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Psicologia da Educação e da

Aprendizagem
Aula 4
Epistemologia Genética de Jean Piaget
Profª Juliana Chueire Lyra
Mestre em Educação
Psicologia da educação e da aprendizagem
Objetivo da Aula 4:
Possibilitar construção do conhecimento a
respeito dos principais conceitos que estruturam a
teoria construtivista de Jean Piaget, a
Epistemologia Genética, enfatizando principais
relações com o papel da educação formal e
informal sobre o desenvolvimento cognitivo e
moral humano.
Jean Piaget (1896-1980) - teórico do
desenvolvimento cognitivo
Psicólogo e biólogo suíço, pesquisou a psicogênese dos
processos cognitivos:
formação do conhecimento no indivíduo.
Como a criança aprende?
Como se constrói o conhecimento?
Como o ser humano conhece o mundo?
Como se desenvolve a inteligência?
Vídeo

Quem foi Jean Piaget?

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=PBVNYRQP7Sk
Jean Piaget: conceitos básicos
Esquemas: são estruturas mentais com que os
indivíduos intelectualmente se adaptam e
organizam o ambiente.
Assimilação: consiste em encaixar um novo objeto
num esquema mental já existente - explica o
crescimento da inteligência.
Jean Piaget: conceitos básicos
Acomodação: “modificar esquemas para que
correspondam aos objetos da realidade.”
Equilibração: “processo ativo, corrige as
distorções do pensamento, através das
compensações: resulta em nova compreensão
e satisfação = equilíbrio.”
Conteúdo: “é o que a criança conhece.
Refere-se aos conhecimentos observáveis
sensório motor e conceitual que refletem
a atividade intelectual”.
Ação e conhecimento: “é a ação sobre o
meio que permite o desenvolvimento
cognitivo (assimilação e acomodação).”
Continuum do desenvolvimento: as
mudanças cognitivas resultam de um
processo de desenvolvimento. Mudança
qualitativa de aprimoramento da
estrutura mental.
Quatro fatores do desenvolvimento
cognitivo: ação, maturação, transmissão
social, equilibração.
Mourão Sá (2001) indica que a estruturação do
conhecimento para Piaget não pode ser explicada como
uma predeterminação nas estruturas internas do
indivíduo, nem derivando dos objetos. Para a autora a
concepção de conhecimento para Piaget é
[...] uma construção permanente, efetiva e contínua
que resulta das trocas dialéticas dos indivíduos com o
meio (p.88).
As pesquisas de Piaget demonstraram que existem
formas de perceber, compreender e se comportar diante
do mundo, próprias de cada faixa etária.
Todos os indivíduos passam por períodos ou estágios:
“conjunto de características próprias de cada momento
do processo de desenvolvimento das estruturas
cognitivas” (MOURÃO SÁ, 2001, p.88).
Vídeo

Jean Piaget - Fases do Desenvolvimento

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go
Estágios do desenvolvimento
São importantes para a compreensão das
características do pensamento da criança ao longo do
continuum do desenvolvimento (PIAGET, 1978).
Sensório-motor (mais os menos até 2 anos)
Pré-operatório (de 2 a 7-8 anos)
Operatório-concreto (de 7-8 a 11-12 anos)
Operatório formal (a partir de 12 anos)
Estágios do desenvolvimento cognitivo:
sensório – motor (nascimento aos 2 anos)
As realizações do bebê consistem na coordenação de suas
percepções sensoriais e em comportamentos motores simples.
Os bebês passam a reconhecer a existência de um mundo externo a
eles e começam a interagir com ele. São mais importantes a
descoberta do próprio corpo e o aumento do poder de atuar sobre
o ambiente.
Estágios do desenvolvimento cognitivo:
sensório – motor (nascimento aos 2 anos)
A principal aquisição deste período é a constância de objeto, ou seja,
no final do 1º ano de vida o objeto retirado do campo visual da
criança não deixa de existir para ela, como ocorria antes.
Ela sabe distinguir objetos de si própria, e elabora imagens deles em
sua mente.
Estágios do desenvolvimento cognitivo: pré-
operacional (de 2 a 7 anos)
A aquisição da linguagem e do uso dos símbolos é o que
caracteriza esta fase. As palavras – nome das coisas – passam
a ter qualidades mágicas e a representar as coisas ausentes.
Ela crê que o nome do objeto é parte dele e que não existe sem
o nome. Ex. fantasias
Estágios do desenvolvimento cognitivo: pré-
operacional (de 2 a 7 anos)
Seu pensamento é egocêntrico, vê as coisas da sua
perspectiva, pensa que aquilo que acontece no mundo foi
criado para o seu interesse.
Não possui a noção de conservação, em vez de usar a lógica
explica os acontecimentos através da intuição.
Prova da conservação do líquido
Vídeo

Prova Operatória

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=GELepogJmY0
Pensamento operatório concreto segundo
Piaget (7 a 11 anos)
São capazes de realizar operações mentais, ações
internalizadas que se ajustam a um sistema lógico que permite
combinar mentalmente, separar, ordenar e transformar objeto
e ações.
Essas operações são consideradas concretas porque são
realizadas na presença de objetos e eventos sobre os quais se
está pensando.
Pensamento operatório concreto segundo
Piaget (7 a 11 anos)
A criança compreende problemas de conservação, seriação e
inclusão de classe.
No autoconceito, percebe-se um juízo global da autoestima
por volta dos 7 ou 8 anos.
Nas relações com os companheiros, a segregação por gênero
torna-se virtualmente completa por volta dos 6 ou 7 anos, em
especial nas amizades individuais.
Estágio operatório formal (12 anos em diante)

Egocentrismo adolescente - ao contrário das crianças


pequenas egocêntricas, os adolescentes não negam que as
outras pessoas possam ter percepções e crenças diferentes: os
adolescentes apenas se tornam muito centrados em suas
próprias idéias.
Noção de “platéia imaginária”: sensação de que todos os
estão observando ou os analisando:
“ Todo mundo notou que eu usei esta camisa duas vezes esta
semana".
Pensamento egocêntrico
Estágio operatório formal (12 anos em diante)

As estruturas cognitivas da criança estão mais maduras e seu


pensamento não está mais ligado às experiências diretas. O
pensamento lógico já consegue ser aplicado a todos os
problemas que surgem. O indivíduo desenvolve operações de
lógica, classe, ordem e número.
Elabora teorias abstratas e usa o raciocínio hipotético-
dedutivo que é baseado em hipóteses verbais e não somente
em objetos.
Estágio operatório formal (12 anos em diante)

Uma vez que podem pensar em mundos que não existem, eles
com frequência se interessam pela fi cção científi ca.
Deduzem o conjunto de "melhores" possibilidades e imaginam
mundos ideais (os pais e professores ideais). Desenvolvem
interesse em utopias, causas políticas e questões sociais.
Vídeo

Pensamento infantil
A construção da moralidade

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=6tOavV48E9o
Teoria de Piaget e as implicações para a
prática pedagógica
Piaget não direcionou sua pesquisa para a educação e o ensino.
Mas sua teoria sobre como as crianças adquirem o
conhecimento e como se desenvolvem intelectualmente
proporciona muita informação relevante para a educação.
Pode ser usada como instrumento auxiliar dos professores na
compreensão dos alunos e na compreensão do porquê eles
aprendem ou não, na escola.
Teoria de Piaget e as implicações para a
prática pedagógica
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo ocorre quando
temos um conflito cognitivo, que provoca desequilibração,
instabilidade, dúvida, desejo de saber e motivação para outras
explorações. O método que consiste em questionar os alunos
ajudando-os a entrar em conflito cognitivo produtivo ou em
desequilíbrio é a exploração crítica.
Teoria de Piaget e as implicações para a
prática pedagógica
Mourão Sá (2001, p.107) afirma que “explorar criticamente os
conteúdos pode ser um método empregado pelos professores
com o fim de incitar um conflito cognitivo que é produtivo”. O
objetivo da exploração crítica é determinar quais construções
os alunos dispõem sobre o conteúdo em discussão.
Teoria de Piaget e as implicações para a
prática pedagógica
Uma das tarefas a escola é promover a construção da
autonomia intelectual nos alunos.
A prática educacional que investe na autonomia dos alunos e
permite que eles ajam física e mentalmente sobre os conteúdos
da aprendizagem escolar é uma representante do
pensamento piagetiano.
Teoria de Piaget e as implicações para a
prática pedagógica
Os alunos aprendem a fazer suas próprias escolhas e a tomar
decisões por sua conta e risco, indicando que conhecem quais
são seus próprios interesses.
O professor deve ter flexibilidade e abrir mão de seus controles
sobre o caminho que os alunos seguem e sobre o que
realmente fazem (MOURÃO SÁ, 2001).
Referências bibliográficas
MOURÃO SÁ, M.S.M. Piaget e a construção do homem:
conhecimento, afeto e moral. In: MACIEL, I. M. (Org) Psicologia
e educação: novos caminhos para a formação. Rio de
Janeiro: Ciência Moderna, 2001.
PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1978.
TAILLE, Yves de La; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa.
Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em
discussão. São Paulo: Summus, 1992.
SALVADOR, César Coll et al. Psicologia
da educação. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 1999.

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