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1. Os desafios
Propomos cinco grandes eixos de acção para o próximo mandato:
Política de não discriminação
O envolvimento do Departamento Federativo na defesa de mais
igualdade: debate sério e fundamentado no combate a quaisquer
formas de discriminação; defesa de medidas que reforcem a
igualdade de tratamento, independentemente do sexo, origem étnica
ou racial, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual;
promoção de debates federativos sobre estes temas.
Igualdade de género
Assistimos a uma crescente participação das mulheres em todos os
quadrantes da vida profissional, mas o défice é ainda grande quando
se trata de decisões públicas. No momento em que se aproximam
três importantes actos eleitorais é fundamental que o importante
papel que a mulher tem em vários domínios da vida social tenha
idêntica expressão na restado na sociedade civil, perpasse para a
vida política e para a decisão pública.
Tomada de decisão Política - Em pouco mais de três décadas de
democracia registámos importantes conquistas, nomeadamente no
plano legislativo. Destacamos a Lei da Paridade como um marco
importantíssimo para a democracia portuguesa e para os direitos das
mulheres. Contudo, o avanço civilizacional, i.e., a alteração de
mentalidades e de práticas ainda não nos permite afirmar que a
participação das mulheres na vida política e nos postos de decisão
esteja conseguida, designadamente nas Autarquias (existem apenas
23 Presidentes Mulheres - 7,5% e 488 Mulheres Vereadoras - 29%.
Tomada de decisão Económica - Sabemos hoje que as sociedades
mais desenvolvidas e mais competitivas são as que mais promovem a
igualdade de género. A determinação política em alterar o perfil
empresarial português, para tornar visíveis potencialidades que,
muitas vezes por razões culturais e sociológicas, não são estimuladas,
exprime-se através do recurso a instrumentos do quadro comunitário
de apoio. Através do Eixo 7- Igualdade de Género – do POPH do QREN
pretende-se:
• promover a igualdade de oportunidades no acesso e na participação
no mercado de trabalho;
• combater a segregação horizontal e vertical no mercado de
trabalho;
• combater a desigualdade salarial;
• promover a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal
(dando prioridade à criação de condições de paridade na
harmonização das responsabilidades profissionais e familiares).
O Empreendedorismo Feminino constitui-se como forte impulsionador
de inovação social, visando restaurar o equilíbrio entre homens e
mulheres na criação do próprio emprego e promover a inclusão
social, capacitar as mulheres, quer individualmente quer enquanto
grupo, valorizando o capital social que representam. Pretende-se,
desta forma, alicerçar a sustentabilidade dos negócios geridos por
mulheres, garantir o empoderamento das mulheres na esfera pública
e a participação de homens e mulheres na criação de empresas de
forma igualitária.
Assim, o Departamento Federativo dinamizará acções para o reforço
da participação política e económica das mulheres em todas as
esferas de decisão, bem como organizará um plano de formação
sobre o empoderamento das mulheres.
A articulação com a Federação, com as concelhias e com as secções
sectoriais e temáticas tem aqui um papel essencial. Por isso,
propormos a assinatura de protocolos de cooperação com estas
estruturas para a elaboração dos Planos de Igualdade concelhios e
federativo.
Pretendemos dinamizar a intervenção das militantes socialistas nos
diferentes domínios, nomeadamente nos órgãos autárquicos, nos
diversos departamentos da Administração Pública, nas empresas, nas
associações profissionais e na sociedade civil.
Políticas de conciliação
As últimas décadas foram marcadas por um crescimento acelerado
da actividade feminina na esfera pública e, simultaneamente, pela
persistência de uma clara separação entre os tradicionais papéis
femininos e masculinos. O aumento da participação das mulheres no
mercado de trabalho não tem vindo a ser equilibrado por análogo
incremento da participação dos homens nas responsabilidades de
cuidado da casa e dos familiares, nomeadamente dos filhos. Em
Portugal constata-se que a generalidade das mulheres trabalha a
tempo inteiro. Esta situação tem como consequência um peso
excessivo de responsabilidades familiares e profissionais sobre as
mulheres, dificultando as suas opções profissionais e pessoais, ao
mesmo tempo que afecta igualmente os homens no desempenho do
seu papel na família e no exercício dos direitos de paternidade.
As mulheres continuam a defrontar-se com inúmeras dificuldades
neste âmbito. A articulação da vida profissional com a vida familiar e
pessoal é actualmente crucial para a promoção de um
desenvolvimento sustentável que alie crescimento económico,
satisfação pessoal e incentivo da natalidade, em harmonia com o
respeito pelas diversas formas de organização social.
Reconhecendo o papel decisivo dos Departamentos Federativos das
Mulheres Socialistas na eliminação dos estereótipos, no incentivo da
aceitação dos princípios de partilha equilibrada das responsabilidades
familiares e profissionais, bem como na preparação adequada das
crianças e jovens para o mundo do trabalho, afigura-se pertinente e
urgente:
i) a promoção de campanhas e de acções de sensibilização e
informação à população;
ii) o reforço da intervenção partidária na construção de políticas que
contribuam para a conciliação da vida profissional e da vida pessoal e
familiar, nomeadamente no apoio às crianças, à população idosa e
outros dependentes, visando a igualdade no trabalho e no emprego.
2. A responsabilidade
3. A Força
Jesuína Ribeiro