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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


FACULDADE DE ODONTOLOGIA

Comparação das Condições Histopatológicas de Lesões Periodontais Entre


Pacientes Homens Diabéticos e Não Diabéticos em Pacientes da Clínica da UFPa.

Thayanny Letycia Kizan da Silva Miranda

Belém-PA
2018
TEMA:
Comparação das condições histopatológicas de lesões periodontais entre pacientes
homens diabéticos e não diabéticos em futuros pacientes da clínica da UFPa.

OBJETIVO GERAL:
Ao comparar as condições histopatológicas de lesões periodontais entre pacientes
diabéticos e não diabéticos, pretende-se mapear a população estudada a partir da descrição
de sua condição.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Cadastrar pacientes a partir das categorias DIABÉTICOS e NÃO DIABÉTICOS;
 Realizar avaliação periodontal dos dois grupos;
 Coletar material para e realizar análise histopatológica;
 Descrever as condições identificadas em cada grupo;
 Realizar posterior encaminhamento de casos específicos.

JUSTIFICATIVA:
O presente estudo se justifica em termos de relevância, uma vez que o diabetes
mellitus é uma condição pré-requisito para diversas comorbidades, entre elas, as doenças
periodontais. Assim, faz-se necessário o mapeamento de pacientes em condições de
comprometimento da saúde bucal em decorrência de doenças periodontais descritas pela
literatura como correlacionadas ao diabetes, e seu posterior encaminhamento aos serviços
de saúde. Além disso, trata-se de um meio de baixo custo para controle das comorbidades
relacionadas ao diabetes.

MÉTODO:
Participantes:
Pacientes adultos, cadastrados na Clínica Integrada da UFPa, acima de 30 anos,
do sexo masculino, com diabetes mellitus e sem diabete mellitus.
Procedimento:
O estudo utilizará o método comparativo para avaliar se a incidência de lesões
periodontais é maior em pacientes diabéticos ou se, havendo incidência próxima entre os
dois grupos, há diferença na gravidade das lesões entre os dois grupos.
Os participantes serão divididos em dois grupos, a saber:
 Grupo I: indivíduos portadores de diabetes, que serão submetidos à coleta
tecidual da mucosa gengival.
 Grupo II: indivíduos não portadores de diabetes que também serão submetidos
à coleta tecidual da mucosa gengival.
Os participantes serão convidados a colaborar com o estudo por meio de carta-convite
e, havendo aceite em participar, assinarão um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, que garante o direito à não divulgação de dados que revelem sua identidade,
assim como total acesso aos resultados alcançados na pesquisa.
Com a coleta do tecido gengival serão feitas lâminas histopatológicas no laboratório,
que serão analisadas e comparadas. Posterior a isto, os pacientes serão mapeados para
melhorar o acompanhamento dos mesmos na Clínica Integrada da UFPa.

REFERENCIAL TEÓRICO
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica, caracterizada pela deficiência
parcial ou total na produção de insulina ou pela resistência a sua ação. Tal anormalidade
leva a defeitos no metabolismo proteico, lipídico e glicídico, resultando em hiperglicemia.
ZIMMET (1997) apresentou a estimativa de que em 2010 cerca de 221 milhões de
pessoas seriam portadores de DM no mundo. Atualmente – em 2017 – de acordo com
estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os casos
chegam a 12.054.827 somente no Brasil
Além das diversas doenças relacionadas a DM, a periodontite pode ser classificada
como a sexta complicação clássica dos diabéticos, consistindo em um processo
inflamatório que ocorre na gengiva em resposta a antígenos bacterianos da placa dentária
que se acumulam ao longo da margem gengival. Sua manifestação inicial é a gengivite,
podendo evoluir para periodontite agressiva ou crônica, caracterizando assim, os três
casos mais comuns (KAWAMURA, 2002).
É importante ressaltar que a maior suscetibilidade do diabético a desenvolver
doenças periodontais ocorre devido a sua dificuldade de reagir a processos inflamatórios
e infecciosos, assim como pelo fato de a presença de placa bacteriana no paciente portador
de DM provocar uma inflamação mais acentuada do que o faria em um paciente não
diabético, demonstrando, em concordância com WEHBA, RODRIGUES e
OFFENBACHER (2000), o processo de associação bidirecional entre tais enfermidades,
na qual o diabetes favorece o desenvolvimento da doença periodontal e esta, quando não
tratada, piora o controle metabólico do diabetes.
Dessa maneira, o objetivo do presente trabalho é perceber a correlação entre
diabetes e doenças periodontais, focando nas alterações teciduais que ocorrem na
gengiva. Para isso, é necessário perceber o tecido histofisiológico de um paciente,
deixando claro que não há divergências entre um paciente do Grupo I e do Grupo II para
tal variável. O tecido periodontal, quando não há alterações, é composto por tecido
conjuntivo denso modelado – também chamado de ligamento periodontal e possui células
como fibroblastos, neutrófilos, mastócitos, macrófagos, eosinófilos, osteoclastos, entre
outros –, tecido ósseo alveolar e tecido epitelial de revestimento do tipo estratificado
colunar
Assim, no ligamento periodontal são encontradas diversas células com funções de
sintetizar proteínas, auxiliar nos fatores de crescimento e nas respostas imunológicas.
Quando observamos o paciente diabético, há disfunção no número de tais células,
causando alterações que serão listadas a seguir:
 Neutrófilos: Parte dos leucócitos, essa célula está presente em baixo número, o
que diminui a quimiotaxia, a aderência, a fagocitose e a destruição intracelular,
levando a diminuição da capacidade imunológica e da resposta inflamatória
desses pacientes.
 Colágenos: O colágeno é alterado, assim como várias substâncias da matriz
extracelular, pela ação dos AGE’s (produtos finais da glicação e oxidação não
enzimática de proteínas e lipídios). Isso dificulta uma cicatrização normal do
tecido danificado, o qual é observado com colágeno tipo IV. A formação de
AGE’s no colágeno tipo IV na membrana basal dificulta a associação lateral
dessas moléculas, causando aumento da permeabilidade (GUGLIUCCI, 2000). Já
no colágeno tipo I, tal agregação molecular resulta em distorção da estrutura
molecular de fibrila.
 Fibroblastos: O fator de crescimento de fibroblastos (FGF) tem sua expressão
alterada nos pacientes diabéticos devido aos altos níveis de glicose, gerando
inibição do crescimento das células do ligamento periodontal; além disso ocorre
diminuição da resposta quimiotática das células do ligamento periodontal para o
fator de crescimento derivado de plaquetas (GREGHI, BRITO, OLIVEIRA e
GUIMARÃES, 2002). Esse pode ser um dos fatores que levam à dificuldade de
cicatrização em pacientes diabéticos e a causa da destruição mais grave na doença
periodontal.
Ademais, no paciente diabético também há o comprometimento na produção de
matriz óssea pelos osteoblastos.
Partindo desses fatos, fica evidente que o paciente portador de DM possui
alterações teciduais e imunológicas que incidem diretamente na maior predisposição para
adquirir-se doenças periodontais, sendo papel do cirurgião dentista observar as
particularidades e entender a situação como um processo sistêmico, o qual precisa-se
trabalhar em conjunto com outros profissionais, para tratar não só na cavidade oral, como
todo o corpo de forma agregada e o próprio comportamento do indivíduo para, somente
assim, propiciar ao paciente uma qualidade de saúde geral e bucal, buscando sempre o
bem estar do mesmo.
Sendo assim, nossa hipótese é de que a Diabete Mellitus aumenta os casos de
periodontites, por conta da dificuldade de o organismo de tais pacientes reagir a processos
inflamatórios e infecciosos.
E por essa razão, desenvolvemos o presente pré-projeto de pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMOS, A. F.; MACCARTY, D. J.; ZIMMET, P. The rising global burden of diabetes
and its complications: estimates and projections to 2010. Diabet Med. vol.14, pp. 1-5.
1997.

KAWAMURA, J. Y. Avaliação clínica, radiográfica e imunohistoquímica da doença


periodontal em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1. [Dissertação de
mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002.

WEHBA, C; RODRIGUES, A. S.; SOARES, F. P. Diabetes e doença periodontal: uma


relação bidirecional. In: BRUNETTE, C. M. Periodontia Médica: Uma abordagem
integrada. pp. 172-195. São Paulo: Senac, 2004. pp. 172-95.

GUGLIUCCI, A. Glicación de proteínas: rol protagónico de la hiperglicemia en las


complicaciones crónicas de la diabetes mellitus. Rev Med Uruguay;16:58-75. 2000.
Acesso em: 01 de novembro de 2017.

GREGHI, S. L. A. et al. Relação entre diabetes mellitus e doença periodontal. Rev APCD;
56(4):265-9. 2002. Acesso em: 01 de novembro de 2017.

DAMASCENO, L. Número de diabetes no Brasil. Sociedade Brasileira de


Endocrinologia e Metabologia. Disponível em: < https://www.endocrino.org.br/numeros-
do-diabetes-no-brasil/>. Acesso em: 07 de novembro de 2017.

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