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O objetivo dessa ferramenta de formação é analisar as interações que são construídas entre o
professor, os estudantes e os conteúdos trabalhados. Muitas vezes, o próprio docente não percebe que
uma pequena mudança em sua prática pode levar a resultados mais positivos - e uma pessoa de fora
tem mais facilidade para apontar um caminho. Nesta reportagem, você, coordenador pedagógico, vai
saber como romper eventuais barreiras para usar a observação da sala de aula como uma ferramenta
formativa.
A ideia é simples: você entra na classe, assiste a uma aula, faz anotações e, com base nelas,
tem mais segurança para planejar os encontros e orientar os professores, certo? Certo. Só que não é
tão simples assim: alguns docentes sentem seu espaço invadido com a presença de um observador.
É preciso criar um clima e uma cultura em que a parceria no desenvolvimento profissional esteja
acima de melindres pessoais.
Para quem está iniciando na função de coordenador ou chegando a uma escola em que não
existe essa prática, é um pouco mais complicado. O primeiro passo é conversar com toda a equipe nos
encontros coletivos, esclarecendo que os principais objetivos são: montar a pauta de formação
continuada com base nas necessidades de ensino e conhecer bons exemplos de prática didática que
mereçam ser compartilhados com a equipe (sim, às vezes elas ficam restritas a uma só sala de aula,
quando poderiam ser divulgadas e ajudar outros alunos a aprender).
Por isso, é bom consultar cada um dos professores para ver se eles topam receber você.
Mesmo quando todos estão acostumados a essa rotina, é importante avisar o professor quando a visita
será realizada, como faz a coordenadora pedagógica Márcia Regina Schiavetto, do CE Sesi 146, em
Matão, a 350 quilômetros de São Paulo Envolver os professores na elaboração da pauta também pode
ser um procedimento útil para quebrar resistências, pois eles mesmos podem indicar em que pontos
necessitam de ajuda e de soluções didáticas. É assim que trabalha a coordenadora pedagógica Juliana
de Mattos Parreira, da EEI Espaço Nossa Casa, na capital paulista (leia o quadro Em busca de
potencialidades).
Compromisso formativo
NA DEVOLUTIVA Márcia Schiavetto, de Matão, traça com os docentes o plano de formação. Fotos: Marina Piedade
Alguns detalhes vão ajudar você a não ser invasivo no momento da observação. O primeiro
deles é lembrar que aquele espaço é do professor. Por isso, procure sentar-se no fundo da sala ou nas
laterais, manter a menor interação possível com os alunos e nunca interferir na fala do docente.
Mesmo que a pauta tenha sido discutida e fechada previamente, uma vez na sala é preciso
analisar todas as interações e estar aberto para se surpreender com situações que não esperava
encontrar - que podem, inclusive, ser extremamente positivas.
O que é observado deve ser apenas anotado nesse momento. Durante e após a observação,
você vai construindo hipóteses sobre as interações que dão certo e as que precisam de ajustes - e
essa será a base do registro e da conversa posterior com o professor.
O trabalho de observação não termina quando o coordenador sai da sala de aula. Ao contrário.
Talvez a parte mais importante venha a seguir: a conversa com o professor. Tire uma cópia das
anotações feitas e entregue a ele antes da devolutiva para que possa se preparar para a conversa, que
deve ser sempre individual e, no máximo, uma semana após a data da observação. Inicie o bate-papo
citando tudo de positivo que você viu, demonstrando com isso que reconhece o bom trabalho feito. Em
seguida, trate dos pontos que precisam ser melhorados.
O resultado final desse processo deve ser um planejamento de formação para o professor e
para toda a equipe docente. Acreditar nessa perspectiva pressupõe encarar o educador como um
profissional capaz de construir as próprias estratégias de ensino com base na reflexão sobre a prática.
Em busca de potencialidades
PAUTA CONJUNTA Juliana Parreira, de São Paulo, escolhe o que vai ser observado junto com o professor
Na entrada da favela de Paraisópolis, em São Paulo, a EEI Espaço Nossa Casa atende 120
crianças da comunidade local. Professora por sete anos, a coordenadora Juliana Parreira assumiu a
nova função há quatro. No começo, entrava nas salas sem avisar. "Mas me lembrei de quando era
professora e quanto era difícil ter na classe alguém analisando meu trabalho." Hoje ela combina com os
docentes todas as visitas e as pautas são discutidas e compartilhadas nos encontros semanais de
formação. Muitas vezes, são os professores que pedem à coordenadora ajuda para melhorar em
determinados pontos. "A observação não é inimiga do professor, mas uma forma de valorizar o trabalho
dele. Ao observar, busco tanto o que está bom e pode ser disseminado quanto o que pode ser
aprimorado. Na devolutiva, é fundamental se apoiar na teoria e se colocar também como aprendiz no
processo formativo", finaliza Juliana.
O que observar
Disciplina ___________________________
Problemas adequados são os que representam um desafio possível. Ou seja, não podem ser tão
fáceis a ponto de serem solucionados sem esforço nem tão difíceis que se tornem
desestimulantes. Quando 80% da turma acerta sem dificuldade as questões propostas, é hora de
lançar novos desafios. Se mais da metade não encontra solução, é preciso orientar o professor
para que ele tente novas abordagens e ajudá-lo a diversificar as atividades.
Mapas, slides, ilustrações, fotos e vídeos precisam ser adequados ao conteúdo trabalhado,
utilizados em momentos certos e ter qualidade técnica. Quando alguma dessas coisas não
acontece, busque com o professor novas ferramentas ou indique maneiras mais eficientes de usar
as já disponibilizadas pela escola. No caso de recursos tecnológicos, é sempre recomendável
testá-los antes da aula.
Muitas dificuldades que aparecem durante os momentos de aprendizagem têm origem em uma
proposta confusa, mal elaborada ou comunicada de forma ineficiente. Durante a observação, anote
as falas do professor para posteriormente discutir a clareza e a pertinência das propostas. Para
torná-las mais claras, geralmente são necessárias mudanças simples, como a substituição das
palavras difíceis.
Ao perceber uma inadequação entre a organização da sala e o conteúdo, você pode indicar, na
devolutiva, outras formas de dispor os alunos. Em roda, em duplas, trios ou quartetos. A forma
como a turma trabalha deve estar relacionada aos objetivos pedagógicos. Geralmente, grupos
grandes servem para socializar estratégias, mas não para trocar informações. Já quando o objetivo
é colocar os conhecimentos de cada aluno em jogo, o melhor são as atividades individuais.
O que fazer
78% afirmam reunir-se periodicamente com todos os professores, porém só isso não basta. É preciso
ter tempo para planejar e tornar mais produtivos esses momentos.
Só 27% declara reunir os professores por disciplina, para tratar de conteúdos específicos, e 31% por
ano, para conversar sobre as turmas.
Apenas 19% discutem com cada docente da equipe e sugerem novas estratégias de ensino, após
observar as práticas pedagógicas em sala de aula.
Não mais de 31% apontam o preparo dos docentes como um dos principais problemas da coordenação
pedagógica.
47% dos entrevistados citaram um número que está fora da escala do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb), embora a maioria afirme saber o resultado da escola. Mais do que ter o
número, é essencial usá-lo para guiar o planejamento em equipe.
O que não fazer
55% dos coordenadores realizam essa tarefa e 90% a avaliam como adequada à sua função, que pode
ser delegada a um funcionário de serviços gerais.
72% dos entrevistados têm essa atividade na rotina e 91% a consideram apropriada, mas o controle
deve ser responsabilidade de um funcionário treinado para a função.
54% gostariam de ter mais tempo para isso, mas o papel de relações-públicas é do diretor.
19% dos entrevistados fazem isso uma ou algumas vezes por semana. Sua função, porém, é ajudar a
direção a montar, com os docentes, um banco de atividades e uma lista de substitutos para resolver
esse tipo de emergência.
22% acreditam que isso é seu papel, embora os especialistas garantam que a parceria com o diretor
deve se restringir aos assuntos pedagógicos.
Para conseguir fazer tudo, preciso planejar muito bem minha rotina. Nela, as reuniões com os professores são prioridade
(Foto: Manuela Novais)
Tenho apenas 24 horas semanais para meu trabalho como coordenadora. Por isso, minha rotina precisa
ser bem planejada, porque esse tempo nunca é suficiente para fazer tudo o que eu quero: planejamento das
atividades e das reuniões com os professores, estudo, observação de sala de aula e reunião com a equipe
gestora.
Apesar de todas essas atividades serem muito importantes, considero o encontro com os professores
primordial. Então, faço de tudo para garantir que ele aconteça, sem falta. Na minha rotina, chamo esse momento
de planejamento semanal.
Tenho contato com os professores em dois momentos. Um deles é individual, em dois módulos de 50
minutos semanais. O outro acontece com todos os docentes juntos, durante duas horas quinzenais.
O encontro semanal é marcado de acordo com a rotina dos professores em sala de aula. Costumo
aproveitar os horários de Educação Física para fazer isso. Ou seja, enquanto os alunos estão com o docente
dessa disciplina, converso com o professor regente da turma. Quando o chamo, ele já sabe que esse momento
será para planejar e estudar comigo.
Toda semana, antecipo os conteúdos que discutirei com os professores e peço a eles que elenquem suas
demandas – afinal, eles também têm dúvidas que acabam direcionando o encontro. Na hora que estamos juntos,
estudamos o assunto que está gerando dificuldade e planejamos sua rotina. Aproveito também para analisar as
especificidades de cada turma, olhando para os dados, o rendimento dos alunos, os cadernos e as avaliações, e
fazer devolutivas sobre alguma atividade observada.
Durante os encontros, também organizamos os conteúdos que devem ser trabalhados no bimestre e
definimos ações em prol da aprendizagem. Como o tempo é curto e as demandas dessa reunião são muitas, já
chego com um cronograma prévio para nortear o planejamento semanal.
Os encontros quinzenais, por outro lado, possuem foco coletivo. Esse momento é reservado para a
formação com o grupo de professores, que, algumas vezes, podem estar divididos por ciclos. A pauta depende
das demandas identificadas ao longo do bimestre ou do semestre letivo.
Apesar de serem muitas as dificuldades que enfrento devido à carga horária reduzida, consigo cumprir
muitas das ações previstas. Até agora, os resultados têm sido bons e percebo que é nesse momento que a
parceria entre coordenador pedagógico e professores se fortalece.
E vocês, coordenadores, conseguem se reunir com seus professores? Com qual periodicidade?
Abraços, Eduarda
Quando chega o mês de junho, todo coordenador pedagógico precisa dedicar um tempo para fazer a
avaliação da equipe docente. É claro que na escola estamos o tempo todo fazendo avaliações, reflexões e
escolhas, mas o corre-corre do dia a dia faz com que resolvamos problemas mais pontuais. Nem sempre dá
tempo de parar para analisar o todo da forma como gostaríamos, não é? Por isso, me organizo para dedicar
muitas horas dos dias de junho para isso! E elas são realmente necessárias!
O final do 1º semestre é o momento em que vamos interromper o ano letivo e retomá-lo dali a algumas
semanas. É o meio de uma etapa, que será continuada no e com o mesmo grupo – hora de avaliar o que foi
bacana e o que precisa ser melhorado, afinal, teremos ainda mais 4 meses inteiros para ajustar o que achamos
que não foi muito bom.
Na minha escola, utilizo um instrumento que foi elaborado juntamente com o grupo de professores há
alguns anos. Trata-se de uma ficha de avaliação, revisada sempre que considerarmos necessário (vocês podem
acessar o modelo aqui).
Faço assim: em um horário de trabalho coletivo, cada professor preenche o impresso fazendo uma
autoavaliação e me entrega. Os pontos avaliados por eles são: planejamento, gestão de classe, aprendizagem
das crianças e relações sociais ou profissionais.
Leio cada uma das fichas deles e escrevo um relatório, que nada mais é do que uma devolutiva para
cada professor. Nesse documento, registro primeiramente todos os aspectos positivos de sua atuação. Depois,
listo alguns itens que podem ser melhorados, especificando bem porque e como eles podem melhorar. Quanto
mais detalhado ele for, melhor. Percebo que os professores aceitam criticas mais facilmente se elas estiverem
bem embasadas.
Quando termino a minha avaliação, agendo uma reunião (que dura cerca de 45 minutos) com cada
professor para dar a ele o retorno. A diretora de escola colabora em todo o processo. Inclusive, sentamos juntas
para dar o feedback aos professores. Porém, é minha atribuição acompanhar a aprendizagem dos alunos,
registrar os processos durante o semestre e elaborar o relatório final.
Qual é o resultado de tudo isso? Os professores consideram as sugestões de melhorias e,
principalmente, ficam muito satisfeitos com o reconhecimento de seus trabalhos. Por isso, eu procuro sempre
valorizar as qualidades das pessoas que fazem parte da minha equipe. Mesmo sendo uma avaliação que não
impacta nos salários deles, ela é muito válida! Depois desse trabalhão, arquivo uma cópia junto com as
autoavaliações feitas por eles e entrego uma cópia para o professor.
Vocês já começaram esse processo nas escolas de vocês? O que acharam da minha forma de organizá-
lo? Não se esqueçam desse momento tão importante!
Beijos, Leninha
Eduarda Diniz Mayrink analisa documento com professora da escola (Foto: Manuela Novais)
Final de bimestre na escola é um tumulto. A rotina se volta para a aplicação e correção das avaliações,
análise dos resultados obtidos pelas crianças e organização de reuniões de pais. Em meio a todas essas
atividades, sempre surge a pergunta: como realizar o fechamento do bimestre de forma que os dados obtidos
ajudem na melhoria do ensino e da aprendizagem?
Antes de tudo, é importante dizer que o bimestre precisa ser planejado. Assim, é possível antecipar quais
serão os conteúdos trabalhados e as ações realizadas. Dessa maneira, quando o período está acabando,
podemos rever essa reflexão original e comparar com o que de fato conseguimos fazer.
Levantamento de dados
Para começar o trabalho, organizo com os docentes a avaliação do desempenho dos alunos ao longo do
bimestre utilizando alguns instrumentos, que servem de parâmetro para o levantamento de dados:
Planilha dos conteúdos abordados durante o bimestre (clique no link para acessar o modelo). Ela servirá
de apoio na tabulação das avaliações aplicadas
Gráfico de rendimento dos alunos (clique no link para acessar o modelo). Ele é feito com as notas
obtidas pelos alunos. Dessa forma, conseguimos montar um panorama geral da turma em cada disciplina.
Dados reais da turma (frequência dos alunos e do professor, cumprimento do calendário escolar, tempo
didático destinado ao conteúdo de acordo com a rotina planejada e a rotina real aplicada em sala)
Combinados estabelecidos em reuniões de formação que deveriam ser cumpridos na rotina. Nas
reuniões, ao estudarmos um determinado conteúdo, definimos de que forma poderiam ser aplicados de
acordo com a necessidade de aprendizagem da turma. A partir disso, fazemos combinados de metas e
ações.
Caso seja identificado que as estratégias de ensino utilizadas não foram bem sucedidas, por exemplo, eu
preparo um plano de formação para o professor, para que as práticas sejam melhoradas. Entre as possibilidades
estão estudar como determinado conteúdo pode ser trabalhado em sala, quais sequências de atividades devem
entrar no planejamento e quais intervenções podem ser realizadas.
Paralelamente, não podemos deixar os responsáveis pelas crianças de fora dessa reflexão. Eles também
precisam ficar cientes dos resultados e ser informados sobre quais serão as ações realizadas pela escola para
melhorá-los. Para isso, marcamos uma reunião de pais logo após o fechamento. No bimestre seguinte avalio o
desenvolvimento das ações e levantamos novos dados.
E vocês, coordenadores, quais ações organizam com seus professores para o fechamento do bimestre?
Um professor vive encaminhando os alunos indisciplinados para mim. O que devo fazer?
Na ausência de um orientador educacional na escola, é comum que o coordenador assuma essa
função. Se é esse o seu caso, deixe claro ao docente que ele não pode simplesmente achar que não
tem nada a ver com isso e que o papel dele é ajudar a identificar as causas dos comportamentos
inadequados e como lidar com eles. ''Se o problema persistir, vale organizar uma reunião com as
equipes gestora e docente para que, juntas, pensem na melhor forma de solucionar a questão'', afirma
Sofia Lerche Vieira, da Universidade Estadual do Ceará (UEC
Cada escola tem características pedagógico-sociais irredutíveis quando se trata de buscar soluções para
os problemas que vive. A realidade de cada escola - não buscada por meio de inúteis e pretensiosas
tentativas de "diagnóstico" - mas como é sentida e vivenciada por alunos, pais e professores, é o único
ponto de partida para um real e adequado esforço de melhoria.
José Mário Pires Azanha. Documento preliminar para reorientação das atividades da Secretaria. Secretaria de
Estado da Educação de São Paulo, 1983.
Retomamos esta afirmação de Azanha, que foi exaustivamente discutida pelos educadores
da rede estadual paulista, na década de 80, porque ela nos lembra que não se pode falar da escola,
mas sim de cada escola em particular.
Se o instituído pelo currículo tem uma base legal - e precisa tê-la, para garantir a Educação
Básica para todos, num Estado que se quer democrático, como atentar para essas tantas diferenças
não só regionais, mas dentro de cada região?
Para melhor entender essas relações, escolhemos, neste texto, o coordenador pedagógico
(ou professor-coordenador ou coordenador pedagógico-educacional ou outro termo que designe
esse profissional) como ator privilegiado para nossa discussão.
A escolha se deve ao fato de entendermos que ele tem, na escola, uma função articuladora,
formadora e transformadora.
Portanto, é o elemento mediador entre currículo e professores. Assim, esse profissional será,
em nosso modo de ver, aquele que poderá auxiliar o professor a fazer as devidas articulações
curriculares, considerando suas áreas específicas de conhecimento, os alunos com quem trabalha, a
realidade sociocultural em que a escola se situa e os demais aspectos das relações pedagógicas e
interpessoais que se desenvolvem na sala de aula e na escola.
Ele tem uma função mediadora, no sentido de revelar/desvelar os significados das propostas
curriculares, para que os professores elaborem seus próprios sentidos, deixando de conjugar o
verbo cumprir obrigações curriculares e passando a conjugar os verbos aceitar, trabalhar,
operacionalizar determinadas propostas, porque estas estão de acordo com suas crenças e
compromissos sobre a escola e o aluno - e rejeitar as que lhes parecem inadequadas como proposta
de trabalho para aqueles alunos, aquela escola, aquele momento histórico.
- Como articulador, seu papel principal é oferecer condições para que os professores trabalhem
coletivamente as propostas curriculares, em função de sua realidade, o que não é fácil, mas
possível;
- Como formador, compete-lhe oferecer condições ao professor para que se aprofunde em sua área
específica e trabalhe bem com ela;
O coordenador pedagógico será, então, aquele que, conhecendo essas propostas, tendo
participado de sua elaboração/adaptação às necessidades e objetivos daquela escola, possibilita
que "novos significados sejam atribuídos à prática educativa da escola e à prática pedagógica dos
professores", ( O coordenador pedagógico e os desafios da educação , Edições Loyola, 2008).
Visto como formador, dois aspectos devem ser destacados na função do coordenador pedagógico:
a) seu compromisso com a formação tem de representar o projeto escolar-institucional e tem de
atender aos objetivos curriculares da escola;
b) o compromisso com o desenvolvimento dos professores tem de levar em conta suas relações
interpessoais com os demais atores da escola, alunos, pais, comunidade, sendo estas relações
entendidas em sua diversidade e multiplicidade, aceitas como se apresentam, aproveitadas como
recurso para o processo formativo, como explicado em O coordenador pedagógico e questões da
contemporaneidade.
Laurinda Ramalho de Almeida e Vera Maria Nigro de Souza Placco são professoras do
Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação, da Faculdade de
Educação da PUC-SP.