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Resumo Abstract
Este trabalho analisou a viabilidade econômica de implanta- We analyzed in this paper, the economic feasibility of imple-
ção de um viveiro orestal especializado em mudas nativas menting a tree nursery specializing in native plants of the
da região sul do estado do Piauí, especicamente na cidade region. The economic viability analysis was based on estima-
de Bom Jesus. A análise de viabilidade econômica foi feita tes of revenue and expenditure of the business, having been
com base na previsão de receitas e despesas do negócio. evaluated protability, yield, term return on investiment,
Foram avaliados a lucratividade, a rentabilidade, o prazo do breakeven point, net present value (NPV), internal rate of re-
retorno do investimento, o ponto de equilíbrio, o valor pre- turn (IRR), benet/cost (B/C). The IRR presented was 57.02%,
sente líquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR) e a relação the NPV was R $ 168,498.17, the B/C was greater than 1. It
benefício/custo (B/C). A TIR apresentada foi de 57,02%; o VPL was concluded that it is feasible to implement the alternative
foi de R$168.498,17; e a B/C foi de 1,15. Por meio da análise analyzed, and the protability of 16.01%, the protability of
dos resultados, concluiu-se que o projeto é viável economica- 19.06%, and return on investment within 7 months.
mente, sendo a lucratividade de 16,01%; a rentabilidade de
19,06% e o prazo de retorno do investimento de sete meses.
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Análise econômica de produção de mudas do cerrado em Bom Jesus – PI
tanto na composição
nas interações com a dos ecossistemas,
fauna e nas funçõescomo
cor- mesmos parade
sim os custos todas as espécies,
produção. O preçoreduzindo
de vendaas-
de
relacionadas à conservação hidrológica e pe- cada muda foi igual para todas as espécies, R$
dológica (RODRIGUES et al., 2004). Com base 1,50, e baseou-se na média do mercado.
nesse cenário, o plantio de árvores para ns
econômicos e ambientais é indispensável, sen- 2.2 Levantamento de dados
do realizado principalmente através de mudas para a análise econômica
(MORAES NETO et al., 2003; RODRIGUES et
al., 2004). No levantamento de dados para a análise,
A importância dos viveiros orestais não levou-se em consideração uma pesquisa de
está apenas no seu caráter ambiental, ou seja, todos os custos por meio de um inventário de
na produção de mudas utilizadas nos plantios, tudo que será gasto para produção de mudas,
mas também nos seus reexos econômicos e de acordo com a Tabela 1.
sociais, uma vez que esta atividade gera em- a) Investimento físico: equipamentos de jardi-
pregos, produtos madeireiros e produtos não- nagens, bombas pulverizadoras, irrigado-
madeireiros que movimentam grandes valores res, caixas de suporte, mesas de manipu-
no mercado nanceiro, principalmente quando lação, cavaletes, caixarias, poço artesiano,
se trata dos viveiros mantidos pelas indústrias veículo utilitário, uniformes, microcompu-
de papel e celulose (RODRIGUES et al., 2004). tador, aparelho de fax, roçadeiras, linha te-
Com o intuito de atender à demanda de mu- lefônica, tesoura de poda e celular;
das da região Sul do estado do Piauí, o presen- c) Custo xo/ano: ajudante geral, técnico agrí-
te trabalho teve como objetivo estudar a via- cola, encargos sociais, energia, manuten-
bilidade econômica de produção de mudas do ção, depreciação, seguros, telefone, gasoli-
cerrado em Bom Jesus, PI. na e contador;
d) Investimento nanceiro: custos xos, esto-
que da matéria-prima, custos de comercia-
2 | Material e métodos lização, registro e legalização, publicidades;
e) Custos de produção: sementes, adubos, eti-
2.1 Área de estudo quetas e sacos para mudas.
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Revista Agrogeoambiental - v. 5, n. 3 - Dezembro 2013
Com base nos dados que foram levantados du- Taxa Interna de Retorno (TIR)
rante o primeiro ano de implantação do vivei-
ro, foram levados em conta todos os custos da É a taxa de desconto que iguala o valor atual
Tabela 1, totalizando R$ 246.453,52. Já do se- das receitas futuras ao valor atual dos custos
gundo ao décimo anos os custos diminuíram, futuros do projeto, constituindo uma medida
levando em consideração somente os custos relativa que reete o aumento no valor do in-
xos, o investimento nanceiro e os custos de vestimento ao longo do tempo, com base nos
produção, totalizando R$ 169.151,52. recursos requeridos para produzir o uxo de
O custo de produção de uma muda é de R$ receitas (REZENDE; OLIVEIRA, 2001; PIRES et
0,51, como se previa produzir doze mil mudas al., 2008). Para encontrar a TIR é preciso des-
por mês, totalizar-se-iam R$ 73.440,00 por ano. contar vários uxos de caixa a várias taxas.
Em que:
Rj= receitas no período j;
Cj= custos no período j; Em que:
i = taxa de desconto; Rj= receita no nal do ano j;
j = período de ocorrência de Rj e Cj; Ci = custo no nal do ano j; e
n = duração do projeto, em anos, ou em núme- n = duração do projeto, em anos.
ro de períodos de tempo.
Geralmente, o uxo de caixa típico é composto Rentabilidade
por uxos de caixa pontuais negativos no início
e positivos do meio ao m. Quando o valor pre- Indica o porcentual de remuneração do capital
sente de um uxo de caixa futuro de um pro- investido na empresa e é obtido sob a forma de
jeto for maior que seu custo inicial, o projeto é valor porcentual por unidade de tempo, mos-
viável (GOMES, 2007). trando qual é a taxa de retorno do capital inves-
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Análise econômica de produção de mudas do cerrado em Bom Jesus – PI
Indica sobre
gerar qual é oo ganho quedesenvolvido
trabalho a empresa consegue
(vendas tos unitários
Tabela 2:Custosde produção.
e receitas, sendo que o custo e receita
realizadas ou serviços prestados). É a relação atual são valores corrigidos. Bom Jesus, 2012.
do valor do lucro com o montante de vendas,
ou seja, divide-se o valor do lucro pelo volume A no Custo Receita Saldo
de vendas (lucro líquido/vendas) (PIRES et al., 1 246453,5 162000 84453,52
2008), conforme fórmula a seguir: 2 169151,5 216000 46848,48
3 169151,5 216000 46848,48
4 169151,5 216000 46848,48
5 169151,5 216000 46848,48
Prazo de retorno do Investimento (PRI)
6 169151,5 216000 46848,48
É um indicador de atratividade do negócio, 7 169151,5 216000 46848,48
pois mostra o tempo necessário para que se 8 169151,5 216000 46848,48
recupere tudo o que se investiu no negócio. É 9 169151,5 216000 46848,48
calculado sob a forma de unidade de tempo e
consiste basicamente no inverso da rentabili - 10 169151,5 216000 46848,48
dade (PIRES et al., 2008). A fórmula do PRI está TOTAL 176.881,70 210.600,00 337.182,80
especicada a seguir: Fonte:Elaboração dos autores.
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Revista Agrogeoambiental - v. 5, n. 3 - Dezembro 2013
de Em
umatrabalho
taxa de juros de 10%
realizado aoSimões
por ano. e Silva A fatores
são produtividade
decisivose para
a tecnologia utilizada
reduzir o custo de
(2010), observa-se que os custos que advêm produção das mudas. Silva et al.(2008) encon-
das despesas com pessoal representaram traram o custo unitário de R$ 0,19 da muda
64,92% do custo total de produção de mudas. clonal de eucalipto, em um viveiro orestal.
Simões e Silva (2010) encontraram um custo
3.2 Análise Financeira total de R$ 130,97 por milheiro produzido para
as etapas que englobam a produção de mudas
Os índices nanceiros foram analisados levan- de eucalipto – nesse caso, o custo por muda
do-se em consideração o horizonte temporal de eucalipto produzida foi de US$ 0,13.
de dez anos. Os resultados encontrados estão O VPL do projeto analisado, R$ 168.498,17,
apresentados na Tabela 3. foi maior do que zero, o que indica sua viabili-
dade econômica. Vale lembrar que o VPL rep-
Tabela 3:Resultados econômicos do projeto. Bom Jesus, resenta o lucro do negócio corrigido pela taxa
2012. de juros para um horizonte de dez anos, nesse
caso especíco, e que a taxa de juros utilizada
Lucratividade(%) 16,01 para esse cálculo foi de 10% ao ano.
Rentabilidade(%) 19,06 A TIR é a taxa que representa o retorno -
Prazoderetorno(ano) 6,24 nanceiro do projeto. A TIR apresentada foi de
57,02%. A TIR obtida foi maior do que a taxa
de desconto que, no caso, foi de 10% ao ano,
Ponto de equilíbrio (PE) 3080,45
levando a considerar a alternativa como viável.
(nº de mudas)
A razão B/C foi maior que 1, o que indica que
VPL R$
168.498,17 o projeto é viável economicamente. Essa razão
foi de 1,15, signicando que as receitas super-
CMP (Custo Médio de Produção) 0,005 am os custos em 15%.
B/C 1,15
TIR 57,02%
Fonte:Elaboração dos autores. 4 | Conclusão
O projeto apresentou uma rentabilidade de O projeto é viável, conforme demonstram os
19,06%. Com base neste índice pode-se ar- indicadores econômicos avaliados.
mar que o capital investido no negócio retorna Contudo, para se obter resultados mais
sob a forma de lucro a uma taxa de 19,06%. satisfatórios no que concerne ao lucro, deve-
A margem de lucro obtida foi de 16,01%, ser-á, necessariamente, reduzir os custos. A
significando que, para cada R$ 100,00 de execução do empreendimento mostrou que
receita, há o ganho de R$ 16,01 para a em- dentre as despesas necessárias, a aquisição de
presa. Como se pode constatar, o porcentu- matéria-prima foi a mais dispendiosa, o que re-
al de lucro do empreendimento mostra uma comenda maior apuro no levantamento de pos-
rentabilidade inferior ao que poderia ter síveis fornecedores e negociação mais enérgica
alcançado, pois os custos de aquisição dos para obtenção de valores mais acessíveis.
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Análise econômica de produção de mudas do cerrado em Bom Jesus – PI
Referências bibliográficas
GOMES, A. Estudo da viabilidade Econômi-
co-Financeira da Implantação de Viveiro de
Mudas do Cerrado. 2007. Monograa (Gradu-
ação). UPIS Faculdades integradas, Planaltina.
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1 Universidade Federal do Piauí, graduando em Engenharia Florestal. Bom Jesus, Piauí, Brasil. edson.eng.orestal@gmail.
com.br. (089) 3562-2265.Campus Profa. Cinobelina Elvas, Planalto, Bom Jesus, Piauí, CEP 64900-000.
2 Universidade FederalCampus
br. (089) 3562-2265. do Piauí, graduanda
Profa. em Engenharia
Cinobelina Florestal.
Elvas, Planalto, Bom Bom Jesus,
Jesus, Piauí,Piauí, Brasil. julianevbidler@hotmail.com.
CEP 64900-000.
3 Universidade Federal do Piauí, graduanda em Engenharia Florestal. Bom Jesus, Piauí, Brasil. karoenegrece@hotmail.com.
br. (089) 3562-2265.Campus Profa. Cinobelina Elvas, Planalto, Bom Jesus, Piauí, CEP 64900-000.
4 Universidade Federal do Piauí, graduanda em Engenharia Florestal. Bom Jesus, Piauí, Brasil. brunalayara@hotmail.com.
br. (089) 3562-2265.Campus Profa. Cinobelina Elvas, Planalto, Bom Jesus, Piauí, CEP 64900-000.
5 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, professor do curso de Engenharia Florestal. Diamantina, Minas
Gerais, Brasil. sidney.cordeiro@ufvjm.edu.br. (038) 8844-3666. Campus JK, Alto da Jacuba, 5000, Diamantina, Minas
Gerais, CEP 39100-000.