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Malformações Congênitas

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia


Departamento de Ciências Naturais

Colegiado de Medicina
Profª Drª Sandra Mara Bispo Sousa
Malformações congênitas (MCs):,
Classificação, conceitos e AG
Dismorfologia
 David Smith, 1960
 Descrever alterações estruturais observadas em
alguns indivíduos
 Estudo da forma anormal
 Conhecimentos e práticas de embriologia e
epidemiologia clínica
 Prática médica diária –ferramenta diagnóstica –
cuida de crianças ou adultos portadores de
defeitos morfológicos congênitos
Dismorfologia
 Defeitos presentes ao nascimento – congênitos –
independente da causa ou da patogênese – do
período de surgimento durante a gestação
 Fatores causais
 Genéticos
 Ambientais
 Desequilíbrio entre ambos
 Fatores etiológicos ambientais que atuam na
gestação – causam alterações morfológicas -
agentes teratogênicos
Frequência das ACs de acordo com a etiologia

Agente etiológico Frequência (%)


Alterações cromossômicas 6-7
Herança monogênica 8
Herança multifatorial 20 a 30
Agentes teratogênicos 5 a 10
Desconhecida 50 - 60

Fonte: Muller & Young, 1998, modificada


Moore & Persaud, 2008
Exemplos de anomalias congênitas maiores e
menores

Anomalias congênitas maiores Anomalias congênitas menores


Sistema circulatório Craniofaciais
Defeito de septo atrial Apêndice ou depressão pré-auricular
Defeito de septo ventricular Depressões labiais
Persistência do canal arterial Estenose do ducto lacrimal
Tetralogia de Fallot (cardiopatia Manchas de Brushfield na íris
congênita cianótica)
Sistema nervoso central Pregas epicânticas
Anencefalia Membros
Espinha bífida Clinodactilia do 5º dedo da mão
Hidrocefalia Prega palmar única (linha simiesca)
Microcefalia Sindactilia entre os 2º e 3º dedos dos
pés
Exemplos de anomalias congênitas maiores e menores

Anomalias congênitas maiores Anomalias congênitas menores


Sistema digestório Tronco
Ânus imperfurado Depressão ou covinha sacral
Atresia esofágica Hérnia umbilical
Hérnia diafragmática Hidrocele
Fissura labial com ou sem fissura Mamilo extranumerário
palatina
Sistema urinário
Agenesia renal bilateral
Extrofia da bexiga
Rins policísticos (infantis)
Membros Fonte: Muller & Young, 1998, modificada

Amputação transversa
Frequência de anomalias estruturais em abortos,
nativivos, e mortes em diferentes fases da
infância
Período do desenvolvimento Frequência (%)
Abortos espontâneos
1º trimestre 80 a 85
2º trimestre 25
Nativivos
Anormalidade maior
De aparecimento congênito 2a3
De aparecimento posterior 2
Anormalidade menor 10
Mortes no período perinatal
Mortes no primeiro ano de vida 25
Mortes de 1 a 9 anos 20
Mortes de 10 a 14 anos 7,5
Fonte: Muller & Young, 1998, modificada
Conceitos de alterações qualitativas da
morfogênese

Malformação – defeito morfológico


primário de um órgão, parte de um
órgão ou de uma região maior do corpo
- processo anormal

Primária ou
intrínseca

Maioria envolve apenas


um órgão e tem herança
multifatorial

Grande parte defeitos de campo –


campo morfogenético
Cefalopolissindactilia de
Greig – mutações com
perda de função – fator
de transcrição GLI3
Conceitos de alterações qualitativas da
morfogênese

Disrupção – defeito morfológico primário de um órgão, parte de um


órgão ou de uma região maior do corpo, resultante de um processo
extrínseco - processo normal

Malformação secundária ou
extrínseca

Ex.: Brida (banda) amniótica


– alteração colágeno

Não é hereditária mas fatores


genéticos pode predispor o indivíduo Disrupção do âmnio,
amputação parcial de um
Fatores extrínsecos membro fetal, associado as
•Traumas, infecções, isquemias ou teratógenos
bridas
Conceitos de alterações qualitativas da
morfogênese

Deformação – forma
ou posição anormal de
uma parte do corpo,
causada por forças
mecânicas

Podem ser extrínsecas ao feto


(resultantes da pressão intra-uterina)
2º trimestre desenvolvimento

ou intrínsecas (hipomobilidade fetal


devido a um defeito no seu SN)

Correção destas Geralmente ocorre


Pé torto equinovaro tardiamente na gestação
forças leva a
– oligodrâmnio ou – tem bom prognóstico
normalidade
meningomiocele (pé torto)
Conceitos de alterações qualitativas da
morfogênese
Displasia – organização
anormal das células nos
tecidos

Não são Ex.: displasia Maioria de origem


confinadas ectodérmica – monogênica, com
Aplica-se a todas as a um cabelos, dentes altos riscos
anormalidades da histogênese órgão e unhas recorrência

Osteogênese
imperfeita

Síndrome de Marfan
– defeito tecido
conjuntivo
http://embriologiaufrn.blogspot.com.br/2010/03/displasia-ectodermica.html
Desenvolvimento normal

Malformação

Disrupção

Deformação

Displasia
Conceitos de alterações quantitativas da
morfogênese
Hipoplasia – subdesenvolvimento de um organismo, de um órgão ou de um tecido.
Resulta da diminuição do número de células.
hipoplasia do esmalte do dente

Hiperplasia – desenvolvimento exagerado, aumento do número de células

hiperplasia adrenal congênita

Hipotrofia – diminuição do tamanho das células

hipotrofia condilar congênita

Hipertrofia – aumento do tamanho das células.


hipertrofia da base das unhas
Em cerca de 90% a 95% dos casos,
ocorre mutação no gene que codifica a
enzima 21-hidroxilase e, devido à sua
falta, há redução na secreção do
cortisol.
É herdada na forma autossômica
recessiva e ocorre na população em,
aproximadamente, 1 de 15.000
nascimentos.
Conceitos de alterações quantitativas da
morfogênese
Agenesia – ausência de uma parte do corpo devido à inexistência do tecido
primordial

agenesia ou anodontia dentária

Aplasia – ausência de uma parte do corpo devido a uma falha no desenvolvimento


do tecido primordial

aplasia dental

Atrofia – diminuição de tecido ou de um órgão normalmente desenvolvido, por


redução de tamanho e/ou número de células

atrofia mandibular
Padrões de ocorrência de anomalias
múltiplas
Sequência – derivadas de uma única anomalia ou de
um fator mecânico anterior

Fator primário – cascata de eventos


pressão intra-uterina e/ou falta Sequência de Pierre-Robin: fissura
de espaço na cavidade uterina. palatina, micrognatia e glossoptose.

http://saude.psicologiananet.com.br/doenca-ocular-em-criancas-retinopatia-e-glossoptose-doenca-da-retina-
associada-a-outros-sintomas-e-anomalias.html/glossoptose
Padrões de ocorrência de anomalias
múltiplas

Síndrome – anomalias patogeneticamente relacionadas

Não representam uma sequencia simples

Muitas dessas causas envolvem alterações cromossômicas


Síndrome de Down
Padrões de ocorrência de anomalias
múltiplas

Associação – certas anomalias ocorrem conjuntamente com


frequência maior do que o esperado, etiologia diferente da
sequencia ou síndrome.

As associações formam acrônimos criados pelas primeiras


letras dos órgãos ou dos sistemas envolvidos.
associação VATER (anomalias vertebras, anais, traqueo-esofagianas e renais)
VATERL (l – limb – malformações extremidades)

Baixo risco de recorrência e geralmente não são de origem


genética.
Microcefalia

Causada por teratógenos, como zika virus


Principais etapas da diferenciação sexual
Transtornos da diferenciação e do desenvolvimento sexual no grupo
denominado intersexo.
Disgenesia dos túbulos seminíferos (Síndrome de Klinefelter)
47, XXY; 48, XXXY; 48, XXYY; 49, XXXXY
Disgenesia ovariana (Síndrome de Turner)
45, X; 46, X, i(Xq); 46X, del(Xp); 46,X r(X)
Disgenesia gonodal cromossômica X/XY
Mutações no gene SRY
Intersexo
Hermafroditismo verdadeiro
46,XX com sequencias derivadas do cromossomo Y
Quimerismo 46,XX/46,XY
Pseudo-hermafroditismo masculino
Insensibilidade dos receptores aos andrógenos
Completa – síndrome de feminização testicular
Incompleta – síndrome de Reifenstein
Erros inatos da biossíntese de andrógenos
Deficiência de 5-α-redutase 2 – hipospadia pseudovaginal perineoescrotal
Mosaicismo 45X/46,XY
Defeitos do fator inibidor mulleriano (MIF)
Pseudo-hermafroditismo feminino
Hiperplasia adrenal congênita
Efeitos da ingestão materna de andrógenos
Efeitos de tumores secretores de andrógenos
Transtornos da diferenciação e do desenvolvimento sexual no grupo
denominado intersexo.
Importância das MCs para o Aconselhamento
genético

É importante determinar se uma MC é uma:


um componente de um padrão de
anomalia isolada ou malformações, como um sequência ou uma
síndrome.

Se um bebê apresentar apenas fissura labial


o risco de recorrência para seus irmãos é
o prognóstico é bom e
baixo.

Mas esta pode ser uma característica da síndrome de Patau


(trissomia do 13) que tem inúmeras anormalidades e tem um
prognóstico ruim
Importância das MCs para o Aconselhamento
genético

Malformações múltiplas
tendem a ter uma causa incluem anomalias erros na morfogênese
definida cromossômicas geneticamente determinados

Malformações isoladas
risco de recorrência é de 1 a 5% em geral,
raramente têm causa aparente
sem considerar afetados prévios

Deformações
O risco de recorrência depende da causa da
estão presentes em 1 a 2% dos recém- pressão mecânica, em geral baixo mas se a causa
nascidos for uma anomalia de útero materno, poderá
ser alto.
Importância das MCs para o Aconselhamento
genético

Disrupções
sem risco de recorrência significativamente
tendem a ser esporádicas
aumentados

Displasias
a maioria sendo esporádica e
são muito variáveis, de causas inespecíficas
possivelmente de herança multifatorial

Displasias metabólicas podem representar


mutações recessivas quando associadas a mutações dominantes quando associadas a
deficiências enzimáticas defeitos nas proteínas estruturais.
Obrigada!!!!

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