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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Química
Programa de Pós-Graduação em
Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos

Recuperação e Reúso de Água na


Indústria de Petróleo:
Síntese de Redes de Transferência de Massa

Reinaldo Coelho Mirre

Dissertação de Mestrado

Orientadores

Profª. Lídia Yokoyama, D.Sc.


Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.

Agosto de 2007
ii

RECUPERAÇÃO E REÚSO DE ÁGUA NA INDÚSTRIA DE


PETRÓLEO: SÍNTESE DE REDES DE TRANSFERÊNCIA DE
MASSA

Reinaldo Coelho Mirre

Dissertação submetida ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação em Tecnologia


de Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de
Mestre em Ciências.

Orientada por:

________________________________________
Profª. Lídia Yokoyama, D.Sc.

________________________________________
Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.

Aprovada por:

________________________________________
Prof. Carlos Augusto Guimarães Perlingeiro, D.Sc.

________________________________________
Profª. Juacyara Carbonelli Campos, D.Sc.

________________________________________
Prof. Tito Lívio Moitinho Alves, D.Sc.

Rio de Janeiro, RJ - Brasil


Agosto de 2007
iii

MIRRE, REINALDO COELHO


Recuperação e Reúso de Água na Indústria de Petróleo: Síntese de Redes de
Transferência de Massa. [Rio de Janeiro] 2007
xviii, 197 p., 29,7 cm (EQ/UFRJ, M.Sc., Tecnologia de Processos Químicos e
Bioquímicos, 2007)
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, EQ
1. Integração de Processos; 2. Reúso de água e efluentes industriais; 3. Minimização;
4. Estações de tratamento de efluentes; 5. Uso racional dos recursos hídricos
I. EQ/UFRJ
II. Título (série)
iv

Dedicatória

À memória de minha querida mãe, Wanda,


pelo amor, generosidade e carisma
que sempre pautaram a sua vida,
com notável zelo na educação
de seus dois amados filhos.
A ela, manifesto minha eterna gratidão.
v

Agradecimentos

A Deus, pela força que me transmite, permitindo superar as adversidades que a vida
propõe.

Ao Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, com quem iniciei os passos na pesquisa e
na vida profissional, atravessando a graduação e se estendendo até o presente, pelas
oportunidades de trabalho e pelo conhecimento transmitido, combinados ao apoio e à
amizade presentes.

À Profª. Lídia Yokoyama, pelo importante amparo nos momentos de valiosas


discussões, com especial atenção e disposição a contribuir para o enriquecimento do
trabalho.

À Profª. Marisa Fernandes Mendes, ao Prof. Eduardo Mach Queiroz e ao Dr. Fabrício
Torres, pelo aprendizado e crescimento profissional que tive a oportunidade de
vivenciar, na graduação, em um período de grandes transformações.

Aos amigos do imenso grupo do Laboratório de Integração de Processos “Carlos A.


Guimarães Perlingeiro” (GIPQ), especialmente a Ana Mehl, Bernadete Delgado, Bruno
Bôscaro, Camila Higa, Carlos Eduardo, Claudia Ferreira, Daniela Garcia, Prof. Flávio
Feiteira, Joana Borges, Joana Penello, Juliana Prata, Leonardo Nogueira, Pedro
Wagner, Rafael Tini, Rodrigo Santos, Shayane Magalhães, Sara Marques e Thiago
Ribeiro. A todos, pelo convívio produtivo e bem humorado que se irradia no espaço
físico deste ambiente.

Aos amigos do Laboratório de Tratamento de Efluentes, pelas conversas ocasionais e


descontraídas, especialmente a Thaís Delazare, André e Fabiana Araújo.

Aos professores e funcionários da Escola de Química, pelos conhecimentos e convívio


harmonioso.

A Celso Scofield, Dilri Scardini e Salvador Ávila Filho, pelos simbólicos


esclarecimentos acerca da abordagem deste trabalho.

Aos meus pais, Lias e Wanda (in memoriam), pela estrutura, educação e saúde que
me permitiram alcançar os objetivos. E à minha irmã, Érika, pelo seu carinho e
compreensão.

Aos meus avós, José (in memoriam) e Corina, e tios, José Marcos e Maria Helena,
pela importância e pelo incentivo que sempre me deram para que pudesse trilhar os
caminhos da vida com tranqüilidade e determinação.

Ao Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello


(CENPES/PETROBRAS), pela bolsa de pesquisa concedida, através de convênio
administrado pela Fundação COPPETEC.

E a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho,
os meus sinceros agradecimentos.
vi

Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em


Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química/UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências, com
ênfase na área de Engenharia de Processos.

RECUPERAÇÃO E REÚSO DE ÁGUA NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO:


SÍNTESE DE REDES DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA

Reinaldo Coelho Mirre


Agosto, 2007

Orientadores: Profª. Lídia Yokoyama, D.Sc.


Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.

Em todo o mundo, a preocupação com a geração de efluentes no ambiente industrial


tem sido cada vez mais constante. Fatores como o crescimento populacional, vêm
repercutindo na necessidade de um adequado gerenciamento dos recursos hídricos,
estimulando a adoção de medidas preventivas para a sua preservação. Aliado a isso,
a possibilidade de se institucionalizar a cobrança pelo uso da água irradia um cenário
de aumento nos custos de produção e, sendo assim, um novo paradigma quanto à
racionalização do seu uso, à adequação de tratamento e à aplicabilidade crescente de
técnicas de reúso se faz cada vez mais influente. Em paralelo, as imposições
legislativas mais rigorosas sobre os responsáveis pelas fontes emissoras induzem a
busca pela máxima redução do impacto ambiental. Nesta vertente, o presente trabalho
tem como objetivo aplicar o procedimento algorítmico-heurístico diagrama de fontes de
água (DFA) na definição da meta de consumo mínimo de água de processo para o
caso de uma refinaria de petróleo. Foram gerados diferentes cenários propostos por
meio de reuso e/ou reciclo de correntes, incluindo os processos regenerativos.
Avaliou-se a importância e a influência da estação de tratamento de efluentes como
restauradora da qualidade não somente do efluente final, como também das correntes
intermediárias de processo, através de configurações centralizada e distribuída. Os
índices de mérito para a análise das propostas incluíram a redução no consumo de
água captada, e a redução nos custos totais, com o investimento na estação de
tratamento. As alternativas levantadas mostraram-se bastante promissoras, levando a
configurações de reaproveitamento de correntes com cerca de 20% de redução nos
custos totais. O estudo envolveu a consideração simultânea de três contaminantes nas
correntes, com uma abordagem distinta e encadeada do problema. De modo geral, os
resultados aqui reproduzidos demonstram que a técnica empregada apresenta relativo
sucesso quando se tem como metas principais reduzir o consumo de água na
indústria, e contribuir para a ecoeficiência dos processos produtivos.

Palavras-Chave: Minimização de efluentes aquosos; redes de transferência de massa;


reúso de água e efluentes industriais
vii

Abstract of Thesis presented to Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos


Químicos e Bioquímicos (EQ/UFRJ) as a partial fulfillment of the requirements for the
degree of Master of Science, with emphasis on Chemical Engineering Process Design.

WASTEWATER RE-USE AND RECOVERY IN THE PETROLEUM INDUSTRY:


MASS EXCHANGE NETWORKS SYNTHESIS ON DESIGN PROCEDURE

Reinaldo Coelho Mirre


August, 2007

Advisors: Profª. Lídia Yokoyama, D.Sc.


Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.

The concern with the effluent generation is becoming more important in the industrial
sector worldwide. Due to factors such as population growth among others, it’s vital that
a proper use of water be established in combination with preventive measures in order
to preserve the water natural resources. Simultaneously, more rigorous legislative
restrictions on the emission sources, lead to the search for the maximum reduction of
environmental impact in the industry. The objective of this work is to apply the heuristic
algorithmic procedure called water sources diagram (WSD), defining the target of
minimum process water consumption applied to an oil refinery, and carrying out the
synthesis of the mass exchange networks. Several scenarios were obtained
considering reuse and recycle of streams, including regenerative processes. The
importance and influence of the wastewater treatment plant in the regeneration quality,
including intermediate process streams, aiming the reuse and the recycling operations,
were evaluated. Furthermore, centralized and distributed treatment flowsheet
configurations were tested. Thus, this work involved the solution of a case study that
presents three contaminants in water streams processes, with different
interconnections approaches. The results were compared according to two criteria: the
reduction in the water consumption and total costs analysis. The raised scenarios
revealed to be greatly promising, and flowsheet configurations were reached with
approximately 20% of reduction in the total costs. Regarding the ecoefficiency
processes, the results reproduced here demonstrate that the applied technique is
successful when reduction of costs combined with water consumption is the main goal
in the industry.

Keywords: Wastewater minimization; water mass exchange networks; industrial water


and wastewater reuse
viii

Sumário

Capítulo 1 – Introdução ---------------------------------------------------------------------- 1

1.1. A importância sócio-econômica do recurso Água 1


1.2. A água no ambiente industrial 3
1.3. A Integração de Processos no contexto da minimização de efluentes
aquosos 9
1.4. Objetivos e apresentação dos capítulos subseqüentes 10

Capítulo 2 – Redes de Recuperação e Reúso de Água em Sistemas


Multicomponentes ----------------------------------------------------------------------------- 12

2.1. Redes de distribuição e de tratamento de efluentes aquosos 16


2.2. Considerações finais do Capítulo 38

Capítulo 3 – Os Efluentes Hídricos nos Processos de Refino ------------------ 40

3.1. O sistema hídrico de uma refinaria 40


3.2. O tratamento de efluentes industriais 49
3.3. Reflexões sobre a natureza do reúso de correntes hídricas 66
3.4. Considerações finais do Capítulo 68

Capítulo 4 – O DFA na Minimização de Efluentes Aquosos em Sistemas


com Múltiplos Contaminantes ------------------------------------------------------------- 70

4.1. Metodologia geral 70


4.2. Um estudo de caso para máximo reúso 71
4.2.1. Relações de transferência 72
4.2.2. A lógica do deslocamento 76
4.2.3. A construção do Diagrama de Fontes de Água (DFA) 77
4.2.4. A geração simultânea de fluxogramas a partir do DFA 83
ix

Capítulo 5 – Estudo de Caso – Resultados e Discussão -------------------------- 86

5.1. Estudo de Caso – definição do problema 87


5.2. Balanço hídrico 92
5.3. Geração de cenários de reutilização hídrica – aplicação do DFA 101
5.3.1. Definição do contaminante e da operação de referência 101
5.3.2. Máximo reúso 103
5.3.3. Regeneração de correntes de processo 119
5.3.4. Custos das propostas de reutilização de correntes 136
5.3.5. Considerações parciais sobre o estudo de caso 140
5.3.6. O tratamento de efluentes (ETDI) 142
5.3.7. Tratamento centralizado 145
5.3.8. A ETDI como regeneradora de correntes de processo 158
5.3.9. Tratamento distribuído de efluentes 162
5.3.10. Custos das propostas de reutilização de correntes alinhadas à
ETDI 169

Capítulo 6 – Conclusão e Sugestões ---------------------------------------------------- 173

6.1 – Conclusão 173


6.2 – Sugestões 176

Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------ 177

Anexo ---------------------------------------------------------------------------------------------- 189


x

Lista de Figuras

Figura 1.1 – Formas de minimização do consumo de água primária, através de (a)


reúso; (b) regeneração com reúso; e (c) regeneração com reciclo ---------------------------- 6

Figura 3.1 – Esquema simplificado dos processos de refino de petróleo (Bueno, 2004)- 42

Figura 3.2 – Esquema ilustrativo dos processos constituintes de uma estação de


tratamento de despejos industriais (ETDI)------------------------------------------------------------ 55

Figura 3.3 – Esquema típico da seqüência de processos de tratamento de efluentes


em uma refinaria--------------------------------------------------------------------------------------------- 56

Figura 4.1 – Etapa inicial da construção do diagrama de fontes de água ------------------- 79

Figura 4.2 – Representação das operações no diagrama de fontes de água --------------- 80

Figura 4.3 – Quantidade de massa transferida em cada operação, no diagrama de


fontes de água ----------------------------------------------------------------------------------------------- 80

Figura 4.4 – Estrutura do DFA, elaborado com base no contaminante A como


referência ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 83

Figura 4.5 – Rede de transferência de massa para o máximo reúso – referência:


contaminante A ---------------------------------------------------------------------------------------------- 83

Figura 5.1 – Esquema do fluxograma geral (diagrama de blocos) dos processos que
integram o sistema hídrico de uma refinaria de petróleo (adaptado de Huang et al.,
1999)------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 93

Figura 5.2 – Esquema do fluxograma geral dos processos hídricos da refinaria de


petróleo em estudo, a partir do balanço de componentes --------------------------------------- 96

Figura 5.3 – Rede de transferência de massa para o problema apresentado nas


condições operacionais, com base na vazão limite mínima estabelecida ------------------- 100

Figura 5.4 – Diagrama de fontes de água para o caso de máximo reúso, com as
vazões limites mínimas do problema (componente referência C) ------------------------------ 107

Figura 5.5 – Rede de transferência de massa para o cenário 1 (referência C) ------------- 109

Figura 5.6 – Diagrama de fontes de água para o caso de máximo reúso, com as
vazões limites mínimas do problema (componente referência A) ----------------------------- 112

Figura 5.7 – Diagrama de fontes de água para o caso de máximo reúso, com as
vazões limites mínimas do problema (componente referência B) ----------------------------- 115

Figura 5.8 – Rede de transferência de massa para o cenário 3 -------------------------------- 117


xi

Figura 5.9 – Rede de transferência de massa para o cenário 4 -------------------------------- 122

Figura 5.10 – Rede de transferência de massa para o cenário 5 ------------------------------ 126

Figura 5.11 – Rede de transferência de massa para o cenário 6 ------------------------------ 129

Figura 5.12 – Rede de transferência de massa para o cenário 7 ------------------------------ 133

Figura 5.13 – Rede de transferência de massa para o cenário 8 ------------------------------ 135

Figura 5.14 – Custo total anual estimado para cada cenário ----------------------------------- 140

Figura 5.15 – Esquema da seqüência de processos de tratamento de efluentes


proposto para a refinaria em estudo ------------------------------------------------------------------- 144

Figura 5.16 – Esquema do fluxograma geral dos processos hídricos da refinaria em


estudo, incorporado à ETDI ------------------------------------------------------------------------------ 146

Figura 5.17 – Esquema da seqüência de processos de tratamento de efluentes


proposto para a refinaria em estudo ------------------------------------------------------------------- 147

Figura 5.18 – Esquema geral dos processos com a ETDI, inclusive a osmose inversa - 149

Figura 5.19 – Rede de transferência de massa com base no cenário 8, incluindo a


ETDI (sem osmose inversa) ----------------------------------------------------------------------------- 151

Figura 5.20 – Rede de transferência de massa a partir do cenário 8, incluindo a ETDI


(com osmose inversa) ------------------------------------------------------------------------------------- 153

Figura 5.21 – Rede de transferência de massa para o cenário 13 ---------------------------- 155

Figura 5.22 – Rede de transferência de massa para o cenário 14 ---------------------------- 157

Figura 5.23 – Esquema geral das possibilidades de destinação de correntes de


processo para regeneração na própria ETDI -------------------------------------------------------- 159

Figura 5.24 – Rede ajustada do cenário 12, após regeneração pela rota da ETDI ------- 161

Figura 5.25 – Procedimento simplificado para a síntese de redes de tratamento


distribuído em sistemas (Húngaro, 2005) ------------------------------------------------------------ 166

Figura 5.26 – Rede de tratamento distribuído de efluentes, estruturada com base no


cenário 8 ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 168

Figura 5.27 – Custo total anual estimado para cada cenário, incorporando a ETDI ------ 171

Figura A.1 – Diagrama de fontes de água para o cenário 4 (componente referência C) - 191

Figura A.2 – Diagrama de fontes de água para o cenário 5 (componente C como


referência ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 193
xii

Figura A.3 – Diagrama de fontes de água para o cenário 6 (componente C como


referência) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 195

Figura A.4 – Diagrama de fontes de água para o cenário 14 (componente C como


referência) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 197
xiii

Lista de Tabelas

Tabela 3.1 – Processos básicos de refino (Szklo, 2005) ----------------------------------------- 41

Tabela 3.2 – Concentrações típicas de contaminantes em efluentes de processos de


refino antes do seu tratamento (mg/L) (Fonte: CONCAWE, 1995, In: Szklo, 2005) ------ 48

Tabela 3.3 – Características dos despejos das refinarias de petróleo (Braile, 1993, In:
Mariano, 2005) ---------------------------------------------------------------------------------------------- 56

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 57

Tabela 3.5 – Concentração dos principais componentes tóxicos encontrados nos


efluentes (Braile, 1979, In: Mariano, 2005) ---------------------------------------------------------- 63

Tabela 3.6 – Sistemas de tratamento para a recuperação de efluentes aquosos


(Adaptado de Faria, 2004) ------------------------------------------------------------------------------- 64

Tabela 4.1 – Dados do problema apresentado por Wang e Smith (1994a) ----------------- 72

Tabela 4.2 – Relações de transferência -------------------------------------------------------------- 73

Tabela 4.3 – Concentração para os contaminantes A, B e C nas operações 1, 2 e 3


(referência: contaminante A) ---------------------------------------------------------------------------- 74

Tabela 4.4 – Valores ajustados pelo deslocamento, para as concentrações dos


contaminantes A, B e C nas operações 1, 2 e 3 (contaminante A como referência) ----- 76

Tabela 4.5 – Dados limites do problema após adaptação com o deslocamento, para o
contaminante A ---------------------------------------------------------------------------------------------- 77

Tabela 4.6 – Resultados do problema para cada contaminante de referência (Gomes,


2002) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 84

Tabela 5.1 – Fontes de água da refinaria (Huang et al., 1999) --------------------------------- 89

Tabela 5.2 – Dados de processo de operações consumidoras de água em refinarias


(baseado em Ullmer et al., 2005) ----------------------------------------------------------------------- 90

Tabela 5.3 – Dados de processo de uma unidade de tratamento de efluentes da


refinaria (Huang et al., 1999) ---------------------------------------------------------------------------- 91

Tabela 5.4 – Limites de descarte no corpo receptor ---------------------------------------------- 92


xiv

Tabela 5.5 – Tabela problema das operações consumidoras de água em refinarias


com as concentrações (operacionais) obtidas após o balanço hídrico dos
componentes ------------------------------------------------------------------------------------------------- 95
Tabela 5.6 – Dados de processos para determinação da vazão limite mínima
representativa de cada operação, a partir das concentrações máximas e da
preservação das cargas mássicas do problema --------------------------------------------------- 97

Tabela 5.7 – Valores de concentração de entrada e saída nas condições máximas pelo
atendimento da vazão limite mínima ------------------------------------------------------------------ 99

Tabela 5.8 – Definição do contaminante de referência considerando as operações


candidatas, caldeira e torre de resfriamento -------------------------------------------------------- 103

Tabela 5.9 – Definição do contaminante de referência considerando as operações


candidatas, caldeira e lavagem de H2S --------------------------------------------------------------- 103

Tabela 5.10 – Concentrações ajustadas para o componente C como referência --------- 104

Tabela 5.11 – Dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do DFA


(componente referência C) ------------------------------------------------------------------------------- 105

Tabela 5.12 – Configuração da rede para a solução proposta (componente C como


referência) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 108

Tabela 5.13 – Valores de concentração ajustados para o componente de referência


(componente referência A) ------------------------------------------------------------------------------- 110

Tabela 5.14 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência A) ------------------------------------------------------------------------ 111

Tabela 5.15 – Configuração da rede para o cenário 2 (componente referência A) ------- 113

Tabela 5.16 – Valores de concentração ajustados do componente de referência B ----- 114

Tabela 5.17 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência B) ------------------------------------------------------------------------ 114

Tabela 5.18 – Configuração da rede para o cenário 3 (componente referência B) ------- 116

Tabela 5.19 – Valores de redução na captação de água e de concentração no pinch,


relativos aos respectivos componentes de referência -------------------------------------------- 118

Tabela 5.20 – Dados de processo da operação stripper ----------------------------------------- 120

Tabela 5.21 – Configuração da rede para o cenário 4 (componente referência C) ------- 121

Tabela 5.22 – Configuração da rede para o cenário 5 (componente referência C) ------- 124

Tabela 5.23 – Configuração da rede para o cenário 6 (componente referência C) ------- 128

Tabela 5.24 – Configuração da rede para o cenário 7 (componente referência C) ------- 131

Tabela 5.25 – Correlações de custos (Takama et al., 1980) ------------------------------------ 138


xv

Tabela 5.26 – Estimativa de custos para os cenários de reutilização de efluentes


levantados na ausência da ETDI ----------------------------------------------------------------------- 139

Tabela 5.27 – Dados de eficiência de remoção de contaminantes dos processos da


ETDI ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 145

Tabela 5.28 – Dados de eficiência de remoção do processo de osmose reversa --------- 148

Tabela 5.29 – Concentrações de descarte alcançadas com o tratamento distribuído ---- 169

Tabela 5.30 – Correlações de custos dos processos da ETDI ---------------------------------- 170

Tabela 5.31 – Estimativa de custos para os cenários de reutilização de efluentes


levantados, com a inclusão da ETDI ------------------------------------------------------------------- 170

Tabela A.1 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 4 ------------------------------------------------------- 190

Tabela A.2 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 5 ------------------------------------------------------- 192

Tabela A.3 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 6 ------------------------------------------------------- 194

Tabela A.4 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 14 ------------------------------------------------------ 196
xvi

Simbologia e Nomenclatura

AF água fresca
AP água purificada
CEcost Index índice de custo de investimento da revista Chemical Engineering
COPA custo operacional anual
COP custo operacional
CACAP custo de água captada
CAC custo do descarte de água contaminada
CIA custo total de investimento anual
CI custo de investimento
CTA custo total anual
CAPUR custo de água purificada
CAFR custo de água fresca
CI custo de investimento
CIb custo de investimento de um equipamento no ano base
C concentração
Cj concentração do componente na operação j
Cf concentração final do contaminante na corrente do intervalo i
Ci concentração inicial de contaminante na corrente do intervalo i
CERj concentração do componente j na operação que utiliza água limpa
CENTj concentração máxima de entrada na operação
Cin concentração de entrada de contaminante
Cout concentração de saída de contaminante
Ce concentração de entrada deslocada do componente de referência
Cs concentração de saída deslocada do componente de referência
Cfi concentração final do intervalo i
Cij concentração na qual a fonte interna j é usada no intervalo i
i
Cp concentração da fonte interna p
Cii concentração inicial do intervalo i
Cip concentração da fonte interna p
Cep concentração da fonte externa p
xvii

Cik,max concentração de entrada máxima de contaminante na operação k


Cfk,max concentração de saída máxima de contaminante na operação k
C’fea conjunto de concentrações de fontes externas de água
C’fia conjunto de concentrações de fontes internas de água
j
C cn concentração do contaminante j
Cjmax concentração limite para descarte do contaminante j
Ckjs concentração do contaminante submetido ao tratamento k
∆CR diferença de concentração do contaminante candidato a referência
j
∆C k diferença de concentração do contaminante j na operação k
∆Cik diferença de concentração do contaminante i na operação k
∆m carga mássica de transferência de contaminante da corrente de
processo para a corrente de água
∆mki carga mássica transferida do contaminante, na operação k, no intervalo
i
j
∆m k carga mássica assimilada do contaminante j, no tratamento k
j
∆m tot carga mássica total do contaminante a ser removido
∆mjrem carga mássica que ainda resta a ser assimilada
∆mjtotn carga mássica total removida considerando toda a vazão disponível
para o tratamento
∆mREFtot carga mássica total do contaminante referencial
∆mrjk carga mássica removida do contaminante j pelo tratamento k
d depreciação anual do custo de capital
DQO demanda química de oxigênio
DBO demanda bioquímica de oxigênio
DBO5 demanda bioquímica de oxigênio
DEA dietanolamina
FCC craqueamento catalítico em leito fluidizado
fAPUR vazão de água purificada
fAFR vazão de água fresca
fr vazão de água regenerada no stripper
fACAP vazão de água captada
fAC vazão de água contaminada
ff vazão limite da corrente no intervalo i
fi vazão limite do contaminante na corrente do intervalo i
Fj vazão da operação j
xviii

fpki vazão de água da fonte p (interna ou externa) utilizada pela operação k,


no intervalo i
f’pki vazão total de água requerida da fonte p pela operação k, no intervalo
de concentração i
fjki vazão da fonte interna j usada no intervalo i na operação k
fip,k,i-1 vazão de água utilizada em um intervalo anterior
fk vazão de água na operação k
fep,k,i vazão de água requerida de uma dada fonte p pela operação k, no
intervalo de concentração i
fip,k,i vazão de água requerida de uma dada fonte p pela operação k, no
intervalo de concentração i, adotada como uma fonte interna
F vazão da corrente de efluente
Fn vazão de n correntes de efluentes
Fnt vazão corrigida de efluente
HCC hidrocraqueamento
HDT hidrotratamento
MEA monoetanolamina
N número de operações
Nint número de intervalos de concentração
Nc número de elementos do conjunto C
Nfia,i número de fontes internas disponíveis no intervalo i
ONU Organização das Nações Unidas
OP operação
OPA operação anual do sistema
pH potencial de hidrogênio
R eficiência de remoção de contaminante
Rjk eficiência de remoção do contaminante j pelo tratamento k
RR taxa de remoção de contaminante
SST Sólidos suspensos totais
T relação entre a carga mássica total do contaminante referencial e a
carga mássica total dos demais contaminantes
TR torre de resfriamento
TQ Dreno do tanque de petróleo
Capítulo 1 1

CAPÍTULO 1
Introdução

“A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos


de sua proteção e as necessidades de ordem econômica,
sanitária e social. O planejamento da gestão da água deve
levar em conta a solidariedade e o consenso em razão
de sua distribuição desigual sobre a Terra.”

(Declaração Universal dos Direitos da Água,


Organização das Nações Unidas,
em 22 de março de 1992)

1.1. A importância sócio-econômica do recurso Água

A água é um recurso natural indispensável à sustentabilidade de todos os organismos


vivos que habitam o planeta. Não por acaso, cerca de três quartos da superfície
terrestre é coberta por este valioso bem, que assume importante papel no
desenvolvimento de diversas atividades humanas de caráter econômico, social e
cultural. Contrapondo essa visível abundância, calca-se o fato de as reservas de água
doce representarem cerca de 2,5% do volume total disponível; desse percentual, algo
próximo a 13% encontram-se no Brasil (World Resources Institute, 2003, apud
Mierzwa e Hespanhol, 2005). Não obstante, a distribuição dos recursos hídricos no
país é bastante irregular: grande parcela da água superficial localiza-se na região
Amazônica, onde estão as mais baixas concentrações populacionais. No meio urbano,
Capítulo 1 2

e em especial na região Sudeste, a maior concentração populacional e a


predominância das atividades econômicas conduz aos problemas de
desabastecimento, poluição de mananciais e escassez das reservas de água doce.

A ineficiência de ações políticas, as alterações ambientais e a escassez de recursos


são apontadas como principais responsáveis para que 20% da população mundial (o
equivalente a 1,1 bilhão de pessoas) não tenham acesso à água potável, e perto de
40% (cerca de 2,6 bilhões) não se beneficiem de saneamento básico. As informações
constam no “Relatório Mundial de Desenvolvimento de Água”, divulgado em março de
2006, às vésperas do 4° Fórum Mundial de Água, realizado no México. O relatório,
elaborado por 24 agências da ONU (Organização das Nações Unidas), é tido como o
mais abrangente até então envolvendo a questão do suprimento de água no planeta.
Segundo o documento, apenas 12% dos países estabeleceram estratégias eficientes
no gerenciamento da água até o ano de 2005. Com a crescente demanda de água
resultante da urbanização acelerada dos países em desenvolvimento e do crescimento
populacional, estima-se que até 2030 será necessária uma produção adicional de
alimentos de até 55%, o que significaria aumentar a extensão das áreas irrigadas, que
já responde por 70% do consumo de água doce pelo homem. O estudo alerta ainda
que, sem a tomada de medidas substanciais, não serão cumpridas as chamadas
Metas do Milênio, que lança o desafio de se reduzir pela metade o número de pessoas
sem acesso à água potável até 2015.

Face ao problema, a gestão dos recursos hídricos vem assumindo um importante


papel, o que tem estimulado a necessidade de se criar e implantar medidas
preventivas como estratégias visando a preservação pela racionalização do uso da
água, contrariando a equivocada tendência de se tratar este recurso natural como
abundante e, transmitindo, desse modo, uma sensação de infinita disponibilidade. No
Brasil, os primeiros passos para a consolidação de um mecanismo de valorização dos
recursos hídricos vêm sendo estruturados desde o início do século passado, através
de imposições legislativas que fiscalizem e comprometam para o seu uso racional.
Uma política de gerenciamento mais efetiva referente ao controle da qualidade dos
recursos hídricos no país passou a ser realizada a partir da criação dos Comitês de
Bacias Hidrográficas, com o objetivo de realizar um levantamento das bacias para
posterior monitoração e manutenção da qualidade de suas águas. Dentre as medidas
anunciadas está a segmentação dos rios nas esferas municipal, estadual e federal.
Capítulo 1 3

Com a Lei Federal n° 9.433/1997, a água tornou-se um “bem de domínio público,


recurso natural limitado, dotado de valor econômico”, suscitando a discussão por uma
incipiente proposta para o estabelecimento de cobranças pelo uso da água nas
diferentes bacias hidrográficas, instituindo taxas diferenciadas relativas ao uso, à
captação e ao despejo de efluentes nos rios. A motivação está em captar recursos
destinados basicamente à recuperação das bacias, de acordo com a prioridade e a
política de aplicação dos recursos instituídos pelos respectivos Comitês. Em março de
2005, a antiga Resolução CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) nº
20/1986 foi substituída pela vigência da Resolução nº 357 (2005), que atualizou a
classificação dos corpos d’água (águas doces, salobras e salinas) segundo seus usos,
e as diretrizes ambientais, visando enquadrar as condições e os padrões de qualidade
relativos ao lançamento de efluentes. Foram estabelecidas condições limites para
lançamento de efluentes nos corpos d’água e definidas as concentrações máximas
para o lançamento de algumas substâncias.

Sob a égide de uma vertente alicerçada na utilização racional e integrada dos recursos
hídricos, com vistas ao desenvolvimento sustentável, a cobrança pelo uso da água,
prevista pela Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei n° 9.433/97), torna-se uma
medida que visa preservar a água bruta para abastecimento humano, entre outros fins
essenciais. Neste sentido, são estabelecidas taxas diferenciadas para a captação e o
despejo de efluentes nos rios, estimulando a adoção de alternativas como a
implementação de políticas de reúso da água para fins menos nobres.

1.2. A água no ambiente industrial

A água é um elemento chave para a funcionalidade operacional das indústrias de


processos, sendo provavelmente o insumo mais usado pelas indústrias químicas,
petroquímicas, de refino de petróleo, alimentos e bebidas, papel e celulose e muitas
outras (Alva-argáez et al., 1998; Bagajewicz, 2000). Dependendo do processo
industrial, a água pode ser tanto matéria-prima, incorporada ao produto final, como um
composto auxiliar na preparação de matérias-primas, fluido de transporte, fluido de
aquecimento e/ou refrigeração ou nos processos de limpeza de equipamentos, para a
rede de combate a incêndio, instalações sanitárias, refeitórios, etc.. A quantidade e a
qualidade da água necessárias ao desenvolvimento das diversas etapas
Capítulo 1 4

consumidoras em uma indústria dependem de seu ramo de atividade, uma vez que na
mesma indústria podem ser empregados diferentes níveis de qualidade de águas, e da
capacidade de produção, que definirá a quantidade de água necessária para cada uso
(Mierzwa e Hespanhol, 2005).

No Brasil, as atividades industriais respondem por aproximadamente 20% do consumo


de água, sendo que, pelo menos 10% é extraída diretamente de corpos d’água e mais
da metade é tratada de forma inadequada ou não recebe nenhuma forma de
tratamento. O reúso e a reciclagem na indústria constituem ferramentas de gestão
fundamentais para a sustentabilidade da produção industrial. A prática de reúso
industrial pode ser estendida na produção de água para caldeiras, em sistemas de
resfriamento, em lavadores de gases e como água de processos (Bernardi, 2003).

Os mais sérios desafios a serem enfrentados pelas indústrias químicas neste novo
milênio são os seus impactos sobre o meio ambiente. Nas últimas duas décadas,
significativos esforços têm sido feitos para reduzir a quantidade de resíduos industriais
gerados. Recentemente, o foco deslocou-se do controle de poluição downstream
(tratamento end-of-pipe) para uma prática mais pró-ativa de se tentar prevenir a
poluição na fonte de sua geração (Al-Redhwan et al., 2005). A questão da
sustentabilidade ambiental e a elevação dos custos de água limpa e com o tratamento
de efluentes têm estimulado as indústrias de processos a buscarem novas formas de
reduzir a vazão de água limpa e de efluentes aquosos (Foo et al., 2006; e Monfardini,
2006). O controle associado a restrições legislativas mais rigorosas sobre os
responsáveis pelas fontes emissoras desperta para a busca da máxima redução do
impacto ambiental na indústria. Tal perspectiva vem condicionando as indústrias
brasileiras a encomendarem grandes projetos de reúso de efluentes, como no caso
atual da Petrobrás, motivada pela escassez de água nas regiões em que suas
principais refinarias estão instaladas (Furtado, 2005 e 2006). Em conseqüência, há
uma necessidade maior para o aperfeiçoamento tecnológico de metodologias
sistemáticas voltadas para ações de reciclagem e reúso de águas dentro do processo.

A geração de efluentes industriais líquidos pode ser reduzida por meio de três
modalidades (Wang e Smith, 1994a):
Capítulo 1 5

► Reúso: quando o efluente é reaproveitado diretamente em outra operação sem


passar por qualquer tratamento prévio, obedecendo ao nível de contaminantes na
corrente de entrada da operação receptora. Esta medida dispensa o consumo de água
primária (Figura 1.1a). Em linhas gerais, contaminante refere-se à qualquer substância
que se encontra acima do nível natural para o meio, porém dentro de um limite que
não ocasione efeitos deletérios ao ambiente.

► Regeneração com reúso: o efluente de quaisquer das operações sofre um


tratamento para remoção parcial de contaminantes, para que atinja um nível de
contaminantes permissível à seu desvio para a entrada de outra operação. Esta forma
de manipulação também diminui o consumo de água primária, bem como o volume de
efluente gerado e a carga de contaminantes, através da regeneração (Figura 1.1b).

► Regeneração com reciclo: o efluente sofre remoção parcial de contaminantes para


ser reaproveitado no mesmo processo ou operação que o gerou. Da mesma forma
que a anterior, há uma redução no consumo de água primária, na geração do efluente
e na carga de contaminantes (Figura 1.1c). Esta modalidade apresenta a possibilidade
indesejável de gerar acúmulo de contaminantes que não foram removidos na
regeneração, por meio do reciclo de correntes.
Capítulo 1 6

OPERAÇÃO 1

ÁGUA PRIMÁRIA REJEITO


OPERAÇÃO 2

OPERAÇÃO 3

(a)

OPERAÇÃO 1

ÁGUA PRIMÁRIA REJEITO


OPERAÇÃO 2 REGENERAÇÃO

OPERAÇÃO 3

(b)

OPERAÇÃO 1

ÁGUA PRIMÁRIA REJEITO


OPERAÇÃO 2 REGENERAÇÃO

OPERAÇÃO 3

(c)

Figura 1.1 – Formas de minimização do consumo de água primária, através de (a)


reúso; (b) regeneração com reúso; e (c) regeneração com reciclo
Capítulo 1 7

Sem realizar alterações fundamentais no processo base, é possível reduzir a vazão de


água (volume e carga de contaminante do efluente) através destas três medidas
apresentadas. No caso de reúso, espera-se que haja uma diminuição do volume de
água de processo e no volume de efluente aquoso. Normalmente, ocorre também a
redução da carga de contaminante do efluente.

Na regeneração com reúso, espera-se que a medida traga como resultados a


diminuição do volume de água de processo, do volume de efluente e da carga de
contaminante do efluente, através da regeneração. Esta pode, em princípio,
representar qualquer processo de separação ou reacional que efetue a remoção de
contaminantes, como oxidação química, filtração, adsorção, stripping (retificação com
vapor). Em tal caso, no entanto, os custos de regeneração devem ser levados em
conta. Por fim, a regeneração com reciclo também promoveria a diminuição do volume
de água de processo, do volume de efluente, e de sua carga de contaminantes (via
regeneração). Neste caso, deve-se observar que o reciclo torna possível a
concentração de contaminantes indesejáveis no processo.

Ao longo dos anos, a constante preocupação em melhorar os processos de produção,


levou o engenheiro químico a desenvolver tecnologias que permitam torná-los mais
atual e competitiva. De fato, conhecer melhor as potencialidades do processo permite
que este se adapte ao contexto em que está envolvido, e aumente a sua
competitividade no mercado global onde está inserido, além de exercer um papel
determinante na prevenção de danos ambientais através da redução da emissão de
efluentes (Relvas et al., 2002).

Tradicionalmente, o controle de poluição sobre um processo químico procura evitar o


lançamento de materiais indesejáveis ao ambiente pela aplicação de tecnologias no
final do processo. Tal procedimento pode representar perda de matéria-prima, e a
prevenção de poluição torna-se um meio de conservação de recursos naturais. Ela
também implica na redução de custos relacionados à disposição de rejeitos, já que
procura a sua minimização; e à matéria-prima, já que o processo utiliza-a de forma
mais eficiente; além disso, contribui para a melhoria da imagem pública da indústria.

No Brasil, até a década de 1970, poucas eram as indústrias que dispunham de um


sistema de tratamento de efluentes. Em diversas empresas, entretanto, a necessidade
Capítulo 1 8

de se adequar às exigências previstas na incipiente legislação sobre o tema acendeu


a idéia da valorização de empresas com responsabilidade social e ambiental no uso
dos recursos hídricos, consolidando junto à população e aos próprios clientes a
imagem de empresa amiga do meio ambiente (Cunha et al., 2005).

Em sintonia com a tendência mundial, em 1992 foi instituído no Brasil, pela


Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), o chamado programa Atuação
Responsável (Responsable Care Program), como uma reação voluntária de uma
parcela da indústria química nacional para firmar o comprometimento da empresa nos
campos de saúde, segurança e meio ambiente, zelando pela transparência com o
público (autoridades e comunidades vizinhas) e incentivando o diálogo e a troca de
informações. Dentre os seus princípios diretivos, constituintes dos padrões éticos que
orientam a política de ação da indústria química, está a busca contínua da redução
dos resíduos, efluentes e emissões para o ambiente, oriundos das suas operações
(Wongtschowski, 2002).

Atualmente mesmo as empresas que não aderiram a este programa são submetidas a
auditorias ambientais contratadas pelos próprios clientes, onde é traçado um perfil de
sua situação e apontadas medidas para redução dos impactos ambientais. Neste
sentido, a prevenção da poluição pelo controle na fonte estimula a realização de
ajustes no processo produtivo que visem aumentar a eficiência e minimizar os
resíduos, gerando economia de energia, de água e de matérias-primas em conjunto
com o controle de poluentes e o tratamento de resíduos (Cunha et al., 2005).

No meio industrial, a possibilidade de se institucionalizar a cobrança pelo uso da água


irradia um cenário de aumento nos custos de produção e, sendo assim, um novo
paradigma quanto à racionalização do seu uso, à adequação de tratamento e ao
incentivo adicional para a aplicabilidade de técnicas de reúso se faz cada vez mais
influente. Além disso, a redução de vazões de captação e lançamento traria um
decréscimo na tributação hídrica; a economia gerada pelo menor consumo poderia
suprir os custos de instalação de um sistema de regeneração e reúso na própria
unidade, muito embora a cobrança de água na fonte represente um inevitável aumento
nos custos de produção. Todavia, sendo a água um bem dotado de valor econômico, a
tendência é que os sistemas de recuperação (tratamento intermediário e/ou final) e
Capítulo 1 9

reúso se tornem cada vez mais necessários, de modo que, no futuro, esta prática seja
incorporada a todas as indústrias ambientalmente corretas.

1.3. A Integração de Processos no contexto da minimização de efluentes


aquosos

A Integração de Processos surgiu no final da década de 1970 e início dos anos de


1980, enfatizando o desenvolvimento de métodos sistemáticos para a síntese de redes
de trocadores de calor (Integração Energética). A idéia e os conceitos advindos da
integração energética formaram a base para a expansão da tecnologia para novas
aplicações, como no melhor aproveitamento de matérias-primas, na redução de
emissões, na operação de processos (sistemas de destilação, redes de hidrogênio em
refinarias de petróleo), na síntese de redes de equipamentos de transferência de
massa e, em particular, no gerenciamento hídrico em processos (Smith, 2000). Com
isso, a Integração de Processos tornou-se uma importante ferramenta para as
indústrias, estrategicamente para a tecnologia de planejamento e de projeto (Queiroz e
Pessoa, 2005).

Seguindo essa tendência, o objetivo das técnicas de Integração de Processos ajusta-


se à filosofia de prevenção de poluição, uma vez que, dentre as suas principais
características, reside o aspecto de conservação, isto é, o aumento da eficiência do
processo obtido com a minimização do uso e/ou com a maximização da recuperação
de energia e materiais. Essas técnicas fornecem a base para análise e
desenvolvimento de projetos em sua totalidade, permitindo o seu emprego no alcance
das metas da prevenção de poluição.

A ausência de uma metodologia que proponha um mecanismo eficiente de reutilização


da água inviabiliza a transferência de tecnologia entre as indústrias. Desse modo, a
prática do reaproveitamento da água se dá através de inspeção, onde as
possibilidades analíticas testadas se destituem de qualquer procedimento sistemático;
embora funcione para as necessidades de cada setor, tal medida compromete o
alcance de um desejável máximo reúso.
Capítulo 1 10

O instrumental de conhecimentos adquiridos pela Engenharia de Processos permite


desenvolver metodologias de análise, à luz de procedimentos algorítmicos ou
programação matemática, onde o foco seria diminuir a geração de efluentes e o
consumo de água em um processo industrial. Sob tal perspectiva, a busca pelo
cumprimento das metas de geração de poluentes com o menor consumo de água
possível e a um mínimo custo do tratamento final dos efluentes, seria efetivada por
ações de reúso ou mesmo a regeneração combinada ao reúso.

1.4. Objetivos e apresentação dos capítulos subseqüentes

A motivação deste trabalho encontra-se calcada nos seguintes objetivos:

► Apresentar resultados da aplicação de um procedimento algorítmico da Síntese de


Sistemas de Integração Mássica ao sistema hídrico dos processos de refino típicos de
uma refinaria de petróleo, consolidando propostas de reutilização de correntes;

► Estabelecer propostas para a síntese de redes incorporando o tratamento de


efluentes, para o reaproveitamento das correntes nos processos hídricos, com vistas à
redução na captação e no descarte, com a possível diminuição de custos.

Desse modo, o Capítulo 2 realiza uma revisão bibliográfica em que traça o panorama
das metodologias existentes para a abordagem da redução de vazão de água e
efluentes, ocasionalmente norteados pelos aspectos econômicos, e considerando a
realidade das correntes multicontaminantes. No Capítulo 3, o uso de água nos
processos e a conseqüente geração de efluentes é conceitualmente tratado para situar
a questão da importância de se focar a estação de tratamento de despejos industriais
em uma refinaria. Já no Capítulo 4, a metodologia empregada para o desenvolvimento
de ações de reutilização do consumo hídrico e de alocação de correntes para sistemas
de tratamento de efluentes é apresentada, ilustrada com exemplos que procuram
esclarecer a sua aplicabilidade. No Capítulo 5, a metodologia é aplicada a um estudo
de caso estruturado para os dados representativos dos processos de uma refinaria de
petróleo. Os resultados obtidos também envolvem a identificação de regeneração de
correntes e a seleção do melhor direcionamento para os processos de tratamento de
efluentes. Os resultados são comparados em termos de redução da captação de água
Capítulo 1 11

e da geração de efluentes, além dos respectivos custos associados a cada cenário


levantado. Por fim, o Capítulo 6 apresenta as conclusões acerca do trabalho
desenvolvido, tecendo considerações a respeito do saneamento das necessidades
para futuros trabalhos sobre o tema.
Capítulo 2 12

CAPÍTULO 2
Redes de Recuperação e Reúso de Águas
em Sistemas Multicomponentes

Revisão Bibliográfica

“A Integração de Processos constitui a base para a análise


holística da performance dos processos. Dentre seus
objetivos estão o aumento da produtividade, a conservação
de recursos e o planejamento a longo prazo, tendo um impacto
positivo na sustentabilidade das Companhias.”

(Dunn e El-Halwagi, 2003)

A indústria química, em geral, converte as matérias-primas no seu estado natural em


um ou mais bens de consumo, ou bens de produção, valendo-se de um conjunto de
etapas que envolvem alterações na composição química e/ou alterações físicas no
material que está sendo preparado, ou separado ou purificado. A esse conjunto de
etapas denomina-se processo químico, e o trabalho de um grande número de
Engenheiros Químicos envolvidos na escolha das etapas e na ordem adequada é,
com muita propriedade, denominado de Engenharia de Processos ou Engenharia de
Processamento (Brasil, 1999). Por essa razão, a Engenharia de Processos é uma área
da Engenharia Química que surgiu da necessidade de sistematizar o projeto de
Capítulo 2 13

processos químicos, a partir da decisão de se produzir um determinado produto por


meio de um planejamento bem definido para a construção e a operação da instalação
industrial (Perlingeiro, 2005).

A execução de um projeto passa pelas etapas de Síntese e de Análise de processos.


A Síntese adota uma abordagem sistemática para a seleção e a interconexão de
operações unitárias com o objetivo de desenvolver um fluxograma conceitual. Trata-se
de um problema de natureza combinatorial, caracterizado pela multiplicidade de
soluções, e onde se fazem presentes a criatividade e a experiência. Já a Análise tem a
função de prever e avaliar o comportamento físico e econômico do processo gerado
na Síntese, que, por sua vez, encontra-se subdividida em quatro sistemas: Reação;
Separação; Controle; e Integração de Processos (Energética e Mássica).

A Integração de Processos, freqüentemente associada como um campo de aplicação


da Tecnologia Pinch a redes de trocadores de calor (“Ponto de Estrangulamento
Térmico”), difundida por Linnhoff e Hindmarsh (1983), dispõe de um escopo muito
mais amplo voltado não somente ao projeto de equipamento, mas também a todas as
áreas do projeto do processo, onde o principal interesse é a otimização técnico-
econômica do processo químico. De acordo com Hallale (2001), a Integração de
Processos cobre quatro grandes áreas de aplicação: uso eficiente de matérias-primas;
eficiência energética; redução de emissões; e operacionalidade do processo. Em cada
uma das áreas citadas, o autor apresenta e relaciona as subdivisões referentes às
respectivas aplicações industriais da Integração de Processos. Um dos maiores
desafios desta especialidade está em assegurar a viável praticidade através da
adoção de suas ferramentas metodológicas.

Os conceitos oriundos da Integração de Processos químicos apresentam relativo


sucesso como suporte para o desenvolvimento de metodologias que tem como meta a
redução da vazão de efluentes aquosos. As metodologias apresentadas e discutidas
na literatura abordam duas categorias principais: a que envolve Procedimentos
Algorítmicos e a que lança mão de técnicas de Programação Matemática.

A classe do Procedimento Algorítmico tem grande utilidade no estabelecimento de


uma proposta de reconfiguração do processo, voltando seus objetivos tanto para a
redução do consumo de energia como para a redução de água de processo por meio
Capítulo 2 14

de reúso e/ou reciclo das correntes. Inclui-se nesta classe a Tecnologia do Ponto de
Estrangulamento (Pinch Technology), que aborda conceitos de termodinâmica na
análise sistemática do comportamento de correntes de processos industriais. Também
neste grupo podem ser incluídos os Sistemas Especialistas (knowledge-based
systems) (Gomes, 2002), outra linha de classificação de métodos sistemáticos da
Síntese de Processos, os quais contemplam a utilização de métodos heurísticos,
baseados na experiência acumulada com a resolução de determinados problemas. As
vantagens dos métodos inseridos nesta classe encontram-se na facilidade de
utilização das ferramentas de que dispõem e a possibilidade da gradual interferência
do engenheiro de processo no alcance de seus resultados. Tais metodologias
contemplam um esforço de resolução menor, porém, em casos mais complexos, como
nos sistemas multicomponentes característicos de efluentes aquosos, imprescindem
que suas heurísticas sejam mais flexíveis entre as diversas opções de aplicação de
casos reais; todavia, tem a grande desvantagem de não garantir a otimalidade das
soluções.

A obtenção de um ótimo local nem sempre se refere a um ótimo global (melhor de


todas as soluções); esta equivalência é somente assumida quando o problema
apresenta características especiais, como a convexidade. A solução inicial pode levar
a paradas prematuras em ótimos locais, uma vez que influencia na obtenção de vários
deles. No caso de um procedimento heurístico, são determinados diferentes ótimos
locais, onde a principal tarefa está em escolher o melhor dentre estes, sem qualquer
garantia de alcance do ótimo global.

Relativamente à segunda classe, os métodos de programação matemática são


caracterizados pelo equacionamento da otimização numérica através de uma função
objetivo, buscando minimizar os efluentes ou maximizar a economia do processo
através de condições de balanço material e energético, por restrições específicas do
processo e/ou termodinâmicas, satisfazendo as condições de igualdade e de
desigualdades estabelecidas por estes parâmetros. Na área da otimização, existem
técnicas que são definidas como determinísticas e não-determinísticas. No primeiro
grupo inclui-se a Programação Matemática, ao passo que o segundo relaciona os
métodos de Pesquisa Estocástica, na qual existem informações de entrada que são
randômicas ou sujeitas a flutuações.
Capítulo 2 15

Os algoritmos de otimização matemática dividem-se em programação linear (LP),


programação não-linear (NLP), programação inteira (IP), programação linear inteira
mista (MILP) e programação não-linear inteira mista (MINLP). Os problemas de
síntese normalmente são formulados por meio de modelos de programação não-linear
inteira mista.

Em circunstâncias especiais, o problema de otimização pode ser posto como um


problema de programação linear inteira mista. Em qualquer das duas aplicações
surgem dois problemas: o primeiro envolve a resolução das decisões inteiras, o que
pode levar a um aumento explosivo do tamanho do problema com o aumento de
número de correntes; o segundo está no fato da otimização das variáveis contínuas,
que no caso da programação linear é resolvido com certa facilidade, porém no caso da
formulação da programação não-linear muitas vezes a convergência torna-se tortuosa.
Além disso, problemas não-convexos podem levar a soluções com ótimos locais.
Portanto, a principal desvantagem da abordagem matemática é o fato de que a sua
resolução possui explosão combinatória para exemplos industriais típicos, o que
obriga o uso de simplificações para a redução do tamanho do problema (Mizutani,
2003).

Os trabalhos em que se usa programação matemática geram soluções mais


aprimoradas, mas o fato de necessitar uma função objetivo torna sua implementação
mais dispendiosa, em relação ao esforço computacional. A despeito disso, há uma
grande predominância dos trabalhos encontrados na literatura que empregam técnicas
de programação matemática, principalmente aqueles relacionados à consideração de
sistemas multicontaminantes nas correntes aquosas. Por outro lado, os procedimentos
sistemáticos descritos na literatura têm se dedicado à tarefa de atender aos objetivos
da integração mássica na intenção de sintetizar de maneira eficiente redes de
trocadores de massa para a minimização de efluentes aquosos. Para o caso de
sistemas multicomponentes, onde a representação das operações industriais em
termos de composição é mais realista, uma significativa parcela dos trabalhos
encontrados na literatura utiliza procedimentos algorítmicos baseados nos conceitos
da Tecnologia Pinch.
Capítulo 2 16

2.1. Redes de distribuição e de tratamento de efluentes aquosos

A necessidade de reúso de água dentro do processo na indústria e a síntese de


tratamento de efluentes de uma refinaria foi discutida tecnicamente por Takama et al.
(1980), que utilizaram a programação matemática para resolver o problema pela
otimização de funções de custo. Uma superestrutura de todas as operações que
utilizam água foi definida, sendo realizada uma otimização para remoção de conexões
irrelevantes ou anti-econômicas. A síntese do tratamento de efluentes foi distribuída,
porém, no final do fluxograma, sendo considerada externa ao processo. O
procedimento de síntese foi baseado em um método gráfico e o enfoque de múltiplos
contaminantes foi simplificado, dada a limitação computacional da época. Entretanto, o
trabalho pode ser considerado um marco na abordagem do problema de
gerenciamento hídrico como resultado de medidas de alocação de água e efluentes
entre os processos e a sua distribuição para unidades de tratamento.

Anos após, El-Halwagi e Manousiouthakis (1989) introduziram o conceito de redes de


transferência de massa (RTM), em uma abordagem similar ao da rede de trocadores
de calor desenvolvida por Linnhoff e Hindmarsh (1983), utilizando princípios de
Tecnologia Pinch. Foi definida uma diferença de concentração mínima permitida para
aplicação à rede de transferência de massa. O método foi aplicado a apenas um
componente-chave. O procedimento estabelecia como metas, a busca de redes com
um custo mínimo de agentes externos de separação de massa e com um número
mínimo de unidades de troca de massa. Esta última condição não garante o menor
custo, uma vez que a dimensão dos trocadores é um fator a ser considerado. A idéia
consistia em transferir contaminantes presentes nas correntes ricas para um conjunto
de correntes pobres, a partir da rede sintetizada, respeitando as restrições
termodinâmicas. O método também pode ser aplicado a múltiplos contaminantes.

Pouco depois, estes autores (El-Halwagi e Manousiouthakis, 1990a,b) implementaram


o método segmentando a resolução do problema com o uso da programação linear
para a minimização do consumo de água, e programação linear inteira mista para a
otimização do número de equipamentos que geram a rede. Adicionalmente, incluíram
a regeneração na análise. Na primeira fase do procedimento, o problema de
programação linear foi formulado através de restrições de natureza termodinâmica. A
solução do problema determina o custo mínimo do agente de separação de massa, e
Capítulo 2 17

localiza os pontos de estrangulamento (pinch points) que restringem a troca de massa


entre um ou dois conjuntos diferentes de correntes. Sua formulação pode levar em
conta combinações proibidas entre correntes. Na segunda fase, foi resolvido um
problema do modelo de transbordo baseado em programação linear inteira mista
(MILP) para identificar uma rede com o número mínimo de trocadores de massa
consistente com o mínimo custo de utilidades. Pouco depois, El-Halwagi et al. (1992)
aplicaram o procedimento ao problema do tratamento de fenol nos efluentes de uma
refinaria de petróleo.

Na abordagem de procedimentos algorítmicos, Wang e Smith (1994a) apresentaram


uma metodologia para minimizar o consumo de água em sistemas com um e múltiplos
contaminantes, usando conceitos de curva composta e transferência vertical. No
primeiro estágio do procedimento, os dados limites do problema foram representados
graficamente, para identificar o ponto de pinch e traçar a meta de mínimo consumo de
água no processo, em três diferentes cenários. Dois métodos diferentes foram usados
para o alcance das metas. A metodologia foi aplicada para sistemas uni e
multicontaminantes, considerando máximo reúso e regeneração de correntes.

No caso de múltiplos contaminantes, foi apresentado um procedimento em que se


promove um deslocamento nas concentrações de entrada e de saída, fixada a
quantidade de contaminante transferida, de modo a viabilizar o reúso entre as
correntes. Foram apresentadas quatro alternativas para a redução no consumo de
água: mudanças no processo, reúso, regeneração com reúso, regeneração com
reciclo.

No mesmo ano, Wang e Smith (1994b) verificaram uma maior economia quando se
realiza o tratamento de efluentes distribuído no processo (in-plant-treatment),
comparativamente ao tratamento centralizado no final (end-of-pipe – concepção “fim
de tubo”). Foi desenvolvida uma metodologia, baseada na Tecnologia Pinch, para
ambos os casos, estabelecendo vazões mínimas requeridas para que cada
contaminante atenda à quantidade de massa transferida na operação. Neste caso,
quanto menor a vazão menor será o custo do tratamento e as taxas de remoção de
cada contaminante. Não é regra que a menor vazão corresponde necessariamente ao
custo mínimo de tratamento, uma vez que fatores como o tipo de contaminante e a
sua concentração também devem ser considerados. Assim, se não houver diminuição
Capítulo 2 18

do custo com a vazão, identifica-se a região viável na qual se enquadra a meta da


vazão de tratamento. Foram também utilizadas regras heurísticas para a síntese da
rede.

Papalexandri et al. (1994) abordaram a síntese de redes de transferência de massa,


estabelecendo uma integração entre correntes de processo, ricas em contaminantes, e
as correntes de utilidades, de modo a adequar as especificações ambientais na
corrente final. A otimização do problema foi formulada através de um modelo de
programação não-linear inteira mista (MINLP). Com a rede proposta, realiza-se uma
otimização simultânea dos custos de investimento e operacional da rede, sem
decomposição atribuída ao conceito de pinch, a contrário das publicações
apresentadas até então. O modelo leva em conta uma representação da hiper-
estrutura de todas as alternativas de troca de massa, incluindo a regeneração de
correntes pobres. A metodologia foi aplicada a diferentes problemas de minimização
de água, sendo também estendida a sistemas de múltiplos contaminantes, incluindo
sistemas reativos isotérmicos.

Em 1995, Wang e Smith desenvolveram novas regras na qual se incluíam casos de


processos com múltiplas fontes de água, ganho e/ou perda de vazão, restrição de
vazão, e a introdução de novos conceitos em função das considerações propostas,
como reciclo local e divisão de operações. Foram analisadas operações em que não
ocorre transferência de massa, como reatores, caldeiras e torres de resfriamento.
Quando se analisa a regeneração, observa-se a alteração do ponto pinch. Os
trabalhos destes autores são considerados um marco no desenvolvimento da análise
pinch, voltada para a minimização de água e efluentes aquosos. Os exemplos
apresentados por Wang e Smith são utilizados em diversos estudos como suporte ao
desenvolvimento de novas metodologias.

Kuo e Smith (1997) abordaram a síntese do sistema de tratamento distribuído de


efluentes. A metodologia apresentada é uma extensão do procedimento de Wang e
Smith (1994b), visando selecionar o tipo e o número de operações de tratamento.
Dependendo da localização do pinch, opta-se por um tratamento total ou parcial ou
mesmo o não tratamento das correntes. O método determina a vazão de tratamento e
a distribuição de carga mássica entre diversos processos de tratamento, porém falha
na determinação da vazão mínima quando são considerados múltiplos contaminantes.
Capítulo 2 19

Introduziu-se o conceito de degradação de efluente para definir a seqüência de


tratamentos em processos com múltiplos contaminantes, e considera a perda de
exergia devido à mistura de efluentes de qualidades distintas. O conceito de exergia
refere-se à máxima quantidade de trabalho obtido por um sistema quando o fluxo de
uma substância é levado de um estado inicial para um estado final (Torres, 2001). A
análise exergética considera não somente a quantidade de energia, mas também a
sua qualidade, ligada à disponibilidade e às irreversibilidades geradas. Dentre os
fluxogramas gerados, seleciona-se a rede com menor perda de exergia. Calculou-se,
ainda, a concentração de saída dos contaminantes nas correntes regeneradas através
da taxa de remoção para cada contaminante nos processos. Pouco depois (1998), os
autores apresentaram um método gráfico para otimizar a alocação de água em
conjunto com a regeneração de efluentes.

Doyle e Smith (1997) apresentaram um método para determinação de metas para


máximo reúso de água em sistemas com múltiplos contaminantes. Dois casos foram
considerados. No primeiro, a transferência de massa é modelada com base na carga
mássica (∆m) fixa, o que estabelece a solução do problema como uma otimização
não-linear. No segundo caso, é considerada a concentração de saída (máxima) fixa,
levando a uma formulação por otimização linear. Para superar as dificuldades do
modelo não-linear, um modelo linear é empregado como suporte inicial para o não-
linear. No segundo caso, a transferência de massa é modelada considerando a
concentração de saída fixa. O problema final é não linear, e a meta obtida por
programação linear é utilizada como valor inicial na otimização não linear. Os autores
ainda apresentam uma metodologia gráfica do problema para identificação de fatores
que a programação matemática não explicita, como a localização do pinch, abaixo do
qual há necessidade de dados mais precisos para a análise, onde existe a
possibilidade de pequenas mudanças no processo para melhorar as metas de
consumo, e a regeneração pode contribuir para isso. O trabalho também leva em
conta as restrições de vazão, porém outros aspectos não são avaliados, como
possíveis perdas ou ganhos de vazão nas operações, e a necessidade de
regeneração com reúso de correntes.

Wilson e Manousiouthakis (1998) estudaram o custo mínimo de utilidades para um


sistema de múltiplos contaminantes em uma única operação de transferência de
massa. Formularam o problema como programação não-linear, mas sua convexidade
Capítulo 2 20

foi um entrave para a obtenção do ótimo global. Desenvolveram, a partir disso, um


algoritmo combinatorial para contornar este problema. Em 2000, os autores aplicaram
um novo procedimento para a obtenção do custo mínimo de utilidades em uma rede
de transferência de massa com múltiplos contaminantes. O problema foi resolvido por
um modelo linear convexo infinito, apresentando um novo conceito de estrutura para a
síntese de redes de água, denominado Infinite Dimensional State-Space (IDEAS).

Alva-Argaéz et al. (1998) propuseram um procedimento integrado através da


combinação da técnica de programação matemática com os conceitos da tecnologia
pinch de Wang e Smith (1994a). O método é baseado na decomposição de um
problema formulado em MINLP não-convexo em seqüências de MILP, para aproximar
a solução ótima seguindo uma superestrutura que incorpora todas as possibilidades
de máximo reúso, regeneração com reúso e regeneração com reciclo. Os
contaminantes que atingem a concentração de saída máxima nas operações são
denotados como contaminantes limites, e definem, com isso, a demanda de água da
operação. Já os demais (não limites), que saem da operação com concentração
menor que a máxima, não influem no consumo de água da operação. A especificação
das concentrações de saída como nulas para todos os contaminantes, nas respectivas
unidades das operações de tratamento, resulta em um problema com formulação
linear. Um estudo de caso de uma refinaria de petróleo é apresentado, onde o objetivo
está em buscar a configuração de rede com custo mínimo total anual.

Galan e Grossmann (1998) introduziram um procedimento para a síntese de sistemas


de tratamento distribuído de efluentes em sistemas com múltiplos contaminantes
baseado na otimização de uma superestrutura. O problema é resolvido através de um
modelo de programação matemática não linear (NLP) e não linear inteira mista
(MINLP), cujas restrições conduzem a soluções sub-ótimas. Além disso, há
dificuldades de convergência em problemas NLP. Por essa razão, é incorporado um
procedimento heurístico para auxiliar na otimização global (onde há a garantia de
obtenção de um ótimo global em problemas de otimização não lineares), e são
apresentados vários exemplos para constatar que o método proposto pode alcançar
soluções ótimas ou sub-ótimas globais. Uma observação importante deste trabalho é a
correspondência da síntese de redes de tratamento de efluentes com a de processos
de separação, onde o modelo favorece a seleção de tecnologias de tratamento,
incluindo processos de separação com membranas.
Capítulo 2 21

Petrides et al. (1998) apresentaram um programa computacional (EnviroPro) que


simula o processo de tratamento e a minimização de efluentes. O simulador auxilia em
uma avaliação das possíveis modificações no processo, de modo a atender às
especificações requeridas, com a realização da análise do respectivo impacto
econômico das medidas propostas.

O uso de uma metodologia gráfica torna-se bastante difícil na consideração de


sistemas multicomponentes, da mesma forma que a programação não linear inteira
mista não se ajusta bem aos objetivos do planejamento do consumo de água. Na
tentativa de contornar estas dificuldades, Alva-Argaez et al. (1999) vislumbraram um
método que combina conceitos de perfil limite de água (Wang e Smith, 1994a) com a
programação matemática. Empregou-se o modelo de transbordo na resolução de
problemas de redes de equipamentos de transferência de massa e de minimização de
efluentes envolvendo múltiplos contaminantes.

Na proposta de Alva-Argaez et al. (1999), foi testado o diagrama de intervalos de


concentração, introduzido por El-Halwagi e Manousiouthakis (1989), fazendo uso do
conceito de perfil limite de água na abordagem das relações de equilíbrio para as
redes. O problema foi modelado como programação linear inteira mista (MILP), que,
no entanto, avalia as trocas de massa para cada contaminante, sem levar em conta os
demais; além disso, o problema do efeito de mistura de correntes em sistemas com
múltiplos contaminantes também constitui uma limitação da ferramenta empregada.
Os efeitos da diluição de correntes não conseguem representação com o
procedimento, que foi aplicado a exemplos da literatura e levou a metas de consumo
de água melhores que as obtidas nos respectivos trabalhos.

Para contornar os problemas do método de Wang e Smith, Castro et al. (1999)


sofisticaram uma metodologia para o alcance da meta do consumo mínimo de água
externa e regenerada, de modo simultâneo à síntese da rede de transferência de
massa. É introduzido o conceito de múltiplos pinches, onde o primeiro ponto provém
da minimização das fontes externas, e as demais, resultam das fontes internas de
água, visando obter o mínimo custo no tratamento distribuído dos efluentes.
Capítulo 2 22

O pinch do reúso pode ser identificado através da tabela de problema de massa


(MTP), da curva composta limite ou do diagrama de fontes de água. O consumo de
água externa pode ser reduzido por um processo de regeneração intermediário. Os
pontos de pinch de regeneração também são localizados. O primeiro pinch da
regeneração não corresponde necessariamente ao primeiro pinch do reúso. Além
disso, a vazão de água regenerada só é determinada após o posicionamento do pinch.
A rede gerada não possui o menor número de unidades de troca, o que só é
alcançado com o emprego de uma regra heurística, e que leva a um sensível aumento
do consumo de água. No entanto, o procedimento foi aplicado considerando reúso e
regeneração com reúso, limitando-se à presença única de contaminantes e
desassistindo situações de múltiplas fontes de água, perdas e mesmo restrições de
vazão.

Huang et al. (1999) propuseram um modelo de programação matemática para a


obtenção de redes otimizadas de uso de água e de tratamento de efluentes, com
aplicabilidade a qualquer planta, e que almeja a mínima quantidade de consumo de
água limpa e/ou mínima capacidade de tratamento de efluentes. A análise inclui a
consideração simultânea das redes de água, regeneração e tratamento de efluentes,
utilizando o método WUTN (water unit treatment network – rede de uso e tratamento
de água), introduzido nos trabalhos do grupo de El-Halwagi.

Em comparação com as tecnologias disponíveis, o método acima proposto é mais


confiável, acurado e rápido na síntese das redes, permitindo alçar soluções
alternativas com menores custos. Embora a vazão mínima de consumo de água possa
ser obtida com a análise pinch para simples sistemas idealizados, há uma dificuldade
na identificação da vazão mínima de água limpa e na capacidade de tratamento de
efluente para sistemas mais realistas, especialmente aqueles com múltiplas fontes e
sumidouros e os que contêm operações de consumo de água e de tratamento de água
que resultam em perdas de vazão. Apesar disso, os autores informam que a
metodologia foi aplicada com sucesso em duas plantas petroquímicas em Taiwan. O
critério de seleção da melhor estrutura se dá em função da menor vazão de consumo
de água limpa, sem considerar a influência dos custos totais, que incorporam a
instalação de equipamentos para o tratamento de efluentes.
Capítulo 2 23

Como nos trabalhos de Galan e Grossmann (1998) e de Huang et al. (1999),


constatou-se que, em determinados casos, poderia ser mais eficiente considerar as
concentrações de saída fixas, no lugar de se estabelecer as cargas mássicas ou as
taxas de remoção. Na síntese de tratamentos de efluentes aquosos, as concentrações
são consideradas máximas tanto na entrada quanto na saída do tratamento, além de a
taxa de remoção manter-se inalterada na análise, ao contrário da carga mássica
transferida.

Bagajewicz (2000) realizou uma compilação dos métodos apresentados até então na
literatura, voltados para o alcance de metas de consumo mínimo de água e a síntese
de redes de águas, enfatizando a aplicação em refinarias de petróleo. São
consideradas duas vertentes: os métodos que visam ao máximo reúso e/ou
regeneração de correntes de água e efluentes para a redução do consumo de água
limpa (fonte externa), e os que analisam o tratamento distribuído de efluentes.
Inseridos no primeiro grupo, estão os métodos ou procedimentos algorítmicos,
enquanto que na outra categoria se faz presente a programação matemática. O autor
ressalta a importância que esta última categoria apresenta pelo fato de se obter ótimos
globais a partir do valor inicial das metas geradas pelos métodos algorítmicos. Além
disso, possibilitou gerar soluções sub-ótimas atrativas ao se empregar conceitos de
projeto na elaboração do modelo. Destacam-se, ainda, as contribuições acerca de
problemas de múltiplos contaminantes e de síntese de redes energéticas e materiais
simultâneas, além de relacionar sugestões para trabalhos futuros para o tratamento
distribuído de efluentes.

Recentemente, tem sido comum o emprego de técnicas estocásticas ou de otimização


determinística global para a síntese de redes de tratamento distribuído de efluentes,
ou gerenciamento de redes integradas de água. Seguindo esta linha de trabalho, Tsai
e Chang (2001) estenderam o procedimento proposto por Huang et al. (1999) para a
síntese de redes integradas de água e de tratamento de efluentes distribuídos. Foram
incorporadas melhorias no algoritmo, como a possibilidade de repetir unidades de
processos para tratamento de efluentes. O método apresentado baseia-se em
gradientes e evita ótimos locais, porém sua convergência está fortemente ligada a
uma boa estimativa inicial, onde o problema é atenuado com a implementação de um
algoritmo genético para a solução de um modelo NLP associado com a sua
superestrutura. Os algoritmos genéticos são métodos de busca estocástica
Capítulo 2 24

classificados como métodos não-determinísticos, em oposição aos métodos


determinísticos, de programação matemática. A técnica foi ilustrada com a aplicação
de exemplos envolvendo múltiplos contaminantes, onde foi demonstrada a vantagem
de incluir no projeto o uso de misturadores e unidades de tratamento de efluentes
repetidas na síntese. Dentre os casos estudados, está o retrofit (projeto de
readaptação ou reconversão de plantas existentes) de uma rede de consumo e
tratamento de água em uma refinaria, envolvendo três fontes de água, três
sumidouros, sete operações com três contaminantes, e duas unidades de tratamento
de água.

Savelski e Bagajewicz (2000) solucionam os problemas de distribuição de efluentes


WAP (wastewater allocation problems) partindo de configurações ótimas em que suas
condições satisfaçam aos requisitos de monotonicidade nas concentrações de saída.
Esta concentração, que será a entrada de um outro processo, deve ser maior ou igual
à concentração de saída resultante de todos os efluentes dos outros processos. Foi
demonstrado que, em um sistema ótimo, pelo menos um dos contaminantes alcança
sua concentração máxima, dentre as operações que utilizam água limpa. Foram
analisados dois exemplos da literatura para um contaminante. As metas obtidas para o
consumo externo de água se igualam às dos respectivos trabalhos, porém novas
configurações foram geradas nestes casos.

Bagajewicz et al. (2000) apresentaram um método de otimização de redes de


interconexões de correntes de água entre os processos, de modo que os custos de
investimento e de operação sejam minimizados, utilizando o conceito de componente
chave em problemas com múltiplos contaminantes. O procedimento utiliza uma
combinação da programação matemática e com as condições necessárias de
otimalidade para gerar a solução ótima com o mínimo custo de capital e operacional.
O problema de alocação de água para um sistema multicomponente é formulado como
um modelo. Os limites de concentração de entrada e saída de cada componente são
estabelecidos em cada processo e é utilizada a carga de contaminante fixa. As
condições necessárias de otimalidade para os sistemas multicomponentes referem-se:
(i) às concentrações máximas de saída: se a solução do problema está no seu ponto
ótimo, então todos os processos que utilizam água limpa alcançam sua máxima
concentração possível para ao menos um componente; e (ii) à monotonicidade da
concentração do componente chave: se a solução está no ótimo, então para cada
Capítulo 2 25

processo a concentração de saída de um componente chave não é inferior à


concentração da corrente resultante do efluente oriunda de suas precursoras. O
componente chave do processo corresponde àquele cuja vazão mínima de água limpa
necessária para assimilar a carga de cada componente no processo é a maior dentre
estas. O procedimento de síntese é baseado no desenvolvimento de uma estrutura de
árvore de processos, onde cada ramo desta árvore é uma estrutura de máximo reúso.
Esta estratégia permite a identificação de soluções ótimas e alternativas sub-ótimas,
as quais devem ser consideradas sob a ótica da praticidade por meio de algum critério
adicional que sustente a sua viabilidade. O procedimento garante a otimalidade global
para o caso onde todos os consumidores de água são processos terminais. A
metodologia foi aplicada para o caso de uma refinaria para a obtenção da solução
ótima, comparando as alternativas sub-ótimas alcançadas para um modelo de retrofit
de uma refinaria.

Benko et al. (2000) propuseram um procedimento de programação matemática


utilizando o conceito de “suprir e eliminar”, para a síntese de redes integradas de
água. Os autores cobrem todas as alternativas viáveis do sistema através de uma
superestrutura da rede, otimizando o consumo de água, a regeneração e o tratamento
do efluente. Em função da complexidade envolvida, o problema não alcança solução
para sistemas multicomponentes.

Yang et al. (2000) estabeleceram um modelo matemático para sintetizar redes ótimas
de reúso de água e efluentes, em processos de rinsagem e lavagem, nas indústrias de
papel e de galvanoplastia. O modelo analisa a superestrutura da rede onde a
otimização é realizada através de um método de programação não linear, incluindo a
resolução de sistemas com múltiplos contaminantes. Apesar disso, o modelo utilizado
não garante o ótimo global, além de não otimizar o custo de investimento em bombas
e tubulações, por considerar desprezível frente ao custo operacional. O modelo foi
aplicado apenas ao caso de máximo reúso.

Freitas et al. (2000) descreveram um procedimento voltado para a seleção da


seqüência de etapas que integram um tratamento primário de efluentes (flotação,
coagulação, floculação e sedimentação). O programa computacional desenvolvido
decompõe a estrutura das tecnologias de tratamento, onde cada etapa tem seu nível
de decisão regido por regras heurísticas. As informações de entrada do programa
Capítulo 2 26

referem-se ao tipo de indústria, ao tipo de contaminante e às concentrações (entrada e


saída) dos contaminantes no efluente. Com estas informações, o sistema propõe
formas alternativas de tratamento nos níveis primário e secundário. Embora o sistema
apresente propostas seqüenciais de tratamento dos efluentes, não são realizadas
análises de custos das propostas, ainda que o sistema possua facilidades para
alcançar esta proposta.

Puigjaner et al. (2000) desenvolveram um programa computacional de interface gráfica


que permite aplicar uma metodologia para a redução do consumo de água em
processos batelada ou em semi-contínuos. O software calcula não somente a
demanda de água fresca associada ao plano de produção, como também os
diferentes custos envolvidos no sistema de reúso. Tais custos são otimizados visando
à obtenção da melhor rede de águas, incluindo o emprego e a localização de tanques
de armazenamento de água para reúso, no qual se baseia a metodologia. A
metodologia se baseia no reúso de efluentes aquosos através de tanques de
armazenamento de água que proporciona um aumento nas oportunidades de reúso de
água entre as operações pela relaxação de restrições dependentes do tempo. Estes
equipamentos fornecem água ao reúso em outros pontos da planta, em um tempo
qualquer, atuando como estações de mistura.

Hallale e Fraser (2000a,b) apresentaram uma metodologia para determinar o custo


global anual de uma rede de transferência de massa, aplicada tanto para sistemas
unicomponentes quanto multicomponentes. Os autores detalharam as correlações de
custo de capital para colunas de pratos, que envolvem fatores como número de
unidades, eficiência, diâmetro da coluna, altura inativa e espaçamento e distribuição
de pratos entre os trocadores de massa. A especificação da meta do custo de
investimento para colunas recheadas também é tratada em um procedimento. A
metodologia pode ser aplicada para solucionar o balanceamento dos compromissos
(trade-offs) das redes entre custos de capital e operacionais, na fase preliminar de um
projeto.

Em 2001, Dunn e colaboradores aplicaram uma metodologia para um número de


correntes efluentes contendo múltiplos contaminantes. A técnica envolve um único
programa de otimização não-linear visando minimizar a vazão de efluentes ou
maximizar a sua quantidade reciclada. O programa baseia-se no princípio geral de
Capítulo 2 27

alocação de água e emprega o modelo da teoria de transbordo para permitir a


alocação ótima das fontes (efluentes) para os sumidouros (consumidores de água).
Foi apresentado um estudo de caso industrial, envolvendo a minimização da taxa de
irrigação de efluente na tecnologia de tratamento de solo, com a avaliação de quatro
cenários: (i) identificação de vazões alocadas para reúso e reciclo (caso base); (ii)
identificação de possível regeneração; (iii) análise de sensitividade ao se aumentar o
espaço disponível para a irrigação; (iv) combinações proibidas, com regeneração. O
percentual de máximo reúso do efluente é superior a 50% nos casos analisados, tendo
inclusive alcançado 81% no segundo cenário.

Seguindo o procedimento de Castro et al. (1999), Silva et al. (2001) estenderam a


aplicação inicialmente formulada para um contaminante a casos de múltiplos
contaminantes, incluindo reúso e regeneração com reúso na análise. Foi sintetizada
uma rede com estrutura similar a uma das obtidas por Wang e Smith (1995), o que
levou a um custo total levemente superior. Com isso, incorporou-se um procedimento
heurístico com a vantagem da simplicidade do algoritmo em relação àquele baseado
na Tecnologia Pinch, conforme usado por Wang e Smith (1994a).

Logo em seguida, embarcando na iniciativa de Silva et al. (2001), foi a vez de Gomes
(2002) estender os trabalhos de Castro et al. (1999) e Wang e Smith (1994a) através
do algoritmo Diagrama de Fontes de Água (DFA), considerando a presença de um e
de múltiplos contaminantes nas correntes. Foram contempladas ainda situações com
múltiplas fontes de água, operações com perda de água, regeneração com reúso,
regeneração com reciclo. No caso de sistemas com múltiplos contaminantes, o
diagrama é construído com base em um contaminante de referência. O algoritmo
utiliza as concentrações máximas de entrada e saída na operação e permite localizar o
ponto pinch global. Com o diagrama montado, gera-se a rede de águas. Foram
testadas várias situações envolvendo exemplos da literatura, em opções como reúso e
regenerações com reúso e com reciclo, e, com os resultados, foram calculados os
respectivos custos totais anuais para a comparação das alternativas geradas. A
descrição e o desenvolvimento do DFA para casos unicontaminantes encontram-se
pormenorizados em Gomes et al. (2007).

Kutepov et al. (2002) aplicaram uma modificação do método pinch para a síntese
integrada de sistemas consumidores de água. A metodologia pode ser estendida para
Capítulo 2 28

sistemas com múltiplos contaminantes nas correntes. Neste caso, a síntese é


realizada através da escolha de uma das duas proposições. A primeira baseada na
determinação do componente chave (ou limitante), cuja remoção do contaminante
requer a meta de consumo máximo de água para o sistema. A segunda, na qual
assume que, na remoção do contaminante, a carga mássica do segundo e dos demais
contaminantes a partir deste, decrescem proporcionalmente com a diminuição na
carga mássica do primeiro contaminante. Os autores recomendam o uso da primeira
proposição, por considerarem a segunda menos confiável. Foi introduzida a noção de
prioridade de remoção do contaminante, baseado no uso da primeira proposição.

Desejando contribuir para o desenvolvimento do algoritmo Diagrama de Fontes de


Água, Delgado (2003) aproveitou para ampliar as suas considerações por todas as
vias de redução de vazão, simultaneamente, para quatro casos industriais, incluindo
sistemas com múltiplos contaminantes. Aplicou a mesma metodologia, explorada por
Gomes (2002), para a situação de regeneração diferenciada, onde se faz a
regeneração específica para um dado contaminante. Foram obtidos, pela aplicação do
procedimento, os fluxogramas com redução da vazão para o tratamento de efluentes e
consumo de água.

Savelski e Bagajewicz (2003) determinaram as condições necessárias de otimalidade,


iniciadas em estudo anterior (Savelski e Bagajewicz, 2000) para um contaminante, e
estenderam as considerações para sistemas multicomponentes em refinarias e plantas
de processos. As condições de otimalidade são demonstradas em uma seqüência de
teoremas. Provou-se que, se o sistema atinge o ótimo, a água utilizada nos processos
tem pelo menos um componente que alcança a máxima concentração na saída. As
condições de monotonicidade também foram demonstradas, as quais se referem aos
componentes especiais, denominados de componentes chaves. Aplicaram-se as
condições ao problema de Wang e Smith (1994a) para múltiplos contaminantes, onde
foram verificadas as condições demonstradas no trabalho.

Wang et al. (2003) utilizaram um procedimento para a síntese de redes com múltiplos
contaminantes usando uma única fonte interna de água (internal water mains).
Introduziram um novo conceito de fator de economia de água (water-saving factor).
São mostrados três exemplos envolvendo diferentes operações com três
contaminantes. É determinada a concentração da fonte interna de água, e calculado o
Capítulo 2 29

fator de economia de cada operação. O posicionamento adequado da nova fonte


interna é direcionado para se obter a máxima economia de água. Constatou-se que as
redes de água com apenas uma fonte interna podem reduzir o consumo de água e a
vazão de descarte, aproximando-se da meta mínima; constatou-se, ainda, que a
inclusão de novas fontes internas de água permite a obtenção de melhorias relativas à
economia de água. Neste caso, a metodologia necessita ser estendida para adequar a
possibilidade de adição de fontes internas de água.

Koppol et al. (2003) utilizaram programação matemática para avaliar a viabilidade da


opção de descarte zero de efluente. Os autores aplicaram a metodologia a quatro
casos industriais, sendo uma delas envolvendo uma refinaria. Para cada aplicação,
foram testadas várias configurações, incluindo regeneração e tratamento “end-of-pipe”,
com diferentes tecnologias de tratamento, visando determinar a possibilidade de
descarte zero e a sua viabilidade econômica. Os resultados sinalizam que a relação
entre o custo de regeneração e o custo de água fresca, bem como a concentração de
descarte do tratamento é fator determinante para a viabilidade do descarte zero. Um
exemplo de refinaria é analisado, empregando sistemas de múltiplos contaminantes,
contando com seis operações utilitárias de água (tratamento cáustico, destilação,
adoçamento com amina, tratamento merox, hidrotratamento e dessalgadora) e quatro
componentes representativos de contaminantes (sais, orgânicos, H2S e amônia). O
procedimento iterativo empregado nesta análise é uma extensão do apresentado por
Bagajewicz e Rivas (2000), para a possibilidade descarte zero, a qual é avaliado
usando as tecnologias de tratamento disponíveis. Verificou-se que, no caso da
refinaria, o descarte zero não é possível, pois há necessidade de se dispor de
tecnologias que promovam uma completa remoção de H2S e amônia das correntes.
Elevadas reduções no descarte de líquido e nos custos operacionais são possíveis
através de reúso e regeneração do efluente.

Módenes et al. (2003) demonstraram a vantagem da análise pinch frente aos métodos
de otimização via programação matemática, na minimização da geração de efluentes
através de reúso e regeneração, alcançando maior redução no consumo de água.
Utilizaram a análise pinch para a síntese de redes de transferência de massa, com o
objetivo de minimizar a geração de poluentes líquidos através do reúso de água.
Empregaram o clássico caso industrial de Takama et al. (1980), com três operações e
três contaminantes, para ilustrar a aplicabilidade da metodologia. Com base em um
Capítulo 2 30

contaminante de referência (escolhido arbitrariamente), efetuaram os ajustes de


concentração para viabilizar o reúso, obtendo graficamente a meta de vazão mínima
de despejo. A partir disso, a rede foi sintetizada e evoluída, identificando e quebrando
possíveis laços de transferência de massa, sem violar nenhuma restrição de
concentração. A rede obtida apresentou uma redução de 2,84% no consumo de água,
em relação ao processo otimizado por Takama et al. (1980). A análise dos custos
obtidos após a reutilização de água mostra que, embora tivesse maior redução no
consumo de água, não se alcançou o menor custo total, pois o custo do sistema de
tratamento não foi otimizado. Realizando então esta proposta, obtém-se uma
configuração de rede onde a redução no consumo de água é menor, porém a redução
no custo total é alcançada, comparativamente a Takama et al. (1980). Este cenário só
é alcançado quando se utiliza água regenerada.

Lee e Grossmann (2003) resolveram o exemplo de redes de efluentes distribuídos


multicomponentes, apresentado por Galan e Grossmann (1998). Partindo de um
processo com as concentrações das correntes definidas, bem como o conjunto de
tecnologias para a remoção dos poluentes, e um conjunto de misturadores e divisores
de correntes. O objetivo é encontrar as interconexões das tecnologias e suas vazões
para adequar à composição especificada da descarga de poluentes, com mínimo
custo total. Galan e Grossmann (1998) formularam o problema como MINLP não
convexo. Neste estudo, o problema é apresentado e resolvido com um modelo GDP
(Generalized Disjunctive Program) não convexo, o que leva a um resultado
ligeiramente melhor que o de Galan e Grossmann, na busca da otimalidade global.

Prakotpol e Srinophakun (2004) desenvolveram um programa baseado em algoritmos


genéticos (GAPinch) para solucionar a minimização de efluentes, em sistemas de um
e múltiplos contaminantes. O modelo de otimização é formulado como programação
não linear inteira mista (MINLP), que incorpora restrições de igualdade de balanços
materiais e conduz o algoritmo genético a soluções iniciais viáveis, evitando a
obtenção de soluções ótimas locais, ainda que não tenham sido incluídas
considerações sobre os custos. As variáveis são tratadas como independentes e
dependentes. O programa é testado para o caso de um processo que contém um certo
número de operações nas quais a água é utilizada para a remoção do contaminante.
O resultado é disposto em função da vazão de consumo mínimo a partir do balanço
hídrico, e da máxima concentração de entrada do contaminante em cada operação.
Capítulo 2 31

Os casos estudados envolveram um contaminante para máximo reúso, para


regeneração com reciclo e múltiplos contaminantes para máximo reúso, levando a
resultados cujos valores são similares ou inferiores aos provenientes dos trabalhos
originais da literatura, apresentando, entretanto, configurações do fluxograma distintas.
Os algoritmos genéticos dispendem um excessivo tempo computacional para a
resolução de problemas com múltiplos contaminantes; em alguns casos, o ótimo é
atingido em um tempo superior a uma hora. Em tais sistemas multicomponentes, a
vantagem reside no fato de os operadores genéticos do programa terem a habilidade
de evitar o aprisionamento em um ótimo local, como ocorre em técnicas de otimização
convencionais. Esta característica leva o programa a obter o ótimo global ou próximo a
ele.

Cao et al. (2004) desenvolveram um procedimento para a síntese de redes de água


com a inclusão de fontes internas (internal water mains) para sistemas
multicontaminantes, considerando regeneração com reciclo. O procedimento envolve a
determinação das concentrações dos contaminantes na fonte de água da
regeneração. A rede divide as fontes em intervalos de concentrações, estabelecendo
fontes extremas de água limpa e de efluentes, com as intermediárias representando as
fontes internas, onde ocorrem as regenerações. É utilizado o conceito de valor mínimo
inerente, introduzido por Feng e Seider (2001) para sistemas de um contaminante, e
que foi estendido por Wang et al. (2003) para múltiplos contaminantes considerando
reúso de água. Cao et al. consideraram ainda a regeneração com reciclo,
estabelecendo a localização de fontes de água para regeneração. A metodologia
permite selecionar a fonte de água a ser utilizada e a vazão que é destinada para cada
processo, com base no balanço de massa e na concentração de entrada do
contaminante na operação. Um estudo de caso é usado para ilustrar a metodologia,
envolvendo sete operações e três contaminantes.

Hernández-Suárez et al. (2004) propuseram uma metodologia baseada na


decomposição de uma superestrutura e na otimização paramétrica do problema, para
o estabelecimento da síntese de redes de tratamento distribuído de efluentes. A
seleção da melhor rede de tratamento obtida a partir da superestrutura é resolvida
através da programação linear e não linear, de acordo com o número de unidades de
tratamento adotados na análise. A metodologia é ilustrada com a solução de diversos
exemplos, incluindo diferentes operações e contaminantes.
Capítulo 2 32

Faria (2004) também apresentou soluções para minimizar o consumo de água através
da otimização de redes de água, desenvolvendo modelos matemáticos que minimizem
o consumo de água e o custo das alternativas. Foram consideradas diversas opções
para o reúso de efluentes aquosos, estabelecendo redes simples e mais complexas. O
modelo 1, base para os demais, é composto pelas operações que usam água e pelas
fontes de água disponíveis. O modelo 2 incorporou o conceito de carga mássica de
cada contaminante em cada operação e passou a atualizar a concentração na saída
das operações. No modelo 3, foram consideradas as perdas de água nas operações,
permitindo identificar a nova concentração das correntes de reúso. O modelo 4
possibilitou o uso de processos regenerativos intermediários. O modelo 5 inseriu os
sumidouros e fixou restrições para o descarte dos contaminantes. Os modelos 6, 7 e 8
apresentaram as mesmas características dos modelos, 2, 4 e 5, respectivamente,
porém sem considerar a restrição de vazão. Os modelos foram aplicados a exemplos
disponíveis na literatura, onde também foram incluídas novas estratégias para obter
um resultado mais aprimorado para as redes. Também foi resolvido um estudo de
caso de uma refinaria de petróleo usando a rede proposta por Koppol et al. (2003),
contendo seis operações e três processos regenerativos, em um sistema com quatro
grupos de contaminantes. A redução alcançada neste caso foi de 76,82% no consumo
de água e 64,68% no custo operacional.

Ullmer et al. (2005) automatizaram um procedimento heurístico para determinar o


custo ótimo de uma rede de transferência de massa para múltiplos contaminantes em
uma refinaria de petróleo, incluindo várias possibilidades de reúso e regeneração. Os
autores apresentaram um procedimento combinatório entre os métodos heurísticos e
programação não linear inteira mista. Os métodos matemáticos de otimização são
usados para gerar o custo ótimo para o problema. Ênfase é dada à seleção de
sistemas de tratamento em operações de regeneração e à construção de uma
superestrutura para a otimização final. Foi verificado que o custo do tratamento
(regeneração) é menor que o custo referente ao aumento no consumo de água (sem
tratamento). O uso de procedimentos heurísticos na síntese de sistemas de
tratamentos de efluentes restringe um pouco a obtenção de estruturas alternativas de
rede.
Capítulo 2 33

Al-Redhwan et al. (2005) estudaram a incerteza na otimização de redes de água nos


processos industriais. A questão está ligada à própria natureza do problema, onde
tanto a vazão do efluente quanto os níveis de contaminantes podem sofrer grandes
variações em função de mudanças nas condições operacionais e/ou nas
especificações de alimentação e produto. As redes ótimas devem ser resilientes e
capazes de absorver tais alterações. A metodologia desenvolvida segue três etapas:
na primeira, um modelo de otimização determinístico é desenvolvido e testado,
buscando a configuração de rede com mínimo consumo de água limpa e o ponto ótimo
do reúso ou da regeneração com reúso; o segundo passo envolve a análise de
sensitividade, testando uma faixa de valores de condições operacionais. Por fim, uma
formulação estocástica foi desenvolvida, com base no cenário da análise da
programação estocástica. Os modelos de otimização são problemas de NLP, que são
testados em uma rede de águas de uma típica refinaria contendo quatro
contaminantes (H2S, NH3, Cl2 e HCN). Os resultados mostraram uma redução de 58%
na água limpa, por meio de reúso e regeneração com reúso. A rede ótima resultante
do modelo estocástico tem um baixo custo adicional devido à incerteza, que quantifica
somente 3,5% do custo total.

Gunaratnam et al. (2005) também utilizaram programação matemática para sintetizar


redes ótimas de tratamento distribuído de efluentes. A superestrutura do sistema é
otimizada com a remoção de conexões irrelevantes e anti-econômicas. O
procedimento considera simultaneamente a distribuição ótima de água, bem como o
tratamento das correntes de efluentes, tais que as restrições de processo, a demanda
de água, e os limites ambientais de descarte são obtidos ao menor custo. A
metodologia otimiza simultaneamente os custos operacionais e de capital, permitindo
a solução de trade-offs no sistema. Além disso, o método pode ser estendido com
flexibilidade para problemas complexos, incorporando diversas variáveis e restrições,
em função do emprego de programação linear (LP) e linear inteira mista (MILP).
Entretanto, o método não fornece necessariamente o ótimo global.

Húngaro (2005) desenvolveu um procedimento para minimizar as vazões de efluentes


enviadas para o tratamento. As restrições dos tratamentos foram dadas pelas
concentrações máximas e pelas vazões requeridas, visando o atendimento da taxa de
remoção (eficiência) especificada, as quais foram consideradas constantes. A seleção
dos tratamentos é realizada em função da maior eficiência de remoção ou pela
Capítulo 2 34

diversidade de contaminantes removidos. Um procedimento foi desenvolvido para os


casos de um e múltiplos contaminante, considerando tratamentos cujas concentrações
máximas de entrada são conhecidas ou desconhecidas. A maior contribuição deste
trabalho está na seleção e na escolha da seqüência de tratamento para um conjunto
de correntes de efluentes. Não foram obtidas alternativas selecionadas pela estimativa
do custo de tratamento em função da vazão do efluente. O procedimento foi aplicado a
quatro exemplos da literatura e a um efluente real de um laboratório de pesquisa. O
algoritmo gerou a menor vazão para o tratamento distribuído, relativamente à
configuração centralizada.

Um algoritmo genético foi desenvolvido por Lavric et al. (2004) e aplicado a processos
multicontaminantes. Este algoritmo pode estabelecer a meta de consumo mínimo de
vazão de água limpa e obter a respectiva rede de transferência de massa, aqui
nomeada de topologia da rede ótima de água. Este procedimento também pode tratar
com fontes de água contaminada. Em 2005, Lavric et al. aplicaram algoritmos
genéticos na otimização de sistemas aquosos com múltiplos contaminantes e múltiplas
fontes. O procedimento gera o ótimo global da topologia da rede de água com relação
ao mínimo suprimento, obedecendo a todas as restrições de maneira simultânea. A
rede ótima é tratada como um grafo orientado, partindo das operações que usam água
limpa, e onde cada operação subseqüente recebe somente as correntes das
operações anteriores, enviando-as para as próximas operações. O modelo matemático
descreve cada operação com base nos balanços materiais dos contaminantes em
termos globais, incluindo as restrições de entrada e saída. A resolução deste problema
de otimização não é trivial. A função objetivo é o consumo total de suprimento de
água, a qual deve ser minimizada. Em 2007, Lavric et al. utilizaram um modelo de
otimização baseado em algoritmos genéticos, para a geração da topologia de redes
ótimas de água. É utilizado um critério de otimização com base no custo para buscar a
topologia ótima da rede, reduzindo os custos de investimento e operacionais, em
problemas com múltiplos contaminantes. O algoritmo genético garante a otimização
simultânea do custo mínimo e das restrições globais do modelo.

Joksimovic et al. (2006) desenvolveram um programa computacional para a simulação


e a otimização de sistemas de tratamento e reúso de água. São considerados
diferentes fatores na análise, entre os quais, tipo e grau de tratamento, número e
locação de plantas de tratamento, de bombas e estações de bombeamento; número,
Capítulo 2 35

dimensão e locação de tanques de estocagem; configuração e dimensão da rede de


distribuição de tubulação. Estes elementos são interligados para gerar as diferentes
combinações e possibilidades. Um modelo hidráulico de simulação de processo é
combinado à otimização integrada para auxiliar na exploração das possibilidades. O
modelo inclui um módulo para sistemas de tratamento de efluentes, um módulo de
otimização para o sistema de distribuição de efluente, e uma base de conhecimentos.
Os módulos calculam e definem os sistemas alternativos de reúso a partir de regras
para a geração de sistemas de tratamento, projeto, custo e critérios de avaliação. O
objetivo é desenvolver uma rede de distribuição e tratamento de água para reúso
(WTRNet – Water Treatment for Reuse with Network Distribution) para incorporar as
estruturas provenientes da síntese de processos e da rede de distribuição de água em
um programa de planejamento de processos voltado para sistemas de suporte de
decisão (DSS). Os modelos da plataforma também incorporam as rotinas de
otimização para a síntese de sistemas de tratamento e a topologia da rede de
distribuição. O modelo de simulação desenvolvido supera limitações das ferramentas
disponíveis de decisão, fornecendo uma estrutura do sistema para a análise de
esquemas descentralizados de tratamento; permitindo ao usuário tanta flexibilidade
quanto possível na geração e na avaliação de trens de tratamento; fornecendo um
guia útil e dispondo informações para a avaliação de alternativas de tratamento; e
incorporando uma rotina de otimização para o dimensionamento ao menor custo de
sistemas de distribuição de esquemas de tratamento. O problema é resolvido usando
programação linear inteira mista.

Szitkai et al. (2006) desenvolveram um modelo MINLP para a síntese de redes de


transferência de massa (New Fairly Linear Model), baseado na otimização de uma
superestrutura desenvolvida por Yee e Grossmann (1990) para a síntese de HENS
(Heat Exchange Network Synthesis). O modelo pode estabelecer o adequado trade-off
entre custos de capital e de agentes externos de separação de massa, considerando
todas as forças-motrizes como variáveis de otimização. O modelo pode ainda ser
estendido para problemas multicomponentes, que também permite considerar trocas
proibidas e impor diferentes restrições nas transferências de massa.

Higa e Penha (2006) também verificaram a aplicabilidade do DFA frente aos


processos de refino de petróleo que utilizam água. Os dados utilizados na análise
referem-se a uma refinaria nacional, no qual forma geradas configurações de reúso
Capítulo 2 36

para sistemas uni e multicomponentes (cloro, amônia, pH e fenol). Verificou-se a


redução no consumo de água e nos custos totais, em relação às alternativas
propostas.

Karuppiah e Grossmann (2006) abordaram o problema da síntese ótima de um


sistema integrado de água, combinando os processos que utilizam água com as
operações de tratamento, em uma única rede, de modo que o custo total com água
limpa para uso nas operações, e o tratamento de efluentes, são minimizados
globalmente. É proposta uma superestrutura que incorpora todas as alternativas
viáveis de tratamento, reúso e reciclo. É formulada a otimização desta estrutura como
um problema não convexo de programação não linear (NLP), que é resolvido para a
otimalidade global. O problema toma o formato de um modelo não convexo –
Generalized Disjunctive Program (GDP) – se há uma flexibilidade de escolher
diferentes tecnologias de tratamento para remover vários contaminantes nas correntes
aquosas. Um novo algoritmo (spatial branch and contract) é proposto para otimizar
estes sistemas. É ilustrada a vantagem de se otimizar uma estrutura integrada de
água usando unidades de tratamento, minimizando a água limpa consumida nos
processos, e, em seguida, o efluente tratado nas unidades de tratamento. São geradas
várias redes ótimas a partir de superestruturas com diferentes unidades de processo
integradas a unidades de tratamento, ressalvando a desvantagem do método frente ao
seu tempo dispendido para a resolução, característico do algoritmo de otimização
spatial branch and contract.

A aplicação de técnicas rigorosas de otimização global para a determinação das


melhores e viáveis estruturas operacionais de redes de água e de tratamento de
efluentes distribuídos têm sido limitadas à solução de problemas de síntese de menor
complexidade, envolvendo poucas correntes e poucos contaminantes. As técnicas de
otimização global determinísticas aplicados a este tipo de problema incluem o
algoritmo branch-and-contract de Zamora e Grossmann (1999) e os recentes
algoritmos de otimização global para a solução de problemas de programação
disjuntiva generalizada não convexa de Lee e Grossmann (2003).

Mariano-Romero et al. (2006) apresentaram um modelo de otimização multi-objetivo


(problemas de otimização que apresentam mais de uma função objetivo) para resolver
problemas complexos em espaços altamente restritos e não convexos. O modelo
Capítulo 2 37

considera o reúso de água entre as operações e o tratamento de efluentes como os


principais mecanismos para reduzir o consumo de água limpa. O modelo é resolvido
usando o multi-objective distributed Q-learning (MDQL), um procedimento heurístico
baseado na exploração do conhecimento adquirido durante o processo de busca, e na
resolução de processos de decisão de Markov (MDQL), os quais são usados para
modelar situações onde é necessário executar ações seqüenciais em ambientes
caracterizados pela incerteza. O modelo foi aplicado a um problema com quatro
contaminantes e dez operações unitárias, e sua performance frente aos resultados
alcançados mostra que este é relativamente robusto.

Zheng et al. (2006) utilizaram programação matemática para gerar redes ótimas a
partir de uma superestrutura. Com o auxílio da programação não linear inteira mista
(MINLP), são resolvidos dois estudos de casos; o primeiro envolvendo um sistema
unicomponente, e o outro considerando múltiplos contaminantes. O algoritmo requer a
especificação do número de fontes internas de água e do número máximo de
correntes de saída para cada unidade do processo. A partir dos valores fornecidos de
carga mássica de contaminantes a serem removidos em cada unidade, e as faixas
(limites inferior e superior) de concentração em cada unidade, são sintetizadas redes
de água com os menores consumos possíveis, tendo estruturas relativamente simples
e que possuam boa controlabilidade.

Mirre et al. (2006) aplicaram o procedimento algorítmico diagrama de fontes de água


aos dados típicos de processos de uma refinaria de petróleo. A metodologia
empregada teve como meta o máximo reúso de água, considerando a presença de
múltiplos contaminantes nas correntes. Foram encontradas configurações de
reutilização de correntes de efluentes com cerca de 7% de redução do consumo de
água primária e industrial, proporcionando uma sensível redução do custo operacional
do processo. Com isso, constatou-se que a redução no consumo de água atingiu
valores bastante atraentes para as necessidades de operação de uma refinaria de
petróleo, contribuindo para ratificar a viabilidade da metodologia aplicada.

No presente ano de 2007, Alva-Argáez e colaboradores apresentaram uma


metodologia sistemática para a síntese de redes de reúso de águas em refinarias de
petróleo, para sistemas multicomponentes. O procedimento considera a análise
simultânea do tratamento do efluente, do reciclo de água tratada e da distribuição de
Capítulo 2 38

água limpa. A metodologia se baseia na decomposição da técnica water pinch e utiliza


programação não linear inteira mista. O método explora a resolução de trade-offs entre
os custos de água limpa, de tratamento do efluente, de tubulação e as restrições
ambientais para o descarte. São também estudados casos de retrofit (re-projeto) de
um sistema existente, além de um estudo de sensitividade da solução sobre uma
variedade de sistemas e parâmetros econômicos.

Relvas et al. (2007) apresentaram um software (AquoMin) voltado para a síntese de


redes de transferência de massa. O programa utiliza o diagrama de fontes de água de
Castro e colaboradores (1999) para gerar as estruturas obtidas na consideração de
possibilidades alternativas de sistemas que apresentem diferentes cenários, dentre os
quais, sem reúso, com reúso, com regeneração e reúso e regeneração para reúso e
reciclo. Para o módulo de regeneração com reúso, o programa possui uma interface
com a linguagem GAMS (General Algebraic Modeling System), que resolve os
modelos de otimização empregados (LP, NLP ou MINLP). O software também permite
sintetizar uma rede de sistemas de tratamento, incluindo a geração das respectivas
curvas compostas. No entanto, a enorme praticidade do programa está restrita à
análise de sistemas unicontaminantes.

Delgado et al. (2007) aplicaram o procedimento algorítmico diagrama de fontes de


água para a síntese de redes de transferência de massa em sistemas com múltiplos
contaminantes para situações de máximo reúso. Foram empregados dados de quatro
diferentes exemplos da literatura, gerando excelentes resultados. O procedimento se
beneficia da realização oportuna de cálculos manuais, de grande utilidade para
engenheiros de processos que, além de minimizar o uso de fontes externas para o
máximo reúso, gera o fluxograma e um conjunto de informações que podem ser
usadas para estimar o custo de sistemas distribuídos de efluentes.

2.2. Considerações finais do Capítulo

Este Capítulo assumiu o laborioso compromisso de garimpar e compilar um amplo


conjunto de trabalhos encontrados na literatura, priorizando a discussão em torno de
estudos envolvendo minimização do consumo de água e efluentes aquosos e redes de
tratamento de efluentes em sistemas com múltiplos contaminantes. Conforme
Capítulo 2 39

constatado, a grande maioria dos trabalhos que abordam estes temas é tratada como
um problema de programação matemática, dada a complexidade envolvida. Diante
deste panorama, e propondo contornar essa complexidade pela outra vertente, o
presente trabalho vislumbra, dentre seus objetivos, contribuir para o desenvolvimento
e a adequação de uma metodologia de maior praticidade no reaproveitamento de
correntes incluindo sistemas de tratamento de efluentes. Para demonstrar a
aplicabilidade da metodologia a sistemas industriais, o estudo incide sobre a aquisição
e o emprego de dados de processo de uma refinaria de petróleo obtida da literatura,
com a incorporação de um sistema de tratamento de efluentes, apresentado e
desenvolvido no Capítulo 5.
Capítulo 3 40

CAPÍTULO 3
Os Efluentes Hídricos nos Processos de
Refino

“O refino de petróleo é um tema instigante para


qualquer engenheiro químico. Está na base e,
mesmo, na justificativa de boa parte dos esforços
desta carreira, nos últimos cem anos.”

(Szklo, 2005)

3.1. O sistema hídrico de uma refinaria

O petróleo é uma substância complexa constituída predominantemente por uma


mistura de hidrocarbonetos encontrados na natureza nos estados líquido (óleo), sólido
(betume) e gasoso (gás natural). Contém ainda uma razoável quantidade de
impurezas como enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais, principalmente níquel e
vanádio.

Uma refinaria é um complexo industrial capital e tecnológico-intensivo; é um grande


consumidor de energia final e água; é um produtor de vários produtos finais
energéticos e não energéticos (Szklo, 2005). O refino de petróleo compreende um
conjunto de processos cujo foco está na obtenção de derivados de alto valor
Capítulo 3 41

comercial, mediante o processamento e a transformação do petróleo na maior


quantidade possível de produtos de grande interesse econômico. Neste propósito,
além de minimizar os produtos de menor valor comercial, é necessário a adequação
de tais produtos às especificações, em conformidade com a sua destinação, tudo ao
menor custo operacional.

As atividades de refino visam ao atendimento de dois objetivos principais (Abadie,


2001): (1) a produção de combustíveis e matérias-primas petroquímicas e (2) a
produção de lubrificantes básicos e parafinas. O primeiro caso é o mais comum e está
ligado à maior demanda pelos combustíveis, destinando a produção para obter GLP
(gás liquefeito de petróleo), diesel, querosene e óleo combustível, entre outros; já o
segundo grupo representa uma pequena parcela dentre os objetivos gerais do refino e,
embora gerem produtos com agregação de valores maiores, os investimentos
alocados são muito maiores que os do primeiro grupo. Funcionalmente, os processos
de refino estão divididos em processos de separação, de conversão, de tratamento e
auxiliares, conforme apresentados na Tabela 3.1. Além destes, há ainda os processos
chamados de “fundo de barril”, que processam os resíduos mais pesados.

Tabela 3.1 – Processos básicos de refino (Szklo, 2005)


Separação Conversão Tratamento Auxiliares
● Destilação ● Dessalgação ● Geração de
● Visco-redução
atmosférica eletrostática hidrogênio
● Destilação a ● Tratamento ● Recuperação
● Craqueamento térmico
vácuo cáustico de enxofre
● Estabilização de ● Tratamento
● Coqueamento retardado ● Utilidades
naftas Merox
● Extração de ● Tratamento
● Craqueamento catalítico
aromáticos Bender
● Desasfaltação a ● Hidrocraqueamento ● Tratamento
propano (severo, moderado) DEA/MEA
● Desaromatização
● Reformação catalítica ● Hidrotratamento
a furfural
● Desparafinação a
● Isomerização catalítica
solvente
● Adsorção de n-
● Alquilação catalítica
parafinas
● Polimerização catalítica
Capítulo 3 42

A Figura 3.1 apresenta um diagrama esquemático generalizado dos processos de uma


refinaria de petróleo, indicando a obtenção dos seus respectivos produtos.

Figura 3.1 – Esquema simplificado dos processos de refino de petróleo (Bueno, 2004)
Capítulo 3 43

Uma das mais importantes operações da refinaria é a destilação inicial do petróleo,


com a subseqüente separação das frações de corte. Destilação envolve aquecimento,
vaporização, fracionamento, condensação e resfriamento. A seqüência destilação
atmosférica – destilação a vácuo constitui a base do refino, enquanto processo de
separação. O processo de dessalgação antecede estas duas etapas (Szklo, 2005).

As seções de pré-aquecimento e dessalgação (dessalinização), que antecedem as


seções de fracionamento, têm por finalidade a remoção de sais, água e sólidos em
suspensão. Esses contaminantes atuam baixando a eficiência da unidade de
destilação e limitando seu tempo de campanha. A presença de sais de cloro, como o
MgCl2 e o CaCl2 leva, sob ação do calor, à formação de HCl, que migra para o topo
das torres de destilação provocando corrosão e, com isso, reduzindo espessuras ou
mesmo ocasionando furos nas linhas, paredes de vasos e tubos trocadores de calor.
Os sais de sódio diminuem a vida útil e o rendimento dos catalisadores conduzindo a
produtos finais (combustíveis) de qualidade inferior. Os sais e sólidos presentes
depositam-se em trocadores de calor e tubos de fornos, causando entupimentos,
baixando a eficiência de troca térmica e levando ao superaquecimento local. Já os sais
e sedimentos atuam como catalisadores para deposição de coque no interior de tubos,
provocando entupimentos e redução na transferência de calor nos equipamentos
(Abadie, 2001 e Thomas, 2001).

A dessalgação envolve a mistura do óleo com água (cerca de 3-10% do volume de


cru) para dissolução dos sais na água. Esta água é, então, removida do petróleo,
inicialmente, através do processo químico (uso de desmulsificantes, cujas partículas,
atraídas à interface água-óleo, revertem o caráter oleofílico da emulsão água-óleo).
Pode-se, também, empregar o processo elétrico. Como as gotículas de emulsão óleo-
água são portadoras de carga de mesmo sinal, submetendo-se o petróleo a uma
diferença de potencial elétrico (de 15 kV a 35 kV), as gotículas de água se carregam
por indução e mantêm a carga; forma-se um dipolo, com cargas positivas e negativas
em lados opostos; em seguida há a aglutinação das gotículas (coalescência), que,
como gotas grandes, decantam. A eficiência da separação depende do pH, da
densidade e da viscosidade do óleo (Szklo, 2005).

A água de processo da destilação, normalmente, entra em contato com o óleo e se


encontra contaminada, ao fim do processamento primário do petróleo. Típicos
Capítulo 3 44

contaminantes deste resíduo são: ácido sulfúrico, amônia, sólidos em suspensão,


cloretos, mercaptans e fenol. O resíduo líquido da destilação é, assim, normalmente,
ácido, e deve ser tratado para remoção dos seus contaminantes, antes de ser
descarregado na estação de tratamento de água da refinaria (Szklo, 2005).

Nas colunas de destilação geram-se condensados, que constituem a maior fonte de


efluentes aquosos, os quais são direcionados para a unidade de tratamento de águas
ácidas. Outra importante fonte é a água ácida gerada no sistema de tratamento de
água para caldeira, que é neutralizada e descartada. A dessalinização do petróleo
gera um efluente com enorme concentração salina, sendo encaminhado para a
estação de tratamento de efluentes. A parcela remanescente dos efluentes aquosos
como, por exemplo, os drenos de água de tanque de petróleo e chuva, é normalmente
acrescentada à água tratada ou encaminhada para um tanque de acumulação,
destinando-se a uma posterior separação de óleo e tratamento biológico.

A exemplo de muitas indústrias, as refinarias de petróleo utilizam grandes quantidades


de água em suas atividades, decorrentes das características de operação requeridas
pelos processos de refino. O volume de água empregado é bastante variável,
conforme a refinaria, e depende de fatores como a sua configuração, a complexidade,
a capacidade de reciclagem e, mesmo, a localização. Do total representado, uma
significativa parcela pode ser continuamente reaproveitada, enquanto que o restante
encontra-se contaminado, necessitando submeter-se, ao menos, aos tratamentos
primário e secundário.

A quantidade de efluentes líquidos gerada é relativamente proporcional à quantidade


de óleo refinado. Estima-se que o consumo de água de refinarias está entre 250 L (ou
0,250 m3) e 350 L (ou 0,350 m3) de água por barril de óleo bruto processado (ou 1,6
barris de água por barril de petróleo) (OGJ – Oil & Gas Journal, 1992 apud Szklo,
2005). No caso do Brasil, as onze refinarias do Sistema Petrobras geram entre 0,40 e
1,60 m3 efluente / m3 óleo refinado na planta (Mariano, 2005). Esta faixa é menor para
as refinarias de maior capacidade de refino, assim como para aquelas construídas
mais recentemente, onde o conceito de eco-eficiência já está enraizado no escopo do
projeto.
Capítulo 3 45

Em linhas gerais, são quatro as fontes de descargas líquidas de refinarias (Szklo,


2005):

► Vazamentos intermitentes de água, por exemplo, durante a lavagem de tanques e


reatores, ou devido a falhas em equipamentos;

► Água de refrigeração: refinarias demandam volumes consideráveis de água de


refrigeração. Esta água, porém, não entra, normalmente, em contato com o óleo e
contém menos contaminantes que as correntes de água empregadas nos processos
propriamente ditos. Assim, quase toda a água de refrigeração pode ser reciclada,
através de sistemas fechados com torres de refrigeração, que promovem a troca
térmica entre a corrente de água e o ar ambiente. A água de refrigeração deve conter
também aditivos anti-incrustação (fosfatos, biocidas);

► Água para uso sanitário;

► Água de processo: entra em contato diretamente com óleo e está, portanto,


contaminada. Esta corrente advém, principalmente, da dessalgação, das torres de
destilação, fracionamento e esgotamento (stripping). O seu tratamento envolve a
separação do óleo da água e a remoção de sais, sólidos, H2S e NH3. De fato, a
quantidade da descarga líquida gerada depende dos processos aplicados na refinaria.
Normalmente, todos os processos lidam com vapor para destilação ou fracionamento,
o que leva à produção de água ácida (com NH3, H2S e hidrocarbonetos).

Depois de captada, a água passa por diversos tratamentos para adequação de sua
qualidade de acordo com o uso. Para utilização como água de combate a incêndio, é
necessária uma fonte abundante e segura. Para os demais usos, é preciso remover os
sólidos suspensos (argila, areia, microorganismos e outros), sendo empregados os
processos de clarificação e filtração. A água destinada ao consumo humano recebe,
após a filtração, nova dose de cloro. Para a produção de vapor é necessária a
remoção dos sais dissolvidos na água (Revista Petrobras, 2000a).

A principal função da água nas refinarias de petróleo é a de resfriamento (90%), e o


uso de circuitos de resfriamento semi-abertos (ou abertos com recirculação), pode
Capítulo 3 46

reduzir a quantidade captada em mais de 90% (Eckenfelder, 1970), acarretando a


redução da quantidade de efluentes produzidos.

As torres de resfriamento recebem a água proveniente das diversas unidades de


processo que, após retirar calor do óleo nos trocadores de calor, retorna aquecida,
para então ser resfriada, por meio de um fluxo predeterminado de ar do ambiente,
impelido por grandes ventiladores, após o qual é recirculada ao processo. Parte dessa
água é perdida por evaporação, pela formação de névoas e ao seguir para o sistema
de blowdown, que a envia para a unidade de tratamento de efluentes. Essas perdas
devem ser repostas (água de reposição ou de make-up), e representam, normalmente,
cerca de 5% da recirculação (Mariano, 2005). Devido às perdas por evaporação,
ocorre concentração de sais na recirculação do sistema de resfriamento, até o limite
de solubilidade, propiciando a formação de incrustações, que agem na diminuição da
eficiência de troca térmica. Por essa razão, a água é constantemente purgada
(blowdown) na torre, medida tomada para manter níveis adequados de concentração
de sais (Ca2+, Mg2+, Na+, CO32-, HCO3-, SO42- , SiO32- e Cl-) na torre (Monteiro et al.,
2004). Assim, com base em uma determinada espécie (normalmente sílica, cálcio ou
magnésio), ao se relacionar a água do sistema com a de reposição, estima-se o ciclo
de concentração, importante parâmetro que define a quantidade de vezes que os sais
são concentrados. Este parâmetro sofre influência de perdas e descargas da torre de
resfriamento. Como conseqüência, a água de make-up deve possuir boa qualidade,
com baixos níveis não somente de sais e material orgânico, como também de sólidos
suspensos e microrganismos (Trovati, 2004). As torres de resfriamento recebem,
portanto, grande atenção quando se leva em conta a reutilização da água em uma
refinaria, pelo enorme volume que consomem, viabilizando a redução na captação da
água.

Em segundo plano de importância em relação à utilidade da água nas operações do


sistema de resfriamento, está o seu uso direcionado à alimentação das caldeiras. A
qualidade de água para este sistema deve ser alta, em geral, desmineralizada.
Analogamente com a torre de resfriamento, as caldeiras geradoras de vapor também
necessitam de purgas constantes, para atenuar a concentração de sais. Este descarte
possui muito boa qualidade, o que o torna forte candidato para reutilização em outras
operações do refino. O vapor gerado pelas caldeiras é utilizado na geração de energia
elétrica, no acionamento de máquinas ou diretamente no processo, como nas torres
Capítulo 3 47

de destilação atmosférica e a vácuo, no coqueamento, no hidrocraqueamento, no


craqueamento catalítico fluido (FCC) e/ou no hidrotratamento (HDT). Por entrar em
contato direto com as frações do petróleo, origina um condensado que incorpora
diversos contaminantes, os quais são removidos nas torres de stripping com vapor
(retificação/esgotamento de águas ácidas), resultando na água retificada que, embora
ainda possua pequenas quantidades de contaminantes, como amônia (NH3), sulfeto
de hidrogênio (H2S), fenóis e cianetos, tem qualidade reutilizável em dessalgadoras,
por exemplo. Nesta última operação, a água é utilizada para remover as gotas de água
salgada presentes no óleo proveniente dos campos de petróleo. Contudo, vários
outros contaminantes também são removidos (Bagajewicz, 2000), como H2S, sólidos
suspensos e amônia. A salmoura emulsionada com hidrocarbonetos e outros
contaminantes constitui uma lama de dessalgação que é encaminhada para
tratamento na estação de tratamento de despejos industriais (ETDI). Quando a água é
empregada no tratamento cáustico, gera como principais contaminantes H2S, amônia,
fenol, mercaptans.

No caso das torres de resfriamento, a água utilizada é previamente tratada por meio
de processos simples, como a filtração, a clarificação e ajustes de pH. O tratamento da
água de resfriamento é realizado através de técnicas químicas, físicas ou físico-
químicas e visam fundamentalmente evitar ou minimizar a formação de incrustações
em circuitos de resfriamento, minimizar os processos corrosivos e controlar o
desenvolvimento microbiológico. Já aquela destinada à geração de vapor nas
caldeiras, a partir da queima de óleo e/ou gás combustível, é filtrada, descarbonatada,
desmineralizada (processo de purificação que retira sais da água) através de osmose
inversa, resina de troca iônica ou eletrodiálise, e posteriormente é desaerada para
retirar todo o oxigênio que nela possa estar dissolvido. A concentração de sais
presentes na água, em uma dada faixa de pressão associada à alta temperatura, pode
levar à ocorrência de películas isolantes nos tubos da caldeira ou provocar a sua
corrosão, fragilizando a resistência mecânica desses tubos.

Como é de se esperar, o consumo de água nessas atividades incide


proporcionalmente sobre a geração de efluentes, justificando tecnicamente o interesse
em minimizá-la, como resultado de ações que invistam em reduzir o consumo de água
limpa e maximizar o reúso de efluentes. O volume de despejos líquidos oriundos
desses processos necessita de tratamento adequado para que sejam descartados nos
Capítulo 3 48

cursos receptores dentro das condições permitidas pela legislação. As técnicas de


tratamento variam de acordo com as características do efluente, tanto em termos
quantitativos como qualitativos; no caso das refinarias, é função do tipo de petróleo
processado, do grau de complexidade, da idade, das unidades de processamento e de
sua operacionalidade. Tais fatores contribuem para que cada refinaria tenha um perfil
de processamento diferente, não permitindo que se generalizem as características dos
efluentes de refino.

Uma refinaria gasta, em média, de meio a um metro cúbico de água para processar
um metro cúbico de petróleo (Revista Petrobras, 2000a). Os efluentes gerados em
cada etapa do processo contêm como contaminantes principais amônia, sulfetos,
cianetos, fenóis e óleo. O processamento do petróleo gera resíduos normalmente em
quantidades não muito variáveis; porém, a concentração de determinadas impurezas,
tais como compostos de nitrogênio, enxofre e fenóis, sofre muitas variações
dependendo do tipo de óleo. De acordo com Leprince (2001) apud Delgado (2003), em
uma refinaria de porte médio, o efluente pode apresentar 0,5 m3/t, sólidos suspensos
totais de 12,5 g/t, DQO de 12,5 g/t, nitrogênio total 10 g/t, hidrocarbonetos 12,5 g/t e
fenóis 0,125 g/t. Geralmente, a caracterização dos efluentes é feita através da
especificação de seu volume / vazão, do tipo de contaminante e das respectivas
cargas (concentrações) dos contaminantes presentes.

A Tabela 3.2 relaciona as concentrações típicas de alguns dos principais parâmetros


de controle nos processos de refino.

Tabela 3.2 – Concentrações típicas de contaminantes em efluentes de processos de


refino antes do seu tratamento (mg/L) (Fonte: CONCAWE, 1995, In: Szklo, 2005)
Sólidos em
Óleo H2S/RSH NH3 Fenóis DBO
suspensão
Destilação
50-500 50-500 50-500 50 50-500 50-500
atmosférica
HDT 50-500 <500 <500 0 50-500 0
Visco-redução 50-500 50-500 50-500 50-500 50-500 <50
FCC 50-500 <500 <500 50-500 50-500 <50
HCC 50-500 <500 <500 0 <50 0
Produção de
50-500 <50 <51 0 50-500 0
lubrificante
Capítulo 3 49

3.2. O tratamento de efluentes industriais

Os efluentes de processo são usualmente definidos como qualquer água ou vapor


condensado que tenha entrado em contato com o óleo, estando este último sob a
forma líquida ou gasosa, e que pode, portanto, conter óleo ou outros contaminantes
químicos. Incluem soluções ácidas, soda exausta, águas de lavagem do petróleo cru e
dos derivados, a água proveniente da etapa de dessalinização, os condensados
resultantes da retificação a vapor e da destilação, assim como da limpeza ou
regeneração com vapor dos catalisadores de processo. Além disso, as precipitações
pluviométricas, que têm grande contribuição para a carga da estação de tratamento,
podem ou não gerar efluentes contaminados, dependendo da região da refinaria de
onde foram drenados. O óleo poderá ser encontrado emulsionado e não emulsionado
com a água (livre) nos efluentes anteriormente citados. Na etapa de dessalinização,
assim como no craqueamento, o sulfeto aparece usualmente como contaminante. O
fenol aparece nos efluentes resultantes das etapas de craqueamento catalítico,
produção de lubrificantes e de solventes e nas águas de lavagem da gasolina,
seguintes aos tratamentos cáusticos (Mariano, 2005).

As refinarias de petróleo adotam usualmente sistemas separadores de esgotos para


segregar as águas oleosas, as águas de processo, as águas de chuva drenadas, a
água de refrigeração servida e os esgotos sanitários.

Antes de retornar ao local de captação (fonte), o efluente aquoso é submetido a uma


série de tratamentos que ajustam as suas características de qualidade aos padrões de
lançamento exigidos pela legislação que regulamenta o uso de água na indústria. Para
atender a esse objetivo, as unidades dispõem de sistemas de tratamento de despejos
industriais. As características complexas dos efluentes industriais, refletidas em sua
composição, requerem associações de diferentes técnicas e/ou níveis de tratamento.
Sendo assim, parte dos efluentes segue para distintas etapas de tratamento, que
auxilia em uma separação mais econômica e efetiva.

A seleção da técnica de tratamento deve ser guiada por informações como custos de
investimento e operacionais (energia requerida, produtos químicos, mão-de-obra,
manutenção, controle analítico e geração de resíduos), área disponível para a
Capítulo 3 50

implantação do tratamento, clima, legislação, classe do corpo receptor, proximidade de


residências, direção de ventos, estabilidade do terreno, assistência técnica e controle
operacional (Giordano, 2004).

A rota de tratamento de águas residuárias é composta por diferentes processos que


são inseridos de acordo com as características de qualidade do efluente a ser tratado.
A classificação tradicional dos graus (ou níveis) de tratamento ordena as operações
unitárias através das etapas preliminar, primária, secundária e terciária, conforme
descrição apresentada a seguir.

► Preliminar: etapa na qual são removidos (retidos) sólidos grosseiros, dentre os


quais terra diatomácea, carvão, pedaços de madeira, papel, plásticos, metal, vidro e
outros materiais freqüentemente carreados pelo efluente bruto. A remoção é realizada
com o auxílio de peneiras e/ou grades (gradeamento). Para a remoção de sólidos
sedimentáveis, são utilizados equipamentos como caixas de areia.

A remoção de óleos e graxas livres é realizada nos separadores gravitacionais de


águas oleosas (SAO: caixas separadoras de tipo API – American Petroleum Institute;
placas paralelas; placas corrugadas), sendo empregados em todas as refinarias como
uma primeira etapa no tratamento de efluentes (Revista Petrobras, 2000a). Nestes
equipamentos, é promovida a coalescência de gotas de óleo livre com a finalidade de
separar o óleo da água. Por diferença de densidade, o óleo, mais leve, tende a subir e
a se concentrar na superfície da água, de onde são recolhidas e retornadas ao
processo de refino. Óleos ou borras oleosas mais densas que a água sedimentam-se
e são removidos por limpeza no fundo do equipamento. Este processo, no entanto,
separa e reaproveita somente o óleo livre, não sendo capaz de remover o óleo
emulsionado (Giordano, 2004; Mariano, 2005). Posteriormente, o efluente é
acomodado em tanques de equalização, cujo objetivo é atenuar ou controlar as
flutuações das águas residuárias em termos de vazão, características físicas (e.g.
temperatura) e/ou composição química (e.g. pH, carga orgânica – DBO, DQO, COT –,
concentração de substâncias tóxicas etc.) promovendo uma uniformização das
condições operacionais na entrada dos processos de tratamento.

► Primário: destina-se à remoção de sólidos orgânicos e inorgânicos pelos


processos físicos de sedimentação ou flotação, ou pela associação de coagulação e
Capítulo 3 51

floculação química (clarificação fisico-química para a remoção de matéria orgânica


coloidal ou óleos e gorduras emulsionados, metais pesados, sulfetos e compostos
orgânicos tóxicos) (Giordano, 2004).

Para tratar o efluente de um separador gravitacional normalmente são sucedidas as


operações de coagulação e floculação, acompanhadas de uma sedimentação
(decantação) ou uma flotação. Um grande número de refinarias utiliza flotadores a ar
dissolvido ou ejetado (Revista Petrobras, 2000a).

Na coagulação é adicionado um agente coagulante para a remoção do material


suspenso (sistema coloidal estável). O objetivo é neutralizar as cargas pela introdução
de uma substância de carga contrária (agente coagulante). Os coagulantes comerciais
mais empregados são os sulfatos de ferro e de alumínio, além de polímeros, que
auxiliam na quebra da emulsão água-óleo neste processo. Na etapa seguinte de
floculação, no caso da utilização de coagulantes como sais de alumínio (III) e ferro
(III), os mesmos funcionam como floculantes pela formação de seus hidróxidos. A
floculação pode ser auxiliada pela adição de floculantes poliméricos. Com o controle
do pH do efluente (meio reacional) numa faixa apropriada, a reação de floculação
ocorre, e os produtos de tal reação, que são relativamente insolúveis e inicialmente
estão presentes sob a forma de colóides, se aglomeram em flocos. Durante este
processo, as partículas vão se atraindo e se associando a outros materiais em
suspensão ou coloidais. O floco então aumenta de tamanho, a sua densidade se
eleva, e adquire peso suficiente para sedimentar, juntamente com qualquer material
insolúvel ocasionalmente aprisionado durante a fase de crescimento. Polieletrólitos
são freqüentemente usados para apressar o processo de floculação (Mariano, 2005).

Na seqüência, o flotador a ar dissolvido pressuriza o ar na fração clarificada do


efluente (água), resultante das etapas de coagulação/floculação. Posteriormente, o
efluente pressurizado é liberado no interior de um dispositivo adequado, dissolvendo o
ar na fase aquosa; mediante processo de expansão, o ar é despressurizado, levando à
formação de pequenas bolhas de ar (microbolhas), que aderem às partículas e as
fazem flutuar. Assim, o óleo emulsionado é separado por meio do carreamento das
gotículas de óleo em bolhas de ar. Na superfície do dispositivo há um sistema que
remove o material sólido flotado por escoamento superficial como nos decantadores
ou por raspagem superficial. O líquido sai pelo fundo do equipamento (Giordano, 2004;
Mariano, 2005; Mierzwa e Hespanhol, 2005).
Capítulo 3 52

Mesmo depois da passagem pelo decantador ou flotador, ainda há partículas em


suspensão na água, que não puderam ser removidas devido à sua baixa velocidade
de sedimentação ou flotação. Dessa forma, deve-se adotar um processo
complementar de separação, como uma filtração (Mierzwa e Hespanhol, 2005).
Quando as exigências relacionadas à DBO não são importantes, este processo pode
servir como etapa final do tratamento dos efluentes das refinarias (Mariano, 2005).

Este nível de tratamento remove cerca de 25 a 50% da demanda bioquímica de


oxigênio (DBO5), entre 50 e 70% de sólidos suspensos totais (SST), e 65% de óleos e
graxas no tratamento. Algum nitrogênio orgânico, fósforo orgânico, e metais pesados
associados com sólidos também são removidos durante a sedimentação primária,
preservando, no entanto, os constituintes coloidal e dissolvido (Sonune e Ghate,
2004). Nesta etapa são removidos normalmente componentes tóxicos (excesso de
detergentes, corantes, amidas, etc), matéria orgânica, gorduras e metais pesados
(dissolvidos). Este tratamento, além de remover o óleo, limita as concentrações de
sulfetos, mercaptans, e fenóis (Eckenfelder, 1970). Em termos de classificação dos
sólidos, a distribuição é aproximadamente 30% de suspensos, 6% coloidal e cerca de
65% de sólidos dissolvidos (Sonune e Ghate, 2004). Nesta etapa, o óleo recuperado
nos separadores água e óleo é redestinado ao processo, e a parcela de óleo que
ainda se encontra dissolvida na água é submetida a tratamento biológico (tratamento
secundário), para retirar o óleo que ainda permanece dissolvido. O efluente do
tratamento primário, portanto, contém principalmente sólidos orgânicos e inorgânicos
dissolvidos e coloidais.

► Secundário: o objetivo desta etapa é a degradação de compostos orgânicos e


inorgânicos dissolvidos biodegradáveis, por via biológica. Os processos biológicos
normalmente utilizados são lagoas de aeração (ou lagoas de estabilização) ou lodos
ativados, onde a matéria orgânica dissolvida ou em suspensão atuam como substrato
para microorganismos, tais como bactérias, fungos e protozoários, que, “alimentados”
com oxigênio e nutrientes, se reproduzem e consomem as substâncias dissolvidas na
água, biodegradando os contaminantes (Revista Petrobras, 2000a).

Vários processos biológicos aeróbicos são usados no tratamento secundário, estando


a biomassa fixa ou em suspensão, distinguidos pela maneira como o oxigênio é
Capítulo 3 53

fornecido aos microorganismos, bem como a taxa com que estes metabolizam a
matéria orgânica. O tratamento biológico pode ser desempenhado ainda por filtros
biológicos percoladores (Giordano, 2004). A seleção do tipo de processo varia de
acordo com os custos e a disponibilidade do espaço físico. As lagoas de oxidação
representam um processo de baixo custo quando existe a disponibilidade de área para
a construção. Os lodos ativados diferem das lagoas de aeração forçada praticamente
pela maior concentração de microorganismos, tornando mais rápida a decomposição
da matéria orgânica. Já a filtração biológica é um processo no qual os
microorganismos se desenvolvem aderidos à superfície de um meio poroso, formando
uma camada de limo biológico (biofilme). Há o contato direto do efluente com o ar
atmosférico e os microorganismos neste processo. O efluente passa de forma
descendente através do recheio e é coletado no fundo. Os custos de instalação,
manutenção e operação do filtro biológico representam um pequeno percentual dos
custos correspondentes ao processo de lodos ativados.

Os processos biológicos são adotados para a remoção de matéria orgânica


biodegradável dissolvida ou coloidal (Giordano, 2004). Nesta etapa, também são
removidos nutrientes como nitrogênio e/ou fósforo. Os tratamentos primário e
secundário removem a maioria da DBO e de sólidos suspensos encontrados em
efluentes.

Os principais contaminantes deste tipo de efluente são os compostos fenólicos.


Segundo dados da literatura, a DBO dos despejos fenólicos das refinarias varia entre
17 e 280 mg/L (Mariano, 2005).

► Terciário: destina-se à melhoria da qualidade dos efluentes tratados pelas


remoções de cor residual; turbidez (remoção de colóides, metais pesados, nitrogênio,
fósforo, compostos orgânicos refratários aos níveis de tratamento anteriores); e
desinfecção do efluente tratado (Magalhães, 2005). O tratamento terciário pertence à
categoria de tratamento avançado de efluente, que inclui também o tratamento físico-
químico, além do tratamento físico e biológico combinados. O tratamento terciário
pode ser definido como qualquer processo de tratamento na qual as operações
unitárias estão a jusante do esquema de tratamento secundário, onde a proposta é
atuar na complementação do tratamento de efluentes existente, permitindo adequar os
efluentes às normas estabelecidas pela legislação ambiental e, com isso, abrindo
Capítulo 3 54

caminho para o seu reúso. Fazem parte desta etapa as instalações de unidades que
estabelecem o polimento do efluente, tais como os sistemas de filtração em
membrana, de oxidação química, de desinfecção, de neutralização de pH, de
floculação e sedimentação, dentre outras.

Uma discussão mais oportuna e pormenorizada das técnicas de tratamento


empregadas em cada etapa supramencionada pode ser obtida dos clássicos textos de
Ramalho (1977), Eckenfelder (1989) e Metcalf & Eddy (2003).

A Figura 3.2 ilustra um possível esquema para o tratamento de efluentes de uma


refinaria de petróleo, reunindo as etapas de tratamento físico, químico e biológico. O
afluente de uma estação de tratamento de efluentes atravessa os sistemas de
gradeamento e desarenação (caixa de areia) e segue para um separador de águas
oleosas. Em seguida, o efluente, livre da maior parcela de óleo, é enviado a um
floculador e, posteriormente, a um flotador. O óleo livre removido no flotador é
reenviado ao processo, enquanto que o efluente (óleo dissolvido) segue então para a
etapa de degradação microbiológica, onde a qualidade obtida possivelmente já
permite o seu despejo (ou retorno) ao corpo hídrico receptor (rio). Nestas operações,
gera-se um resíduo sólido (borras oleosas) que é encaminhado para um processo de
biodegradação usado com sucesso em algumas refinarias, conhecido como
landfarming (fazendas de lodo), que utiliza técnicas agrícolas de preparação de solo
para tratamento e disposição de borras com até 10% de óleo. Nesta técnica, as áreas
de landfarming normalmente ocupam de 15.000 a 50.000 m2, e o solo, depois de
arado, recebe calcário para corrigir o seu pH para próximo de sete. Em seguida, são
depositados nutrientes (potássio e nitrogênio). A área é então dividida em células,
onde são colocadas as borras oleosas. A taxa de aplicação de resíduos é de 10 a 20
kg de óleo por m2 e, semanalmente, o solo é arado até a sua completa degradação
pelas bactérias, o que ocorre no período de 4 a 6 meses (Revista Petrobras, 2000b).
As borras oleosas removidas no separador SAO, assim como os resíduos do flotador,
são enviados a um espessador para o adensamento do lodo a ser disposto para
landfarming. Uma parcela do óleo, proveniente do espessador, é redirecionada para o
separador SAO, visando a sua máxima recuperação.
Capítulo 3 55

ÓLEO

FLOTAÇÃO
DESARENADOR SAO FLOCULAÇÃO
GRADE
AFLUENTE

Etapas
CORPO
Tratamento Físico RECEPTOR
CLARIFICADOR
Tratamento Químico REATOR

Tratamento Biológico

Tratamento de Resíduo Sólido

ÓLEO

ESPESSADOR LANDFARMING
DECANTER

Figura 3.2 – Esquema ilustrativo dos processos constituintes de uma estação de


tratamento de despejos industriais (ETDI)

Embora não seja foco deste trabalho abordar a questão do tratamento de solos
contaminados com óleo, é oportuno mencionar que um outro processo biológico
também pode ser adotado, denominado biopilha. O processo consiste em armazenar
pilhas de solo contaminado sob tendas especialmente construídas. O solo é então
aerado, o que induz à biodegradação do óleo, pela ação de bactérias, em gás
carbônico e água. O solo sobre o qual são depositadas as pilhas é protegido com uma
espécie de manta impermeável para evitar a sua contaminação (Revista Petrobras,
2000b).

A Figura 3.3 simplifica as etapas de tratamento de um efluente com características


oleosas de uma refinaria, podendo indicar após o tratamento terciário o processo de
membranas, a potencialidade da corrente para reúso. Dependendo da qualidade e do
uso a que for destinado, o efluente final, ao invés de ser descartado para o corpo
Capítulo 3 56

receptor, pode ser uma excelente alternativa de reutilização para os processos,


reduzindo, com isso, a vazão e o custo com a captação e o descarte.

Óleo Resíduo

SEPARADOR COAGULAÇÃO
Água oleosa API FLOCULAÇÃO TRATAMENTO TRATAMENTO
FLOTAÇÃO BIOLÓGICO TERCIÁRIO

Borra Borra
Descarte
Reúso

Figura 3.3 – Esquema típico da seqüência de processos de tratamento de efluentes


em uma refinaria

A Tabela 3.3 apresenta as características dos despejos de refinarias encontradas na


literatura específica. Em cada processo de refino, geram-se diferentes efluentes com
características qualitativas e quantitativas variáveis, relativamente à sua composição.

Tabela 3.3 – Características dos despejos das refinarias de petróleo (Braile, 1993, In:
Mariano, 2005)
Parâmetro Limites
Mínimo Máximo
Temperatura (°C) 22 41
pH 6,2 10,6
DBO (mg/L) 17 280
DQO (mg/L) 140 3.340
Sulfetos (mg/L) 0,0 38
Dureza como CaCO3 (mg/L) 139 510
Alcalinidade como CaCO3 (mg/L) 77 356
Óleo (mg/L) 23 200
Fósforo (mg/L) 0,0 97
NH3 (mg/L como N) 0,0 120
Cloretos (mg/L) 19 1.080
Sulfatos (mg/L) 0,0 182
Capítulo 3 57

Segundo a classificação do API, a Tabela 3.4 detalha os constituintes de efluentes dos


processos mais usuais de uma refinaria.

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005)
Unidade da Solutos Solutos Emulsões e Emulsões e
refinaria inerentes e resultantes de suspensões suspensões
solutos reações naturais, e as resultantes de
presentes nos químicas que persistem ações físicas e
produtos finais nos produtos químicas
finais
Compostos Material em
orgânicos suspensão no
sulfurados fundo dos
tanques
Ácidos: H2S, Sais
CO2, ácidos insolúveis,
orgânicos SiO2,
Al2(SiO3)3, S,
Armazenamento
substâncias
de cru
finamente
divididas
Sais Em alguns
inorgânicos: casos,
NaCl, MgCl2, compostos
compostos de asfálticos
Fe e Al, CaCl2,
(NH4)2S etc.
Capítulo 3 58

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005) - Continuação
Unidade da Solutos Solutos Emulsões e Emulsões e
refinaria inerentes e resultantes de suspensões suspensões
solutos reações naturais, e as resultantes de
presentes nos químicas que persistem ações físicas e
produtos finais nos produtos químicas
finais
Compostos Sais Sais orgânicos Emulsões de
orgânicos inorgânicos, e inorgânicos, água e óleo
nitrogenados e sulfitos, sulfitos compostos de Sabões,
sulfurados ácidos, enxofre, ácidos emulsões de
Na2CO2, sulfônicos e ceras, óxidos
(NH4)2S, Na2S, naftênicos e de metais
sulfatos, mercaptans
Destilação sulfatos ácidos insolúveis
Fenóis e Ácidos e
compostos álcalis: H2S,
semelhantes NaOH,
Ácidos NH4OH,
naftênicos Ca(OH)2,
(NH4)2SO4,
(NH4)S, NH4Cl
Idem a Idem a Coque em Idem a
destilação destilação, suspensão destilação
Craqueamento
com a adição Sais
e Destilação
de fenóis e insolúveis, FeS
(juntos)
compostos e SiO2
fenólicos
Capítulo 3 59

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005) - Continuação
Unidade da Solutos Solutos Emulsões e Emulsões e
refinaria inerentes e resultantes de suspensões suspensões
solutos reações naturais, e as resultantes de
presentes nos químicas que persistem ações físicas e
produtos finais nos produtos químicas
finais
Compostos Compostos Material em Emulsões de
orgânicos orgânicos suspensão: ceras e de
sulfurados, sulfurados, PbS, S, óleo e água
compostos compostos compostos de
orgânicos fenólicos, enxofre, lamas
nitrogenados sulfonatos, ácidas e
soluções alcalinas
fracas de
H2SO4 e outras
soluções
Tratamento de
ácidas
adoçamento,
Ácidos Soluções Polímeros e Sais
ácido sulfúrico,
naftênicos alcalinas resinas inorgânicos:
neutralização
fracas PbS, CaSO4,
CaHPO4
Fenilatos Sabões Argilas em
suspensão,
terra
Idem a Sais Polímeros e Óxidos: PO,
adoçamento inorgânicos: resinas Fe2O2
CaCl2,
Na2CO3,
Na2SO4, NaCl
Capítulo 3 60

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005) - Continuação
Unidade da Solutos Solutos Emulsões e Emulsões e
refinaria inerentes e resultantes de suspensões suspensões
solutos reações naturais, e as resultantes de
presentes nos químicas que persistem ações físicas e
produtos finais nos produtos químicas
finais
Óxidos Argilas em
dissolvidos em suspensão,
soluções terra
alcalinas (PbO,
CuO etc.)
Compostos SiO2, H2SiO3,
orgânicos Al(OH)3
sulfurados
Tratamento de Compostos
adoçamento, fenólicos e
ácido sulfúrico, sulfonatos
neutralização Soluções
fracas de
H2SO4 e de
outros ácidos
Sais
inorgânicos:
CaCl2, NaCO3,
Na2S
Mercaptans
Capítulo 3 61

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005) - Continuação
Unidade da Solutos Solutos Emulsões e Emulsões e
refinaria inerentes e resultantes de suspensões suspensões
solutos reações naturais, e as resultantes de
presentes nos químicas que persistem ações físicas e
produtos finais nos produtos químicas
finais
Compostos Sais Compostos
orgânicos inorgânicos: insolúveis de
sulfurados sulfatos, enxofre e
sulfatos mercaptans
Purificação e
ácidos,
recuperação de
sulfitos, sulfitos
gás
ácidos, FeS,
(NH4)2S,
Na2CO3, Na2S
Mercaptans
Compostos Sais
orgânicos inorgânicos,
nitrogenados H2SO4, SO2,
SO3
Ésteres Suspensões
orgânicos orgânicas
Sulfonatos Alguns Compostos de
Recuperação de
compostos de Fé e S em
ácido
enxofre suspensão
Ácidos Alguns Lamas ácidas
minerais compostos de
nitrogênio
Compostos
orgânicos
nitrogenados
Capítulo 3 62

Tabela 3.4 – Efluentes de refinarias de petróleo: classificação das substâncias


encontradas nos efluentes da indústria de refino de petróleo (API, 1971, In: Mariano,
2005) - Continuação
Unidade da Solutos Solutos Emulsões e Emulsões e
refinaria inerentes e resultantes de suspensões suspensões
solutos reações naturais, e as resultantes de
presentes nos químicas que persistem ações físicas e
produtos finais nos produtos químicas
finais
Miscelânea
Sais Compostos
inorgânicos: insolúveis e
BaCl2, NaCl, coloidais:
Tratamento de NaHCO3, CaCO3,
água de Na2SO4, BaCO3,
resfriamento Na2HPO4, Ca(OH)2,
CaHPO4 etc. Mg(OH)2,
Ba(OH)2,
Ca3(PO4)2
Sais
inorgânicos:
NaHCO3,
Proteção contra
Na2SO4,
fogo
Al2(SO4)3
Compostos
orgânicos

A Tabela 3.5 relaciona os compostos tóxicos normalmente encontrados nos efluentes


das refinarias, indicando o limite de concentração acima dos quais apresentam toxidez
aos peixes.
Capítulo 3 63

Tabela 3.5 – Concentração dos principais componentes tóxicos encontrados nos


efluentes (Braile, 1979, In: Mariano, 2005)
Composto tóxico Concentração média Limite de toxidez aos
Concentração (mg/L) peixes (mg/L)
Cádmio 0,04 0,10
Cromo 0,28 0,70
Cobre 0,07 0,15
Chumbo 0,23 2,50
Níquel 0,11 1,50
Fenol 154 40
Sulfetos (como H2S) 24 4
Zinco 0,17 1

As estações de tratamento de efluentes industriais (despejos industriais) tratam todas


as águas contaminadas pelos processos industriais da refinaria. Segundo Sittig (1978)
apud Monteiro et al. (2004), os fatores locais como o clima, critérios de disposição,
espaço disponível e outras considerações podem influenciar tipos diferentes de
processos de tratamento destas águas para chegar a um nível de tratamento
adequado para o efluente final. Os processos de tratamento destes efluentes têm,
entretanto, similaridades nos seus objetivos: maximizar a recuperação de óleos e
minimizar o despejo de outros poluentes. Esses afluentes são tratados em estações
de tratamento de efluentes nas próprias refinarias, e após este processo ou são
devolvidas a corpos receptores, ou são enviadas para estações de tratamento de
efluentes públicas, variando de acordo com a legislação local vigente (Monteiro et al.,
2004).

Outras tecnologias também são consideradas no tratamento das correntes de


efluentes, visando a remoção de contaminantes. É o caso da oxidação química,
realizada em torres de oxidação, com a finalidade de remover sulfetos e mercaptans,
além de condensados ácidos, com grande quantidade de sulfeto de amônio,
provenientes de soluções de soda cáustica exausta. O uso de ozônio ou cloro para a
oxidação dos efluentes possui um custo elevado para ser pensado em uma refinaria, a
não ser em casos extremos, onde há a necessidade do tratamento.
Capítulo 3 64

Uma outra etapa importante é a remoção de cianetos, dada a periculosidade desta


substância, que pode ser eliminada do efluente com sulfato ferroso, que induz a
precipitação de ferrocianeto, que então é recolhido através de sedimentação. O
cianeto também pode ser removido pela oxidação com cloro.

Outras formas de tratamento incluem a retificação com vapor e os tratamentos


biológicos. Ambas são habitualmente usadas nas refinarias de petróleo. A retificação
(stripping) remove cerca de 50% do cianeto, e o tratamento biológico chega a atingir
remoções de 75% (Mariano, 2005).

A remoção de metais, como cobre, zinco, chumbo, arsênio e cádmio, pode ser
realizada por meio de precipitação química e clarificação. Maiores remoções são
alcançadas, no entanto, com o uso de outros processos como osmose inversa, troca
iônica e adsorção com carvão ativado.

A Tabela 3.6 sinaliza os possíveis sistemas de tratamentos empregados para a


remoção de um determinado ou uma classe de contaminantes.

Tabela 3.6 – Sistemas de tratamento para a recuperação de efluentes aquosos


(Adaptado de Faria, 2004)
Contaminante Sistema de tratamento
Sedimentação
Macrofiltração
Microfiltração
Sólidos Suspensos
Flotação
Adição de polímeros
Coagulação/Sedimentação
Lodo ativado
Filtros biológicos
Biodiscos
Compostos Orgânicos Biodegradáveis
Lagoas
Filtros de areia intermitentes
Tratamentos físico-químicos
Capítulo 3 65

Tabela 3.6 – Sistemas de tratamento para a recuperação de efluentes aquosos


(Adaptado de Faria, 2004) – Continuação
Contaminante Sistema de tratamento
Cloração
Microorganismos Patogênicos Hipocloração
Ozonização
Nitrificação e Desnitrificação
Stripping de amônia
Nitrogênio
Troca iônica
Cloração
Adição de sais metálicos
Coagulação/Sedimentação – Ca(OH)2
Fósforo
Remoção químico-biológica de
compostos fosforosos
Processo Oxidativo Avançado
Adsorção com carvão
Compostos Orgânicos Refratários
Ozonização terciária
Destilação
Adsorção com carvão
Metais Pesados Precipitação química
Troca iônica
Troca iônica
Osmose inversa
Ultrafiltração
Sólidos Orgânicos Dissolvidos
Nanofiltração
Eletrodiálise
Evaporação

Os processos regenerativos podem ser utilizados para a recuperação (total ou parcial)


das correntes de efluentes em qualquer tipo ou grau de contaminação. Naturalmente
que a seleção dos processos depende do trade-off entre o grau de qualidade
desejável e os custos totais referentes à cada processo.
Capítulo 3 66

3.3. Reflexões sobre a natureza do reúso de correntes hídricas

O reúso de efluentes tem sido uma alternativa cada vez mais aceita e de viabilidade
comprovada. O tratamento de efluentes convencional tem como objetivo natural
atender aos padrões de lançamento, enquanto que o maior interesse para o reúso
advém da possível redução de custos, bem como, em muitos casos, de assegurar o
abastecimento de água. O sistema de reúso deve ser uma complementação do
sistema de tratamento de efluentes existente, objetivando a garantia da qualidade do
efluente tratado com a do uso a que se destina. A implantação do sistema de reúso é
realizada com a instalação de unidades necessárias ao polimento, tais como sistemas
de filtração em membrana, oxidação química, desinfecção e etc.. Cabe ressaltar,
ainda, que o fechamento do circuito de água requer a realização de tratamento
específico. O tratamento biológico dos efluentes, seguido de ultrafiltração em
membranas, possibilita o reúso dos efluentes industriais ou sanitários tratados. Em tais
casos, a melhor reutilização é destinada a sistemas de resfriamento. Há casos nos
quais uma simples filtração já é suficiente, retornando a água para alguma etapa do
processo (Giordano, 2004).

No processo de osmose inversa, a água normalmente migra através da membrana


semipermeável, entre dois meios de diferentes concentrações, indo da solução mais
diluída para a mais concentrada, até que o equilíbrio seja alcançado. A membrana é
permeável à água, porém retém os contaminantes dissolvidos, como sais ou
compostos de alto peso molecular. Aplica-se pressão sobre lado mais concentrado,
insuflando a passagem da água para o lado menos concentrado, na contra-mão do
fluxo osmótico normal, daí o nome osmose inversa.

De fato, existem tecnologias que vêm sendo incorporadas e cada vez mais
empregadas no tratamento de águas residuárias. Uma delas refere-se ao sistema de
biodiscos, que se baseia no mesmo princípio de biofilmes relativos aos filtros
biológicos. É recomendado no tratamento de efluentes contendo grande quantidade de
nitrogênio amoniacal. O sistema funciona como complemento às lagoas de tratamento
biológico, que, por sua vez, não removem suficientemente esse contaminante. Os
biofilmes se desenvolvem em discos de material inerte, dispostos em paralelo a um
eixo que gira continuamente de modo semi-submerso no tanque para onde são
canalizados os efluentes. À medida que o disco gira, uma parte fica exposta ao ar,
Capítulo 3 67

enquanto a outra permanece submersa. As condições favorecem a degradação da


matéria orgânica, da amônia e dos fenóis que, eventualmente, transpassaram as
etapas anteriores do tratamento.

Como alternativa à realização do polimento do efluente visando ao seu reúso após o


tratamento secundário, pode-se reaproveitar uma corrente já exaurida no processo,
reduzindo o volume de efluente encaminhado à estação de tratamento. Isto acarreta a
diminuição dos custos com o tratamento de final de linha. Para se atingir tal objetivo,
torna-se necessário proceder aos processos regenerativos de forma a permitir a
recuperação parcial da qualidade do efluente e habilitá-lo ao reúso na planta,
atendendo aos limites de contaminantes estabelecidos determinada operação
receptora. Os processos de regeneração são específicos para cada contaminante,
tendo eficiências de remoção dependentes do sistema de tratamento que se propõe.
Um exemplo é o processo de retificação de águas ácidas (stripping), comumente
praticado em refinarias para a remoção de sulfetos. Conforme Eckenfelder (1970),
dependendo da temperatura e do pH, outros componentes também são “strippados”,
como amônia, fenóis e cianetos.

Um outro processo utilizado para a remoção de sólidos dissolvidos é o das resinas


trocadoras de íons. Neste processo, o efluente atravessa as colunas de resinas ativas
de carregadas positiva e negativamente. As cargas positivas removem os compostos
catiônicos, ao passo que as negativas removem os aniônicos. As resinas sofrem
regeneração com o uso de solução ácida (resina catiônica) ou básica (resina
aniônica).

As tecnologias de tratamento visando a regeneração total ou parcial dos


contaminantes considerados na análise, a partir de correntes candidatas ao reúso, são
selecionadas conforme suas eficiências de remoção, sendo redestinadas para as
operações receptoras segundo a qualidade alcançada, e, naturalmente, o custo
envolvido no tratamento é função dessa qualidade final desejada.
Capítulo 3 68

3.4. Considerações finais do Capítulo

Conforme constatado, a água tem papel fundamental no refino. Sem esse líquido
valioso, cuja disputa tem gerado conflitos no Oriente Médio e na Ásia, seria impossível
processar o óleo e produzir derivados (Revista Petrobras, 2000a). Nas refinarias
brasileiras, de modo geral, embora a água ainda represente um insumo relativamente
barato, têm crescido os estudos direcionados para a implantação de práticas de reciclo
e reúso nos processos produtivos, procurando atender não apenas ao aspecto
econômico, como também a questão da eco-eficiência, o que auxilia na concessão de
novas licenças. Dentre tais razões, não seria exagero acreditar que em breve a água
atingirá no mundo o status mantido pelo petróleo no século XX.

As técnicas de reúso de água estão sintonizadas com a questão do tratamento


terciário, e já são bastante desenvolvidas. O seu uso é avaliado de acordo com a
qualidade desejada, e influenciado por implicações de ordem econômica. A maior
perspectiva para o fato de não dispor efluentes em corpos receptores está atrelada à
viabilidade econômica, possibilitada pelas exigências legais mais restritivas. Até então,
não era interessante para as empresas tratar ou reutilizar seus efluentes. Somente
com as novas regulamentações e o estabelecimento comercial das técnicas de
tratamento terciário é que se abriu um novo caminho para estimular as empresas a
redimensionarem suas estratégias relativas à água e ao meio ambiente (Monteiro et
al., 2004).

Um procedimento sistemático pode ser usado para sintetizar a incorporação de um


processo ótimo de tratamento para um conjunto de correntes de efluentes,
direcionando possivelmente para a adoção de um tratamento distribuído em
substituição à configuração centralizada. Neste procedimento, as correntes de
efluentes são combinadas para o tratamento onde houver necessidade, mas
segregadas se apropriadas. Isto pode reduzir o volume a ser tratado em cada unidade
regenerativa e, por conseqüência, o custo envolvido (Hallale, 2001). Conforme
discutido no Capítulo 2, os trabalhos têm considerado as redes de água e de
tratamento como um sistema de água integrado. Com isso, pode-se partir para um
processo de tratamento visando à regeneração da água, de modo que esta possa ser
reusada ou reciclada dentro da própria rede de águas.
Capítulo 3 69

Neste Capítulo, apresentou-se uma compilação dos elementos e das funcionalidades


que permeiam a importância do percurso hídrico na indústria de processos químicos,
particularmente em uma refinaria de petróleo. A abordagem relativa à inter-relação
funcional dos processos hídricos da refinaria, procurando identificar oportunidades de
reutilização e tratamento de efluentes, é realizada no Capítulo 4. Neste, é apresentada
e discutida a metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho,
aplicada ao estudo de caso de uma refinaria de petróleo, na tentativa de racionalizar o
consumo hídrico e o despejo no corpo receptor.
Capítulo 4 70

CAPÍTULO 4
O DFA na Minimização de Efluentes
Aquosos em Sistemas com Múltiplos
Contaminantes

“A constante evolução da Integração de Processos


converteu esta metodologia numa ferramenta essencial
para a definição de estratégias de projeto e planejamento,
de novos processos ou na reconversão de processos em
funcionamento, sendo uma estratégia de competitividade
da indústria atual. Nesta perspectiva, a formação de
especialistas na área terá bastante peso no
desempenho futuro da produção.”

(Relvas e colaboradores, 2002)

4.1. Metodologia geral

O reúso de água e efluentes nas indústrias brasileiras ainda é uma medida incipiente e
praticada sem o suporte de qualquer procedimento sistemático, que possa assegurar
um modo eficiente de reutilização da água. O seu reaproveitamento ocorre através de
simples inspeção das correntes candidatas que, embora atenda as necessidades de
cada setor, isto compromete o alcance de um desejável máximo reúso.
Capítulo 4 71

Conforme discutido no segundo capítulo desta dissertação, a literatura apresenta


diversos trabalhos que enfocam a minimização dos recursos hídricos através de
metodologias criadas pelo desenvolvimento da Integração de Processos. A maioria
desses estudos aborda técnicas de programação matemática, principalmente quando
se analisam sistemas com múltiplos contaminantes. O mapeamento da super-
estrutura, descortinando todas as alternativas possíveis, em busca de uma
configuração ótima e com o menor consumo de água, traduz-se em um esforço de
implementação matemática muito grande, caracterizado pela complexidade da
natureza combinatorial do problema. Por outro lado, as metodologias sistemáticas,
baseadas na análise pinch e em regras heurísticas, não garantem a obtenção do
ponto ótimo; porém, o seu emprego, acompanhado do desenvolvimento de regras
evolutivas, pode conduzir a soluções na direção do ótimo, com mais simplicidade e
facilidade de cálculos, constituindo uma vantagem frente à programação matemática.
A despeito disso, ainda há uma lacuna que desperta para a grande necessidade de se
aperfeiçoar a classe dos procedimentos algorítmicos quando se faz presente a
consideração de sistemas multicomponentes.

No presente trabalho, a metodologia para a implementação de práticas de reúso de


águas em processos químicos baseia-se na adoção de ferramentas de integração
mássica, desenvolvidas e testadas com exemplos da literatura. Foi utilizado o
procedimento algorítmico Diagrama de Fontes de Água (DFA), que representa uma
classe oriunda dos métodos de análise pinch. São métodos que se caracterizam pelo
mecanismo do tipo fontes-sumidouro. A grande vantagem deste método está na sua
simplicidade, aliada à facilidade de desenvolvimento a partir de cálculos manuais. O
DFA, aplicado neste estudo, é uma extensão do procedimento apresentado por Castro
et al. (1999), que utilizaram para sistemas com um contaminante. A extensão para
outras situações reais da indústria foi realizada por Gomes (2002), incluindo a
aplicação da metodologia para o caso de múltiplos contaminantes.

4.2. Um estudo de caso para máximo reúso

Como exemplo de aplicação didática da metodologia do DFA para sistemas com


múltiplos contaminantes, será tratado a seguir o problema apresentado por Wang e
Smith (1994a), conforme dados limites de vazão (fk, em t/h) e de concentração de
Capítulo 4 72

entrada e saída (Cik,max e Cfk,max, em ppm, respectivamente), para as correntes de água


de processo, mostrados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Dados do problema apresentado por Wang e Smith (1994a)


Operação k fk (t/h) Contaminante Cik,max (ppm) Cfk,max (ppm) ∆mk (g/h)

A 0 15 675
1 45 B 0 400 18.000
C 0 35 1.575
A 20 120 3.400
2 34 B 300 12.500 414.800
C 45 180 4.590

A 120 220 5.600

3 56 B 20 45 1.400

C 200 9.500 520.800

Neste problema, as operações 1, 2 e 3 são, respectivamente, destilação mediante


injeção de vapor vivo, hidrodessulfurização (HDS) e dessalinização. Já os
contaminantes A, B e C são, respectivamente, hidrocarbonetos, H2S e sal. O valor
individual da carga de contaminante (∆m) em uma dada operação é obtido por meio
da Equação 4.1, que relaciona a vazão (f) e a diferença de concentração entre a
entrada e a saída nas operações (∆C). Quando se considera a situação de máximo
reúso, os valores das concentrações, tanto de entrada (Cin) quanto de saída (Cout), são
máximos, medidos por fatores como limite de solubilidade, por exemplo.

∆m = f .∆C = f .(Cout − Cin ) (4.1)

4.2.1. Relações de transferência

Em sistemas envolvendo a presença de múltiplos contaminantes, deve-se considerar


que haja uma simultaneidade na transferência destes contaminantes na corrente de
água. Esta transferência obedece a uma lei de transferência de massa nas operações,
Capítulo 4 73

de modo que, se for estabelecida uma linearidade para esta relação, de acordo com a
Equação 4.2, um contaminante será transferido na mesma proporção que o outro.

∆C jk
= cte (4.2)
∆Cik

onde i e j representam os contaminantes, e k, a operação.

Para o problema exemplo, a Tabela 4.2 mostra todas as relações de transferência


possíveis, independente do contaminante de referência escolhido.

Tabela 4.2 – Relações de transferência


Relação de transferência de massa

∆CA1 / ∆CB1 0,0375

∆CA1 / ∆CC1 0,4286

∆CB1 / ∆CC1 11,4286

∆CA2 / ∆CB2 0,0082

∆CA2 / ∆CC2 0,7407

∆CB2 / ∆CC2 90,3704

∆CA3 / ∆CB3 4,0000

∆CA3 / ∆CC3 0,0108

∆CB3 / ∆CC3 0,0027

A escolha do contaminante de referência segue critérios essencialmente heurísticos.


Assim, sua eleição o identifica como aquele que possui a menor concentração, uma
vez que este servirá de fonte para o reúso nas demais operações. Entretanto, esta
pode não ser uma regra única e universalmente verdadeira; somente estudos mais
específicos, incluindo casos mais amplos, é que poderão apontar na validação deste
critério.
Capítulo 4 74

Após a sua definição, todos os cálculos são baseados neste contaminante escolhido.
Em princípio, considerando a independência da escolha, os outros contaminantes irão
requerer a mesma vazão de água para atender às restrições do processo.

Para o problema em análise, este contaminante de referência adotado seria o


contaminante A. Porém, deve-se verificar a consistência desta heurística testando esta
condição para os demais.

A Tabela 4.3 apresenta uma forma de se considerar os dados do problema para cada
contaminante e para cada operação, relativamente ao contaminante de referência.

Tabela 4.3 – Concentração para os contaminantes A, B e C nas operações 1, 2 e 3


(referência: contaminante A)

Contaminante Concentrações (ppm)


A 0 15 20 120 220
B1 0 400
C1 0 35
B2 300 12.500
C2 45 180
B3 20 45
C3 200 9.500

Neste caso, o estudo é feito com base no contaminante A como referência. É preciso
selecionar também a operação de referência, a partir dos quais serão baseados os
cálculos de verificação de possibilidades de reúso para as outras operações.

Os limites de concentração dados pelo problema são colocados para cada


contaminante na operação em função do contaminante de referência. Aqui, se
considera que o reúso seja feito primeiramente da operação 1 para a operação 2, e,
posteriormente, da 1 para a 3. Assim, a operação 1 é definida aleatoriamente como a
de referência e, para o contaminante B, verifica-se, pela relação de transferência
Capítulo 4 75

((1/0,0375)*(20 – 0) = 526 ppm), que não se pode reusar o efluente considerando B de


1 para 2, pois quando Bin é 300 ppm na operação 2, este é maior que 300 ppm na
operação 1 (526 ppm), o que inviabiliza o reúso. Na Tabela 4.3, o círculo cruzado
representa a inviabilidade na coluna de A = 20 ppm. Com isso, deve-se identificar a
posição em que a saída da operação 1 para B é equivalente (ou melhor, no máximo) à
entrada da operação 2 para este mesmo contaminante. Esta estratégia é feita
deslocando-se o valor de 300 ppm em 2 até o ponto em que coincida o valor de 300
ppm na operação 1. Com a relação de transferência de B1 em relação à A, obtém-se o
valor correspondente para A, quando B for igual à 300 ((1/0,0375) = (300-0)/(X-0), X =
11,25 ppm). Da mesma forma, quando se desloca a posição de 300 na operação 2, é
forçado o deslocamento simultâneo do valor de saída de B na operação 2, que é de
12500 ppm. Neste caso, para se conhecer o deslocamento correspondente em A,
deve-se usar a relação de transferência de B2 em função de A ((1/0,0082) = (12500-
300)/X-11,25), X = 111,25 ppm). Determinado este valor, têm-se agora os valores
deslocados em relação ao contaminante A. Conforme visto, a estratégia do
deslocamento altera os limites de concentração do contaminante de referência, o que
influirá na resolução do DFA e, por conseguinte, na configuração do fluxograma
gerado, permitindo a prática do reúso entre as correntes.

A mesma lógica é seguida quando se analisa o contaminante B na operação 3,


quando B3in = 20 ppm, B1 (operação 1 como referência) é muito maior que este valor,
de acordo com a relação de transferência. Procede-se, então, ao deslocamento,
verificando qual o valor que A teria quando B1 = 20 ppm, seguindo a relação de
transferência de B1 em função de A. Ocorre que, deslocando o valor de 20 ppm em
B3, B3out (= 45 ppm) também sofre deslocamento, pois há um carreamento dos
limites de concentração (inferior e superior) com esta ação; sendo assim, necessita-se
descobrir o valor de A que corresponde a este deslocamento, usando, para isso, a
relação de transferência de B3 em A.

Análise semelhante é feita para o contaminante C. No entanto, neste caso, verifica-se


que a entrada de C na operação 2 (C2in = 45 ppm) equivale a um valor menor que 45
ppm nesta coluna (A = 20 ppm), de acordo com a relação de transferência. Sendo
assim, o reúso já é possível e não é necessário promover o deslocamento. Do mesmo
modo, verifica-se, pela relação de transferência, que a entrada de C na operação 3
(C3in = 200 ppm) é maior do que o valor equivalente de C1 em A = 120 ppm, o que
Capítulo 4 76

também possibilita o reúso, dispensando o deslocamento. Ou seja, C1 em A = 120


ppm é menor que C3 = 200 ppm em A = 120 ppm.

4.2.2. A lógica do deslocamento

A saída de uma operação deve ter no máximo a concentração de entrada da


candidata ao reúso (seguinte), para não “sujá-la” com a adição de uma concentração
maior.

Ao promover o deslocamento, a saída da operação passa a ter a capacidade de


atender à concentração de entrada da próxima (receptora do reúso).

O simples fato do deslocamento provoca uma alteração nos limites de concentração


do contaminante de referência, possibilitando a atividade de reúso, influindo nas
configurações dos fluxogramas, pois estes limites serão considerados na construção
do DFA.

As novas concentrações obtidas após a etapa de verificação de necessidade de


deslocamento são então definidas, conforme os valores alocados na Tabela 4.4.

Tabela 4.4 – Valores ajustados pelo deslocamento, para as concentrações dos


contaminantes A, B e C nas operações 1, 2 e 3 (contaminante A como referência)
Contaminante Concentrações (ppm)
A 0 0,75 11,25 15 100,75 111,25
B1 0 [20] [300] 400
C1 0 [1,75] [26,25] 35
B2 300 [758] [11.219] 12.500
C2 45 [50] [166] 180
B3 20 [20] [21] 45
C3 200 [200] [549] 9.500
Capítulo 4 77

Com isso, é gerada a Tabela 4.5, para visualizar os limites de cada contaminante nas
operações. Constata-se que o deslocamento promovido para atender às condições de
reúso, não interfere na quantidade de contaminante transferido (∆m).

Tabela 4.5 – Dados limites do problema após adaptação com o deslocamento, para o
contaminante A
Operação k fk (t/h) Contaminante Cik,max (ppm) Cfk,max (ppm) ∆mk (g/h)

A 0 15 675
1 45 B 0 400 18.000
C 0 35 1.575
A 11,25 111,25 3.400
2 34 B 300 12.500 414.800
C 45 180 4.590

A 0,75 100,75 5.600

3 56 B 20 45 1.400

C 200 9.500 520.800

4.2.3. A construção do Diagrama de Fontes de Água (DFA)

O DFA estabelecerá as metas para a síntese da rede de equipamentos de


transferência de massa, informando a mínima vazão de água limpa necessária para a
rede. Após o procedimento, constrói-se o fluxograma desta rede, com base na vazão
total de cada operação, através de balanços materiais em pontos de mistura e em
divisores de correntes, e nos limites de concentração a serem obedecidos pelos ∆m’s
fixos de cada operação, para que não sejam violadas, ou seja, não ultrapassem estes
valores.

A montagem do DFA é realizada pela seqüência de algumas etapas. Inicialmente,


ordenam-se crescentemente as concentrações do contaminante de referência,
considerando os novos valores deslocados. Abaixo de cada uma delas, estende-se
Capítulo 4 78

uma linha vertical que representa os respectivos limites, entre os quais definem-se
como intervalos de concentração. Após isso, são então colocadas as operações
seguindo os seus limites de entrada e de saída, associando-as às respectivas vazões
limites. A fonte de água primária, a 0 ppm, é chamada de fonte externa. As fontes de
água com concentrações iguais as de entrada e de saída de cada operação são
chamadas de fontes internas. De acordo com a definição do problema, podem existir
outros tipos de fontes de água no processo, como, por exemplo, a água industrial ou
mesmo a água regenerada. A outra etapa seria a de calcular os ∆m’s em cada
intervalo, representando a quantidade necessária para a remoção do contaminante
naquele intervalo.

Neste problema, a fonte externa (fep,k,i) e as fontes internas de água (fip,k,i), têm suas
concentrações ordenadas crescentemente, definindo os intervalos, conforme mostra a
Figura 4.1. Aqui, tem-se apenas uma fonte externa, com concentração nula, ou seja,
C’fea = {0}. Já as fontes internas, definem o conjunto de concentrações C’fia = {0,75,
11,25, 15, 100,75, 111,25}. Assim, os limites são definidos por C , = C ,fea ∪ C ,fia , onde

C’ é o conjunto de concentração relativo a todas as fontes disponíveis de água. Para


este problema, C’={0, 0,75, 11,25, 15, 100,75, 111,25}.

A vazão total de água requerida da fonte p pela operação k, no intervalo de


concentração i (f’pki), pode ser determinada pela Equação 4.3.

'
f pki = f pki + f p , k ,i −1 (4.3)

onde fpki representa a vazão de água da fonte p (interna ou externa) utilizada pela
operação k, no intervalo i, e fp,k,i-1 é a vazão de água utilizada no intervalo anterior (i-1).

Para fontes externas, o valor de fpki é dado pela Equação 4.4; para fontes internas,
usa-se a Equação 4.5.

N fia ,i

∆mki − ∑ ( f jkii [C fi − Cij ])


j =1
i
f pki = + f ip ,k ,i −1 (4.4)
C fi − C pe
Capítulo 4 79

p
∆mki − ∑ (f
j = p −1
i
jki [C fi − Cij ])
f i
= + fip ,k ,i −1 (4.5)
C fi − C ip
pki

onde Cij é a concentração na qual a fonte interna j é utilizada no intervalo i; Cep a


concentração da fonte externa p; Cip é a concentração da fonte interna p; Cfi a
concentração final do intervalo i e Nfia,i é o número de fontes internas disponíveis no
intervalo i.

O número de intervalos de concentração (Nint) passa a ser definido como


N int = N C , − 1 , onde NC’ é o número de elementos do conjunto C’.

Fonte Externa Fontes Internas

Concentração (ppm) 0 0,75 11,25 15 100,75 111,25

i=1 i=2 i=3 i=4 i=5

Figura 4.1 – Etapa inicial da construção do diagrama de fontes de água

A representação das operações de transferência de massa é feita por meio de setas,


na qual partem da concentração inicial (máxima de entrada) e se estendem até a
concentração final (máxima de saída) da respectiva operação. As vazões limites são
associadas a cada operação no diagrama, conforme mostra a Figura 4.2. Já o
posicionamento das operações no diagrama deve, preferencialmente, seguir a ordem
de crescente das concentrações de entrada, de cima para baixo, para facilitar a
evolução do procedimento.
Capítulo 4 80

Concentração (ppm) 0 0,75 11,25 15 100,75 111,25

Vazão limite (t/h)

45 1

34 2

56
3

Figura 4.2 – Representação das operações no diagrama de fontes de água

A etapa seguinte é a determinação da quantidade de massa transferida em cada


processo k, e em cada intervalo i (∆mki), que é dada pela Equação 4.6.

∆mki = f k x(C fi − C ii ) (4.6)

onde Cfi é a concentração final do intervalo i, Cii é a concentração inicial do intervalo i,


fk é a vazão mássica limite da corrente k, k = 1, …, Nop e i = 1, …, Nint. Os respectivos
valores de ∆m são colocados entre parênteses, sobre as setas, e expressos em kg/h
(Figura 4.3).

Concentração (ppm) 0 0,75 11,25 15 100,75 111,25

Vazão limite (t/h)


(0,0338) (0,4725) (0,16887)
45 1

(0,1275) (2,9155) (0,357)


34 2

(0,588) (0,210) (4,802)


56
3
Capítulo 4 81

Figura 4.3 – Quantidade de massa transferida em cada operação, no diagrama de


fontes de água
A mínima vazão de consumo de água primária deve ser garantida. Para tanto, a
construção da rede de transferência de massa deve ser iniciada no intervalo de menor
concentração, além de atender à premissa de duas heurísticas:

1) As fontes externas somente deverão ser usadas na indisponibilidade de fonte


interna, tanto em quantidade (vazão) quanto em qualidade (concentração). Na falta de
uma fonte interna, a prioridade é sempre da proveniente da mesma operação.

2) Para uma dada operação, a fonte de água utilizada em um certo intervalo de


concentração deve absorver a quantidade de massa a ser transferida no respectivo
intervalo, o que assegura a não violação das concentrações máximas de entrada e de
saída.

A qualidade da água a ser reusada deve sempre atender àquela de menor valor
agregado, ou seja, a de maior concentração de contaminantes; além disso, a vazão de
água deverá provir preferencialmente de intervalos de concentração anteriores. Em
casos contrários a essas possibilidades, a fonte a ser usada será de água primária.

O procedimento de alocação de água se inicia pela verificação das fontes de água


disponíveis em cada intervalo. Assim, no primeiro intervalo, tem-se apenas a operação
1 e disponível somente a fonte de água primária (a 0 ppm). A vazão de água
necessária para assimilar o ∆m desta operação neste intervalo é obtida pela
expressão ∆m = f . ∆C, ou seja, 33,8 = f . (0,75 – 0), cujo valor é 45 t/h.

No segundo intervalo, estão presentes as operações 1 e 3. Têm-se disponíveis 45 t/h


a 0,75 ppm, vindos da operação 1 do intervalo anterior (com prioridade de uso para
esta mesma operação), e qualquer vazão a 0 ppm. Para a operação 1, há
necessidade de 45 t/h para este intervalo [472,5 = f . (11,25 – 0,75), f = 45 t/h], a qual
já é suprida pela vazão que chega do intervalo 1. Com isso, resta apenas a água limpa
para a operação 3, cuja vazão necessária será de 52,27 t/h [588 = f . (11,25 – 0)].

No terceiro intervalo, têm-se as três operações do problema. As fontes disponíveis


são: 45 t/h a 11,25 ppm (prioritários para a operação 1), 52,27 t/h a 11,25 ppm, vindos
Capítulo 4 82

da operação 3 do intervalo anterior (prioritários para esta mesma operação), e uma


vazão de água limpa (0 ppm). A vazão necessária para a operação 1 neste intervalo é
de 45 t/h, vindos do intervalo anterior. Para a operação 3, pode-se calcular o ∆m para
a vazão oriunda do intervalo anterior, ou seja, ∆m = 52,27 (15 – 11,25) = 196,01 g/h.
Restam então, para este intervalo, 210 – 196,01 = 13,99 g/h. Com este valor de ∆m
remanescente, obtém-se a vazão que é necessária com a fonte disponível para a
remoção exigida. Neste caso, só há água limpa disponível, assim a vazão será 0,93 t/h
(este valor também pode ser obtido diretamente pela Equação 4.3, para fonte externa).
Para a operação 2, só há disponível água limpa, cuja vazão requerida equivale a 8,5
t/h (127,5 = f. (15 - 0)).

No quarto intervalo, estão presentes as operações 2 e 3, e disponíveis 45 t/h da saída


da operação 1, 8,5 t/h da operação 2, provenientes do intervalo anterior (mas com
prioridade de uso para esta mesma operação no presente intervalo) e 53,2 t/h (52,27
t/h + 0,93 t/h) da operação 3, oriundas do intervalo anterior (prioritárias para esta
operação). Calcula-se então o ∆m que é removido com a vazão originária do intervalo
anterior da operação 2 (∆m = 8,5 . (100,75 – 15) = 728,88 g/h). Com isso, verifica-se
que a carga mássica restante a assimilar seria de 2186,62 g/h (= 2915,5 – 728,88),
cuja vazão necessária para a fonte disponível de 45 t/h a 15 ppm será de 25,5 t/h
[2186,62 = f . (100,75 -15)]. Para a operação 3, o ∆m removido com a vazão do
intervalo anterior de 53,2 t/h, será de 4561,9 g/h. Faltam, então, 240,1 g/h (= 4802 –
4561,9), cuja vazão necessária a 15 ppm (vindos do restante da saída da operação 1)
será de 2,8 t/h.

No quinto intervalo, só está presente a operação 2. Já as fontes disponíveis são: 22,7


t/h [= 45 (total disponível da saída da operação 1) – 25,5 (destinadas à operação 2) –
2,8 (destinadas à operação 3)] a 15 ppm, 34 t/h (= 25,5 + 8,5) a 100,75 ppm da
mesma operação do intervalo anterior (prioritárias), e 56 t/h (= 53,2 + 2,8) a 100,75
ppm, provenientes da saída da operação 3. A prioridade para o emprego de reúso é
sempre atribuída à fonte de água mais contaminada, ou seja, a de 100,75 ppm.
Entretanto, a vazão de 34 t/h que chega da operação 3 do intervalo anterior já é
suficiente para o ∆m requerido. Deste modo, está concluído o procedimento de
alocação de água através do diagrama de fontes de água, para este caso. A próxima
etapa é somar as vazões em cada intervalo, identificando o ponto em que a mudança
de vazão estabelece o pinch e, deste modo, gerar o fluxograma correspondente deste
Capítulo 4 83

processo. A estrutura final do DFA, com a indicação das possibilidades de reúso das
correntes, está representada na Figura 4.4.

Concentração (ppm) 0 0,75 11,25 15 100,75 111,25

Vazão limite (t/h)


45 (0,0033) 45 (0,47) 45 (0,17)
45 1

8,5 8,5 (0,13) 8,5 (2,92) 34 (0,36)


34 2
25,5

52,27 52,27 (0,59) 52,27 (0,21) 53,2 (4,8)


56 3
0,93
2,8

106,7 t/h 106,7 t/h 106,7 t/h 90 t/h 34 t/h

Figura 4.4 – Estrutura do DFA, elaborado com base no contaminante A como


referência

4.2.4. A geração simultânea de fluxogramas a partir do DFA

Após finalizar o procedimento do DFA, é possível gerar o fluxograma do processo


considerando o reúso das correntes estabelecidas a partir do método. Com os
resultados obtidos para o exemplo apresentado, a Rede de Transferência de Massa
(RTM) sintetizada para o mínimo consumo de água primária é mostrada na Figura 4.5.

8,50 t/h 34,0 t/h 34,0 t/h


M OP 2
0 ppmA 11,25 ppmA 111,25 ppmA
0 ppmB 300 ppmB 12500 ppmB
0 ppmC 25,50 t/h 26,25 ppmC 161,25 ppmC
15 ppmA
400 ppmB
35 ppmC

106,70 t/h 45,0 t/h 45,0 t/h 42,2 t/h 16,70 t/h
D OP 1 D D
0 ppmA 0 ppmA 15 ppmA 15 ppmA 15 ppmA
0 ppmB 0 ppmB 400 ppmB 400 ppmB 400 ppmB
0 ppmC 0 ppmC 35 ppmC 35 ppmC 35 ppmC
2,80 t/h
15 ppmA
400 ppmB
35 ppmC
53,20 t/h 56,00 t/h 56,00 t/h
OP 3
0 ppmA M 0,75 ppmA 100,75 ppmA
0 ppmB 20 ppmB 45 ppmB
0 ppmC 1,75 ppmC 9301,75 ppmC
Capítulo 4 84

Figura 4.5 – Rede de transferência de massa para o máximo reúso – referência:


contaminante A

Com a rede montada, é necessário verificar se todas as restrições de concentração e


de taxa de transferência de massa são satisfeitas, para todas as correntes, nas
operações 1, 2 e 3. Neste caso, estas restrições são atendidas. Em caso contrário,
deveriam ser recalculadas as vazões necessárias para não violar as concentrações
máximas, a partir da consideração dos ∆m’s estabelecidos.

A Tabela 4.6 resume os resultados obtidos na consideração de todos os


contaminantes como referência, em cada caso, conforme resolvidos no trabalho de
Gomes (2002). Quando se resolve o problema considerando o contaminante B como
referência, ocorre violação das concentrações em uma dada operação. O ajuste de
vazão foi realizado, chegando ao valor de 106,70 t/h como a mínima vazão de água
necessária para satisfazer às condições, com a indicação entre parênteses. Nota-se
que há um indicativo de que a vazão mínima permanece a mesma em cada caso,
independente da escolha que se faça para o contaminante de referência.

Tabela 4.6 – Resultados do problema para cada contaminante de referência (Gomes,


2002)
Contaminante Vazão mínima de Houve Restrições
de referência água (t/h) deslocamento? atendidas?

A 106,70 Sim Sim

B 76,11 (106,70) Não Não (Sim)

C 106,70 Sim Sim

A metodologia prevê a mínima vazão de água limpa necessária, que é afetada pela
configuração da rede para atender às restrições, dependendo do contaminante de
referência adotado. Entretanto, há indícios de dependência do contaminante de
referência escolhido para o alcance de uma rede de transferência de massa otimizada.
Isto sugere que a metodologia seja testada para cada contaminante de referência, de
modo a identificar a configuração que leve a um mínimo consumo de água. Porém,
Capítulo 4 85

como esta relação ainda não se encontra bem definida no estágio atual da técnica,
estudos mais específicos devem ser dirigidos para melhor estabelecer este problema.

É importante destacar a inferência de regras evolutivas para redes com violação da


concentração máxima, onde se faz necessário:

(1) reduzir a vazão da corrente de maior concentração dos contaminantes que é


reusada na operação cuja concentração máxima de entrada foi violada; e

(2) deslocar (transferir) a vazão da corrente de entrada que está em concentração


menor de contaminantes que a “concentração máxima” de entrada para a operação
onde é reusada, reduzindo sua vazão em outra operação que ainda não atingiu a
concentração máxima de entrada.

Estas regras tornam-se mecanismos importantes para o auxílio da obtenção de uma


solução a mais próxima possível da ótima partindo de uma solução alcançada com o
DFA, dispensando a necessidade de se adotar programação matemática para, ao
menos, resolver todo o problema de síntese. Com isso, pode-se buscar soluções mais
aprimoradas sem incorrer na problemática do esforço resultante de implementação
computacional.

O presente capítulo teve como objetivo apresentar a metodologia do diagrama de


fontes de água (DFA) (Gomes, 2002), descortinando paulatinamente as etapas que
permitem gerar as propostas de reutilização de correntes hídricas, especificamente
para sistemas multicomponentes, através da resolução de um problema exemplo. No
capítulo seguinte, aplica-se o referido procedimento para desenvolver uma nova
abordagem dos processos hídricos de uma refinaria de petróleo, acoplada a um
sistema de tratamento de efluentes, gerando diferentes cenários que suportem a
avaliação das alternativas de reaproveitamento, inseridos no contexto da realidade
industrial.
CAPÍTULO 5
Estudo de Caso

Resultados e Discussão

“As indústrias mais empreendedoras estão logrando


maiores lucros a partir de suas matérias-primas
e equipamentos e, ao mesmo tempo, tornando-se
mais limpas e ampliando sua sustentabilidade.”

(Hallale, 2001)

Neste Capítulo, são apresentados e discutidos os resultados da aplicação do


procedimento algorítmico diagrama de fontes de água (DFA) na contribuição para o
desenvolvimento de estratégias de recuperação da qualidade de efluentes no
processo, a partir da estação de tratamento de despejos industriais (ETDI), cuja
configuração foi apresentada no Capítulo 3 desta Dissertação. Para se alcançar tal
objetivo, realiza-se um estudo de caso envolvendo alguns dos principais processos
hídricos de uma refinaria de petróleo, com dados obtidos da literatura, sobre a qual
incorpora-se um sistema de tratamento de efluentes típico deste setor industrial. Os
resultados que estruturam este capítulo encontram-se intimamente definidos em uma
seqüência, onde são aproveitadas informações de um estudo de caso para adaptá-las
Capítulo 5 87

às condições desejadas para a sua representação. O procedimento empregado é


corroborado com a inclusão da análise dos custos das alternativas aventadas.

5.1. Estudo de Caso – definição do problema

Neste estudo de caso, a metodologia apresentada em capítulo anterior tem sua


aplicação destinada a um problema originalmente concebido para um retrofit de uma
refinaria, abordado por Huang et al. (1999), e adaptado por Ullmer et al. (2005) para a
síntese de processos regenerativos. Os dados do problema aqui tratado serão obtidos
do último trabalho mencionado. Considera-se a presença de três contaminantes (ou
componentes) nas correntes aquosas. A água primária é disponibilizada em dois graus
distintos de qualidade: fresca e purificada. A representação da planta de refino inclui
diversas unidades operacionais. O efluente coletado dessas operações pode ser
tratado como uma fonte secundária (interna) para o sistema de tratamento de
efluentes. Neste problema, a água purificada é utilizada para quatro diferentes
objetivos:

(a) Dessalinização: a água purificada é destinada à dessalgadora para remover os sais


inorgânicos, a maioria cloretos, presentes na água emulsionada carregada pelo óleo
cru, preparando a carga de petróleo para o processo de destilação.

(b) Lavagem de amônia: no processo de hidrodessulfurização do diesel pesado e


residual, os combustíveis são separados por meio de resfriamento/condensação.
Contudo, os sais de amônia também são simultaneamente formados na forma sólida,
e, dado o fato de estes induzirem à corrosão e ao bloqueio de tubulações, a lavagem
para a remoção destes sais constitui uma operação rotineira na refinaria.

(c) Fracionamento (destilação): o vapor é injetado na torre fracionadora para fornecer


a energia necessária à destilação. O vapor produzido na caldeira requer somente a
água purificada. Por conveniência, o consumo de água vaporizada no fracionamento é
tratado como uma água primária, cuja qualidade é a mesma daquela empregada na
dessalinização e na lavagem de amônia.

(d) Geração de vapor: a água purificada deve sempre ser usada como make-up
(reposição) da caldeira. O sistema de geração de utilidade quente é tratado como uma
Capítulo 5 88

unidade consumidora de água. Parte do vapor produzido na caldeira é usada no


fracionamento e em outras operações na refinaria. Assim, a vazão de entrada destas
unidades deve ser determinada subtraindo a taxa de consumo de todos os processos
de vapor da taxa atual de make-up. Em razão de se promover reciclo de condensados
das utilidades de vapor, as saídas da unidade somente levam em conta o blowdown
(descarte ou purga) e a perda devido a vazamento.

Em três das operações consideradas neste estudo de caso os requisitos de qualidade


de água utilizada em várias operações são menos restritos, são elas:

(e) Lavagem (de H2S) com soda: no processo de purificação final de gás liquefeito de
petróleo (GLP), a solução aquosa de soda, preparada com água fresca, é utilizada
para extrair impurezas de enxofre no produto líquido.

(f) Água de resfriamento: similar à caldeira; pelo fato de se estabelecer reciclo e reúso
desta água, a entrada da unidade deve ter a qualidade desejável ao make-up de um
sistema de resfriamento, enquanto que as saídas ocorrem por blowdown e perda de
evaporação na torre de resfriamento. A água de make-up neste caso não requer
características tão restritivas de qualidade como aquela que é destinada à caldeira.

(g) Consumo geral: a água fresca é também usada para limpeza de equipamento
(p.ex., “hidrojateamento” de feixes de permutadores), combate a incêndio, purga, e
outras atividades rotineiras. Pelo fato de seu consumo total ser significante quando
comparado com àquele de outras operações, a qualidade de uso geral é tratada como
uma operação relevante para a análise do sistema hídrico da refinaria.

As fontes (externas) de água na refinaria, nas qualidades fresca e purificada, são


caracterizadas na Tabela 5.1, assim como a água oriunda da drenagem do tanque de
petróleo. Os valores infinitos indicados para a vazão de água fresca e purificada
apenas sinalizam para a disponibilidade dessas fontes, subentendendo-se, no entanto,
o tributo decorrente de seus usos, como decorrência direta da qualidade.
Capítulo 5 89

Tabela 5.1 – Fontes de água da refinaria (Huang et al., 1999)


Concentração (ppm)
Fonte Vazão máxima (t/h)
Sais (A) Orgânicos (B) H2S (C)
Água fresca (AF) 50 15 0 ∞
Água purificada (AP) 10 1 0 ∞
Dreno de óleo cru
135 45 400 15
(TQ)

Os dados de processo de todas as unidades consumidoras de água deste problema


são sumarizados na Tabela 5.2. A consideração de perdas no processo é atribuída
somente para a torre de resfriamento e a caldeira, destituindo a análise desta
ocorrência nas operações de lavagem de H2S e de uso geral. As concentrações de
sais inorgânicos e H2S são assumidas desprezíveis nas correntes de perda do sistema
de resfriamento e da caldeira, enquanto que a concentração de orgânicos é
considerada constante.
Capítulo 5 90

Tabela 5.2 – Dados de processo de operações consumidoras de água em refinarias


(baseado em Ullmer et al., 2005)
Carga Vazão Perdas Concentração Concentração
Operação Componente mássica operacional de vazão de entrada de saída
(∆m) (g/h) (t/h) (t/h) máxima (ppm) máxima (ppm)
Sais (A) 120.000 200 2.000
Dessalgação
Orgânicos (B) 480.000 75 0 100 6.500
(1)
H2S (C) 1.875 20 45
Sais (A) 7.485 10 7.500
Lavagem de
Orgânicos (B) 81.750 15 0 50 6.500
amônia (2)
H2S (C) 3.200 50 480
Condensado Sais (A) 3.610 10 200
da destilação Orgânicos (B) 104.481 19 0 1 6.500
(3) H2S (C) 2.500 0 500
Sais (A) 0 10 150
Caldeira (4) Orgânicos (B) 0 21 18 1 50
H2S (C) 0 0 45
Sais (A) 200 300 500
Lavagem
Orgânicos (B) 1.200 3 0 50 500
com soda (5)
H2S (C) 1.750 5.000 6.000
Sais (A) 7.100 300 1.250
Uso geral (6) Orgânicos (B) 52.500 7,5 0 50 7.050
H2S (C) 221 0 29,5
Torre de Sais (A) 0 2.500 3.115
resfriamento Orgânicos (B) 0 625 405 220 220
(7) H2S (C) 0 45 45

Em geral, altas concentrações de H2S, sais inorgânicos, e hidrocarbonetos leves


podem ser encontradas em efluentes gerados na dessalinização, no fracionamento, e
na lavagem de amônia. Desse modo, considera-se inicialmente que a refinaria
disponha de uma unidade stripper, regenerativa de efluente no processo, onde ocorre
a remoção de H2S e de hidrocarbonetos leves daquelas correntes. As eficiências de
remoção de contaminantes do processo de stripping são apresentadas na Tabela 5.3.
Capítulo 5 91

Tabela 5.3 – Dados de processo de uma unidade de tratamento de efluentes da


refinaria (Huang et al., 1999)
Unidade de Taxa de remoção do
Componente Vazão limite (t/h)
tratamento componente
Sais (A) 0
Stripper (8) Orgânicos (B) 0,25 150
H2S (C) 0,95

Em princípio, não há limitações impostas às concentrações de entrada; no entanto,


estas podem ser dadas em função do próprio balanço resultante das operações que
afluem o stripper, relativamente às respectivas concentrações máximas de saída. A
taxa de remoção (RR) de um determinado contaminante mensura o desempenho de
processos regenerativos e é dado pela Equação 5.1.

f i Ci − f f C f
RR = (5.1)
f i Ci

onde Cf é a concentração final do contaminante na corrente do intervalo i; Ci é a


concentração inicial do contaminante na corrente do intervalo i; ff é a vazão limite da
corrente do intervalo; e fi a vazão limite do contaminante na corrente do intervalo i.

Considerando que a vazão tratada nos processos regenerativos deste problema é


sempre constante, define-se a eficiência de remoção (R) do contaminante segundo a
Equação 5.2.

Ci − C f
R= (5.2)
Ci

O efluente resultante do stripper é combinado em um canal de agregação com aquele


da caldeira, da torre de resfriamento, e da lavagem com soda, desaguando para
processamento em uma facilidade end-of-pipe (ETDI). Os dados de processo da
unidade de tratamento existente, bem como da qualidade exigida pela legislação para
o descarte do efluente no corpo receptor (rio) são mostrados na Tabela 5.4, com as
Capítulo 5 92

respectivas concentrações de entrada permitidas; trata-se, portanto, de dois


sumidouros associados ao despejo dos efluentes.

Tabela 5.4 – Limites de descarte no corpo receptor


Concentração de descarte máxima (ppm) Vazão máxima
Sumidouro
Sais (A) Orgânicos (B) H2S (C) (t/h)
Rio 250 1 250 2 1,0 3 ∞

1
Valor representativo de cloreto total (água doce – classe 2), de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005
2
Em consonância com a diretriz DZ-205 R-5 da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA / RJ)
3
Valor padrão de lançamento de efluentes para sulfeto (como H2S), de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005

5.2. Balanço hídrico

O fluxograma dos processos hídricos da refinaria em estudo está representado na


Figura 5.1, onde são identificadas as respectivas operações e mostrado o balanço
hídrico. Vale ressaltar que o problema original proposto por Huang et al. (1999)
estabelece inicialmente as vazões operacionais de cada unidade. Na Figura 5.1,
omite-se do problema original o processo de separação de águas oleosas, que trata a
corrente resultante de todas as operações da refinaria. Neste estudo de caso, será
posteriormente incorporada uma ETDI para a avaliação das possibilidades de
sistematizar a seqüência do tratamento, bem como verificar a sua utilidade como
recuperadora das correntes de processo na planta, como medida para economizar os
custos de regeneração para reciclo e reúso, e a conseqüente redução na captação e
no descarte.
Capítulo 5 93

Figura 5.1 – Esquema do fluxograma geral (diagrama de blocos) dos processos que
integram o sistema hídrico de uma refinaria de petróleo (adaptado de Huang et al.,
1999)

A realização do balanço de contaminantes (A – Sais; B – Orgânicos; e C – H2S) em


cada operação e em cada ponto de mistura e divisão de correntes conduz aos valores
das concentrações de saída (operacionais), a partir das vazões (operacionais)
disponíveis e da configuração base do fluxograma hídrico. Para tanto, considera-se
estabelecida a carga mássica transferida (∆m) do problema apresentado por Ullmer et
al. (2005). Sendo assim, as concentrações de entrada das operações dessalgadora,
lavadora de amônia, condensado da destilação e caldeira, possuem a qualidade da
água purificada; por outro lado, as operações lavadora de H2S, uso geral e torre de
resfriamento, têm como entrada operacional a qualidade da água limpa/fresca. Com
Capítulo 5 94

estes valores de concentração e as cargas mássicas fixas das respectivas operações,


são calculadas as concentrações de saída e executado o balanço de cada
componente, de acordo com a Equação 4.1. No caso da unidade de stripping, por se
tratar de um processo regenerativo, são utilizadas as eficiências de remoção.

A Tabela 5.5 mostra os valores resultantes do balanço de componentes nas condições


operacionais do problema. Note que nas operações de perda (caldeira e torre de
resfriamento) optou-se por subdividir cada uma delas em duas parcelas: uma parte
relativa à quantidade (vazão) fixa da corrente de saída (atua como fonte), enquanto
que a outra está efetivamente relacionada à perda no processo (atua como
sumidouro). Este artifício segue a mesma estratégia empregada por Delgado et al.
(2007), na aplicação de um estudo de caso industrial com o procedimento algorítmico
diagrama de fontes de água. Como no problema original as operações de perda, não
ocorre subdivisão e as cargas mássicas são nulas, ainda que as concentrações de
entrada e saída não sejam necessariamente iguais, para um dado componente a uma
dada operação, optou-se por calcular as cargas mássicas a partir dos valores
máximos de concentração fornecidos. Estes valores são reportados na Tabela 5.5,
tanto para a torre de resfriamento como para a caldeira. Quando o valor da carga
mássica é nulo, conforme indicado para os componentes B e C da torre de
resfriamento, significa que a concentração de entrada possui o mesmo valor da saída.
Em relação à parcela subdividida representativa da perda nessas operações, não há
necessidade de se calcular as respectivas cargas mássicas, uma vez que o valor das
concentrações de saída não influenciam no procedimento, pela própria natureza da
operação (sumidouro). Por simplificação e ajuste do problema, não se considera a
ocorrência de concentração dos componentes B e C na torre de resfriamento.
Capítulo 5 95

Tabela 5.5 – Tabela problema das operações consumidoras de água em refinarias


com as concentrações (operacionais) obtidas após o balanço hídrico dos componentes
Vazão de Concentração Concentração
Operação Componente ∆m (g/h) operação de entrada de saída
(t/h) (ppm) (ppm)
Sais (A) 120.000 10 1.610
Dessalgação
Orgânicos (B) 480.000 75 1 6.401
(1)
H2S (C) 1.875 0 25
Sais (A) 7.485 10 509
Lavagem de
Orgânicos (B) 81.750 15 1 5.451
amônia (2)
H2S (C) 3.200 0 213,33
Torre Sais (A) 3.610 10 200
fracionadora Orgânicos (B) 104.481 19 1 5.500
(3) H2S (C) 2.500 0 131,58
Sais (A) 420 10 150
Caldeira (4) Orgânicos (B) 147 3 1 50
H2S (C) 135 0 45
Sais (A) - 10 -
Caldeira
Orgânicos (B) - 18 1 -
perda (4)
H2S (C) - 0 -
Sais (A) 200 50 116,67
Lavagem de
Orgânicos (B) 1.200 3 15 415
H2S (5)
H2S (C) 1.750 0 583,33
Sais (A) 7.100 50 996,67
Uso geral (6) Orgânicos (B) 52.500 7,5 15 7.015
H2S (C) 221 0 29,47
Torre de Sais (A) 135.300 50 665
resfriamento Orgânicos (B) 0 220 15 15
(7) H2S (C) 0 0 0
Torre de Sais (A) - 50 -
resfriamento Orgânicos (B) - 405 15 -
perda (7) H2S (C) - 0 -
Sais (A) 1.212,71 1.212,71
Stripper (8) Orgânicos (B) 109 6.113,21 4.584,91
H2S (C) 69,50 3,48
Capítulo 5 96

Para facilitar a abordagem do fluxograma, as operações de cada bloco são


compactadas pela numeração correspondente à configuração apresentada na Figura
5.2, que mostra o balanço de contaminantes nas respectivas operações.

Figura 5.2 – Esquema do fluxograma geral dos processos hídricos da refinaria de


petróleo em estudo, a partir do balanço de componentes
Capítulo 5 97

Assumindo agora a situação na qual são utilizadas as concentrações máximas tanto


de entrada quanto de saída, na intenção de se buscar um desejável máximo reúso das
correntes de efluentes, calcula-se a vazão necessária para cada operação nestas
condições. A partir da carga mássica de cada componente de uma dada operação,
obtém-se, usando a Equação 4.1, um valor de vazão para cada componente,
utilizando as suas respectivas concentrações de entrada e saída máximas. Em cada
operação, portanto, tem-se três valores de vazão. Deve-se selecionar a maior vazão
dentre estas, a qual garantirá que pelo menos um componente atingirá sua máxima
concentração de saída, sem que haja violação de limite para os demais
contaminantes. Com esta vazão selecionada, que passa a ser única para a operação,
realiza-se então o balanço hídrico dos respectivos componentes. A Tabela 5.6
apresenta os resultados deste procedimento, com as respectivas vazões mínimas
(grifadas em negrito), que são limitantes para cada operação.

Tabela 5.6 – Dados de processos para determinação da vazão limite mínima


representativa de cada operação, a partir das concentrações máximas e da
preservação das cargas mássicas do problema
Concentração Concentração
Vazão
Operação Componente ∆m (g/h) de entrada de saída
limite (t/h)
máxima (ppm) máxima (ppm)
Sais (A) 120.000 200 2.000 66,67
Dessalgação
Orgânicos (B) 480.000 100 6.500 75
(1)
H2S (C) 1.875 20 45 75
Sais (A) 7.485 10 7.500 1
Lavagem de
Orgânicos (B) 81.750 50 6.500 12,67
amônia (2)
H2S (C) 3.200 50 480 7,44
Torre Sais (A) 3.610 10 200 19
fracionadora Orgânicos (B) 104.481 1 6.500 16,08
(3) H2S (C) 2.500 0 500 5
Sais (A) 420 10 150 3
Caldeira (4) Orgânicos (B) 147 1 50 3
H2S (C) 135 0 45 3
Sais (A) - 10 -
Caldeira
Orgânicos (B) - 1 - 18
perda (4)
H2S (C) - 0 -
Capítulo 5 98

Tabela 5.6 – Dados de processos para determinação da vazão limite mínima


representativa de cada operação, a partir das concentrações máximas e da
preservação das cargas mássicas do problema – Continuação
Concentração Concentração
Vazão
Operação Componente ∆m (g/h) de entrada de saída
limite (t/h)
máxima (ppm) máxima (ppm)
Sais (A) 200 300 500 1
Lavagem de
Orgânicos (B) 1.200 50 500 2,67
H2S (5)
H2S (C) 1.750 5.000 6.000 1,75
Sais (A) 7.100 300 1.250 7,47
Uso geral (6) Orgânicos (B) 52.500 50 7.050 7,5
H2S (C) 221 0 29,5 7,49
Torre de Sais (A) 135.300 2.500 3.115 220
resfriamento Orgânicos (B) 0 220 220 -
(7) H2S (C) 0 45 45 -
Torre de Sais (A) - 2.500 -
resfriamento Orgânicos (B) - 220 - 405
perda (7) H2S (C) - 45 -

A partir das vazões limites obtidas, tem-se o seu valor representativo para cada
operação nas condições de máxima concentração de ao menos um contaminante,
conforme mostrado na Tabela 5.7, onde são reajustadas as concentrações de saída
com a vazão selecionada, representativa da operação como um todo, e que serão
consideradas como valores máximos para o problema.
Capítulo 5 99

Tabela 5.7 – Valores de concentração de entrada e saída nas condições máximas pelo
atendimento da vazão limite
Concentração Concentração
Vazão
Operação Componente ∆m (g/h) de entrada de saída
limite (t/h)
máxima (ppm) máxima (ppm)
Sais (A) 120.000 200 1.800
Dessalgação
Orgânicos (B) 480.000 100 6.500 75
(1)
H2S (C) 1.875 20 45
Sais (A) 7.485 10 601
Lavagem de
Orgânicos (B) 81.750 50 6.500 12,67
amônia (2)
H2S (C) 3.200 50 303
Torre Sais (A) 3.610 10 200
fracionadora Orgânicos (B) 104.481 1 5.500 19
(3) H2S (C) 2.500 0 132
Sais (A) 420 10 150
Caldeira (4) Orgânicos (B) 147 1 50 3
H2S (C) 135 0 45
Sais (A) - 10 -
Caldeira
Orgânicos (B) - 1 - 18
perda (4)
H2S (C) - 0 -
Sais (A) 200 300 375
Lavagem de
Orgânicos (B) 1.200 50 500 2,67
H2S (5)
H2S (C) 1.750 5.000 5.655
Sais (A) 7.100 300 1.250
Uso geral (6) Orgânicos (B) 52.500 50 7.050 7,5
H2S (C) 221 0 29,5
Torre de Sais (A) 135.300 2.500 3.115
resfriamento Orgânicos (B) 0 220 220 220
(7) H2S (C) 0 45 45
Torre de Sais (A) - 2.500 -
resfriamento Orgânicos (B) - 220 - 405
perda (7) H2S (C) - 45 -
Capítulo 5 100

A Tabela 5.7 fornece os dados adaptados do problema original para o estudo de caso,
visando a aplicação do DFA para a geração de propostas de reutilização de correntes,
de acordo com as particularidades da situação em análise. O balanço de componentes
nas condições operacionais está representado na Figura 5.3.

CAPTAÇÃO

762,84 t/h

ETA
127,67 t/h 10 ppm A 635,17 t/h 50 ppm A
1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

127,67 t/h 10 ppm A 635,17 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 21 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
10 ppm A 10 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A
1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 50 ppm A 50 ppm A 50 ppm A
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
1 2 3 4
405 t/h
5 6 7
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h

1610 ppm A 601 ppm A 200 ppm A


6401 ppm B 6453,25 ppm B 5500 ppm B
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C

106,67 t/h 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h 220 t/h

1239 ppm A 150 ppm A 124,91 ppm A 996,67 ppm A 665 ppm A
464,44 ppm B 7015 ppm B
TQ
6246,72 ppm B 50 ppm B 15 ppm B
71 ppm C 45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C 0 ppm C
15 t/h
8 135 ppm A
45 ppm B
400 ppm C
106,67 t/h

1239 ppm A
4685,04 ppm B 813,74 ppm A
354,84 t/h
3,55 ppm C 1571,78 ppm B
23,91 ppm C

Figura 5.3 – Rede de transferência de massa para o problema apresentado nas


condições operacionais, com base na vazão limite mínima estabelecida
Capítulo 5 101

5.3. Geração de cenários de reutilização hídrica – aplicação do DFA

A partir dos dados de processo e da configuração inicial do problema, foram


adaptadas as vazões e concentrações máximas, tornando mais prática a aplicação do
procedimento algorítmico diagrama de fontes de água (DFA) para a consideração
simultânea dos contaminantes presentes, na busca de um máximo reúso. Os
resultados são obtidos com o auxílio do programa computacional MINEA,
desenvolvido no DEQ/EQ/UFRJ, em base Microsoft Excel®, que tem implementado o
algoritmo DFA e atende à sugestão advinda do trabalho de Gomes (2002) para
inclusão de procedimento automático que permita agilizar os cálculos. São utilizadas
as informações definidas na Tabela 5.7, com as fontes inicialmente atribuídas às
qualidades de água limpa, purificada e ao dreno do tanque de petróleo.

5.3.1. Definição do contaminante e da operação de referência

Por se tratar de um problema de múltiplos contaminantes, o procedimento DFA requer


a verificação das concentrações para um dado componente com base em uma
operação de referência. Neste estudo, selecionou-se a destilação como operação de
referência, julgada como conseqüência da maior qualidade exigida na entrada da
operação, ou seja, às máximas concentrações de entrada de cada contaminante, onde
se utiliza água mais limpa (ou menos contaminada) que na entrada das demais
operações. Segundo essa linha, deve-se atentar que a operação caldeira também
poderia ser selecionada; entretanto, por se tratar de uma operação em que ocorre
perda de água, além de apresentar as menores cargas mássicas para assimilação por
contaminante, em relação à destilação, esta opção (caldeira como referência) foi
colocada em segundo plano.

A seleção do contaminante de referência é uma etapa que ainda não se encontra bem
definida na abordagem de problemas multicomponentes. O que existe são critérios
que se baseiam na garantia do máximo reúso através de limites de concentração
estipulada para um dos contaminantes: o de referência. Gomes (2002) e Delgado et al.
(2007) utilizam um critério de seleção onde se deve escolher o contaminante que
tenha maior possibilidade de reúso entre as operações. Deve-se comparar a
concentração de saída da operação que consome água primária (mais limpa) com a
Capítulo 5 102

concentração de entrada das operações que usam água secundária (mais


contaminada). O contaminante que apresentar concentração de saída menor que as
concentrações de entrada das demais operações poderá ser escolhido como
referência. Mirre et al. (2006) definem o contaminante de referência como aquele que
tem a maior diferença de concentração. Do mesmo modo, Delgado et al. (2007)
consideram que o componente de referência pode ser aquele com a maior
possibilidade de reúso entre as operações, ou seja, aquele que possua as mais baixas
concentrações de entrada nas operações. Em caso de mais de um componente
atender simultaneamente a este critério, então a escolha é realizada com base na
diferença de concentração (∆CR), em cada operação, do candidato a referência, de
acordo com a Equação 5.3.

∆C R = C ER − C ENT (5.3)

onde CER é a concentração do componente na operação que utilize água limpa e CENT
é a máxima concentração de entrada na operação onde será reutilizada a água. O
componente de referência será aquele com o maior valor de ∆CR. Apesar disso,
qualquer contaminante pode ser escolhido como referência; tal critério apenas facilita
os cálculos com o DFA.

Para um problema que utilize fontes externas ou sistemas regenerativos, o


contaminante de referência será aquele com a menor concentração de entrada nas
operações que possibilitam o reúso.

No estudo de caso da refinaria, dentre as operações que usam água limpa nas
condições limitantes (destilação e caldeira), a caldeira é a que possui menor
concentração de saída para os contaminantes, enquanto que, tanto a torre de
resfriamento como a lavagem de H2S possuem maiores concentrações de entrada dos
contaminantes. Calculando-se as diferenças de concentração (∆C) das operações
candidatas, caldeira e torre de resfriamento, tem-se os valores indicados na Tabela
5.8; já quando se avaliam as operações caldeira e lavagem de H2S, os diferenciais têm
seus valores apresentados na Tabela 5.9.
Capítulo 5 103

Tabela 5.8 – Definição do contaminante de referência considerando as operações


candidatas, caldeira e torre de resfriamento
Concentração de Concentração de saída
Contaminante entrada (ppm) (ppm) ∆C (ppm)
(Caldeira) (Torre de resfriamento)
A (Sais) 150 2.500 2.350
B (Orgânicos) 50 220 170
C (H2S) 45 45 0

Tabela 5.9 – Definição do contaminante de referência considerando as operações


candidatas, caldeira e lavagem de H2S
Concentração de Concentração de
Contaminante entrada (ppm) saída (ppm) ∆C (ppm)
(Caldeira) (Lavagem de H2S)
A (Sais) 150 300 150
B (Orgânicos) 50 50 0
C (H2S) 45 5.000 4.955

Por apresentar o maior diferencial de concentração (∆C) perante os demais, o


contaminante A (Sais) deveria ser escolhido como referência, pela Tabela 5.8. Por
outro lado, a Tabela 5.9 mostra que o contaminante C (H2S) também potencializa sua
condição de candidato à eleição como referência, dentre as operações que usam água
secundária, por apresentar maior ∆C. O fato de o referido valor ser maior
comparativamente ao componente A (Sais) assegura o critério para a elegibilidade do
contaminante C. No entanto, face às características distintivas do problema, será
realizado um cenário para cada componente como referência, no caso de máximo
reúso, visando identificar o de maior redução na captação de água.

5.3.2. Máximo reúso

Após definir o contaminante de referência, as concentrações dos outros contaminantes


são ajustadas obedecendo-se aos limites máximos e a relação de transferência,
através dos deslocamentos, realizado pelo programa MINEA, de acordo com o
Capítulo 5 104

apresentado no Capítulo 4. Têm-se, então, os novos valores de concentração do


componente de referência, conforme mostrados na Tabela 5.10. Nesta Tabela, a
simbologia de OP 1 à OP 7 é referida às operações Dessalgação, Lavagem de NH3,
Destilação, Caldeira, Lavagem de H2S, Uso Geral e Torre de Resfriamento,
respectivamente; a vazão é dada em t/h; Ce e Cs representam as concentrações de
entrada e saída deslocadas do componente de referência, em ppm.

Tabela 5.10 – Concentrações ajustadas para o componente C como referência


Operação Vazão (t/h) Ce (ppm) Cs (ppm)
OP1 75 2,40 27,40
OP2 12,67 1,20 254,20
OP3 19 0 132
OP4 21 0 45
OP5 2,67 1,20 656,20
OP6 7,50 0 29,50
OP7 625 5,28 5,28

Cenário 1

O primeiro cenário relativo à proposta de máximo reúso com a aplicação do DFA é


realizado considerando o componente C como referência, por ter sido previamente
selecionado mediante os critérios propostos.

A Tabela 5.11 e a Figura 5.4 referem-se às informações de entrada do programa


MINEA e a configuração do DFA, respectivamente, indicando as correntes de reúso
nas operações. O software requer como informações de entrada as vazões e as
concentrações de entrada e saída de cada operação, que são os dados
indispensáveis para a resolução do algoritmo DFA. As cargas mássicas são
calculadas imediatamente pelo programa.
Capítulo 5 105

Tabela 5.11 – Dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do DFA


(componente referência C)
Vazão
Vazão Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h) disponível
(t/h) (t/h)
(t/h)
OP1 75 2,40 27,40 1.875 75 0
OP2 12,67 1,20 254,20 3.205,51 12,67 0
OP3 19 0 132 2.508 19 0
OP4 21 0 45 945 3 18
OP5 2,67 1,20 656,20 1.748,85 2,67 0
OP6 7,50 0 29,50 221,25 7,50 0
OP7 625 5,28 5,28 0 220 405
Fonte externa
1 – TQ (verde) 15 400
2 – AF (rosa) 635,17 0
3 – AP (azul) 127,67 0

A Tabela 5.11 dispõe as entradas de dados fornecidas pelo usuário do programa


MINEA. Nesta plataforma, são inseridas as vazões e as concentrações ajustadas pelo
programa na análise anterior. As fontes externas 1, 2 e 3 correspondem às qualidades
de dreno, fresca e purificada, respectivamente. Note-se que as cargas mássicas são
recalculadas pelo programa, e, conforme esperado, os valores coincidem com aqueles
da Tabela 5.7, indicando a sua preservação mesmo após os eventuais deslocamentos.
A diferença mínima entre tais valores para o contaminante C nas operações deve-se
naturalmente às aproximações decimais do software. Uma distinção encontra-se
apenas na operação caldeira, pois a divisão ocasionada pela perda de vapor (ou seja,
de vazão) não é efetuada pelo MINEA para o cálculo da carga mássica (∆m), que
considera a vazão total da entrada da operação, embora este leve em conta a perda
que realmente ocorre, não implicando alteração no resultado final da análise.

Na Figura 5.4, os valores sombreados em azul claro referem-se, à esquerda de cada


intervalo, à vazão necessária para assimilar a carga mássica (equivalente ao valor
mostrado à direita) da operação no intervalo considerado. O valor sombreado em
amarelo corresponde à vazão requerida proveniente de uma operação, ou seja, ao
Capítulo 5 106

próprio reúso. O sombreamento verde no lado direito de um dado intervalo de


concentração refere-se à fonte que está sendo reusada para a operação considerada.
O sombreamento em rosa corresponde à vazão necessária de água fresca (Tabela
5.11).

A concentração no ponto pinch (indicado pela primeira queda de concentração total


nos intervalos) é de 27,4 ppm. Na prática, a localização do pinch assume a importante
função de apontar as correntes e as operações que necessitam de uma qualidade
maior de análise.

Wang e Smith (1994a) mostraram que o consumo mínimo de água em processos que
consideram a possibilidade de regeneração com reúso é alcançado quando o
tratamento se localiza na concentração do primeiro pinch (27,4 ppm). Gomes et al.
(2007) considera que o processo regenerativo deve ser posicionado abaixo ou no
próprio ponto pinch , para assegurar a viabilidade do reúso, conforme demonstrado
por Wang e Smith (1994a) e Castro et al. (1999). Seguindo esta orientação, o mais
conveniente seria regenerar até uma concentração que permita o seu reúso ao maior
número possível de operações. Por outro lado, regenerar até o pinch limita o reúso às
operações cuja entrada seja maior ou igual a este ponto, destituindo as operações que
requerem uma qualidade mais nobre. Entretanto, é certo que todas as ponderações
devem levar em conta os aspectos econômicos: conforme Eckenfelder (2000), o
aumento dos custos vincula-se à maior eficiência de remoção de um dado
contaminante. Assim, caso existam duas ou mais operações passíveis de serem
regeneradas, sugere-se escolher a mais contaminada, como forma de preservar o uso
de água limpa.

Na Figura 5.4, nota-se que todas as correntes e operações originam-se em um ponto


que antecede a concentração do pinch, fato que atrela a necessidade de se dispor de
dados confiáveis relativos à vazão e concentração de cada componente. Para os
objetivos do problema, assume-se que tal consideração esteja assegurada.
Concentração pinch

Fonte Externa
0.000 1.200 2.400 5.280 27.400 29.500 45.000 132.000 254.200 400.000 656.200

75.00 OP1 0.000 0.000 0.000 0.000 40.909 0.216 75.000 1.659 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 34.091 OP7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 5.280 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 40.909 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
12.67 OP2 0.000 0.000 6.335 0.015 9.790 0.036 12.670 0.280 12.670 0.027 12.670 0.196 12.670 1.102 12.670 1.548 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 2.880 OP7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 5.280 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 6.335 0.000 3.455 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
19.00 OP3 19.000 0.023 19.000 0.023 19.000 0.055 19.000 0.420 19.000 0.040 19.000 0.295 19.000 1.653 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
21.00 OP4 21.000 0.025 21.000 0.025 21.000 0.060 21.000 0.465 21.000 0.044 21.000 0.326 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
2.67 OP5 0.000 0.000 1.335 0.003 2.063 0.008 2.670 0.059 2.670 0.006 2.670 0.041 2.670 0.232 2.670 0.326 2.670 0.389 2.670 0.684 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.607 OP7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 5.280 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 1.335 0.000 0.728 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
7.50 OP6 7.500 0.009 7.500 0.009 7.500 0.022 7.500 0.166 7.500 0.016 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
625.00 OP7 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000

47,5 55,17 100,26 137,84 62,84 55,34 34,34 15,34 2,670 2,670

Figura 5.4 – Diagrama de fontes de água para o caso de máximo reúso, com as vazões limites mínimas do problema (componente
referência C)
A Tabela 5.12 apresenta a configuração da rede proposta com o procedimento DFA,
que indica as correntes de água alocadas às respectivas operações, com base na
estrutura operacional. Nota-se que a operação 7 (TR) disponibilizou efluente para
reutilização nas operações 1 (dessalgação), 2 (lavagem de NH3) e 5 (lavagem de
H2S), como complemento para a qualidade purificada já utilizada. Na verdade, esta
água proveniente da operação 7 refere-se tanto à entrada na TR (make-up) quanto à
sua purga, dada a igualdade entre as concentrações de entrada e saída para este
componente. Entretanto, este reúso deve ser interpretado como proveniente da purga
da TR, uma vez que a disponibilidade do make-up deve ser mantida constante, em
função da perda observada nesta operação.

Em um cenário real, é natural dispor o efluente das TR’s (purga) para a canalização do
sistema de tratamento de efluentes da refinaria, da mesma forma que o seu desvio
para uma atividade menos nobre. Aliado a isto, a água de make-up é considerada um
dos grandes focos de reúsos na planta, dependendo da qualidade requerida. Os
balanços materiais relativos a cada componente nas operações, bem como a
configuração após as reutilizações, são mostrados na Figura 5.5.

Tabela 5.12 – Configuração da rede para a solução proposta (componente C como


referência)
ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG Efluente
Fonte de água limpa 40,909 9,790 - - 2,063 7,5 625 - -
Fonte de água purificada - - 19 21 - - - - -
Dreno - - - - - - - - 15
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 -
OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 -
OP3 (destilação) - - - - - - - 19 -
OP4 (caldeira) - - - - - - - - 3
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67
OP6 (uso geral) - - - - - - - - 7,5
OP7 (TR) 34,091 2,880 - - 0,607 - - - 182,42
OP8 (REG) - - - - - - - - 106,67
Capítulo 5 109

CAPTAÇÃO

725,26 t/h

ETA

40 t/h 10 ppm A 685,26 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

40 t/h
685,26 t/h 50 ppm A
40, 909 t/h 15 ppm B
0 ppm C
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
34,091 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 189,81 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
329,55 ppm A 189,79 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
15 ppm B 15 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

220 t/h
665 ppm A
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 15 ppm B
0 ppm C
0,607 t/h
1929,55 ppm A 780,56 ppm A 200 ppm A
6415 ppm B 6427,25 ppm B 5500 ppm B
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C

3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h

106,67 t/h 150 ppm A 264,72 ppm A 996,67 ppm A


50 ppm B 464,44 ppm B 7015 ppm B
1485 ppm A 45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C
6258,23 ppm B
71 ppm C TQ

8 15 t/h

36,971 t/h 135 ppm A


45 ppm B
665 ppm A 106,67 t/h 400 ppm C
182,42 t/h
15 ppm B
0 ppm C
1462,46 ppm A
4693,67 ppm B 915,25 ppm A
3,55 ppm C 317,26 t/h
1759,09 ppm B
26,74 ppm C

Figura 5.5 – Rede de transferência de massa para o cenário 1 (referência C)


Capítulo 5 110

Este cenário levou a uma redução na captação de água de 762,84 t/h para 725,26 t/h,
o que corresponde a 4,93%. Os valores marcados em vermelho indicam que os limites
de concentrações de entrada e saída das operações 1 e 2 foram ultrapassados, para o
componente A. Como alternativas de soluções para este caso está o aumento do
consumo de água captada, em níveis de concentração inferiores, e que permite diluir a
corrente de entrada, adequando o componente ao seu limite. Outra opção seria ajustar
uma combinação de correntes de forma que a resultante atinja o seu limite de
concentração de entrada nas operações. Uma terceira estratégia seria adotar os
processos da estação de tratamento de efluentes como forma de auxiliar na tarefa de
regenerar os contaminantes nas correntes. Todas essas possibilidades levantadas
constituem regras evolutivas orientadas a partir do fluxograma gerado. Esta última
alternativa é introduzida como uma proposta adicional neste trabalho, sendo
apresentada e discutida para uma situação na qual é necessário ajustar os limites de
entrada. Em princípio, todos os cenários em que ocorre violação de concentração
limite serão originalmente mantidos nas suas configurações propostas pelo
procedimento DFA.

Cenário 2

Um novo cenário é gerado ao se estabelecer o componente A como referência. Assim,


considerando as vazões limites indicadas na Tabela 5.7, submete-se à análise das
concentrações, visando avaliar a necessidade dos respectivos ajustes, tendo a
destilação como operação de referência. O resultado é mostrado na Tabela 5.13.

Tabela 5.13 – Valores de concentração ajustados para o componente de referência


(componente referência A)
Operação Vazão (t/h) Ce (ppm) Cs (ppm)
OP1 75 13,42 1.613,42
OP2 12,67 10,00 601
OP3 19 10,00 200
OP4 21 10,00 150
OP5 2,67 11,69 86,69
OP6 7,50 11,69 961,69
OP7 625 17,57 632,57
Capítulo 5 111

A Tabela 5.14 e a Figura 5.6 apresentam as informações de entrada do programa


MINEA e a configuração do DFA gerado, respectivamente, indicando as correntes de
água nas operações. A concentração no ponto pinch (indicado pela primeira queda de
concentração total nos intervalos) é de 86,69 ppm.

Tabela 5.14 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência A)
Vazão Vazão Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h)
(t/h) disponível (t/h) (t/h)
OP1 75 13,42 1.613,42 120.000 75 0
OP2 12,67 10 601 7.487,97 12,67 0
OP3 19 10 200 3.610 19 0
OP4 21 10 150 2.940 3 18
OP5 2,67 11,69 86,69 200,25 2,67 0
OP6 7,50 11,69 961,69 7.125 7,50 0
OP7 625 17,57 632,57 384.375 220 405
Fonte externa
1 – TQ (verde) 15 135
2 – AF (rosa) 635,17 50
3 – AP (azul) 127,67 10
Concentração pinch

Fonte Externa
10,000 11,690 13,420 17,570 50,000 86,690 135,000 150,000 200,000 601,000 632,570 961,690 1613,420

75,00 OP1 0,000 0,000 0,000 0,000 41,116 0,311 68,588 2,432 75,000 2,752 75,000 3,623 75,000 1,125 75,000 3,750 75,000 30,075 75,000 2,368 75,000 24,684 75,000 48,880 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 6,413 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 41,116 0,000 27,471 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
12,67 OP2 12,670 0,021 12,670 0,022 12,670 0,053 12,670 0,411 12,670 0,465 12,670 0,612 12,670 0,190 12,670 0,634 12,670 5,081 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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19,00 OP3 19,000 0,032 19,000 0,033 19,000 0,079 19,000 0,616 19,000 0,697 19,000 0,918 19,000 0,285 19,000 0,950 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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21,00 OP4 21,000 0,035 21,000 0,036 21,000 0,087 21,000 0,681 21,000 0,770 21,000 1,015 21,000 0,315 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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2,67 OP5 0,000 0,000 1,351 0,005 2,074 0,011 2,557 0,087 2,670 0,098 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,113 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 1,351 0,000 0,723 0,000 0,483 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
7,50 OP6 0,000 0,000 3,794 0,013 5,826 0,031 7,183 0,243 7,500 0,275 7,500 0,362 7,500 0,113 7,500 0,375 7,500 3,008 7,500 0,237 7,500 2,468 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 3,794 0,000 2,032 0,000 1,357 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
625,00 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 506,719 20,269 625,000 22,931 625,000 30,194 625,000 9,375 625,000 31,250 625,000 250,625 625,000 19,731 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 118,281 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 506,719 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

52,67 57,82 101,69 637,72 762,84 760,17 760,17 739,17 720,17 707,5 82,5 75

Figura 5.6 – Diagrama de fontes de água para o caso de máximo reúso, com as vazões limites mínimas do problema (componente
referência A)
A Tabela 5.15 apresenta a configuração da rede proposta com o procedimento DFA.
Observa-se a ausência de reúsos entre as operações neste caso, ocorrendo apenas
um redirecionamento de correntes, que em nada contribui para a redução do consumo
de água, tendo ainda a desvantagem de alterar as correntes de suas posições
originais. Em virtude disso, é totalmente dispensável estabelecer o balanço hídrico,
uma vez que a configuração original permanece inalterada, conforme ilustrada na
Figura 5.3. Em outras palavras, este cenário mostra que para o componente de
referência considerado, a estrutura original já apresenta uma definição bastante
conveniente, ainda que esta não seja a configuração ótima do problema.

Tabela 5.15 – Configuração da rede para o cenário 2 (componente referência A)


ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG Efluente
Fonte de água limpa 6,413 - - - 0,113 0,317 118,281 - -
Fonte de água purificada 68,587 12,67 19 21 2,557 7,183 506,719 - -
Dreno - - - - - - - 15
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 -
OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 -
OP3 (destilação) - - - - - - - 19 -
OP4 (caldeira) - - - - - - - - 3
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67
OP6 (uso geral) - - - - - - - - 7,5
OP7 (TR) - - - - - - - - 220
OP8 (REG) - - - - - - - - 106,67

Cenário 3

Estabelecendo um cenário com o componente B como referência, os seus valores


ajustados quando submetido à análise da necessidade de deslocamento para a
anuência técnica de eventuais reutilizações é apresentada na Tabela 5.16. A partir
destes valores e das vazões e concentrações de cada operação, além das fontes
externas consideradas, tem-se a tabela de oportunidades (Tabela 5.17). Aplicando-se
Capítulo 5 114

o procedimento DFA, as alternativas de realocação de correntes de processo são


apresentadas na Figura 5.7.

Tabela 5.16 – Valores de concentração ajustados do componente de referência B


Operação Vazão (t/h) Ce (ppm) Cs (ppm)
OP1 75 100 6.500
OP2 12,67 1 6.451
OP3 19 1 5.500
OP4 21 1 50
OP5 2,67 50 500
OP6 7,50 8.394,21 15.394,21
OP7 625 220 220

Tabela 5.17 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência B)
Vazão Vazão Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h)
(t/h) disponível (t/h) (t/h)
OP1 75 100 6.500 480.000 75 0
OP2 12,67 1 6.451 81.721,50 12,67 0
OP3 19 1 5.500 104.481 19 0
OP4 21 1 50 1.029 3 18
OP5 2,67 50 500 1.201,50 2,67 0
OP6 7,50 8.394,21 15.394,21 52.500 7,50 0
OP7 625 220 220 0 220 405
Fonte externa
1 – TQ (verde) 15 45
2 – AF (rosa) 635,17 15
3 – AP (azul) 127,67 1
Concentração pinch

Fonte Externa
1,000 15,000 45,000 50,000 100,000 220,000 500,000 5500,000 6451,000 6500,000 8394,210 15394,210

75,00 OP1 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 51,438 9,000 75,000 21,000 75,000 375,000 75,000 71,325 75,000 3,675 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,330 OP4 23,562 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 51,108 50,000 0,000 220,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
12,67 OP2 12,670 0,177 12,670 0,380 12,670 0,063 12,670 0,634 12,670 1,520 12,670 3,548 12,670 63,350 12,670 12,049 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
19,00 OP3 19,000 0,266 19,000 0,570 19,000 0,095 19,000 0,950 19,000 2,280 19,000 5,320 19,000 95,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
21,00 OP4 21,000 0,294 21,000 0,630 21,000 0,105 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
2,67 OP5 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 2,670 0,134 2,670 0,320 2,670 0,748 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 2,670 OP4 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 50,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
7,50 OP6 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 3,460 52,500 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 3,460 OP7 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 220,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
625,00 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

52,67 52,67 52,67 34,34 85,78 109,34 106,67 87,67 75 0 3,460

Figura 5.7 – Diagrama de fontes de água para o caso de máximo reúso, com as vazões limites mínimas do problema (componente
referência B)
A configuração da rede de distribuição gerada com a recomendação do DFA é
apresentada na Tabela 5.18.

Tabela 5.18 – Configuração da rede para o cenário 3 (componente referência B)


ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG Efluente
Fonte de água limpa - - - - - 4,04 625 - -
Fonte de água purificada 51,108 12,67 19 21 - - - - -
Dreno - - - - - - - - 15
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 -
OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 -
OP3 (destilação) - - - - - - - 19 -
OP4 (caldeira) 0,330 - - - 2,67 - - - 3
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67
OP6 (uso geral) - - - - - - - - 7,5
OP7 (TR) 23,562 - - - - 3,46 - - 192,98
OP8 (REG) - - - - - - - - 106,67
Capítulo 5 117

CAPTAÇÃO

732,82 t/h

ETA

103,78 t/h 10 ppm A 629,04 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

629,04 t/h 50 ppm A


15 ppm B
0 ppm C

103,78 t/h 10 ppm A


1 ppm B
0 ppm C
625 t/h
23,892 t/h 51,108 t/h 4,04 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
15 ppm B 15 ppm B
216,39 ppm A 10 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C
5,61 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0,198 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 3,46 t/h
405 t/h
1 2 3 4 5 7,5 t/h 7

333,72 ppm A
2,67 t/h 6,92 ppm B 220 t/h
0 ppm C
0,330 t/h 150 ppm A
50 ppm B 6
45 ppm C
23,562 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h

1816,39 ppm A 601 ppm A 200 ppm A


2,67 t/h 7,5 t/h 192,98 t/h
6405,61 ppm B 6453,25 ppm B 5500 ppm B
25,20 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C 224,91 ppm A 1280,39 ppm A 665 ppm A
499,44 ppm B 7006,92 ppm B 15 ppm B
700,43 ppm C 29,47 ppm C 0 ppm C
106,67 t/h
TQ
1384,12 ppm A
6249,96 ppm B
71,15 ppm C 15 t/h

8 135 ppm A
45 ppm B
400 ppm C
106,67 t/h

1384,12 ppm A
4687,47 ppm B 887,27 ppm A
3,56 ppm C 324,82 t/h
1716,24 ppm B
26,04 ppm C

Figura 5.8 – Rede de transferência de massa para o cenário 3


Capítulo 5 118

Este cenário levou a uma redução na captação de água de 762,84 t/h para 732,82 t/h,
ou seja, uma redução equivalente a 3,94%, em relação ao caso base. Novamente
como no primeiro cenário, os valores em vermelho sinalizam as violações de
concentrações máximas, tal como estabelecidas na Tabela 5.7.

A Tabela 5.19 sintetiza os valores das reduções na captação de água e as


concentrações no ponto pinch obtidos para cada componente de referência
considerado. Nota-se que o componente C é o que apresenta uma concentração mais
restritiva no ponto pinch.

Tabela 5.19 – Valores de redução na captação de água e de concentração no pinch,


relativos aos respectivos componentes de referência
Cenário Componente Concentração no pinch (ppm) Redução alcançada (%)
1 C 27,40 4,93
2 A 86,69 -
3 B 50 3,94

Comparando-se os três cenários de máximo reúso apresentados para cada


componente considerado como referência, conclui-se que o primeiro deles, ou seja,
para o componente C, possui a maior redução na captação de água primária. Desse
modo, será considerado este componente na identificação adicional de alternativas na
aplicação do procedimento DFA. Sem inferir qualquer relação, nota-se que a maior
redução foi alcançada na condição mais restritiva do pinch; este resultado valida a
seleção do componente C realizada anteriormente para a condição de referência.
Desse modo, a análise dos cenários subseqüentes levará em conta o componente C
como referência, na busca por alternativas que conduzam ao aprimoramento dos
resultados.

Nas situações apresentadas para máximo reúso, pode-se inferir que o uso do tanque
de petróleo como fonte de água é indiferente, uma vez que este possui qualidade
inferior à entrada das demais operações, desabilitando-o para um potencial e possível
reúso, mesmo nas condições de concentração máxima de entrada. Assim, somente
são fontes (externas) imediatas de água as qualidades fresca e purificada.
Capítulo 5 119

Os resultados obtidos com estes três cenários, particularmente o primeiro e o terceiro,


encontram-se em consonância com a realidade de reaproveitamento hídrico em uma
refinaria. Primeiramente, pelo fato de se prever a alocação de água para a
dessalgadora que, apesar de ser bem flexível quanto à origem dos seus afluentes,
deve ter a sua operacionalidade preservada pelos limites permitidos. Uma outra
possibilidade bastante interessante refere-se ao reúso da corrente de purga da torre
de resfriamento, que normalmente é destinada ao tratamento, embora não raramente
sua qualidade seja favorável ao reúso direto em alguma operação. O sistema de
resfriamento normalmente encontra-se sob os holofotes da redestinação de efluentes
no aspecto prático, da mesma forma que as caldeiras, cuja purga também possui
qualidade suficiente para ser transmitida às outras operações, inserido nos objetivos
de um reúso.

5.3.3. Regeneração de correntes de processo

Cenário 4

Um outro cenário pode ser gerado adotando a corrente que é destinada ao stripper do
problema original como alternativa de regeneração parcial. Para tanto, procura-se
explorar a capacidade regenerativa do stripper existente até a concentração máxima
permitida, para o componente C, cujo valor é tomado com base nas concentrações
máximas de saída das correntes que afluem ao stripper e na sua eficiência de
remoção. A concentração dos componentes na corrente de entrada é obtida através
de um balanço material que agrega as correntes efluentes das operações
dessalgação, lavagem de amônia e destilação, a partir dos valores máximos definidos
na Tabela 5.7. Os valores correspondentes à saída (máximos) são obtidos com base
nas eficiências de remoção da Tabela 5.3, não sendo definidos, portanto, pela carga
mássica da operação, a qual se atrela à vazão limite. Com isso, têm-se os valores
apresentados na Tabela 5.20.
Capítulo 5 120

Tabela 5.20 – Dados de processo da operação stripper


Concentração Concentração
Taxa de
Operação Componente máxima de máxima de Vazão (t/h)
remoção
entrada (ppm) saída (ppm)
Sais (A) 0 1.372,59 1.372,59
Stripper Orgânicos (B) 0,25 6.321,88 4.741,41 106,67
H2S (C) 0,95 91,14 4,557

Por se tratar de uma fonte adicional (externa), o efluente do stripper não é submetido à
análise de deslocamento. As informações da tabela de oportunidades são
apresentadas na Tabela A.1 do Anexo. Cabe lembrar que, embora se considerem os
valores máximos de concentração para a aplicação do DFA, o balanço de componente
no fluxograma é realizado a partir dos valores operacionais dos processos hídricos da
refinaria.

Com isso, o procedimento DFA é gerado com a nova operação, resultando na


estrutura da Figura A.1 do Anexo. Neste cenário, identificam-se reutilizações de parte
da qualidade de água regenerada, em combinação com a água fresca, na
dessalgadora. Uma parcela da água regenerada também é alocada na lavagem de
NH3, em complemento à água fresca; e outra parcela desta combinação destina-se à
lavagem de H2S. A Tabela 5.21 indica as alternativas de reúsos e reciclos propostos
para a nova configuração da rede de transferência de massa, cujo balanço hídrico
deste processo é representado na Figura 5.9.
Capítulo 5 121

Tabela 5.21 – Configuração da rede para o cenário 4 (componente referência C)


ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG Efluente
Fonte de água limpa 35,5 9,334 - - 1,967 7,5 625 - -
Fonte de água purificada - - 19 21 - - - - -
Dreno - - - - - - - - 15
Fonte regenerada (REG) 39,5 3,336 - - 0,703 - - - 63,128
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 -
OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 -
OP3 (destilação) - - - - - - - 19 -
OP4 (caldeira) - - - - - - - - 3
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67
OP6 (uso geral) - - - - - - - - 7,5
OP7 (TR) - - - - - - - - 220
Capítulo 5 122

CAPTAÇÃO

719,30 t/h

ETA

40 t/h 10 ppm A 679,30 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

40 t/h 0,703 t/h


679,30 t/h 50 ppm A
35,5 t/h 15 ppm B
0 ppm C
3,336 t/h 9,334 t/h 10 ppm A 1,967 t/h
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
39,5 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 576,33 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
1763,26 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
1070,27 ppm A 560,07 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0,95 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
3444,57 ppm B 1729,56 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
1,91 ppm C 0,95 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

220 t/h
665 ppm A
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 15 ppm B
0 ppm C
2670,27 ppm A 1150,84 ppm A 200 ppm A
9844,57 ppm B 8181,81 ppm B 5500 ppm B
26,91 ppm C 253,52 ppm C 131,58 ppm C

3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h

106,67 t/h 150 ppm A 651,24 ppm A 996,67 ppm A


50 ppm B 2212,70 ppm B 7015 ppm B
2049,79 ppm A 45 ppm C 656,38 ppm C 29,47 ppm C
8873,22 ppm B
72,47 ppm C TQ

8 15 t/h

135 ppm A
43,54 t/h 45 ppm B
63,13 t/h 400 ppm C

2049,79 ppm A
6654,92 ppm B 923,20 ppm A
3,62 ppm C 311,30 t/h
1550,82 ppm B
26,78 ppm C

Figura 5.9 – Rede de transferência de massa para o cenário 4


Capítulo 5 123

A captação de água da fonte é reduzida de 762,84 t/h para 719,30 t/h (5,71%), quando
se considera a possibilidade de reutilizar o efluente regenerado do stripper. Após a
regeneração, ocorre reciclo nas operações 1 e 2, e reúso na operação 5. Este cenário
destaca-se como mais promissor que as opções geradas nos cenários anteriores (1, 2
e 3).

Cenário 5

Analisando as características dos processos hídricos da refinaria, sugere-se,


inicialmente por inspeção, avaliar o potencial de reaproveitamento de uma corrente
resultante da regeneração de dois dos mais contaminados efluentes com o
componente C. Nas condições operacionais, estas correntes resultam da lavagem de
H2S (OP5) e do dreno do tanque de cru. Como a análise envolve o componente C
como referência, a sua remoção parcial deve ser realizada com o investimento em
stripper. Com isso, a vazão total a ser tratada neste processo equivale a 17,67 t/h, e a
concentração base para a regeneração, de 1194,05 ppm de C, é obtida através de um
balanço a partir das respectivas concentrações máximas.

Assumindo que o stripper possua o mesmo desempenho que o apresentado na Tabela


5.3, observa-se que são necessárias duas unidades em série para que a concentração
se reduza a 2,98 ppm de C, nível este que torne possível lograr um reaproveitamento,
pelo fato de ser inferior às entradas permitidas para determinadas operações.

Após aplicar o procedimento DFA a este caso, tem-se a recomendação das


configurações alternativas das correntes, conforme indicadas na Tabela 5.22.
Tabela 5.22 – Configuração da rede para o cenário 5 (componente referência C)
ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG REG I REG II Efluente
Fonte de água limpa 33,212 9,790 - - 2,063 7,5 625 - - - -
Fonte de água purificada - - 19 21 - - - - - - -
Dreno - - - - - - - - 15 - -
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 - - -

OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 - - -


OP3 (destilação) - - - - - - - 19 - - -
OP4 (caldeira) - - - - - - - - - - 3
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67 - -
OP6 (uso geral) - - - - - - - - - - 7,5
OP7 (TR) - - - - 0,607 - - - - - 192,40
OP8 (Fonte regenerada – REG) - - - - - - - - - - 106,67
REG I - - - - - - - - - 17,67 -
REG II - - - - - - - - - - 17,67
Efluente 24,118 2,880 - - - - - - - - -
Neste cenário, ocorre reutilização total da vazão de água regenerada do novo stripper,
de 17,67 t/h, que, juntamente com parte da purga da TR, complementa a necessidade
paralela da água fresca na dessalgação. Adicionalmente, sugere-se o uso de parte da
purga da TR como complemento às operações de lavagem de NH3 e lavagem de H2S.
A captação de água da fonte é reduzida de 762,84 t/h para 717,56 t/h (5,94%), quando
se considera a possibilidade de reutilizar o efluente regenerado do stripper. Embora
apresente um percentual maior comparativamente às alternativas já alcançadas, tem-
se o ônus do investimento na unidade adicional do stripper.

A Figura 5.10 ilustra o cenário proposto com esta nova estrutura da rede de
transferência de massa.
Capítulo 5 126

CAPTAÇÃO

717,56 t/h

ETA
40 t/h 10 ppm A 677,56 t/h 50 ppm A
1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

40 t/h
677,56 t/h 50 ppm A
33,212 t/h 15 ppm B
0 ppm C
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
24,118 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 189,81 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
171,06 ppm A 143,90 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
17,31 ppm B 19,13 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0,14 ppm C 0,10 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h


150 ppm A 220 t/h
264,72 ppm A 996,67 ppm A
50 ppm B
464,44 ppm B 7015 ppm B 665 ppm A
45 ppm C
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 655,43 ppm C 29,47 ppm C 15 ppm B TQ
0 ppm C
1771,06 ppm A 734,66 ppm A 200 ppm A
6417,31 ppm B 6471,38 ppm B 5500 ppm B 0,607 t/h 15 t/h
25,14 ppm C 252,66 ppm C 131,58 ppm C
135 ppm A
45 ppm B
1368,12 ppm A 17,67 t/h 154,60 ppm A 400 ppm C
106,67 t/h 108,38 ppm B
6260,34 ppm B
71,12 ppm C 438,60 ppm C
REG I
8
17,67 t/h
219,40 t/h
106,67 t/h REG II

1368,12 ppm A
17,67 t/h
4695,26 ppm B 154,60 ppm A
3,56 ppm C 60,96 ppm B
1,10 ppm C 192,40 t/h

910,32 ppm A
309,57 t/h 1797,63 ppm B 665 ppm A
2,38 ppm C 15 ppm B
44,668 t/h 26,998 t/h 0 ppm C

17,67 t/h

463,09 ppm A
33,18 ppm B 327,24 t/h 886,17 ppm A
0,44 ppm C 1702,35 ppm B
2,27 ppm C

Figura 5.10 – Rede de transferência de massa para o cenário 5


Capítulo 5 127

Cenário 6

Para avaliar a influência do processo regenerativo existente, realiza-se um cenário na


qual explora-se a capacidade máxima do stripper, de 150 t/h. Neste sentido, são
agregadas as correntes provenientes das operações OP1, OP2, OP3, OP4, OP5,
OP6, parte da OP7 (15,16 t/h), e do tanque de petróleo, totalizando a capacidade do
stripper. O balanço de componentes é realizado com base nas concentrações
máximas permitidas em cada operação. Desse modo, verifica-se a necessidade de
inclusão de um stripper em série com o existente, para que se alcance a concentração
de 0,5195 ppm de C (máximo) e, assim, possibilitar o reúso e/ou o reciclo nas
operações.

Após a regeneração nos strippers, há reciclo de efluente nas operações 1, 2 e 5,


totalizando toda a contribuição das vazões requeridas por estas operações pelo
efluente regenerado. A captação de água neste cenário é reduzida de 762,84 t/h para
672,50 t/h, correspondente a 11,84%, em relação ao caso base.

A configuração da rede para este cenário é apresentada na Tabela 5.23.


Tabela 5.23 – Configuração da rede para o cenário 6 (componente referência C)
ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG REG I Efluente
Fonte de água limpa - - - - - 7,5 625 - - -
Fonte de água purificada - - 19 21 - - - - - -
Dreno - - - - - - - - 15 -
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 - -

OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 - -


OP3 (destilação) - - - - - - - 19 - -
OP4 (caldeira) - - - - - - - - 3 -
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67 -
OP6 (uso geral) - - - - - - - - 7,5 -
OP7 (TR) - - - - - - - - 15,16 204,84
OP8 (Fonte regenerada – REG) - - - - - - - - 106,67 -
REG I - - - - - - - - - 150
Efluente 75 12,67 - - 2,67 - - - - -
A estruturação do balanço hídrico da rede de distribuição é representada na Figura
5.11.

CAPTAÇÃO

672,5 t/h

ETA
40 t/h 10 ppm A 632,5 t/h 50 ppm A
1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

40 t/h 10 ppm A 632,5 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C
75 t/h

1083,32 ppm A 12,67 t/h 19 t/h 21 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
1377,51 ppm B
1,20 ppm C 1083,32 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 1083,32 ppm A
1377,51 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 50 ppm A 50 ppm A
1377,51 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
1,20 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 1,20 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
1 2 3 4
405 t/h
5 6 7
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h

2670,08 ppm A 1660,85 ppm A 200 ppm A 220 t/h


3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h
7760,32 ppm B 7812,17 ppm B 5500 ppm B 665 ppm A
26,20 ppm C 253,76 ppm C 131,58 ppm C 150 ppm A 1144,99 ppm A 996,67 ppm A 15 ppm B TQ
50 ppm B 1809,76 ppm B 7015 ppm B 0 ppm C
45 ppm C 656,63 ppm C 29,47 ppm C
106,67 t/h 15 t/h
15,16 t/h
2110,24 ppm A 135 ppm A
7363,92 ppm B 45 ppm B
72 ppm C 400 ppm C
106,67 t/h
8
2110,24 ppm A 1654,58 ppm A
5522,94 ppm B 150 t/h 4317,53 ppm B 204,84 t/h
3,60 ppm C 56,62 ppm C

REG I

150 t/h 1654,58 ppm A


3238,15 ppm B
2,83 ppm C
90,34 t/h 354,84 t/h

1083,32 ppm A
1377,51 ppm B 1083,32 ppm A
264,50 t/h
1,20 ppm C 1377,51 ppm B
1,20 ppm C

Figura 5.11 – Rede de transferência de massa para o cenário 6


Capítulo 5 130

Cenário 7

Com base na análise do cenário anterior pelo fluxograma da Figura 5.11, deseja-se
verificar se a inclusão adicional de um stripper em série com os outros, influencia
sobremaneira na exploração de maiores oportunidades de redestinação de correntes,
dada a concentração alcançada. De fato, uma maior qualidade do efluente na saída do
segundo regenerador aumenta as possibilidades de reaproveitamento em um número
maior de operações; porém, o investimento nestes processos pode não levar a
resultados satisfatórios. Para tanto, um novo cenário foi gerado, incluindo a saída do
stripper (REG II) como fonte externa, permitindo obter a configuração definida na
Tabela 5.24.
Tabela 5.24 – Configuração da rede para o cenário 7 (componente referência C)
ORIGEM DESTINO
Vazão (t/h) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 REG REG I REG II Efluente
Fonte de água limpa - - - - - - - - - - -
Fonte de água purificada - - 19 21 - 7,5 625 - - - -
Dreno - - - - - - - - 15 - -
OP1 (dessalgação) - - - - - - - 75 - - -
OP2 (lavagem de NH3) - - - - - - - 12,67 - - -
OP3 (destilação) - - - - - - - 19 - - -
OP4 (caldeira) - - - - - - - - 3 - -
OP5 (lavagem de H2S) - - - - - - - - 2,67 - -
OP6 (uso geral) - - - - - - - - 7,5 - -
OP7 (TR) - - - - - - - - 15,16 - 204,84
OP8 (Fonte regenerada – REG) - - - - - - - - 106,67 - -
REG I - - - - - - - - - 150 -
REG II - - - - - - - - - - 150
Efluente 75 12,67 - - 2,67 - - - - - -
Os balanços da rede estão representados na Figura 5.12. Nota-se que os reciclos e,
conseqüentemente, a redução no consumo hídrico, equivalem aos do cenário anterior,
indicando que a influência adicional de um único stripper é mais adequada, certamente
em termos de custo. Também se alcançou neste caso uma redução na captação
correspondente a 11,84%, em relação ao caso base. Este percentual de redução
encontra-se abaixo do que se poderia prever como justificativa para o investimento na
instalação adicional de dois strippers, de forma que se viabilize o reúso e o reciclo. O
tempo de retorno do investimento seria alto, em princípio, o que inviabilizaria
economicamente a proposta frente às demais; no entanto, somente uma avaliação
mais criteriosa poderia recomendar ou não esta alternativa. Trata-se, portanto, de um
cenário desvantajoso, com baixa perspectiva econômica.
Capítulo 5 133

CAPTAÇÃO

672,5 t/h

ETA
40 t/h 10 ppm A 632,5 t/h 50 ppm A
1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

40 t/h 10 ppm A 632,5 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C
75 t/h

1083,32 ppm A 12,67 t/h 19 t/h 21 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
995,61 ppm B
0,06 ppm C 1083,32 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 1083,32 ppm A
995,61 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 50 ppm A 50 ppm A
995,61 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
0,06 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0,06 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
1 2 3 4
405 t/h
5 6 7
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h

2670,08 ppm A 1660,84 ppm A 200 ppm A 220 t/h


3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h
7394,48 ppm B 7446,73 ppm B 5500 ppm B 665 ppm A
25,06 ppm C 252,62 ppm C 131,58 ppm C 150 ppm A 1144,99 ppm A 996,67 ppm A 15 ppm B TQ
50 ppm B 1443,92 ppm B 7015 ppm B 0 ppm C
45 ppm C 655,49 ppm C 29,47 ppm C
106,67 t/h 15 t/h
15,16 t/h
2110,24 ppm A 135 ppm A
7063,24 ppm B 45 ppm B
71,06 ppm C 400 ppm C
106,67 t/h
8
2110,24 ppm A 1654,58 ppm A
5297,43 ppm B 150 t/h 4150,65 ppm B 204,84 t/h
3,55 ppm C 53,14 ppm C
150 t/h
REG I REG II
1654,58 ppm A
3112,99 ppm B 1654,58 ppm A
2,66 ppm C 2334,74 ppm B
150 t/h 0,133 ppm C
90,34 t/h 354,84 t/h

1083,32 ppm A
995,61 ppm B 1083,32 ppm A
264,50 t/h
0,06 ppm C 995,61 ppm B
0,06 ppm C

Figura 5.12 – Rede de transferência de massa para o cenário 7


Capítulo 5 134

Cenário 8

O estudo de caso no qual se estrutura este Capítulo é uma adaptação da abordagem


de um problema envolvendo uma refinaria de petróleo segundo os trabalhos de Huang
et al. (1999) e Ullmer et al. (2005). Os dados foram obtidos e tratados a partir de
informações disponíveis nestes trabalhos, que permitiram adotar um procedimento
para adaptar às necessidades do emprego da metodologia do DFA na identificação de
oportunidades de reutilizações, conforme apresentado no presente Capítulo.

Um cenário mais realista pode ser gerado se for desconsiderada a necessidade do


uso de um stripper para tratar as correntes oriundas da dessalgação, lavagem de NH3
e destilação. Embora o problema original inclua este processo no fluxograma, a
quantidade extremamente baixa do componente H2S na entrada deste processo, que
tem como uma das principais finalidades a sua remoção da corrente, torna totalmente
dispensável o seu emprego, destituindo qualquer justificativa econômica. Assim, para
contornar esta inconveniência, é apresentado um cenário, semelhante ao cenário 1, na
ausência do stripper, conforme visto na Figura 5.13, correspondente ao balanço
hídrico da rede. A redução na captação é de 4,93%, semelhante ao cenário 1.
Capítulo 5 135

CAPTAÇÃO

725,26 t/h

ETA
40 t/h 10 ppm A 685,26 t/h 50 ppm A
1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

40 t/h
685,26 t/h 50 ppm A
40, 909 t/h 15 ppm B
0 ppm C
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
34,091 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 189,81 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
329,55 ppm A 189,79 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
15 ppm B 15 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h


220 t/h
1929,55 ppm A 780,56 ppm A 200 ppm A
6415 ppm B 6467,25 ppm B 5500 ppm B 665 ppm A
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C 15 ppm B
0 ppm C
0,607 t/h

106,67 t/h

1485 ppm A 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h


6258,23 ppm B TQ
71 ppm C 150 ppm A 264,72 ppm A 996,67 ppm A
50 ppm B 464,44 ppm B 7015 ppm B
45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C 15 t/h
36,971 t/h
135 ppm A
665 ppm A 45 ppm B
15 ppm B 182,42 t/h 400 ppm C
0 ppm C

915,25 ppm A
317,26 t/h
2285,13 ppm B
49,42 ppm C

Figura 5.13 – Rede de transferência de massa para o cenário 8


Capítulo 5 136

5.3.4. Custos das propostas de reutilização de correntes

Em problemas que envolvem sistemas hídricos é bastante comum avaliar o


desempenho dos processos com base em critérios como a minimização da captação
de água limpa (na qualidade de água bruta), de descarte de efluentes, da carga de
contaminantes do efluente final, ou a minimização do efluente destinado ao
tratamento. Paralelamente, os critérios econômicos assumem, em muitos casos, a
importante tarefa de selecionar a melhor (ou talvez, a mais adequada) alternativa,
dentre um número enorme de possibilidades. Neste sentido, a atratividade econômica
proporcionada por um empreendimento é um fator que seguramente contribui para
nortear a seleção técnica ou mesmo decidir sobre a continuidade das análises
subseqüentes de uma determinada proposta.

Com a finalidade de mensurar o desempenho das redes propostas com o


procedimento DFA, são utilizados dois índices de mérito: a minimização do consumo
de água e a redução nos custos totais, em base anual, e para cada cenário de
reutilização. Neste estudo, adotou-se a metodologia para o cálculo dos custos totais
baseada nos trabalhos de Takama et al. (1980) e Wang e Smith (1994a).

O custo de investimento refere-se ao conjunto de recursos financeiros destinados à


instalação de um empreendimento, como uma unidade industrial, atendendo aos
padrões de escala que o condicionem à operação comercial. É formado pelas parcelas
referentes ao investimento fixo, ao capital de giro e ao investimento para a partida da
planta. O investimento fixo representa o aporte necessário à aquisição e à instalação
dos equipamentos do processo. O investimento total pode ser calculado com base na
estimativa do investimento fixo que, por sua vez, é obtido a partir do custo total dos
equipamentos. O capital de giro é um investimento adicional que tem o objetivo de
tornar realidade a operação comercial do projeto, até a geração da primeira receita,
bem como atender às necessidades de produção no caso de eventuais paradas da
planta. Refere-se a insumos, mão-de-obra e despesas fixas, ou seja, estoques de
bens tangíveis e provisões de caixa. O investimento para a partida da planta é
reservado para a realização de possíveis modificações de processo visando atender
às especificações do projeto, à mão-de-obra adicional para a partida e à perda de
rendimento durante a eliminação de imperfeições nas linhas de processamento.
Capítulo 5 137

Os custos operacionais referem-se aos custos e despesas incorridos durante a


operação regular de uma unidade industrial. Compreendem os custos de produção
propriamente ditos, diretamente relacionados com a planta e proporcionais à
produção, incluindo matéria-prima, utilidades, manutenção, suprimentos operacionais,
mão-de-obra operacional e de supervisão, utilização de laboratórios e patentes;
despesas gerais e administrativas; impostos incidentes sobre os produtos da planta;
depreciação e amortização legal das instalações, que não constituem propriamente
um custo.

Sendo assim, o custo total anual refere-se ao somatório das contribuições do custo
operacional (águas primárias, tratamento final do efluente e processos regenerativos)
e de investimento (processos regenerativos, incluída a depreciação). Não são
considerados aqui os custos de investimento em tubulações, misturadores e divisores
de correntes.

As correlações de custos envolvem a parcela correspondente à regeneração,


conforme apresentadas na Tabela 5.25, onde fr representa a vazão de água
regenerada no stripper, em t/h. Considera-se uma operação anual do sistema (OPA) de
8.600 horas/ano, e um fator de anualização (depreciação anual, d) para o custo de
investimento de 0,1. A captação de água (fACAP) é composta pelas qualidades de água
purificada (fAPUR) e fresca (fAFR), geradas na estação de tratamento de água (ETA), ao
custo de 0,3 $/t e 0,1 $/t, respectivamente. O efluente descartado no corpo receptor é
tributado em cerca de 0,03 $/t, sendo a vazão o principal parâmetro analisado, embora
se exija o atendimento aos limites permitidos pela legislação. Entretanto, o objetivo
aqui é analisar a influência do reaproveitamento das correntes no processo. Não são
incorporados os custos com o tratamento final, o que somente será realizado na
avaliação dos cenários com a inclusão da estação de tratamento de efluentes.

Tabela 5.25 – Correlações de custos (adaptado de Takama et al., 1980)


Custo de investimento Custo operacional
(U$) (U$/h)
Regeneração (stripper) 16.800 x fr0,7 1,0 x fr
Água purificada - 0,3 $/t
Água fresca - 0,1 $/t 1
Efluente de descarte - 0,03 $/t
1
Estimativa realizada para a ponderação do custo de qualidade
Capítulo 5 138

O custo operacional anual (COPA) é o somatório do custo operacional (COP), da água


captada (CACAP) – considera-se incluso o custo pela concessão de água, distribuídos
entre as qualidades freca e purificada – e da água contaminada relativo ao descarte
(CAC), em $/ano. O custo total de investimento anual (CIA), em $/ano, é o custo de
investimento (CI) com amortização, ou seja, deduzido a depreciação anual.

As parcelas correspondentes aos custos operacionais e de investimento totalizam os


custos totais anuais (CTA), conforme definidos pelas Equações 5.4 a 5.11.

COPA = COP + CACAP + CAC (5.4)

CIA = CI . d (5.5)

CTA = COPA + CIA (5.6)

CACAP = CAPUR + CAFR (5.7)

fACAP = fAPUR + fAFR (5.8)

CAPUR = 0,3 . fAPUR . OPA (5.9)

CAFR = 0,1 . fAFR . OPA (5.10)

CAC = 0,03 . fAC . OPA (5.11)

onde fACAP é a vazão de água captada; e fAC a vazão de água contaminada (adotada
como efluente final, em qualquer concentração, dentro de seu limite).

Tanto no cenário base como nos cenários de 1 a 7, considera-se que o stripper já


exista na planta, ou seja, somente é acrescido o seu custo operacional. Já nos
cenários 5, 6 e 7, onde são adotados strippers adicionais, incorporam-se as
respectivas contribuições não apenas do custo operacional, como também de
investimento nestes processos. O cenário 8 exclui o stripper original da planta,
destituindo o seu custo operacional considerado no cenário 1.
Capítulo 5 139

A Tabela 5.26 reúne a avaliação dos custos totais envolvidos em cada alternativa
gerada, associado às respectivas reduções no consumo de água (captação). Nota-se
que o cenário de menor custo (cenário 6) alcançou a maior redução no consumo
hídrico. Vale ressaltar o investimento adicional em um stripper no referido cenário, o
que permitiu reutilizar uma grande parcela de seu efluente em outras operações.
Evidentemente que a distinção de custo entre os cenários 6 e 7 deve-se ao
investimento nos processos regenerativos, embora tenham atingido a mesma redução
na vazão de água captada. É interessante notar que a perspectiva inicial de que o
cenário 7 tivesse impacto econômico negativo realmente mostrou uma menor
atratividade frente aos demais; porém, em termos de redução nos custos, superou o
cenário 3, isso em função do maior reaproveitamento experimentado, com a
conseqüente redução no consumo de água. Em relação ao cenário 8, em que
desconsidera o stripper na configuração original, pelos motivos outrora colocados, não
provocou alterações nos respectivos custos. No primeiro caso, considera-se que o
stripper já exista na planta, ou seja, não há a contribuição do investimento, porém
deve-se incluir o seu custo operacional, o que levou a uma pequena diferença nos
valores dos custos, muito embora não tenha levado a uma sensível redução nos
custos totais.

Tabela 5.26 – Estimativa de custos para os cenários de reutilização de efluentes


levantados na ausência da ETDI
Cenário Vazão de água Vazão de Redução na Custo total Redução nos
captada (t/h) descarte (t/h) captação (%) anual ($/ano) custos (%)
Base 762,84 354,84 - 967.290,190 -
(1) 725,26 317,26 4,93 774.483,350 19,93
(2) 762,84 354,84 0 967.290,190 0
(3) 732,82 324,82 3,94 892.637,030 7,72
(4) 719,30 311,30 5,70 767.820,070 20,62
(5) 717,56 327,24 5,93 795.555,996 17,75
(6) 672,50 264,50 11,84 771.697,350 20,22
(7) 672,50 264,50 11,84 827.897,037 14,41
(8) 725,26 317,26 4,93 774.376,680 19,94
Capítulo 5 140

A Figura 5.14 expõe melhor a diferença entre os custos totais obtidos em cada cenário
analisado.

1,20
Custo total anual (MM $/ano)

0,90

0,60

0,30

0,00
Base 1 2 3 4 5 6 7 8
Cenário

Figura 5.14 – Custo total anual estimado para cada cenário

5.3.5. Considerações parciais sobre o estudo de caso

As peculiaridades deste problema são influenciadas sobremaneira pelo baixo conjunto


de qualidade dos efluentes gerados nas operações, aliado a relativamente alta
qualidade requerida na entrada destas operações, o que cerceia a identificação das
reais oportunidades de reutilização de correntes. De certo modo, este tipo de problema
enquadra-se na iminente realidade de se processar cargas mais pesadas, com alto
teor de contaminantes, gerando reflexos imediatos na qualidade dos efluentes. De
outro lado, está a questão do conceito de efluente zero, ligado a eco-eficiência dos
processos, que, amparado pelas exigências da legislação, vem forçando as indústrias
a implantarem programas de racionalização do consumo hídrico e da geração de
efluentes.

Dentre os cenários estudados até o presente, a alternativa 6 desponta-se bastante


promissora, com redução na captação em torno de 12%, acompanhada de 20% na
redução dos custos iniciais. Entretanto, neste cenário, assim como nos demais, ocorre
violação de alguns componentes na entrada das operações, em função dos reúsos
estabelecidos, com reflexos nos limites de concentração na saída. Quando isto ocorre,
podem-se sugerir duas formas de solucionar o problema. A primeira delas seria
Capítulo 5 141

aumentar a quantidade de água captada, que, por ser mais limpa, dilui o efluente,
diminuindo a sua concentração. Esta é a medida mais imediata, porém incide sobre o
aumento do volume de água e, em um cenário de propostas de reutilizações, pode
levar a um consumo hídrico maior do que o da configuração original (sem reúsos). A
outra solução sugerida neste trabalho é estabelecer um reordenamento das correntes
internas que influem nas concentrações de entrada das operações em que ocorra
violação. Com efeito, é possível solucionar o problema quando em um ponto de
mistura de correntes pode-se diminuir a contribuição (vazão) da corrente mais
concentrada no componente que viola e aumentar uma outra que possua menor
quantidade do referido componente. Isto sem alterar a vazão total. Esta medida,
inclusive, pode ser a primeira tentativa de solucionar o problema. Caso não se atinja o
limite de concentração desejado, resigna-se com o aumento da vazão de água limpa.

Outra medida para resolver este problema de violação de concentração limite nas
operações é o emprego de regeneradores no processo, para a remoção parcial e
diferenciada de componentes. O ônus desta medida deve ser avaliado em função dos
custos totais com o investimento nestes processos.

Os processos regenerativos, quando instalados dentro da área de processamento (in-


plant-design), possuem um custo (operacional e de instalação) que deve ser avaliado
de acordo com a desejável regeneração (normalmente parcial) do efluente, de forma
que se justifique pela necessidade de reúso e/ou reciclo. Neste caso, a ETDI pode
desempenhar um papel de redução de custos adicionais, uma vez que os
equipamentos já se encontram instalados, e a sua utilidade como regeneradora dentro
do processo pode ser justificada, sendo necessário apenas um reordenamento de
correntes, demandando investimento em tubulação e bombas. Contrariamente, se a
carga enviada para tratamento aumentar, os custos acompanharão esta tendência, e a
inclusão do processo pode não ser justificada, a julgar pela avaliação econômica sobre
a qual deve estar amparada.

Neste trabalho, também se propõe que a recuperação da qualidade dos efluentes


pode ser realizada com o auxílio da própria estação de tratamento de despejos
industriais, disponível na refinaria. Sem avaliar os aspectos técnico-econômicos
relativos a distância entre as unidades, o que influi no investimento em tubulações e
bombas, procura-se demonstrar a viabilidade frente à necessidade de instalação de
Capítulo 5 142

novos regeneradores. Calcado nas premissas mencionadas, o próximo passo é


acoplar aos processos hídricos da refinaria do estudo de caso uma unidade
simplificada e representativa de tratamento de efluentes, com o objetivo de analisar as
diferentes possibilidades de recuperação da qualidade do efluente no processo.

5.3.6. O tratamento de efluentes (ETDI)

O tratamento centralizado agrega um conjunto de correntes de efluentes das diversas


operações e o encaminha para uma central de tratamentos. Em sistemas
multicomponentes, esta prática tem a desvantagem de estabelecer não somente a
diluição do efluente como também uma maior vazão a ser tratada, elevando
conseqüentemente os custos operacionais e de investimento (McLaughlin et al., 1992;
Wang e Smith, 1994a).

No outro extremo, encontra-se o conceito de tratamento distribuído (descentralizado),


onde as unidades são dispostas em configurações em série e/ou paralelo, permitindo
segregar o tratamento das correntes de acordo com os diferentes processos de
remoção adequados para cada contaminante. Desse modo, pode-se direcionar as
correntes que requerem níveis de tratamento similares, o que dispensa a necessidade
de se tratar toda a vazão do efluente. Em tal caso, a mistura do efluente somente
ocorre quando esta necessidade se torna adequada, resguardando aspectos relativos
à economia de escala (Wang e Smith, 1994a). Quando a motivação do tratamento
distribuído de efluentes prioriza a identificação de possibilidades de reúso, tem-se um
processo regenerativo, cuja finalidade está em reduzir o consumo hídrico pelo
reaproveitamento de novas fontes alternativas. O tão almejado descarte zero, com a
integral recirculação hídrica nos processos, é uma situação na qual não mais ocorre
despejo de efluentes líquidos no meio ambiente (receptor final). O reúso e/ou reciclo
de efluentes nestas condições acarreta uma contínua concentração de contaminantes
no sistema, com reflexos diretos no aumento de custos; trata-se, portanto, de uma
medida com efeito mais propagandista do que um benefício resultante de uma
provável eficiência prática.

A menor vazão tratada deve levar a uma diminuição dos custos totais (capital e
operacional) de tratamento, pelo fato destes serem proporcionais à vazão de descarte
Capítulo 5 143

do efluente (Eckenfelder, 2000). Naturalmente que a concentração de descarte é um


parâmetro de grande importância, aliado à sua vazão. Assim, mantendo a assimilação
da carga de contaminante, reduzir a concentração no efluente significa aumentar o
custo com o seu tratamento, em sistemas com múltiplos componentes.

No contexto do presente trabalho, os efluentes gerados nos processos de refino do


presente estudo de caso são enviados para tratamento e ajuste de concentração de
contaminantes para descarte no corpo receptor (rio), através da ETDI. Os processos
de recuperação da qualidade do efluente são adaptados ao fluxograma original
seguindo as reais características de uma estação de tratamento de despejos de uma
refinaria. É importante destacar que os efluentes gerados nos diversos processos
possuem, normalmente, qualidades bastante distintas, e são, na maioria dos casos,
misturados antes de serem encaminhados a uma ETDI. Essa aglutinação de
contaminantes torna mais difícil o tratamento, sendo mais conveniente segregar os
efluentes de modo a tratar a parcela individualmente e recuperar o componente
passível de reutilização na própria fonte geradora. Nesta vertente, é bastante difundido
que as refinarias tratam os seus efluentes de acordo com a concepção de fim de tubo
(end-of-pipe), agregando as correntes para submissão aos processos da clássica
seqüência de tratamento preliminar, primária, secundária e/ou terciária, conforme
discutido no Capítulo 3 desta Dissertação.

A Figura 5.15 esquematiza a seqüência de processos de tratamento de efluentes


definida para o presente estudo de caso de uma refinaria. Os efluentes advindos dos
diferentes processos são centralizados para tratamento na ETDI, passando
primeiramente por um separador API, cujo efluente é destinado a um flotador a ar
dissolvido; em seguida, o efluente é submetido ao tratamento biológico de lodos
ativados, sendo posteriormente enviado ao nível terciário para adequação do efluente
final. Considera-se que o diagrama de blocos apresentado incorpore todos os
equipamentos que integram os referidos processos, para efeito de análise. Em cada
etapa, entretanto, avalia-se a possibilidade de reutilização do efluente, através das
características necessárias aos processos candidatos, bem como o nível permitido
para o descarte no corpo receptor.
Capítulo 5 144

SEPARADOR FLOTAÇÃO A AR LODO


Efluente API DISSOLVIDO Reúso ou
ATIVADO
não tratado descarte

Reúso ou Reúso ou
descarte descarte

Figura 5.15 – Esquema da seqüência de processos de tratamento de efluentes


proposto para a refinaria em estudo

A Tabela 5.27 apresenta as eficiências de remoção relativa aos principais processos


representativos da ETDI envolvidos neste estudo de caso, para a parcela de efluentes
líquidos para cada contaminante presente. O cálculo dos limites permitidos para cada
operação é realizado com base nos valores de entrada na ETDI, através de balanço
material, resultante da combinação dos efluentes originários dos diferentes processos
que os geraram, nas condições máximas de concentração. Com isso, assume-se que
os limites operacionais dos processos regenerativos estejam vinculados aos limites
estabelecidos pelos processos hídricos da atividade de refino (Tabela 5.7). Já a vazão
máxima atrela-se ao valor limite permitido para operar na ETDI (400 t/h). No caso da
flotação a ar dissolvido, ocorre perda de água, levando à concentração de sais. Como
este valor de perda é muito baixo (0,5%, de acordo com o problema tratado por Ullmer
et al., 2005), admite-se, para simplificação do problema, que sua taxa de remoção seja
nula, não sendo, portanto, afetada.
Capítulo 5 145

Tabela 5.27 – Dados de eficiência de remoção de contaminantes dos processos da


ETDI
Eficiência de
Operação Componente Vazão máxima (t/h)
remoção
Sais (A) 03
(9) Separador API Orgânicos (B) 0,55 1 400
H2S (C) 01
Sais (A) 03
(10) Flotação a ar dissolvido Orgânicos (B) 02 400
H2S (C) 0,90 2
Sais (A) 03
(11) Lodo ativado Orgânicos (B) 0,80 3 400
4
H2S (C) 0,90

1
Huang et al. (1999)
2
Ullmer et al. (2005)
3
Valor estimado a partir de informações técnicas da PETROBRAS, refletindo a realidade do processo no
ambiente industrial
4
Gunaratnam et al. (2005)

5.3.7. Tratamento centralizado

Cenário 9

A Figura 5.16 ilustra o esquema do fluxograma geral dos processos hídricos da


refinaria em estudo, incorporado à ETDI (limitada pela linha tracejada), com os
respectivos balanços materiais nas condições operacionais. O fluxograma exclui o
emprego do stripper como regenerador parcial, pelos motivos já expostos.
Capítulo 5 146

CAPTAÇÃO

762,84 t/h

ETA

127,67 t/h 10 ppm A 635,17 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

127,67 t/h 10 ppm A 635,17 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 21 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
10 ppm A 10 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A
1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 50 ppm A 50 ppm A 50 ppm A
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
1 2 3 4 405 t/h
5 6 7
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h
3 t/h
220 t/h
1610 ppm A 601 ppm A 200 ppm A
6401 ppm B 6453,25 ppm B 5500 ppm B 150 ppm A 2,67 t/h 7,5 t/h
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C 665 ppm A
50 ppm B 15 ppm B
45 ppm C 124,91 ppm A 996,67 ppm A 0 ppm C
TQ
106,67 t/h 464,44 ppm B 7015 ppm B
655,43 ppm C 29,47 ppm C 15 t/h
1239 ppm A
6246,72 ppm B 135 ppm A
71 ppm C 45 ppm B
400 ppm C

813,74 ppm A
354,84 t/h
2041,24 ppm B
44,19 ppm C
354,84 t/h
354,84 t/h 354,84 t/h
9 10 11
RIO
813,74 ppm A 813,74 ppm A 813,74 ppm A
918,56 ppm B 918,56 ppm B 183,71 ppm B
44,19 ppm C 4,42 ppm C 0,442 ppm C

ETDI

Figura 5.16 – Esquema do fluxograma geral dos processos hídricos da refinaria em


estudo, incorporado à ETDI
Capítulo 5 147

Cenário 10

Os valores relativos à concentração de descarte alcançada na saída da ETDI


ultrapassam o limite estabelecido para o componente A, representativo de cloretos
(250 ppm – Tabela 5.4). Sendo assim, uma nova configuração é levantada, com a
inclusão de um sistema de osmose inversa que permita remover a concentração salina
dentro dos limites aceitáveis, sem gerar impacto ambiental decorrente desta situação.
Entretanto, em termos práticos, a implantação de um sistema de osmose inversa deve
ser precedida das etapas de filtração, microfiltração e ultrafiltração, instalados após o
processo de lodos ativados, a fim de evitar um possível entupimento de sólidos nos
poros da membrana, e que ainda estão presentes no efluente. Nesta nova
configuração, considera-se que o sistema de osmose inversa já incorpore estas etapas
intermediárias a partir do tratamento biológico, não sendo, portanto, explicitadas na
representação da ETDI para este estudo. Além disso, vale ressaltar que não se
considera aqui o rejeito da osmose, efluente concentrado em sais; nesse caso, é
possível vislumbrar uma redestinação deste efluente para a entrada da ETDI,
combinada às correntes que chegam, por exemplo, após submetê-lo a um tratamento
prévio para recuperação parcial de sua qualidade; com isso, tem-se uma atenuação de
seu impacto ambiental. A Figura 5.17 esquematiza a seqüência do tratamento
ampliado pelo processo de osmose inversa, inserido no sistema de tratamento
terciário, e cujas eficiências de remoção encontram-se na Tabela 5.28.

SEPARADOR FLOTAÇÃO A AR LODO TRATAMENTO


Efluente API DISSOLVIDO ATIVADO TERCIÁRIO
não tratado
Reúso ou
descarte
Reúso ou Reúso ou Reúso ou
descarte descarte descarte

Figura 5.17 – Esquema da seqüência de processos de tratamento de efluentes


proposto para a refinaria em estudo
Capítulo 5 148

Tabela 5.28 – Dados de eficiência de remoção do processo de osmose inversa (Ullmer


et al., 2005)
Operação Componente Eficiência de remoção Vazão máxima (t/h)
(12) Sais (A) 0,99
Osmose Orgânicos (B) 0,60 400
inversa H2S (C) 0,20

A Figura 5.18 apresenta a configuração do balanço hídrico da rede proposta, nas


condições operacionais.
Capítulo 5 149

CAPTAÇÃO

762,84 t/h

ETA

127,67 t/h 10 ppm A 635,17 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

AP AF

127,67 t/h 10 ppm A 635,17 t/h 50 ppm A


1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 21 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
10 ppm A 10 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A
1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 1 ppm B 50 ppm A 50 ppm A 50 ppm A
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
1 2 3 4 405 t/h
5 6 7
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h
3 t/h
220 t/h
1610 ppm A 601 ppm A 200 ppm A
6401 ppm B 6453,25 ppm B 5500 ppm B 150 ppm A 2,67 t/h 7,5 t/h
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C 665 ppm A
50 ppm B 15 ppm B
45 ppm C 124,91 ppm A 996,67 ppm A 0 ppm C
TQ
106,67 t/h 464,44 ppm B 7015 ppm B
655,43 ppm C 29,47 ppm C 15 t/h
1239 ppm A
6246,72 ppm B 135 ppm A
71 ppm C 45 ppm B
400 ppm C

813,74 ppm A
354,84 t/h
2041,24 ppm B
44,19 ppm C
354,84 t/h 354,84 t/h
354,84 t/h 354,84 t/h
9 10 11 12
RIO
813,74 ppm A 813,74 ppm A 813,74 ppm A 8,14 ppm A
918,56 ppm B 918,56 ppm B 183,71 ppm B 73,48 ppm B
44,19 ppm C 4,42 ppm C 0,442 ppm C 0,354 ppm C

ETDI

Figura 5.18 – Esquema geral dos processos com a ETDI, inclusive a osmose inversa

Os valores das concentrações de descarte alcançados após o processo de osmose


inversa atendem aos limites estabelecidos pela legislação, tais como mostrados na
Tabela 5.4.
Capítulo 5 150

Cenário 11

Na análise dos cenários propostos sem a incorporação da ETDI, o resultado


alcançado pelo cenário 8 levou à redução nos custos em torno de 20%. Embora a
captação de água seja menor comparativamente ao cenário 6, não há custo envolvido
pela presença de um stripper. Com base nisso, selecionou-se esta proposta para
estabelecer o uso da ETDI para ajustar as concentrações de descarte do efluente final.
O cenário preliminar é apresentado na Figura 5.19. Primeiramente, realiza-se o
balanço hídrico com a ausência da osmose inversa na ETDI. Verifica-se que a
concentração do componente A não se enquadra nos limites permitidos para o
descarte (ressaltado em vermelho na saída da operação 11 – Figura 5.19).
Capítulo 5 151

CAPTAÇÃO

725,26 t/h

ETA
50 ppm A
40 t/h 10 ppm A 685,26 t/h 15 ppm B
1 ppm B 0 ppm C
0 ppm C

AP AF
685,26 t/h
40, 909 t/h 40 t/h 50 ppm A
15 ppm B
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h 0 ppm C
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
34,091 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 189,81 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
329,55 ppm A 189,79 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
15 ppm B 15 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 220 t/h


1929,55 ppm A 780,56 ppm A 200 ppm A 665 ppm A
6415 ppm B 6467,25 ppm B 5500 ppm B 15 ppm B
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C 0 ppm C
0,607 t/h

106,67 t/h 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h TQ


1485 ppm A 150 ppm A 264,72 ppm A 996,67 ppm A
6258,23 ppm B 50 ppm B 464,44 ppm B 7015 ppm B 15 t/h
71 ppm C 45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C
36,971 t/h 135 ppm A
45 ppm B
665 ppm A 400 ppm C
15 ppm B 182,42 t/h
0 ppm C
317,26 t/h 915,25 ppm A
2285,13 ppm B
49,42 ppm C

317,26 t/h
317,26 t/h 317,26 t/h
9 10 11 RIO

915,25 ppm A 915,25 ppm A 915,25 ppm A


1028,31 ppm B 1028,31 ppm B 205,66 ppm B
49,42 ppm C 4,94 ppm C 0,494 ppm C
ETDI

Figura 5.19 – Rede de transferência de massa com base no cenário 8, incluindo a


ETDI (sem osmose inversa)
Capítulo 5 152

Cenário 12

Considerando agora a inclusão do sistema de osmose inversa à ETDI, tem-se o


balanço hídrico da rede de distribuição, conforme a Figura 5.20. Somente após a
inclusão da osmose é possível restabelecer a concentração de todos os componentes
em níveis permitidos para descarte no corpo receptor.
Capítulo 5 153

CAPTAÇÃO

725,26 t/h

ETA
50 ppm A
40 t/h 10 ppm A 685,26 t/h 15 ppm B
1 ppm B 0 ppm C
0 ppm C

AP AF
685,26 t/h
40, 909 t/h 40 t/h 50 ppm A
15 ppm B
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h 0 ppm C
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
34,091 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 189,81 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
329,55 ppm A 189,79 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
15 ppm B 15 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 220 t/h


1929,55 ppm A 780,56 ppm A 200 ppm A 665 ppm A
6415 ppm B 6467,25 ppm B 5500 ppm B 15 ppm B
25 ppm C 252,56 ppm C 131,58 ppm C 0 ppm C
0,607 t/h

106,67 t/h 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h TQ


1485 ppm A 150 ppm A 264,72 ppm A 996,67 ppm A
6258,23 ppm B 50 ppm B 464,44 ppm B 7015 ppm B 15 t/h
71 ppm C 45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C
36,971 t/h 135 ppm A
45 ppm B
665 ppm A 400 ppm C
15 ppm B 182,42 t/h
0 ppm C
317,26 t/h 915,25 ppm A
2285,13 ppm B
49,42 ppm C

317,26 t/h 317,26 t/h


317,26 t/h 317,26 t/h
9 10 11 12 RIO
915,25 ppm A 915,25 ppm A 915,25 ppm A
1028,31 ppm B 1028,31 ppm B 9,15 ppm A
205,66 ppm B 82,26 ppm B
49,42 ppm C 4,94 ppm C 0,494 ppm C
ETDI 0,395 ppm C

Figura 5.20 – Rede de transferência de massa a partir do cenário 8, incluindo a ETDI


(com osmose inversa)
Capítulo 5 154

Cenário 13

Colocando a possibilidade de se reutilizar o efluente final da ETDI, sem o sistema de


osmose inversa, verifica-se que a qualidade da corrente somente permite reciclar o
efluente para a torre de resfriamento (TR – OP7), atendendo às concentrações
máximas de entrada de todos os componentes. Por essa razão, considera-se um novo
cenário sem a inclusão do sistema de osmose inversa à ETDI, e estabelecendo um
reúso na TR, a partir da saída do processo de lodo ativado. A Figura 5.21 apresenta o
balanço hídrico da rede com a nova configuração.
Capítulo 5 155

CAPTAÇÃO

408 t/h

ETA
50 ppm A
40 t/h 10 ppm A 368 t/h 15 ppm B
1 ppm B 0 ppm C
0 ppm C

AP AF
368 t/h
40, 909 t/h 40 t/h 50 ppm A
15 ppm B 307,74 t/h 317,26 t/h
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h 0 ppm C
1 ppm B
0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
34,091 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 343,07 ppm A 50 ppm A 724,13 ppm A


21 t/h
37,72 ppm B 15 ppm B 114,95 ppm B
635,97 ppm A 343,03 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0,057 ppm C 0 ppm C 0,252 ppm C
60,43 ppm B 37,72 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0,114 ppm C 0,057 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

220 t/h
75 t/h 12,67 t/h 19 t/h
1339,13 ppm A
2235,97 ppm A 933,80 ppm A 200 ppm A 114,95 ppm B
6460,43 ppm B 6489,97 ppm B 5500 ppm B 0,252 ppm C
25,11 ppm C 252,62 ppm C 131,58 ppm C
0,607 t/h

106,67 t/h 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h TQ


1418,66 ppm A 150 ppm A 417,98 ppm A 996,67 ppm A
6292,87 ppm B 50 ppm B 487,16 ppm B 7015 ppm B 15 t/h
71,10 ppm C 45 ppm C 655,49 ppm C 29,47 ppm C
36,971 t/h 135 ppm A
45 ppm B
1339,13 ppm A 400 ppm C
114,95 ppm B 182,42 t/h
0,252 ppm C
317,26 t/h 1382,71 ppm A
2354,43 ppm B
49,60 ppm C

317,26 t/h
317,26 t/h 317,26 t/h
9 10 11 RIO

1382,71 ppm A 1382,71 ppm A 1382,71 ppm A


1059,49 ppm B 1059,49 ppm B 211,90 ppm B
49,60 ppm C 4,96 ppm C 0,496 ppm C
ETDI

Figura 5.21 – Rede de transferência de massa para o cenário 13


Capítulo 5 156

Observa-se que se trata de um caso de descarte zero, famigerado e tão almejado


pelos programas de efluente zero (ZD - zero discharge) das Gerências de Meio
Ambiente das indústrias. A redução na captação corresponde a aproximadamente
46%. Por trás desta desejada realização, encontra-se a real possibilidade de acúmulo
de contaminantes não removidos na regeneração, em função do reciclo estabelecido
no processo. Esse cuidado deve ser ainda maior nas bacias das torres de
resfriamento, pois a reutilização direta pode levar à concentração, não somente dos
contaminantes considerados neste estudo de caso, mas principalmente de amônia e
outros, o que influi na necessidade do aumento das purgas e, com isso, gerando mais
efluente para ser tratado. Por esta razão, embora seja uma medida bastante oportuna
como forma de reaproveitamento de recursos hídricos, pode não ser muito vantajosa
para sistemas grandes e complexos como em uma refinaria de petróleo.

Cenário 14

Estabelecendo um cenário no qual se inclui o sistema de osmose inversa à ETDI,


considera-se que a corrente de saída do efluente final como uma fonte externa. Com
isso, pode-se aplicar o procedimento DFA e gerar a configuração da rede apresentada
na Figura 5.22.
Capítulo 5 157

CAPTAÇÃO

672,50 t/h

ETA
50 ppm A
40 t/h 10 ppm A 632,50 t/h 15 ppm B
1 ppm B 0 ppm C
0 ppm C

AP AF
40 t/h
30,783 t/h 632,50 t/h
50 ppm A
0,440 t/h 15 ppm B
10,582 t/h 2,088 t/h 10 ppm A 0 ppm C
1 ppm B
0 ppm C 2,230 t/h
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
44,217 t/h

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 117,07 ppm A 50 ppm A 50 ppm A


21 t/h
60,69 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
278,22 ppm A 117,07 ppm A 10 ppm A 18 t/h 10 ppm A 0,323 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
47,25 ppm B 60,69 ppm B 1 ppm B 1 ppm B
0,228 ppm C 0,323 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
405 t/h
1 2 3 4 5 6 7

75 t/h 12,67 t/h 19 t/h 220 t/h


1878,22 ppm A 707,84 ppm A 200 ppm A 665 ppm A
6447,25 ppm B 6512,94 ppm B 5500 ppm B 15 ppm B
25,23 ppm C 252,89 ppm C 131,58 ppm C 0 ppm C

106,67 t/h 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h TQ


1440,36 ppm A 150 ppm A 191,98 ppm A 996,67 ppm A
5335,74 ppm B 50 ppm B 510,13 ppm B 7015 ppm B 15 t/h
71,21 ppm C 45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C
54,80 t/h 135 ppm A
45 ppm B
8,96 ppm A 400 ppm C
69,15 ppm B 188,78 t/h
0,387 ppm C
323,62 t/h 895,61 ppm A
1936,44 ppm B
48,52 ppm C

323,62 t/h 323,62 t/h 323,62 t/h 323,62 t/h 266,59 t/h
9 10 11 12
895,61 ppm A 895,61 ppm A 895,61 ppm A
871,40 ppm B 871,40 ppm B 8,96 ppm A
174,28 ppm B 69,71 ppm B
48,52 ppm C 4,85 ppm C 0,485 ppm C
ETDI 0,387 ppm C

Figura 5.22 – Rede de transferência de massa para o cenário 14


Capítulo 5 158

5.3.8. A ETDI como regeneradora de correntes de processo

As configurações de reutilização de correntes de efluentes aquosos estabelecidas pelo


procedimento algorítmico DFA, empregado neste estudo, podem levar a condições
nas quais são violadas (ultrapassadas) as concentrações máximas de entrada e, por
conseqüência, as de saída permitidas pelas operações. Esses limites normalmente
referem-se a valores máximos de solubilidade do componente, a fatores corrosivos ou
incrustantes, dentre outros que podem afetar o desempenho de cada operação.

Nos cenários levantados, ocorreu a situação inclusive para mais de uma operação,
embora o consumo de água tivesse diminuído nos casos apresentados. Algumas
soluções para este problema foram apontadas na seção 5.3.5, como aumentar o
consumo de água mais limpa com influência direta nestas operações. Uma outra
medida, proposta neste trabalho, seria estabelecer a própria ETDI como regeneradora
das correntes que são levadas para as respectivas operações. Assim, o custo da
regeneração estaria restrito à vazão a ser regenerada, condicionado à capacidade das
unidades, sem que inicialmente se invista em novos equipamentos para a remoção
parcial e intermediária (in-plant) dos contaminantes de interesse.

Em caso de mais de uma operação ter os seus limites ultrapassados, sugere-se


inicialmente combinar todas as cargas das correntes e adicionar ao processo da ETDI
responsável pela remoção do contaminante de interesse. Para atender à capacidade
máxima de operação da ETDI, recomenda-se proceder a um by-pass para desviar a
corrente excedente para o final do tratamento. Após recuperar o efluente, deve-se
verificar se as concentrações resultantes atendem às entradas das operações
receptoras; caso ainda ultrapasse, deve-se retornar com o efluente para a unidade que
o remove, até que todas as concentrações estejam dentro de seus respectivos limites.

As correntes afluentes das referidas operações devem ser combinadas, com a vazão
(F) resultante sendo um somatório das contribuições individuais das demais, conforme
a Equação 5.12, para N operações. A concentração da corrente resultante, enviada às
unidades regeneradoras, é obtida de acordo com a Equação 5.13.

F = ∑ Fj (5.12)
j
Capítulo 5 159

( Fj .C j )
C=∑ (5.13)
j F

onde j representa a operação cujo limite de concentração para qualquer contaminante


tenha sido violado.

A Figura 5.23 ilustra um possível esquema de recuperação das correntes, onde as


entradas de N operações que têm seus limites violados são misturadas e direcionadas
para os devidos tratamentos nas unidades da ETDI, após a qual as devolvem para as
operações originais, nos seus limites de concentração de contaminantes. O excedente
da capacidade das unidades é então adicionado à parte da corrente resultante para
destiná-los ao corpo receptor, sem também violar os limites de descarte permitidos.

Figura 5.23 – Esquema geral das possibilidades de destinação de correntes de


processo para regeneração na própria ETDI
Capítulo 5 160

Cenário 15

Com o objetivo de aplicar e exemplificar a recomendação levantada mediante o uso


dos processos regenerativos da ETDI, a Figura 5.24 demonstra a aplicação e a
performance das unidades na remoção parcial dos contaminantes, até o ajuste das
concentrações em níveis toleráveis para as operações. Neste cenário, baseado na
configuração da rede do cenário 12, as operações 1 e 2 têm os seus limites de
concentração ultrapassados para o contaminante A, após definidas as reutilizações,
conforme o balanço hídrico da Figura 5.20. Para solucionar este problema, optou-se
por reunir as correntes afluentes destas operações e enviá-las para a unidade de
osmose inversa (remoção prioritária de A).

Visando explorar a capacidade máxima da ETDI (400 t/h), parte do excedente é


desviada para o final dos processos regenerativos (final da ETDI), sendo adicionada à
vazão de descarte. Com isso, o total de descarte da configuração base é
restabelecido, enquanto que a vazão recuperada é redestinada às respectivas
operações. É importante notar que a saída da osmose inversa produziu uma corrente
que atendesse às necessidades da operação 1, porém, a combinação de correntes
gerou reflexos na operação 2, ocasionando violação do contaminante B. Para
contornar este inconveniente, a alternativa mais imediata encontrada foi incluir um
separador API (operação 9’) para restabelecer parte da corrente que é levada à
operação 2. As correntes envolvidas na estratégia apresentada são indicadas pela
coloração azul, na Figura 5.24.
Capítulo 5 161

CAPTAÇÃO

725,26 t/h

40 t/h 685,26 t/h


ETA
10 ppm A 50 ppm A
1 ppm B 15 ppm B
0 ppm C 0 ppm C 12,67 t/h
AP AF
7,17 ppm A
685,26 t/h 29,66 ppm B
40, 909 t/h 40 t/h 50 ppm A 0,309 ppm C
15 ppm B
2,880 t/h 9,790 t/h 10 ppm A 2,063 t/h 0 ppm C
1 ppm B
34,091 t/h 12,67 t/h 0 ppm C
2,67 t/h 7,5 t/h 625 t/h
329,55 ppm A 189,79 ppm A
75 t/h 15 ppm B 15 ppm B
19 t/h 189,81 ppm A 50 ppm A 50 ppm A
0 ppm C 0 ppm C 21 t/h
15 ppm B 15 ppm B 15 ppm B
10 ppm A 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
1 ppm B 18 t/h 10 ppm A
0 ppm C 1 ppm B
0 ppm C
405 t/h
4 5 6 7
1 3
2
75 t/h 19 t/h 220 t/h
12,67 t/h
1607,17 ppm A 597,94 ppm A 200 ppm A 665 ppm A
6465,90 ppm B 6481,90 ppm B 5500 ppm B 15 ppm B
25,31 ppm C 252,88 ppm C 131,58 ppm C 0 ppm C
0,607 t/h

106,67 t/h 3 t/h 2,67 t/h 7,5 t/h TQ


1236,65 ppm A 150 ppm A 264,72 ppm A 996,67 ppm A
6295,75 ppm B 50 ppm B 464,44 ppm B 7015 ppm B 15 t/h
71,27 ppm C 45 ppm C 655,43 ppm C 29,47 ppm C
36,971 t/h 135 ppm A
45 ppm B
665 ppm A 400 ppm C
15 ppm B 182,42 t/h
0 ppm C
317,26 t/h 831,74 ppm A
2297,74 ppm B
49,51 ppm C
75 t/h
9’
7,17 ppm A
65,90 ppm B
0,309 ppm C
12,67 t/h
317,26 t/h 317,26 t/h 317,26 t/h
312,33 t/h 400 t/h
9 10 11 12
831,74 ppm A 831,74 ppm A 831,74 ppm A
206,80 ppm B 717,24 ppm A
1033,98 ppm B 1033,98 ppm B 164,76 ppm B
49,51 ppm C 4,95 ppm C 0,495 ppm C
0,386 ppm C 312,33 t/h
87,67 t/h

309,35 ppm A
15 ppm B 4,93 t/h 317,26 t/h
0 ppm C

19,98 ppm A
68,09 ppm B
Figura 5.24 – Rede ajustada do cenário 12, após regeneração pela rota da ETDI 0,312 ppm C
Capítulo 5 162

5.3.9. Tratamento distribuído de efluentes

A rede de tratamento distribuído de efluentes é alcançada a partir do algoritmo


proposto por Húngaro (2005), para o caso de sistemas multicomponentes e
considerando tratamentos que não restringem a concentração de entrada para o
contaminante. O algoritmo conduz à seleção de tratamentos a serem alocados de
forma distribuída em processos com n correntes de efluentes, k tratamentos
disponíveis e j contaminantes, resultando na obtenção de um fluxograma para o
tratamento final destes efluentes.

O algoritmo está estruturado conforme os seguintes passos, os quais encontram-se


detalhadamente descritos no estudo de Húngaro (2005), com pequenas adaptações
decorrentes da resolução deste caso.

(1) Caracterizar as correntes (n) de efluentes, com as respectivas vazões (Fn, em t/h) e
concentrações de cada contaminante j (Cjcn, em ppm). Dispor as informações relativas
aos possíveis tratamentos quanto às eficiências de remoção do tratamento k em
relação ao contaminante (Rkj).

(2) Quantificar os níveis de concentração tolerados pela legislação vigente, para o


descarte de contaminantes (Cjmax).

(3) A partir das informações coletadas nos passos anteriores, obter as cargas
mássicas (∆mjk, em g/h) a serem assimiladas, para cada corrente e seus respectivos
contaminantes, seguindo a Equação 5.14.

∆mjn = Fn (Cjcn – Cjmax) (5.14)

(4) A remoção da carga mássica total de cada contaminante é dada pelo somatório
dos respectivos valores em cada corrente. Valores negativos de carga mássica não
devem ser considerados no somatório, pois indicam que as concentrações estão
abaixo do limite estabelecido; portanto, não se faz necessário contabilizá-las para a
assimilação (Equação 5.15).
Capítulo 5 163

∆mtotj = ∑ ∆m nj (5.15)
nn

A cada quantidade eliminada, o valor de ∆mtotj deve ser atualizado. Uma carga
superior ao ∆mtotj deve ser removida quando houver a necessidade de atender a uma
vazão mínima para um dado tratamento.

Deve-se ainda, determinar um contaminante referencial, ou seja, aquele que assumirá


a preferência para a seleção do tratamento; esta condição será atribuída ao
contaminante de maior carga mássica, considerando o valor total a ser assimilado.
Naturalmente, devem ser respeitadas as eficiências de remoção de cada
contaminante. A execução dos passos seguintes levará como base o contaminante
referencial.

(4a) Após definir o contaminante referencial, procede-se a uma avaliação acerca da


quantidade que sua carga mássica excede a dos demais, como parâmetro de seleção
do tratamento mais adequado ao atendimento de uma menor vazão total a ser tratada.

Para relações entre cargas inferiores a 10 (baixa distinção entre as cargas),


recomenda-se escolher o tratamento que incorpore o maior número possível de
contaminantes. Evidentemente que esta avaliação atrela-se à necessidade de que tais
contaminantes estejam presentes na corrente a ser tratada (a que possui maior
concentração do contaminante referencial). Em outra vertente, quando a relação
excede em torno de 10, ou seja, uma quantidade de contaminante no mínimo 10 vezes
maior, a seleção é direcionada para o tratamento com maior eficiência de remoção
para o contaminante referencial. Diante disso, o passo 4a refere-se à comparação
entre as cargas mássicas a serem removidas, de acordo com a Equação 5.16.

∆mtot
REF
Τ= (5.16)
∆mtotj

(4b) Nas situações em que as razões tenham valores inferiores a 10, em sua maioria,
opta-se pelo tratamento que seja mais eficiente para uma quantidade maior de
contaminantes na corrente de maior concentração do contaminante referencial, de
forma que as eficiências refiram-se a contaminantes que ainda devem ser eliminados.
Capítulo 5 164

Para os casos em que grande parte das razões esteja acima de 10, opta-se pelo
tratamento que apresente maior eficiência de remoção para o contaminante
referencial.

Como extensão aqui proposta para o algoritmo, resultante da resolução deste cenário,
vincula-se o fato de que, na existência de duas relações entre cargas distintas, ou
seja, uma maior e outra menor que 10, pode-se verificar o desvio relativo em cada
uma delas. A relação que apresentar o maior desvio terá a preferência no critério de
seleção do tratamento a ser adotado.

(4.1) As correntes devem ser numeradas decrescentemente em termos de


concentração, e uma única vez, com base no primeiro contaminante caracterizado
como referencial.

Os passos 4.2 a 4.7 não são aplicados a este caso, conforme definidos pelo
procedimento de Húngaro (2005).

(4.8) Destinar as correntes para os respectivos tratamentos, em modo decrescente de


concentrações, relativa ao contaminante referencial. O tratamento selecionado refere-
se ao de maior eficiência ou ao que inclui a maior variedade de contaminantes a
serem tratados, de acordo com o passo 4b.

(5) A carga mássica eliminada com o tratamento segue a Equação 5.17.

∆mrjk = Fn .Cjcn . Rkj (5.17)

sendo Fn a vazão total encaminhada ao tratamento, e Cj a concentração na entrada do


tratamento.

(6) O valor da carga mássica total (∆mtotj) sofre atualização para os contaminantes,
conforme a Equação 5.18.

∆mtotj = ∆mtotj – ∆mrjk (5.18)


Capítulo 5 165

A maior carga mássica proveniente desta atualização aponta para um novo


contaminante referencial.

(7) As concentrações de cada contaminante removido pelo tratamento da corrente n


seguem a Equação 5.19.

Cjcn = (1- Rkj) . Cksj (5.19)

(8) Enquanto pelo menos uma das cargas mássicas totais atualizadas no passo 6
forem positivas, deve-se retornar ao passo 4a. Quando a carga mássica tornar-se
negativa, o que significa uma remoção além do necessário para o contaminante,
procede-se a uma correção da vazão da corrente em análise, sendo finalizado o
tratamento do contaminante na corrente (Equação 5.20).

⎛ ∆m rem
j


Fnt = ⎜ ⎟.Fn (5.20)

⎝ ∆mtotn
j

onde ∆mremj é a carga mássica remanescente, e ∆mtotnj refere-se à carga mássica


removida na consideração de toda a vazão alocada para o tratamento.

Em problemas multicomponentes, quando houver a necessidade de se recalcular a


vazão para mais de um contaminante, considera-se o maior valor dentre os obtidos,
para garantir que a concentração esteja inserida nos limites estabelecidos para o
descarte dos contaminantes.

A Figura 5.25 esquematiza de modo simplificado o procedimento descrito.


Capítulo 5 166

Dados de entrada Vazões mássicas das n correntes: Fn (t/h)


Concentrações do contaminante j, presente na corrente n: Cjcn
Concentrações máximas permitidas no descarte para os
Cálculo das
j
quantidades de contaminantes j: C max
contaminantes a
serem eliminadas Por corrente: ∆mjn = Fn (Cjcn – Cjmax)
Quantidade total por contaminante: ∆mtotj = ∑ ∆mjn

Escolha do contaminante referência Contaminante que se apresenta


em maior quantidade

Obter relações entre taxas mássicas T= ∆mtotREF/∆mtotj

Maioria dos valores de T maiores ou iguais a 10: tratamento


Escolher o tratamento mais eficiente para o contaminante referência. Senão,
tratamento mais diversificado para contaminantes que restam.
Escolha da corrente n Corrente mais concentrada no contaminante referência
a ser tratada
∆mrjk = Fn . Cj . Rkj

Calcular quantidade de
contaminante removido Cjcn = (1- Rkj) . Cksj

Atualizar a concentração da corrente n tratada

∆mtotj – ∆mrjk > 0


Há necessidade de novos tratamentos?
∆mtotj – ∆mrjk < 0
Sim Não

Há necessidade de recalcular a vazão a ser enviada


para tratamento?

Sim Não

Recalcular a vazão a ser Fim


Fnt = (∆mremj /∆mtotj ) . Fn enviada para tratamento

Figura 5.25 – Procedimento simplificado para a síntese de redes de tratamento


distribuído em sistemas (Húngaro, 2005)
Capítulo 5 167

Cenário 16

O procedimento descrito para a síntese de redes de tratamento distribuído é aplicado


às correntes efluentes das operações 1 à 7, bem como ao tanque de cru (TQ),
resultantes da configuração alcançada pelo cenário 8. A Figura 5.26 mostra a
configuração das correntes efluentes encaminhadas aos respectivos tratamentos,
representadas pelos balanços hídricos estabelecidos para este cenário.
52,78 t/h

75 t/h 75 t/h 75 t/h 22,22 t/h 22,22 t/h 75 t/h


1 11 12 D 10 M

1929,55 ppm A 1929,55 ppm A 19,29 ppm A 19,29 ppm A 19,29 ppm A 19,29 ppm A
6415 ppm B 1283 ppm B 513,20 ppm B 513,20 ppm B 513,20 ppm B 513,20 ppm B
25 ppm C 2,50 ppm C 2 ppm C 2 ppm C 0,2 ppm C 1,47 ppm C

12,67 12,67 t/h 12,67 t/h 12,67 t/h 12,67 t/h


2 11 12 10 10
780,56 ppm A 780,56 ppm A 7,80 ppm A 7,80 ppm A 7,80 ppm A
6467,25 ppm B 1293,45 ppm B 517,38 ppm B 517,38 ppm B 517,38 ppm B
252,56 ppm C 25,26 ppm C 20,20 ppm C 2,02 ppm C 0,20 ppm C
9,44 t/h

19 t/h 19 t/h 19 t/h 9,56 t/h 9,56 t/h 19 t/h 19 t/h 19 t/h
3 12 12 D 11 M 10 10
200 ppm A 2 ppm A 0,02 ppm A 0,02 ppm A 0,02 ppm A 0,02 ppm A 0,02 ppm A 0,02 ppm A
5500 ppm B 2200 ppm B 880 ppm B 880 ppm B 176 ppm B 525,78 ppm B 525,78 ppm B 525,78 ppm B
131,58 ppm C 105,26 ppm C 84,21 ppm C 84,21 ppm C 8,42 ppm C 46,08 ppm C 4,60 ppm C 0,46 ppm C

3 t/h 3 t/h 3 t/h 2,67 t/h 2,67 t/h 2,67 t/h 2,67 t/h
4 10 10 5 11 10 10
150 ppm A 150 ppm A 150 ppm A 264,72 ppm A 264,72 ppm A 264,72 ppm A 264,72 ppm A
50 ppm B 50 ppm B 50 ppm B 464,44 ppm B 92,89 ppm B 92,89 ppm B 92,89 ppm B
45 ppm C 4,50 ppm C 0,45 ppm C 655,43 ppm C 65,54 ppm C 6,55 ppm C 0,66 ppm C

7,5 t/h 7,5 t/h 7,5 t/h 7,5 t/h 106,81 t/h
6 11 12 10
996,67 ppm A 996,67 ppm A 9,97 ppm A 9,97 ppm A 182,42 t/h 75,61 t/h 75,61 t/h 182,42 t/h
7015 ppm B 1403 ppm B 561,20 ppm B 561,20 ppm B 7 D 12 M
29,47 ppm C 2,95 ppm C 2,36 ppm C 0,24 ppm C
665 ppm A 665 ppm A 6,65 ppm A 392,12 ppm A
15 ppm B 15 ppm B 6 ppm B 11,27 ppm B
15 t/h 15 t/h 15 t/h 15 t/h 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C 0 ppm C
TQ
11 10 10
135 ppm A 135 ppm A 135 ppm A 135 ppm A
45 ppm B 9 ppm B 9 ppm B 9 ppm B
400 ppm C 40 ppm C 4 ppm C 0,40 ppm C
Figura 5.26 – Rede de tratamento distribuído de efluentes, estruturada com base no cenário 8
Capítulo 5 169

A partir dos efluentes dos respectivos tratamentos, são calculadas as concentrações


de cada contaminante presentes na corrente resultante, através de balanço material,
conforme mostra a Tabela 5.29, com a preocupação de atender a legislação ambiental
quanto ao descarte.

Tabela 5.29 – Concentrações de descarte alcançadas com o tratamento distribuído


Concentração do efluente Concentração de descarte
Componente
resultante (ppm) máxima (ppm)
A 240,60 250
B 194,90 250
C 0,42 1,0

5.3.10. Custos das propostas de reutilização de correntes alinhadas à


ETDI

Considerando os fluxogramas estabelecidos com o emprego da ETDI, ou seja, dos


cenários 9 ao 16, são calculados os custos totais relativos a estes processos. A Tabela
5.30 apresenta as correlações utilizadas. O separador API e o tratamento biológico
são obtidos em Gunaratnam et al. (2005), enquanto que o flotador a ar dissolvido, na
ausência de informações, optou-se por considerá-lo ao custo similar ao de uma
unidade de coagulação, sedimentação e filtração, encontrado em Takama et al.
(1980). Já a unidade de osmose inversa tem o seu custo de investimento estimado em
função de uma base informada por Azevedo et al. (1999) para uma dada vazão de
tratamento. Assim, é associado um investimento no sistema de osmose inversa
correspondente a US$ 750.000,00, considerando uma vazão de tratamento de 62,23
t/h. Com estes valores, foi possível obter uma correlação definida pela Equação 5.21,
que relaciona a capacidade característica do equipamento (aqui medida em termos de
vazão, f, em t/h) a um investimento determinado. O investimento (CI), realizado com
base no ano de 1999 (CIb), é atualizado através do índice Chemical Engineering Plant
Cost (CE cost index) para o ano de 2005. Os seus valores correspondem a 390,6 e
468,2, para os anos de 1999 e 2005, respectivamente, reportado nas edições da
revista Chemical Engineering. O fator exponencial de escala adotado corresponde a
0,7.
Capítulo 5 170

0, 7
(CE cost index 2005) ⎛ f ⎞
C I = C Ib . .⎜ ⎟ (5.21)
(CE cost index 1999) ⎝ 62,23 ⎠

Com isso, obtém-se a correlação mostrada na Tabela 5.30. O custo operacional


também é estimado a partir dos dados do trabalho de Azevedo et al. (1999).

Tabela 5.30 – Correlações de custos dos processos da ETDI


Custo de investimento Custo operacional
Processo
(U$) (U$/h)
Separador API 4.800 x f 0,7 0
Flotador a ar dissolvido 12.600 x f 0,7 0,0067 x f
0,7
Tratamento biológico 12.600 x f 0,0067x f
0,7
Osmose inversa 49.884 x f 0,177 x f

A Tabela 5.31 apresenta a avaliação dos custos totais envolvidos em cada alternativa
gerada, congregando os resultados obtidos, os quais são comparados por meio de
duas classes de propostas: configuração sem osmose inversa (Base 1) e com osmose
inversa (Base 2). Os custos referentes aos processos regenerativos independem da
concentração da corrente.

Tabela 5.31 – Estimativa de custos para os cenários de reutilização de efluentes


levantados, com a inclusão da ETDI
Vazão de água Vazão de Redução na Custo total Redução nos
Cenário
captada (t/h) descarte (t/h) captação (%) anual ($/ano) custos (%)
(9) Base 1 762,84 354,84 - 1.150.058,94 -
(11) 725,26 317,26 4,93 943.468,62 17,96
(13) 408 0 46,52 588.771,94 48,80
(10) Base 2 762,84 354,84 - 1.454.223,94 -
(12) 725,26 317,26 4,93 1.224.663,31 15,78
(14) 672,50 266,59 11,84 1.172.528,90 19,37
(15) 725,26 317,26 4,93 1.227.502,44 15,59
(16) 725,26 317,26 4,93 1.156.945,43 20,44
Capítulo 5 171

Os resultados obtidos são mais claramente perceptíveis na Figura 5.27, tendo


conotações bastante satisfatórias. Analisando-se os cenários 11 e 13, em relação à
base do cenário 9, nota-se uma maior redução no custo total na configuração 13,
ocasionada pelo reciclo total da ETDI como água de reposição na torre de
resfriamento. Este cenário, no entanto, não se enquadra aos procedimentos
desejáveis da realidade industrial, conforme oportunamente já discutido.

Em relação às configurações que envolvem o sistema de osmose inversa, o cenário


16, com o tratamento distribuído de efluentes, levou à maior redução nos custos, isso
em função da melhor racionalização das vazões destinadas às devidas unidades, ao
contrário da configuração centralizada de tratamento, que previamente disponibiliza
toda a vazão para as unidades regenerativas. Cabe colocar que, embora a redução
nos custos alcançada pelo cenário 16 seja bastante atraente, deve-se atentar que esta
configuração distribuída requer uma disponibilidade de espaço físico adequada à
instalação dos equipamentos, bem como uma necessidade mais ampla de controle
operacional. No entanto, é pertinente lembrar a distinção relativa à configuração 15, a
qual apresenta uma estrutura mais evoluída, devido à proposta de recuperação parcial
de correntes de processo através da ETDI, como medida de ajuste às respectivas
limitações de entrada das operações.

1,60
Custo total anual (MM $/ano)

1,20

0,80

0,40

0,00
Base 1 11 13 Base 2 12 14 15 16
Cenário

Figura 5.27 – Custo total anual estimado para cada cenário, incorporando a ETDI
Capítulo 5 172

Em termos gerais, o presente trabalho teve o propósito de descortinar as diferentes


possibilidades que podem ser questionadas em um estudo relativo ao gerenciamento
e à racionalização dos recursos hídricos em uma refinaria de petróleo, fazendo uso de
uma ferramenta integrada que auxilia na exploração e na busca de alternativas
promissoras para atender aos anseios da realidade industrial.

O próximo capítulo apresenta as conclusões e as perspectivas que se abrem para a


continuidade do desenvolvimento de novos estudos nesta área.
Capítulo 6 173

CAPÍTULO 6
Conclusão e Sugestões

“Se tens de lidar com água, consulta


primeiro a experiência, e depois a razão”

(Leonardo da Vinci, 1452 – 1519)

6.1. Conclusão

Uma efetiva e saudável potencialização do uso dos recursos naturais decorrem de um


correto direcionamento ético das atividades de caráter exploratório humano. Em
relação à água, a evidência paradoxal de que se trata de um bem de consumo finito,
exige da humanidade a tomada de ações concretas que permitam o uso racional e a
sua preservação para as gerações futuras.

O problema da escassez de água potável tem sido o grande motivador da adoção de


sistemas de gestão da água na indústria, emergindo a preocupação com medidas
eficientes de tratamento e viabilidade técnica e econômica de possibilidades de reúso
nos processos originários ou naqueles que prescindem diretamente de água pura.
Dada a característica de suas atividades, a imagem da indústria química sempre
esteve vinculada como potencial contribuinte da degradação dos recursos naturais,
tornando-a vilã perante a ótica daqueles que assumem a responsabilidade de
preservar o meio ambiente. A atual tendência de sustentabilidade ambiental e a
Capítulo 6 174

elevação dos custos de água limpa e com o tratamento de efluentes influenciaram as


indústrias a assumirem uma nova postura, atribuindo medidas para a racionalização
do uso da água, em meio a um cenário mais evoluído de imposições legislativas
ambientais, as quais repercutem, de certo modo, nos princípios diretivos do
gerenciamento hídrico.

Sendo assim, por razões de sobrevivência em um mercado competitivo, é essencial


que as indústrias revejam o ciclo hídrico de seus processos, identificando a eventual
(ainda que não desejável) necessidade de alterações destes, a melhor sistemática
para tratamento de despejos e, principalmente, implementação de práticas efetivas de
reúso total ou parcial dentro da planta de processo.

Dentro dessa proposta, o presente trabalho aplicou o procedimento algorítmico


Diagrama de Fontes de Água (Gomes, 2002) a um estudo de caso envolvendo dados
representativos de uma refinaria de petróleo. Com base em informações divulgadas na
literatura, procurou-se adaptar os processos hídricos típicos, preparando-os para a
aplicação da metodologia, desenvolvendo o estudo de uma forma entrelaçada e linear,
onde a análise é realizada gradativamente, seja com as ferramentas disponíveis, seja
com as propostas colocadas.

Com isso, foram gerados diferentes cenários de reutilização de efluentes com o


suporte do procedimento DFA, envolvendo situações de máximo reúso e regeneração
de correntes de processo visando ações de reuso e/ou o reciclo. Para cada cenário
apresentado, realizou-se o balanço hídrico por componente, simultaneamente às
novas configurações. Verificou-se a existência de violações de limites de concentração
de entrada para determinadas operações, as quais foram propostas soluções
mediante o investimento em uma estação de tratamento de efluentes (ETDI).

Inicialmente, constatou-se que os processos incorporados pela ETDI levavam à


recuperação parcial da qualidade dos efluentes, porém um dos contaminantes
presentes seria descartado no corpo receptor acima dos níveis permitidos pela
legislação. Desse modo, foi preciso investir em um sistema de osmose inversa, capaz
de restabelecer a qualidade do efluente para o descarte. Diante disso, levantou-se a
possibilidade de se recircular o efluente final com a qualidade não permitida para o
despejo direto no rio, porém que pudesse atender aos limites de alguma operação. Tal
Capítulo 6 175

cenário foi designado como uma proposta de descarte zero, ou seja, toda a corrente
de efluente após ser tratada na ETDI (sem o sistema de osmose) foi reaproveitada
como make-up de torre de resfriamento, em um cenário de aplicação bastante
conseqüente, conforme discutido.

Foram estudados, ainda, os cenários envolvendo a presença e a ausência do sistema


de osmose, que, de acordo com os custos calculados, traz um ônus econômico ao
processo, pelo investimento em outros processos que o acompanham, embora não
tenham sido computados. Outra vertente analisada refere-se à inclusão do cenário
envolvendo a possibilidade de se efetuar o tratamento distribuído de efluentes. Para
tanto, procurou-se aplicar e estender um procedimento da literatura, voltado para as
necessidades do estudo de caso. A configuração de tratamento alcançada levou à
melhor redução de custos (superior a 20%), dentre as propostas apresentadas,
possibilitada pela perspectiva de otimizar a alocação do efluente para as unidades.
Como índices de méritos analisados neste trabalho, foram calculadas a redução no
consumo (vazão) de água captada para as operações, e a redução nos custos totais.

Este trabalho procurou contribuir para o desenvolvimento de uma ferramenta que já foi
aplicada com sucesso a uma refinaria do Sistema Petrobras, mediante ações de um
projeto de prestação de serviços envolvendo membros da Universidade (EQ/UFRJ),
detentores do know-how da metodologia do DFA. Tal fato constitui uma clara
demonstração do sucesso decorrente de uma parceria Universidade-Indústria, cuja
colaboração e estreitamento de relações, através da mutualidade de esforços,
contribui para uma eficiente consecução dos objetivos firmados.

Em termos gerais, a motivação deste estudo esteve voltada para a ampliação da


abordagem referente ao desenvolvimento e ao emprego do procedimento para a
verificação de oportunidades de reutilização de correntes, com a preocupação de
contribuir para a perspectiva de consolidar a metodologia.
Capítulo 6 176

6.2. Sugestões

Como sugestões para a realização de futuros trabalhos, são enumeradas as seguintes


proposições:

i) estender o procedimento proposto para a inclusão da ETDI como


regeneradora de correntes de processo, dispensando ou atenuando o
investimento em novas unidades de tratamento;

ii) associar a utilidade da ETDI não apenas para a proposta apresentada de


ajuste de correntes intermediárias aos limites das operações, como
também redestiná-las através de reciclo em outras operações, permitindo
diminuir o consumo hídrico;

iii) ampliar o estudo para estabelecer conexões de tratamento distribuído de


acordo com a filosofia apresentada no item anterior, de forma a maximizar
a integração das correntes hídricas com a finalidade de reduzir os custos;

iv) aplicar as propostas levantadas a um novo estudo de caso,


preferencialmente com um número maior de contaminantes presentes,
visando aproximar o problema da complexidade real de uma refinaria;
dentro desse objetivo, pode-se avaliar a influência de outras unidades
regenerativas incorporadas à ETDI, não somente para servir à reutilização
na planta, como também para diminuir o impacto ambiental;

v) Por fim, testar as considerações para o estudo de caso em outros setores


da indústria química, validando as generalizações mediante as distintas
características de processo.
Referências Bibliográficas 177

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Anexo 189

ANEXO
Anexo 190

Tabela A.1 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 4
Vazão Vazão Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h)
(t/h) disponível (t/h) (t/h)
OP1 75 2,40 27,40 1.875 75 0
OP2 12,67 1,20 254,20 3.205,51 12,67 0
OP3 19 0 132 2.508 19 0
OP4 21 0 45 945 3 18
OP5 2,67 1,20 656,20 1.748,85 2,67 0
OP6 7,50 0 29,50 221,25 7,50 0
OP7 625 5,28 5,28 0 220 405
Fonte externa
1 106,67 4,557
2 635,17 0
3 127,67 0
Anexo 191

Fonte Externa
0,000 1,200 2,400 4,557 5,280 27,400 29,500 45,000 132,000 254,200 656,200

75,00 OP1 0,000 0,000 0,000 0,000 35,500 0,162 75,000 0,054 75,000 1,659 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 39,500 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 35,500 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
12,67 OP2 0,000 0,000 6,335 0,015 9,334 0,027 12,670 0,009 12,670 0,280 12,670 0,027 12,670 0,196 12,670 1,102 12,670 1,548 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 3,336 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 6,335 0,000 2,999 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
19,00 OP3 19,000 0,023 19,000 0,023 19,000 0,041 19,000 0,014 19,000 0,420 19,000 0,040 19,000 0,295 19,000 1,653 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
21,00 OP4 21,000 0,025 21,000 0,025 21,000 0,045 21,000 0,015 21,000 0,465 21,000 0,044 21,000 0,326 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
2,67 OP5 0,000 0,000 1,335 0,003 1,967 0,006 2,670 0,002 2,670 0,059 2,670 0,006 2,670 0,041 2,670 0,232 2,670 0,326 2,670 1,073 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,703 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 1,335 0,000 0,632 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
7,50 OP6 7,500 0,009 7,500 0,009 7,500 0,016 7,500 0,005 7,500 0,166 7,500 0,016 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
625,00 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

Figura A.1 – Diagrama de fontes de água para o cenário 4 (componente referência C)


Anexo 192

Tabela A.2 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 5
Vazão Vazão Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h)
(t/h) disponível (t/h) (t/h)
OP1 75 2,40 27,40 1.875 75 0
OP2 12,67 1,20 254,20 3.205,51 12,67 0
OP3 19 0 132 2.508 19 0
OP4 21 0 45 945 3 18
OP5 2,67 1,20 656,20 1.748,85 2,67 0
OP6 7,50 0 29,50 221,25 7,50 0
OP7 625 5,28 5,28 0 220 405
OP8 (Fonte) 17,67 2,98 2,98
Fonte externa
1 15 400
2 635,17 0
3 127,67 0
Anexo 193

Fonte Externa
0,000 1,200 2,400 2,980 5,280 27,400 29,500 45,000 132,000 254,200 400,000 656,200

75,00 OP1 0,000 0,000 0,000 0,000 14,597 0,044 50,882 0,173 75,000 1,659 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 17,670 OP8 24,118 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 2,980 0,000 5,280 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 14,597 0,000 18,615 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
12,67 OP2 0,000 0,000 6,335 0,015 7,568 0,007 9,790 0,029 12,670 0,280 12,670 0,027 12,670 0,196 12,670 1,102 12,670 1,548 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 2,880 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 5,280 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 6,335 0,000 1,233 0,000 2,222 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
19,00 OP3 19,000 0,023 19,000 0,023 19,000 0,011 19,000 0,044 19,000 0,420 19,000 0,040 19,000 0,295 19,000 1,653 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
21,00 OP4 21,000 0,025 21,000 0,025 21,000 0,012 21,000 0,048 21,000 0,465 21,000 0,044 21,000 0,326 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
2,67 OP5 0,000 0,000 1,335 0,003 1,595 0,002 2,063 0,006 2,670 0,059 2,670 0,006 2,670 0,041 2,670 0,232 2,670 0,326 2,670 0,389 2,670 0,684 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,607 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 5,280 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 1,335 0,000 0,260 0,000 0,468 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
7,50 OP6 7,500 0,009 7,500 0,009 7,500 0,004 7,500 0,017 7,500 0,166 7,500 0,016 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
625,00 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
17,67 OP8 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

Figura A.2 – Diagrama de fontes de água para o cenário 5 (componente C como referência)
Anexo 194

Tabela A.3 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 6
Vazão Vazão Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h)
(t/h) disponível (t/h) (t/h)
OP1 75 2,40 27,40 1.875 75 0
OP2 12,67 1,20 254,20 3.205,51 12,67 0
OP3 19 0 132 2.508 19 0
OP4 21 0 45 945 3 18
OP5 2,67 1,20 656,20 1.748,85 2,67 0
OP6 7,50 0 29,50 221,25 7,50 0
OP7 625 5,28 5,28 0 220 405
OP8 150 0,5195 0,5195
Fonte externa
1 15 400
2 635,17 0
3 127,67 0
Anexo 195

Fonte Externa
0,000 0,520 1,200 2,400 5,280 27,400 29,500 45,000 132,000 254,200 400,000 656,200

75,00 OP1 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 45,373 0,216 75,000 1,659 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 45,373 OP8 29,627 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 8,085 OP8 2,774 OP8 1,811 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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19,00 OP3 19,000 0,010 19,000 0,013 19,000 0,023 19,000 0,055 19,000 0,420 19,000 0,040 19,000 0,295 19,000 1,653 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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21,00 OP4 21,000 0,011 21,000 0,014 21,000 0,025 21,000 0,060 21,000 0,465 21,000 0,044 21,000 0,326 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000
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7,50 OP6 7,500 0,004 7,500 0,005 7,500 0,009 7,500 0,022 7,500 0,166 7,500 0,016 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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625,00 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
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0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
150,00 OP8 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
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0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

Figura A.3 – Diagrama de fontes de água para o cenário 6 (componente C como referência)
Anexo

Tabela A.4 – Interface dos dados de entrada do programa MINEA para a aplicação do
DFA (componente referência C) – Cenário 14
Vazão Vazão disponível Perda
Operação Ce (ppm) Cs (ppm) ∆m (g/h)
(t/h) (t/h) (t/h)
OP1 75 2,40 27,40 1.875 75 0
OP2 12,67 1,20 254,20 3.205,51 12,67 0
OP3 19 0 132 2.508 19 0
OP4 21 0 45 945 3 18
OP5 2,67 1,20 656,20 1.748,85 2,67 0
OP6 7,50 0 29,50 221,25 7,50 0
OP7 625 5,28 5,28 0 220 405
Fonte externa
1 317,26 0,387
2 635,17 0
3 127,67 0
Anexo 197

Fonte Externa
0,000 0,387 1,200 2,400 5,280 27,400 29,500 45,000 132,000 254,200 656,200

75,00 OP1 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 44,145 0,216 75,000 1,659 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 30,855 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 44,145 0,000 0,000 5,280 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
12,67 OP2 0,000 0,000 0,000 0,000 7,553 0,015 10,565 0,036 12,670 0,280 12,670 0,027 12,670 0,196 12,670 1,102 12,670 1,548 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 2,105 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 7,553 0,000 3,012 0,000 0,000 5,280 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
19,00 OP3 19,000 0,007 19,000 0,015 19,000 0,023 19,000 0,055 19,000 0,420 19,000 0,040 19,000 0,295 19,000 1,653 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
21,00 OP4 21,000 0,008 21,000 0,017 21,000 0,025 21,000 0,060 21,000 0,465 21,000 0,044 21,000 0,326 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
2,67 OP5 0,000 0,000 0,000 0,000 1,592 0,003 2,226 0,008 2,670 0,059 2,670 0,006 2,670 0,041 2,670 0,232 2,670 0,326 2,670 1,073 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,444 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 1,592 0,000 0,635 0,000 0,000 5,280 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
7,50 OP6 7,500 0,003 7,500 0,006 7,500 0,009 7,500 0,022 7,500 0,166 7,500 0,016 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
625,00 OP7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 625,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

Figura A.4 – Diagrama de fontes de água para o cenário 14 (componente C como referência)

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