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Ocorre que a reclamante não paga sua cota mensal de condomínio no prazo fixado.
Ocorre que a autora esta em débito com suas taxas de condomínio. O não pagamento das
taxas de condomínio na data fixada acarreta na cobrança de multa de 20%, juros,
correção monetária custas processuais e honorários advocáticios, calculado sobre o valor
total do débito.
A Reclamante esta agindo de má-fé quando quer ser indenizada por danos que não
sofreu, e nem sua família, mas esta causando aos outros condôminos, com o não
pagamento de suas contribuições nas datas fixados pelo condomínio.
A reclamante não trouxe aos autos qualquer prova de que efetivamente suportou
algum dano, claro que a simples alegação da reclamante de que determinado fato
ocasionou dano moral, não é suficiente para gerar motivo para pleitear indenização,
deve mostrar de forma clara, precisa e concreta o resultado lesivo.
Por esses aspectos, sem a efetiva prova do prejuízo experimentado pela reclamante, não
há como se acolher o pedido de indenização, sob pena de enriquecimento ilícito.
Mesmo após a Constituição de 1998, não restou qualquer dúvida que esta orientação,
de irressarcibilidade de dano puramente moral, naqueles casos em que não existe
prova de repercussão econômica ou material, é ainda inapelavelmente prevalecente,
A reclamante tenta inverter o ônus da prova, como se não fosse ele quem deu causa, a
pela empresa prestadora de serviços.
É evidente que os condôminos que efetuam pagamento com atraso sejam onerados com
multa, juros, custas processuais e honorários advocatícios, mesmo em cobrança
extrajudicial, pois é absurdo imaginarmos aquele que paga em atraso pleitear indenização
por danos morais, se utilizando assim do poder Judiciário para enriquecimento ilícito.
Em outras palavras, quem diz que sua honra tem preço e esta sofrendo uma dor
moral intensa e quer o “pretium dolaris”, deve dizer quanto vale a sua honra e
esperar que o juiz verifique se sua honra foi efetivamente atingida e se vale o que
foi pedido.
O pretenso dano levantado pela autora, pelo qual espera receber vultosa soma,
efetivamente jamais ocorreu, não passando de mera hipótese, pois, reitere-se, não
demonstrou de forma clara e concisa os danos morais alegados, mas, jamais socorrer-
se das vias judiciais para pleitear valor imoral e absurdo.
O que pretende a autora, enriquecer-se ilicitamente? Onde está configurado o dano moral
que pleiteia? Quais os documentos comprobatórios dos prejuízos irreparáveis?
Nas indenizatórias as provas devem ser concretas e suficientes no sentido de demonstrar
efetivos prejuízos, quer material, quer moral, na fase cognitiva da ação, para a correta
fixação do quantum indenizatório, não podendo, ser objeto de enriquecimento sem causa,
como pretende a autora.
“Sem base probatória segura para que seja identificado, o dano moral não há
que ser indenizado”. (STJ – Ag. n.º 42.388-3/RS – Rel. Min. CLAUDIO
SANTOS – j. 05/10/93 – DJU n.º 197, p. 21.685).
“A indenização deve ser a mais completa possível, mas não pode ser causa de
enriquecimento sem causa, de locupletamento à custa do devedor”.
(in Tratado de Direito Administrativo, 3ª edição, 1995, vol. I, P. 423)
“O valor a ser dado a essas causas morais é estimado pelo demandante, mas deve sê-
lo de forma razoável e adequada. Se arbitrário for, a outra parte deve impugná-lo,
cabendo ao julgador, dentro de seu equilíbrio, fixa-lo de acordo com a relevância e o
significado da causa para os litigantes que disputam a decisão judicial. Inclusive é
corrigível de oficio, vez que o assunto é de ordem pública e pelos efeitos processuais a
que dá causa, deve ficar sob a fiscalização do Juiz mesmo porque envolve interesse
tributário do Estado”. (Jurisprudência do CPC – 16/228 e 16/230).
Assim sendo, não há que se falar em indenização de danos morais, posto que
efetivamente não houve dano, porém, caso este r. Juízo entenda que a indenização
por danos morais é cabível, desde já requer que esta seja fixada de forma a evitar o
enriquecimento injustificado do autor.
POSTO ISTO, requer a V. Exa. com base nos argumentos e fundamentos legais
mencionados, que se digne a julgar improcedente o pedido de dano moral, e determine
o arquivamento da presente reclamação, com a condenação do reclamante nos
honorários advocatícios, estes fixados na base usual de 20%, sobre o valor do pedido.
N. Termos
P. Deferimento.
Curitiba 20 de maio de 2003.