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A FORMACAO DO DIREITO INTERNACIONAL CONTEMPORANEO: REAVALIACAO CRITICA DA TEORIA CLASSICA DE SUAS “FONTES”’ SUMARIO Introugao I Considerages eri sobre as “Fontes” Formals bo Direito Internacional. As “Fontes” Formas Enumeradas, 1 Artgo 38 do Estatuto da Cl. 1.0 Costume Internacional, 1.0s ratados Internacional 3 0s Prncpios Gerats do Dirt. 4. Valor da juisrudénca Internacional (Decisis Judas € Aabitrais. 5 Valor da Doutina. 6.0 Elemento da Eqiidade. 1N. As “Fontes” Formais Nao Enumeradas no Artigo 38 do Estatuto da Cl. |. Os Atos Jurdicas Unilaerais dos Estados, 2.As Resvluges das Organizagies Internaionais. 1.0 Proceso de Formagio do Dieta Internacional Contemporaneo: Do Consentmento ao Consens, WI. Consideragdes sobre a Questia a “Fonte” Material do Direto Internacional. Il. 0 Amplo ‘ance da Opinio furs na Frmagio do Dteito Internacional Cantemporaneo VI Universal, ganizado pela ddos Estados Americanos (EA), rea 16 de agosto de 2002. Auriga oooREMO NEON ET 1946, transcende o ambito do direito posit fem sua grande maioria, néo se most ;omo ponto de sposto no artigo 38 do Estatuto da Corte temacional de Justiga (CL), to da anterior Corte consagrado niaquela célebre disposigio, no entanto, tes” formais. O estudo da formago do se exaure ~ nilo pode se exaurir ~ na consideragao apenas do referido elenco das “Tontes” formais No presente estudo, examinarei, de inicio, o sentido & formais do Diteito Inter: tuto da Cd reavaliaedo eri processo de formagio do Dire ‘4 passagem do consentimento a0 consenso). Procedendo, et so da “fonte” material, examinarei a questo do amplo Juris na formagao do Direito Internacional contemporfineo. ¢ a ‘da conseibneia juridioa u ma do Direito Intemacional reito Intemaci sources du droite Rec. Sirey, 1934, pp. 400-430; Max Sorens Cope E. Munksgaard, 1946, pp. 2M, Sorensen, op. cit. supra n, (2), p. 15. Afora pequenas variagdes de frascologia ( de panigratos e subparigrafos: ef: 2 xTOWo AUGUSTO CANO TANDADE uranagi one MCN ‘formula peremptsria ¢ e% somente em guia & atu cenite os autores de fontes do Direl as foi no- ‘meada pelo Conselho da Liga das NagSes para preparar 0 projeto para o esta- belecimento de uma Corte Per ‘me intemacional pode ser encontrado nos tratados com 0 decorrer clos tempos, passar ao direito cost wesmo ase tomar alvo de algumas criticas nos anos seguintes Seelle, por exemplo, observou em 1934 que a propria coneepyio do re artigo 38 mostrava-se insuficiente para atender as tratado se sobrepor assim como que um costume subseqtiente se sobrepor los prevaiecem sobre o por se bascarem no acorda expresso dos Esta pp. 10 tamento dos recursos de dire’ ras atestando sua validade como regra de apel reconhecidamente preponde! “do Di 0 das relagdes i acerca da exist tese advogada ns anos, no plano das relagdes interamericanas, iente do que corre no Direi lentre os numerosos tratados 1 oucos foram os que lograram obter o niimero sul sages para entrar em vigor, exercendo pay icas internacionais, excetuados os chamad| 1e no Diteito Internacional geral encont relegada a posigao relativamente modest fas hi também que se nunaygionocr ERC, 3% atenta a0 estudo da teoria das * Caberia aqui uma derrade Tinea de jurisprudéneia arbi ras e mul Belgica nao ‘em vigor) entre os Estados Unidos e outros Estados, uma convengao panameric: de 1906, e um tratado de codificagao le 1930) Desse modo, acorre, is vezes, na irupdes a0 Seer ‘erecomendagio aos membros), 0 trabalho da Comissiio de onto custo caso isto em ment Ivez se possa concordar com a sugestio de que, a0 és de se classificar abstratamente as modalidades de fontes, mais examinar 0 corpus global de pois, a0 invés de enumeragaio exaustiva do que “um eatilogo dese consideragoes anteriores se pode, adem dos disputassem o conteiido do direito samento florescida nos Estados Unidos si ich, além de estender maior forga de pe: em determinado momento his umeradas no Atgo 38 do acon © proprio artigo 38 do Estatuto da CL) propria pritica internacional, i.e, a conviegdo de que 2 avr AUGUSTO CHNCHO RAND B__stiwowwcwtocuigoomupnge leance (ef, item VI a hd que se registrar, por exemplo, a tentativa de Roberto Ago de explicagao de um direito internacional costumeiro “espontineo™, ~ a que se opés Josef Kunz” © problema dos elementos constitutivos do costume e 0 processo de criagao de regras costumeras foram amplamente dt imo e desaparecendo oito cidados turcos; a0 chegar 0 Li seu ofi it resos ¢ incrimi tambul. Levado 0 caso & CPII, ‘pittou esta que niio havia norma que impedisse a Turquia de agir como ai leconrer do procedimento contenciaso perante a antiga Corte da gurado 0 costume como “for A Franga, a seu turmo, invocou precedentes para defender a tese do ccontribuiram para sua formago ou a ele ndo aderiram ~ independentemente vontade, Em seus argumentos ori raneés (J. snare 00 DRETONTNNACONAL sido estabelecido pelo costume intemacior de manifestagao col aluando no plano Em seu conseiéneia de ragao de um costume ‘caso em questa”. Em Voto ou busca de. costume, a opinto juris si fez presente no julgamento da Corte, parecendo su pensamento positivista no raciocinio de sitos do presente estudo; 2 sno custo CD THNOADE lo de evitar assergSes cat ico do costume cenele se basis provar que ele efetivamente exist provagio de um costume, © Di ue a concessio do de 1928; no ano automaticamente obrigatGras; ora, sabe-se que na pritca os Estados novos pt. feriram, ao invés de tentarreeitar preci aque pudessem vira ser meios normais para a formagio de costume’ Dois outros aspectos, com um denominadar eamum, passaram a ser obj de atengao, a saber, 0 da prova do co: ras aos novos Estados (01 se 2 aro aus ano THNDIDE ‘minada nos arquivos diplomiticos, od de descolonizagao, Geral das Nagies Unidas, resolugdes de associagdes de Droit Internati tados constantemente atentos 908 se\ ‘ados demais, mas pela p rulgagdo que he sao dadas® Outro problema relative 0 da eriaglio mais ou ‘menos “imediata” c iovas do Direito Inte 2 nurAo bo RETO MTENUCONNL 8), exereeriam a fi dos Estados membros das Nagdes Fas, contra a ql 2 Avumtio von Mc flugncia de peso na i internae} ido poderiam tornar-se a expressio iados Partes, € se tal regra di de restringir imento impressionante somente da United Jit seria suficiente para atestar a grande importing intemacional e das regras deles der imente pertinentes a0 estudo ser outro proprio entre os sbledo iso de um tratado, qualquer que seja ele, tbandono da soberania do Estado: a faculdade de rmacionais, ¢ seu fiel cumprimento, constituem preci tos da soberania do Estado, Esta nao pode ser invocada de encon ‘com obrigagdes convenci de que os dispositivos do di dos para evadir obrigagdes que a Convengiio de Viena sobre Di tados (1969) nao dispde sobre o dit nto juridico interno (0 ivos, executivos ou judi of the International 51-63, esp. p. 53, “ rTowo muausTOCUKOD ENORDE Ho rejelta as classificagdes abstratas de tratados,t70 comuns no passado (como, e componentes da referida Convengio de (artigos 1-41) cor ral € traité 2, a distinglo entre te i)". Das oito partes ¢ anexo ana, destacam-se as Partes LIV epr existe reptesentativas do dire! {es sobre a matéria e a Parte V (artigos 42-72), sobre nulidade, extingio suspensao de aplicagiio de tratados, como refletindo o “desenvolvimento pro- ressivo" do Dieito Intemacional nesta area”. Somente tratados entre Bstados recairam no ambito da [primeira] Conver so de Viena de 1969 (artigo 1), © que na época ndo deixou de ser surpreen dente, mormente depois de ter a CU estipulado, em 1949, no parecer sobre as Reparagdes de Danos, serem as organizagbes dotadas de personatidade juridiea no iemnacionais (no caso, a ONU) 10 intemacional. No transcorrer da Conferéneia de Viena de 1968-1969 tal exclusio causou estranheza a muitas Delegagies”, tanto que o artigo 3 da Convengio houve por bem actescentar ccoberto pelo, pio da boa {& e de significagho sabretudo 'S agreement também utilizado na sessao de 1977 d firmagio e © Desenvolvimento do Dire 8 Conilites Armadas (ek. ibid, pp. 33 ‘cumpre estudar 0 “pacto de cavatheiros” no ates do Direito Internacional principalmtente ao se considerar 0 do artigo 38 do Eststuto da Conte Internacional de Justiga” ¢ sun incapacidade de ito de atos normativas que ef om para a formagao das Internacional; ibid, p. 326. ism and Communi tin the Codified Law of Trea a Changing Sais — Essays in Honour of Ph C. Jessup Lissitzym), N.VLondres, Columbia University Armand Col I Derecho de fos Trauados y Aires, La Ley, 1970, pp. Iss ¢ ef. os comematios elucidativos mal das Nagbes Unidas, ir International Lave 1¢ Law of Treaties with Special 36 Revue de droit i ure ono oRTo TERUCIONL ai «que a exclusio nio prejudicaria o valor juridico Estados e outros sujeitos do Direito Intemacional e a aplicagdo a esses acordos das regras contidas na Convengio as quais estariam submetidos em virtude do Diteito internacional, independentemente esta lacuna ficou definitivamente supti ngao de Viena sobre 0 Direito dos Tratados entre iemacionais ou entre Organizagdes Interna: um acordo internacional deve ser regido pelo Dir 2), a Convengio de Viena de 1969 deixa clavo s ios internos ou nacionas. Mesmio no period intermedi ra €a entrada em vigor de um tratado, encontram-se os Estados de no dertotar 0 objeto ¢ propésito do tratado (artigo 18 da Conv sitvo este que decorre do prineipio da boa-f6", aatade tanto na dout to na pritica. A nogio de “objeto e prope: tratado, consagrada na Convengao, foi 1 no parecer sobre as Reservas & Convencio contra 0 Genocidio”. Foi este mesmo parecer que passagem gradual, em matéria de reservas a tratados, da regra da lade (de sua aprovagiia pelos Estados Partes), ao teste de Os artigos 53 e 64 da Conferéneia de Viena de 1969 estabelecem a m dade" e extingdo de tratados que confitem com uma norma imper idade da Convengo de Viena, ¢ tratado que seja 0 ato constitutive orporo sobre reservas, consoante tendéncia nesse se nada na época; LM. Sit Iniemnational and Comparath a ono auusToC ADO NOE lustragao das polaridades de tens da “comunidade internacion: bos, pois, por exemplo, se por um lado salienta 0 jus cogens, por outro lado a Convengiio nio adota a tese ~ tho di tA. MeNai*— de que um um regime de caréter objetivo erga onmes em sico pacta tertiis nec nocent nec prosunt”. Con- forme observado por 8. Rosenne, no decorrer dos prolongados trabalhos pre- paratrios sobre a matéria da Comissio de Direito Internacional das Nagdes a presenga da nogio de “community interest”: pri- ada por J.-M. Yepes em 1950, a idéia passou depois a apare- - Brierly (0 primeiro relator, no 11 relatério de H. Lauterpacht (o segundo relator), ausentando-se dos relatérios de G Fitzmaurice {© terceiro relator), para enfim ressurgir no 21 relatério de H. Waldock (a quar- {0 € time relator sobre o tema)", A nogdo parece ter sido reconhecida pela Convengio de Viena como um ‘odo, tomando, assim, possivel, que o direito que ela emuncia nao viesse a se aplicado em base exclusivamente bilateralisia; assim sendo, o§ principai beneficidrios viriam a ser “os Estados fracos e pequenos™”. A adogo das duas Convengdes de Viena sobre 0 Dircito dos Tratadas, de 1969 ¢ de 1986, € 0 sucesso aleangado nas Conferéncias de Viena de 1968-1969 e de 1986, res- pectivamente, representam um prémio ao grande esforgo intelectual dos ment- bros da Comissto de Direito Intemacional das Nagdes Unidas © um marco ativo no tormentoso processo histérico da codificagio e desenvolvimen- to progressivo do Direito Internacion flo de Viena de 1969 deixou de adotar 0 conceito mes juridicos de caréter obj (pra), por lado veio ela a consagrar significativamente 0 conceito de jus cogens”, i.e., de normas imperativas de geral. Os sravaux as incertezas doutrindrias a res- Peito”, tendo a expressio jus cogens encontrado mesmo oposigo no Cahier, op. eit supra n, (13), 140 20 antigo direto romano, mas ressur- rente a partir do século XIX, ef, Jerzy Sztucki, Jus Cogens and the Convention on the Law of Treaties ~ A Critical Appraival, Viena, Springce 97-108 dos debates de 1963; o termo, como tal apareceu pela primeira vez {brio de Fitzmaurice, voltou a surgir posteriorm Mesmo antes da Conferéneia de Viena de 1968-1969, nos det 1966 da Assembléia Geral das Nagdes Unidas (VI Con total ao con: apoio de algumas Delegagdes latino-americanas e afto-as ‘cautelosamente na necessidade de ‘minagio das regras de Direito Intemacionail que constituisser into depois como antes da adog3e do conceite pela Conveneao de V 1969, abundante bi minar e desenv Leste Europeu atribuiam a maior imp Armco opin TenCONN 9 21 relatério de Ws k es de 1963 & sso), ficou claro que edos paises do a9 conecito de jus cogens, 0 no ocorrendo durante a Conferéneia, em que quase nio howve oposi muito embora as Delegagées dos (rios ~ ainda que vagos ~ para a jus cogens de vera rios eéticos de autores que se preci ram inadvertidamente em juizos prematuros™. ‘op. cit. supra n, (69), pp. 104-105 © 108 lait op. ett. supra a, (61 124-129, Dentre estas iltimas islo suiga cuja d jeneontra-se ceproduzida in P. Reuter, op. elt supra n, (56), Dp Juridico do Forejen Office brit ceonfiguragio de normas de te por diferengas ideologieas e disparidades na (05 Estados; ember advertia para imento com sabedoria, em prol da eon propésitos nto prazo, © que poderia 1 n, (50), pp. 129-1 as citagdes a akis, The Concept of Law of Treaties, Amsterda nd Publ. Co., 1976, pp. 1s. F he Concept of Jus Cogens in Public Internatio snréyionucuo COD TNO as regras de. da forga (contra caso das Reservas & Ci 08 principios humanitérios subjacentes Aquela Convengao eram reconhecidamente “obrigatérios aos Estados, mesmo na auséncia de qualquer obrigagao convencion: certas obrigagbes 1a omnes, obrigacoes de um vis a Ycomunidade como um todo, que sie do interesse de todos os Estadi cobrigagdes derivam, por exemplo, no Direito Internacional contemporaneo, da proibigio de atos de agressio, ¢ de genocidio, e também dos prinetpios e regras AvutawncioooDn 1974), um dos Estados reclam: {que os testes nucleares empreen Sul violavam no apenas 0 radicativo penetrasse em seu terri assim como os de outros territérios do Pak todos os membros da comunidad intemacior que nenhum teste nuclear produzin ‘Mesmo nos idos de 1927, no easo 1 endossado pela CPI, no dizer de um de seus Hoje ninguém duvida de que a era da base supostamente interestat do Dircito Intemacional pertence a0 passado, ¢ {ga Corte da Haia em 1927 ‘eiido da Convengio de 1969 “expressava simplesmente regras ja existentes no acrescentou que, para preencher as necessério, na pratica das relagdes ,Tecair no costume”. igos 3 e 4 da Convengao cont m de demonstrar que as regras estabelecidas na Convengio pod 1, io como artigos da Convenetio, mas com ot ie derivavam de outta fonte: por exemplo, o costum 3, a referéneia do artigo 3 iro (podendo este ampliar a aplicagao de regras convencion: disposto no artigo 43 acerea de 263.264, © of p. 366, — ter em mente Estados teceiros, mas sim de um processo pelo qual dispositives originalmente convencionais podem tomar-se obrigatérios a Direito Intemacional costume dos tratados propriamente dito, é fundamentalmen smacional® (supra), artigo 38 da Convengtio de Viena sobre Direito dos Tratados € inequivoca, ao dispor expressam ‘nos artigos 30 a 33” impediré uma regra prevista em um obrigatéria para terceitos Estados con nacional, reconhecida com tal”. F um aspecto relevante mas ia significagao de certas eonvengdes nio- rernacional. Conforme observ 1s esforos modemos de codificagao, que vio “bem m pressio do direito internacional costumeiro’ das chamadas “convengdes de co vengdes de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 ¢ 1986, as Conver ‘de Genebra de 1958 - seguidas da de Montego Bay de 1982 ~ sobre o Dir costumeiro internacional, Os artigos 31-0 33 versam sobre a interpretagio de tratados 30 diz respeito & aplicagio inegavel, que uma “convengio de codificagdo” assinada e 1s que tenha alcangado um nimero substan~ do Mar do Norte (Dinamarca ¢ ica Federal da Alemanha, 1969), ponderou C. 10 caso de uma convengiio de codificaglo la 18 convengdo que codifique e ‘desenvolva progress des, © pracesso de codificagao considerado independentemente da ratificagto pode gerar novas regras costumeiras e assim alterar 0s direitos e deveres dos. Estados independentemente do consentimento que a convengio deles req) para tomar-se valida como tal”. iernacional (correspondente a uma das concepydes © Tal incluso veio a cor (or, que contribuiu para ‘a configuragio da ter 0 costumer, e hoje ta icagd0 contendo novas regras Avaregf00DORETO NTERNACONAL ss incertezas acerca do sentido dos princi pressio di fenguanto ima expresso, na época ida de outro modo, Paises ci tam o Direito Internacional” e os di (s seres humanos toa ivada de um cunho eurocéntrieo, pode verdade, controvérsias se fizeram presentes di missio Consultiva de Juristas designada para menda a proposta de Descamps. A con objetiva” de Deseamps, e os pi D.W. Greig, op 26 © IA. Cartillo Saleedo, Soberania de los Estados y Der Internacional Contempordneo, 2a. ed., Madrid, Tecnos, 2001, pp. 180-181 ‘angaco Trindade, Trarado de Di 56 ro austecoOTHNDIDE mania ooo TERNACONR 2 jusnaturalismo (os principios 10 cristalizados nos ordenamentos ju , relembrar que 0 artigo 38 da Corte como adotado (isto é, contendo referéncias to, algumas dificuldades, como a incertezas ser comum a todos 0s paises ow a apenas a determinada igerit: que “grande parte da difieuldade de se provar poder ser evitada se os tibunaisinteracionais se ccomuns as parts i tensa dificuldade gerada pelo fato de nao serem 0s prt ternacional na [entio] eles reconhecidos como ser exagerada, pois s Intemacional em paises como a Chi Ja na década de cingllenta se tentavam id ‘getais do direito, reconhecidos pelas chamadas * °° B Guggeabeim, op. a comparagio dos escritos de, ez 4), por ur lado, eP. Guggenheim, A. Truyoly Serra (op. " fda expressio, por ouito lado (op. cit. tfitico defensor da concepsio F supra n. (96), pp. 77-79). 9p. 33-39, 1 Principles of Low”, 25 1976) 9, das Reservas Conven ‘ut de-um costume esp sagen ( 1. (24), pp. 251-282. Sob lef H, Lauterpacht, 7h London, Stevens, 8 eqidade (como concei ante como uma espécie de sudgrupo dos principios gerais do di pp. 801-825, Sobre a eqiidade, ef. observagoes infra sa ‘ron wuaso ooo ROME ais” aqui consideradas compreendem nio apenas 0 ‘mas também os administeat poderia deixar de Cameiro também recorreu ‘mos podem, com efit 1968, pp. 167-175. CE § on the Protection of Human Ri rrbook on Human Rights (1974) pp. 60-83, Anawaigio no Ton ACH 3° nacional aberto aos pesquisadores, com 0 enfoque v ordenamentoj temo pelos dispositivos legais ‘exame ou interpre interno pelos érgios ju nais, ou para a presenea e relevaneia do dite otra, ordem juridiea —a nacional ea internacional, ~ fluas. Por meio desse novo enfoque pode-se evitar 0 antagonismo irreconeilia- vele ocioso entre as duas posi¢bes clissicas dualista e monista, baseadas em falsas premissas 5. Nar da Doutrin, O priprio artigo 38 do Estatuto da CUI indica express assim como as decisbes judi Areferéncia &doutrina éacon do Direito Internacional do que em nossos di embors haja uma tendénc “0 roo UcasTOANOO NORE Anuwagto no nETo TERCERA, a E como bem assinalou também A. de La Pradelle, of nacionais mantém-se conscientes das aut € 0s represent Bs raro de modo cexemplo diz respeito ao dire dicado direitos restritos em éreas adjacentes a0 seu mar territorial muito de G. Gidel comegar a escrever sobre tais reivindicagde: produzin 0 conceito de zona contigua como base para discussfo acerca da Recorde-se, ademais, a considerdivel influé para a con: (o Internacional, como os prineipios forga ao os Estados Cabe, aclemais, ter presente que a di 8 perceppdes do Direito Internacional pre- abarca igualmente a emanada dos érgios col ies em cada pais; lembrem-se, por exemplo, nesse sentido, certas hébi- Bos que a importincia dos traba fico interno ea tendénecia de preferr cita- (CDI™ das Nagdes Unidas t ¢ 0 riseo de um abordam celfssica (as ligdes de autores inadequado, da ci ‘ensinamentos dos publi erpretagio das normas do soir uma qualidade nacional de pais a pais, e € natural até certo ponto in co hi como negar que sedimentadas no tempo, tenlam ridica e dos sentimentas de Estados, de “textos verdadeiramente titeis e amplamente debatidos de f jados de codificagao e desenvoly Martinez: Moreno, San José de Costa pp. 25045, Lachs, The Teacher pp. 159-239, a tos ou de equipe, cabe citar os iesno plano re exemplo da Comis- da Organizagio dos Estados Americanos vo Afio-Asitico (CICAA)”. Aos taba thos destes drgtos se somam as obras de associagdes cientifieas intemnacion comp: sobre diversos capitulos e temas do Direito Inter: 6, 0 Flamenco da Eoitade va de Juristas nomeada para tal (cf, u a fungao da eqiidade como sendo bastante restrita, car se autorizada pelas partes; na ocasido, ss20, 0 Sr. E. Root, adver © poder de legiferar". Com ef do artigo 38 do Estatuto da Co somente se Internacional acompanhada de O artigo 38(2) “a faculdade da Corte de decidir uma questo ex aequ com isto concordarem”, A doi npre foi presery 1estmo no que tange ds elagdes cqtiidade eas demai nternacion: Was no artigo 38 do Estatuto da Corte. A distingao, por exemplo, erais do direito nem sempre foi compreendida com si vale recordar 0 ensinamento de Charles de Visscher de q “caracteriza-se essencialmente como uma expressai indi Segundo a celebrada classificacao tripartite das fungdes da eq se infra legem (adaptando 0 direito aos praeter legem (preenchendo lacunas no di 0 de recusar-se a apli refletido com fidelidade a prit certo por em que a equidade contra feg autorizagdo expressa nesse sem eqdidade practer legem & de reduzida les fato de que as lacunas no Di ‘numerosas do que no passado; resta, assim, a eqiidade mais usual de sua aplicagao, como, por exemp! mente em periodos e situagdes de rpidas teza, excegao e subjetivismo que pode vir ai tribunais interacionais muitas vezes juntado a referén vocagao simultinea do costume, de tratados (a a wove cnaa0 ao imentar que como as origens de muilas das regras do Dire ica dos interesses em e¢ procedendo i “adapragto ji camnstinins dos casos concreto macional ‘com das regras is ‘aos Sats de implementagao 0s prineipios gerais do di umentais consagrados tanto deDietes Crs Police fas Nags Ura vantoem algumas cor ica Federal da Alemanha), um exemplo de decisto baseada em“ deragdes de eqtlidade™” 10, a0 indicar no caso que nao havia um unico m todas as cit ico-geolégica, os recursos envolvidas e o grau de proporcio- Dada a descentralizagao do orden: cexistem em regime de coordenagio BG. Ramcharan, 9p. ! NK. Hevener ¢ S.A. Mosher, 1% CE ICI Reports (1.969) p. 54, corresponde a uma manifestagao de Internacional & qui ; © ato emana de um s6 sui igdes geram compromissos ol pode ocorrer com os atos unilateras, 4 fume ais; so atos uni 0 protesto, 2 trar sua importa exemplo fumoso de promessa, utores que sao categéricos em afirmar gue o ato ni costume e de fato se consttui em fonte do Direito Internacional ‘0s que concordam com tal assertiva mas com cerias reserva enumeragao, supracitada, de atos unilaterais, no passa sem Espatola de Derech uma exposigao de correntes doutrnsrias a 6 suo aussTocNCOOTANDADE ArurawmioooneroureRcoaRL a bem mais aceita: é certamente um exagero condicionar ap dda persor hoje ultrapassado, que pretendera hi algumas décadas dos Estados constitufa fonte nao apenas de alguns de seus di vidual de cada outro Estado™; e, o que & mais grave, | cido fosse juridicamente ndo-existente, tudo entao seria permissivel com relagio ele, bastando aqui recordar a declaragtio de Hitler da nao-exist samente, esca- Tehecoslovquia fasio alema de 15 de margo de ica da extingo da Pol ntes di pais, de 17 de setembro de 1939" As consideragdes anteriores aconselham certam tamento dos atos unilaterais do Estado sob o eapit Internacional. No que diz respeito a0 r senvolve-se entre os que ima juridieo (0 va, A idemtifieagao do Estado ia controvertida, que na pritica tem-se operado empit fo froqilentemente a critérios fixos ou regras preestabele particularmente ao reconhecimento, os adeptos da fese ceautela incipios gerais do di | ional enumeradas no artigo 38 do Estatuto sem travar relagdes internacionais com alguns outtos posse certos direitos e contrair certos deveres. Hai sempre Estados nitecidos por outros, negociagdes so conduzidas a de a ovo ucsTocAgo0 TARDITE A reconhecidas como i demonstra que a ccabe a0 préprio pasado 0 estudo da qualidade de Estado ite a0 do ato unilateral do reconheeis voluntarista, Internacional, Tudo isto também mubilaterais, dos Estados latino-americanos, e nidigdes de existéncia de um Estado tente durante um periodo de mais de trinta anos, con 6 pois, sem razio, que se n0 para a formagao de normas consuetudinarias, como ad xd) vinculou-se es atos da organizagdes internacionais conjuntameni procedimento pode dar margem a algumas incerte7 ae separadamente do estudo dos atos unilaterais dos Estados. ivas ou govemamentais (tais emo . decretos, ete.) que podem vir ater: 2, As Reso as Organiacesttemaionais da ascensio ¢ expansao das organizagdes interna de seus poderes de regulamentaao, variando de caso a ct nigdo proposta em 1956 & Comissao de Di nde-se por organizacao intemaci (seguido do mar patrimonial e posteriormente da zona ica exclusiva) formaram-se mais por meio de alos unilaterais de regu lamentagdo por parte de cada Estado Direito Internacional com capacidade para concluir acord Kopelmanas, ressallando a relevancia da me (particularmente no caso do Direito i © que ocorreu c unagio de Truman de 1945. Chegou-se mesmo a sugerie que, nessa drea do Direito Internacional, 0s mitiplos atos unilaterais,¢ | 2zagdes internacionais) também de | {gou mesmo aafirmar que “a andi supra pp. $5 ¢ 62. 0 tuo nuusocaNoOTRRDNOE me internacional Posteriormente se observou, na mesma poderia negar & pritica das organiza nal que mantivesse © mouo- Internacio- cada vez mais complexa, do Di 1acior A atuagiio dos organismos intemacionais, em setores os mais diversos, se © significagz0 cipios gerais, ¢ outras requerem determinado tipo de agao visand cespecificas. Se apreciarmos certas resoluedes de u sobre determinado tema, como intimamente vi L. Kopelmanas, “Cu em sua Explicagao de Voto no ue “as posigdes tomadas por N.¥, Oeeana Pubs, 1984 pp. | t nacional, no exereiei revela que a0 érigo juc ppromun: idos as organizagBes intern E possiv ificar certos fatores que af ‘¢8es adotndas pelas organizagdes internaci pelas circunstincias da decistio em aprego, Unidas sobre 0 Di \Nagies Unidas de | Essays n nrimonuewrocaRuo THDE como é caso das declaragdes da Assembléia Geral das Nagdes Unidas sobre 10 Prinefpios Juridicos que Regem as Atividades dos Estados na Exploragao & pelos organismos intemacionais, pode-se tamixém direitoe de consideragbes jurticas no processo decis6rio, o que é até certo pont determinado pela propria natureza do tema em questio, Enfim, certa reso que pretendem promover programas especificos ds organizago interacional podem conter certos principios de direito (ou ser exortarias); poderiam ser aqui tadas sago das NagBes Unidas sobre a Outorga de Independéncia sos jses e Povos Coloniais (1960), e a Declaragao das Nagdes Unidas sobre a liminagdo de Todas as Formas de Discriminagio Racial (1963, seguida, anos depois, da Convengao das Nagdes Unidas sobre a ma Dadias as modalidades distintas de resolugbes adotadas por organismos in- ternacionais, é natural que seus efeitos juridicos também sejam variados. Um exemplo claro seria o do contraste mateante entre as recomendacdes da As- rral (artigos 10 a 14 da Carta das Nagdes Unidas) © as de ions of the General Assemti 966, pp. 68-213. General Assembly”, 97 Ret ‘La Haye (1959) pp. 207- ia Geral das Nagdes Unidas no sejam Aumuunigio oo OREO TERNAGONAL a «a conduta das relagdes legislativos permanentes e da natureza no-institu {as resolugdes eriaram érgaos permanente: feréncias ie eram adotadas, ¢ estabel sistema interamericano nascente (e.g, eriagdo de érgios pen gras processuais, etc,), antes mesmo da adogao da carta con: ‘como instrumento a prover a base da forga obrigatoria das resolugde ‘eto do objetivo do Pacto da Liga das NagGes e da Carta das Nagoes ser, o caso, 0 autogoverno ou a independéncia de povo da Na cas devisbes selho de Seguranga sob o artigo 25 da Carta das Nagdes Unidas, a que ja me referi, — sao as resolugdes relativas a estn a auyoo TUDE GioD0ORETOINTANACONNL 5 ‘40 positiva do Conselho de Seguranga, a saber: admisslo, suspensio e expule | negasse o caniter de “nova fonte” do Direito Internacional membros da ONU, e nomeagao do Secretirio-Ge | to, pelo menos que se admit que contribuem elas para a for 2agao do direito consuetudinario, e possivelmente mesmo dos "aki de fornecerem indicagBes sobre a op raro vineulando a qui bbleme das “fontes” do Direito internacional”. Ao favorecer o desenvolvis tode standards de comportamento internacional, ais resolugiestém contribuido rio um fator até certo ponto compensador de sua para moldar o direito intemacional costameiro ¢ para cristalizar, a longo prazo, de poder no cenério internacional. Talvez a ilustragao mais 95 principios gerais emergentes do Direito Internacional, Ainda que se lhes nova técnica do cousenso, como expresso da vontade no plano mutilate 4 me roferi anteriormente, Em estudo a respeito, observ 1¢20 de que aqui nos defrontamos com um método de tomada importante, que provavelmente exereera uma uma reay Internacional a p: visiveis os foeos de tens entre o sistem juridico internacional" contempi 20 e os pressupostos tradicionais do sistema interestaal, Essa tensao se oe ot te | hoje presente em diversas reas do Direito Internacional, contorme jd ressa nference on Trade and Developm cm relagtio até mesmo ao direito dos tratados (cfs das Nagbes Unidas encon e normas vol volonié générale dans I les prineipes Meaning of Consens 1 Diplomacy A Quest for Cniversal Peace - Liber di » Leyden, Sithoff, 1977, p. 272 6 svn axasTo.cargoo TaN 3 aatiowucustocangoormwoe me feqdente € através da adogdo de resolugdes, conforme ji acentuado. Os debates prece- a adogio de resolugdes, em qu io de uma opinio juris Ademais, as organizagdes intemacio- nis tém as vezes se encarregado de auspicis a realizagao de trabalhos prepara- iF que as regras derivadas de resolugdes das orga- nnizagdes intemnacionais tém fonte que se distingue do costume, dos tratados, & dos le ndo recaem sob qualquer das categ da ClJ. A grande maioria dessas rest ‘bes diz respeito 20 direito interno ou proprio das organizagses \lo-se menos frequentemente aos Estados membt ue para muitos as resolugbes das organiza Bes 1am hoje uma nova e disti 1964, pp. 168 acerca das resolugdes das organizagdes internaci Corte de aplicar o direito interno s organizagdes internat Skubiszewski relembrou, a esse respeito, trés pareceres da Corte 1962". Posteriormente, no caso da Barcelona Traci um dos Juizes da Cort ios manifestada dentro de organizagdes e c nals, nto se pode negar, eam relacdo as resolugdes que d 1 melhor, com relagio aos votos ai expressados em vam precedentes contribuindo para a formago do costtm: 4 propria CUJ, em varias passagens de seu parecer de sobre o eas0 do Sahara Ocidlenzal, considerou e dise resolupdes da Assembléia Geral das Nagdes nizacao e autodeterminaeto dos povos"”. Ant tese de que “o des em declaragaes e E 0 que tem ocorrido na pritica. Assim, outra nfo poderia ser a conclusto sendo a de considerar inc nos dias de hoje, ~ademais de anacrénico, 0 artigo 38 do permanecer silencioso quanto 3s resolugiies das organizagée ‘Tem-se, no entanto, ponderado, que, dados a natureza géneos dos virios atos di ses, declaracdes, ide incluir essa © Pareceres sobre da OFT de "J Reparts (1970) p. 302. ** Ibid. p. % _uioRUsuTOCANCMOTANOROE ‘os proprios Estados, natural cconsideram-se pelo menos no dever dle consider exemplo, o costume, os p que fossem estas categorias Internacional do artigo 38 do Estatuto da CU. getar controvérsias, mesmo iram sobre as resolugdes das organizagbes i >, suficientemente fortes de modo a. ser ignoradas ou negligenciadas. E nfo parece havet obsti- ico ou juridico ~a insergao de uma cléusula reconhecendo-as expressamente como “fonte” distinta do Diteito Internacional contempo! a0 menos 98es e eircunst O presente exame dos atos ou resolu inserido no quad geral das “fontes” do Constituir o estudo de tais organizagdes um contemporineo. Contudo, a crescente complexidade e extraordinitia expan- siio de seu campo de atuago no cendrio internacional indicam que nao se deve hoje excluira possibilidade de que as questées telativas és organizagdes inter- nacionais venham eventualmente a se desenvolvere constitu em um sistema jsidico proprio, como parece sugeriro titulo da obra hsica de H.G.Schermets". Se isto vier realmente a ocorrer, & quase certo que desenvolverse-d0 no futuro estuds das fontes do das organizagdes internacionais". Jd sur- get hoje as pri por das OrganizagOes Interacionais”seriam, em primeira lugar, as decis6es dos draios das organizages interuacionais (con- * Conforme acentuado ed. rev, The Hague, 1. The Amendment of the Con land Specialized Agencies, Leyt enks, 7 hoff, 1968, p. 199; e of, em geral, af International Organisations, London, SevensvOceaia, das Organizaga ‘no comportando resposias simples, e dept 20 das premissas orientando cada autor, centre duas teses opostas,d tes em di caso da Carélia Orien dos como base do Dit Direito Imemacional que ni iétodo de solugdo pacifica de conflitos intern Posteriormente, porém, no parecer de 1950 sobr tados de Paz, a CII descartou 0 argume de que, como nao hi

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