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INTRODUÇÃO
1. CONCEITUANDO LETRAMENTO
Uma outra questão deve ser levada em conta, para que se tenha uma exata
compreensão sobre a concepção do termo, nos estudos que pretendem investigar a
escrita sob a perspectiva dos seus usos, funções e significados sociais: em inglês, a
palavra literacy é registrada no Webster’s dictionary como um termo que designa a
condição de ser letrado; e letrado – literate – é aquele que aprendeu a ler e escrever
(cf. SOARES, 2002). Em português, letrado é, segundo o Dicionário Houaiss da
Língua Portuguesa, um adjetivo empregado para designar que ou aquele que possui
cultura, erudição ou, ainda, que ou aquele que é capaz de usar diferentes tipos de
material escrito.
À luz das teorias que orientam os estudos do letramento numa perspectiva
social e etnográfica, no entanto, o termo letrado recebe uma acepção diferente
daquela que se encontra registrada nos dicionários. Marcuschi (2001) alinha-se a
esse pensamento ao sugerir que um indivíduo pode ser considerado letrado
Prática social em que a escrita é utilizada para atingir algum outro fim, que
vai além da mera aprendizagem da escrita (a aprendizagem dos aspectos
formais apenas), transformando objetivos circulares como ‘escrever para
aprender a escrever’ e ‘ler para aprender a ler’ em ler e escrever para
compreender e aprender aquilo que for relevante para o desenvolvimento e
realização do projeto (KLEIMAN, 2000, p. 238).
Nesse sentido, assumimos que o trabalho com projetos impõe uma forma de
aprender que deve ser entendida, não como um conteúdo a ser transmitido, mas
como algo a ser (re)construído, (re)contextualizado, trabalhado como algo novo –
não vivido –, voltado para o passado e apontando para o futuro, embora centrado no
presente. A aprendizagem funciona, então, como uma forma de construção do
conhecimento que se instaura a partir de um processo dialético (relação do passado-
presente-futuro; individual-coletivo; local-global). Algo que se constrói num espaço
de movimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS