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Sua abordagem começa por trazer à tona a consideração de que é necessário fazer a
distinção entre eficácia operacional e estratégia. Segundo ele, “a busca da produtividade, da
qualidade e da velocidade disseminou uma quantidade extraordinária de ferramentas e técnicas
gerenciais: gestão da qualidade total, benchmarking, competição baseada no tempo,
terceirização, parceria, reengenharia e gestão da mudança” (p. 47), que estão acabando por gerar
uma incapacidade de distinção entre estas ferramentas e o conceito de estratégia.
Em seguida, Porter salienta que mesmo a eficácia operacional sendo, sim, um elemento
de suma importância para o aporte da estratégia, isto dado a perspectiva da vertente estratégica
que Porter defende (ver VILLAR et al., 2017), ela não é o bastante para a designação de uma
estratégia. Os esforços direcionados a eficácia operacional visam alcançar o que Porter vem
chamar de “fronteira da produtividade”. Segundo ele:
Um segundo ponto defendido por Porter para afirmar que o conceito de estratégia não
está apenas arraigado à eficácia operacional das organizações reside no perigo do isomorfismo
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José Mauricio Avilla Carvalho
Mestrado acadêmico em Administração – 2017
como forma de garantir esta eficácia. Advindo da ecologia populacional e servindo como pilar
nas explicações da realidade organizacional da teoria neo-institucionalista, o isomorfismo seria
a capacidade (ou destino) que as organizações possuem de se assemelharem umas com as outras
(DiMAGGIO; POWELL, 2005). Isto posto, Porter cita que:
“À medida que os rivais emulam uns aos outros nas melhorias de qualidade, nas
reduções dos ciclos e nas parcerias com os fornecedores, as estratégias se tornam
convergentes e a competição se transforma numa série de corridas ao longo das
mesmas trajetórias, em que ninguém ganha o grande prêmio. A competição baseada
apenas na eficácia operacional é mutuamente destrutiva, levando a guerras de desgaste
que terminam apenas com a limitação da competição” (PORTER, 1999, p. 52).
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José Mauricio Avilla Carvalho
Mestrado acadêmico em Administração – 2017
REFERÊNCIAS