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OEIRAS – PI
2018
JOSEANE ALVES DO VALE
OEIRAS – PI
2018
JOSEANE ALVES DO VALE
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João Batista Farias Junior.
Orientador
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1º Examinador (a)
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2º Examinador (a)
OEIRAS – PI
2018
Dedico a Deus por mi fortalecer a cada
jornada cansada, ao meu esposo Marcos
Antônio pela confiança e incentivo, aos meus
pais, aos meus irmãos e a turma por suportar
os defeitos e desânimo às vezes expresso.
Agradeço primeiramente a Deus que me deu
esta força e sabedoria para dar continuidade,
a meu esposo Marcos Antônio que sempre
esteve do meu lado me incentivando e ficando
com nossas filhas pra eu estudar e a minha
irmã Roseane por me dizer palavras de
incentivo quando queria fraquejar.
“Se vives de acordo com as leis da natureza,
nunca serás pobre; se vives de acordo com
as opiniões alheias, nunca serás rico”.
SÊNECA
RESUMO
With the emergence of the technological evolutions of modernity, new and challenging
questions are emerging that are related to the urgent need for (re) formulation of
ethical principles based on the circumstances of the present man and that responds to
the new form to think about the advances made by technological means. In view of the
above, the present study aims to analyze the philosophical contributions of the author
Hans Jonas and his studies on the behavioral ethics of man and his relationship with
the environment, a Theory of Responsibility approach is developed as an ethical
imperative that promotes the reconciliation between man and nature. For the
development of the present study, a bibliographical research was used as
methodological path, since it allows the analysis of the positioning of authors who have
already discussed the subject in focus. Among the authors, the following stand out:
JONAS (2006), BARRETO (2005), CARVALHO (1996), DEMO (2005) and MILARÉ
(2004). In addition to this, other works that deal with the subject in focus for the
elaboration of the position of the author of the present study were read. The study is
structured in three chapters. The first brings Hans Jonas' criticism of anthropocentric
ethics and its effects on man's relationship with the environment that surrounds him. In
the second, nature is presented as a good in itself that man must be aware of in the
use of his resources for the good of man himself. The third shows the importance of
the duty, the being and the responsibility that is the responsibility of man as the
maintainer of the species itself. This study is wrapped up with reflections on the
philosophical contributions of Hans Jonas to the theme in focus, as well as the need
for the discursion of the concept of ethics in modernity.
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................10
INTRODUÇÃO
A relação do ser humano ao longo de sua historia como o meio que o cerca,
com ênfase ao meio ambiente, sempre foi uma interação fundamental para sua
sobrevivência. Esta relação sempre foi marcada no entendimento humano de
dominação sobre a mesma, e que com as evoluções conseguidas pela humanidade
esse relacionamento se agrava devido às consequências da postura assumida pelo
homem, o que acaba por comprometer o futuro de ambos.
O homem se encontra dentro da dicotomia em continuar explorando os
recursos naturais ou desacelerar tais explorações. Diante disso o que se espera é a
criação e implementação de politicas sociais que disseminem em todas as camadas
sociais a importância do uso consciente e responsável dos recursos naturais. É fato
que a natureza tem a capacidade de se recompor, mas também é conhecido que
para isso ela necessita de um tempo, por ela mesma determinado.
Diante do exposto, o presente estudo surge a partir de inquietações acerca do
comportamento humano em face ao uso dos recursos naturais, bem como refletir
sobre os posicionamentos de alguns autores que já discorreram sobre a temática,
com ênfase as abordagens feitas pelo autor Hans Jonas.
A teoria defendida pelo filosofo alemão Hans Jonas acerca do principio da
responsabilidade voltada para a formação de uma sociedade preocupada com as
consequências das atitudes tomadas pela sociedade presente, encontram forças no
que diz respeito a utilização de maneira consciente dos recursos naturais, uma vez
que o homem não pode destruir a fonte da qual retira seu sustento.
Para o desenvolvimento do presente trabalho, elegeu-se como objetivo
principal analisar as condições pelas quais o ser humano deve nortear seus
comportamentos socioambientais para que possa fazer uso dos recursos naturais
sem que negligencie nas politicas de conservação do meio ambiente.
E como objetivos específicos, tem-se: refletir sobre as contribuições do
filosofo Hans Jonas relacionadas ao principio da responsabilidade; reconhecer a
necessidade da criação e implementação de politicas de cunho socioambiental para
a construção de uma sociedade mais consciente; reconhecer a importância do papel
da ética no sentido de comportamento socioambiental do individuo.
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Muito se tem discutido acerca do que venha ser uma postura ética e
socialmente aceita. Vários estudiosos do comportamento humano tem se debruçado
sobre teorias que venha explicar os motivos que levam o homem as suas condutas
mais ousadas e/ou as mais tímidas, diante de circunstancias que surgem na sua
vivencia cotidiana.
Dentre estes que percorrem o caminho na tentativa de descobrir e explicitar o
comportamento humano merece destaque Hans Jonas e suas teorias sobre a ética
que deve permear as atitudes do homem em face de si mesmo e ao meio que o
rodeia.
Hans Jonas é um filosofo alemão nascido no ano de 1903. Por circunstancias
do mundo da época, Hans Jonas viajou por vários países, o que pode ter
influenciado na construção da sua visão de mundo e o interesse pelo conhecimento
e questionamento do comportamento humano. Jonas foi jovem em um mundo que
procurar estabelecer seus limites culturais e socioeconômicos.
Ele foi soldado. Transitou pela palestina, depois foi transferido para a Itália,
onde, como soldado da brigada judaica, lutou no exército britânico contra os
nazistas. Em 1949 transferiu-se para o Canadá e, em seguida, para os Estados
Unidos, onde desde então passou a viver e lecionar.
As experiências de Jonas o impulsionaram a percorrer os caminhos da
filosofia, nos quais ele busca desvelar como as ações do homem podem ser
determinantes para a construção e modificação da sociedade, bem como as
consequências dessas ações podem afetar o comportamento individual e social, tais
como sua relação com seu próximo e como o meio ambiente.
Envolto nas evoluções e revoluções em que o mundo presenciava na primeira
metade do século XX, Jonas se enverada por discorrer sobre os avanços
tecnológicos sob o entendimento da filosofia, mas Jonas tornou-se inicialmente
conhecimento no meio filosófico com a publicação de sua obra que versa acerca do
histórico/filosófico da gnose. E posteriormente ele elabora trabalhos sobre a filosofia
da biologia.
A partir de meados dos anos 60, Jonas volta seus estudos e produções para
os questionamentos éticos advindos da postura ética social suscitada pelos avanços
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tecnológicos. Nesse cenário, já no final dos anos 70 Hans Jonas lança a obra que
mais tarde lhe renderia o titulo de doutor honores causa em filosofia, outorgado em
julho do ano de 1992, pela renomada pela Freie Universität Berlin.
“O Principio da Responsabilidade” é a obra que consagra todo o trabalho
desenvolvido por Hans Jonas. Nele o autor faz varias criticas a politica capitalista e
ao comunismo contemporâneo, bem como faz critica a toda sociedade tecnológica
presente.
Em “O Princípio Responsabilidade” Hans Jonas analisa as éticas clássicas e
modernas e procura demonstrar como estas não consegue lidar com a possibilidade
ou com o futuro, mas apenas com a proximidade e com o presente.
Jonas faz uma profunda analise sobre todas as modernizações para a criação
de maquinas e aparelhos que permitiram a época, uma notável expansão na
produção, o que por muitos do meio tecnológico foi considerado o ápice. Jonas faz
criticas ao marxismo, pois apesar de buscar sanar a carência básica da humanidade
por bens de consumo, essa linha de pensamento, segundo Hans Jonas, acaba por
gerar mais uma necessidade de trabalho.
Jonas afirma em sua obra que apesar das facilidades propostas pelos
avanços tecnológicos, as atividades existentes anteriormente caíram em desuso
levando a grande parte da massa trabalhadora ao desemprego, afetando tanto a
sociedade capitalista como a comunista, que acabam por relacionarem entre si.
Analisando a publicação de Jonas acima citada, é perceptível que em face
das evoluções tecnológicas tudo ficou mais acessível, mas também se deve fazer
uma reflexão no que diz respeito ao desemprego causado pela mesma
modernização, pois a substituição na mão-de-obra afeta diretamente ao trabalho
realizado pelo homem. As sociedades, tanto a capitalista quando a comunista se
viram no desafio de criar novos empregos para que pudesse absorver a mão-de-
obra que ora se encontrava ociosa.
As reflexões de Jonas sobre a ética que deve fundamentar a postura humana
ganham força quando se voltam para a relação deste, ser humano, com a utilização
dos recursos naturais.
O homem se embebe na sua busca incansável pelas facilidades para o dia a
dia que acaba por comprometer o meio que o cerca. Jonas visa em suas obras
filosóficas trazer os olhares para as serias consequências que tais posturas podem
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As palavras de Jonas retratam uma natureza que ainda não reclama do fato
do homem fazer uso de seus recursos, uma natureza que tem prazer em servir as
necessidades humanas. Nessa visão, a ética encontra base no comportamento
responsável do homem para a sua formulação.
Aqui, Jonas demonstra que apesar de algumas atitudes, o homem não pode
fazer “gemer” a natureza que o cerca, mas esse seu entendimento seria
posteriormente reformulado, ao ver que mesmo a natureza como “mãe”, precisa de
cuidados.
Na ética tradicional o sujeito estabelecia seu limite de atuação com a
natureza, onde esta ultima atendia as necessidades essenciais do ser humano de
conformidade com seu querer. Assim tinha-se um espaço humanamente equilibrado
na sua relação com o meio, vida social do homem em constante interação com o
meio natural que o cercava.
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de si mesmo, bem como a relação que anteriormente mantinha com o mundo ao seu
redor.
Estabelece-se então, uma relação não mais centrada sob a visão de uma
natureza imutável, mas na dramaticidade da vulnerabilidade de todo o meio
ambiente. Em face desta nova compreensão surge uma renovada relação entre
homem e meio natural, onde fica de lado as delimitações da proximidade e
consequentemente, estende-se o crescimento espacial em conjunto com o
prolongamento do tempo diante as consequências das causa versus efeito, que se
encontra em constante movimentação pela práxis técnica. (Jonas, 2006).
Ocorre de forma cumulativa a justaposição dos efeitos advindos das técnicas
desenvolvidas pela natureza em contraste com a postura humana. Jonas afirma que,
[...] seus efeitos vão se somando, de modo que a situação para um agir e um existir
posterior não será mais a mesma da situação vivida pelo primeiro ator, mas sim
crescentemente distinta e cada vez mais um resultado daquilo que já foi feito (Jonas,
2006).
A predominância da arte campestre levou a homem a buscar um progresso de
forma mais sistematizada e duradoura. Entretanto a maneira como o homem se
utilizou para manter o poder e seus meios de denominação o levaram a um estagio
deteriorado do caráter fundamentalmente ético, questionando-se assim o seu Ser.
Desta maneira o ser humano da modernidade perde sua característica
antológica para que se torne agora produto de sua própria produção. Sob este
entendimento o filosofo Jonas sustenta a teoria que o homem moderno tornou-se
“[...] cada vez mais o produto daquilo que ele produziu e o feitor daquilo que ele
pode fazer [...]. Mas que é ele? Nem vocês nem eu; importa aqui o ator coletivo e o
ato coletivo, não o ator individual e o ato individual” (Jonas, 2006).
Ainda sobre a formulação do conceito de ética Jonas (2006) afirma que:
Jonas menciona o conflito em que o homem se coloca diante aos avanços por
ele mesmo provocado. Tudo isso o leva a refletir sobre os caminhos que deverá
percorrer e como a construção de regras o possa auxiliar para que não seja
consumido por sua própria criação.
O estabelecimento de conceitos éticos modernos deve levar o homem a
refletir sobre sua situação atual, bem como conscientiza-lo das consequências de
suas atitudes. Diante das palavras de Hans Jonas pode-se afirmar que um conceito
atual de ética deve fazer com que o homem moderno busque suas origens no que
diz respeito seu trato com a natureza.
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O homem ainda mora claramente entre o céu e a terra? [...] será que um
espírito meditativo ainda reina sobre a Terra? Aquilo que hoje reina sobre a
terra é a tecnologia moderna, cujo domínio ordena e rege a nossa relação
com tudo aquilo que é. (JONAS, 2006, p. 59)
Jonas (2006) apresenta o mundo como local próprio para a habitação, mas
que para isso deve-se se estabelecer uma reconciliação entre o homem e a
natureza, como nova perspectiva configurada no relacionamento amistoso entre
ambos.
Os questionamentos em torno da crise pela qual passa o meio ambiente,
levantados por Jonas (2006) buscam levar o homem a uma atuação ética, que de
forma ampliada possa apontar para condições propicias para o surgimento de uma
ética ambiental e/ou uma ética de responsabilidade.
Nesse sentido torna-se pertinente colocar as palavras de Jonas que diz:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS