantropia":
a) 12; a) religiosidade;
b) 8; b) sociabilidade;
c) 6; c) aversão;
d) 4; d) ira;
e) 3. e) caridade.

12. Qual o número que, acrescido da 3, dá metade de 9 vezes um oitavo 25 Para "exasperação":
de 32?: a) alisamento;
a) 15; b) espera;
b) 16; c) evocação;
c) 21; d) exatidão;
d) 27; e) irritação.
e) 34;

13. Esta a situação: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala 26 está para assim como está para
de aula: são Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está
numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao lado de a) b) c) d) e)
Marina e Matilde, ao lado de Marisa
Este o esquema para responder:
Para quantidades Para nomes 27 Uma família gastou 1/4 de seu salário mensal em alimentação e 1/3
a) =1 a) = Mariana do restante em pagamento de prestações. Que porcentagem de salá-
b) =2 b) = Maria rio lhe restou?:
c) =3 c) = Matilde a) 15% b) 25%; c) 35%; d) 45%; e) 50%.
d) =4 d) = Marina
e) =5 e) = Marisa 28. 32 42 52...21 31 41.....40 50 _
a) 24; b) 30; c) 33; d) 60; e) 63.

E estas as perguntas:
Quantas estão entre Marina e Marisa?: 29. Sendo este quadro um código - linhas e colunas -, o que está repre-
14. Quem está no meio?: sentando a fórmula 45551142?
15. Quem está entre Matilde e Mariana?: a) Ele; b) Fae; c) lNRl; d) Deus; e) Jesus.
16 Quem está entre Marina e Maria?:
17 Quantas estão entre Marisa e Mariana? 30. Descobriu-se num código, até então secreto, que o número 12=8=4
realmente significava 9=5=1. Daí, como se espera que esteja escrito
18 Imagine dois recipientes opacos, com a forma de garrafa de boca "revolução" :
estreita, que vamos chamar A e B. E bolas brancas e pretas, que po-
dem ser colocadas nos recipientes e que irão ser retiradas como se
fosse um sorteio . O problema é este: de qual recipiente você terá
mais chance de retirar uma bola preta numa. primeira e única tentati-
va, havendo, em A 2 bolas pretas e 4 brancas em B 3 bolas pretas e
7 brancas? Opções:
a) do A;
b) do B;
c) é indiferente;
d) impossível responder por falta de dados;
e) impossível responder por estarem os dados mal colocados.
a) vibapegia; b) tgyqnxebq;
19. O mesmo problema, com as mesmas opções anteriores: havendo, c) obslirzxl; d) sfxpmvdbp; e) uhzroyfdr.
em A 4 bolas pretas e 8 brancas em B 6 bolas pretas e 12 brancas.

Lógica 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
31. 14 64 24 11 61 21 15 65 - 36. Quantos cubos você
a) 45; b) 26; necessária para repro-
c) 25; d) 22; e) 16. duzir a construção apre-
sentada a seguir
32. Afirmando que o fogo é "frio" e que o açúcar é "salgado", poderíamos a) 60;
dizer que o perito é alguém: b) 40;
a) inábil c) 32;
b) experimentado; d) 24;
c) sábio; e) 16.
d) prático;
e) culto.
37. E esta outra
a) 10;
33. Seguem-se alguns raciocínios (duas premissas e uma conclusão)
b) 16;
que você deve julgar como verdadeiros ou falsos, isto é, se a conclu-
c) 17;
são é correta ou não, dadas como verdadeiras as premissas:
d) 20;
1. A não é B
e) 24.
B não é C
logo, A não é C.
2. Algum B é C
38. Medo está para coragem assim como esperança está para:
algum C é A
a) fé;
logo, algum A é B.
b) cólera;
3. Nenhum D é A
c) desespero;
todo A é C
d) tristeza;
logo, nenhum D é C.
e) melancolia.
4. Todo C é B
algum B é A
39. Admitindo que cada quadra é percorrida em 5 minutos e que para
logo, todo A é C,
atravessar uma rua sempre pelas faixas situadas junto às esquinas -
5. Algum D é B
,você dispenderá 50 segundos, permanecendo 10 minutos em cada
nenhum B é A
local, qual a sequência que você seguirá para ir, o mais rapidamente
logo, algum D é A.
possível, de sua casa até a livraria, e voltar, passando, na ida ou na
E assinale conforme as seguintes opções:
volta, pelo correio, pela panificadora, pela casa de lanches e pelo
a) Todos os raciocínios são falsos;
banco?
b) Todos os raciocínios são verdadeiros;
c) Apenas o terceiro é verdadeiro;
d) Apenas os raciocínios 2 e 4 são falsos;
e) Nenhum dos casos anteriores.

34. Confira os raciocínios seguintes:


1. Todo P é O
ora, R é P
logo, R é O.

2. Todo R é S
ora, P não é S
logo, P não é R,

3. Todo S é P
todo S é O
logo, algum P é O. CO = correio CL = casa de lanches
L = livraria P = panificadora
4. Todo P é O C = casa B = banco
todo O é R
logo, P é R. a) é indiferente;
b) livraria - correio - casa de lanches - panificadora - banco;
5. Nenhum S é T c) banco - panificadora - casa de lanches - livraria - correio;
.....ora, R é T d) livraria - casa de lanches - panificadora - correio - banco:
.....logo, R não é S. e) correio - panificadora - casa de lanches - livraria - banco.
E assinale conforme as seguintes opções 40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para:
a) Todos os raciocínios são verdadeiros; a) mocidade;
b) São falsos os raciocínios 4 e 5; b) imaturidade;
c) São verdadeiros apenas os de números 1 e 3; c) cansaço
d) São falsos todos os raciocínios; d) cãs;
e) Nenhum dos casos anteriores. e) morte.
35. O contrário do contrário de exato é: 41. Precoce está para cedo assim como tardio está para:
a) duvidoso; a) inverno;
b) provável; b) manhã;
c) inexato; c) serôdio;
d) errado; d) inoportuno;
e) certo. e) inicial.

Lógica 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
42. Direita está para esquerda assim como destro está para: 49. Um rei, na iminência de contratar um cobrador de impostos, propõe a
a) ágil; ele o seguinte problema: "Você tem aqui dez sacos cheios de moe-
b) esperto; das, todos iguais, mas um deles só contém moedas falsas. As ver-
c) sinistro; dadeiras pesam 10 gramas cada uma e as falsas, 9 gramas. Você
d) inábil; tem que descobrir qual é o saco que contém moedas falsas, usando
e) reto. uma balança de um prato só e fazendo apenas uma pesagem". O
cobrador de impostos conseguiu passar no teste. Como?
43. Franco está para a França assim como Lira está para:
a) Música; 50. Polycrato pergunta a Pitágoras quantos alunos ele tem em sua
b) Mentiroso; escola. Pitágoras lhe responde o seguinte:
c) Bulgária; - a metade estuda matemática
d) Itália; - um quarto estuda ciências
e) Espanha. - um sétimo estuda filosofia
- e há mais três mulheres.
44 Há uma lesma que pretende subir um muro de 8 metros de altura - e Quantos são os discípulos de Pitágoras
ela sabe percorrer um caminho exatamente perpendicular.
Das 6 ás 18 horas, ela sobe 3 metros. Dai, descansa, e das 18 ás 6
horas, desce, deslizando, 2 metros. RESPOSTAS
Tendo iniciado a subida ás 6 horas de uma segunda feira, quando 1) Se o relógio adianta 4 minutos em 24 horas, ou seja, em 1.440
atingirá os 8 metros? minutos, então ele adianta 10s por hora. Entre 7h30 e 12h temos
a) às 18 horas de sábado; 4h30, ou seja, um adiantamento de 45s. Acrescendo estes 45s aos
b) às 6 horas de domingo; 30s que o relógio já marcava às 7h30 teremos às 12h a marcação 12
c) ás 18 horas de domingo; h/min e 15 segundos.
d) às 6 horas da segunda feira seguinte; 2) No número 469 temos mais exatamente 46,9 dezenas, mas se
e) ás 18 horas da segunda feira seguinte. considerarmos apenas os inteiros, temos então 46 dezenas.
45 O número que continua a sequência 12 34 56 3) Para sabermos quantos quartos de kilo temos em meia tonelada
a) 65; basta dividirmos os 500 kg que equivalem a uma tonelada por
b) 68; 0.25kg, que é um quarto de kilo. Assim sendo, temos 2.000 quartos
c) 75; de kilo em meia tonelada.
d) 76; 4) É impossível responder qual é o maior dos carros, sabe-se apenas
e) 78. que o vermelho é o menor entre eles.
5) O carro que dentre os três está se movimentando com maior rapidez
46. São apresentados cinco raciocínios, isto é, algumas premissas, é o amarelo.
seguidas de uma conclusão. Aceitando como verdadeiras as premis-
6) Para que haja uma representação teatral aquilo que absolutamente
sas, verifique se a conclusão é verdadeira ou não.
imprescindível é que exista um ator ou uma atriz.
1. Quadrados são figuras que têm ângulos. Esta figura não tem nenhum
ângulo. Logo, esta figura é necessariamente um círculo. 7) Chamando de x a idade de João, y a de José e z a de Júlio, teremos
2. Se o mar é pequeno, a ilha é grande. Se o lago é médio, também a o seguinte sistema de equações: x + y = 125. Resolvendo por x = y +
ponte é média. Mas, ou o mar é pequeno ou a ilha é média, nunca os 7 substituição encontraremos que João tem 66 anos. Portanto Júlio,
dois juntos. Então, tanto a ponte como a ilha são médios. que é 11 anos mais velho tem 77 anos.
3. Eu moro entre o estádio e o centro da cidade. O estádio fica entre a 8) Teste fácil, cuja resposta correta é a letra D.
rodoviária e o centro da cidade. Logo, eu moro mais perto do estádio 9) Questão sobre lei de formação, que neste caso é começar a linha
do que da rodoviária. pelo segundo termo da linha anterior e terminá-la com o primeiro
4. Somente quando domingo é lua cheia. Segunda é lua nova. Terça é termo da anterior. Desta maneira o número a ser colocado no espaço
lua cheia ou lua nova somente quando segunda não é lua nova. Lo- em branco é 19.
go, quando domingo é lua cheia, Terça não é nem lua cheia nem lua
nova. 10) Para resolvermos este problema basta fazermos uma média ponde-
5. Enquanto rabanete for vermelho, alface será verde. Alface não sendo rada: durante 4/5 de jogo, ou seja, 80% é dia durante 20% de jogo à
verde, o repolho será amarelo. Porém o repolho nunca será amarelo noite, ou seja, há o uso dos refletores. Basta multiplicarmos cada fra-
enquanto o rabanete for vermelho. Logo, desde que o repolho seja ção do jogo pela chance do time azul, ou seja, fazermos: 80% x 70%
amarelo, a alface será verde. + 20% x 20%, o que resulta em 60% de chance de vitória.
Assinale conforme as seguintes hipóteses. 11) O menor número de carros que nos permite armar o conjunto propos-
a) todas as conclusões são falsas; to é 6. Suponhamos que à frente dos 6 tenhamos os carros azuis; a-
b) são falsas as conclusões 2, 3 e 5: trás destes os vermelhos e por último dois amarelos. Consequente-
c) são verdadeiras as conclusões 1 e 2; mente teremos duas possibilidades para vermos passarem 2 na fren-
d) são verdadeiras as conclusões 3 e 4; te de 2. Teremos 3 possibilidades de vermos 2 atrás de 2 e uma pos-
e) nenhum dos casos anteriores. sibilidade de termos 2 entre 2.
12) Um oitavo de 32 é 4. 9 vezes isto é 36. A metade de 36 é 18. Portan-
47. O diretor de um presídio resolve dar uma chance a um condenado á to o número que acrescido de 3 dá metade de 9 vezes um oitavo de
morte e lhe propõe o seguinte: “Vá até o fim desse corredor e lá você 32 é15.
encontrará duas portas, cada uma com um guarda. Uma delas con- 13) Devemos responder com a letra C pois há 3 moças entre Marina e
duz á câmara de gás e a outra á liberdade. Os guardas sabem onde Marisa.
vai dar cada uma das portas. Você tem o direito de fazer somente um 14) No meio das 5 encontra-se sentada Maria.
pedido a um deles. Mas um dos guardas sempre faz o contrário do 15) Quem está entre Matilde e Marina é Maria, a que está no meio de
que lhe pedem e o outro sempre obedece cegamente. Que pedido todas.
deve fazer o prisioneiro para sair pela porta da liberdade?”. 16) Entre Marina e Maria está sentada Mariana.
17) Duas estão entre Marisa e Mariana: Matilde e Maria.
48. Quatro irmãs dividem uma herança de 70 milhões de maneira que 18) No recipiente A a possibilidade de tirarmos uma bola preta é maior
cada uma recebe 3 milhões a mais que a irmã imediatamente mais que no recipiente B, pois a fração 2/6 é maior que 3/10, pois em de-
velha. Quanto recebe exatamente cada uma das quatro?: cimais temos respectivamente 0,333... e 0,30.

Lógica 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
19) Neste caso é diferente porque a proporção de bolas pretas para o 48) Da mais velha à mais moça: 13, 16, 19 e 22 milhões.
total é a mesma: 1 para 3. 49) Ele numerou as sacolas de 1 a 10 e tirou de cada uma delas tantas
20) É maior agora a possibilidade de tirarmos uma bola preta do recipien- moedas quanto fosse o número da sacola. Pesou então todas as
te B, pois a fração 2/7 é maior que 1/4, em decimais, respectivamen- moedas. Se fosse verdadeiras, o resultado seria 550 gramas. A dife-
te 0,285 e 0,25. rença a menos desse peso indica quantas moedas falsas foram pe-
21) A fração 6/16 é maior que 3/9, portanto no recipiente A a possibilida- sadas. E o número de moedas é igual ao número da sacola de onde
de de tirarmos primeiro uma bola preta é maior. elas foram tiradas.
22) A maior probabilidade de tirarmos uma bola preta em primeiro lugar é 50. Com efeito os homens reunidos fazem
a do recipiente B, pois a fração 4/7 é a maior de todas e corresponde 1 1 1 14  7  4 25 de toda a escola. Os 3 res-
a uma chance de 57,14%.    
23) A definição mais exata de pecúlio é soma ou quantidade de dinheiro 2 4 7 28 28 38
que alguém conseguiu acumular pelo seu trabalho e economia, po- tantes são compostos por três mulheres, donde - é igual a 1 estudan-
rém o sinônimo bens não é incorreto. te. Portanto, a escola ter 28 alunos.
24) Misantropia é um tipo de aversão, mais especificamente aversão
social, aversão ao contato com pessoas.
25) O sinônimo mais correto para exasperação é o contido na alternativa TESTANDO RAPIDAMENTE SUA LÓGICA
E: irritação.
26) A figura que corresponde ao par de figuras anteriores se encontra na 1. Escreva o número seguinte nessa sequência 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8,
letra B, pois o que foi feito foi uma repetição do mesmo desenho ori- a. ( ) 9
ginal dobrado. b. ( ) 10
27) Se a família gastou 1/4, então lhe restam 3/4. Gastando 1/3 do que c. ( ) 11
restou, isso significa mais um quarto, pois 1/3 de 3/4 é 1/4. Desta d. ( ) 12
maneira a família ainda dispõe de 50% do salário total. e. ( ) 13
28) Pela lei de formação deste problema, repete-se o segundo número e 1: E - Solução: Cada termo é igual a soma dos dois anteriores.
substitui-se o primeiro pelo seu consecutivo. Assim sendo, o número Logo: 5 + 8 = 13
que deve ser colocado no espaço é 60.
29) Se é um quadro de linhas e colunas, então devemos analisar cada 2. Escreva o número seguinte nessa sequência 0, 1 , 1 , 2, 4, 7, 13, 24,
par de números, sendo o primeiro número do paro que designa a li- a. ( ) 44
nha e o segundo o que designa a coluna. Desta maneira a fórmula b. ( ) 45
dada corresponde a Deus. c. ( ) 46
30) Pelo código apresentado, cada termo deve ser substituído por outras d. ( ) 47
três unidades inferiores. Assim as letras devem ser substituídas por e. ( ) 48
outras que as precedem 3 vezes. Por exemplo d corresponde à letra
a. Transcrevendo então resolução obteremos uma palavra análoga à 2: A - Solução: Cada termo é a soma dos três termos anteriores.
contida na alternativa C. Logo: 7 + 13 + 24 = 44
31) O número que deve ser colocado no espaço em branco é 25, de 3. Um missionário foi capturado por canibais em uma floresta. Os cani-
acordo com o estabelecido nas linhas anteriores à incompleta. bais então fizeram-lhe a seguinte proposta:
32) Se as afirmações são ao contrário; então podemos dizer que o perito - Se fizer uma declaração verdadeira, será cozido com batatas.
é alguém inábil. - Se fizer uma declaração falsa, será assado na churrasqueira.
33) De acordo com o nosso raciocínio apenas a terceira afirmação é Como o missionário usará a lógica, podemos concluir que:
perfeitamente condizente. a. ( ) será cozido
34) De acordo com nossa opinião todos os raciocínios apresentados b. ( ) será assado
estão corretos. c. ( ) não poderá ser cozido nem assado
35) O contrário do contrário de algo é o próprio algo. Portanto o contrário d. ( ) será cozido e assado ao mesmo tempo
do contrário do exato é certo. e. ( ) Dirá: "É ruim, heim!!!"
36) São precisos 40 cubos para erguermos uma construção igual à
apresentada. 3: C Solução: Basta dizer: - Serei assado na churrasqueira
37) São precisos 20 cubos para fazermos uma construção análoga à
desenhada no enunciado. 4. O algarismo das unidades do número N =1 x 3 x 5 x 7 x 9 x ...... x 999
38) As coisas estão com valor inverso, portanto esperança está para a. ( ) 1
desespero, assim como medo está para coragem. b. ( ) 3
39) Cremos que o itinerário contido na alternativa C é o que despende c. ( ) 5
menor quantidade de tempo. d. ( ) 7
40) Fogo está para fumaça assim como velhice está para cãs, ou seja, e. ( ) 9
fumaça é um sinal de fogo assim como cãs o é de velhice.
41) Precoce está para cedo assim como tardio está para serôdio. 4: C - Solução: Observe que todos os números do produto, são
42) Destro é sinônimo de direito, que usa a mão direita. Portanto de ímpares, e além disso o produto de qualquer número ímpar por 5
acordo com a proposição feita devemos associá-lo a sinistro, que é a termina com o algarismo 5. Logo a opção correta é: o algarismo
pessoa que usa a mão esquerda. das unidades é 5.
43) Franco é a moeda da França, assim como a libra o é da ltália.
44) se a lesma subir neste ritmo chegará ao topo do muro às 18 horas de 5. Numa certa cidade, dez por cento das mulheres pensam que são
sábado, quando deixará de escorregar porque já chegou ao topo. homens e dez por cento dos homens pensam que são mulheres. To-
45) A sequência apresentada é uma P.A. de razão 22, portanto o quarto das as outras pessoas são perfeitamente normais. Certo dia todas as
termo é 78. pessoas dessa cidade foram testadas por um psicólogo, verificando
46) Acreditamos que apenas as posições lll e lV são verdadeiras, o que que 20% das pessoas pensavam que eram homens. Qual a porcen-
nos leva a assinalar a letra D. tagem real de mulheres?
47) O condenado deve pedir a qualquer dos guardas que mande o outro a. ( ) 75,5%
mostrar a porta que conduz à morte e poderá, com toda a segurança, b. ( ) 80,0%
sair pela porta que o guarda indicar. Se ele se dirigir ao guarda do c. ( ) 85,5%
contra, ele >mandará o outro mostrar a porta da liberdade. E. na hi- d. ( ) 87,5%
pótese de ele se dirigir ao guarda obediente, ele mandará o outro e. ( ) 95,5%
mostrar a porta da morte, mas a porta mostrada será a da liberdade.

Lógica 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5: D - solução: Sejam H e M o número de homens e mulheres. Exercício 5
Então: O número de mulheres que pensam que são homens é Um tijolo pesa 1 quilo mais meio tijolo. Quanto pesam três tijolos?
M/10 a) 5 kg
O número de homens que pensam que são homens é 9H/10. b) 4 kg
Logo o total de pessoas que pensam que são homens é c) 4,5 kg
M/10+9H/10=2(M+H)/10 d) 5,5 kg
Daí M + 9H = 2(M + H), logo 7H = M. O problema quer a porcenta- e) 3,5 kg
gem de mulheres M / (H+M) = 7 H / (H+7H) = 7/ 8=0,875
Resposta C – Pelo enunciado, um tijolo pesa um quilo e meio. Portanto,
três tijolos deverão pesar 3 x 1,5 = 4,5 kg.
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Enunciado para as próximas questões:
Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala de aula: são
Os problemas seguintes requerem raciocínio para sua solução. A fim de
Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde.
provar que uma resposta é correta, uma vez encontrada, necessita-se
de um raciocínio cujas premissas estejam contidas no enunciado do
Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao
problema, e cuja conclusão seja a resposta ao mesmo. Se a resposta é
lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa.
correta, poder-se-á construir um raciocínio válido. 0 leitor é solicitado,
ao trabalhar com estes problemas, a preocupar-se não só em encontrar
Responda as perguntas:
as respostas corretas, mas em formular também os raciocínios que
6 – Quantas estão entre Marina e Marisa?
provem a correção das respostas.
7 – Quem está no meio?
8 – Quem está entre Matilde e Mariana?
Daremos, a seguir, alguns exercícios resolvidos para que o candidato
9 – Quem está entre Marina e Maria?
possa inteirar-se do funcionamento do assunto.
10 – Quantas estão entre Marisa e Mariana?
Exercício 1
Se lermos direitinho o enunciado podemos concluir e fazer um desenho
Assinale a alternativa que não faz parte do conjunto dado:
para ilustrar e assim responder a todas as perguntas:
a) São Paulo
b) Campinas
MARISA MATILDE MARIA MARIANA MARINA
c) Porto Alegre
d) Santos
e) Franca Respostas:
6 – três
Resposta: C – São Paulo, Campinas, Santos e Franca são cidades do
7 – Maria
Estado de São Paulo, ao passo que Porto Alegre não é cidade do nos-
8 – Maria
so Estado.
9 – Mariana
Exercício 2 10 – duas
Assinale o número que completa a sequência apresentada: 1, 3, 5, 7,
9, ... Exercício 11
a) 13 Qual o número que falta no quadro a seguir?
b) 11 5 10 5
c) 15 6 14 8
d) 17 3 10 ......
e) 19
Resposta: 7 – A soma dos extremos é o número central.
Resposta: b – Os números 1, 3, 5, 7, 9 formam uma sequência, ou seja, a 5 + 5 = 10
sequência dos números ímpares. Portanto, o próximo número é 11. 6 + 8 = 14
3 + 7 = 10
Exercício 3
REAL está para BRASIL assim como DÓLAR está para .................
a) Estados Unidos Exercício 12
b) França Qual a palavra que não faz parte do grupo?
c) Canadá a) LIVRO
d) Austrália b) REVISTA
e) Alemanha c) JORNAL
d) ENCICLOPÉDIA
Resposta – A - Real é a moeda brasileira e dólar é a moeda dos Estados e) CARNE
Unidos.
Resposta E – Os quatro primeiros são vendidos em livrarias e carne não.
Exercício 4
O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este
mais rapidamente que o azul. Qual o carro que está se movimen- Exercício 13
tando com maior velocidade? ALTO está para BAIXO, assim como GRANDE está para .................
a) o amarelo a) nanico
b) o azul b) baixinho
c) o vermelho c) pequeno
d) o vermelho e o azul d) gabiru
e) impossível responder e) mínimo

Resposta – A – Lendo direitinho o enunciado vemos claramente que o Resposta: C – O contrário de grande é pequeno.
carro amarelo anda mais depressa.

Lógica 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exercício 14 05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente verdadeira:
Assinale a alternativa que não tem as mesmas características das a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5)
demais, quanto às patas: b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5)
a) formiga c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5)
b) aranha d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5)
c) abelha e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2))
d) traça RESPOSTA: A
e) borboleta
06. (UGF) A negação de x > -2 é:
Resposta – b – Aranha tem oito patas. As outras têm seis. a) x>2 b) x #-2
Exercício 15 c) x < -2 d) x < 2 e) x #2
Assinale qual destes animais, cujos nomes estão ocultos entre as RESPOSTA: C
letras, é o menor:
a) OSÃBI 07. (ABC) A negação de todos os gatos são pardos é:
b) TOGA a) nenhum gato é pardo;
c) LIVAJA b) existe gato pardo;
d) ATOR c) existe gato não pardo;
e) RAFAGI d) existe um e um só gato pardo;
e) nenhum gato não é pardo.
Resposta: D – RATO (as outras: bisão, gato, javali, girafa) RESPOSTA: C

08. (ABC) Se A negação de o gato mia e o rato chia é:


a) o gato não mia e o rato não chia;
b) o gato mia ou o rato chia;
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE VESTIBULARES c) o gato não mia ou o rato não chia;
d) o gato e o rato não chiam nem miam;
01. Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição Ronaldo é e) o gato chia e o rato mia.
carioca, traduzir para a linguagem corrente as seguintes proposi- RESPOSTA: C
ções:
a) ~q 09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B = 5". Pode-se
b) p^q concluir que:
c) pvq a) se A 2 antão B 5 b) se A = 5 então B = 2
d) p"q c) se B 5 então A 2 d) se A = 2 então B = 2
e) p " (~q) e) se A = 5 então B 2
RESPOSTA: C
RESOLUÇÃO:
10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma família. Das
a) Paulo não é paulista.
afirmações a seguir, referentes às pessoas reunidas, a única neces-
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
sariamente verdadeira é:
c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca.
a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
b) pelo menos duas delas são do sexo feminino;
e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposição Ricardo e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro.
fala italiano traduzir para a linguagem simbólica as seguintes propo- RESPOSTA: C
sições:
a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano. 11. (UFF) Na cidade litorânea de Ioretin é rigorosamente obedecida a
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano. seguinte ordem do prefeito: "Se não chover então todos os bares à
c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês. beira-mar deverão ser abertos." Pode-se afirmar que:
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano. a) Se todos os bares à beira-mar estão abertos, então choveu.
RESOLUÇÃO: b) Se todos os bares à beira-mar estão abertos, então não choveu.
a) p ^q c) Se choveu, então todos os bares à beira-mar não estão abertos.
b) (~p) v p d) Se choveu, então todos os bares à beira-mar estão abertos.
c) q"p e) Se um bar à beira-mar não está aberto, então choveu.
d) (~p) ^ (~q)
RESOLUÇÃO: Sejam as proposições: P = "Choveu"; Não P = "Não
choveu"; Q = "Os bares à beira-mar estão abertos"; Não Q = "Os bares à
03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então: beira-mar não estão abertos". Observe a tabela verdade onde V = verdadei-
a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q; ro e F = falso.
b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q;
c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa; Não P Q Não P Þ Q Não Q P Não Q Þ P
d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
V V V F F V
e) n.d.a.
RESPOSTA: B V F F V F F

04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3 então y = 7". F V V F V V
Pode-se concluir que:
a) se x 3 antão y 7 F F V V V V
b) se y = 7 então x = 3
c) se y 7 então x 3 Temos que "Não P implica em Q" é equivalente a "Não Q implica em
d) se x = 5 então y = 5 P", ou seja, se um bar à beira-mar não está aberto, então choveu. Logo, (e)
e) se x = 7 então y = 3 é a opção correta.
RESPOSTA: C

Lógica 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
QUESTÕES COMENTADAS b) joga futebol, mas não faz amizades nem estuda.
c) joga futebol e estuda, mas não faz amizades.
1) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo d) não joga futebol, mas estuda e faz amizades.
de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Pergunta-
dos sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu: A resposta é óbvia, pois basta somente tomarmos a intersecção
Armando: "Sou inocente" de suas atividades. Veja: quando joga futebol, ele faz amizades
Celso: "Edu é o culpado" e, consequentemente, não estuda. Quando estuda, não joga fu-
Edu: "Tarso é o culpado" tebol e não faz amizades. Logo, a resposta é o ítem a.
Juarez: "Armando disse a verdade"
Tarso: "Celso mentiu" 6) Uma das formas mais simples de argumentar consiste em duas
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os frases, uma das quais é conclusão da outra, que é chamada premis-
outros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é: sa. Dentre as opções a seguir, assinale aquela em que a associação
a) Armando está correta.
b) Celso a) Premissa: Os exames finais devem ser extintos.
c) Edu Conclusão: Os exames finais dão muito trabalho a alunos e a profes-
d) Tarso sores.
b) Premissa: Os índios brasileiros eram culturalmente primitivos.
Comentar essa questão é difícil, mas foi TARSO, porque se todos Conclusão: Os índios brasileiros cultuavam vários deuses.
disseram a verdade, e apenas um mentiu, apenas UM dos dois que c) Premissa: N é um número inteiro múltiplo de 6.
falaram que uma pessoa era culpado falou a verdade. Logo, se Tarso Conclusão: N não é um número ímpar.
disse que Celso mentiu, e ele está tb falando a verdade, quem matou d) Premissa: É possível que um candidato ganhe as eleições presiden-
foi Tarso. ciais. Conclusão: O tal candidato tem muitos eleitores no interior do
país.
2) Das seguintes premissas: A: "Bia é alta e patriota, ou Bia é educada". As únicas afirmações que estão diretamente relacionadas são as da alter-
B: "Bia não é educada", conclui-se que Bia é: nativa "C". Não existem múltiplos de 6 que sejam números ímpares.
a) não alta e não patriota.
b) alta ou patriota. 7) Em um clube, uma comissão, composta por três pessoas, será
c) não alta ou não educada. formada para gerenciar o clube até o fim de ano. Fernanda, Ivany,
d) alta e patriota. Carlos, Roberto e Manoel se apresentaram para formar a comissão.
Porém há algumas restrições:
Bia é alta e patriota, ou Bia é educada (o conectivo OU indica PELO • Ivany e Carlos se recusam trabalhar juntos.
MENOS UM), ou seja, pelo menos um da minha sentença tem que • Manoel só fará parte da comissão se Ivany também fizer.
ocorrer para que ela seja verdadeira, se eu nego que BIA não é E- • A comissão não pode ser formada com pessoas do mesmo sexo.
DUCADA, não quebra a condição, letra (D) correta • Roberto e Manoel se recusam trabalhar juntos.
Quantas comissões podem ser formadas com 2 homens participan-
3) O prefeito de um município, em campanha para reeleição, divulgou do?
que, durante seu governo, o número de crianças na escola aumentou a) 4
em 100%. Considere os comentários feitos por Pedro, João e André b) 3
sobre esta afirmativa: c) 2
Pedro: “Agora temos muito mais crianças na escola.” d) 1
João: “Agora todas as crianças estão na escola”. Somente uma comissão pode se formar com 2 homens, isto
André: “Ainda existem mais crianças fora da escola do que crianças porque são em 3 participantes, se fossem 4 participantes pode-
na escola”. riam se formar 2 comissões.
A única afirmativa de que podemos ter certeza ser verdadeira é:
a) Se André está correto, então o prefeito mentiu. 8) Após uma reunião de negócios, foram trocados um total de 15 aper-
b) Se o prefeito disse a verdade, então João está correto. tos de mão. Sabendo que cada empresário cumprimentou todos os
c) Se Pedro está correto, então André está errado. outros, qual o número de empresários que estavam presentes nessa
d) Se André está correto, então João está errado. reunião?
a) 4
Resposta D. O prefeito NÃO afirmou que todas as crianças estão b) 5
na escola. O prefeito disse que houve um aumento de 100%, is- c) 6
so significa que se a cidade tinha 100 crianças na escola, o nú- d) 7
mero agora é 110. Se André afirma que há mais crianças fora da A resposta correta é a "C", se fosse 4 empresários teriam
escola, nem todas as crianças estão na escola, o que torna a a- sido trocados 6 apertos, se fossem 5 seriam 10 apertos, se fos-
firmação de JOÃO falsa. sem 7 seriam 21 apertos.

4) A negação da sentença "se você estudou lógica, então você acertará 9) Cinco colegas foram a um parque de diversões e um deles entrou
esta questão" é: sem pagar. Apanhados por um funcionário do parque, que queria sa-
a) se você não acertar esta questão, então você não estudou lógica. ber qual deles entrou sem pagar, eles informaram:
b) você não estudou lógica e acertará esta questão. - "Não fui eu, nem o Manuel", disse Marcos.
c) se você estudou lógica, então não acertará esta questão. - "Foi o Manuel ou a Maria", disse Mário.
d) você estudou lógica e não acertará esta questão. - "Foi a Mara", disse Manuel.
- "O Mário está mentindo", disse Mara.
Para que o enunciado seja uma Negação... E como trata-se de - "Foi a Mara ou o Marcos", disse Maria.
uma implicação então... A primeira proposição deverá ser posi- Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas mentiu, con-
tiva e a segunda negativa... opção correta letra D. clui-se logicamente que quem entrou sem pagar foi:
a) Mário
5) Se Joaquim não joga futebol, ele estuda. Se Joaquim joga futebol, b) Marcos
ele faz amizades. Se Joaquim não estuda, ele não faz amizades. Se c) Mara
Joaquim faz amizades, ele não estuda. Então, conclui-se que Joa- d) Manuel
quim:
a) joga futebol e faz amizades, mas não estuda.

Lógica 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Levando em consideração que a primeira está correta: 05) Regina e Roberto viajaram recentemente e voltaram três dias antes
Mário mente na segunda; do dia depois do dia de antes de amanhã. Hoje é terça-feira. Em que
Manoel pode estar falando a verdade na terceira; dia Regina e Roberto voltaram?
Mara diz a verdade ao dizer que Mário mente na quarta; a) Quarta-feira.
Maria diz a verdade ao dizer que foi o Marcos ou a Mara b) Quinta-feira.
Portanto a letra C é a correta. c) Sexta-feira.
d) Domingo.
10) Das cinco frases abaixo, quatro delas têm uma mesma característica
lógica em comum, enquanto uma delas não tem essa característica. 06) Considere as seguintes afirmativas:
I. Que belo dia! I. Todas as pessoas inteligentes gostam de cinema;
II. Um excelente livro de raciocínio lógico. II. Existem pessoas antipáticas e inteligentes.
III. O jogo terminou empatado? Admitindo-se que as afirmações acima são corretas, pode-se concluir
IV. Existe vida em outros planetas do universo. que:
V. Escreva uma poesia. a) todas as pessoas que gostam de cinema são inteligentes.
A frase que não possui essa característica comum é a: b) toda pessoa antipática é inteligente.
a) IV. c) podem existir pessoas antipáticas que não gostem de cinema.
b) V. d) as afirmações a, b e c são todas falsas.
c) I.
d) II.
07) Considere uma pergunta e duas informações as quais assumiremos
A característica lógica é que todas podem ocorrer, menos a IV
como verdadeiras.
pois não existe nada comprovado sobre vida em outros planetas
Pergunta: Entre João, Nuno e Luís, quem é o mais baixo?
Informação 1: João é mais alto do que Luís.
PROVA SIMULADA FINAL Informação 2: Nuno é mais alto do que Luís.
Diante desses dados conclui-se que:
01) Considere as afirmações: a) a primeira informação, sozinha, é suficiente para que se responda
A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade; corretamente à pergunta, e a segunda, insuficiente.
B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga; b) a segunda informação, sozinha, é suficiente para que se responda
C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa amiga. corretamente à pergunta, e a primeira, insuficiente.
A análise do encadeamento lógico dessas três afirmações permite c) as duas informações, em conjunto, são suficientes para que se
concluir que elas: responda corretamente à pergunta, e cada uma delas, sozinha, é in-
a) implicam necessariamente que Patrícia é uma boa amiga suficiente.
b) são consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa amiga, quer d) as duas informações, em conjunto, são insuficientes para que se
Patrícia não seja uma boa amiga responda corretamente à pergunta.
c) implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e que Helena não
é uma boa amiga 08) Se Lucia é pintora, então ela é feliz. Portanto:
d) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga a) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora.
b) Se Lucia é feliz, então ela é pintora.
02) Na questão, observe que há uma relação entre o primeiro e o segun- c) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora.
do grupos de letras. A mesma relação deverá existir entre o terceiro d) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz.
grupo e um dos cinco grupos que aparecem nas alternativas, ou seja,
aquele que substitui corretamente o ponto de interrogação. Conside-
re que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras K, W e 09) Considere que, em um determinado instante, P passageiros aguar-
Y. davam seu voo em uma sala de embarque de certo aeroporto. Na
CASA: LATA: LOBO: ? primeira chamada embarcaram os idosos, que correspondiam à me-
a) SOCO b) TOCO tade de P; na segunda, embarcaram as mulheres não idosas, cuja
c) TOMO d) VOLO quantidade correspondia à metade do número de passageiros que
haviam ficado na sala; na terceira, embarcaram alguns homens, em
03) Uma das formas mais simples de argumentar consiste em duas quantidade igual à metade do número de passageiros que ainda res-
frases, uma das quais é conclusão da outra, que é chamada premis- tavam na sala. Se, logo após as três chamadas, chegaram à sala
sa. Dentre as opções a seguir, assinale aquela em que a associação mais 24 passageiros e, nesse momento, o total de passageiros na
está correta. sala passou a ser a metade de P, então na:
a) Premissa: Os exames finais devem ser extintos. a) primeira chamada embarcaram 34 passageiros.
Conclusão: Os exames finais dão muito trabalho a alunos e a profes- b) primeira chamada embarcaram 36 passageiros.
sores. c) segunda chamada embarcaram 16 passageiros.
b) Premissa: Os índios brasileiros eram culturalmente primitivos. d) segunda chamada embarcaram 18 passageiros.
Conclusão: Os índios brasileiros cultuavam vários deuses.
c) Premissa: N é um número inteiro múltiplo de 6. 10) Dizer que "André é artista ou Bernardo não é engenheiro" é logica-
Conclusão: N não é um número ímpar. mente equivalente a dizer que:
d) Premissa: É possível que um candidato ganhe as eleições presiden- a) André é artista se e somente se Bernardo não é engenheiro.
ciais. b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
Conclusão: O tal candidato tem muitos eleitores no interior do país. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro
d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.
04) Em uma carpintaria há mestres-carpinteiros e aprendizes. Os mes-
tres têm todos a mesma capacidade de trabalho. Os aprendizes, 11) Um trapézio ABCD, com altura igual a h, possui bases AB = a e CD =
também. b, com a > b. As diagonais deste trapézio determinam quatro triângu-
Se 8 mestres juntamente com 6 aprendizes têm a mesma capacida- los. A diferença entre as áreas dos triângulos que têm por bases AB
de de produção de 6 mestres juntamente com 10 aprendizes, a ca- e CD respectivamente e por vértices opostos a interseção das diago-
pacidade de um dos mestres, sozinho, corresponde à de: nais do trapézio é igual a:
a) 2 aprendizes. b) 3 aprendizes. a) (a + b)/2
c) 4 aprendizes. d) 5 aprendizes. b) (a + b)h/2
c) (a - b)h/2
d) (a - b)/2

Lógica 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
12) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro, c) Nordeste;
Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em d) Sudeste;
uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa
e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na 19) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do castelo, e
mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo. é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o
Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que: conde encontrar a princesa é condição necessária e suficiente para o
a) o lugar vago estava perto do Paulo. barão sorrir e é condição necessária para a duquesa ir ao jardim. O
b) o lugar vago estava perto do José. barão não sorriu. Logo:
c) o lugar vago estava perto do João. a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa.
d) o lugar vago estava perto do Pedro. b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a princesa.
c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa.
13) Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido, d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim.
então o passarinho não canta. Ora, o passarinho canta. Logo:
a) o jardim é florido e o gato mia 20) Antônio, Bento, Ciro e Dorival são profissionais liberais. Um deles é
b) o jardim é florido e o gato não mia advogado, outro é paisagista, outro é veterinário e outro é professor.
c) o jardim não é florido e o gato mia Sabe-se que: o veterinário não é Antônio e nem Ciro; Bento não é
d) o jardim não é florido e o gato não mia veterinário e nem paisagista; Ciro não é advogado e nem paisagista.
A conclusão correta quanto à correspondência entre carreira e pro-
14) Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado a lado fissional está indicada em:
em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes fala a a) advogado - Dorival
verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à es- b) paisagista - Dorival
querda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está senta- c) paisagista - Antônio
da no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à d) advogado - Antônio
direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sen-
tada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à 21) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro,
direita são, respectivamente: Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em
a) Janete, Tânia e Angélica uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa
b) Janete, Angélica e Tânia e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na
c) Angélica, Janete e Tânia mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo.
d) Angélica, Tânia e Janete Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que:
a) o lugar vago estava perto do Paulo.
15) Com a promulgação de uma nova lei, um determinado concurso b) o lugar vago estava perto do José.
deixou de ser realizado por meio de provas, passando a análise cur- c) o lugar vago estava perto do João.
ricular a ser o único material para aprovação dos candidatos. Neste d) o lugar vago estava perto do Pedro.
caso, todos os candidatos seriam aceitos, caso preenchessem e en-
tregassem a ficha de inscrição e tivessem curso superior, a não ser 22) Em um certo aeroporto, Ana caminhava à razão de um metro por
que não tivessem nascido no Brasil e/ou tivessem idade superior a segundo. Ao utilizar uma esteira rolante de 210 metros, que se mo-
35 anos. José preencheu e entregou a ficha de inscrição e possuía vimenta no mesmo sentido em que ela caminhava, continuou andan-
curso superior, mas não passou no concurso. Considerando o texto do no mesmo passo. Ao chegar ao final da esteira, Ana verificou ter
acima e suas restrições, qual das alternativas abaixo, caso verdadei- levado exatamente 1 minuto para percorrer toda a extensão da estei-
ra, criaria uma contradição com a desclassificação de José? ra. Se Ana não tivesse continuado a caminhar quando estava sobre a
a) José tem menos de 35 anos e preencheu a ficha de inscrição corre- esteira, o tempo que levaria para ser transportada do início ao fim da
tamente. esteira seria igual a:
b) José tem mais de 35 anos, mas nasceu no Brasil. a) 1 minuto e 20 segundos.
c) José tem menos de 35 anos e curso superior completo. b) 1 minuto e 24 segundos.
d) José tem menos de 35 anos e nasceu no Brasil. c) 1 minuto e 30 segundos.
d) 1 minuto e 40 segundos.
16) Se Beatriz não é mãe de Ana, é tia de Paula. Se Beatriz é irmã de
Flávio, é mãe de Ana. Se Beatriz é mãe de Ana, não é irmã de Flá- 23) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo
vio. Se Beatriz não é irmã de Flávio, não é tia de Paula. Logo, Bea- de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Pergunta-
triz: dos sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu:
a) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula. Armando: "Sou inocente"
b) é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula. Celso: "Edu é o culpado"
c) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e é tia de Paula. Edu: "Tarso é o culpado"
d) é mãe de Ana, não é irmã de Flávio e não é tia de Paula. Juarez: "Armando Disse a verdade"
17) Em uma empresa, há 12 dirigentes de níveis hierárquicos distintos Tarso: "Celso mentiu"
capacitados para a elaboração de determinado estudo: 5 diretores e Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os
7 gerentes. Para isso, entre esses 12 dirigentes, 4 serão sorteados outros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é:
aleatoriamente para integrarem um grupo que realizará o referido es- a) Armando
tudo. A probabilidade de os 4 dirigentes sorteados serem do mesmo b) Celso
nível hierárquico está entre: c) Edu
a) 0,01 e 0,05. d) Tarso
b) 0,06 e 0,10.
c) 0,11 e 0,15. 24) Três amigos, Mário, Nilo e Oscar, juntamente com suas esposas,
d) 0,16 e 0,20. sentaram-se, lado a lado, à beira do cais, para apreciar o pôr-do-sol.
Um deles é flamenguista, outro é palmeirense, e outro vascaíno. Sa-
18) Estava olhando para o Norte. Girei 90º para a esquerda e passei, be-se, também, que um é arquiteto, outro é biólogo, e outro é cozi-
portanto, a olhar para o Oeste. Girei 180º e depois girei 45º à es- nheiro. Nenhum deles sentou-se ao lado da esposa, e nenhuma pes-
querda. Depois girei 90º à esquerda e, depois, 135º à direita. Passei, soa sentou-se ao lado de outra do mesmo sexo. As esposas cha-
nesse momento, a olhar para o: mam-se, não necessariamente nesta ordem, Regina, Sandra e Tâ-
a) Norte; nia. O arquiteto sentou-se em um dos dois lugares do meio, ficando
b) Leste; mais próximo de Regina do que de Oscar ou do que do flamenguista.

Lógica 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O vascaíno está sentado em uma das pontas, e a esposa do cozi- c) Necessariamente falsa.
nheiro está sentada à sua direita. Mário está sentado entre Tânia, d) Falsa, mas não necessariamente.
que está à sua esquerda, e Sandra. As esposas de Nilo e de Oscar
são, respectivamente: 31) Para entrar na sala da diretoria de uma empresa é preciso abrir dois
a) Regina e Sandra cadeados. Cada cadeado é aberto por meio de uma senha. Cada
b) Tânia e Sandra senha é constituída por 3 algarismos distintos. Nessas condições, o
c) Sandra e Tânia número máximo de tentativas para abrir os cadeados é
d) Regina e Tânia a) 518.400
b) 1.440
25) Se é verdade que “Nenhum artista é atleta”, então também será c) 720
verdade que: d) 120
a) todos não-artistas são não-atletas
b) nenhum atleta é não-artista 32) Uma companhia de ônibus realiza viagens entre as cidades de Co-
c) nenhum artista é não-atleta rumbá e Bonito. Dois ônibus saem simultaneamente, um de cada ci-
d) pelo menos um não-atleta é artista dade, para percorrerem o mesmo trajeto em sentido oposto. O ôni-
bus 165 sai de Corumbá e percorre o trajeto a uma velocidade de
26) Os advogados Clóvis, Rui e Raimundo trabalham em agências
120 km/h. Enquanto isso, o 175 sai de Bonito e faz a sua viagem a
diferentes de um mesmo banco, denominadas Norte, Sul e Leste.
90 km/h. Considerando que nenhum dos dois realizou nenhuma pa-
Exercem, não necessariamente nesta ordem, suas funções nos seto-
rada no trajeto, podemos afirmar que: I - Quando os dois se cruza-
res de Financiamento, Cobrança e Ouvidoria. Sabe-se, ainda, que:
rem na estrada, o ônibus 175 estará mais perto de Bonito do que o
• Clóvis e o advogado da Agência Leste não trabalham na Ouvidoria.
165. II - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 165 terá
• O advogado da Agência Norte não é Clóvis nem Rui.
andado mais tempo do que o 175.
• Na Agência Sul, o advogado não trabalha na Ouvidoria nem no
a) Somente a hipótese (I) está errada.
Financiamento.
b) Somente a hipótese (II) está errada.
É possível concluir que:
c) Ambas as hipóteses estão erradas.
a) Clóvis trabalha no setor de Cobranças da Agência Norte.
d) Nenhuma das hipóteses está errada.
b) Rui, o advogado da Agência Leste, trabalha no setor de Ouvidoria.
c) nem Raimundo, nem Rui trabalham no setor de Financiamento.
d) nas Agências Sul e Norte, os advogados não trabalham com Finan- 33) A hipotenusa de um triangulo retângulo mede 10 cm, e um de seus
ciamento. catetos mede 6 cm. A área deste triangulo é igual a:
a) 24 cm2
27) Uma grande empresa multinacional oferece a seus funcionários b) 30 cm2
cursos de português, inglês e italiano. Sabe-se que 20 funcionários c) 40 cm2
cursam italiano e inglês; 60 funcionários cursam português e 65 cur- d) 48 cm2
sam inglês; 21 funcionários não cursam nem português nem italiano;
o número de funcionários que praticam só português é idêntico ao 34) O menor complementar de um elemento genérico xij de uma matriz X
número dos funcionários que praticam só italiano; 17 funcionários é o determinante que se obtém suprimindo a linha e a coluna em que
praticam português e italiano; 45 funcionários praticam português e esse elemento se localiza. Uma matriz Y = yij, de terceira ordem, é a
inglês; 30, entre os 45, não praticam italiano. Com estas informações matriz resultante da soma das matrizes A = (aij) e B = (bij). Sabendo-
pode-se concluir que a diferença entre o total de funcionários da em- se que (aij) = (i+j)2 e que bij = i2 , então o menor complementar do e-
presa e o total de funcionários que não estão matriculados em qual- lemento y23 é igual a:
quer um dos cursos é igual a: a) 0
a) 93 b) -8
b) 83 c) -80
c) 103 d) 8
d) 113

28) Suponha que exista uma pessoa que só fala mentiras às terças, 35) Maria vai de carona no carro de sua amiga e se propõe a pagar a
quartas e quintas-feiras, enquanto que, nos demais dias da semana, tarifa do pedágio, que é de R$ 3,80. Verificou que tem no seu porta-
só fala a verdade. Nessas condições, somente em quais dias da se- níqueis moedas de todos os valores do atual sistema monetário bra-
mana seria possível ela fazer a afirmação "Eu menti ontem e também sileiro, sendo: duas moedas do menor valor, três do maior valor e
mentirei amanhã."? uma moeda de cada um dos outros valores. Sendo assim, ela tem o
a) Terça e quinta-feira. suficiente para pagar a tarifa e ainda lhe sobrarão:
b) Terça e sexta-feira. a) doze centavos.
c) Quarta e quinta-feira. b) onze centavos.
d) Quarta-feira e sábado. c) dez centavos.
29) Paulo, João, Beto, Marcio e Alfredo estão numa festa. Sabendo-se d) nove centavos.
que cada um deles possui diferentes profissões: advogado, adminis-
trador, psicólogo, físico e médico. Temos: o advogado gosta de con- 36) Existem três caixas I, II e III contendo transistores. Um técnico cons-
versar com beto, Marcio e João, mas odeia conversar com o médico tatou que:
Beto joga futebol com o físico Paulo, Beto e Marcio jogam vôlei com se passasse 15 transistores da caixa I para a caixa II, esta ficaria com
o administrador Alfredo move uma ação trabalhista contra o médico. 46 transistores a mais do que a caixa I tinha inicialmente;
Podemos afirmar que Paulo é.... se passasse 8 transistores da caixa II para a caixa III, esta ficaria com
a) Paulo é o advogado, João é o administrador 30 transistores a mais do que a caixa II tinha inicialmente.
b) Alfredo é o advogado, Paulo é o médico. Se o total de transistores nas três caixas era de 183, então o número
c) Marcio é o psicólogo, Alfredo é o médico inicial de transistores em:
d) Beto é o físico, Alfredo é o administrador a) I era um número par.
b) II era um número ímpar.
30) Considerando-se que todos os Gringles são Jirnes e que nenhum c) III era um número menor que 85.
Jirnes é Trumps, a afirmação de que nenhum Trumps pode ser Grin- d) I e III era igual a 119.
gles é:
a) Necessariamente verdadeira. 37) Para asfaltar 1 quilômetro de estrada, 30 homens gastaram 12 dias
b) Verdadeira, mas não necessariamente. trabalhando 8 horas por dia, enquanto que 20 homens, para asfalta-

Lógica 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rem 2 quilômetros da mesma estrada, trabalhando 12 horas por dia, b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
gastam x dias. Calcule o valor de x. c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo
a) 30 d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Gui-
b) 22 lherme é gordo
c) 25
d) 24 43) Na Consoantelândia, fala-se o consoantês. Nessa língua, existem 10
letras: 6 do tipo I e 4 do tipo II.
38) Uma circunferência sobre um plano determina duas regiões nesse As letras do tipo I são: b, d, h, k, l, t.
mesmo plano. Duas circunferências distintas sobre um mesmo plano As letras do tipo II são: g, p, q, y.
determinam, no máximo, 4 regiões. Quantas regiões, no máximo, 3 Nessa língua, só há uma regra de acentuação: uma palavra só será
circunferências distintas sobre um mesmo plano podem determinar acentuada se tiver uma letra do tipo II precedendo uma letra do tipo I.
nesse plano? Pode-se afirmar que:
a) 4 a) dhtby é acentuada.
b) 7 b) pyg é acentuada.
c) 5 c) kpth não é acentuada.
d) 8 d) kydd é acentuada.

39) Luís é prisioneiro do temível imperador Ivan. Ivan coloca Luís à frente 44) A seção "Dia a dia", do Jornal da Tarde de 6 de janeiro de 1996,
de três portas e lhe diz: “Atrás de uma destas portas encontra-se trazia esta nota:
uma barra de ouro, atrás de cada uma das outras, um tigre feroz. Eu "Técnicos da CETESB já tinham retirado, até o fim da tarde de on-
sei onde cada um deles está. Podes escolher uma porta qualquer. tem, 75 litros da gasolina que penetrou nas galerias de águas pluvi-
Feita tua escolha, abrirei uma das portas, entre as que não escolhes- ais da Rua João Boemer, no Pari, Zona Norte. A gasolina se espa-
te, atrás da qual sei que se encontra um dos tigres, para que tu lhou pela galeria devido ao tombamento de um tambor num posto de
mesmo vejas uma das feras. Aí, se quiseres, poderás mudar a tua gasolina desativado."
escolha”. Luís, então, escolhe uma porta e o imperador abre uma das De acordo com a nota, a que conclusão se pode chegar a respeito da
portas não-escolhidas por Luís e lhe mostra um tigre. Luís, após ver quantidade de litros de gasolina vazada do tambor para as galerias
a fera, e aproveitandose do que dissera o imperador, muda sua esco- pluviais?
lha e diz: “Temível imperador, não quero mais a porta que escolhi; a) Corresponde a 75 litros.
quero, entre as duas portas que eu não havia escolhido, aquela que b) É menor do que 75 litros.
não abriste”. A probabilidade de que, agora, nessa nova escolha, Lu- c) É maior do que 75 litros.
ís tenha escolhido a porta que conduz à barra de ouro é igual a: d) É impossível ter qualquer ideia a respeito da quantidade de
a) 1/2. gasolina.
b) 1/3.
c) 2/3. 45) Certo dia, durante o expediente do Tribunal de Contas do Estado de
d) 2/5. Minas Gerais, três funcionários Antero, Boris e Carmo executaram as
tarefas de arquivar um lote de processos, protocolar um lote de do-
40) Num concurso para preencher uma vaga para o cargo de gerente cumentos e prestar atendimento ao público, não necessariamente
administrativo da empresa M, exatamente quatro candidatos obtive- nesta ordem. Considere que:
ram a nota máxima. São eles, André, Bruno, Célio e Diogo. Para de- - cada um deles executou somente uma das tarefas mencionadas;
cidir qual deles ocuparia a vaga, os quatro foram submetidos a uma - todos os processos do lote, todos os documentos do lote e todas as
bateria de testes e a algumas entrevistas. Ao término dessa etapa, pessoas atendidas eram procedentes de apenas uma das cidades:
cada candidato fez as seguintes declarações: Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia, não respectivamente;
André declarou: Se Diogo não foi selecionado, então Bruno foi - Antero arquivou os processos;
selecionado. - os documentos protocolados eram procedentes de Belo Horizonte;
Bruno declarou: André foi selecionado ou eu não fui selecionado. - a tarefa executada por Carmo era procedente de Uberlândia.
Célio declarou: Se Bruno foi selecionado, então eu não fui sele- Nessas condições, é correto afirmar que:
cionado. a) Carmo protocolou documentos.
Diogo declarou: Se André não foi selecionado, então Célio foi. b) a tarefa executada por Boris era procedente de Belo Horizonte.
c) Boris atendeu às pessoas procedentes de Uberaba.
Admitindo-se que, das quatro afirmações acima, apenas a declara- d) as pessoas atendidas por Antero não eram procedentes de Uberaba.
ção de Diogo seja falsa, é correto concluir que o candidato selecio-
nado para preencher a vaga de gerente administrativo foi: 46) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não existiria. Lenin
a) Célio existiu. Logo,
b) André a) Lenin e Rasputin não existiram.
c) Bruno b) Lenin não existiu.
d) Diogo c) Rasputin existiu.
d) Rasputin não existiu.
41) Os 61 aprovados em um concurso, cujas notas foram todas distintas, 47) Assinale a alternativa correspondente ao número de cinco dígitos no
foram distribuídos em duas turmas, de acordo com a nota obtida no qual o quinto dígito é a metade do quarto e um quarto do terceiro dígito.
concurso: os 31 primeiros foram colocados na turma A e os 30 se- O terceiro dígito é a metade do primeiro e o dobro do quarto. O segun-
guintes na turma B. As médias das duas turmas no concurso foram do dígito é três vezes o quarto e tem cinco unidades a mais que o quin-
calculadas. Depois, no entanto, decidiu-se passar o último colocado to.
da turma A para a turma B. Com isso: a) 17942
a) A média da turma A melhorou, mas a da B piorou. b) 25742
b) A média da turma A piorou, mas a da B melhorou. c) 65384
c) As médias de ambas as turmas melhoraram. d) 86421
d) As médias de ambas as turmas pioraram.
48) De quantos modos é possível formar um subconjunto, com exatamente
42) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, 3 elementos, do conjunto {1 ,2,3,4,5,6} no qual NÃO haja elementos
independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um e- consecutivos?
xemplo de tautologia é: a) 4
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo b) 6

Lógica 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) 8 Esquema:
d) 18 Percurso Percurso
AB BC
49) Se todos os jaguadartes são momorrengos e todos os momorrengos
são cronópios então pode-se concluir que:
a) É possível existir um jaguadarte que não seja momorrengo.
b) É possível existir um momorrengo que não seja jaguadarte. 4 . 5 = 20
c) Todos os momorrengos são jaguadartes.
d) É possível existir um jaguadarte que não seja cronópio. Quantos números de três algarismos podemos escrever com os alga-
rismos ímpares?
50) Em uma urna temos 3 bolas azuis, cada uma com 5 cm³ de volume, 3
cubos pretos, cada um com 2 cm³ de volume e 1 cubo azul de 3 cm³ de Solução:
volume. Retirando-se quatro objetos da urna, sem reposição, necessa- Os números devem ser formados com os algarismos: 1, 3, 5, 7, 9. Exis-
riamente um deles: tem 5 possibilidades para a escolha do algarismo das centenas, 5 possibili-
a) terá volume menor do que 3 cm³. dades para o das dezenas e 5 para o das unidades.
b) terá volume maior do que 3 cm³.
c) será uma bola. Assim, temos, para a escolha do número, 5 . 5 . 5 = 125.
d) será azul. algarismos algarismos algarismos
da centena da dezena da unidade
01. B 11. C 21. A 31. B 41. C
02. B 12. A 22. B 32. C 42. A
03. C 13. C 23. D 33. A 43. D 5 . 5 . 5 = 125
04. A 14. B 24. C 34. C 44. C
05. D 15. D 25. D 35. A 45. B Quantas placas poderão ser confeccionadas se forem utilizados três le-
06. C 16. D 26. D 36. D 46. C tras e três algarismos para a identificação de um veículo? (Considerar 26
07. C 17. B 27. A 37. D 47. D letras, supondo que não há nenhuma restrição.)
08. A 18. B 28. A 38. D 48. A
09. C 19. C 29. B 39. C 49. A Solução:
10. D 20. C 30. A 40. D 50. D Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilidades para cada posi-
ção a ser preenchida por letras. Por outro lado, como dispomos de dez
algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10 possibilidades para cada
posição a ser preenchida por algarismos. Portanto, pelo PFC o número total
ANÁLISE COMBINATÓRIA de placas é dado por:
Princípio fundamental da contagem (PFC)
Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras diferentes e um
segundo evento, de k maneiras diferentes, então, para ocorrerem os dois
sucessivamente, existem m . k maneiras diferentes.

Aplicações
Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos modos distintos
ela pode se vestir?
Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com os al-
Solução: garismos 1, 2, 3 e 4?
A escolha de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras diferentes e a de
uma saia, de 3 maneiras diferentes. Solução:
Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo e, para
Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a escolha da blusa e cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que não é permitida
saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema; a repetição. Assim, o número total de possibilidades é: 4 . 3 =12

Blusa saia Esquema:

4 . 3 = 12 modos diferentes

Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e 5 caminhos ligando os


pontos B e C. Para ir de A a C, passando pelo ponto B, qual o número de
trajetos diferentes que podem ser realizados?

Solução:
Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de A a B e
depois outro, de B a C.

Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar com os al-


Como para cada percurso escolhido de A a B temos ainda 5 possibili- garismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?
dades para ir de B a C, o número de trajetos pedido é dado por: 4 . 5 = 20.
Solução:

Lógica 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Existem 9 possibilidades para o primeiro algarismo, apenas 8 para o Fórmula:
segundo e apenas 7 para o terceiro. Assim, o número total de possibilida-
des é: 9 . 8 . 7 = 504 A n ,p = n . (n -1) . (n –2) . . . (n – (p – 1)),
p  n e p, n IN
Esquema:

Aplicações
1) Calcular:
a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4
Quantos são os números de 3 algarismos distintos? Solução:
a) A7,1 = 7 c) A7,3 = 7 . 6 . 5 = 210
Solução: b) A7,2 = 7 . 6 = 42 d) A7,4 = 7 . 6 . 5 . 4 = 840
Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 possibilida-
des para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não pode ser igual a Resolver a equação Ax,3 = 3 . Ax,2.
zero. Para o segundo algarismo, temos também 9 possibilidades, pois um
deles foi usado anteriormente. Solução:
x . ( x - 1) . ( x – 2 ) = 3 . x . ( x - 1) 
Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, pois dois de-  x ( x – 1) (x –2) - 3x ( x – 1) =0
les já foram usados. O numero total de possibilidades é: 9 . 9 . 8 = 648
 x( x – 1)[ x – 2 – 3 ] = 0
Esquema:
x = 0 (não convém)
ou
x = 1 ( não convém)
ou
x = 5 (convém)
S = 5
Quantos números entre 2000 e 5000 podemos formar com os
algarismos pares, sem os repetir?
Quantos números de 3 algarismos distintos podemos escrever com os
Solução: algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?
Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como os
números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o primeiro Solução:
algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas possibilidades Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o principio fundamental
para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três para o terceiro e duas da contagem. Utilizando-se a fórmula, o número de arranjos simples é:
paia o quarto. A9, 3 =9 . 8 . 7 = 504 números

O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48 Observação: Podemos resolver os problemas sobre arranjos simples
usando apenas o principio fundamental da contagem.
Esquema:

FATORIAL
Definição:
Chama-se fatorial de um número natural n, n  2, ao produto de todos
os números naturais de 1 até n. Assim :
n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n  2 (lê-se: n fatorial)
1! = 1
0! = 1
ARRANJOS SIMPLES
Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial:
Introdução:
n!
Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 algarismos distin- AN,P  , pn e  p,n  lN
tos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números são :  n  p !
12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43

Aplicações
Observe que os números em questão diferem ou pela ordem dentro do
Calcular:
agrupamento (12  21) ou pelos elementos componentes (13  24).
Cada número se comporta como uma sequência, isto é : 8! n!
a) 5! c) e)
(1,2)  (2,1) e (1,3)  (3,4) 6! (n - 2)!
5! 11!  10 !
A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo simples. b) d)
4! 10 !
Definição:
Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se arranjo simples dos n Solução:
elementos de /, tomados p a p, a toda sequência de p elementos distintos, 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120
escolhidos entre os elementos de l ( P  n). 5! 5  4!
 5
4! 4!
O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a p, é
indicado por An,p

Lógica 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8! 8 7  6! Considere a palavra ATREVIDO.
  56  quantos anagramas (permutações simples) podemos formar?
6! 6!
 quantos anagramas começam por A?
11!  10 ! 11 10 !  10 ! 10 ! 11 1  quantos anagramas começam pela sílaba TRE?
   12
10 ! 10! 10 !  quantos anagramas possuem a sílaba TRE?
n! n   n - 1 n - 2!  quantos anagramas possuem as letras T, R e E juntas?
  n2  n  quantos anagramas começam por vogal e terminam em
(n - 2)!  n - 2! consoante?

Obter n, de modo que An,2 = 30.


Solução:
Solução: a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições disponíveis.
Utilizando a fórmula, vem : Assim:
n! n ( n - 1) ( n - 2) !
 30   30 
(n - 2)! (n - 2)!
n=6
n2 – n – 30 = 0 ou
n = –5 ( não convém) Ou então, P8 = 8 ! = 40.320 anagramas

Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3.


Solução: b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; assim, devemos
distribuir as 7 letras restantes em 7 posições, Então:
4   n - 1 ! n! 4   n - 3 ! n!
 3   3 
 n - 4 !  n - 3 !  n - 4 !  n - 1 !
4   n - 3  n - 4 ! n  n - 1 !
 3
 n - 4 !  n - 1 !
 4n  12  3n n  12
c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas pela sílaba TRE, de-
( n  2 ) ! - ( n  1) ! vemos distribuir as 5 letras restantes em 5 posições. Então:
Obter n, tal que : 4
n!

Solução:
( n  2 ) ( n 1 )  n !- ( n  1 )  n !
 4
n!
d) considerando a sílaba TRE como um único elemento, devemos
n ! ( n  1 )  n  2 - 1 permutar entre si 6 elementos,
 4
n!
n + 1 = 2  n =1
 (n + 1 )2 = 4
n + 1 = –2  n = –3(não convém)

PERMUTAÇÕES SIMPLES e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo considerado as letras


T, R, E como um único elemento:
Introdução:
Consideremos os números de três algarismos distintos formados com
os algarismos 1, 2 e 3. Esses números são :
123 132 213 231 312 321

A quantidade desses números é dada por A3,3= 6.

Esses números diferem entre si somente pela posição de seus elemen- Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi especificada
tos. Cada número é chamado de permutação simples, obtida com os alga- a ordem:
rismos 1, 2 e 3.

Definição:
Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação simples
dos n elementos de l a toda a sequência dos n elementos.

O número de permutações simples de n elementos é indicado por Pn. Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser dispostas
de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos
OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n . P6 . P3 anagramas. Então:
P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas
Fórmula:
Aplicações
Lógica 54 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes. Assim: 5  4  3  2!
p52,1,1   60 anagramas
2!

COMBINAÇÕES SIMPLES

Introdução:
Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos, conforme a
figura.
PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS REPETIDOS

Dados n elementos, dos quais :


1 são iguais a a1  a
1,
a1,
...
,a1

1

 2 são iguais a a
2a
,a
2 ,...
2 ,a2 Só temos 6 retas distintas ( AB, BC, CD, AC, BD e AD) por-

2 que AB e BA, . . . , CD e DC representam retas coincidentes.
. . . . . . . . . . . . . . . . .
r
a a
,
ra,
r...
,ar Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem subconjuntos do
 r são iguais a  conjunto formado por A, B, C e D.
r

sendo ainda que: 1  2  . . .  r = n, e indicando-se por Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se combinação sim-
ples dos n elementos de /, tomados p a p, a qualquer subconjunto
pn (1, 2, . . . r ) o número das permutações simples dos n elemen- de p elementos do conjunto l.
tos, tem-se que:

Aplicações Diferem entre si apenas pelos elementos componentes, e são


Obter a quantidade de números de 4 algarismos formados pelos alga- chamados combinações simples dos 4 elementos tomados 2 a 2.
rismos 2 e 3 de maneira que cada um apareça duas vezes na formação do
número. O número de combinações simples dos n elementos tomados p a p é
n
Solução: indicado por Cn,p ou   .
2233 2323 2332 p
os números são 
3322 3232 3223 OBSERVAÇÃO: Cn,p . p! = An,p.

A quantidade desses números pode ser obtida por: Fórmula:


4! 4  3  2!
P42,2    6 números n!
2! 2! 2!  2  1 C n ,p  , pn e { p, n }  lN
p! ( n - p )!
Quantos anagramas podemos formar com as letras da palavra
AMADA?
Solução: Aplicações
Temos: calcular:
A
,A
,AMD a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4
Assim: 11
3 Solução:
5! 5  4  3! 7! 7  6!
p53,1,1    20 anagramas C7,1 =
1! 6 !

6!
7
3 ! 1! 1! 3!
7! 7  6  5!
Quantos anagramas da palavra GARRAFA começam pela sílaba RA?
C7,2 =   21
2! 5! 2  1  5 !
Solução: 7! 7  6  5  4!
Usando R e A nas duas primeiras posições, restam 5 letras para serem
C7,3 =   35
3! 4 ! 3  2  1  4 !
permutadas, sendo que:
7! 7  6  5  4!
C7,4=   35
GA
,ARF 4! 3! 4!  3  2  1
{
{{

Assim,1
temos: 2 11
Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um conjunto de 5
elementos?
5! 5  4  3!
C5,3    10 subconjuntos
n! 3! 2! 3!  2  1
pn (1,  2, . . . r ) 
1 !  ! . . . r !
Cn,3 4
obter n, tal que 
Cn,2 3

Lógica 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Solução:
n!
3! ( n - 3 )! 4 n! 2! ( n - 2 )! 4
     b) C10,3 – C6,3 – C4,3 = 96 triângulos onde
n! 3 3!( n - 3 ) n! 3 C6,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados
2! ( n - 2 )! em uma das retas, pois pontos colineares não determinam triângulo.
2  ( n - 2 ) ( n - 3 )! 4
  n - 2  4 C4,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados
3  2  ( n - 3 )! 3 da outra reta.

n=6 convém

Obter n, tal que Cn,2 = 28.


Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. De quantos modos é
possível tirar 7 bolas das quais pelo menos 4 sejam pretas?
Solução:
n! n ( n -1) ( n - 2 ) ! Solução:
 28   56  As retiradas podem ser efetuadas da seguinte forma:
2 ! ( n - 2 )! (n  2) ! 4 pretas e 3 brancas  C6,4 . C10,3 = 1 800 ou
5 pretas e 2 brancas  C6,5 . C10,2 = 270 ou
n=8
6 pretas e1 branca  C6,6 . C10,1 = 10
n2 – n – 56 = 0
Logo. 1 800 + 270 + 10 = 2 080 modos
n = -7 (não convém)
Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 distintos. Obter o nú-
mero de triângulos que podemos formar com vértice nos pontos indicados: PROBABILIDADE

ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO


Suponha que em uma urna existam cinco bolas vermelhas e uma bola
branca. Extraindo-se, ao acaso, uma das bolas, é mais provável que esta seja
vermelha. Isto irão significa que não saia a bola branca, mas que é mais fácil
a extração de uma vermelha. Os casos possíveis seu seis:

Cinco são favoráveis á extração da bola vermelha. Dizemos que a proba-


Solução: 5 1
Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3 desses pontos, não bilidade da extração de uma bola vermelha é e a da bola branca, .
importando a ordem. Assim, o número de triângulos é dado por: 6 6
8! 8  7  6 . 5!
C 8,3    56 Se as bolas da urna fossem todas vermelhas, a extração de uma verme-
3!5 ! 3  2 . 5! lha seria certa e de probabilidade igual a 1. Consequentemente, a extração de
uma bola branca seria impossível e de probabilidade igual a zero.
Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5 moças. Quantas co-
missões de 5 pessoas, 3 rapazes e 2 moças, podem ser formadas? Espaço amostral:
Dado um fenômeno aleatório, isto é, sujeito ás leis do acaso, chamamos
Solução: espaço amostral ao conjunto de todos os resultados possíveis de ocorrerem.
Na escolha de elementos para formar uma comissão, não importa a Vamos indica-lo pela letra E.
ordem. Sendo assim :
6! EXEMPLOS:
escolher 3 rapazes: C6,3 = = 20 modos Lançamento de um dado e observação da face voltada para cima:
3!3! E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
5!
escolher 2 moças: C5,2= = 10 modos Lançamento de uma moeda e observação da face voltada para cima :
2! 3!
E = {C, R}, onde C indica cara e R coroa.
Como para cada uma das 20 triplas de rapazes temos 10 pares de mo-
Lançamento de duas moedas diferentes e observação das faces voltadas
ças para compor cada comissão, então, o total de comissoes é C6,3 . C5,2 =
para cima:
200.
E = { (C, C), (C, R), (R, C), (R, R) }
Evento:
Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre uma outra reta,
Chama-se evento a qualquer subconjunto do espaço amostral. Tome-
paralela á primeira, 4 pontos.
mos, por exemplo, o lançamento de um dado :
Quantas retas esses pontos determinam?
ocorrência do resultado 3: {3}
Quantos triângulos existem com vértices em três desses pontos?
ocorrência do resultado par: {2, 4, 6}
ocorrência de resultado 1 até 6: E (evento certo)
Solução:
a) C10,2 – C6,2 – C4,2 + 2 = 26 retas onde ocorrência de resultado maior que 6:  (evento impossível)

C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por Como evento é um conjunto, podemos aplicar-lhe as operações entre
seis pontos C4,2 é o maior número de retas possíveis de serem conjuntos apresentadas a seguir.
determinadas por quatro pontos . União de dois eventos - Dados os eventos A e B, chama-se união de A e
B ao evento formado pelos resultados de A ou de B, indica-se por A  B.

Lógica 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PROBABILIDADE
Sendo n(A) o número de elementos do evento A, e n(E) o número de e-
lementos do espaço amostral E (A  E), a probabilidade de ocorrência do
evento A, que se indica por P(A), é o número real:

Intersecção de dois eventos - Dados os eventos A e B, chama-se inter- n( A )


P( A )
secção de A e B ao evento formado pelos resultados de A e de B. Indica-se n(E )
por A  B.

OBSERVAÇÕES:
Dizemos que n(A) é o número de casos favoráveis ao evento A e n(E) o
número de casos possíveis.
Esta definição só vale se todos os elementos do espaço amostral tiverem
a mesma probabilidade.
A é o complementar do evento A.
Se A  B =  , dizemos que os eventos A e B são mutuamente exclusivos,
isto é, a ocorrência de um deles elimina a possibilidade de ocorrência do outro. Propriedades:

Aplicações
No lançamento de duas moedas, qual a probabilidade de obtermos cara
em ambas?
Evento complementar – Chama-se evento complementar do evento A
Solução:
àquele formado pelos resultados que não são de A. indica-se por A . Espaço amostral:
E = {(C, C), (C, R), (R, C), (R,R)}  n(E).= 4
Evento A : A = {(C, C)}  n(A) =1
n( A ) 1
Assim: P ( A )  
n(E ) 4

Jogando-se uma moeda três vezes, qual a probabilidade de se obter cara


pelo menos uma vez?
Aplicações
Considerar o experimento "registrar as faces voltadas para cima", em três Solução:
lançamentos de uma moeda. E = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R, C), (R, C, R), (C, R,
Quantos elementos tem o espaço amostral? R), (R. R, R)}  n(E)= 8
Escreva o espaço amostral.
A = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R, C), (R, C, R), (C, R,
Solução: R)  n(A) = 7
a) o espaço amostral tem 8 elementos, pois para cada lançamento
temos duas possibilidades e, assim: 2 . 2 . 2 = 8. n( A ) 7
P( A )  P(A) 
b) E = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R,C), (R, C, R), (C, n(E ) 8
R, R), (R, R, R) }
(Cesgranrio) Um prédio de três andares, com dois apartamentos por an-
Descrever o evento "obter pelo menos uma cara no lançamento de duas dar, tem apenas três apartamentos ocupados. A probabilidade de que cada
moedas". um dos três andares tenha exatamente um apartamento ocupado é :
2/5 c) 1/2 e) 2/3
Solução: 3/5 d) 1/3
Cada elemento do evento será representado por um par ordenado.
Indicando o evento pela letra A, temos: A = {(C,R), (R,C), (C,C)} Solução:
O número de elementos do espaço amostral é dado por : n(E) = C6,3 =
Obter o número de elementos do evento "soma de pontos maior que 9 no
6!
lançamento de dois dados". = 20
3!3!
Solução:
O evento pode ser tomado por pares ordenados com soma 10, soma 11 O número de casos favoráveis é dado por n (A) = 2 . 2 . 2 = 8, pois em
ou soma 12. Indicando o evento pela letra S, temos: cada andar temos duas possibilidades para ocupa-lo. Portanto, a probabilida-
S = { (4,6), (5, 5), (6, 4), (5, 6), (6, 5), (6, 6)}  de pedida é:
 n(S) = 6 elementos n( A ) 8 2
P( A )   (alternativa a)
n ( E ) 20 5
Lançando-se um dado duas vezes, obter o número de elementos do e-
vento "número par no primeiro lançamento e soma dos pontos igual a 7".
Numa experiência, existem somente duas possibilidades para o
Solução: 1
resultado. Se a probabilidade de um resultado é , calcular a probabilidade
Indicando o evento pela letra B, temos: 3
B = { (2, 5), (4, 3), (6, 1)}  n(B) = 3 elementos do outro, sabendo que eles são complementares.

Lógica 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 P(A  B) = P(A) + P(B) – P(A  B)
Solução:
1 OBSERVA ÇÃO:
Indicando por A o evento que tem probabilidade
3
, vamos indicar por
Se A e B são eventos mutuamente exclusivos, isto é: A  B = ,
A o outro evento. Se eles são complementares, devemos ter: então, P(A  B) = P(A) + P(B).
1
P(A) + P( A ) = 1  + P( A ) = 1  Aplicações
3 Uma urna contém 2 bolas brancas, 3 verdes e 4 azuis. Retirando-se uma
bola da urna, qual a probabilidade de que ela seja branca ou verde?
2
P( A ) 
3 Solução:
Número de bolas brancas : n(B) = 2
8) No lançamento de um dado, qual a probabilidade de obtermos na Número de bolas verdes: n(V) = 3
face voltada para cima um número primo? Número de bolas azuis: n(A) = 4
Solução: A probabilidade de obtermos uma bola branca ou uma bola verde é dada
Espaço amostral : E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}  n(E) = 6 por:
Evento A : A = {2, 3, 5}  n(A) = 3 P( B  V) = P(B) + P(V) - P(B  V)
n( A ) 3 1
Assim: P ( A )    P( A )  Porém, P(B  V) = 0, pois o evento bola branca e o evento bola verde
n(E ) 6 2
são mutuamente exclusivos.
No lançamento de dois dados, qual a probabilidade de se obter soma dos Logo: P(B  V) = P(B) + P(V), ou seja:
pontos igual a 10?
2 3 5
P(B  V) =   P(B  V ) 
Solução: 9 9 9
Considere a tabela, a seguir, indicando a soma dos pontos:
A Jogando-se um dado, qual a probabilidade de se obter o número 4 ou um
B número par?
1 2 3 4 5 6
1 Solução:
2 3 4 5 6 7 O número de elementos do evento número 4 é n(A) = 1.
2
3 4 5 6 7 8 O número de elementos do evento número par é n(B) = 3.
3
4 5 6 7 8 9 Observando que n(A  B) = 1, temos:
4 P(A  B) = P(A) + P(B) – P(A  B) 
5 6 7 8 9 10 1 3 1 3 1
5  P(A  B) =     P( A  B) 
6 7 8 9 10 11
6 6 6 6 2
6
7 8 9 10 11 12 A probabilidade de que a população atual de um pais seja de 110 milhões
ou mais é de 95%. A probabilidade de ser 110 milhões ou menos é 8%.
Da tabela: n(E) = 36 e n(A) = 3 Calcular a probabilidade de ser 110 milhões.
n( A ) 3 1 Solução:
Assim: P ( A )   
n ( E ) 36 12 Temos P(A) = 95% e P(B) = 8%.
A probabilidade de ser 110 milhões é P(A  B). Observando que P(A
ADIÇÃO DE PROBABILIDADES  B) = 100%, temos:
Sendo A e B eventos do mesmo espaço amostral E, tem-se que: P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A  B) 
 100% = 95% + 8% - P(A  B) 
(A  B) = 3%
P(A  B) = P (A) + P(B) – P(A  B)
PROBABILIDADE CONDICIONAL
"A probabilidade da união de dois eventos A e B é igual á soma das pro- Muitas vezes, o fato de sabermos que certo evento ocorreu modifica a
babilidades de A e B, menos a probabilidade da intersecção de A com B." probabilidade que atribuímos a outro evento. Indicaremos por P(B/A) a proba-
bilidade do evento B, tendo ocorrido o evento A (probabilidade condicional de
B em relação a A). Podemos escrever:

n ( A  B)
P(B / A ) 
n (A)

Multiplicação de probabilidades:
Justificativa: A probabilidade da intersecção de dois eventos A e B é igual ao produto
Sendo n (A  B) e n (A  B) o número de elementos dos eventos A da probabilidade de um deles pela probabilidade do outro em relação ao
 B e A  B, temos que: primeiro.
n( A  B) = n(A) +n(B) – n(A  B) 

n( A  B) n( A ) n(B) n( A  B) Em símbolos:
    
n(E) n(E) n(E) n(E)

Lógica 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Justificativa: mostra a um jogador. A probabilidade de a face que o juiz vê ser vermelha e
n ( A  B) de a outra face, mostrada ao jogador, ser amarela é:
n ( A  B) n(E) 1 2 1 2 1
P(B / A )   P(B / A )   a) b) c) d) e)
n (A) n (A) 2 5 5 3 6
n(E) Solução:
P ( A  B) Evento A : cartão com as duas cores
 P(B / A )  Evento B: face para o juiz vermelha e face para o jogador amarela, tendo
P (A)
saído o cartão de duas cores
P(A  B) = P(A) . P(B/A)
Temos:
Analogamente:
P(A  B) = P(B) . P(A/B) 1 1
P(A  B) = P(A) . P(B/A), isto é, P(A  B) = 
3 2
Eventos independentes: 1
Dois eventos A e B são independentes se, e somente se: P(A/B) = P(A) P(A  B) = (alternativa e)
ou P(B/A) = P(B) 6

Da relação P(A  B) = P(A) . P(B/A), e se A e B forem independentes,


temos: BIBLIOGRAFIA

P(A  B) = P(A) . P(B) ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.


INICIAÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA
Edgard de Alencar Filho
Aplicações: Livraria Nobrel S/A
Escolhida uma carta de baralho de 52 cartas e sabendo-se que esta carta São Paulo, SP
é de ouros, qual a probabilidade de ser dama?
___________________________________
Solução:
Um baralho com 52 cartas tem 13 cartas de ouro, 13 de copas, 13 de ___________________________________
paus e 13 de espadas, tendo uma dama de cada naipe.
___________________________________
Observe que queremos a probabilidade de a carta ser uma dama de ou- ___________________________________
ros num novo espaço amostral modificado, que é o das cartas de ouros.
Chamando de: ___________________________________
evento A: cartas de ouros _______________________________________________________
evento B: dama
evento A  B : dama de ouros _______________________________________________________
_______________________________________________________
Temos:
n ( A  B) 1 _______________________________________________________
P(B / A )  
n (A) 13 _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Jogam-se um dado e uma moeda. Dê a probabilidade de obtermos cara _______________________________________________________


na moeda e o número 5 no dado. _______________________________________________________
Solução: _______________________________________________________
Evento A : A = {C}  n(A) = 1 _______________________________________________________
Evento B : B = { 5 }  n ( B ) = 1
_______________________________________________________
Sendo A e B eventos independentes, temos: _______________________________________________________
1 1
P(A  B) = P(A) . P(B)  P(A  B) =   _______________________________________________________
2 6
1 _______________________________________________________
P(A  B) =
12 _______________________________________________________
_______________________________________________________
(Cesgranrio) Um juiz de futebol possui três cartões no bolso. Um é todo
amarelo, outro é todo vermelho, e o terceiro é vermelho de um lado e amarelo _______________________________________________________
do outro. Num determinado lance, o juiz retira, ao acaso, um cartão do bolso e
_______________________________________________________

Lógica 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Lógica 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como padrão, na instalação do Windows, será colocado na área de
trabalho apenas o ícone Lixeira, porém, você poderá inserir quantos ícones
desejar.
BARRA DE TAREFAS
É uma área de suma importância para a utilização do Windows 7, pois
no botão Iniciar ficam os principais comandos e recursos do Windows.
5.1. - MS-WINDOWS 7: INSTALAÇÃO E CONFIGURAÇÃO, A Barra de tarefas tem ainda a importante função de avisar quais são
os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a des-
CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E A- crição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ativo(s) no momento, mesmo que
TALHOS, ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE TRANSFE- algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo
RÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com rapidez e
DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO facilidade.
COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS. Podemos alternar entre as janelas abertas com a sequência de teclas
ALT+TAB (FLIP) permitindo escolher qual janela, ou programa deseja
manipular, ALT+ESC que alterna entre as janelas abertas sequencialmente
INTRODUÇÃO AO MICROSOFT WINDOWS 7 e Tecla Windows (WINKEY) + TAB (FLIP 3D) abre o Windows Aero
(FLIP3D).
Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Win- A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização
dows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva, tornando a rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio. Outros ícones na
experiência individual um verdadeiro prazer. Esse sentido se traduz na área de notificação podem ser exibidos temporariamente, mostrando o
facilidade de localizar seus aplicativos e arquivos. Hoje encontramos ícones status das atividades em andamento. Por exemplo, o ícone da impressora é
tridimensionais, agrupamento de aplicativos na barra de tarefas, design exibido quando um arquivo é enviado para a impressora e desaparece
moderno e visualizações dinâmicas que permitem localizar de forma fácil, quando a impressão termina. Você também verá um lembrete na área de
rápida e atraente os programas ou documentos abertos. notificação quando novas atualizações do Windows estiverem disponíveis
para download no site da Microsoft.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo
sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do Windows 7, O Windows 7 mantém a barra de tarefas organizada consolidando os
muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável. botões quando há muitos acumulados. Por exemplo, os botões que repre-
sentam arquivos de um mesmo programa são agrupados automaticamente
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos
em um único botão. Clicar no botão permite que você selecione um deter-
que constroem a interface são os mesmos.
minado arquivo do programa.
VERSÕES DO WINDOWS 7
Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas
Foram desenvolvidas muitas versões do Windows 7 para que atendam ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de tarefas.
às diversas características de plataformas computacionais e necessidades
BOTÃO INICIAR
tecnológicas diferentes e existentes no mercado (residencial e corporativo).
Está no mesmo local do menu Iniciar, encontrado na Barra de tarefas,
Windows 7 Starter: Projetado especificamente para ajudar mais as o qual, quando clicado, apresenta a listagem de comandos existentes.
pessoas em mercados de tecnologia em desenvolvimento a aprender
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá a-
habilidades valiosas com computador e a atingir novas oportunidades. Ideal
cesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que, por
para netbooks.
sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar
Windows 7 Home Premium: É ideal para residências com necessi- mostra um menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu
dades básicas de computação como e-mail, navegação na Internet e com- Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais
partilhamento/visualização de fotos, músicas e vídeos. disponíveis em um menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre
Windows 7 Professional: É a edição para aqueles que preferem tra- um item com uma seta, será exibido outro menu.
balhar tanto no ambiente doméstico quanto no ambiente de trabalho. Com O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que esti-
todos os recursos do Windows Home Premium, ele ainda permite trabalhar ver instalado no computador, ou fazer alterações nas configurações do
com funcionalidades como Modo Windows XP para executar aplicativos computador, localizar um arquivo, abrir um documento. É apresentado em
mais antigos que se executam normalmente no Windows XP e possui duas colunas. A coluna da esquerda apresenta atalhos para os progra-
backup automático para os seus dados. mas instalados e para os programas abertos recentemente. Na coluna
Windows 7 Ultimate: É a escolha certa para quem quer ter tudo. Al- da direita o menu personalizado apresentam atalhos para as principais
terne facilmente entre os mundos de produtividade e experimente a edição pastas do usuário como Documentos, Imagens, Músicas e Jogos. A
mais completa do Windows 7. Além das funcionalidades do Windows Home sequência de teclas para ativar o Botão Iniciar é CTRL+ESC ou a Tecla do
Premium e do Windows Professional, o Ultimate tem os recursos de eco- Windows (WINKEY).
nomia de energia, segurança como BitLocker e BitLocker To Go, recursos As opções existentes no botão Iniciar estão dispostas no lado esquer-
de mobilidade como Direct Access que funciona integrado a uma rede com do do menu e no direito. À esquerda você encontra os aplicativos ou recur-
Windows Server 2008 R2. sos colocados na sua máquina.
Algumas opções que poderão estar no botão Iniciar:
ÁREA DE TRABALHO Todos os Programas: Exibe uma lista completa com todos os pro-
A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que gramas do Windows 7 e aplicativos instalados em seu computador.
ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows 7 é a Lupa: A Lupa amplia partes diferentes da tela. Esse recurso é útil pa-
interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do ra a exibição de partes difíceis de ver.
plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de trabalho Windows Fax e Scan: Permite que se receba ou emita fax, além de
suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudan- escanear um documento.
ças significativas.
Visualizador XPS: Visualizador dos arquivos criados em formato XPS
LIXEIRA (XML Paper Specification).
A Área de trabalho do Windows 7 é bem colorida e possui apenas um Calculadora: Aplicativo calculadora que auxilia na criação de contas
ícone: o da Lixeira. simples.
Na Lixeira ficam armazenados os arquivos que são apagados pelo u- Paint: Aplicativo para edição de imagens, além de permitir criá-las.
suário, ou intencionalmente ou acidentalmente. Mas eles podem ser recu-
Conexão de Área de Trabalho Remota: Aplicativo que possibilita a
perados, por isso ela possui a ilustração do símbolo da reciclagem.
conexão com outros computadores remotamente, desde que se obedeçam
às permissões.

Noções de Informática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Notas Autoadesivas: São lembretes que ficam pendurados na Área Windows Live Messenger
de trabalho do Windows. Internet Explorer
Conectar a um Projetor: Aplicativo que permite a conexão facilitada Adobe PhotoShop CS3
a um projetor para exibição da tela em ambientes apropriados, tais como
CorelDRAW X3
auditórios, salas de reunião, salas de treinamento etc.
Autodesk AutoCAD 2010
Ponto de Partida: Central de tarefas em que são oferecidos recursos
que facilitam o uso do Windows, tais como Backup de arquivos, personali- Cada ícone contém o nome, do programa ou pasta, correspondente.
zar o Windows, conexão à internet, entre outros. Este nome pode ser modificado conforme a necessidade.
Windows Live Messenger: Aplicativo que permite a conversa com TRABALHANDO COM JANELAS
outras pessoas em tempo real, no modo texto. Mesmo que o conteúdo de cada janela seja diferente, todas as janelas
DESLIGANDO SEU COMPUTADOR têm algumas coisas em comum.
Quando você termina de usar o computador, é importante desligá-lo A maioria das janelas possuem as mesmas partes básicas.
corretamente não apenas para economizar energia, mas também para 3
garantir que os dados sejam salvos e para ajudar a manter seu computador 4
mais seguro. E o melhor de tudo: o computador iniciará rapidamente na
próxima vez que você quiser utilizá-lo. 5
Desligamento: O novo conjunto de comandos permite Desligar o com- 2
putador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, 6
Suspender ou Hibernar. 1
Para desligar o computador, clique no botão Iniciar e, em seguida, cli- 1 - Barra de Título: Está localizada na parte superior de uma janela,
que no botão para ligar/desligar no canto inferior direito do menu Iniciar. sendo colorida em azul, na instalação padrão, Apresenta o nome do pro-
Normalmente, o botão Ligar/desligar tem a seguinte aparência: grama em uso e/ou nome do documento atualmente aberto.
Suspender: Quando você clica neste botão, o computador entra em Permite que o usuário movimente a janela para um outro local da tela,
modo de suspensão. O Windows salva automaticamente seu trabalho, o ou seja, o usuário posiciona o mouse sobre a Barra de Título, pressiona e
monitor é desativado e o ruído da ventoinha do computador para. Geral- segura o botão esquerdo do mouse e arrasta a janela para outra posição,
mente, uma luz na parte externa do gabinete do computador pisca ou fica fazendo com que todo o conteúdo sofra também um deslocamento.
amarela para indicar que o computador está em suspensão. Todo o pro- 2 - Barra de Menus: Ao longo da parte superior de toda as janelas há
cesso leva apenas alguns segundos. uma Barra de Menu que relaciona todos os menus disponíveis. Um menu
Como o Windows salva seu trabalho, não há necessidade de fechar os consiste em uma lista de comandos que executam tarefas.
programas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. Na A maioria dos programas possui um menu Arquivo, um menu Editar e
próxima vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se necessá- um menu Ajuda, além de outros, exclusivos do próprio programa.
rio), a aparência da tela será exatamente igual a quando você desligou o
3 – Botão Minimizar: Permite ocultar a janela, deixando-a visível so-
computador.
mente como um botão na barra de tarefas.
Para acordar o computador, pressione o botão para ligar/desligar no
4 – Botão Maximizar: Ao clicar neste botão, a janela ocupa a tela intei-
gabinete do computador. Como você não tem de esperar o Windows iniciar,
ra do monitor. Com a janela maximizada, este botão se transforme no botão
o computador acorda em segundos e você pode voltar ao trabalho quase
Restaurar Tamanho.
imediatamente.
Botão Restaurar Tamanho: Este botão também está localizado no
PLANO DE FUNDO
meio dos 3 botões, porém só é apresentado se a janela estiver maximizada,
Todos nós temos uma foto preferida, não é mesmo? Qual é a sua? A-
portanto o botão Restaurar se alterna com o botão de Maximizar depen-
quela que está no porta-retratos da sua mesa de trabalho ou de estudos?
dendo de como a respectiva janela esteja apresentada. Pressionar o botão
Com o Windows, você pode exibir suas fotos favoritas como plano de fundo
"Restaurar" faz com que a janela de aplicativo retorne ao seu tamanho
da área de trabalho de seu computador.
anterior.
Além de fotos, o plano de fundo pode ser uma imagem ou um desenho,
5 – Botão Fechar: Como o próprio nome diz, este botão é utilizado pa-
que deixa o ambiente de trabalho do Windows mais bonito cu até mesmo
ra fechar a janela do programa.
personalizado, ou seja, do jeito que você gosta.
6 – Barras de rolagem: Permite rolar o conteúdo da janela para cima,
Quando vai a alguma loja ou escritório, você já deve ter notado que al-
para baixo e para os lados, para ver informações que estão fora de visão no
gum monitor exibe fotos de família ou mesmo belas paisagens, não é
momento.
mesmo?
WINDOWS EXPLORER
Os planos de fundo da área de trabalho do Windows, também são co-
nhecidos como papéis de parede. Hoje em dia existem vários sites especia- No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows
lizados em disponibilizar papéis de parede, com os mais variados temas: Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows e pode
carros, animais, anjos, etc. ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
ÍCONES Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite
ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organizada do disco
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode
(em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mes-
adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns
mo apagá-las.
ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede,
Lixeira e a Pasta do usuário. Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los
entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e também reno-
Os ícones de atalho são identificados pela pequena seta no canto in-
meá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possi-
ferior esquerdo da imagem. Eles permitem que você acesse programas,
bilidade de gerenciar todos os seus dados gravados.
arquivos, pastas, unidades de disco, páginas da web, impressoras e outros
computadores. O Windows 7 é totalmente voltado para tarefas e usuários, portanto o
que você enxerga são os arquivos do usuário que está ligado. Eventual-
Os ícones de atalho oferecem links para os programas ou arquivos que
mente, se efetuar a troca de usuários e abrir o Windows Explorer, ele
eles representam. Você pode adicioná-los e excluí-los sem afetar os pro-
mostrará primeiramente os arquivos desse novo usuário e assim sucessi-
gramas ou arquivos atuais. Para selecionar ícones aleatórios, pressione a
vamente.
tecla CTRL e clique nos ícones desejados.
Os arquivos são muito importantes e, portanto merecem uma atenção
Quando você instala programas em seu computador, alguns deles au-
especial. Não podem estar espalhados pelo computador, precisam ser
tomaticamente criam um ícone de atalho na área de trabalho. Veja a seguir
guardados em locais específicos, chamado pastas.
alguns exemplos de ícones:

Noções de Informática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já Portanto, ao salvar arquivos, dê-lhes nomes pequenos e fáceis de i-
consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos e docu- dentificá-los, relacionados ao assunto do seu conteúdo.
mentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e Outra coisa importante que deve ser lembrada é que dois arquivos do
vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que você organize da mesmo formato não podem ter o mesmo nome no mesmo local, ou seja,
forma como desejar. na mesma pasta. Agora, caso um arquivo seja do formato texto e o outro
O Windows Explorer está dividido em várias partes. A porção da es- formato de desenho, esse problema não ocorre.
querda mostra a sua biblioteca, que pode incluir seus arquivos, suas músi-
O sistema operacional reconhece o formato de um arquivo pela sua ex-
cas, filmes e imagens; há também o ícone Favoritos para visualizar seus
tensão. Como o próprio nome diz, ela é uma extensão do nome do próprio
sites preferidos, a área de trabalho, sua rede doméstica ou de trabalho e o
arquivo. Seria como se fosse o sobrenome, para saber de que família ele
Computador.
pertence (família das imagens, dos textos, das músicas etc).
À direita do Windows Explorer você pode observar os arquivos existen-
tes na pasta explorada. Todo arquivo possui uma extensão (quase sempre formada por três le-
Você pode criar livremente as pastas. O Windows 7 utiliza a Biblioteca tras), e ela vem depois de seu nome. Por padrão, o Windows oculta todas
como padrão para armazenar seus dados. Isso permite maior organização as extensões dos arquivos, mostrando apenas o nome dele, mas é a partir
e facilita a localização. Ainda assim, por exemplo, dentro da pasta Docu- delas que o sistema sabe qual aplicativo deverá abrir o arquivo solicitado.
mentos é possível criar pastas para organizar suas informações. O nome do arquivo é separado de sua extensão por um ponto (.).
A vantagem de poder criar uma pasta é exatamente ter os trabalhos Receita
organizados e divididos por assunto, como se fossem gavetas de um armá- Receita.txt
rio.
Ao abrir o Windows Explorer o novo sistema de BIBLIOTECAS permite Extensão
acesso rápido as principais pastas do usuário. oculta
Veja a seguir uma explicação sobre as partes da janela do Windows Extensão
Explorer. oculta
Botões Minimizar, Maximizar e Fechar: servem, respectivamente, pa-
Observação - Note que a extensão dos arquivos do Bloco de notas é
ra reduzir a janela a um botão na barra de tarefas, para fazer com que a
"txt".
janela ocupe a tela toda e para fechar o programa.
Botões Avançar e Voltar: o botão Voltar serve para que volte à pasta É por esse motivo que podemos dar o mesmo nome a arquivos com
anterior, ou seja, a pasta que você acessou antes da atual. O botão Avan- extensões diferentes na mesma pasta. Pois o sistema percebe que eles
çar passa para a pasta seguinte. não pertencem ao mesmo formato.
Barra de endereço: é o local onde você digita o endereço da pasta ou O tipo de um arquivo pode ter mais de uma extensão. É o caso dos ar-
do arquivo desejado. Enquanto você digita, o botão Ir para é exibido. Ao quivos de imagem. A diferença está na qualidade dos formatos, na quanti-
localizar a pasta ou o arquivo desejado, basta clicar sobre este botão. dade de espaço em disco que o arquivo ocupa e em quais aplicativos ele
Caixa de Pesquisa: utilizando esta caixa, você poderá procurar rapi- pode ser aberto.
damente por qualquer arquivo ou pasta que esteja no computador. Você Além dessas extensões, existe também outro tipo de arquivo que é es-
verá mais detalhes sobre ela no próximo tópico. sencial para o funcionamento de todo o sistema operacional. São os arqui-
Barra de Ferramentas: exibe várias opções, de acordo com os itens vos executáveis.
que são acessados no painel de navegação. Você verá como utilizá-la a
Os arquivos executáveis possuem a extensão EXE. Eles são os arqui-
seguir, ainda neste tópico.
vos principais dos aplicativos no Windows. Todo aplicativo possui um
Painel de navegação: Como o próprio nome diz, através dele você
arquivo com a extensão EXE, que é o responsável pela execução do mes-
navega pela área de trabalho, pelas bibliotecas, pelo disco rígido do compu-
mo (por isso o nome executável).
tador e pela rede, caso o computador esteja conectado a alguma.
No painel de navegação, os itens são divididos em categorias: Favori- Vamos pegar como exemplo a calculadora. Na verdade, a calculadora
tos, Bibliotecas, Computador e Rede. propriamente dita é o arquivo calc.exc, que fica localizado em uma das
Favoritos: Permite que você acesse os itens da Área de trabalho, os pastas internas do Windows.
arquivos que foram baixados da Internet (pasta Downloads) e todos os Portanto, o atalho da calculadora, que fica no grupo Acessórios, do
locais que você acessou recentemente, no seu computador ou na rede. menu Iniciar, direciona diretamente para esse arquivo.
Bibliotecas: Uma biblioteca se parece muito com uma pasta, mas não Sem os atalhos, precisaríamos abrir os aplicativos sempre pelo seu ar-
armazena arquivos. Em vez disso, uma biblioteca aponta para os locais em quivo executável, tornando o trabalho muito complicado, pois cada aplicati-
que seus arquivos estão armazenados e mostra todos como uma só coleção. vo fica instalado em uma pasta diferente no sistema operacional.
Computador: Exibe o disco rígido do computador (Disco Local C:). Se
houver mais de um disco ou se um disco estiver particionado, o Windows
Explorer irá exibi-la com a letra seguinte (Disco Local D:). O item Computa- LIVE ICONS (MODOS DE EXIBIÇÃO)
dor também exibe a unidade de CD ou DVD, caso haja alguma. Os ícones “ao vivo” no Windows 7 são um grande melhoramento em
Rede: Se o seu computador estiver conectado a uma rede, este item relação aos ícones tradicionais. Nas aplicações que tenham esta funciona-
fará parte do painel de navegação e irá exibir todos os computadores que lidade disponível, os Live Icons fornecem-lhe uma pré-visualização em
fazem parte da rede. miniatura do conteúdo de cada arquivo, em vez de uma representação
Painel direito: Exibe todas as opções referentes aos itens que estão genérica da aplicação que está associada ao arquivo. Conseguirá ver pré-
no painel de navegação. visualização dos arquivos - incluindo as primeiras páginas dos seus docu-
ARQUIVOS E PASTAS mentos, as suas fotos e mesmo as capas dos álbuns das músicas que têm
Agora, você aprenderá mais sobre os arquivos e as pastas. Como você gravadas no computador sem ter que abrir qualquer desses arquivos.
já sabe, cada arquivo possui um nome que o identifica, facilitando o traba-
lho do usuário. Painel de Visualização
Cada um também tem seu formato. Por exemplo, existem arquivos do De forma a oferecer-lhe uma maneira ainda mais completa de pré-
Bloco de notas, do Paint, do WordPad e assim por diante. De modo que um visualizar os conteúdos dos documentos sem ter que os abrir, os Explora-
arquivo criado pelo Bloco de notas não pode ser aberto pelo Paint, pois o dores como o Explorador de Documentos, Explorador de Música e o Explo-
formato desse arquivo é texto, e o Painel reconhece arquivos de imagens. rador de Imagens oferecem-lhe um Painel de Visualização opcional.
Podemos identificar o formato de um arquivo observando o seu ícone, Nas aplicações que disponibilizem esta funcionalidade poderá navegar
que é igual ao ícone do aplicativo que o criou. por pré-visualizações legíveis de vários documentos ou antever alguns
Vendo os ícones, você pode ver como é fácil distinguir qual é o forma- segundos do conteúdo de arquivos de mídia. Para isso basta clicar no
to de cada arquivo. Primeiro por causa do seu ícone, e segundo porque botão “Mostrar Painel de Pré-Visualização” que fica na Barra de Ferra-
seus nomes facilitam a identificação. mentas.

Noções de Informática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APLICATIVOS DE WINDOWS 7 MODO DE EXIBIÇÃO CATEGORIA
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferra- O modo de exibição Categoria exibe os ícones do Painel de controle
mentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para de acordo com o tipo de tarefa que o usuário desejar executar.
melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc. Sistema e Segurança: Exibe uma série de recursos para manuten-
Se fôssemos analisar cada acessório que temos, encontraríamos vá- ção e segurança de seu computador, tais como: Central de Ações, Firewall
rias aplicações, mas vamos citar as mais usadas e importantes. do Windows, Sistema, Windows Update, Opções de energia, Backup e
A pasta Acessórios é acessível dando−se um clique no botão Iniciar Restauração etc.
na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no subme- Rede e Internet: Exibe o status e as tarefas de rede, tais como: Cen-
nu, que aparece, escolha Acessórios. tral de Rede e Compartilhamento, Grupos Doméstico e Opções da Internet.
Hardware e Sons: Exibe várias opções para você adicionar novos
BLOCO DE NOTAS
Hardwares e Gerenciar os dispositivos de Áudio e Vídeo em geral.
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de forma-
tação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado normal- Programas: Nesta opção você pode gerenciar todos os programas
mente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua em seu computador, podendo desinstalar e restaurar os programas instala-
máquina. dos.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não Contas de Usuários e Segurança familiar: Permite gerenciar os u-
exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos com exten- suários do computador, determinando se o usuário poderá executar algu-
sões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII mas tarefas ou não.
(somente texto).
Uma conta de usuário é o conjunto de informações que diz ao Win-
dows quais arquivos e pastas o usuário poderá acessar, quais alterações
WORD PAD poderá efetuar no computador e quais são suas preferências pessoais.
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, ta- Cada pessoa acessa sua conta com um nome de usuário e uma senha.
belas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado com o Word.
A extensão padrão gerada pelo Word Pad é a RTF. Lembre-se que por Há três tipos principais de contas:
meio do programa Word Pad podemos salvar um arquivo com a extensão Administrador: Criada quando o Windows é instalado, Ele lhe dá
DOC entre outras. acesso completo ao computador.
Usuário padrão: Permite que você execute tarefas comuns e traba-
PAINT lhe com seus próprios arquivos.
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP.
Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG ou JPEG, Convidado: Destina-se às pessoas que precisam de acesso tempo-
GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras. rário ao computador.

CALCULADORA Controle dos Pais


Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e Ajuda a controla o modo como as crianças usam o computador. Por
estatística. exemplo, você pode definir limites para a quantidade de horas que seus
filhos podem usar o computador, os jogos que podem jogar e os programas
que podem executar.
WINDOWS LIVE MOVIE MAKER
Aparência e Personalização: Nesta opção você pode controlar toda
Editor de vídeos. Permite a criação e edição de vídeos. Permite inserir a aparência de seu computador, o modo como sua tela será exibida. Pode-
narrações, músicas, legendas, etc... Possui vários efeitos de transição para rá alterar o tema, o Plano de fundo da Área de trabalho, ajustar a Reso-
unir cortes ou cenas do vídeo. A extensão padrão gerada pelo Movie Maker lução da tela etc.
é a MSWMM se desejar salvar o projeto ou WMV se desejar salvar o vídeo.
Relógio, Idioma e Região: Nesta opção você poderá alterar a Data e
hora, Fuso horário e muitos outros.
PAINEL DE CONTROLE Facilidade de Acesso: Permite que o Windows sugira configurações,
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrati- poderá Otimizar a exibição visual, Alterar configuração do mouse etc.
vas com finalidades especiais que podem ser usadas para configurar o
Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de controle inclui
MODOS DE EXIBIÇÃO ÍCONES PEQUENOS E ÍCONES GRANDES
itens padrão que podem ser usados para tarefas comuns (por exemplo,
Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos Os modos de exibições Ícones grandes e Ícones pequenos exibem
e os serviços instalados pelo usuário também podem inserir ícones no os ícones do Painel de controle em um modo de exibição que é familiar aos
Painel de controle. usuários de versões anteriores do Windows 7.
Existem três opções de modo de exibição para o Painel de controle: O
modo de exibição Categoria, Ícones grandes e Ícones pequenos. ÍCONES GRANDES

A JANELA NOVIDADES DO WINDOWS 7


Botões Minimizar, Maximizar e Fechar: Servem, respectivamente, Ajustar
para reduzir a janela a um botão barra de tarefas, para fazer com que a
O recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das
janela ocupe a tela toda e para fechar o programa.
janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas pré-definidas e o
Botões Avançar e Voltar: O botão Voltar serve par que volte à cate- sistema a ajustará às grades.
goria anterior, ou seja, a categoria que você acessou antes da atual. O
botão Avançar passa para a categoria seguinte.
Barra de endereço: É o local onde você digita o endereço da catego-
ria ou item desejado. Enquanto você digita, o botão é exibido. Exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero
Caixa de Pesquisa: Através desta caixa, você poderá procurar rapi- Peek permite que o usuário visualize as janelas que ficam ocultadas pela
damente por qualquer item do Painel de Controle. janela principal.

Noções de Informática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A barra de tarefas do Windows 7 conta com uma grande atualização Para compatibilidade com programas corporativos de pequenas e mé-
gráfica. Agora o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, dias empresas, o novo sistema operacional conta com suporte ao modo
apenas passando o mouse sobre o item minimizado. Windows XP, que pode ser baixado no site da Microsoft.

Área de trabalho bagunçada? Muitas janelas abertas? Basta selecionar Livre-se de spywares, malwares, adwares e outras pragas virtuais com
a janela deseja, clicar na barra de títulos e sacudir. Todas as outras janelas o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais simples de
serão minimizadas automaticamente. ser configurado e usado.
Windows Firewall
Esse novo recurso permite a criação de listas de atalhos para acesso Para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Fire-
mais dinâmico aos documentos, sites e programas usados com mais fre- wall do Windows. Agora com configuração de perfis alternáveis, muito útil
quência. Além da atualização automática, é possível fixar os atalhos favori- para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi
tos, para que não sejam trocados. pública ou conexões residências.

do
Notas Autoadesivas
A cada versão do Windows, a Microsoft prepara novas imagens para
As notas autoadesivas servem para colar lembretes na área de traba-
papéis de parede, com o Windows 7 não poderia ser diferente. E ainda há
lho. Podem ser digitadas ou manuscritas, caso o computador possua Tablet
uma novidade, o novo sistema operacional permite a configuração de
ou tela sensível ao toque.
apresentação de slides para planos de fundo, trocando as imagens automa-
ticamente.
Central de Ações
Chega de balões de alerta do Windows atrapalhando os aplicativos. O
A barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora Windows 7 conta com a central de ações, recurso configurável que permite
é interativa. Permite a fixação de ícones em determinado local, a reorgani- a escolha do que pode ou não pode interferir no sistema durante as aplica-
zação de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniatu- ções.
ras na própria barra.

Novo Paint e nova Calculadora


Para facilitar o compartilhamento de arquivos e impressoras na rede O Paint e a Calculadora do Windows 7 foram todos reformulados. No
doméstica, a Microsoft criou o recurso dos grupos domésticos. Uma vez Paint novas paletas de ferramentas, novos pincéis e novas formas pré-
criado o grupo, torna-se muito mais ágil e simples o compartilhamento de definidas e na Calculadora os novos modos de exibição, padrão, científica,
músicas, vídeos, documentos e fotos entre computadores. Permite também programador e estatística.
a proteção por senhas e o controle do conteúdo compartilhado.

Flip 3D
Diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra la- Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcio-
teral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário redimensione, arraste nal também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com realismo para cada
e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas. janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

O gerenciador de jogos do Windows 7 permite a conexão com feeds de Novo menu Iniciar
atualizações e novas aplicações da Microsoft, registra vitórias, derrotas e Comando de voz (inglês)
outras estatísticas. O novo sistema operacional conta ainda com a volta de Leitura nativa de Blu-Ray e HD DVD
três jogos online do Windows XP, Damas, Espadas e Gamão, todos refor- Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows Media Pla-
mulados e redesenhados. yer, integrado ao Windows Explorer
Arquitetura modular, como no Windows Server 2008
O novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows (Paint
de áudio e vídeo, além do suporte a TVs online de várias qualidades, e WordPad, por exemplo), como no Office 2007.
incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas Aceleradores no Internet Explorer 8
bibliotecas locais, o TurboScroll. Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM
UAC personalizável
Além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem tam- Melhor desempenho
bém com o Windows Backup, que permite a restauração de documentos e Gerenciador de Credenciais
arquivos pessoais, não somente os programas e configurações. Boot otimizado e suporte a boot de VHDs (HDs Virtuais)
Instalação do sistema em VHDs
Uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a com-
patibilidade total com a tecnologia do toque na tela, o que inclui o acesso a GADGETS
pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos. Os Gadgets colocam informação e diversão, como notícias, fotos, jo-
gos e as fases da Lua diretamente na sua área de trabalho.
Os usuários do Windows Vista sofriam com a interface pouco intuitiva No Windows Vista, os gadgets foram agrupados na Barra Lateral. O
do assistente para conexão de redes sem fio. No Windows 7 isso acabou, o Windows 7 os liberta na tela, onde é possível movê-los e redimensioná-los
sistema simples permite o acesso e a conexão às redes com poucos cli- como você preferir.
ques. Arraste um gadget para perto da borda da tela – ou outro gadget – e
observe como ele se ajusta direitinho no lugar, para um visual melhor.
Janelas abertas no caminho dos seus gadgets? Use o Peek para que eles
Para quem não gosta de teclado e mouse, o Windows 7 vem com muito reapareçam instantaneamente.
mais compatibilidade com a tecnologia Tablet. Conta com reconhecimento
Fonte: www.bishost.com.br
de manuscrito e de fórmulas matemáticas, digitalizando-as.

Noções de Informática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Win7 Após criar a nova conta é necessário realizar o logoff (via menu Inici-
Como Criar Contas de Usuário com as Ferramentas Administrati- ar) da conta atual, e automaticamente o novo usuário aparecerá na tela de
vas do Windows boas vindas do Windows 7. Lembrando que todo este procedimento só
Na plataforma Windows a tarefa de criar contas de usuário não se deve poderá ser realizado pelo usuário administrador ou pela própria conta de
apenas ao item Contas de Usuário do Painel de Controle. Existe um outro administrador padrão do sistema assim como toda e qualquer alteração só
caminho que permite a mesma funcionalidade porém com mais detalhes, poderá ser feita via administrador.
este caminho é através das Ferramentas Administrativas do Windows.
Para que você entenda com mais clareza veja o tutorial abaixo realizado no Como criar um slide para a área de trabalho do Windows 7
Windows 7. No Windows 7 os planos de fundo da área de trabalho estão mais per-
sonalizados do que no Windows vista. Agora você pode selecionar várias
Acesse o Painel de Controle e entre no item Ferramentas Adminis- imagens ao mesmo tempo com o objetivo de criar um slide, e configurá-las
trativas, em seguida acesse as ferramentas do item Gerenciamento do para que mudem aleatoriamente.
Computador.
No Painel de controle acesse o ícone Personalização, e em seguida
você poderá escolher dentre alguns pacotes de imagens para criar um slide
para o plano de fundo da sua área de trabalho. Dentre essas imagens é
possível escolher fotos, imagens da internet, enfim, que ficará ao seu
critério.

Na imagem abaixo você pode escolher dentre vários pacotes de planos


de fundo. Basta selecionar o desejado e partir para configurá-los.

Acessando o Gerenciamento do Computador você visualizará o me-


nu de navegação localizado a esquerda do painel e no painel central todas
as contas disponíveis para acesso ao Windows. Para criar uma nova conta
utilize o painel de navegação, em Ferramentas do Sistema expanda o
item Usuários e Grupos Locais para visualizar a pasta Usuários. Clique
com o botão direito do mouse na pasta Usuários e selecione Novo Usuá-
rio...

Nos itens Plano de fundo da área de trabalho é possível configurar o


tempo em que um slide muda para outro e cor de janela. Isso você verá na
tela abaixo.
Em seguida observamos a janela Novo Usuário, onde você digitará as
informações pertinentes do novo usuário para o Windows onde apenas o
campo Nome de Usuário é obrigatório. A senha deve ser inserida, quanto
maior e mais complexa melhor para sua segurança, caso não deseje colo-
cá-la apenas deixe em branco. Os itens restantes podem ser configurados
de acordo com as necessidades do administrador do computador e do novo
usuário.

Depois de personalizar ao seu gosto clique em Salvar alterações para


aplicar as configurações.

Noções de Informática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como personalizar a barra de tarefas do Windows 7
No Windows 7 a barra de tarefas apresenta alguns novos recursos que
o Windows Vista não possui, uma das principais novidades é a combinação
de telas quando utilizadas do mesmo programa. Na imagem abaixo você
poderá enxergar como configurar e personalizar ao seu gosto. Para acessá-
la clique com o botão direito no menu Iniciar e clique em Propriedades.

Na janela opções de desempenho você verá as opções de ajuste de


efeitos visuais. Onde 2 são contraditórias, Ajustar para obter uma melhor
aparência e Ajustar para obter um melhor desempenho. Pois a 1°
Primeiro vamos ás caixinhas de seleção, nelas você poderá aplicar os opção citada define cada item da lista marcado para utilizar todos os recur-
seguintes recursos: sos visuais do sistema de vídeo otimizando a aparência a todo vapor, e a
- Bloquear barra de tarefas (Para fixá-la obrigatoriamente na parte in- 2° opção desmarcar todos os itens da lista definindo o sistema de vídeo
ferior da área de trabalho) para a configuração mínima porém otimizando o desempenho do sistema
- Ocultar Automaticamente a barra de tarefas (Para usá-la somente operacional justificando que quanto mais recursos visuais menor é o de-
quando passar o mouse) sempenho do computador e vice-versa.
- Usar ícones pequenos (Ajuda a diminuir o tamanho total da barra de Mas com a opção Personalizar você poderá escolher o item a qual de-
tarefas) seje que o sistema de vídeo utilize, dessa maneira haverá um maior equilí-
brio entre a aparência e o desempenho. Após escolher os itens clique em
Aplicar e Ok para que a configuração desejada entre em vigor no Windows
No recurso de seleção a seguir você poderá definir o local dessa barra 7.
para as posições: Superior, Direita, Esquerda ou Inferior.
E o mais novo recurso é o da combinação de janelas, perfeito para a-
Como utilizar as Notas autoadesivas do Windows 7
queles que utilizam muitos programas ao mesmo tempo, pois agora você
não se preocupará de ter que ficar olhando para um monte de janelas. Dentre os programas novos que acompanham no novo sistema Win-
dows 7 temos as Notas Autoadesivas que simula uma espécie de etiqueta
As opções são:
adesiva de anotação. É um novo recurso que permite a inserção de peque-
- Sempre combinar, ocultar rótulos (Não importando a quantidade de nos textos que servem para avisos, recados, etc.
programas a barra combinará as janelas somente pelo ícone do programa,
Para utilizá-las, basta clicar sobre Notas Autoadesivas na lista de pro-
ou seja, sem rótulos)
gramas no menu Acessórios do menu Iniciar. Ao executar uma nova nota
- Combinar quando a barra de tarefas estiver cheia (Exibirá nor- será inserida na área de trabalho pronta para receber textos. Você também
malmente as janelas do modo tradicional com os rótulos até o quanto a poderá modificar a cor clicando com o botão direito sobre a nota e selecio-
barra suportar, quando ultrapassar combinará os rótulos sumirão) nar dentre as cores disponíveis.
- Nunca combinar (As janelas serão exibidas tradicionalmente como Para adicionar uma nova nota posicione a seta do mouse em sua área
nos sistemas anteriores) superior e clique no botão +. Para fechá-la clique no botão x na outra
E por último as notificações dos ícones da parte direita da barra de ta- extremidade da nota, mas lembre-se que dessa maneira o texto digitado
refas que também não são novidades para nós usuários das versões ante- não será salvo. O programa salva as notas automaticamente se for fecha-
riores do Windows. do, sendo que as notas só aparecerão na área de trabalho com o programa
Após configurar á seu gosto clique em Aplicar e Ok. em execução, você poderá checar que estará minimizado na barra de
tarefas e as notas estarão sendo exibidas.
Como ajustar efeitos visuais no Windows 7
No Windows 7 você também pode configurar alguns recursos visuais Como Configurar Grupo Doméstico no Windows 7
para melhorar o desempenho. Para acessar rapidamente utilize as teclas Um novo recurso no sistema Windows 7 é a possibilidade de criar gru-
Windows + Pause Break, clique em Configurações avançadas do sis- pos domésticos que facilita todo um processo para realizar o compartilha-
tema e entre na aba avançado, na guia Desempenho clique no botão mento de impressora e arquivos. Muito útil para Administradores de redes.
Configurações para visualizar as Opções de desempenho. É uma forma mais simples de se configurar uma "rede" lógica. Tendo uma
estrutura física que garanta o interligamento de máquinas é possível criar

Noções de Informática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
um grupo doméstico em uma única máquina e distribuir para as outras com Para que outro usuário se conecte ao grupo basta entrar no Centro de
Windows 7. Siga o tutorial abaixo. Rede e Compartilhamento, clicar em Disponível para ingressar, inserir a
senha gerada e pronto. Depois de ingressar o usuário poderá acessar os
Para criar o grupo acesse a Central de Rede e Compartilhamento do arquivos compartilhados pelo Windows explorer.
Windows 7 pelo Painel de controle.

Como utilizar o Windows Defender no Windows 7


Uma combinação interessante e razoavelmente eficaz de proteção no
Em seguida clique em Escolher o que você deseja compartilhar. Windows 7 é a utilização manual do Windows Defender aliado a um bom
antivírus. A execução contínua de um bom programa antivírus constante-
mente atualizado ajuda muito a proteger o seu computador de vírus, spywa-
res, etc. No caso do Windows Defender é aconselhável sua ativação manu-
al a cada período prolongado do seu computador. Para executá-lo rapida-
mente faça o seguinte:
Abra o menu Iniciar, no campo Pesquisar programas e arquivos, di-
gite Windows defender. O ícone do programa surgirá no painel superior do
campo de pesquisa do menu Iniciar.

Marque as bibliotecas desejadas para o compartilhar e clique em A-


vançar.

Ao executá-lo pela primeira vez o programa mostrará uma mensagem


indicando a necessidade de verificação, na imagem acima a mensagem se
refere que a verificação já foi realizada com sucesso e sem detecção ne-
nhuma. Quanto ao escaneamento você poderá realizar 3 tipos: Verificação
Rápida, Completa ou Personalizada. As 2 primeiras verificações são
iniciadas automaticamente ao se clicá-las, quanto a verificação Personali-
zada será possível selecionar os diretórios do seu sistema para ser scane-
O próximo passo é anotar a senha gerada pelo grupo e repassar para
ado. Para acioná-la clique na setinha ao lado do botão Verificar, em segui-
as outras máquinas (usuários) se conectarem ao grupo doméstico criado.
da clique em Verificação Personalizada.
Ao estar conectados poderão compartilhar tudo que foi configurado para o
grupo.

Noções de Informática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Clique no botão Selecionar e marque as unidades desejadas para rea- Crie o ponto de restauração
lizar a verificação e clique em Ok e você voltará para a janela anterior. 1. Clique no botão Iniciar e digite Criar ponto na lacuna de pesquisa
para encontrar a função, como indicado na figura:

2. Selecione a função Criar, localizada na parte inferior da janela:

Em seguida clique no botão Verificar agora e aguarde o término da


verificação.

3. Digite um nome para identificar o ponto e evitar enganos posterior-


mente:

Lembre-se que o Windows Defender não é um Antivírus, e que deve


ser utilizado juntamente com qualquer antivírus legítimo para que seu
Windows 7 mantenha-se protegido.

Criando Ponto de Restauração no Windows 7


Durante o uso do computador, instalamos e removemos dezenas de 4. Clique em criar e aguarde o término do processo.
programas do sistema operacional. Estas mudanças podem causar falhas e Fácil assim, seu primeiro ponto de restauração do sistema está criado!
problemas sérios ao Windows, em especial quando lidamos com desenvol- Agora vamos ensiná-lo a reverter situações complicadas que o Windows 7
vedores ruins e certas aplicações específicas, como antivírus e temas para possa apresentar. O processo é tão fácil quanto o primeiro e em boa parte
a Área de Trabalho. dos casos gera resultados satisfatórios para os usuários.
Muitas vezes instalamos o aplicativo e tudo parece correr bem, até que
algumas funções passam a apresentar erros e outras simplesmente não
funcionam mais. Tudo o que queremos nessa hora é voltar no tempo, o que Restaure o sistema
pode ser feito graças à Restauração do Sistema. 1. Abra novamente o Menu Iniciar e digite Restauração para encontrar
A função também serve como tentativa de solucionar qualquer compor- o processo:
tamento diferente que o Windows passe a apresentar, o que pode ser
causado por diversos fatores – falhas inexplicadas do sistema, atualizações
feitas de modo errado, vírus.

Como funciona
Ao criarmos um ponto de retorno dentro da Restauração do Sistema,
fazemos com que o computador memorize todas as configurações ineren-
tes ao funcionamento da máquina, o que em geral acontece no registro do
Windows.
Desta forma, temos a segurança de poder voltar atrás quando instala-
mos um aplicativo danoso à saúde do sistema operacional. Criar um ponto
de restauração no Windows 7 é muito fácil e demanda poucos segundos de
atenção. Siga os seguintes passos para realizar o processo:

Noções de Informática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Caso a restauração recomendada não seja a que você criou, marque Iniciar um documento de um modelo
a seleção Escolher um outro ponto de restauração: O site Modelos no Office.com oferece modelos para vários tipos de do-
cumentos, incluindo currículos, folhas de rosto, planos de negócios, cartões
de visita e documentos de estilo APA.
1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.
3. Em Modelos Disponíveis, siga um destes procedimentos:
 Clique em Modelos de Exemplo para selecionar um
modelo disponível em seu computador.
3. Escolha o ponto de sua preferência e clique para avançar:
Observação Para baixar um modelo listado no Office.com, é preciso es-
tar conectado à Internet.
4. Clique duas vezes no modelo que você deseja.
SALVAR E REUTILIZAR MODELOS
Se você alterar um modelo baixado, poderá salvá-lo em seu computador e
usá-lo novamente. É fácil localizar todos os seus modelos personalizados,
clicando em Meus modelos na caixa de diálogo Novo Documento. Para
salvar um modelo na pasta Meus modelos, siga este procedimento:
1. Clique na guia Arquivo.

4. Salve seus arquivos importantes e somente após ter certeza de que


tudo está correto clique em Concluir para começar a restauração.

2. Clique em Salvar Como.


3. Na caixa de diálogo Salvar Como, clique em Modelos.
4. Na lista Salvar como tipo, selecione Modelo do Word.
5. Digite um nome para o modelo na caixa Nome do arquivo e
clique em Salvar.

Excluir um documento
1. Clique na guia Arquivo.

Em alguns casos podem ser necessários diversos minutos para retor- 2. Clique em Abrir.
nar o seu Windows 7 a um ponto anterior no tempo. Para problemas 3. Localize o arquivo que você deseja excluir.
causados por aplicativos instalados e danos feitos ao registro, a tarefa
recupera o bom funcionamento do computador na grande maioria dos 4. Clique com o botão direito no arquivo e clique em Excluir no
casos. menu de atalho.
Fonte: computerdicas
Adicionar um título
A melhor maneira de adicionar títulos no Word é aplicando estilos. Você
5.2. - MS-Office 2010. pode usar os estilos internos ou pode personalizá-los.
5.2.1. - MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, Aplicar um estilo de título
edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, 1. Digite o texto do seu título e selecione-o.
fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, 2. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique no estilo deseja-
tabelas, impressão, controle de quebras, numeração de do. Se não conseguir ver o estilo que deseja, clique no botão
páginas e inserção de objetos.
Mais para ampliar a galeria Estilos Rápidos.
Abrir um novo documento e começar a digitar
1. Clique na guia Arquivo. Observação É possível ver como o texto selecionado irá aparentar com
um estilo específico colocando seu ponteiro sobre o estilo que deseja
visualizar.
Observação Se o estilo que você deseja não aparecer a Galeria de Es-
tilos Rápidos, pressione CTRL+SHIFT+S para abrir o painel de tarefas
Aplicar estilos. Em Nome do estilo, digite o nome do estilo que deseja. A
lista mostra apenas os estilos já usados no documento, mas é possível
2. Clique em Novo.
digitar o nome de qualquer estilo definido para o documento.
3. Clique duas vezes em Documento em branco.

Noções de Informática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Personalizar um estilo de título 3. Quando encontrar o espaçamento desejado, clique em seu
Você pode alterar a fonte e a formatação de um estilo de título. nome.
1. Selecione o texto do título que você deseja personalizar. Alterar o espaçamento entre linhas em uma parte do documento
2. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique no estilo 1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento
de título que deseja personalizar. entre linhas.
3. Efetue as alterações desejadas. 2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique em Espa-
Por exemplo, você pode alterar a fonte, o tamanho ou a cor. çamento entre Linhas.
Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique com o botão direito do
mouse no estilo de título personalizado e clique em Atualizar Título para
Corresponder à Seleção.

3. Siga um destes procedimentos:


 Clique no número de espaçamentos entre linha que deseja.
Sempre que você aplicar esse estilo de título ao documento, ele incluirá Por exemplo, clique em 1,0 para usar um espaçamento simples com o
as suas personalizações. espaçamento usado em versões anteriores do Word. Clique em 2,0 para
obter um espaçamento duplo no parágrafo selecionado. Clique em 1,15
para usar um espaçamento simples com o espaçamento usado no Word
Ajustar os espaços entre linhas e parágrafos
2007.
O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço vertical
entre as linhas do texto em um parágrafo. O espaçamento entre parágrafos
 Clique em Opções de Espaçamento entre Linhas e se-
lecione as opções desejadas em Espaçamento. Consul-
determina o espaço acima ou abaixo de um parágrafo.
te a lista de opções disponíveis a seguir para obter mais
Espaçamento entre linhas no Word 2010 informações.
No Microsoft Word 2010, o espaçamento padrão para a maioria dos
conjuntos de Estilos Rápidos é de 1,15 entre linhas e uma linha em branco OPÇÕES DE ESPAÇAMENTO ENTRE AS LINHAS
entre parágrafos. O espaçamento padrão em documentos do Office Word Simples Essa opção acomoda a maior fontenumerais, símbolos e ca-
2003 é de 1,0 entre linhas e nenhuma linha em branco entre parágrafos. racteres alfabéticos, também denominada tipo. Arial e Courier New são
exemplos de fontes. As fontes normalmente vêm em tamanhos diferentes,
como 10 pontos, e em vários estilos, como negrito.) nessa linha, além de
uma quantidade extra de espaço. A quantidade de espaço extra varia
dependendo da fonte usada.
1,5 linha Essa opção é uma vez e meia maior que o espaçamento de
linha simples.
Duplo Essa opção é duas vezes maior que o espaçamento de linha
simples.
Pelo menos Essa opção define o mínimo de espaçamento entre as li-
nhas necessário para acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Exatamente Essa opção define o espaçamento de linha fixa, expresso
em pontos. Por exemplo, se o texto estiver em uma fonte de 10 pontos,
você poderá especificar 12 pontos como o espaçamento de linha.
Espaçamento de linha de 1,0 e nenhum espaço entre parágrafos Múltiplos Essa opção define o espaçamento entre linhas que pode ser
expresso em números maiores do que 1. Por exemplo, definir o espaça-
mento entre linhas como 1,15 aumentará o espaço em 15%, e definir o
espaçamento entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300% (espaça-
Espaçamento entre linhas de 1,15 e uma linha em branco entre parágra-
mento triplo).
fos
Observação Se uma linha contiver um caractere de texto, um elemento
gráfico ou uma fórmula grande, o Word aumentará o espaçamento dessa
linha. Para espaçar todas as linhas igualmente dentro de um parágrafo, use
Alterar o espaçamento entre as linhas o espaçamento exato e especifique uma quantidade de espaço que seja
A maneira mais fácil de alterar o espaçamento de linha de um docu- grande o suficiente para conter o maior caractere ou elemento gráfico na
mento inteiro é aplicar um conjunto de Estilos Rápidos que use o espaça- linha. Se aparecerem itens recortados, aumente o espaçamento.
mento desejado. Se você desejar alterar o espaçamento de linha de uma
parte do documento, poderá selecionar os parágrafos e alterar suas confi- Alterar o espaçamento antes ou após os parágrafos
gurações de espaçamento de linha. A maneira mais fácil de alterar o espaçamento entre parágrafos de um
Usar um conjunto de estilos para alterar o espaçamento de um docu- documento inteiro é aplicar um conjunto de Estilos Rápidos que use o
mento inteiro espaçamento desejado. Se você desejar alterar o espaçamento entre
1. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique em Alterar parágrafos de uma parte do documento, selecione os parágrafos e altere
Estilos. suas configurações de espaçamento anterior e posterior.
2. Aponte para Conjunto de Estilos e aponte para os vários Use um estilo definido para alterar o espaçamento entre parágrafos de
conjuntos de estilo. Usando a visualização ao vivo, observe um documento inteiro
como o espaçamento entre linhas muda de um conjunto de esti- 1. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique em Alte-
lo para o outro. rar Estilos..
Por exemplo, os conjuntos de estilos Tradicional e Word 2003
definem o uso de espaçamento simples. O conjunto de estilos
Manuscrito usa espaçamento duplo.

Noções de Informática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Aponte para Conjunto de Estilos e aponte para os vários escolar, um calendário de ano fiscal para acompanhar eventos e etapas
conjuntos de estilo. Usando a visualização ao vivo, ob- comerciais.
serve como o espaçamento entre linhas muda de um Tarefas básicas do Excel
conjunto de estilo para o outro. Uma das melhores maneiras de saber mais sobre o Excel é abrir o pro-
Por exemplo, o conjunto de estilos do Word 2003 não insere espaços grama e tentar usar os diversos recursos. Entretanto, se você preferir
extras entre parágrafos e um pequeno espaço acima de títulos. O conjunto aprender de uma maneira mais focada ou quiser apenas uma pequena
de estilos do Word 2007 usa um espaço duplo entre parágrafos e adiciona ajuda para começar, poderá consultar os seguintes artigos de "início rápi-
mais espaço acima títulos. do".
3. Quando encontrar o espaçamento desejado, clique em Início rápido: criar uma pasta de trabalho
seu nome. Ao criar uma nova pasta de trabalho, você pode usar um modelo em
Alterar o espaçamento antes e depois de parágrafos selecionados branco ou basear a pasta de trabalho em um modelo existente que já
Por padrão, parágrafos são seguidos por uma linha em branco e os tí- forneça alguns dados, layout e formatação que você deseja usar.
tulos têm um espaço extra acima deles. Como?
1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o es- Clique na guia Arquivo.
paçamento anterior ou posterior. 1. Isso abrirá o modo de exibição do Microsoft Office Backstage, que
2. Na guia Layout da Página, no grupo Parágrafo, em oculta temporariamente a planilha.
Espaçamento, clique na seta ao lado de Antes ou 2. Clique em Novo.
Depois e digite a quantidade de espaço desejada.

5.2.2. - MS-Excel 2010: definição, barra de ferramentas,


estrutura básica das planilhas, conceitos de células, li-
nhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas e
gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, inserção de
objetos e classificação de dados.

O que é o Excel?
Excel é um programa de planilhas do sistema Microsoft Office. Você
pode usar o Excel para criar e formatar pastas de trabalho (um conjunto de 3. Em Modelos Disponíveis, clique no modelo de pasta de trabalho
planilhas) para analisar dados e tomar decisões de negócios mais bem que você deseja usar.
informadas. Especificamente, você pode usar o Excel para acompanhar
dados, criar modelos de análise de dados, criar fórmulas para fazer cálculos
desses dados, organizar dinamicamente os dados de várias maneiras e
apresentá-los em diversos tipos de gráficos profissionais.
Cenários comuns de uso do Excel incluem:
Contabilidade Você pode usar os poderosos recursos de cálculo do
Excel em vários demonstrativos de contabilidade financeira; por exemplo,
de fluxo de caixa, de rendimentos ou de lucros e perdas. Dicas
Orçamento Independentemente de as suas necessidades serem pes- Para uma pasta de trabalho nova e em branco, clique duas vezes em
soais ou relacionadas a negócios, você pode criar qualquer tipo de orça- Pasta de Trabalho em Branco.
mento no Excel; por exemplo, um plano de orçamento de marketing, um Para uma pasta de trabalho com base em uma existente, clique em
orçamento de evento ou de aposentadoria. Novo a partir de existente, navegue para o local da pasta de trabalho
Cobrança e vendas O Excel também é útil para gerenciar dados de desejada e clique em Criar Novo.
cobrança e vendas, e você pode criar facilmente os formulários de que Para uma pasta de trabalho com base em um modelo, clique em Mode-
precisa; por exemplo, notas fiscais de vendas, guias de remessa ou pedi- los de exemplo ou Meus modelos e selecione o modelo desejado.
dos de compra.
Relatórios Você pode criar muitos tipos de relatórios no Excel que refli-
tam uma análise ou um resumo de dados; por exemplo, relatórios que Início rápido: inserir dados em uma planilha
medem desempenho de projeto, mostram variação entre resultados reais e Para trabalhar com dados em uma planilha, primeiramente insira esses
projetados, ou ainda relatórios que você pode usar para previsão de dados. dados nas células da planilha. Em seguida, convém ajustar os dados para
Planejamento O Excel é uma ótima ferramenta para criar planos pro- torná-los visíveis e exibi-los exatamente da forma como você deseja.
fissionais ou planejadores úteis; por exemplo, um plano de aula semanal, Como?
de pesquisa de marketing, de imposto para o final do ano, ou ainda plane-
1. Inserir os dados
jadores que ajudam a organizar refeições semanais, festas ou férias.
Clique em uma célula e, em seguida, digite os dados nessa célula.
Acompanhamento Você pode usar o Excel para acompanhamento de
dados de uma folha de ponto ou de uma lista; por exemplo, uma folha de Pressione ENTER ou TAB para mover para a próxima célula.
ponto para acompanhar o trabalho, ou uma lista de estoque que mantém o Dica Para inserir dados em uma nova linha de uma célula, insira uma
controle de equipamentos. quebra de linha pressionando ALT+ENTER.
Usando calendários Por causa de seu espaço de trabalho semelhante Para inserir uma série de dados, como dias, meses ou números pro-
a grades, o Excel é ideal para criar qualquer tipo de calendário; por exem- gressivos, digite o valor inicial em uma célula e, em seguida, na próxima
plo, um calendário acadêmico para controlar atividades durante o ano célula, digite um valor para estabelecer um padrão.

Noções de Informática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Por exemplo, se quiser obter a série 1, 2, 3, 4, 5..., digite 1 e 2 nas du- Dica Para selecionar rapidamente toda a planilha, clique no botão Se-
as primeiras células. lecionar Tudo.
Selecione as células que contêm os valores iniciais e, em seguida, ar-
raste a alça de preenchimento por todo o intervalo que você
deseja preencher.
Dica Para preencher em ordem crescente, arraste para baixo ou para a
direita. Para preencher em ordem decrescente, arraste para cima ou para a
esquerda. Na guia Página Inicial, no grupo Fonte, clique na seta ao lado de Bor-
das e clique no estilo de borda desejado.
2. Ajustar configurações
Para quebra automática de linha em uma célula, selecione as células
que você deseja formatar e, na guia Página Inicial, no grupo Alinhamento,
clique em Quebra Automática de Linha.

Dica O botão Bordas exibe o estilo de borda usado mais recentemen-


te. Você pode clicar no botão Bordas (não na seta) para aplicar esse estilo.

Para ajustar a largura de coluna e a altura de linha para adaptar auto- 2. Alterar a cor e o alinhamento do texto
maticamente o conteúdo de uma célula, selecione as colunas ou linhas Selecione a célula ou o intervalo de células que contém (ou conterá) o
desejadas e, na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em Formato.
texto que você deseja formatar. Você também pode selecionar uma ou mais
partes do texto dentro de uma célula e aplicar cores de texto diferentes a
essas seções.
Para alterar a cor de texto nas células selecionadas, na guia Página I-
nicial, no grupo Fonte, clique na seta ao lado de Cor da Fonte e em
Cores do tema ou Cores Padrão, clique na cor que você deseja usar.
Em Tamanho da Célula, clique em Ajustar Largura da Coluna Au- Observação Para aplicar uma cor diferente das cores de tema e cores
tomaticamente ou Ajustar Altura da Linha Automaticamente. padrão disponíveis, clique em Mais Cores e defina a cor a ser usada na
Dica Para ajustar automaticamente de forma rápida todas as colunas guia Padrão ou Personalizada da caixa de diálogo Cores.
ou linhas da planilha, clique no botão Selecionar Tudo e, em seguida, Para alterar o alinhamento do texto nas células selecionadas, na guia
clique duas vezes em qualquer borda entre os dois títulos de coluna ou Página Inicial, no grupo Alinhamento, clique na opção de alinhamento
linha. desejada.

3. Formatar os dados Por exemplo, para alterar o alinhamento horizontal de conteúdos de cé-
Para aplicar formatação numérica, clique na célula que contém os nú-
meros que você deseja formatar e, na guia Página Inicial, no grupo Núme- lula, clique em Alinhar Texto à Esquerda , Centro ou Alinhar o
ro, clique na seta ao lado de Geral e clique no formato desejado. Texto à Direita .

3. Aplicar sombreamento de célula


Selecione a célula ou o intervalo de células em que você deseja aplicar
o sombreamento.
Na guia Página Inicial, no grupo Fonte, clique na seta ao lado de Cor
Para alterar a fonte, selecione as células que contêm os dados que vo- de Preenchimento e em Cores do tema ou Cores Padrão, clique na
cê deseja formatar e, na guia Página Inicial, no grupo Fonte, clique no cor desejada.
formato desejado. Início rápido: formatar números em uma planilha
Aplicando diferentes formatos de número, é possível exibir números
como porcentagens, datas, moedas e assim por diante. Por exemplo, ao
trabalhar no orçamento trimestral, você pode usar o formato de número
Moeda para mostrar valores monetários.

Início rápido: formatar uma


planilha
Você pode ajudar a melhorar a legibilidade de uma planilha aplicando
diferentes tipos de formatação. Por exemplo, você pode aplicar bordas e
sombreamento para ajudar a definir as células em uma planilha.
Como?
1. Aplicar bordas à célula
Selecione a célula ou o intervalo de células ao qual deseja adicionar
uma borda.
Como?

Noções de Informática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. Selecione as células que você deseja formatar.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Número, clique no Iniciador de


Caixa de Diálogo ao lado de Número (ou apenas pressione C-
TRL + 1).

2. Definir opções de impressão


Siga um ou mais destes procedimentos:
Para alterar a impressora, clique na caixa suspensa em Impressora e
selecione a impressora desejada.
Para fazer alterações na configuração da página, incluindo orientação,
tamanho do papel e margens, selecione as opções desejadas em Configu-
3. Na lista Categoria, clique no formato que deseja usar e ajuste as rações.
configurações, se necessário. Por exemplo, ao usar o formato Para dimensionar a planilha inteira a fim de ajustá-la a uma única pági-
Moeda, você pode selecionar um símbolo de moeda diferente, na impressa, em Configurações, clique na opção desejada na caixa sus-
mostrar mais ou menos casas decimais ou alterar a maneira co- pensa de opções de escala.
mo são exibidos os números negativos.

Dica Para obter informações sobre como especificar cabeçalhos e ro-


Para obter mais informações sobre formatos de número, consulte o ar- dapés, consulte Usar cabeçalhos e rodapés em impressões de planilhas.
tigo sobre Formatos de número disponíveis. Para obter informações sobre como repetir linhas ou colunas específicas
nas páginas impressas, consulte Repetir linhas ou colunas específicas em
Início rápido: imprimir uma planilha todas as páginas impressas
Antes de imprimir uma planilha, convém visualizá-la para verificar se
ela está do jeito que você quer. Ao visualizar uma planilha no Microsoft 3. Imprimir uma planilha total ou parcialmente
Excel, ela é aberta no modo de exibição do Microsoft Office Backstage. Siga um destes procedimentos:
Nesse modo de exibição, é possível alterar a configuração e o layout da
página antes da impressão. Para imprimir parte de uma planilha, clique na planilha e selecione o in-
tervalo de dados que você deseja imprimir.
Como?
Para imprimir a planilha inteira, clique na planilha para ativá-la.
1. Visualizar a planilha
Clique em Imprimir.
Clique na planilha ou selecione as planilhas que você deseja visualizar.
Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL+P.
Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.
Em Configurações, selecione uma opção para imprimir a seleção,
Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL+P. uma ou mais planilhas ativas ou a pasta de trabalho inteira.
Observação A janela de visualização será exibida em preto e branco,
quer a(s) planilha(s) inclua(am) cores ou não, a menos que a configuração
esteja definida para impressão em uma impressora colorida.
Para visualizar as páginas anteriores e seguintes, na parte inferior da
janela Visualizar Impressão, clique em Próxima Página e Página Anterior.

Observação Próxima Página e Página Anterior estão disponíveis


apenas quando você seleciona mais de uma planilha ou quando uma
planilha contém mais de uma página de dados. Para exibir várias planilhas,
em Configurações, clique em Imprimir Toda a Pasta de Trabalho.

Noções de Informática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observação Se uma planilha tiver uma área de impressão definida, o Clique na seta no cabeçalho da coluna para exibir uma lista na qual
Excel imprimirá apenas essa área. Se você não quiser imprimir apenas a escolher opções de filtro.
área definida, marque a caixa de seleção Ignorar área de impressão.
Nota Dependendo do tipo de dados na coluna, o Microsoft Excel exibe
Início rápido: criar uma tabela do Excel Filtros de Número ou Filtros de Texto na lista.
Para tornar mais fácil o trabalho com dados, você pode organizar os 2. Filtrar selecionando valores ou pesquisando
dados em formato de tabela em uma planilha.
A seleção de valores em uma lista e a pesquisa são as maneiras mais
fáceis de filtrar. Ao clicar na seta em uma coluna que tenha a filtragem
ativada, todos os valores dessa coluna são exibidos em uma lista.

As tabelas oferecem facilidade de filtragem, além de colunas calcula-


das e linhas de total, o que simplifica os cálculos.
Como?
1. Em uma planilha, selecione o intervalo de células que você deseja
incluir na tabela. As células podem estar vazias ou podem conter
dados.Na guia Página Inicial do grupo Estilos, clique em Forma-
tar como Tabela e depois clique no estilo de tabela desejado.

Atalho de teclado Você também pode pressionar CTRL+L ou C- 1. Use a caixa de diálogo Pesquisar para inserir texto ou números a
TRL+T.Se o intervalo selecionado contiver dados que você deseja exibir serem pesquisados
como cabeçalhos da tabela, marque a caixa de seleção Minha 2. Marque e desmarque as caixas de seleção para mostrar os valo-
tabela tem cabeçalhos na caixa de diálogo Formatar como Ta- res encontrados na coluna de dados
bela. 3. Use critérios avançados para encontrar valores que atendam a
Observações condições específicas
Cabeçalhos de tabela exibirão nomes padrão se você não marcar a Para selecionar por valores, na lista, desmarque a caixa de seleção
caixa de seleção Minha tabela tem cabeçalhos. É possível alterar os (Selecionar Tudo). Isso desmarca todas as caixas de seleção. Em segui-
nomes padrão selecionando o cabeçalho padrão que você deseja substituir da, selecione apenas os valores desejados e clique em OK para ver os
e digitando o texto desejado. resultados.
Ao contrário de listas no Microsoft Office Excel 2003, uma tabela não Para pesquisar texto na coluna, digite o texto ou números na caixa de
tem uma linha especial (marcada com *) para a rápida adição de novas diálogo Pesquisar. Como opção, use caracteres curinga, como asterisco (*)
linhas. ou ponto de interrogação (?). Pressione ENTER para ver os resultados.
Início rápido: filtrar dados usando um filtro automático Início rápido: classificar dados usando um filtro automático
A filtragem de informações em uma planilha possibilita encontrar valo- Ao classificar informações em uma planilha, você pode ver os dados
res rapidamente. Você pode filtrar uma ou mais colunas de dados. Com a como desejar e localizar valores rapidamente. Você pode classificar um
filtragem, é possível controlar não apenas o que ver, mas também o que intervalo ou uma tabela de dados em uma ou mais colunas de dados; por
excluir. Você pode filtrar com base nas opções escolhidas em uma lista, ou exemplo, pode classificar funcionários primeiro por departamento e, em
criar filtros específicos focados exatamente nos dados desejados. seguida, por sobrenome.
Você pode pesquisar texto e números ao filtrar, usando a caixa de diá- Como?
logo Pesquisar na interface de filtro. 1. Selecionar os dados que deseja classificar
Durante a filtragem de dados, linhas inteiras serão ocultadas se valores Selecione um intervalo de dados, como A1:L5 (várias linhas e colunas)
de uma ou mais colunas não atenderem aos critérios de filtragem. Você ou C1:C80 (uma única coluna). O intervalo pode incluir títulos que você
pode filtrar valores numéricos ou texto, filtrar por cor, para células que criou para identificar colunas ou linhas.
tenham formatação de cores aplicada ao plano de fundo ou ao texto dessas
células.
Como?
1. Selecione os dados a serem filtrados

2. Classificar rapidamente
Selecione uma única célula na coluna em que deseja classificar.

Clique em para executar uma classificação crescente (A a Z ou do


número menor para o maior).
Na guia Dados, no grupo Classificar e Filtrar, clique em Filtrar.

Noções de Informática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique na seta ao lado de
Clique em para executar uma classificação decrescente (Z a A ou Formatação Condicional e teste os estilos disponíveis.
do número maior para o menor).
3. Classificar especificando critérios
Você pode escolher as colunas em que deseja classificar clicando no
comando Classificar no grupo Classificar e Filtrar da guia Dados.
Selecione uma única célula em qualquer lugar do intervalo que você
deseja classificar.
Na guia Dados, no grupo Classificar e Filtrar, clique em Classificar.

A caixa de diálogo Classificar é exibida.


Na lista Classificar por, selecione a primeira coluna que você deseja
classificar.
Na lista Classificar em, selecione Valores, Cor da Célula, Cor da Início rápido: criar uma fórmula
Fonte ou Ícone de Célula. As fórmulas são equações que podem executar cálculos, retornar in-
Na lista Ordem, selecione a ordem que deseja aplicar à operação de formações, manipular o conteúdo de outras células, testar condições e
classificação: crescente ou decrescente, alfabética ou numericamente (isto mais. Uma fórmula sempre começa com um sinal de igual (=).
é, A a Z ou Z a A para texto ou menor para maior ou maior para menor para A tabela a seguir mostra alguns exemplos de fórmulas e suas descri-
números). ções.
Início rápido: aplicar formatação condicional
Fórmula Descrição
Aplicando a formatação condicional aos seus dados, você identifica ra-
pidamente variações em uma faixa de valores com uma visão rápida. =5+2*3 Adiciona 5 ao produto de 2 vezes 3.
=RAIZ(A1) Usa função RAIZ para retornar a raiz quadrada do
valor em A1.
=HOJE() Retorna a data atual.
=SE(A1>0, Testa a célula A1 para determinar se ela contém um
Este gráfico mostra dados de temperatura com formatação condicional "Mais","M valor maior que 0. Se o resultado do teste for verda-
que usam uma escala de cores para diferenciar valores altos, médios e enos") deiro, o texto "Mais" aparecerá na célula; se for
baixos. O procedimento a seguir usa esses dados. falso, o texto "Menos" aparecerá.
Como?
1. Selecione os dados que você deseja formatar condicional-
mente Como?
1. Selecione uma célula e comece a digitar
Em uma célula, digite o sinal de igual (=) para iniciar a fórmula.2. Pre-
encha o restante da fórmula
Siga um destes procedimentos:
Digite uma combinação de números e operadores; por exemplo, 3+7.
Use o mouse para selecionar outras células (inserindo um operador en-
tre elas). Por exemplo, selecione B1 e, em seguida, digite o sinal de mais
2. Aplique a formatação condicional (+), selecione C1 e digite +; em seguida, selecione D1.
Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique na seta ao lado de Digite uma letra para escolher entre uma lista de funções de planilha.
Formatação Condicional e, em seguida, clique em Escalas de Cor. Por exemplo, digitar "a" exibe todas as funções disponíveis que começam
com a letra "a."

Passe o mouse sobre os ícones de escalas de cores para visualizar os


dados com formatação condicional aplicada.
Em uma escala de três cores, a cor superior representa valores mais
altos, a do meio, valores médios, e a inferior, valores mais baixos. Esse
exemplo usa a escala de cores Vermelho-Amarelo-Azul.
3. Teste a formatação condicional

Noções de Informática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. Preencha a fórmula 3. Preencha a fórmula e veja os resultados
Para preencher uma fórmula que usa uma combinação de números, re- Pressione ENTER.
ferências de célula e operadores, pressione ENTER. O Excel adiciona o parêntese de fechamento e a célula mostra o resul-
Para preencher uma fórmula que usa uma função, preencha as infor- tado da função usada na fórmula. Selecione a célula e olhe na barra de
mações requeridas da função e pressione ENTER. Por exemplo, a função fórmula para ver a fórmula.
ABS requer um valor numérico — pode ser um número digitado ou uma
célula selecionada contendo um número.
Suas fórmulas preenchidas poderão ser semelhantes aos exemplos a
seguir:
Fórmula Descrição

=3+7 Adiciona dois números Início rápido: criar gráficos com seus dados
Um gráfico é uma representação visual de seus dados. Usando ele-
=B1+C1+D1 Adiciona os valores em três células
mentos como colunas (em um gráfico de colunas) ou linhas (em um gráfico
=ABS(-3) Converte um número em seu valor positivo de linhas), um gráfico exibe uma série de dados numéricos em um formato
gráfico.

Início rápido: usar uma função em uma fórmula


Além de digitar fórmulas que executam cálculos matemáticos básicos
— como soma, subtração, multiplicação e divisão — você pode usar uma
vasta biblioteca de funções de planilha internas do Microsoft Excel para
fazer muito mais.

O formato gráfico de um gráfico facilita a compreensão de grandes


quantidades de dados e do relacionamento entre séries de dados diferen-
tes. Um gráfico também mostra a visão geral, para que seja possível anali-
sar seus dados e procurar tendências importantes.
Como?
1. Selecione os dados que deseja incluir no gráfico.

Você pode usar estas funções para retornar informações, como:


Obter a data atual.
Descobrir o número de caracteres em uma célula.
Manipular texto; por exemplo, converter "olá" em "Olá" ou até em "O-
LÁ".
Dica Os dados devem ser organizados em linhas e colunas, com rótu-
Calcular um pagamento de empréstimo.
los de linhas à esquerda e rótulos de coluna acima dos dados — o Excel
Testar o conteúdo de duas células para ver qual é a maior ou se são determina automaticamente a melhor maneira de plotar dados no gráfico.
idênticas.
2. Na guia Inserir, no grupo Gráficos, clique no tipo de gráfico que
Como? deseja usar e clique em um subtipo de gráfico.
1. Comece a digitar em uma célula
Em uma célula, digite o sinal de igual (=) e depois digite uma letra, co-
mo "a", para ver uma lista de funções disponíveis.
Use a tecla de seta para baixo para percorrer a lista até o final.
Ao percorrer a lista, você verá uma Dica de Tela (uma descrição breve)
para cada função. Por exemplo, a Dica de Tela para a função ABS é "Re-
torna o valor absoluto de um número, um número sem sinal."
Dica Para ver todos os tipos de gráfico disponíveis, clique em pa-
2. Escolha uma função e preencha seus argumentos ra iniciar a caixa de diálogo Inserir Gráfico e clique nas setas para rolar
Na lista, clique duas vezes na função desejada. O Excel insere o nome entre os tipos de gráfico.
da função na célula, seguido por um parêntese de abertura; por exemplo,
=SOMA(.
Digite um ou mais argumentos após o parêntese de abertura, se ne-
cessário. Argumento é uma informação que a função usa. O Excel mostra
que tipo de informação você deve digitar como argumento. Pode ser um
número, texto ou uma referência a outra célula.
Por exemplo, a função ABS requer um número como argumento. A
função MAIÚSCULA (que converte qualquer texto minúsculo em maiúscu-
lo) requer uma cadeia de texto como argumento. A função PI não requer
argumentos, já que simplesmente retorna o valor de pi (3,14159...).

Noções de Informática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Primeiro, a Internet
Quando você posiciona o ponteiro do mouse sobre qualquer tipo de O governo dos Estados Unidos criou a Internet na década de 70, por
gráfico, uma Dica de tela mostra seu nome. razões de segurança nacional. Seu propósito era proteger as comunicações
Para obter mais informações sobre qualquer um dos tipos de gráfico, militares, caso ocorresse um ataque nuclear. A destruição de um computa-
consulte Tipos de gráficos disponíveis. dor não afetaria o restante da rede. Na década seguinte, a Fundação
Nacional de Ciência (Nacional Science Foundation — NSF) expandiu a
3. Use as Ferramentas de Gráfico para adicionar elementos como rede para as universidades, a fim de fornecer aos pesquisadores acesso
títulos e rótulos de dados e para alterar o design, layout ou forma- aos caros supercomputadores e facilitar a pesquisa.
to de seu gráfico.
Na começo da década de 90, a NSF permitiu que a iniciativa privada
assumisse a Internet, causando uma explosão em sua taxa de crescimento.
A cada ano, mais e mais pessoas passam a usar a Internet, fazendo com
que o comércio na Web continue a se expandir.

A INTRANET
Dica Se você não conseguir ver as Ferramentas de Gráfico, clique em Com a introdução do Mosaic em 1993, algumas empresas mostraram
qualquer local dentro do gráfico para ativá-las. interesse pela força da Web e desse programa. A mídia noticiou as primei-
ras organizações a criar webs internas, entre as quais a Lockheed, a Hu-
ghes e o SÃS Instituto. Profissionais provenientes do ambiente acadêmico
5.2.3. - CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELE- sabiam do que as ferramentas da Internet eram capazes e tentavam avali-
TRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS, ANEXA- ar, por meio de programas pilotos, seu valor comercial. A notícia se espa-
ÇÃO DE ARQUIVOS. 5.2.4. - INTERNET: CONCEITO, lhou, despertando o interesse de outras empresas.
PROVEDORES, PROTOCOLOS, NAVEGAÇÃO NA INTER- Essas empresas passaram a experimentar a Internet, criando gateways
NET, LINKS, SITES, BUSCAS, VÍRUS. (portal, porta de entrada) que conectavam seus sistemas de correio eletrô-
nico com o resto do mundo. Em seguida, surgiram os servidores e navega-
O que é uma Intranet? dores para acesso à Web. Descobriu-se então o valor dessas ferramentas
Vamos imaginar que você seja o diretor de informática de uma compa- para fornecer acesso a informações internas. Os usuários passaram a
nhia global. A diretora de comunicações precisa de sua ajuda para resolver colocar seus programas e sua documentação no servidor da web interna,
um problema. Ela tem de comunicar toda a política da empresa a funcioná- protegidos do mundo exterior. Mais tarde, quando surgiram os grupos de
rios em duas mil localidades em 50 países e não conhece um meio eficaz discussão da Internet, percebeu-se o valor dos grupos de discussão inter-
para fazê-lo. nos. Este parece ser o processo evolutivo seguido por muitas empresas.
1. O serviço de correio é muito lento.
2. O correio eletrônico também consome muito tempo porque exige Antes que pudéssemos perceber, essas ‘internets internas’ receberam
atualizações constantes dos endereços dos funcionários. muitos nomes diferentes. Tornaram-se conhecidas como webs internas,
3. O telefone é caro e consome muito tempo, além de apresentar o clones da Internet, webs particulares e webs corporativas. Diz-se que em
mesmo problema do caso anterior. 1994 alguém na Amdahl usou o termo Intranet para referir-se à sua Internet
4. O fax também é muito caro e consome tempo, pelas mesmas ra- interna. A mídia aderiu ao nome e ele passou a ser usado. existiam outras
zões. pessoas que também usavam isoladamente esse termo. Acredito que esta
5. Os serviços de entrega urgente de cartas e pacotes oferecido por seja uma daquelas ideias que ocorrem simultaneamente em lugares dife-
algumas empresas nos Estados Unidos não é prático e é bastante rentes. Agora é um termo de uso geral.
dispendioso em alguns casos.
6. A videoconferência também apresenta um custo muito alto. CRESCIMENTO DAS INTRANETS
A Internet, a Web e as Intranets têm tido um crescimento espetacular.
Você já agilizou a comunicação com pessoas fora da empresa disponi- A mídia costuma ser um bom indicador, a única maneira de não ouvir falar
bilizando um site Web externo e publicando informações para a mídia e do crescimento da Internet e da Web é não tendo acesso a mídia, pois
analistas. Com essas mesmas ferramentas, poderá melhorar a comunica- muitas empresas de pequeno e praticamente todas de médio e grande
ção com todos dentro da empresa. De fato, uma Internei interna, ou Intra- porte utilizam intranets. As intranets também são muito difundidas nas
net, é uma das melhores coisas para proporcionar a comunicação dentro escolas e nas Faculdades.
das organizações.
QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DAS INTRANETS?
Simplificando, trata-se de uma Internet particular dentro da sua organi- A aplicabilidade das Intranets é quase ilimitada. Você pode publicar in-
zação. Um firewall evita a entrada de intrusos do mundo exterior. Uma formações, melhorar a comunicação ou até mesmo usá-la para o groupwa-
Intranet é uma rede interna baseada no protocolo de comunicação TCP/IP, re. Alguns usos requerem somente páginas criadas com HTML, uma lin-
o mesmo da Internet. Ela utiliza ferramentas da World Wide Web, como a guagem simples de criação de páginas, mas outras envolvem programação
linguagem de marcação por hipertexto, Hypertext Markup Language (HT- sofisticada e vínculos a bancos de dados. Você pode fazer sua Intranet tão
ML), para atribuir todas as características da Internet à sua rede particular. simples ou tão sofisticada quanto quiser. A seguir, alguns exemplos do uso
As ferramentas Web colocam quase todas as informações a seu alcance de Intranets:
mediante alguns cliques no mouse. Quando você da um clique em uma • Correio eletrônico
página da Web, tem acesso a informações de um outro computador, que • Diretórios
pode estar em um país distante. Não importa onde a informação esteja: • Gráficos
você só precisa apontar e dar um clique para obtê-la. Um procedimento • Boletins informativos e publicações
simples e poderoso. • Veiculação de notícias
Pelo fato de as Intranets serem de fácil construção e utilização, tornam- • Manuais de orientação
se a solução perfeita para conectar todos os setores da sua organização • Informações de benefícios
para que as informações sejam compartilhadas, permitindo assim que seus • Treinamento
funcionários tomem decisões mais consistentes, atendendo melhor a seus • Trabalhos à distância (job postings)
clientes. • Memorandos
• Grupos de discussão
HISTÓRIA DAS INTRANETS • Relatórios de vendas
De onde vêm as Intranets? Vamos começar pela história da Internet e • Relatórios financeiros
da Web, para depois abordar as Intranets. • Informações sobre clientes
• Planos de marketing, vídeos e apresentações
Noções de Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Informações de produto Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre
• Informações sobre desenvolvimento de produto e esboços computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de
• Informações sobre fornecedores redes, até o surgimento da Internet, que hoje pode interligar computadores
• Catálogos de insumos básicos e componentes de todo o planeta.
• Informações de inventario
• Estatísticas de qualidade É claro que, além do custo da conexão, o candidato a internauta preci-
• Documentação de usuários do sistema sa ter um computador e uma linha telefônica ou conexão de banda larga. O
• Administração da rede software necessário para o acesso geralmente é fornecido pelo provedor.
• Gerência de ativos
• Groupware e workflow Da Rede Básica à Internet
A comunicação entre computadores torna possível desde redes sim-
COMO SE CONSTITUEM AS INTRANETS? ples até a Internet. Isso pode ser feito através da porta serial, uma placa de
Cada Intranet é diferente, mas há muito em comum entre elas. Em al- rede, um modem, placas especiais para a comunicação Wireless ou as
gumas empresas, a Intranet é apenas uma web interna. Em outras, é uma portas USB ou Firewire.. O backbone – rede capaz de lidar com grandes
rede completa, que inclui várias outras ferramentas. Em geral, a Intranet é volumes de dados – dá vazão ao fluxo de dados originados deste forma.
uma rede completa, sendo a web interna apenas um de seus componentes. 1. A porta serial é um canal para transmissão de dados presente em
Veja a seguir os componentes comuns da Intranet: praticamente todos os computadores. Muitos dispositivos podem
• Rede ser conectados ao computador através da porta serial, sendo que o
• Correio eletrônico mais comum deles é o mouse. A porta serial pode também ser u-
• Web interna sada para formar a rede mais básica possível: dois computadores
• Grupos de discussão interligados por um cabo conectado a suas portas seriais.
• Chat 2. Para que uma rede seja realmente útil, é preciso que muitos com-
• FTP putadores possam ser interligados ao mesmo tempo. Para isso, é
• Gopher preciso instalar em cada computador um dispositivo chamado pla-
• Telnet ca de rede. Ela permitirá que muitos computadores sejam interliga-
dos simultaneamente, formando o que se chama de uma rede lo-
Rede cal, ou LAN (do inglês Local Area Network). Se essa LAN for ligada
Inicialmente abordaremos a rede, que é a parte mais complexa e es- à Internet, todos os computadores conectados à LAN poderão ter
sencial de uma Intranet. Ela pode constituir-se de uma ou de várias redes. acesso à Internet. É assim que muitas empresas proporcionam a-
As mais simples são as locais (local área network — LAN), que cobrem um cesso à Internet a seus funcionários.
único edifício ou parte dele. Os tipos de LANs são: 3. O usuário doméstico cujo computador não estiver ligado a nenhu-
- Ethernet. São constituídas por cabos coaxiais ou cabos de par ma LAN precisará de um equipamento chamado modem. O mo-
trançado (tipo telefone padrão) conectados a um hub (eixo ou pon- dem (do inglês (modulator / demodulator) possibilita que computa-
to central), que é o vigilante do tráfego na rede. dores se comuniquem usando linhas telefônicas comuns ou a ban-
- Token Ring. Também compostas de cabos coaxiais ou de par tran- da larga. O modem pode ser interno (uma placa instalada dentro
çado conectados a uma unidade de junção de mídia (Media Atta- do computador) ou externo (um aparelho separado). Através do
chment Unit — MAU), que simula um anel. Os computadores no modem, um computador pode se conectar para outro computador.
anel revezam-se transmitindo um sinal que passa por cada um de Se este outro computador for um provedor de acesso, o usuário
seus dispositivos, permitindo a retransmissão. doméstico também terá acesso à Internet. Existem empresas co-
- Interface de fibra para distribuição de dados (Siber Distributed Data merciais que oferecem esse serviço de acesso à Internet. Tais em-
Interface). Essas redes usam cabos de fibra ótica em vez dos de presas mantêm computadores ligados à Internet para esse fim. O
par trançado, e transmitem um sinal como as redes Token Ring. usuário faz uma assinatura junto a um provedor e, pode acessar o
LANs sem fio (wireless) são uma tecnologia emergente, porém caras e computador do provedor e através dele, a Internet. Alguns prove-
indicadas apenas para casos em que haja dificuldade de instalação de uma dores cobram uma taxa mensal para este acesso.
rede com cabos.
A História da Internet
SURGE A WEB Muitos querem saber quem é o “dono” da Internet ou quem ou quem
A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo- administra os milhares de computadores e linhas que a fazem funcionar.
ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o Para encontrar a resposta, vamos voltar um pouco no tempo. Nos anos 60,
acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos quando a Guerra Fria pairava no ar, grandes computadores espalhados
entre informações. Quando você dá um clique em uma frase ou palavra de pelos Estados Unidos armazenavam informações militares estratégicas em
hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o função do perigo de um ataque nuclear soviético.
computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu Surgiu assim a ideia de interconectar os vários centros de computação
escritório ou do outro lado do mundo. de modo que o sistema de informações norte-americano continuasse
A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para a funcionando, mesmo que um desses centros, ou a interconexão entre dois
localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages dão deles, fosse destruída.
acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, imagem, O Departamento de Defesa, através da ARPA (Advanced Research
som e/ou vídeo. Projects Agency), mandou pesquisar qual seria a forma mais segura e
Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al- flexível de interconectar esses computadores. Chegou-se a um esquema
guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super- chamado chaveamento de pacotes. Com base nisso, em 1979 foi criada a
computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA), semente do que viria a ser a Internet. A Guerra Fria acabou, mas a herança
da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da daqueles dias rendeu bastante. O que viria a ser a Internet tornou-se uma
Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na rede voltada principalmente para a pesquisa científica. Através da National
Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para Science Foundation, o governo norte-americano investiu na criação de
seus computadores; a partir daí, a Web decolou. backbones, aos quais são conectadas redes menores.
Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares,
INTERNET todos interligados. A eles são conectadas redes menores, de forma mais ou
Computador e Comunicação menos anárquica. É nisso que consiste a Internet, que não tem um dono.
O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais impor-
tante para a comunicação. Isso ocorre porque todos eles, independente- Software de Comunicação
mente de marca, modelo, tipo e tamanho, têm uma linguagem comum: o Até agora, tratamos da comunicação entre computadores do ponto de
sistema binário. vista do equipamento (hardware). Como tudo que é feito com computado-

Noções de Informática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
res, a comunicação requer também programas (software). O programa a Na Web, pode-se navegar entre sites diferentes
ser utilizado depende do tipo de comunicação que se pretende fazer. O que faz essa malha de informações funcionar é um sistema de ende-
Os sistemas operacionais modernos geralmente são acompanhados de reçamento que permite a cada página ter a sua própria identificação. Assim,
algum programa básico de comunicação. Por exemplo, o Internet Explorer desde que o usuário saiba o endereço correto, é possível acessar qualquer
acompanha o Windows. arquivo da rede.
Com programas desse tipo é possível acessar:
- Um computador local utilizando um cabo para interconectar as por- Na Web, você vai encontrar também outros tipos de documentos além
tas seriais dos dois computadores; dessas páginas interligadas. Vai poder acessar computadores que mantém
- Um computador remoto, através da linha telefônica, desde que os programas para serem copiados gratuitamente, conhecidos como servido-
dois computadores em comunicação estejam equipados com mo- res de FTP, grupos de discussão e páginas comuns de texto.
dens.
Além desses programas de comunicação de uso genérico, existem ou- URL - A Web tem um sistema de endereços específico, tamém chama-
tros mais especializados e com mais recursos. Geralmente, quando você do de URL (Uniform Resource Locator, localizador uniforme de recursos).
compra um computador, uma placa fax modem ou um modem externo eles Com ele, é possível localizar qualquer informação na Internet. Tendo em
vêm acompanhados de programas de comunicação. Esses programas mão o endereço, como http://www.thespot.com, você pode utilizá-lo no
podem incluir também a possibilidade de enviar e receber fax via computa- navegador e ser transportado até o destino. O endereço da página, por
dor. exemplo, é http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm
Resumo
Uma rede que interliga computadores espalhados por todo o mundo. Você pode copiá-lo e passar para um amigo.
Em qualquer computador pode ser instalado um programa que permite o
acesso à Internet. Para este acesso, o usuário precisa ter uma conta junto a Cada parte de um endereço na Web significa o seguinte:
um dos muitos provedores que existem hoje no mercado. O provedor é o http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm
intermediário entre o usuário e a Internet. Onde:
http://
MECANISMOS DE CADASTRAMENTO E ACESSO A REDE
É o método pelo qual a informação deve ser buscada. No caso, http:// é
Logon
o método utilizado para buscar páginas de Web. Você também vai encon-
Significado: Procedimento de abertura de sessão de trabalho em um
trar outras formas, como ftp:// (para entrar em servidores de FTP), mailto:
computador. Normalmente, consiste em fornecer para o computador um
(para enviar mensagens) e news: (para acessar grupos de discussão),
username (também chamado de login) e uma senha, que serão verificados
entre outros.
se são válidos, ou não. Pode ser usado para fins de segurança ou para que
o computador possa carregar as preferências de um determinado usuário.
www.uol.com.br
Login - É a identificação de um usuário para um computador. Outra
É o nome do computador onde a informação está armazenada, tam-
expressão que tem o mesmo significado é aquele tal de "User ID" que de
bém chamado de servidor ou site. Pelo nome do computador você pode
vez em quando aparece por aí.
antecipar que tipo de informação irá encontrar. Os que começam com www
são servidores de Web e contém principalmente páginas de hipertexto.
Username (Nome do Usuário) ou ID
Quando o nome do servidor começar com ftp, trata-se de um lugar onde
 Significado: Nome pelo qual o sistema operacional identifica o u- pode-se copiar arquivos. Nesse caso, você estará navegando entre os
suário. diretórios desse computador e poderá copiar um programa imediatamente
 usenet - Conjunto dos grupos de discussão, artigos e computado- para o seu micro.
res que os transferem. A Internet inclui a Usenet, mas esta pode /internet/fvm/
ser transportada por computadores fora da Internet.
 user - O utilizador dos serviços de um computador, normalmente É o diretório onde está o arquivo. Exatamente como no seu computa-
registado através de um login e uma password. dor a informação na Internet está organizada em diretórios dentro dos
 Senha é a segurança utilizada para dar acesso a serviços privados. servidores.
sistema _enderecos.htm
PROTOCOLOS E SERVIÇOS DE INTERNET
Site - Um endereço dentro da Internet que permite acessar arquivos e É o nome do arquivo que será trazido para o seu navegador. Você de-
documentos mantidos no computador de uma determinada empresa, pes- ve prestar atenção se o nome do arquivo (e dos diretórios) estão escritos
soa, instituição. Existem sites com apenas um documento; o mais comum, em maiúsculas ou minúsculas. Na maior parte dos servidores Internet, essa
porém, principalmente no caso de empresas e instituições, é que tenha diferença é importante. No exemplo acima, se você digitasse o nome do
dezenas ou centenas de documentos. O site da Geocities, por exemplo, fica arquivo como URL.HTM ou mesmo Url.Htm, a página não seria encontrada.
no endereço http://www.geocities.com Outro detalhe é a terminação do nome do arquivo (.htm). Ela indica o tipo
do documento. No caso, htm são páginas de Web. Você também vai encon-
A estrutura de um site trar documentos hipertexto como este com a extensão htm, quando se trata
Ao visitar o site acima, o usuário chegaria pela entrada principal e esco- de páginas produzidas em um computador rodando Windows. Outros tipos
lheria o assunto que lhe interessa. Caso procure informações sobre móveis, de arquivos disponíveis na Internet são: txt (documentos comuns de texto),
primeiro seria necessário passar pela página que fala dos produtos e só exe (programas) zip, tar ou gz (compactados), au, aiff, ram e wav (som) e
então escolher a opção Móveis. Para facilitar a procura, alguns sites colo- mov e avi (vídeo).
cam ferramentas de busca na home page. Assim, o usuário pode dizer qual
informação está procurando e receber uma relação das páginas que falam e-mail, correio:
daquele assunto.  Significado: local em um servidor de rede no qual ficam as men-
As ligações entre as páginas, conhecidas como hyperlinks ou ligações sagens, tanto enviadas quanto recebidas, de um dado usuário.
de hipertexto, não ocorrem apenas dentro de um site. Elas podem ligar  e-mail - carta eletrônica.
informações armazenadas em computadores, empresas ou mesmo conti-  Grupos - Uma lista de assinantes que se correspondem por correio
nentes diferentes. Na Web, é possível que uma página faça referência a eletrônico. Quando um dos assinantes escreve uma carta para um
praticamente qualquer documento disponível na Internet. determinado endereço eletrônico (de gestão da lista) todos os ou-
Ao chegar à página que fala sobre os móveis da empresa do exemplo tros a recebem, o que permite que se constituam grupos (privados)
acima, o usuário poderia encontrar um link para uma das fábricas que de discussão através de correio eletrônico.
fornecessem o produto e conferir detalhes sobre a produção. De lá, poderia  mail server - Programa de computador que responde automatica-
existir uma ligação com o site de um especialista em madeira e assim por mente (enviando informações, ficheiros, etc.) a mensagens de cor-
diante. reio eletrônico com determinado conteúdo.

Noções de Informática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
HTTP (Hypertext Transfer Protocol) páginas que contém as palavras, expressões ou frases informadas
Significado: Este protocolo é o conjunto de regras que permite a trans- na consulta. Em seguida, os endereços encontrados são apresen-
ferência de informações na Web e permite que os autores de páginas de tados ao usuário.
hipertextos incluam comandos que possibilitem saltos para recursos e Funções básicas de um sistema de busca.
outros documentos disponíveis em sistemas remotos, de forma transparen- Esses três componentes estão estreitamente associados às três fun-
te para o usuário. ções básicas de um sistema de busca:
HTML - Hypertext Markup Language. É uma linguagem de descrição  a análise e a indexação (ou "cópia") das páginas da web,
de paginas de informacao, standard no WWW, podendo-se definir páginas  o armazenamento das "cópias" efetuadas e
que contenham informação nos mais variados formatos: texto, som, ima-  a recuperação das páginas que preenchem os requisitos indicados
gens e animações. pelo usuário por ocasião da consulta.
HTTP - Hypertext Transport Protocol. É o protocolo que define como é Para criar a base de dados de um mecanismo de busca, o programa
que dois programas/servidores devem interagir, de maneira a transferirem robô sai visitando os sites da web. Ao passar pelas páginas de cada site, o
entre si comandos ou informacao relativos a WWW. robô anota os URL existentes nelas para depois ir visitar cada um desses
Newsgroup - Um grupo de news, um fórum ou grupo de discussão. URL. Visitar as páginas, fazer as cópias e repetir a mesma operação: cópia
e armazenamento, na base de dados, do que ele encontrar nesses sites.
NOVAS TECNOLOGIAS Essa é uma das formas de um mecanismo de busca encontrar os sites na
Cabo de fibra ótica – Embora a grande maioria dos acessos à internet web.
ainda ocorra pelas linhas telefônicas, em 1999 começou a ser implantada A outra maneira de o mecanismo de busca encontrar os sites na web é
no Brasil uma nova tecnologia que utiliza cabos de fibra ótica. Com eles, a o "dono" do site informar, ao mecanismo de busca, qual o endereço, o URL,
conexão passa a se realizar a uma velocidade de 128, 256 e 512 kilobites do site. Todos os mecanismos de buscas têm um quadro reservado para o
por segundo (kbps), muito superior, portanto, à feita por telefone, a 33 ou cadastramento, submissão ou inscrição de novas páginas. É um hiperlink
56 kps. Assim, a transferência dos dados da rede para o computador do que recebe diversas denominações conforme o sistema de busca. Veja
usuário acontece muito mais rapidamente. alguns exemplos.

Internet2 –Voltada para projetos nas áreas de saúde, educação e ad-


ministração pública, oferece aos usuários recursos que não estão disponí- Nome do hiperlink Mecanismos de busca
veis na internet comercial, como a criação de laboratórios virtuais e de
bibliotecas digitais. Nos EUA, já é possível que médicos acompanhem Acrescente uma URL RadarUol
cirurgias a distância por meio da nova rede. Esta nova rede oferece veloci-
dades muito superiores a da Internet, tais como 1 Megabites por segundo e Cadastre a sua página no Radix Radix
velocidades superiores. Sua transmissão é feita por fibras óticas, que
permitem trocas de grandes quantidades de arquivos e informações de uma Inserir site Zeek
forma mais rápida e segura que a Internet de hoje em dia.
Nos sites de língua inglesa, usam-se, geralmente, hiperlinks denomina-
No Brasil, a internet2 interliga os computadores de instituições públicas
dos List your site, Add URL ou Add a site.
e privadas, como universidades, órgãos federais, estaduais e municipais,
centros de pesquisas, empresas de TV a cabo e de telecomunicação.
Resumindo: num mecanismo de busca, um programa de computador
visita as páginas da web e cria cópias dessas páginas para si. Essas cópias
vão formar a sua base de dados que será pesquisada por ocasião de uma
FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS DE NAVEGAÇÃO, consulta.
DE CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA
E PESQUISA
MECANISMOS DE BUSCA Alguns mecanismos de busca:
As informações na internet estão distribuídas entre inúmeros servido-
res, armazenadas de formas diversas. As páginas Web constituem o Radix RadarUol
recurso hipermídia da rede, uma vez que utilizam diversos recursos como
hipertextos, imagens, gráficos, sons, vídeos e animações. AltaVista Fast Search
Buscar informações na rede não é uma tarefa difícil, ao contrário, é
possível encontrar milhões de referências a um determinado assunto. O Excite Snap
problema, contudo, não é a falta de informações, mas o excesso.
Os serviços de pesquisa operam como verdadeiros bibliotecários, que HotBot Radix
nos auxiliam a encontrar as informações que desejamos. A escolha de um
“bibliotecário” específico, depende do tipo de informações que pretendemos Google Aol.Com
encontrar. Todos os mecanismos de busca têm a mesma função, encontrar
informações; porém nem todos funcionam da mesma maneira Vistos de Northern Light WebCrawler
uma forma simplificada, os mecanismos de busca têm três componentes
principais:
1. Um programa de computador denominado robot, spider, crawler,
wanderer, knowbot, worm ou web-bot. Aqui, vamos chamá-los COMO EFETUAR UMA BUSCA NA INTERNET
indistintamente de robô. Esse programa "visita" os sites ou páginas
armazenadas na web. Ao chegar em cada site, o programa robô
"pára" em cada página dele e cria uma cópia ou réplica do texto
contido na página visitada e guarda essa cópia para si. Essa cópia
ou réplica vai compor a sua base de dados.
2. O segundo componente é a base de dados constituída das cópias
efetuadas pelo robô. Essa base de dados, às vezes também de-
nominada índice ou catálogo, fica armazenada no computador,
também chamado servidor do mecanismo de busca.
3. O terceiro componente é o programa de busca propriamente dito.
Esse programa de busca é acionado cada vez que alguém realiza
uma pesquisa. Nesse instante, o programa sai percorrendo a base
de dados do mecanismo em busca dos endereços - os URL - das

Noções de Informática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
NAVEGADOR INTERNET UTILIZANDO LINKS
Histórico da Internet A conexão entre páginas da Web é que caracteriza o nome World Wide
A Internet começou no início de 1969 sob o nome ARPANET (USA). Web (Rede de Amplitude Mundial).
Abreviatura Descrição Basicamente, as páginas da Web são criadas em HTML (Hyper Text
Gov.br Entidades governamentais Markup Language). Como essas páginas são hipertextos, pode-se fazer
Org.br Entidades não-governamentais links com outros endereços na Internet.
Com.br Entidades comerciais Os links podem ser textos ou imagens e quando se passa o mouse em
Mil.br Entidades militares cima de algum, o ponteiro torna-se uma “mãozinha branca espalmada”,
bastando apenas clicar com o botão esquerdo do mouse para que se façam
Composta de quatro computadores tinha como finalidade, demonstrar links com outras páginas.
as potencialidades na construção de redes usando computadores dispersos
em uma grande área. Em 1972, 50 universidades e instituições militares INTERNET EXPLORER 7
tinham conexões.
Hoje é uma teia de redes diferentes que se comunicam entre si e que A compilação Internet Explorer 7 inclui melhoramentos de desempe-
são mantidas por organizações comerciais e governamentais. Mas, por nho, estabilidade, segurança e compatibilidade de aplicações. Com esta
mais estranho que pareça, não há um único proprietário que realmente compilação, a Microsoft também introduziu melhoramentos estéticos e
possua a Internet. Para organizar tudo isto, existem associações e grupos funcionais à interface de utilizador, completou alterações na plataforma
que se dedicam para suportar, ratificar padrões e resolver questões opera- CSS, adicionou suporte para idiomas e incluiu uma função de auto-
cionais, visando promover os objetivos da Internet. desinstalação no programa de configuração, que desinstala automatica-
mente versões beta anteriores do Internet Explorer 7, tornando a desinsta-
A Word Wide Web lação da nova compilação ainda mais fácil.
A Word Wide Web (teia mundial) é conhecida também como WWW,
uma nova estrutura de navegação pêlos diversos itens de dados em vários
computadores diferentes. O modelo da WWW é tratar todos os dados da
Internet como hipertexto, “Link” isto é, vinculações entre as diferentes
partes do documento para permitir que as informações sejam exploradas
Clicando na setinha você verá o seguinte menu
interativamente e não apenas de uma forma linear.

Programas como o Internet Explorer, aumentaram muita a popularidade


da Internet graças as suas potencialidades de examinador multimídia,
capaz de apresentar documentos formatados, gráficos embutidos, vídeo,
som e ligações ou vinculações e mais, total integração com a WWW.

Este tipo de interface poderá levá-lo a um local (site) através de um de-


terminado endereço (Ex: www.apostilasopcao.com.br) localizado em qual-
quer local, com apenas um clique, saltar para a página (home page) de um Note que os que estão em cima do que está marcado são as “próximas
servidor de dados localizado em outro continente. páginas” (isso ocorre quando você volta várias páginas), e os que estão em
baixo são as páginas acessadas. E o Histórico é para ver o histórico,
últimos sites acessados.

Barra de endereço e botões atualizar e parar

Navegação BOTÕES DE NAVEGAÇÕES


Para podermos navegar na Internet é necessário um software navega-
dor (browser) como o Internet Explorer ou Netscape (Estes dois são os
Voltar
mais conhecidos, embora existam diversos navegadores).
Abaixo as funções de cada botão de seu navegador Internet Explorer
Endereços na Internet
7.0 da Microsoft.
Todos os endereços da Internet seguem uma norma estabelecida pelo
InterNic, órgão americano pertencente a ISOC (Internet Society).
O botão acima possibilita voltar na página em que você acabou de sair
ou seja se você estava na página da Microsoft e agora foi para a da aposti-
No Brasil, a responsabilidade pelo registro de Nomes de Domínios na
lasopcao, este botão lhe possibilita voltar para a da Microsoft sem Ter que
rede eletrônica Internet é do Comitê Gestor Internet Brasil (CG), órgão
digitar o endereço (URL) novamente na barra de endereços.
responsável. De acordo com as normas estabelecidas, o nome do site, ou
tecnicamente falando o “nome do domínio”, segue a seguinte URL (Univer-
sal Resource Locator), um sistema universal de endereçamento, que permi-
te que os computadores se localizem na Internet: Avançar
O botão avançar tem a função invertida ao botão voltar citado acima.
Exemplo: http://www.apostilasopcao.com.br
Onde:
1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo padrão que Parar
permite que os computadores se comuniquem. O http:// é inserido O botão parar tem como função obvia parar o download da página em
pelo browser, portanto não é necessário digitá-lo. execução, ou seja, se você está baixando uma página que está demorando
2. www – padrão para a Internet gráfica. muito utilize o botão parar para finalizar o download.
3. apostilasopcao – geralmente é o nome da empresa cadastrada jun-
to ao Comitê Gestor.
4. com – indica que a empresa é comercial.
O botão atualizar tem como função rebaixar a página em execu-
ção, ou seja ver o que há de novo na mesma. Geralmente utilizado para
As categorias de domínios existentes na Internet Brasil são:
rever a página que não foi completamente baixada, falta figuras ou textos.

Noções de Informática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Alternar entre as abas
Home Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
O botão página inicial tem como função ir para a página que o seu na- Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
vegador está configurado para abrir assim que é acionado pelo usuário, suas respectivas páginas
geralmente o Internet Explorer está configurado para ir a sua própria página
na Microsoft, caso o usuário não adicionou nenhum endereço como página Download
principal. É nada mais que baixar arquivos da Internet para seu computador U-
pload em português significa carregar – é a transferência de um arquivo do
Pesquisar seu computador para outro computador.
Este botão, é altamente útil pois clicando no mesmo Internet Explorer
Como efetuar download de uma figura na Internet.
irá abrir uma seção ao lado esquerdo do navegador que irá listar os princi-
a) Clique com o botão direito do mouse sobre a figura desejada;
pais, sites de busca na Internet, tal como Cadê, Google, Altavista etc. A
b) Escola a opção Salvar figura como;
partir daqui será possível encontrar o que você está procurando, mas
c) Escolha o nome e a pasta onde o arquivo será baixado;
veremos isto mais a fundo nas próximas páginas.
d) Clique em Salvar.

Favoritos Como efetuar download de arquivos na Internet


O botão favoritos contem os Websites mais interessantes definidos pe- Alguns arquivos como jogos; músicas; papéis de parede; utilitários co-
lo usuário, porém a Microsoft já utiliza como padrão do IE 6 alguns sites mo antivírus etc.; são disponibilizados na Internet para download a partir de
que estão na lista de favoritos. links (texto destacado ou elemento gráfico), e o procedimento é parecido
com o download de figuras.
Para você adicionar um site na lista de favoritos basta você clicar com a) Clique no respectivo link de download;
o botão direito em qualquer parte da página de sua escolha e escolher b) Aparecerá uma tela com duas opções, Abrir arquivo ou Salvar ar-
adicionar a favoritos. Geralmente utilizamos este recurso para marcar quivo em disco;
nossas páginas preferidas, para servir de atalho. c) Escolha Salvar arquivo em disco;
d) Escolha a pasta de destino e logo em seguida clique em Salvar.
e) Observa-se a seguir uma Janela (de download em execução) que
Histórico mostra o tempo previsto e a porcentagem de transferência do ar-
O botão histórico exibe na parte esquerda do navegador quais foram quivo. O tempo de transferência do arquivo varia de acordo com o
os sites visitados nas últimas semanas, ou dias com isso você pode manter ser tamanho (byte, kilobyte, megabyte).
um controle dos sites que você passou nas últimas semanas e dias. Bas-
tante útil para usuários que esqueceram o nome do site e desejam acessar MOZILLA FIREFOX
novamente.
O Firefox da Fundação Mozilla, é um programa gratuito e de código
Página aberto, e constitui-se em uma alternativa viável de navegador ("browser"
para acessar a Internet).
O botão tem várias funções: Recortar
Copiar – Colar - Salvar Página - Enviar esta página através de e-mail
Como outros programas freeware conta, no seu desenvolvimento, com
- Zoom Esta ferramenta aumenta o zoom da página fazendo com que ela
o auxílio de muitas pessoas, em todo o mundo, que contribuem para o
possa ficar ilegíve.Esta outra ferramenta só precisa ser utilizada se você
controle de qualidade do navegador, que o copiam, testam as principais
não conseguir enxergar direito a letras ou imagens de um site - Tamanho
versões e sugerem melhorias.
do texto, configura o tamanho da fonte da página - Ver código fonte,
visualiza o código fonte da página - Relatório Da Segurança, verifica se a
O Firefox pode ser usado sozinho, mas nada impede que seja usado
página contem diretivas de segurança ou certificadas digitais - Privacidade
simultaneamente com outro navegador, pois as suas configurações são
da página, verifica se a página esta configurada de acordo com a sua
independentes. Note-se que no caso de usar dois programas, a escolha de
política de privacidade.
qual navegador deve ser o padrão do sistema fica a critério do usuário.

Impressão Algumas caracterísiticas


Botão utilizado para imprimir a página da internet . Desde a versão 1.5 houve várias melhorias no sistema de atualização,
navegação mais rápida, suporte a SVG ("Scalable Vector Graphics"), novas
versões de CSS (3), JavaScript na versão 1.6, uma nova janela de Favori-
Alternar entre as abas tos, e melhorias no bloqueio de pop-ups, e várias correções de bugs.
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas. Nota-se que a velocidade de abertura das páginas aumentou, tanto pa-
Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e ra novas páginas quanto para as já visitadas. Mesmo páginas complexas,
suas respectivas páginas desenvolvidas com diversos recursos em Flash, DHTML e Shockwave,
carregam em tempo sensivelmente menor. E a tecnologia de recuperação
Alternar entre as abas
de páginas recentemente visitadas permite que, assim que você clicar no
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
botão Voltar (Back), o site seja carregado quase que instantaneamente.
Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
suas respectivas páginas
Uma das alterações na interface é a possibilidade de reorganizar as
abas de navegação usando o recurso de arrastar e soltar, o que é útil para
quem abre muitas abas e quer deixar juntos sites relacionados entre si.

Com relação ao sistema de busca integrado, além dos mecanismos já


presentes em versões anteriores (Google, Yahoo! e Amazon, por exemplo),
é possível adicionar o sistema da Answers.com como padrão.

Segurança
Com relação à segurança,
1. A partir da versão 1.5 as atualizações para o Firefox são automáti-
cas, liberando o usuário de prestar atenção a alertas de segurança
e aviso de novas correções para o navegador.

Noções de Informática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Foi criado um atalho para apagar rapidamente as informações Codificação de caracteres
pessoais do usuário, incluindo o histórico de sites navegados, da- Ao visualizar um "site", a acentuação pode aparecer toda confusa e ca-
dos digitados em formulários da web, cookies, senhas que foram racteres estranhos podem estar presentes. É comum que letras com acen-
gravadas, entre outros. O atalho está acessível clicando-se no me- tos e "ç" apareçam como "?" ou outros códigos. (Por exemplo: Sua codifi-
nu "Ferramentas" - "Limpar dados pessoais" mas também pode ser ca&ccedil;&atilde;o de caracteres est&aacute; errada).
acionado pela combinação de teclas <Ctrl> <Shift> <Del>. E, para Deve-se ressaltar que existem protocolos padrão que determinam a
os esquecidos, o Firefox pode ser configurado para remover esses codificação dos caracteres que devem ser respeitados pelas pessoas que
dados automaticamente sempre que for fechado. criam páginas para serem visualizadas na Internet.
A instalação do Firefox cria ícones novos: na tela, (uma raposa Mas, se a página ou a mensagem de e-mail não informar a codificação
com cauda em fogo) ao lado do "Botão Iniciar". em que foi escrita, o texto pode aparecer não formatado corretamente.
Extensões Duas das mais importantes codificações são:
O Firefox admite dezenas de "extensões", ou seja de programas que se - ISO: "International Standardization Organization". É o padrão oci-
fundem a ele e que adicionam novos recursos ao navegador. Portanto, dental, utilizado também no Brasil. Cada caractere só possui 1 byte
cada internauta pode adicionar novos recursos e adaptar o Firefox ao seu (8 bits), gerando um máximo de 256 caracteres.
estilo de navegar. Ou seja, quem escolhe como o Firefox deve ser é o - UTF-8: Padrão mundial, que pode ser usado em quase todos os i-
usuário. diomas.
Como abrir o Navegador Cada caractere possui 2 bytes (16 bits), o que permite um valor máxi-
Para abrir o programa deve-se clicar duplo no novo atalho que aparece mo bem maior que o anterior: 65.536 caracteres.
ao lado do botão "Iniciar" ou no ícone que aparece na tela, Ou clicar em
Botão Iniciar - Programas - Mozilla Firefox - Mozilla Firefox Como determinar a codificação
Navegação com abas No menu "Exibir" clicar em "Codificação" Selecionar Ocidental (ISO-
O Firefox possibilita abrir várias páginas na mesma janela, em diferen- 8859-1) e ver a página. Se ainda não estiver correta, selecionar Unicode
tes abas ou “orelhas” que aparecem logo abaixo da barra de navegação. (UTF-8) e, novamente, e ver a página. Essas são as codificações mais
Assim o navegador não é carregado a cada vez que se abre uma página frequentes atualmente, mas há outras opções presentes que podem ser
em outra janela e o sistema economiza memória e ganha em estabilidade. testadas.
Portanto, para acessar a outra página basta clicar na sua respectiva
aba. Ou seja: - um "site", pode ficar, inteiro, dentro de uma única janela,
cada página em uma aba, ou - várias páginas, cujos endereços são diferen-
tes, podem ficar em várias abas, na mesma janela.

Como bloquear janelas de propagandas


O Firefox continua com um recurso excelente: a possibilidade de blo-
quear o aparecimento de janelas de propagandas, ou seja, a não permissão
do surgimento de propagandas no formato pop, janelas que abrem automa-
ticamente, estourando na tela em sequência, por cima (pop up) ou por
baixo (pop under) da janela que ocupa o "site" que está sendo visualizado.
Como adicionar o botão “Nova aba” na barra de ferramentas Evidentemente, em alguns sites é importante aparecerem janelas ex-
Clicar em Exibir - Barras de ferramentas - Personalizar. tras com informações relevantes (por exemplo, os sites dos bancos que
Na janela de personalização arraste e solte o botão "Nova aba" em al- usam janelas pop para informar os horários de funcionamento das agên-
guma barra de ferramentas. cias, em dias próximos a feriados).
Como abrir uma nova aba Mas, é muito difícil (e chato, e oneroso) ter de aturar janelas pop gigan-
Para abrir um link em uma nova aba: - clicar nele com o botão direito tes aparecendo em qualquer "site", apenas com objetivo de propagandear
do mouse e, no menu que aparece, selecionar “Abrir em nova aba”. ou - artigos ou serviços nos quais não se está interessado.
Clicar no link mantendo pressionada a tecla Ctrl ou - Selecionar “Nova aba” Há muitos programas para evitar tais anúncios, mas o Firefox já tem
no "Arquivo" (ou pressionar as teclas <CTRL> e <T>) ou - Clicar no link uma opção interna para bloquear essas janelas.
com o botão do meio (ou clique na rodinha do mouse). ou - Usar o botão Clicar em "Ferramentas" - "Opções"
"Nova aba" na barra de ferramentas. ou - Dar um duplo clique em uma Abrir o item "Conteúdos"
região vazia da barra de abas. E selecionar "Bloquear janelas popup"
Como trocar de aba utilizando o teclado
- Ir para a aba da esquerda: <CTRL> <Shift> <Tab> ou <CTRL>
<PgUp> - Ir para a aba da direita: <CTRL> <Tab> ou <CTRL> <PgDo>
Como verificar a versão

Abrir o Firefox. Clicar em "Ajuda" - "Sobre o Mozilla Firefox". Na janela


que se abre verificar o número da versão.

Noções de Informática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quando uma janela popup for bloqueada, um ícone novo pode ser exi- Definição
bido na barra de status, informando o bloqueio. Para visitar esse site, deve- Caso o servidor de upload esteja na Internet, o usuário do serviço pas-
se clicar no ícone para desbloquear a popup. sa a dispor de um repositório de arquivos, similar a um disco rígido, dispo-
nível para acesso em qualquer computador que esteja na Internet.Upload é
parecido com Download, só que em vez de carregar arquivos para a sua
máquina, você os envia para o servidor.

Como alterar o tamanho do texto, ao visualizar um "site" Características


Se um determinado "site" tiver um tamanho de letra muito grande ou Os provedores gratuitos de upload variam bastante na sua política, ca-
muito pequeno, pode-se controlar a sua visualização: pacidades e prazo de validade das transferências. Mas em geral todos
Clicar em "Exibir" - Tamanho do texto e em Aumentar ou Diminuir ou funcionam da seguinte forma: o usuário que envia o arquivo fornece o
Clicar em <Ctrl> + para aumentar ou em <Ctrl> - para diminuir o tamanho endereço de e-mail (ou correio eletrônico) de um destinatário. Este recebe
da fonte. uma mensagem de e-mail do servidor de upload, informando a disponibili-
dade do arquivo, junto com uma URL. Basta que ele então clique nessa
Lembrar que <Ctrl> 0 retorna pra o tamanho normal URL para receber o arquivo.
Ordenar lista de sites favoritos
Para colocar a lista de favoritos em ordem alfabética, clicar em: Favori- Gerenciamento de pop-ups e cookies
tos - Organizar - Exibir - "Ordenar pelo nome" O pop-up é uma janela extra que abre no navegador ao visitar uma pá-
gina ou clicar em um link específico. A pop-up é utilizada pelos criadores do
Como permitir Java e Java Script site para abrir alguma informação extra ou como meio de propaganda.
Clicar em "Ferramentas" - "Opções" Abrir o item "Configurações" e se-
lecionar "Permitir Java" e "Permitir JavaScript" Como ativar o Bloqueador de pop-ups
Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você
Como salvar uma página visitada precisará ativá-lo apenas se estiver desativado.
Vá no Menu Favoritos > Adicionar Página > OK
O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras:
DOWNLOAD E UPLOAD • Sob solicitação.
Download (significa descarregar, em português), é a transferência de • No menu Ferramentas.
dados de um computador remoto para um computador local, o inverso de • A partir das Opções da Internet.
upload. Por vezes, é também chamado de puxar (ex: puxar o arquivo) ou
baixar (baixar o arquivo). Tecnicamente, qualquer página da Internet que Sob solicitação
você abre consiste em uma série de descarregamentos. O navegador Você pode ativar o Bloqueador de pop-ups ao ser solicitado a fazer is-
conecta-se com o servidor, descarrega as páginas HTML, imagens e outros so antes que a primeira janela pop-up apareça.
itens e as abre, confeccionando a página que você vê. Mas o termo descar-
regar tornou-se sinônimo de copiar arquivos de um servidor remoto para o No menu Ferramentas
seu, porque quando o navegador não pode abrir um arquivo em sua janela
(como um executável por exemplo) ele abre a opção para que o mesmo
seja salvo por você, configurando um descarregamento.

Para configurar o Bloqueador de pop-ups no menu Ferramentas, exe-


cute as seguintes etapas:
1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em
Internet Explorer.
1. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e
clique em Habilitar Bloqueador de Pop-ups para ativar o
Bloqueador de pop-ups ou em Desabilitar Bloqueador de Pop-
ups para desativá-lo.

Como definir as configurações do Bloqueador de pop-ups


As seguintes definições do Bloqueador de pop-ups podem ser configu-
Benefícios
radas:
Eles trazem arquivos favoráveis ao cotidiano e à diversão.
• Permitir lista de sites.
Prejuízos
Permitir lista de sites
Assim como podem favorecer, eles também podem danificar o compu-
Você pode permitir que as janelas pop-up abram em um site, adicio-
tador, trazendo vírus, spams e outras pragas virtuais. Por isso, é preciso
nando esse site à lista de Sites permitidos. Para fazer isso, execute as
cuidado. Legalmente é proíbido descarregar qualquer coisa que viole os
seguintes etapas:
Direitos Autorais (como musicas,imagens,videos, etc).Embora haja sempre
 Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em
exceções, o que deve ser analisado caso a caso. Problemas com spam e
Internet Explorer.
vírus não são exclusividade do ato de fazer um download, alguns deles
espalham-se automaticamente por redes locais.
2. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e cli-
que em Configurações do Bloqueador de Pop-ups.
Dicas para maior segurança
3. Na caixa Endereços do site a ser permitido:, digite o endereço do
Utilizar um antivirus é crucial, quanto maior poder maior segurança. É
site e clique em Adicionar.
recomendável também que se tenha um firewall e um antispyware
 Clique em Fechar.
Gerenciamento de Cookies
Upload
Um cookie é um grupo de dados trocados entre o navegador e o servi-
Upload é a transferência de dados de um computador local para um
dor de páginas, colocado num arquivo (ficheiro) de texto criado no compu-
servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar um servidor de FTP,
tador do utilizador. A sua função principal é a de manter a persistência de
HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a transferência.
sessões HTTP. A utilização e implementação de cookies foi um adendo ao

Noções de Informática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
HTTP e muito debatida na altura em que surgiu o conceito, introduzido pela poderá visualizá-la, respondê-la, acrescentar algo, discordar, concordar,
Netscape, devido às consequências de guardar informações confidenciais etc. A resposta também fica armazenada no servidor, e assim como a
num computador - já que por vezes pode não ser devidamente seguro, mensagem original, outras pessoas poderão "responder a resposta" da
como o uso costumeiro em terminais públicos. mensagem original. Para entender melhor, veja um exemplo da estrutura de
um newsgroup, veja o exemplo na figura abaixo.
Um exemplo é aquele cookie que um site cria para que você não preci-
se digitar sua senha novamente quando for ao site outra vez. Outros sites
podem utilizá-los para guardar as preferências do usuário, por exemplo,
quando o sítio lhe permite escolher uma cor de fundo para suas páginas.

Para excluir cookies específicos:


1 – Na guia ferramentas clique em Opções de Internet
2 – Guia Geral, clique no botão Configurações e logo após no botão
Exibir Arquivos.
3 – Na próxima janela, que será a unidade de disco rígido que está
sendo armazenado os cookies, localize o cookie que deseja ex-
cluir.
4 – Se desejar excluir mais de um cookie pressione CTRL à medida
que for clicando em cada cookie (esta operação faz com que vo-
cê selecione um grupo de cookies).
5 – Aperte a tecla Delete.
6 – Ao terminar clique Ok.
Cada servidor possui diversos grupos dentro dele, divididos por tema.
Lembrete: Determinados sites da Internet armazenam seu nome de Atualmente, a maior rede brasileira de newgroups é a U-BR (http://u-
membro, senha e outras informações pessoais. Assim ao excluir todos os
cookies o usuário deverá redigitar as senhas e outras informações dos sites
br.tk). A U-BR foi criada após o UOL ter passado a não disponibilizar mais
visitados. acesso via NNTP (via Gravity, Outlook Express, Agent, etc.) para não-
assinantes. De certa forma, isso foi bom, pois acabou "obrigando" os usuá-
rios a buscar uma alternativa. Eis então que foi criada a U-BR.
A grande vantagem da U-BR, é que ela não possui um servidor central,
ou seja, se um dos servidores dela ficar "fora do ar", você pode acessar
usando um outro servidor. Os temas (assuntos) disponíveis nos news-
groups em geral, variam desde Windows XP até Política, passando por
hardware em geral, sociologia, turismo, cidades, moutain-bike, música,
Jornada nas Estrelas, futebol, filosofia, psicologia, cidades, viagens, sexo,
humor, música e muito mais. É impossível não achar um tema que lhe
agrade.
Instalação configuração e criação de contas
Para acessar um news, você precisa usar um programa cliente, o
newsreader. Um dos mais populares é o Outlook Express, da Microsoft,
mas não é o melhor. Existem inúmeros programas disponíveis na Internet,
que possibilitam, a criação de grupos de discurções, entre eles destacam-
se o Gravity, da MicroPlanet.
Para usários do Linux, recomendo o Pan Newsreader (também
disponível para Windows).
Para configurar uma conta de acesso no Outlook Express, vá no menu
Ferramentas > Contas > Adicionar > News. Siga os passos exibidos na
O QUE SÃO "GRUPOS DE DISCUSSÃO" (NEWSGROUPS)
Tela, informando o servidor de sua preferência quando solicitado,
Grupos de discussão, Grupos de Notícias ou Newsgroups, são espé- veja no exemplo abaixo:
cies de fóruns, como estes que você já conhece. As comunidades do Orkut
também seguem um molde parecido com os newsgroups, porém com CONFIGURAÇÃO DE UMA CONTA DE NEWSGROUP
muitas limitações. São incomparavelmente inferiores aos newsgroups. MICROSFT OUTLOOK EXPRESS
Tanto os fóruns da web como as comunidades do Orkut, você acessa pelo Para configurar o acesso aos newsgroups, siga os passos referidos em
seu navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, etc.), através de um baixo:
endereço de uma página. No Microsoft Outlook Express, seleccionar Tools / Accounts
Entretanto, para acessar os newsgroups, você precisa de um leitor,
chamado newsreader (Leitor de Notícias). Um popular leitor de newsgroup,
é o Outlook Express, esse mesmo que vem com o Internet Explorer e você
usa para acessar seus e-mails, pois além de ser cliente de e-mail, ele tem
capacidade de acessar servidores de newsgroups, mas com algumas
limitações.
Em alguns casos, também é possível acessar os mesmos grupos de
discussão via navegador, mas isso se o administrador do servidor disponibi-
lizar esse recurso. Porém, acessando via navegador, estaremos deixando
de usar o serviço newsgroup de fato, passando a utilizar um simples
fórum da Internet.
Operação
Basicamente, um newsgroup funciona assim:
1. Alguém envia uma mensagem para o grupo, posta ela.
2. Essa mensagem fica armazenada no servidor do news, e qualquer
pessoa que acessar o servidor e o grupo onde essa mensagem foi postada,

Noções de Informática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-
groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
servidor de newsgroups: news.iol.pt.

Depois de seleccionados, poderá encontrar os newsgroups escolhidos


na pasta news.iol.pt.

Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-


groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
servidor de newsgroups: news.iol.pt.

CORREIO ELETRÔNICO

MICROSOFT OFFICE OUTLOOK


Envie e receba email; gerencie sua agenda, contatos e tarefas; e regis-
tre suas atividades usando o Microsoft Office Outlook.

Iniciando o Microsoft Office Outlook


Clique em Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft Offi-
ce Outlook.

Esta versão do Outlook inclui novos recursos criados para ajudá-lo a


Clique em "Yes" para obter as mensagens dos newsgroups. acessar, priorizar e lidar com comunicação e informações, de forma a
otimizar o seu tempo e facilitar o gerenciamento do fluxo crescente de
emails recebidos.

Experiência de Email Dinâmica. O Outlook ajuda você a ler, organi-


zar, acompanhar e localizar emails com mais eficiência do que antigamen-
te. O novo layout da janela exibe mais informações na tela de uma só vez,
mesmo em monitores pequenos. A lista de mensagens foi reprojetada para
utilizar o espaço de forma mais inteligente. Como resultado disso, você
perderá menos tempo com a navegação e dedicará mais tempo à realiza-
ção de suas tarefas. O agrupamento automático de mensagens ajuda o
usuário a localizar e a ir para emails em qualquer lugar da lista com mais
rapidez do que antes. E você ainda pode mover ou excluir todas as mensa-
gens em um grupo de uma vez.

Filtro de Lixo Eletrônico. O novo Filtro de Lixo Eletrônico ajuda a evi-


Nesta janela, poderá escolher quais pretende ver, clicando no "News" tar muitos dos emails indesejáveis que você recebe todos os dias. Ele usa a
desejado e posteriormente em "Subscribe". Depois de ter seleccionado tecnologia mais avançada desenvolvida pelo Centro de Pesquisa da Micro-
todos os newsgroups que pretende visualizar, deverá clicar em "OK".
Noções de Informática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
soft para avaliar se uma mensagem deve ser tratada como lixo eletrônico Regras e Alertas. O Outlook o alertará da chegada de novos emails na
com base em vários fatores como, por exemplo, o horário em que a men- sua Caixa de Entrada exibindo uma notificação discreta na área de traba-
sagem foi enviada e o seu conteúdo. O filtro não identifica nenhum reme- lho, mesmo quando você estiver usando outro programa. É possível criar
tente ou tipo de email específico; ele se baseia no conteúdo da mensagem rapidamente regras para arquivar emails com base na mensagem, selecio-
e faz uma análise avançada da estrutura da mensagem para determinar a nando a mensagem e clicando em Criar Regra.
probabilidade de ser ou não lixo eletrônico. Qualquer mensagem detectada
pelo filtro é movida para a pasta Lixo Eletrônico, de onde ela pode ser Modo de Transferência em Cachê. Se você usa o Microsoft Exchange
recuperada ou revisada posteriormente. Você pode adicionar emails à Lista Server não precisa mais se preocupar com problemas causados por redes
de Remetentes Confiáveis para garantir que as mensagens desses reme- lentas ou distantes. O Outlook pode baixar a caixa de correio para o seu
tentes nunca sejam tratadas como lixo eletrônico e pode ainda bloquear computador, reduzindo a necessidade de comunicação com o servidor de
mensagens de determinados endereços de email ou nomes de domínio email. Se a rede ficar indisponível, o Outlook continuará utilizando as infor-
adicionando o remetente à Lista de Remetentes Bloqueados. mações já baixadas — e talvez você nem perceba a queda da rede. O
Outlook se adapta ao tipo de rede disponível, baixando mais itens de email
Painel de Navegação. O Painel de Navegação é mais do que uma em redes mais rápidas e oferecendo mais controle sobre os itens baixados
simples lista de pastas: ele combina os recursos de navegação principal e em redes lentas. Se usar o Outlook com o Microsoft Exchange Server,
compartilhamento do Outlook em um local de fácil utilização. Em Email, você se beneficiará de uma redução significativa no tráfego da rede, que o
você encontrará mais pastas de email do que antigamente. Além disso, ajudará a obter as informações com mais rapidez.
poderá adicionar suas pastas favoritas ao início da lista. Em Calendário,
você poderá exibir os calendários compartilhados de outras pessoas lado a Ícones de listas de mensagens do Outlook Express
lado com o seu próprio calendário. Em Contatos, você verá a lista de todas Os ícones a seguir aparecem nos e-mails e indicam a prioridade das
as pastas de contatos que poderá abrir (estejam elas armazenadas no seu mensagens, se as mensagens possuem arquivos anexados ou ainda se as
computador ou em um local da rede), bem como maneiras aperfeiçoadas mensagens estão marcadas como lidas ou não lidas. Veja o que eles
de exibir os contatos. Todos os oito módulos do Outlook possuem uma significam:
interface de usuário criada para ajudá-lo a encontrar rapidamente o que
você está procurando, na forma como você gosta de ver essa informação.

Painel de Leitura. O Painel de Leitura é o local ideal para ler emails,


sem a necessidade de abrir uma janela separada para cada mensagem.
Como um pedaço de papel, o Painel de Leitura é posicionado verticalmen-
te. Esse layout é mais confortável e, em conjunto com a nova lista de
mensagens de várias linhas, significa que você pode ver quase o dobro do
conteúdo de um email em um monitor do mesmo tamanho, se comparado
com o Painel de Visualização das versões anteriores do Outlook.

Sinalizadores Rápidos. Se você precisar responder a um email, mas


não tiver tempo agora, clique no ícone do sinalizador ao lado da mensagem
para marcá-la com um Sinalizador Rápido. Os diversos sinalizadores colo-
ridos facilitam a categorização das mensagens. A pasta denominada – Para
Acompanhamento" sempre contém uma lista atualizada de todas as men-
sagens marcadas com sinalizadores rápidos em cada pasta da caixa de
correio.

Organizar por Conversação. Se você receber muitos emails diaria- Como criar uma conta de e-mail
mente, poderá se beneficiar da opção de agrupamento denominada Orga- Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte:
nizar por Conversação. O modo de exibição Organizar por Conversação 1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do
mostra a lista de mensagens de uma forma orientada a conversação ou administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor de
"segmentada". Para que você leia os emails com mais rapidez, esse modo e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails.
de exibição mostra primeiro apenas as mensagens não lidas e marcadas 2. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office
com Sinalizadores Rápidos. Cada conversação pode ser ainda mais ex- Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP (Hy-
pandida para mostrar todas as mensagens, inclusive os emails já lidos. pertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da conta
Para organizar as mensagens dessa forma, clique em Organizar por Con- e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para POP3 e
versação no menu Exibir. IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geralmente
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
Pastas de Pesquisa. As Pastas de Pesquisa contêm resultados de
pesquisa, atualizados constantemente, sobre todos os itens de email cor- Vamos à configuração:
respondentes a critérios específicos. Você pode ver todas as mensagens 3. No menu Ferramentas, clique em Contas.
não lidas de cada pasta na sua caixa de correio em uma Pasta de Pesquisa
denominada "Emails Não Lidos". Para ajudá-lo a reduzir o tamanho da
caixa de correio, a Pasta de Pesquisa "Emails Grandes" mostra os maiores
emails da caixa de correio, independentemente da pasta em que eles estão
armazenados. Você também pode criar suas próprias Pastas de Pesquisa:
escolha uma pasta na lista de modelos predefinidos ou crie uma pesquisa
com critérios personalizados e salve-a como uma Pasta de Pesquisa para
uso futuro.

Calendários Lado a Lado,.Agora você pode exibir vários calendários


lado a lado na janela Calendário do Outlook.Todos os calendários podem
ser vistos lado a lado: calendários locais, calendários de pastas públicas,
calendários de outros usuários ou lista de eventos da equipe do Microsoft
Windows® SharePoint™ Services. Os calendários são codificados por
cores para ajudá-lo a distingui-los.

Noções de Informática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. Com sua mensagem aberta, clique em Arquivo.
2. A seguir, clique em Salvar.

Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma mensagem
de e-mail em outros arquivos de seu computador no formato de e-mail
(.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html).

Abrir anexos
Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte:
1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de papel no ca-
beçalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do arquivo.

Ou apenas clique no símbolo de anexo

Logo a seguir visualizaremos o assistente de configuração do Outlook,


posteriormente clique no botão adicionar- Email.

Na parte superior da janela da mensagem, clique duas vezes no ícone


de anexo de arquivo no cabeçalho da mensagem.
(Quando uma mensagem tem um arquivo anexado, um ícone de clipe
de papel é exibido ao lado dela na lista de mensagens.)

Salvar anexos

Clique em Email e o Assistente para conexão com a Internet irá se a-


brir. Basta seguir as instruções para estabelecer uma conexão com um Para salvar um anexo de arquivo de seu e-mail, faça o seguinte:
servidor de e-mail ou de notícias e ir preenchendo os campos de acordo 1. Clique na mensagem que tem o arquivo que você quer salvar.
com seus dados. 2. No menu Arquivo, clique em Salvar anexos.

Observação:
Cada usuário pode criar várias contas de e-mail, repetindo o procedi-
mento descrito acima para cada conta.

Compartilhar contatos
Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pesso-
as) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um contato
fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos
compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer sal-
endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook. O var.
catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identida- 4. Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa abai-
des: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o xo é onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique em
compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos "Procurar" e escolha outra pasta ou arquivo.)
compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode 5. Clique em Salvar.
criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato
existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos comparti- Como redigir um e-mail
lhados. A competitividade no mundo dos negócios obriga os profissionais a
1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços. uma busca cada vez maior de um diferencial em sua qualificação. Sabe-se
Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visuali- da importância de uma boa comunicação em nossos dias. Quantos não
zando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exi- vivem às voltas com e-mails, atas, cartas e relatórios?
bir de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos. A arte de se comunicar com simplicidade é essencial para compor
qualquer texto. Incluímos aqui todas e quaisquer correspondências comer-
ciais, empresariais ou via Internet (correio eletrônico).

Uma correspondência tem como objetivo comunicar algo. Portanto, é


fundamental lembrar que a comunicação só será eficiente se transmitir ao
destinatário as ideias de modo simples, claro, objetivo, sem deixar dúvidas
quanto ao que estamos querendo dizer.

O e-mail é uma forma de comunicação escrita e, portanto, exige cuida-


do. A maior diferença entre um e-mail e uma correspondência via correio
Na lista de contatos, selecione o contato que deseja compartilhar. tradicional está na forma de transmissão, sendo a primeira, indubitavelmen-
Arraste o contato para a pasta Contatos compartilhados ou para uma te, mais rápida e eficiente.
de suas subpastas.
Ao escrevermos um e-mail, sobretudo com finalidade comercial ou em-
Salvar um rascunho presarial, devemos observar alguns pontos:
Para salvar um rascunho da mensagem para usar mais tarde, faça o 1. A forma como você escreve e endereça o e-mail permite que o des-
seguinte: tinatário interprete seu interesse e o quanto ele é importante para você.

Noções de Informática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O bom senso deve sempre prevalecer de acordo com o tipo de mensa- Pastas Padrões
gem a ser transmitida. A natureza do assunto e a quem se destina o e-mail As pastas padrões do Outlook não podem ser alteradas. Você poderá
determinam se a mensagem será informal ou mais formal. Em qualquer um criar outras pastas, mas não deve mexer nas seguintes pastas:
dos casos, os textos devem ser curtos, bastante claros, objetivos. Caixa de Entrada: local padrão para onde vão as mensagens que che-
gam ao seu Outlook. (Você pode criar pastas e regras para mudar o lugar
O alinhamento à esquerda facilita a leitura. para o qual suas mensagens devam ser encaminhadas.).
2. Quando vamos enviar um e-mail em nome de uma empresa ou or-
ganização, é conveniente deixar em destaque que se trata de uma comuni- 2. Caixa de Saída: aqui ficam os e-mails que você já escreveu e que
cação institucional, o que não se faz necessário na correspondência tradi- vai mandar para o(s) destinatário(s).
cional, uma vez que esse aspecto é evidenciado pelo timbre, nome ou 3. Itens Enviados: nesta pasta ficam guardados os e-mails que você
marca já impresso no papel. já mandou.
4. Itens Excluídos: aqui ficam as mensagens que você já excluiu de
No caso dos e-mails, temos apenas os campos Para ou To e, para en- outra(s) pasta(s), mas continuam em seu Outlook.
viarmos com uma cópia para outra pessoa, preenchemos o campo CC 5. Rascunhos: as mensagens que você está escrevendo podem ficar
(Cópia Carbono). guardadas aqui enquanto você não as acaba de compor definitiva-
mente. Veja como salvar uma mensagem na pasta Rascunhos.
Convém ressaltar que existe um outro campo que pode utilizado para
enviarmos uma cópia para outra pessoa, de modo que não seja exibido o Criar novas pastas
endereço em questão: é o campo CCO (Cópia Carbono Oculta). Para organizar seu Outlook, você pode criar ou adicionar quantas pas-
tas quiser.
Às vezes, recebemos um e-mail com uma lista enorme de destinatá- 1. No menu Arquivo, clique em Pasta.
rios, o que não é nada recomendável. Se quisermos enviar uma mesma 2. Clique em Nova.
mensagem para um grande 3. Uma nova janela se abrirá.
Na caixa de texto Nome da pasta, digite o nome que deseja dar à pasta
Veja o exemplo: e, em seguida, selecione o local para a nova pasta.
Posteriormente basta clicar no botão enviar Lembre-se de que o Outlook Express vai criar sua pasta nova dentro
daquela que estiver selecionada no momento. Se você selecionar, por
exemplo, "Caixa de Entrada" e solicitar uma nova pasta, esta será posicio-
nada dentro da Caixa de Entrada.

Para grupos de endereços, é preferível colocarmos todos eles no cam-


po CCO e apenas um endereço no campo Para. Estaremos fazendo um
favor a quem recebe, além de não estarmos divulgando o endereço de
outras pessoas desnecessariamente.

3. É importante indicar no campo Assunto qual é o tema a ser tratado.


Uma indicação clara nessa linha ajuda na recepção da mensagem. Lembre-
se de que seu destinatário pode receber muitas mensagens e não presuma
que ele seja um adivinho. Colocar, por exemplo, apenas a palavra “informa-
ções” no campo assunto, não ajuda em nada. Especifique claramente o
conteúdo. Por exemplo: Informações sobre novo curso.

4. No espaço reservado à mensagem, especifique logo no início o e-


missor e o receptor. Exemplo:
Se o que você quer é uma nova pasta, independente das que você já
criou, selecione sempre o item Pastas Locais
Prezado Cliente
Dê um nome e selecione o local onde quer que fique esta nova pasta
Agradecemos aquisição de nossos produtos.
que você acabou de criar.
Grato.

Podemos sintetizar assim: MOZILLA THUNDERBIRD


1. Sempre colocar o assunto. 1. Para configurar sua conta no Thunderbird, ao abrir o programa, na
2. Indique o emissor e o destinatário no corpo da mensagem. tela principal, clique no menu Ferramentas e em seguida em Configurar
3. Coloque apenas uma saudação. contas...
4. Escreva a mensagem com palavras claras e objetivas.
5. Coloque em destaque (negrito, sublinhado, ou itálico) os aspectos
principais do e-mail.
6. Digite o seu nome completo ou nome da empresa.
7. Abaixo digite o seu e-mail (no caso do destinatário querer respon-
der para você, ou guardar seu endereço).
8. Envie a mensagem.

Verificar novas mensagens


Para saber se chegaram novas mensagens, faça o seguinte:

Com seu Outlook aberto, clique em Enviar/receber na barra de ferra-


mentas.

Os e-mail serão recebidos na caixa de entrada do Outlook, caso houver


algum e-mail a ser enviado, o mesmo será enviado automaticamente.

Noções de Informática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Clique em Adicionar conta...

3. Selecione a opção Conta de Correio Eletrônico e clique em Se- 6. No campo Nome de utilizador:, digite seu login (sem @usp.br no fi-
guinte. nal) do email USP. No campo Nome de utilizador do servidor SMTP:
,digite seu login novamente. Logo após, clique em Seguinte.

4. No campo O seu Nome:, preencha com o seu nome (ele aparecerá


na mensagem enviada ao destinatário). No campo Endereço e Correio:
digite o seu endereço eletrônico da USP e clique em Seguinte.

7. No campo Nome da conta: digite o seu endereço eletrônico da


USP e clique em Seguinte.

5. Selecione o tipo de recepção de sua preferência (recomendado


POP). No campo Servidor de Recepção: digite em letras minúsculas
pop.usp.br. No campo Enviar mensagens por este servidor SMTP:
digite em letras minúsculas smtp.usp.br.
Ao final, clique em Seguinte.

Noções de Informática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8. Clique em Concluir. 11. Na tela de configuração do Servidor SMTP que irá surgir, altere o
número da porta de 25 para 587.

12. Na área de Autenticação e Segurança abaixo, a opção Usar no-


me de utilizador e senha deve estar marcada (caso não esteja, marque-a),
9. De volta à tela de Configuração de Conta, no menu do lado es- e no campo Nome de utilizador:, logo abaixo, digite seu login (sem
querdo, clique na opção Servidor de Saída (SMTP). @usp.br no final). No item Usar ligação segura: deixe marcada a opção
Não. Ao final, clique em OK.

13. De volta à tela de Configuração de Conta, selecione a opção Con-


figurações do Servidor no menu esquerdo (referente ao seu email
10. No campo que irá aparecer, selecione o item correspondente ao @usp.br).
smtp da usp e em seguida clique em Editar...

Noções de Informática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
14. Marque a opção Deixar mensagens no servidor (para que, ao Os principais motivos que levam a implantação de uma rede de compu-
baixar as mensagens, seja mantida uma cópia no email USP). Clique em tadores são:
OK para finalizar. • Possibilitar o compartilhamento de informações (programas e da-
dos) armazenadas nos computadores da rede;
• Permitir o compartilhamento de recursos associados às máquinas
interligadas;
• Permitir a troca de informações entre os computadores interliga-
dos;
• Permitir a troca de informações entre usuários dos computadores
interligados;
• Possibilitar a utilização de computadores localizados remotamente;
• Permitir o gerenciamento centralizado de recursos e dados;

Tipos de redes
Do ponto de vista da maneira com que os dados de uma rede são
compartilhados podemos classificar as redes em dois tipos básicos:
• Ponto-a-ponto: que é usado em redes pequenas;
• Cliente/servidor: que pode ser usado em redes pequenas ou em
redes grandes.

Esse tipo de classificação não depende da estrutura física usada pela


15. Feche o Thunderbird e reabra-o novamente. Agora, basta clicar rede (forma como está montada), mas sim da maneira com que ela está
em Obter correio no menu superior para enviar/receber suas mensagens. configurada em software.

Redes Ponto-a-Ponto
Esse é o tipo mais simples de rede que pode ser montada, praticamen-
te todos os Sistemas Operacionais já vêm com suporte a rede ponto-a-
ponto (com exceção do DOS). Nesse tipo de rede, dados e periféricos
podem ser compartilhados sem muita burocracia, qualquer micro pode
facilmente ler e escrever arquivos armazenados em outros micros e tam-
bém usar os periféricos instalados em outros PC‘s, mas isso só será possí-
vel se houver uma configuração correta, que é feita em cada micro. Ou
seja, não há um micro que tenha o papel de servidor da rede, todos micros
podem ser um servidor de dados ou periféricos.

Apesar de ser possível carregar programas armazenados em outros


micros, é preferível que todos os programas estejam instalados individual-
mente em cada micro. Outra característica dessa rede é na impossibilidade
de utilização de servidores de banco de dados, pois não há um controle de
sincronismo para acesso aos arquivos.
Fonte: cce.usp.br
Vantagens e Desvantagens de uma rede Ponto-a-Ponto:
• Usada em redes pequenas (normalmente até 10 micros);
• Baixo Custo;
COMUNICAÇÃO: PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO E REDE DE
• Fácil implementação;
LOCAIS E REMOTAS
• Baixa segurança;
• Sistema simples de cabeamento;
Atualmente é praticamente impossível não se deparar com uma rede • Micros funcionam normalmente sem estarem conectados a rede;
de computadores, em ambientes relacionados à informática, principalmente • Micros instalados em um mesmo ambiente de trabalho;
porque a maioria dos usuários de computadores se conectam a Internet - • Não existe um administrador de rede;
que é a rede mundial de computadores. • Não existe micros servidores;
• A rede terá problemas para crescer de tamanho.
As redes de computadores surgiram da necessidade de troca de infor-
mações, onde é possível ter acesso a um dado que está fisicamente locali- Redes Cliente/Servidor
zado distante de você, por exemplo em sistemas bancários. Neste tipo de Este tipo de rede é usado quando se deseja conectar mais de 10 com-
sistema você tem os dados sobre sua conta armazenado em algum lugar, putadores ou quando se deseja ter uma maior segurança na rede. Nesse
que não importa onde, e sempre que você precisar consultar informações tipo de rede aparece uma figura denominada servidor. O servidor é um
sobre sua conta basta acessar um caixa automático. computador que oferece recursos especializados, para os demais micros da
rede, ao contrário do que acontece com a rede ponto-a-ponto onde os
As redes não são uma tecnologia nova. Existe desde a época dos pri- computadores compartilham arquivos entre si e também podem estar
meiros computadores, antes dos PC‘s existirem, entretanto a evolução da fazendo um outro processamento em conjunto.
tecnologia permitiu que os computadores pudessem se comunicar melhor a
um custo menor. A grande vantagem de se ter um servidor dedicado é a velocidade de
Além da vantagem de se trocar dados, há também a vantagem de resposta as solicitações do cliente (computador do usuário ou estações de
compartilhamento de periféricos, que podem significar uma redução nos trabalho), isso acontece porque além dele ser especializado na tarefa em
custos de equipamentos. A figura abaixo representa uma forma de compar- questão, normalmente ele não executa outra tarefas. Em redes onde o
tilhamento de impressora (periférico) que pode ser usado por 3 computado- desempenho não é um fator importante, pode-se ter servidores não dedica-
res. dos, isto é, micros servidores que são usados também como estação de
trabalho.
É importante saber que quando nos referimos a dados, não quer dizer Outra vantagem das redes cliente/servidor é a forma centralizada de
apenas arquivos, mas qualquer tipo de informação que se possa obter de administração e configuração, o que melhora a segurança e organização da
um computador. rede.

Noções de Informática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para uma rede cliente/servidor podemos ter vários tipos de servidores Rede Metropolitana - MAN (Metropolitan Area Network): computa-
dedicados, que vão variar conforme a necessidade da rede, para alguns dores interligados em uma região de uma cidade, chegando, às vezes, a
tipos desses servidores podemos encontrar equipamentos específicos que interligar até computadores de cidades vizinhas próximas. São usadas para
fazem a mesma função do computador acoplado com o dispositivo, com interligação de computadores dispersos numa área geográfica mais ampla,
uma vantagem, o custo desses dispositivos são bem menores. Abaixo onde não é possível ser interligada usando tecnologia para redes locais.
temos exemplos de tipos de servidores: Podemos fazer interligações entre redes, de forma que uma rede distin-
ta possa se comunicar com uma outra rede. Entre as formas de interliga-
Servidor de Arquivos: É um servidor responsável pelo armazenamen- ções de rede destacamos a Internet, Extranet e Intranet.
to de arquivos de dados - como arquivos de texto, planilhas eletrônicas,
etc... É importante saber que esse servidor só é responsável por entregar Internet
os dados ao usuário solicitante (cliente), nenhum processamento ocorre A Internet (conhecida como rede mundial de computadores) é uma in-
nesse servidor, os programas responsáveis pelo processamento dos dados terligação de mais de uma rede local ou remota, na qual é necessário a
dos arquivos deve estar instalados nos computadores clientes. existência de um roteador na interface entre duas redes. A transferência de
• Servidor de Impressão: É um servidor responsável por processar dados ocorre de forma seletiva entre as redes, impedindo assim o tráfego
os pedidos de impressão solicitados pelos micros da rede e enviá- desnecessário nas redes. A Internet tem por finalidade restringir o fluxo das
los para as impressoras disponíveis. Fica a cargo do servidor fazer comunicações locais ao âmbito de suas limitações físicas, permitindo o
o gerenciamento das impressões. acesso a recursos remotos e o acesso de recursos locais por computadores
• Servidor de Aplicações: É responsável por executar aplicações remotos, quando necessário.
do tipo cliente/servidor como, por exemplo, um banco de dados. Ao
contrário do servidor de arquivos, esse tipo de servidor faz proces- lntranet
samento de informações. A Intranet é uma rede privada localizada numa corporação constituída
• Servidor de Correio Eletrônico: Responsável pelo processamen- de uma ou mais redes locais interligadas e pode incluir computadores ou
to e pela entrega de mensagens eletrônicas. redes remotas. Seu principal objetivo é o compartilhamento interno de
informações e recursos de uma companhia, podendo ser usada para facili-
Componentes de uma Rede tar o trabalho em grupo e para permitir teleconferências. o uso de um ou
Cliente: Um cliente em uma rede, corresponde a todo computador que mais roteadores podem permitir a interação da rede interna com a Internet.
busca a utilização de recursos compartilhados ou o acesso a informações Ela se utiliza dos protocolos TCP/IP, HTTP e os outros protocolos da Inter-
que encontram-se em pontos centralizados na rede. net são usados nas comunicações e é caracterizada pelo uso da tecnologia
Servidor: Um servidor em uma rede corresponde a um computador WWW dentro de uma rede corporativa.
que centraliza o oferecimento de recursos compartilhados e que atende as
requisições dos computadores clientes desta rede. Extranet
Usuário: Corresponde a toda pessoa que utiliza um computador cliente É uma rede privada (corporativa) que usa os protocolos da Internet e
e que procura acess de uma rede os serviços de provedores de telecomunicação para compartilhar parte de
Administrador: O administrador de uma rede corresponde ao profis- suas informações com fornecedores, vendedores, parceiros e consumido-
sional que que cuida do gerenciamento dos recursos da rede, manutenção, res. Pode ser vista como a parte de uma Intranet que é estendida para
segurança etc. usuários fora da companhia. Segurança e privacidade são aspectos funda-
Hardware de rede: A placa de redes ou interface corresponde ao dis- mentais para permitir o acesso externo, que é realizado normalmente
positivo que anexado ao computador permite que ele possa ser conectado através das interfaces da WWW, com autenticações, criptografias e restri-
fisicamente a rede. ções de acesso. Pode ser usado para troca de grandes volumes de dados,
Modem: É responsável pela modulação e demodulação dos dados, ou compartilhamento de informações entre vendedores, trabalho cooperativo
seja codifica o sinal de entrada e saída dos dados. entre companhias, etc.
Sistema operacionais: Para um computador operar em uma rede, tan-
to no papel cliente, como no servidor, é necessário que o sistema operacio- Redes sem fio
nal instalado neste computador possa suportar as operações de comunica- A tecnologia hoje, atingiu um grau de disseminação na sociedade que
ção em rede. Todos os sistemas operacionais atuais suportam e reconhe- faz com que esteja presente em todas as áreas de trabalho e também até
cem a operação em rede,implementando em suas operações de entrada e nas áreas do entretenimento. Esse crescimento fez com que as pessoas
saída, as funções de utilização como clientes e servidores. Temos como precisem se conectar em redes em qualquer lugar a qualquer hora. Em
exemplo os seguintes sistemas: Windows (9x, XP, NT, 2000 e 2003), Novell muitas situações é impossível ou mesmo muito custoso montar uma estru-
Netware, Mac OS, Unix e Linux. tura de conexão utilizando cabeamento convencional. É aí que entra a
Protocolo: O protocolo de rede corresponde a um padrão de comuni- conexão de redes sem fio. As redes sem fio (ou também conhecidas pelos
cação existente em uma rede. Para que dois computadores possam trocar termos em inglês Wireless e WiFi) correspondem a infra estruturas que
informações entre si, é necessário que utilizem o mesmo protocolo de rede. permitem a conexão de computadores entre si ou a uma rede convencional,
Como exemplos de protocolos de rede atuais temos: TCP/IP, IPX/SPX, utilizando tecnologias de comunicação que dispensam a utilizam de cabos.
AppleTalk, SNA, NETBEUI. A grande vantagem da rede sem fio é a mobilidade que ela permite aos
Topologia: Uma topologia de rede corresponde ao desenho lógico que computadores, particularmente aos notebooks e portáteis de mão (Palmtops
uma rede apresenta. Mostrando principalmente o caminho da comunicação ou PDAs).Um exemplo pode ser dado pelo caso de uma empresa que man-
entre os computadores de uma rede. tém um grande depósito de armazenamento e que necessita que um funcio-
nário possa levar um computador portátil e registrar a quantidade dos itens no
Classificação de redes de computadores estoque conferindo em cada prateleira. Este computador estaria ligado a rede
As redes de computadores podem ser classificadas de duas formas: da empresa, permitindo ao funcionário consultar os dados no banco de dados
pela sua dispersão geográfica e pelo seu tipo de topologia de interconexão. de estoque e atualizando esses valores se fosse necessário.
Em relação a dispersão geográfica podemos classifica-las como:
Rede Local - LAN (Local Area Network): que são redes de pequena
dispersão geográfica dos computadores interligados que conectam compu-
tadores numa mesma sala, prédio, ou campus com a finalidade de compar-
tilhar recursos associados aos computadores, ou permitir a comunicação
entre os usuários destes equipamentos.
Rede de Longa Distância -WAN (Wide Area Network): redes que u-
sam linhas de comunicação das empresas de telecomunicação. É usada
para interligação de computadores localizados em diferentes cidades,
estados ou países.

Noções de Informática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O que é topologia física da rede Rompimento do backbone: Quando ocorre um rompimento no backbo-
“Topologia física de rede refere-se ao layout físico dos computadores ne, as extremidades do ponto de rompimento não estarão terminadas e os
em uma rede”. sinais começarão a retornar no cabo fazendo com que a rede seja desati-
Os profissionais de rede utilizam esse termo quando querem referir-se vada. Objetos pesados que caíam sobre o cabo podem provocar o seu
ao projeto físico da rede, ou a forma como os computadores, e outros rompimento. O rompimento às vezes não é visual, ficando interno ao cabo,
componentes de rede, ficam dispostos no projeto geral de uma rede. dificultando a identificação.
A forma de realizar uma tarefa pode tornar um processo mais eficiente.
Computadores conectam-se para compartilharem recursos e promoverem Estrela
serviços para toda a rede. A forma de conectar computadores em rede Na topologia estrela, os computadores ficam ligados a um ponto central
pode torná-los mais eficientes nas atividades de rede. A topologia de uma que tem a função de distribuir o sinal enviado por um dos computadores a
rede pode afetar o seu desempenho e sua capacidade. todos os outros ligados a este ponto. Esta topologia é assim chamada, pois
Montar ou organizar uma rede não é um processo muito simples. De- seu desenho lembra uma estrela.
vem-se combinar diferentes tipos de componentes, escolher o sistema
operacional de rede, além de prever como estes componentes estarão
sendo conectados em diferentes tipos de ambientes.
Neste ponto a topologia da rede se mostra crucial, por que define como
estes componentes estarão sendo interligados em diferentes ambientes e
situações e em última análise definem como a informação vai se propagar
na rede.
A topologia física de rede também vai definir a topologia lógica da rede
ou, como é mais conhecida, a tecnologia de rede a ser utilizada.
Quando usado sozinho, o termo topologia, refere-se a topologia física
da rede.
Uma topologia normalmente não corresponde a toda a rede, mas a de-
senhos básicos encontrados em diversas partes de uma rede e que assim
acabam formando o conjunto completo de uma rede que pode acabar
combinando várias topologias.
As estruturas básicas de topologia que formam uma rede podem ser: Funcionamento
Barramento - Anel - Estrela - Malha e Sem fio O ponto central da topologia estrela pode ser um dispositivo de rede
denominado Hub ou ainda ser um dispositivo mais complexo tal como uma
Barramento switch ou roteador. A implementação mais comum encontrada é a que
Na topologia de barramento os computadores ficam conectados em um utiliza um hub como ponto central e cabeamento de par-trançado.
único segmento denominado barramento central ou backbone. Esse seg- No caso de um Hub o sinal enviado é simplesmente redirecionado a
mento conecta todos os computadores daquele segmento em uma única todas as conexões existentes neste Hub, chegando assim a todos os
linha. Pode ser o caso de que este barramento central do ponto de vista computadores ligados no Hub.
físico, ser formado de pequenos trechos interligados, mas em termos de Na topologia de estrela, há a necessidade de uma conexão de cabo
transmissão de sinal ser considerado apenas um trecho único. entre cada computador e o Hub ou outro dispositivo agindo como ponto
central.

Problemas
Os problemas ou desvantagens da utilização desta topologia podem
ser resumidos nos seguintes:
• Utilização de uma grande quantidade e metragem de cabos. Em
grandes instalações de rede será preciso um cabo para conectar
cada computador ao hub. Dependendo da distância que o hub fica
dos computadores, a metragem e a quantidade de cabos, pode se
tornar significativa.
• Perda de Conexão na falha do hub. Se, por qualquer razão, o hub
for desativado ou falhar, todos os computadores ligados a este hub
Comunicação vão perder a conexão uns com os outros.
Os computadores na topologia de barramento enviam o sinal para o
backbone que é transmitido em ambas as direções para todos os computa- Anel
dores do barramento. Numa topologia em anel os computadores são conectados numa estru-
Problemas com o barramento tura em anel ou um após o outro num circuito fechado. A comunicação é
feita de computador a computador num sentido único (horário) através da
conexão em anel.
Uma característica importante desta topologia é que cada computador
recebe a comunicação do computador anterior e retransmite para o próximo
computador.

Funcionamento
Na topologia de anel a comunicação entre os computadores é feita a-
través de um processo denominado passagem de token ou bastão. Um
sinal especial denominado Token (bastão) circula pelo anel no sentido
horário e somente quando recebe o token é que um computador transmite
seu sinal. O sinal circula pelo anel até chegar ao destino, passando por
todos os outros computadores. Só após receber de volta o sinal é que o
computador libera o token permitindo assim que outro computador possa se
Terminador com defeito ou solto: Se um terminador estiver com defeito, comunicar.
solto, ou mesmo se não estiver presente, os sinais elétricos serão retorna- Problemas
dos no cabo fazendo com que os demais computadores não consigam O único problema da topologia de anel é a dependência total do anel
enviar os dados. físico implementado, sendo que se for rompido ou comprometido, a comu-
nicação em todo o anel é interrompida.
Noções de Informática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Como uma placa de expansão conectada em um slot vazio do
computador.

Conector de mídia
Baseado na mídia a ser utilizada cada placa adaptadora de rede pode
apresentar os seguintes conectores responsáveis para ligar a mídia.
• RJ45 – o mais comum utilizado com cabo de par-trançado
• BNC – mais antigo, uti
Malha • AUI – utilizado com adaptadores para coaxial ThickNet
Na topologia em malha os computadores estariam conectados uns aos • ST/SC – utilizados para fibra óptica
outros diretamente formando um desenho semelhante a uma trama ou
malha. Padrão
Uma placa adaptadora de rede pode utilizar um dos seguintes padrões
de rede hoje utilizados:
• Etthenert - o mais utilizado
• Token Ring – mais antigo – em desuso
• FDDI – utilizado em redes de fibra óptica MAN
• WLAN – redes sem fio

Funcionamento Velocidade
A topologia em malha não é utilizada para conexão de computadores, Dentro de cada padrão existem diferentes velocidades de transmissão
pois implicaria em múltiplas conexões a partir de cada computador, o que como por exemplo no caso de Ethernet:
numa grande rede se tornaria inviável. Mas esta topologia pode ser encon- • GigaBit Ethernet – 1000 Mbits/s
trada na conexão de componentes avançados de rede tais como roteado- • Standard Ethernet – 10 Mbits/s
res, criando assim rotas alternativas na conexão de redes. • Fast Ethernet – 100 Mbits/s

Redes sem fio Endereço físico


Na topologia sem fio os computadores são interligados através de um Cada placa adaptadora de rede vem com um endereço,já designado no
meio de comunicação que utiliza uma tecnologia sem fio tal como RF (rádio fabricante, que unicamente te de informação pela mídia, a placa adaptadora
-frequência) ou Infravermelho. de rede identifica esta placa dentro da rede.
Este endereço é formado internamente como um número de 48 bits e
Funcionamento visualizado externamente como um conjunto de 12 caracteres hexadeci-
A comunicação numa topologia sem fio é feita computador a computa- mais.
dor através do uso de uma frequência comum nos dispositivos em ambos O endereço físico também é denominado endereço MAC e é exclusivo
os computadores. de cada placa adaptadora de rede.

Quando um computador entra no raio de alcance do outro computador, Cabeamento de redes


cada um passa a enxergar o outro, permitindo assim a comunicação entre Quando temos que implementar uma rede de mídia com fio, dizemos
eles. que temos que efetuar cabeamento desta rede.
O processo de cabeamento corresponde a conectar todos os computa-
Numa rede RF multiponto, existem pontos de conexão denominados dores numa rede utilizando o tipo de cabo correto em cada situação diferen-
wireless access points - WAP que conectam computadores com dispositi- te que se encontrar. Para a área de redes podemos usar os seguintes tipos
vos RF (tranceivers) a uma rede convencional. Este sistema é o mais de cabos:
utilizado em escritórios e também no acesso a Internet em redes metropoli- • Coaxial
tanas. • Par – trançado
• Fibra óptica
Problemas
O principal problema da topologia sem fio é a segurança da comunica- Repetidores
ção. Pelo fato de que a comunicação sem fio pode ser capturada por qual- O repetidor é um dispositivo responsável por ampliar o tamanho máxi-
quer receptor sintonizado na mesma frequência da comunicação, torna-se mo do cabeamento da rede. Ele funciona como um amplificador de sinais,
necessário que exista um mecanismo adicional de segurança na implemen- regenerando os sinais recebidos e transmitindo esses sinais para outro
tação desta topologia tal como a criptografia da comunicação. segmento da rede. Como o nome sugere, ele repete as informações rece-
bidas em sua porta de entrada na sua porta de saída. Isso significa que os
Outro problema também encontrado nas redes sem fio é a interferência dados que ele mandar para um micro em um segmento, estes dados esta-
proveniente de dois pontos. rão disponíveis em todos os segmentos, pois o repetidor é um elemento
que não analisa os quadros de dados para verificar para qual segmento o
Outros dispositivos que atuam na mesma banda de espectro. quadro é destinado. Assim ele realmente funciona como um “extensor” do
cabeamento da rede. É como se todos os segmentos de rede estivessem
Obstáculos tais como paredes ou naturais, tal como montes. fisicamente instalados no mesmo segmento.

Equipamentos de rede Hubs


Placas Adaptadoras de Rede Os Hubs são dispositivos concentradores, responsáveis por centralizar
Para que um computador possa se conectar numa mídia de redes é a distribuição dos quadros de dados em redes fisicamente ligadas em
necessário que exista uma expansão em seu hardware para permitir essa estrelas. Funcionando assim como uma peça central, que recebe os sinais
comunicação. Esta expansão é denominada placa adaptadora de rede e transmitidos pelas estações e os retransmite para todas as demais. Existem
pode se apresentar de duas formas: vários tipos de hubs, vejamos:

Noções de Informática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
� Passivos: O termo “Hub” é um termo muito genérico usado para
definir qualquer tipo de dispositivo concentrador. Concentradores O que são protocolos
de cabos que não possuem qualquer tipo de alimentação elétrica Pacote é uma estrutura de dados utilizada para que dois computado-
são chamados hubs passivos funcionando como um espelho, refle- res possam enviar e receber dados em uma rede. Através do modelo OSI,
tindo os sinais recebidos para todas as estações a ele conectadas. cada camada relaciona-se com a superior e inferior a ela agregando infor-
Como ele apenas distribui o sinal, sem fazer qualquer tipo de am- mações de controle aos pacotes. Cada camada do modelo OSI se comuni-
plificação, o comprimento total dos dois trechos de cabo entre um ca com a camada adjacente à sua, ou seja, as camadas de um computador
micro e outro, passando pelo hub, não pode exceder os 100 me- se comunicam com as mesmas camadas em um outro computador.
tros permitidos pelos cabos de par trançado.
Para que dois computadores possam enviar e receber pacotes e para
� Ativos: São hubs que regeneram os sinais que recebem de suas que as camadas possam comunicar-se de forma adjacente (no mesmo
portas antes de enviá-los para todas as portas. Funcionando como nível) é necessário um tipo de software chamado de protocolo.
repetidores. Na maioria das vezes, quando falamos somente “hub”
estamos nos referindo a esse tipo de hub. Enquanto usando um Mas o que são protocolos?
Hub passivo o sinal pode trafegar apenas 100 metros somados os “Protocolos são padrões que definem a forma de comunicação en-
dois trechos de cabos entre as estações, usando um hub ativo o tre dois computadores e seus programas”.
sinal pode trafegar por 100 metros até o hub, e após ser retransmi-
tido por ele trafegar mais 100 metros completos. Protocolos de Mercado
� Inteligentes: São hubs que permitem qualquer tipo de monitora- Com o desenvolvimento das redes LAN e WAN, e mais recentemente
mento. Este tipo de monitoramento, que é feito via software capaz com o crescimento da Internet, alguns protocolos tornaram-se mais co-
de detectar e se preciso desconectar da rede estações com pro- muns. Entre eles pode-se citar: NetBEUI, IPX/SPX e TCP/IP
blemas que prejudiquem o tráfego ou mesmo derrube a rede intei- Cada um desses protocolos apresenta características próprias e que
ra; detectar pontos de congestionamento na rede, fazendo o possí- podem ser utilizados em situações diferentes.
vel para normalizar o tráfego; detectar e impedir tentativas de inva-
são ou acesso não autorizado à rede entre outras funções, que va- Endereços de IP
riam de acordo com a fabricante e o modelo do Hub. Um host TCP/IP dentro de uma LAN é identificado por um endereço ló-
gico de IP. O endereço de IP identifica a localização de um computador na
Switches rede da mesma forma que um endereço em uma rua identifica uma casa
O switch é um hub que, em vez de ser um repetidor é uma ponte. Com em uma cidade. Assim como um endereço residencial identifica uma única
isso, em vez dele replicar os dados recebidos para todas as suas portas, residência ou uma casa, um endereço de IP deve ser único em nível global
ele envia os dados somente para o micro que requisitou os dados através ou mundial e ter um único formato. Um exemplo de endereços TCP/IP
da análise da Camada de link de dados onde possui o endereço MAC da seria: 192.168.10.1
placa de rede do micro, dando a ideia assim de que o switch é um hub
Inteligente, além do fato dos switches trazerem micros processadores
internos, que garantem ao aparelho um poder de processamento capaz de PROVA SIMULADA I
traçar os melhores caminhos para o trafego dos dados, evitando a colisão
dos pacotes e ainda conseguindo tornar a rede mais confiável e estável. De 01. Formatar significa:
maneira geral a função do switch é muito parecida com a de um bridge, a) dar forma
com a exceção que um switch tem mais portas e um melhor desempenho, b) transformar o texto em formato carta
já que manterá o cabeamento da rede livre. Outra vantagem é que mais de c) transformar o texto em formato ofício
uma comunicação pode ser estabelecida simultaneamente, desde que as d) nenhuma das anteriores
comunicações não envolvam portas de origem ou destino que já estejam
sendo usadas em outras comunicações. 02. A formatação funciona como
a) enfeite
Diferença entre Hubs e Switches b) alternativa de programação
Um hub simplesmente retransmite todos os dados que chegam para c) alternativa de espaçamento
todas as estações conectadas a ele, como um espelho. Causando o famo- d) nenhuma das anteriores
so broadcast que causa muito conflitos de pacotes e faz com que a rede
fica muito lenta. O switch ao invés de simplesmente encaminhar os pacotes 03. As fontes representam
para todas as estações, encaminha apenas para o destinatário correto pois a) programas do computador
ele identifica as maquinas pelo o MAC addrees que é estático. Isto traz uma b) as letras apresentadas no texto
vantagem considerável em termos desempenho para redes congestiona- c) os arquivos
das, além de permitir que, em casos de redes, onde são misturadas placas d) nenhuma das anteriores
10/10 e 10/100, as comunicações possam ser feitas na velocidade das
placas envolvidas. 04. Subscrito significa:
a) utilizar a letra “itálico”
Roteadores b) utilizar a letra “sript”
Roteadores são pontes que operam na camada de Rede do modelo c) rebaixar o texto
OSI (camada três), essa camada é produzida não pelos componentes d) nenhuma das anteriores
físicos da rede (Endereço MAC das placas de rede, que são valores físicos
e fixos), mais sim pelo protocolo mais usado hoje em dia, o TCP/IP, o 05. Para copiar e remover um texto podemos
protocolo IP é o responsável por criar o conteúdo dessa camada. Isso a) selecionar o texto e usar Ctrl V – Ctrl C
significa que os roteadores não analisam os quadros físicos que estão b) selecionar o texto e usar Ctrl X – Ctrl V
sendo transmitidos, mas sim os datagramas produzidos pelo protocolo que c) selecionar o texto e usar Ctrl – Alt – Insert
no caso é o TCP/IP, os roteadores são capazes de ler e analisar os data- d) nenhuma das anteriores
gramas IP contidos nos quadros transmitidos pela rede.
O papel fundamental do roteador é poder escolher um caminho para o 06. A Mediatriz serve para
datagrama chegar até seu destino. Em redes grandes pode haver mais de a) calcular o meio da página
um caminho, e o roteador é o elemento responsável por tomar a decisão de b) calcular o cabeçalho da página
qual caminho percorrer. Em outras palavras, o roteador é um dispositivo c) adicionar espaço extra nas margens para encadernação
responsável por interligar redes diferentes, inclusive podendo interligar d) nenhuma das anteriores
redes que possuam arquiteturas diferentes.

Noções de Informática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
07. A Orientação define 17. A unidade central de processamento (UCP) é composta de:
a) o tamanho da impressão a) Unidade Central de Processamento e Memória de Massa.
b) define se a impressão deve ser feita na horizontal ou vertical b) Dispositivos ou Unidades de Entrada.
c) o tipo de papel a ser usado c) Unidade Central de Processamento e Memória Principal.
d) nenhuma das anteriores d) Unidade de Controle e Unidade de Lógica e Aritmética.
e) Periféricos ou Unidades de Entrada/Saída
08. O zoom nos permite
a) reduzir ou ampliar a apresentação da tela 18 - Os periféricos do computador são as/os:
b) negritar todo o texto a) Unidade Central de Processamento e Memória de Massa.
c) formar o texto parcialmente b) Dispositivos ou Unidades de Entrada.
d) nenhuma das anteriores c) Unidade Central de Processamento e Memória Principal.
d) Unidade de Controle e Unidade de Lógica e Aritmética.
09. Para salvar um documento em pasta ou disquete devemos clicar e) Dispositivos ou Unidades de Entrada/Saída
a) salvar + o lugar onde salvar
b) salvar como + o lugar onde salvar 19 - A memória principal divide-se basicamente em:
c) salvar + arquivo + locar onde alvar a) Memória Volátil e Memória de Massa.
d) nenhuma das anteriores b) Memória Magnética e Memória Secundária.
c) Memória RAM e Memória ROM.
10. Para criar um novo documento devemos clicar d) Memória de Bolha e Memória de Massa.
a) Arquivo + Novo e) Memória Alta e Memória Baixa.
b) Meus documentos + Arquivo + Novo
c) Meus documentos + Novo + Arquivo + local 20 - São memórias auxiliares:
d) Nenhuma das anteriores a) Discos magnéticos e Memória EPROM.
b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
11. A imagem de uma página criada, por uma luz brilhante refletida, c) Memória RAM e Memória ROM.
medida e quantificada, de cada ponto de uma página original, caracte- d) Memória de Bolha e Memória Principal.
riza o princípio de funcionamento de e) Memória Alta e Memória Baixa.
a) um plotter, somente.
b) um scanner, somente.
c) uma impressora laser, somente. 21 - São periféricos somente de entrada:
d) um plotter ou uma impressora laser. a) Teclado, scanner e leitora de código de barras.
e) um scanner ou uma impressora laser. b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
c) Teclado, vídeo e impressora.
12. A criação de cópias de segurança para restaurar ou recuperar arqui- d) Discos magnéticos e memória RAM.
vos perdidos, em casos de defeito no disco rígido do computador, po- e) Scanner, plotter e leitora de cartão perfurado.
de ser realizada por programas
a) fontes.
b) aplicativos. 22 - São periféricos somente de saída:
c) compiladores. a) Teclado, scanner e leitora de código de barras.
d) de editar, copiar e colar. b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
e) de backup. c) Vídeo, impressora laser e plotter.
d) Discos magnéticos e memória RAM.
13. O Acessório do Windows utilizado para desenhar é o e) Scanner, plotter e leitora de cartão perfurado.
a) Paint.
b) WordPad.
c) ScanDisk. 23 - São periféricos magnéticos de entrada/saída:
e) Mídia Player. a) Teclado, scanner e leitora de código de barras.
e) Microsoft Exposition. b) Discos rígidos e Fitas Magnéticas.
c) Vídeo, impressora laser e plotter.
14. Os comandos comuns que podem ser usados em qualquer item do d) Discos magnéticos e memória RAM.
Windows, clicando-se o botão direito do mouse sobre o item desejado, e) Scanner, plotter e leitora de cartão perfurado.
estão contidos
a) na barra de tarefas.
b) na barra de propriedades. 24 - Genericamente pode-se classificar os computadores em:
c) no menu Iniciar. a) Grande porte, minis e mainframes.
d) no menu de atalho. b) Minicomputadores e estações de trabalho.
e) no Windows Explorer. c) Analógicos e microcomputadores.
d) Mainframes, minis e microcomputadores.
15. A criação de um arquivo, a partir de um documento digitado no Word, e) Transistorizados, digitais e híbridos.
é realizado através da caixa de diálogo denominada
a) Novo. 25 - A definição de um microcomputador é:
b) Editar. a) Equipamento com grande capacidade de memória principal (256
c) Arquivo. Megabytes), vários processadores, alta velocidade de processamento.
d) Salvar tudo. b) Equipamento usado geralmente em controle de processos, com
e) Salvar como. potência e capacidade menor que os mainframes.
c) Equipamento baseado em um único processador, com média capaci-
16. A unidade central do computador é composta de: dade de armazenamento em disco fixo (10 a 80 Gigabytes), com di-
a) Unidade Central de Processamento e Memória de Massa. mensões reduzidas.
b) Dispositivos ou Unidades de Entrada. d) Equipamento com ou sem unidades de disquetes, com velocidade de
c) Unidade Central de Processamento e Memória Principal. processamento de 10 MIPS.
d) Unidade de Controle e Unidade de Lógica e Aritmética. e) Equipamento com três processadores em paralelo e média capacida-
e) Periféricos ou Unidades de Entrada/Saída de de armazenamento em disco fixo.

Noções de Informática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
RESPOSTAS 10) O Windows armazena seus arquivos de programas e de documentos
01. A 09. B 18. E em:
02. A 10. A 19. C a) pastas
03. B 11. B 20. B b) janelas
04. C 12. E 21. A c) ícones
05. B 13. A 22. C d) n.d.a.
06. C 14. D 23. B
07. B 15. E 24. D
08. A 16. C 25. C 11) Para criar pastas, aciono menu:
17. D a) arquivo, novo, pasta (menu secundário)
b) arquivo, editar, copiar
c) editar, recortar, pasta
PROVA SIMULADA II d) n.d.a.

01) O que é o Windows e qual a sua finalidade? 12) O Windows dispõe de um acessório que simula um CD-Player. Qual é
a) ambiente gráfico que tem como objetivo facilitar a vida do usuário. este acessório?
b) aplicativo com recursos avançados. a) WordPad
c) gerenciador de arquivos que manipula dados e pastas. b) Paint
d) n.d.a. c) FreeCell
d) multimídia
02) São propriedades do periférico Mouse:
a) soltar, formatar, ampliar 13) Para iniciar a Agenda, devemos acionar:
b) copiar, direcionar, maximizar. a) iniciar, acessórios, programas
c) apontar, clicar e arrastar, b) iniciar, programas, aplicativos
d) n.d.a. c) iniciar, programas, acessórios
d) n.d.a.
03) O botão INICIAR do Windows serve para:
a) reduzir e ampliar uma janela
b) iniciar o Windows 14) Porque não podemos desligar o computador, sem antes encerrar uma
c) abrir aplicativos, configurar o Windows, abrir documentos, etc. sessão:
d) n.d.a. a) para não interromper a impressão
b) para não perder dados valiosos ou danificar arquivos abertos
04) Quais os ícones de dimensionamento de janelas: c) para não interromper os vínculos com aplicativos
a) iniciar, gerenciar e fechar d) n.d.a.
b) maximizar, minimizar e restaurar
c) abrir, explorar e localizar 15) O Paint, o Word Pad, a Agenda e os Jogos são:
d) n.d.a. a) aplicativos do Windows
b) menus do Windows
05) Para alterar o tamanho de uma janela, basta: c) janelas do Windows
a) clicar em sua borda até que apareça uma seta de duas pontas, arras- d) n.d.a.
tando para os lados ou para o centro
b) clicar em seu centro, movimentando-a para os lados 16) O Excel é:
c) clicar em sua barra de título e arrastá-la a) planilha eletrônica
d) clicar no botão “maximizar” do lado direito da barra de título b) processador de texto
c) filtro
d) n.d.a.
06) Os comandos dos Windows são geralmente organizados em:
a) caixas de diálogo 17) Qual o comando de atalho para abrir um documento no Excel?
b) janelas a) crtl +a+o
c) menus b) ctrl+p
d) n.d.a. c) ctrl+a
d) n.d.a.
07) Para alterar a exibição das janelas, deve-se acionar:
a) meu computador 18) No Excel o botão abrir encontra-se na:
b) área de trabalho a) barra de entrada
c) barra de tarefas b) barra de ferramentas
d) n.d.a. c) barra lateral
d) n.d.a.

08) Uma caixa de diálogo permite: 19) No Excel o comando CTRL+B é usado para:
a) acionar um menu a) salvar um arquivo
b) abrir um aplicativo Windows b) sair do Excel
c) controlar janelas, formatação de documentos, etc. c) imprimir o documento
d) n.d.a. d) n.d.a.

20) Para fechar todas as janelas abertas de todas as pastas de trabalho


09) Para acessar a pasta de um aplicativo, utilizamos: no Excel o atalho é
a) iniciar ou acessórios a) Alt + shift + p
b) meu computador ou Windows Explorer b) Alt + f4
c) caixa de entrada ou meu computador c) Alt +4
d) n.d.a. d) n.d.a.

Noções de Informática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
21) O comando configurar página no Excel serve para: 32) O modo layout da página no Word, permite visualizar a página como
a) controlar gráficos será quando ___.
b) controlar impressão a) Aberta
c) controlar a aparência das planilhas impressas b) Importada
d) n.d.a. c) Impressa
d) n.d.a.
22) O comando do Excel usado para imprimir um documento é:
a) ctrl + p 33) Para inserir ou incorporar um objeto no Word, usamos o comando
b) ctrl + a objeto que se encontra no menu:
c) ctrl + j a) inserir
d) n.d.a. b) formatar
c) tabela
23) O botão do Excel inserir linha, insere uma nova linha vazia______da d) n.d.a.
linha selecionada.
a) na frente 34) Para que servem as ferramentas do Word?
b) ao lado a) para consertar o programa
c) acima b) para manutenção de disco
d) abaixo c) para auxiliar o seu trabalho e fazer com que ele tenha uma aparência
profissional
24) O botão do Excel inserir planilha, encontra-se na categoria: d) n.d.a.
a) arquivo
b) editar 35) Para adicionar ou remover marcadores ou numeração rapidamente,
c) célula clique sobre o botão ______ ou o botão__________ na barra de fer-
d) inserir ramentas formatação.
a) adicionar; inserir
25) No Excel uma fórmula pode conter: b) marcadores; inserir
a) janela, referências, operadores, nomes e funções c) marcadores, numeração
b) constantes, referências, guias, nomes e funções d) n.d.a.
c) constantes, referências, operadores, nomes e funções
d) n.d.a. 36) O que torna o Word, um software amigável é:
a) a sua auto formatação
26) Quais as três maneiras básicas que permitem trocar informações b) a facilidade de uso e suas teclas de atalhos
entre arquivos ou programas no Excel c) seu padrão de página
a) clipboard, vinculando arquivos ou incorporando aplicações d) n.d.a.
b) localizando, adicionando ou incorporando aplicações
c) clipboard, vinculando redes ou incorporando aplicações 37) O assistente de resposta serve para:
d) n.d.a. a) configurar página
b) acrescentar borda
27) Para que servem as fórmulas no Excel? c) ajuda durante o trabalho, com dicas, referências, aplicação e respos-
a) Para substituir dados tas visuais passo a passo.
b) automatizar os cálculos em uma planilha d) n.d.a.
c) para gravar em cd-rom o resultado
d) n.d.a. 38) Alinhar e recuar os parágrafos, para que isto seja leito é necessário o
comando_________ no menu ________
28) O Excel salva seu documento com a extensão: a) formatar – layout b) formatar – parágrafo
a) cdr c) parágrafo – formatar d) n.d.a.
b) tif
c) xls 39) O comando de formulário no menu inserir do Word:
d) n.d.a. a) insere um campo de formulário
b) remove um campo de formulário
c) oculta um formulário
29) O Word é: d) n.d.a.
a) uma planilha eletrônica
b) um processador de texto 40) Qual a finalidade do comando cabeçalho e rodapé no menu exibir do
c) um editor de tabelas Word?
d) n.d.a. a) ocultar o texto de rodapé apenas com um tipo de letra
b) inserir e modificar o cabeçalho e o rodapé
c) mudar as margens padrões do rodapé da margem superior
30) Para organizar rapidamente todos os documentos abertos na tela, d) n.d.a.
basta escolher ____ todas no menu janela do Word
a) abrir 41) Para aplicar uma borda rapidamente a um parágrafo, escolha o botão
b) fechar ________ na barra de ferramentas formatação.
c) ordenar a) Janela
d) n.d.a. b) Bordas
c) Sombras
d) n.d.a
31) O comando tela inteira (Menu Exibir) do Word, serve para:
a) ocultar todos os elementos de tela 42) Qual o comando para mudar o tipo de letra de um trabalho no Word?
b) visualizar a impressão a) comando fonte (menu formatar)
c) inserir tabela b) comando fonte (menu inserir)
d) n.d.a. c) comando fonte (menu exibir)
d) n.d.a.

Noções de Informática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
GABARITO 7) Marque a alternativa INCORRETA sobre a impressão de documentos
1. A 2. C 3. C 4. B no Microsoft Word:
5. D 6. C 7. A 8. C a) Permite imprimir intervalos de páginas, uma alternativa a imprimir
9. B 10. A 11. A 12. D todas as páginas de um documento.
13. C 14. B 15. D 16. A b) Ao imprimir duas cópias de um documento com três páginas estas
17. C 18. B 19. A 20. B podem ser impressas nas seguintes sequências: 1,2,3,1,2,3 ou
21. C 22. A 23. C 24. D 1,1,2,2,3,3.
25. C 26. A 27. B 28. C c) Para imprimir várias cópias de um documento, deve-se pressionar a
29. B 30. C 31. A 32. C tecla CTRL juntamente com a tecla P para cada cópia desejada.
33. A 34. C 35. C 36. B d) Permite imprimir apenas a página correntemente visualizada, sem
necessidade de outro meio para explicitar qual é essa página.
37. C 38. C 39. A 40. B
e) nda
41. B 42. A
8) No Word, para alterar a caixa de um texto selecionado, ou seja, trocar
de maiúsculas para minúsculas ou vice-versa, utilizando o teclado,
PROVA SIMULADA III deve-se pressionar, em conjunto, as teclas
a) Ctrl e +
1) Qual a ferramenta para fazer uma cópia de formatos de caractere e b) Ctrl e F3
parágrafo no Microsoft Word, depois de selecionado o texto que pos- c) Shift e F5
sui a formatação desejada? d) Shift e F3
a) Colar e) nda
b) Copiar 9) Sobre o Word, não é correto afirmar que a opção:
c) Colar especial a) Mesclar células no menu Tabela combina as células selecionadas em
d) Pincel uma única célula. Dividir células no menu Tabela divide as células se-
e) nda lecionadas no número de linhas e colunas informados.
b) Selecionar/coluna no menu Tabela seleciona todas as células da
2) No Word, para se salvar o documento aberto com um nome diferente coluna que contém o ponto de inserção.
do nome em uso, deve-se utilizar a opção: c) Selecionar/tabela no menu Tabela seleciona todas as células da
a) Alterar Nome do menu Arquivo tabela que contém o ponto de inserção
b) Salvar Como do menu Arquivo d) Selecionar/linha no menu Tabela seleciona todas as células da linha
c) Alterar Nome do menu Ferramentas que contém o ponto de inserção.
d) Salvar Como do menu Ferramentas e) nda
e) nda 10) Caso o usuário do Microsoft Word deseje inserir uma quebra de
3) No editor de textos Word, considere um texto com vários parágrafos e página incondicional, deve posicionar o cursor onde deseja inserir a
sem nenhuma formatação inicial. Após dar um clique triplo sobre quebra da página e, em seguida, pressionar simultaneamente as te-
qualquer palavra de um parágrafo qualquer e, em seguida, clicar no clas:
botão Negrito e, finalmente, no botão Itálico, é correto afirmar que: a) Alt e Page Down
a) todo o texto ficará com formatação Itálico. b) Ctrl e End
b) apenas a palavra que recebeu o clique triplo ficará com formatação c) Alt e End
Negrito e Itálico d) Ctrl e Enter
c) todo o texto ficará com formatação Negrito e Itálico. e) nda
d) a palavra que recebeu o clique duplo ficará com formatação Negrito e
Itálico. 11) Os diferentes tipos de arquivos são representados por extensões. O
e) nda Word permite a abertura e o salvamento de vários tipos de arquivos.
Assinale a extensão que não é reconhecida pelo Word para abertura
4) A AutoCorreção do Microsoft Word é um recurso bastante útil durante de arquivo como documento:
o processo de criação de um documento. Qual das alternativas abaixo a) *.dot
NÃO é verdadeira no que se refere ao uso da AutoCorreção? b) *.rtf
a) A AutoCorreção pode ser utilizada para corrigir erros de ortografia, c) *.bmp
mas não pode corrigir erros no uso de maiúsculas. d) *.txt
b) Por meio dela pode-se detectar e corrigir automaticamente erros de e) nda
digitação.
c) Pode ser usada para inserir texto, elementos gráficos ou símbolos 12) Para que uma palavra seja impressa em negrito no Word:
rapidamente a) selecione a palavra dando um clique sobre ela e pressione o botão N;
d) Pode ser utilizada para corrigir erros de gramática. b) basta pressionar N;
e) Nda c) coloque o cursor à esquerda da palavra, dê um clique e pressione N e
Backspace;
5) Marque a alternativa com o conjunto de teclas que, quando seleciona- d) selecione a palavra dando dois cliques sobre ela e pressione o botão
das ao mesmo tempo pelo usuário, criam um novo documento no Mi- N;
crosoft Word: e) nda
a) CTRL e N
b) SHIFT e N 13) Sobre o Word, não é correto afirmar que a opção:
c) SHIFT e C a) Classificar no menu Tabela organiza as informações em listas e linhas
d) CTRL e C selecionadas em ordem alfabética, numérica ou de datas.
e) nda b) Propriedades da Tabela no menu Tabela permite ajustar a largura,
altura, alinhamento e outros atributos de linhas e colunas em tabelas.
6) Sobre o MS Word podemos afirmar corretamente que: c) Personalizar no menu Tabela permite personalizar uma tabela já
a) faz correção ortográfica automática existente.
b) através da régua horizontal podemos alterar recuos d) Ocultar linhas de grade no menu Tabela permite exibir ocultar as
c) permite voltar apenas as 20 últimas operações feitas linhas de grade pontilhadas para ajudá-lo a ver em quais células está
d) não podemos criar atalhos de teclado, pois já fazem parte do Word trabalhando.
e) nda e) nda

Noções de Informática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
14) Quanto às teclas de Atalho utilizadas no Word, podemos afirmar que: 22) São Modos de Exibição do Microsoft Word , EXCETO:
a) CTRL+P imprime automaticamente o documento ativo sem questio- a) Normal
nar. b) Padrão
b) Para selecionar o texto todo do documento, deve-se usar CTRL+A c) Layout de Impressão
c) CTRL+B salva o documento do Word na mesma cópia previamente d) Layout da Web
gravada.
d) CTRL+J alinha o texto somente à direita da página. 23) São opções disponíveis apenas no menu Ferramentas:
e) nda a) Ortografia e Gramática, Quebra e Configurar Página.
b) Régua,Colar Classificar.
15) O Word não permite salvar os documentos como: c) Abrir, Localizar, Dividir.
a) somente texto com quebras de linha. d) Idioma, Mala Direta, Macro.
b) texto MS-DOS com quebras de linha.
24) A seleção de texto pelo teclado do PC se faz com as teclas.
c) banco de dados.
a) Tab+seta
d) HTML
b) Ctrl+s
e) nda
c) Alt+Shift
d) Shift+seta
16) No editor de texto Word, considere um texto com vários parágrafos,
cada um com várias linhas e sem nenhuma formatação inicial. Após 25) É um conjunto de características de formatação que podem ser apli-
clicar sobre uma palavra de um parágrafo qualquer e, em segui- cadas ao texto de seu documento para rapidamente alterar sua apa-
da,clicar no botão Centralizar, é correto afirmar que: rência.
a) apenas a linha que contém a palavra que recebeu o clique ficará a) Janela
centralizada. b) Data
b) todo o texto ficará centralizado. c) Estilo
c) apenas a palavra que recebeu o clique ficará centralizada. d) Hora
d) o parágrafo que contém a palavra que recebeu o clique ficará centrali-
zado. 26 São funções dos menus Inserir e Formatar no Microsoft Word, respec-
e) nda tivamente:
a) Inserir tabela / Manipular blocos de texto.
17) Uma das formas de movimentarmos um texto ou objeto é depois de b) Inserir marcadores / Alterar elementos de texto.
selecionarmos o texto ou objeto: c) Inserir marcadores / Manipular blocos de texto.
a) acionarmos simultaneamente, Ctrl+C, clicar no ponto para onde d) Inserir símbolos especiais / Alterar elementos de texto.
iremos copiar o texto ou objeto e acionarmos simultaneamente Ctrl+V.
b) acionarmos simultaneamente Ctrl+X, clicar no ponto para onde iremos Gabarito
copiar o texto ou objeto e acionarmos simultaneamente Ctrl+V. 1 D 14 C
c) acionarmos simultaneamente Ctrl+V, clicar no ponto para onde iremos 2 B 15 C
copiar o texto ou objeto e acionarmos simultaneamente Ctrl+C. 3 D 16 D
d) acionarmos simultaneamente Ctrl+V, clicar no ponto para onde iremos 4 A 17 B
copiar o texto ou objeto e acionarmos simultaneamente Ctrl+X. 5 A 18 A
6 B 19 C
18) Analise as seguintes sentenças sobre o Word
7 C 20 D
1) O modo de exibição de estrutura de tópicos mostra a estrutura do
8 D 21 A
documento. Os recuos e símbolos exibidos nesse modo não afetam a
9 D 22 B
forma como o documento aparece no modo de exibição normal e não
são impressos. 10 D 23 D
2) Você pode adicionar uma borda a um ou a todos os lados de cada 11 C 24 D
página de um documento, a páginas de uma seção, somente à primei- 12 D 25 C
ra página ou a todas as páginas, exceto a primeira. Também é possí- 13 C 26 D
vel adicionar bordas de página em vários estilos de linha e cores, bem
como uma grande variedade de bordas de elementos gráficos.
PROVA SIMULADA IV
19) Sobre o Word, não é correto afirmar que a opção:
a) Nova janela no menu Janela cria uma nova janela com o mesmo 1) Analise as seguintes afirmações sobre conceitos de Internet.
conteúdo da janela ativa. I. A Internet é uma grande rede de computadores, sendo, de fato, a maior
b) Dividir no menu Janela divide a janela ativa em painéis. de todas.
c) Lista de janelas no menu Janela permite que tenhamos ativadas II. São exemplos de serviços disponíveis na Internet: WWW, FTP, POP,
diversas janelas ao mesmo tempo. SMTP e HTML.
d) Lista de janelas no menu Janela lista os arquivos abertos no Word III. Podemos conectar um computador à Internet através de um modem
neste momento. Dial-up ou ADSL (banda larga), ou ainda, através da infra-estrutura de
TV a cabo ou via satélite.
20) Uma forma de abrir uma janela para alterar o tipo de fonte em um
Assinale a alternativa que contém a(s) afirmação(ões) CORRETA(S).
texto no Word é, após selecioná-lo, clicar no menu
a) Apenas I. b) Apenas I e II.
a) Exibir e em Barra de Ferramentas
c) Apenas II. d) Apenas III.
b) Ferramentas e em Tipos de Fontes
c) Editar e em Substituir
d) Formatar e em Fonte 2) Uma política de segurança é um conjunto de normas, regras e práticas
que regulam como uma organização gerencia, protege e distribui suas
21) Para um usuário que deseja criar estrutura de itens para um determi- informações e recursos. Com relação aos mecanismos utilizados para
nado texto, a sequência de comandos que permite esse procedimento promover a segurança de redes de computadores, a criptografia de cha-
é ve pública
a) Formatar -- Marcadores e Numeração. a) baseia-se na utilização de chaves distintas: uma para codificação (E) e
b) Formatar -- Parágrafo. outra para decodificação (D), escolhidas de forma que a derivação de D
c) Inserir -- Marcadores e Numeração. a partir de E seja, em termos práticos, muito difícil de ser realizada.
d) Inserir -- Parágrafo.
Noções de Informática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) é um método assimétrico e baseia-se na utilização de uma única chave c) A World Wide Web é apenas uma das inúmeras aplicações centraliza-
pública para codificar e decodificar a informação, escolhida de forma das e proprietárias que utiliza os serviços de comunicação da Internet,
que a violação dessa chave seja, em termos práticos, muito difícil de ser logo não poderia operar em outra rede que não a Internet.
realizada. d) A World Wide Web é apenas uma das inúmeras aplicações distribuídas
c) baseia-se na definição de duas chaves públicas para codificar e uma que utiliza os serviços de comunicação da Internet, logo poderia operar
terceira, também pública, para decodificar a informação, escolhidas de também em outra rede que não a Internet.
forma que a violação dessas chaves sejam, em termos práticos, muito
difícil de ser realizada. 9) Na Internet, plug in significa:
d) é um método simétrico, permitindo que uma mesma chave seja utilizada a) um hardware que é reconhecido automaticamente pelo browser.
para codificar e decodificar a informação, escolhida de forma que a vio- b) um software que é acoplado a um aplicativo para ampliar suas funções.
lação dessa chave seja, em termos práticos, muito difícil de ser realiza- c) um hardware que é reconhecido automaticamente pelo sistema opera-
da. cional.
d) um link presente em uma página Web.
3) A partir do Microsoft Outlook 2000 (considerando instalação padrão em
português), um usuário pode: 10) No contexto do Windows Internet Explorer, os “cookies” são:
I - manter um calendário pessoal para compromissos; a) as configurações de segurança que você criou para o seu ambiente de
II - enviar e receber mensagens de correio e de fax; rede, incluindo todas as proteções de acesso do Internet Explorer;
III - manter um diário das mensagens recebidas e/ou enviadas. b) atualizações de segurança para seu computador que, uma vez por mês,
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): são liberadas pelo fabricante do software;
a) I, apenas. c) os arquivos temporários gerados pelo Internet Explorer, cada vez que
b) II, apenas. você visita um site. Nesses arquivos ficam armazenadas todas as ima-
c) III, apenas. gens dos sites que você visitou;
d) I, II e III. d) pequenos arquivos de texto que alguns sites web colocam em seu
computador para armazenar diversas informações sobre você e seu
4) São formas de conexão que permitem acesso em banda larga, EXCE-
computador;
TO:
a) Wi-Fi
11) Considerando as afirmações abaixo, assinale a alternativa correta.
b) ADSL.
a) A Internet é uma rede privada muito comum dentro de uma companhia
c) Conexão via rádio
ou organização, sendo que seus programas e aplicativos são voltados
d) MODEM em linha discada.
unicamente para uso interno de seus usuários.
5) Novos vírus podem propagar-se através de volumes compartilhados b) O termo intranet significa uma coleção de redes de computadores
conectados em rede. Observe a descrição dos procedimentos a seguir distribuídas em diferentes países e interconectadas por um conjunto de
sugeridos como formas de minimizar ou evitar a propagação ou o rece- roteadores formando uma enorme rede virtual.
bimento dessas ameaças através dos recursos de rede: c) Um navegador da Web (ou Web browser) é uma ferramenta de software
I. Definir os compartilhamentos como somente de leitura. que possibilita aos usuários acessar recursos na Internet tais como in-
II. Proteger os compartilhamentos por senha. formações de uma página da web. Como exemplo de um navegador da
III. Definir os compartilhamentos como somente alteração. web, pode-se citar o Internet Explorer da Microsoft.
IV. Instalar um programa antivírus. d) URLs (Uniform Resource Locators) são imagens ou porções de textos
O número de procedimentos que podem ser considerados efetivos é: muito comuns em páginas Web que, ao serem clicados com um mouse,
a) 0 permitem que um arquivo, uma imagem, uma música ou outra página
b) 1 Web seja acessada.
c) 2
d) 3 12) Considere as afirmativas:
I. O acesso à Internet é feito através da conexão de um computador a um
6) O recurso implementado em alguns roteadores, que traduz um grupo de provedor de acesso, ou seja, uma empresa que provê acesso à Internet
endereços IP inválidos para um grupo de endereços IP válidos na Inter- aos seus clientes através da manutenção de uma infra-estrutura tecno-
net e vice-versa, permitindo que os computadores tenham acesso à In- lógica, tanto de hardware quanto de software (linhas telefônicas, compu-
ternet sem que seus endereços sejam propagados (roteados), é conhe- tadores, roteadores, páginas, e-mail e outros).
cido como: II. World Wide Web ou "WWW" é uma rede mundial de computadores que
a) NAT; fornece informações para quem se conecta à Internet, através de um
b) SMTP; navegador (browser), que descarrega essas informações (chamadas
c) DNS; "documentos" ou "páginas") de servidores de internet (ou "sites") para a
d) NIS; tela do computador do usuário.
III. Intranet é uma rede corporativa que se utiliza da mesma tecnologia e
7) A alocação dinâmica de endereços aos clientes de uma rede pode ser infra-estrutura de comunicação de dados da Internet, mas restrita a um
realizada por um servidor do tipo: mesmo espaço físico de uma empresa.
a) SMTP. Em relação à Internet e à Intranet, é correto o consta APENAS em:
b) DHCP. a) I. b) III.
c) WINS. c) I e II. d) I e III.
d) POP3.
13) Uma das atuais e grandes preocupações de segurança é contra as
8) Assinale a afirmativa correta: pragas digitais, ou seja, os vírus. Analise as alternativas abaixo e assina-
Com relação aos conceitos básicos de Internet e World Wide Web, é le a mais correta:
correto afirmar: a) Com um ANTI-SPAM atualizado, tenho a proteção adequada.
a) Algumas organizações usam redes privadas, cujos computadores não b) Com um FIREWALL, tenho a proteção adequada.
são acessíveis por máquinas externas e vice-versa. Essas redes são c) Com um ANTI-VÍRUS atualizado, tenho a proteção adequada.
chamadas de Intranets, pois utilizam variações da tecnologia da Internet d) Todas as alternativas estão corretas.
e os servidores possuem arquitetura proprietária.
b) Algumas organizações usam redes privadas, cujos computadores não 14) Considerando as afirmações abaixo, assinale a alternativa correta.
são acessíveis por máquinas externas a elas. Essas redes são chama- a) A Internet é uma rede privada muito comum dentro de uma companhia
das de Internets dedicadas, pois são variações da tecnologia da Internet ou organização, sendo que seus programas e aplicativos são voltados
e os servidores possuem arquitetura proprietária. unicamente para uso interno de seus usuários.

Noções de Informática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) O termo intranet significa uma coleção de redes de computadores 20) Uma das opções de configuração disponível no Internet Explorer para
distribuídas em diferentes países e interconectadas por um conjunto de verificar se há versões mais atualizadas das páginas armazenadas é:
roteadores formando uma enorme rede virtual. a) a cada intervalo de datas.
c) Um navegador da Web (ou Web browser) é uma ferramenta de software b) a cada página visitada.
que possibilita aos usuários acessar recursos na Internet tais como in- c) quando o Internet Explorer for iniciado pela manhã.
formações de uma página da web. Como exemplo de um navegador da d) quando o Internet Explorer for iniciado à tarde.
web, pode-se citar o Internet Explorer da Microsoft.
d) URLs (Uniform Resource Locators) são imagens ou porções de textos Gabarito
muito comuns em páginas Web que, ao serem clicados com um mouse,
permitem que um arquivo, uma imagem, uma música ou outra página 1 D 11 C
Web seja acessada. 2 A 12 C
3 D 13 D
15) No Internet Explorer 7.0 há um recurso de navegação que armazena as 4 D 14 A
entradas vistas anteriormente e sugere entradas correspondentes para 5 D 15 D
você em endereços e formulários Web. Este recurso é chamado de: 6 A 16 D
a) Assistente de perfil. b) Cookies.
7 B 17 B
c) Certificados. d) AutoCompletar.
8 D 18 D
16) Em relação à manipulação de contatos no Outlook Express, é INCOR- 9 B 19 C
RETO afirmar: 10 D 20 B
a) Um único contato pode possuir mais de um endereço de e-mail cadas-
trado no mesmo item de contato. ___________________________________
b) O Outlook Express possui o recurso de autocompletar para nomes e
apelidos de contatos, simultaneamente. ___________________________________
c) Mensagens podem ser enviadas para múltiplos contatos, utilizando-se o
separador de ponto-e-vírgula (;) ou utilizando-se os campos “para:”, “cc:”
___________________________________
e “cco:”. ___________________________________
d) Caso o apelido digitado no campo “para:” de uma nova mensagem
possua várias entradas na lista de contatos, a mensagem é enviada pa- ___________________________________
ra todos essas entradas. _______________________________________________________
17) O componente do Windows que é necessário para a configuração de _______________________________________________________
uma conexão via linha discada é:
a) a discagem automática. b) o acesso à rede dial-up. _______________________________________________________
c) a conexão direta via cabo. d) o Serviço do Internet Mail. _______________________________________________________
18) A Internet, além de concentrar uma grande quantidade de informações _______________________________________________________
em servidores destinados a esse fim, possui a função de meio de comu-
_______________________________________________________
nicação.
Com relação às diversas maneiras de se comunicar através da Internet, _______________________________________________________
é correto afirmar que:
a) O e-mail é a única forma de comunicação que permite a duas ou mais _______________________________________________________
pessoas se comunicarem simultaneamente. _______________________________________________________
b) Para duas ou mais pessoas se comunicarem simultaneamente com o
uso do Chat, é obrigatório que nos computadores de todas elas tenha _______________________________________________________
um programa FTP cliente instalado. _______________________________________________________
c) Ao transferir um arquivo de qualquer servidor FTP na Internet para o
computador do usuário utilizando um programa FTP cliente, é obrigató- _______________________________________________________
rio o uso de um gerenciador de correio eletrônico para autenticar e auto-
_______________________________________________________
rizar o acesso.
d) Ao inscrever-se em uma lista de discussão, o usuário passa a receber _______________________________________________________
mensagens de diversas pessoas da lista, sobre o tema central. Ao envi-
ar uma mensagem destinada às pessoas da referida lista, esse mesmo _______________________________________________________
usuário só necessita enviar um único e-mail para a lista, que essa se _______________________________________________________
encarregará de fazer a distribuição aos seus participantes.
_______________________________________________________
19) Cada conta de e-mail tem um endereço único, que é dividido em duas
partes: a primeira é usada para identificar a caixa de correio de um usu-
_______________________________________________________
ário, e a segunda é usada para identificar o servidor em que a caixa de _______________________________________________________
correio reside. Por exemplo, no e-mail bemtivi@passaro.com.br, bemtivi
é a primeira parte e passaro.com.br é a segunda parte. Com relação às _______________________________________________________
caixas postais e endereços eletrônicos, é correto afirmar que _______________________________________________________
a) cada conta de e-mail está associada a um endereço IP único válido na
Internet. _______________________________________________________
b) em um servidor de e-mail apenas o e-mail da conta do administrador
_______________________________________________________
deverá estar associado a um endereço IP único válido na Internet.
c) o software de e-mail no servidor remetente utiliza a segunda parte para _______________________________________________________
selecionar o servidor de destino e o software de e-mail no computador
de destino utiliza a primeira parte para identificar a caixa de correio do _______________________________________________________
usuário. _______________________________________________________
d) se o servidor de e-mail estiver associado a endereço IP 192.168.2.0, o
endereço IP do primeiro e-mail deverá ser 192.168.2.1, o do segundo _______________________________________________________
192.168.2.2 e assim sucessivamente.

Noções de Informática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização

You might also like