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SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO
3 Objetivos
5. Justificativa
Segundo o historiador Luiz Carlos Ribeiro "o homem, ao subordinar-se às
imposições do mercado e não exercer a vontade própria, transforma-se em coisa, perde
sua humanidade".
Observa-se atualmente que a publicidade e a propaganda assumem papel
determinante no modelo global de mercado. Nesse contexto, a produção passa por
transformações que alteram a maneira como o sujeito se relaciona com os outros, consigo
mesmo e com a mercadoria.
É nesse sentido, que a leitura de imagens midiáticas, utilizando-se do recorte
(apropriação) e da colagem (manipulação e intervenção de imagens), possibilitam aos
alunos uma atividade tanto de leitura quanto de representação crítica do mundo da mídia.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Arte (PARANÁ, 2008), o processo de ensino-
aprendizagem contextualizado permite ao aluno: ter consciência sobre seus modelos de
explicação e compreensão da realidade, reconhecendo-os como equivocados ou
limitados em certos contextos; e enfrentar questionamentos, colocando-os em cheque
num processo de desconstrução de conceitos e reconstrução/apropriação de outros.
Portanto, o exercício de desconstruir as imagens midiáticas a partir do recorte e
reconstruí-las de outra forma, propicia ao aluno o pensar crítico e reflexivo sobre as
imagens que o bombardeiam diariamente.
6. Encaminhamento
1ª Aula
Inicialmente propor uma atividade que servirá como “aquecimento”, para que o
aluno perceba como é visto e como ele se vê. O resultado da atividade será resgatado
posteriormente.
Entregue para cada aluno uma folha ofício branca, onde ele deverá escrever
apenas seu nome. A folha de cada aluno passará, então, pela sala inteira, seguindo a
ordem das filas de carteiras. A partir de um sinal do professor, cada aluno deve estar
apenas com uma folha em suas mãos e deverá escrever uma qualidade do colega cujo
nome está escrito na folha. Para cada pessoa que a folha passar, o aluno deverá escrever
uma qualidade, até que a sua folha chegue novamente em suas mãos com as anotações
de todos os colegas da sala. Propicie uns minutos para que o aluno leia as qualidades
registradas pelos colegas. Então, peça para que cada um complete a listagem com as
qualidades que ele acredita ter e que não apareceram na lista. No verso da folha, peça
para que responda à pergunta “Quem sou eu?”. O professor deve explicar que, como os
colegas o veem e como ele se vê é uma forma de leitura sobre o outro e sobre si mesmo.
Esta atividade deve ser guardada para consulta posterior.
2ª Aula
Análise do poema:
Nos versos acima, o poeta fala sobre a questão do nome verdadeiro e do nome
“grudado na calça”, assunto indispensável para uma boa discussão: a crise de identidade
gerada por tais influências.
Já nos versos seguintes, pode ser trabalhado a questão do consumismo.
1. O poeta pede que retifiquem o quê? Como sabemos, retificar significa corrigir, rever
algo. Será, mesmo, que é preciso que o retifiquem? Caso sim, em que lugar estaria
escondido o verdadeiro “eu”?
2. Ao se utilizar da expressão “meu nome novo é coisa”, será possível que, enquanto
submetidos à classe “opressora”, digamos assim, somos realmente levados à condição de
pessoas coisificadas?
3. No último verso, no qual o poeta afirma que ele realmente é a coisa, ele chega à
conclusão de que se tornou refém de tal dominação. E você (no caso, os alunos) também
é refém do consumismo, da mídia? Fica aqui um questionamento que merece ser
debatido e explorado ao máximo, em todos os âmbitos.
Recorte: Percorrer o contorno das imagens com a tesoura cuidadosamente, como que
redesenhando a forma em todas as suas sutilezas. Trata-se, neste primeiro momento, de
retirar a figura de seu contexto original, separando-a do fundo.
3ª Aula
Nessa aula, usando uma folha A3 sulfite ou canson, o professor deverá orientar
sobre como desenhar a estrutura básica de um rosto – de preferência com lápis 4B e
suavemente - para montagem do autorretrato, preparando a estrutura para posterior
colagem das imagens selecionadas e recortadas.
A seguir, uma sugestão de orientação de como desenhar a estrutura de um rosto
(ver também no anexo):
4ª Aula
Na quarta aula completamos os espaços vazios (no rosto, pescoço etc.). Esses
espaços devem ser preenchidos com lápis de cor, giz de cera ou outro material escolhido
pelo professor.
Com o autorretrato pronto, apresentar o movimento artístico Pop Arte, pedindo para que
os alunos relacionem as características de seu autorretrato com o movimento Pop Arte a
partir do estudo dos textos sobre o tema presentes no Livro Didático Público de Arte,
páginas 87 a 97 (PARANÁ, 2006).
Recursos complementares:
A seguir, alguns recursos que podem ser utilizados para complementar a aula.
7. Relações interdisciplinares
Ao tratar do assunto “consumismo e imagem midiática” em Arte, busca-se, a partir
dos conteúdos Indústria cultural, Meios de comunicação de massa, Sociedade de
consumo, da disciplina de Sociologia, referenciais teóricos que possibilitem o
questionamento da publicidade e da propaganda manipuladoras e fetichistas.
8. Aprendizagem esperada
Segundo as Diretrizes Curriculares de Arte (PARANA, 2008), “no processo
educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do
processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática
pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é
a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre
a ação da prática pedagógica. ”
Ao final desta sequência de aulas espera-se que o aluno reconheça o meio como
influência na construção da personalidade; domine a técnica do recorte, colagem e
composição; conheça o gênero autorretrato e perceba a concepção de enunciado, signo e
ideologia presente nas propagandas midiáticas.
9. Referências
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. LPD: Livro Didático Público de Arte. Curitiba:
SEED-PR, 2006.
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