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Título da comunicação:

A Paisagem dos Areais no Bioma Pampa Gaúcho: de uma revisão conceitual da paisagem ao
exemplo de uma representação paisagística a partir do olhar de uma ádvena

Identificação do autor e/ou co-autores assim como da instituição de origem e e-mail:


Rozalia Brandão Torres
Mestre em Sociologia (UFRGS), Doutoranda em Geografia (UFRGS)
Universidade de Caxias do Sul
zaiazinn@gmail.com

Modalidade:
Apresentação Oral (ED)

Eixo:
2- Pensamentos Geográficos

A Paisagem dos Areais no Bioma Pampa Gaúcho: de uma revisão conceitual da


paisagem ao exemplo de uma representação paisagística a partir do olhar de uma
ádvena

Resumo: Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão conceitual acerca da palavra
paisagem, enquanto categoria conceitual da Geografia, bem como a percepção desta é
apresentada ao longo dos tempos, para finalmente apresentar a percepção paisagística dos
areais que emergem no sudoeste do Rio Grande do Sul, a partir do ponto de vista da autora, uma
ádvena no Pampa, bioma ao qual se inserem os areais. Metodologicamente, desenvolveu-se uma
revisão bibliográfica acerca do conceito de paisagem que remonta do Renascimento aos dias
atuais; de uma concepção religiosa ao movimento artístico, não apenas pictórico; de uma
“inocente” representação à constatação de uma intencionalidade daquele que a representa.
Realiza-se uma breve reflexão sobre o papel desempenhado pelos meios de comunicação
enquanto possuidores do potencial de criar matriz e incutir no imaginário social uma marca. É
tecida ainda uma perspectiva crítica à paisagem contemporânea. Finalmente, o olhar estrangeiro
sobre o Pampa, mais especificamente, a representação da paisagem areal.

Palavras-chave: Paisagem, Percepção, Areais, Bioma Pampa


Eixo temático: 2- Pensamentos Geográficos
A Paisagem dos Areais no Bioma Pampa Gaúcho: de uma revisão conceitual da
paisagem ao exemplo de uma representação paisagística a partir do olhar de uma
ádvena 1
Rozalia Brandão TORRES2

1. Paisagem: uma revisão conceitual

A palavra “paisagem” surge posteriormente à aparição da arte da paisagem. A pintura da


paisagem se desenvolveu após os séculos XIV e XV na Itália, contudo é no século XVI, e de modo
mais presente no XVII, que a palavra surgiu e se difundiu, conforme apresenta Besse (s/d).
Salienta-se que a palavra designa tanto as paisagens reais quanto as pintadas, e que a percepção
das reais é determinada em parte por uma teoria da pintura, a qual o símbolo está na concepção
de perspectiva. A percepção da paisagem a partir desta época se dá segundo os princípios de
uma ótica – o ponto de vista de quem a observa - e de uma geometria – as técnicas de
cartografar.

Na Europa, a noção de paisagem surge entre os séculos XV e XVII, na qual a perspectiva


monocular foi substituída pela clássica, com a recuperação da plástica helenística, emergindo
uma nova concepção de indagar a natureza, a perspectiva cartesiana, as projeções cartográficas
etc. Época em que os grandes artistas plásticos expressam em seus quadros, paisagens por eles
observadas, do modo realista ao impressionista. São pinturas que retratam o relevo, as condições
atmosféricas, ou seja, o caráter mutável da paisagem, sinais de movimento.

Inicialmente a paisagem vincula-se ao belo, esteticamente falando, contudo à medida que


o espaço geográfico passa a ser representado pictoriamente, elementos da natureza, como a
montanha, o deserto, o mar, por exemplo, passam a compor de forma aprazível o imaginário
coletivo, conforme aponta Alves (2001). Há inclusive uma modificação do sentimento
experimentado por cada um destes elementos geográficos, pois a montanha e o deserto, por
exemplo, ligavam-se aos rigores climáticos, já o mar vinculava-se à fobia pela água, em uma
época em que tomar banho não era um hábito diário, por questões religiosas, uma vez que
julgavam a exposição excessiva da nudez um pecado. Assim, o espaço geográfico representado
pictoriamente ganha nova significação no imaginário social, a partir de novos modelos de valores
que são apreendidos pelas paisagens.

Logo, deduz-se que as paisagens são construções da representação de alguns e, da


mídia, através de fotos e filmes, que corrobora com a formação do imaginário, ao ponto de

1
Baseado no artigo desenvolvido para compor parte do processo avaliativo da disciplina Paisagens, ministrada pelo
prof. Dr. Roberto Verdum, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Geografia, doutorado, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
2
Doutoranda de Geografia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora Adjunta IV da Universidade de
Caxias do Sul.
E-mail: zaiazinn@gmail.com
associar-se a existência de oásis com palmeiras em todos os desertos; que a história da
Independência Norte-Americana está vinculada ao Velho Oeste e o respectivo bang-bang contra
os índios; que a noção de parque vincula-se ao que é retratado nos filmes hollywoodianos, ou
seja, devem ser policiados, vigiados e respeitados, ou ainda que a Índia se caracteriza por ser um
país limpo e rico, conforme apresentado, no horário nobre, da Rede Globo, por Glória Peres, na
novela Caminho das Índias. É o que Alves (2001) apresenta em seu texto:

Modelos pictórios, literários, cinematográficos, televisivos, publicitários,


socialmente produzidos, modelam continuamente a experiência perceptiva de
construção dos valores paisagísticos. Estes valores devem pois ser
contextualizados em termos de tempo e de espaço, a maneira como as pessoas
compreendem e se relacionam com o mundo que as rodeia depende do momento
e do lugar (p. 70).
A palavra paisagem, no latim pagus, significa o campo ou o território cultivado; no francês
derivou para pays e evoluiu para paysan e paysage, que traduzidas para o português, ganham
duplo significado, sendo, conforme Domingues (2001), paysans referente aos habitantes de um
determinado pays ou ainda, literalmente, refere-se aos camponeses.

No italiano paisagem derivou como paesaggio e no espanhol como paisaje, conforme


relata Amaral (2001). Para as línguas germânicas, land é a raiz comum tanto no inglês quanto no
alemão, igualmente significando o campo ou o território cultivado, porém também região e país,
derivando para landscape e landschaft. Por muito tempo, a palavra paisagem foi utilizada com
sentido de região. Inicialmente os aspectos geomorfológicos ou fisiográficos prevaleceram sobre
os sociais, conforme descreveu Ribeiro (2001).

Prosseguindo com a evolução e derivação da palavra paisagem, em holandês é landschaf


e em sueco, landskape. Amaral (op. cit.) resgata ainda a forma do inglês arcaico, em que na Idade
Média, paisagem era grafada como landscipe, cujo significado estendia-se ao território
pertencente ao senhor ou habitado por um grupo em particular. Em português, parece ter-se
originado em meados do século XVII, do francês paysage ao invés do latim pagus.

A palavra landscape tem seu uso generalizado em fins do século XVI e meados do século
seguinte, influenciada pelas pinturas renascentistas de artistas holandeses que se ocupavam de
representar o cenário rural, sobretudo, de forma mais realística. O rural é o predominante por
razões evidentes na época, pois a maior parte da população residia em ambientes rurais, sendo
que nas cidades residia o locus da administração pública e do comércio de produtos provenientes
de diferentes regiões do Velho Mundo. A seguir, passa-se a pintar paisagens panorâmicas.

Interessante observação quanto ao significado da palavra landscape com e sem artigo


definido, isto é, sem o artigo definido, landscape significa o mundo visível, já a landscape diz
respeito a um pedaço de terra que pode ser vista, observada, num relance de olhos.

No Ocidente, a noção de paisagem surgiu atrelada ao desenvolvimento da pintura. É dado


ao poeta flamenco Jean Molinet a paternidade da palavra paisagem em 1493, quando a utilizou
com o sentido de região representada em um quadro. Em 1549, conforme Alves (2001), a palavra
paisagem aparece no dicionário francês-latim, de Robert Estienne com o significado de pintura
sobre tela. Em 1552, com Ticiano, passa a significar a representação pictórica de um lugar,
geralmente como fundo de tela. No dicionário de Furetière, em 1690, a paisagem é descrita como
o aspecto de uma região, isto é, o território até onde o olhar alcança, definição similar à atual
presente no dicionário Petit Larousse, de 1994.

No século XIII, os pintores italianos se valeram de elementos do naturalismo, todavia ainda


aprisionados aos aspectos religiosos, o que os tornaram incapazes de impor o domínio da
paisagem em suas pinturas. Nos séculos seguintes, firmaram-se escolas de pinturas por todo
continente europeu, em Flandres (atual Bélgica) no século XV, nos Países Baixos no XVII, na
Inglaterra entre os séculos XVIII e XIX e na França no XIX. Estas escolas conseguiram se libertar
da influência religiosa, dando à paisagem um ar mais laico, contudo com forte influência da
representação pictórica do espaço desenvolvida pelos artistas italianos.

Por quase dois séculos, a paisagem não designaria um fato geográfico, apenas o produto
pictórico representado sobre a tela de um determinado acontecimento permeado por uma dada
realidade geográfica.

No século XIX, além da pintura, a literatura e a música também representaram a paisagem,


em um movimento artístico contemporâneo aos movimentos políticos de cunho nacionalista,
traduzidos em pretensões territoriais.

Segundo Amaral (op. cit), paisagem significa usualmente a extensão de território


perceptível pelo campo de visão do observador, podendo, portanto, ser expresso de diferentes
formas aquilo que é visualizado. É o que alguns caracterizam como a intenção subjetiva do
observador. Por tratar-se de uma representação, esta é absolutamente subjetiva, uma vez que é
fruto da interpretação de cada sujeito, a partir de suas experiências pessoais, da leitura de mundo
de cada um. Fica evidente tal associação, quando diante de um texto literário em que o autor
descreve uma paisagem, que pode ser algum local desconhecido ou ainda, pode ser fictício, fruto
da invenção deste autor. O que fazer ao ler-se a descrição da paisagem apresentada pelo autor?
Combina-se com as representações mnemônicas de cada sujeito e monta-se um cenário, o
equivalente a ler um livro e depois assistir ao filme, em que não são raras às vezes em que se
imagina o cenário, a paisagem, exatamente ou muito próximo daquilo retratado pelo diretor que
adaptou a obra literária para o cinema.

É através do movimento artístico que a paisagem salta de uma conotação geográfica à


psicológica. Considera-se a evolução da representação paisagística, que em um primeiro
momento é do espaço geográfico, portanto com uma abordagem naturalista e depois, abstrata, a
partir de uma perspectiva surrealista, como as obras de Magritte, Dali ou Miró, as quais partem
para a representação metafórica dos mundos da mente, da imaginação, dos ideais e dos
psicóticos.
Para Alexander von Humboldt, a paisagem é uma criação do europeu urbano. Ao buscar
um conceito geográfico para paisagem, depara-se com uma especificidade desta ciência, ou seja,
sua relação com o tempo e o espaço. Para Amaral (op. cit.), o domínio ainda mal estruturado da
paisagem não é reclamado por nenhuma outra ciência, sendo portanto, responsabilidade da
Geografia. Assim, conjuntamente às variáveis tempo e espaço, a maior parte das definições
relacionam paisagem com a organização ou arranjo espacial, com especial atenção à análise de
suas transformações. Assim, há quem defenda que todas as paisagens foram afetadas pela ação
ou percepção do homem desde o Neolítico e, consequentemente, a expressão “paisagem cultural”
indica um modo de ver a paisagem, revelando a relação do binômio homem-natureza ao longo do
tempo. Por conseguinte, conforme este autor, não faz sentido as ideias “paisagem natural” e
“paisagem cultural”.

Ao declínio do interesse pelas obras de Cézane ou Matisse, tem-se a queda da


importância econômica, o declínio do campo, a ascensão da cidade. Este dinamismo evolutivo é
tamanho, que as técnicas tradicionais da pintura apresentam dificuldades em representar as
paisagens de um mundo em constante mutação. Assim, a concepção de paisagem sofre
transformação, estas são nas palavras de Alves (2001) expressas como sendo

[...] criadas pelas pessoas através de sua experiência e pelo seu envolvimento
com o mundo que as rodeia – as formas de arte acompanham essa mudança. A
velocidade da transformação assume uma dimensão que torna necessário
recorrer a outros tipos de arte, como a fotografia ou o filme [que ainda revela os
sons da paisagem!], que não só conseguem captar o tempo real das mudanças da
paisagem, como podem ser transformadas em suportes intangíveis que, por sua
vez, circulam em redes virtuais a velocidades antes impensáveis (p. 68).
Isto reflete o que Alves (op. cit.) ao citar Alain Roger desvela acerca do papel
desempenhado pelas artes na representação da paisagem, proporcionando inclusive um
“chamamento” para a formação de um olhar coletivo para aspectos do mundo, como o smog
londrino, que para Rogers é uma invenção pictórica, uma vez que só foi percebido pela sociedade
quando passou a fazer parte de determinados quadros.

A Geografia Tradicional definiu a paisagem como a porção do espaço de um determinado


grupo; o Possibilismo a definiu como um conceito básico, considerada a área de ocorrência de
uma forma de vida, ao passo que para a Geografia Crítica, a paisagem é a aparência do nível
sensorial da sociedade, conforme Rodriguez, apresentado por Rocha (2008).

A paisagem geográfica foi ainda conceituada como porção do espaço, primordialmente


definida por suas formas externas em que o homem atua. Nesta definição, conforme a
predominância de elementos biofísicos ou antrópicos caracteriza-se como “paisagem natural” ou
“paisagem humanizada”, segundo Gomez Ortiz (apud Rocha, 2008), que expõe uma visão diversa
daquela apresentada por Amaral (op. cit.).

Hoje a paisagem, conforme Mateo Rodriguez (apud Rocha, 2008), é vista como uma
imagem que representa uma ou outra qualidade, associada à interpretação estética fruto de
diversas percepções. Todavia ainda é conceituada como formação natural, constituída por
componentes e elementos naturais numa inter-relação dialética; um sistema espaço-territorial,
constituído por elementos naturais, antrópicos e tecnológicos, socialmente condicionados, que
alteram, transformam as propriedades das paisagens originais. É ainda definida como a área, o
espaço em que vive a sociedade, caracterizada por determinado padrão de relações espaciais, de
importância existencial à sociedade; fruto da ação cultural no decorrer do tempo, modelada por
um grupo cultural a partir de uma paisagem natural.

A partir destas concepções, a paisagem é concebida como natural, visual, cultural, social,
antrópica, percebida/representada, cabendo aqui o pleonasmo “paisagem geográfica”, pois é
entendida como um sistema de recursos explorados e/ou conservados pelo homem,
compreendida ainda como ambiente, suporte físico à biodiversidade, fonte de percepções para
quem a utiliza e a usufrui.

Parafraseando Monteiro (2000) ainda no que tange à definição de paisagem, trata-se de


uma entidade espacial demarcada de acordo com um nível de resolução dado pelo pesquisador,
partindo dos objetivos centrais da análise, efeito natural da integração dinâmica, por conseguinte
instável, dos elementos de suporte e cobertura, sejam eles físicos, biológicos ou antrópicos,
exprimindo em partes demarcadas infinitamente, contudo distinguidas através das relações entre
elas, que constituem um todo complexo (sistema), verdadeiro conjunto solidário e único,
inseparável, em eterno progresso.

O registro da paisagem é um processo cerebral, a partir de uma percepção que é


transmitida/expressada através da oralidade, escrita, pintura ou música, sendo cada um destes
produtores de espaços mas que igualmente destes se utiliza. É a representação da paisagem
para Berque (apud AMARAL) polissêmica, uma figura geográfica, cujo destino é convencer, com
natureza funcional, devendo ser visualmente persuasiva.

Por conseguinte, para Augustin Berque (1998)

[...] a paisagem é uma marca, pois expressa uma civilização, mas é também uma
matriz porque participa dos esquemas de percepção, de concepção e de ação –
ou seja que canalizam, em um certo sentido, a relação de uma sociedade com o
espaço e com a natureza e, portanto, a paisagem do seu ecúmeno (p.84-85).
Assim, a descrição da paisagem é um dado perceptível, considerando a abstração e/ou mudança
de escala no espaço e no tempo. Sendo a paisagem marca, é expressa por uma civilização;
dispõe de instrumentos metodológicos, sendo descrita e inventariada. Como matriz, participa dos
esquemas de percepção, concepção ou ação – cultura -, canalizando a relação de uma sociedade
com o espaço e com a natureza – a paisagem de seu ecúmeno. A paisagem marca faz abstração
do sujeito com o qual a paisagem se relaciona; gera a matriz. Portanto, a marca é o concreto, ao
passo que a matriz, o subjetivo.

A paisagem matriz determina o olhar, a consciência, a experiência, estética, moral e


política. É um determinado modo de ver a natureza. A paisagem marca, uma dada natureza,
implícita. Conforme Berque (op.cit) a paisagem é plurimodal, ou seja, passiva-ativa-potencial etc.
A paisagem e o sujeito estão co-integrados num conjunto único; se auto-produz e se auto-
reproduz através do jogo. Assim, o sujeito coletivo é uma sociedade que possui uma história,
inserido em um meio.

Os meios de comunicação possuem potencial de criar matriz e incutir no imaginário social


uma marca. Esta é constituída de um sentido que implica uma cadeia de processos – físicos,
mentais e sociais -; desempenha um papel perpétuo e simultâneo de marca-matriz. É algo
presente na mídia gaúcha, representada pelo jornal Zero Hora, de maior circulação no sul do país,
quando apresenta uma foto com um gaúcho montado em seu cavalo, cavalgando pelo Pampa -
área originalmente de vegetação rasteira -, tendo ao fundo uma plantação de eucalipto, conforme
figura 01. Esta reportagem trazia como chamamento o “ouro verde”, como sendo a implantação do
eucalipto neste bioma a saída econômica para a região, bem como a solução para regressão e/ou
estabilização das manchas de areia.

Figura 01 – foto divulgada na contra-capa do Jornal Zero Hora de 26/11/2008

Qual a intenção que está por trás desta foto? Bom, no mínimo, que uma área florestada,
no bioma Pampa, que não altera a rotina nem do cavaleiro, tampouco do cavalo. Passa uma ideia
de harmonia entre os elementos ali representados, a vegetação exótica, o campo, o cavalo e o
gaúcho.

A definição de paisagem proposta por Jean-Robert Pitte3, citada por Amaral (2001), diz
que se trata da

3
Para maiores esclarecimentos, o original está em Jean-Robert Pitte, Histoire Du paysage français. I. Le Sacrè: de La
Préhistoire au XVe siècle, Paris, 1983, p. 24.
[...] expressão observável à superfície da terra, pelos sentidos, da combinação
entre a natureza, as técnicas e a cultura dos homens. Ela é, essencialmente,
mudável e não pode ser apreendida senão na sua dinâmica, isto é, no quadro da
história que lhe restitui a sua quarta dimensão. Se a ecologia lembra que a
natureza tem as suas leis fundamentais e que é oneroso transgredi-las, a história
ensina que o homem tem as suas razões que a natureza ignora. A paisagem é ato
de liberdade; é uma poesia caligrafada na folha branca do clímax. (p. 77)
Por conseguinte, a paisagem é uma representação, uma produção daquele que a observa e a
descreve e, sua construção se dá a partir dos elementos culturais, sociais e históricos do sujeito.

Hodiernamente, geógrafos como E. Soja, D. Harvey, D. Massey, M. Santos e D. Gregory


ao realizarem a crítica à produção do espaço, desvelando as questões sociais, a construção de
novos modos de organização espacial, transformaram a paisagem em pano de fundo das mazelas
ambientais e sociais. Há uma padronização dos espaços, que faz com que cidades como Tóquio,
Seul, São Paulo ou Nova Iorque, com seus espigões de vidro e aço sejam absolutamente
semelhantes.

É a Geografia quem no passado mais aprofundou os estudos no campo da paisagem ao


realizar um levantamento histórico do estudo desta, sendo que mais tarde a negou de forma
radical, “com a quimera da suposta cientificidade que o neo-positivismo lhe conferiria e o ônus de
exorcizar o descritivismo e o subjetivismo contido no modelo ideográfico da Geografia das
Paisagens” (DOMINGUES, 2001, p. 60). Para este autor, o que hoje está eminente é a crescente
busca social da paisagem, que a Geografia ainda não dá conta de forma satisfatória.

A Paisagem-Patrimônio caracteriza-se como caso especial no contexto das Paisagens


Culturais, que são definidas pela UNESCO a partir de três critérios:

a) Paisagens criadas intencionalmente pelo homem, como edifícios e monumentos;

b) Paisagens que evoluíram organicamente de uma gênese social econômica, administrativa e/ou
religiosa. Tais paisagens podem compor uma relíquia, distinguindo-se e/ou conservando-se traços
originais, podendo ainda conter um papel social ativo, associado a uma forma de vida tradicional
em evolução;

c) Paisagens que se justificam por interesses religiosos, artísticos ou culturais, associados aos
elementos naturais, ainda que os indícios culturais tenham desaparecido ou que sejam
insignificantes.

Para Ribeiro (2001) uma paisagem é um espaço atingível mediante a observação, desde
acessá-la a olho nu ou através da fotografia. Qualquer paisagem desvela o estado atmosférico, a
produção e circulação de produtos, circulação das ideias, modificando ou influindo no
comportamento das populações.

Revisitando os clássicos da Geografia, tem-se Humboldt alertando para as mudanças


vegetais conforme as diferentes latitudes e conjuntos continentais, como o melhor elemento da
paisagem que possibilita situar um lugar no espaço. Para La Blache, é a vegetação quem
primeiramente aflora quando se evoca uma paisagem escondida na memória.

Ribeiro (op. cit.) salienta que o relevo é o esqueleto das paisagens, envoltas sob a
influência de um clima que possibilitará o desenvolvimento de determinadas características
vegetais a partir desta associação, que, conforme o interesse humano serão poupadas ou
modificadas. Segundo este autor, “abordar o estudo da paisagem pelo dos seus elementos que
resulta das interferências mais complexas, ideia que alguns geógrafos fizeram recentemente
ressurgir, remonta, em suma, aos grandes iniciadores da Geografia” (p. 29).

Jean Brunhes ao pretender estabelecer princípios metodológicos da Geografia Humana,


em 1911, valeu-se das obras humanas impressas no solo para definir uma região, privilegiando o
tipo de paisagem, considerando fatos visíveis de modos distintos e uma ambiência, entendida pela
cobertura vegetal e culturas, área agrícola, vias..., e demais fatos suscetíveis de observação.
Assim, a região era classificada como natural ou humana.

Em sua origem, a palavra paisagem serviu para caracterizar territórios marcados pelos
fatos físicos e humanos relacionados entre si. É desta forma que para Max Sorre a região
geográfica é uma extensão da paisagem.

Questões que estiveram presentes no Congresso Internacional de Geografia, de Amsterdã,


em 1938, no que tange ao elemento humano da paisagem, parece ainda fazer parte da pauta dos
estudos dos geógrafos da paisagem atualmente, como:

- É possível distinguir-se claramente a paisagem “natural” da “humana”?

- Em que momento civilizacional os elementos sociais e econômicos se tornaram decisivos na


definição de uma paisagem?

- Quais são os princípios nos quais, na civilização moderna, se deve pautar a conservação das
belezas da paisagem?

- Acrescenta-se ainda, quem define o que é uma paisagem bela? Por que motivo assim ela é
declarada? É bela para quem? Para quê? O que é belo e o que não é belo? Quem define o
conceito de beleza? A quem ou a que interessa eu considerá-la bela?

A construção crítica da paisagem contemporânea pode dar-se, segundo Serpa (2007), “a


partir da paisagem como artefato e como sistema” (p.15), visto que é uma produção humana,
constituindo um conjunto de elementos e objetos interligados. Outra crítica possível é a paisagem
vista como riqueza, uma vez que há paisagens que melhor favorecem a produção de riquezas. A
paisagem como ideologia é outra crítica da paisagem contemporânea, visto que ela sempre
expressa e condiciona um conjunto de crenças e ideias, impõe ideologia(s), traduzidas nos ideais
de uma classe dominante, impondo um padrão de gostos, circulação e consumo. Todavia, não é
possível ignorá-la como história, enquanto cristalizadora de momentos e períodos históricos ao
longo de seus processos constitutivos e de transformação.

A paisagem é fruto de um processo de acumulação, contudo contínua no binômio espaço-


tempo, única, mas não totalizante, composta, resultante de um mosaico de tempos e objetos
históricos; pressupõe um conjunto de formas e funções que apontam a estrutura espacial, que a
princípio é invisível, resultante da união do binômio paisagem-sociedade, constantemente em
transformação, com aspectos visíveis.

Portanto, uma crítica da paisagem contemporânea perpassa pela crítica do espaço e do


todo estrutural, cujos parâmetros à crítica desta, dão-se entre o sistema de objetos (material) e o
de ações (valores), conforme aponta Serpa (2007), que vê a paisagem a partir de uma
constituição técnica, composta de objetos igualmente técnicos, que desempenharão papéis
inerentes na vida social, contudo estes são relativos, pois dependerão dos inúmeros modos de
organização social. Para este autor, a paisagem “pode ser a chave para a resolução das
ambiguidades no âmbito das pesquisas em Geografia, apresentando a vantagem de ser o mais
operacional dos conceitos à disposição do pesquisador para levantamentos empíricos” (p. 20).

Podem as paisagens ser entendidas como espaços conduzidos por um sistema de


desenvolvimento antrópico, pautado em outras ciências como a história, economia, sociologia e
estética; tal ação antrópica é um membro dentre outros presentes na combinação ecológica,
inseparável da feição ecológica da conjuntura social e econômica. A paisagem é resultante do
intercâmbio entre o potencial ecológico - entendido como a combinação dos fatores
geomorfológicos, climáticos e hidrológicos -, a exploração biológica – enquanto conjunto dos seres
vivos e o solo - e a ação antrópica.

Para Rocha (2008) a mais importante contribuição da Teoria Geográfica da Paisagem diz
respeito à compreensão e análise da paisagem como um sistema, no qual os condicionantes
naturais e antrópicos são apreciados em seu estudo e planejamento, presente em inúmeras
escalas.

A representação hodierna da paisagem, conforme ressalta J. Ritter, citado por Besse (s/d),
é correspondente ao desenvolvimento de uma consciência estética da natureza. Assim, para
alcançar à natureza como paisagem, é necessário dispor-se a ir à natureza para livremente poder
contemplá-la, em uma atitude desinteressada, isto é, sem que se possam fazer considerações
práticas e utilitárias.

A paisagem conforme apontada por Besse (op. cit) é expressa e apreendida neste prazer
estático; não é apenas o lugar do “prazer” tão particular que é estético; possui uma densidade
cosmológica e ontológica insubstituível, que assegura ao prazer estético uma vocação específica.
A paisagem é a ordem do mundo visível.
Para Cosgrove (1998) a paisagem na Geografia Humana está associada à cultura; é a
ideia de formas visíveis sobre a superfície da Terra e sua composição. A paisagem é o modo de
ver, “compor e harmonizar o mundo em uma ‘cena’, em uma unidade visual” (p. 98); é simbólica,
pois é o produto da apropriação e transformação desenvolvidas pelo homem no ambiente.

2. A paisagem dos areais no Bioma Pampa a partir da visão de uma ádvena

A paisagem dos areais presente no Bioma Pampa, foi eleita pela autora em virtude do
próprio entendimento de bioma, posto que reflete a relação presente entre elementos ditos
naturais e antrópicos, isto é, eles são diretamente influenciados pelo clima, seus elementos e
fatores, quanto pelo relevo e principalmente pelo homem. Portanto, fica evidenciado que a
paisagem é vista a partir do pressuposto dialético, presente na relação entre o todo, seja o natural,
seja o humano; na interação do homem com o ambiente.

Assim sendo, compreende-se como pertinente iniciar-se com uma breve explicação acerca
do processo de arenização, tomando por base a descrição apresentada por Suertegaray (et. al.)
(2001) como:

O processo de retrabalhamento de depósitos arenosos pouco ou não


consolidados que acarreta nestas áreas uma dificuldade de fixação da cobertura
vegetal, devido à intensa mobilidade dos sedimentos pela ação das águas e dos
ventos. Consequentemente, arenização indica uma área de degradação
relacionada ao clima úmido, onde a diminuição do potencial biológico não
desemboca em definitivo em condições de tipo deserto. Ao contrário, a dinâmica
dos processos envolvidos nesta degradação dos solos são fundamentalmente
derivados da abundância de água.
Os areais formaram-se no compartimento Cuesta do Haedo ou Campanha, presente na
porção oeste e sudoeste do Rio Grande do Sul e pertencente à unidade geológica Bacia do
Paraná, sendo que seus terrenos apresentam elevações suaves e alongadas que geralmente são
denominadas de coxilhas.

Em sua origem, a cobertura vegetal é rasteira, de campos limpos, predominante nas


paisagens do bioma Pampa (figura 2). As coxilhas aparecem com menor freqüência, em outras
áreas do estado, tanto nos terrenos cristalinos do sul, como nas porções elevadas do norte.
Caracterizam as formas mais conhecidas de relevo do estado gaúcho.
Figura 2 – Paisagem de campos no relevo coxilhado da Campanha.
Foto: Rozalia Torres, 2005

Em terrenos no qual emerge o arenito Botucatu – formado a partir de antigo deserto


presente na era Mesozóica -, aflorante em inúmeras porções desta região, existem grandes áreas
fortemente erodidas, fruto de desgaste erosivo do recapeamento basáltico combinado com a ação
eólica que espalha estas areias, como que em dunas, conforme é possível de ser observado nas
figuras 3 e 4. Como melhor nos explica Suertegaray (et al.) (2001) é na seqüência do processo de
voçorocamento através da:

[...] erosão lateral e regressiva, consequentemente, alargando suas bordas por


outro lado, à jusante destas ravinas e voçorocas em decorrência do processo de
transporte de sedimentos pela água durante episódios de chuvas torrenciais,
formam-se depósitos arenosos em forma de leques. Com o tempo esses leques
vão se agrupando e em conjunto dão origem a um areal. O vento que atua sobre
essas areias, em todas as direções, permite a ampliação deste processo.
Figuras 3 e 4, respectivamente, Areal e Morro testemunho e areal, ambos em Quaraí.
Fotos: Rozalia Torres (2005)

A paisagem, a partir destas imagens pode ser descrita como uma área de campo, no qual
é possível ter-se tanto a vegetação rasteira, típica deste bioma, as manchas de vegetação
arbóreas, que foram introduzidas pelo homem, quanto a presença de manchas de areias, os
areais, que dão um ar exótico à região, pois parecem-se com dunas, o que lembra praia ou então
deserto. Todavia, o mar dista mais de 550 Km e o deserto, seja climático, seja biológico, não
existe nesta região, pois a mesma se caracteriza por índices pluvimétricos próximos a 1.400 mm
anuais.

A figura 3 transmite a sensação de uma areia fofa, suas marcas, deixadas pelo vento, dão
a dimensão dinâmica, de movimento. Esta areia anda! Anda conforme a direção do vento! A figura
4 igualmente traz as marcas do vento, mas também as deixadas pelo homem no pisoteio desta
areia fofa; ao fundo um morro, o testemunho, testemunho de uma altimetria pretérita. O areal
convive com o verde, mas não o verde que capitalistas pretendem, fruto do eucalipto, mas o verde
dos tufos de capim, um tapete herbáceo que serve de pasto ao gado que convive nesta paisagem
quase plana, para alguns, inóspita.

A figura 5 representa a integração dos elementos “naturais” e “antrópicos”, haja vista que
tal foto foi tirada em dia de elevada umidade atmosférica, com momentos de pluviosidade ao
longo do dia. O cenário apresenta uma topografia suavemente coxilhada ao fundo, uma cerca
delimitando áreas particulares de áreas públicas – a estrada -, uma vegetação de pequeno porte
e, neste ínterim, o areal, que insiste em permanecer entre o verde, confundindo o desavisado,
camuflando-se como deserto, mesmo sem se-lo, espalhando-se juntamente à vegetação,
enganando o gado que por ali pasta, causando inquietação ao homem, seu “dono”, em um
capitalismo em que se instaurou a propriedade privada, as cercas, os limites entre “o que é meu e
o que é teu”.

Figura 5 - Areal em Quarai, 2007.


Foto: Rozalia Torres
Mas o areal já estava lá, antes deste dono chegar. Registros antigos já apontavam para
ele. E lá ele permanecerá após a passagem deste homem, deste gado. O areal é parte daquela
natureza, emaranhado nela se encontra. Encomoda a alguns, principalmente quando não
conseguem dele fazer divisas. Encanta a outros, numa perfeita harmonia de formas, cores e sons.
A riqueza não está onde o capital se faz, mas onde a natureza se apresenta. A vida é plena, ricas
são a fauna e a flora dos areais, do Bioma Pampa.

A dimensão, imponência destas areias se fazem presentes na figura 6. Ao fundo, a área


plana, a vegetação herbácia. A cerca corta o areal, mas ele não se importa com ela, corre, anda,
voa para onde bem entende, ao som do vento, que por este é transportado! Marcas por onde
curiosos passam, são efêmeras, mas ficam lá registradas, perpetuamente na foto.

Figura 6 - Areal em Quarai, 2005.


Foto: Rozalia Torres

Em dunas pode o areal se acomodar! Na figura 7, em meio a imensidão de areia,


rasteiramente o verde se faz, convicto de ali permanecer, sorridente à luz do sol que lhe dá vida,
cor, lhe porpicia a fotossíntese. Insistente ele diante de uma paisagem quase inóspita, mas tão
belo quanto o conjunto de areias ao seu redor, com suas marcas, seu movimento, sua vida.
Muitas dunas parecem querer esconder o plano da topografia, as suaves coxilhas, o tapete verde
que alimenta o gado. Parece querer camuflar um borbulhar de vida que lá existe.
Figura 7 - Areal em Quarai, 2005.
Foto: Rozalia Torres

Para muitos, o areal é um prejuízo, esconde o pasto, emagrece o gado. Para esta autora,
um lugar único, divino, transcendente. Uma bela paisagem, que muitos homens gostariam de ter
“solucionada”, e por solução entendem a possibilidade de obter uma resposta econômica. Querem
a todo pano “recuperar” uma área natural! O que há para recuperar nesta paisagem, haja vista
que é natural? Ah, areia, areal, tão belo, tão intenso! Emanas do verde, o esconde, o camufla!
Areal, és único, de rara beleza, não se acanhe, siga seu rumo, deixe-se transportar pelo vento,
continues embelezando o Pampa, sigas incógnito!

Buscando conclusões, é possível observar que o estudo da paisagem remonta alguns


séculos. Iniciou-se na Europa, com forte vinculação com a representação artística e, foi/é
responsável por despertar ou quiçá determinar a percepção sobre alguns fenômenos. Para alguns
autores é possível ter-se uma paisagem “natural” e uma “humana”, já para outros, é a
composição, justaposição do natural e do antrópico.

Parece ser senso comum considerar a subjetividade da descrição, análise da paisagem. A


representação está permeada de elementos sócio-culturais, mas também é identificada a partir de
imagens mnemônicas que se apresentam para ajudar na composição deste imaginário, na
representação, percepção do visível. Igualmente parece fazer parte do senso comum que a
paisagem está no âmbito do visível.

Mas inegavelmente, há grande vínculo com as artes, a paisagem é pintada, fotografada,


declamada, cantada. É lírica, é científica, é elemento de análise, conceito estruturante, presente
não apenas na ciência geográfica, mas na biologia e ecologia, na antropologia, na psicologia, na
sociologia, na arquitetura...

A paisagem é construída. Há uma intencionalidade em sua representação. É criada a partir


de inúmeros interesses, normalmente vinculados ao capital. É motivo de discórdia, de inúmeras
apropriações. Todavia está aí para ser apreciada, para proporcionar momentos de deleite àqueles
que a observam.

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