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Tema 3: Filosofia Política

Contratualismo
Contratualistas
Thomas Hobbes (1588-1679)
– Inglaterra (séc. XVII)
– Contexto Histórico: Revolução Puritana (1640-1648)
– Obra política: Leviatã (1651)

John Locke (1632-1704)


– Inglaterra (séc. XVII)
– Contexto Histórico: Revolução Gloriosa (1688-1689)
– Obra política: Segundo Tratado sobre o Governo Civil
(1690)

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)


– França (séc. XVIII)
– inspirou os ideais da Revolução Francesa (1789)
– Obras políticas: Discurso sobre as origens e os
fundamentos da desigualdade entre os homens (1755)
Do Contrato Social (1762)
Contexto Histórico (séc. XVII e XVIII)

Fim da Monarquia Absolutista


Crise do Absolutismo por Vontade Divina

Revoluções Burguesas

Surgimento do Estado Moderno


• Puritana (1640-1648)
• Gloriosa (1688-1689)
• Independência dos EUA (1776)
• Revolução Francesa (1789)
Principais Fundamentos do Poder Político
na História da Filosofia

• Igualdade entre os cidadãos (Aristóteles em A política)


• Vontade divina (Absolutismo teológico)

Consentimento dos homens

Contratualistas
Esquema do Contratualismo
Hobbes (1588-1679)
• Estado de Natureza
- egoísmo natural (“o homem é o lobo do homem”);
- liberdade total;
- guerra de todos contra todos;

• Pacto Social
- troca da liberdade por segurança;

• Poder Soberano
- um único homem ou uma assembleia de homens;
- absolutismo sem teologia.
John Locke (1632-1704)
• Estado de Natureza
- homens não são egoístas por natureza;
- estado de relativa paz;
- direitos naturais: vida, igualdade, liberdade, propriedade;

• Pacto Social
- proteção dos direitos naturais;

• Poder Soberano
- povo (maioria dos cidadãos);
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
• Estado de Natureza
- teoria do bom selvagem;
- não há racionalidade desenvolvida;

• Sociedades Corrompidas (= injustas)


- amor próprio desenvolvido;

• Pacto Social
- formação de uma sociedade política (justa);
- transferência da liberdade ao soberano;

• Poder Soberano
- vontade geral (= bem comum);
Esquema do contratualismo
rousseauniano
Unicamp 2012 -1ª fase
“O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se a
ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser
mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é
um direito sagrado que serve de base a todos os outros.
(...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar
uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens
isolados, quantos possam ser submetidos a um só, e não
verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum
considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso
queira, de uma agregação, mas não de uma associação;
nela não existe bem público, nem corpo político.”
No trecho apresentado, o autor

a) Argumenta que um corpo político existe quando


os homens encontram-se associados em estado
de igualdade política.
b) Reconhece os direitos sagrados como base para
os direitos sociais e políticos.
c) Defende a necessidade de os homens se unirem
em agregações, em busca de seus direitos
políticos.
d) Denuncia a prática da escravidão nas Américas
que obrigava multidões de homens a se
submeterem a um único senhor.
No trecho apresentado, o autor

a) Argumenta que um corpo político existe quando


os homens encontram-se associados em estado
de igualdade política.
b) Reconhece os direitos sagrados como base para
os direitos sociais e políticos.
c) Defende a necessidade de os homens se unirem
em agregações, em busca de seus direitos
políticos.
d) Denuncia a prática da escravidão nas Américas
que obrigava multidões de homens a se
submeterem a um único senhor.
Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e
seu autor, é correto afirmar que:

a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo,


defende a necessidade de o Estado francês substituir os
impostos por contratos comerciais com os cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao
explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e
pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a
seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da
sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência
Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo
francês.
Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e
seu autor, é correto afirmar que:

a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo,


defende a necessidade de o Estado francês substituir os
impostos por contratos comerciais com os cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao
explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e
pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a
seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da
sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência
Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo
francês.
(Vunesp 2012 – vestibular de inverno)
Encontrar uma forma de associação que defenda a
pessoa e os bens de cada associado com toda força
comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só
obedeça contudo a si mesmo, permanecendo assim
tão livre quanto antes. Esse é o problema
fundamental cuja solução o contrato oferece.
[...]
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo
o seu poder sob a direção suprema da vontade
geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro
como parte indivisível do todo.
(Jean-Jacques Rousseau – Do Contrato Social , 1983)
O texto apresenta características

a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social


plenas entre todos os membros de uma sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses
coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a
necessidade de uma convenção entre os membros de
uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de
união e de defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder
rigidamente concentrado nas mãos do Estado.
O texto apresenta características

a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social


plenas entre todos os membros de uma sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses
coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a
necessidade de uma convenção entre os membros de
uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de
união e de defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder
rigidamente concentrado nas mãos do Estado.
Vunesp 2011 (vestibular de inverno)
Enquanto os homens se contentaram com cabanas rústicas, enquanto
se limitaram a costurar com espinhos ou com cerdas suas roupas de
peles, a enfeitarem-se com plumas e conchas, a pintar o corpo com
várias cores, a aperfeiçoar ou embelezar seus arcos e flechas, a cortar
com pedras agudas algumas canoas de pescador ou alguns
instrumentos grosseiros de música – em uma palavra: enquanto só se
dedicavam a obras que um único homem podia criar e as artes que
não solicitavam o concurso de várias mãos, viveram tão livres, sadios,
bons e felizes quanto o poderiam ser por sua natureza.
O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo
cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou
pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes,
guerras, assassínios, misérias e horrores não teria poupado ao gênero
humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso,
tivesse gritado a seus semelhantes: “Defendei-vos de acreditar nesse
impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos
e que a terra não pertence a ninguém.”

Jean-Jacques Rousseau. Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens. Adaptado.


Cite a principal diferença estabelecida por
Rousseau entre a vida em estado de natureza e
a vida na sociedade civil, e explique o significado
dessa diferença no âmbito da filosofia política.
Vunesp 2011/2ª fase
“O homem é o lobo do homem” é uma das frases mais repetidas por
aqueles que se referem a Hobbes. Essa máxima aparece coroada por
uma outra, menos citada, mas igualmente importante: “guerra de
todos contra todos”. Ambas são fundamentais como síntese do que
Hobbes pensa a respeito do estado natural em que vivem os homens.
O estado de natureza é o modo de ser que caracterizaria o homem
antes de seu ingresso no estado social. O altruísmo não seria,
portanto, natural. No estado de natureza o recurso à violência
generaliza-se, cada qual elaborando novos meios de destruição do
próximo, com o que a vida torna-se “solitária, pobre, sórdida,
embrutecida e curta, na qual cada um é um lobo para o outro, em
guerra de todos contra todos”. Os homens não vivem em cooperação
natural, como fazem as abelhas e as formigas. O acordo entre elas é
natural; entre os homens só pode ser artificial. Nesse sentido, os
homens são levados a estabelecer contratos entre si. Para o autor do
Leviatã, o contrato é estabelecido unicamente entre os membros do
grupo, que, entre si, concordam em renunciar a seu direito a tudo para
entregá-lo a um soberano capaz de promover a paz. Não submetido a
nenhuma lei, o soberano absoluto é a própria fonte legisladora. A
obediência a ele deve ser total.
(João Paulo Monteiro. Os Pensadores. 2000)
Caracterize a diferença entre estado de natureza
e vida social, segundo o texto, e explique por
que é atribuída a Hobbes a concepção política
de um “absolutismo sem teologia”.
Vunesp 2013 (vestibular de inverno)

Texto 1
Se o homem no estado de natureza é tão livre,
conforme dissemos, se é senhor absoluto de sua
própria pessoa e posse, [...] por que abrirá ele mão
dessa liberdade, por que [...] sujeitar-se-á ao domínio
e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio
responder que, embora no estado de natureza tenha
tal direito, a fruição [...] da propriedade que possui
nesse estado é muito insegura, muito arriscada. [...]
não é sem razão que procura de boa vontade juntar-
se a outros [...], para a mútua conservação da vida, da
liberdade e dos bens a que chamo de “propriedade”.
(John Locke. O Segundo Tratado sobre o Governo Civil).
Texto 2
Horrorizai-vos porque queremos abolir a
propriedade privada. Mas, em nossa sociedade, a
propriedade privada já foi abolida para nove
décimos da população; se ela existe para alguns
poucos é precisamente porque não existe para
estes nove décimos. Acusai-nos, portanto, de
querer abolir uma forma de propriedade cuja
condição de existência é a abolição de qualquer
propriedade para a imensa maioria da sociedade.
Em suma, acusai-nos de abolir a vossa
propriedade. Pois bem, é exatamente isso que
temos em mente.
(Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto comunista.)
Os textos citados indicam visões opostas e
conflitantes sobre a organização da vida política
e social. Responda quais foram os sistemas
políticos originados pelos dois textos e discorra
brevemente sobre suas divergências.
Vunesp 2012/ 2ª fase
Ninguém pode deixar de reconhecer a influência
da teoria do bom selvagem na consciência
contemporânea. Ela é vista no presente respeito
por tudo o que é natural (alimentos naturais,
remédios naturais, parto natural) e na
desconfiança diante do que é feito pelo homem,
no desuso dos estilos autoritários de criação dos
filhos e na concepção dos problemas sociais
como defeitos reparáveis em nossas instituições,
e não como tragédias inerentes à condição
humana.
(Steven Pinker. Tábula rasa – a negação contemporânea da natureza humana.
2004. adaptado)
Explique a origem do conteúdo da “teoria do
bom selvagem” na história da Filosofia e
comente sua implicação na análise dos
problemas sociais.
Unicamp 2011 – 2ª fase

Na segunda metade do século XVIII, pensadores


importantes, como Denis Diderot, atacaram os próprios
fundamentos do imperialismo. Para esse filósofo, os seres
humanos eram fundamentalmente formados pelas suas
culturas e marcados pelas diferenças culturais, não
existindo o homem no estado de natureza. Isso levava à
ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos não
podiam ser considerados superiores ou inferiores a partir
de uma escala universal de valores.
a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se
opunham ao imperialismo?
b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relação
entre a ideia de “homem no estado de natureza” e a
organização das sociedades civilizadas?
UEL 2003

“Sabemos que Hobbes é um contratualista, quer


dizer, um daqueles filósofos que, entre o século
XVI e o XVIII (basicamente), afirmaram que a
origem do Estado e/ou da sociedade está num
contrato: os homens viveriam, naturalmente,
sem poder e sem organização – que somente
surgiriam depois de um pacto firmado por eles,
estabelecendo as regras de comércio social e de
subordinação política.”
(Renato Janine Ribeiro. Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Francisco.
Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. p. 53)
Com base no texto, que se refere ao contratualismo de
Hobbes, considere as seguintes afirmativas:

I. A soberania decorrente do contrato é absoluta.


II. A noção de estado de natureza é imprescindível
para essa teoria.
III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado
social para o estado político.
IV. O cumprimento do contrato independe da
subordinação política dos indivíduos.
Com base no texto, que se refere ao contratualismo de
Hobbes, considere as seguintes afirmativas:

I. A soberania decorrente do contrato é absoluta.


II. A noção de estado de natureza é imprescindível
para essa teoria.
III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado
social para o estado político.
IV. O cumprimento do contrato independe da
subordinação política dos indivíduos.
Quais das afirmativas representam o pensamento de
Hobbes?

a) Apenas as afirmativas I e II.


b) Apenas as afirmativas I e III.
c) Apenas as afirmativas II e III.
d) Apenas as afirmativas II e IV.
e) Apenas as afirmativas III e IV.
UEL 2008 Leia a citação a seguir:

“Encontrar uma forma de associação


que defenda e proteja a pessoa e os
bens de cada associado com toda força
comum, e pela qual cada um, unindo-
se a todos, só obedece contudo a si
mesmo, permanecendo assim tão livre
quanto antes.”
(ROUSSEAU, J.J. Do contrato social)
Com base na citação acima e nos conhecimentos sobre
o pensamento político de Rousseau, considere as
seguintes afirmativas.

I. O contrato social só se torna possível havendo concordância


entre obediência e liberdade.
II. A liberdade conquistada através do contrato social é uma
liberdade convencional.
III. Por meio do contrato social, os indivíduos perdem mais do
que ganham.
IV. A liberdade conquistada através do contrato social é a
liberdade natural.
Com base na citação acima e nos conhecimentos sobre
o pensamento político de Rousseau, considere as
seguintes afirmativas.

I. O contrato social só se torna possível havendo concordância


entre obediência e liberdade.
II. A liberdade conquistada através do contrato social é uma
liberdade convencional.
III. Por meio do contrato social, os indivíduos perdem mais do
que ganham.
IV. A liberdade conquistada através do contrato social é a
liberdade natural.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas
corretas, mencionadas anteriormente.

a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

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