agrícola está relacionada com a modernização da nossa agricultura, o forte envelhecimento dos agricultores, a grande resistência dos jovens em enveredar pela actividade, à desvalorização da agricultura como modo de vida e com a atracção exercida pelos outros sectores de actividade económica, cujo desenvolvimento proporcionou a oferta de empregos diversificados, mais seguros e melhor remunerados. Esta oferta tem vindo a aumentar, mesmo nas áreas rurais, tendo como consequência do êxodo rural e o êxodo agrícola – transferência de mão-de- obra para outros sectores de actividade, ainda que permanecendo nas respectivas áreas rurais.
Esta evolução teve reflexos nas características da população agrícola actual.
Estas características de idade, instrução e formação profissional dos produtores reflectem-se negativamente na actividade, porque reduzem a capacidade de inovação, de introdução de novas práticas e até a possibilidade de aceder aos apoios comunitários por falta de informação.
Pluriactividade e pluri-rendimento
Em Portugal, são poucos os agricultores que se dedicam a tempo completo à prática da
agricultura (fig. 1). Na maioria dos casos, a agricultura surge como uma actividade secundária, relativamente ao horário de trabalho normal noutros sectores como a indústria, a construção civil, o comércio, o turismo, o artesanato, etc., geradores de maiores rendimentos.
A pluriactividade – prática, em simultâneo, do trabalho na agricultura ou noutras actividades e
que implica que a exploração da terra seja feita a tempo parcial– pode ser encarada como uma alternativa para aumentar o rendimento das famílias dos agricultores. Fala-se, então, de pluri-rendimento – acumulação de rendimentos provenientes da agricultura e de outras actividades (fig.2).