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CURITIBA
MARIA FERNANDA CAMPELO MARANHÃO
CURITIBA
2006
SUMÁRIO
CONCLUSÃO......................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 52
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
1
Jornal Dezenove de Dezembro 30 de junho de 1880.
7
2
Telêmaco Borba foi diretor do aldeamento indígena de São Jerônimo, na região norte da Província do Paraná
no século XIX. Frei Luiz de Cemitille, da ordem dos capuchinhos, também desenvolveu suas atividades religiosas
nesse aldeamento. Ambos escreveram suas observações sobre os índios kaingang ali aldeados.
8
limites com o estado de Santa Catarina. Desta forma, tornou-se fundamental criar
um discurso e uma imagem para o estado, construir uma identidade regional e uma
história para o Paraná, criando na população local um sentimento de pertencimento
a terra (Pereira, 1996).
A tarefa de construir cidadãos para o novo regime não coube somente ao
governo. Entre as décadas de 1920-1930 desenvolveu-se no Paraná o Movimento
Paranista, que reunia políticos, artistas, literatos e intelectuais locais. Este
movimento ufanista partilhava do ideário da I República marcado pelo positivismo,
cientificismo e tinha como objetivo maior, a construção de uma identidade para o
Paraná (Pereira, 1996).
Neste sentido, a educação, a arte, a história e o civismo transformaram-se na
base das ações governamentais para a formação do cidadão. Inúmeras escolas
foram criadas e o programa de ensino foi reestruturado. As aulas de História e
Geografia, assim como as de moral e cívica ganharam especial importância. Rituais
cívicos passaram a fazer parte do cotidiano nas escolas, como: o hasteamento da
bandeira nacional, as canções patrióticas e os símbolos nacionais (Trindade,1996).
Com o apoio oficial coube aos artistas e intelectuais por sua vez, criar através
da estética e da simbologia um estilo para o movimento paranista. Desta forma,
artistas como, Zaco Paraná, Lange de Morretes, Turim, De Bonna, Viaro, entre
outros, passaram a registrar o homem e a paisagem paranaense, enaltecendo sua
força e beleza. Temas recorrentes em pinturas e esculturas eram: a natureza, os
imigrantes, o mate e o pinheiro. Este último tornou-se a árvore símbolo do Paraná.
Lange de Morretes trabalhou na estilização do pinheiro, da pinha e do pinhão
adaptando esta temática para a pavimentação das calçadas da cidade (Trindade,
1997).
Para além dos símbolos oficiais e do estilo artístico, coube a este movimento
também construir uma história regional paranaense. Era preciso demonstrar que o
Paraná possuía uma tradição histórica não sendo apenas uma terra sem fronteiras
definidas, habitada por uma população extremamente heterogênea. Nesta difícil
tarefa, o jornalista, escritor e historiador Romário Martins, teve um papel
fundamental.
Considerado a principal liderança do movimento paranista e um verdadeiro
inventor de tradições (cf. Hobsbawn,1984), Romário elaborou um discurso histórico
regional, historicista e positivista, produzindo os primeiros heróis do Estado.
9
Figura 1 - Da esquerda para direita, Sebastião Paraná e Romário Martins entre os índios Kaingang
Durante os vinte e seis anos em que foi diretor, Romário Martins transformou
o Museu Paranaense em uma instituição científica nos moldes das demais
instituições brasileiras do período. A participação da instituição em exposições
nacionais e a publicação do Boletim do Museu Paranaense garantiram prestígio e
visibilidade, divulgando o Paraná junto às principais instituições científicas do país.
Na esfera local, o Museu Paranaense transformou-se em uma instituição de
grande prestígio na cidade, passando a receber anualmente um expressivo número
de visitantes. Em suas dependências, professores levavam seus alunos para dar
aulas de história natural em frente aos mostruários de minerais e animais
taxidermizados, ou junto ao pequeno zoológico que reunia diversas espécies vivas
de mamíferos, aves e répteis (Carneiro, 2001).
Desta forma, através da aquisição, pesquisa, publicação e exposição de seu
acervo, o Museu Paranaense pretendeu cumprir durante a gestão de Romário
Martins seu papel de divulgador de idéias paranistas sobre a identidade do homem
paranaense e a ocupação do seu território (Carneiro, 2001).
Desejo que o Museu seja, para o seu visitante, um mostruário o mais possivel
completo de tudo quanto for nosso, isto é, Paranaense de sórte que por uma
simples inspecção das suas collecções, se possa formar uma justa ideia da
nossa acção no passado, das condições do presente, e sobretudo do valor
actual das nossas riquezas naturaes." (Martins, 1906; p. 5-6).
13
3
José Loureiro de Ascensão Fernandes nasceu em Lisboa em 1903. Formou-se em medicina pela Faculdade
Nacional do RJ em 1927. Especializou-se nas áreas de urologia, arqueologia e antropologia na Universidade de
Paris, na década de 1950. Exerceu atividades como médico, político, cientista social e professor universitário. Foi
eleito vereador por Curitiba em 1948, e nomeado secretário de Educação e Cultura do Estado do Paraná no
mesmo ano. Nesta pasta, criou a Divisão do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Paraná, dedicando-se
ao tombamento e preservação de sítios arqueológicos e do patrimônio histórico do Estado. Foi diretor do Museu
Paranaense (1936-43 e 1945-46) e chefe da Seção de Antropologia e Etnografia, onde iniciou pesquisas
científicas nas áreas de antropologia e arqueologia. Em 1938 foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras (FFCL) da Universidade do Paraná. Ministrou aulas de Antropologia, Etnografia Geral e do
Brasil na FFCL e, posteriormente também na Universidade Católica do Paraná (atual PUC). Na FFCL da UFPR,
foi diretor e responsável pelo projeto de criação e instalação do Instituto de Pesquisas (1950), do Departamento
de Antropologia (1958) e do Museu de Arqueologia e Artes Populares (1963). Foi membro de diversas
instituições culturais como, o Círculo de Estudos Bandeirantes (PUC-PR), Instituo Histórico, Geográfico e
Etnográfico Paranaense e Academia Paranaense de Letras. Faleceu em Curitiba em 1977.
14
4
Na área de antropologia, destacam-se os artigos de Mansur Guérios , Arion
5 6
Rodrigues e do próprio Loureiro Fernandes , além de pesquisadores convidados,
7 8
como Herbert Baldus e Wanda Hanke .
9
Na Geografia e geologia destaca-se Reinhard Maack , com seus artigos sobre
Vila Velha e sobre o arenito Caiuá.
Muitos são os artigos de botânica e zoologia publicados nos primeiros 10
volumes dos Arquivos do Museu Paranaense. Podemos citar entre outros autores:
10 11 12
os zoólogos - Frederico Waldemar Lange , Rudolf Lange , Pe Jesus Moure ,
13 14 15
Carlos Gofferjé , Francisco Lange de Morretes ; e os botânicos- Ralph Hertel e
16
Carlos Stellfeld .
4
Guérios, Rosário Mansur. Estudos sobre a língua Caingangue. Dialeto de Palmas. Arquivos do Museu
Paranaense, v.2. Curitiba,1942.
5
Rodrigues, Arion. Diferenças fonéticas entre o tupi e o guarani. Arquivos do Museu Paranaense, v.3.
Curitiba,1943.
6
Fernandes, Loureiro José. Os Caingangues de Palmas. Arquivos do Museu Paranaense, v.1. Curitiba, 1941.
7
Baldus, Herbert.Vocabulário zoológico Kaingáng. Arquivos do Museu Paranaense, v.6. Curitiba,1946.
8
Hanke, Wanda. Ensayo de uma gramática del idioma caingangue, de los Caingangues de la Serra de
Apucarana. Também publicou nos arquivos do Museu Paranaense artigos sobre os índios Cadivéns, Terenos e
Sirionó (1942), Botocudos (1946) e Guarayos (1950).
9
Maack, Reinhard. Algumas observações a respeito da existência e da extensão do arenito superior São Bento
ou Caiuá no estado do Paraná. Arquivos do Museu Paranaense vol I, 1941.
Geologia e Geografia da região de Vila Velha. Arquivos do Museu Paranaense vol.V, 1945.
Notas complementares a apresentação preliminar do Mapa Fitogeográfico do Estado do Paraná. Arquivos do
Museu Paranaense vol. VII, 1949.
10
Lange, Frederico Waldemar. Anelídios Poliquetas dos Folhelhos Devonianos do Paraná. Arquivos do Museu
Paranaense vol. VI, 1947.
Novos Microfósseis Devonianos do Paraná, vol.VII, 1949.
Um novo Escolecodonte dos folhelhos de Ponta Grossa vol.VIII,1950.
Restos Vermiformes do Arenito das Furnas vol.II, 1942.
Novos Fósseis devonianos do Paraná, vol.III, 1943.
11
Lange, Rudolf Bruno. Uma Nova Espécie de Gênero Megathopa Eschsch 1822, vol. IV, 1944.
Ensaio da Zoogeografia dos Scarabaeidae do Paraná com algumas notas Eto-Ecológicas, vol.VI,1947.
12
Moure, Pe. Jesus. Contribuição para o conhecimento dos Diphaglossinae, particularmente Ptiloglossa, vol.IV,
1944.
13
Gofferjé, Carlos. Contribuição a Zoogeografia da Malacofauna do litoral do estado do Paraná, vol. VIII, 1950.
14
Lange, Francisco (de Morretes). Ensaio de Catálogo dos Moluscos do Brasil, vol. VII,1949.
Dois novos Moluscos do Brasil, vol.X, 1953.
Nova Thais do Brasil, vol.X, 1953.
Sobre Megalobulinos paranaguensis Pilsbry & Ihering, vol.X, 1953.
15
Heltel, Ralph. Contribuição a Ecologia da Flora Epífita da Serra do Mar do Paraná., vol.VIII, 1950.
16
Stellfeld, Carlos. A Coleção Dusen do Museu Paranaense, vol.II, 1942..
Contribuição para o Estudo da Flora Marítima do Paraná, vol.IV, 1944.
Fitogeografia Geral do Estado do Paraná, vol.VII, 1949.
.
21
Figura 7. José Loureiro Fernandes, padre Jesus Moure e equipe partindo para pesquisas de
campo na década de 1950. Acervo Círculo de Estudos Bandeirantes/PUC-PR.
17
Professor catedrático de Mineralogia e Geologia Econômica aposentado pela UFPR
26
18
The Xetá : a dying people in Brazil. Separata de: Bulletin of the international Committee on Urgent
Anthropological and Ethnological Research, n.2,p.22-26, 1959.
Les Xetá et les palmiers de la forêt de Dourados: contribuition à l’ethnobotanique du Paraná. Separata de:
Congress International des Sciences Anthropologiques et Ethnologiques (11: Paris: 1960). Actes. Paris, 1960.
Le peuplement du nord-ouest du Paraná et les indiens de la Serra de Dourados”. Separata de : Boletim
Paranaense de Geografia, Curitiba, n.2/3,p.80-91, jun. 1961.
Os índios da Serra dos Dourados: estado atual das pesquisas. Separata de : Bulletin of the International
Comittee on Urgent Anthropological and Ethnological Research, n.5, p. 151-154, 1962.
19
Loureiro Fernandes, José. Notas hemato-antropológicas sobre os Caingangues de Palmas. Revista Médica do
Paraná, Curitiba, 8 (1/2), 1939. Os Caingangues de Palmas. Arquivos do Museu Paranaense. Curitiba, v.1,
p.161-209, 1941.Contribuição à antropometria e à hematologia dos Kaingang do Paraná. Congresso
Internacional de Americanistas (31.:1955 São Paulo). Anais. São Paulo, 1955.Contribuição à antropometria e à
hematologia dos Kaingang do Paraná. In Anais do 31º Congresso Internacional de Americanistas. São Paulo, 2,
1955.The Diego Blood factor in Brazilian Indians. Nature, v.177, p.41, jan.1956. FERNANDES, J. L &
JUNQUEIRA, P.C.; KALMUS, H. et al. P.T.C. thresholds, colour vision and blood factors of Brazilian Indians:
Kaingangs. Separata de Annals of Human Genetics, v. 22,p. 16-21, 1957.
20
Loureiro Fernandes, José. Notas para a Festa de S. Benedito – Congadas da Lapa. I Congresso Brasileiro de
Folclore. IBECC. Rio de Janeiro, 1951.
28
21
Loureiro Fernandes, José. Sobrevivências de tecnologia arcaica portuguesa nas prensas de mandioca
brasileiras. Etnologia nº 1. Departamento de Antropologia.FFCL da Universidade do Paraná. Curitiba, 1964.
29
A História como ciência social surgiu no século XIX, com uma influência
fortemente positivista, produzida a partir da perspectiva das classes dominantes.
Tratava-se de uma história nacional voltada para a construção da identidade dos
estados nacionais, que estavam consolidando-se na Europa naquele período. A
pesquisa baseava-se na análise de documentos históricos, os quais se restringiam
aos documentos oficiais produzidos pelos governantes.
No século XX a História até então oficial produzida de forma etnocêntrica pela
elite e para a elite começa a sofrer profundas transformações. Esta Nova escrita da
História ampliou sua perspectiva para a compreensão de contextos tanto mundiais
quanto regionais passando a se "interessar por toda a atividade humana, incluindo o
mundo da experiência comum" (Burke,1992; p.11; 23).
Buscando a interdisciplinaridade, a Nova História procurou estabelecer um
diálogo com outras áreas do conhecimento como a Antropologia, Sociologia,
Psicologia, História da Arte, Economia, entre outras. Como conseqüência deste
processo, novos sujeitos, objetos e temáticas foram introduzidos conferindo à
pesquisa histórica uma abordagem voltada para questões de ordem social, cultural e
do cotidiano das sociedades estudadas
Um dos conceitos fundamentais para esta mudança de paradigma é o
relativismo cultural. Tomado de empréstimo da Antropologia, este conceito permitiu a
compreensão de que a realidade social é culturalmente construída, o que implicou
diretamente na ampliação do universo das fontes de pesquisa do historiador
(Burke,1992).
Desta forma, a noção de documento histórico passou a ser muito mais
abrangente, incluindo outras tipologias de documentos escritos, como cartas,
testamentos, diários, receitas culinárias. Outros objetos como moda, arquitetura,
acervos museológicos e arqueológicos; além de imagens, como filmes, fotografias e
iconografia, passaram também a ser considerados documentos históricos. Para Le
Goff:
O escrito não é mais o único documento histórico. Toda uma parte dos
campos de pesquisa atuais, da civilização material aos diferentes domínios
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Como resolver este impasse? De que forma trabalhar com esta diferente
linguagem? Partindo da imagem das imagens diz o autor.
Em artigo sobre a história das imagens Gaskell (1992), reflete sobre a forma
de produzir conhecimento utilizando a arte como documento histórico. Uma das
questões abordadas é a análise da obra de arte a partir do contexto social e cultural
no qual foi produzida, caracterizando também o público consumidor para o qual a
obra foi destinada. Para Gaskel (1992; p.260) "a tarefa do historiador é recuperar a
visão do período, a maneira de ver culturalmente específica, peculiar".
No que se refere a documentação fotográfica e também porque não dizer
cinematográfica, é preciso compreender que a imagem produzida não equivale à
realidade, mas a uma construção intencional produzida pelo artista sobre esta
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mesma realidade. Sendo assim, a câmera é sempre uma presença intrusa que
reflete um olhar desprovido de inocência (Gaskel,1992; p. 266).
Quando o historiador analisa um filme seu recorte não é a arte, nem história
do cinema. O filme é antes de tudo um testemunho de um momento histórico e deve
ser tratado como um produto socio-cultural, uma imagem-objeto. Constitui dados
para a análise teórica tanto o visível, quanto o invisível, ou seja o que o filme mostra
e o que ele omite propositadamente. O recorte do cineasta que delimita e exclui,
reflete o contexto em que o filme é produzido e a biografia do autor. Devemos
perguntar quem é o cineasta, para que e para quem o filme foi produzido.
Analisando desta forma o conteúdo da obra, assim como a realidade que ela
representa.
Desta forma:
A crítica não se limita somente ao filme, integra-o no mundo que o rodeia
e com o qual se comunica necessariamente. Analisar um filme: a
narrativa, o cenário, o texto, as relações do filme com o que não é o filme:
o autor, a produção, o público, a crítica, o regime. Pode-se assim esperar
compreender não somente a obra como a realidade que apresenta (1974;
p.203).
Figura 09 - Kozák entre os índios do Xingu, década de 1950. Acervo Secretaria de Estado
da Cultura/ Museu Paranaense.
Morretes e Praia Deserta Morretes: Rio São João, Rio Nhundiaquara, Igreja Nª Srª do
(Superagui) Porto, produção de carvão vegetal. Viagem à Guaraqueçaba
e Superagui
Congadas 1953 50 min. Congada na Lapa. Imagens da cidade da Lapa : Memorial do
Cerco da Lapa e Gruta do Monge.
Orquídeas 1 e 2. 1938 25 min. Diversas espécies de orquídeas.
permitisse a sua contextualização. Desta forma, tivemos que restringir nossa análise
para 15 filmes, que compreendem um total de 08 horas de projeção:
- Araras parte 1 e 2
- Iguaçu parte 1 e 2
- Ilha dos Currais, Matinhos e Carnaval em Paranaguá
- Praia Deserta
- Terra Roxa-Café
- Congada da Lapa
- Xetá partes 1 a 7
Analisando a listagem de atividades de Kozák no período de 1947-48,
observamos que além do cronograma de projeções de filmes, estão registradas
também algumas pesquisas de campo, denominadas na época de “excursões de
campo”. A primeira destas excursões foi realizada pelo Museu Paranaense no
período de 15/02 a 20/03/1948 e teve como destino o alto rio Paraná. Além de
Kozák e sua irmã Karla, fizeram parte da equipe o geólogo e geógrafo José Bigarella
e o naturalista Carlos Gofferjé.
Esta expedição multidisciplinar tinha como objetivo o registro fotográfico e
cinematográfico da região, além da coleta de rochas e espécimes da fauna para
enriquecer as coleções do Museu Paranaense.
Partindo de avião de Curitiba a equipe chegou a Guaíra e já no dia seguinte,
continuaram a viagem em um trem de barcaça pelo rio Paraná, em direção ao Mato
Grosso.
Depois de passar pela Ilha Grande, o grupo acampou em Porto Felipe no rio
Paraná. Seguindo viagem subiram o rio Ivaí através de florestas virgens onde
acamparam novamente. Deste ponto, atravessaram o rio Paraná em direção ao
Mato Grosso e seguiram pelo rio Ivinhema, onde visitaram a aldeia de índios
Guarani Caiuá. Kozák filmou os índios confeccionando arcos e flechas.
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Figura 10. Trem de Barcaça navegando no rio Paraná. Foto: Vladimir Kozák, 1948.
Figura 11. Alça prema, utilizada no transporte de toras de madeira, região oeste do Paraná. Foto:
Vladimir Kozák, 1948.
Figura 13. Transporte de madeiras pelo Rio Paraná. Foto: Vladimir Kozák, 1948.
Figura 14. Naturalista Carlos Gofferjé exibe peles de onça, caçadas para a coleção zoológica do
Museu Paranaense. Foto: Vladimir Kozák, 1948.
Figura 15. Trem descendo a Serra dos Mar. Foto Vladimir Kozák, 1948.
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Figura 16. Fazenda Santa Rosa. Secagem do café. Foto: Vladimir Kozák, 1945.
Este filme, com duração de 50 minutos, tem início com um mapa do Paraná
onde está localizada a cidade da Lapa. Em seguida legendas apresentam os
principais personagens e os interpretes da Congada da Lapa de 1953: guias,
músicos, porta-bandeiras, duque, chefe, embaixador, nobre, marquês, secretário,
príncipe, rainha do Congo e rei do Congo.
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Figura 17. Personagens da Congada da Lapa. Da esquerda para direita: o príncipe, o rei, o
reizinho e o embaixador. Ao fundo estão os músicos. Foto: Vladimir Kozák, 1951.
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Figura 18. Grupo Indígena Xetá. Serra dos Dourados-PR. Foto: Vladimir Kozák
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Márcio de (org). As Ciências Sociais no Paraná. Curitiba: Protexto, 2006.
BURKE, Peter. A Nova História Seu Passado e Seu Futuro. In: A Escrita da História:
novas perspectivas. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.
FERRO, Marc. O Filme. Uma contra-análise da sociedade? In: LE GOFF, Jacques &
NORA, Pierre. História: Novos Objetos. Francisco Alves: Rio de Janeiro, 1976.
GASKEL, Ivan. História das Imagens. In: A Escrita da História: novas perspectivas.
São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.
HOBSBAWN, Eric. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
___________Nações e Nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
KOZÁK, Vladimir et all. Stone age revised. Natural History, v. XXXI, n.8. New York,
1972.
___________.Os índios Hetá: peixe em lagoa seca. Boletim do Instituto Histórico,
Geográfico e Etnográfico Paranaense, v. XXXVIII. Curitiba, 1978.
LE GOFF, Jacques & NORA, Pierre. História: Novos Objetos. Francisco Alves: Rio
de Janeiro, 1976.
___________. A História Nova. Martins Fontes: São Paulo,1998.
SANTOS, Carlos Roberto dos. Vida Material Vida Econômica. Coleção História
do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2001.
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