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contemporânea…
ARTISTAS
Beatriz Horta Correia, Bela Silva, Graça Pereira Coutinho, Luís Nobre,
Maria Pia Oliveira, Sofia Castro
Albuquerque Mendes, Isaque, Jorge Abade, Susana Piteira, Catarina
Branco
Carolina Paz, Gabriela Machado, Estela Sokol, Fábio Carvalho
…Os processos de residências artísticas propiciam a reconquista da vivência da duração. Numa época em
que as situações se concatenam, numa exigência de respostas quase imediatas, a decorrência é um privilégio
para artistas e demais operadores culturais. O facto da fluidez de pensamento e atuação - metodologia,
procedimentos e concretização – para concretizar a produção de obras que se prolonga num espaço
específico é condição fundamental que configura o projeto a cumprir na Fábrica de Cerâmica S. Bernardo em
Alcobaça.
A reunião de artistas portugueses e brasileiros, procedendo de diferentes contextos e formações, cujas
jornadas por viagens e cidades se desenrola em experiência de criação e pensamento, promoverá diálogos,
confrontos e novas articulações poiéticas e concetuais. A tekné que é cúmplice da poiésis, pode ser
entendida deste perspetivas díspares que refletem a intencionalidade e decisões de artistas e autores.
As obras realizadas durante a residência – numa seleção aferida a conceitos que se plasmem como
estruturantes – culmina numa exposição coletiva a ocorrer no Museu Nacional Soares dos Reis (Porto).
Numa geografia onde a água e a terra propiciaram – desde tempo e memórias longínquos – a alquímica da
cerâmica, a possibilidade de desenvolver residências a 15 artistas contemporâneos, adquire uma
consistência e interesse acrescido.
Os espaços de arquitetura, para funcionalidade industrial, são residentes (portadores) em si de uma
dimensão arqueológico/patrimonial que se verifica urgente dignificar – em termos antropológicos e
sociológicos, através de estratégias culturais e artísticas qualificadas.
Dentro da fábrica, a condição de “sedentarismo” para os artistas que são “nómadas” de lugares outros, o
contato com as matérias e a disponibilização de instrumentos e equipamentos especializados, propiciará
desafios e situações propugnando e sob desígnio de superação pessoal, quanto gregária.
Na senda de Henri Focillon, as mãos dos artistas que irão experienciar as dinâmicas do fazer, celebram as
“mãos”:
“Empreendo este elogio da mão como quem cumpre um dever de amizade. No momento em que
começo a escrever, vejo minhas próprias mãos, que solicitam meu espírito, que o arrastam. Empreendo
este elogio da mão como quem cumpre um dever de amizade. No momento em que começo a escrever,
vejo minhas próprias mãos, que solicitam meu espírito, que o arrastam.”
( Henri Focillon, “Elogio da Mão”, S.Paulo, Ed. Serrote, 2012, p.5)
Relembre-se a argumentação de Miguel Ângelo quanto ao processo de criação, em 3 pilares
fundamentais: a tríade “olho, cérebro, mão”; matéria e forma; beleza idealizada e natureza.
No relativo ao primeiro ponto, o florentino assinalava que as imagens decorrentes da perceção visual
deveriam ser processadas internamente pelo artista, gerando-se assim imagens mentais (internas) que
configurassem o “visto” numa excelência que excedesse. Essas imagens pensadas pelo autor deveriam
obter correspondência no fazer que a mão dirigia e concretizava em obra. Por outro lado, tinha a
profunda convição de que ao grande escultor bastava retirar da pedra o excesso para conformar a figura
ambicionada e pressentida. Esta criação, por analogia ao processo de modelação, por exemplo,
significaria a capacidade de manipulando as pastas as saber na medida certa e na austeridade e exigência
de “fazer”, reduzir-se à configuração intrínseca ao próprio material em si como substância matricial. No
respeitante ao que estabeleceu possíveis cânones de beleza, mediante a enunciação de cânones, dir-se-á
que estes procuram, na atualidade, categorias estéticas que não somente a beleza , mas sobretudo a
genuinidade, a ética do eu que orienta pensamento, ação e atuação do artista como autor. Pois que o
artista, na contemporaneidade é cúmplice da responsabilidade social - ideologia, ecológica - para
promulgar a concreção da obra. Esta obra produzida não é ato que se esgota em si mesmo como sujeito
estético “em estado de ilha” mas durando na conveniência gregária com os demais, assim usufruindo da
sua identidade mais completa.
(a continuar)
Maria de Fátima Lambert
Beatriz Horta Correia
Bela Silva
Graça Pereira Coutinho http://gracapereiracoutinho.com/
Luís Nobre
http://www.luisnobre.net/
Maria Pia Oliveira
http://www.palaciobelmonte.com/cafe-
belmonte/ 2011/09/30/maria-pia-exhibition/
Sofia Castro
Albuquerque Mendes – Camino de Santo
instalação, 2008/09
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albuquerque_Men
des
Isaque – Comedores de Pedra, 2006
http://www.weart.pt/index.php/artistas/item/18-isaque-pinheiro
http://www.isaquepinheiro.com/
Jorge Abade - "Outsider", 2009
http://www.academia.edu/1502033/
Marginalia_dapres_Edgar_Allan_Poe
Plataforma_Revolver._Lx._Abril_2010
Susana Piteira
SERIE "Trompe l'oeil, le coeur et la raison..."
Escultura pasta porcelana Escultura pasta
porcelana
25x6x12cm 16x8.5x6cm
http://susanapiteira.com/
Catarina Branco - “Fenais da Luz”, 2011
http://www.fonsecamacedo.com/exposicoes.php?artista=36
http://www.carpediemartepesquisa.com/pt-pt/gallery/catarina-branco
http://carolinapaz.com/
Gabriela Machado – instalação peças de porcelana (Galeria 3+1 – julho 2013
http://www.gabrielamachado.com.br/web/
Fábio Carvalho
http://www.fabiocarvalho.art.br/curric.htm
Estela Sokol - Meio Fio. Mármore e encaustica. 0.03m x 4,5m x 4.5m. 2013. (vista parcial da maquete)
http://www.estelasokol.com/
ARTISTAS País Residência Artística Residência Artística Residência Artística
a. Alojamento b. Alimentação c. Transporte
Beatriz Horta Correia PRT 1ª quinzena Julho = 5 dias 10 refeições Lx/ Alcobaça / Lx
Bela Silva PRT --------------------------- Bruxelas (?)
Graça Pereira Coutinho PRT Última semana Maio/ 20 refeições Lx/ Alcobaça / Lx
1ª semana Junho = 10 dias
Luís Nobre PRT 1ª semana Junho = 5 dias 10 refeições Lx/ Alcobaça / Lx
Maria Pia Oliveira PRT Última semana Maio/ 20 refeições Lx/ Alcobaça / Lx
1ª semana Junho = 10 dias
Sofia Castro PRT Dias descontinuados Lx/ Alcobaça / Lx
Conceção: Curadora
Pré-Produção FCSB + MNSR
Produção Residências:FCSB / Curadora
Montagem e Produção Exposição: MNSR /Curadora (Artistas)
(Cf. Protocolo)
PROGRAMA (resumo):
3. EXPOSIÇÃO > MUSEU NACIONAL SOARES DOS REIS (PORTO) – 3ª SEMANA SETEMBRO 2014
4. PROGRAMAÇÃO PARALELA
1. APRESENTAÇÃO PROJETO +
2. NO DECURSO DA EXPOSIÇÃO;
3. VISITAS COMENTADAS,
4. LANÇAMENTO CATÁLOGO E DVD