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ESCOLA DE FARMÁCIA
NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CURSO DE FARMÁCIA
OURO PRETO - MG
2017
Géssica Couto Schaun
OURO PRETO - MG
2017
GÉSSICA COUTO SCHAUN
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
______________________________________
Prof. Arlete R. Penitente Barcelos
Universidade Federal de Ouro Preto
______________________________________
MSc. Giani Martins Garcia
Universidade Federal de Ouro Preto
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus por sempre me proteger e guiar meu caminho pelos melhores
lugares, colocando sempre em minha vida pessoas e experiências maravilhosas.
Aos meus pais Raimundo e Ilza por serem minha fortaleza, meus exemplos de
fé e garra. A minha irmã Renata, que apesar da distância, sempre me apoiou e me
ajudou. A minha prima Thialle, irmã que eu escolhi, por toda a dedicação, todo carinho.
A todos os meus tios por todo apoio, carinho e ensinamentos, vocês têm imensa
participação nessa minha conquista, em especial, meu dindo Ildes e minha dinda
Urânia, não podia ter escolhido melhores padrinhos! A todos os meus primos, pela
amizade, irmandade e cumplicidade. Amo vocês!
A Zé Antônio e toda família Cotta, em especial Beth, Thati e Marcelo, pelo apoio
e suporte quando eu cheguei em Minas. Se hoje eu estou terminando meu curso em
Ouro Preto, vocês tiveram uma grande participação nessa conquista.
A Karol, Alvaro, Suiane, por nunca medirem esforços para me ajudar. Pela
amizade e companheirismo. Por fazerem meus dias no laboratório sempre melhores!
A todos amigos que fiz nesses últimos anos. Em especial Laryssa, Pryscila e
Jessika, que fizeram minha caminhada no curso de farmácia mais feliz, por toda as
curriolas, por aturarem meus dramas e pela cumplicidade. Amo vocês!
Por fim, gratidão a todos que contribuíram direta ou indiretamente para essa
minha conquista!
Gratidão!
“A única revolução possível é dentro de nós.”
Mahatma Gandhi
RESUMO
vivo mostrou que a formulação não induziu aumento dos índices de cura quando
comparado aos fármacos na forma livre. Apesar dos resultados obtidos terem
mostrado que a formulação de SEDDS não aumentou a eficácia dos fármacos, a
formulação apresenta vantagens como melhoria da biodisponibilidade oral, possuir
baixo custo e ser de fácil produção em larga escala e a facilidade de ser administrados
diretamente por via oral.
ABSTRACT
Bz Benznidazol
CV Coeficiente de variação
DP Desvio padrão
Log Logarítimo
Nfx Nifurtimox
NMP N-metilpirrolidona
Pb Pares de base
PBS phosphate buffered saline
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
2 OBJETIVO ................................................................................................................... 3
2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 3
2.2 Objetivo Especifico .............................................................................................. 3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA LITERATURA ..................................................... 4
3.1 Doença de Chagas .............................................................................................. 4
3.2 Quimioterapia ....................................................................................................... 6
3.3 Novas estratégias para o tratamento da doença de Chagas .......................... 8
3.4 Sistemas autoemulsionantes ............................................................................ 10
4 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 12
4.1 População de Trypanosoma cruzi .................................................................... 12
4.2 Fármacos ............................................................................................................ 12
4.3 Formulação SEDDS .......................................................................................... 12
4.4 Avaliação da citotoxicidade............................................................................... 13
4.5 Avaliação da atividade anti-T. cruzi in vitro ..................................................... 14
4.6 Avaliação da eficácia da formulação em induzir cura em camundongos
infectados pelas cepas Y e colombiana do T. cruzi. .................................................. 14
4.6.1 Procedimentos éticos .................................................................................. 14
4.6.2 Infecção e esquema de tratamneto ............................................................ 15
4.6.3 Exames parasitológicos para o controle de cura ...................................... 15
5 RESULTADO E DISCUSSÕES ............................................................................... 19
6 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 28
7 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29
1
1 INTRODUÇÃO
A doença de Chagas apresenta duas fases sucessivas: uma fase aguda e uma
fase crônica. A fase aguda geralmente é assintomática, mas em alguns casos há o
aparecimento de sintomas inespecíficos. Durante a fase crônica, os indivíduos
também podem encontrar-se assintomáticos, mas alguns podem progredir para
formas clínicas da doença - cardíaca, digestiva ou cardiodgestiva (WHO, 2016a).
2 OBJETIVO
O ciclo de vida desse protozoário (figura 1), no inseto vetor, tem início no
repasto sanguíneo do triatomíneo, durante o qual ingere formas tripomastigotas
sanguíneas de um hospedeiro vertebrado infectado. No tubo digestivo do inseto, esta
forma se diferencia em epimastigota que, ao chegar no intestino médio, se multiplica
por divisão binária. Em seguida, essas formas migram para a porção final tubo
digestivo, onde sofrem o processo de metaciclogênese e transformam-se em
tripomastigotas metacíclicos (NEVES et al., 2011, p.89).
Fonte: http://www.who.int/tdr/diseases-topics/chagas/chagas_f1.jpg?ua=1.
muitas vezes, como infecção assintomática po/dendo permanecer assim por décadas
ou até mesmo por toda vida (NAGAJYOTHI et al., 2012).
3.2 Quimioterapia
Estudos realizados nas últimas duas décadas tem demonstrado que o T. cruzi,
como a maioria dos fungos e leveduras, requer esteróis específicos para a viabilidade
e proliferação celular em todas as fases do seu ciclo de vida sendo, a via de
biossíntese do ergosterol quimicamente validada in vitro (URBINA, 2002; URBINA;
DOCAMPO, 2003). Esta descoberta tornou a via de biossíntese do ergosterol alvo de
estudos na busca de novos tratamanentos para a doença de Chagas. Dentre os
inibidores da biossíntese do ergosterol, destacam-se os derivados azólicos
posaconozol e o ravoconazol (URBINA, 2010).
9
De acordo com Nazzal et al., 2002 e Porter et al., 2008 esse sistema pode ser
administrado diretamente por via oral, o que facilitaria a administração do fármaco em
crianças, ou interiorizados em cápsulas duras ou moles. Exemplos de fármacos
disponíveis no mercado que possuem formulação auto-emulsionantes de
administração oral são: Sandimmune®, Sandimmune Neoral®, Norvir® (ritonavir) e
Fortovase® (saquinavir) (NAZZAL et al., 2002; PORTER et al., 2008; WADHWA;
NAIR; KUMRIA, 2012).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.2 Fármacos
microtubo, o qual foi incubado por 45 minutos em banho-maria a 37ºC. Decorrido esse
tempo, foi acrescentado 1 μL de “Rnase solution” a cada microtubo e estes foram
incubados novamente a 37ºC por 15 minutos em banho-maria. Ao atingir a
temperatura ambiente, foi adicionado 67 μL de “Protein Precipitation Solution” aos
microtubos que foram homogeneizados em vórtex por 15 segundos e centrifugados
por 3 minutos a 13.000 rpm. O sobrenadante de cada amostra, contendo o DNA, foi
transferido para um microtubo de 0,6 mL, contendo 200 μL de isopropanol a
temperatura ambiente. Os microtubos foram invertidos várias vezes para a
precipitação do DNA e centrifugados por 1 minuto a 13.000 rpm. O sobrenadante foi
descartado por inversão e 300 μL de etanol 70%, a temperatura ambiente foi
adicionado, sendo o microtubo invertido várias vezes para lavar o DNA, e centrifugado
por 1 minuto a 13.000 rpm. O sobrenadante foi descartado por inversão e o microtubo
invertido sobre papel absorvente para secagem por 20 minutos. Após a secagem,
foram adicionados 67 μL de “DNA Rehydration Solution” e os microtubos incubados a
4ºC por 48 horas para a reidratação do DNA.
Para a reação de PCR em tempo real, cada amostra foi analisada em duplicata,
utilizando-se 2 μL de DNA genômico na concentração de 25ng/µL, 0,35 μM de
oligonucleotídeos iniciadores específicos para a repetição de 195 pares de bases (pb)
do DNA do T. cruzi, TCZ-F∗ 5’-GCTCTTGCCCACAMGGGTGC-3’, onde M = A ou C
(Invitrogen) (CUMMINGS e TARLETON, 2003), e TCZ-R 5’-
CCAAGCAGCGGATAGTTCAGG-3’, o qual amplifica um produto de 182 pb, 5 μL de
“Sybr Green® PCR Mastermix”, e água Milli-Q para um volume final de reação de 10
μL. Separadamente, para cada amostra analisada, também foi relizada, em duplicata,
a quantificação de parasitos no sangue para dosar o fator alfa de necrose tumoral
murino-específico (TNF-alfa), eleito como o controle endógeno da reação e utilizado
para normalizar a mesma. Para cada reação foram utilizados 2 μL de DNA genômico
(50 ng), 0,50 μM de oligonucleotídeos iniciadores TNF-5241 5’-
TCCCTCTCATCAGTTCTATGGCCCA-3’ e TNF-5411 5’-CAGCA
AGCATCTATGCACTTAGACCCC-3’ (CUMMINGS; TARLETON, 2003), 5 μL de “Sybr
Green® PCR Mastermix”, e água Milli-Q para um volume final de reação de 10 μL. As
reações foram distribuídas em placas de 96 poços (Fast 96-Well Reaction Plate, 0,1
mL, MicroAmp™), centrifugadas por 2 minutos a 200 rpm e levadas ao termociclador
StepOnePlus (Apllied Biosystems). O programa de termociclagem consistiu em
18
aquecimento a 95ºC por 10 minutos, 40 ciclos de 94ºC por 15 segundos e 62ºC por 1
minuto, sendo os dados coletados nesta última temperatura e a curva “Melt” ou de
dissociação (para checagem da especificidade do produto de DNA amplificado) foi
realizada com temperaturas variando de 95ºC a 60ºC. Em cada placa foram incluídos
um controle negativo da extração (proveniente de camundongo normal), em duplicata,
para sangue, e um controle negativo da PCR, em duplicata, com água no lugar de
DNA, para a reação com oligonucleotídeos iniciadores do T. cruzi e do TNF-alfa
(CUMMINGS; TARLETON, 2003).
19
5 RESULTADO E DISCUSSÕES
Esse trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a atividade e a eficácia dos
sistemas autoemulsionantes (SEDDS, do inglês self-emulsifying drug delivery
systems) contendo nifurtimox e benznidazol in vitro e in vivo. Para isso, inicialmente,
foi avaliada a indução de citotoxicidade in vitro do nifurtimox e do benznidazol na forma
livre e incorporados à formulação de SEDDS além, da formulação na ausência de
fármaco (SEDDS branco).
Figura 5 - Teste de viabilidade celular com utilizando H9c2. Teste de viabilidade celular
de células H9c2 tratadas com benznidazol, nifurtimox livres e incorporados às formulações de
SEDDS e a formulação sem fármaco. Concentração inicial de 1000 µM com 8 séries de
diluição 1:2, em um ensaio de 72h. Os resultados representam a média de dois experimentos
independentes.
5A
5B
100 100
75
V i a b i li d a d e ( % )
75
V i a b i li d a d e ( % )
50 50
25 25
0 0
5
2
,5
1
00
0
5
0
2
,5
5
,2
1
00
0
,6
0
5
7 ,8
50
,2
25
,6
62
12
7 ,8
50
25
62
12
31
10
15
31
10
15
C o n c e n tra ç ã o (u M ) C o n c e n tra ç ã o (u M )
B e n z n id a z o l S E D D S B e n z n id a z o l N ifu r tim o x S E D D S N ifu r tim o x
100
5C
75
V i a b i li d a d e ( % )
50
25
0
5
0
,5
0
2
,2
0
2
1
,6
0
1
6
,8
1
5
3
7
C o n c e n t r a ç ã o t e ó r ic a d e f á r m a c o ( u M )
S E D D S b ra n c o
segura, uma vez que induz 76,87 ± 8,64% de viabilidade celular, esta concentração é
4,54 vezes maior que o IC-90 do fármaco (Figura 5B).
Livre 500µM
SEDDS 31,25 µM
Livre 31,25 µM
Nifurtimox
SEDDS 15,625 µM
100
100
90
80
80
70
% d e in ib iç ã o
% d e in ib iç ã o
60
60
50
40
40
30
20 20
10
0 0
- 1 .0 - 0 .5 0 .0 0 .5 1 .0 1 .5 - 1 .0 - 0 .5 0 .0 0 .5 1 .0 1 .5
lo g d a c o n c e n tr a ç ã o d a d r o g a ( m ic r o m o la r) lo g d a c o n c e n tr a ç ã o d a d r o g a ( m ic r o m o la r)
Tabela 2 - Valores de IC-50 e IC-90 dos fármacos nifurtimox e benznidazol na forma livre
e incorpora na formulação de SEDDS sobre da cepa Y do Trypanosoma cruzi.
Fármaco IC 50 IC-90
Benznidazol
formulações in vitro tenha sido semelhante aos fármacos livres, o próximo objetivo do
trabalho baseou-se em avaliar a atividade in vivo das formulações.
Desse modo, os resultados mostram que a formulação de SEDDS não foi capaz
de induzir melhoria na eficácia do benznidazol, nem do nifurtimox na infecção
experimental in vitro e in vivo pela cepa Y de T. cruzi.
6 CONCLUSÕES
7 REFERÊNCIAS
AHMED, A. S.; GOGAL, R. M.; WALSH, J. E. A new rapid and simple non-
radioactive assay to monitor and determine the proliferation of lymphocytes: an
alternative to [3H]thymidine incorporation assay. Journal of Immunological
Methods, v. 170, n. 2, p. 211–224, 15 abr. 1994.
RASSI JR., A.; RASSI, A.; MARIN-NETO, J. A. Chagas disease. The Lancet,
v. 375, n. 9723, p. 1388–1402, 17 abr. 2010.
Trypanosoma cruzi, the causative agent of Chagas disease. Int J Antimicrob Agents,
v. 21, n. 1, p. 27–38, 2003.
WADHWA, J.; NAIR, A.; KUMRIA, R. Emulsion forming drug delivery system for
lipophilic drugs. Acta Poloniae Pharmaceutica - Drug Research, v. 69, n. 2, p. 179–
191, 2012.