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A Condição Humana
ARENDT, Hannah
Catalão, junho
2018
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Introdução
O discurso e a ação são diferentes dos bens de consumo e dos objetos de uso,
juntos constituem a textura das relações humanas. As atividades de agir e falar são
manifestações externas da vida humana que dependem da pluralidade humana,
para ver e ouvir. Por outro lado, a atividade de pensar não exige a manifestação
externa com um mundo, uma vez que é real, independentemente, de ser consumida.
O labor é a atividade humana de maior ligação com o corpo, uma vez que o
processo natural da vida reside no corpo. As funções corporais do processo vital são
preservadas pela privatividade; o labor, por sua vez, não se define como função, mas
como atividade, mas mantém a natureza privada.
A autora nega que o doloroso esforço de vida, representado pelo corpo, não
pode ser a origem da propriedade. Esta, por outro lado, interfere na vinculação do
processo de labor e do mundo, reduzindo a desvinculação entre estes. A aquisição
da propriedade faz desaparecer a implacabilidade do processo de labor.
vida que não se fixa nem se realiza em coisa alguma que seja permanente, que
continue a existir depois de terminado o labor”.
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Capítulo IV - Trabalho
2.1 Reificação
que a produção humana pode ser destruída pelo homem. Por isso o homo faber é o
amo e senhor, já que é senhor de si mesmo.
O pensamento difere da cognição, uma vez que aquele é fonte das artes; este,
da ciência. A cognição tem um fim definido, percorrendo a lógica da utilidade. Para
a autora, os cientistas rogam a inutilidade do pensamento. Os processos cognitivos
da ciência, desde modo, assemelham-se com os processos cognitivos da fabricação.
Os computadores provam que a racionalidade de prever as consequências não é
uma das mais altas capacidades humanas.
Capítulo V - Ação
Na vida sem discurso, a ação está morta para a vida, deixa de ser humana pela
ausência de relação entre homens. A ação é revelada pelo discurso, portanto
necessita do discurso. Os homens revelam-se pela ação e pelo discurso.
O poder, por sua vez, efetiva-se pela sintonia entre palavra e ato. Nesse sentido
escreve a autora “quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais,
quando as palavras não são empregadas para velar intenções mas para revelar
realidades, e os atos não são usados para violar e destruir mas para criar relações
e novas realidades. ”
O poder pode aniquilar a força. A sociedade como esfera pública principal está
sujeita a perversão do “agir em conjunto”. O poder preserva a esfera pública o
espaço de aparência, sendo princípio essencial ao artifício humano. (Ação, discurso,
teia de negócios e história).
Nesse contexto o texto estabelece uma relação entre ação, discurso e poder,
fixando a necessidade da ação para movimentar o mundo com a introdução do novo;
do discurso para materializar e celebrar o novo e do poder para preservação do
espaço de aparência produzido pelo discurso e pela ação.
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Por fim afirma a autora que a perda do respeito nos tempos modernos revela
a despersonalização da vida pública e social.
Conclusão
Bibliografia