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e Cultura Inglesa
Autor
Orlando Vian Jr.
1.ª edição
116 p.
ISBN: 978-85-7638-846-3
CDD 420
O inglês moderno | 29
Primeira fase do inglês moderno | 29
O inglês moderno | 31
Conclusão | 32
* Doutor em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem e Mestre em Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas. Bacharel em Letras Português-
Inglês pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araçatuba-SP.
Língua e linguagem
Os termos língua e linguagem em língua portuguesa muitas vezes são usados intercambiadamen-
te, embora se refiram a elementos diferentes. Algumas línguas neolatinas possuem termos diferenciados
para cada uma, como o espanhol (lengua/lenguaje), o italiano (lingua/linguaggio) e o francês (langue/
langage), ao passo que no inglês o vocábulo language refere-se tanto à língua como à linguagem.
Utiliza-se o termo língua para se referir ao sistema lingüístico ou a uma língua em específico: a
língua francesa, a língua japonesa, a língua russa, a língua portuguesa ou a língua inglesa, ou seja, o sis-
tema lingüístico estruturado e à disposição dos falantes daquela língua para sua comunicação diária.
O termo linguagem, por sua vez, é usado para fazer referência à capacidade humana de utilizar o
sistema lingüístico, indissociável do pensamento, diferentemente dos animais irracionais, que possuem
uma linguagem, mas não uma linguagem verbal, articulada, usada para expressão de seu pensamento.
Um elemento determinante da linguagem é o contexto, o ambiente social em que ela é utilizada.
Daí a importância de considerarmos outro conceito relacionado à língua e à linguagem: a cultura.
Cultura
O termo cultura pode ter várias acepções. Pode-se entendê-lo em seu sentido mais amplo: quan-
do se diz que uma pessoa é culta, significa que ela possui cultura. Nesse sentido, cultura é sinônimo de
conhecimento adquirido. No entanto, cultura também pode ser entendida como os hábitos e costumes
de determinado povo, uma vez que diversos elementos influenciam o aspecto cultural que, embora
diversos, conforme preceitua Robinson (1985), podem ser agrupados em três grandes áreas: produtos
culturais (literatura, folclore, arte, música, artesanato etc.), idéias (crenças, valores, representações, insti-
tuições etc.) e comportamentos (costumes, hábitos, alimentação, vestuário, lazer etc.).
Todos esses elementos interferem, de forma direta ou indireta, na utilização do idioma estran-
geiro que se aprende, pois é necessária a conscientização sobre a adequação do uso da linguagem ao
contexto. O texto complementar trará outras informações sobre a origem da palavra cultura.
No campo dos estudos interculturais, Bennett (1993) caracteriza dois tipos de cultura: a objetiva
e a subjetiva. A cultura objetiva consiste em todas as manifestações que são produzidas pela sociedade:
literatura, música, ciência, arte, língua etc., ou seja, é o produto concreto criado pela sociedade, enquan-
to a cultura subjetiva está nas manifestações abstratas, tais como os valores, as crenças, as normas, o
uso da língua, o que sugere, assim, uma competência intercultural que os indivíduos imersos em cada
cultura possuem.
Linguagem e cultura, portanto, são indissociáveis. Uma cultura pode ser manifestada de várias
formas e a linguagem é uma das mais comuns, pois é utilizada diariamente para interação social. A
linguagem é, também, a maneira como se expressa a identidade social, a etnia, pois é através dos pro-
cessos comunicativos que se estabelecem todas as interações verbais cotidianas. Pela cultura subjetiva
manifestam-se valores e seguem-se determinadas normas estabelecidas tacitamente para o meio social
em que se interage.
A cultura subjetiva está presente na utilização da língua estrangeira, pois, como aprendizes da-
quela língua e de sua cultura, é necessário compreender as diferenças culturais em eventos sociais,
comportamento, estilos e forma de ação.
Dessa maneira, aprender um novo idioma significa travar contato com uma variada gama de ele-
mentos culturais que influenciam as escolhas lingüísticas, pois essas escolhas são feitas com base no
contexto sócio-histórico em que se interage.
Identidade
Quando se aprende uma língua estrangeira, certamente se cria uma nova realidade e, conse-
qüentemente, constrói-se uma nova identidade: a de usuário daquela língua estrangeira. Revuz (1998)
afirma que aprender uma língua estrangeira é “fazer a experiência de seu próprio estranhamento no
momento em que nos familiarizamos com o estranho da língua e da comunidade que a faz viver”. Dessa
forma, esse estranhamento vai agregando elementos de forma a construir a identidade de aprendizes
de uma língua estrangeira.
Pode-se dizer que a construção da identidade lingüística do aprendiz de uma língua estrangei-
ra ocorre nesse processo de identificação e de estranhamento com a língua estrangeira, pois haverá,
juntamente com esse aprendizado, o desejo de vivenciar a língua que, necessariamente, é utilizada em
uma outra cultura e esse mecanismo contribui para a formação da identidade lingüística do aprendiz.
Todo sujeito que aprende uma língua estrangeira constrói representações e possui diferentes
crenças sobre a língua estrangeira, assim como sobre sua língua materna, pois, no dizer de Grigoleto
(2003, p. 232), “são a conseqüência de suas identidades com determinados saberes sobre as línguas”.
Pode-se depreender, portanto, que cada indivíduo constrói sua identidade na língua e por meio
da língua, ou seja, não existe uma identidade fixa e fora da língua (RAJAGOPALAN, 1998, p. 41). O indi-
víduo aprendendo uma língua estrangeira está, desse modo, construindo sua identidade através dos
novos elementos lingüísticos e culturais inerentes àquele idioma.
Contexto
A linguagem é manifestada através de textos. Isso significa que em toda interação verbal realiza-
da diariamente são produzidos textos, tanto orais quanto escritos.
De acordo com a perspectiva de linguagem preceituada por Halliday (1989), o sucesso da comu-
nicação na produção de textos pode ter sua explicação pela previsão inconsciente que cada usuário da
linguagem faz a partir do contexto de uso.
A noção de contexto, dessa forma, é essencial para compreender a relação entre linguagem e
cultura, uma vez que todas as escolhas lingüísticas que cada falante ou escritor faz ao produzir um texto
estão associadas aos contextos sociais em que os textos são produzidos.
O contexto seria um texto que perpassa outro texto: um con-texto. Isso equivale dizer que tudo
que é dito ou escrito está associado ao contexto. Esse contexto de produção do texto nomeia-se contex-
to de situação, ou seja, o ambiente em que o texto está sendo produzido e veiculado. No entanto, além
dos aspectos mais imediatos associados ao texto, estão presentes, ainda, outros elementos culturais, no
âmbito mais amplo da cultura, isto é, um contexto de cultura.
As interações, dessa forma, serão determinadas tanto pelo contexto cultural mais amplo quanto
pelo contexto situacional mais restrito, e as escolhas lingüísticas que cada usuário fará estarão associa-
das a esses contextos.
Para compreensão dos contextos em que os textos são produzidos, Halliday (1989) define três
elementos do contexto que determinam as escolhas lingüísticas:
::: Campo: O que está acontecendo? Para que a linguagem está sendo usada?
::: Relações: Quem são os participantes da interação? Que papéis eles exercem? Quais as rela-
ções de poder entre eles?
::: Modo: Como esse texto é veiculado?
O estudo desses três elementos auxilia em uma compreensão mais ampla da relação entre lingua-
gem e contexto e tem sido utilizado pelos estudos em lingüística sistêmico-funcional, principalmente a
partir do trabalho de Michael Halliday (1978, 1989) e de estudiosos como Martin (1984), Poynton (1984)
e Eggins (1994), conforme veremos a seguir.
Campo
O campo pode ser entendido como o foco da atividade social em que os interactantes estão
engajados. Ao considerar, por exemplo, um engenheiro explicando o mecanismo de um equipamento
para um grupo de técnicos em uma fábrica ou fazendo uma palestra para seus pares em um congresso,
ele utilizará um linguajar especializado típico de sua área. Se esse engenheiro for explicar a um familiar
como o mesmo equipamento funciona, supostamente vai utilizar uma linguagem menos especializada
e mais cotidiana. O campo do discurso, dessa forma, varia de acordo com o seguinte contínuo:
técnico cotidiano
Esse contínuo indica que a linguagem é adaptada em função da atividade social em que se está
engajado: será utilizado um linguajar mais técnico ou uma linguagem mais simples e corriqueira depen-
dendo da situação.
Relações
As relações entre os participantes da interação também variam de acordo com o poder entre eles,
com a freqüência de seus contatos e com o seu envolvimento afetivo: pessoas mais próximas mantêm
contatos mais íntimos e mais informais, ao passo que pessoas em posições sociais ou hierárquicas dife-
rentes usam um nível de formalidade maior.
Se as relações de poder entre as pessoas são desiguais, a linguagem provavelmente será mais
formal, com elementos lingüísticos que marquem esse distanciamento, ao passo que, em uma relação
em que há igualdade de poder, a linguagem tenderá a ser menos formal, de acordo com o seguinte
contínuo:
igual desigual
Em relação à freqüência de contato entre os usuários, a linguagem também irá variar, afinal de
contas com pessoas com quem mantemos relações cotidianas usamos uma linguagem mais informal e,
com pessoas que não conhecemos ou com quem não temos contato freqüente, tendemos a usar uma
linguagem que marque esse distanciamento.
freqüente ocasional
A linguagem utilizada nas interações sociais também é determinada pelo envolvimento afetivo
existente entre os usuários da linguagem. Relações familiares são informais, enquanto relações profis-
sionais com pessoas com quem se tem menor contato ou que são desconhecidas são mais formais, ou
seja, a linguagem sofre alterações em seu uso em função do envolvimento afetivo, se este for alto ou
baixo, de acordo com o seguinte contínuo:
alto baixo
Todas essas variações irão depender das relações estabelecidas entre os participantes a partir dos
contextos em que interagem.
Modo
O modo do discurso auxilia a determinar, a partir do contexto e da experiência, como a interação
ocorrerá. Age-se de modo diferenciado em cada situação comunicativa a partir de determinações so-
ciais, culturais e lingüísticas.
Em uma conversa corriqueira com um amigo, em uma conversa telefônica, ao escrever um e-mail,
ao ouvir o rádio ou assistir à televisão ou ao ler um romance fica estabelecida uma distância social de
maior ou menor proximidade entre os interactantes em cada situação. A partir desses exemplos, podem
ser situados em um contínuo (EGGINS, 1994):
+ Informal – Formal
+ Contato visual – Contato visual
+ Reação – Retorno
Esses elementos revelam por que, em determinadas situações, são utilizadas determinadas
formas de tratamento, ou usa-se um tratamento mais direto, mais distante, envia-se uma carta, vai-
se pessoalmente ao local, ou seja, optam-se pelas escolhas mais adequadas para interação naquela
situação a partir da experiência como atores sociais que é recorrente na cultura; isso quer dizer que
a experiência social de cada indivíduo indica qual é o tipo de texto a ser utilizado em determinada
interação, qual o papel a ser desempenhado e como organizar o texto.
Em suma, como falantes de um idioma, cada um tem a habilidade de predizer a linguagem que
deve utilizar em determinados contextos e com determinadas pessoas, o que significa que o contexto
influencia as escolhas lingüísticas para a produção das interações diárias.
Crenças e estereótipos
Toda a comunicação intercultural possibilitada pelo inglês como uma língua global traz consigo
alguns elementos que podem influenciar o aprendizado da língua estrangeira ou a forma como se vê a
língua inglesa, principalmente pelas crenças e estereótipos.
Crenças são as imagens que se constroem sobre aquela língua específica ou sobre o que significa
aprender aquele idioma. De acordo com a pesquisadora brasileira Barcelos, crença é
[...] uma forma de pensamento, como construções de realidade, maneiras de ver e perceber o mundo e seus fenôme-
nos, co-construídas em nossas experiências e resultantes de um processo interativo de interpretação e (re)significação.
Como tal, crenças são sociais (mas também individuais), dinâmicas, contextuais e paradoxais. (BARCELOS, 2006, p. 18)
Todo aprendiz possui crenças sobre o que seja aprender inglês e que variam de acordo com o
ambiente sócio-histórico em que os sujeitos estão inseridos e com diversos outros elementos, determi-
nados pelas relações entre aquele ambiente e a língua estrangeira.
Os estereótipos, por seu turno, são as imagens e representações que se constroem em relação a
determinado povo ou a determinada cultura.
Ao pensar em determinado país, vários estereótipos emergem sobre as impressões que se têm
sobre aquele povo, sua cultura, seu modo de vida, sua alimentação, vestuário e diversos outros aspec-
tos dos artefatos culturais que cada cultura produz. Quando se inicia o aprendizado de uma língua
estrangeira, cada um é influenciado, mesmo que inconscientemente, pelas crenças e pelos estereótipos
daquele povo ou daquela cultura. É comum dizer, por exemplo, que um idioma estrangeiro é difícil, que
outro é sonoro, agressivo, romântico e assim por diante. São as crenças influenciando o aprendizado da
língua ou a imagem que se tem daquela língua ou de determinado povo ou de sua cultura.
Conseqüentemente, é comum usar esses elementos como subterfúgios para as dificuldades ou
para justificar determinados aspectos em relação ao aprendizado do idioma. Por isso é importante a
consciência tanto da influência dos estereótipos quanto das crenças no aprendizado. Aprender um
novo idioma exige, portanto, uma atitude de abertura perante a nova cultura da língua que se está
prestes a aprender.
Conclusão
Foram abordados nesta unidade os seguintes itens para a determinação da relação entre língua
inglesa e cultura inglesa:
Texto complementar
Cultura e cidadania na formação do professor de línguas
(VIAN JR., 2006)
As transformações na sociedade pós-moderna direcionaram a política a uma vinculação a me-
canismos econômicos, o que nos levou, por conseguinte, a renomear a forma contemporânea do
capitalismo como neoliberalismo.
Esse estado de coisas, permeado e perpassado ainda por questões hegemônicas e ideológicas,
sugere a assunção de uma postura crítica frente ao mundo em que vivemos e com o qual interagi-
mos. Torna-se necessária, da mesma forma, a adoção de uma postura crítica frente ao que nos impõe
a hegemonia política, lingüística, cultural e econômica. Para tanto, é preciso que reflitamos sobre
nosso papel no mundo e, ao invés de formar os cidadãos que as empresas e os grupos econômicos
esperam, devemos pensar em formar o cidadão que esteja apto a criticá-los. Estou argumentando,
portanto, em favor de uma lingüística crítica, através da qual, como bem propõe Rajagopalan (2003,
p. 12), seja “possível mudar as coisas, ao invés de nos contentar em simplesmente descrevê-las e
fazer teorias engenhosas a respeito delas”.
[...]
No ensino de inglês como língua estrangeira, o que temos observado é que a maior parte do
que é ensinado em relação à cultura, principalmente pela grande quantidade de materiais didáticos
publicados, está relacionado à cultura britânica ou à americana. Em alguns casos, não só pela menor
quantidade de material publicado, mas também por questões hegemônicas, algumas referências
são feitas a outras culturas de países que têm o inglês como língua oficial, como é o caso das cul-
turas canadense, sul-africana, australiana, neo-zelandesa, entre outras. Embora, como assinalaram
Tomalin e Stempleski (1993) na década de 1990, a transcultarilidade fosse uma área em franco cres-
cimento, o estudo sistemático da interação intercultural poderia ser novo para muitos professores.
Dessa forma, uma vez que existem argumentos de que cultura e cidadania não se ensinam, mas
se vivenciam, o que se pode fazer é incitar a reflexão sobre questões culturais e de cidadania, com
vistas a uma formação crítica do futuro professor.
Duas são as concepções de cultura, conforme Santos (1983): uma relacionada aos aspectos da
realidade social, caracterizando, dessa forma, a existência de um povo ou de uma nação. É nessa
acepção que nos referimos, por exemplo, à cultura brasileira, japonesa, espanhola, alemã etc., ou
seja, atribuímos a esse grupo referido um conjunto de costumes, vestuário, alimentação, arquite-
tura, música, dança, arte, entre várias outras manifestações; a segunda acepção refere-se ao co-
nhecimento, relacionando-se, assim, a apenas uma esfera da vida social de determinado grupo. É
importante ressaltar, no entanto, que, mesmo nessa segunda acepção, a noção de um todo social
maior está implícito.
Laraia (1986), por sua vez, ao abordar o conceito do ponto de vista antropológico, após discutir
o determinismo biológico e geográfico ligado ao conceito de cultura, discute seus antecedentes
históricos, ensinando-nos que o termo de origem germânica kultur era usado no final do século XVIII
para “simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade”, ao passo que o termo francês
civilization referia-se “às realizações materiais de um povo”. Tanto um termo quanto o outro foram
sintetizados na palavra inglesa culture, por Edward Tylor, abrangendo, assim, todo o espectro de
aspectos espirituais e materiais de um povo, chegando à acepção que usamos correntemente.
Ao tratarmos do ensino de línguas, portanto, é necessário que se reflita sobre o porquê de uma
preocupação com a cultura nesse contexto. É óbvio que língua e cultura são termos indissociáveis,
numa relação dialética, já que um é a manifestação do outro, sendo que é através da linguagem – e
de outros sistemas semióticos – que manifestamos a nossa cultura e somente num dado meio cul-
tural que utilizamos a linguagem.
Nos PCNs, além de ética, saúde, meio ambiente e orientação sexual, complementa os temas
transversais o item pluralidade cultural, cujo objetivo, segundo estabelecido na apresentação dos
temas transversais, volume 8, página 32, está relacionado ao investimento na superação da discri-
minação e reconhecimento da riqueza etnocultural do país, além do fato de considerar a escola um
espaço para diálogo, onde se vivencia e expressa a cultura.
No caso de línguas estrangeiras, o tema transversal de pluralidade cultural deve receber um
tratamento significativo, pois é inerente ao estudo da língua o estudo de sua cultura, seu processo
de formação e demais fatores culturais e sociopolíticos relacionados à língua em questão.
É aqui, portanto, que reside a necessidade de se abordar a relevância de conscientizar o pro-
fessor de línguas da importância de se discutir a pluralidade cultural na sala de aula, principalmente
numa época em que a língua inglesa é utilizada hegemonicamente.
[...]
Em texto de Moita Lopes de 1996, que já havia sido publicado em 1982 na revista Educação e
Sociedade da Unicamp, encontramos o resultado de uma pesquisa em que o autor levanta a atitude
dos professores de inglês como língua estrangeira no Brasil em relação à cultura inglesa e também
a ênfase que o ensino de cultura vinha recebendo nas aulas de língua naquela época. O que o autor
constatou foi uma atitude de colonizado e colonizador, e, com base nos resultados, faz uma pro-
posta de reformulação dos conteúdos programáticos das disciplinas na formação do professor de
inglês, dentre as quais sinaliza a necessidade de se ressaltar aspectos de cunho político, histórico e
social. Posteriormente (LOPES, 2003), o autor retoma a questão, dessa vez, situando o professor de
inglês na nova ordem mundial e estabelecendo relações com os PCNs, enfatizando, agora, a impor-
tância do posicionamento do sujeito em seu meio sociopolítico.
A inserção da cultura no currículo dos cursos de formação de professores de línguas, como po-
demos verificar, fornece subsídios para que o futuro professor possa ter consciência do contexto em
que atua ou pretende atuar, reconhecendo o seu lugar e seu papel social e político, desempenhado
através da linguagem.
Atividades
1. Estabeleça as diferenças e as relações entre língua e linguagem.
3. A cultura subjetiva está relacionada aos elementos produzidos pela sociedade, tais como lite-
ratura, música e arte; já a cultura objetiva está relacionada aos elementos de valores abstratos,
como crenças.
4. As crenças podem interferir na forma como concebemos a língua estrangeira, seu povo, sua cul-
tura e a maneira como a língua deve ser aprendida, e isso, muitas vezes, pode criar obstáculos ao
nosso aprendizado.
5. Os estereótipos são construídos geralmente a partir das imagens que uma cultura tem da outra,
com base na observação de seus costumes, sua alimentação, suas vestimentas e todos os demais
elementos que permitem fazer generalizações sobre aquele povo.