You are on page 1of 9

CURSO DE PRÁTICA

Disciplina: Pareceres
Prof. Fabrício Bolzan
Data 03/03/2012

MATERIAL DE APOIO – MONITORIA

Índice

1. Transcrição da Aula

Pareceres

Considerações iniciais:
- O curso será dividido em três aulas;
- Apesar de ser uma estrutura voltada para o Direito Administrativo, ela vale para todos os tipos de
pareceres;
- O art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666, é obrigatório passar pela procuradoria jurídica minutas de
editais.
- O advogado público deve opinar nas questões legais, e não subjetivas, legalidades no sentido de
juridicidade, ou seja, de acordo com a lei e o direito (princípios constitucionais, expressos e implícitos);
- Ler as súmulas da AGU.

Bibliografia indicada: Modelos de Pareceres da Advocacia Pública – Direito Administrativo – Fabrício


Bolzan/ Cássia Hoshino – Editora RT.

1. TRANSCRIÇÃO DA AULA

Estrutura do parecer

- Introdução/ prelúdio que deve conter:

1) Numeração do processo (colocar parecer nº------- , caso o problema não traga a numeração);
2) Assunto (tema principal do problema);
3) referencia (número do processo administrativo);
4) Interessado (aquele que pediu o parecer, endereçamento);
5) Ementa (síntese da tese jurídica), sempre deixar a ementa para o final, pois a depender da tese
jurídica ela poderá ser alterada. OBS: a ementa não é obrigatória, mas é um diferencial para uma prova.

- Núcleo
I- Relatório (resumo do problema)

II- Fundamentação jurídica (deve encontrar/ buscar, sempre, uma saída viável para a administração)
OBS: não dever, necessariamente, estar em conformidade com as súmulas dos Tribunais
Superiores, mas sim de acordo com as orientações da AGU.

III- Conclusão

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
- Finalização

Local e data
Assinatura (não se identificar)
Cargo (AGU)

OBS:
-Advogado da União, se for administração direta e seus órgãos;
- Procurador Federal, se for da Administração Indireta;
- Procurador da Fazenda Nacional (PFN), se for de Ordem tributária, o PFN possui vinculo com o Ministério
da Fazenda.

Problema 1
A União pretende contratar a assinatura de um jornal pelo prazo de 12 meses. Em razão do valor – R$
449,00 – existe a pretensão da dispensa da licitação nos termos do artigo 24, II, da lei 8.666/93. Cumpre
informar ainda que a única documentação juntada aos autos é o orçamento da empresa que se pretende
contratar diretamente. A Comissão Permanente de Licitação – CPL solicitou da Consultoria Jurídica da
entidade a opinião a respeito da viabilidade de tal contratação. Na qualidade de Advogado Público, faça
um parecer abordando os aspectos fáticos e jurídicos do caso em apreço.

Pontos principais:

- a contratante é a União que desejar contratar serviço de assinatura de jornal;


- com dispensa de licitação, em razão do valor(R$ 449,00) que se enquadra no art. 24, II, da lei
8.666/93;
- o processo foi instruído com, apenas, o orçamento da empresa com quem se pretende contratar;
-CPL (comissão permanente de licitação), encaminhou o processo para a acessória para saber da
viabilidade desta contratação.

(colocar parecer nº------- , pois o problema não trouxe o número do parecer)


Assunto (tema principal do problema) contratação direta pequeno valor
referencia (número do processo administrativo) processo nº, o problema não trouxe o número
Interessado (aquele que pediu o parecer, endereçamento) CPL
ementa (síntese da tese jurídica), (Direito Administrativo. Licitação. contratação direta em razão do
pequeno valor. art. 24, II, da lei 8.66/93. Recomendações necessárias)
Relatório (resumo do problema) concluir com “é o relatório”

Fundamentação jurídica

1- Regime jurídico administrativo, direito público;

2- Binômio : - prerrogativas (principio da supremacia do interesse público sobre o privado), Celso


Antonio defende mais a administração. A corrente mais moderna de Marçal já corre no judiciário,
ex: remédio pedido; sujeições são restrições impostas à administração em razão do princípio da
indisponibilidade do interesse público, licitação é a regra nos termos do art. 37, XXI, mas a lei
admite exceções, ou seja, esta regra não é absoluta, a lei 8.666/93 admite hipóteses de
contratação direta (art. 25, quando trata da inexigibilidade da licitação e dispensa da licitação, art.
17, da lei 8.666/93; licitação dispensável nos termos do art. 24 da lei 8.666/93).

Art. 24, da lei 8.666/93. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na
alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea
"a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser
realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de


atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos


praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou
serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos


estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
(Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da


administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de


rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário
para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
preço do dia; (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não
tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado
pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o
Poder Público;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade


certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e
de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica
de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados
para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à


manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da
garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII - nas compras ou contratações de ser-viços para o abastecimento de navios, embarcações,


unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao
limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de


comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de
serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e


tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições
de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº
12.349, de 2010)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com


concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de
fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de
exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº
11.107, de 2005)

XXVII - na contratação da coleta, processa-mento e comercialização de resíduos sólidos urbanos


recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por
associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda
reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de
equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada
pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de
2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das
Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo
Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos,
para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária,
instituído por lei federal.(Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no
10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte
por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de
economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Segundo Maria Sylvia Di Pietro teremos situações de dispensa de Licitação nas seguintes
hipóteses:

a) Em razão do pequeno valor;

b) Em razão de situações excepcionais;

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
c) Em razão do objeto;

d) Em razão da pessoa.

Na visão do TCU, quando a administração quiser contratar diretamente em razão do pequeno valor
deverá trazer pelo menos 3 orçamentos e não apenas o da empresa com quem se pretende contratar.
Isto é para evitar super faturamentos.

A administração está obrigada a contratar com o orçamento mais barato, desde que ela justifique o
porque da contratação com o outro orçamento e esteja dentro da média de mercado. (Decisão 193/95 do
TCU.)

Conclusão

Tendo em vista as informações apresentadas a esta Consultoria Jurídica, entendemos que o


pequeno valor, nos termos da lei 8.666/93, não é suficiente para legitimar a contratação direta, sem que
a Administração realize pesquisa de mercado a fim de motivar a presente contratação e justificar os
preços contratados.

É o parecer, à superior consideração.

Finalização
Local e data
Assinatura (não se identificar)
Cargo (AGU)

Problema 2

A autarquia federal “X” contratou serviço especializado de limpeza pelo prazo de 12 (doze) meses. Por
tratar-se de serviço contínuo, o contrato poderia ser prorrogado. Entretanto, passou in albis o prazo para
a renovação. Sem a prestação do serviço de limpeza, a situação começou a ficar precária e o
administrador responsável, pretendendo uma contratação direta de outra empresa de limpeza por prazo
superior a 180 dias, com fundamento no artigo 24, inciso IV, da lei 8.666/93, remeteu os respectivos
autos do processo à Procuradoria Federal para a emissão de parecer sobre esta questão.

Pontos principais

- Autarquia Federal contratou serviço de limpeza prazo de 12 meses;


- Não houve renovação do contrato;
- Criada uma situação de emergência;
- Art. 24, IV lei 8666 contratação direta de mais de 180 dias;
- TCU, decisão plenária 347 do TCU de 1994, é citado até hoje;
- Lista os requisitos das situações de emergência, segundo essa decisão:

1- Situação adversa que não tenha se originado da falta de planejamento da desídia administrativa ou
da má gestão dos recursos públicos;

2- A urgência concreta efetiva do atendimento exista realmente;

3- O risco se mostre iminente e especialmente gravoso;

4- A contratação imediata seja o meio adequado, efetivo e eficiente de afastar o risco detectado.

OBS: Orientação nº 11 da AGU: A CONTRATAÇÃO DIRETA COM FUNDAMENTO NO INC. IV DO ART.


24 DA LEI Nº 8.666, DE 1993, EXIGE QUE, CONCOMITANTEMENTE, SEJA APURADO SE

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
A SITUAÇÃO EMERGENCIAL FOI GERADA POR FALTA DE PLANEJAMENTO, DESÍDIA OU MÁ
GESTÃO, HIPÓTESE QUE, QUEM LHE DEU CAUSA SERÁ RESPONSABILIZADO NA FORMA DA LEI.

Possibilidade de contratar por mais de 180 dias em caráter de emergência?


TCU – Acórdão 1941/07  Em situações excepcionais e quando for indispensável para a preservação do
interesse público o TCU admite firmar termo aditivo para prorrogar por período adicional estritamente
necessário à conclusão da obra ou do serviço.

Acórdão 2.024/08  TCU- O limite de 180 dias para a execução de serviços emergenciais, referido no
inciso IV do artigo da Lei 8.666/93, pode ser ultrapassado se isso for indispensável para a preservação do
bem protegido.

-Ementa: Direito Administrativo. Licitação. Contratação direta em razão de situação de emergência. Art.
24, IV, lei 8.666/93. Vigência do contrato emergencial por prazo superior a 180 dias. Apuração da
responsabilidade do agente público desidioso. Orientação Normativa da AGU 11/2009.

Problema 3

A União contratou a empresa “X” para realizar determinada obra pública. Antes de expirar o prazo do
contrato administrativo, a empresa contratada comprovou a necessidade de mais de 30 dias para concluir
a obra em razão do surgimento de fato superveniente e estranho à vontade das partes. Os autos do
processo foram remetidos à Consultoria Jurídica para emitir parecer um dia após o termino do prazo
contratual. A autoridade responsável pela contratação pretende-se prorrogar esse contrato administrativo
ou contratar diretamente o restante da obra por licitação dispensável. Na qualidade de Advogado da
União, faça um parecer relatando as medidas a serem tomadas no caso em tela.

Pontos principais:
- União contratou obra publica empresa x solicitou mais 30 dias para concluir a obra devido a fatos
supervenientes e estranho à vontade da partes;
- Processo chegou à consultoria jurídica um dia após o prazo contratual;
- E Possível prorrogar?
- E possível contratar diretamente o restante da obra por licitação dispensável?
- Esse contrato não pode ser prorrogado porque não é admitido a prorrogação de contrato findo, posição
dominante na doutrina, AGU e TCU.
- Observe que não houve rescisão, pois o inc. XI, do art. 24, da lei 8.666/93 pressupõe uma rescisão.

Conclusão

Diante do exposto, entendemos que a União deverá instaurar imediatamente um procedimento licitatório
para a escolha de empresa habilitada para terminar a obra, em razão da indisponibilidade de prorrogação
de contrato administrativo comprazo de validade expirado, além da inviabilidade da contratação direta,
quer com fundamento no inciso I, quer com fulcro no inciso XI, ambos do artigo 24, da lei 8.666/93.
É o parecer, à superior consideração.

Ementa
Direito administrativo. Licitação. Prorrogação de contrato com prazo de vigência expirado.
Impossibilidade. Orientação normativa da AGU. Contratação direta com fundamento no art. 24, I e XI, da
lei 8.666/93. Impossibilidade.

Problema 4

A união pretende contratar mediante licitação empresa para fornecimento de pão francês e leite integral
em caixinha para atender à demanda de uma casa de recuperação de índios. Considerando que a
autoridade competente da entidade não pode prever a quantidade de indígenas e acompanhantes, mensal
e anualmente, que estarão sob atendimento médico naquela casa de recuperação, também não poderá
estimar o número de pães nem de caixinhas de leite integral que serão necessárias para suprir as suas
necessidades. Diante desse contexto, opine, na qualidade de Advogado da União, sobre qual medida

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
poderá ser adotada pela Administração.

Pontos principais:
- União quer contratar Paes e leite para uma casa de índios, a autoridade não pode identificar o numero
de índios, nem de acompanhantes;
- Não consegue identificar o número de Pães e leite a serem contratados o problema é quantitativo a ser
licitado.

Fundamentação jurídica
- Regra a autoridade deve especificar os limites contratados pela administração;
- Sumula 177 TCU;
- Decreto 3931/01 art. 2, IV; lei 8.666/93, art. 15;
- União concorrência, pregão;
- Sistema de registro de preços.
- Orientação:
19 da AGU: O PRAZO DE VALIDADE DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS É DE NO MÁXIMO UM ANO, NOS
TERMOS DO ART. 15, §3º, INC.III, DA LEI Nº 8.666, DE 1993, RAZÃO PORQUE EVENTUAL
PRORROGAÇÃO DA SUA VIGÊNCIA, COM FUNDAMENTO NO § 2º DO ART. 4º DO DECRETO Nº 3.931, DE
2001, SOMENTE SERÁ ADMITIDA ATÉ O REFERIDO LIMITE, E DESDE QUE DEVIDAMENTE JUSTIFICADA,
MEDIANTE AUTORIZAÇÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR E QUE A PROPOSTA CONTINUE SE MOSTRANDO
MAIS VANTAJOSA.
20 da AGU: NA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS, A INDICAÇÃO DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA É
EXIGÍVEL APENAS ANTES DA ASSINATURA DO CONTRATO.
 21 da AGU: "É VEDADA AOS ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS A ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE
PREÇOS QUANDO A LICITAÇÃO TIVER SIDO REALIZADA PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL,
MUNICIPAL OU DO DISTRITO FEDERAL, BEM COMO POR ENTIDADES PARAESTATAIS."

Ementa: Direito Administrativo. Licitação. Quantitativo incerto. Sistema de registro de Preços.


Possibilidade de Contratação.

Problema 5

Autarquia Federal pretende realizar processo licitatório com vistas à contratação de empresa especializada
na prestação de serviços e execução indireta de atividades materiais e acessórias, mais precisamente
serviço de limpeza. Entretanto, o presidente da comissão permanente de licitação, preocupado em saber
sobre a regularidade desse tipo de contratação, bem como sobre as eventuais responsabilidades do Poder
Público em relação às dívidas trabalhistas dos empregados da contratada, solicitou parecer da
Procuradoria Federal.

Pontos principais:

-Autarquia federal (IBAMa/ INSS) quer contratar uma empresa terceirizada de serviço de limpeza;
- O presidente da CPL está preocupado com a viabilidade dessa contratação;
- Responsabilidade da Autarquia Federal em razão de eventual inadimplemento da empresa contratada
em relação aos encargos trabalhistas dos seus empregados;
- Concurso público em regra para contratação de pessoal, art. 37, II, terceirização de mão de obra é outra
exceção;
- A administração só pode terceirizar atividades materiais acessórias instrumentais ou complementares,
exemplo serviço de limpeza, segurança, vigilância, recepção e cooperagem;
- Salvo se for de cargo extinto ou em extinção;
- A responsabilidade trabalhista perante empregados terceirizados;
- Art. 71,§1, da lei 8.666/93;
- Súmula 331 do TST;
- Súmula Viculante 10;
- ADC 16;
- Art. 71, da lei 8.666/93;
- Decreto 2.271/97

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.
-Administração: Não responde pela inadimplência da empresa contratada em relação aos encargos
trabalhistas de seus empregados. Com fundamento da Súmula Vinculante 10 do STF que não admitiu o
que dispunha a sumula 331 do TST;
A administração ficará responsável se falhar na fiscalização da empresa contratada.

Ementa
Direito Administrativo. Decreto 2.271/97. Contrato Administrativo. Terceirização de mão de obra. Serviços
acessórios. Possibilidade. Entendimento do TCU no mesmo sentido. Irresponsabilidade da Administração
pelas dívidas trabalhistas. Posição do STF na ADC 16.

Curso de Prática– Pareceres – Fabrício Bolzan–


Material digitado e elaborado pelo monitor Paulo S.

You might also like