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MULHERES SOCIALISTAS DA FAUL

MAIS IGUALDADE, MAIS PARTICIPAÇÃO, MAIS CIDADANIA

Todos os direitos humanos – civis, políticos, económicos, sociais e


culturais – são interdependentes, indivisíveis e universais. Contudo, o
usufruto dos Direitos Humanos não é igual para todas as pessoas: a
igualdade entre homens e mulheres ainda não é uma realidade. Por
este motivo houve a necessidade de criar um conjunto de
instrumentos internacionais específicos sobre os direitos das
mulheres para combater quaisquer formas de discriminação de que
estas são vítimas. Neste domínio destacamos a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres
(CEDAW), a Declaração e a Plataforma de Acção de Pequim e os
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Portugal assumiu
plenamente todos estes compromissos internacionais.
No ano em que celebramos o Centenário sobre O Dia Internacional
das Mulheres devemos fazer um balanço dos progressos alcançados e
reflectir sobre os obstáculos ainda existentes para atingir uma
efectiva igualdade entre mulheres e homens; para nos lembrarmos
tanto das conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres
como das discriminações e violências a que muitas ainda estão
sujeitas.

Celebramos também o Centenário da República Portuguesa e


queremos salientar o envolvimento histórico das mulheres na defesa
dos ideais republicanos. A Revolução Republicana foi feita por
homens e também por mulheres que, através do seu activismo cívico
e associativo, contribuíram para o desenvolvimento da sociedade
portuguesa. A sua participação no espaço público e político visava,
simultaneamente, a mudança de regime e a alteração da condição de
menoridade das mulheres.

Muitas conquistas civilizacionais se alcançaram nas últimas décadas,


designadamente no plano nacional.
A Revolução do 25 de Abril em Portugal foi um momento decisivo na
história do nosso país e também na transformação do estatuto da
mulher na sociedade portuguesa.
As políticas públicas de promoção da igualdade e de luta contra todas
as formas de discriminação são estruturantes na construção de uma
sociedade inclusiva, onde todas e todos possam realizar-se
plenamente, independentemente do sexo.

O Partido Socialista é pioneiro na promoção da igualdade de género,


dignificando, mais uma vez, a sua história de partido precursor da
modernidade, convergindo para os grandes avanços civilizacionais da
sociedade portuguesa.
A actuação política na anterior legislatura promoveu as bases
estratégicas para alcançar uma efectiva igualdade e combater as
discriminações: Lei da Paridade (representação mínima de 33% de
cada sexo) – 2006; IVG (2007) - Exclusão da ilicitude nos casos de
interrupção voluntária da gravidez; Lei da Violência Doméstica (nº
112/2009) – regime jurídico aplicável à prevenção da violência
doméstica, à protecção e à assistência das suas vítimas e os Planos
Nacionais.
Em 2009 o PS apresentou-se ao eleitorado com um programa cujo
objectivo fundamental em matéria de política para a igualdade de
género assenta numa maior responsabilização do Estado. Neste
sentido, o PS apresentou a igualdade de género como uma área
prioritária de intervenção política, conforme expresso na Estratégia
de Lisboa e no Quadro de Referencia Estratégico Nacional.

A igualdade entre mulheres e homens tem, cada vez mais, um papel


de relevo nas agendas políticas nacionais, europeias e internacionais.
Os Departamentos Federativos das Mulheres Socialistas, consagrados
nos Estatutos do Partido, em muito têm contribuído para o
envolvimento de mais mulheres na vida política e para vitórias
decisivas, nomeadamente o Referendo sobre a despenalização da
IVG. Os DFMS têm tido um papel fundamental na construção de uma
sociedade mais justa, mais democrática e mais igualitária.

1. Os desafios
Propomos cinco grandes eixos de acção para o próximo mandato:
Política de não discriminação
O envolvimento do Departamento Federativo na defesa de mais
igualdade: debate sério e fundamentado no combate a quaisquer
formas de discriminação; defesa de medidas que reforcem a
igualdade de tratamento, independentemente do sexo, origem étnica
ou racial, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual;
promoção de debates federativos sobre estes temas.

Igualdade de género
Assistimos a uma crescente participação das mulheres em todos os
quadrantes da vida profissional, mas o défice é ainda grande quando
se trata de decisões públicas. No momento em que se aproximam
três importantes actos eleitorais é fundamental que o importante
papel que a mulher tem em vários domínios da vida social tenha
idêntica expressão na restado na sociedade civil, perpasse para a
vida política e para a decisão pública.
Tomada de decisão Política - Em pouco mais de três décadas de
democracia registámos importantes conquistas, nomeadamente no
plano legislativo. Destacamos a Lei da Paridade como um marco
importantíssimo para a democracia portuguesa e para os direitos das
mulheres. Contudo, o avanço civilizacional, i.e., a alteração de
mentalidades e de práticas ainda não nos permite afirmar que a
participação das mulheres na vida política e nos postos de decisão
esteja conseguida, designadamente nas Autarquias (existem apenas
23 Presidentes Mulheres - 7,5% e 488 Mulheres Vereadoras - 29%.
Tomada de decisão Económica - Sabemos hoje que as sociedades
mais desenvolvidas e mais competitivas são as que mais promovem a
igualdade de género. A determinação política em alterar o perfil
empresarial português, para tornar visíveis potencialidades que,
muitas vezes por razões culturais e sociológicas, não são estimuladas,
exprime-se através do recurso a instrumentos do quadro comunitário
de apoio. Através do Eixo 7- Igualdade de Género – do POPH do QREN
pretende-se:
• promover a igualdade de oportunidades no acesso e na participação
no mercado de trabalho;
• combater a segregação horizontal e vertical no mercado de
trabalho;
• combater a desigualdade salarial;
• promover a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal
(dando prioridade à criação de condições de paridade na
harmonização das responsabilidades profissionais e familiares).
O Empreendedorismo Feminino constitui-se como forte impulsionador
de inovação social, visando restaurar o equilíbrio entre homens e
mulheres na criação do próprio emprego e promover a inclusão
social, capacitar as mulheres, quer individualmente quer enquanto
grupo, valorizando o capital social que representam. Pretende-se,
desta forma, alicerçar a sustentabilidade dos negócios geridos por
mulheres, garantir o empoderamento das mulheres na esfera pública
e a participação de homens e mulheres na criação de empresas de
forma igualitária.
Assim, o Departamento Federativo dinamizará acções para o reforço
da participação política e económica das mulheres em todas as
esferas de decisão, bem como organizará um plano de formação
sobre o empoderamento das mulheres.
A articulação com a Federação, com as concelhias e com as secções
sectoriais e temáticas tem aqui um papel essencial. Por isso,
propormos a assinatura de protocolos de cooperação com estas
estruturas para a elaboração dos Planos de Igualdade concelhios e
federativo.
Pretendemos dinamizar a intervenção das militantes socialistas nos
diferentes domínios, nomeadamente nos órgãos autárquicos, nos
diversos departamentos da Administração Pública, nas empresas, nas
associações profissionais e na sociedade civil.

Políticas de conciliação
As últimas décadas foram marcadas por um crescimento acelerado
da actividade feminina na esfera pública e, simultaneamente, pela
persistência de uma clara separação entre os tradicionais papéis
femininos e masculinos. O aumento da participação das mulheres no
mercado de trabalho não tem vindo a ser equilibrado por análogo
incremento da participação dos homens nas responsabilidades de
cuidado da casa e dos familiares, nomeadamente dos filhos. Em
Portugal constata-se que a generalidade das mulheres trabalha a
tempo inteiro. Esta situação tem como consequência um peso
excessivo de responsabilidades familiares e profissionais sobre as
mulheres, dificultando as suas opções profissionais e pessoais, ao
mesmo tempo que afecta igualmente os homens no desempenho do
seu papel na família e no exercício dos direitos de paternidade.
As mulheres continuam a defrontar-se com inúmeras dificuldades
neste âmbito. A articulação da vida profissional com a vida familiar e
pessoal é actualmente crucial para a promoção de um
desenvolvimento sustentável que alie crescimento económico,
satisfação pessoal e incentivo da natalidade, em harmonia com o
respeito pelas diversas formas de organização social.
Reconhecendo o papel decisivo dos Departamentos Federativos das
Mulheres Socialistas na eliminação dos estereótipos, no incentivo da
aceitação dos princípios de partilha equilibrada das responsabilidades
familiares e profissionais, bem como na preparação adequada das
crianças e jovens para o mundo do trabalho, afigura-se pertinente e
urgente:
i) a promoção de campanhas e de acções de sensibilização e
informação à população;
ii) o reforço da intervenção partidária na construção de políticas que
contribuam para a conciliação da vida profissional e da vida pessoal e
familiar, nomeadamente no apoio às crianças, à população idosa e
outros dependentes, visando a igualdade no trabalho e no emprego.

Combate à violência doméstica


O Departamento Federativo promoverá acções de informação e
formação sobre esta temática assentes numa cultura para a
cidadania e para a igualdade que difunda novos valores sociais
eliminar relações de dominação e promover a igualdade de género.
Consideraremos indigno que em Portugal continuem a morrer
mulheres vítimas de violência doméstica. É nosso dever promover a
cidadania, incentivando a sociedade a responsabilizar-se pelo
combate a este flagelo.

Género, pobreza e exclusão social


2010 é o Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social. Em
Portugal, assim como no resto da Europa a crise económica e
financeira está a ter um forte impacto na situação profissional de
homens e mulheres. De salientar que o impacto da crise sobre a
situação do mercado de trabalho de mulheres e homens ainda não é
conhecido. Contudo, é provável que a extensão da crise tenha um
forte impacto sobre o emprego das mulheres, nomeadamente no
sector público. A posição desfavorável das mulheres no mercado de
trabalho (diferenças salariais, pensões mais baixas, etc.) tem
consequências em termos da sua maior exposição ao risco de
pobreza, nomeadamente nas famílias monoparentais e na população
idosa.
O Departamento Federativo pretende reforçar a intervenção
partidária ao nível da FAUL e das Concelhias, estabelecendo com
estas estruturas protocolos para a promoção da igualdade. Serão
promovidas acções de informação sobre esta temática nas Secções
de Residência e Secções Sectoriais e Temáticas, assim como
colóquios, debates, acções de sensibilização/informação e formação e
outras iniciativas temáticas.
Pretendemos contribuir para a elaboração das propostas políticas do
PS neste domínio.

2. A responsabilidade

Sabemos que a conjuntura actual não é, com certeza, das mais


fáceis. É necessário contrariar o endémico espírito derrotista e, com
uma militância activa, trazer mais Mulheres e Homens para a vida
política.
Por isso, assumimos perante vós os seguintes compromissos:
• Afirmar a Federação das Mulheres Socialistas na actividade da FAUL
e do Partido;
• Assegurar a articulação com a Juventude Socialista;
• Promover a realização de encontros regulares com o Departamento
Nacional das Mulheres Socialistas;
• Contribuir para a concretização das medidas previstas nas
orientações programáticas do Partido;
• Estruturar o Departamento Federativo definindo pelouros
específicos de intervenção dos membros do Secretariado Executivo
visando o envolvimento e participação de todas as mulheres
socialistas;
• Dinamizar a utilização das páginas da Internet da FAUL e do Partido
Socialista com a informação do Departamento Federativo.
• Dinamização das redes sociais com informação sobre a actividade
do Departamento Federativo e distribuição de uma publicação
electrónica semestral.

3. A Força

Queremos construir convosco novas políticas para a promoção da


Igualdade entre Mulheres e Homens, centradas na execução das
medidas definidas nas orientações programáticas do Partido.
É o desafio da contemporaneidade. É o nosso objectivo: recusar o
determinismo de género.

Faremos do PARTIDO SOCIALISTA o vencedor dos desafios que se


aproximam.
Obrigada às mulheres socialistas.

Candidata a Presidente do Departamento Federativo da FAUL

Jesuína Ribeiro

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