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CARTA-PREFÁCIO
AO LEITOR:
A este artigo fulminante, Frei Damião deu a resposta que se segue, declarando,
assim de público, sua completa derrota.
ANEXO
[01]
CARTA-PREFÁCIO
1 Confronto militar ocorrido a 18 de junho de 1815 perto de Waterloo, na atual Bélgica , entre as
forças francesas do imperador Napoleão Bonaparte e uma coligação de britânicos e alemães,
terminando com a vitória desta última, o que resultou na deposição e exílio de Napoleão.
[SYNÉSIO LYRA – 03]
logética de caráter eminentemente prático e real, tem ainda o mérito de
elucidar os católicos romanos a respeito do erro fundamental da doutrina
"mater" do seu culto — a "transubstanciação".
A argumentação por você aduzida em defesa da tese bíblica e em
oposição á tese romanista, é, incontestavelmente, irretorquível,
inelutável, lógica, dentro de cujas premissas constritoras Frei Damião
marchou e contramarchou, coçou a barbaça e agitou o pesado hábito,
contorceu-se em espasmos de cólera e esperneou em desespero, mas
terminou vencido e esmagado pelo apertão formidável da sua lógica de
aço.
Com efeito, se Cristo está na hóstia e esta é conforme ensina a
Igreja de Roma, o corpo do Cristo, e, portanto, Deus transubstanciado,
uma de duas cousas deveria acontecer, inevitavelmente, ao que
manducasse a Deus:
1ª) ou o homem se tornaria divino, santo, impecável e
eternamente perfeito, disso tendo plena consciência (o que o católico
romano absolutamente não tem), mesmo porque ninguém pode
alimentar-se fisicamente de Deus sem deixar também de fisicamente
viver para sempre, de vez que a substância divina, assimilada pelo
fenômeno da nutrição, não pode morrer como o homem, pois a tanto nos
leva a concluir a interpretação literal romanista das palavras do Jesus:
"Isto é o meu corpo", "se alguém comer deste pão, viverá eternamente,
e o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne" (Luc. 22:19;
João 6:51);
2ª) ou teria de morrer instantaneamente, como fulminado por um
raio, de vez que não podendo ninguém ver a Deus sem morrer, muito
menos poderia continuar a viver comendo-o e pecando; mas nem uma,
nem outra cousa se verifica; logo Cristo ou Deus não está na hóstia, nem
esta, portanto, pode ser o corpo real de Cristo, o que vale por dizer que a
doutrina da transubstanciação é uma reverendíssima heresia da igreja
Romana.
Além disso, seria absurdo admitir, em face da pureza, da moral e
da santidade intangível da doutrina
MUNGUBA SOBRINHO2.
2José Munguba Sobrinho (1895-1972), pastor batista natural de Murici, Alagoas, foi reitor do
Seminário Batista do Norte (1937-1939) e pastor da Igreja Batista da Capunga (1930 a 1967), no
Recife. Serviu também como Presidente da Convenção Batista Brasileira em 1926, em 1932, em
1936 e em 1947.
[05]
AO LEITOR:
3 O jornal Diário da Manhã foi fundado em 16 de abril de 1927 pelos irmãos Carlos e Caio de Lima
Cavalcanti, filhos de Arthur de Lima Cavalcanti, proprietário da Usina Pedrosa, em Cortês. Carlos
de Lima Cavalcanti, à época da controvérsia religiosa entre Synésio Lyra e frei Damião de
Bozzano, era o interventor nomeado para Pernambuco (1930-1935) pela ditadura varguista,
retornando novamente ao cargo de governador com eleição de forma indireta (1935-1937) pela
Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, sendo posteriormente deposto.
O Diário da Manhã sofreu com a oposição política feita por Agamenon Magalhães após a
deposição de Carlos de Lima Cavalcanti, seu rival, reduzindo gradativamente seu número de
páginas e tiragens, até se transformar em semanário, em julho de 1941. Após várias mudanças de
proprietários, chegou a fechar por algum tempo as suas portas em 1950.
Realizada a polêmica num ambiente de calma, devido a atitude
enérgica do Dr. Chefe de Polícia, a multidão dispersou-se em ordem.
Dias depois aparece no “Diário da Manhã” uma reportagem da
polêmica, feita pelo padre Delgado, a qual opus alguns reparos, em
artigo publicado no mesmo jornal, tendo posto os fatos no seu
verdadeiro lugar. Surge então em tom agressivo Frei Damião — surge
como leão bravio — tentando respon-
SYNÉSIO LYRA5
5 Synésio Artiliano Pereira de Lyra (1895-1993), pernambucano natural de Timbaúba, foi pastor,
dentre outras igrejas, da Igreja Evangélica Pernambucana (1925-1938), em Recife, e da Igreja
Evangélica Fluminense (1938-1956), no Rio de Janeiro, e da Igreja Bíblica Evangélica do Rio de
Janeiro, entre 1956 e 1993, (todas Congregacionais). Serviu também como Presidente da ALADIC
(1951-1954), Vice-Presidente da ALADIC (1954-1956), Secretário-Executivo da CIEF (1956-
1960), Vice-Presidente da CIEF para o Sul do Brasil (1960-1966); Membro da Comissão Executiva
do CIIC (1958-1979). É pai do pastor presbiteriano Synésio Lyra Júnior.
[07]
CONTROVÉRSIA
RELIGIOSA
6 José de Medeiros Delgado (1905-1988) foi um padre católico romano, natural de Pombal, na
Paraíba, formado em Teologia pelo Seminário da Paraíba e pela Pontifícia Universidade Gregoriana
de Roma, ordenado sacerdote em 1929. Veio a ocupar, posteriormente, altos cargos eclesiásticos:
bispo de Caicó (1941-1951); arcebispo de São Luís do Maranhão (1951-1963); e arcebispo de
Fortaleza (1963-1973).
7 O jornal do Governo Estadual “A União”, baseado em João Pessoa, foi fundado em 03 de
fevereiro de 1893, sendo um jornal estatal oficial de orientação política pró-Integralismo.
[08 – CONTROVÉRSIA RELIGIOSA]
zer o contendedor desde que Frei Damião estendia as suas exigências,
com uma sob questão, ao ponto da determinação numérica de livros e
autores, das partes e do todo da Bíblia. Esta verificação realmente não se
obterá jamais pelo exame das Sagradas Escrituras. O católico não ignora
e é justamente para derribar pela raiz, o sistema cristão reformado, que
atira uma pergunta daquelas a um pastor protestante. No limiar do seu
edifício cristão, com efeito, está a tese: Só a Bíblia é regra de fé cristã,
fora da Bíblia não há verdadeira revelação.
Não é pouco importante uma verificação negativa daquele
tamanho. Só ela bastaria para converter todo o mundo protestante. Nós
católicos respondemos com a definição dogmática tridentina: O Sr.
Synésio procurou sair do evidente embaraço em que todos o viam com a
passagem de São Paulo (II Tim. II, 16 “toda a escritura. divinamente
inspirada...”). Ora, é patente que o texto não esclarece plenamente a
questão. Não diz: — “toda escritura, que é composta de tantos e tais
livros, divinamente. Inspirada”, ele.
Entrou-se no programa da discussão. Frei Damião que dera aos
pastores a faculdade de impor todas as condições, para que a mesma se
realizasse, sujeitou-se a tudo. Ficou determinado que nem o diálogo se
permitiria sob a alegação de que uma das condições impostas era a de
não se apartear o orador que estivesse com a palavra. Frei Damião
tomou o primeiro tema da lista oferecida pelos pastores — a
transubstanciação à Luz das Sagradas Escrituras. Seguiu a forma
clássica das exposições dogmático-católicas. Demonstrou cabalmente
com as palavras da promessa, no capítulo VI do Evangelho de São João,
e as da instituição nos textos paralelos de S. Mateus (26, 17 a 29), São
Marcos (14, 12 a 25), São Lucas (22, 19 e seguintes), aproximando-os
de São Paulo (I Cor. 11, 23 a 26) a presença real de N. S. Jesus Cristo na
Eucaristia.
O Sr. Synésio Lyra criticou a interpretação da-
[SYNÉSIO LYRA – 09]
aquelas passagens, explicando-as em sentido figurado. Firmou-se nas
palavras “em memória de mim" (I Cor. 11, 24 e 25) para sustentar que
estas afastavam a ideia da presença real. Não se memoriza o que está
presente. Logo Jesus Cristo não se acha real na hóstia, mas lembrado.
Foi adiante. Tomou as palavras da promessa nas alturas “eu sou e pão
vivo que desceu do céu”8 e como se tivesse achado a chave de um
enigma argumentou assim: “o corpo e o sangue de Jesus Cristo não
vieram do céu, mas do seio da Santa Virgem Maria, logo não estão no
pão eucarístico”. Com as palavras paulinas: “todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciareis a morte do Senhor,
até que ele venha” (I Cor 9, 1-20), achou o Sr. Synésio o seu argumento
amiúdes. Não se anuncia como vindouro aquilo que está presente logo
não está realmente presente Jesus Cristo na hóstia dos altares romanos.
Terminou sua oração com a promessa de que depois apontaria a data da
criação do mistério da transubstanciação pela igreja romana.
Novamente com a palavra frei Damião reforçou seus
argumentos. Comentou a apostasia havida entre os discípulos por
ocasião do sermão da promessa (S. João, cap. VI). Disse que Jesus
Cristo seria um criminoso se as suas palavras naquele sermão e nos
textos eucarísticos clássicos não fossem tomados literalmente, Jesus
Cristo cometera o crime do precipitar na apostasia uma massa de fiéis o
que sem qualquer incômodo teria evitado com simples declaração de
que falava figuradamente. Respondeu ao Sr. Synésio que se pode fazer
memória sensível daquilo que está invisivelmente presente, disse que
Deus está em toda parte e que manda constantemente que se tenha nele
o pensamento e a lembrança. Esqueceu-se realmente frei Damião de
acrescentar, logo ali, que o mesmo se entendesse das outras palavras
“até que eu venha”. Nosso Senhor reportava-se a sua vinda triunfante e
visível do último dia. Desta omissão gloriou-se Sy-
8 João 6,51.
nésio duas vezes sem que Frei Damião se desse por achado nem
respondesse senão implicitamente.
Frei Damião primou na sua discussão por não deixar de vista o
assunto e o contendor. Veio — de cheio ao texto “eu sou o pão que
desceu do céu”9 para explicar ao Sr. Synésio que as Escrituras estão
cheias destas comuns atribuições do suposto à pessoa e da pessoa ao
suposto. Mostrou como, se diz — “eu sou imortal” e “eu sou mortal”,
falando da mesma pessoa e atribuindo-lhe totalmente qualidades que são
somente de uma ou de outra parle do ser. Aplicou a doutrina ao acaso,
salvando toda a surpreendente força dos seus argumentos, todos de pé.
Uma vez novamente com a Palavra; o Sr. Synésio desviou a
discussão da transubstanciação, que asseverou ter sido inventada no
século XIII, por Inocêncio III10, para o sacrifício da missa e comunhão
sob uma única espécie. Foi sobremodo infeliz agora quando afirmou que
não se gostava, não se cheirava, não se via, não se tocava acidentes do
corpo de Jesus na hóstia e que o objeto se identificava pelos acidentes,
quando afirmou que uma prova das corruções cristãs feitas pela igreja
romana estava patente no caso da comunhão sob uma espécie, contra o
costume secular do princípio, quando finalmente disse que o sacrifício
da missa era um sacrifício de morto porque incruento, isto é, sem
sangue. Perorando, asseverou que a vida vem ou está no sangue, ao que
um rapaz das Obras Contra as Secas aparteou em voz pouco ouvida:
“Isto já é materialismo”.
Frei Damião falou a última vez. Estranhou como o Sr. Synésio
pudesse dizer que a Igreja inventou a transubstanciação pelo simples
fato de ter dado este nome ao divino mistério cristão da transformação
do pão em corpo e do vinho em sangue do N. S. Jesus Cristo. Em
seguida deu uma bela lição de gramática ao Sr. Synésio Lyra. Mostrou
como a igreja apoiada em São Paulo, no mesmo texto aos Coríntios,
acima referido, justifica-se perfeitamente da alteração disci-
9 João 6,51.
10 Nascido Lottario dei Conti di Segni (1160-1216), eleito papa Inocêncio III (1198-1216),
convocou o IV Concílio de Latrão (1215) que definiu a transubstanciação como dogma de fé da
Igreja Católica Romana.
[SYNÉSIO LYRA – 11]
plinar na comunhão, realmente depois de séculos introduzida para uma
só espécie em vez de duas. Eis o texto: “quem comer o pão ou beber o
cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do
Senhor”11. A conjunção alternativa ali esconde toda a luz que a miopia
interpretativa não via. Num auditório mais culto uma réplica fulminante
desta acabaria, uma discussão, sagraria uma vitória, esmagaria um
contendor. Mas, nada se passou. Continuou-se serena a disputa, dentro
da mais perfeita ordem e do mais completo silêncio.
A parte culta do auditório pasmou no momento em que o Sr.
Synésio negou a presença real; alegando não se ver, não se gostar na
hóstia a carne e o sangue, sacrificados. Frei Damião mostrou-lhe a
doutrina da filosofia perene. Disse-lhe como não era pelos acidentes,
mas, pelas substâncias, de sua própria natureza invisíveis e intangíveis,
que se especificavam os objetos. Disse-lhe como maior peso ou o menor
peso, a cor tal e o gosto qual não fazem as cousas tais ou quais. De
substância e acidente falou, apenas, assim de passagem, Frei Damião e
isto mesmo veio escandalizar o Sr. Synésio. Frei Damião para maior
edificação do povo e valorização mais edificante da missão divina de
ensinar as verdades reveladas, publicou que se o Sr. Synésio Lyra
ignorava os preceitos e conquistas mais universais da filosofia, ele lhe
asseverava que é doutor em filosofia e teologia.
Pela última vez com a palavra para concluir a discussão, findas
as duas horas que o Sr. chefe de polícia marcara, o Sr. Synésio começou
por dizer que não sabia filosofia, que só se gloriava de Jesus crucificado
que não viera discutir palavras humanas, que pregava a Sagrada
Escritura e que aquela discussão, terminando sem vencidos nem
vencedores, apenas tivera a finalidade de mostrar a concepção romana e
a concepção evangélica de uns mistérios cristãos.
11 1Coríntios 11,27.
[12 – CONTROVÉRSIA RELIGIOSA]
Não quero deixar sem uma referência o argumento do Sr.
Synésio Lyra contra a presença real pregada nas palavras de São João
(6, 63); “a carne... nada vale”. Com este modo de interpretação da
Sagrada Escritura seria fácil negar que o verbo de Deus se fez carne e
habitou entre nós. Aceitam as consequências? Ressuscitem o
maniqueísmo.
Aí fica uma reportagem criteriosa que não tem a pretensão de
ser completa. Penso não ter sido injusto nos meus juízos. Muitos não
viram o que eu vi. Não admira. O tema da discussão foi eminentemente
elevado. Não houve originalidade nas exposições e respostas católicas.
Apenas se viveu, em duas grandes e memoráveis horas, um grande
mistério cristão afirmado em sua plenitude sobrenatural pelos católicos
e diminuído para um arremedo caricato dos irmãos separados. Os da fé
ficaram com mais fé, os indiferentes e os incrédulos continuaram mais
frios e secos. Frei Damião pediu-me que registrasse o desprezo que o Sr.
Synésio parece votar à filosofia. Mandou que exalte o amor que nós
dedicamos a todas as conquistas das ciências e das artes. Passados foram
os tempos em que se sustentava que há conflito entre ela e a religião. As
verdades não se repelem. Verdadeiras, porém, ao mesmo tempo a
afirmação da presença real evangélica e da presença simbólica é que não
se concebe, se de um sim e de um não, ao mesmo tempo e sobre a
mesma cousa.
Se alguém julgar falha, complete-o; errado, corrija-o. Aguardo
sereno o juízo dos outros.
(Da A Imprensa de João Pessoa12).
12O jornal “A IMPRENSA”, era o jornal semanal da Diocese da Paraíba, fundado em 27 de maio
de 1897, por Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques (1855-1935), 1º Bispo (1894) e 1º
Arcebispo da Paraíba (1914), era um jornal católico doutrinário e noticioso que alcançou
importância na imprensa paraibana, tornando-se um órgão de projeção. Em 1903 o jornal para de
ser produzido por questões financeiras e volta a circular entre os anos de 1912 a 1943. O primeiro
redator-chefe foi o padre José Tomaz, que trabalhava em conjunto com outro religioso, Manoel
Paiva. Este jornal teve grande aceitação por parte da opinião pública, sendo um jornal totalmente
anticomunista. Existiam também colunas de propaganda abertamente pró-Integralismo.
[13]
CONTROVÉRSIA RELIGIOSA
14 João 6,55.
15 João 6,51.
16 João 6,61-63.
Simão Pedro, porém, falando om nome dos companheiros, responde:
“Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as PALAVRAS DA VIDA
ETERNA e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de
Deus”18. Provei, destarte, que as palavras de Jesus tinham um sentido
figurado e dada a deserção de alguns discípulos, porque as tomaram em
sentido literal, o Salvador, pacientemente, esclarece o sentido de
17 João 6,67.
18 João 6,68-69.
19 1Coríntios 11,24-25 (Cf. Lc 22,19).
20 1Coríntios 11,26.
21 João 6,51.
corpo resultante da transubstanciação do pão eucarístico que ele detinha
em sua mão e o seu próprio corpo gerado no ventre da Virgem Maria.
Abro aqui um ligeiro parêntesis: Se a hóstia se transubstancia no
corpo de Jesus, este não deveria em hipótese nenhuma, “estar
invisivelmente presente”, mas visivelmente. Deus é Espírito e como tal,
pela Onipresença, está invisivelmente em toda parte, porque Elo enche o
céu e a terra, mas o mesmo não sucedia com o corpo humano do Cristo.
Como HOMEM, Ele ocupa um lugar apenas no espaço, podendo ser
observado por nossos sentidos cor-
22Frei Damião de Bozzano possuía apenas a formação de teólogo, com doutorado em Teologia
Dogmática, conferido pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, em 1925.
23 Gálatas 6,14.
Mostrei em seguida que meus argumentos se mantinham de pé e
que Frei Damião não respondera a nenhuma de minhas perguntas.
Tomando a expressão: “Isto é o meu corpo”, citei vários textos análogos
em que aparece o verbo “Ser” com a significação de: representar,
simbolizar, tipificar. Vão aqui alguns deles: “Filho do Homem, disse
Deus a Ezequiel, estes ossos são toda a casa de Israel” (Ezeq. XXXVII,
11). Apocalipse 1: 20 “... os sete castiçais que viste são as sete Igrejas”.
Jesus: “EU SOU a videira verdadeira”24. Perguntei, então, ao frade, se
aqueles ossos da visão do profeta se transubstanciaram mesmo na casa
de Israel; se os sete castiçais se transubstanciaram nas sete igrejas vistas
pelo vidente de Patmos; se Jesus mesmo se transubs-
24 João 15,1.
Frei Damião com que autoridade a Igreja fez isto. E li, abrindo um
compêndio de “Curso de Instrução Religiosa”, de Monsenhor Cauly25,
este trecho: “Verdade é que nos primeiros séculos, costumavam
receber a Eucaristia debaixo das espécies do pão e vinho, mas
ninguém cuidava que este uso fosse necessário. A contar do SECULO
XIII o costume de dar Eucaristia aos fiéis somente debaixo da única
espécie do pão, prevaleceu”. A leitura deste trecho foi uma verdadeira
bomba, deixando o antagonista mais uma vez visivelmente
desconcertado.
Para uma igreja que faz tanto alarde das tradições este fato é bem
grave.
Uma nota curiosa. Frei Damião, procurando uma
25 Eugène-Ernest Cauly (1841-1912), vigário geral de Reims, França. Sua obra possui o seguinte
título original “Cours d'instruction religieuse, à l’usage des catéchismes de persévérance, des
maisons d'éducation et des personnes du monde”, publicada inicialmente em 1885, em Paris. Em
1913, foi traduzida e publicada em português.
Logo, o concílio de Trento errou, quando dogmatizou que no
“sacrifício” da missa Cristo é imolado.
Agora, a história da “lição de gramática”, que diz o padre
Delgado ter me dado Frei Damião. É sobre a conjunção “ou” do texto:
“quem comer pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu
do corpo e do sangue do Senhor”. Muito ancho, o padre Delgado
afirma: “Num auditório mais culto uma réplica fulminante desta
acabaria uma discussão, sagraria uma vitória, esmagaria um
contendor”. Devagar, Padre Delgado! Sua afirmativa está delgadinha,
para resistir a uma análise mais acurada às provas.
No texto citado (1ª aos Cor. XI:27), a conjugação é de fato a
disjuntiva “hê” [ἢ], no grego o “ou” em português, mas o que isto quer
dizer e de fato o diz é que aqueles que profanarem a Eucaristia, seja
tomando o pão ou o vinho, será réu do corpo e sangue do Senhor.
Mal aplicando este texto à mutilação da Eucaristia, os teólogos
romanistas caem neste dile-
Peço ao Sr. Synésio Lyra que seja mais sincero, se quiser publicar
algum artigo sobre a controvérsia de Campina Grande. Eu aqui
responderei aos pontos principais da sua reportagem publicada
anteontem neste DIÁRIO.
As primeiras palavras que dirigi ao meu ilustre contendor, foram
as seguintes: “discutir sobre o conteúdo de um livro sem saber o que é,
parece-me tempo perdido. Portanto, antes de começarmos a discussão,
peço ao Sr. Pastor que tenha a bondade de dizer-me o que é a Bíblia”.
Isto não era desviar a discussão: era somente um preâmbulo, um
prólogo que todos os bons professores fazem antes de explicar um livro.
E o Sr. Lyra deu a definição da Bíblia mais ou menos exata: mas
teria sido mais exato, se tivesse dito: — “A Bíblia é a palavra de Deus;
revelação de Deus: escrita à humanidade sob o influxo sobrenatural do
próprio Deus, pois, somente desta maneira Deus se torna autor
principal dos livros sagrados”.
Mas a esta definição se seguem naturalmente outras perguntas: —
“Quais são os livros sagrados?”.
O Sr. Lyra respondeu mostrando-me os livros do Velho e do
Novo Testamento.
— Quem lhe disse que todos estes livros foram escritos sob o
influxo divino e que por isso mesmo fazem parte da Sagrada Escritura?
— o Sr. Lyra respondeu a esta pergunta citando estas palavras de São
Paulo (2 Tim. 3, 16): “toda a Escritura divinamente inspirada é também
útil para ensinar, para repreender, para corrigir”.
— E com esta passagem, acrescentei, podemos
[22 – CONTROVÉRSIA RELIGIOSA]
saber quais são os livros sagrados?”. Façamos uma suposição; sabendo
que o Sr. Lyra é professor de português, digo ao povo: — “todas as
obras do Sr. Lyra são muito úteis para aprender a língua Portuguesa”
— com isto o povo já sabe quais são as obras que o Sr. escreveu?
Não, meu amigo: é necessário que as conheça por outro meio.
Pois bem, do mesmo feitio é a proposição de São Paulo: — “toda
a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender,
etc.”. Com estas palavras inda não posso saber quais são os livros
inspirados e quantos são. Além disso, lembre-se o Sr. que São Paulo
aqui fala somente da Escritura que Timóteo aprendeu na infância, isto é,
do Velho Testamento, pois Timóteo era hebreu de origem e por isso
mesmo na sua infância aprendeu somente o Velho Testamento.
E assim, por meio deste texto, nem por meio de outros, que se
podem achar na divina Escritura, é possível dizer quais são os livros
inspirados e quantos são. Era isto que pedia e peço ao Sr. Lyra, disposto
a abraçar o protestantismo, se me responder. Não diga que nós católicos
nos achamos nas mesmas condições, como de fato me disse durante a
discussão. Isto seria verdade se a nossa regra de fé fosse a mesma dos
protestantes: Ora, pelo contrário, é muito diversa. Esta regra de fé para
os protestantes é a Bíblia explicada, por cada qual para si próprio; para
nós católicos é um magistério vivo, autêntico, infalível, isto é, a Igreja
docente constituída por Jesus Cristo depositária do patrimônio das
verdades. E as fontes aonde essa Igreja vai beber, sem possibilidade de
erro, os ensinamentos de Jesus, são a Bíblia e a tradição. Portanto, nós
podemos dizer quais e quantos são, os livros inspirados, ouvindo o que
ensina a Igreja; mas os protestantes, que não admitem senão a Bíblia,
como podem dize-lo, se isto não se acha na Bíblia?
26 João 6,52.
[24 – CONTROVÉRSIA RELIGIOSA]
discípulos se revoltam e exclamam: “É duro este discurso e quem o
pode ouvir?”27. E abandonam a Jesus. E Ele não os detém. Teria podido
impedir a apostasia com uma simples explicação de suas palavras, e
pelo contrário, permite que o abandonem. Mas então não foi Jesus um
criminoso?
Explique isto Sr. Lyra; se quiser lhe posso propor o argumento
sob forma sensível:
Alguém está para afogar-se. Eu posso salvá-lo facilmente,
estendendo-lhe apenas a mão, e não o faço.
Peco contra o preceito da caridade, que me obriga a ajudar,
quando me é possível, ao meu próximo nas suas necessidades espirituais
e temporais. Da mesma forma Jesus teria pecado, não explicando no
sentido figurado as suas palavras, se deveras devia falar de uma
manducação espiritual e metafórica.
Muito mais que Ele mesmo tinha dado a ocasião.
Explico-lhe melhor o meu pensamento. Muitos dos discípulos
estavam para cair na apostasia, por terem compreendido em sentido real
as palavras de Jesus. Ele podia com uma simples palavra impedir este
mal, dizendo que era em sentido figurado que falava. Não o fez. Logo,
ou Cristo faltou à caridade ou queria falar em sentido real.
3 — O discurso de Jesus provoca discussão gravíssima entre os
discípulos
E afinal permanecem fiéis a Jesus somente os que creem nas suas
palavras, a saber: Os que creem ser necessário comer a sua carne e beber
o seu sangue para ter a vida eterna. Abandona-o os que não podem
admitir tantos milagres e que por certo não teriam achado dificuldade
em ficar e em crê, se se tratasse duma simples figura de corpo e do
sangue de Jesus.
27 João 6,60.
Ora se Jesus tivesse falado em linguagem figurada, qual teria sido
a consequência? Esta e não outra: teria detido junto a si como seus
discípulos,
28 João 6,63.
iluminada pela graça: ao passo que a carne significa o homem
considerado na sua corrução nativa.
(Cfr. Mt 16, 17; 1 Cor. 2, 14 e 15). E assim, o sentido das
palavras acima é este: “As minhas pa-
29 Pio Giannotti, conhecido como Frei Damião de Bozzano (1898-1997), nome que tomou para si
ao ingressar na Ordem dos Capuchinhos em 1914, foi um sacerdote católico romano. Convocado
pela Força Militar do Exército da Itália para serviu na frente de batalha da I Guerra Mundial (1914-
1918), período que lhe marcará profundamente. Voltando da guerra, ingressou no Seminário, sendo
ordenado sacerdote, obtendo posteriormente o doutorado em Teologia Dogmática, desempenhando,
após, o cargo de professor. Em 1931, Frei Damião aceitou o convite de seus superiores para ser
missionário no Brasil, vindo a celebrar sua primeira missa no Brasil em 05 de abril de 1931, na
cidade de Gravatá, agreste pernambucano.
[33]
CONTROVÉRSIA RELIGIOSA
SYNÉSIO LYRA.
31 Mateus 26,27.
[45]
CONTROVÉRSIA RELIGIOSA
Finalmente alcancei o que desejava pela famosa pergunta: “O que
é a Bíblia?” e por esta outra que naturalmente se segue à primeira —
quais são os livros sagrados e quantos são?
Para que o meu ilustre contendor não procurasse uma evasiva na
resposta, que dele esperava, no meu artigo, propus-lhe a questão nestes
termos exatos: “Se devemos aceitar como verdade revelada, somente o
que encontramos na Bíblia, conforme a doutrina protestante, nela
deveremos também achar quais são os livros inspirados e quantos são,
pois, também estas são verdades reveladas”.
E o Sr. Lyra me respondeu: “Os livros sagrados são todos os que
a Igreja primitiva aceitou conto oriundos direta ou indiretamente dos
apóstolos”.
Muito bem, ilustre filósofo e exegeta, portanto admite com a
Igreja Católica que nem todas as verdades reveladas se acham na Bíblia,
e nega o princípio fundamental do protestantismo, que apenas aceita
como verdade revelada o que se acha na Bíblia.
Quanto ao círculo vicioso, em que segundo o Sr. caí quando
afirmei que “a Igreja docente é a regra de fé dos católicos e que as
fontes onde esta igreja vai beber, sem probabilidade do erro, os
ensinamentos de Jesus, são a Bíblia e a tradição”, ouça a resposta.
Com a autoridade histórica do Novo Testamento, provamos que a
regra de fé estabelecida por Nosso Senhor, isto é, o meio lógico,
objetivo, que escolheu para conservar, ensinar e explicar a sua doutrina,
foi a instituição de uma Igreja infalível (cf. Mat.
[46 – CONTROVÉRSIA RELIGIOSA]
28,18 — Mc. 16,15 — Lc. 10-16); só depois deste preâmbulo
recebemos da Igreja os Evangelhos, e os demais livros da Bíblia, não
como documentos históricos, mas como livros inspirados; e recebemos
também outras verdades que não se acham na Bíblia.
Há nisto círculo vicioso, Sr. Lyra?
Quanto a tudo o mais que diz o Sr. no seu artigo, não merece uma
resposta. Apenas quero observar que o Sr. para refutar a eficácia do
argumento, que eu deduzia do texto grego, traduziu somente o começo
da frase e deixou o resto, acrescentando que as palavras “próprio” e
“mesmo” não estão em absoluto no texto grego.
Está, porém, nele o que equivale às palavras portuguesas,
“próprio” e “mesmo”.
E com isto dou por terminada a minha controvérsia com o Sr.,
pois estou missionando no Interior do Estado e não tenho tempo para
perder com quem se obstina em negar a verdade.
Mais uma palavra Sr. Lyra, e termino. Visto que o senhor é um
exegeta tão profundo, que veio descobrir nas palavras do Jesus um
sentido de que não puderam descobrir, um Santo Agostinho, um S.
Jerônimo, um S. João Crisóstomo, um Santo Ambrósio, um S. Bernardo,
um S. Tomás, um S. Boaventura e nenhum dos outros grandes teólogos
da Igreja, tenha a bondade de resolver também esta questão que, para
mim, foi sempre um enigma.
Passe bom Sr. Lyra. Se quiser ainda discutir comigo pode
apresentar-se, porém, não mais determine o número dos ouvintes, não
impeça os apartes, e não convide o Chefe de Polícia para impedir as
vaias se forem justas.
Quanto à ordem, garantirei sempre.
Frei Damião de Bozzano.
Com esta resposta, Frei Damião declarou-se derrotado nesta
controvérsia. Fugindo do terreno hon-
CONTROVÉRSIA RELIGIOSA
Frei Damião deu por terminada sua controvérsia comigo,
dizendo-se “missionando no interior do Estado” e proclamando-me
obstinado no erro. Tentou, porém, nessa despedida, demonstrar que não
caiu em círculo vicioso, quando fez a autoridade da Igreja Romana,
como regra de fé, derivar-se do Novo Testamento (segunda parte da
Bíblia) e a autoridade da Bíblia, como fonte dos “ensinamentos de
Jesus... sem possibilidade de erro”, da autoridade dessa mesma Igreja.
Para isso, recorreu S.S.ª a outro “PREÂMBULO”... a saber, —
que para provar ser a Igreja regra de fé, socorre-se da “autoridade
histórica do Novo Testamento”.
Ora, a autoridade histórica do Novo Testamento não decide das
questões de exegese resultantes da leitura do sagrado texto. Depois de
certificarmo-nos, não pelo testemunho suspeito da Igreja Romana —
mas por provas internas e externas de quais são os livros do Novo
Testamento e sua ipsíssima verba, não temos, com isto, a interpretação
de seus textos.
Para sabermos o que estes textos, autênticos, genuínos, dizem-
sobre a Igreja, isto é, para interpretarmos a Bíblia, não ternos de recorrer
agora à autoridade histórica, mas aos princípios da Hermenêutica para
uma racional exegese. E, tal é o que faz, livremente, a Igreja Romana,
usando aí o livre exame que ela mesma condena e nega aos protestan-
32 Robert Boyle (1627-1691) foi um cientista anglo-irlandês, conhecido por enunciar a Lei de
Boyle-Mariotte, que descreve o comportamento dos gases em função da pressão e temperatura.
Incentivou financeiramente algumas sociedades missionárias, além de publicar obras de teologia,
tais como “An Essay upon the Style of the Holy Scriptures” (1663), de onde Synésio Lyra retirou
precioso e o mais brilhante, o mais apto para refletir luz e, todavia, o
mais forte para fazer impressões”.
E eu digo — fazendo minhas as palavras do Rev. Dr. Jerônimo
Gueiros — “A Bíblia é, entre os livros,
SYNÉSIO LYRA
sua citação. No original: “... The Bible is indeed, amongst books, what the diamond is amongst
stones, the preciousest, and the sparklingst, the most apt to featter light, and yet the solidest, and
the most proper to make impressions”.
ANEXO
CAPÍTULO 5
POLÊMICA DE FREI DAMIÃO COM O REV. SYNÉSIO
LYRA EM CAMPINA GRANDE-PB
A iniciativa do encontro de frei Damião com um pastor
protestante para uma discussão doutrinária nasceu na cidade de
Esperança, vizinha a Campina Grande, PB, no primeiro trimestre de
1935.
As provocações partiram do vigário da cidade e do próprio frei
Damião, que, no dia 22 de março, enfatizou o desafio, chamando para a
“arena” o missionário norte-americano Carleton F. Mathews 33. Ficou
acertado então o confronto para o domingo 29 daquele mês, às 17 horas,
no Paço Municipal.
Os pastores congregacionais da região, sobretudo o rev. João
Clímaco Ximenes34, titular da Igreja Evangélica Congregacional de
Campina Grande (a maior do Estado), depois de uma avaliação,
concluíram que o debatedor deveria ser um obreiro nacional, com pleno
33 Carleton F. Mathews (-1966), missionário americano formado pelo Instituto Bíblico Moody,
chegou em 1932 à Paraíba, enviado juntamente com sua esposa, Mary Adelaide (-1996), enviado
pela missão União Evangélica Sul Americana (UESA).
34João Clímaco Ximenes (1895-1963), pernambucano natural do distrito de Camela, município de
Sirinhaém, dedicou 33 anos e 6 meses ao ministério pastoral na Igreja Evangélica Congregacional
de Campina Grande, no Estado da Paraíba.
domínio do idioma. O escolhido foi o rev. Israel Gueiros 35,
presbiteriano, que veio do Recife para a polêmica marcada para o início
de abril.
Quando chegaram a Esperança, os pastores constataram que o
clima era de guerra. Milhares de pessoas, da cidade de Esperança e de
outros municípios, fanáticos por Damião, estavam lá para apoiar o frade,
vaiar e certamente espancar os ministros evangélicos.
Era fácil verificar também que o reduzido contingente policial
não seria capaz de assegurar plenas garantias aos pastores. Responsáveis
e prudentes, os ministros comunicaram ao pároco que não iriam
comparecer ao encontro. Este, conhecido perseguidor, passou a
desqualificar os líderes evangélicos espalhando que eles "ficaram com
medo da barba de frei Damião e correram do debate.”
A Imprensa, jornal católico de João Pessoa, divulgou a versão
na sua edição de 6 de abril de 1935, comentando inclusive que pedir
garantias e a presença de autoridades era uma "corriqueira evasiva dos
senhores protestantes quando se acham em aperturas.” E mais adiante:
“Nada faltou. Até o povo, as 15 mil almas que estavam em frente ao
prédio da prefeitura prometeram ao Revmo. frei Damião toda a ordem
possível. Coibiram até as mofas, caso os senhores pastores perdessem a
discussão (o que era certíssimo).” E ainda: “Fugiram vergonhosamente
sob o balofo pretexto de que a ordem não seria mantida.”
(...)
35Israel Furtado Gueiros (1907-1997), foi pastor da 1ª Igreja Presbiteriana do Recife (1932-1984),
era sobrinho do Rev. Jerônimo Gueiros. Em 1956, liderou uma campanha contra o Seminário do
Norte sob a acusação de modernismo. Gueiros fundou outro seminário e foi deposto pelo
Presbitério de Pernambuco em julho de 1956. Serviu também como Presidente da CIEF em 1958,
por ocasião da II Assembleia Geral da CIEF, no Rio de Janeiro, e Presidente da ALADIC em 1960,
por ocasião do V Congresso da ALADIC, em Buenos Aires, Argentina. Em 1962 foi eleito Vice-
Presidente do CIIC para o Norte do Brasil, por ocasião do V Congresso Mundial do CIIC, em
Amsterdam, Holanda; e Primeiro-Vice-Presidente do CIIC, por ocasião do VIII Congresso Mundial
do CIIC, em Cape May, Nova Jersey, EUA, em 1968. Ocupou a Presidência do CIIC em 1975,
quando o Presidente, Dr. CARL McIntire, foi deportado do Quênia, País Africano em cuja capital,
Nairóbi, ocorreu o IX Congresso Mundial do CIIC, ocasião em que foi eleito Vice-Presidente da
Associação Internacional Presbiteriana e Reformada.
O CONFRONTO EM CAMPINA GRANDE