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01/04/2018 Relatório do PNUD destaca grupos sociais que não se beneficiam do desenvolvimento humano | PNUD Brasil

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RELATÓRIO DO PNUD DESTACA GRUPOS SOCIAIS QUE NÃO SE BENEFICIAM DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Relatório do PNUD destaca


Notícias
grupos sociais que não se
Press releases
bene ciam do desenvolvimento
humano
21/mar/2017

De acordo com o novo Relatório de Desenvolvimento Humano, a desigualdade de


gênero é um desafio ao progresso global em todas as regiões e grupos. Foto:
Javier Sagredo / PNUD

Nos últimos 25 anos, o mundo registrou progressos


importantes no desenvolvimento humano. Os ganhos,
porém, não têm sido universais. Mulheres, grupos étnicos e
raciais, populações rurais  e cidadãos de alguns países não
têm conseguido se beneficiar desses avanços. A conclusão
consta no Relatório do Desenvolvimento Humanos (RDH)
2016, lançado mundialmente nesta terça-feira (21/3), pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD).

“Não será possível alcançar o desenvolvimento humano se


metade da humanidade é ignorada. A desigualdade de
gênero e a falta do empoderamento das mulheres é um
desafio ao progresso global em todas as regiões e grupos”,
diz o relatório, elaborado com base em dados até 2015. O
documento – que explica as razões por que alguns grupos
foram deixados para trás no desenvolvimento humano – traz
também as políticas e estratégias nacionais e globais
necessárias para alcançar as populações atualmente
excluídas. Elas estão organizadas em quatro eixos:

I) Piso de proteção social (políticas universais de saúde e


educação; de assistência social, como o Bolsa Família e o
Benefício de Prestação Continuada; benefícios
previdenciários para grupos vulneráveis; inclusão
financeira);

II) Políticas de ação afirmativa (para mulheres, negros,


indígenas, pessoas com deficiência entre outros grupos
vulneráveis);

http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2017/03/21/relat-rio-do-pnud-destaca-grupos-sociais-que-n-o-se-beneficiam-do-desenvolvimen
01/04/2018 III)doDesenvolvimento
Relatório humano
PNUD destaca grupos sustentável
sociais que (para que
não se beneficiam do desenvolvimento humano | PNUD Brasil
choques, como recessões econômicas, epidemias,
desastres naturais, não façam as pessoas voltarem à
situação de pobreza);

IV) Participação e autonomia dos excluídos (efetivar os


tratados de direitos humanos, garantir o acesso à justiça,
promover inclusão, efetivar o direito à informação).

O relatório reconhece que a superação dos desafios do


desenvolvimento humano é complexa e envolve reformas
não apenas nacionais, mas também em instituições globais,
como os mercados, a sociedade civil e os organismos
multilaterais. Dentre as sugestões de reformas, constam a
regulação de investimentos e mercados justos, um sistema
de migração justo, mudanças na composição do Conselho
de Segurança da ONU.

Outro alerta importante trata da necessidade de produção


de dados que mostrem a realidade para além das médias
nacionais. Um exemplo: atualmente existem 300 milhões de
pessoas pobres nos países de renda elevada. No Brasil, a
renda média per capita familiar, em 2010, era de R$ 793,87.
Na cidade de São Caetano do Sul (SP), porém, chegava a R$
2.043,00, enquanto em Marajá do Sena (MA) – município de
menor renda do país – alcançava apenas R$ 96,25.
“Reconhecer essas disparidades é fundamental para fazer
com que as políticas como o Bolsa Família sejam
fortalecidas e cheguem aos locais e às pessoas que mais
necessitam”, afirma o coordenador residente do Sistema
ONU e representante do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic.

IDH do Brasil fica estagnado em relação a 2014

Em relação a 2014, o Brasil estagnou no Índice de


Desenvolvimento Humano (IDH), no valor de 0,754, e no
ranking mantém a posição 79 entre 188 países. Na América
do Sul, o Brasil é o 5º país com maior IDH. Chile, Argentina,
Uruguai e Venezuela aparecem na frente. No caso da
Argentina, Chile e Uruguai, todos os indicadores são
maiores que os brasileiros. Em relação à Venezuela, o Brasil
apresenta melhores números para esperança de vida ao
nascer e anos esperados de estudo, mas Renda Nacional
Bruta (RNB) per capita e média de anos de estudo menores.

Considerando os 78 países analisados com IDH melhor que


o Brasil, apenas Andorra, Arábia Saudita, Seicheles e
Maurício tiveram desenvolvimento humano mais acelerado
que o brasileiro entre 2010 e 2015. Entre 1990 e 2015, dos
65 países com IDH mais alto, e com essa informação
disponível, somente Cingapura, Croácia, Maurício, Irã e
Turquia tiveram crescimento do seu desenvolvimento
humano maior ou igual ao brasileiro.

Nesse período (1990-2015), os brasileiros ganharam 9,4


anos de expectativa de vida, viram a renda aumentar 31,6%
enquanto, na educação, a expectativa de anos de estudo
para uma criança que entra no ensino em idade escolar
aumentou 3 anos e a média de anos de estudos de adultos
com 25 anos ou mais subiu 4 anos.

Tendências do IDH do Brasil com base em dados de séries


temporais consistentes

http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2017/03/21/relat-rio-do-pnud-destaca-grupos-sociais-que-n-o-se-beneficiam-do-desenvolvimen
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Média RNB
Expectativa Expectativa de per
  de vida ao de anos de anos capita IDH
nascer estudo de (2011
estudo PPP$)

1990 65.3 12.2 3.8 10.746 0,611

1995 67.6 13.3 4.6 11.238 0,649

2000 70.1 14.3 5.6 11.339 0,685

2005 71.9 13.8 6.1 12.117 0,698

2010 73.3 14.0 6.9 14.173 0,724

2011 73.6 14.2 7.0 14.580 0,730

2012 73.9 14.2 7.2 14.472 0,734

2013 74.2 15.2 7.3 14.582 0,747

2014 74.5 15.2 7.7 14.858 0,754

2015 74.7 15.2 7.8 14.145 0,754

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2016

Índices mostram piora na desigualdade

No IDH ajustado à desigualdade – um método que relativiza


o desenvolvimento humano em função da diferença entre os
mais e menos abastados de um país – o Brasil é o 3º país
que mais perde posições, empatado com Coreia e Panamá e
atrás somente do Irã (-40) e de Botsuana (-23). Em relação
ao Coeficiente de Gini (2010-2015) – instrumento que mede
o grau de concentração de renda em determinado grupo e
aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e
dos mais ricos – o Brasil é o quarto pior da América Latina e
Caribe, atrás somente da Haiti, Colômbia e Paraguai.

Baixa participação política e econômica das mulheres derruba índice


de igualdade

O RDH 2016 detalha também a realidade das mulheres


brasileiras, desagregando o IDH por gênero e avaliando
saúde reprodutiva, empoderamento e atividade econômica
feminina.

No Brasil, o IDH dos homens fica em 0,751 e o das mulheres


em 0,754, o que reflete melhor desempenho educacional e
longevidade do segundo grupo. No entanto, apesar do
maior nível educacional das mulheres, os homens ainda têm
um indicador de renda significativamente mais alto (66,2%).
http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2017/03/21/relat-rio-do-pnud-destaca-grupos-sociais-que-n-o-se-beneficiam-do-desenvolvimen
01/04/2018 JádooPNUD
Relatório Índicedestaca
de Desigualdade de Gênero,
grupos sociais que por suadovez,
não se beneficiam avalia
desenvolvimento humano | PNUD Brasil
desigualdades em três dimensões sensíveis à questão de
gênero: saúde reprodutiva, empoderamento e atividade
econômica. Nesse indicador, o Brasil está na metade mais
mal avaliada  de 159 países. Com valor de 0,414, ocupa a
92ª posição.

Vale ressaltar que o país com menor IDH do mundo tem


mais mulheres com assento no Parlamento do que o Brasil.
O Brasil apresenta 10,8%, enquanto a República Centro-
Africana tem 12,5%.

Índice de Desigualdade de Gênero, 2015

Taxa de Gravidez na
Assentos Alcance
mortalidade adolescência Participaç
no anos finais
Materna (nascimento na força d
parlamento do ensino
País IDgG (por a cada 1000 trabalho (
(ocupados fundamental
100.000 mulheres anos ou
por (25 anos ou
nascidos entre 15-19 mais)
mulheres) mais)
vivos) anos)

          M H M H

Mundo 0.443 216 44.7 22.5 60.3 69.2 49.6 76

AL e
0.390 67 64.3 28.1 57.8 58.1 52.8 78
Caribe

Argentina 0.362 52 63.8 37.1 63.5 61.4 48.4 74

 Brasil 0.414 44 67 10.8 59.1 55.2 56.3 78

Chile 0.322 22 47.8 15.8 76.1 76.9 50.7 74

Paraguai 0.464 132 57.4 16.8 46.2 47 58.1 84

Uruguai 0.284 15 56.1 19.2 55 51.6 55.4 76

Venezuela 0.461 95 79.4 17 72.6 65 51.4 78

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2016

Apesar de todos os desafios para fazer esse salto


qualitativo no desenvolvimento humano, o mundo sabe e
tem os recursos necessário para incluir que foram as
pessoas deixadas para trás. “Reafirmamos que o
desenvolvimento humano para todos é possível. Podemos
construir sobre o que já foi feito e ainda explorar novas
possibilidades. Se houver comprometimento dos Estados,
dos mercados e da sociedade civil podemos alcançar
resultados expressivos em pouco tempo”, ressalta Niky
Fabiancic.

http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2017/03/21/relat-rio-do-pnud-destaca-grupos-sociais-que-n-o-se-beneficiam-do-desenvolvimen
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Relatório do PNUD destaca grupos sociais que não se beneficiam do desenvolvimento humano | PNUD Brasil

O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador que


vai de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior o
desenvolvimento humano. O índice mede o progresso de
uma nação a partir de três dimensões: renda, saúde e
educação.

Mais informações sobre o Relatório de Desenvolvimento


Humano 2016 em http://hdr.undp.org/en/2016-report. 

Acesse o relatório.

http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2017/03/21/relat-rio-do-pnud-destaca-grupos-sociais-que-n-o-se-beneficiam-do-desenvolvimen

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