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DIREITO TRIBUTÁRIO

Fontes do Direito Tributário

Existe diferença entre LEI e LEGISLAÇÃO TRBUTÁRIA?

Sim. O termo “legislação tributária” refere-se tanto a lei em sentido formal, como os

outros atos com força normativa (decretos, portarias, resoluções). Art. 96 do CTN: A

expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções

internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em

parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Sistema Tributário Nacional

Constituição:

A Constituição trata das competências tributárias, limitações ao poder de tributar

(princípios, regras e imunidades), princípios e regras específicos sobre a tributação, os

tributos e a destinação do produto da arrecadação.

Ricardo Lobo Torres afirma que existe no Brasil uma “Constituição Financeira”, tendo

em vista que a Constituição de 1988 regula de maneira ampla a matéria tributária. De

maneira objetiva, a “Constituição Tributária ou Financeira” é o conjunto de princípios

e regras que tratam da matéria tributária.

As emendas constitucionais não podem violar cláusulas pétreas. Ex.: Não possível

mudar a competência para instituição do ISS, pois isto violaria a forma federativa de

Estado (pacto federativo). ADIN 939 disse que a Emenda 03/93 violou os princípios da

anterioridade e da imunidade recíproca que são direitos e garantias fundamentais (que

não se esgotam no art. 5º da CF/88).

Existe diferença entre Lei Complementar “Nacional” e “Federal”?

Sim. A lei complementar nacional é aquela aplicada nas três esferas da Federação. Ex.:

LC 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa). Permite a uniformidade de

tratamento do tema em todo o território nacional (ex.: o tratamento da prescrição e

decadência deverá ser uniforme). A lei complementar federal se aplica somente no


âmbito da União. Ex.: art. 195, §4º da Constituição que prevê a instituição de fonte de

custeio para a manutenção da Seguridade Social.

Existe hierarquia entre Lei Complementar e Lei Ordinária?

O STJ em alguns julgados chegou a dizer que havia hierarquia entre a Lei Complementar

e Lei Ordinária. Entretanto, para o STF não existe hierarquia, mas reserva de matéria.

Informativo 428 e 429.

Obs.:

- Lei Complementar que trata de matéria reservada à Lei Ordinária é materialmente

ordinária, podendo ser modificada ou revogada por Lei Ordinária posterior;

- Lei Ordinária que trata de matéria reservada à Lei Complementar é formalmente

inconstitucional;

- Se uma emenda constitucional disser que a matéria não deve ser regulada por lei

complementar, as leis complementares anteriores devem ser recepcionadas com eficácia

de lei ordinária;

- O Código Tributário Nacional é uma lei ordinária que foi recepcionada com status de

Lei Complementar no que diz respeito às normas gerais do Sistema Tributário Nacional.

Assim, as normas gerais do CTN somente podem ser modificadas por Lei

Complementar;

É possível a edição de MP para tratar de matéria reservada à Lei Complementar?

Não. Art. 62, §1º, III da Constituição. Mas pode tratar de matéria tributária não reservada

à Lei Complementar.

Papel da Lei Complementar em matéria tributária

I- Dispor sobre os conflitos de competência tributária

II- Limitações ao poder de tributar (inclusive imunidades, segundo o STF)

III- Normas gerais de direito tributário (normas aptas a gerar efeitos sobre os

entes federados e administrados), especialmente sobre (rol exemplificativo):

A) Definição de tributo (art. 3º do CTN)


B) Espécies tributárias (art. 5º do CTN e Constituição Federal)

C) Impostos discriminados nesta Constituição (art. 153, art. 155 e art. 156,

não se aplica ao art. 154), a dos respectivos fatos geradores, bases de

cálculos (não se aplica a alíquotas) e contribuintes;

E se não houver lei tratando dos fatos geradores, bases de cálculo e

contribuintes de um imposto estadual? Os Estados poderão exercer a

competência legislativa plena. STF: Mostra-se constitucional a disciplina

do IPVA. Deixando a União de editar normas gerais, exerce a unidade da

federação a competência plena.

D) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributária;

Tanto os prazos de prescrição e decadência (5 anos) previstos no CTN,

quanto as hipóteses de suspensão e interrupção destes prazos somente

podem ser tratadas por lei complementar (Súmula Vinculante nº 8);

O CTN foi recepcionado pela CF/67 (Emenda 01/69) e pela CF/88 com

status de lei complementar em relação a este artigo;

Obs.: retroatividade da multa ou sanção tributária mais benéfica (art. 146, III do CTN) é

norma geral e, portanto, reservada à lei complementar (RE 407.190).

É possível que uma Lei Ordinária estabeleça uma responsabilidade solidária dos sócios

em relação aos débitos da sociedade com a seguridade social?

De acordo com o STF, as regras relativas a responsabilidade tributária (sujeito passivo)

fora recepcionadas com status de lei complementar, devendo ser revogadas ou

modificadas por Lei complementar, sob pena de inconstitucionalidade.

Legislação Tributária Nacional:

Legislação Tributária Federal

Constituições Estaduais

Leis municipais

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