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UNIVERSIDADE PAULISTA

ANDRÉA ROSA SANTANA SOUZA BARATA

TRANSTORNO DE CONDUTA:

Fatores de risco, prevalência e intervenção

SÃO PAULO

2018
ANDRÉA ROSA SANTANA SOUZA BARATA

TRANSTORNO DE CONDUTA:

Fatores de risco, prevalência e intervenção

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de especialista em
Saúde Mental para Equipes
Multiprofissionais apresentado à
Universidade Paulista - UNIP.
Orientadores:
Profa. Ana Carolina S. de Oliveira
Prof. Hewdy L. Ribeiro

SÃO PAULO

2018
ANDRÉA ROSA SANTANA SOUZA BARATA

TRANSTORNO DE CONDUTA:

Fatores de risco, prevalência e intervenção

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de especialista em
Saúde Mental para Equipes
Multiprofissionais apresentado à
Universidade Paulista - UNIP.
Orientadores:
Profa. Ana Carolina S. de Oliveira
Prof. Hewdy L. Ribeiro

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Hewdy Lobo Ribeiro

Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Profa. Ana Carolina S. Oliveira


Universidade Paulista – UNIP

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus infinitamente por ter concedido vida, saúde e muita


determinação, meu marido que está sempre ao meu lado nas decisões me
fortalecendo nos momentos de fragilidade e a toda a minha família que torce pelo
meu sucesso.
RESUMO

Considerando que saúde mental ainda é assunto pouco discutido, esse trabalho
esclarece de forma sucinta o Transtorno de Conduta (TC) quais são os fatores
de risco, prevalência e intervenção. A metodologia adotada foi a revisão
bibliográfica, por meio de pesquisas científicas no scholar.google.com.br. Os
resultados deste trabalho primeiro evidenciaram que não há muitos estudos
sobre esse tema, e que o transtorno de conduta é comportamento agressivo de
forma contínua que infringe os direitos básicos de outras pessoas, animais e
regras sociais. Concluiu-se que os fatores de risco como a presença de violência,
abuso de drogas por familiares, violência física, psicológica, sexual e fator
genético podem desencadear esse comportamento disfuncional, a prevalência é
maior no sexo masculino, e as interversões devem ser conjunta com a rede de
saúde, família, escola e sociedade de forma integrada.

Palavras-chave: Transtorno de Conduta, Comportamento, Violência.


ABSTRACT

Considering that mental health is still a little discussed subject, this work
succinctly clarifies the Conduct Disorder (TC) which are the risk factors,
prevalence and intervention. The methodology adopted was the bibliographical
review, through scientific research in scholar.google.com.br. The results of this
study first showed that there are not many studies on this subject, and that
conduct disorder is aggressive behavior in a continuous way that violates the
basic rights of other people, animals and social rules. It was concluded that risk
factors such as the presence of violence, drug abuse by family members,
physical, psychological, sexual and genetic violence may trigger this
dysfunctional behavior, the prevalence is higher in males, and the interversions
should be joint with the health network, family, school and society in an integrated
way.
Key words: Behavioral Disorder, Behavior, Violence.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 09

2 OBJETIVO............................................................................................... 11

3 METODOLOGIA...................................................................................... 12

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 13

5 CONCLUSÕES........................................................................................ 17

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 18
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1 INTRODUÇÃO

Hoje a violência é reconhecida pelas políticas públicas como um agravante


na saúde das pessoas, nesse sentido muitas crianças são expostas em seus
lares com adultos agressivos comportamentos inadequados que muitas vezes
impede a interação da criança com seu meio, expondo a prejuízos no
desenvolvimento biopsicossocial. (PESCE,2009).

Segundo Cruzeiro(2008,p.2014)“A prevalência de transtorno da conduta


varia bastante entre os países em que foram realizados os estudos, desde 5,5%
no Canadá 14,15 até 30,4% no Peru.”

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais


DSM-5 o Transtorno Disruptivos do Controle de Impulsos e da Conduta tem um
modelo de comportamento agressivo de forma contínua que infringe os direitos
básicos de outras pessoas, animais e regras sociais.(APA,2014).

Segundo Schneider(2010,p.23) “Os estudos sobre problemas de conduta na


infância e na adolescência têm se ampliado nos últimos anos. No entanto, o
conhecimento sobre seus determinantes ainda é restrito”.

O transtorno de Conduta (TC) tem maior prevalência em meninos, mas


também acomete as meninas, e geralmente o diagnóstico é realizado antes dos
dezoito anos, contrário de outras patologias quando o início é precoce indica
maior gravidade e pior prognóstico podendo se estender para adolescência e
fase adulta. (NUNES,2008).

Trata-se de um comportamento agressivo e quando apresenta menor


gravidade, são mentiras de todos os tipos, cabular aula, pequenos furtos de
pouco valor e com maior gravidade são brigas, assaltos com arma de fogo,
destruição de patrimônio serias violações de regras entre outras.
(CRUZEIRO,2008).

Segundo Albuquerque (2013) a sociedade e o núcleo familiar têm grande


influência no desenvolvimento infantil, e quando diagnosticado o transtorno de
conduta podem indicar histórico de violência, abuso sexual e uso de drogas
familiar na trajetória do desenvolvimento infantil.
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A escola também tem papel fundamental no desenvolvimento, porém,


crianças que apresentam atitudes de agressividade e oposição com os colegas
e professores, tornam-se rejeitadas e ficam marcadas como um problema no
grupo, e nesse sentido a comunicação e a parceria entre escola e familiares se
faz necessária para oferecer um acolhimento adequado e realizar um trabalho
integrado. (NUNES,2008).

Segundo Albuquerque (2013) o tratamento precoce aumenta a oportunidade


de benefícios devendo ser de forma conjunta e nunca isolada com o
envolvimento da família, escola e equipe multiprofissional, no entanto não existe
garantia de eficácia, principalmente em jovens com muita resistência aos
processos terapêuticos.

Segundo Schneider (2010) a adolescência e um percurso de transição e


sujeito a implicações, em algumas situações os fatores de riscos que pode ser
orgânico ou contextual pode predispor a criança a maior risco de comportamento
antissocial.

De acordo com Albuquerque (2013) deve-se ter cautela em relação ao


comportamento infantil, as vezes pode manifestar alguns sinais de TC, e ter
outras relações como hiperatividade e déficits graves de atenção.

Portanto a investigação precoce e a assertividade no diagnóstico


determinam possibilidades de ganhos na intervenção, mesmo que a criança já
apresente prejuízos na formação da personalidade, emocional e
comportamental. (NUNES,2008).

A relevância desta pesquisa reside no fato que o Transtorno de Conduta


constitui um dos transtornos disruptivos da infância, adolescência podendo se
estender para vida adulta causando prejuízos significativos no ajustamento
comportamental, emocional e social, comprometendo a vida acadêmica e
profissional do sujeito. Conforme aponta Albuquerque (2013), a criança ou
adolescente com TC hostiliza o tempo todo as pessoas além dos danos
perigosos e ilegais. Portanto esse trabalho é relevante para compreensão dos
fatores de risco, prevalência e intervenções do TC.
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2 OBJETIVOS

O objetivo dessa pesquisa é esclarecer os fatores de risco, prevalência e


intervenções no TC para uma melhor compreensão de modo geral por parte de
todos os envolvidos, como os pais, professores, profissionais da saúde e
sociedade despertando sobre a importância da intervenção precoce com objetivo
de prevenir a evolução do transtorno.
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3 METODOLOGIA

A metodologia adotada neste trabalho foi a revisão bibliográfica a respeito


do tema Transtorno de Conduta, sobre os fatores de risco, prevalência e
intervenções, através de pesquisas científicas

Os materiais coletados foram a partir da busca e análise de dados pelo


Google Acadêmico, Scielo, Revistas Eletrônicas e Biblioteca virtual, todos com
base científica e acadêmica.

O critério foi a utilização da busca através do seguinte descritor:


Transtorno de Conduta. E os critérios utilizados para exclusão de artigos foram:
estudos com comorbidades do TC e faixa etária, as buscas foram realizadas nos
últimos dez anos publicados no Brasil de 2008 até 2018, idioma inglês e
português. O filtro seguiu a seguinte ordem: leitura dos títulos, dos resumos e
então leitura dos textos completos.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A atenção à saúde mental vista pelas profissionais e até mesmo pelas


políticas públicas como a desinstitucionalização dos manicômios ainda é muito
voltada aos adultos conforme indica pesquisas, ficando a atenção as
necessidades mentais infantis com um olhar reduzido. (NEVES,2011).
Segundo Schneider (2010) em concordância no que se refere o
Transtorno de Conduta (TC), tem aumentado o interesse de estudo nos últimos
tempos, mas ainda o fator determinante é limitado.
Trata-se da manifestação do comportamento inadequado vindo da
negligência e logo no início da vida, que gera muitos prejuízos na saúde em
geral. (CRUZEIRO,2008).
De acordo Albuquerque (2013) por isso é essencial diferenciar o que é
normal da idade e patológico, identificar a cultura da família, frequência e fatores
de risco pois a prevalência é em torno de 1 a 10% das crianças e adolescentes
e muitas vezes a criança apresenta sinais inadequados de comportamento e logo
é encaminhado ao psiquiatra infantil. (ALBUQUERQUE, 2013).
Segundo Novais (2016) se faz necessário o olhar ampliado do profissional
frente a essa demanda pois é comum ter jovens com episódios de depressão,
suicídio até mesmo crises de psicose, que pode ter relação a diabetes, epilepsia
e outras comorbidades.
Nas últimas décadas vem aumentando casos de transtorno de conduta e
com maior prevalência no sexo masculino. (PESCE,2008).
Segundo Novais (2016) a transição da infância para adolescência e
acompanhada de muitas transformações fisiológica e mental, nesse período de
desenvolvimento os eventos adversos culturais, sociais terão grande influência
no comportamento.
Segundo Schneider (2010), o fator genético também segundo pesquisas
tem modesta correlação, porém os fatores estressores e maus tratos tem
possibilidade de um aumento de 2% na predisposição TC em adolescentes com
baixo risco genético.
Segundo Pesce (2008) complementa também segundo pesquisas existe
sim uma herança genética, mas o gatilho determinante são os fatores de risco
14

do ambiente que a criança e o adolescente enfrentam e a falta de habilidade em


lidar com situações difíceis.
Outro estudo com dois grupos de crianças com e sem problemas de
comportamento evidenciou que o grupo que não apresentava nenhum problema
tinha uma família mais acolhedora e que atendia as necessidades da criança.
(PESCE,2009).
Segundo Cruzeiro(2008, p.2017) “No Brasil só foi encontrado um estudo
sobre comportamentos antissociais, em que não é descrita a prevalência bruta,
apresentando apenas a prevalência de comportamentos violentos e
comportamentos não-violentos de forma separada”.
Segundo Pesce (2008) em concordância com alguns autores, a forma de
comunicação e o tratamento dos pais representa de 30-40% como responsáveis
no desenvolvimento do comportamento agressivo infantil, que pode ser a forma
de educar ou a resolução dos conflitos.
Segundo Albuquerque (2013) complementa que as pesquisas em torno
de 60-75% jovens que apresentam TC não evoluem para antissociais, desde que
tenham um acolhimento funcional familiar e social, não tenham envolvimento
com abuso de álcool e drogas e nenhum histórico de familiar com transtorno de
personalidade.
Segundo Pesce (2008) a escola é o segundo espaço em que a criança
vive, tendo em vista que é um lugar de socialização e aprendizado, mas que
pode também ser um gerador de conflito, pois a criança com TC, incomoda,
briga, machuca, xinga, não respeita regras, tornando-o um problema para todos,
portanto, é excluído, marcado e sofre diversos prejuízos incluindo o aprendizado,
por isso é fundamental a escola ter um corpo docente bem cuidado, preparado
e disposto para melhorar a qualidade de vida e ensino dos discentes.
Outro fator de risco desencadeante para o TC é a presença da violência
física, estudo demostraram o comportamento antissocial 21% em filhos de mães
espancadas, e os que sofreram agressões físicas também tem maior
probabilidade de cometer crimes. (ALBUQUERQUE,2013).

As implicações desses resultados apontam para a necessidade de


implementação de políticas de assistência, de educação e de
prevenção ao desenvolvimento de problemas de comportamento na
adolescência. Essas iniciativas podem incluir o apoio e a orientação das
15

famílias no processo de socialização dos filhos. (SCHNEIDER


p31,2010).

Segundo Pesce (2008) complementa que a violência familiar, física,


sexual, psicológica, a falta de afeto e a negligência contra a criança implicará na
estrutura do desenvolvimento, possibilitando a agressividade, baixa autoestima
a violência sendo esses os modelos de resolução de conflitos adquiridos na
criação.
Nesse cenário é importante buscar intervenções com profissionais de
diversas especialidade pois trata-se de um tratamento multiprofissional apoiado
em estratégias pedagógicas e a cooperação da família e comunidade nunca de
forma isolada. (ORNELAS,2008)
Segundo Albuquerque (2013) acrescenta que o tratamento precoce
favorece melhores resultados na criança, já os jovens que cometeram algum
delito têm dificuldade no ajustamento, pois criam barreiras e resistências nas
intervenções.
Segundo Pesce (2008) concorda que os pais devem estar abertos
ativamente frente as intervenções, pois terá muitas avaliações, exames,
psicoterapia tanto individual, como familiar no caso dos pais o terapeuta treina e
orienta procedimentos de enfrentamento para não serem permissivo ou ditador
e sim ter uma postura de forma negociável.
Segundo Albuquerque, (2013) complementa que muitos pais ou
integrantes da família devem ser encaminhados a tratamento também por abuso
de drogas.
Segundo Ornelas (2009) afirma que identificar o TC não basta o ideal e
ter o comprometimento de todas as partes assistencialista como a família escola,
profissionais da saúde, comunidade pois trata-se de um trabalho difícil diante
das diversidades enfrentadas.
Outra forma de intervenção frente a agressividade e o tratamento
medicamentoso em alguns casos, que decorre de outras situações como
convulsões, que deve ter cuidado com a prescrição pois os riscos podem ser
superiores a eficácia. ALBUQURQUE (2013).
Segundo Pesce (2008) diante de todas as intervenções e acolhimento,
seja de forma assistencialista ou preventiva, pedagógica, ambulatorial, o
comprometimento e a participação dos pais e cuidadores tem maior resposta na
16

mudança positiva, possibilitando condições de melhor ajustamento no


comportamento e melhor qualidade de vida.
17

5 CONCLUSÕES

A busca por artigos relacionados a esse tema foram bem restrito pois o
transtorno de conduta está relacionado a comorbidades entre eles o TDAH.
Ficou claro que se trata de um comportamento agressivo advindo de vários
fatores como negligência, violência sexual, psicológica, fatores genéticos
exposição de violência física e abuso de drogas. Em todas as pesquisas não
evidencia uma única causa ou cura, apenas intervenções para ajustar o
comportamento e melhorar a qualidade de vida e as relações interpessoais e
evitar uma possível evolução para o antissocial. É muito importante que a família,
professores, profissionais da área da saúde e a sociedade em geral tenha
conhecimento sobre TC para acolher de forma assertiva e diminuir o sofrimento
dessas crianças e jovens e todos envolvidos.
18

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE DE, ROSANGELA NIETO. Transtorno de Conduta: Um Olhar


na Perspectiva Psicanalítica de Winnicott. Síndromes, v.1 n.3, p.3,4,6,8, 2013.

American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e


estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.

CRUZEIRO, Ana Laura Sica et al. Prevalência e fatores associados ao transtorno


da conduta entre adolescentes: um estudo de base populacional.p.2013,2014,
2008.

NEVES FEITOSA, Helvécio et al. A saúde mental das crianças e dos


adolescentes: considerações epidemiológicas, assistenciais e bioéticas. Revista
Bioética, v. 19, n. 1,p.264 2011.

NOVAIS, Grazielle Ribeiro et al. Transtorno de conduta na adolescência:


recortes de um caso clínico. Psicólogo inFormação, v. 20, n. 20, p.50, 51,2016.

NUNES, Maura Marques de Souza; WERLANG, Blanca Guevara. Transtorno de


déficit de atenção/hiperatividade e transtorno de conduta: aspectos familiares e
escolares. ConScientiae Saúde, v. 7, n. 2, p. 208, 2008.

ORNELAS, Michelle Marques Teixeira et al. Transtorno de conduta. Pedagogia


em Ação, v. 1, n. 1, p. 108,109 2009.

PESCE, Renata Pires. Agressividade em crianças: um olhar sobre


comportamentos externalizantes e violências na infância. In: Agressividade em
crianças: um olhar sobre comportamentos externalizantes e violencias na
infancia. p.13,24,25,49,50, 2008.

PESCE, Renata. Violência familiar e comportamento agressivo e transgressor


na infância: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, n. 2, p.
508,516, 2009.

SCHNEIDER, Andréia Mello de Almeida; PACHECO, Janaína Thaís Barbosa.


Eventos estressores e conduta social na adolescência. Gerais: Revista
Interinstitucional de Psicologia, v. 3, n. 1, p. 23,25 2010.

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