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Sergio Alfredo Macore 2018

ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
1.Objectivos do trabalho ................................................................................................................. 4
1.1.Objectivo geral ...................................................................................................................... 4
1.2.Objectivos específicos ........................................................................................................... 4
2.Metodologia da pesquisa.............................................................................................................. 4
3.Revisão de literatura .................................................................................................................... 5
3.1.O procedimento administrativo ............................................................................................. 5
3.1.1.Noção .............................................................................................................................. 5
3.1.2.Objectivos da Regulamentação Jurídica do Procedimento Administrativo ................... 5
3.1.3.Natureza Jurídica do Procedimento Administrativo ....................................................... 6
3.2.Espécies de Procedimentos Administrativos......................................................................... 7
3.2.1.Principais classificações ................................................................................................. 7
3.3.A Codificação das Regras do Procedimento Administrativo ................................................ 7
4.Princípios Fundamentais do Procedimento Administrativo ........................................................ 8
5.As fases do procedimento administrativo .................................................................................. 10
5.1.Tipos de procedimentos administrativos ............................................................................. 10
5.2.As fases do procedimento administrativo ........................................................................... 11
5.2.1.Fase inicial .................................................................................................................... 11
5.2.2.Fase de instrução .......................................................................................................... 11
5.2.3.Fase de audiência dos interessados ............................................................................... 12
5.2.4.Fase de preparação da decisão ...................................................................................... 13
5.2.5.Fase de decisão ............................................................................................................. 13
5.2.6.Fase complementar ....................................................................................................... 13
6.Regras dos Princípios fundamentais do procedimento administrativo ...................................... 13
Conclusão...................................................................................................................................... 15
Bibliografias .................................................................................................................................. 16

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho vou analisar o procedimento administrativo, os seus objectivos e os princípios que
lhe estão subjacentes.

É sabido que, a actividade administrativa não se esgota na tomada final de uma decisão. Antes
dessa decisão final existem um complexo conjunto de actos preparatórios que tem de ser
praticados. Mesmo depois de tomada a decisão o processo não termina. Isto significa que a
actividade da Administração Pública é em larga medida uma actividade procedimental. Dai que,
esta sequência de actos que antecedem a tomada de decisão chama-se procedimento
administrativo. Antigamente era designado por processo administrativo gracioso, processo
burocrático ou processo não contencioso.

Todavia, a actividade administrativa é tratada como um fluxo/sequência de actos. Para designar


este fluxo podem ser utilizadas duas expressões: procedimento administrativo e processo
administrativo gracioso. Verifica-se uma tendência generalizada para a “ritualização” (expressão
do Albano Macie e Gil Sistac) da actividade administrativa. E esta tendência encontra-se muito
ligada a grande dificuldade da clara determinação dos interesses prosseguidos por algumas
decisões administrativas.

Contudo, esta “ritualização” impondo a ponderação de múltiplos interesses contraditórios


relevantes no processo de formação da decisão, surge como uma alternativa à pré-definição
rigorosa dos interesses públicos a prosseguir com aquela, assegurando-lhe uma relativa
legitimação da decisão.

Porem, procedimento é a sucessão ordenada de actos e formalidade que visam assegurar a


correcta formação ou execução da decisão administrativa e a defesa dos direitos e interesses
legítimos dos particulares, na opinião do Diogo Freitas e Gil Sistac.

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1.Objectivos do trabalho

A definição dos objectivos determinam o que o pesquisador quer atingir com a realização do
trabalho de pesquisa, pois são sinónimo de meta, fim e podem ser gerais e específicos.

1.1.Objectivo geral

MARCONI e LAKATOS (2001) referem que os objectivos gerais "estão ligados a uma visão
global e abrangente do tema, quer dos fenómenos, eventos e quer das ideias estudadas."

Assim, a pesquisa em alusão tem como objectivo geral:

 Analisar o procedimento administrativo, os seus objectivos e os princípios que lhe estão


subjacentes.

1.2.Objectivos específicos

Assim a pesquisa tem como objectivos específicos:

 Classificar e apontar as fases do procedimento administrativo desde o inicio ate a decisão


final;
 Descrever os princípios fundamentais do procedimento administrativo;
 Falar sobre os procedimentos administrativos, dando ênfase os seus objectivos que lhes
estão subjacentes.

2.Metodologia da pesquisa

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.

Para Lakatos e Marconi (2007), Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo
de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não

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contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a
conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais me baseio.

3.Revisão de literatura

3.1.O procedimento administrativo

3.1.1.Noção

“A actividade da Administração Pública é, em larga medida, uma actividade processual”: ou


seja, começa num determinado ponto e depois caminha por fases, desenrolando-se de acordo
com um certo modelo, avança pela prática de actos que se encadeiam uns nos outros e pela
observância de certos trâmites, de certos ritos, de certas formalidades que se sucedem numa
determinada sequência.

Chama-se a esta sequência Procedimento Administrativo, ou processo burocrático, ou processo


administrativo gracioso, ou ainda processo não contencioso.

A distinção funcional vem no art. 1º CPA:

a) Entende-se por Procedimento Administrativo a sucessão ordenada de actos e


formalidades tendentes à formação e manifestação da vontade da Administração Pública
ou à sua execução.
b) Entende-se por processo administrativo o conjunto de documentos em que se traduzem os
actos e formalidades que integram o Procedimento Administrativo.

3.1.2.Objectivos da Regulamentação Jurídica do Procedimento Administrativo

O Procedimento Administrativo é uma sequência juridicamente ordenada. O Direito interessa-se


por ele e regula-o através de normas jurídicas, obrigatórias para a Administração. Porquê?

São vários os objectivos da regulamentação jurídica do Procedimento Administrativo:

a) Em primeiro lugar: A lei visa disciplinar da melhor forma o desenvolvimento da


actividade administrativa, procurando nomeadamente assegurar a racionalização dos
meios a utilizar pelos serviços;

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b) Em segundo lugar: É objectivo da lei que através do procedimento se consiga esclarecer
a vontade da Administração, de modo a que sejam sempre tomadas decisões justas, úteis
e oportunas;
c) Em terceiro lugar: Entende a lei dever salvaguardar os direitos subjectivos e os
interesses legítimos dos particulares, impondo à Administração todas as cautelas para que
eles sejam respeitados ou, quando hajam de ser sacrificados, para que o não sejam por
forma excessiva;
d) Em quarto lugar: A lei quer evitar a burocratização e aproximar os serviços públicos
das populações;
e) E, por último: Pretende a lei assegurar a participação dos cidadãos na preparação das
decisões que lhes digam respeito.

É o que resulta com toda a clareza do art. 267º/1/4 CRP.

A regulamentação jurídica do Procedimento Administrativo visa, por um lado, garantir a melhor


ponderação possível da decisão a tomar à luz do interesse público e, por outro, assegurar o
respeito pelos direitos dos particulares. Nesta medida, as normas que regulam o Procedimento
Administrativo são, pois, típicas normas de Direito Administrativo, por isso que procuram
conciliar as exigências do interesse colectivo com as exigências dos interesses individuais.

3.1.3.Natureza Jurídica do Procedimento Administrativo

Confrontam-se a respeito desta questão duas teses opostas:

1. A Tese Processualista: para os defensores desta tese, o Procedimento Administrativo é


um autêntico processo. Claro que há diferenças entre o Procedimento Administrativo e o
Processo Judicial: mas ambos são espécies de um mesmo género – o processo;
2. A Tese Anti-processualista: para os defensores desta tese, o Procedimento
Administrativo não é um processo, Procedimento Administrativo e Processo Judicial não
são duas espécies de um mesmo género, mas sim dois géneros diferentes, irredutíveis um
ao outro.

O “processo” será a sucessão ordenada de actos e formalidades tendentes à formação ou à


execução de uma vontade funcional. Sempre que a lei pretende disciplinar a manifestação de

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uma vontade funcional, e desde que o faça ordenando o encadeamento sequencial de actos e
formalidades para a obtenção de uma solução final ponderada e adequada, aí teremos um
processo.

O Procedimento Administrativo é, pois, um processo tal como são o Processo Legislativo e o


Processo Judicial. Múltiplas diferenças os separam; aproxima-os a circunstâncias de todos serem
uma sequência juridicamente ordenada de actos e formalidades tendentes à formação de uma
vontade funcional ou à respectiva execução.

3.2.Espécies de Procedimentos Administrativos

3.2.1.Principais classificações

a. Procedimentos de iniciativa pública: susceptíveis de início oficioso; e procedimento de


iniciativa particular: dependentes de requerimento deste;
b. Procedimentos decisórios: visam a tomada de uma decisão administrativa; e
procedimentos executivos: tem por finalidade assegurar a projecção dos efeitos de uma
decisão administrativa;
c. Procedimento de 1º grau: incidem pela primeira vez sobre uma situação da vida; e
procedimentos de 2º grau: incidem sobre uma decisão administrativa anteriormente
tomada;
d. Procedimento comum: é aquele que não é regulado por legislação especial mas pelo
próprio CPA; e procedimentos especiais: são regulados em leis especiais.

3.3.A Codificação das Regras do Procedimento Administrativo

O Código de hoje vigora entre nós haveria de resultar do Projecto do Código do Procedimento
Administrativo de 1989. O impulso legislativo governamental foi coberto por uma lei de
autorização legislativa (Lei n.º 32/91, de 20 de Julho) e o Código do Procedimento
Administrativo viria a ser aprovado pelo DL n.º 442/91 de 15 de Novembro. A entrada em vigor
do CPA verificou-se em 16 de Maio de 1992. O Código do Procedimento Administrativo foi
revisto pelo DL n.º 6/96, publicado em 31 de Janeiro de 1996.

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Seguindo uma tradição que remonta ao projecto de 1968, o Código do Procedimento
Administrativo não trata apenas do Procedimento Administrativo propriamente dito, dando-se
mesmo a circunstância, um tanto insólita, de a sua Parte III apresentar epígrafe idêntica ao nome
do próprio código: Do Procedimento Administrativo.

Para além desta, o Código tem uma primeira parte dedicada aos princípios gerais, uma segunda
relativa aos sujeitos do procedimento e uma quarta, regulando as formas da actividade
administrativa. Disciplina pois, bem mais do que o Procedimento Administrativo.

O art. 2º CPA contém as regras que determinam o âmbito de aplicação do Código.

a) No que se refere ao âmbito subjectivo, o Código do Procedimento Administrativo aplica-


se às entidades que compõem a Administração Pública em sentido orgânico (enumeradas
no n.º 2), aos órgãos do Estado estranhos a esta mas que desenvolvam actividade
materialmente administrativa (n.º 1), e ainda às empresas concessionárias, quando actuem
no exercício de poderes de autoridade (n.º 3);
b) Quanto ao âmbito material de aplicação, há a registar sobretudo que:
 Os princípios da actividade administrativa e as normas de concretização constitucional
são aplicáveis, em quaisquer circunstâncias, a todo e qualquer tipo de actividade, seja ela
de gestão pública, de gestão privada ou de índole técnica (n.º 5);
 As disposições relativas à organização e à actividade administrativas são aplicáveis às
actividades de gestão pública (n.º 6);
 As restantes disposições do Código do Procedimento Administrativo são aplicáveis,
igualmente apenas no domínio das actividades de gestão pública, ao Procedimento
Comum e, supletivamente, também aos Procedimentos Especiais, desde que daí não
resulte diminuição das garantias dos particulares (n.º 7).

4.Princípios Fundamentais do Procedimento Administrativo

O Código do Procedimento Administrativo inclui dois tipos de princípios: em primeiro lugar, os


princípios gerais do Código, constantes dos arts. 3º a 12º:

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a) O Princípio da Legalidade (art. 3º) - A Administração Pública deve obedecer à Lei e ao
Direito. Nesta expressão “Lei e Direito” incluem-se, em especial:
 A Constituição;
 As regras de Direito Internacional, resultantes de tratados ou do costume
internacional;
 As regras de Direito Comunitário;
 As leis da Assembleia da República, os decretos - leis do Governo e os decretos
legislativos regionais.
b) O Princípio da Proporcionalidade (art. 5º) - As decisões administrativas que atinjam
direitos ou interesses legítimos dos particulares têm de ser adequadas e proporcionadas
aos seus objectivos, não causando mais prejuízos àqueles do que os necessários para
alcançar estas finalidades e respeitando um equilíbrio na justa medida entre os meios
utilizados e os fins a alcançar através deles.
c) O Princípio da Justiça (art. 6º) - A Administração Pública deve actuar por forma
ajustada à natureza e circunstâncias de cada caso ou situação
d) O Princípio da Imparcialidade (art. 6º) - Na sua acção, os órgãos da Administração
Pública devem ser isentos, não se deixando influenciar por razões subjectivas ou
pessoais, que os levem a favorecer ou desfavorecer indevidamente certos particulares.
e) O Princípio da Boa Fé (art. 6º-A) - A Administração Pública e os particulares devem,
nas suas relações, agir com boa-fé, respeitando, em especial, a confiança que possa ter
sido criada pela sua actuação anterior.
f) O Princípio da Colaboração da Administração com os Particulares (art. 7º), este
dever de colaboração existe nos dois sentidos: deve a Administração colaborar com os
particulares ouvindo-os, apoiando-os, estimulando-os e devem os particulares colaborar
com a Administração, sem prejuízo dos seus direitos e interesses legítimos.
g) O Princípio da Participação (art. 8º), que serve de enquadramento à mais importante
inovação introduzida pelo Código do Procedimento Administrativo, a audiência dos
interessados no procedimento, regulada nos arts. 100º e segs.
h) O Princípio da Decisão (art. 9º), que assegura aos cidadãos o direito a obterem uma
decisão administrativa quando o requeiram ao órgão competente (dever de pronuncia).

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i) O Principio da Igualdade - Nas suas relações com os particulares, a Administração
Pública deve reger-se pelo princípio da igualdade. Assim, é-lhe vedado favorecer ou
desfavorecer alguém por razões de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem,
religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição
social.

É de notar, porém, que este princípio não impõe uma igualdade de tratamento absoluta. A
igualdade justifica-se em relação a situações equiparáveis; se estão em causa situações
objectivamente diferentes, elas devem ser tratadas por forma adequadamente diversa.

Em segundo lugar, os princípios gerais do procedimento, incluídos nos arts. 56º a 60º:

a. O Princípio do Inquisitório, inscrito no art. 56º CPA, que como corolário do princípio a
prossecução do interesse público, assinala o papel preponderante dos órgãos
administrativos da decisão administrativa;
b. O Princípio da Celeridade, que acompanhado da fixação de um prazo legal para
conclusão do procedimento, pretende prenunciar o fim desejado daquelas gavetas onde a
velha máxima dizia que os órgãos administrativos guardavam os assuntos que o tempo
haveria de resolver (arts. 57º e 58º);
c. O Princípio da publicidade do Impulso Processual, consignado no art. 55º CPA, que, por
via da garantia de que os interessados estejam informados do início do procedimento,
procura assegurar-lhes efectivas possibilidades de participação no mesmo.
d. O Princípio da Colaboração dos Interessados, com o qual se pretende garantir que estes
facilitem a actividade da Administração Pública, auxiliando esta, com boa fé e seriedade,
na preparação das decisões administrativas (art. 60º).

5.As fases do procedimento administrativo

5.1.Tipos de procedimentos administrativos

O procedimento administrativo pode advir de uma iniciativa pública ou de uma iniciativa


privada, sendo que na iniciativa pública quem o desencadeia é a administração pública, ao passo
que o procedimento administrativo privado é desencadeado por um particular. A construção de

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uma estrada e uma licença para construção de uma habitação, podem figurar cada um dos
procedimentos, respectivamente.

O procedimento administrativo pode ainda constituir-se como decisório, podendo ser de 1º ou 2º


grau, ou pode ser executivo. Nesta fase vamos apenas debruçar-nos sobre o estudo do
procedimento administrativo decisório de 1º grau, sendo que este por sua vez, corresponde a
actos primários, isto é, actos que desencadeiam o procedimento administrativo.

O procedimento administrativo pode ainda ser comum ou especial. Ambos os procedimentos se


regem pelas regras gerais do CPA, contudo os procedimentos administrativos especiais têm
legislação especial.

Os procedimentos administrativos podem ser ainda sancionatórios ou não sancionatórios. Os


primeiros constituem-se como procedimentos administrativos cujo ato final tem natureza
punitiva, enquanto os segundos não têm natureza punitiva.

5.2.As fases do procedimento administrativo

 Fase inicial;
 Fase de instrução;
 Fase da audiência dos interessados;
 Fase de preparação da decisão;
 Fase de decisão;
 Fase complementar.

5.2.1.Fase inicial

A fase inicial é aquela que desencadeará o procedimento administrativo, podendo advir de


iniciativa pública ou privada, como foi devidamente explicado no inicio do post. Artigos
relevantes artigam 102ºCPA; 110/1CPA; 53ºCPA; 89ºCPA.

5.2.2.Fase de instrução

A fase que se segue é a fase de instrução que se rege pelo princípio do inquisitório, isto é, fase
em que a administração pública, sem a dependência da vontade dos interessados, requer factos e

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esclarecimentos que mais facilmente levem à tomada da melhor decisão. (artigo 58ºCPA). A
direcção do procedimento cabe ao órgão competente para a decisão final, pelo que o CPA prevê
três hipóteses distintas: (artigo 55º CPA)

a) O órgão competente só dirige a instrução quando uma disposição legal assim o ditar (o
director do procedimento é o órgão decisório);
b) A lei obriga o órgão competente a delegar um subalterno;
c) O director do procedimento pode incumbir um subalterno a delegar apenas determinadas
diligências instrutórias específicas;

Na fase de instrução o particular deverá ser ouvido, devendo provar os factos que tenha alegado,
porém esta fase não deve ser confundida com a fase seguinte onde está patente o princípio da
democracia participativa. Esta fase é apenas uma diligência instrutória.

5.2.3.Fase de audiência dos interessados

Nesta fase, algo importante a notar é que caso tenha sido o particular a desencadear o
procedimento administrativo e portanto seja uma iniciativa particular, este tem o ónus de
demonstrar os factos que alegou, não o podendo fazer a administração pública, na medida em
que caso isso aconteça está-se perante uma situação de desvio de poder, uma vez que a A.P
prossegue fins públicos e não privados (artigos relevantes: 115º/1 e 2; 116º/1; 119º/2; 12º CRP;
267º/5 CRP).

Assim sendo, esta fase é caracterizada pelo princípio da democracia participativa, bem como
aquela fase em que haverá uma colaboração entre o particular e a A.P. (111º/1 CPA). Desta
forma e tendo em conta o principio da democracia participativa, a decisão final deverá ser
acompanhada de uma fundamentação adequada, pelo que existe sempre a possibilidade de
recurso da decisão no caso desta na ser satisfatória para os interessados (124º/1). Caso o
interessado recorra da decisão, está-se no âmbito do procedimento administrativo decisório de 2º
grau.

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5.2.4.Fase de preparação da decisão

Nesta fase todo procedimento será analisado, desde documentos, provas, argumentos e outras
informações relevantes. Posteriormente, o procedimento é levado ao órgão decisório que pode
ser, singular ou colegial, caso seja singular emite um despacho, caso seja colegial emite uma
deliberação. (artigo 125º CPA).

5.2.5.Fase de decisão

Esta é a fase que põe fim a todo o procedimento administrativo, isto é, a tomada de decisão.
(artigos 93º CPA; 126º CPA). Nesta fase é necessário ter em conta as divergências entre o órgão
decisor e o órgão instrutor, na medida em que as decisões de ambos podem divergir. Se for este o
caso, deverá ter-se em conta se no processo de instrução, o órgão instrutor ouviu os interessados,
caso não tenha ouvido, deverá marcar-se uma nova audiência, de âmbito meramente instrutório.
(artigos 123º CPA)

5.2.6.Fase complementar

Esta fase define-se como aquela onde são praticadas determinadas formalidades, tais como:
registos, arquivos, notificação da decisão, publicação no diário da república, entre outras (artigo
114ºCPA).

6.Regras dos Princípios fundamentais do procedimento administrativo

1. Carácter escrito: o modo de funcionamento da administração não combina com a


oralidade porque, e tal como explicava o Gil Sistac, a escrita no papel é “ a verdadeira
memória da Administração Pública”. O carácter escrito é uma exigência formulada em
razão da necessidade de as decisões serem ponderadas e ainda como forma de conservar
para o futuro o registo completo e seguro das actuações da Administração (discussões,
votações, etc). Podem no entanto haver algumas excepções a este princípio.
2. Simplificação do formalismo: o procedimento administrativo é menos formalista e por
conseguinte é mais maleável. A lei determina quais as formalidades essenciais.

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3. Natureza inquisitória: Os tribunais apenas decidem sobre aquilo que lhes é pedido pelos
particulares (o tribunal é passivo). Já a Administração tem uma posição activa, ou seja,
goza do direito de iniciativa para promover a satisfação dos interesses públicos postos por
lei. Tal é assegurado pelo artigo 56º do CPA que determina que “os órgãos
administrativos, mesmo que o procedimento seja instaurado por iniciativa dos
interessados, podem proceder às diligencias que considerem conveniente para a instrução,
(…) e decidir sobre a coisa diferente ou mais ampla que a pedida, quando o interesse
público assim o exigir”.
4. Colaboração da Administração com os particulares: encontra-se consagrado no artigo
7º do CPA. A melhor forma de prosseguir as tarefas assumidas pela Administração impõe
a colaboração permanente dela com os particulares.
5. Direito de informação dos particulares: opõe-se ao carácter secreto do procedimento
administrativo que tradicionalmente caracterizava a Administração. Actualmente o artigo
268º nº 1 da CRP estabelece o Princípio oposto. Durante todo o procedimento o particular
tem direito a ser informado do estado do seu processo. A CRP existe dois requisitos: o
particular tem de requerer essa informação e essa informação tem de lhe dizer
directamente respeito. Este princípio encontra-se ainda consagrado nos artigos 61º a 64º
do CPA.
6. Participação dos particulares na formação de decisões que lhes digam respeito:
artigo 267º nº 5 CRP e artigo 8º CPA). Este princípio manifesta-se no direito de audiência
dos particulares, no direito de formular sugestões à Administração, o direito de lhe
prestar informações e ainda o direito de participação popular.
7. Princípio da decisão: art. 9º CPA. Este princípio pretende por um lado que a
Administração se pronuncie sempre que é solicitada pelos particulares e por outro lado
que facilitar a protecção dos particulares face a omissões administrativas ilegais
8. Princípio da desburocratização e da eficiência: artigo 10º CPA e determina que a
Administração deve organizar-se de forma a possibilitar uma utilização racional dos
meios que estão ao seu dispor, devendo simplificar o mais possível as operações e o
relacionamento com os particulares.
9. Princípio da gratuitidade: artigo 11º CPA.

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Depois de analisados os objectivos e os princípios fundamentais subjacentes ao procedimento
administrativo podemos concluir que este tem uma grande importância na medida em que
permite à Administração tomar uma melhor e mais adequada decisão, permite-lhe prosseguir
melhor o interesse público e acima de tudo defender e salvaguardar os interesses dos particulares
e os seus interesses legítimos.

Tudo isto resulta principalmente da mudança de uma administração autoritária para uma
administração prestador preocupada fundamentalmente em prosseguir o interesse público e os
direitos dos particulares.

Conclusão

Chegando ao fim deste trabalho, conclui-se que o procedimento administrativo é a sequência


juridicamente ordenada de actos e formalidades tendentes à preparação da prática de um acto da
Administração ou à sua execução.

Com base na literatura ilustrada neste trabalho, chegou-se a conclusão de que o procedimento é
uma sequência. Isso quer dizer que, os vários elementos que o integram não se encontram
organizados de qualquer maneira. Dai que, o procedimento constitui uma sequência
juridicamente ordenada, que é a lei que determina quais os actos a praticar e quais as
formalidades a observar. E é também a lei que estabelece a ordem dos trâmites a cumprir, o
momento em que cada um deve ser efectuado, quais os actos antecedentes e os actos
consequentes.

Por outro lado, o Procedimento Administrativo traduz-se numa sequência de actos e


formalidades. Na verdade, não há nele apenas actos jurídicos ou tão-só formalidades: no
Procedimento Administrativo tanto encontramos actos jurídicos como meras formalidades.
Todavia, o Procedimento Administrativo tem por objecto um acto da Administração. A
expressão “acto da Administração” engloba genericamente todas essas categorias. O que dá
carácter administrativo ao procedimento é, precisamente, o envolvimento da Administração
Pública e o facto de o objecto dele ser um acto da Administração.

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Contudo, o Procedimento Administrativo tem por finalidade preparar a prática de um acto ou
respectiva execução. Daqui decorre a distinção, entre procedimentos decisórios e executivos.

Bibliografias

Diogo Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, Almedina, Coimbra - volume II,
2ªEdição, 2011

João Caupers, Introdução ao Direito Administrativo. Âncora, 10ªEdição, 2009.

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Mariana de Andrade, técnicas de pesquisa, 5ª Ed., São
Paulo, Atlas, 2002.

Decretos:

a) Decreto 30 / 2001 de 15 de Outubro que aprova as normas de funcionamento de


administração pública.
b) Decreto-lei Nr 10 / 2007 de 1 de Agosto.
c) Lei do procedimento administrativo de 14 / 2011 de 10 de Agosto.

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AUTOR DO ARTIGO
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