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DA CALIGRAFIA À ESCRITA.
experiências escolanovistas c o m caligrafia
muscular nos anos 3 0
126 R. Fac. Educ, São Paulo, v.24, n.l, p.l26-140, jan./jun., 1998
Diana Gonçalves VIDAL
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D a caligrafia à escrita: experiências escolanovistas c o m caligrafia muscular nos anos 3 0
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Segundo Maria Lúcia S. Hilsdorf, entretanto, já e m 1895, e m São Paulo, "o Estado comprava
também do Dr. Lane, os famosos Cadernos de Caligrafia e de Aritmética, empregando-os largamente
em suas escolas primárias renovadas" (HILSDORF, 1977. p.l 81).
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Dados fornecidos pela Biblioteca da Cia. Melhoramentos de São Paulo, em dezembro de 1995.
Todas as informações sobre publicações da Cia. Melhoramentos de São Paulo, utilizadas neste
artigo, foram recolhidas na mesma fonte.
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Em 1932, sob a administração Anísio Teixeira da Instrução Pública/Departamento de Educação
do Distrito Federal, a Escola Normal da capital brasileira havia se transformado e m Instituto de
Educação. Escola laboratório, composta pela reunião do Jardim de Infância, Escola Primária,
Escola Secundária e Escola de Professores, o Instituto de Educação constituiu u m a nova prática de
formação docente, baseada na prática laboratorial que transformava o/a aluno/a e m pesquisador/
a e e m objeto de pesquisa, e o ensino e m técnica e e m permanente crítica. Talvez u m a das
experiências mais representativas desse espírito da pesquisa no Instituto tenha sido a realizada por
Orminda Isabel Marques, ver (Vidal, 1995).
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A tradução, manuscrita, foi realizada em um caderno do "Lyceu Nacional Rio Branco", que m e
chegou às mãos gentilmente cedido por Ruy Lourenço Filho.
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Entrevista realizada com D. Haydée Gallo Coelho em 19 de dezembro 1996, no Rio de Janeiro. D.
Haydée conserva, até hoje, os exercícios caligráficos feitos durante sua formação docente. Depois
de diplomada, foi convidada a assumir c o m o professora na Escola Primária do Instituto de Educação.
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Entrevista realizada com D. Ruth Arzua Barbosa, em 2 0 de setembro de 1996, no Rio de Janeiro.
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Publicação do próprio Instituto de Educação destinada a registrar e divulgar as investigações
realizadas na Escola para os corpos discente e docente
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Francisco Vianna, conhecido pelos seus cadernos de caligrafia vertical, editados desde o início do
século, nos anos 3 0 e 4 0 , publicou u m a outra série de cadernos caligráficos também pela Cia.
Melhoramentos, denominada Caligrafia Americana, composta por seis cadernos de exercícios
e um caderno auxiliar, inspirados no modelo de escrita inclinada, com tiragens de 6 0 mil exemplares,
nos anos 4 0 .
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Já e m 1940, Antônio D'Ávila, professor de Educação da Escola Normal anexa ao Ginásio do
Ipiranga, publicava o livro Práticas escolares, "de acordo com o programa de prática de ensino do
curso normal e com a orientação do ensino primário", onde, após uma reflexão histórica e teórica
sobre o ensino da escrita, remetia-se aos estudos de Orminda Marques, recomendando o uso da
caligrafia muscular nas escolas primárias paulistas (D'Àvila, 1940, capa.). N o Programa para o
ensino primário fundamental, publicado e m São Paulo, e m 1949 e reeditado e m 1 9 5 0 e 1951, as
prescrições sobre o ensino da escrita dividiam-se e m dois capítulos, um referente à linguagem
escrita e outro à técnica de escrever. N o segundo, as recomendações seguiam de maneira muito
próxima o programa proposto por Orminda, e m "A escrita na escola primária"
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O interesse com a produção de um novo senso estético no/a educando/a pode ser apreciada em
outras iniciativas do Instituto de Educação; como, por exemplo, a construção de técnicas de olhar
através da prática do desenho e da análise cinematográfica. Essas questões estão ampliadas e m
minha tese de doutorado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Janeiro: Instituto de Estudos pedagógicos, 1949. 77p. (Publicação n.42)
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escrita no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. p.29-46.
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brazileira de cadernos, Caderno n.4)
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