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Da crítica à crise – Jesus Martin-Barbero

Com o nazismo, o capitalismo deixa de ser unicamente economia para ser cultura e mostra sua
tendência à totalização.

Massificação será constitutiva da sociedade do século XX.

Adorno e Horkheimer partem da racionalidade da produção capitalista para chegar ao estudo


da massa enquanto efeito do capitalismo, que coloca a cultura como produção mercadológica.

A problemática cultural seria central para a esquerda.

Em A dialética do esclarecimento, procura-se pensar a dialética da história, os processos


históricos, que partindo da razão, desembocam na irracionalidade do totalitarismo conseguido
via massificação cultural.

Unidade do capitalismo – massificação da cultura, transformação da cultura em diversão com a


finalidade de unir trabalho e lazer pelas semelhanças, homogeneização das diferenças, criação
de necessidades a serem satisfeitas pelas mercadorias do capitalismo.

Necessidades – dialética – p. 100

Em seu lazer, as pessoas devem se orientar por essa unidade que caracteriza a produção.

O problema da democracia é a massificação cultural

No entanto, essa análise esconde as possibilidades de que exista rupturas, especialmente na


recepção dos produtos culturais, que algo possa ir além da inércia do espectador. P. 104
dialética

Degradação da cultura em diversão – forma de Adorno e Horkheimer se aproximarem da


análise da experiência cotidiana.

“O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade de que não
passam de um negócio, eles a utilizam como ideologia destinada a legitimar o lixo que
propositalmente produzem”. – dialética – p. 100

Ver reflexão sobre arte de Adorno – 75-76.

Criação do consumidor médio – sujeito mediano e conteúdos que sejam acessíveis à todos –
unidade de estilo – p.106 – dialética.

Para Adorno e Horkheimer, a degradação da arte está ligada não só ao mercado, mas também
ao preço que se paga pela arte estar isolada aos muros de museus e mantida para burgueses
apreciarem apenas.

A arte não é prazer – quem tem prazer com a arte é o homem trivial – p. 77

A arte deve ser de estranhamento e utopia – p.78


Senão, a arte seria pastiche – o que se imita o estilo de outros artistas, sem ser a paródia, por
exemplo.

Jamais haverá legitimação social da arte enquanto ela despertar emoções. Ao contrário disso,
ela deveria despertar comoção – choque, estranhamento, negação do eu que abre portas para
outras experiências estéticas. Nesse sentido, a arte deveria ser a ampliação dos horizontes
para além do eu.

Kitsch – o que copia referenciais da cultura erudita, mas grotescamente.

Benjamin enriqueceu mais o debate, por pensar o que é popular na cultura não como
negação da cultura em si, mas como experiência e produção. – Autor que pensa a recepção
dos produtos.

Pensador da “experiência”

Para a razão ilustrada – do iluminismo – a experiência é o obscuro, algo que não podemos
ter contato e ñ pode ser base para pensar. Para Benjamin, é o contrário, não se pode
entender as mediações entre técnica de produção industrial da cultura e sociedade de
massas, sem entender sua experiência.

Ao contrário do que ocorre na cultura culta, cuja chave está na obra, na cultura de massas, a
chave está no uso e na percepção.

“Benjamin se propõe então a tarefa de pensar as mudanças que configuram a modernidade


a partir do espaço da percepção, misturando para isso o que se passa nas ruas com o que se
passa nas fabricas e nas salas escuras de cinema e literatura, sobretudo na marginal, na
maldita”. P. 81

Dois temas condutores para ler Benjamin:

Cidade moderna

Novas técnicas

Em Benjamin, trata-se de analisar o que produz mudanças não apenas na estética, mas na
experiência, nos usos com a arte.

A nova sensibilidade das massas é a aproximação.

A morte da aura fala menos da arte em si e mais da experiência que se tem como ela – das
suas percepções, usos e prazeres com ela.

Sua análise da abolição das tecnologias aponta para outra direção: abolição e separação dos
privilégios.

A aproximação faz entrar em declínio o velho modelo de recepção –sai da chave do valor
cultural da experiência com a obra de arte no aqui e agora, para entrar em cena a experiência
com a reprodutibilidade, com a exibição em larga escala.

Recepção coletiva e ñ individualizada.


Benjamin vê na técnica e nas massas um modo de emancipação da arte.

Massa aparece na obra de Benjamin sob 3 figuras:

1 – massa enquanto conspiração – sujeitos à margem que se reúnem em lugares específicos


como tabernas para romper com valores estilísticos burgueses – Baudelaire.

2 – Esfumaçamento das pistas das identidades - Com a massificação, a burguesia perde seus
status de identidade única e diferenciada.

3 – Experiência da multidão – experiência sensória e coletiva –ex: cinema. É com a multidão


que a massa exerce seu direito à cidade.

A perspectiva da escola de Frankfurt foi aprimorada na França nos anos 1960 – trabalhos de
Edgar Morin

Anos 1960 – esgotamento de um paradigma e surgimento de outro.

Movimentos sociais além do trabalhador – gênero, sexualidade, ambiental, movimentos


negros. – ver Maio de 68

Crise do político – campo privilegiado será a cultura – contra-cultura

Hall

Morin – Indústria cultural não se reduz a racionalidade de uma produção em série de


mercadorias culturais

Para Morin, a divisão do trabalho e a mediação tecnológica não são incompatíveis com a
criação artística.

Passagens da dimensão política da cultura ao entendimento de políticas culturais – ou seja, de


como a cultura também pode ter uma utilização política, como a música, o cinema, etc.
dialogando com os movimentos sociais – contracultura.

Análise da cultura de massas vai em duas direções:

- estrutura semântica – campo de significações arquetípicas – identificação e projeção/ real-


imaginário.

- modos de inscrição no cotidiano da cultura de massa – artes do fazer – Certeau

Dispositivos que proporcionam apoio imaginário à vida prática e pontos de apoio práticos à
vida imaginária.

Como se dá o funcionamento da Indústria Cultural- fusão entre informação e imaginário


ficcional – se ela funciona é pq mexe com o imaginário do público.

Ela funciona porque responde à demanda de mitos e heróis – Morin. – demanda coletiva – p.
91-92 – função da IC – meio entre real e imaginário.

América Latina – como pensar totalização, com heterogeneidade racial?


Pensamento da totalização não ia de total encontro com a situação latino-americana – questão
importante para Barbero.

Isso implica o que Barbero está observando – análise histórica das matrizes culturais e sua
ligação com a comunicação de massa.

Para Barbero, pela primeira vez, a comunicação de massas se vê obrigada a rastrear


historicamente sua relação com a cultura popular – folclore – folhetim, etc.

Situacionistas- politizar – a arte somos nós

Foucault – Poder – embora o Estado esteja no centro, o poder flui – ele ñ é uma propriedade,
mas algo que se exerce- caráter dinâmico. – ver cit p. 92 – O que nos remete...

Fim era produção e começo era informação – Pós-segunda Guerra

Baudrillard – Simulacro – signos

Simulação dos meios produz um real mais real que o real.

Para Baudrillard, a informação produz cada vez mais massa – uma massa atomizada

A passividade das massas não é efeito de nenhuma ação de poder, mas o próprio modo de ser
das massas.

Habermas, ao contrário de Adorno e Horkheimer, abraça o projeto do Esclarecimento, por


acreditar que o conceito de razão é importante para o desenvolvimento das sociedades e do
pensamento. Para Habermas, Adorno e Horkheimer fizeram uma interpretação sobre a razão
pensando apenas no seu caráter instrumental. O que ele propõe é a elaboração de um novo
conceito de racionalidade baseado em suas finalidades comunicativas.

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